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Gabriel Alves de Souza
Gabriel Alves de Souza Corrente/PI
Pa u D ’ a rco
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Na minha localidade há uma árvore do ipê-amarelo ou conhecido popularmente na Fazenda de Cima como pau d’arco amarelo. É a árvore mais alta da região e muito antiga. Sua floração ocorre no mês de agosto e apresenta encanto as pessoas que passa pela PI 255. Minha casinha feita de taipa e o curral de gado fica ao fundo em contraste com o cenário. O caminho que leva até minha casa fica colorido de flores amarelas; às vezes meu avô colocava o gado para comê-las. O ipê-amarelo é conhecido como a árvore símbolo do Brasil.
Essa árvore traz lembranças e significados. Das vezes que eu mais minhas irmãs pegavam as flores e transforma em “sabonetes”. Das mudanças de idades ao longo dos anos e vivência dos antepassados. Ela foi testemunha dos amores entre meus bisas, meus avós e os laços de amizade e lamúria entre as pessoas que passaram por minha residência. Ela testemunhou a criação de três casas da família Souza; do telégrafo que ligava Parnaguá a Corrente; das pessoas que passavam de carro e há jumento pela estradinha que ia até a cidade; de velórios e festas. Sua essência guarda muitas memórias.
Em tempos de seca, o pau d’arco fica com aparência triste, galhos secos e às vezes passa despercebido pelos olhares. Mas quando chove, ele desabrocha. Sua folhagem enobrece, as abelhas aparecem e fico grato pela sombra ao lê vários romances debaixo das suas asas. O ipê resiste em meio ao tempo; os pés de goiabas e mangas já se foram deixando doces saudades. Na minha roça tem vários pés de pau d’arco – amarelo roxo e rosa – mas o meu preferido é esse. Já tentaram cortá-lo, mas defendi até o fim. Ele é famoso. Quando algum fotógrafo passa pela pista, faz questão de parar e registrar essa beleza, talvez já foi até capa de revista. Sinto gratidão meu amigo!