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Robinson Salgado
Robinson Salgado
A To a l h a
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Tínhamos acabado de chegar à minha casa depois daquele passeio memorável. O dia estava quente, tão quente como em mercúrio. Para refrescar o seu corpo sugeri que tomasse um banho. Resisti-me do lado de fora a contentar-me apenas com o perfume vaporizado do sabonete saindo pelas frestas da porta. Enquanto isso coloquei suas vestes na máquina para uma lavagem rápida. pois secariam logo com aquele sol escaldante. Vislumbrante você saiu do banho enrolada naquela toalha, cuja cor se perdia em meio à neve. Seu rosto desenhado por gotas que escorriam dos cabelos negros e lisos, num corte Chanel, abria um sorriso. Seus olhos acastanhados e meigos desenhavam seus sentimentos de amor. A toalha não era longa e mostrava seus joelhos arredondados. Como uma joia que envolvia seu corpo, a toalha brilhava um branco que induzia meus olhos em uma dança que só acontece no espaço na aurora astral. Seus cabelos foram chacoalhados e as gotas batiam no meu rosto e perfumavam minha pele. Toquei em suas mãos e a convidei para dançar uma música imaginária. O perfume da sua pele colava na minha pele. A sala, o quarto se ampliaram e os móveis se afastaram. Bailamos pelo tempo que o relógio não marcou. Apenas surgiram estrelas. No ritmo de bailarinos em meio à luz da lua a toalha caiu.