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Aline Bischoff
Aline Bischoff Osasco/SP
Soneto à Rubra Rosa
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Tu foste, a cólera do vento a desfolhar-me sem fim, Arrancando-me deste solo, em desvarios de furacão. Eu, rubra rosa irremovível do teu maltratado jardim, Sucumbi aos inúmeros redemoinhos do seu coração.
Arremessada com violência pelos ares, Jazo descolorida, murcha e desprezada. De quem passa, só atraio tristes olhares. Por invisíveis pés, ainda sou pisoteada. Ingrata vida que não poupou nem mesmo a rosa. Acaso sangraram-te meus inofensivos espinhos? Essa minha inútil forma de proteção amorosa? Perdi-os todos em seus desvairados torvelinhos.
Passado o vendaval, algum estranho indagará: — Rosa! Qual foi o teu crime que não o vi? A qual em derradeiras palavras, responderá: — Nenhum! Dessa feita, tão somente existi!
Em memória das mulheres vítimas de feminicídio
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