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Nilza Amaral

Nilza Amaral

Amor à antiga, amor cortês

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Sempre que penso em mulher penso na minha Efigênia Que tem dons esborratados de me deixar estrofanto. Um dia, sem mais nem menos, trocando mil abjuras, Efigênia propôs embrabecida: – Vou encetar um contesto onde todos os galantes terão que provar seu corte. Com o vencedor casarei e embraiarei praias adentro para Sempre. Vieram de terras longes cavalheiros de espartilho, cavaleiros de armadura, Prontos para a guerra dura. E deu-se o encetamento, o tal concurso iniciou-se. De dentro de seu enclaustro Efigênia sussurrava, gemia, encausticava. Encastelada por dias, Efigênia epilogava. Eis que chega a minha hora, oh, que ânsia pela senhora, entro e grito sem fiasco! Fibrino, teso, ansiável, olho de esguelha e que vejo? Uma fieira infindável de cavalheiros mais mortos que a própria morte, Que pejo! – Melicia da minha vida, era por mim que esperavas. E lá dentro a tal melgueira, entre pedaços de amor, transformou-se por instante Em paraíso perdido, a recamara do amor. – Efigênia, que audácia, sou o seu selêucida, sou seu seleto, sou seu amante dileto. Tiro correndo as roupetas, a armadura derrubo, cio no leito do amor, parvalhão que sou, gaiato, ganho o concurso no at0. Sempre que penso em mulher, penso na minha Efigênia, rebordo logo de amor Rainha de meu troneto, inspiração de soneto, musa de amor tão perene.

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