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Paulo Roberto de Oliveira Caruso

Paulo Roberto de Oliveira Caruso Niterói/RJ

Enigma fétido e alado

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Uma substância ganha vida. Sai de sua caverna apertada, acanhada, entranhada no meio de dois montes gêmeos. Esmera-se sem pedir passagem. Ganha vida, mas não ganha forma. Não tem semblante nem membros. Não tem rosto nem alma. Não tem sequer espírito. Mas, talvez justamente por isso, possui uma vida efêmera. Voa enquanto pode, mas se dilui no vento. Logo após o seu amadurecimento fétido como o fétido chorume. Sim, ele morre humildemente, após ganhar os céus sozinho, sem máquinas e sem roupas especiais, o que nem o homem pode fazer. Ele ganha a eternidade, enquanto dele se lembram e enquanto o xingam após fazer queimarem e arderem narinas por todo o recinto. Para os poetas, ele é enxofre. Para os demais ele é simplesmente... o peido. Agora leia novamente o enigma, que você entenderá desde o início.

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