Lume Arquitetura - Ed.131

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Projetos de iluminação: Residência, Investment Center, Escola de Música, Fachada Histórica e Galeria de Arte Especial: Fibras Óticas em Espaços Públicos Expolux e SimpoLED 2024 NeuroLume: Iluminação Adaptativa para a Longevidade

Quer dar ainda mais vida aos seus ambientes? Escolha a luz homogênea e a alta adesividade da Fita All Light 24V PRO IP67. Um lançamento ideal para áreas úmidas, que marca a renovação total da linha de fitas da Stella.

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No caminho certo

Dezembro é o mês de fazer um balanço do ano que está se encerrando. É o momento de celebrar as conquistas e bons resultados obtidos, mas também de analisar tudo aquilo que não ocorreu exatamente da forma que imaginávamos e traçar novas estratégias para o novo ano que está chegando.

Para nós da Lume Arquitetura, 2024 foi um ano de muito trabalho, mas também de grandes resultados. Após seis anos, tivemos novamente a honra de assumir a curadoria do SimpoLED e ficamos bastante satisfeitos com o seu resultado final, já que conseguimos oferecer aos visitantes da Expolux uma grade de palestras com temas superinteressantes apresentados por profissionais extremamente qualificados. Inclusive, deixo aqui o meu muito obrigado a todos os palestrantes que aceitaram nosso convite para fazer parte do SimpoLED. Vocês foram essenciais para o sucesso do evento.

Podemos dizer que 2024 foi um ano bastante movimentado também para o mercado brasileiro de iluminação, e o nosso termômetro para essa conclusão foi a Expolux e a Haus Decor. Em ambas as feiras, pudemos notar estandes muito bem produzidos e com uma diversidade de lançamentos bastante grande. O volume de visitantes nos eventos e sua alta qualificação são outros fatores que valem destaque.

Ainda neste ano, tivemos duas publicações extremamente relevantes no âmbito da iluminação pública. O primeiro deles foi a Nova ABNT NBR 5101, que trouxe mudanças significativas e impactantes para a iluminação viária brasileira. E o segundo foi o Manual de Defesa dos Municípios na Iluminação Pública – Aquisição de Luminárias LED, lançado pela Abilux com o objetivo de orientar os gestores públicos sobre as formas de verificar as principais inconformidades no fornecimento de luminárias com tecnologia LED.

Sobre 2025, já podemos adiantar uma boa notícia. A coluna NeuroLume, assinada por Ruy Soares e Lorí Crízel, será mantida e continuará trazendo novidades sobre iluminação integrativa e neuroarquitetura, dois assuntos bastante complexos e que ajudam a enriquecer o mercado de lighting design.

Agradecemos a todos os nossos leitores, colaboradores, parceiros comerciais e amigos por mais um ano juntos, e torcemos para que 2025 seja de muito sucesso e realizações para todos.

Boas festas e boa leitura!

Ano XXI – no 131 – DEZ 24/JAN 25 lumearquitetura.com.br

Cofundadora

Maria Clara de Maio MTB 19570

Editor Erlei Gobi MTB 54344 erlei@lumearquitetura.com.br

Editor de arte Eduardo Garcia Marques da Costa – pardalcomunicacao.com.br

Revisão Izabel Cristina Lourenço

Publicidade Rubens Campo rubens@lumearquitetura.com.br

Projeto gráfico Marcelo Crelier - crelier.com.br

Colaboraram nesta edição Fabrício Rinaldi, Hugo Davanso Flores, Lorí Crízel, Rafael Hernandes/Eight Idiomas, Regina Maria Soares, Ruy Soares e Vicente Scopacasa.

A revista Lume Arquitetura é uma publicação bimestral da Lume Editora e Comunicação , dirigida a arquitetos, lighting designers, decoradores, engenheiros, construtoras, incorporadoras, órgãos públicos ligados à iluminação urbana e viária, fabricantes e lojistas do setor de iluminação. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados. Proibida a reprodução parcial ou integral das matérias publicadas sem autorização da Editora.

Lume Arquitetura

EDIÇÃO 130

Bom dia família Lume Arquitetura, acabei de ver e ler a revista. Como sempre, uma obra prima. Muita inovação e ensinamentos. Falo que a Lume é minha fonte constante de aprendizado, extensão das pós-graduações que fazemos na área. Parabéns, pessoal, vocês são incríveis. Desejo muito sucesso a vocês sempre.

Daniela Meireles

Lighting designer Belo Horizonte – MG

parabéns por mais uma edição.

Ana Laura Carmelita Arquiteta, Design de Luz e Curadora Lisboa – Portugal

Que seja uma excelente edição!!!! Sucesso!!!!

Emili Lazaretti

Lighting designer Gramado – RS

Que maravilha!

Gabriela Ordahy Arquiteta

Porto Alegre – RS

Está muito boa a revista! Parabéns.

Valmir Perez

Lighting designer Campinas – SP

Obrigado... aproveitei e divulguei nas minhas redes, amigão. Forte abraço e ‘BORA ILUMINAR O MUNDO!!!

Alessandro Azuos

Lighting designer Campinas – SP

Excelente essa edição. Parabéns. Ana Paula Nunes sócia-proprietária da Lúmina Maceió (AL)

Obrigada!!! Vocês sempre trazendo novidades.

Magda Colodetti

Lighting designer

Miami – Estados Unidos

Obrigado, amigos thomasaalmeida

Eduardo Becker

Lighting designer

Porto Alegre – RS

Folheei e gostei. Encaminhei para as amigas arquitetas.

Regina P. Markus Professora Emérita da USP

São Paulo – SP

Edição linda de se ver! Parabéns!

Amanda Gomes

Lighting designer

São Paulo – SP

Não perco uma edição! Sempre recheada de novidades e belíssimos trabalhos dos colegas. Parabéns sempre.

marciakemmer.luz

Ficamos felizes em fazer parte desta edição. uzadesign

Nós adoramos! schwabcomunicacao

Mais uma edição primorosa, parabéns! Vida longa! pardalcomunicacao

Honrado em compartilhar do mesmo propósito desse grande Projeto de disseminação de conhecimentos, ainda mais ao lado do grande amigo @ruysoares01 !! Loricrizel

Linda entrevista! Obrigado Lume Arquitetura! rayon.lighting

Sempre um prazer estar com vocês! A revista Lume Arquitetura sempre como uma referência.

Carolina Russo

ENTREVISTA – MARCIA CHAMIXAES

Obrigada!!! Bom humor é luz!!! Um grande privilégio contar com a Lume Arquitetura ao longo da nossa trajetória profissional!!!! mchamixaes

Parabéns, minha amiga. Você é fera!!! Luizanogueiraarquitetura

Parabéns, Márcia! bertolucci.oficial

Parabéns, Márcia. Beijos de amor. lulu_pinheiro_lins

Parabéns, Marcinha! Beldinizb

Ficou D+!

Erik Swenson

Presidente da Nichia America

Corporation aborda a atuação da empresa no mercado brasileiro de iluminação

Por Erlei Gobi

Tradução: Rafael Hernandes/Eight Idiomas

Fundada em 1956, no Japão, pela maior revolução do mundo da iluminação depois da invenção da lâmpada elétrica de Thomas Edison: em 1993 inventou o primeiro LED azul de alta luminosidade do planeta e, três anos depois, em 1996, concebeu o primeiro LED branco do mundo ao combinar sua primeira criação com fósforo amarelo.

Nesta entrevista exclusiva, Erik Swenson, presidente da Nichia America Corporation, conta um pouco da sua história na empresa e de como ela entende e está posicionada no mercado brasileiro de iluminação, onde atua desde 2012. Aborda também os diferenciais da Nichia em relação aos seus concorrentes globais; as questões técnicas dos LEDs, como eficiência luminosa, temperatura de cor e IRC; além de produtos com a tecnologia UV-C.

Swenson fala ainda sobre os impactos da luz azul na saúde humana e na biodiversidade e de como a Nichia tem trabalhado junto à comunidade científica e acadêmica para aprimorar seus produtos; acerca de outros tipos de tecnologias, como LEDs violetas, microLEDs e Color Mixed LED; assim como das novidades da empresa para 2025.

Lume Arquitetura: Conte-nos um pouco sobre você e como se tornou presidente da Nichia America Corporation. Erik Swenson: Tem sido uma jornada e tanto. Já são quase 18 anos com a Nichia, que eu achava que seria uma exploração experimental no mundo comercial. Depois de me formar em Engenharia Elétrica na Purdue University, pratiquei a engenharia no setor automotivo por seis anos. No entanto, embora eu fosse um nerd da tecnologia, sempre foram as conexões com as pessoas que mais me entusiasmaram e onde eu sentia que minha contribuição era melhor. Mudei de área e passei a trabalhar na Nichia em 2007, começando como gerente de contas. Apesar de ser intimidador mudar de engenharia para vendas, de uma empresa norte-americana para uma empresa japonesa, em que eu não tinha nenhuma experiência cultural, foi incrivelmente empolgante. Aprender uma nova maneira de trabalhar, uma nova cultura, uma nova perspectiva e novas pessoas só fez aumentar ainda mais essa empolgação. Tive a sorte de ter ótimos mentores na Nichia que me deram oportunidades de obter sucesso e, também, de aprender com meus erros. Além disso, o ambiente familiar (nas Américas e no Japão) da Nichia possibilitou que eu fosse eu mesmo, competitivo, trabalhasse duro e tivesse um equilíbrio na vida, o que motivou ainda mais minha lealdade e compromisso com a Nichia. Sinto-me muito honrado em assumir essa responsabilidade adicional na função atual.

Lume Arquitetura: Como a empresa entende o mercado brasileiro de iluminação e como está se posicionando nele?

Erik Swenson: Ter uma presença global é simples. Ter uma presença global bem-sucedida que compreenda, respeite e navegue pelas diferenças regionais é um grande desafio. Acredito que isso se resume às pessoas, processos e oportunidades. Com processos sólidos, o sucesso regional recai sobre as pes-

soas para estabelecer uma cultura e um ambiente que possam maximizar todas as oportunidades. Fomos incrivelmente privilegiados por ter uma equipe excelente e leal no Brasil, que encontra o equilíbrio entre o jeito brasileiro e o jeito da Nichia. Manter-se superengajado com o mercado, incluindo nossos clientes e os clientes de nossos clientes, é fundamental para nosso sucesso no Brasil. É essencial comunicar a visão da Nichia sobre o setor de iluminação e a tecnologia LED e, ao mesmo tempo, entender a visão do mercado. Acredito que a comunidade de iluminação está apenas começando a aproveitar as oportunidades que a iluminação de estado sólido e o LED podem oferecer. O setor de iluminação está em um momento muito empolgante, mas crucial com relação à tecnologia. Seguimos o caminho do produto comoditizado “bom o suficiente” ou continuamos avançando na tecnologia e aproveitando ao máximo o que o LED pode oferecer? Como líder no espaço SSL (Solid-state lighting), sentimo-nos responsáveis por essa questão, e espero que possamos influenciar esse caminho.

Lume Arquitetura: Quais são os principais concorrentes da Nichia no mercado brasileiro?

Erik Swenson: É claro que há respostas óbvias entre nossos concorrentes diretos de fabricantes de LED. Além disso, a economia e a legislação podem atuar como concorrentes em alguns momentos. No entanto, essas são coisas que não podemos controlar. Portanto, devemos nos posicionar de forma que possamos ter sucesso e crescer, mesmo quando o incontrolável estiver contra nós.

Dito isso, a concorrência é uma coisa boa. A concorrência justa, respeitando o interesse público, é ainda melhor. Em última análise, acredito que a concorrência interna é a melhor. Devemos estar cientes de nossa concorrência e de seu caminho. Isso deve nos desafiar. Contudo, se continuarmos nos desafiando internamente a

ser a melhor Nichia possível, a melhorar, a inovar, a trabalhar para atender às necessidades do mercado e fornecer o produto que o mercado não sabia que precisava, nossa principal concorrência passará a ser nós mesmos. Podemos ser melhores do que no dia anterior? Graças àqueles que nos precederam, temos a sorte de estar em uma posição de liderança que nos permite fazer o que nós e nossos clientes acreditamos ser o melhor a longo e curto prazo.

Lume Arquitetura: Como a Nichia se diferencia de seus concorrentes globais em um mercado tão competitivo como o de LED? Erik Swenson: Essa é uma ótima pergunta e adoro falar sobre ela! Estou há cerca de 18 anos na Nichia e, por alguma razão, nossa cultura e maneira de liderar é diferencial. Como empresa de capital fechado, podemos tomar decisões de longo prazo e posicionar a empresa onde desejamos que seu futuro seja. Além do desempenho e da inovação, somos afortunados em ser um dos fabricantes de LEDs, se não o único, que é totalmente integrado verticalmente, controlando todo o processo internamente, desde o MOCVD até os LEDs embalados. Isso leva a uma qualidade inigualável, pois definimos nosso próprio sucesso. Também leva à excelência operacional e aos prazos de entrega. Por fim, nossa diversidade equilibrada em todos os segmentos de LED (iluminação, automotivo, retroiluminação, telas etc.) permite que os benefícios de cada mercado se destaquem e contribuam para a saúde do negócio como um todo.

Todos esses fatores intangíveis permitem que a Nichia: 1) seja líder em tecnologia e; 2) ofereça estabilidade. Uma entrega confiável não é apenas logística, mas sim tudo o que está envolvido na Nichia, incluindo produto, desempenho, qualidade e estabilidade comercial em toda a empresa. Há uma turbulência significativa no setor no momento, muitos pontos de interrogação sobre o futuro, muitos altos e baixos, dificuldades financeiras, dificuldades de qua-

lidade etc. de outros fabricantes. A Nichia, no entanto, continua sendo a definição de estabilidade e compromisso de longo prazo com nossos clientes e o mercado. Nossa meta é ser a rocha, aquela que sempre cumprirá nossa promessa hoje e no futuro. Como a primeira no segmento, a Nichia se esforça para ser o passado, o presente e o futuro da fabricação de LEDs.

Lume Arquitetura: Qual é a eficiência luminosa máxima (lm/W) alcançada pela Nichia em 3000K e 4000K. E qual é o IRC máximo associado a essas eficiências e modelos?

Erik Swenson: A resposta mais simples é em torno de 230 lm/W. Entretanto, como você mencionou, a eficácia varia de acordo com o CCT e, historicamente, com o IRC. No entanto, o foco da Nichia nos últimos anos tem sido melhorar a qualidade da luz para o setor, o que também pode estar vinculado à eficácia. Isso inclui fechar as falhas de eficácia entre CCTs mais quentes e, também, para o aumento de IRCs. Com relação ao CCT, atualmente estamos em uma posição em que 4000K é igual ou melhor que 5000K na maioria dos casos. Esse é um dos motivos pelos quais vimos o 4000K assumir o posto de principal referência em aplicações externas, onde o lm/W continua sendo fundamental.

Também estamos presenciando a tendência de CCTs cada vez mais quentes em ambientes externos por outros motivos, inclusive ambientais. A redução desse impacto de lm/W facilita a transição para CCTs mais quentes. Com relação ao IRC, a Nichia foi o primeiro fabricante de LEDs a implementar fósforos baseados em KSF em seus LEDs, tendo trabalhado em estreita colaboração com a GE Lighting (agora Current) para implementá-lo em LEDs de iluminação geral (o que já era feito há anos em backlighting LEDs). Isso, em conjunto com outras tecnologias de fósforo da Nichia, permite um IRC de 90 com o desempenho de produtos de IRC de 80, sem sacrificar a qualidade, mesmo em temperaturas mais altas. Isso costumava

ter um impacto de 15% ou mais no lm/W! Em última análise, é difícil fornecer um número de lm/W, pois ele varia de acordo com a embalagem, a potência, o IRC etc. Poderíamos usar páginas de tabelas para revisá-los. O que posso dizer é que terei prazer em comparar o desempenho de nossos LEDs com o desempenho de qualquer fabricante de LEDs em um teste de campo bilateral.

Lume Arquitetura: O LED ainda não atingiu sua eficiência luminosa máxima. O que pensa que possa ser esse limite e quando é que isso vai acontecer?

Erik Swenson: Esta é uma pergunta difícil de responder, uma vez que varia conforme com quem fala e quando. Considerando a tecnologia atual, entendo que seja em torno de 270 lm/W. Quando isso ocorrerá, é uma resposta ainda mais difícil. Dito isso, todos nós já vimos os ganhos de eficácia ano após ano diminuírem, especialmente com LEDs de média potência. Dependendo da potência e do nível do pacote, os ganhos que eram de mais de 10% ao ano diminuíram para talvez 2% ao ano. Mas esses 2% são ainda mais difíceis de se obter hoje do que os 10% eram há 10 anos. Em algumas áreas, estamos espremendo as últimas gotas de suco da fruta, o que pode ser o mais difícil de obter.

Assim, alguns fabricantes optam por priorizar outros avanços tecnológicos em detrimento dos ganhos de eficácia. Um exemplo é melhorar a qualidade da luz. Talvez seja melhor fazer a transição para um IRC de 90+, implementar o ajuste de cores ou a iluminação circadiana dinâmica em vez de um simples ganho de 2%? Talvez seja melhor implementar novos sistemas ópticos? Como mencionei, o setor de iluminação está em um momento empolgante, especialmente do ponto de vista de engenharia e design. Estou me referindo a ela como a segunda fase da implementação do SSL.

Fizemos o retrofit e economia de energia, o que, do ponto de vista da engenharia

ou do design de iluminação, talvez fosse relativamente simples e não tão empolgante. Embora esses benefícios ainda possam ser capitalizados, agora podemos mudar o foco para realmente capitalizar os outros benefícios que os LEDs trazem, além da simples redução de energia ou da vida útil. Podemos reprojetar as luminárias para maximizar o fator de forma dos LEDs em vez de forçá-los a usar uma lâmpada ou luminária tradicional, fatores de forma que não são ideais ou que foram feitos apenas porque sempre foi assim. Podemos digitalizar a iluminação de uma forma nunca vista antes. Podemos tirar proveito da natureza de fonte pontual da luz e controlá-la opticamente de uma forma jamais vista. Podemos utilizar controles para usar a luz quando quisermos.

Gosto do ditado “luz certa, lugar certo, hora certa”. Para mim, “luz certa” é otimizar o espectro e usar a melhor qualidade de luz possível. “Lugar certo” é usar a ótica, primária ou secundária, para colocar a luz onde ela é mais necessária, em vez de desperdiçar luz ou usá-la em lugares desnecessários. E o “momento certo” é usar os controles para ligar/desligar os LEDs adequadamente. Afinal de contas, o que é mais eficiente do que o LED teórico de 270 lm/W? Um que esteja desligado.

Lume Arquitetura: O Chile aprovou recentemente uma regulamentação que exige que as luminárias não contenham mais do que 7% de luz azul. Como a Nichia vê as políticas públicas para mitigar os danos causados pela poluição luminosa em todo o mundo?

Erik Swenson: Como fabricante e fornecedor de fontes de luz de LED, sentimos a responsabilidade de contribuir para as melhorias. O objetivo da Nichia com nossos negócios, sejam eles optoeletrônicos ou químicos, é trazer benefícios para a sociedade. Acredito que devemos entender e respeitar as pesquisas, tanto as nossas quanto as externas em todo o mundo. Estamos constantemente envolvidos com

a comunidade científica e acadêmica e trabalhamos ativamente com vários grupos, como a Dark Sky International, para ouvir os desafios e aprimorar a tecnologia. Um exemplo disso, como você observou anteriormente, é o lançamento de nossos LEDs de alta potência de 2000K e 1800K, que contêm menos de 7% de energia azul. Organizamos webinars e estamos trabalhando com o mercado para educar e implementar CCTs mais quentes. Estou muito animado com a proposta do IES (Illuminating Engineering Society) de criar padrões ANSI (American National Standards) para esses dois CCTs em particular. O espectro, entretanto, é apenas um elemento da poluição luminosa. Há muitos fatores que contribuem para isso, incluindo também níveis de luz, padrões ópticos, sincronização etc. Portanto, embora nós da Nichia estejamos animados para ajudar, acredito que é responsabilidade da comunidade de design coletivo trabalhar em conjunto e resolver os desafios de maneira respeitosa.

Lume Arquitetura: A Nichia tem alguma estratégia para informar seus clientes e usuários sobre os impactos da luz azul na saúde humana e na biodiversidade?

Erik Swenson: Como mencionei, estamos trabalhando ativamente com a academia e a comunidade científica, interna e externamente, para encontrar as melhores maneiras de utilizar a tecnologia SSL. Nós, como indústria, temos muitas ferramentas em nosso arsenal, e outras estão por vir. É fácil usar um conceito amplo, mas não acredito que todas as fontes de luz azul sejam perigosas ou tenham um impacto negativo, especialmente quando se observa a porcentagem da energia total. Em última análise, é uma questão de usar a ferramenta certa no momento certo. Esse elemento educacional é muito importante para que todos os envolvidos estejam cientes dos prós e contras e, novamente, usem a ferramenta certa no momento certo.

Lume Arquitetura: Desde a pandemia de Covid-19, aumentou a preocupação com produtos com tecnologia UV-C. A Nichia oferece produtos com essa tecnologia para o mercado brasileiro?

Erik Swenson: Novamente, ferramenta certa, momento certo. A tecnologia UV-C não é nova. Ela existe há décadas e traz benefícios significativos quando usada com responsabilidade. É verdade que os LEDs UV-C são relativamente novos e representam uma grande mudança tecnológica, semelhante ao que foi visto no espaço visível. Sim, a Nichia está investindo significativamente na tecnologia de LED UV, incluindo LEDs UV-A, UV-B e UV-C, que foram lançados pela primeira vez por volta de 2019. Há grandes benefícios na utilização de LEDs UV-C, mas isso deve ser feito de maneira responsável e segura, com controles adequados e nas aplicações apropriadas.

No início da Covid-19, infelizmente houve um pouco de corrida ao ouro, incluindo muitos produtos engenhosos destinados a capitalizar do medo das pessoas. Isso foi terrível para a comunidade e para a tecnologia, pois muitas informações falsas foram fornecidas e muitos produtos irresponsáveis também. No entanto, acredito que muito disso foi eliminado (não tudo) e nós, como uma comunidade coletiva, voltamos a trabalhar proativamente para implementar a tecnologia UV de maneira apropriada, nas aplicações que fazem sentido, especialmente na desinfecção de bactérias, vírus e fungos.

Felizmente, existem grandes organizações independentes, como a International Ultraviolet Association (IUVA), que trabalham para educar, incentivar a pesquisa e colaborar para a implementação responsável da tecnologia UV. Como mencionei, a tecnologia UV não é nova. A tecnologia de LED UV-C ainda está em sua infância, assim como o LED branco estava por volta de 2006. No entanto, com o impulso global para livrar o mundo das fontes de mercúrio (ou seja, a Convenção de Minamata),

agora é o momento para a adoção do LED. A curva de aprendizado e de adoção dos LEDs UV será significativamente mais rápida do que a da luz visível.

Pessoalmente, estou muito animado para ver onde e como a tecnologia LED UV-C será adotada. Não há muitos momentos na vida em que podemos voltar no tempo ou “refazer”. Aprendemos muito nos últimos 20 anos com a adoção e a implementação do SSL visível. Podemos e devemos aplicar essas lições aprendidas à adoção da tecnologia UV-C, maximizar a tecnologia e não cometer erros semelhantes. Conforme mencionado, fazer isso de maneira responsável pode minimizar as preocupações com a segurança.

Lume Arquitetura: Sabe-se que a luz branca obtida pelo LED violeta é mais saudável para uso noturno, mas tem um custo mais alto. É possível reduzir o custo de produção desse LED? Como?

Erik Swenson: Os LEDs violeta existem há muitos anos, mas com adoção mínima. Atualmente, a Nichia tem vários LEDs de comprimento de onda mais curto, incluindo nossa tecnologia Optisolis™. Como tudo, existem prós e contras. Há sacrifícios ao usar LEDs de comprimento de onda mais curto, que acredito serem significativos para qualquer adoção em massa verdadeira, além só do preço. Posso estar errado, mas não vejo uma grande mudança na fonte do chip em breve, mas, novamente, o uso da fonte de luz certa no momento certo.

Lume Arquitetura: A Nichia tem em seu portfólio LEDs de luz branca para uso noturno que não causam perturbação circadiana?

Erik Swenson: Ainda há uma quantidade significativa de pesquisas sendo realizadas sobre qual é a fonte ideal para gerenciar os ciclos circadianos. É um elemento espectral (luz certa)? É um elemento óptico (lugar certo)? É um elemento de controle (momento certo)? Acredito que seja uma

combinação de todos eles. Então, qual tem os maiores impactos? É a luz azul, o nível de energia do fóton ou está no conteúdo? Sim, como um fabricante de LEDs que pode controlar o conteúdo espectral, temos LEDs voltados para vários momentos do dia. E até mesmo LES LEDs individuais discretos que podem mudar ao longo do dia, como a nossa solução Dynasolis™ ou o Color Tuning 757. Ademais, um LED com CCT mais quente e IRC mais alto pode ser mais ideal para uso noturno, como a nossa série H6, que incorpora fósforos vermelhos de banda estreita com nossa tecnologia de fósforo histórica.

Lume Arquitetura: Ouvimos dizer que os microLEDs são o futuro. Qual é a sua opinião sobre isso e o que a Nichia está fazendo a respeito?

Erik Swenson: Como líder de mercado e inovação na área de LED, a Nichia está comprometida e investe em pesquisa e desenvolvimento de soluções microLED. Em 2023, lançamos nossa tecnologia uPLS usada em faróis automotivos, que logo depois foi implementada por um importante carro esportivo premium europeu (https:// led-ld.nichia.co.jp/en/mpls/).

Hesito em dizer “o futuro dos LEDs”. Com muita frequência, estamos tentando simplificar o futuro e reivindicar o próximo santo graal. Quantas vezes o mundo dos esportes já disse isso: ‘insira o nome do jogador da NBA’ é o próximo Michael Jordan? Os uLEDs serão adotados em várias tecnologias? Sim, certamente. Será o futuro e assumirá? O tempo dirá, mas certamente há aplicações para os quais ela faz sentido e outros não.

Lume Arquitetura: De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), a próxima janela tecnológica para produzir luz branca é o CMLED –Color Mixed LED (LED de cor mista). Você acredita que isso vai acontecer e como a Nichia está lidando com os LEDs coloridos? Erik Swenson: A Nichia, inclusive eu,

participa ativamente das discussões e workshops do DOE sobre tecnologias futuras, como você mencionou. Certamente há vantagens no desempenho, mas também há desafios com a mistura de cores e o equilíbrio entre as tecnologias de matriz. Como inventora do LED azul de alto brilho e participante importante por muitos anos no setor de telas de vídeo, a Nichia investiu e continua investindo pesadamente em LEDs coloridos. Nos últimos dois anos, expandimos bastante nosso portfólio de cores no espaço de iluminação geral com mais e mais LEDs voltados para arquitetura. O mesmo vale para o espaço automotivo, com as barras de luz e a iluminação colorida na parte interna da cabine ganhando força. Além disso, o espaço de exibição de vídeo continua recebendo projetos significativos, como um grande local com formato geométrico em Las Vegas. Os LEDs coloridos continuarão a representar uma tecnologia essencial para a Nichia. Só o tempo dirá até que ponto ele é prejudicial aos espaços em branco tradicionais.

Lume Arquitetura: Quais são as principais novidades da Nichia nos últimos meses e como elas podem ser utilizadas em produtos fabricados no Brasil?

Erik Swenson: A Nichia tem o compromisso de ser a líder no setor de iluminação geral por muitos anos. Com isso, vem a responsabilidade de continuar inovando. Como mencionei acima, agora é a hora da diversão para o projeto de iluminação e a implementação da tecnologia LED. O “jogo” muda da “adoção” e da “substituição” para a otimização e o uso da tecnologia de uma nova maneira, totalmente diferente do que foi feito durante todo o século passado.

Acredito firmemente que ainda temos muitos anos pela frente de novas tecnologias e novas maneiras de implementar a iluminação de estado sólido, seja no Brasil, nos EUA, no Japão ou em qualquer outro lugar. Acho que certas partes do mundo podem utilizar a tecnologia de forma dife-

rente ou tirar proveito dela de maneiras distintas. Adoro ver como agora o Brasil é líder na adoção de CCT mais quente em postes de iluminação externa. A introdução dos LEDs de 1800K da Nichia nessa aplicação ajudará a região a adotar a tecnologia LED de forma ecologicamente correta.

Além disso, a Nichia está dando grande ênfase à qualidade da luz com nossos novos LEDs. À medida que maximizamos a eficácia, agora temos uma redefinição, ou um caminho adicional, para também fazer isso, com uma qualidade de luz mais alta. Por que usar IRC 80 quando você pode usar IRC 90 sem sacrifício? É aqui que a série H6 da Nichia entra novamente em cena e está se proliferando em nosso portfólio, incluindo LEDs de alta potência nos próximos anos.

Lume Arquitetura: O que o mercado brasileiro pode esperar da Nichia em 2025 em termos de lançamentos?

Erik Swenson: Felizmente, nossas equipes de produtos estão trabalhando com afinco, mantendo a Nichia na vanguarda da inovação e, ao mesmo tempo, ouvindo a voz do mercado. Reconhecemos a necessidade de equilibrar um mercado competitivo com a tecnologia. Veremos ganhos contínuos de eficácia em nossas principais plataformas de iluminação geral, o que inclui a série 757, a série 219, a Série de Chips de Montagem Direta, a série 488 e a série COB. Veremos uma proliferação da tecnologia KSF Phosphor da Nichia, o que nos diferencia ainda mais da concorrência com fósforo de banda estreita de alta qualidade. Veremos o lançamento de cores discretas adicionais para atender ao mercado arquitetônico e uma nova série de COBs quadrados para atender aos tamanhos-padrão do mercado. É um momento empolgante para a Nichia e nossos clientes, pois continuamos a investir pesadamente no futuro da empresa e na nossa base de clientes. Estamos ansiosos por um grande futuro!

Convenção anual da Stella antecipa apresentação de parte dos lançamentos de 2025 a c o n t e c e n d o

Com aposta inédita para o mercado de controle de iluminação, fortalecimento dos conceitos consagrados pela marca e renovação de linhas inteiras de produtos, o SW24, Convenção anual da Stella, reuniu mais de 900 pessoas em São Paulo e em Porto Alegre para o lançamento da família S.TOUCH e apresentação de produtos que marcarão o mercado de iluminação em 2025.

S.TOUCH

S.TOUCH (1) é a nova linha de dimmers, tomadas e acessórios com design autoral e tecnologia avançada de dimerização. O lançamento da família, que dá origem a uma nova linha de produtos, marca a entrada da Stella na categoria de controle de iluminação. Entre os principais destaques dos dimmers, o exclusivo Sistema DUALCUT oferece maior flexibilidade ao usuário, permitindo controlar a intensidade da luz no corte de fase

Trailing Edge ou Leading Edge. A estética autoral multipremiada conta com até 3 canais para dimerizar múltiplos circuitos no mesmo dispositivo, tecla Touch Slider com LEDs indicadores,

modo noturno, função lock e uma maior potência por canal em relação a dimmers convencionais.

S.POWER

As novas fontes da Stella foram renovadas para oferecer ainda mais qualidade e segurança aos produtos 12V e 24V. Desde os modelos standard às versões dimerizáveis, a nova roupagem vai muito além da estética elegante e funcional.

Nos modelos de entrada, as novas fontes S.POWER 12V e 24V (2) incluem LED indicativo, sistema de proteção contra curto-circuito e sobrecarga, terminais identificados com conectores posicionados para o mesmo lado, facilitando a instalação e acomodação dos cabos, e tampa acrílica para proteção e melhor visualização dos terminais, além de versões AFP, com Alto Fator de Potência.

As S.POWER Ultrafinas também contam agora com versões dimerizáveis DUALCUT – compatíveis com corte de fase Trailing e Leading Edge – e sistema de fixação por clique para perfis Archi. O principal diferencial no design funcional do produto,

Fotos do
evento:
Eduardo Tavares

que se repete nas demais Ultrafinas, é a espessura de apenas 16 milímetros.

Destaque no portfólio de Fitas Stella (3), as clássicas All Light foram totalmente reformuladas em três novas famílias de 12V e 24V, com diferenciais inéditos e uma série de atributos para atender aos mais variados tipos de projeto. Em todos os modelos, a qualidade é evidenciada pela alta adesividade, maior quantidade de LEDs por metro e o alto IRC.

Com tensão de 12V, os modelos EVO têm luz homogênea com 288 LEDs COB por metro, IRC>90 e dimensão de corte de apenas 20,8mm – que garante maior precisão para aplicação em mobiliário. Além disso, as All Light 12V EVO contam com versões IP65 e uma gama de temperaturas de cor entre 2700K e 5000K, incluindo modelos com luz âmbar e luz azul.

Já a 24V PRO apresenta produtos com até 640 LEDs COB por metro, IRC 95 e versões com IP67. Outro diferencial exclusivo da família são as versões com rolo de 10 metros, ideal para grandes ambientes, e um modelo com duas fileiras de LED e 1900 lm/m, para projetos mais robustos.

Com altíssima adesividade, a All Light 24V ULTRA conta com LEDs com tecnologia CSP, IRC 96 e R9>80 – inclusive nos LEDs brancos da versão RGB+W –, além de modelos com IP67. Outro destaque está no design da fita, com cobertura branca sobre os LEDs, promovendo uma estética mais clean ao produto.

S.DEEP

Com robustez e diferenciais exclusivos que contribuem para o máximo conforto visual, S.DEEP (4) é o lançamento da Stella que vai além da luz geral. O traço consagrado e autoral do produto revela uma luz super-recuada, com UGR 19, fonte dimerizável e IRC>93.

Os quatro modelos estão disponíveis nas cores branca ou preta, com Alto Fator de Potência (>0,92) e iluminação backlight. O lançamento conta com versões de 10W, 20W, 26W e 36W, com dimensões que vão de 20x20cm a 50x50cm e recuo de até 45mm da fonte luminosa.

Deep

Já o novo modelo de Deep (5) preserva as principais características da família – lente recuada em 20mm, bordas superfinas, fonte integrada, alto fator de potência e alta eficiência luminosa – em uma versão redonda, com 20cm de diâmetro.

Residência em Ubatuba

Integração entre construção e natureza inspira projeto de iluminação em casa de veraneio

Integração entre construção e natureza inspira projeto de iluminação em casa de veraneio

Fotos: Monica Borges

localizada em um condomínio na praia dura, em ubatuba, litoral norte de São Paulo, essa residência de 1.114 metros quadrados de área construída e quatro suítes, sendo três no térreo e uma no piso superior, foi aquirida para ser a casa de veraneio de uma família.

Projetada entre 2004 e 2005 pelo arquiteto Thiago Brunini Pitta – especializado em residências de estilo monumental, sofreu uma reforma aplicada à decoração, ao paisagismo e à iluminação após ser comprada pelo novo proprietário, que ficou responsável pela atualização de toda a decoração.

O novo projeto de iluminação ficou a cargo do arquiteto urbanista e lighting designer Carmine D’Amore, titular da Datore Luci, que buscou entender a relação do proprietário com a residência e suas expectativas referentes à iluminação. “Aprendi ao longo de quatro décadas de atuação na construção civil que o conceito de iluminação aplicado em uma residência é sempre único, já que cada cliente tem uma relação singular com sua casa. Então, a conversa inicial com o cliente é fundamental para compreender sua afinidade com o imóvel e as expectativas que ele tem em você como profissional da iluminação. Neste caso, a conversa com o proprietário Fernando foi breve e objetiva uma vez que já tínhamos uma relação profissional de confiança consolidada, e o design das luminárias, seus materiais de fabricação e a tecnologia aplicada foram definidas em poucas palavras. O design:

peças mais orgânicas, com geometrias curvilíneas e não angulares. Os materiais: madeira, vidro e metal, com prevalência nas cores das madeiras ou branca. E a tecnologia de baixo impacto ambiental, seja na fabricação ou no consumo energético”, explicou Carmine.

No entanto, a definição de que o proprietário seria o responsável pela nova decoração mudou a forma do lighting designer enxergar seu projeto: “O Fernando tinha recursos para contratar um designer de interiores, mas a relação que foi construindo com a casa despertou nele o desejo de escolher peça por peça. Isso apareceu durante a fase inicial do meu projeto, então percebi que a minha escala de trabalho havia mudado do 3D virtual para o real, ou seja, na própria casa. Parte dos cálculos luminotécnicos fiz no DIALux

Evo, mas o ponto de partida da luz, que eu chamo de ‘cena principal’ do projeto, fiz com a verificação in loco testando as fontes luminosas em pontos diferentes até encontrar o equilíbrio entre a volumetria iluminada e as sombras. E a cena principal é, na minha concepção de projeto, aquela que te dá o tom, a linha, o caminho para iluminar o restante da casa. Por isso é a mais difícil. Se você não a acerta, desafina tudo”.

Ainda segundo Carmine, iluminar uma casa monumental significa inverter o paradigma que as pessoas vivem ao conhecer e viver a monumentalidade das obras como as das grandes igrejas: “Nesses espaços, as pessoas entram e ‘sentem’ a magnitude de Deus e sua relativa pequeneza na casa dele. Para inverter este paradigma tinha que ‘sentir’ a casa na pele, então fiquei nela alguns dias sozinho para entender a luz natural do sol e as sombras da noite. Nessa experiência, percebi o grau de integra-

A integração das salas de estar, de jantar e de TV formam a cena principal do projeto. Para a iluminação geral desse ambiente integrado foram instalados nas quatro tesouras do telhado seis projetores direcionais de 24W/36º, 3200 lm, a 3000K, além de fitas de LED dimerizáveis de 30W/m, 3400 lm/m, a 2700K nas vigas – a três metros de altura – que demarcam as transições dos ambientes.

As luminárias embutidas nas três vigas em madeira da cozinha tiveram seus sistemas óticos modernizados com pintura eletrostática branco fosco e receberam internamente uma parábola refletora de 112º em alumínio polido 99% a 35 milímetros da lâmpada de 9W, 1055 lm a 2700K.

ção da casa com a natureza e que era preciso fazer o proprietário se sentir parte determinante de tudo, o mentor de algo que estava lá desde antes da sua chegada, mas que foi transformado por ele sem alterar a substância dos volumes e das formas do lote inteiro: natureza e construção tinham que continuar com a ‘sintonia’ encontrada. Então a cena principal veio para mim numa noite de lua cheia”.

Cena principal

A cena principal do projeto de iluminação se dá no espaço central do piso térreo, com 75 metros quadrados e pé-direito de sete metros de altura, onde o programa arquitetônico distribuiu as salas de estar, de jantar e de TV de forma integrada. Este ambiente tem 75% das paredes fechadas com panos de vidro e o restante é madeira. Existe apenas uma única parede na cor branca, de 5,2 metros de largura, posicionada a 2,75

metros de altura, que recebeu uma tela gigante de tinta a óleo sobre algodão de uma artista plástica.

“Quando percebi o movimento da luz natural na casa e de como a natureza ora ‘invade’, ora penetra sutilmente, mas de forma exuberante, a residência, comecei a ter ideia de concepção da luz. Depois, as noites me deram essa confirmação. Estive lá em diferentes noites estreladas e de lua cheia e a percepção da qualidade e da quantidade da luz dessas noites me fizeram chegar à conclusão que a iluminação indireta – com a possibilidade de determinar através do controle dos circuitos elétricos os graus de incidência de cada fonte de iluminação – era o caminho para esta cena principal”, detalhou o lighting designer.

Para a iluminação geral desse ambiente integrado foram instalados nas quatro tesouras do telhado seis projetores direcionais de 24W/36º, 3200 lm, a 3000K, além de fitas de LED dimerizáveis

de 30W/m, 3400 lm/m, a 2700K nas vigas – a três metros de altura – que demarcam as transições dos três ambientes integrados. “Depois dos ‘ensaios de luz in loco’, fiz o cálculo luminotécnico manualmente e, por fim, resolvi confirmar no DiaLux Evo. A leitura do resultado confirmou que a iluminação indireta linear com alto fluxo nessas vigas poderia realçar as duas naves gerando uma distribuição de luz em ‘cascata’ sobre toda a decoração, reduzindo a quase zero as sombras no piso. O resultado foi 180 lux no plano de trabalho, a 0,75 centímetros do piso da sala de jantar”, lembrou Carmine. Completam a iluminação do ambiente, três pendentes fabricados exclusivamente para o projeto, equipados com smart LED de 5W, de 1800K a 2400K, sendo dois sobre a mesa de jantar e um no centro da sala de estar.

Ainda na nave central, uma parede ripada móvel, de madeira, permite fechar a vista da cozinha de qualquer

ponto de observação dos três ambientes anteriores. “Na área de preparo dos alimentos, existiam três vigas cenográficas, em madeira, sem função estrutural, com nichos que abrigavam luminárias embutidas. Modernizamos o sistema ótico dessas peças com pintura eletrostática branco fosco e instalamos internamente uma parábola refletora de 112º em alumínio polido 99% a 35 milímetros da lâmpada de 9W, 1055 lm a 2700K. O vidro das luminárias ainda recebeu um microjateamento superficial para uma difusão da luz totalmente ‘soft’”, detalhou o lighting designer. O armário aéreo das áreas das pias recebeu uma pequena “saia”, de três centímetros de altura, onde foi instalado um perfil de LED de sobrepor de 22,5W/m 3000K.

Área externa

A piscina recebeu oito embutidos subaquáticos de 9W/90º, enquanto no deck em cumaru a opção foi por cinco arandelas de 7W em 3000K, porém aplicadas de

Pilares de madeira da área externa da casa, tanto do lado do estacionamento quanto do lado da área de lazer, com arandelas de facho duplo de 4W a 3000K. As palmeiras do canteiro central da entrada foram realçadas por embutidos de solo de 18W a 3000K.

Piscina com oito embutidos subaquáticos de 9W/90º e deck em cumaru com cinco arandelas de 7W em 3000K aplicadas de forma sobreposta no piso. Já o deck de madeira que liga a sala de estar com as suítes do piso inferior recebeu balizadores de 1,5W demarcando seu limite, além de balizadores de 1W/360º aplicados em sua parte central para iluminar os caminhos.

forma sobreposta no piso. “Utilizei essas luminárias na função de poste balizador porque possuem design minimalista. Dessa forma, temos uma iluminação que define os limites do deck garantindo a segurança necessária aos usuários e possibilitando que eles contemplem o céu e a vista da praia sem ofuscamentos”, contou Carmine.

Toda a área de passeio externo da casa, que liga a sala de estar com as suítes do piso inferior, se dá por um deck de madeira que recebeu balizadores de 1,5W demarcando seu limite, além de balizadores de 1W/360º aplicados em sua parte central para iluminar os caminhos. Há, ainda, em todos os pilares de madeira da área externa da casa, tanto do lado do estacionamento quanto do lado da área de lazer, uma ou duas arandelas de facho duplo de 4W a 3000K.

Na área de lazer com varanda coberta está localizado o espaço gourmet,

com churrasqueira e forno de pizza. “Para a iluminação da bancada, utilizei três espetos de jardim de 3W/30º a 2700K que desmontei e apliquei como spot de sobrepor fixados nas vigas de madeira. Já para a bancada do lado da pia, optei por fita de LED de 14,4W/m a 3000K em todo o perímetro”, lembrou o lighting designer.

A iluminação geral do espaço gourmet se dá por dois projetores LED de 10W a 3000K instalados numa viga central direcionando a luz para o vigamento do teto. Centralizado com a churrasqueira, Carmine lançou mão de uma solução singela: apenas uma lâmpada LED de filamento de 5,5W com soquete na cor marrom e cabo elétrico revestido em tecido trançado na mesma cor. “A função desta lâmpada era meramente cenográfica, assim como o pendente esfera com o mesmo tipo de solução que fica na varanda em frente à entrada da sauna”, falou.

Paisagismo

Situada em um lote de 3.500 metros quadrados com muita mata nativa, a residência contou com projeto de paisagismo de Jorge Salles, da Hoppe Salles Marketing Ambiental. A cerca-viva que marca os limites do terreno logo atrás da sauna e o canteiro que divide o espaço gourmet da sala de jantar externa foram iluminados com 32 balizadores de 7W/30º a 3000K, enquanto os três canteiros com vegetação baixa ao redor da suíte externa receberam 18 espetos de 7W. “No passeio que leva até o deck, a vegetação foi iluminada com poste balizador de 6W a 3000K e cinco balizadores de 7W/30º a 3000K. Já as palmeiras do canteiro central da entrada da casa foram realçadas por embutidos de solo de 18W a 3000K”, afirmou o lighting designer.

Entrada e quartos

Dentro do projeto arquitetônico, a entrada da casa se dá em sua parte central atra-

vés de uma porta pivotante dupla. “Essa é uma área de pé-direito baixo, inferior a 2,5 metros, que gera a sensação de aconchego. Por esta razão, pontuei de forma delicada esse corredor de entrada com spots de sobrepor com PAR 20 de 5,5W. Como as paredes do hall são de tijolos aparentes, utilizei quatro projetores de 3W/10º a 2700K para realçar a cor terra, além de outros quatro, de 3W/25º, para marcar as laterais da porta principal”, disse Carmine.

Ao lado da escada de madeira vazada que leva para o piso superior, o lighting designer sugeriu a aplicação de uma arandela com design assinado: “Porém, a peça foi adaptada na fábrica sob minha consultoria para distribuir a luz uniformemente ao redor dela. Já na obra, fiz uma alteração nas fontes luminosas, substituindo os dois tuboLEDs por uma fita LED de 14,4W/m a 3000K dimerizável”.

À direita de quem entra na residência, há um corredor que leva às suítes e ao lavabo onde o proprietário colocou um grande quadro com a fotografia de uma onça-pintada. “Para destacar esse elemen-

Na área com pé-direito baixo, a opção foi por uma arandela com design assinado adaptada especialmente para o projeto com fita LED de 14,4W/m a 3000K dimerizável. Dois spots de 10W a 3000K com lente de ajuste de 15º-55º aplicados em um trilho eletrificado sobreposto no teto destacam um grande quadro com a fotografia de uma onça-pintada no corredor que leva às suítes.

to, utilizei dois spots de 10W a 3000K com lente de ajuste de 15º-55º aplicados em um trilho eletrificado sobreposto no teto”, contou Carmine.

Ainda segundo o lighting designer, o pé-direito duplo, o madeiramento do teto junto com a irregularidade espacial, e uma tela (pintura abstrata) de grandes dimensões, fizeram da suíte master do piso superior um desafio à parte: “Neste ambiente, a convivência com elementos de uso distintos, como a pia quase do lado da cama, requereu oito fontes de iluminação: dois projetores de 9W/40º a 2700K instalados na tesoura central, a três metros do piso, para iluminar o madeiramento do teto; dois pendentes trançados com lâmpada smart LED de 5W e 1800K a 2400K; duas arandelas de

8,8W a 3000K na pia; e dois abajures com lâmpada smart LED de 5W e 1800K a 2400K ao lado da cama. O mesmo tipo de arandela utilizada no banheiro também foi aplicado acima da porta da varanda para iluminar o madeiramento do teto e permitir uma visão panorâmica do jardim até a praia sem ofuscamento”. Carmine finalizou lembrando que todos os banheiros das suítes já contavam com dois pontos de iluminação cada, e que foi feita apenas a troca das fontes luminosas existentes por LEDs: “No ponto central, instalamos uma luminária em acrílico de sobrepor de 18W, 1440 lm, a 3000K, enquanto sobre as pias a opção foi por um sobreposto retangular com minidicroica de 3W/36º, 300 lm, a 2700K”.

Pendentes trançados com lâmpada smart LED de 5W e 1800K a 2400K compõem a iluminação da suíte master do piso superior.

Projeto de iluminação: Carmine D’Amore/Datore Luci

Projeto de arquitetura: Thiago Brunini Pitta/ Pitta Arquitetura

Luminárias: Bertolucci, Brilia, Bronzearte, Classic Lar, Gaya, Máximo LEDs, Newline, Philips, Powerlume e Stella

Lâmpadas e fitas de LED: Gaya, Ledvance, Lemca, LLUMMTech, Osram, Save Energy e Stella

Luminárias subaquáticas: Sodramar

Projeto de paisagismo: Jorge Salles/Hoppe Salles Marketing Ambiental

Ficha técnica

Expolux 2024

Da Redação

Novidades atraem mais de 20 mil visitantes para a maior feira exclusivamente voltada à indústria da iluminação da América Latina

entre os dias 17 e 20 de setembro de 2024 ocorreu no Expo Center Norte, na capital paulista, a 18ª edição da Expolux, maior feira exclusivamente voltada à indústria da iluminação da América Latina, onde mais de 300 empresas do setor apresentaram suas novidades em iluminação técnica, pública, e decorativa, além de soluções para controle de iluminação. “A Expolux é uma

das principais plataformas do mercado, tanto pra relacionamento quanto para negócios e aperfeiçoamento profissional. Segundo uma pesquisa que realizamos, cerca de 80% do público indicam a Expolux como o evento mais relevante e inovador do setor. Então, realmente é uma feira onde quem quer fazer diferença no mercado de iluminação precisa estar”, afirmou Tatiana Rassini, gerente da Expolux.

Público

Nesta edição, o número de visitantes teve um aumento expressivo de mais de 25% na comparação com a edição de 2022, ultrapassando 20 mil pessoas do Brasil e de diversos outros países, como Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Equador, Peru, México, entre outros. “Tivemos o segundo dia de feira mais visitado de toda a história da Expolux e isso é fruto do nosso esforço de ouvir os expositores para trazer novidades ao evento”, disse Tatiana.

Um fenômeno notado pelos expositores nesta edição foi o aumento da qualificação dos profissionais que visitaram a feira. “Viemos prontos para receber bastante gente e estamos muito satisfeitos com o resultado, porque quem tem nos visitado é exatamente o nosso público-alvo, ou seja, lojistas de todo o Brasil, além de arquitetos e lighting designers, profissionais com os quais queremos fortalecer a imagem da marca”, contou Fernando Marmo, gerente comercial da GMH Trade. “A qualidade dos participantes do evento e das pessoas que vieram nos visitar foi muito alta, ficamos realmente bem impressionados”, complementou Fábio Oliveira, CEO da Azizi.

Para Alvarinho Buzaid, da Alloy Iluminação, o público de 2024 foi além de suas expectativas: “Estávamos achando que ia ser mais morno, mas o volume de pessoas entrando no estande foi bem elevado, assim como a capacidade técnica dos visitantes, que vem evoluindo a cada ano. Percebemos que a as pessoas estão estudando, se atualizando, e também buscam esse conhecimento na feira”.

Por ser um evento que ocorre apenas a cada dois anos, existem profissionais do mercado que esperam ansiosamente sua realização para conhecer as novidades em produtos e soluções de iluminação, como é o caso do lighting designer Leonardo Alves, titular do L+A Arquitetura de Iluminação, de Belém (PA): “A Expolux está em sua 18ª edição e essa é a minha nona participação consecutiva. Como venho de muito longe, fico contando os meses, desde o começo do ano, para poder participar e conhecer novos fabricantes, visando especificar luminárias diferentes para os meus clientes”.

Expositores e volume de negócios

Em relação aos negócios, houve aumento de 123% na geração de leads qualificados para os expositores presentes, o que certamente irá reverberar em vendas

nos próximos meses. “A Abilux avaliou os quatro dias de visitação e constatou a satisfação geral dos expositores, relatando ter superado suas expectativas de relacionamento e negócios. Quanto ao aspecto quantitativo, o evento deverá proporcionar negócios da ordem de 700 milhões de reais”, constatou Marco Poli, diretor administrativo da Abilux (Associação Brasileira da Indústria da Iluminação).

Renato Pessoa, presidente da Classic Lar, disse que a participação na feira é essencial para conquistar novos clientes: “Esperamos um crescimento na especificação das nossas luminárias e uma melhor parceria com as lojas porque apresentamos muitas novidades que os visitantes não conheciam. Almejo também um aumento de clientes e de regiões que não estão bem supridas por representantes no momento”.

Já para Anthony Athayde, gerente comercial da Nordecor, a Expolux é uma excelente oportunidade de apresentar os produtos da empresa aos profissionais de todo o Brasil: “Como estamos sediados em Balneário Camboriú (SC), nem sempre os clientes conseguem ter acesso ao nosso showroom. Então, é uma forma de trazê-lo para São Paulo e de nos aproximarmos dos clientes para que eles conheçam melhor a qualidade das nossas peças, principalmente na parte decorativa. Também queremos mostrar que a Nordecor tem crescido bastante ao longo dos anos e firmar parcerias com arquitetos e profissionais de iluminação”.

Por outro lado, há empresas que veem a feira como uma oportunidade de exposição de marca, para que o grande público as conheça. “Para a AMS Osram, a participação na Expolux está relacionada principalmente com o conhecimento da marca. Queremos que mais empresas de iluminação do Brasil saibam que temos produtos competitivos e de qualidade que podem ser utilizados na produção de luminárias e sistemas de iluminação melhores, tanto industriais quanto profissionais”, contou Huéliquis Fernandes, representante da AMS Osram no Brasil. “Apresentamos diversos lançamentos e o feedback dos nossos clientes serve de termômetro para sabermos se estamos no caminho certo ou precisamos realizar adequações nesses novos produtos”, complementou Clóvis Furlanetto, sócio fundador da Madelustre.

Depois de um ano e meio da entrada no mercado brasileiro, a B.E.G. Brasil participou pela primeira vez da Expolux para apresentar soluções em sistemas de controle, sensores de presença, automação predial e prédios inteligentes, e ficou satisfeita com o resultado segundo o diretor da empresa Luciano Rosito: “Recebemos muita gente nos felicitando pela iniciativa de estar na feira. Para nós, a Expolux nos traz não necessariamente um fechamento de pedido no momento da feira, mas uma expectativa e um potencial muito grandes de desenvolvimento de negócios a longo prazo com os parceiros que visitaram nosso estande”.

Novidades

A edição de 2024 estava recheada de novidades, como a Rota de Automação Residencial, com produtos tecnológicos selecionados por especialistas, e a Rota de Eficiência Energética, com materiais com critérios de sustentabilidade também escolhidos por profissionais.

Dentre as inovações, a de maior destaque foi o Decor Light Show, espaço que visou oferecer uma experiência imersiva aos visitantes através da apresentação de produtos e palestras com cases de sucesso. “O Decor Light Show é um espaço muito importante, de difusão do conhecimento, e fazer parte dele foi muito importante para apresentar a nossa empresa e poder discutir junto aos nossos clientes o estado da arte da iluminação”, disse Alan Nascimento, gerente comercial e consultor técnico da Lucchi.

Quem também compôs o Decor Light Show foi a Eblux, que apresentou ao mercado seus produtos voltados à automação. “Acreditamos que era o momento de exibir alguns itens da nossa linha, que vem da Finlândia, para o público da feira. Foi muito interessante porque recebemos a visita de estudantes e arquitetos recém-formados, que são os profissionais que precisam ter conhecimento dos nossos produtos para trabalhar com eles no futuro”, contou Laerte Gomes, proprietário da empresa.

Carolina Ciola Fonseca, arquiteta e lighting designer titular do Studio Ió Arquitetura e Lighting Design e uma das palestrantes do Decor Light Show explicou que é fundamental essa interação entre os lighting designers, os estudantes e os profissionais interessados em aprender sobre ilu-

minação: “Pude expor como penso e realizo meus projetos, mostrando as soluções e os produtos aplicados com detalhes técnicos. Acho fundamental ter essa vivência e assistir outros profissionais também trazendo esse tipo de conteúdo”.

Outra novidade da 18ª edição da Expolux foi o Selo Lumina, iniciativa da organização em parceria com a Grau 10 Editora, que agraciou por meio de votação dos visitantes os produtos mais inovadores e os estandes de destaque do evento.

Na 1ª colocação dos produtos mais inovadores ficou o Abajur Madame, criação da Fox Lustres, feito em madeira, com formato orgânico, funcionalidades para controle da intensidade da luz e tecnologia wireless. A Linha Corda Iluminada, da GMH Trade, foi a segunda mais votada na categoria, enquanto a terceira colocada foi a Luminária Eclipse, apresentada no estande da Megalux Iluminação.

Na categoria estande, o topo do pódio ficou com a Helizarte, que disponibilizou diferentes modelos de luminárias que remetem à natureza, à sustentabilidade e à sofisticação. Já a segunda posição ficou com a Hitec, que destacou o avanço tecnológico do setor de iluminação na exposição de soluções, com foco em inteligência e preservação da natureza, e com o conceito: “Iluminação Inteligente para um Futuro Sustentável”.

O SimpoLED – Simpósio Internacional de Iluminação, realizado pela Abilux com curadoria da revista Lume Arquitetura, foi outra atração de grande destaque da Expolux 2024, uma vez que disponibilizou gratuitamente aos visitantes 21 palestras de profissionais renomados sobre diversos temas do mundo da iluminação. (Veja aqui a matéria completa sobre o SimpoLED). “Foi uma honra sermos novamente os curadores do SimpoLED, uma vez que já realizamos esse trabalho nas edições de 2016 e 2018 do evento. Durante alguns meses, pesquisamos quais os temas mais procurados pelos profissionais de iluminação. Com base nessas

informações, montamos uma grade bem completa e densa e convidamos especialistas nestes assuntos para palestrar. Ficamos muito felizes com o resultado, já que praticamente todas as apresentações estavam lotadas e com grande interação do público. Esse sucesso do SimpoLED corrobora o trabalho que a Lume Arquitetura faz, há mais de 21 anos, de enriquecer o mercado brasileiro de iluminação com conteúdo e informação de qualidade”, enfatizou Erlei Gobi, editor da publicação.

Para Ruy Soares, lighting designer, professor e pesquisador, a principal função do SimpoLED foi a difusão de conhecimento para o mercado de iluminação: “A evolução na área de iluminação é talvez mais rápida do que a gente consegue alcançar, então essa troca de informação com os profissionais é muito importante”. “É extremamente necessário termos palestras com conteúdo agregador dentro da Expolux, pois isso eleva a qualidade do mercado e traz projetos de iluminação mais bem especificados e com mais qualidade”, complementou Mohana Barros, lighting designer titular do Archidesign e atual presidente da AsBAI (Associação Brasileira da Arquitetura de Iluminação).

Para o lighting designer titular do NTZ Iluminação Arquitetônica, Ugo Nitzsche, uma arena de conteúdo dentro de uma feira é de extrema importância porque une a exposição de produtos com o conhecimento técnico para aplicá-los: “Acho o SimpoLED fundamental porque a maior parte dos profissionais de arquitetura, design, interiores, engenharia e construção é carente de informação e de formação em iluminação, então toda a ação de ajuda de qualificação desse mercado é superpositiva. Além disso, o visitante tem a oportunidade de conhecer os produtos nos estandes e entender como eles podem ser aplicados nos projetos”.

“A iluminação é um conteúdo muito vasto e ter profissionais que possam falar de cada recorte desse grandioso mundo é muito importante. Para quem é da comunidade da iluminação, é sempre importante estar presente em feiras como essa. Então, quem não pôde vir por algum motivo, que venha na próxima”, convidou Daniel Feldman, professor de iluminação e um dos palestrantes do SimpoLED.

A próxima edição da Expolux será realizada de 15 a 18 de setembro de 2026, novamente no Expo Center Norte, na capital paulista.

SimpoLED 2024

Mais de 20 palestras com conteúdo de qualidade enriquecem a experiência dos visitantes da 18ª edição da Expolux

Da Redação

durante os dias 17 e 20 de setembro de 2024, Foi realizado paralelamente à 18ª edição da Expolux, o SimpoLED - Simpósio Internacional de Iluminação, evento realizado pela Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação) com o objetivo de elevar o nível das discussões sobre o setor de iluminação e proporcionar aos participantes conhecimentos técnicos, tecnológicos e práticos nas mais diversas áreas de aplicação.

Durante os quatro dias de evento, os visitantes da feira puderam assistir gratuitamente a 21 palestras técnicas (de aproximadamente uma hora cada) de especialistas sobre diversos temas, tais como: Iluminação Pública, Cidades Inteligentes e Telegestão, Poluição Luminosa, Iluminação no Varejo, Retrofit, Iluminação Residencial, Iluminação Cênica na Arquitetura, Iluminação Integrativa, Iluminação em ambientes de Saúde. Controle de Iluminação, entre outros. “O SimpoLED é uma das principais atrações da Expolux e se consolidou como um evento essencial dentro da feira. Ele é uma forma de complementar a missão da feira na questão do aperfeiçoamento profissional. Tivemos grandes nomes se apresentando para uma plateia sempre cheia”, afirmou Tatiana Rassini, gerente da Expolux.

Assim como nas edições de 2016 e de 2018, a curadoria da SimpoLED ficou sob a responsabilidade da revista Lume Arquitetura. “Foi uma honra sermos novamente os curadores do SimpoLED. Durante alguns meses, pesquisamos quais os temas mais procurados pelos profissionais de iluminação. Com base nessas informações, montamos uma grade bem completa e densa e convidamos especialistas nestes assuntos para palestrar. Ficamos muito felizes com o resultado, já que praticamente todas as apresentações estavam lotadas e com grande interação do público. Esse sucesso do SimpoLED corrobora o trabalho que a Lume Arquitetura faz há mais de 21 anos, de enriquecer o mercado brasileiro de iluminação com conteúdo e informação de qualidade”, enfatizou Erlei Gobi, editor da publicação.

Dia da Iluminação Urbana

O primeiro dia de palestras do SimpoLED foi destinado ao tema Iluminação Pública e apresentou assuntos como a Nova ABNT NBR 5101; o Manual de Defesa dos Municípios na Iluminação Pública e as dificuldades enfrentadas pelos gestores com as distribuidoras de energia; o retrato da participação privada na iluminação pública; as tecnologias para cidades inteligentes e sistemas de

Apresentei a nova norma de iluminação viária. Como serão feitas as classificações da via, os requisitos técnicos e as tabelas dos valores ponderados para você classificar.

Paulo Candura

Lighting designer titular da Luz Urbana

Esse sucesso do SimpoLED corrobora o trabalho que a Lume Arquitetura faz há mais de 21 anos, de enriquecer o mercado brasileiro de iluminação com conteúdo e informação de qualidade.

Erlei Gobi

Editor da Lume Arquitetura

telegestão; e as normas de segurança para iluminação e a NR 10.

Quem teve a honra de abrir o evento foi o lighting designer titular da Luz Urbana, Paulo Candura, que abordou as principais mudanças na ABNT NBR 5101: “Apresentei a nova norma de iluminação viária. Como serão feitas as classificações da via, os requisitos técnicos e as tabelas dos valores ponderados para você classificar, além de como será a iluminação de faixa de pedestres e o índice de eficiência energética e de consumo anual. Falei também da questão da temperatura de cor correlata, que é um tema extremamente polêmico”.

A palestra seguinte foi ministrada por Alfredo Gioielli, advogado e

A ideia central era trazer os aspectos sobre o lançamento deste Manual de Defesa dos Municípios na Iluminação Pública desenvolvido pela Abilux em conjunto com os dez maiores players no mercado.

Alfredo Gioielli

Advogado e palestrante especialista no segmento de iluminação pública

palestrante especialista no segmento de iluminação pública, que apresentou o Manual de Defesa dos Municípios na Iluminação Pública: “A ideia central era trazer os aspectos sobre o lançamento deste manual desenvolvido pela Abilux em conjunto com os dez maiores players no mercado e mostrar os problemas que realmente estão ocorrendo atualmente nesse setor”.

A terceira apresentação do dia, intitulada “O Retrato Atual da Participação Privada na Iluminação Pública”, ficou a cargo de Pedro Vicente Iacovino, Presidente da Abcip (Associação Brasileira de Concessionárias de Iluminação Pública): “A gente trouxe basicamente três conteúdos. O primeiro, foi a apresentação da própria Abcip, pois muita

Não é possível falar de cidades inteligentes sem falar dos prédios inteligentes, então também trouxe a aplicação da tecnologia para eficientizar os edifícios.

Luciano Rosito

Diretor da B.E.G Brasil e prof. de cursos de Iluminação Pública

A gente trouxe basicamente três conteúdos: A apresentação da Abcip, o panorama de mercado atual das concessões, e uma avant-première do Censo da Iluminação Pública no Brasil.

Pedro Vicente Iacovino Presidente da Abcip

gente ainda não nos conhece, embora já tenhamos sete anos no mercado. O segundo, foi o panorama de mercado atual das concessões, que já tem contratos totalizando 27 bilhões de reais. E o último, foi uma avant-première do Censo da Iluminação Pública no Brasil, lançado em 11 de setembro, em Brasília, com os principais números da iluminação pública do país”.

Luciano Rosito, diretor da B.E.G Brasil e professor de cursos de Iluminação Pública, ministrou a penúltima palestra do dia, – intitulada Tecnologia Para Cidades Inteligentes e Sistemas de Telegestão. “Coordeno o comitê de telegestão da Abcip e lançamos a terceira versão do Manual de Telegestão depois de alguns anos realizando sua atualização. Além disso, não é possível falar de cidades inteligentes sem falar dos prédios inteligentes, então também trouxe a aplicação da tecnologia para eficientizar os edifícios, não somente trocando a iluminação por LEDs, mas colocando sistemas de controle. Fiz um paralelo mostrando como o Brasil está

Minha palestra foi focada na parte de segurança e instalações elétricas e serviços em eletricidade. É muito importante garantir a segurança da instalação elétrica.

Luiz Claudio Ferraro

Engenheiro eletricista e especialista em segurança do trabalho

Através de algumas pesquisas, mostramos que a iluminação projetada de forma correta faz muita diferença e pode até aumentar o faturamento do lojista ou da marca. Hugo Hanashiro

Consultor de iluminação com mais de 20 anos de experiência

Apresentei alguns textos para que as pessoas pudessem tirar foto e fundamentar o conceito na sua cabeça... É preciso que as pessoas entendam que diferentes tipos de iluminação modificam o espaço. Ugo Nitzsche Lighting designer titular do NTZ Iluminação Arquitetônica

nesse sentido em relação à Europa e outros países que adotam diretivas de desempenho energético de prédios, e o quanto ainda podemos evoluir”.

Quem fechou o Dia da Iluminação Urbana foi Luiz Claudio Ferraro, engenheiro eletricista e especialista em segurança do trabalho, que tratou das Normas de Segurança para Iluminação e da NR 10: “Minha palestra foi focada na parte de segurança e instalações elétricas e serviços em eletricidade. A gente vê que o mercado da iluminação não funciona sem eletricidade e é muito importante garantir a segurança da instalação elétrica, protegendo os usuários e, principalmente, quem atua nessas instalações”.

Dia 18 de

setembro

O segundo dia de palestras teve início com a apresentação – A Influência da Iluminação no Comportamento de Compra No Varejo –, realizada por Hugo Hanashiro, consultor de iluminação com mais de 20 anos de experiên-

cia: “Falei sobre um assunto interessante que é a influência da iluminação no comportamento de compra em quem vai adquirir um produto em uma loja de shopping, por exemplo. Através de algumas pesquisas, mostramos que a iluminação projetada de forma correta faz muita diferença e pode até aumentar o faturamento do lojista ou da marca”. Ugo Nitzsche, lighting designer titular do NTZ Iluminação Arquitetônica, explicou aos expectadores como melhorar seus projetos de iluminação residencial: “Apresentei alguns textos para que as pessoas pudessem tirar foto e fundamentar o conceito na sua cabeça, primeiro de tudo. Em segundo, algumas imagens de projeto. E em terceiro, plantas de alguns projetos, inclusive de

Faço parte da Internacional Dark Sky Association, então trouxe um conteúdo para explicar o que é a poluição luminosa e os impactos da luz artificial à noite, tanto no ser humano quanto no meio ambiente. Silvia Carneiro Titular do Íris Consultoria Luminotécnica

dois que foram premiados no concurso nacional de projetos de iluminação, para mostrar diferentes efeitos de iluminação com diversos tipos de luminárias. É preciso que as pessoas entendam que diferentes tipos de iluminação modificam o espaço”.

A terceira palestra do dia, realizada pela lighting designer Silvia Carneiro, titular do Íris Consultoria Luminotécnica, abordou a questão da poluição luminosa: “Faço parte da Internacional Dark Sky Association, então trouxe um conteúdo para explicar o que é a poluição luminosa e os impactos da luz artificial à noite, tanto no ser humano quanto no meio ambiente”.

As lighting designers titulares da Archidesign, Regina Coeli Barros e Mohana Barros, abordaram os desafios na elaboração dos projetos de iluminação na penúltima apresentação do segundo dia de palestras. “Contamos um pouco do que vemos, instalações mal feitas e mal planejadas no mercado; apresentamos também alguns dos nossos projetos executados e contamos o que passamos em cada projeto”, disse Mohana. “Os engenheiros, instaladores e eletricistas deveriam estar presentes para conhecer e aprender como aplicar o produto, porque na obra eles sempre têm dúvidas, a gente tem que dar um apoio técnico, chamar a fábrica, porque eles

Contamos um pouco do que vemos, instalações mal feitas e mal planejadas no mercado; apresentamos também alguns dos nossos projetos e contamos o que passamos em cada projeto.

Mohana Barros Lighting designer da Archidesign

Os engenheiros, instaladores e eletricistas deveriam estar presentes para conhecer e aprender como aplicar o produto, porque na obra eles sempre têm dúvidas, a gente tem que dar um apoio técnico.

Regina Coeli Barros Lighting designer da Archidesign

não conhecem as novas tecnologias”, complementou Regina.

O profissional em Iluminação Cênica, desde 1999, Alessandro Azuos, trouxe ao público um pouco de seu conhecimento na palestra – A Emoção da Iluminação Cênica na Arquitetura –. “As pessoas dizem que há uma diferença muito grande entre a iluminação artística/cênica e a iluminação na arquitetura, mas mostrei que a base que temos é igual, o que muda são apenas os equipamentos. O ser humano, emotivamente falando, é igual em todas as áreas, então a diferença é que na iluminação artística proporcionamos várias emoções no espaço de tempo do espetáculo, enquanto que na arquitetura isso irá permanecer por um tempo muito maior”.

As pessoas dizem que há uma diferença muito grande entre a iluminação artística/cênica e a iluminação na arquitetura, mas mostrei que a base que temos é igual.

Alessandro Azuos

Profissional em Iluminação Cênica, desde 1999

Vi nos olhos das pessoas uma curiosidade incrível de saber como é que isso funciona e de como aplicar esse conceito nos seus projetos. O conhecimento sobre iluminação integrativa pode provocar um salto qualitativo imenso no mercado.

Ruy Soares

Lighting designer, professor e pesquisador

Mostrei ao público a importância de se controlar ou de não se ter luz azul à noite porque a nossa retina tem fotorreceptores que enxergam essa luz e a transmite direto para a parte de baixo do nosso cérebro.

Regina P. Markus

Professora emérita do Inst. Biociência e Instituto de Estudos Avançados da USP

luz azul cria uma disfunção cronobiótica”.

O terceiro dia do SimpoLED teve início com a palestra de Regina P. Markus, professora emérita do Inst. Biociência e Instituto de Estudos Avançados da USP, sobre o impacto da luz ambiental nos processos de defesa dos seres vivos: “Mostrei ao público a importância de se controlar ou de não se ter luz azul à noite porque a nossa retina tem fotorreceptores que enxergam essa luz e a transmite direto para a parte de baixo do nosso cérebro, que controla pressão, coração, respiração, as partes sexuais, todo o controle endócrino e o controle da produção de melatonina e do relógio biológico. É importante saber que essa

Seguindo o tema de Luz e Saúde apresentado na primeira palestra, o lighting designer, professor e pesquisador Ruy Soares mostrou como aplicar na prática o conceito de Luz Integrativa: “A iluminação integrativa é um conceito trazido pela Comissão Internacional de Iluminação que considera a luz como um estímulo visual e não visual, ou seja, psicológico e biológico também. Então, ela afeta o indivíduo em todos os seus aspectos em termos de regulação de saúde, de bem-estar psicológico, biológico e hormonal, no estado de humor, etc. Vi nos olhos das pessoas uma curiosidade incrível de saber como é que isso funciona e de como aplicar esse conceito nos seus projetos. O conhecimento sobre iluminação integrativa pode provocar um salto qualitativo imenso no mercado”.

A lighting designer Neide Senzi, titular do Senzi Consultoria Luminotécnica, também navegou pelo universo da iluminação saudável na palestra – A Luz Saudável em

Apresentamos a influência da luz em ambientes de saúde, onde promovemos os projetos de iluminação dentro da expectativa de criar reações emocionais junto ao paciente, à equipe médica e aos enfermeiros.

Neide Senzi

Dia 19 de setembro

Passei a minha visão, a minha experiência, no sentido de inspirar ou indicar algum norte para as pessoas desenvolverem o seu próprio projeto, porque processo criativo é algo que cada pessoa vai ter o seu.

Lighting designer titular do Castilha Iluminação

... as pessoas, às vezes, dentro de uma área de pesquisa ou de atuação, ficam muito mais preocupadas com as questões técnicas e se esquecem das questões estéticas ou as tratam apenas como algo belo.

Ambientes de Saúde –. “Apresentamos a influência da luz em ambientes de saúde, onde promovemos os projetos de iluminação dentro da expectativa de criar reações emocionais junto ao paciente, à equipe médica e aos enfermeiros. É muito importante criar a nova versão da arquitetura hospitalar para que o ambiente seja mais atrativo, confortável e relaxante”.

O processo de criação no lighting design arquitetural foi o tema da apresentação de Marcos Castilha, lighting designer titular do Castilha Iluminação: “Fiz uma palestra sobre o processo criativo aplicado ao projeto de iluminação arquitetural. Mostrei a questão dos antecedentes, da importância da criação de repertório, de você saber pesquisar, saber observar, e depois de como inserir essa bagagem num processo de projeto para poder identificar e criar os diferentes espaços. Passei a minha visão, a minha experiência, no sentido de inspirar ou indicar algum norte para as pessoas desenvolverem o seu próprio projeto, porque processo criativo é algo que cada pessoa vai ter o seu”.

Valmir Perez, lighting designer responsável pelo Laboratório de Iluminação da Unicamp por 32 anos, trouxe um pouco de seu vasto conhecimento no mundo das artes ao apontar a importância do conhecimento estético nos projetos de iluminação: “Achei importante apresentar esse tema porque as pessoas, às vezes, dentro de uma área de pesquisa ou de atuação, ficam muito mais preocupadas com as questões técnicas e se esquecem das questões estéticas ou as tratam apenas como algo belo, mas um belo sem qualquer fundamento. Nós temos uma história muito bonita do pensamento estético, que vem desde os pré-socráticos até hoje”.

Basicamente falei sobre as novas tendências em termos de eficiência energética e confiabilidade dos LEDs para que a gente possa produzir produtos mais duradouros e com mais qualidade. Huéliquis Fernandes

Apresentei a forma que a gente conceitua iluminação dentro do nosso escritório, trazendo uma linguagem da iluminação cênica para a arquitetura.

Carina Tavares

Sócia-titular do escritório A2 Lighting Design

Trouxe um tema voltado à conexão da natureza com o ambiente construído, mas não de forma romântica, quis mostrar a iluminação de forma mais natural.

Veridiana Scalco

Lighting designer sócia-titular do Janelalab

Quem fechou o terceiro dia de apresentações foi Huéliquis Fernandes, representante da AMS-Osram no Brasil através da Alliance Rep, que trouxe o tema da eficiência energética em iluminação na atualidade e no futuro: “Basicamente falei sobre as novas tendências em termos de eficiência energética e confiabilidade dos LEDs para que a gente possa produzir produtos mais duradouros e com mais qualidade. Acho que a maior importância do SimpoLED dentro do Expolux é conscientizar os clientes sobre as novidades em termos de tecnologia e tendências de mercado”.

Dia 20 de setembro

A lighting designer Veridiana Scalco, sócia-titular do Janelalab, abriu o último dia do SimpoLED com a palestra que abordou a conexão da natureza com o ambiente construído: “O conteúdo que apresentei tem muito a ver com a minha história de vida na área de iluminação. Trouxe um tema voltado à conexão da natureza com o ambiente construído, mas não de forma romântica, quis mostrar a iluminação de forma mais natural, até porque os fabricantes estão cada vez mais trazendo elementos da iluminação natural em seus produtos, como a variação da temperatura de cor ao longo do dia, em função do ritmo circadiano”.

Luz em Foco: A Protagonista Invisível na Iluminação Arquitetônica–, foi o título da palestra da lighting designer Carina Tavares, sócia-titular do escritório A2

Lighting Design: “Apresentei a forma que a gente conceitua iluminação dentro do nosso escritório, trazendo uma linguagem da iluminação cênica para a arquitetura. No caso, a gente faz roteiros de iluminação antes de criar o desenho de luz”.

Daniel Feldman, Doutor e Mestre em Arquitetura e professor de iluminação, trouxe aos espectadores o tema reprodução de cor: “É sempre importante a gente ser democrático no debate da iluminação. Tratei sobre essa parte mais subjetiva da luz, mas que também é técnica, a reprodução de cor. Mostrei

Tratei sobre essa parte mais subjetiva da luz, mas que também é técnica, a reprodução de cor. Mostrei algo que aprendemos em determinados cursos e até na maioria dos livros de forma mais simplificada, mas com um pouquinho a mais, uma página 2, uma página 3, para debatermos essas possibilidades.

Daniel Feldman

Doutor e Mestre em Arquitetura e professor de iluminação

algo que aprendemos em determinados cursos e até na maioria dos livros de forma mais simplificada, mas com um pouquinho a mais, uma página 2, uma página 3, para debatermos essas possibilidades”.

A penúltima apresentação do dia ficou a cargo da dupla Paulo Scarazatto, professor associado da FAU-USP, e Jaqueliny Alves, arquiteta e urbanista mestranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP na área de Tecnologia da Arquitetura e linha de pesquisa Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Ergonomia, que falaram das normas técnicas de iluminação como oportunidades de negócios. “Evento é uma feira onde acontecem negócios, então nada melhor do que apresentar as normas técnicas como uma possibilidade de negócios, principalmente tendo em vista que nós temos pouquíssimas normas para o segmento de iluminação no Brasil, quando comparado à Europa e aos Estados Unidos. Então temos todo um mundo pela frente ainda”, disse Paulo. “Acredito que o conteúdo vai contribuir para a conscientização das normas técnicas na área de iluminação e também para a indústria dar um salto na qualidade em seus produtos”, complementou Jaqueliny.

A edição de 2024 do SimpoLED foi encerrada com a palestra – Protocolos para Controle de Luminárias e Estraté-

Acredito que o conteúdo vai contribuir para a conscientização das normas técnicas na área de iluminação e também para a indústria dar um salto na qualidade em seus produtos. Jaqueliny Alves Arquiteta e urbanista mestranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP na área de Tecnologia da Arquitetura e linha de pesquisa Conforto Ambiental

Evento é uma feira onde acontecem negócios, então nada melhor do que apresentar as normas técnicas como uma possibilidade de negócios.

gias de Controle e Gerenciamento –, ministrada por Ricardo Honório, especialista em controle de iluminação residencial e comercial, com ênfase em eficiência energética: “Fiz um resumo muito rápido onde o headline principal era sobre protocolos de controle de iluminação e dimerização, e também as estratégias de economia de energia. Navegamos em cima da parte técnica, de quais os tipos de protocolo, quais os tipos de comunicação que você tem entre um dispositivo de automação e o driver de uma luminária. Uma vez que você aprendeu essa parte técnica, você aplica isso em estratégia de economia de energia, que é o que nós fazemos no dia a dia”.

Fiz um resumo muito rápido onde o headline principal era sobre protocolos de controle de iluminação e dimerização, e também as estratégias de economia de energia. Navegamos em cima da parte técnica, de quais os tipos de protocolo, quais os tipos de comunicação que você tem entre um dispositivo de automação e o driver de uma luminária.

Ricardo Honório

Especialista em controle de iluminação residencial e comercial, com ênfase em eficiência energética

Investment Center

Iluminação integrativa proporciona ambientes acolhedores, aconchegantes e agradáveis no espaço conceito e de investimentos do Itaú Personnalité

em novembro de 2023, o itaú personnalité inaugurou no bairro cambuí, em campinas (sp), a terceira unidade – sendo a primeira fora de uma capital – do Investment Center, espaço conceito e de investimentos dedicado a oferecer assessorias personalizadas de investimentos e promover experiências que vão além do âmbito financeiro.

O projeto de iluminação desta unidade do Investment Center ficou a cargo da consultora e lighting designer Juliana Iwashita, titular da Exper Soluções Luminotécnicas, que buscou criar ambientes acolhedores, aconchegantes e agradáveis por meio da luz quente (2700K e 3000K), e teve grande preocupação ambiental.

“Esse projeto teve um conceito muito forte relacionado a eficiência energética e sustentabilidade, com a utilização de luminárias especialmente desenvolvidas para aplicação da iluminação integrativa e uso de sistemas de controles, como sensores de vacância, luminosidade e presença. Pudemos também especificar produtos produzidos com materiais reciclados, contribuindo com a logística reversa de materiais, tal qual o plástico, aplicando na prática conceitos de sustentabilidade que defendemos em nossos valores”, disse Juliana.

Ainda de acordo com a lighting designer, outro ponto de atenção do projeto foi o bem-estar dos usuários e colaboradores: “Em alguns espaços, como a sala dos consultores, utilizamos os conceitos da iluminação integrativa para que a luz artificial pudesse simular a iluminação natural, variando a temperatura de cor durante o dia de forma automática. Esse é um projeto piloto, onde temos a intenção inclusive de realizar pesquisas com os colaboradores para entender o impacto da iluminação integrativa no cotidiano da agência”.

Logo ao entrar no Investment Center, o cliente se depara com um grande lounge com sofás, poltronas e um café. “Essa é uma área de estar onde os clientes são recebidos pelos consultores e o conceito era que fosse aconchegante e confortável, então a iluminação precisava seguir essa ideia”, explicou Juliana. O ponto visual de maior destaque deste lounge é um forro recuado chamado de “forro água”. “Esse elemento da arquitetura é bastante diferenciado. Trata-se de um forro espelhado que simula o reflexo da água em movimento. Para valorizá-lo com luz indireta, trabalhamos com uma sanca em todo o seu perímetro com perfis de LED de 20W/m. Também foi desenvolvido um sistema linear tensionado de 60W que aplicamos sequencialmente, de uma ponta a outra do elemento, para difundir a iluminação indireta e proporcionar um ambiente mais intimista. Foi um grande desa-

Lounge
Demian Golovaty

fio iluminar esse ‘forro água’ porque ele é um elemento altamente reflexivo. Fizemos vários mockups para ver o resultado do efeito da iluminação e para que os pontos de LED não ficassem marcados. A ideia era criar um efeito de iluminação diferenciado para simular a água em movimento, mas que não fosse ofuscante”, detalhou a lighting designer.

Para atingir os níveis de iluminamento exigidos por norma nas áreas de trabalho, a opção foi por embutidos circulares no teto, de 19W. Já para a área do café, Juliana lançou mão de um trilho eletrificado sobreposto no forro com spots de 10W/40º. “Para iluminação decorativa, utilizamos lâmpadas de filamento de 2,5W a 2500K, acima do balcão”.

Salas de reuniões e outback

Todas as salas de reuniões receberam embutidos circulares no teto de 19W para luz geral e para iluminação de tarefa, além de pendentes sobre as mesas. “Na sala

de conferência, utilizamos um pendente linear de facho direto e indireto, de 130W, especialmente desenvolvido com sistema tunable white, para a criação de cenas e também para que a luz artificial simulasse a luz do dia com variação de temperatura de cor. Essa sala também possui sensor de vacância. Então, depois de três minutos que a sala é desocupada, todas as luzes se apagam”, contou a lighting designer.

Há, ainda, uma pequena sala de reuniões aberta e mais informal chamada de Outback. “Nesse espaço, há luminárias com perfis de LED embutidas no mobiliário acima de cada banco, além de um pendente central de 20W sobre a mesa para garantir os 500 lux no plano de trabalho”, disse Juliana.

Circulações e banheiros

Nas circulações do lounge e onde estão posicionados os totens de auto atendimento, a iluminação se dá por embutidos

Luminárias de LED de 29W sobrepostas entre os vãos das ripas de madeira que compõem o forro iluminam as circulações sem deixar a fonte de luz visível.

Dois pendentes lineares de facho direto e indireto, de 130W e tunable white, simulam a iluminação natural na sala dos consultores. Para valorização dos planos verticais, a opção foi por trilhos eletrificados sobrepostos no forro com spots de 10W/40º.

circulares de 19W. Já nos corredores de acesso às salas de reuniões, a lighting designer aproveitou os vãos entre as ripas de madeira que compõem o forro para sobrepor luminárias de LED de 29W: “Essa foi uma forma de as fontes de luz não ficarem visíveis. Os usuários percebem apenas a luz saindo entre as ripas de madeira para iluminar os caminhos”.

O hall dos banheiros tem uma solução bastante diferenciada, seguindo o conceito de toda a agência. “Criamos uma grande luminária no forro com tela tensionada retroiluminada por fitas de LED de 5W/m para proporcionar uma sensação agradável aos usuários”, afirmou Juliana. Há, ainda, acima das cubas, uma sanca com lâmpadas tubulares LED T8 de 18W. Essa solução se repete dentro dos sanitários, que também contam com embutidos circulares de 19W, arandelas decorativas e sensores de presença.

Sala dos consultores

A sala dos consultores é um espaço de trabalho destinado apenas aos colaboradores da empresa, sem acesso dos clientes. Sobre os dois mesões que abrigam as estações de trabalho foram aplicados dois pendentes lineares de facho direto e indireto, de 130W e tunable white. “Conseguimos controlar tanto a iluminação direta quanto a indireta para simular a iluminação natural. Também deixamos algumas cenas já pré-definidas no sistema de controle”, lembrou a lighting designer. Para valorização dos planos verticais, como o armário com a impressora, a opção foi por trilhos eletrificados sobrepostos no forro com spots de 10W/40º.

Área externa

A área externa é um espaço para a realização de eventos que conta com

Demian
Golovaty

um pequeno bar e teto retrátil em vidro. “Como esse ambiente conta com muita iluminação natural, aproveitamos as colunas metálicas de sustentação do teto retrátil para sobrepor luminárias especialmente desenvolvidas para esta agência.

Utilizamos o conceito da iluminação integrativa, além de sensores de luminosidade, de forma a ter a possibilidade de variação da intensidade e tonalidade da cor da luz. A ideia é que quando a iluminação natural for suficiente, a iluminação artificial não fique ligada 100%. Como essa área pode ficar aberta, também tivemos a preocupação de ter um produto com IP adequado no caso de chuvas”, detalhou Juliana. Completam a iluminação do espaço, pendentes produzidos com corda náutica de diversos tamanhos, e embutidos de solo de 24W para destaque do paisagismo.

O edifício que abriga o Investment Center fica em uma esquina e, para valorizar esse entroncamento, a arquitetura projetou um grande elemento com cobogós. “Esse é o grande destaque da fachada, por essa razão, instalamos projetores lineares de 18W na parte de dentro, tanto no topo quanto na base, para que pessoas na rua vissem esse elemento iluminado”, contou a lighting designer. Completam a solução de iluminação, embutidos de solo de 24W valorizando o paisagismo que cerca o edifício.

Juliana finaliza afirmando que foi muito gratificante realizar um projeto com tantas soluções relevantes dentro do mundo da iluminação: “Tivemos muitas preocupações especiais nessa agência, como proporcionar ambientes acolhedores e

Para a sala de conferência foi desenvolvida uma luminária de facho direto e indireto, de 130W, com sistema tunable white, para a criação de cenas e também para que a luz artificial simulasse a luz do dia. À direita, hall dos banheiros com uma grande luminária no forro com tela tensionada retroiluminada por fitas de LED de 5W/m. À direita e abaixo, sala de reuniões aberta e mais informal chamada de Outback com perfis de LED embutidos no mobiliário acima de cada banco, além de um pendente central de 20W sobre a mesa.

Fachada

receptivos por meio da luz quente e da luz dinâmica; utilizar luminárias com controle de ofuscamento; e desenvolver soluções customizadas com fornecedores parceiros. Foi uma enorme satisfação ter participado da concepção de um novo conceito de agência com a possibilidade de desenvolver e comissionar novas tecnologias de sistemas de iluminação que viabilizam espaços mais eficientes, sustentáveis e alinhados ao bem estar dos ocupantes.”

Projeto de iluminação e comissionamento: Juliana Iwashita/ Exper Soluções Luminotécnicas

Projeto de arquitetura:

Ficha técnica
Santa Cruz Arquitetura
Luminárias: Ledvance e Omega Light
Telas tensionadas: Tensoflex
Sistemas de controle: Osram

Lighting for Seniors

Iluminação adaptativa para a longevidade

com o aumento expressivo da expectativa de vida em todo o mundo, cresce a preocupação com as necessidades específicas da população de maior idade cronológica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos vai dobrar em relação ao ano de 2020, atingindo cerca de 2 bilhões de indivíduos (Figura 1). Esse cenário traz desafios importantes para arquitetos e designers, que precisam repensar os ambientes, levando em conta os declínios cognitivos, sensoriais e funcionais que acompanham o envelhecimento. Dentro desse contexto, surge o conceito de Lighting for Seniors, que se refere à iluminação adaptativa projetada para atender as necessidades de pessoas que estão envelhecendo. Mais do que apenas fornecer luz, a ideia é utilizar a iluminação como uma ferramenta para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.

Com o envelhecimento da população, a adaptação dos ambientes se torna essencial para garantir a autonomia e a segurança dos usuários. Mudanças fisiológicas, como a redução da acuidade visual e maior sensibilidade ao ofuscamento, afetam diretamente a maneira como as pessoas interagem com seus ambientes. John P. Eberhard, especialista em neurociência aplicada à arquitetura e autor do livro Brain Landscape: The Coexistence of Neuroscience and Architecture, ressalta que essas mudanças na visão exigem ajustes específicos nos ambientes, especialmente no que diz respeito à iluminação (EBERHARD, 2009), pois a redução do diâmetro pupilar (Figura 2), o amarelecimento de estruturas do olho e a diminuição da transmitância de luz (Figura 3) faz com que, por exemplo, pessoas com 65 anos de idade necessitem três vezes mais luz que jovens de 20 anos. Segundo ele, níveis mais elevados de luz com contraste

Figura 1

Número mundial de pessoas com 60 anos ou mais.

Fonte: Nações Unidas (UN DESA)

adequado podem promover maior interação social, incluindo maior adesão aos horários das refeições, além de compensar limitações cognitivas e sensoriais e criar ambientes mais seguros e acessíveis.

Além disso, o conceito de Aging-in-Place, que defende a ideia de que as pessoas devem habitar ambientes que se adequem às suas reais necessidades, não apenas físicas, destaca a necessidade de adaptar residências com soluções como a iluminação adaptativa. Segundo Noell-Waggoner (2017, p. 847), a iluminação para idosos deve considerar, além do aumento da intensidade de luz, a melhoria de contrastes (como a marcação de degraus das escadas), sistemas de iluminação difusa e/ou a minimização de ofuscamento (idosos são mais sensíveis ao brilho excessivo e ao ofuscamento), temperatura de cor entre 2700K e 3000K (próximas à luz da lâmpada incandescente), iluminação para os ritmos circadianos (luzes mais “frias” e intensas durante a manhã e mais “quentes” e suaves à noite), sistemas de controle fáceis de usar (para adaptar a luz às necessidades e atividades individuais), eliminação de sombreamentos (luz bem distribuída, com luz adicional para áreas de trabalho), segurança e orientação (luzes de balizamento e orientação em corredores e banheiros).

Uma pesquisa conduzida por Peter Boyce (2013), publicada no Journal of Lighting Research & Technology, mostra que

a implementação de sistemas de iluminação ajustáveis em lares pode reduzir significativamente o risco de quedas e melhorar a mobilidade. Boyce é um respeitado pesquisador na área de iluminação, e sua pesquisa fornece evidências importantes sobre como a iluminação adaptativa pode impactar positivamente a segurança e o bem-estar de pessoas com mais idade em seus ambientes domésticos (BOYCE et al., 2013).

A iluminação passa a ser não apenas uma questão de funcionalidade visual; ela tem um impacto significativo na saúde e na qualidade de vida, especialmente no que diz respeito aos ritmos circadianos — ciclos biológicos de aproximadamente 24 horas que influenciam os padrões de sono, vigília e outros processos neurofisiológicos, neurocomportamentais e metabólicos, já que o estímulo fótico é conduzido, por diversas vias neurais, para diversas partes do cérebro, estimulando e modulando o sistema formador de imagens e o sistema não formador de imagens (Figura 4). Mariana Figueiro, pesquisadora do Light and Health Research Center da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova Iorque, e uma das principais especialistas em como a luz afeta a saúde humana, destaca que a exposição inadequada à luz pode desregular o ciclo de sono-vigília, o que é particularmente preocupante para pessoas com mais idade, já que estas apresentam uma menor sensibilidade à luz (FIGUEIRO, 2020). Figueiro argumenta que a iluminação adequada durante o dia, com níveis de luz que imitem a luz solar natural, ajuda a regular os ritmos circadianos, promovendo melhores padrões de sono e, consequentemente, maior bem-estar.

Em concordância com o tema, o conceito de Human-Centric Lighting (HCL), ou iluminação centrada no ser humano, que antecede a definição de Iluminação Integrativa da Comissão Internacional de Iluminação e que pode ser utilizado com significado semelhante, também tem ga-

nhado popularidade no campo da arquitetura e do design. Esse conceito sugere que a iluminação deve ser pensada para além das tarefas visuais, focando também em apoiar o bem-estar físico e mental dos usuários. Figueiro (2020) demonstra que a iluminação que simula as variações da luz natural — com alterações na intensidade e temperatura de cor ao longo do dia — pode beneficiar pessoas mais velhas, promovendo a saúde geral e ajudando a manter um ritmo circadiano saudável. A pesquisa de Figueiro tem sido fundamental para mostrar como a luz pode ser usada de forma terapêutica, especialmente para idosos.

As evidências apontam que a iluminação afeta não apenas a visão, mas também o humor, a cognição e até mesmo o controle de doenças crônicas. Robert J. Lucas, neurocientista e coautor de uma revisão sobre os efeitos da luz na saúde, publicada na Nature Reviews Neuroscience, destaca que a exposição adequada à luz pode ajudar a prevenir distúrbios como depressão e ansiedade, que são comuns entre idosos (LUCAS et al., 2020). Ele ressalta que a luz tem um papel importante na manutenção de uma função cognitiva saudável e que sua aplicação adequada nos ambientes pode trazer benefícios significativos à saúde mental.

Sobre este aspecto, e numa perspectiva ainda mais ampla, o conceito de Design Salutogênico, proposto por Aaron Antonovsky, aplica-se ao design de ambientes que promovam a saúde,

em vez de apenas evitarem doenças. No campo da iluminação, isso significa projetar espaços onde a luz desempenha um papel ativo na promoção da saúde e do bem-estar. Antonovsky, conhecido por sua teoria da “salutogênese”, argumentava que ambientes construídos podem ajudar a reduzir o estresse e promover um senso de coerência — essencial para a saúde mental e física (ANTONOVSKY, 1979). Aplicado à iluminação, o design salutogênico cria ambientes que, por meio da luz, favorecem o bem-estar e a recuperação, além de prevenir condições como distúrbios do sono e problemas emocionais.

Vê-se, portanto, que o conceito de Lighting for Seniors não se limita à adequação técnica de níveis de luz, mas reconhece a iluminação como um fator central para o bem-estar e a saúde ao longo do envelhecimento. Arquitetos e designers são chamados a criar soluções que não apenas iluminem, mas transformem os ambientes em locais onde o envelhecer seja mais confortável, seguro e saudável, atendendo às necessidades físicas e emocionais dos idosos. À medida que o corpo humano envelhece, uma série de mudanças fisiológicas ocorre no sistema visual, impactando a maneira como percebemos a luz e os ambientes ao nosso redor. Essas mudanças são particularmente críticas para idosos, afetando sua capacidade de realizar tarefas cotidianas, assim como seu bem-estar geral. A compreensão dessas transformações é essencial para o desenvolvimento de soluções de iluminação adaptativas que ofereçam segurança

Figura 2

Olho de uma pessoa de 24 (à esquerda) e de 66 anos de idade (à direita) nas mesmas condições de luz, mostrando a diferença do diâmetro pupilar. Fonte: Livro Interior Lighting (Van-Bommel)

e conforto à medida que os desafios visuais aumentam.

Mudanças anatômicas e funcionais ocorrem no olho com o envelhecimento. Vários autores, como Wout Van Bommel, 2019, mencionam inúmeros fatores, tais quais redução da transmitância de luz por amarelecimento e opacidade das estruturas do olho (dificuldade de enxergar com pouca luz, especialmente tons de azul); diminuição do diâmetro pupilar (menor adaptação a mudanças na iluminação, especialmente de um ambiente claro para um ambiente escuro); aumento da sensibilidade a ofuscamento (por aumento da dispersão de luz dentro do olho); alterações na retina (menor densidade de fotorreceptores ou degeneração macular); diminuição de sensibilidade a contrastes (dificuldade de dirigir à noite); e adaptação mais lenta ao escuro. De acordo com o autor em seu livro Interior Lighting: Fundamentals, Technology and Application, uma pessoa de 60 anos pode precisar de duas a três vezes mais luz para realizar as mesmas tarefas visuais que um jovem de 25 anos.

O especialista em iluminação, Peter Boyce, também discute esses efeitos em seu livro Human Factors in Lighting (2014). Boyce destaca que o aumento da intensidade de luz em ambientes habitacionais e públicos pode ajudar a compensar essa perda de sensibilidade. Ele sugere que a adaptação de sistemas de iluminação para permitir ajustes de intensidade e a incorporação de mais fontes de luz indireta pode melhorar significativamente a funcionalidade e o conforto visual de idosos.

Com o passar dos anos, ocorre no sistema visual a diminuição da percepção de cores e contrastes. O cristalino amarelado dificulta a distinção de tons semelhantes, como azuis e verdes, e torna a visão em ambientes com pouca variação de contraste desafiadora. O pesquisador Paul Knox, em seu estudo sobre visão no envelhecimento, publicado no British Journal of Ophthalmology (2013), aponta que essa

mudança é causada pelo acúmulo de pigmentos no cristalino e pela diminuição da sensibilidade dos cones na retina, responsáveis pela percepção de cores.

Conforme mencionamos, o envelhecimento do olho também aumenta a sensibilidade ao ofuscamento. A pupila do idoso tem mais dificuldade em se adaptar a mudanças rápidas de luminosidade, tornando a transição entre ambientes com diferentes níveis de luz mais desconfortável. Segundo os estudos de Boyce (2014), essa dificuldade pode aumentar o risco de acidentes, especialmente em locais onde há transição frequente entre áreas internas e externas. Para mitigar esses problemas, ele sugere o uso de luminárias que proporcionem luz difusa e menos direta, reduzindo o impacto ao ofuscamento.

Em adição, como citado, a iluminação tem um papel fundamental na regulação dos ritmos circadianos. Com o envelhecimento, a sensibilidade à luz que regula esses ritmos diminui. Russell Foster, neurocientista e pesquisador do sono da Universidade de Oxford, ressalta em sua obra Circadian Rhythms: A Very Short Introduction (2017) que a exposição inadequada à luz natural durante o dia pode desregular esses ritmos, especialmente em idosos, levando a distúrbios do sono como insônia e sonolência diurna, alterações de processos fisiológicos como temperatura corporal e metabolismo e memória prejudicadas. A exposição insuficiente à luz natural também pode contribuir para sintomas depressivos, especialmente no inverno. Foster, conhecido por suas contribuições ao estudo dos ritmos biológicos, explica que a exposição à luz rica em azul — comum durante as primeiras horas da manhã — é essencial para a sincronização do ciclo circadiano. Em idosos, essa sensibilidade reduzida pode resultar em sono fragmentado e alterações de humor. Portanto, Foster recomenda que essas pessoas sejam expostas a níveis mais altos de luz durante o dia (especialmente

nas primeiras horas da manhã) e a uma iluminação mais suave e quente à noite, para ajudar a regular esses ritmos.

Segundo Mariëlle P. J. Aarts, do Departamento de Ambiente Construído da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, uma maior exposição à luz natural de alta intensidade durante o dia melhora a eficiência do sono na noite seguinte, especialmente no verão (Aarts et al. 2018). Algumas intervenções sugeridas no estudo visam melhorar o ritmo sono-vigília e reduzir a necessidade de cochilos diurnos, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável para os idosos, e incluem aumentar a exposição à luz natural (mais tempo ao ar livre com iluminância >1000 lux); projetar instalações para idosos com janelas maiores e melhor acesso à luz natural; informar os idosos e cuidadores sobre os benefícios da exposição à luz natural; evitar o uso inadequado de óculos de sol (que podem limitar a quantidade de luz que alcança a retina); e considerar iluminação elétrica apropriada (quando a luz natural é limitada, como no inverno), utilizar iluminação elétrica que imite as propriedades espectrais e de intensidade da luz natural).

Portanto, as mudanças fisiológicas que ocorrem no processo de envelhecimento têm um impacto direto na percepção visual e na necessidade de ajustes na iluminação. Ao mesmo tempo, a iluminação adequada desempenha um papel crucial na regulação dos ritmos circadianos, influenciando a saúde e o bem-estar de idosos. A implementação de soluções de iluminação adaptativa, que considerem essas questões, é fundamental para criar ambientes mais confortáveis, seguros e saudáveis. Nesse aspecto, a iluminação adaptativa é uma abordagem que utiliza tecnologias avançadas para ajustar a intensidade, temperatura de cor (espectro) e distribuição de luz, de forma a otimizar o bem-estar e a funcionalidade dos usuários ao longo das diferentes fases da vida. Essa técnica é especialmente relevante para

populações mais velhas, cujas necessidades visuais mudam com o tempo, e para qualquer pessoa que se beneficie de ambientes que promovam a saúde, bem-estar e produtividade.

O conceito de iluminação ajustável se refere à capacidade de adaptar a intensidade e o espectro de acordo com as necessidades dos usuários e com as condições do ambiente. Pesquisas mostram que essa capacidade de ajuste é fundamental para garantir o conforto e a segurança, especialmente para idosos. Rea (2010), em seu estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, enfatiza que a iluminação ajustável pode ajudar a mitigar problemas visuais decorrentes do envelhecimento, como a redução da sensibilidade à luz e a dificuldade em distinguir cores. À medida que envelhecemos, a necessidade de luz aumenta, e os sistemas de iluminação que permitem ajustes dinâmicos são fundamentais. Esses sistemas ajudam a compensar a perda de sensibilidade visual causada por condições como catarata e degeneração macular. Os ambientes que oferecem maior controle sobre a luz proporcionam uma melhor visibilidade e uma maior sensação de conforto e autonomia. Diante do exposto, e compreendendo que todos esses aspectos da iluminação fazem parte do conceito de Design Salutogênico, temos estudos conduzidos por Ulrich et al. (2008), publicados no Health Environments Research & Design Journal,

Figura 3
Transmitância de luz do olho humano de um indivíduo de 50, 65 e 80 anos de idade em comparação a outro de 25 anos de idade. Fonte: Livro Interior Lighting (Van-Bommel)

mostrando que a iluminação adequada em ambientes de saúde pode reduzir erros médicos e demais falhas operacionais; melhorar a qualidade do sono dos pacientes (auxiliando na sua recuperação); diminuir sintomas de estresse e depressão (tanto dos pacientes quanto de funcionários); aumentar o conforto e a satisfação dos pacientes e contribuir para o aumento da eficiência no trabalho e maior satisfação entre os profissionais de saúde. A luz natural, por sua vez, é uma componente-chave do design salutogênico, mas quando isso não é possível, sistemas de iluminação elétrica que imitam os ciclos de luz natural podem desempenhar um papel semelhante. De igual forma, sistemas de iluminação automatizados, equipados com sensores de luz natural, movimento e ocupação, estão se tornando uma parte essencial do design de iluminação adaptativa. Esses sistemas ajustam automaticamente a iluminação de acordo com as mudanças nas condições do ambiente e nas necessidades dos usuários. Boyce (2014), em seu livro Human Factors in Lighting, argumenta que os sistemas automatizados de iluminação otimizam a eficiência energética e proporcionam um conforto visual constante, adaptando-se às mudanças na luz natural ao longo do dia e às necessidades humanas.

Em lares de idosos e ambientes de saúde, os sistemas responsivos oferecem segurança adicional, como o aumento da iluminação durante a noite para reduzir o risco de quedas. A pesquisa de Veitch e Galasiu (2012), publicada no Journal of Environmental Psychology, sugere que os controles de iluminação natural ou elétrica ajudam a melhorar a satisfação dos usuários, criando ambientes que respondem rapidamente às suas necessidades e preferências, sem a necessidade de intervenção manual, aumentando o conforto visual, ajustando a luz para as necessidades individuais, e acrescentando a eficiência energética. Este é um cenário que acaba, também, por envolver o design

das luminárias, o qual também desempenha um papel fundamental na criação de ambientes seguros e confortáveis. Luminárias que minimizam o ofuscamento e distribuem a luz de forma homogênea são essenciais, especialmente em ambientes destinados a idosos ou pessoas com necessidades visuais específicas. Borisuit et al., (2015), em sua pesquisa publicada no Lighting Research & Technology, demonstram que luminárias projetadas para distribuir a luz de maneira difusa e uniforme podem reduzir o cansaço visual e melhorar o conforto.

A opção por materiais que controlem o reflexo excessivo e a escolha cuidadosa da localização das luminárias são fatores capazes de prevenir sombras indesejadas e áreas mal iluminadas, que podem causar acidentes ou desconforto. Projetos de iluminação que consideram esses aspectos são especialmente importantes em ambientes de trabalho, hospitais e residências para idosos. Portanto, a iluminação adaptativa é uma importante ferramenta na concepção de espaços mais acessíveis, inclusivos, seguros e acolhedores, especialmente para a população idosa. Ela pode ser implementada em diversos contextos, como residências, ambientes de saúde e espaços públicos, visando a promoção do bem-estar e da autonomia. A compreensão de todo esse contexto traz à tona o conceito de Gero-Design, que é o design baseado nos princípios da gerontologia, ciência que estuda o envelhecimento e suas implicações biológicas, psicológicas e sociais. O Gero-Design foca na criação de ambientes e produtos que atendam às necessidades específicas de pessoas idosas, promovendo segurança, conforto, acessibilidade e autonomia, tendo também ênfase no Aging-in-Place, ou seja, envelhecer no próprio lar com segurança e conforto. O Gero-Design utiliza soluções de design que permitem que as pessoas continuem vivendo de forma independente, minimizando os riscos e facilitando as atividades diárias.

A iluminação adaptativa, nesse contexto, é essencial para aumentar a segurança e a autonomia. Estudos mostram que a falta de luz adequada em ambientes domésticos, especialmente para deslocamento noturno, aumenta significativamente o risco de quedas entre idosos, que já enfrentam dificuldades visuais relacionadas ao envelhecimento, como a redução da sensibilidade à luz e a dificuldade de adaptação a mudanças bruscas de luminosidade. Pynoos (2012), especialista em envelhecimento e adaptação de ambientes, argumenta que a aplicação de iluminação ajustável em residências, especialmente em áreas de risco, como corredores, cozinhas e banheiros, pode reduzir consideravelmente esses perigos (PYNOOS et al., 2012).

Já em ambientes hospitalares e lares de idosos, a iluminação adaptativa tem sido usada para melhorar o bem-estar físico e mental dos residentes e pacientes. Mariana Figueiro mostra que a iluminação adaptativa para idosos deve ser projetada para promover um estímulo circadiano robusto (estímulo Circadiano - CS) de 0,3 ou mais durante o dia e menos de 0,1 à noite; luminárias pessoais com emissão de luz azul (450 a 470nm) durante o dia nos ambientes de convívio; redução de reflexos e ofuscamento; e criar ambientes com sombras suaves, iluminâncias equilibradas e elevado IRC. Tais medidas podem melhorar significativamente a qualidade do sono, o humor e a cognição dos idosos (FIGUEIRO; KALES, 2021).

Em ambientes internos para idosos, a exposição adequada à luz durante o dia pode manter os residentes mais alertas e ativos, enquanto a redução gradual da intensidade da luz à noite contribui para um sono mais tranquilo. Em áreas comuns, como salas de estar e refeitórios, a iluminação regulada promove uma atmosfera mais social e envolvente durante o dia, ao passo que a iluminação nos quartos é ajustada para proporcionar uma transição mais suave para o período noturno.

Vários hospitais já adotam sistemas de iluminação adaptativa em unidades de terapia intensiva (UTI) para melhorar a recuperação de pacientes, principalmente idosos. Estudos como o de Bernhofer (2014), publicado no Journal of Clinical Nursing, mostram que pacientes expostos a iluminação regulada de acordo com os ritmos biológicos apresentaram menos sintomas de delírio e tiveram uma recuperação mais rápida, destacando a importância da luz na saúde física e mental (BERNHOFER et al., 2014).

Já em espaços públicos, a iluminação adaptativa também desempenha papel importante na promoção da segurança e acessibilidade. Cidades em todo o mundo têm implementado sistemas de iluminação inteligente que ajustam automaticamente a intensidade de acordo com a presença de pedestres, o horário e as condições climáticas. Boyce (2014), no livro Human Factors in Lighting, destaca a importância de uma iluminação pública eficaz para a segurança da população, incluindo a idosa, que frequentemente tem dificuldade em navegar em áreas mal iluminadas e enfrenta maior risco de quedas e acidentes (BOYCE, 2014). A iluminação viária que atenda a essas necessidades não só melhora a funcionalidade visual dos idosos, mas também pode ter impactos positivos em sua qualidade de vida e segurança, reduzindo riscos como quedas e promovendo maior independência.

Um exemplo prático desse tipo de sistema é o projeto implementado em

Diagrama esquemático simplificado dos caminhos do olho ao cérebro. A luz recebida pelo olho é convertida em sinais neurais que passam pelo nervo óptico para esses caminhos visuais e não visuais. POT: Trato óptico primário; RHT: Trato retino-hipotalâmico; LGN/ IGL: Núcleo geniculado lateral/ Folheto intergeniculado; SCN: Núcleos supraquiasmáticos do hipotálamo; PVN: Núcleo paraventricular do hipotálamo; IMLCC: Coluna de células intermediolaterais da medula espinhal; SCG: Gânglio cervical superior; CRH: Hormônio liberador de corticotropina; ACTH: Hormônio adrenocorticotrófico. Fonte: (CIE, 2004/2009).

Figura 4

Figura 5

Fases da sequência de luz no grupo de intervenção. Iluminância (lux) e temperatura de cor correlata (kelvin, K) em diferentes horários do dia no grupo de intervenção, com períodos de transição gradual de 30 minutos separando cada fase. Entre 21:00 e 07:00, as luzes também poderiam ser apagadas pela equipe, se fosse preferível. Fonte: Kolberg et al. (2021)

Roterdã, Holanda, onde sensores detectam a presença de pedestres e aumentam a intensidade da luz em áreas de travessia e calçadas, promovendo a sensação de segurança e facilitando a mobilidade urbana. Esse tipo de iluminação adaptativa também contribui para a inclusão social, pois garante que todos os usuários se sintam mais seguros ao se deslocar à noite ou em áreas de maior risco.

A iluminação adaptativa em espaços públicos também é utilizada para melhorar a percepção de segurança em áreas urbanas e aumentar a visibilidade em locais de tráfego intenso, como praças e estacionamentos. Steffan e Bullough (2011), em seus estudos sobre iluminação urbana e segurança, publicados no Journal of Environmental Psychology, demonstram que aumentar a iluminação em áreas públicas tem um impacto direto na redução da criminalidade e na sensação de bemestar da população em geral, incluindo os idosos (STEFFAN; BULLOUGH, 2011). No tocante ao envelhecimento da população mundial, a atenção ao projeto de ambientes que promovam a saúde, segurança e bemestar dos idosos tem se intensificado. A iluminação adaptativa vem sendo uma das soluções que mais tem mostrado impactos positivos na qualidade de vida.

Incidentes como quedas são uma das maiores causas de lesões em idosos, muitas vezes resultando em complicações graves, como fraturas e hospitalizações prolongadas. Uma das maneiras mais eficazes de reduzir o risco de quedas em ambientes residenciais e públicos é a implementação de sistemas de iluminação adaptativa.

Segundo Lord, Sherrington e Naganathan (2021), as quedas noturnas, embora menos

frequentes, tendem a ser mais graves. Elas geralmente ocorrem em banheiros ou escadas mal iluminadas, locais onde superfícies duras e quedas de maior altura aumentam o risco de ferimentos. A recomendação é o uso de luzes noturnas ou dispositivos fotossensíveis que iluminam automaticamente corredores e banheiros. Isso reduz a necessidade de lembrar de acender as luzes ao se deslocar pelos ambientes. Há também a necessidade de cuidado com mudanças bruscas de iluminação entre cômodos, que podem contribuir com o risco de tropeços e quedas. Degraus devem ser iluminados de modo a melhorar a percepção de bordas e reduzir variabilidades no equilíbrio, cuidados especialmente importantes para idosos com dificuldades visuais.

Com relação aos aspectos psicológicos a partir da modulação de hormônios e neurotransmissores responsáveis pelo humor e pela saúde mental, podemos dizer que a exposição insuficiente à luz natural, especialmente em climas mais frios ou em ambientes internos, pode resultar em maior incidência de depressão e ansiedade entre os idosos. A depressão sazonal de inverno, desencadeada pela falta de exposição à luz natural, é um exemplo claro de como a luz influencia o humor.

Segundo Kolberg et al. (2021), uma terapia com exposição à luz intensa (Figura 5) pode beneficiar idosos, especialmente aqueles portadores de demência, pois no estudo que realizaram se observou a diminuição de sintomas de depressão, ansiedade e agitação e melhora da percepção subjetiva de sono.

Outro benefício crucial da iluminação adaptativa para a longevidade é o aumento da autonomia dos usuários. À medida que

a população envelhece, manter a independência dentro de casa torna-se um fator importante para o bem-estar e a autoestima. A iluminação adaptativa, especialmente quando combinada com sistemas de controle simples e intuitivos, oferece aos idosos a capacidade de ajustar a iluminação conforme suas necessidades e preferências, sem depender de outras pessoas.

Torrington (2017), em seu estudo sobre ambientes de longa permanência, destaca que a iluminação ajustável melhora a percepção de controle e independência dos residentes, resultando em maior satisfação e conforto (TORRINGTON et al., 2017).

Sistemas de iluminação inteligentes, que respondem a comandos de voz ou dispositivos de controle remoto, permitem que os idosos modifiquem a intensidade e a temperatura de cor da luz em diferentes momentos do dia. Esses ajustes, além de aumentarem o conforto visual, também proporcionam uma experiência sensorial mais rica e personalizada, resultando em maior qualidade de vida e autonomia.

Assim, o contexto projetual ganha necessárias contribuições, onde a neuroarquitetura – neurociência aplicada à arquitetura – tem desempenhado um papel cada vez mais relevante na compreensão dos efeitos da composição espacial, incluindo a iluminação, sobre o cérebro e o comportamento humano, nesse caso, também intitulada de Neuroiluminação, ou Iluminação Integrativa, segundo a CIE. À medida que envelhecemos, as mudanças na percepção sensorial e nas funções cognitivas tornam a iluminação adaptativa ainda mais crucial. A pesquisa sobre como a luz influencia o cérebro humano tem avançado consideravelmente, ajudando a criar soluções de iluminação mais eficazes para promover a saúde e o bem-estar ao longo da vida.

John Eberhard, um dos pioneiros da neuroarquitetura, defende que a iluminação desempenha um papel fundamental na forma como os ambientes afetam as

emoções e o comportamento humano. Ele argumentava que ambientes iluminados de forma inadequada podem aumentar os níveis de estresse, ansiedade e até mesmo agravar problemas cognitivos, como demência em idosos (EBERHARD, 2009). A neuroarquitetura busca usar esse conhecimento para projetar espaços que melhoram a funcionalidade e promovem o bem-estar cognitivo e emocional.

Estudos mais recentes, como o de Logan e McClung (2019) apontam que as alterações nos ritmos circadianos são comuns e incluem redução na amplitude desses ritmos com a idade (Figura 6), mudanças nos níveis de melatonina e sincronização prejudicada do relógio biológico

Figura 6
Redução da amplitude dos ritmos biológicos com a idade: Temperatura Corporal, Melatonina e Cortisol Fonte: Logan e McClung (2019)

possam viver de forma autônoma, segura e confortável à medida que envelhecem.

A iluminação voltada para regular os ritmos circadianos, deste modo, possui impactos sobre a plasticidade cerebral e o declínio cognitivo em populações idosas.

Ao longo das últimas décadas, a iluminação adaptativa emergiu como uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida, especialmente em uma sociedade que está envelhecendo rapidamente. Estudos sobre os efeitos da luz na saúde e no bem-estar deixaram claro que a luz não é apenas um elemento funcional, mas também um fator crucial para o equilíbrio biológico, mental e emocional de pessoas de todas as idades. A sua aplicação no design para longevidade, através do conceito de Lighting for Seniors, desempenha um papel transformador na criação de espaços mais acolhedores, seguros e saudáveis.

Para arquitetos e designers, integrar o conceito de Lighting for Seniors em projetos de interiores e ambientes urbanos é uma responsabilidade crescente. A adoção de soluções de iluminação adaptativa não deve ser vista apenas como uma tendência, mas como uma resposta necessária às demandas de uma sociedade em transformação. Com o aumento da longevidade, os espaços devem ser projetados para garantir que os indivíduos

Lee e Kim (2020) destacam a importância de ambientes residenciais inteligentes que promovam não apenas a segurança e a funcionalidade, mas também o bem-estar emocional dos idosos, pois à medida que as mudanças da idade se apresentam, os sistemas ajustáveis de iluminação podem ser utilizados para apoiá-las, como alterar automaticamente a intensidade ou temperatura de cor da luz para melhorar o conforto visual e reduzir os riscos de acidentes. Estes ajustes podem dar respostas às preferências ou necessidades do usuário, dando suporte à manutenção de sua independência, especialmente para aqueles com mobilidade reduzida. O aumento de praticidade pode também promover experiências prazerosas melhorando o bem-estar emocional.

A arquitetura, portanto, desempenha um papel fundamental na criação de ambientes mais inclusivos, em que o design pensado para o envelhecimento permite que as pessoas permaneçam ativas e seguras, promovendo uma longevidade saudável. A iluminação adaptativa é um elemento essencial para que essa inclusão se concretize.

À medida que a tecnologia avança, a iluminação adaptativa se tornará cada vez mais sofisticada, possibilitando um nível de personalização sem precedentes. As novas tecnologias, como a Inteligência Artificial e os sistemas de controle automatizado, estão facilitando a criação de ambientes dinâmicos que se adaptam automaticamente às necessidades dos usuários. Isso melhora o conforto e a funcionalidade dos espaços, assim como torna o design mais humano e inclusivo. Ao olhar para o futuro, o design para longevidade será marcado pela integração de soluções inteligentes de iluminação adaptativa. Ulrich (2008), ao discutir ambientes baseados em evidências, ressalta que a luz desempenha um papel vital na promoção do bem-estar e da recuperacentral, e que estas modificações podem ter reflexos como piora da qualidade do sono (sono fragmentado e redução na eficiência do sono), afetando a saúde geral e a cognição; e risco aumentado de doenças neurodegenerativas (desenvolvimento de doenças como Alzheimer e Parkinson). Tratamentos que utilizam iluminação projetada para reforçar os ritmos circadianos podem ajudar a regular os ciclos de sono-vigília, reduzir a agitação e melhorar a função cognitiva. Esses resultados são promissores para a aplicação da iluminação adaptativa em ambientes residenciais e de saúde para idosos, sugerindo que a luz pode ser usada como uma ferramenta terapêutica para retardar o envelhecimento cognitivo e melhorar a qualidade de vida.

ção, o que sugere que a iluminação será cada vez mais uma ferramenta central em projetos de arquitetura e design. O desafio será tornar essas soluções acessíveis e viáveis para diferentes faixas econômicas, mas a direção aponta para um futuro mais inclusivo e humano, em que todos se beneficiarão das inovações na iluminação adaptativa.

A adoção do conceito de Lighting for Seniors é uma oportunidade para criar ambientes que acompanhem as mudanças das necessidades humanas, tornando os espaços mais acessíveis, acolhedores e saudáveis. À medida que o conhecimento sobre os efeitos da luz no corpo humano continua a se expandir, o design se beneficiará cada vez mais dessas descobertas, criando um futuro em que a iluminação adaptativa será uma aliada essencial no design para longevidade. Referências

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Ruy Soares

Doutorando em Tecnologia da Arquitetura pela FAU-USP, atua como consultor para novas tecnologias e projetos de Iluminação Integrativa, e como professor nos cursos de pósgraduação do IPOG e da Belas Artes. Membro do comitê técnico 3-60 da Comissão Internacional de Iluminação. ruy@luzintegrativa.com.br

Lorí Crízel

Arquiteto e Urbanista | Presidente da ANFA no Brasil (Academy of Neuroscience for Architecture) | Membro da ANFA Center for Education Latin America | Autor do primeiro livro do Brasil sobre Neuroarquitetura | Professor de Neuroarquitetura no POLI.Design do Instituto Politecnico di Milano (Itália) | Coordenador de Pós-Graduações e dos Programas Internacionais do IPOG Brasil | Doutorando em Neuroarquitetura | Mestre em Conforto Ambiental | Especialista em Neurociências e Comportamento Humano | Editor-Chefe do Journal of Eco+Urbanism and Neuroarchitecture | Certificações Internacionais de Design Thinking e Light Design pelo Instituto Politecnico di Milano (Itália) | CEO do Escritório Lorí Crízel Arquitetos + Partners | Selo CREA/PR de Excelência em Projetos Arquitetônicos | CEO da Plataforma NEURO AI | Mentor do Programa Design Tank Brasil | Membro Fundador do Projeto Neuro in Lab | CEO e Membro Fundador do Instituto de Design Biofílico Brasil | Atividades de imersão profissional/acadêmica nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), BIG (Copenhagen) e outros.

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A linha Leaf, da Accord Iluminação, caracteriza-se por sua forma pura e minimalista. Inspirada na delicadeza de uma folha, possui curvas sutis e marcantes em formato alongado, e suas folhas de madeira possuem duas aberturas de onde a luz nasce e gera brilho que realça ainda mais seu material orgânico.

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Fabricada em polietileno pela Uberlicht para uso interno e externo, a a possibilidade de corte para ajustes sem perder a certificação IP68. Com 10W/m e 890 lm, pode ser encontrada no formato flexível e semiflexível com corpo em PVC, e em perfil em aço inox, tanto em 12V quanto em 24V. Os produtos podem ser adquiridos com módulos de LED monocromático, em diversas temperaturas de cor ou com sistema RGB, todos com possibilidade de dimerização.

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Dispositivos de Proteção contra Surtos

O Dispositivo de Proteção contra Surtos DPS New E-LED Classe II, da Embrastec, é uma solução inovadora especialmente projetada para proteção de luminárias LED e que cumpre com os requisitos da Portaria 62 do Inmetro para luminárias LED de Iluminação Pública. Com IP68, conta com composição avançada – incorporando varistores de óxido de zinco e GDT – que combina durabilidade e alta eficiência na proteção contra surtos. O produto possui garantia de seis anos de fabricação.

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Design inovador

Com design inovador assinado pelo designer e arquiteto Tiago Curioni, a Luminária de Mesa Bello, da Usina Design, oferece uma solução de iluminação sofisticada e moderna, sem abrir mão da praticidade. A tecnologia LED integrada garante eficiência energética e durabilidade, enquanto o difusor em vidro assegura luz suave e confortável para ambientes residenciais e comerciais que demandem elegância e funcionalidade. usinadesign.com.br

Projetor para cultivo

é resultado de um estudo inovador feito pela Intral em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O projeto foca no desenvolvimento de sistemas de iluminação que simulam a luz solar em ambientes controlados para cultivo de plantas. Além do produto que já foi criado, a empresa está desenvolvendo uma nova linha Grow, que será lançada em 2025.

intral.com.br

A2 Lighting Design

carina tavares e Wagner pinto Já traçavam suas próprias traJetórias na área de iluminação em busca de uma identidade projetual, singular para a iluminação arquitetônica, Carina imergiu nos estudos da iluminação cênica, encantando-se imediatamente pelas criações da lighting designer Aline Santini. Este fascínio a levou a explorar ainda mais a origem de tais criações, descobrindo o nome de Wagner Pinto, mestre de Aline.

Ao assistir ao espetáculo Dilúvio, Carina ficou tão estupefata com o que presenciou que as trocas de informações entre ela e Wagner se intensificaram ainda mais. Ele, por sua vez, sentia a necessidade de exteriorizar seus desenhos de luz, que até então existiam apenas em sua mente. Juntos, começaram a aplicar essas criações de iluminação cênica em processos arquitetônicos, utilizando perspectivas, croquis e softwares.

Em suas permutas, Carina e Wagner perceberam que suas áreas de atuação poderiam se complementar perfeitamente, inspirando a criação de um novo escritório, o A2 Lighting Design, que possui uma frase que resume essa união: “A paixão pela luz, a similaridade única nas atitudes, a cumplicidade nas ideias, a adoração pelos desafios e a simplicidade conceitual”.

Principais áreas de atuação

Projetos de iluminação arquitetônica para residências; bares e restaurantes; escritórios; hospitais; lojas; galpões industriais e neon artístico; além de projetos de iluminação cênica para espetáculos de teatro, óperas, shows, eventos corporativos, exposições e documentários.

Especialidade

Iluminação arquitetônica e cênica, cursos, treinamento e palestras

Profissionais que compõem o escritório

O escritório é formado pelos titulares Carina Tavares e Wagner Pinto, responsáveis pela criação dos projetos de iluminação arquitetônica e cênica, respectivamente.

Na área arquitetônica, a equipe é formada pela coordenadora de projetos e sócia, Caroline Ventola; pelos colaboradores Brenda Lelli, Ying Chan, Kika Moutinho, Amanda Felisbino e Marina Ayub; pela responsável por produtos e projetos especiais, Renata Moura; e pelo responsável de execução e projetos especiais, Rogério Moura.

Na área cênica, Carina Tavares atua na produção; Gabriel Greghi, Julio Greghi e Jeff Robert como coordenadores e assistentes; Gabriela Cezario em mapa, montagem e operação; e Amanda Felisbino e Guilhermo Orro em montagem e operação.

Prêmios recebidos

O A2 Lighting Design já conquistou alguns prêmios em iluminação cênica. Em 2018, 2016 e 1994 foi agraciado na categoria Melhor Iluminação de Espetáculo no Prêmio Shell de Teatro pelos trabalhos nos espetáculos Dilúvio, com direção de Gerald Thomas; A Máquina Tchékhov, com direção de Denise Weinberg e Clara Carvalho; e Pentesiléias, com direção de Daniela Thomas e Bete Coelho, respectivamente.

Em 2012, conquistou o XV Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita, por L’Enfant et les Sortilèges, de Ravel, na temporada de comemoração dos 100 anos do Theatro Municipal de São Paulo, com regência de Jamil Maluf e direção cênica de Lívia Sabag. Em 2010, foi vencedor do prêmio FEMSA de Teatro Infantil e Jovem de Melhor Iluminação por Quem Tem Medo de Curupira?, de autoria, trilha sonora e direção musical de Zeca Baleiro e direção cênica de Débora Dubois. Em 1989, foi agraciado com os prêmios Molière, APETESP e APTA e Mambembe por Trilogia Kafka, com direção de Gerald Thomas.

Principais projetos executados

Na área arquitetônica, escritórios da Riccó Móveis em São Paulo (SP), com arquitetura da Mombá Arquitetura, e no Rio de Janeiro (RJ), com arquitetura do Studio BR Arquitetura. Dolce & Gabbana Campinas, em Campinas (SP), com arquitetura da Acampoi Arquitetura; Matiz Bar, da arquiteta Ana Luiza Bortoletto, e recepção do Hospital São Luiz Morumbi,

Titulares: Carina Tavares e Wagner Pinto

Data de início das atividades: 2017

Telefone: (11) 93229-6540 (11) 3892-0971

Endereço: Rua Francisco Gonçalves de Andrade Machado 120, Ap. 92 São Paulo – SP CEP 05416-011

Instagram: @a2lightingdesign @a2lightingdesign.arq @a2lightingdesign.stage

LinkedIn: A2 Lighting Design

Espetáculo G.AL.A, com direção de Gerald

1 Escritório da Riccó Móveis, em São Paulo (SP).
Recepção do Hospital São Luiz Morumbi, em São Paulo (SP).
Thomas.
Show Maria Luiza Jobim, com direção de Silvia Machete e Alessandra Colasanti.

da SBdecor, ambos na capital paulista; além do Vedê Bar, em Santo André (SP), com arquitetura do Coletivo Zaya.

Na área cênica, os espetáculos Dilúvio, F.E.T.O e G.AL.A, todos com direção de Gerald Thomas; Ópera La Fanciulla Del West, com direção de Carla Camuratti; e Show Maria Luiza Jobim, com direção de Silvia Machete e Alessandra Colasanti

Projetos recentes

Na área arquitetônica, escritório e fábrica da Riccó Movéis; salas de aula da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil, com direção de arte de Flávio Sadalla; e auditório e coworking da Sompo Seguros, com arquitetura do Estúdio Tarimba, todos em São Paulo. Demarchi Burguer, em São Bernardo do Campo (SP), do arquiteto Matheus Soares; e Totvs do Rio de Janeiro (RJ) e de Porto Alegre (RS), com arquitetura da Acampoi Arquitetura.

Na área cênica, os espetáculos G.A.L.A, com Fabi Gugli, e Traidor, com Marco Nanini, ambos dirigidos por Gerald Thomas; Rita Lee - uma autobiografia musical, com Mel Lisboa e direção de Debora Dubi e Marcio Macena; e O Ninho, um Recado da Raiz, dirigido por Newton Moreno.

Projetos em execução

Na área arquitetônica, Unidade Jundiaí (SP) da Sicredi, e unidade Ribeirão Preto (SP) da Totvs, ambos com arquitetura da Acampoi Arquitetura; além do Teatro Psicadeiro.

Na área cênica, 3º Festival de Ópera De Guarulhos; A Alegria é a Prova dos Nove, com Renato Borghi; e a remontagem de O Vazio da Mala.

É representante de alguma empresa do ramo? Qual?

Não

O escritório oferece produtos ao mercado de iluminação?

Não.

Média de projetos executados em um ano

O escritório realiza de 15 a 20 projetos de iluminação arquitetônica e de 20 a 25 de iluminação cênica.

Profissionais de iluminação considerados muito bons no Brasil e no exterior

No Brasil, os titulares citam Marcos Castilha, Ruy Soares, Guinter Parschalk, Neide Senzi, Antonio Carlos Mingrone e Mônica Lobo, na iluminação arquitetural, e Aline Santini, Maneco Quinderé, Guilherme Bonfanti, Wagner Freire e Domingos Quintiliano, na iluminação cênica. No exterior, apontam Amanda Szabo e Chistopher Bauder

Ser lighting designer

É dançar com a luz e a sombra em uma narrativa visual única, contando uma história, iluminando a alma dos espaços e tocando o coração dos espectadores.

O futuro do lighting design

Os titulares acreditam que o lighting design se tornará cada vez mais uma ferramenta essencial na arquitetura emocional e na criação de experiências imersivas.

A titular Carina Tavares já apareceu em diversas publicações da revista Lume Arquitetura como colaboradora dos projetos de iluminação do escritório Castilha Iluminação. Carina ainda foi a entrevistada da seção Holofote da edição 82. O escritório A2 Lighting Design também é participante assíduo da campanha Contrate um Lighting Designer.

O CATÁLOGO DE LANÇAMENTOS 2024 da COMPANHIA DA ILUMINAÇÃO traz um pouco da história de 25 anos da empresa, além das novidades do ano, como a Linha Grid Mini, o Perfil Mika, o Perfil Ares, a Linha Orion Mini, a Linha Onyx Mini e os Balizadores Bucco. Todos os produtos são apresentados com fotos, medidas e características técnicas, tais quais potência, fluxo luminoso, IRC, abertura de facho, entre outros. ciadeiluminacao.com.br

Novo site

um dos três maiores estúdios de design Brasileiro – e inspirada nos movimentos artísticos da modernidade, como a Semana de 22 e seus expoentes artísticos da pintura, literatura e arquitetura modernista brasileira. Na publicação, é possível conhecer as quatro linhas de luminárias que compõem a coleção por meio de fotos e de detalhes das peças, como medidas e acabamentos. madelustre.com.br

A TECNOWATT anunciou seu novo SITE, projetado para oferecer uma experiência ainda mais fácil e rápida. Agora, o usuário pode encontrar com mais agilidade o produto que necessita por meio de filtros, como potência, fluxo luminoso, facho, temperatura de cor etc. Além disso, cada luminária possui uma página dedicada por código de produto onde é possível encontrar todos os documentos, tais quais descritivo técnico, arquivos IES, dimensional, entre outros. Tecnowatt Iluminação

E-book com dicas básicas

O e-book ESCOLHENDO A ILUMINAÇÃO IDEAL PARA CADA AMBIENTE, desenvolvido pela BLUMENAU ILUMINAÇÃO em colaboração com o André Mafra, da Engehall Elétrica, explica de forma simples alguns termos do mundo da iluminação, como potência, fluxo luminoso, eficiência luminosa, temperatura de cor e iluminação direta e indireta. Também apresenta as diferenças dos soquetes de lâmpadas e como escolher o tipo de iluminação para cada ambiente. Baixe aqui gratuitamente o e-book

Escola de Música

Galpão industrial é transformado na unidade

Vila Mascote da School of Rock por meio dos projetos de iluminação, arquitetura e interiores

Fotos: Douglas Daniel

enriquecer vidas por meio da educação musical baseada em performance e experiência. Essa é a Missão da School of Rock, marca com 26 anos de história e reconhecida internacionalmente que conta com mais de 380 unidades espalhadas por diversos países – sendo 67 delas no Brasil – e mais de 70 mil alunos que têm a oportunidade de tocar em grandes palcos nacionais e internacionais por meio de uma proposta de ensino diferenciada

Em maio de 2024, foi inaugurada a unidade Vila Mascote da School of Rock em uma edificação existente de aproximadamente 490 metros quadrados de área construída dentro de um terreno de 322 metros quadrados. Os projetos de iluminação, arquitetura e interiores ficaram a cargo da arquiteta e lighting designer Carolina Ciola Fonseca, titular do Studio Ió Arquitetura e Lighting Design, que transformou um galpão industrial em escola de música. “Fomos convidados para atuar desde a etapa de escolha do local. Visitamos quatro imóveis e o cliente gostou bastante

deste galpão industrial, então atuamos no sentido de transformá-lo em uma escola de música trazendo todo o seu programa de necessidades. Como a edificação contava com grandes janelas, tivemos o cuidado de posicionar todas as salas de aula do lado oposto às janelas por conta da acústica, para que não houvesse vazamento de som para os vizinhos”, contou Carolina.

As grandes janelas do galpão também foram primordiais no conceito do projeto de iluminação da escola, como contou a lighting designer: “A unidade funciona basicamente durante o dia, somente quando há algum evento especial é que ela fica aberta até tarde da noite, então tínhamos grande entrada de luz natural pelas janelas, e isso foi considerado no projeto de iluminação. Vale lembrar que o terreno é bastante arborizado, então essa luz acaba entrando filtrada pelas folhagens das árvores e exploramos isso”.

Por outro lado, ainda de acordo com Carolina, os clientes queriam espaços pretos, algo mais cavernoso, então o

projeto de iluminação precisou se adequar a essa característica: “Tínhamos o piso em concreto e o teto preto, então fizemos apenas uma faixa preta nas partes baixas das paredes dos ambientes abertos e o resto pintamos de branco para haver um pouco de reflexão, mas, ainda assim, tivemos que trabalhar com luz mais intensa para chegar aos níveis adequados”.

Fachada

A fachada da escola ficou bastante minimalista, apenas com o letreiro da School of Rock com luz branca, a 5700K, e o logo da marca – uma guitarra – com luz vermelha. “Apliquei apenas duas arandelas de 7W/160°, 560 lm, a 2700K, nas laterais do portal de entrada para demarcá-lo, porque já tem bastante luz vinda das luminárias públicas e das quadras de beach tennis presentes no outro lado da rua. Além disso, os enormes janelões possibilitam que a luz interna da escola vaze e crie um efeito bastante bonito na fachada”, disse a lighting designer.

Pendentes prismáticos com lâmpadas de 100W/200°, 10000 lm a 3000K fazem a iluminação geral da área do café. Detalhe para a iluminação da loja, com projetor orientável de 20W/24°, 1950 lm, a 3000K, e de duas arandelas articuladas de 3W/36°, 250 lm, a 3000K, acima do móvel que abriga a vitrola.

Iluminação geral

O galpão contava com pé-direito de aproximadamente seis metros de altura, além de eletrocalhas existentes a 5,5 metros. “Para manter a característica industrial do espaço, utilizamos essa estrutura para instalar pendentes prismáticos com lâmpadas de 100W/200°, 10000 lm a 3000K, sendo seis deles na área de salão, onde está a arquibancada, e outros seis na área de espera da recepção”, contou Carolina.

Recepção, café, loja e portal

Fachada bastante minimalista apenas com o letreiro da School of Rock com luz branca, a 5700K, logo da marca com luz vermelha e duas arandelas de 7W/160°, 560 lm, a 2700K, nas laterais do portal de entrada para demarcá-lo.

Ainda de acordo com a lighting designer, na recepção foi projetado um teto de gesso para diminuir o pé-direito deste ambiente: “Pé-direito muito elevado em alguns locais não é bom por conta da psicologia do ambiente, as pessoas

precisam ter um teto”. A iluminação se deu por um embutido de 22W/120°, 1500 lm, a 3000K nesse forro, enquanto a parede de fundo adesivada com diversas fotos de jovens tocando instrumentos foi valorizada por um projeto orientável de 8W/30°, 560 lm, a 2700K.

Ao lado da recepção está o café, uma área com poltronas e puffs amarelos onde os pais podem aguardar enquanto os filhos estão na aula. “Nesse espaço, há também uma vitrola antiga que funciona e alguns vinis que podem ser ouvidos por quem aguarda. Para manter esse clima nostálgico, instalamos acima do móvel que abriga o filtro, a máquina de café e a vitrola, duas arandelas articuladas de 3W/36°, 250 lm, a 3000K”, lembrou Carolina. Para a loja, também localizada no mesmo ambiente do café, a opção foi por um projetor orientável de 20W/24°, 1950 lm, a 3000K destacando os produtos.

Logo após a recepção e o café, foi criado um portal com uma cortina de veludo que, ao ser aberta, apresenta todo o salão. “Trabalhamos esse portal de forma lúdica, com duas tuboLEDs vermelhas de 9W/220º e 488 lm aplicadas na parede do lado direito, além de duas tuboLEDs de 9,8W/220°, 900 lm, a 5000K, no forro”, disse a lighting designer.

Palco e luteria

Para a iluminação do palco, a escolha foi por dez canhões refletores RGBW de 36 LEDs controlados por uma mesa DMX. “Essa é uma solução utilizada apenas nos momentos de ensaios ou de shows”, lembrou Carolina. O salão principal também recebeu nas paredes tuboLEDs amarelas de 9W/220° e 488 lm remetendo a solução aplicada no portal de entrada. “Já na luteria, onde os instrumentos são consertados e afinados, utilizei um projetor orientável de 20W/24°, 1950 lm, a 3000K, como o da loja”, afirmou a lighting designer.

Salas de aula e de ensaio

Nas salas de aula e nas salas de ensaio, a iluminação se dá por luminárias quadradas, sendo de embutir e de 22W/120°, 1500 lm, a 3000K onde há forro, e de sobrepor e de 22W/120°, 1850 lm, a 3000K onde há laje. “Nas salas de ensaio, acabamos também utilizando um trilho de sobrepor de dois

Abaixo, salão principal com pendentes prismáticos com lâmpadas de 100W/200°, 10000 lm a 3000K, além de tuboLEDs amarelas de 9W/220° e 488 lm nas paredes. O palco recebeu dez canhões refletores RGBW de 36 LEDs controlados por uma mesa DMX. Acima, detalhe da luteria com projetor orientável de 20W/24°, 1950 lm, a 3000K.

metros com cinco spots de 6W/36°, 450 lm, a 3000K”, contou Carolina.

Em todas as salas de aula também foram instalados painéis audiodinâmicos e adesivos de paredes acústicos para que o som não reverberasse internamente e para não vazar para os outros ambientes. “Outro elemento presente em todas as unidades da School of Rock é a arandela ‘On air’ de 5W/120°, 400 lm, a 3000K, localizada em cima ou ao lado das portas. Quando acesa, indica que a sala está sendo usada e não deve ser aberta”, explicou a lighting designer.

Banheiros e corredores

Ainda segundo Carolina, por se tratar de um galpão industrial, os banheiros contavam com chuveiros, então tudo precisou ser refeito: “Retiramos as áreas de chuveiro, mudamos todos os pontos de vaso sanitário e criamos um banheiro

À esquerda, duas tuboLEDs vermelhas de 9W/220º e 488 lm na parede do lado direito, e duas tuboLEDs de 9,8W/220°, 900 lm, a 5000K, no forro do portal.

À direita, sala de bateria com embutidos no forro de 22W/120°, 1500 lm, a 3000K.

adaptado para PcD. A iluminação se deu por plafons circulares de 40W/120°, 420 lm, a 3000K”.

Os corredores de circulação foram iluminados por plafons quadrados de 6W/120°, 360 lm, a 3000K. “Essa unidade da School of Rock ficou um pouco diferente das demais por estar em um galpão industrial e ter um palco aberto. A marca tem essa flexibilidade com seus franqueados e por isso tivemos a possibilidade de criar essa escola tão bacana”, finalizou a lighting designer.

Ficha técnica
Projetos de iluminação, arquitetura e interiores: Carolina Ciola Fonseca
Luminárias: Avant, Blumenau, Interlight, Nordecor, Portofino e Stella.
TuboLEDs: Brilia
Lâmpadas LED: Lumanti

Fibras óticas em espaços públicos

Por Erlei Gobi

Efeito do piso estrelado gera encantamento e atrai população para parques e praças públicas

durante décadas, o proJeto de iluminação urbana se caracterizou pela funcionalidade, tendo como pressuposto o atendimento à segurança do pedestre, ao tráfego automobilístico e à inibição da violência urbana. No entanto, é sabido que o objetivo do planejamento da luz na cidade não é mais iluminar apenas as vias de tráfego, os passeios públicos, os prédios e os referenciais culturais, mas sim gerar ambiências que reflitam o modo de viver, fazer e pensar das comunidades. Nesse sentido, soluções que fogem do trivial na iluminação urbana começaram a ganhar destaque no mercado, como é o caso do piso estrelado com fibras óticas, produto desenvolvido pela FASA Fibra Ótica que ficou no topo do pódio da categoria

Luminárias para Vias Públicas, Incluindo Praças da 9ª edição do Prêmio Abilux Design de Luminárias, realizado em 2024 pela Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação).

Para Wilson Sallouti, diretor da FASA Fibra Ótica, a conquista do prêmio é resultado do trabalho da empresa de tentar sair do lugar comum: “Passamos a considerar a luz não apenas como uma ferramenta para iluminar as vias públicas e os equipamentos urbanísticos, mas, de certa forma, como um dos próprios equipamentos em si, com o qual o usuário pudesse interagir. Neste sentido, sem dúvida, considerar ter a luz no piso ao invés de tão somente nos postes, de forma a envolver as pessoas que ali passam, fez toda a diferença.”

Chico Brandão Fotografia

Projeto de iluminação: Luz Urbana

Arquitetura e urbanismo: Jaime Lerner Arquitetos Associados

Fibras óticas: FASA Fibra Ótica

Imagem: Marcos Alexandre – Skyfoto

Parque Urbano da Orla do Guaíba –Porto Alegre (RS)

A primeira aplicação de grande porte do piso estrelado com fibra ótica em um espaço público ocorreu em 2018 no Parque Urbano da Orla do Guaíba, em Porto Alegre (RS), que foi revitalizado pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados e contou com projeto de iluminação assinado pela Luz Urbana Engenharia. “Em uma conversa com o urbanista Fernando Canalli, surgiu o desejo de criarmos as ‘pedrinhas de brilhantes’ da famosa música ‘Se Essa Rua Fosse Minha’, daí pensei na fibra ótica. Começamos a desenvolver os estudos, testes de conceito, até chegarmos na densidade ideal para um piso estrelado”, explicou Plinio Godoy, sócio da Luz Urbana Engenharia à época.

Ainda de acordo com o Plinio, houve um processo minucioso de montagem das fibras óticas junto com a concretagem do piso: “Das caixas de luz, distribuídas ao longo da calçada, em locais desenvolvidos para tal função, surgiam os cabos de fibra ótica despontando para além da superfície da calçada, que foi lixada após secagem”. “Foi muito interessante desenvolver esse processo para a equipe da Luz Urbana na época, até mesmo pelo porte do projeto. Tínhamos um briefing muito bem definido, o que ajudou bastante. Lembro-me que um

mockup acabou indo parar no escritório do Jaime, onde puderam realizar vários testes de impacto e intempéries. Basicamente chegamos à conclusão, na ocasião, que o melhor e mais prático processo de montagem se daria espalhando as fibras pelo contrapiso e, com um dispositivo especial que criamos, apontamos a extremidades destas fibras para a vertical. Depois foi aplicada a camada final de concreto; e após nivelamento e secagem, o excedente das fibras foi cortado e polido”, complementou Wilson.

Paulo Candura, titular da Luz Urbana, contou que além da possibilidade de proporcionar efeitos dinâmicos, como mudança de cores, intermitência (pisca-pisca), ondulações, entre outros, o baixo consumo energético e a segurança são atrativos da solução: “É necessária apenas uma fonte de luz (LED) para iluminar uma quantidade enorme de pontos de fibra ótica. Além disso, a fibra ótica não tem corrente elétrica, o que possibilita que as pessoas toquem e se divirtam com o efeito da luz”.

Marco dos Corais – Maceió (AL)

Outro equipamento público que recebeu fibras óticas no piso foi o Marco dos Corais, uma “praça dentro do mar”, localizado em Maceió (AL). No projeto de iluminação idealizado em parceria entre o

Parque Urbano da Orla do Guaíba – Porto Alegre (RS)

escritório Angeli Leão Arquitetura + Design e a arquiteta e lighting designer Ana Paula Nunes, sócia proprietária da Lúmina, a tecnologia foi usada para a criação do desenho de um ouriço no centro da praça. “Todos os blocos de concreto que abrigam as fibras óticas foram minuciosamente desenhados pelo escritório, que contou com um importante suporte da FASA Fibra Ótica nos protótipos”, disse Ana Paula. O diretor da FASA Fibra Ótica lembrou que as fibras não poderiam estar em posição aleatória, pois cada extremidade seria responsável pela formação do desenho da Rosa dos Ventos: “Então, era superimportante manter a posição exata de cada um dos milhares de pontos. Para garantir essa precisão, fizemos, em nossa fábrica, peças pré-moldadas de concreto fundido com a fibra ótica e cada uma destas peças foi levada à obra para ser assentada no local, niveladas com o piso acabado”.

Ainda segundo a lighting designer da Lúmina, além do efeito único, por se tratar de uma obra pública, os fatores de manutenção e grande durabilidade foram essenciais para a escolha da fibra ótica: “Poder contar com uma fonte de luz concentrada e eficiente com grande alcance num espaço onde trafegam milhares de pessoas em curtos espaços de tempo é fundamental. A utilização da fibra ótica reduz consideravelmente o uso de cabos tradicionais, evitando resíduos na obra e causando menor impacto na estrutura predial, além de consumir muito menos energia”.

A interação do público com o efeito da iluminação foi outro ponto destacado por Ana Paula: “É impressionante! É uma mistura de encantamento com surpresa. Sem dúvida é algo que chama a atenção de uma forma diferente da iluminação tradicional. As crianças tocam, pisam e se impressionam com o efeito, assim como os adultos”.

Marco dos Corais – Maceió (AL)

Projeto de iluminação: Angeli Leão arquitetos + Ana Paula Nunes/Lúmina

Projeto de arquitetura:

Tiago Angeli e Ricardo Leão/Angeli Leão arquitetos

Construtora: Engemat

Engenharia: Rodrigo Perdigão

Fibras óticas: FASA Fibra Ótica

Imagem: Chico Brandão Fotografia

Projeto: Tiago Lima Lopes

Escritório de arquitetura: ALTH Projetos

Construtora: H Moura Engenharia

Fibras óticas: FASA Fibra Ótica

Imagem: Paulo do Drone

A Praça Nossa Senhora da Conceição, em Araci (BA), é outro espaço público onde a fibra ótica foi utilizada no piso da passarela central, porém, neste caso, houve um conceito diferente, como explica o Tiago Lima Lopes, arquiteto da ALTH Projetos e autor do projeto: “Como esse trajeto central leva diretamente à igreja, a ideia era criar uma singularidade para esse ‘caminho para o divino e para a salvação’ por meio da fibra ótica, remetendo a um céu de estrelas”.

Tiago explicou também, que neste projeto as fibras óticas foram aplicadas nos rejuntes das placas de concreto: “Um dos principais motivos do uso dessa tecnologia foi a sua durabilidade. Por se tratar de um espaço aberto, uma praça pública, precisávamos de um material que fosse

eficiente e durável. Além da durabilidade, a questão estética foi muito importante para embelezar o espaço. Foi muito legal ver as pessoas perguntando do que aquela luz era feita e como ela funcionava. Notar a reação dos usuários após o acendimento do piso estrelado foi muito emocionante. Saber que essa praça é hoje um destaque da nossa região, também por conta da iluminação com fibra ótica, é algo que nos deixa muito felizes”.

No projeto de iluminação assinado pela lighting designer Marina Makowiecky, titular da Allume Arquitetura de Iluminação, para a Praça São Luís, em Florianópolis (SC), o piso estrelado com fibras óticas foi utilizado de forma submersa em um espelho d’água. “Decidimos utilizar a fibra ótica já na etapa de conceituação do projeto, pois

Praça Nossa Senhora da Conceição –Araci (BA)
Praça São Luis – Florianópolis (SC)
Praça Nossa Senhora da Conceição – Araci (BA)

o efeito pretendido só poderia ser alcançado, da forma que imaginamos, com a sua utilização”.

Ainda de acordo com Marina, a fibra ótica é uma tecnologia única quando relacionada à iluminação: “No caso do piso estrelado, principalmente em corpos d’água, não existe luminária que a substituiria, em vários aspectos. O primeiro deles é a dimensão do ponto de iluminação, que nesse projeto trabalhamos com diâmetro de 1,5mm. Além disso, a alimentação elétrica não está em contato com a água, algo extremamente relevante e seguro. Além destes, a fibra ótica oferece vários outros diferenciais que a tornam uma solução única na maioria dos casos, como durabilidade, baixa frequência e fácil manutenção, baixo consumo de energia, segurança, versatilidade, etc.”

A titular da Allume Arquitetura de Iluminação finalizou afirmando que a reação dos visitantes da praça com o piso estrelado sob a água é de encantamento: “As pessoas são atraídas por efeitos de luz, é natural. Aguça a curiosidade para entender como que foi feito, ou até mesmo do que se trata”. Fica evidente que nos dias atuais, com toda a tecnologia ofertada pelo mercado, a iluminação dos espaços urbanos não pode ser somente algo funcional, que gere a quantidade de luz necessária para o tráfego de pessoas e veículos. Ela pode e deve também proporcionar a sensação de pertencimento e de encantamento, para que espaços públicos como praças e parques sejam cada vez mais equipamentos utilizados pela população das cidades.

Praça São Luis – Florianópolis (SC)

Projeto de iluminação:

Allume Arquitetura de Iluminação

Projetos arquitetônico e paisagístico:

JA8 Arquitetura Viva

Execução:

Habitasul Empreendimentos Imobiliários

Fornecimento:

Santa Rita – Iluminando a sua vida!

Fibras óticas: FASA Fibra Ótica

Imagem: Mariana Boro

Galeria de arte

Iluminação

valoriza obras

de arte de Marcos Vaandrade na Vgaleria.art

Fotos: Sergio Ordobás

n atural de p orto a legre ( rs ), Marcos Vaandrade é um artista plástico com mais de 30 anos de atuação profissional dedicados às artes. Durante seus primeiros 20 anos de carreira, acumulou experiências como designer e ilustrador nas áreas editoriais, arquitetura, games e publicidade. Em 2014, decidiu partir para um trabalho autoral e lançou a série de esculturas “Geometria Orgânica” inspirada pela beleza estética e sabedoria dos animais, o que lhe rendeu fama internacional. Para comemorar uma década de trajetória na arte autoral, o artista inaugurou, em 2024, um espaço dentro do shopping Praia de Belas, na capital gaúcha, intitulado Vgaleria.art, com a exposição “Conexões Memoráveis”, onde é possível conhecer e também adquirir suas obras de arte. “O público que visita galerias de arte é muito restrito e quase sempre o mesmo. Minha ideia era alcançar novos públicos e por isso pensei em um shopping, onde a visibilidade é muito maior e há maior diversidade de visitantes. Cada pessoa tem sua percepção da arte, mas ela é igualmente benéfica e necessária a todos”, disse Marcos.

Iluminação

O projeto de iluminação da Vgaleria.art ficou a cargo do lighting designer Eduardo Becker, titular do Atelier de Iluminação & Light Designers Associados, que teve como premissa valorizar as obras de arte com o cuidado de não hierarquizar uma delas. “Essa é uma exposição de pura forma em um ambiente muito austero assinado pelo Dall’Agnol R. Júnior, ou seja, tudo praticamente em preto e branco. Então eu precisava realçar as obras, mas de forma homogênea, com a mesma noção de valor, sem tentar induzir os visitantes de que determinada obra é mais importante que a outra. Nesse sentido, achei que ficou muito bom, tudo está muito bem exposto e valorizado”, explicou Eduardo.

Logo na entrada da galeria, ao lado direito, há um recuo onde estão expostas três obras geométricas, sendo duas de lobos. “Nesse ambiente, aplicamos no forro embutidos orientáveis com PAR 20 de 7W/38° a 2700K que servem tanto para valorização das obras quanto do nome da exposição e das marcas apoiadoras”, contou Eduardo. O mesmo tipo de solução também destaca a peça exposta na vitrine. Entre esse recuo da entrada e o fundo da galeria, onde estão dispostas diversas outras obras, há um caminho que o lighting designer chamou de zona de transição: “Fizemos uma iluminação um pouco menos intensa com embutidos de forro com PAR 20 de 7W apenas para marcar o caminho até a área de exposição”.

Fita de LED RGB de 7W/m na parede atrás das esculturas cria luz de fundo na cor verde que não compete com o branco das peças.

Na área de exposição, as obras de arte estão dispostas em totens brancos de diferentes alturas com um fundo preto. “Projetei trilhos eletrificados pretos sobrepostos no forro e um spot com PAR 20 de 7W/30º direcionado para cada escultura. Então, o visitante vai vendo peça a peça quase como se fosse uma joalheria”, explicou Eduardo.

Na parede preta atrás de onde estão expostas essas esculturas, o lighting designer aplicou uma linha de luz na cor verde com fita de LED RGB de 7W/m: “Criei uma luz de fundo, como se faz no teatro, mas na cor verde, porque se fosse branca acaba-

ria competindo com o branco das próprias esculturas. Temos a luz mais vibrante e principal vindo dos spots e, atrás, a luz menos vibrante”. Na intersecção entre as duas áreas de exposição há um espaço para a recepção dos visitantes com piso amadeirado, mesa e cadeiras. “Antes da galeria, esse ambiente era uma agência bancária e essas sancas já existiam. Achei interessante mantê-las, porque esse é o único lugar da galeria que possui uma função diferente e a iluminação também ajuda a evidenciar isso. Apenas substituí as antigas fontes de luz por fitas de LED de 7W/m a 2700K”, contou Eduardo.

Sancas já existentes receberam fitas de LED de 7W/m a 2700K para evidenciar que a área da recepção possui uma função diferente dentro da galeria.

Para valorizar os quadros de toda a galeria, a coleção de miniaturas presente em uma pequena estante na parede da recepção, assim como a Girafa, peça icônica do artista, a opção foi por embutidos orientáveis no forro com PAR 20 de 7W/38° a 2700K. “Gosto desse projeto porque ele é relativamente menos complexo, no sentido conceitual, mas foi extremamente bem feito. As peças estão muito bem iluminadas, com o foco das luminárias praticamente no limite da parede, cerca de 70 ou 80 centímetros, então quase não existe luz no centro dos espaços, o que deixa sempre as esculturas em primeiro plano e os visitantes em segundo plano”, finalizou o lighting designer.

Marcos Vaandrade contou ainda, que o projeto de iluminação tem sido muito elogiado por todos que passam pela galeria: “As pessoas que entram na galeria ficam maravilhadas porque a luz é amena e as transportam para um ambiente

Spots equipados com PAR 20 de 7W/30º em trilhos eletrificados pretos sobrepostos no forro iluminam cada escultura individualmente.

Ficha técnica

Projeto de iluminação: Eduardo Becker/ Atelier de Iluminação & Light Designers Associados

mais tranquilo. O pessoal da diretoria do shopping ficou encantado e disse que é difícil acreditar que anteriormente esse espaço era uma agência bancária. A luz mudou totalmente o lugar. Como as ilustrações dos quadros são tridimensionais, também ouço bastante que as imagens parecem estar saltando das molduras, e isso com certeza ocorre por conta da iluminação projetada pelo Eduardo.”

Gestão do projeto de iluminação: Arq. Larissa Portela e Arq. Victoria Gonçalvez

Assistentes do projeto de iluminação: Arq. Aline Gouveia, Arq. Vitória Hörz, Arq. Dani Basso, Henrique Lima e Robert Borba

Projeto de interiores: Dall’Agnol R. Júnior

Luminárias e lâmpadas: Brilia

Hospital em Minas Gerais

Iluminação projetada valoriza fachada histórica da Santa Casa de Misericórdia de Passos

Fotos: Douglas Arouca

a santa casa de misericórdia de passos, em minas gerais, é uma instituição filantrópica que tem o propósito de cuidar da saúde da comunidade com respeito aos valores éticos, morais e espirituais. Referência nos serviços de alta complexidade, como transplante renal, neurocirurgia, ortopedia, cardiologia, oftalmologia, maternidade de alto risco e oncologia – Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), possui uma estrutura integrada e humanizada composta por seis unidades administrativas: Hospital Geral, Hospital Regional do Câncer, Hospital da Mulher e da Criança, Medicina Diagnóstica, Plano Santa Casa Saúde e Unidade de Ensino e Pesquisa (UNEP).

Com 355 leitos, sendo 247 (70%) destinados ao SUS, a Santa Casa conta ainda com mais de dois mil colaboradores e 250 médicos, sendo referência de saúde para mais de um milhão de pessoas da região. Desde 2020, figura entre os melhores hospitais do Brasil segundo o ranking da revista norte-americana Newsweek, alcançando a primeira posição entre os hospitais do estado de Minas Gerais em 2022 e 2023.

Em 2004, quando a Santa Casa completou 140 anos, o arquiteto Ivan Vasconcellos liderou a primeira revitalização da fachada do edifício assinado por Ramos de Azevedo, restaurando seu desenho original do início do século 20. Já em 2020, a fachada foi pintada para conservar suas características históricas.

Em comemoração aos 160 anos da instituição, em 19 de maio de 2024 foi inaugurada a iluminação artística da fachada histórica e monumental do hospital, assinada pelo arquiteto e lighting designer Paulo Torniziello Rodrigues, titular do Paulo Torniziello Arquitetura e Iluminação, e por Adriano Barbosa, da Espaço Luz. “A ideia de valorizar a fachada por meio da iluminação chegou para nós em 2021, quando convidei o Paulo para assinar o projeto. Apresentamos na época o projeto para a Santa Casa e em 2024 recebemos uma ligação que queriam implementá-lo”, contou Adriano.

Adequação do projeto

O projeto inicial concebido por Torniziello previa a instalação de projetores nos diferentes níveis da própria fachada: “Sempre trabalho esse tipo de fachada com iluminação pontual para conversar com a arquitetura e valorizá-la. No entanto, o Ivan Vasconcellos solicitou para não fixarmos os projetores diretamente no edifício para não interferir na estrutura do patrimônio histórico”.

A solução encontrada por Barbosa e aprovada por Torniziello foi realizar a

valorização da fachada da Santa Casa por meio de luz projetada à distância. “A fachada é dividida em três faces, duas laterais idênticas e a parte central, que conta com uma cobertura. No projeto inicial, a parte central já previa iluminação por projeção, pois utilizaríamos a cobertura para alocar os projetores. A solução proposta por mim foi replicar essa ideia original da projeção já existente na parte central para as faces laterais, inclusive fazendo as simulações no Dialux para prever o resultado”, explicou Barbosa. Dessa forma, projetores de 25W/30º a 2700K aplicados sobre a cobertura iluminam a face central do edifício, enquanto outros dez do mesmo tipo – cinco de cada lado, instalados em postes de 5,9 metros de altura a 5,8 metros de distância da fachada – realçam as faces laterais.

“Eu nunca tinha feito nada no padrão projeção, mas tenho notado que essa técnica de projeto de iluminação já vem sendo aplicada na Europa há bastante tempo e mais recentemente também aqui no Brasil. Ou seja, estão tirando os equipamentos das fachadas e trabalhando com projeção para que se veja muito mais o conjunto da obra do que os elementos. Então, na prática, acho que esse projeto veio em um excelente momento e serviu

Projetores de 25W/30º a 2700K aplicados sobre a cobertura iluminam a face central do edifício, enquanto outros dez do mesmo tipo – cinco de cada lado, instalados em postes de 5,9 metros de altura a 5,8 metros de distância da fachada – realçam as faces laterais.

como um divisor de águas, porque fiz uma pesquisa e encontrei raros exemplos de fachada iluminada no Brasil iluminados dessa forma, estamos na vanguarda”, esclareceu Torniziello.

Barbosa afirmou que a inspiração para trabalhar com luz projetada realmente veio de projetos realizados na Europa: “Minha esposa fez doutorado e pós-doutorado em Girona, na Espanha – que conta com um enorme acervo de obras do Império Romano – e em Grenoble, cidade próxima a Lyon, na França, onde tive a oportunidade de conhecer muitos projetos de fachadas iluminadas com projeção, o que me encorajou”.

Torniziello ressaltou que apesar da necessidade de alteração do projeto inicial, não houve mudança no conceito

de destacar os pontos mais importantes da fachada, como a parte central, onde fica a imagem de Nossa Senhora das Dores: “Demos um banho de luz geral na fachada para que seja possível enxergar o monumento como um todo: arquitetura, conjunto e detalhamento. Nesse sentido, fomos muito felizes”.

O lighting designer finalizou explicando o motivo da utilização da temperatura de cor de 2700K no projeto de iluminação: “Uma característica da época da construção deste edifício é que as tintas possuíam cores mais terrosas, como marrom, vermelho e laranja. Também é possível perceber que todas as obras do Ramos de Azevedo têm a mesma linguagem, tanto na arquitetura quanto na cor da pintura, então a temperatura de cor quente realça e valoriza essas particularidades”.

Temperatura de cor de 2700K valoriza as cores terrosas da fachada, característica marcante das obras de Ramos de Azevedo.

Luminárias: Interlight

Ficha técnica
Projeto de iluminação: Paulo Torniziello/ Paulo Torniziello Arquitetura e Iluminação e Adriano Barbosa/Espaço Luz

De que forma a iluminação se tornou sua principal atividade como arquiteta?

Minha paixão pela iluminação começou entre 2018 e 2019, durante a especialização em lighting design na Belas Artes. Inicialmente, fiz essa pós-graduação para aprimorar o projeto de iluminação nos meus contratos de arquitetura e design de interiores. Contudo, após alguns meses de estudo, percebi que meu coração vibrava a cada novo aprendizado neste universo. Nesse momento, soube que queria empreender na área e continuar trabalhando como lighting designer.

Em qual momento decidiu empreender e quais as maiores dificuldades que enfrenta à frente do Solis Arch + Lighting?

Lembro-me bem do momento em que decidi empreender. Estava cursando a especialização em 2019 e após cerca de nove meses de curso decidi iniciar a Solis Lighting, uma segunda empresa, já que possuía uma de arquitetura. Queria criar uma empresa que resolvesse a mesma dificuldade que eu enfrentava: projetar adequadamente a iluminação na arquitetura. Após aproximadamente um ano, optei pela fusão das duas empresas, e hoje somos a Solis Arch + Lighting. Acredito que a maior dificuldade seja a falta de difusão do conhecimento sobre a iluminação e como ela nos afeta em termos de bem-estar, saúde, desempenho e valorização da arquitetura, entre outros aspectos. Isso limita nosso nicho de atuação.

Quais foram os trabalhos mais importantes da sua carreira até hoje?

Carolina Russo

A

iluminação tem o poder de nos fazer enxergar além do olhar superficial

Entrevista concedida a Erlei Gobi

Gosto de pensar que os trabalhos mais importantes foram aqueles que nos desafiaram, que nos tiraram da zona de conforto e nos fizeram pensar além do trivial. Seria difícil elaborar uma lista breve. Para mim, a cada novo projeto, existe um oceano de possibilidades. Como digo aos meus clientes: “Vamos iluminar o que precisa ser visto”. A reflexão que fica é: o que precisamos realmente ver? E a iluminação tem o poder de nos fazer enxergar além do olhar superficial.

Quais profissionais da iluminação admira e quais suas inspirações para realizar seus projetos luminotécnicos?

Admiro profundamente Isac Roizenblatt, meu orientador na especialização em lighting design, que me desafiou a explorar novos olhares e cultivou minha paixão pela iluminação. Também admiro meu professor Ruy Soares, pelo seu enfoque na iluminação integrativa, além de muitas outras mentes brilhantes que contribuem significativamente para essa ciência incrível.

Qual a sua opinião sobre os produtos de iluminação fabricados no Brasil? A indústria nacional supre todas as suas necessidades projetuais?

Acredito que o Brasil conta com profissionais incríveis e de altíssimo nível técnico, o que resulta em produtos de qualidade. No entanto, penso que poderíamos incorporar muito mais tecnologia disruptiva no mercado de iluminação, proporcionando novas experiências e possibilidades às pessoas, como vemos em outros países. Atualmente, o mercado nacional atende sim às nossas demandas de projeto, especialmente porque projetamos considerando a viabilidade de execução.

Além da iluminação, quais são suas outras paixões?

Sou apaixonada por autoconhecimento, espiritualidade, natureza, animais e por um olhar verdadeiro sobre a ancestralidade. Afinal, aqueles que vieram antes de nós abriram os caminhos que hoje podemos trilhar, assim como estamos desenhando os novos caminhos para as próximas gerações.

Divulgação

Elipses de MacAdam e a consistência de cor

Nos humanos, cerca de 85% do sensoreamento é visual, e isso é percebido através da luz refletida dos objetos que observamos. Definimos consistência de cor como sendo a não variação de cor entre fontes de luz ou luminárias. Um exemplo seria no caso de um projeto luminotécnico em um ambiente onde voce instala várias luminárias com a expectativa de que todas forneçam a mesma aparência de cor sem nenhum tipo de distinção.

Consistência de cor juntamente com uniformidade são parâmetros importantes em um projeto, pois nosso sistema visual é muito sensível a variações e, com o devido controle, teremos um ambiente agradável e prazeroso.

A indústria de iluminação utiliza a métrica conhecida como “steps de MacAdam” ou “SDCM” que significa “Standard Deviation Color Matching”. Ambos significam a mesma coisa. Para entender melhor, vamos detalhar o significado de “steps de MacAdam”.

No início dos anos 1940, o Dr. David L. MacAdam realizou um experimento com pessoas utilizando duas cores, sendo uma fixa (color test) e a outra na qual a pessoa ia ajustando até “casar” as duas cores. Ou seja, quando a pessoa não percebia nenhuma diferença entre a cor de teste e a cor ajustada, o teste era finalizado. E isso foi feito para cada uma das 25 cores selecionadas no experimento.

Para realizar tal experiência, ele utilizou o CIE 1931 color space e identificou 25 cores diferentes, incluindo a cor branca. Durante todo o teste foi mantida luminância fixa de 48 cd/m2. MacAdam percebeu que todos os ajustes feitos pelas pessoas, em todas as cores, resultaram na forma geométrica de uma elipse com diferentes tamanhos e orientações. Outra conclusão foi que sempre que a distribuição esteja contida dentro da forma

geométrica da elipse, as pessoas não irão perceber diferenças – fato esse que traduz a consistência da cor.

Apesar desse procedimento ter sido realizado há muito tempo e novos procedimentos já terem sido sugeridos, a indústria de iluminação ainda utiliza o padrão de “steps de MacAdam” ou “SDCM” para especificar consistência de cor principalmente em fontes de luz brancas.

A norma Norte-Americana ANSI C78-377A é utilizada no Brasil pelo INMETRO nas certificações de lâmpadas LED e luminárias públicas. Nessa norma, admite-se até 6 SDCM, ou seja, altos desvios de cromaticidade. Uma revisão recente está sinalizando para no máximo 4 SDCM, o que ainda apresenta desvios de cromaticidade.

Independentemente disso, vários fabricantes de LEDs já disponibilizam o valor de 3 SDCM o que resulta em baixos desvios de cromaticidade, imperceptíveis pela maioria das pessoas. Obviamente quanto menor for o valor do SDCM, maior consistência de cor será notada.

Como recomendação final, nossa sugestão seria a especificação de 3 SDCM ou 3 steps de MacAdam para projetos de ambientes internos e 5 SDCM para projetos de ambientes externos.

Vicente Scopacasa É engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração e marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 47 anos. Especificamente em LEDs, atuou por mais de 45 anos em empresa líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior, em fábricas no Vale do Silício na Califórnia/USA. Membro da IES, atua hoje como diretor da ConsuLED prestando serviços de consultoria na área de iluminação de estado sólido, professor em cursos de especialização e pósgraduação, coordenador de grupos do COBEI/ABNT nos segmentos de iluminação e automotivo, e como autor de artigos técnicos para revistas especializadas, além de artigos publicados pela SAE Internacional.

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