Revista Mais ES

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ENTREVISTA

Quarta edição - Novembro de 2012 - R$ 5,00

Riqueza jogada no lixo

Bisneto de Bernardo Horta de Araujo e Florentino Avidos lança livro em Cachoeiro

Cachoeiro só reaproveita 4% de todo o lixo que produz e aterra o restante ao custo estimado de R$ 2,5 milhões anuais. Se todo o lixo seco fosse reciclado, economia poderia chegar a R$ 1,5 milhão por ano.

Tríade turística Veja como Muqui, Castelo e Cachoeiro têm afinidades muito pouco exploradas

Quase 3 mil vagas Instituições particulares oferecem cursos variados para o vestibular no sul do ES


Fazendinha

Turismo Rural

Núcleo da propriedade

Ambiente Familiar Piscina Adulto e Infantil (água tratada) Vista aérea

Aluguel para Festas, Aniversários ou Casamentos, à noite. Atendimento a grupos com agendamento Área para churrasco com agendamento Porções de salgados e carnes Sucos, refrigerantes e cervejas Campo Futebol Soçaite Restaurante caseiro fogão a lenha previsto para início de janeiro de 2013, com sistema self service a quilo nos finais de semana e feriados, com agendamento

Sítio Fazendinha do Cupido – Muqui- ES (Entre as comunidades de Sumidouro e Fortaleza)

Vegetação abundante

Tel. (28) 9959-9814 e 9975-2552


do Cupido Área com fogão a lenha

Piscina adulto

Campo de Futebol Soçaite

Recepção

Aberto ao público de sexta a domingo e aos feriados de 9h00 às 18h00 Outros dias e horários: com agendamento

A 20 Km de Cachoeiro Como Chegar Entre as comunidades de Sumidouro e Fortaleza Cachoeiro de Itapemirim

Atílio Vivácqua

Fazendinha do Cupido Serra da Morubia

Muqui

Forno a lenha

Fabricação de Pizzas e Salgados Há 8 anos atendendo Atílio Vivácqua e Cachoeiro


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NOVEMBRO/2012

Editorial

Ensaio Fotografias revelam as belezas do Rio Itapemirim

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Saúde Caminhada é um excelente exercício, mas requer cuidados

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Cultura Casa dos Braga recebe registro no Cadastro Nacional de Museus

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Editor Wagner Santos wagnersantos25@hotmail.com Contato da redação: (28) 3511-7481 Jornalistas colaboradores Roberto Al Barros Elyan Peçanha Departamento Comercial: Joana Campos - (28) 9993-0149 revistamais.es@gmail.com Lília Argeu - (28) 9919-5558 liliaargeu@r7.com Contato comercial (28) 3511-7481 (28) 3301-0058 Revista Mais ES (06.056.026/0001-38) Rua Bernardo Horta, 81, bairro Guandu Cachoeiro de Itapemirim – ES - Cep 29.300-795

Críticas, comentários e sugestões: revistamais.es@gmail.com

Diagramação & Arte: Wellington Rody sistema.rody@hotmail.com Impressão: Gráfica Espírito Santo de FATO

Como deveria ser Esta edição se dedica à análise do potencial turístico ainda pouco explorado em três municípios do sul do Estado, realidade não muito diferente do que ocorre no restante do ES. Em uma dedução lógica do resultado de um trabalho voltado para o desenvolvimento conjunto do turismo em Castelo, Muqui e Cachoeiro de Itapemirim, teríamos a divulgação dos potenciais feitos através de parcerias entre cada um dos municípios e o governo do Estado. Projetos com o apoio do governo Federal, com a criação e o envolvimento de associações e cooperativas, capazes de contribuir para a melhoria da renda per capita da região e do Estado, com investimento em diversidade e mão de obra autóctone, como utilização de matérias-primas, também locais, poderiam contribuir para revolucionar o contexto turístico a partir do momento em que novas administrações municipais tomam posse. O investimento público seria previsto em orçamento, para mostrar as potencialidades dos diversos nichos do turismo interno, com o aspecto facilitador que mostra o ES, no mapa do Brasil, equidistante aos demais estados e regiões. Folders e filipetas de divulgação, do potencial de cada cidade e seu entorno, estariam acessíveis nas principais agências de turismo do país. A proximidade dos três destinos permitiria ao visitante escolher em qual cidade ficaria hospedado. O preço do pacote seria determinado pela acomodação (hotel, pousada ou, ainda, em períodos específicos, residências do programa “Cama & Café” – estas mais presentes em Castelo e Muqui, já que Cachoeiro dispõe de ampla rede hoteleira em comparação aos demais municípios). O translado entre as cidades, em vans, táxis ou ônibus jardineiras (com ar condicionado, no verão), não apresentaria problema para ser implantado em maior escala por evidente interesse e mercado já em processo de expansão. Guias turísticos, com conhecimento da história regional e de aspectos específicos de cada um dos três municípios, já existem; poderia ser ampliada a participação desses atores. Durante alguns meses do ano, nos quais eventos culturais, folclóricos e religiosos ocorrem em datas próximas nas três cidades, um pacote traria o visitante do aeroporto de Vitória em voo direto para Cachoeiro, cujo aeródromo hoje executa um Plano Básico de Zona de Proteção. O translado levaria cada grupo para hospedagem, para, em seguida, levá-los aos roteiros escolhidos. Ressalta-se aqui não apenas o turismo urbano, já que o agroturismo está bem organizado em circuitos com destaque para a Serra da Morubia e região do Sumidouro (Muqui), Caminhos da Natureza (Castelo), Águas de Burarama (Cachoeiro), estando também em estudo a implantação de circuitos turísticos em duas regiões cachoeirenses: Gruta e São Vicente.


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Política, cultura, economia e de tudo um pouco dos bastidores da notícia

Grande encontro

Depois das eleições, o fato político mais marcante de outubro foi o reencontro de Theodorico Ferraço (DEM) e Carlos Casteglione (PT), em um evento no Hospital Evangélico. O demista, um dos artífices da candidatura de Glauber Coelho (PR) contra o petista, demonstrou humildade e se colocou a serviço de Cachoeiro. De lá para cá, entretanto, silêncio e ainda nenhum projeto de interesse coletivo que tenha sido levado adiante por esta parceria. Poderiam começar pelo funcionamento do Hospital do Aquidaban, que importa a ambos e ao povo do sul do estado também.

Cartão Cidadão

As informações sobre a presença dos estudantes na sala de aula, merenda escolar e o histórico de pacientes na rede estadual de Saúde são exemplos de dados que deverão constar no Cartão Cidadão. Esse recurso também vai possibilitar o acesso às atividades dos órgãos estaduais por meio do computador e de dispositivos móveis, como tablets e celulares. Isso será possível com a criação de um portal com informações personalizadas de cada usuário. O projeto é pioneiro no Brasil e está envolve diversos departamentos do governo do estado. O projeto está na fase piloto e será implantado, no próximo ano, em escolas da rede estadual de ensino a serem escolhidas pela Sedu. A estimativa é que, aproximadamente, 330 mil integrantes da rede estadual de Educação (professores e alunos) possam utilizar este serviço.

Dinheiro para a saúde Camilo Cola (PMDB) já não está mais deputado federal. Até janeiro, devolve a cadeira a Audifax Barcelos (PSB), que, no entanto, renunciará ao cargo para poder assumir a prefeitura de Serra. Antes de sair, entretanto, o único deputado da região sul do estado conseguiu deixar garantida a liberação de R$ 3 milhões para a Santa Casa, Hospital Evangélico e Hospital Infantil. Ainda pouco, diante dos R$ 20 milhões que inseriu no Orçamento da União para estas entidades entre 2007 e 2010, mas, sem dúvida, dinheiro que fará diferença nos cofres das instituições.


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POLÍTICA

Cachoeiro só recicla 4%

Noventa e seis por cento do lixo produzido vai para aterro sanitário Município paga quase R$ 207 mil/ mês para enviar seu lixo para a Vila Velha A cidade de Cachoeiro de Itapemirim produz 107 toneladas de lixo diariamente. Deste total, mais de 60 toneladas poderiam ser reaproveitadas, mas são destinadas a aterro sanitário. O maior município do Sul do Estado está longe de ser exemplo na reciclagem. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente não dispõe de cálculos sobre quanto economizaria se, ao invés de aterrar, reciclasse. Mas é possível fazer projeções: de todo o lixo produzido, de acordo com especialistas, cerca de 40% é composto por material orgânico (lixo molhado) e o restante (cerca de 60%), por produtos cujos componentes podem ser reciclados ou reutilizados, comumente definidos como lixo seco. A Prefeitura de Cachoeiro paga pouco mais de R$ 64,00 por tonelada de lixo que é levado para a Central de Tratamento de Resíduos de Vila Velha (CTRVV) - não há empreendimento do tipo em funcionamento na Região Sul. Ao todo, são 3.214 toneladas, que representam gasto mensal de quase R$ 207 mil, cerca de 2,5 milhões ao ano. Assim, a reciclagem de todo o material, além de gerar ocupação, renda e diminuir o passivo ambiental, representaria R$ 124,2 mil mensais de economia para os cofres públicos, ou pouco menos de R$ 1,5 milhão ao ano, dinheiro que poderia ser investido na consolidação de um programa de coleta e reciclagem. DADOS OFICIAIS Entretanto, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, apenas 4% de todo o lixo produzido em Cachoeiro é reciclado, ou seja,12.415 kg, ao longo de um mês inteiro, são recolhidos com

este fim. Diante do desempenho ruim, a Prefeitura anunciou, enfim, que está prestes a implantar o Plano Municipal de Coleta Seletiva. A cidade tem que se apressar, pois, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, até 2014 todos os lixões devem ser extintos, novos aterros implantados, e precisa ocorrer a universalização da coleta seletiva. As ações neste sentido, hoje, na cidade, se resumem ao projeto Cachoeiro Recicla. Implantado em 2009, só atende 19 de 78 bairros e distritos. Para a elaboração deste projeto de reciclagem, na última semana de outubro foram realizadas reuniões entre representantes da Prefeitura, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema). A verba, de R$ 220 mil, do

Governo Federal deve liberar R$ 220 mil para projeto de reciclagem governo federal deve ser liberada até o final deste ano. Um diagnóstico realizado por técnicos do MMA está previsto para ser concluído em dezembro. Só então, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Josué Batista, vai ser possível verificar a capacidade de recolhimento da reciclagem e a economia feita em um ano. O gestor sabe que a coleta seletiva contribui para o desenvolvimento sustentável. “A coleta seletiva de lixo é de extrema importância para a sociedade. Uma sociedade consciente e bem educada não gera simplesmente

lixo, mas sim materiais aptos à reciclagem. Além de gerar renda para milhões de pessoas e economia para as empresas, significa grande vantagem para o meio ambiente, uma vez que diminui a poluição do solo e dos rios”, afirma Josué.

PLANO DE COLETA SELETIVA O objetivo do plano é o atendimento ao que dispõe a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O plano municipal vai apontar e descrever as ações relativas ao manejo de resíduos recicláveis contemplando os aspectos referentes à não geração, redução, reutilização e reciclagem dos materiais pós-consumo e disposição final ambientalmente adequada do dejeto. Cachoeiro, segundo o secretário de Meio Ambiente, passará a contar em 2013 com um aterro sanitário próprio. O projeto já está no Iema para aprovação. Com o espaço, a Prefeitura não terá mais o custo adicional de transbordo.


Nos últimos dois anos a Câmara Municipal de Castelo colocou em prática a transparência dos trabalhos legislativos. Câmara Municipal de Castelo

Biênio 2011/2012 “Democracia e Transparência a Serviço do Povo”.

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os últimos dois anos a Câmara Municipal de Castelo colocou em prática a transparência dos trabalhos legislativos. O desejo teve início com a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2011/2012, composta pelo Presidente Gilberto Gava Marques, Vice-Presidente Tico da Auto-Escola, 1º Secretário Carlim Puziol, e 2º Secretário Cesinha Casagrande. As mudanças começaram logo no início do ano passado. Foi com dedicação e boa vontade de todos que vários projetos viraram realidade dentro de pouco tempo. Hoje a Casa de Leis Castelense transmite ao vivo, em tempo real, as Sessões Ordinárias, através da Rádio Alternativa FM (na frequência 87,9) e também através do site: www.cmcastelo.es.gov.br. No outro veículo de comunicação da cidade, a Rádio Cultura FM (frequência 101,7) também são veiculados boletins informativos. Uma oportunidade para toda população acompanhar à distância o trabalho dos Vereadores. O site da Câmara (www.cmcastelo. es.gov.br) foi remodelado, ganhou mais conteúdo, inclusive com informações de toda

produção legislativa, com acompanhamento da votação dos projetos de lei ou resolução, emendas, entre outras informações. O Jornal “Tribuna da Câmara” foi retomado e está chegando à quinta edição. Agora também as reuniões semanais são filmadas e disponibilizadas em mídia digital, facilitando o arquivamento em dvd’s, solucionando um entrave na confecção de atas, já que antes a gravação era feita em fitas cassetes, tecnologia já não utilizada mais. Encerrando o mandato como Presidente da Câmara de Castelo, Gilberto Gava Marques declara que está chegando o fim de mais uma legislatura com a certeza do dever cumprido, já que foi aberto um grande leque de opções para tornar público o trabalho legislativo, afinal, os Vereadores são eleitos legítimos representantes da sociedade e por isso devem prestar contas do que fazem. Desejando que os Vereadores eleitos para o próximo mandato dêem continuidade aos trabalhos, o Presidente anuncia a última novidade implementada na área de comunicação: “Demos início também ao processo para a concessão de um canal de TV aberta digital, por meio da Rede Legislativa de TV

Digital, que poderá fazer desde uma simples exibição ao vivo das sessões da Câmara de Vereadores ou mesmo desenvolver diversos programas, criando espaços inclusive para ampla participação da sociedade. Estamos em entendimento com Brasília para junto da Assembleia Legislativa daqui do Espírito Santo viabilizar a compra de um transmissor e demais equipamentos para colocarmos no ar em Castelo a TV Câmara de Vereadores, retransmitindo o Sinal da TV Câmara de Brasília e da TV Assembleia de Vitória”, finalizou o Presidente Gilberto Gava Marques.

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Os Avanços do Legislativo Castelense

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Informe


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Informe

Bosquinho e Cláudio Pazetto agradecem a Vargem Alta "O reconhecimento com a expressiva votação neste pleito, só faz aumentar meu compromisso e responsabilidade para com o município,pois agora fui eleito prefeito de todos!" "Obrigado Vargem Alta Juntos somos mais fortes juntos seguiremos mudando!!"


INFORME

CASTEGLIONE agradece a Deus pela eleição Numa eleição em que sua fé foi colocada em dúvida pelos adversários, o prefeito reeleito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione, que é católico, resolveu agradecer a Deus. E como recomenda a laicidade do estado, esteve em eventos religiosos diversos para isso. A começar pela Missa em Ação de Graças, na Catedral de São Pedro, com Mons. Romulo, Pe Fábio, Pe Juarez e Mons. Dalton; nas igrejas evangélicas, esteve em cultos, com a mesma intenção, na Igreja Assembléia de Deus Hebron, com o Pr. Zezinho, no Santo Antonio; na Igreja Batista, Fonte da Vida, com Pr. Mozonildo, no Caiçara; e na Igreja Batista Renovada, com o Pr. Marcos Mansur, no Valão. Na comunidade católica de Santa Luzia, onde participa, no Coronel Borges, acompanhou a Celebração da Palavra . Veja algumas fotos destes eventos.

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FAÇA COMO EU. ESCOLHA CERTO. ESCOLHA FDCI.

Inscrições na secretaria da FDCI ou pelo site www.fdci.br de 29/10 a 29/11 Prova dia 02 de Dezembro na FDCI

Informações: Tel.: 28 2101-0311 | www.fdci.br


Diretora de escola de inglês sonha transformar o ES no primeiro estado bilíngue do Brasil

Na SEDU, com o secretário estadual de Educação, Klinger Barbosa entregando as bolsas de estudo integrais.

Intérprete oficial do evento Internacional “Inventa Brasil” (17 a 19 outubro na Praça do Papa, em Vitória) e do Campeonato Internacional de Paraglider (março/12 – Castelo), o curso de línguas “Insight Idiomas” mantém 35 alunos no curso de inglês com bolsa “integral”, o que inclui material didático, informa a diretora Neyde Cabral, que tem projeto sendo idealizado para fazer do ES o primeiro estado bilíngüe do Brasil. “Queremos implantar no ES o “Insight Quick English Course”, que criamos com objetivo de fornecer o básico do idioma para o aluno. E sendo o básico, os alunos que concluírem essa aprendizagem, poderão passar para as pessoas da família e para os amigos, pois aprender inglês é fácil, basta ter vontade e um pouco de dedicação”, garante a diretora. Fundado há 14 anos pelo casal Neyde e Marco Aurélio, o insight é o único curso particular de idiomas, em Cachoeiro, que atualmente aceita alunos a partir da idade de 3 anos. Para os bolsistas, a escola doou as bolsas à SEDU, que as destina a alunos da rede pública, do Ensino Médio ou da Educação Fundamental, sendo o mérito da doação de exclusividade do poder público. A preocupação social dos proprietários do Insight Idiomas inclui práticas de consciência ambiental e doações de brinquedos ou outro material. “Procuramos saber o que a entidade está precisando, antes de realizar a campanha. Para cada quantidade de brinquedos que conseguimos, a escola dobra na hora de entregar às crianças”, ressalta a diretora Neyde, que além de doação material de limpeza ao Aprisco Rei Davi e Apae de Cachoeiro, doou as peças da brinquedoteca da Escola Colmar Rocha, no bairro Garage, em Castelo.

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Um insight de aprendizagem

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EDUCAÇÃO


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EDUCAÇÃO

Vestibular – a hora está c

Instituições particulares de Ensino Superior da região oferecem quase 3.000 vagas, p

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odo ano, no mês de novembro, temas como Enem, Fies, Prouni, Lei de cotas, redação, prova eliminatória e esperança convergem para o tema central: vestibular – que se torna foco de interesse para quem se prepara para ingressar em um curso superior. Em Cachoeiro e Castelo, quatro instituições particulares oferecem cerca de 3.000 vagas para um universo de aproximadamente 25 cursos. O curso de Direito é o que oferece maior número de matrículas. São 400 vagas em três instituições – São Camilo-ES (100), Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim - FDCI (200) e Faculdades de Castelo – Facastelo (100) – sendo 300 vagas em turno noturno em cada uma das três instituições e 100 vagas no turno matutino da FDCI. Alguns cursos de graduação, entretanto, são de exclusividade de uma das instituições, como Medicina Veterinária, oferecido pelas Facastelo, com 100 vagas em horário integral, além de Biomedicina (50), Engenharia de Produção (50) Sistemas de Informação e Engenharia de Petróleo, cada um com 50 vagas na Unes. O Centro Universitário São Camilo oferece graduação com bacharelado em Enfermagem, Engenharia Civil, Fisioterapia e Nutrição. A instituição camiliana oferece ainda dois cursos com opções em Bacharelado ou Licenciatura: Educação Física e Ciências Biológicas, com total de 160 vagas, em horário noturno, divididas igualitariamente (40 vagas) para as respectivas formações. O cur-

CURSOS TÉCNICOS A exploração petrolífera no litoral Sul do ES levou ao surgimento do curso de formação técnica de Petróleo e Gás (40 vagas, tecnólogo), assim como o boom das tecnologias de computação levou ao curso Análise e Desenvolvimento de Sistemas (40 vagas, tecnólogo), oferecidos pelo Centro Universitário São Camilo-ES, no turno noturno.

so de Letras (Licenciatura) é oferecido em conjunto com Língua Portuguesa ou Inglês, com 40 vagas para cada formação, no turno noturno. Cursos como Engenharia Civil e Farmácia fazem parte de um contexto mais recente, enquanto alguns cursos são bem tradicionais em Cachoeiro e Castelo, como Direito, Letras, Ciências Biológicas, História, Ciências Contábeis, Administração de Empresas, Pedagogia, Matemática e outros. A Faculdade de Filosofia de Alegre (Fafia) oferece 820 vagas em nove cursos. Os de licenciatura plena são cinco: Pedagogia, História, Letras, Matemática e Ciências Biológicas.

Cada um deles com 100 vagas. Há três cursos de graduação: Farmácia, Enfermagem e Psicologia, que, junto ao bacharelado em Ciências Biológicas, oferecem 80 vagas cada um. Para quem deseja fazer o Vestibular em dezembro ou janeiro, próximos, Revista MAIS ES lista, na página ao lado, os cursos oferecidos por cada instituição. Mas fique atento para as datas de inscrição para o Vestibular, que podem ser feitos pela internet no site das instituições. E não se esqueça de ler atentamente o Edital, anotando os pontos mais importantes para não ter surpresas desagradáveis de última hora.


para 25 cursos de graduação

Relação de cursos e vagas oferecidas FDCI – Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim Direito – 100 vagas, turno matutino Direito – 100 vagas, turno noturno Faccaci Ciências Contábeis: 60 vagas, turno noturno Administração de Empresas: 60 vagas, turno noturno Facastelo – Faculdade de Castelo Medicina Veterinária: 50 vagas, horário integral Psicologia: 50 vagas, noturno Administração de empresas: 50 vagas, noturno Unes Direito: 100 vagas, noturno Engenharia de Produção: 50 vagas, noturno Engenharia de Petróleo: 50 vagas, noturno Sistemas de Informação: 50 vagas, noturno Biomedicina: 50 vagas, noturno Centro Universitário São Camilo Bacharelado Enfermagem: 40 vagas, noturno Farmácia: 40 vagas, matutino Farmácia: 40 vagas, noturno Engenharia Civil: 50 vagas, matutino Engenharia Civil: 50 vagas, noturno Fisioterapia: 40 vagas, matutino Fisioterapia: 40 vagas, noturno Psicologia: 40 vagas – matutino Psicologia: 40 vagas noturno Nutrição: 40 vagas – noturno Educação Física: 40 vagas – noturno Direito: 100 vagas, noturno

Sistemas de Informação: 40 vagas – noturno Administração de Empresas: 40 vagas, matutino Administração de Empresas: 100 vagas, noturno Ciências Biológicas: 40 vagas, noturno Ciências Contábeis: 50 vagas, noturno Centro Universitário São Camilo Licenciatura Educação Física: 40 vagas, noturno Química: 40 vagas, noturno Pedagogia: 100 vagas, noturno Letras – Língua Portuguesa: 40 vagas, noturno Letras – Inglês: 40 vagas, noturno Ciências Biológicas: 40 vagas, noturno Matemática: 40 vagas, noturno História: 40 vagas, noturno Fafia Licenciatura Plena em Pedagogia: 50 vagas matutino e 50 noturno Licenciatura Plena em História: 50 vagas matutino e 50 noturno Licenciatura Plena em Letras – Português/Inglês: 50 vagas matutino e 50 noturno Licenciatura Plena em Ciências Biológicas: 50 vagas matutino e 50 noturno Licenciatura Plena em Matemática: 50 vagas matutino e 50 noturno Curso de Graduação em Farmácia: 40 vagas matutino e 40 noturno Curso de Graduação em Enfermagem: 40 vagas matutino e 40 noturno Curso de Graduação em Psicologia: 40 vagas matutino e 40 noturno Bacharelado em Ciências Biológicas: 40 vagas matutino e 40 noturno

Felipe Gonçalves 6º período de História

Inscrições pelo site www.saocamilo-es.br ou na secretaria da Instituição PROVA DIA 09 DE DEZEMBRO.

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chegando

Educação


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Informe

Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim e sua missão A Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim sempre promove ações visando atender as necessidades locais e regionais

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Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim sempre promove ações visando atender as necessidades locais e regionais, desempenhando seu papel social. Para isso trabalha com eventos culturais, projetos ambientais, inclusão social e solidariedade. Prova disso ocorreu no mês de outubro quando foi realizada a 16ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, na qual, todos trabalharam e se confraternizaram em prol da arte e da cultura. Na programação, além da Exposição de Artes Plásticas, do Concurso de Textos e do Concurso de Poemas, foi montado o Palco Cultural “Revela Talentos” onde se apresentaram alunos, funcionários e artistas cachoeirenses. “Isso é muito importante, pois através da descontração, conseguimos alcançar nosso objetivo que é promover a integração da comunidade acadêmica com a sociedade, tornando a instituição mais forte e coesa”, diz a bibliotecária e promotora do evento, Roberta dos Santos Viana. O evento é flexível podendo abordar diversos temas, como o Seminário de Meio Ambiente que neste ano, marcou o encerramento da semana cultural, no dia 29 de outubro. Falou sobre “O Meio Ambiente no Mundo Globalizado”, Stella Emery Santana, Doutoranda em Oceanografia Ambiental pela UFES. A seguir foram apresentados os projetos ambientais da FDCI, pelo Diretor da Instituição, Humberto Dias Viana e a Bibliotecária, Roberta dos Santos Viana, os quais mostraram: a captação da água da chuva, aproveitamento da luz natural (teto de

policarbonato), tratamento do esgoto, gerador de energia, arborização, “Preservando o Meio Ambiente” (projeto que utiliza sacolas oxibiodegradáveis na hora do empréstimo de livros, pela biblioteca), projeto “Reciclar” e “Colabore com a Limpeza”, os quais têm o objetivo de conscientizar e promover a prática da coleta seletiva e reciclagem de papéis e outros materiais. Para participar do Seminário de Meio Ambiente os interessados fizeram a doação de 1 litro de leite, por conta da Campanha Solidária de 2012, através da qual foram arrecadados 230 litros, que foram encaminhados à CACCI (Casa de Apoio aos Portadores de Câncer de Cachoeiro de Itapemirim). A FDCI também promove a inclusão social, pois, recebe na semana cultural, o coral da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Cachoeiro de Itapemirim) e, periodicamente, a visita de alunos do ensino médio, os quais recebem orientação vocacional, haja vista que a maioria está inscrita no programa jovem aprendiz do CIEE, SENAC, SEST SENAT, etc. Geralmente eles ouvem palestras na área de Comunicação (com o Diretor, Humberto Dias Viana, aposentado pela Embratel), Direito (com o Coordenador do Curso da FDCI, Cristiano Tessinari Modesto) e Métodos e Organização de Arquivos (com a Bibliotecária, Roberta dos Santos Viana). É a FDCI contribuindo para uma sociedade mais justa, digna e cidadã, através da formação de seus alunos e todos os que dela usufruem! FDCI, Superior em Tudo!


Valores culturais recebem atenção para projetar Sul do Estado a nível nacional

Foto: Alex Stofell

Foto: Wellington Correa

Biblioteca Castelinho (Castelo)

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Casario Histórico, em Muqui

inda que o Foto: Studio Edmilson Pecin sul do Espírito Santo contemple montanhas e praias em convívio íntimo com a História e a Cultura, a valorização ocorrida em anos recentes em Cachoeiro, Castelo e Muqui justifica pensar o potencial turísPico do Itabira, em Cachoeiro tico da região a partir do enfoque nessa tríade de histórica do “Rei”, alusiva ao aniversário de vocação turística. Não há como Roberto Carlos, ícone da Jovem negar o conjunto que compõe esses Guarda e da música romântica três municípios, com atrativos cul- brasileira. Em Muqui, com o tombamento do turais, folclóricos, arquitetônicos, históricos, agro-ecoturísticos e de casario do Sítio Histórico, no ano forte tradição religiosa e de belezas 2000, e valorização das manifesnaturais – que florescem na região tações folclóricas da folia de reis (Encontro Nacional de Folia de Sudeste brasileira. São valores tradicionais, em sua Reis) e do Boi Pintadinho (Carnamaioria. Todavia, tais riquezas pas- val Folclórico do Boi Pintadinho) a saram a receber crescente destaque partir de 2001, o município passou a partir do anos finais do século a viver um novo momento. Castelo entrou para o circuito naXX. No ano 2000, em Cachoeiro, foi inaugurado o Teatro Municipal cional de voo livre em 2005 e, no Rubem Braga, e, na administração ano seguinte sediou, pela primeira municipal seguinte, ocorreu a I vez, etapa do Campeonato MunBienal Rubem Braga e teve início dial de Parapente (Paragliding a comemoração anual da Semana World Cup), além de etapas do

Pan-Americano e Brasileiro de Voo Livre terem o município por palco. Com um leque de belezas naturais e agro-ecoturismo organizado, Castelo celebra em 2013 os 50 anos de sua Festa de Corpus Christi. Se em Castelo a inauguração do Centro de Visitantes da Gruta do Limoeiro, em 21 de julho, pode ser considerado o evento de 2012 para o turismo, em 23 de outubro Cachoeiro divulgou seu projeto de Planejamento e Fortalecimento da Gestão Municipal do Turismo, no qual enfoca o Turismo Cultural e o emergente Turismo de Negócios. “Estamos desenvolvendo uma série de atividades, entre elas o Turismo como fonte de desenvolvimento e renda, como atividade econômica”, ressalta o secretário de Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro, Ricardo Coelho, que acena com a criação de mais dois circuitos turísticos, para beneficiar a agroindústria, na região da Gruta e no distrito de São Vicente. Muqui, por sua vez, comemora seu centenário de emancipação política, ocorrida em 22 de outubro de 1912, ano em que realiza seu 62º Encontro Nacional de Folia de Reis, com folias participantes de vários estados brasileiros, ao mesmo tempo em que ecoam nos bairros da cidade os primeiros ensaios para o Carnaval Folclórico do Boi Pintadinho 2013.

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Tríade turística desponta no Sul

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TURISMO


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Turismo

Cachoeiro

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través da Secretaria Municipal de Cultura, Cachoeiro, contratou projeto que restaurou ruas, calçadas e praças do entorno da “Casa Roberto Carlos”, inaugurados em junho deste ano. São motivos em notas musicais recepcionando o visitante, calçamentos ornamentados de ruas e praças, escadarias em “granito musical”, e outros, que permitem acolher bem o turista. Agora o município acena com parcerias que poderão revolucionar o local, valorizando-o como o mais importante ponto turístico voltado para a música no Espírito Santo. “Atuamos em sinergia com as demais secretarias, principalmente Cultura, e a partir de agora a cidade vai experimentar bons momento no desenvolvimento do turismo, porque temos uma ferramenta de gestão”, enfatiza Ricardo Coelho, ao se referir às propostas para o turismo de Cachoeiro, apresentadas no plano de Gestão Municipal. Ricardo Coelho considera que o turismo de negócios – devido a Feira do Mármore e do Granito (Cachoeiro Stone Fair) – mantém-se aquecido durante todo o ano,

Projeto quer turismo como prioridade no município Foto: Roberto Al Barros

Artesanato da Fábrica de Pios conserva a tradição

pois, mesmo fora do período da feira “os hotéis estão registrando uma taxa de ocupação em torno de 90%. Isso ocorre juntamente com o desenvolvimento sem precedentes que vivemos, motivando a implantação de mais cinco hotéis na cidade, três na avenida Francisco Lacerda de Aguiar já definidos. E para atender ao turismo de negócios, precisamos melhor estruturar os circuitos que dão acesso às belezas naturais do município ao mesmo tempo em que prosseguimos com a valorização da Cultura”, explica o secretário. O turismo de negócios sedi-

mentou-se com a Cachoeiro Stone Fair, criada na década de 90. A feira traz empresários à cidade não apenas nos dias de sua realização, pois incrementa a ocupação dos hotéis com profissionais do setor que retornam ao longo do ano. Com isso, novos empreendimentos estão sendo anunciados no rastro do boom imobiliário e do petróleo e gás – explorados nas bacias capixabas. E muitos visitantes, assim, acabam por ter interesse em conhecer a Fábrica de Pios “Maurílio Coelho”, fundada em 1903, onde a história está presente no ambiente que conserva o centenário sistema artesanal de fabricação das peças, que imitam com perfeição o pio de aves. Além de vendidos para os EUA, Euro-

Foto: Roberto Al Barros


pa, Japão e outros países, como souvenires, os pios “Maurílio Coelho” têm sido utilizados em gravações musicais e no trabalho de ornitólogos. É a única da América Latina, a se utilizar da confecção artesanal das peças. Em Cachoeiro o turismo Religioso contempla belas igrejas, como a igreja católica Nosso Senhor dos Passos, a “Matriz Velha”, no bairro Independência, construída em 1882. O Centro Operário e de Proteção Mútua (COPM), fundado há mais de um século por Athanagildo Francisco de Araujo, tinha por objetivo proteger os operários da estrada de ferro das injustiças sociais. O prédio é da década de 1910. Além do acervo histórico da casa

que registra sua atuação ao longo de mais de um século, o prédio abriga a sede do “Cineclube Jece Valadão”. O atual projeto de Gestão Municipal do Turismo, desenvolvido em parceria com a secretaria de Estado do Turismo do Espírito Santo e o Sebrae, reconhece esses valores culturais, mas impõe desafios, reconhecendo a “baixa dotação orçamentária para o desenvolvimento das atividades do turismo no município”, a “falta de um centro de informação turística estruturado”, assim como a “inexistência de um Fundo Municipal de Turismo”, entre outros fatores; reconhecimento que mostra a boa-vontade do setor público em procurar viabilizar melhores dias para o setor.

“Doce terra onde nasci...” Divulgação/PMCI

A casa em que nasceu e viveu o cantor e compositor Roberto Carlos (foto acima), até a idade de 13 anos, foi transformada em Casa de Cultura na década de 90. Possui intimista acervo fotográfico, instrumentos musicais e outras peças como legendários discos de vivil. Está localizada no Recanto, no centro da cidade, onde o admirador do “Rei” pode imortalizar sua passagem pelo local no livro de registros, como o fazem milhares de pessoas de todos os quadrantes do país e do exterior todos os anos. O parceiro de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, e Wanderléia – a “Ternurinha” da Jovem Guarda –, estão entre os artistas que participaram das comemorações do aniversário de Roberto Carlos em anos recentes. Outra atração de importância para o Turismo Cultural de Cachoeiro é a “Casa dos Braga”, residência que hoje abriga o Museu dos Braga (veja matéria nesta edição) e a Biblioteca Pública Municipal. Com um estilo de inconfundível leveza, Rubem Braga “reinventou” a crônica brasileira, elevando-a a patamar de alta literatura. Deixou, assim, precioso legado literário a partir da primeira metade do século XX. Livros como “O Conde e o passarinho”, “A borboleta amarela”, “Ai de ti Copacabana”, soam familiares a estudantes, intelectuais e donas de casa. A Casa dos Braga tem uma surpresa que aguarda o visitante de terras distantes: descobrir que o irmão de Rubem, Newton Braga, foi poeta, jornalista e intelectual que deixou escritos livros de ensaios, crônicas e poesia. A cidade também é berço de Sérgio Sampaio, Jece Valadão, Carlos Imperial e outros nomes que poderiam ser explorados turisticamente.

SERVIÇO:

De Vitória: 135 km Acessos: Cachoeiro está a 135 km da capital, Vitória, pela BR 101.

Cachoeiro de Itapemirim: Sub-secretaria de Turismo, Tel. 3155-5221

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Turismo


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Turismo

Castelo

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Gruta do Limoeiro é novo point para receber o turista nas montanhas capixabas

astelo foi projetado internacionalmente com os campeonatos de voo livre que ali vêm ocorrendo desde 2005. Etapas do “Paragliding World Cup” ocorreram em Castelo em 2006, 2008 e 2012, atraindo centenas de esportistas e visitantes dos cinco continentes. O Pan-Americano de Voo Livre e o Campeonato Brasileiro, na mesma modalidade, assim como etapas do campeonato capixaba de parapente e asa delta, também são realizados em Castelo a partir da Rampa do Ubá. Em 2005, Lúcia Helena Ambrosim assumiu a pasta de Turismo e Cultura do município. “Seria muito bom”, afirma Lúcia Ambrosim, “que Castelo, juntamente com Cachoeiro e Muqui, trabalhassem juntos pelo desenvolvimento do turismo na região. Acredito que a criação de uma Secretaria de Turismo em Cachoeiro seria fundamental, para o desenvolvimento do turismo naquele município, porque a cidade tem muito potencial para ser trabalhado, como igrejas antigas, agroturismo, turismo de negócios e, principalmente, os dois ícones internacionais que a cidade possui, na música e na literatura, que são Roberto Carlos e Rubem Braga”, comenta. A secretaria de Turismo e Cultura de Castelo participou da Feira “Inventa Brasil”, que ocorreu simultânea à “2ª Feira Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável Rural”. Na ocasião, o município divulgou a Gruta do Limoeiro, seu maior atrativo arqueológico, para os 85 mil visitantes que passaram pelo evento, de 17 a 19 de outubro, na Praça do Papa, em Vitória. Com a inauguração do Centro de Visitantes da Gruta do Limoeiro, em julho, a Secretaria de Turismo de Castelo deu início a um trabalho envolvendo empresários, o poder público e as agências de turismo. “Agora temos onde acolher o visitante com mais conforto”, analisa Lúcia Ambrosim, “por isso já estamos recebendo grupos de turistas na cidade. Observamos que antes ocorria somente o turismo espontâneo, quando o visitante vinha a Castelo por conta própria, por épo-

Foto: Acervo Secretaria de Turismo de Castelo

Gruta do Limoeiro, em Castelo

ca dos eventos. Precisamos mostrar que o município tem atrativos que vão além dos eventos religiosos e de voo livre. O agroturismo acontece o ano todo”, finaliza a secretária. Em 2010, a Festa de Corpus Christi (foto ao lado) foi inserida no Calendário Brasileiro de Eventos Religiosos entre as 10 maiores do país. São mais de 70 mil pessoas que visitam a cidade no período de dois dias em que ocorrem a confecção dos tapetes e sua apresentação ao público, em ruas e avenidas da cidade. Com isso, o município chamou os empreendedores rurais para conversar e foi criado o circuito turístico “Caminhos da Natureza”, incentivando o surgimento de novos empreendimentos. Hoje são dezenas de propriedades rurais que aderiram a esta opção de renda complementar, cujo atributo principal é receber os visitantes. Falar dos atrativos turísticos do município de Castelo que poderão estar num pacote turístico de amplo espectro, é assunto vasto. No entanto, uma coisa é certa: quando o visitante segue para esta cidade, que possui em seu território dois parques estaduais – “Forno Grande” e “Mata das Flores” –, pode optar por um almoço com culinária regional na Cachoeira Furlan, em clima de altitude. O local faz parte do circuito “Caminhos da Natureza”, com suas vertentes “Do vôo livre”, “Sabores da terra”, “Caminhos do Forno Grande” e “Caminhos das cachoeiras” que, como predizem suas efemérides, oferecem atrativos para o tempo

Foto: Hugo Casagrande Andrade


que o visitante dispor em descobrir os caminhos da emoção ao ar livre, com cachoeiras, vales, florestas e picos com trilhas para esportes radicais. São dezenas de opções ao longo de cada percurso, como o Casarão da Fazenda do

Centro, construído em meados do século XVIII e tombado como Patrimônio Histórico Estadual, e que hoje está restaurado pelo Instituto Frei Manuel Simón, através de parceria com Governo do Estado do Espírito Santo.

A companhia de danças tradicionais italianas de Castelo, a “Radici Cità di Torino” (Foto ao lado), possui experiência internacional e é uma das três existentes no mundo. A Biblioteca Municipal “Ciro Vieira da Cunha” – o “Castelinho” – de arquitetura singular, destaca-se no cenário do centro da cidade, assim como a Igreja católica Nossa Senhora da Penha, com suas torres em estilo mourisco. O Teatro Municipal “’Artênio Merçon” fica na Praça Três Irmãos, local onde também se localiza o busto d’O Educador – “Dr. Carlos Teixeira de Campos” – que revolucionou o ensino em solo castelense na primeira metade do século XX. Uma equipe da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes),

em escavações realizadas na Gruta do Limoeiro, descobriu vestígios humanos datados de 4.500 anos. Por isso ali se encontra o mais importante sítio arqueológico do Espírito Santo. Em 21 de julho, com a presença do governador Renato Casagrande, foi inaugurado seu Centro de Visitantes. Um complexo para acolher o visitante, dotado de infra-estrutura com arquitetura contemporânea que se compõe ao meio ambiente, contemplado com auditório, sala de memorial, loja de agroturismo e artesanato entre outros.

Muqui

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Turismo tradicional

SERVIÇO: De Vitória: 141 km Acessos: BR 101 Sul do ES; BR 262, através da Rodovia Pedro Cola, de Venda Nova do Imigrante até Castelo passando pela Gruta do Limoeiro. Rodovia ES 482, a partir de Alegre, cidade próxima a Guaçuí – no entorno do Parque nacional do Caparaó Capixaba. Castelo: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, Tel. (28) 3542-8532

Município faz 100 anos esbanjando conquistas, mas com muito ainda por realizar

o Sítio Histórico de Muqui se mesclam arquitetura, arte e religiosidade. Significativos remanescentes arquitetônicos, tombados como Patrimônio municipal e estadual, que aguardam tombamento federal. Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vêm estudando o casario histórico, onde se destacam fachadas em estilo neoclássico de casarões e palacetes centenários. Varandas e salões ornados com pinturas retratando aspectos da flora e da fauna tropical, pintados por artistas italianos nas primeiras décadas do século XX, mantêm-se conservadas ou restauradas. Mobiliários de época, abrigam peças em prata e porcelana, contracenando com balaustrados e adornos de arcos em caixilhos de janelas e portas artisticamente entalhados. Muqui surgiu, como povoa-

ção, no final do século XIX. Com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina, em 1901, e a inauguração, em 1902, da Estação Ferroviária (hoje abrigando a loja do Agroturismo e Artesanato), teve início ao ciclo de maior desenvolvimento, cujo ápice ocorreu nas décadas de 20 e 30 com os Barões

do Café, que traziam suas famílias do interior para os casarões e palacetes que eram erigidos no perímetro urbano. Prefeito de Muqui no período 2001-2008, quando a cidade se projetou nacionalmente, José Paulo Viçosi, o “Frei Paulão”’, foi também secretário de Estado da CultuCarlos Magno (Morga) - Acervo PMM

Boi Pintadinho, Carnaval Folclórico em Muqui

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Turismo


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Turismo ra do Estado do Espírito Santo na atual gestão. “Frei Paulão” faz parte da ala dos governantes que dão continuidade ao que encontram. “Muqui, Cachoeiro e Castelo têm atrativos turísticos que se complementam”, afirma Frei Paulão. “Só falta criar um circuito envolvendo esses municípios, que poderia agregar detalhes de municípios vizinhos, como Mimoso do Sul, por exemplo, que tem muitas fazendas centenárias. O Estado precisa fazer um trabalho nesses três municípios, que estão próximos da capital, com uma mídia que possa divulgar suas riquezas para o país através das agências de turismo, e isso deve acontecer ao mesmo tempo em que melhoramos a infraestrutura para receber o turista”, explica. Em 2001, quando Frei Paulão assumiu a Prefeitura de Muqui, o casario do Sítio Histórico havia sido tombado a nível municipal, por seu antecessor, quatro meses antes. Ele deu continuidade ao trabalho inserindo em pauta a restauração das casas e palacetes, através de parcerias com os governos estadual e federal, enquanto promovia a valorização do folclore local: Folia de Reis e Boi Pintadinho, manifestações nas quais o município possui forte tradição,

mas que ainda estava por ser devidamente reconhecida. Entre outras ações, como criação da Loja do Agroturismo e do Artesanato, no período de sua gestão foi criado também o “Circuito Turístico da Morubia”, que envolve o agroturismo e permitiu que surgissem novos empreendimentos na região de Fortaleza e Sumidouro, local em que surgiu o primeiro povoamento de Muqui, no século XIX. No Espírito Santo, os incentivos ao Turismo ainda são muito tímidos, acredita Paulão. “Estamos entre Bahia, Rio e Minas Gerais, Estados onde os governos desenvolvem políticas públicas que mostram o potencial que eles têm para todo o país. Para desenvolver o turismo no ES é necessário planejamento estratégico. O que pretendemos daqui a 10 anos? É política pública para se alcançar sucesso no Turismo e na Cultura, setores que estão interligados” sintetiza o gestor. “O que se precisa agora é consolidar as rotas já criadas, envolvendo vários municípios, com uma política de continuidade. Ao ver que o Estado está incentivando, o empresariado passa a acreditar, e então vemos que as coisas passam a acontecer”, conclui Frei Paulão. Carlos Magno (Morga) - Acervo PMM

Circuito da Morubia Ao lado da cidade de Muqui, uma expressiva cadeia de montanhas se estende à altitude de até 1.340 metros de altitude, na Pedra de Santa Maria, onde o clima ameno traz o vento da história em fazendas centenárias e estâncias recreativas que hoje acolhem os visitantes para visita ou hospedagem. As agroindústrias e o artesanato, complementam o roteiro da Morubia, onde o visitante dispõe de monitores locais treinados para a prática de esportes ao ar livre, como rapel e caminhadas interpretativas em matas e cachoeiras Conhecer esses atrativos de Muqui pode coincidir com o Encontro Nacional de Folia de Reis, realizado desde 1950, por isso reconhecido pelo Conselho Nacional do Folclore como o mais antigo encontro folclórico do Brasil. O evento hoje chega e reunir até 100 folias de vários estados da federação. Nos últimos 10 anos, os grupos locais têm recebido apoio oficial para aquisição e renovação de vestimentas típicas e instrumentos; e a participação no evento garante cachê a todas as folias. Outro destaque Muqui é o Carnaval Folclórico do Boi Pintadinho, festa popular que remonta à década de 1940 com o tradicional “Boi do Bijoca”, hoje festejado pelos descendentes. Ao longo do eixo histórico, iluminado e ornado para os dias festivos, dezenas de grupos de boi pintadinho, adultos e mirins, desfilam ao som inconfundível do batuque do carnaval de rua, que na “Cidade Menina” continua uma festa familiar.

SERVIÇO: De Vitória: 165 km Acessos: Muqui está a 28 quilômetros de Cachoeiro, pela BR 393; e de Cachoeiro até Castelo são 33 quilômetros por rodovias estaduais. De Muqui até a divisa com o Rio de Janeiro são aproximadamente 40 minutos, via Mimoso do Sul.

Benção dos foliões, no Encontro Nacional de Folia de Reis de Muqui

Muqui: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, Tel. 28-3554-1456


Avaliar o hábito de leitura de um país tem sido utilizado como forma de medir o desenvolvimento de sua população, seu grau de conscientização e consequente capacidade dos cidadãos para reivindicar direitos. Mais do que um atitude educacional, a leitura é uma ação política capaz de levar à informação e ao conhecimento, permitindo assim aumentar a capacidade de localização de cada ator dentro da sociedade. O conhecimento – fundamento da democracia – é capaz de fazer germinar movimentos culturais que transformam a tessitura social, com a agregação de valores éticos – já que a crise de valores por que passa a sociedade atual está estreitamente relacionado ao seu grau de alienação. O hábito da leitura, desse modo, está estreitamente ligado ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Não se tem notícia de países com alto IDH nos quais o semi-analfabetismo esteja disseminado tão insidiosamente como no Brasil. Por isso tem sido constante o alerta de estudiosos, educadores – e até mesmo de economistas, acerca da importância de se promover a leitura através da difusão do livro e realização de eventos a ele relacionado. Programas robustos e permanentes, como a criação de setores de atuação real nas secretarias municipais e de Estado da Educação – que contemplem sua execução e garantam sua continuidade; não eventos esporádicos, ainda que, mesmo assim, gerando frutos, mormente que

imprecisos e esparsos. A importância da leitura vai além do que comumente se quer fazer crer como fundamental. As alegações para se implantar programas de leitura querem ater-se à necessidade de desenvolvimento do aluno em Língua Portuguesa, por exemplo. Aqui, é claro, está uma necessidade, mas – o que se afirma comumente como necessidade de conscientização está localizada em um campo de conhecimento heterogêneo, já que abrange todas as áreas do conhecimento. Por isso é preciso ler sim, e não apenas livros, apesar de a leitura desses geralmente levar leitura de revistas, jornais etc. – conquanto o caminho inverso se queira pensar mais frequente. Desse modo, como classificar eventos voltados para a leitura – como as bienais do livro, por exemplo – como suficientes para formar o hábito da leitura? Como ter certeza de que tais eventos possam servir mais do que para projetar seus idealizadores e executores no campo da mídia? Ou seja, não estão capacitando plenamente tantos jovens como poderiam se não fossem bi-anuais, e não estão formando mentalidades, que doravante estariam empenhadas em distribuir seu tempo de modo a criar o hábito de se recolher à leitura de um livro até ser término, para que, em seguida, outro livro venha a ocupar o lugar do anterior. Em “Como Ler Livros, Guia Clássico para a leitura inteligente” (ver “Livro do Mês”, nesta edição), Mortimer Adler res-

Roberto Al Barros

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Leitura & IDH

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OPINIÃO

Jornalista, editor e escritor

salta, no capitulo “Formando o hábito da leitura”, que um hábito, para ser adquirido, deve seguir regras, e que ninguém segue regras se não as conhece. Um levantamento no cadastro da Biblioteca Pública Municipal Ciro Vieira da Cunha, em Castelo (ES), cidade com IDH médio alto (0,762), mostrou que, em 2011, mais de 90% dos frequentadores da biblioteca tinham menos de 30 anos, e, pasmem, por ali não se via pessoas da terceira idade. Justamente as que têm mais tempo disponível, inclusive para leitura. Muito se tem falado acerca da necessidade de se manter o cérebro ativo, para que se renovem ligações de neurônios, se façam inserção da mente em novas vertentes do conhecimento. A leitura de livros tem subdivisões, se faz necessário evidenciar aspectos não levados comumente em consideração nos programas de leitura ou cursos de leitura dinâmica, como alerta Mortimer Adler, que classifica a leitura em quatro patamares: “elementar”, “inspecional”, “analítica” e “exigente”. Ou seja, após uma leitura rápida, podemos classificar um livro técnico. Já uma obra de ficção requer uma leitura mais atenta: este seria o primeiro mandamento da leitura.


Você quer caminhar? Ainda há tempo! Médico cardiologista fala sobre a importância da caminhada

C

e lista seus 10 principais benefícios

aminhar com regularidade, durante pelo menos 30 a 40 minutos, no mínimo três vezes por semana, com roupa e calçados adequados, de preferência em local plano e com ar puro, nos horários indicados, é comprovadamente uma dos melhores exercícios aeróbicos para ajudar a manter a saúde. Todo programa de caminhada deve ser antecedido por avaliação física e cardiovascular, pois assim a pessoa passa a ter segurança para praticar a caminhada sem riscos e com benefícios progressivos para a saúde. “A caminhada é uma atividade física que está ao alcance de todos, pois não precisa de investimentos”, destaca o cardiologista Gil Gonçalves Azeredo, acrescentando ser “importante frisar que, uma vez iniciada, a prática regular da caminhada passa a incorporar como hábito saudável de vida da pessoa”, pontua o médico. De acordo com recomendação dos especialistas, para melhor desempenho e aproveitamento, a caminhada deve ser aliada a alimentação variada, que não contenha excessos de sal, açúcares e gordura, e onde as frutas e a hidratação têm grande importância, como preceituam os mais atuais preceitos da boa nutrição.

O médico cardiologista, Gil Gonçalves Azeredo

BENEFÍCIOS Além dos benefícios físicos de proporcionar elasticidade aos tendões e resistência aos músculos, a caminhada oxigena o sangue eliminando toxinas, renova a mente e promove a autoestima, garantem seus adeptos. Estudos recentes comprovam que caminhar é fator que promove também o rejuvenescimento e a longevidade. Pessoas que passaram a adotar o hábito, na meia idade ou mesmo depois, estão a colher bons frutos, passando a ter também mais facilidade para conciliar e manter o bom sono diário.

– É importante que a pessoa esteja bem hidratada – lembra o cardiologista –, para que o exercício físico possa contribuir para a saúde como um todo.

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SAÚDE

10 benefícios da caminhada, dentro das normas recomendadas, pelo Dr. Gil Gonçalves Azeredo 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Redução da pressão arterial Controle do colesterol Controle da glicose Controle do peso Previne ou melhora a diabetes Melhora a qualidade do sono Diminuir o risco de doenças cardiovasculares Melhora a capacidade pulmonar Controle do estresse e da ansiedade Prevenção da osteoporose


Assaltos no interior

Como se não bastasse a insegurança nas cidades, principalmente as de porte médio e grande, o ES vive uma onda crescente de assaltos a propriedades rurais, muitas vezes com mulheres, crianças e idosos amarrados, amordaçadas, quando não assassinados, enquanto malfeitores roubam, ameaçam ou fazem covardes agressões às vítimas indefesas. Em Linhares, o titular da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio, delegado Tiago Cavalcante, afirmou que as quadrilhas que se dedicam a essa modalidade de crime no norte do estado “agem da mesma maneira. Parece até que os grupos se conhecem, trocam informações e até se rivalizam”.

Ideb na escola As escolas municipais de Vitória estão obrigadas a expor na entrada a nota obtida no Ideb, o Indice de Desenvolvimento da Educação. O projeto de lei foi apresentado em 2011, pelo vereador Sergão (PSB), reeleito. Aprovada, a lei foi vetada pelo prefeito João Coser (PT). Porém, o veto foi derrubado pelos vereadores por 9 votos a 4. A ideia das placas é do especialista em Economia da Educação, Gustavo Ioschpe, e pretende incentivar a escola com nota baixa a se autosuperar, melhorando assim o rendimento escolar dos alunos e sua autoestima.

Insegurança na Capital Coluna VICTOR HUGO, jornal “A Gaz e t a ” ( 0 6 .1 0 .1 2 ) : “ a violência [insegurança] na Praia do Canto é tanta que a direção do [restaurante] novo Aleixo contratou dois seguranças para ficar permanentemente na frente do restaurante”.

Cobranças eficazes

Através de suas procuradorias, o Estado e as prefeituras têm sido bastante eficazes nas cobranças aos seus devedores. A lei nº 9.876/2012, sancionada em julho deste ano pelo governador Renato Casagrande, permite cobrança extrajudicial. Nesse caso, após receber a notificação, o devedor tem prazo de três dias para quitar o débito. Caso não o faça, o título será protestado e o nome do inadimplente inscrito nos órgãos de proteção ao crédito (SPC e Serasa), além do Cadastro Informativo da Receita Estadual (Cadin).

Triste realidade Na Grande Vitória, as denúncias de violência e maus-tratos contra crianças e idosos só não perdem para o tráfico de drogas (50%) e homicídios (7%). De janeiro a junho de 2012 foram registrados 1.670 casos de violência contra crianças, oficialmente.

Trânsito louco O Espírito Santo possui cerca de 250 mil motociclistas na faixa etária entre 18 e 24 anos, entre os cerca de meio milhão de habilitados. No primeiro semestre de 2012, o estado já contabilizava uma frota de 411.151 motocicle tas. Motivo de sobra para as autoridades darem uma atenção especial ao item segurança. No 38º Encontro Nacional dos Detrans, realizado na primeira quinzena de outubro, em São Luiz (MA) – com a presença do diretor-geral do Detran do ES, Fábio Nielsen e do delegado de Delitos de Trânsito, Fabiano Contarato –, foram discutidas regulamentações e punições mais rígidas para motoristas e motociclistas infratores.

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GIRO CAPIXABA


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Élson Júnior: do Projeto Nossa Criança, ao Londrina

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lson Júnior nasceu em Paineiras (Itapemirim), e já passou por importantes equipes profissionais do futebol brasileiro, como Ceará (CE), Iraty (SP), Marília (SP) Ituano (SP) e Londrina Esporte Clube (PR). Depois de uma passagem pelo Americano de Campos, onde disputou o Campeonato Carioca de 2005, está no Londrina com contrato até 2013. Aos 13 anos, quando estudava na Escola Fraternidade e Luz, no bairro Sumaré, Élson foi convidado por amigos da escola a treinar no “Projeto Nossa Criança”, no bairro Basiléia. Dali para o infantil do Cachoeiro foi um pulo que o lavaria, aos 16 anos, a atuar no Cruzeiro E. C. de Belo Horizonte, onde ficou até a idade de 18 anos. “Em 2005 voltei a atuar pelo Cachoeiro, jogando o Campeonato Capixaba. Em seguida fui para o Americano de

Campos, onde disputei o Campeonato Carioca”, lembra o jogador. Um olheiro gostou da atuação do atleta, cujo passe foi comprado pelo Iraty Sport Club, uma tradicional equipe paranaense, fundada em 1914. “Jogador não quer perder nem par ou ímpar”, brinca Élson. “Apareceu uma oportunidade e fui para o Nordeste, onde atuei pelo Ceará, em 2009”, enfatiza o zagueiro. Quando retornou do Ceará, Élson foi para o Londrina, onde mesmo na defesa, chegou a fazer vários gols. Para os que estão começando, Élson afirma que “o importante é estar preparado, porque quando chega a hora você tem que agarrar com unhas e dentes. Futebol é também um pouco de sorte: estar na hora certa e no lugar certo, pois, quem sabe tem um olheiro te vendo naquele momento e te leva para um grande clube?”, finaliza.

Atleta hoje defende a camisa do Americano, de Campos

ESPORTE

Saindo para o ataque, pelo Londrina


Café: Quando o que conta é o sabor

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erdade é que gosto não se discute. Mas a se considerar o ponto da torra, especialistas são unânimes em afirmar que o “café meia torra” mantém um “corpo licoroso, ‘adocicado’ e denso”, características que podem se perder, caso o ponto de torrefação não atenda a esse preceito. A torrefação é responsável por liberar entre 700 a 800 substâncias aromáticas do café. Quando os grãos são submetidos ao aquecimento gradual, a água residual dentro de cada célula é convertida em vapor, promovendo reações químicas entre açúcares, proteínas, gorduras e minerais contidos em seu interior. O produto final é que dá o gosto dominante do café, ensina o Guia do Barrista, da Café Editora. Se o grão for mais torrado, teremos um café mais forte. Mas há um limite: pouco torrado fica ácido, muito torrado ganha cor e sabor mais amargo – ponto que também tem seu público. Na Itália, por exemplo, a preferência é por torras mais escuras. No Brasil o gosto é pela torra entre moderadamente escura e média clara, de acordo com o site www.scaa.org – fabricante do equipamento Agtron/SCAA Roast Classification Color Disk, um sistema com discos capaz de produzir diferentes torras do café. Mas podemos nos enganar, se supormos que esses pontos de torra são conquistas recentes da tecnologia. Nos primeiros anos da década de 1930, no interior de Muqui, Madalena Machado L. Barros era responsável pela torra do café consumido por sua família no Sítio do Cravo, uma pequena propriedade de agricultura familiar nas montanhas. Hoje, aos 91 anos, lembra como era o processo de torrefação em panela de ferro, no fogão à lenha, com moagem em pilão de madeira. “Quando o café começava a brilhar, soltando o óleo, eu sabia que estava no ponto, marron-escuro. Foi minha mãe que me ensinou. Uma vez no ponto, eu tirava a panela do fogo, às vezes mexia mais um pouco com a pá de madeira, em seguida despejava na peneira para guardar depois de frio. O café era socado aos poucos, no pilão. Somente depois compramos a máquina de moer, quando muitas vezes o grão passou a ser moído na hora de coar do café”, lembra a dona de casa aposentada.

O especialista em café, Ernesto Illy, na revista Scientif American Brasil, conta como ocorre o processo de transformação que proporciona o sabor especial do café feita na máquina de expresso, quando o sabor da bebida é acentuado com a extração dos componentes ativos direto na xícara pela água fervente.

Café expresso

“A interação entre água quente e pó de café é, no entanto, sutilmente diferente quando se faz café de filtro normal e expresso. Quando o café de filtro é preparado, a água quente passa através de um agregado relativamente solto de pó de café de tamanho médio. Durante os quatro a seis minutos de contato com a água fervente, a maior

parte das substâncias solúveis presentes no café torrado passa à solução. Assim, grandes quantidades de ácidos altamente solúveis e cafeína se dissolvem na xícara. Em contraste, o tempo muito mais curto de filtragem do expresso permite que menos ácido e apenas 60% a 70% da cafeína dissolvam-se na infusão”, explica Illy.

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ECONOMIA


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Dia do Músico

Cachoeirenses com muito a comemorar Se 22 de novembro é “Dia do Músico”, os cachoeirenses têm muito a comemorar. A cidade tem vivido bons momentos na área musical, com o surgimento de novos talentos e consolidação dos já existentes, o que tem projetado o nome de muitos profissionais e permitido também que a profissão não seja apenas um eufemismo para tantos que por tantos tempo viveram de sonhos. PROJETO FEIJOADA Grupo de música genuinamente brasileira, o Projeto Feijoada tem Flavio Marão (violão e voz), Fábio “Biola” (Pandeiro e voz), “Eré” (Tantan e voz), Guilherme Canuto (Bateria), Paulo Tubarão (Baixo) e Ericson (Guitarra), A banda fez 18 apresentações, em quatro países do velho continente entre 12 de agosto e 17 de setembro, passando por Portugal, Itália, França e Inglaterra. “A música brasileira é muito respeitada lá fora” – ressalta Flávio Marão. O músico lembra que, ao conversar com músicos europeus, foi possível perceber que o brasileiro precisa fazer uma reflexão e valorizar mais o que é produzido aqui. “Eles nos fazem olhar para nosso próprio país, citando trabalhos como o de Marcos Valle, por exemplo. Isso é fundamental, pois se não tivermos referência, não vamos produzir o novo a partir de nossas raízes”, analisa. A banda retorna à Europa em 2013, teve uma boa agenda no Brasil este ano e acaba de postar mais duas músicas do projeto “Convida” no site projetofeijoada.com.br. O CD “Cardápio” foi lançado em 2009 e, em 2011, foi a vez do mais recente, “Se Joga Malandro”, que pode ser adquirido a partir do site do grupo.

DUDA FELIPPE Com lançamento previsto para antes do Natal, o DVD clipe “No céu de Cachoeiro” promete ainda mais luzes sobre o trabalho da cantora, compositora e instrumentista Duda Felippe. “O DVD está ficando lindo e cheio de surpresas, e estamos preparando também a produção de um novo show, com releituras da MPB mas não esquecendo as composições autorais”, revela a artista. Em 2012, Duda lançou seu segundo CD autoral “Retratos de nossa gente”, “trabalhado em diversidade de arranjos e ritmos da raiz da MPB, onde sou criada e onde também me inspiro”, confidencia. Se em 2012 foi consolidada a audição de suas músicas nas rádios, Duda Felippe considera que as expectativas para 2013 são as melhores possíveis. “Com o produto autoral em mãos, estamos podendo divulgar a música capixaba para outros estados, gerando assim reconhecimento para o que é produzido e nossa terra”, comemora agradecendo a todos que têm apoiado seu trabalho, “principalmente Deus, pois sem fé e incentivo não se vai longe”, conclui.

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CULTURA


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Elyan Peçanha Dilvugação

Dr. Celmo de Freitas, Superintendente do Grupo Itapemirim, no Salão do Automóvel em São Paulo acompanhando os lançamentos da TOYOTA, da qual a Sossai Veículos é representante oficial em Cachoeiro. Álbum de Família

Niver de um aninho de IZADORA, filhota da Cal Kalinca e do CL Eliseu Camargo Turini realizado no “Águas Claras”, na Gruta, com os padrinhos Irene e Pedro Camargo Turini.

Nossa querida amiga Regina Grafanassi com a filha Dra. Maria Amélia Grafanassi Moreira e as netas Ana Amélia e Cíntia. em Paris, a Cidade Luz.

ELYAN

O elegante casal Marcilene – Marcelo Gottardi, ele Superintendente do Shopping Sul, em recente encontro social.

ELYAN

Entre as nossas ilustres aniversariantes deste mês de novembro está a CaL Glória Silvia, esposa do companheiro – leão CL José Onofre Lopes (Zito), Presidente da SELITA.

Jornalista Denise Vieira, assessora de imprensa do Hospital Evangélico em encontro rotário com o esposo Dr. Celso Gonçalves Alves, ele titular da Bioteste.

Lions/ELYAN

O competente consultor de vinhos, Dimas Lanna, sócio da Adega Espaço DOC, ao lado de sua dedicada gerente Daniele. Aquela empresa estará conosco nas colunas de dezembro no ES FATO.

Em recente recepção do Lions Clube Cachoeiro, a presença elegante do casal de médicos Dra. Ermelinda e Dr. José Ozório de Oliveira, ele diretor de Mercado da Unimed Sul Capixaba.

ELYAN


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Magazine ELYAN

Novembro 2012/nº4 /

Arquivo Fato

Este é o nosso prezado e amigo de longa data, Rubens Moreira, Presidente da SICOOB-Sul, sempre apoiando nossa iniciativas na área social

Rotariano de extraordinárias participações no Rotary Clube Cachoeiro, do qual já foi Presidente, o fraterno companheiro Miguel Bassul Cerqueira e sua esposa, Dra. Marília ELYAN

Estes são nossos queridos amigos e parceiros Sandra e Fernando Leal (Colchões Ortobom) que neste mês de novembro (dia 23) celebram 21 anos de plena felicidade no casamento.

Flávio Misse do Buffet Belas Artes (E) ao lado do Presidente do Rotary Clube Cachoeiro Igor Tome, ele nosso parceiro e titular da Metalúrgica Cachoeiro, no Cel. Borges


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LITERATURA

Livro do mês

“Como ler Livros – O Guia Clássico para a Leitura Inteligente”

O autor do livro do mês desta edição da Revista MAIS ES, Mortimer Adler, nasceu em Nova York e abandonou os estudos aos 14 anos, quando foi trabalhar de contínuo no jornal New York Sun. Alguns anos mais tarde, pretendendo tornar-se jornalista, entrou para a Columbia University onde, em contato com as obras de Aristóteles, John Locke, Stuart Mill e outros, passou a ler tanto que não conseguiu cumprir os requisitos mínimos para completar sua graduação. Mas a universidade, por reconhecer a qualidade de sua escrita e seus conhecimentos, o recompensou com um Doutorado Honorário, e Adler tornou-se professor de psicologia, “escrevendo vários livros sobre a filosofia e a religião ocidentais, além de suas próprias obras filosóficas”. É autor de mais de 50 livros. “Como ler Livros – O Guia Clássico para a Leitura Inteligente” teve sua primeira edição em 1940, e edições sucessivas ao longo das décadas seguintes. A tradução que nos chega é da edição de 1972, que tem co-autoria de Charles van Doren. Além de apresentar as dimensões e

SERVIÇO: Como Ler Livros, O Guia Clássico para a Leitura Inteligente – Mortimer Adler & Charles van Doren – Coleção Educação Clássica – Realizações Editora, 430 pág.

os quatro níveis da leitura (elementar, inspecional, analítica e exigente), o livro discorre, em linguagem coloquial, sobre como ler livros práticos, teóricos, romances, poesia, peças e poemas; como ler livros de história, matemática, ciências, filosofia e ciências sociais, entre outros. Ao final, a obra traz uma “Lista de leituras recomendadas” incluindo os “Clássicos do Ocidente” e, também, extensos exercícios e testes sobre os quatro níveis de leitura. Obra elementar, para leitores de todos os níveis: estudantes, professores, escritores e acadêmicos – para leitura e pesquisa. Como ressalvam os autores da obra, em seu primeiro capítulo, a leitura ativa pode ser “aplicada a qualquer mídia impressa – jornais, revistas, panfletos, artigos, ensaios e até mesmo informes publicitários”, ampliando a abrangência da obra.


Seu curto espaço de tempo

/ 35 Novembro 2012/nº4 /

Museu da Família Braga tem registro no Cadastro Nacional de Museus Históricos

ARUTLUC

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Vista da sala, com estátua de Rubem Braga em papel machê

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O Museu dos Braga funciona anexo à Biblioteca Municipal com o seguinte horário de atendimento: de segunda à sexta-feira, de 8h00 às 18h00.

evido a sua importância para a história da literatura brasileira, o Museu da Casa dos Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, recebeu registro no Cadastro Nacional de Museus, passando a fazer parte do roteiro nacional e constando no núcleo de informações do Ministério da Cultura (MinC). O registro ocorreu durante a 6ª Primavera dos Museus, promovida pelo MinC, entre 24 e 30 de setembro de 2012, quando o museu histórico-literário cachoeirense passou a constar no cadastro nacional juntamente com mais de 800 museus e instituições culturais de 364 municípios brasileiros. O museu funciona numa sala da Casa dos Braga, localizada na Rua 25 de Março, no centro de Cachoeiro, expondo livros, documentos pessoais históricos, fotografias, revistas, recortes de jornais e publicações, registros iconográficos como uma tela em técnica grafite feita por Rachel Braga em homenagem a seu pai, Newton Braga, além de objetos, como um relógio pêndulo de época, doado pelo Instituto Newton Braga. O retorno da exposição permanente ao público ocorre depois de um período de 20 meses. Embalado, devido à enchente de 31 de dezembro de 2010, que alagou o porão da Casa do Braga, destruindo centenas de livros da Biblioteca Municipal “Walter dos Santos Paiva”, o acervo que havia cedido espaço para a biblioteca depois do cataclismo retorna com alguns quadros da Família Braga em novas molduras. A enchente, no entanto, não atingiu a área do museu.

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/ 36 Novembro 2012/nº4 /

ENTREVISTA

O biógrafo das grandes damas Bernardo Carneiro Horta é jornalista, escritor, carioca, mas com um pé em no Espírito Santo.

por Rita Martins

Bernardo Carneiro Horta é jornalista, escritor, carioca, mas com um pé em no Espírito Santo. Bisneto de dois personagens históricos: Bernardo Horta de Araujo e Florentino Avidos políticos que participaram intensamente do desenvolvimento do Estado. Em sua passagem por Cachoeiro de Itapemirim, terra onde o bisavô de quem herdou o nome passou boa parte da vida, o autor lançou a obra ‘Anália Franco: Quem é ela?’, onde retrata a professora, jornalista e filantropa

carioca que salvou órfãos, pobres, imigrantes e ex-prostitutas que passavam por processo de superação. Uma trajetória fascinante e vitoriosa de quem desafiou preconceitos no século 19. Nesta entrevista, Bernardo fala sobre o processo de criação e sua relação com a cidade.

MAIS ES– De onde surgiu a ideia de escrever sobre Anália Franco? Bernardo Carneiro Horta– O livro surgiu no meio de um processo que envolve Cachoeiro. Estava na divulgação do meu primeiro livro “Nise – Arqueóloga dos Mares” e comecei a me indagar quem seria a próxima biografada. Encaminhei edição para uma pessoa que me escreveu dizendo que tinha passado por um efeito de recuperação e de cura ao ler o livro.Ao comentar meu interesse em outro personagem, ela passou me enviar alguns textos sobre a Anália, que me despertaram a atenção. E o que liga isso ao município? Bernardo Horta de Araujo, pois Nise me trouxe Anália e ela me trouxe a Cachoeiro. E todos estão envolvidos em literatura, pessoas que amaram, deram a vida e lutaram pelo Brasil. Esse é um fato enriquecedor, num país que está carente de identidade, autoestima e de memória. O livro conta a história de Anália em duas formas de escrita: a biográfica e o romance. Por que essa escolha? Ela é antiga, nasceu há cerca de 160 anos, morreu há 90. Já existe um título sobre Anália. Uma obra técnica e estrutural, intitulada “Grande Dama da Educação Brasileira”, escrito pelo psicólogo e educador Eduardo Carvalho. Ele é interessante e denso, pois trata as histórias da professora, dos sistemas que ela utilizou para criar seus métodos educacionais. Além desses tem mais uns quatro ou cinco com pequenos resumos sobre sua vida. Ao ler percebi que estava ligada a ela e precisava fazer algo diferencial. Então resolvi ousar ao romancear determinados trechos para que os leitores compreendessem a dimensão da importância dessa educadora. Como foi esse processo? Decidi me entregar a estudos dos primeiros 20 anos da vida de D. Anália. Mergulhei em pesquisas daquela fase, em raros documentos para criar trechos que não estavam expostos.


Por intuição criei situações para esclarecer, evidenciar e apresentar a história dessa grande mulher. Durante a produção, houve algum fato marcante? Vou narrar um sonho muito significativo: após um ano de leitura e pesquisas, criei coragem para escrever o romance. Ele tem o tom de novela, onde conta a história de Anália, da história da educação e do Brasil, uma obra densa de uma grande personalidade. Um dia antes de iniciar a redação, sonhei que ela e doutora Nise caminhavam em minha direção, com tranquilidade, serenidade e grande simpatia. Em um determinado momento elas se olham e eu ouvi as seguintes palavras de doutora Nise: “D. Anália, a senhora permite que Bernardo escreva sobre sua vida?”. E no sonho ela me olhava e sorria. Esse foi um momento especial e lúdico, que vem do nosso inconsciente espontâneo e verdadeiro. Qual o seu próximo projeto? Se eu tiver tempo, força, energia e material pretendo escrever sobre um homem, carioca, brasileiro e libertário. Não posso dizer o nome, vai ficar na esfera da

surpresa. Mas posso adiantar que meu próximo livro será sobre o Rio de Janeiro e outras cidades. E sobre sua família? O que ocorre para nós, netos e bisnetos, de Bernardo Horta de Araujo e Florentino Avidos, é que tais histórias

“A vinda recentemente de meu pai e meu tio a cidade (Cachoeiro) foi um processo de resgate fundamental para nossa família”

contêm uma energia afetiva tão intensa que não saberia lhe dizer se escreverei e sobre o que falarei dessas personalidades tão marcantes para a história do Espírito Santo. Se você vai tocar nessa matéria é

necessário que o escritor tenha consciência que ele não vai somente escrever um livro, mas sim mergulhar na energia familiar, numa egrégora, que no nosso caso reúne diversas famílias interligadas na história do Estado. É um fato complexo e esta por desenrolar. A vinda recentemente de meu pai e meu tio a cidade foi um processo de resgate fundamental para nossa família, uma valorização a vida de Bernardo horta, um processo de libertação. Como foi essa vinda? A história de meu bisavô é repleta de intensidade, brilhantismos e reviravoltas. Então acho que ele teve uma vida dinâmica e fascinante, mas por fatos da própria existência e do destino seu encerramento foi triste e trágico. Uma sucessão de tristezas e traição política houve um endividamento, acredito que esses fatos o levaram a uma depressão e o fez tirar a própria vida. E isso até hoje é trabalhado e elaborado por seus descendentes. A vinda de dois de seus netos, para participar de uma homenagem ao meu bisavô foi um grande passo para a construção da memória dessa nova geração.

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Entrevista


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ENSAIO

Fotos: Roberto Al Barros

Rio Itapemirim

Formado pelos braços Norte e Sul, que descem das vertentes do Caparaó, o Rio Itapemirim viu a cidade crescer ao seu redor. A história relata que os navegantes, que partiram da Barra do Itapemirim, fundaram a cidade no ponto em que o rio deixou de ser navegável, por causa da profusão de “cachoeiros”. Hoje o rio está sendo despoluído e suas águas já voltam a ter peixes e aves, e no estio do longo inverno, volta a refletir a cidade e suas pontes, como o leitor pode comprovar nas fotos deste ensaio que MAIS ES publica com exclusividade.

O Itapemirim cortado pelas pontes rodoviárias Demistóclides Baptista (ponte de ferro) e Carin Tanure

O Itapemirim ao lado da av. Beira Rio com a ponte de pedestres, João Bley, ao fundo

A Ponte de Ferro “Demistóclides Baptista”, refletida nas águas claras do Itapemirim no inverno de 2012.

Obras sendo realizadas no bairro Valão

Edifícios, nas ruas 25 de março e Costa Pereira, refletem nas águas do Itapemirim


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