www.maises.com.br | 12ª edição - Novembro de 2013 - R$ 5,00
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A edição especial da Revista MAIS ES comemora 10 anos de publicação do jornal Espírito Santo de Fato.
Mais 10 anos A edição especial da Revista MAIS ES comemora 10 anos de publicação do jornal Espírito Santo de Fato. Uma década de dedicação e compromisso com a verdade. Os anos passam e o periódico acompanha a revolução tecnológica adquirindo novos equipamentos gráficos e renovando a redação, bem como os programas de formação do jornal. A maneira ética de atuar e a imparcialidade na cobertura dos fatos são alguns dos itens que colaboraram para a conquista da preferência dos leitores de Cachoeiro de Itapemirim e toda região sul do Espírito Santo. O Fato já é tradição. Nesses 10 anos de circulação, passou por muitas mudanças, mas sempre preservando a sua integridade moral em relação aos acontecimentos, aos entrevistados e aos leitores. No início, o Fato era semanal. Um ano depois já se tornava o diário mais respeitado da região. Nesse tempo, vários políticos, acontecimentos culturais, desastres naturais, acidentes... Muita coisa foi registrada e preservada na história do Espírito Santo. Mas este breve editorial não é para falar do passado e de possíveis conquistas. Sim, entre erros e acertos, o Fato conquistou um espaço importante no cenário jornalístico do estado. O importante neste momento é, além de comemorar, vislumbrar novos projetos para o futuro. A cada nova edição, mais informações, mais dinamismo e mais empreendimentos, como a reformulação do site, os cadernos especiais e também a Revista MAIS. Boa leitura!
Entrevista com Wagner Santos e os 10 anos do Fato PÁG 06
Entrevista com Julio Ferrari “Doa em quem doer”
Curta capixaba terá exibição internacional
PÁG 22
PÁG 30
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Wagner Santos wagnersantos25@hotmail.com
Editor
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contraponto
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Política, cultura, economia e de tudo um pouco dos bastidores da notícia
Diante do anúncio da saída dos peemedebistas do governo estadual, o governador Renato Casagrande (PSB) preferiu não comentar. Ele mantém o discurso de que é equivocada a antecipação do debate do processo eleitoral. Quando a Casa cai Seis servidores da Câmara Municipal de Cachoeiro foram afastados por determinação da Justiça. A decisão foi tomada pelo juiz da Vara dos Feitos Públicos, Robson Louzada, com base em ofício enviado ao Ministério Público pelo presidente da Casa, Júlio Ferrari (PV), solicitando a investigação de irregularidades nas finanças do legislativo municipal.O responsável pela administração das finanças da Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim-ES, o contador Hélio Grecchi Rosa é o principal acusado do desvio de R$ 92,4 mil da Casa de Leis. Além disso, o juiz também determinou o afastamento do cargo o vereador Luis Guimarães de Oliveira (DEM). Luisinho Tereré, como é mais conhecido, é acusado de manter funcionária fantasma em seu gabinete e ainda reter parte do salário dessa servidora, prática apelidada de rachid. A ação foi movida pelo Ministério Público.
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Agora não!
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entrevista O diretor do jornal Espírito Santo de FATO, Wagner Santos da entrevista sobre os 10 anos da publicação
Dez anos de notícias O diretor do jornal Espírito Santo de FATO, Wagner Santos, costuma dizer que o jornalista dá a notícia, mas não deve se inserir nela. Ele segue à risca o conselho. Em raras oportunidades concedeu entrevistas a seu próprio impresso, como faz agora, na comemoração dos dez anos da empresa. Com os pés no chão, apesar do sucesso da publicação, relembra com orgulho das realizações que o FATO alcançou na década, fala das dificuldades do mercado e da credibilidade que o jornal ostenta. Confira nas próximas páginas.
7 gressaram no tal jornal por acreditarem em mim: Roney Moraes, Marcos Leão e Darcy Anderson. Com eles fundei o Espírito Santo de FATO, em setembro daquele ano. Tirei lição importante. Aprendi a só acreditar naquilo que está formalizado. É assim nos negócios.
casamento, que ocorreu dois meses depois. A Lília, minha esposa, que hoje gerencia administrativamente o jornal, compreendeu. Apostamos tudo, naquele ímpeto que só a juventude explica. O Marcos entrou com a sede, que funcionava dentro da casa do pai dele, Gilson Leão. O Darcy deu o único computador de que dispúnhamos. O Roney ajudou com o que pôde. Nós mesmos fazíamos da elaboração à distribuição.
É comum o lado jornalista suplantar o de empresário. Talvez por isso o jornal se mantenha, com a credibilidade que tem
E o que houve com o outro jornal? Quando rompemos, dividimos a área de atuação. Eu, com o FATO, fiquei com Cachoeiro e litoral. Ele continuou por mais uns meses, na região serrana, mas deixou de ter periodicidade, até parar de vez. Agora suas aparições são esporádicas. Apenas em época de eleição, em Cachoeiro, inclusive.
A data de fundação no expediente do FATO é 14 de março, mas você disse que a marca só surgiu em setembro. A data de fundação foi mantida por estratégia comercial e não deixa de ser verdadeira, afinal, o projeto era basicamente o mesmo, com as mesmas pessoas. Só o nome havia mudado. Foi o que dissemos aos anunciantes. Imagina se disséssemos que o projeto anterior naufragou em poucos meses e que estávamos começando algo novo do zero? Não teríamos nenhuma credibilidade.
Por que essa sociedade se desfez? As dificuldades eram muito grandes. Era muito trabalho, mas não tínhamos lucro e, a maioria, sequer tino comercial. Estávamos acostumados com a lida na redação e bastante longe das exigências do mundo empresarial. As dívidas chegaram: impressão, telefone, diagramador... Isso desanima. O Roney e o Marcos saíram primeiro, juntos, ainda em 2003 (atualmente fazem novamente parte da equipe do jornal). Montariam revista, o que acabou não acontecendo. A esta altura eu já tinha me casado e levei o jornal para funcionar, literalmente, na sala da minha casa. No mesmo endereço que funciona até hoje – eu me mudei. As dificuldades chegaram a um ponto extremo. Eram muitas dívidas. A gráfica em que imprimia chegou a reter uma edição por falta de pagamento dentro do prazo – paguei e troquei de fornecedor. O Darcy saiu depois. Por desentendimentos comuns onde as dívidas são maiores que quaisquer perspectivas de lucro.
Hoje trabalhamos com a consolidação do FATO em toda a região Sul do Estado. É esse o desafio dos próximos anos
Você disse que não tinha dinheiro. Como fez, então para manter o FATO, já que a estrutura havia sido tirada? Decidimos dividir tudo em cotas iguais. Cada um dos quatro teria 25%. Eu paguei as primeiras edições com o novo nome com a reserva, pequena, que tinha para o meu
Por que decidiu permanecer? Acho que a minha perspectiva era diferente. Eu larguei tudo. Apostei o pouco que tinha neste empreendimento. Acreditava que poderia
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MAIS ES- Como começou a história do Espírito Santo de FATO? Wagner Santos - Em 2003, eu tentei sociedade para fundar outro jornal. Entraria com a experiência que tinha adquirido, em quatro anos de lida diária como editor da Folha do Espírito Santo – dinheiro eu não tinha - e o sócio com a estrutura física e com a constituição jurídica da empresa, que já existia. Deu certo por quatro ou cinco meses, tempo em que alguns jornalistas amigos se somaram ao projeto. A coisa desandou na hora de colocar no papel a sociedade que só existia na palavra. Os percentuais, meio a meio, acertados no início não seriam cumpridos, com prejuízo para mim e resolvi sair. Comigo vieram três dos jornalistas q u e i n -
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fazer diferente. Um trabalho digno. Não admitia o fracasso. A Lília foi essencial nisso. Esforçou-se. Ajudou muito, como ainda hoje ajuda. Ela já tinha experiência em vendas. Eu não. Até hoje tenho um pouco de dificuldade. É comum o lado jornalista suplantar o de empresário, talvez por isso o jornal se mantenha, com a credibilidade que tem.
(DEM), que deu muito incentivo ao jornal, e também algumas das maiores empresas do município. Mas, ainda não era o suficiente. Tivemos que dar o carro que tínhamos comprado para abater dívidas com a gráfica e continuamos pagando as prestações do veículo. O Luiz Bandeira e a Simone, donos da Grafband, foram importantes. Sempre acreditaram que, mesmo com as dificuldades iniciais, não ficaria devendo a eles, como não fiquei. A credibilidade pessoal que construí foi meu lastro. Qual a principal dificuldade que o jornal enfrenta hoje? Encontrar profissionais. Não há mão de obra qualificada para boa parte das funções e os que existem são disputados no mercado.
E quais marcaram mais, positivamente? Como se trata de homenagem ao jornal pelos dez anos, destaco a aquisição da gráfica própria, em 2006. O equipamento pertencia ao empresário Toninho Bittencourt, então prefeito de Marataízes. Foi quando o jornal passou a se sustentar melhor, com a diminuição das despesas com impressão. No ano passado, adquirimos outra impressora, que possibilitou o lançamento da revista MAIS ES. São aquisições importantes que fazem do FATO o único jornal, em toda região, com impressão própria.
Nestes dez anos, qual a no-
E para os próximos dez anos,
(A receita para a credibilidade) funciona basicamente assim: vende-se a publicidade, nunca a opinião
E como foi nessa nova etapa? Os primeiros anos de circulação diária não foram fáceis. Ainda hoje não é. É um mercado difícil. Se deseja ficar rico, não entre nele. Felizmente, atingimos patamar que nos permite manter as contas em dia e contar com 15 funcionários. Foi preciso muita batalha. Para dar certo, conseguimos, inicialmente, contratos com a Prefeitura de Cachoeiro, na época governada por Theodorico Ferraço
tícia que jamais gostaria de ter dado? Foram ao menos duas: a morte dos dez cachoeirenses, dentre eles o meu amigo Ricardo Leandro, no acidente com o voo da Gol, em 2006, e a morte de outro amigo, o repórter Francisco Eduardo, três anos depois.
Já que falou sobre plataformas, acha que o jornal impresso vai acabar, com o advento da internet? Não. Creio que os impressos terão de se adaptar, como já estão fazendo, com sites na internet e interação nas redes sociais, que hoje já servem para pautar o jornalista e também para a divulgação do conteúdo apurado. Não dá para disputar com a rapidez da internet. Mas isso
já acontecia em relação ao rádio e a TV. A mídia impressa goza de mais credibilidade. Já diziam que palavras o vento leva. E o conteúdo da internet pode ser alterado de um segundo para o outro. O que se imprime no papel estará ali. Não dá para voltar atrás. Além disso, creio que caiba aos impressos a hierarquização da notícia, coisa que, por característica não é possível na plataforma digital. O leitor se sente perdido em meio à tanta informação. O jornal organiza isso para ele e aprofunda a análise sobre o que é mais importante para o público a que se propõe a informar.
Estou muito satisfeito com a forma como as coisas aconteceram para a empresa, pelas pessoas que ajudaram a construí-la e torná-la forte. Falo com absoluta sinceridade: faria tudo novamente, da mesma maneira, sem arrependimentos, porque fiz, com a ajuda e a confiança de muita gente, o melhor que pude. O resultado desses dez anos do FATO comprova que seguimos pelo caminho certo. Não haveria agora, olhando para trás ou para frente, motivos para sair dele.
O conteúdo da internet pode ser alterado de um segundo para o outro. O que se imprime no papel estará ali. Não dá para voltar atrás
Existe algo de que se arrependa nessa trajetória? E o que faria novamente?
Para encerrar, qual a receita de credibilidade? É evitar a contaminação da informação por interesses pessoais, sejam eles econômicos ou políticos. Funciona basicamente assim: vende-se a publicidade, nunca a opinião.
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o que planeja para o jornal? Espero que os avanços continuem, no mesmo ritmo que ocorreram nos últimos dez anos. Sair de uma sala emprestada, com equipamentos emprestados para, em uma década conquistar parque gráfico próprio, site muito acessado e a própria revista Mais - que, não parece, mas já completou um ano - é algo fantástico. Hoje trabalhamos com a consolidação do FATO em toda a região Sul do Estado. É esse o desafio dos próximos anos, seja em que plataforma for.
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Num piscar de olhos Roney Moraes
Não sou de meias palavras, mas se fosse descrever em uma o que é o jornal diria: honestidade
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á 10 anos, um grupo de jornalistas (todos nacional é uma honra. com vinte e poucos anos), capitaneados Este é o Fato de hoje que num piscar de olhos se por Wagner Santos, resolveu dar um tornou gigante (nada alusivo ao tamanho do dono, salto talvez, para muitos, maior do que mas com o caráter dele). Pego emprestado o título da as oito pernas que incluindo as minhas, belíssima obra do nosso Cachoeirense Ausente, Sergio de Darcy Anderson e Marcos Leão não vislumbrassem Garschagen, “Parece que foi ontem”. No início, para o impulso que seria o marco inicial para que o hoje registro dos curiosos, começamos com a estratégia de renomado jornal Espírito Santo de Fato alcançasse circulação semanal em municípios do sul. Cachoeiro a estabilidade e credibilidade perante a sociedade de Itapemirim (maior cidade da região, para quem capixaba. ainda não sabe) não seria um mercado interessante, Desde 14 de março de 2003 até hoje, o jornal pois, na época, havia dois diários circulando na cidade. passou por várias transformações, mas sempre manLembro que bem lá nos primórdios da equipe reunitendo a linha séria e objetiva de seu da tivemos um embate com um jornal diretor/editor. Como colaborador e local de Venda Nova do Imigrante. A Disse nosso jornal cidade estava vivenciando processo filho pródigo, retorno às páginas de Fato no mês em que “nosso” jornal porque o Fato não é eleitoral importante e tanto o “nosso” completa uma década ininterrupta quanto o outro eram os principais do Wagner, nem da de existência, sem esquecer, é claro, arautos causadores de expectativas nas da Lília Argeu Santos que cabe a ela Lília, muito menos de bancas e pontos de distribuição. Pois o papel dificílimo o da administração bem, nós cobrimos e Wagner, como quem quer que seja. e de ser esposa do diretor (mas isso sempre, teve a felicidade e inteligência não vem ao caso) e a Wagner Gomes, É a voz do povo. Foi de discutir o assunto com a população, o Waguim, funcionário mais antigo por meio do jornal, enquanto o outro da necessidade de se da casa. preferiu dar cobertura e manchete de Disse nosso jornal porque o Fato fazer um jornalismo capa a um desconhecido “famoso” que não é do Wagner, nem da Lília, muito utilizara a cidade para sobrevoar com sério e comprometi- seu parapente. Virou até piada. menos de quem quer que seja. É a voz do povo. Foi da necessidade de se No fim das contas conquistamos, do com a ética que o naquela fazer um jornalismo sério e comprojogada, a credibilidade e Fato nasceu. metido com a ética que o Fato nasceu. respeito local como principal veículo O início não foi fácil e acredito que informador e formador de opinião. De até hoje não seja. Não sou de meias lá para cá. Cachoeiro de Itapemirim palavras, mas se fosse descrever em uma o que é o começou a perceber a força que o jornal, iniciado com jornal diria: honestidade. Isso é uma coisa que não se circulação nas redondezas, estava prestes a invadir a compra. Outra palavra que caracteriza o Fato é o cará- “praia” dos dois concorrentes diários. Wagner e Lília, ter explícito nas pessoas que trabalham diretamente pouco tempo depois, transformaram o semanal em e indiretamente no periódico. Contar um pouco da diário de Fato e até hoje em dia esperamos em nossas história onde participei de um veículo de comunica- casas ou nas bancas o que está realmente acontecenção que passou uma década aplicando, na prática, um do no Espírito Santo de Fato porque, como já disse, jornalismo sério, independente e, ao mesmo tempo, credibilidade não se compra. Conquista. Parabéns a leve e instigante com os inúmeros colunistas, cronis- todos, e me incluo nessa, pelos 10 anos e que venham tas e articulistas de renome municipal, estadual e até mais 20, 30...!
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Dinamismo nas atualizações do site, cadernos especiais e também uma edição comemorativa na Revista Mais ES
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os últimos dez anos, o Jornal Espírito Santo de Fato vem reassumir o compromisso de um diário sério, imparcial e com a credibilidade de quem passa por uma década sendo um dos veículos de informação e opinião do sul do estado mais respeitado pelos leitores. Em seu décimo aniversário, o Fato está sendo comemorado de uma forma diferente: com inovação e dinamismo nas atualizações do site, cadernos especiais e também uma edição comemorativa na Revista Mais ES. Seguindo uma tendência mundial de integração de diferentes mídias, o Fato on-line traz, além da versão digital do jornal impresso, material produzido exclusivamente para o site www.jornal-
fato.com.br. Novidades ainda virão, com o novo layout do jornal impresso que estará nas bancas logo no início de 2014. O Jornal Fato embarca na tendência mundial de redações que produzem conteúdos, de forma integrada, tanto para seu veículo impresso quanto para o digital. Sendo diário, o Fato publica no site a notícia e complementa as matérias na versão impressa no dia seguinte. A vantagem da dinamização online é que pode ser atualizada e revisada a qualquer instante, sempre que surge uma novidade em relação ao assunto. Correções e sugestões dos leitores também não precisam esperar o dia seguinte, podendo ser veiculadas nas redes sociais assim que surgem. por Roney
Moraes
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Dez anos de experiência e inovação
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Alma inegociável Antônio Miranda
Poucos veículos...resistiram na Capital Secreta sem comprometer a independência da linha editorial
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uando Wagner Santos decidiu transformar em diário o periódico que editava na sua Vargem Alta natal, Cachoeiro vivia um ‘boom’ de títulos. Surgiam do nada e, felizmente, voltavam à origem com a mesma
celeridade. As facilidades gráficas dos avanços tecnológicos e a consequente redução de custos estimulavam, então, qualquer um a, em vez de abrir uma birosca de secos e molhados, montar um jornal. A péssima e velha picaretagem andava a toda, sob patrocínios diversos, especialmente de políticos ególatras que queriam ver-se bem na foto. De capa, miolo e coluna social. Deram todos com os burros n’água. A uma porque o mercado publicitário, que se profissionalizava rapidamente, não contemplava aquela oferta toda de publicações segmentadas e de qualidade indiscutível: muito ruim.
Depois, porque faltava matéria-prima essencial ao jornalismo sério e independente: alma. Daí, a vida efêmera das aventuras editoriais vistas em Cachoeiro na virada do século XX. A aura que faltava aos pretensos e passageiros concorrentes sobrava no rebento de Wagner e Lília, com a face impressa do caráter sem jaça dos donos. Mais que nunca, integridade era a alma do negócio e célula-tronco do tripé imparcialidade-independência-credibilidade, sobre o qual o casal assenta, sem desvios, seu empreendimento ao longo da década. Particularmente, fico muito feliz pelo fato (com trocadilho, por favor) de o Wagner não ter ouvido meu conselho, em 2003, e, em vez de jornal impresso, criar um blog de notícias. Na era da comunicação instantânea, em tempo real, assistimos, inermes, aos funerais de alguns dos mais importantes jornais impressos no mundo, entre eles o tão nosso Jornal do Brasil, centenária referência e ícone
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da minha geração. dência da linha editorial, por descumprir essa regra Com que armas, questionei à época, pretendia firmar- elementar. -se nesse mercado editorial em crise, O ES de Fato, por intransigente prinaparentemente sem saída? cípio e férrea disciplina do casal empreO projeto do diário tinha alma, M a i s q u e n u n - endedor, resistiu a todas as tentações como dito. Mas o corpo, a matéria (sem de, em vez de mero espaço publicitário, ca, integridade era trocadilho, por favor) tem demandas negociar a opinião do jornal. concretas – “concretamente palpáSei – e acho que isso não é segredo a alma do negócio e veis”, redundaria articulista do PCdoB pra ninguém – da oferta de vantagens, célula-tronco do tripé feita por políticos inescrupulosos, em d’antanho – só satisfeitas com o aporte do vil metal. imparcialidade-inde- troca do apoio do jornal, especialmente Gráfica própria era diferencial de em ano de eleição. pendência-credibipeso do ES de Fato. Enquanto projetos Não tivessem sido pronta e firmeaventureiros naufragavam em dívidas lidade, sobre o qual mente rechaçados por Wagner e Lilía dos custos de impressão, Wagner e Lília – aqui, não, violão! – não estaríamos o casal assenta, sem a comemorar o décimo aniversário do, sempre equilibraram receitas e despesas com o rigor de quem cuida das contas desvios, seu empre- modéstia à parte, mais importante dide casa. ário do interior capixaba. endimento ao longo Não fazer dívidas, não inflacionar Graças à credibilidade inegociável e seus próprios custos e manter quadro à solidez empresarial, o Fato pode avanda década. de pessoal enxuto e sem gorduras, ajusçar com segurança noutros nichos do tado às necessidades são, sem segredo, mercado editorial, lançando produtos ingredientes da receita do sucesso do Fato. de qualidade como o suplemento literário Arte Fato e a No ramo das comunicações (e, de resto, em todos revista Mais ES. os demais) a credibilidade essencial subordina-se ao Ao parabenizar o amigo Wagner e sua Lília pela balanço contábil. Não há independência editorial com primeira de muitas décadas do nosso Fato – aos doas contas, da empresa e do empresário, no vermelho. mingos, me sinto meio dono da página três – e todos os Simples assim. Na prática, porém, poucos veículos, integrantes da equipe, constato, feliz: contra fato (só) desde o pioneirismo d’O Cachoeirano, em 1877, resis- não há argumento se não se vende a alma. tiram na Capital Secreta sem comprometer a indepenComo esse é o caso, longa vida ao Fato!
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O FATO: 10 anos Sérgio Damião
O jornal “O Fato” cumpre o seu dever. O compromisso com a verdade; fidelidade com o leitor
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otícias devem ser assim, como as do jornal cachoeirense “O Fato”. Notícias com as várias versões, com os contrapontos, opiniões diversas, ouvindo os vários lados. Assim se esclarecem os leitores. Um leitor bem informado, suficiente para sua própria conclusão. Assim vejo o bom jornal, diário e cachoeirense. Fico feliz em participar desta história. História do jornalismo de Cachoeiro de Itapemirim. Enquanto escrevia sobre o jornal cachoeirense, pensei nos meus dez anos de idade. Lembrei do meu tempo de adolescência. Iniciava o curso ginasial. Ainda corria à beira do mar da nossa ilha de Vitória – nossa capital. Buscava o mar junto ao Aterro de Santo Antônio, corria junto ao Cais do Avião, Cais da Lenha e do Aterro da Vila Rubim (hoje, Sambão do Povo). Não me imaginava, anos depois, longe de tudo aquilo. Muito menos médico e residente em
outra cidade. Imaginava, anos depois, morando junto à casa dos pais, no mesmo bairro. Mas, mudamos todos: as cidades mudam, os bairros se transformam e as pessoas mudam mais rápido ainda. As pessoas mudam seus desejos, seus sonhos de consumo, os filhos nos moldam e, de repente, nos vemos em outro lugar. Com novos amigos e, o passado fica em uma memória distante... Nossos hábitos e necessidades se modificam. Por isso, a importância de um bom jornal. A leitura cria um bom hábito. O hábito da leitura é aperfeiçoado, cresce em qualidade. A exigência do leitor aumenta. O jornal “O Fato” cumpre o seu dever. O compromisso com a verdade; fidelidade com o leitor. São 10 anos em qualidade crescente. O jornal tornou-se adulto em plena adolescência (10 anos). Festejemos seus 10 anos! Festejemos diretores, editores, jornalistas, colaboradores e, principalmente, nossos leitores!
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Fato - 10 anos “Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte”. Gabriel García Marquez
Uma homenagem de:
Abel Santana
José Tasso
Jose Irineu
Bosquinho
Dr.Vicente Miranda Theodorico Ferraço
Flavia Cysne
Luiz Carlos de Oliveira
Elias Pereira
Marcos Mansur
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O DNA do Fato Célia Ferreira
Reproduzir o DNA de gente que não alimenta mentiras, nem ódios e preconceitos, invejas e leviandades
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inguém duvida de que muita coisa pode acontecer em dez anos. É tempo suficiente para que um barril de carvalho transforme qualquer sensaboria numa bebida de primeira linha. Para transmutar a juventude irresponsável em sábia maturidade. Ou fazer de uma criança adorável um adolescente problemático, de uma fêmea fatal uma respeitável senhora. Tempo para dizimar a terra outrora produtiva ou construir uma ponte transoceânica. Ou para, tal qual Zaratustra, manter-se meditando em exílio voluntário, até encontrar a revelação. Dez anos também são tempo suficiente para consolidar um investimento e torná-lo referência de qualidade e credibilidade. Mas é claro que não deve ser fácil, principalmente se o empreendimento em questão carrega em si um paradoxo: ofertar-nos um bem de natureza imaterial que possui a extraordi-
nária possibilidade de transformar concretamente vidas, destinos, opiniões. E é assim um jornal de fato. É assim o Espírito Santo de Fato. São dez anos e mais de 2800 edições que já circularam nos rincões sul-capixabas. Confesso que custo a acreditar nesta matemática, que, apesar de grandiosa, parece-me na verdade mesquinha demais. Como assim, o Fato não existe desde sempre? Pois é essa a impressão que tenho. Cheguei a Cachoeiro faz uns 25 anos, numa época de olivettis, remingtons e linotipos. É, não havia no mundo computadores pessoais e internet. Não havia por aqui qualquer jornal diário e nenhum jornal impresso em offset. Mas, na minha memória, o Fato sempre existiu. Não sei a que se deve essa minha lembrança inventada. Talvez porque lembrar-me do Fato seja lembrar-me um pouco de mim mesma – e eu, pelo que sei de minha pessoa, tenho existido desde sempre. Deve ser isso. Como profissional de comunica-
ção, boa parte de meu trabalho tem edificado sobre honestidade e boa fé, sido publicada no Fato. É também É, não havia no e que tem sobre ele diariamente os em suas páginas que acompanho o olhos vigilantes de Wagner e Lilia, mundo computadosurgimento ou o amadurecimento de para garantir que desta forma perres pessoais e inter- maneça, na próxima edição. Porque, muitos de meus colegas de profissão. Reconheci em suas matérias o cresnet. Não havia por num cenário de tantas dificuldades cimento de Cachoeiro, o registro de para o jornalismo, é esta a essência aqui qualquer jorsuas mazelas e cada nossa conquista que identifica e move este jornal: coletiva. Descobri riquezas culturais, nal diário e nenhum reproduzir o DNA de gente que não econômicas, humanas. Enfim, leio o alimenta mentiras, nem ódios e jornal impresso em preconceitos, invejas e leviandades. Fato todos os dias, para me informar sobre a cidade em que habito, e acaoffset. Mas, na mi- Se um dia não for assim, o Fato não ba que boa parte da Cachoeiro que será mais o jornal a que Cachoeiro se nha memória, o Fato habita em mim foi desenhada nas rendeu. Mas estou certa de que isso sempre existiu. páginas do Fato. não ocorrerá. Afinal, dizem que é nos Acredito que é esta a minha reprimeiros dez anos que o caráter se lação, e a de tanta gente, com este forma, e este aniversário não nos jornal. Mas claro que não seria assim se o Fato não traz dúvida alguma: o que temos aqui é jornalismo fosse o jornal que tem sido; se não fosse um produto sério e confiável. Vida longa ao Fato!
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Leitores falam sobre os 10 anos do Fato
Em comemoração aos 10 anos do Jornal Espírito Santo de Fato, leitores falam sobre a importância do veículo
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Cláudia Sabadine
m comemoração aos 10 anos do Jornal Espírito Santo de Fato, leitores falam sobre a importância do veículo inconfundível e que sempre buscou pela qualidade e seriedade na divulgação da opinião pública. Segundo a jornalista Claudia Sabadini, são dez anos interagindo com o leitor e, sobretudo, transformando informação em conhecimento. Evidenciando a notícia, não apenas como gênero jornalístico, mas como um bem de interesse público. Desta forma o ES Fato vem consolidando sua marca e seu lugar na imprensa capixaba. “Cada vez mais se torna necessário levar à população informação imparcial e de credibilidade. E o Jornal Espírito Santo de Fato vem desempenhando esta missão com muito zelo, sempre comprometido com um jornalismo sério e de qualidade. Parabéns ao diretor Wagner Santos e sua equipe pelos dez anos dedicados à informação, dando voz
Glauber Coelho
AG p e r m ra f B a n d d e t a n e ce m e o J o r e ca u s a r j u n to s n a l FAT O no d uma esafi boa o imp re ss ão P a ra
bén
s pe los 10 a nos!
Cysne, também comentou sobre os 10 anos do Fato dizendo que há no veículo um jornalismo que dignifica a história da imprensa cachoeirense. Para a prefeita, o Fato é um símbolo de jornal engajado às questões de responsabilidade social, ética e desenvolvimento regional. A região Sul está de parabéns, pois a exemplar trajetória do Fato também está vinculada à vida e ao fortalecimento de todos os municípios
envolvidos. O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione, também disse que o jornal é um importante meio de comunicação que trata os fatos com responsabilidade, fazendo chegar aos leitores as notícias e opiniões que contribuem na compreensão do cotidiano da cidade. “Parabéns Wagner e equipe! Só faz 10 anos nesse segmento quem trabalha sério”, ressalta.
Lenilce Pontini
Flávia Cysne
Casteglione
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a todos os segmentos da sociedade”, Glauber Coelho - Deputado Estadual (PSB). Conforme a jornalista Lenilce Pontini, são dez anos de muita luta sempre voltada para o coletivo, para os interesses da sociedade capixaba. “Acompanhei de perto seu nascimento e crescimento, por isso sinto-me parte dessa família que merece aplausos pelo compromisso com o Estado”, disse. A prefeita de Mimoso do Sul, Flávia
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Jovens Juízes censores Sergio Garschagen
Nossa liberdade encontra espaço para prosperar quando nos empenhamos em expandir a liberdade do outro Dez anos de uma publicação é mesmo uma data a ser Para quem acha que exagero, lembro que profescomemorada. Pena que nesse período tenha se fortale- sores da Universidade do Texas, preocupados com o cido no país, principalmente entre juízes mais jovens, recrudescimento da censura à imprensa, aqui no Brasil de primeira instância, uma mentalidade censória. e também na América Latina, fez um levantamento de O ponto mais alto foi a proibição todas essas proibições e divulgou o made o jornal “O Estado de São Paulo”, terial no “Valor Econômico”. em 2009, de divulgar notícias sobre O jornalista Eugênio Bucci, em artigo Dez anos de uma a “Operação Boi Barrica”, em que a no Estadão, destacou que “a liberdade de publicação é mesmo imprensa está longe de ser um consenso Polícia Federal averiguava o caixa dois da campanha de Roseana Saruma data a ser co- entre nós”. Segundo ele, o Brasil uniney ao governo do Maranhão, com ficou-se para derrotar a inflação, assim memorada. Pena que pretensões também à presidência como agora se articula para combater a da República. No mesmo ano outras nesse período tenha pobreza, mas não enxerga na liberdade 40 decisões judiciais impuseram imprensa um direito fundamental de se fortalecido no país, de sanções legais a blogs e jornais de todos, independentemente da preferênpequeno e médio porte de todo o principalmente entre cia ideológica de cada um. E concluiu: Brasil. “Mais um pouco e correremos o risco juízes mais jovens, de ter o Poder Judiciário exercendo as No Estado de Tocantins, em 2010, o juiz Liberato Póvoa proibiu de primeira instân- funções de editar jornais e sites”. 84 veículos de publicar denúncias Infelizmente Bucci tem razão. A idéia cia, uma mentalidade do ‘controle social da mídia’ defendidos contra o candidato à reeleição ao governo, Carlos Gaguim (PMDB). por setores da sociedade, vão de encensória. Também em 2010, em Macapá, contro à própria Constituição garante outro juiz mandou suspender uma a livre manifestação de idéias, sendo nota do blog do jornalista João Bosco Rabello, no por- vedado apenas o anonimato. A Carta ao mesmo tempo tal “Estadão.com.br”. O “crime” de Bosco foi informar reforça a tese de que a liberdade de imprensa não é aos seus leitores que um dos candidatos à prefeitura de um mito que só interessa às camadas mais ricas da Macapá respondia ações penais. população. O jornal “Folha de S.Paulo”, em editorial, lembrou Ao contrário, a nossa liberdade somente encontra que “a maior ameaça à liberdade e expressão no Brasil, espaço para prosperar quando a gente se empenha hoje, parte do Judiciário”. em expandir a liberdade do outro.
#Fato
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Uma homenagem do ES de Fato a sua equipe de colaboradores
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Eles fazem chegar até você o jornal que você lê Em dez anos, muita gente deu sua contribuição para a história que o Espírito Santo de FATO escreve a cada nova edição. Esta é homenagem a alguns que hoje envergam a camisa desta publicação. São apenas representantes da equipe atual, pois, felizmente, há muito mais colaboradores do que espaço nesta página para registrar.
Wagner Santos
Lília Argeu
Diretor
Marcos Leão
Diretora
Revisor
Roney Moraes
José Rubens
Beatriz Caliman
Leandro Moreira
Ronaldo Índio
Jornalista
Jornalista
Jornalista
Jornalista
Jornalista
Elyan Peçanha
Wagner Gomes
Wellington Rody
Joice Ferreira
Elenir Atalaia
Colunista Social
Diagramador
Diagramador
Recepcionista
Comercial
Regina Monteiro
Pedro Moreira
Pedro Rogério
Ailton Rodrigues
Manoel Júnior
Colunista Social
Impressor Gráfico
Impressor Gráfico
Entregador
Entregador
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Edição
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política Júlio Ferrari, fala sobre sua atuação na denúncia de fraudes na Câmara de Cachoeiro
“Doa a quem doer”
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presidente da Câmara de Cachoeiro, Júlio César Ferrari Cecotti (PV), foi quem denunciou ao Ministério Público o esquema que, sistematicamente, há mais de um ano desfalcava a Casa de Leis. Os desdobramentos levaram à prisão do contador do Legilativo, Hélio Grecchi, apontado como mentor do esquema e ao afastamento dele e de outros cinco servidores envolvidos no roubo de mais de R$ 1,2 milhão. Até que esta edição circule, pode ser que mais gente seja presa, pois, segundo o Ministério Público, mais de 30 pessoas estão implicadas, dez delas diretamente. Na entrevista que segue, o presidente fala sobre sua atuação no caso. Reconhece que a Câmara vive um momento difícil, mas que vai passar. Não sem antes piorar.
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A situação atual é ponta do
Seis servidoapenas “a res foram afastados. Até onde vai iceberg”. esse esquema de corrupção? Ainda irão surgir muitos problemas. A situação atual é apenas “a ponta do iceberg”. Nós vamos descobrir aqui uma quadrilha, algo bem maior do que se pode imaginar. Vão aparecer indícios de desvio de valores superiores aos apurados até agora, que já chegam a R$ 1,2 milhão.
Teme pela sua vida? A situação está muito perigosa e envolve até risco de morte. Os próximos acontecimentos deixarão muitas pessoas com os nervos à flor da pele. O senhor não tem medo? Medo pode existir, mas não podemos nos acovardar. Todos os fatos serão apurados, doa a quem doer.
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Mais ES - Qual foi sua atuação para que a quadrilha que dilapiHá vereadores envolvidos? dava a Câmara fosse descoberta? Nenhum vereador sabia do que Júlio Ferrari - Quando recebi a estava acontecendo. Embora não se ligação da Caixa, e chegando ao banco, deva confiar em ninguém, os proceme espantei com a situação. Fiz a de- dimentos do contador da casa eram nuncia ao Ministério Público e imedia- absolutamente legais dentro da Câtamente começamos a agir. Pedimos mara. Tudo era alterado depois e não a microfilmagem de todos os cheques podemos descartar o envolvimento de desse ano, e vimos funcionários da Caixa, o prejuízo enorme, uma vez que aceitaAinda irão surgir uma covardia, uma ram muitos cheques traição à Câmara. muitos problemas. com rasuras.
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cidade Oito novos reservatórios na sede e nos distritos dão ainda mais segurança à entrega do serviço
Reservação de água cresce mais de 40%
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m menos de dois anos, seis novos reservatórios de água foram entregues em Cachoeiro de Itapemirim. Outros dois vão ser concluídos até o fim deste ano, quando a capacidade de reservação do município terá aumentado 42,74%. O investimento realizado pela Foz - unidade Cachoeiro de Itapemirim é de cerca de R$ 3 milhões. O reservatório que vai ser construído no bairro Km 90 comporta 1,5 milhões de litros de água. A partir de dezembro, esse volume será somado ao da estrutura que já existe e continua em uso, chegando a 2,5 milhões, para o atendimento de 11 bairros. “No início de 2014, contaremos com 5,2 milhões de litros de água a mais em relação a 2012. Isso significa ainda mais segurança e qualidade na prestação desse serviço, que já alcança 100% dos imóveis da área urbana de Cachoeiro (incluindo as áreas centrais dos distritos) e, agora, está chegando a mais localidades afastadas
do centro e áreas de expansão urbana”, afirma o responsável pelo Programa de Investimentos da Foz - unidade Cachoeiro de Itapemirim, Ronaldo Coelho Torres. Os primeiros reservatórios foram entregues no ano passado, no bairro Aeroporto e na localidade de Santa Rosa. Esta última era abastecida pelo reservatório do bairro Novo Parque e passou a ter estrutura própria com capacidade de 300.000 litros de água. Enquanto o Aeroporto, que abastece dez bairros, teve o volume dobrado para dois milhões de litros. Além de reservatórios de água, a Foz está construindo novas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e ampliando as redes desses serviços em todo o Município (inclusive nas localidades afastadas da sede, conforme determina o Plano Municipal de Água e Esgoto). As obras fazem parte do novo ciclo de investimentos da concessionária, que está aplicando R$ 65 milhões, de 2012 até 2016, para levar os serviços de água e esgotamento sanitário a mais 31 comunidades de Cachoeiro.
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economia Resultado por associado foi três vezes maior que a média histórica da Cooperativa
Sicoob Credirochas tem resultado recorde em setembro
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resultado proporcional por associado no mês de setembro do Sicoob Credirochas foi superior a três vezes a média de resultado mensal da coo-
perativa. Esse resultado foi recorde, conquistando, em setembro, a Melhor Rentabilidade sobre o Ativo, com índice de 0,68% de remuneração mensal. “Em 13 anos, conquistamos 5.000 associados, entre empresas e pessoas físicas. Temos sete agências, sendo três em Cachoeiro”, explica o presidente do Sicoob Credirochas, Tales Pena Machado (foto). Nascido no setor de Rochas, o Credirochas tem cada vez mais presença também no comércio, com parceria com a Acisci e CDL, além de produtos especiais de fim de ano, como as linhas para Capital de Giro e 13º salário.
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Reproduzir o DNA de gente que não alimenta mentiras, nem ódios e preconceitos, invejas e leviandades No decorrer da nossa vida, caminhamos em busca dos nossos sonhos e objetivos. Um deles é garantir nosso futuro e o bem-estar da nossa família. Vamos construindo nosso patrimônio, pensando na casa própria, nos estudos dos filhos e, principalmente, na aposentadoria. Isso requer muita dedicação e trabalho. O investimento no setor imobiliário é um dos mais recorrentes do mercado, tanto na compra de imóveis visando à valorização futura, como para rentabilidade em aluguel (reforço na aposentadoria). Mesmo quando herdamos um patrimônio, se não tivermos conhecimento, discernimento e sabedoria, em pouco tempo podemos colocar em risco tudo o que construímos e adquirimos. A condução de um negócio imobiliário requer profissional capacitado, portanto, é preciso contar com a assessoria de um especialista no ramo, assim como confiamos no médico para cuidar da nossa saúde e de um engenheiro para construir a nossa casa. O corretor de imóveis e uma imobiliária são os mais indicados, pois só eles estão preparados para dar segurança na hora de fechar um bom negócio. A profissão do corretor de imóveis, cuja instituição ocorreu por meio da lei federal nº 4.116/62 e foi revogada pela lei federal nº 6.530/78, engloba toda atividade ligada à comercialização imobiliária, assessoria, seja na compra, venda, permuta ou locação de imóveis. Nos termos do artigo 5º do Código de Ética Profissional, o corretor de imóveis e a imobiliária respondem civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a quem tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas.
Conhecimento e experiência são fundamentais na venda, aquisição e administração de imóveis. É necessário conhecer o mercado, saber o real valor do imóvel, localização, no caso de investimento, por exemplo, saber sua valorização, liquidez e rentabilidade. É imprescindível a elaboração de um bom contrato, com cláusulas que protejam as duas partes, saber o histórico do imóvel, se possui algum tipo de ônus como: penhoras, espólio, hipotecas, usufruto, débitos com impostos, entre outros aspectos. Quem negocia seu imóvel por conta própria, sem a assessoria efetiva de um profissional da área, está sujeito a ter dificuldades operacionais, administrativas, jurídicas e financeiras, entre outras, correndo riscos de fazer um mau negócio e até mesmo cair em algum golpe. Para saber lidar com a parte burocrática, a legislação imobiliária é extensa e complexa, e os contratos de compra e venda são documentos legais, portanto, um contrato mal redigido pode fazer com que a venda não se concretize, os recebimentos atrasem e ainda lhe custar prejuízos e muita “dor de cabeça”. Nota: exija sempre a apresentação da carteira do profissional corretor de imóveis que comprove o seu registro no Conselho Federal. Caso o profissional se comporte de má fé ou seja negligente, existe a entidade profissional que se encarrega de fiscalizar, regulamentar e penalizar. Consulte informações sobre a idoneidade do corretor e da imobiliária junto ao CRECI/ ES - Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Espírito Santo, através do site: www.crecies.gov.br
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Adriana Carreiro Sader
Adriana Carreiro Sader é Diretora/Proprietária da Imobiliária Opção Imóveis, que está há 22 anos no mercado de Cachoeiro de Itapemirim/ES, Corretora de imóveis (CRECI nº 4579), Perita Avaliadora (CNAI nº 4135), Diplomada em Gestão Imobiliária, Conselheira Suplente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis do Espírito Santo.
artigo
Segurança nos negócios
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cultura A formação da equipe serviu para melhorar a relação entre alunos e professores.
Alunos de Castelo formam o “Arte livre”
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lunos da escola Estadual Emilio Nemer, localizada em Castelo, participam de forma voluntária de atividades culturais. Formado atualmente por 15 alunos do Ensino Médio, o tradicional grupo de dança “Arte Livre”, foi criado com objetivo de valorizar o gosto pela dança e incentivar os alunos a participarem de ações escolares de forma prazerosa. O projeto trabalha a integração entre alunos, autoestima, liberdade de expressão e influencia de forma atrativa a permanência dos alunos no ambiente escolar. Utilizando os gêneros musicais balé moderno e jazz, a atividade conta com apoio das disciplinas de Artes, Educação Física e Inglês.
Os ensaios são realizados no período noturno pelo menos uma vez por semana. Quando as apresentações se aproximam, os ensaios se intensificam podendo ser realizado todos os dias e nos fins de semana. “Quando tem uma apresentação, os alunos sempre ficam ansiosos e se sentem lisonjeados por poderem levar o nome da escola”, relata a diretora Monica Destefani. A formação da equipe serviu para melhorar a relação entre alunos e professores. “Os alunos se sentem mais a vontade para perguntar quando possuem uma dúvida no conteúdo pedagógico, por exemplo. Isso contribui para o processo de aprendizagem”, destaca Monica. Além dos 15 dançarinos, o grupo possui os integrantes da produção,
Projeto do arquiteto Gregório Repsold como o vencedor do Concurso "Nosso Shopping, Sua Cara".
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formado também por ex-alunos da instituição, que têm a responsabilidade de selecionar as músicas, montar as coreografias, figurinos e maquiagens. Para participar do grupo, basta procurar os integrantes atuais e mostrar interesse. “Como o grupo é do Ensino Médio, é comum a renovação todos os anos, com a entrada ou saída de alguns estudantes na escola, mas os ex-alunos nunca abandonam o grupo. Eles sempre participam dos ensaios, dão dicas aos novatos, colaboram”, diz a diretora. O grupo já se apresentou em festivais e concursos do município. No último dia 06, o “Arte Livre” participou da mostra de dança, realizada pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu), no Theatro Carlos Gomes, em Vitória. “A oportunidade foi de grande importância para divulgar as habilidades, o trabalho e o desempenho de nossos alunos. É uma forma de valorizar a escola”, finaliza a diretora. A próxima apresentação está prevista para ser realizada no fim do ano, na Noite Cultural, promovida pela escola.
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cultura
Os Lados da Rua foi todo gravado em Muqui e finalizado em Cachoeiro de Itapemirim
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Curta capixaba terá exibição internacional
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curta-metragem, Os Lados da Rua, do diretor Diego Zon, foi selecionado para mostras competitivas de três festivais internacionais a serem exibidos em novembro. Os Lados da Rua teve o patrocínio do Governo do Espírito Santo, através de sua Secretaria de Cultura, foi todo gravado em Muqui e finalizado em Cachoeiro de Itapemirim (cidade que assina a obra pelos festivais). Finalizado em película 35mm, o curta, que teve a estreia em Maio de 2012, foi selecionado para a Short Film Corner, mostra paralela do Festival de Cannes, um dos mais tradicionais e importantes eventos do cinema mundial, que é realizado na França. Depois de sua estreia mundial em Cannes (2012), o filme ganhou o prêmio de melhor curta-metragem no 22º Cine Ceará em Fortaleza, recebendo o Troféu Mucuripe. Neste ano, “Os Lados da Rua” foi eleito pelo voto popular como melhor filme na mostra “Jovens Talentos Latino-americanos” no Festival de Bruxelas na Bélgica. E em novembro, estará representando
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nosso cinema no “2º FICIP Festival Internacional de Cine Independiente de Pozos” no México, que acontecerá entre os dias 15 a 17. Ainda em Novembro, o curta segue para o “Up-and-coming”Int. Film Festival Hannover na Alemanha. O “U-A-C” é uma competição internacional para jovens cineastas, que ocorre a cada dois anos (anos ímpares), tendo como alvo os jovens até os 27 anos de idade. O festival busca apoiar a esses jovens artistas enquanto eles ainda estão neste grupo etário altamente motivados e entusiasmados. Neste ano, o festival será entre os dias 21 a 24 de Novembro. Na semana seguinte, o curta estará no 6º Festival Internacional du Film Lusophone et Francophone de Montpellier na França, entre os dias 28 de Novembro a 1º de Dezembro de 2013. Esse festival nasceu de
um desejo: intercâmbios culturais entre os povos de língua Francesa e Portuguesa. Um festival que, através do cinema, permite que estas culturas lusófonas (que falam Português) e francófonos se encontram, se conhecem, troquem abordagens artísticas e criativas. O festival promete promover a interação entre as culturas, além de poder aproximar os produtores, visando a distribuição e exibição dos filmes ali selecionados. O festival conta com a Parceria do Instituto Camões de Portugal. E para a temporada de “Os Lados da Rua” na Europa, parte da equipe técnica estará presente no velho mundo, dentre eles o diretor Diego Zon. A equipe viajará com o apoio de locomoção da Secretaria de Cultura do Espírito Santo e despesas por uma Empresa privada à definir (estão
em negociação). “É gratificante a cada dia se surpreender com a sequencia de “Os Lados da Rua”. Sendo que uma das barreiras dos curtas sempre foi o difícil meio de distribuição e exibição dos filmes. Penso que filmes são feitos para serem vistos, eles precisam navegar. E ter oportunidades de exibi-los em variados lugares é o que me motiva a seguir produzindo, desenvolvendo e contando histórias.” Diz Zon, diretor e roteirista da obra. E para os interessados em assistir a obra, o DVD do curta-metragem está à venda no Café Mourad’s (Praça Jerônimo Monteiro em Cachoeiro de Itapemirim-ES) e também pode ser solicitado através dos contatos: osladosdarua@ gmail.com / facebook.com/osladosdarua
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Uma noite com Rubem Braga Escola Municipal Nagib Meleipe desenvolve projeto em homenagem ao cronista
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o ano em que se comemora o centenário do famoso cronista cachoeirense Rubem Braga, a Escola Municipal de Marataízes “Nagib Meleip” resolveu homenageá-lo e promoveu, em outubuo, “Uma noite com Rubem Braga”, no Centro de Convivência Renascer. A homenagem marcou o encerramento do projeto que foi desenvolvido no educandário sobre a história e a importância do autor no cenário cultural do país. Com todo apoio e organização dos servidores da escola, assim como da Secretaria de Educação, as crianças e adolescentes apresentaram jograis, crônicas, coreografias, além de interpretações musicais, com participação especial do coral da terceira idade e do grupo de libras. Para encerrar a noite, o compositor Raul Sampaio, amigo de Rubem Braga, cantou emocionado com o coral da terceira idade e com os alunos da escola, sua música “Meu pequeno Cachoeiro”. Ao ser perguntado pela diretora Rosemere Barbosa: O senhor gostou da homenagem? Ele simplesmente respondeu no auge dos seus 85 anos: “Valeu à pena viver!”.
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evento
A FDCI realizou entre os de 23 a 29 de setembro a 17ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca
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17ª Semana do Livro e Biblioteca da FDCI
A Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim realizou entre os de 23 a 29 de setembro a 17ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Entre homenagens à Academia Cachoeirense de Letras (ACL), colaboradores e premiações, houve também palestra sobre “Princípios do Sucesso em uma Perspectiva “Psico-Potencializadora” com o psicólogo Augusto Neto. Uma das atrações no enceramento, no Dia Nacional do Livro, foi o lançamento de obra “Eu Sou”, do escritor Salmo Calazans. O evento, iniciado em 1997, foi tomando proporções maiores na medida em que o setor crescia em espaço físico e documental. A ação cultural no âmbito do ensino superior vem servir como mola propulsora, fazendo com que os participantes busquem sua real essência, a qual surge naturalmente pelo poder que a arte pode proporcionar. Fotos: Regiane
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