Revista Mais

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Primeira edição - Agosto de 2012 - R$ 7,00

EM SUAS MÃOS

Pela primeira vez, Cachoeiro tem eleição com só dois candidatos Glauber Coelho (PR) e Carlos Casteglione (PT) apresentam propostas Cabe ao eleitor decidir qual é o melhor remédio para o município

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AGOSTO/2012

editorial

sumário

Você merece MAIS

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Regional. Estrada mais segura até Coutinho

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Memória. História do tempo do leite entregue em carroça

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Eleições. Cachoeiro só tem dois candidatos pela primeira vez na história

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Perfil. Igor Tomé: uma história de dedicação e sucesso

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Cultura. Um papo musical com Fábio Coelho

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Religião. Relíquia recebida com fervor em Cachoeiro

No sul do estado do Espírito Santo, notadamente Cachoeiro de Itapemirim, a pulverização de veículos de comunicação é grande. Emissoras de TV, rádios, jornais diários e revistas semanais geram, além de informações, emprego e renda para muita gente. Mas, mesmo nesta profusão democrática de informação, a revista MAIS ES nasce para preencher uma lacuna. A proposta é ser não uma revista social, mas uma revista de interesse social, para abordar, de forma mais aprofundada, temas de relevância, que, muitas vezes, não encontram espaço nestes tempos atuais, de informação instantânea. É veículo que, embora recém nascido, se apoia na experiência de nove anos do jornal Espírito Santo de FATO, do qual é parceira, e desfruta da colaboração de jornalistas experientes. Já na primeira edição, o foco é a campanha eleitoral histórica que se desenvolve em Cachoeiro, onde apenas dois candidatos disputam a preferência do eleitor. A ambos foi dada a oportunidade de explanar sobre suas propostas de governo, em entrevistas extensas, que têm o objetivo esclarecer seus propósitos aos eleitores. A próxima edição já começa a ser elaborada e pretende ir fundo na questão do crescimento imobiliário de Cachoeiro de Itapemirim. Encontro marcado para 8 de setembro. Boa leitura e até lá.

Revista Mais ES (06.056.026/0001-38). Rua Bernardo Horta, 81, Guandu, Cachoeiro de Itapemirim – ES – Cep 29.300-795. Primeira edição - Agosto de 2012 - R$ 7,00

EM SUAS MÃOS

Pela primeira vez, Cachoeiro tem eleição com só dois candidatos Glauber Coelho (PR) e Carlos Casteglione (PT) apresentam propostas Cabe ao eleitor decidir qual é o melhor remédio para o município

Editor Wagner Santos wagnersantos25@hotmail.com Contato da redação: (28) 3511-7481 Jornalistas colaboradores Roberto Al Barros Beatriz Caliman

Departamento Comercial: Joana Campos revistamais.es@gmail.com Lília Argeu liliaargeu@r7.com Contato comercial (28) 3511-7481 (28) 3301-0058 (28) 9921-7914

Próxima edição: 8 de setembro de 2012

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Diagramação: Celso Wallace Soares Silva Articulistas da edição Roberto Al Barros Renato Casagrande CTP: Grafband Impressão: Gráfica Espírito Santo de FATO Críticas, comentários e sugestões: revistamais.es@gmail.com


Política, cultura, economia e de tudo um pouco dos bastidores da notícia

Crédito na praça O Nossocrédito fechou o primeiro semestre com recorde em Cachoeiro de Itapemirim. De janeiro a junho, o programa de microcrédito realizou 309 financiamentos, alcançando o melhor resultado para o período, desde sua implantação no município, em 2003. No período, foram liberados R$ 1,3 milhão para empreendedores formais e informais investirem em seus negócios. Em relação ao primeiro semestre de 2011, o crescimento das operações é de 20%. A maioria dos empréstimos foi feita para empreendedores do segmento do comércio. A procura maior é pelo crédito na faixa de R$ 1 mil a R$ 3 mil. Maio foi o mês em que mais foram liberados financiamentos: 88, melhor resultado mensal da história do programa no município.

Bem na foto Sem contar com as principais lideranças estaduais em seu palanque, na tentativa de reeleição, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT) conseguiu nada menos do que a participação do ex-presi-

dente Luiz Ignácio Lula da Silva em sua campanha eleitoral. A foto foi tirada com o maior ícone do PT no final de julho, e, neste mês, é provável que o ex-presidente grave participação para ser exibida na propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão. Cachoeiro foi alçado ao posto de prioridade eleitoral pelo PT Nacional, junto com outras 120 cidades do Brasil onde o partido e aliados governam.

O bicho pegou A Polícia Militar Ambiental recolheu 2.824 animais silvestres no primeiro semestre de 2012, entre aves, mamíferos e répteis, nos vários municípios do estado. Os dados apresentam crescimento de 106% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram recolhidos 1.370 animais. Foram recolhidas 2.416 aves de várias espécies, contra 1.134, no mesmo período do ano passado. Quanto aos mamíferos, foram 182 animais, contra 92 em 2011. E houve aumento no recolhimento de répteis, principalmente cobras e jacarés, que totalizaram 226 animais, contra 144, no mesmo período de 2011. Em todo o ano de 2011 foram recolhidos 4.093 animais, contra 2.605 em 2010. Ou seja, nos primeiros seis meses de 2012, o BPMA já recolheu mais de 90% do número de animais recolhidos em todo o ano de 2010.


Contraponto

Jovens imortais

Rédeas na mão O candidato a prefeito de Cachoeiro, Glauber Coelho (PR), pelo menos de início, estrategicamente, não tem aparecido ao lado de seus principais apoiadores, o ex-prefeitos Roberto Valadão (PMDB), José Tasso (PMDB) e Theodorico Ferraço (DEM). Quer, com este distanciamento, mostrar que

as rédeas da campanha estão em suas mãos. A intenção é ficar com o bônus, da transferência de votos, e diminuir o ônus da passagem de rejeição que os experimentados políticos poderiam lhe conferir, já que seu mote de campanha é a novidade e os ex-prefeitos não representam isso.

Homem bomba O clima anda quente entre o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico de Assis Ferraço (DEM) e o governador Renato Casagrande (PSB). O homem bomba explodiu agora, neste período eleitoral, em que os nervos estão à flor da pele. O pano de fundo é a interferência do governo no projeto de emenda constitucional que poderia permitir que Theodorico, que ocupa mandato tampão de dez meses no comando da Ales, se reelegesse para o cargo no ano que vem, mas esconde também razões eleitorais. Dentre elas, a insatisfação do parlamentar, que tem o PSB em palanque contrário ao seu, em Itapemirim, e a demora na construção de um píer no mesmo município.

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Dois talentos da nova geração, Roney Argeu Moraes e Valquíria Rigon Volpato, tomam posse no dia 17 de agosto como membros efetivos da Academia Cachoeirense de Letras (ACL). Ela assume a cadeira 37, que tem como patrono Augusto Emílio Estelita Martins, e que mais recentemente foi ocupada por Nelson Sylvan. A cadeira 40, do patrono João Belisário e, por último, de Michel Antônio, será destinada a ele. A solenidade terá homenagens pelo centenário de nascimento do professor Deusdedit Baptista e do poeta Solimar de Oliveira, e vai, ainda, prestar tributos póstumos a João de Deus Madureira Filho e a Bernardo Horta. Tudo isso na sessão solene que marca o Jubileu de Ouro da ACL e onde será lançado o selo comemorativo, alusivo ao evento, que ocorre a partir das 20h00, no Ciac Raymundo Andrade.


INFORME PUBLICITÁRIO

Foz apoia projetos socioambientais

Concessionária de água de Cachoeiro de Itapemirim é parceira em mais de 20 projetos que ajudam a sociedade e o meio ambiente Cuidar da água que chega até as residências de milhares de moradores é papel da Foz - unidade Cachoeiro de Itapemirim, que faz esse trabalho de forma sustentável. É também por isso que a concessionária apoia projetos socioambientais desenvolvidos no município, a fim de levar informação, conhecimento e ainda proporcionar mais qualidade de vida ao cidadão. Alguns desses projetos são desenvolvidos pela comunidade e outros pelos próprios Integrantes da Foz. São cerca de 20 trabalhos nas áreas de educação, literatura, esportes, meio ambiente e social, voltados para todos os públicos. “Promover ações socioambientais como estas é uma forma de promover o desenvolvimento da comunidade, o que está alinhado à Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), que envolve um conjunto de princípios, conceitos e critérios voltados para a satisfação dos clientes e a simultânea realização das pessoas”, explica Rosa Malena Gomes Carvalho, responsável pela Comunicação da Foz - unidade Cachoeiro de Itapemirim,

empresa que faz parte da Organização Odebrecht. Entre as ações, destaque para o Projeto Rio Vida Reflorescer, que completa dez anos. A iniciativa consiste em proteger as nascentes da Bacia do Rio Itapemirim e reflorestar o seu entorno. Do início do projeto até hoje foram protegidos 68,5 hectares, entre áreas no entorno das nascentes e áreas degradadas. Em todas essas regiões, que fazem parte da Bacia do Rio Itapemirim, foram plantadas 25 mil mudas. Hoje, a Foz apoia os seguintes projetos: Bibliografia de Raul Sampaio, Revista Cachoeiro Cult, Revista de Burarama, Fábrica de Sabão, Programa Gestão de Resíduos, Projeto Rio Vida Reflorescer, Projeto Grupo Unido, Projeto Nossa Criança, Proerd, Projeto Boas Práticas, Projeto Foz Estimula Pesquisa, Coral Voz dos Anjos, Programa Oportunidade para Todos, Programa Tarifa Social, Programa de Doação de Sangue, Programa Família Cidadã, Padaria Comunitária, Programa de Palestras e Visitas da Foz, Projeto Solidar e Arraiá Social da Foz.

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ELEIÇÕES

Plebiscito em Cachoeiro Município, pela primeira vez no regime democrático, terá eleição com apenas dois candidatos. E eles falam sobre suas propostas de governo

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revista MAIS ES, já em sua primeira edição, vai direto ao ponto que realmente interessa ao eleitor: as propostas de cada candidato para o futuro do município. A série começa por Cachoeiro de Itapemirim, principal polo do sul do estado do Espírito Santo e que neste ano vive a atípica situação de ter apenas dois candidatos a prefeito, o que jamais foi registrado desde que o pluripartidarismo retornou, na década de 1980. O prefeito Carlos Casteglione (PT) tenta a reeleição e o deputado estadual Glauber Coelho (PR) concorre ao cargo pela primeira vez. Os dois postulantes à prefeitura, que reuniram, cada um, ampla aliança partidária, receberam o questionário com cinco perguntas sobre temas definidos. Puderam ainda escolher, entre quatro outros pré-determinados, um para explanação livre. A intenção, com este trabalho, é ajudar o eleitor a conhecer algumas das propostas de governo dos candidatos e a forma como pretendem atuar. O resultado está nas próximas páginas.

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TRANSPORTE COLETIVO Termina em 2015, portanto, durante o mandato do próximo prefeito, a concessão do serviço de transporte coletivo urbano de Cachoeiro de Itapemirim. Pesquisas mostram índice de insatisfação alto dos usuários em relação ao serviço oferecido, hoje, exclusivamente, por uma empresa. Caso seja eleito, qual a sua posição diante desta situação. Acredita que sejam necessárias mais empresas para estabelecer qualidade pelo aumento da concorrência, ou acha que isso não é fundamental e manterá o monopólio?

TRÂNSITO O trânsito de Cachoeiro é motivo de reclamação. Nos horários de pico, as vias já não comportam o número de veículos que transitam pela região central, com vários pontos de estrangulamento. Medidas paliativas têm sido adotadas, mas pelo ritmo do crescimento da frota, com os grandes investimentos no litoral, que trarão ainda mais veículos para circular na cidade, e a construção de prédios residenciais na região central, é provável que a coisa se complique cada vez mais. Que medidas pretende adotar para reverter esta tendência?

ARRECADAÇÃO Cachoeiro, maior cidade da região, com quase 200 mil habitantes, tem

orçamento considerado insuficiente para atender a todas as demandas do serviço público. Depende muito dos recursos do governo do estado e federal para poder tocar as obras estruturais. O fim do Fundap representará, já a partir do ano que vem, R$ 22 milhões a menos para as já combalidas finanças municipais. Como o senhor pretende atrair recursos suficientes dos demais entes federativos e aumentar a arrecadação municipal para suprir a demanda?

HOSPITAL O Hospital do bairro Aquidaban se tornou a representação de desperdício de dinheiro público. Por que o senhor acredita que possa fazê-lo funcionar agora, se já atravessou três administrações sem nenhuma solução? Como pretende fazer isso?

SEGURANÇA O crack tem proliferado em Cachoeiro, sendo, de acordo com a polícia, a base para a violência que já atinge, até mesmo, as antes pacatas localidades do município. Quais medidas pretende adotar para combater a violência, proteger os jovens, tratar os dependentes e prender os traficantes?

SAÚDE, EDUCAÇÃO, OBRAS, CULTURA Escolha um tema e discorra sobre ele.


Carlos Casteglione

Perfil

Carlos Roberto Casteglione Dias nasceu em Itapemirim, em 20 de maio de 1960. Em 1972 mudou-se com a família para Cachoeiro de Itapemirim. Formou-se em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências, Letras e Filosofia «Madre Gertrudes de São José», em 1986. Desde a juventude dedica-se à militância em movimentos sociais. Depois de formado, deu aulas de Biologia por um curto período e ingressou na área de saúde. Como Técnico em Laboratório, exerceu dupla jornada - no setor privado e como funcionário do Estado no Centro de Saúde de Cachoeiro– até ser eleito deputado estadual em 2002. Reeleito em 2006, licenciou-se em março de 2007 para assumir a Secretaria de Estado do Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social. Em 2008 foi eleito prefeito de Cachoeiro de Itapemirim.

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Carlos Casteglione

TRANSPORTE COLETIVO O que nós vamos fazer, eleito prefeito, é todo o processo de concorrência pública. Em 2015, vamos garantir que todas as empresas que se habilitarem nesse processo possam também prestar o serviço. Se uma, duas ou três, isso vai depender da disposição delas de vir pra Cachoeiro participar da concorrência para então prestar o serviço. O monopólio foi uma condição de quem licitou o serviço de transporte coletivo na época em que o contato foi firmado. Eu não era prefeito quando foi feita essa licitação. Hoje, como prefeito, o que faço é regular, cobrar o efetivo e a qualidade do serviço. Quando assumimos, a frota tinha idade média de 20 anos. Hoje é de dez. Vamos buscar ofertar mais serviços, num processo de continuar o plano de mobilidade. Quando, por exemplo, investimos e fazemos alterações significativas no trânsito da cidade, isso reduz o tempo de trajeto e certamente dá mais conforto à população. Estamos buscando a redução de passageiros em um ônibus. Aumentando as linhas em um determinado trajeto, com mais carros nos horários de pico. Fizemos investimentos nos pontos de ônibus para promover a acessibilidade, a qualidade dos abrigos e o conforto de quem usa o transporte coletivo. Tivemos avanço nas áreas rurais. Vamos priorizar a regulação do valor da passagem para que seja um valor acessível à população e que mantenha o equilíbrio do contrato. Eu, inclusive, reduzi o valor da passagem, o que não tinha sido feito antes em Cachoeiro. No próximo mandato, vamos dobrar a oferta do nosso programa, Ir e Vir, que oferece transporte aos cadeirantes. Fizemos avanços na acessibilidade da frota, com muitos ônibus já adaptados.

TRÂNSITO É preciso considerar que a renda das famílias brasileiras melhorou nos últimos anos e hoje as pessoas podem comprar o seu carro e sua moto. Isso aconteceu num ritmo muito mais acelerado que a capacidade de investimento que as cidades têm feito em obras de infraestrutura viária. Em Cachoeiro o trânsito hoje é completamente diferente do que era há dois anos. Fizemos investimentos que, sem dúvida resultaram na melhoria no fluxo de veículos. Estamos investindo em outros dois pontos que são o trevo da Ilha da Luz e a região em torno

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do Shopping Sul. Mas a cidade precisa de obras de infraestrutura viária. Já estamos fazendo a duplicação da Avenida Jones dos Santos Neves e da região de Morro Grande. Vamos trocar todos os sinais luminosos da cidade, tudo em parceria com o governo do estado, fazer investimentos já contratados e garantidos na sinalização vertical e horizontal. E também outras soluções, como a Rodovia do Caramba. Neste ano, devemos começar as obras de conclusão do contorno de Cachoeiro, inclusive, com a construção de uma nova ponte sobre o rio Itapemirim, obra prevista no PAC 2, do Governo Federal. Nos próximos dias devemos começar a construção da rotatória que vai orientar todo o trânsito na região do IBC. Outra ação é de enfrentamento do trânsito de caminhões pesados no centro da cidade. Hoje, junto com a Guarda Municipal, agentes de trânsito e Polícia Militar, o DER e até a Polícia Federal estamos constituindo estudos já avançados para resolver isso em algumas áreas de nossa cidade.

ARRECADAÇÃO É o grande desafio, porque os prefeitos que me antecederam e que hoje participam do processo do outro lado, falharam na questão do orçamento. Estamos praticamente há 10 anos perdendo receita. Conseguimos recuperar, já a partir do ano 2010, graças ao trabalho sério e responsável que fizemos. Devido a falhas de prefeitos do passado, vivemos essa condição de sermos um município grande, com receita muito pequena. Estamos superando isso graças à excelente relação com o Governo Federal. Isso pode ser comprovado pela chegada de grandes investimentos, frutos de parcerias com deputados federais, inclusive com o deputado Camilo Cola. Conseguimos trazer recursos e viabilizar projetos a partir da criação do Escritório de Gestão de Projetos Prioritários (EGPP), uma iniciativa da minha gestão. Temos par-

ceria com o governador Casagrande, que já tem feito grandes investimentos aqui. Para o equilíbrio dessa diferença histórica, constituímos um núcleo de elaboração de projetos que já apontou resultados positivos. Vamos avançar e reforçar no próximo mandato para que a lógica da captação de recurso possa vir não simplesmente por um ato político, mas de projetos bem elaborados. Temos, em fase de elaboração, um grande projeto de infraestrutura urbana para melhorias em alguns bairros da cidade. Estamos captando recursos internacionais, junto ao BID, graças ao trabalho que fizemos de colocar Cachoeiro de novo em condições de receber esse tipo de recurso. Com todas as dificuldades que tivemos, depois de gastar um tempo para arrumar a casa, a soma de investimentos chega a R$ 250 milhões.

HOSPITAL Essa é uma das 14 obras que encontrei paradas na cidade, deixadas abandonadas pelos prefeitos que me antecederam. Em três anos e meio de governo, estamos colocando-as à disposição da população. Cito a Ponte de Pedestres, o ginásio do Aeroporto, o matadouro, a Ponte da Nassau, a escola Pedro Nolasco, no Paraíso, entre tantas outras. O hospital do Aquidaban é a última desse ciclo. Nosso governo avançou quando mostramos ao Ministério da Saúde que não tínhamos nada a ver com o que foi feito no passado, da forma errada como foi feito. Tem que ser penalizado quem cometeu erros, quem concebeu hospital numa cidade que não tem sequer condição de manter seu funcionamento, a partir de emendas parlamentares e para funcionar de uma maneira que não condiz com a realidade do município. Hoje já separamos isso. O Ministério Público Federal está investigando. Já tem ex-prefeito com bens bloqueados por conta desses convênios. Há problemas causados e não solucionados pelo prefeito que me antecedeu, que tinha como secretário de Saúde o atual candidato adversário, que não buscou solução para o hospital. Pelo contrário, complicou. Estou agora buscando uma forma de refazer todos os projetos para formatar a concepção que hoje entendemos que resolve o problema de serviço de hospital na região, que é o hospital materno infantil. Mas partindo de uma perspectiva regional, envolvendo os outros prefeitos da região, o Estado e o Ministério da Saúde.


Não vou esperar o próximo mandato. Estou já construindo as soluções para o hospital. Vou tratar com muita responsabilidade esse tema, que não creio que seja central no debate eleitoral, porque nós hoje temos hospitais filantrópicos que são referência e que atendem à demanda de Cachoeiro.

SEGURANÇA É���������������������������������� o que mais incomoda a nossa população. Estamos, como em todos os outros municípios, convivendo com a situação da violência evidenciada em função do uso indiscriminado dessa desgraça de crack. Nossa atuação parte do Gabinete de Gestão Integrada em Segurança Pública, o GGIM, que eu presido, onde estabelecemos todas as ações conjuntas de prevenção e, principalmente, de combate ao crack e à violência, junto com as forças de segurança. Vamos reforçar o papel da Guarda Municipal, partindo para orientação, valorizando a ronda escolar, fazendo com que ela execute o projeto em curso, de formar e dar orientação aos nossos jovens dentro da escola, com todo o conjunto de ações dentro do programa Acolher, ferramenta importante que nós executamos no município, em parceria com as forças estaduais, para fazer o enfretamento da violência. Precisamos avançar concretamente oferecendo as condições para que as pessoas sejam tratadas, as que já estão doentes, por meio do CAPS-ad - e o CAPS vai fazer o encaminhamento para as casas de recuperação e até para internação hospitalar, como suporte de todas as ações e projetos que temos em várias secretarias do município. Com isso, reduzindo o número de usuários de crack, vamos reduzir os números de pequenos furtos que é o que tem incomodado mais à cidade. Vamos aprimorar o nosso sistema de videomonitoramento. Trabalhamos para retornar com o 190 para Cachoeiro. Esse conjunto de ações, vamos levar para o próximo mandato para continuar obtendo resultados positivos como, por exemplo, a redução de 42% dos homicídios.

SAÚDE Quando eu assumi a prefeitura, um dos pontos que estava muito desarrumado era a Saúde. Herdei do secretário de saúde da época toda estrutura desorganizada, com ambulâncias sem pneus, sem peças, todo o serviço de pronto atendimento desregulado, sem plantonistas regulares no PPG. Encontramos muitas das nossas unidades

Carlos Casteglione (PT) e o médico Abel Santana (PV), vice na chapa, vão ao encontro dos eleitores

funcionando precariamente. Conseguimos colocar tudo de pé novamente. Hoje os nossos serviços ainda não são aquilo que eu desejo que sejam, porque é assim a realidade em muitos municípios que estão investindo nesse processo de melhorar a saúde. Mas, em três anos e meio, melhorou muito. Nós hoje temos o PPG com um número médio de três plantonistas, melhorei muito o atendimento do PAI e abrimos o novo pronto atendimento em Itaoca, com médico 24 horas. Todas as nossas unidades de saúde hoje funcionam plenamente com equipe profissional, com médico, enfermeira, com agentes de saúdes que são importantes nesse processo de fazer a saúde preventiva. Reorganizamos o fluxo de oferta de exames, com a melhoria da qualidade do atendimento no Centro Municipal de Saúde, que ganhou reforço adicional com equipamentos. Acabamos com as filas e estamos trabalhando, na parceria com o Governo do Estado, para aumentar a cota de exames e de consultas especializadas que a superintendência oferta. Junto com outros

prefeitos, estamos trabalhando a ampliação da oferta de cirurgia eletiva para acabar de vez com a fila, mas para isso nós dependemos do Governo do Estado. Quando assumimos só tinha remédio entregue em dois pontos da cidade, hoje são mais de 30 pontos de entrega. Estamos melhorando o pré-natal, criando o Passe Livre para as mães, gestante e pós- gestante, dando condições a elas de fazer o pré- natal na sua unidade. Implantamos a leitura do eletrocardiograma on line. Estamos também trabalhando toda uma rede de medicina preventiva, o CAPS, o Crias, para atender às pessoas portadoras do HIV. Tenho trabalhado muito na saúde preventiva, sem deixar de cuidar da saúde curativa. Nós construímos algumas novas e belas unidades de saúde, muito bem equipadas e com equipe profissional e vamos iniciar ainda neste mandato, para concluir no próximo, um novo pronto atendimento na região do bairro Aeroporto e várias unidades de saúde, dentre elas a do Novo Parque, Teixeira Leite, Abelardo Machado, Paraíso e Zumbi. Vamos implantar as academias de saúde em 32 bairros. Um conjunto de ações já contratadas com recurso do Ministério da Saúde. Algumas dessas obras começam ainda nesse mandato. Estamos investindo na saúde dos nossos servidores e isso possibilita o repasse de mais de 2,5 milhões aos nossos hospitais. Em 2013, já teremos a implantação do Samu 192, rede de urgência e emergência. Teremos também Cachoeiro a implantação da Rede Cegonha. Já assinamos os termos de parceria.

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Glauber Coelho

Perfil Glauber da Silva Coelho nasceu em Cachoeiro de Itapemirim em junho de 74. É casado com Fernanda, pai da Isabelli e terceiro dos quatro filhos de Vilma e José Affonso Coelho. É formado em Direito, com Pós Graduação em Gestão Pública. Em seu primeiro mandato como vereador de Cachoeiro, foi convidado para assumir a Secretaria da Criança, além das pastas de Meio Ambiente, Agricultura e Defesa Civil. Já no segundo mandato, em 2007, assumiu a Secretaria da Saúde. Em 2008 foi eleito o vereador mais votado na história da cidade. Ao longo dos três mandatos presidiu também as Comissões Permanentes de Constituição e Justiça, Agricultura e Saúde. Em 2010 foi eleito Deputado Estadual, com mais de 23 mil votos.

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TRANSPORTE COLETIVO A administração municipal precisa dar uma atenção especial para esse tema. Vamos garantir a participação da população na tomada de decisões, valorizando o trabalho do Conselho Municipal. Independente de quem tenha a concessão pública, vamos exigir a oferta de serviço de qualidade. A população deve contar com uma frota de ônibus que atenda plenamente a demanda e devemos avaliar a criação de novas linhas. De fato, quanto mais melhorarmos o transporte coletivo, mais iremos contribuir para a solução de nossos problemas do trânsito. Vamos retomar o Transpop. Como vereador, organizamos reuniões e audiência pública para encontrarmos uma forma de ampliar o acesso das pessoas deficientes ao transporte público. Esse trabalho deu resultado e hoje Cachoeiro evolui com ônibus adaptados para o transporte de quem tem dificuldade de locomoção. No entanto, precisamos preparar a cidade para que as pessoas tenham calçadas e pontos de ônibus adequados para a circulação.

TRÂNSITO Vamos valorizar o trabalho do Conselho do Plano Diretor Municipal e repensar sobre a construção de novos prédios no centro da cidade. O PDM deve ser um indutor de desenvolvimento e não uma ferramenta que traga desordem ao município. Vamos ampliar o número de agentes, principalmente nos horários de maior movimento. Investiremos na orientação e fiscalização dos condutores para que haja mais harmonia e respeito ao pedestre. A população deve ter a consciência sobre direitos, deveres e regras de trânsito.

No entanto, para melhorar a mobilidade urbana na cidade devemos investir em obras importantes, como a construção da Ponte da Safra para redução do tráfego de caminhões no Centro. Para esta obra contaremos com o apoio do governo federal. Eu como deputado estadual e com o apoio do senador Magno Malta, lutamos por isso. Vamos buscar recursos para a construção de mais uma ponte sobre o rio Itapemirim ligando o Valão ao bairro Rubem Braga. Junto ao Governo do Estado vamos construir a Rodovia do Caramba. Cachoeiro precisa de um terminal rodoviário urbano que atenda com conforto os moradores e os visitantes e vamos trabalhar para realizar essa obra.

ARRECADAÇÃO Nossa Frente reúne treze partidos e as principais lideranças do Estado em torno da construção de uma nova gestão para o município. Cachoeiro precisa entrar no ritmo de desenvolvimento do Estado e será preciso a união de todos os cachoeirenses para alcançarmos essa meta. Em 2011, houve um aumento no gasto com


Glauber Coelho saúde por habitante nos municípios do Espírito Santo, mas Cachoeiro não acompanhou esse crescimento. De acordo com dados da revista Finanças dos Municípios Capixabas, no ano passado, a média de gasto foi de R$ 390,65 por habitante/ano. Em Cachoeiro, esse gasto não passou de R$ 224,63. A cidade tem o segundo menor investimento em saúde por habitante no Estado, superando apenas o município de Cariacica. A organização da máquina administrativa é fundamental para alcançarmos os resultados esperados. Temos que reduzir os gastos com custeio e tornar a gestão mais eficiente e eficaz. A cidade precisa de novos eixos de desenvolvimento e portanto fortalecermos o atual distrito industrial e criaremos, com a parceria do governador Casagrande, um novo distrito industrial para gerar mais empregos, a partir das oportunidades que surgem nesse novo ciclo econômico do Estado, que se consolida como o maior produtor de gás e o segundo maior produtor de petróleo do Brasil. Para atrair novos investimentos vamos implementar programas de incentivo, além de investir em programas de qualificação de mão de obra para o mercado de trabalho. Cachoeiro também deve aproveitar seu potencial turístico e cultural para gerar mais renda e receita para o município. A duplicação da BR 101 é de extrema importância para o desenvolvimento de nossa cidade, assim como a ampliação do aeroporto.

HOSPITAL A população espera uma solução. Nós já temos o compromisso do governador Renato Casagrande e do senador Ricardo Ferraço de nos apoiar para equipar e colocar para o Hospital passar a funcionar. A gestão da unidade será de responsabilidade do Hospital Infantil e nossa proposta é de um novo hospital Infantil para atender toda demanda de Cachoeiro e das cidades vizinhas. Queremos o hospital como referência no Estado, onde mães e seus bebês serão cuidados, tratados, num único local, recebendo um serviço digno e de qualidade. Nesse trabalho conto com o apoio e a experiência de nosso vice-prefeito, o Dr. José Renato.

SEGURANÇA O combate a violência se dá com políticas públicas de prevenção, de repressão e investimentos nas áreas da educação, esporte, cultura e lazer. Vamos

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Glauber Coelho (PR) e o médico José Renato (PSB), vice na chapa no corpo a corpo com eleitor

A organização da máquina administrativa é fundamental. Temos que reduzir os gastos com custeio e tornar a gestão mais eficiente e eficaz.

apoiar projetos e ações de prevenção e tratamento dos dependentes químicos realizados por entidades e pelas igrejas. Também é importante levar mais informação às escolas, às crianças e jovens, sobre a questão das drogas. Vamos apoiar programas vitoriosos, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) da Polícia Militar, captar recursos para a construção de novas unidades para tratamento dos dependentes químicos e seus familiares. Na questão da repressão, conseguimos com nosso trabalho sensibilizar o Governo do Estado para a necessidade do aumento do efetivo da Polícia Militar na cidade e de mais viaturas. Agora vamos buscar o reforço do policiamento no Centro, nos bairros e distritos. Criar uma delegacia 24 horas, de segunda a segunda, com investimento em recursos humanos, ou seja, mais delegados, agentes e escrivães para atender a população. Vamos ampliar a atuação da Guarda Municipal levando-a para os distritos e

regiões de Cachoeiro para desenvolver a prevenção em conjunto com a Polícia Militar e Civil.

SAÚDE Fui secretário de saúde do município e conheço de perto a realidade do atendimento municipal. Na Assembleia ampliei meu conhecimento ao presidir a Frente Saúde para Todos. Com esse trabalho ampliei minha atuação para todo o Estado e passei a conhecer as dificuldades enfrentadas nos municípios capixabas. É preciso mais investimentos na Atenção Básica com a abertura de novas unidades de Saúde da Família para quem mais precisa. Assim como projetos e ações nas comunidades (ex: saúde da mulher, do homem, do idoso, da criança) e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Lançaremos o programa “Remédio em Casa” com os agentes de saúde, com critérios de avaliação, levarão os medicamentos até as casas dos moradores cadastrados facilitando o acesso a estes medicamentos. Vamos cuidar da criança ao idoso. Construiremos um pronto atendimento na região Norte da cidade e reforçar os investimentos nos postos de saúde dos bairros; qualificação e treinamento para profissionais da área; política de cargos e salários para o servidor da saúde. Quero ampliar das 16h para as 20h, em alguns pontos da cidade, o horário de funcionamento das unidades das Estratégia Saúde da Família (ESF). Inclusive com atendimento médico e odontológico.


PERFIL

Igor Tomé

Educação é a base de tudo “Quando se desenvolve um trabalho de qualidade, com seriedade, se conquista o mercado e a empresa acaba ganhando a confiança e o respeito dos clientes”. Texto

Foto

Beatriz Caliman

Divulgação

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le tem apenas 32 anos e já acumula funções de um maduro empresário. Com visão empreendedora, Igor Tomé de Souza tinha apenas 20 anos quando decidiu abrir seu próprio negócio. Hoje, o jovem empresário visa expandir suas possibilidades e consolidar sua marca fora do Estado. Igor Tomé de Souza nasceu em Cachoeiro de Itapemirim. Mas seu olhar sempre esteve voltado para a inovação. Formado em escolas públicas, ele ressalta a importância da base educacional na sua formação pessoal e profissional. Em entrevista à revista MAIS ES, ele revela os passos de sua trajetória e os objetivos que almeja alcançar no futuro.

MAIS ES – Ser um empreendedor não é tarefa fácil. Poucos nascem com esse perfil. Você sempre teve este espírito? Igor Tomé – Sempre tive a visão de adaptar a empresa às necessidades do mercado de trabalho. Hoje estamos no terceiro ciclo da metalurgia. A empresa hoje é muito diferente de quando começou. Iniciamos com a metalúrgica pesada e nos especializamos em acabamentos em aço inox. Atendemos todo o sul do Estado, Vitória e até Minas Gerais. De funcionário você passou a ser microempresário. Quais foram suas maiores dificuldades há 12 anos? As dificuldades foram muitas, principalmente na parte administrativa e na conquista de mercado. A empresa era pequena com apenas 3 funcionários. Comecei sozinho e hoje dois irmãos trabalham comigo. Network (rede de relacionamento estratégico) é importantíssimo. Até comecei a faculdade de contabilidade, mas vi que não era meu foco. Leio muito. Meu estudo é focado na pesquisa. Como surgiram as outras empre-

sas, direcionadas ao mercado de decoração? Após a metalúrgica, fui observando outras necessidades do mercado. Hoje, além de atuar na área de aço inox, atuo com uma loja de decoração. É uma franquia de cortinas, persianas e papéis de paredes, além de uma galeria de arte com trabalhos em aço inox. Assim como o setor metal-mercânico, o setor da construção civil está aquecido. Como conquistar clientes nestes segmentos tão cobiçados? Quando se desenvolve um trabalho de qualidade, com seriedade, se conquista o mercado e a empresa acaba ganhando a confiança e o respeito dos clientes. A construção civil é um dos mercados que mais tendem a crescer no país, que sempre teve um déficit habitacional grande. O governo vem incentivando muito o sonho da casa própria. A economia do município tem evoluído muito. Todas as áreas têm crescido e as empresas têm que se preparar para isso. Estou me preparando para este processo capacitando profissionais e aumentando o quadro de funcionários.

E o futuro? Quais são seus próximos passos? Atualmente tenho um projeto em parceria com artista plástico e publicitário Wilson Ferreira, com a elaboração de esculturas e troféus. Quero começar a importar aço inox da China. O mercado do aço ainda é pouco explorado, pois tem matéria-prima com valor alto, no país. Para se tornar mais acessível seria necessário que o governo reduzir impostos. Você atualmente tem uma nova função, a de presidente do Rotary Club de Cachoeiro. Como recebeu a nomeação? Ser presidente de uma organização internacional com trabalhos humanitários no mundo inteiro é muita responsabilidade. Mas, isso vem de encontro com meu ideal que é servir ao próximo. No Rotary, onde estou há cinco anos, tive a oportunidade de exercer esse lado, de me envolver de fato com esse trabalho. Acho fundamental o apoio das entidades no desenvolvimento de uma nação. Devemos dedicar tempo não só para a empresa, mais contribuir e agregar conhecimento à sociedade. A união faz a força.

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ECONOMIA

Feira sólida como rocha

Em sua 34ª edição, Cachoeiro Stone Fair reforça a importância do município como principal polo de processamento do País e atrai expositores de vários estados brasileiros Texto

Foto

Da redação

Divulgação

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ais de 200 expositores estarão presentes durante a Cachoeiro Stone Fair 2012, tradicional feira do setor de rochas ornamentais, que será realizada no final de agosto, em Cachoeiro de Itapemirim, apresentando as novidades no mercado de rochas ornamentais, com destaque para os equipamentos e máquinas de última geração, insumos e pedras. Pela primeira vez no evento, a Expogran, empresa do Sul do Estado, aposta no evento para anunciar sua participação em um novo nicho de mercado: a comercialização de máquinas para o processamento de granito, como politrizes e perfuratrizes.

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Outras 20 empresas estreantes estarão presentes no evento. Números apontam que, dos expositores da feira, 66% são voltados para máquinas, equipamentos e insumos do setor e 34% para rochas ornamentais. Com esse foco, a feira de rochas atrai um amplo número de marmoristas de todo o Brasil, atrás de novidades tecnológicas do segmento. As grandes empresas exportadoras de rochas ornamentais estabelecidas no Sul do Estado também confirmaram presença. Motivadas pelo aquecimento do mercado interno, as indústrias estão otimistas com a realização de novos negócios, visto a diversidade de materiais e novidades.

Serviço Cachoeiro Stone Fair 2012 Data: 28 a 31 de agosto Local: Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa, no bairro Aeroporto Informações: www.cachoeirostonefair.com.br

“A procura por área expositiva demonstra a visibilidade da feira de Cachoeiro no cenário nacional. Além de fortalecimento do segmento, o evento contribui para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas da região, beneficiando toda a cadeia produtiva do setor”, disse Cecília Milanez, da Milanez & Milaneze, empresa realizadora do evento. Emic Malacarne, presidente do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas) e do Centro Tecnológico do Mármore e do Granito (Cetemag), afirmou que as expectativas de bons negócios na feira são positivas, principalmente, pelo crescimento do mercado brasileiro. “A Cachoeiro Stone Fair é importante para o desenvolvimento do setor de rochas do Brasil”, enfatizou. Várias ações estão sendo desenvolvidas para atrair visitantes de todo o País e, assim, confirmar por mais um ano a importância do evento para a liderança do Espírito Santo no setor de rochas ornamentais, fazendo com que a cidade seja a polarizadora do desenvolvimento da Região Sul. Promovida pelo Sindirochas e pelo Cetemag, a Cachoeiro Stone Fair 2012 é realizada pela Milanez & Milaneze e promete superar os números da edição anterior. O evento acontece entre os dias 28 e 31 de agosto de 2012, no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa.


FDCI ANTENADA COM AS TENDÊNCIAS MODERNAS NO ENSINO JURÍDICO

A educação superior vive um momento de mudanças, com ofertas cada vez maiores de oportunidades para intercâmbio e atividades práticas que valorizam o conhecimento do cotidiano profissional. A formação acadêmica de qualquer natureza tem se voltado, gradativamente, para uma dimensão multidisciplinar e integrada aos campos relacionados com o exercício da atividade profissional. Competências não se formam apenas pelo ensino teórico-formal em salas de aula, mas conhecendo e vivenciando a realidade prática do dia a dia das diversas carreiras jurídicas. Por isso, cada vez mais a FDCI tem firmado parcerias e proporcionado aos seus alunos e professores oportunidades para aliar o conhecimento teórico à prática, desmistificando a idéia de que os Tribunais Superiores e o direito aplicado em outros países estão distantes da realidade local. Na última semana, no período de 01 a 03 de agosto, vários alunos e professores da FDCI estiveram em Brasília-DF, em visita orientada planejada pelo Núcleo de Prática Jurídica da instituição ao Conselho Federal da OAB, ao Superior Tribunal de Justiça, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional, além de museus e espaços culturais da capital. Na foto em destaque, alunos e professores participando de momento histórico desse país, quando em visita ao Supremo Tribunal Federal realizada no dia 02/08/2012 puderam presenciar o início do julgamento da ação penal 470 (mensalão).

Em outra iniciativa importante, a FDCI firmou parceria com a Faculdade de Direito “Robert H. MacKinney” da Indiana University School of Law, no Estado de Indiana, Estados Unidos da América, sendo que 04 alunos e 02 professores neste mês de agosto estarão participando de um intercâmbio com a finalidade de conhecer o sistema jurídico norte-americano e realizar visitas técnicas a Escritórios de Advocacia, Senado Estadual, Corte Suprema Estadual e afins. Noutra iniciativa, a FDCI convida a toda a comunidade e operadores do Direito para nos dias 13, 14 e 15 de agosto, no período da manhã e noite, em seu auditório, participar de sua V Semana Jurídica. O evento incluído anualmente no calendário acadêmico é composto de palestras e painéis, onde juristas convidados e professores da FDCI apresentam e discutem temas atuais e relevantes do Direito. No dia 17 de agosto, a FDCI promove também o Jus Social, com atendimento jurídico, gratuito, na Praça Jerônimo Monteiro, durante todo o dia. É a FDCI mais uma vez possibilitando a formação continuada e multidisciplinar de seus discentes, docentes e egressos, além de vivenciar a realidade prática do dia a dia das diversas carreiras jurídicas e permitir o diálogo com as diversas árenº1 /Agosto 2012/ / 19 as do conhecimento.


ENSAIO

FORNO G

Posição geográfica per de vários municípios do Texto e fotos

Roberto Al Barros

O Pico do Forno Grande domina o Sul de seus 2.039 metros de altitude. Em 20 Castelo, município onde está localizado. em Reserva Estadual em 1960 e, em 11 d que Estadual do Forno Grande. Visto da ES 482, no Km 5 entre Cachoeiro e o Trevo para Castelo

Visto da av. Beira Rio, em Cachoeiro, com a ponte da Ilha da Luz em primeiro plano

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GRANDE

rmite que seja avistado Sul do Espírito Santo.

l do Espírito Santo com a imponência 009 foi eleito uma das 7 Maravilhas de . Sua riqueza biológica o transformou de setembro de 1998, foi criado o Par-

no entor de no u fell o it t lt S o de a o de Alex ã ç a t t Vege em fo ciço, do ma

Forno Grande visto da ES 482, na altura do Trevo da Rodovia do Contorno, em Cachoeiro


OBRAS REGIONAL

pelo caminho

ES 482: duplicação Cachoeiro-Coutinho é iniciada Texto e fotos

Roberto Albarros

Iniciada há cerca de 60 dias, segue em ritmo acelerado a terraplanagem da obra de duplicação do trecho da Rodovia ES 482 no município de Cachoeiro entre o antigo “trevo da coca-cola” e Coutinho (trevo para Castelo), compreendendo 10 km em cujas margens estão localizadas importantes bifurcações rodoviárias, como o acesso ao Distrito Industrial de São Joaquim e da Rodovia do Contorno, destino de caminhões para a BR 101 e Vargem Alta, além de indústrias e complexos educacionais. Os veículos que percorrem esse trecho da ES 482 que começa a ser duplicado, podem se dirigir para a BR 262 via Castelo, Conceição de Castelo, Venda Nova do Imigrante, ou região do Caparaó via Jerônimo Monteiro, Alegre, Guaçuí – com ambos trajetos chegando a Minas Gerais via sul do Espírito Santo. Além de dezenas de empresas de mármore e granito instaladas no trajeto, há ali acesso à maior região brasileira produtora de rochas, abrangendo os municípos de Cachoeiro, Castelo e Vargem Alta. A partir de Cachoeiro, em pouco mais de 01 km chega-se ao trevo de acesso, no lado direito da pista, ao complexo educacional do Instituto Federal (de Educação) do Espírito Santo (Ifes), e, no lado esquerdo, à “Cidade Universitária João de Deus”, que com seu nome presta homenagem a um dos grandes nomes da educação cachoeirense: o médico e professor catedrático de Geografia, João de Deus Madureira Filho, que foi também estudioso do rio Itapemirim e precursor da Ecologia no Sul do Espírito Santo. Na Cidade Universitária está a Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI) e a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Cachoeiro de Itapemirim (Faccaci), cujos turnos diurnos e noturnos levam ao aumento do fluxo diário de veículos.

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Ampliação concluída até Alegre Enquanto isso, foi concluído e inaugurado em 30 maio o trecho entre Coutinho, no município de Cachoeiro de Itapemirim, e Alegre, onde o Governo do Estado investiu R$ 45 milhões nos 43,8 km de extensão, através de contrato assinado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com contrapartida do governo do Estado.

A ampliação da malha viária, com respectivas melhorias como baias para ônibus e acostamentos, era reivindicação antiga da população, já que no trecho frequentemente ocorriam acidentes com vítimas fatais. Carlos Renato Lino, morador de Pacotuba há 36 anos, acredita que “a obra diminuiu o número de acidentes em até 90%”.


Ritmo acelerado

Chegada de Cachoeiro, com o antigo “Trevo da Coca-Cola”

Obras próximas ao rio Itapemirim com o “Pico do Itabira” ao fundo

Duplicação da Avenida Jones dos Santos Neves A avenida Jones dos Santos Neves, no trecho da entrada do Bairro IBC até o bairro Waldir Furtado de Amorim (Trevo para o Aeroporto) e a ES 482 deste ponto até o antigo “Trevo da Coca-Cola”, já tem obras de duplicação e urbanização a serem iniciadas brevemente, e previstas para durar em torno de seis meses. O trecho, de cerca de 2 km, atravessa o Grande BNH – bairro Waldir Furtado de Amorim (BNH de Baixo) e bairro Luiz Tinoco da Fonseca (BNH de Cima) –, onde estão localizadas cinco concessionárias de automóveis e intenso comércio de autopeças, motopeças e outros, e Bairro Caiçaras,

onde está prevista para este mês a inauguração do primeiro hipermercado da região Sul do Espírito Santo, além de empreendimentos de vulto na área habitacional para milhares de moradores. Além da duplicação, que pretende organizar e humanizar o trânsito, inclusive com a construção de uma passarela para pedestres no bairro Caiçaras, o projeto prevê urbanização com iluminação moderna. O orçamento previsto é de R$ 4,4 milhões, do Governo do Estado do Espírito Santo, através da Secretaria dos Transportes e Obras Públicas, a cargo da empresa Construtora R. Monteiro Ltda.

Com prazo previsto de três anos para conclusão e orçada em R$ 37,9 milhões, a obra de duplicação é realizada com recursos do Governo Estadual, através de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para o Programa Rodoviário Espírito Santo III, que visa melhorar o transporte de cargas e passageiros na malha rodoviária estadual. Após sua conclusão, como informou o secretário de Comunicação da Prefeitura de Cachoeiro, Sérgio Mariano, a rodovia “terá pistas de rolamento de sete metros, canteiro central e acostamento com largura variando entre 1,2 e 2,5 metros. E para que o tráfego de veículos não seja interrompido com parada de coletivos, serão implantadas 20 baias para ônibus, garantindo mais segurança no embarque e desembarque de passageiros”, ressaltou. Como as desapropiações foram feitas, em sua maioria, no lado direito do sentido em que as obras estão avançando, poucas interrupções de tráfego têm ocorrido, permitindo fluxo quase normal de veículos, mesmo nos horários de pico. A previsão é que haja menos transtornos para os usuários, pelo menos nesta fase inicial da obra. nº1 /Agosto 2012/

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Gruta do Limoeiro

Infraestrutura turística em Castelo beneficia o Sul do ES Texto

Da redação

O governador Renato Casagrande e a primeira dama Virgínia, na inauguração do complexo turístico

Foto

Divulgação

Quando o Governo do Estado decidiu assinar convênio com a Prefeitura de Castelo para construir o Centro de Visitantes da Gruta do Limoeiro, inaugurado pelo governador Renato Casagrande em 21 de julho, mais um grande passo foi dado para valorizar o potencial turístico do Sul do Espírito Santo. A Gruta do Limoeiro é o mais importante sítio arqueológico pré-histórico capixaba. Localiza-se a 15 km do centro da cidade, próximo ao Parque Estadual do Forno Grande, às margens da ES 166, rodovia que liga Castelo à Venda Nova do Imigrante – de Venda Nova até Pedra Azul são 12 km pela BR 262.

Castelo tem sediado, ao longo dos últimos anos, vários campeonatos de voo livre, de âmbito nacional e internacional, como o Paradigling World Cup (Copa do Mundo de Parapente), que teve suas edições das Américas de 2006, 2008 e 2012 realizadas em Castelo. Justamente porque ali existe uma das melhores rampas de voo livre do mundo – Rampa do Ubá – com declive gramado, térmicas ideais à prática do esporte e paisagens exuberantes. Não por menos, no World Cup 2012 Castelo recebeu o título de “Hawai do Parapente”. Somados esses atrativos à Festa de Corpus Christi (inserida entre as 10 maiores

festas religiosas do Brasil), há ocasiões em que o número de visitantes se eleva consideravelmente no Município. Por isso, a verba de R$ 690 mil, investida no Centro de Visitantes, poderá trazer grande retorno para Castelo – e região que conta também com o arquitetura centenária do Sítio Histórico de Muqui (a ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan), com os atrativos de Cachoeiro, berço do rei da crônica (Rubem Braga) e do rei da música popular (Roberto Carlos) -, além de estar nas Montanhas Capixabas e bem próximos às praias do litoral Sul Capixaba.


RELIGIÃO

Relíquia é recebida de CORAÇÃO

Essa foi apenas a 5ª vez que relicário do coração de São Camilo de Léllis saiu de Roma e a 1ª vez que esteve no Brasil.


OPINIÃO

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Relíquia do Coração de São Camilo de Léllis �������������������� percorreu Cachoeiro de Itapemirim, durante os dias 30 de julho a 02 de agosto e, em sua peregrinação, contou com a presença dos fiéis do Padroeiro dos Enfermos e dos Profissionais da Saúde. A recepção foi feita com uma carreata a partir da Safra, percorrendo o centro da cidade, chegando ao ginásio poliesportivo da São Camilo, onde era aguardada por uma multidão de fiéis. Em seguida, foi realizada Missa e a procissão luminosa até a�������������������������������������� Paróquia Santíssimo Sacramento da Eucaristia, localizada no bairro Paraíso. Ali, o Coração de São Camilo de Léllis permaneceu para veneração, celebrações Eucarísticas com unção dos enfermos, benção dos profissionais da saúde e outras atividades desenvolvidas pela comunidade. Os devotos também puderam visitar a Relíquia na Capela da Santa Casa, na Catedral de São Pedro, onde participaram de orações e da Missa, reunindo fiéis de várias comunidades da Diocese, que foram em busca de bênçãos, de pedidos de oração e promessas. No último dia da Peregrinação, a Relíquia também esteve no Centro Universitário São Camilo – ES, para um momento de oração e celebração com os colaboradores da instituição, e logo após retornou à Paróquia do bairro Paraíso, para as últimas atividades e para a celebração de despedida. No dia seguinte, a Relíquia esteve também em Vitória-ES, na Paróquia São Camilo de Léllis, Mata da Praia. Os dias de permanência no estado foram marcados por emoção e alegria para os camilianos. De acordo com o Reitor do Centro Universitário São Camilo-ES Pe. João Batista Gomes de Lima, “todos nós fizemos um trabalho grande, para que a espiritualidade, a vida e a obra de São Camilo estejam vivas em nosso meio”. Essa foi a 5ª vez que a Relíquia do Coração de São Camilo de Léllis saiu de Roma, e a 1ª vez que esteve no Brasil. Por isso, o momento �������������������������� é considerado de ��������� importância imensurável para os camilianos, para os cachoeirenses e para os que têm fé em São Camilo. A peregrinação se deu em comemoração aos 90 anos da chegada dos primeiros camilianos no país (19222012). Além de Cachoeiro e Vitória, a Província Camiliana recebeu a Relíquia do Coração de São Camilo de Léllis naqueles locais onde os camilianos atuam nas áreas: hospitalar, educacional, assistencial e religiosa.

O valor da responsabilidade “O que não muda é nossa orientação de levar os frutos do crescimento econômico a todas as regiões e de fazer mais para quem mais precisa”

A

o assumirmos o Governo do Espírito Santo, no início de 2011, os mercados financeiros ao redor do mundo ainda enfrentavam a onda de choque da crise norte-americana de 2008 e a Europa dava sinais das dificuldades que logo começaria a enfrentar. Para nós, capixabas, a situação era ainda mais preocupante. Além dos impactos desses desequilíbrios no mercado internacional, havia as ameaças de alterações no modelo de distribuição dos royalties do petróleo e de mudanças de regras tributárias, que trariam grandes prejuízos ao Estado. Nesse cenário, cabia a nós fazer um planejamento de Governo equilibrado, trabalhar muito e, acima de tudo, manter a cautela nas despesas da administração. Pouco mais de um ano e meio depois, as dificuldades econômicas continuam atormentando os mercados em todo o planeta e, por aqui, tivemos que enfrentar o poder de pressão dos grandes estados brasileiros na dura batalha contra a mudança no regime de tributação do ICMS em operações interestaduais de bens importados. Com o nosso principal mecanismo de incentivo ao comércio internacional enfraquecido, teremos uma perda anual de pelo menos R$ 1 bilhão, somando o arrecadado pelo Estado e pelos municípios. Para uma economia como a nossa, majoritariamente vinculada ao comércio exterior, o prejuízo é irreparável. E só não é pior porque nos preparamos de maneira cuidadosa. Com uma gestão fiscal eficiente,

rigor no controle do custeio e qualificação dos gastos, alcançamos um superávit de R$ 31 milhões em 2011. Assim, conseguimos abrir novas frentes de financiamento junto à União e a organismos internacionais. E foi essa segurança conquistada e vigiada que nos permitiu a ousadia de garantir, ainda em 2012, investimentos anuais de pelo menos R$ 1,5 bilhão, ao longo dos próximos anos, para compensar a perda de receita dos municípios, os maiores prejudicados pelo encolhimento do Fundap. O momento ainda é de transição, já que o orçamento em 2013 será menor e os efeitos das mudanças tributárias serão sentidos mais fortemente no ano que vem. Mas o que não muda é nossa orientação de levar os frutos do crescimento econômico a todas as regiões e de fazer mais para quem mais precisa. Continuaremos cobrando a dívida histórica que a União tem conosco, mas estamos cumprindo a nossa parte. Nos próximos dias, lançaremos o Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentável–Proedes e, graças ao ambiente de equilíbrio institucional e econômico que consolidamos no Espírito Santo, já temos anunciados investimentos de mais de R$ 100 bilhões em novos projetos públicos e privados. Assim, com criatividade, articulação, eficiência e rigor na aplicação dos recursos públicos, vamos transformando nossas conquistas econômicas e administrativas em oportunidades e qualidade de vida para os capixabas.

Renato Casagrande Governador do Espírito Santo

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MEMÓRIA

“LÁ VEM O ‘PERIGOSO’...” De quando a venda de leite em Cachoeiro era feita em carroças puxadas a burro

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orria o ano de 1963 e raros eram os automóveis nas ruas de Cachoeiro. Ainda não haviam sido criadas as faculdades de Direito (FDCI) e de Filosofia (FAFI) hoje São Camilo-ES. O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto (hoje Foz do Brasil) não existia, tampouco a avenida Aristides Campos, elo de ligação da avenida Jones dos Santos Neves com a avenida Francisco Lacerda de Aguiar, no bairro Gilberto Machado. Nas esquinas não havia padarias para, de manhazinha, se comprar leite empacotado. A Cooperativa de Leite Selita tinha sua sede em frente à igreja católica Nossa Senhora da Consolação, no Guandu. Como então a população recebia o leite em casa? Diariamente, da Selita, saíam três carroças puxadas a burro para vender leite na cidade. A que fazia o percurso em sentido Sul, subia pela av. Jones dos Santos Neves passando pela Vila Rica, Ilha da Luz, rua Bernardo Horta até o posto Oásis. As outras carroças atendiam aos moradores dos bairros Baiminas e Coronel Borges. Quem conta essa história é o Uiles Correa da Silva, que trabalhou na Selita durante 15 anos, 12 dos quais como vendedor de leite na carroça adaptada com tanque metálico. “Entrei na Selita em 1963, analfabeto, e quando saí já cursava o colegial. Com meu burro Pavão puxando a carroça, vendia 300 litros de leite por dia e até 10 kg de manteiga, com chuva ou com sol, no trajeto que passava aqui pela Vila Rica, onde hoje minha esposa tem esse bar”. O apelido “Perigoso”, que Uiles ostenta até hoje, vem de um fato prosaico: “de tanto eu avisar às crianças para que não ficassem perto das patas do burro, pois era perigoso, começaram a falar: ‘lá vem o perigoso’, e o apelido pegou”. O registro da história de Uiles mereceu destaque na Revista Selita, comemorativa dos 70 anos da Cooperativa, em 2008, quando o antigo funcionário foi convidado a participar de eventos e visitar a sede atual, no bairro Basiléia.

Época em que o leite para ser vendido era transportado até o consumidor por carroças

Uiles “Perigoso” com a esposa Maria da Glória Vitório Silva, em maio de 2012

FONTE: “Cachoeiro, uma história de lutas, Vol. II – 1931 a 1980”, Evandro Moreira, Ed. do autor Revista SELITA, Edição de 70 anos da Cooperativa de Laticínios de Cachoeiro de Itapemirim.


HIPER-FOTO

O Rio Itapemirim translúcido Rio reflete a cidade no período da estiagem. As águas do rio Itapemirim alcançaram neste inverno um dos mais altos níveis de transparência das últimas décadas. Ainda que falte educação a algumas pessoas até hoje lançam dejetos no rio, o trabalho de despoluição vem dando resultados. Na foto, temos prédios das ruas 25 de Março e Costa Pereira refletidos nas águas abaixo da Ponte Municipal, onde leito de pedras é visível em alguns pontos nos dias mais claros da estiagem.


GIRO CAPIXABA

Investimentos em Turismo

Uma parceria do Governo do Estado do Espírito Santo com Senac-ES, está permitindo o treinamento de 5.500 pessoas na rede hoteleira capixaba em 2012. Os investimentos do Palácio Anchieta em Turismo incluem R$ 1 milhão em mídias, para divulgar o Espírito Santo dentro de seu território, pois a conclusão a que se chegou é que o capixaba pouco conhece de seu próprio estado. As informações foram dadas pelo governador, Renato Casagrande, na solenidade de inauguração do mais novo complexo turístico do Sul do ES, o Centro de Visitação da Gruta do Limoeiro, em Castelo, em 21 de julho.

Investimentos “petrolíferos” A Petrobrás estima gastar R$ 2 bilhões até dezembro deste ano com fornecedores no Espírito Santo. Em junho, 1029 empresas capixabas já estavam aptas a fornecer para a estatal, que continua com a porta aberta para mais negócios. As informações são do gerente de contratação de bens e serviços da Petrobrás no Estado, Cristiano Levone Oliveira, e foram fornecidas durante a palestra

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“Petrobrás: exploração e produção no Espírito Santo – contratações para operação e manutenção”. Os fornecedores locais podem fazer parte também do cadastro nacional da Petrobrás, que no ano passado contava com 85 empresas capixabas, tendo este número se elevado para 134 cadastros até junho deste ano. Os interessados podem se cadastrar no site www.petrobras.com.br

Novos poços no ES A Petrobrás aprovou a perfuração de mais 30 poços no Norte do Estado, em São Mateus e Jaguaré. As operações representam um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões, o que permitirá que a produção no Espírito Santo passe dos atuais 15 mil barris para 17 mil barris diários.


Investimento em Educação Para Roberto Simões, professor da Ufes especialista em políticas públicas, “em bairros onde há alta vulnerabilidade de jovens, a escola em tempo integral é fundamental para dar a eles outras opções”. Já Cleonara Schwartz, doutora em Educação e professora do PPGE-UFES, explica que “o alto investimento não possui uma relação direta com a

Violência A taxa de homicídios de crianças e jovens no ES (de zero a 19 anos), coloca o estado em segundo lugar no país, com 33,8 mortes por 100 mil habitantes, de acordo com o “Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil”, elaborado pelo Instituto Sangari, o que revela um aumento de 64% nos últimos 10 anos.

qualidade do ensino”, e cita o município de Presidente Kennedy que, apesar de ser o município capixaba que mais gasta com Educação, “tem tido desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) muito baixo”. Para a educadora, “dinheiro bem investido é que é condição para uma Educação de qualidade”.

Investimentos nos municípios Para compensar a perda da receita do Fundap pelos municípios, o governador Renato Casagrande anunciou que as cidades capixabas vão ganhar unidades de saúde, escolas, creches, calçamentos de ruas, drenagens, praças, com verbas estaduais. Casagrande garante um investimento anual de mais de R$ 1 bilhão para os próximos quatro anos. Ainda assim, com a nova realidade a ser enfrentada pelos municípios, o governador prevê que os municípios, em 2013, deverão “reduzir custeio, controlar pessoal e qualificar o gasto”.

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CULTURA Uma produção independente com apoio da Lei Rubem Braga e participação especial de Big Gilson (músico que já tocou com B.B. King e Mick Taylor), Nana Shara e Zebelê (filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil), entre outros convidados do ES e RJ, em um disco com faixas de letras marcantes recheadas de flautas, pianos, guitarras e violões, entremeados da presença de bons percussionistas e arranjos criativos. Esse é

o resumo do Cheiro de Chuva, primeiro CD autoral de Fábio Coelho, lançado em 2011. Nesta entrevista, esse cachoeirense que mostra tanta versatilidade em seu primeiro CD, já que o trabalho transita com leveza entre vários gêneros musicais, fala sobre a carreira.

“A MÚSICA ESTÁ EM TUDO” “O artista local precisa ser mais valorizado. Só assim teremos condições de competir e fortalecer nossa cultura”. Entrevista

Fotos

Roberto Al Barros

Divulgação

MAIS ES - Teve uma infância tranquila? Fábio Coelho - Nasci em Cachoeiro, no dia 6 de abril de 1971. Caçula mimado, tive como primeira professora minha própria mãe, que na época lecionava no Jardim de Infância. Depois estudei no Rotary, onde entrei antes dos 7 anos. No Fundamental, passei pelo Bernardino Monteiro e Pequeno

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Príncipe. No científico, estudei no Liceu Muniz Freire, Guimarães Rosa e Darwin, de Vitória. Minha infância foi bem vivida, cresci em um local onde a criançada brincava indiferente às diferenças. Tenho uma música que relata algumas das peripécias daquela época.

Como foi seu primeiro contato com a música? Eu cresci ouvindo minha mãe contando e cantando. Meu pai já era aquele cara das big bands, solfejando clássicos do jazz, mas também gostava de segurar a barriga pra dançar um forró. Subitamente cantava um bolero, um artista nato. Minha irmã, Gina, era a pianista da família. Bosco, o violeiro amador, amava ensinar música aos irmãos. Como foi seu primeiro contato com um instrumento musical?

Quando criança, brincava no piano e com as gaitas do meu pai, mas foi por volta de meus 13 anos que meu irmão, João Bosco, me deu as primeiras lições de canto e violão. Assim fui tomando gosto pela música até ela me conquistar. Um pouco mais tarde, estudei cerca de três meses de piano com a professora Elaine Manhães, no Conservatório de Música de Cachoeiro. Paralelamente, tocava o trio de instrumentos preferidos dos iniciantes populares: violão, guitarra e baixo. Quais instrumentos você toca hoje, regularmente? Meu tempo, neste ano, está muito restrito. Estou no último ano da faculdade de Letras e Inglês e, além de atuar como DT no estado, estou na gestão da Fábrica de Pios e com muitos projetos para 2013. Ainda terei estágio obrigató-


rio a cumprir e o pouco do tempo que me sobrar será dedicado à língua inglesa e à música. No seu disco “Cheiro de Chuva”, você toca vários instrumentos. Como se tornou multi-instrumentista? Não me considero um multi-instrumentista, porém domino razoavelmente alguns dos instrumentos mais populares. Quando veio a primeira composição? Foi letra e música? É... pelo que me lembro, na primeira composição foi tudo junto: letra e música, como às vezes acontece, mas não tenho a data registrada. Creio que foi por volta dos 15 anos. A letra retratava uma realidade próxima a da música “Bichos” dos Titãs, e o título era “Inferlalia”. O fato é que, apesar de ter estudado música com muita gente boa, sempre tive a veia para composição. Então, me basta pensar e escrever as frases que a música pede. Por que resolveu sair de Cachoeiro? Não foi uma escolha, mas uma necessidade. Meu pai era caminhoneiro, viveu grande parte da vida na estrada e já não queria mais seguir o rumo da profissão, que gradativamente perdia o glamour. Então, em uma reunião de família, decidimos mudar para Vitória, onde começaríamos uma empresa no ramo portuário. E o que mais o marcou nesse período em Vitória? Apesar da vida sem rotina que tínhamos na transportadora, que era influenciada pela intensa dinâmica dos portos capixabas, busquei manter sempre vivo o meu “elo secreto” com a música. Lembro-me que fui a um show da banda “Piratas do Asfalto”, na praia de Camburi, e ao final do show pensei comigo: “queria tocar numa banda assim...”. Uma semana depois, meu telefone toca, como meu nome já era ventilado no meio musical de Vitória, fui chamado para um teste nessa banda e, ao final, Mário Gallerani, que era um dos integrantes da Piratas, disse: “Tá vendo Argentino (Norberto), ninguém é insubstituível!”. Entrei na banda. Fale-nos um pouco sobre os “Piratas do Asfalto”...

Eu era o mascote dos Piratas do Asfalto, ali foi uma escola; me dediquei muito ao instrumento e à música naquela época, chegando a estudar 8 horas por dia. Fizemos diversos shows pelo estado e por pouco não decolamos. A banda tinha uma veia latina e as composições eram bem trabalhadas. Tivemos a colaboração de vários artistas no projeto “Estrada do Delírio”, primeiro CD da banda. Alexandre Lima foi o produtor. Tivemos a sorte grande de registrar o violão de Maurício de Oliveira na faixa título. Enfim, foi uma experiência muito legal que ainda pode gerar frutos. Ahhh, a arte da capa foi feita por Nelson Lopes Jr., meu primo. Quais os trabalhos dessa época que você destacaria? No Espírito Santo, peguei um pouco do Lula, Carlos Papel, Marcela Lobo, Quarteto JB, Nota Jazz, Chryso Rocha, Voz Mania c/ Kátia Brinco, Denise Pontes, Zé Moreira, Zé Antônio, Alexandre Lima, Elaine Rowena, Claudio Modesto entre outros. E com o ‘Piratas do Asfalto’ os eventos mais marcantes foram a Feira do Verde e o show do impeachment, no movimento dos caras pintadas contra o ex-presidente Collor de Mello no centro de Vitória. Além da experiência do trabalho na noite.

à música ou encarar o desafio de vencer no Rio. Optei pela segunda. Você já conhecia alguém no Rio, antes de ir morar lá? Minha irmã, Gina, morava em Santa Tereza. Apesar de ser médica, trabalhava nos finais de semana com festas, alugando brinquedos. Logo depois fomos para o Recreio dos Bandeirantes e alugamos a casa do Ary Barroso. Apesar da distância do mundo real, o Recreio era uma delícia de lugar e estrategicamente estávamos perto da barra, onde o mercado de festas era forte. Ainda no Recreio, conheci o Baia e ele me indicou uma banda que estava precisando de um baixista. Foi assim que entrei no Tafari Roots.

Gravaram quais discos que merecem ser destacados? “Estrada do Delírio” e “Coletânea Via Fafi”.

Qual era a da Tafari Roots ? A banda logo encontrou espaço na cena underground carioca. Estava tudo indo de vento em popa. Dividíamos o palco com artistas e bandas de renome nacional como O Rappa, Natiruts... e internacional, como Gregory Isaacs, Nabby Clifford, Groundation... O mais impressionante foi que antes mesmo da banda lançar o primeiro CD, as pessoas já cantavam suas músicas. E o som do reggae-capoeira tafariano rapidamente conquistou o público. Inicialmente tocamos no Teatro de Lona da Barra, no “Projeto Sexta Sim”, registrado em CD. Aos poucos, fomos tocando em outras casas noturnas da cidade e começou a rápida ascensão da banda após o lançamento do CD independente “Faca de Ponta”. Os eventos mais relevantes aconteceram na Pedra da Urca (Fest-Valda), Canecão, Cidade do Rock 2001 (Rock’n Rio III – Tenda Brasil), Circo Voador, Fundição Progresso, Casa das Tochas, Quinta do Bosque, Malagueta, Cantareira (Niterói) e Tour por São Paulo e Região Sul do Brasil.

E como surgiu a oportunidade de ir morar no Rio? Depois de vários shows divulgando o CD da “Piratas do Asfalto”, eu quis dar uma oscilada nos estudos de música e fui fazer um curso de verão no Rio, com Ian Guest. Aproveitei para deixar o CD com produtores no Rio de Janeiro em busca do mercado nacional, como estava combinado com o grupo, mas nada rolou. Neste momento, passou o filme da minha vida e só tinha duas opções: voltar para a vida do trabalho mesclado

Com toda essa atividade, como surgiu a Escola de Música Musimundi? Concomitantemente à vida de músico de palco, eu tinha a vida de professor de música. Após alguns anos lecionando em uma escola no Largo do Machado, surgiu a oportunidades de arrendá-la. Então eu, Clauber Fabre e Susanne Brandão, em dois anos de gestão, conseguimos saltar de 70 para 250 alunos de música. A antiga dona quis a escola de volta e, como não chegamos a um

Como era trabalhar na noite capixaba nessa época? Nada mal, mas não havia a quantidade de opções para tocar que existem hoje, acredito. Tocava com frequência em casamentos, lonas culturais e casas noturnas. Foi assim durante o tempo que vivi em Vitória.

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acordo, abrimos a Musimundi. Este é um caso particular de sonho real e realizado. Apesar de não ser mais sócio da escola, fui fundador e criador do nome. Me sinto honrado por ter participado de sua história e ter contribuído com a música de tantos que ali se formaram. Como é a experiência de gravar um disco? São experiências singulares, muito gratificantes, ver algo subjetivo como a música tomar forma. Gravar é como escrever um livro, pintar um quadro ou fazer uma planta de um estabelecimento: tudo parte de um planejamento. Depois, tem muito trabalho. O fato é que a coisa sai do campo das ideias para se tornar algo concreto. Quais os principais músicos com os quais tocou nesse período no Rio? Foram tantos... Mario Galeranni, Norberto Andenson, Eduardo Ribeiro, João Schmid, Elaine Rowena, Clauber Fabre, Susane Brandão, Tonho Costa, Tandi Gebara, Leandro Culhas , Daniel Marques, André Freitas, Da Bahia, Karen Terahata, Big Gilson, Rodrigo Soldado, Carlos Cezar, Tiago da Gaita, Rodrigo Serra, Fernando Silva, Fernando Rosa, Breno Andrade, Rogério Colli, Tibor Fitel, Guilherme Lopes, Nanashara, Zabelê, Maurício Maestro, Tonho Gebara... Acabei ficando por 15 anos no Rio. Qual o fato mais marcante nesses 15 anos de Rio? Sem dúvida nosso show no Rock’n Rio III Quando resolveu retornar para o Espírito Santo, para Cachoeiro? Estava morando em Niterói e minha segunda filha tinha acabado de nascer. Voltei em busca de mais qualidade de vida. Às vezes me perguntava qual era o sentido de estar tão longe, sem meus entes mais queridos, com os quais não tinha um contato mais próximo. Meu irmão Gustavo sempre me chamava para ajudá-lo na Fábrica de Pios, então, num processo de transição de aproximadamente um ano e meio voltamos. Nossas famílias moravam em Cachoeiro e Marataízes, estávamos fora há 15 anos, a saudade apertou. Quando você tocou o projeto do CD “Cheiro de Chuva”, todas as músicas já estavam prontas?

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nas rádios, que ainda é muito restrito para a cultura local, e shows patrocinados pelo poder público. O artista local precisa ser mais valorizado em relação aos que vêm de fora, ou seja, precisamos de políticas públicas que preservem o direito do artista local se apresentar em condições igualitárias ou ao menos equilibradas. Só assim teremos condições de competir e fortalecer nossa cultura.

“Nossa história já viu excelentes músicos morrerem como indigentes, apesar de serem exímios artistas”. Praticamente tudo estava pré-produzido, claro que muitos ajustes foram feitos, mas o projeto estava parcialmente montado exceto o de duas músicas: Promessa e Náufrago. Como se deu o convite para os músicos cariocas participarem desse trabalho? Vários músicos participaram do processo inicial de pré-produção, que foi sendo montado ainda no Rio, desde a fundação da Musimundi. Voltei para Cachoeiro, mas mantive os elos no Rio. Com o orçamento aprovado, gravei no estúdio da Musimundi, porque ali eu teria músicos trabalhando todos os dias, então, se eu precisasse de algum instrumento, ali seria o meu ponto mais rápido para contratar e gravar. Outras parcerias surgiram pelas amizades que fiz no período em que fui diretor da “Rio Música”. E como tem sido a receptividade ao CD? “Cheiro de Chuva” não segue padrão comercial, mas conceitual, portanto não me prendi ao tempo das faixas e nem ao oportunismo do momento. Queria buscar a identidade do trabalho e a minha também. Tenho ouvido as pessoas falarem bem, mas ainda não comecei o processo de divulgação mais intenso. O mais difícil agora é conseguir o espaço

Tem recebido convites para tocar? No verão passado toquei em Iriri e na Praia dos Castelhanos, pela prefeitura de Anchieta, onde vejo a política de valorização do artista como uma realidade. Tenho alguns eventos privados este ano em Cachoeiro e talvez faça alguns shows no Rio, pois ainda desenvolvo projetos com o Tafari Roots. Já está pensando no próximo disco? Tem composições prontas? Apesar de ter várias composições para serem gravadas, pretendo focar agora o projeto do DVD “Cheiro de Chuva ao Vivo”. Qual a maior dificuldade na carreira do músico brasileiro? Nossa história já viu excelentes músicos morrerem como indigentes, apesar de serem exímios artistas. Em minha opinião, a dificuldade está na cadeia produtiva da música, no baixo investimento em Cultura. A renda destinada ao artista é mal distribuída e os critérios de contratação não são democráticos. Sendo assim, a diferença na valorização entre um artista global e um local é gigantesca. E mesmo que o segundo traga boa música e uma bagagem curricular mais extensa que a do primeiro, o músico local não consegue cachê nem de 5% do global. Quando chega a 1% é muito. Em outras palavras, o cachê de um artista sertanejo universitário do momento custa de R$ 200 mil a R$ 500 mil, sendo que ele não tem agenda, ao passo que o local, tem que chorar muito para receber de R$ 1.500,00 à R$ 3.000,00. Que mensagem deixaria para o músico em início de carreira? Tenha paciência, seja persistente, invista em seu conhecimento musical e na tecnologia da área. Oscile ao máximo em sua carreira. Vá ao cinema, ao teatro e estude tudo aquilo que te interessar, porque a música está em tudo em todo momento, ou seja, tudo se relaciona.



Literatura

Livro do mês “BULLYING. Vamos combater esse mal pela raiz?” – Ricardo Ferraz, Editora do autor, 76 páginas, R$ 20,00.

C

om texto embasado em ampla pesquisa, ilustrado com 45 cartuns e desenhos do autor, o terceiro livro de Ricardo Ferraz – “BULLYING. Vamos combater esse mal pela raiz?” – trata de um dos mais temas urgentes da atualidade, o bullying, descrito pelo autor como “um conjunto de atitudes de violência física e psicológica, de caráter intencional e repetido, praticado por uma pessoa ou um grupo, contra outra ou outras pessoas em situação de desequilíbrio entre os envolvidos, onde impera ‘a lei

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do mais forte’”. Entre outras abordagens, o livro trata de subtemas como o Cyberbullyng, modalidade que vem preocupando pais e educadores em todo o mundo por seu efeito multiplicador do sofrimento das vítimas através de e-mail, blogs e de redes sociais, entre outros. “É uma forma de ataque perversa, que extrapola os muros da escola e ganha dimensões incalculáveis”, revela. Em outra dimensão, o livro reporta aos professores como alvos de bullying, com práticas relacionadas a “ameaças, humilhações, agressões físicas, apelidos, arranhões em veículos, injúria e difamação através da internet e celular” e que, por esse motivo muitos se apresentam “estressados, doentes, com sintomas psicossomáticos como sudorese, taquicardia, tonturas, insônia, levando-os ao abandono da profissão”, destaca o autor na obra. O lançamento ocorreu no dia 10 de julho, no Salão Nobre do CIAC “Raymundo Andrade”, no centro de Cachoeiro, com a presença de importantes representantes dos mais variados segmentos sociais. “Espero que a obra possa possibilitar uma reflexão no combate a essa

‘epidemia’ na grassa na sociedade, por sua complexidade, associada à desinformação, omissão e o sofrimento silencioso de muitas vítimas”, ressaltou Ferraz. A obra, que tem capa de Paulo Ferraz, encadernação em papel couché e formato 20 x 20 cm, está à venda nas principais livrarias e bancas de revistas de Cachoeiro.

Ricardo Ferraz em noite de autógrafos


Max Mídia ES

Fotografia

A

naturalidade do sorriso, lugares inusitados, abordagens fotográficas surpreendentes para o momento, podem proporcionar efeitos especiais tão marcantes quando luz e sombra e cor – e são recursos que surgem espontaneamente numa boa fotografia. Entretanto, mais do que um bom clique, o mercado hoje exige que o profissional conte uma história com as fotos que irão compor o futuro álbum. O fotógrafo é mais solicitado em aniversários e casamentos, para registrar acontecimentos únicos na vida de uma pessoa; ou de um casal. O desejo é eternizar cada instante do evento para a posteridade. Thiers Turini, da Max Mídia ES, de Cachoeiro, revela que para compor o álbum de casamento, por exemplo, a última novidade é o pré-Wedding, que são fotos externas do casal tiradas alguns dias, ou semanas, antes da cerimônia. – O pré-Wedding é feito com roupa normal, num parque, na praia ou na montanha, numa estação ferroviária, por exemplo, e irá compor o álbum, juntamente, com as fotos da cerimônia do casamento e as fotos externas posteriores, que é o wedding propriamente dito. Esse álbum será a principal lembrança do casal, o registro de momentos únicos, cuja confecção tem o intuito de transmitir emoção. Pois é no álbum que o casal terá oportunidade de recordar a história de sua vida, e também de “ver” como

Foto digital Hércules Ribeiro

Fotógrafos bem na foto ocorreu a cerimônia – destaca Thiers. Outro fato enfatizado por Thiers refere-se ao tratamento de fotos. “Hoje todo profissional faz o tratamento das fotos. É uma exigência do mercado. O profissional é cobrado, se não o faz. Mas esse tratamento tem que ser perfeito, pois há limite, para que a foto continue mostrando a pessoa de modo natural”, explica.

Pode-se afirmar que, com o surgimento da fotografia digital, ocorreu um boom no mercado voltado para esse ramo, com novas tecnologias que permitem, virtualmente, que qualquer pessoa possa exercer a profissão de fotógrafo. Mas não é bem assim, como explica Hércules Ribeiro, da Photoart, de Cachoeiro. – A fotografia é muito subjetiva. Podemos colocar 10 profissionais para trabalhar num casamento, e cada um vai fazer um trabalho diferente, pois depende do olhar de cada um. O bom profissional irá procurar ângulos novos, fora do contexto básico, para assim impor a sua marca, e isso irá fazer a diferença. No mercado há quase 20 anos, em 2012 Hércules Ribeiro começa a partilhar seus conhecimentos com colegas de menos tempo de profissão. Por isso ministrou o workshop “Fotografia com flash”, nos dias 20 e 21 de junho. E, para antes do final do ano, pretende ministrar um curso básico de fotografia, destinado a iniciantes. – O principal fator de transformação para a profissão de fotógrafo nesses 20 anos – explica Hércules –, foi o surgimento de novas tecnologias. A fotografia digital chegou ao Brasil em 1996, se consolidando após o ano 2000. Hoje podemos dizer que a tecnologia digital superou a analógica em qualidade. E com essas novas tecnologias e crescente facilidade na aquisição dos equipamentos, teve início a ampliação do mercado – conclui.

Dia mundial da fotografia Dezenove de agosto é considerado o Dia Mundial da Fotografia. Foi nesta data, em 1839 que a fotografia se tornou assunto público na França. Coube ao físico Fraçois Arago, explicar ao público, na Academia de Ciência e Artes de Paris, a técnica desenvolvida por Louis Daguerre. O método, era, na época, considerado uma espécie de magia. De uma caixa escura surgia a impressão em papel do mundo exterior. Nem todos gostaram da novidade. Pintores e desenhistas temiam que a nova arte substituísse os seus trabalhos. Hoje, entre pinturas e desenhos, a fotografia tem seu espaço consolidado. A magia não está mais no processo, já assimilado. O quem encanta, são belas imagens produzidas pelos profissionais da área.

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OPINIÃO

Motociclistas voadores

Lei deve proibir tráfego de motos entre automóveis

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uando Detrans de 20 Estados, inclusive Espírito Santo, anunciaram em julho que para diminuir o número de mortes em acidentes com motociclistas a solução seria proibir o tráfego de motocicletas entre os automóveis, ocorreu uma reação em cadeia dos motoboys, alegando que isso iria impossibilitar o trabalho e até acabaria com a profissão. Todos os anos, cerca de 19.000 motociclistas perdem vida no Brasil. E, não sabemos se pior, para cada morte ficam oito acidentados com seqüelas irreversíveis. O número de mutilados cresce assustadoramente. A maior parte das internações hospitalares tem sido provocada por acidentes com moto. Alguns países, que já adotam essa medida proibitiva, conseguiram diminuir os acidentes em mais de 70%. Observemos que, se os automóveis estiverem parados no engarrafamento, o motociclista poderá rodar dentro de limites, e não como ocorre hoje, com grande número de “motociclistas voadores” a desafiarem a lei da gravidade enquanto costuram entre automóveis a mais de 70/80 km por hora, em perímetro urbano. Infelizmente, muitos têm voado para a morte, transformando as estatísticas em calamidade nacional. O excesso de velocidade e a imprudência são apontados como causa principal. Vejamos o perfil dos acidentados. 1) Apenas 25% dos motociclistas brasileiros aprendem a pilotar em autoescola; 2) 25% aprenderam sozinhos; 3) 50% o fizeram com parentes ou amigos; 4) para cada 10 internações, cerca de 82,4% que

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não voltam ao trabalho em seis meses 5) 47% ficam com sequelas permanentes 6) 15% ficam inválidos”. Pesquisa foi feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com pacientes do Hospital das Clínicas e apresentada no “Fórum Segurança e Saúde”, revela que “80% dos motociclistas não se consideram culpados pela colisão ou queda”. Segundo o ortopedista Marcelo Rosa, que acompanhou a pesquisa, além da ocupação de muitos leitos, a internação dos 84 pacientes acompanhados na pesquisa representou um custo R$ 3 milhões. A maioria dos acidentes ocorreu em colisões com carro e 71% dos envolvidos são jovens no auge da produtividade. Entretanto, e quanto à alegação de que a medida prejudicaria a profissão de motoboy? Por raciocínio lógico, chega-se à seguinte conclusão: pelo contrário: ajudaria na contratação de mais profissionais, pois, se o tempo de entrega da encomenda aumenta, mais motoboys serão necessários para efetuar o mesmo trabalho; se o custo com seguro cai, por diminuírem os acidentes, as empresas economizam. Menos famílias serão esfaceladas, menos viúvas e órfãos, menos mães a chorar a perda que poderia ser evitada. Isso é função estatal: proteger os cidadãos com leis, onde essas se façam necessárias. Oxalá tais medidas não tardem!

Roberto Al Barros, jornalista, editor e escritor


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