O poeta é um ser à margem de suas próprias palavras. Transgride versos e ecoa num mundo onde a única coisa que o pertence é a sua poesia. Se Basílio Conceição estivesse vivo, neste tempo escasso de amores, seguiria amando torto e ouviria a voz de Jorge Passos como um grito aos poetas loucos de um tempo proibido. Num lugar vazio entre a coragem e o medo - é lá também que a poesia está. Carlos Badia se procura, sem véus nem segredo, num lugar nenhum, como ausente de si. O poema fere os nós dos dedos e se desnuda nas palavras de Vanessa Regina. Transpõe paredes e pedras. E aponta caminhos como no olhar de Geovani Corrêa. A poesia é também o outro. Num mundo cão em que se sonha com versos de um poema sonhado por loucos de rua, a poesia de Márcio Ezequiel renasce sobre seu próprio ser. É prato do dia, ao despertar e quando a noite vem - alimento para a fome de Fred Caju. E é folha pintada com nanquim derramado, escrita por Janete Flores. Poesia não se define. Existe para ser transada...