Revista Mindset Exponencial II Edição

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De camelô à executivo de uma grande multinacional: Luís Gustavo conversa sobre o intraempreendedorismo que mudou sua trajetória, levando-o a deixar o “emprego dos sonhos” para se tornar um agente de transformação no ecossistema das Startups.

Nº 02

#EMPREENDA A SUA VIDA Como funciona o sono? Porquê o tempo que descanso influencia nos meus resultados?

#CIÊNCIA E EMPREENDEDORISMO Entenda o que faz um cientista e como o empreendedorismo pode ajudar a ciência.

#LIFEHACK Mindset fixo e de crescimento: descubra em que modelo você se encaixa.


01 | Conversão Olá, tudo bem? Nesta edição da revista Mindset Exponencial, quero tratar com você de um comportamento essencial à mim e à você: Inconformidade ou Inconformação. O fato é que o empreendedor, o ser humano, é um ser em constante mutação, uma “metamorfose ambulante” como dizia a canção. As circunstâncias da nossa vida estão sempre em movimento, o mundo está em movimento, culturas estão mudando, hábitos mudam, tudo muda. Tenho certeza que na sua vida, há algo que você vê que precisa mudar. Este é o assunto que quero tratar com você nesse artigo. A vida não tem controle remoto, você tem que se levantar para mudar aquilo que está vendo. Talvez você agora pense: Ah, essa frase é um clichê! Já sei disso! Não preciso de auto-ajuda! E etc, e etc... A realidade é que nesse sentido conheço dois grupos de pessoas: as que sabem que não tem controle remoto e mesmo assim, insistem em empurrar para outras pessoas ou para as circunstâncias a mudança que querem ver em suas vidas, e há as pessoas que sabendo que a vida não muda no automático, são inconformadas, inquietas, criativas, para buscar a mudança almejada. O nome desta revista é Mindset Exponencial. Mindset significa modelo de pensamento, o nome desta coluna que você agora lê é “conversão”, conversão é mudança, e a grande mudança que queremos disseminar é a mudança de pensamento, a quebra de paradigmas. Olhe para a sua vida. Você vê situações em que está sendo omisso? Talvez covarde? Acorde! Talvez a mudança que você almeja ninguém vá te proporcionar porquê talvez apenas você a esteja vendo. Vai ficar esperando inventarem um controle remoto para a vida? Ou vai esperar que Deus seja

este controle remoto? O maior agente de mudança da sua vida é você, mas para ser esse agente você precisa estar inconformado, ou seja, não estar “configurado” de uma maneira. Veja bem, se você está resignado à certas situações você não vai mudá-las. Há diversos fatores que nos fazem resignar-nos às situações da vida: medo, insegurança, baixa autoestima, complexos de inferioridade, preguiça, incerteza... “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente” (Rm 12, 2a) um apelo muito atual para os dias de hoje não? Nossas atitudes nascem de um pensamento (na cabeça), que vira um desejo (no coração) e é traduzido ou concretizado numa ação. Para mudar é preciso quebrar todos os paradigmas que carregamos, quanto mais sua mente estiver livre - e aqui cabe a você a reflexão do que tem te limitado hoje, do que tem te feito estar na mesmice: reclama da vida, do trabalho, da família, dos amigos, se alguém pergunta como você está a resposta é sempre: - Mais ou menos – mais você poderá destravar, mudar, e evoluir. Nesta edição falamos sobre educação. Educação é “educar a ação”, queremos te proporcionar um novo olhar sobre as coisas, sobre o empreendedorismo, sobre você, sobre a vida. Se permita tentar, saia do “deixa a vida me levar, vida leva eu”, você é um construtor: o construtor do seu futuro, da sua vida, talvez até da vida de outras pessoas, é hora de abrir portas nas paredes que te cercam, você vai ver que do outro lado tem muita coisa interessante. Não se conforme com viver 90, 100 anos, você pode viver por centenas, milhares de anos, deixe sua marca na história! Só permaneça no sofá para ler nossa revista, ela vai te deixar inconformado. Até a próxima!

Lourenço Silva

Missionário, empreendedor e entusiasta do empreendedorismo, apaixonado por liderança, gestão de pessoas e colaboratividade.


Colaboradores | 02

Lourenço Silva

Renato Domenico

Naia Maciel

Rafael Magnani

Guilherme Tonial

Vasco Patu

Daniel Araujo

Iara Biasia

Nicandro Campos

Diógenes Menezes

Sabrina Marques

Glyzia Nogueira

Miro Machado

Alisson Prata

Jessica Messias

Maurício Cardoso

Bruno Oliveira

Silmar Strübbe

Pedro Caldera

Hudson Roza

Raniel Jesus

Pamela Santos

Ana Rizardi

Renato Ranzani

Editor

Revisão

Redação

Marketing

Convidado

Assinatura: tinyletter.com/revistamindsetexponencial Redação e Sugestões: revistamindset@gmail.com

Arte


03 | Conteúdo

05

Quebrando o Mindset Sua Voz

17

Quebre Padrões Educação Empreendedora

21

O tal do Mindset Positivo

23

Conexões Verdadeiras

27 29 33

19

Programados para o Sucesso Lifehack

Metamorfose Sua Voz

Empreendedorismo na Escola

Sua Voz

Paradoxo de um sonho bom

Sua Voz

Espírito Empreendedor na vida do Cientista

Ciência, Tech e Empreendedorismo


Conteúdo | 04

Conteúdo

35

Dormir é para os fracos Empreenda Sua Vida

37 39 O Poder da Gamificação Lidere

Revolução das marcas Branding


05 | Sua Voz

Jéssica Messias tem 25 anos é do interior de São Paulo, mas vive transitando entre sua cidade (que se chama Sumaré), Campinas e a capital paulista, onde mora agora. É uma pessoa inteligente, articulada, mente aberta, resiliente, humilde e carismática e, por ter uma postura engajada e por seu interesse pelos mais variados assuntos, conseguiu uma posição de reconhecimento e destaque no meio jovem. Isso porque, quando o assunto é “mão na massa”, ela é dedicada e responsável, gosta de planejamento tanto quanto sua execução, têm sentimento de dono e não poupa esforços para atingir seus objetivos. Assim, por ela onde passa, inspira as pessoas ao seu redor, com seu espírito empreendedor, criativo, de liderança e visionário. Dentre as muitas funções

que exerce, destacam-se: sua profissão de Arquiteta e Urbanista, Cursando Técnico em Transações Imobiliárias (TTI), Presidente e Co-Fundadora da Coligação (Confederação Brasileira de Ligas Universitárias), Representante Nacional do Movimento de Ligas Universitárias do Brasil, CEO e Fundadora e Diretora de Projetos da Liga da Construção, Líder dos Voluntários na Greenbuilding Brasil 2016 (GBC) e Embaixadora da Fundação Estudar. Sua empatia e defesa por causas sociais a levaram a vários trabalhos voluntários, tendo como propósito ajudar as pessoas e transformar o mundo com a sua profissão ou com o que poderia lhes agregar, sempre em busca de conhecimento e


Sua Voz | 06 evolução. Jéssica teve uma infância muito difícil, marcada por diversos problemas sérios de saúde e significativas perdas de entes queridos. Em sua trajetória, desde cedo já trabalhava, ajudando voluntariamente seu pai com os negócios da família: vendendo verduras na feira, já aos 9 anos de idade, e trabalhando na lanchonete da família, dos seus 13 até os 23 anos como balconista e garçonete. Paralelamente, nunca parou seus estudos: estudou em escola pública dos seus 4 anos até o ensino médio, quando pôde estudar em escola particular e, após, na universidade. Na faculdade, fez estágio e trabalho desde o 3º ao 5º ano em diversas áreas e funções dentro da sua profissão, passando inclusive por vendas e gerenciamento e conseguiu adquirir bastante conhecimento, mas nunca se poupou de doar seu tempo com o trabalho voluntário: frequentou um hospital de câncer infantil, participou de várias organizações estudantis, fazia vários cursos e projetos extracurriculares. Mesmo com todas estas atividades, estudando no período noturno, morando em outra cidade, trabalhando (muitas vezes em período integral) durante a semana e aos finais de semana, vida social e relacionamentos, sempre se dedicou muito aos estudos e suas boas notas também lhe renderam reconhecimento na universidade. Dessa forma desenvolveu valores importantes de responsabilidade social, disciplina, organização e gerenciamento de tempo. Jéssica acredita que quanto mais atividades faz e se envolve, mais consegue render, por se sentir estimulada pelos desafios constantes. Ela acredita que, quando se tem um propósito de vida claro, o trabalho nunca fica desinteressante. “Você está vendo o copo meio cheio ou meio vazio? E o que te motiva? Encontre o seu propósito, a sua missão. Nenhum caminho será fácil, mas também não precisa ser tão difícil quanto o deixamos. O que muda é desenvolver a inteligência emocional e o autoconhecimento, refletindo e imergindo em si mesmo, para saber lidar com frustrações

e inverter os cenários aparentemente negativos, além de saber falar e ouvir os outros. Jéssica acredita em viver a vida com alegria, procurar estar em paz consigo mesmo, fazer o bem, e manter um pensamento positivo, mesmo que, para isso, se exija esforço”. Também acredita que nossas próprias barreiras somos nós mesmos. Então, por isso, um conhecimento mais aprofundado de si mesmo é essencial para a criação da empatia e do relacionamento inter e intrapessoal – assunto que precisa de destaque na atualidade, necessário a formação de um bom empreendedor. Sua profissão que lhe permite usar bastante da criatividade e da arte, serve de estímulo para que as ideias surjam com mais facilidade e liberdade. Jéssica gosta de grandes desafios, causas “impossíveis” e projetos megalomaníacos. Tem preferência a Arquitetos como Zaha Hadid, Frank Gehry, Foster, Aedas e outros futuristas, high tech e contemporâneos, mas também aprecia e valoriza a arquitetura, urbanismo e paisagismo nacionais como Burle Marx, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Enfim, Jéssica gosta de todas as formas e esferas de expressões artísticas, como música, arte e outros diversos assuntos como astronomia, filosofia, biologia, entre outros. Estudando em escola pública no interior paulista, sempre se manteve determinada a ser arquiteta e urbanista desde os 13 anos de idade, quando ainda trabalhava na lanchonete da sua família em um quiosque. Nunca soube o motivo certo de sua escolha, ela que tem intuição e opiniões fortes, apenas seguiu a sua intuição que falava mais alto e se manteve permanente ao longo dos anos e recebeu apoio da família que não questionou seu sonho e deram o suporte, mas nem tudo foi lindo, Jéssica passou por uma fase obscura durante sua adolescência/juventude e por 22 anos, desde criança, sofreu bastante com outro assunto, se considerando uma pessoa com problemas espirituais, até buscar ajuda e encontrar o seu propósito, e por isso acredita ser de imensa im portância o empreendedorismo alinhado a outros assuntos


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e habilidades mais reflexivas e de autoconhecimento, para que seja possível trabalharmos assuntos que fogem ao nosso conhecimento e que não são tão bem aceitos pela sociedade, mas que devem ser trabalhados independente de crenças, religião ou opiniões. E questiona o que faz um bom Líder ser um bom Líder? Quais habilidades e experiências devem ser necessárias e trabalhadas diante a vários perfis de liderança que temos? Será que existe mesmo uma receita do líder? Um empreendedor em sua visão também é um líder, de si mesmo e de outros. No ano passado, Jéssica foi selecionada para ser Líder dos Voluntários na Greenbuilding Brasil 2016, maior evento da construção sustentável do Brasil e um dos maiores do mundo no setor, tendo mais de 140 jovens voluntários. Já mostrava a sua busca e valorização do mercado sustentável que

vem antes mesmo de ter iniciado a universidade. Hoje tem estudado e trabalhado em cima de um projeto pessoal voltado a área que quer seguir e que está em busca de sócios, a de sustentabilidade e alta tecnologia aplicada à construção civil. E com isso tem o objetivo de montar uma empresa/startup que envolva arquitetura, urbanismo e construção civil sustentável, energias renováveis, e alta tecnologia como impressão 3D, realidade aumentada/hologramas, robótica e mecatrônica, design avançado e BIM de 3 a 7D. Jéssica quer quebrar paradigmas e transformar por completo o modo de projetar, a construção civil e as cidades que conhecemos bem como o nosso futuro. Esse projeto pessoal que vem de longa data desde a sua adolescência, tem desejo de expansão para o mundo todo e solucionará também se tudo der certo, grandes problemas sociais que vão além do déficit habitacional. Ela tem apostado pesado


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na sustentabilidade em conjunto a tecnologia avançada aplicada a Arquitetura e Urbanismo, Engenharia e Construção Civil e vê isso como o futuro do país e do mundo, até para que seja possível a continuidade da vida nesse planeta ou em outros. Para que isso seja possível, ela está em busca dos melhores profissionais mais capacitados, que estejam dispostos a aceitar o desafio junto com ela e entrar para a equipe. Ela sabe que sonhar grande ou sonhar pequeno dá o mesmo trabalho e o que importa é dar o primeiro passo. Também foi selecionada a participar de várias atividades acadêmicas importantes representando a instituição de ensino, como na Revisão do Plano Diretor de 2016 e Legislação Urbanística de Campinas, com Projeto de Estudo Preliminar para região envoltória do Aeroporto de Viracopos ampliado. Também fez parte da Equipe de Suporte da Semana de Arquitetura e Urbanismo, Design de Interiores e Desenho Industrial da universidade e em sua banca final de Trabalho Final de Gradua- ção esteve presente o presidente do Instituto dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil Núcleo Campinas (IAB), mas o primeiro contato com organizações estudantis foi em 2012 e 2013 onde trabalhou por 2 anos na AIESEC Campinas com Treinamento e Desenvolvimento e Gestão de Talentos/ RH (DEV e TM). Ainda na AIESEC, teve contato com um dos integrantes de uma Liga de Empreendedorismo, que havia entrado para seu time na AIESEC e que despertou o seu interesse em conhecer outros movimentos. Então por convite, se associou a Liga Em-

preendedora da UNICAMP em 2013. Descobriu o programa de Incubação de Ligas Universitárias da Fundação Estudar, posteriormente pela internet ao final de 2014 e resolveu se inscrever para fundar sua própria Liga em 2015 e conhecer mais do assunto. Foi selecionada e participou do programa de incubação que teve duração de 8 meses, recebendo diversos treinamentos como da Falconi e Fundação Estudar, chegando ao final com a classificação de Liga Ouro no Ranking da Fundação Estudar com a Idealização e Fundação da Liga da Construção, entre mais de 251 Ligas Universitárias do Brasil. Liga pioneira e líder no Brasil no englobamento das Temáticas de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Sustentabilidade e Tecnologia, atuando também com projetos sociais e de incentivo às artes. Em sua premiação pela Fundação Estudar na cidade de Recife-PE ao final do programa em 2015, Jéssica foi receber o prêmio e troféu de sua Liga e também acabou recebendo outra grande responsabilidade e oportunidade saindo do evento. Foi realizada uma votação aberta entre várias Ligas Universitárias do Brasil presentes, em que ela pode ser selecionada a ser a Presidente da Coligação e representante do movimento de Ligas do Brasil, gerindo a equipe fundadora da organização e todas as atividades necessárias ao planejamento, estruturação e execução da organização. A Fundação Estudar também aproveitou esse momento, para confiar e passar oficialmente para a Coligação, o programa de iniciativa de incubação de Ligas Universitárias no Brasil, realizado por eles nos anos de 2013, 2014 e 2015 bem como toda a relação e relacionamento com as Ligas que incubaram, para que a construção e consolidação de um movimento es-

A Coligação acredita que os jo vens universitários possuem um grande potencial de desenvolvimento social e econômico, entre outros, que são pouco explorados e que podem transformar o país.


09 | Sua Voz tudantil de Ligas Universitárias do Brasil pudesse ser legitimado, como já acontece com outros movimentos nacionais conhecidos. Fundada recentemente, a Coligação, que é a Confederação Brasileira de Ligas Universitárias, é uma das organizações mais novas e empreendedoras do Brasil, sendo uma organização nacional estudantil sem fins lucrativos que representa, estimula, legitima e dá suporte e acompanhamento ao movimento de Ligas Universitárias do Brasil, por meio de uma rede colaborativa que impulsiona e acompanha suas ações de impacto. Visam ser a principal plataforma de desenvolvimento do protagonismo e empreendedorismo jovem no ambiente universitário brasileiro. No Brasil são mais de 4 mil Jovens em mais de 257 Ligas Universitárias, em mais de 23 temáticas, mais de 106 cidades e 23 estados. As Ligas realizam diversas atividades e se estruturam em temas sobre trilhas de carreira específicas, que abrangem todos os cursos que a universidade pode oferecer, buscando suprir lacunas que não são muitas vezes exploradas pela universidade, em busca da transformação na educação universitária por meio do empreendedorismo e protagonismo jovem. A Coligação acredita que os jovens universitários possuem um grande potencial de desenvolvimento social e econômico, entre outros, que são pouco explorados e que podem transformar o país. Temos o propósito de capacitar e desenvolver os jovens para o mercado de trabalho, para que saiam da universidade mais preparados, podendo empreender e serem competitivos ao estar no mercado de trabalho, ou em seu próprio negócio ou mesmo impactando sua universidade e seu meio. Entre os valores da organização estão: Parceria, Coragem, Inconformismo, Empreendedorismo e Conexão.No ano passado a Coligação realizou o programa de incubação de Ligas Universitárias no Brasil, que foi reformulado chamando-se agora SeLiga!, também se aproveitando conteúdo e potencializando pontos fortes do programa e sob nova direção, da Coligação, obteve mais de 100 inscritos e 6

Ligas graduadas ao final do programa. Resultado menor que em 2015, mas que já estava previsto pela organização. Ainda assim atingiu grande êxito em sua execução e sucesso total no processo, com perspectiva de demanda em 50% a mais em 2017, se tudo der certo. Entretanto, a Coligação não visa apenas quantidade e para que o suporte seja feito a nível nacional e percorra todas as Ligas do Brasil, ela prima bastante pela qualidade, buscando um equilíbrio organizacional tanto com foco em empenho quanto em resultados. A Coligação também tem outros programas destinado ao desenvolvimento e suporte das Ligas, que começam a rodar agora em 2017. Jéssica que faz questão de dizer que não está sozinha, se orgulha de sua equipe, que no momento é bem reduzida: conta somente 3 jovens co-fundadores no Corpo Executivo, e agora com novos diretores e membros entrando em 2017, mas também conta com seu time de suporte com mais representantes de Ligas Universitárias que se voluntariaram ao final do programa de 2015 no evento em Recife. E diz que os resultados atingidos são fruto da dedicação e do trabalho colaborativo de todos os jovens envolvidos que possuem visões diferenciadas, gente boa com experiências incríveis que complementam o time, que mesmo com suas rotinas bem corridas, fazem de tudo para dar o melhor de si, da maneira de cada um construindo o movimento. E agora Jéssica está em busca de mais talentos do Brasil, que compartilharão do propósito de tornar esse movimento não somente de alto impacto como acontece com as Ligas existentes nos EUA que foram os moldes usados pela Fundação Estudar, quanto um movimento perene, estando lado a lado com os demais grandes movimentos do Brasil. Ela que adora um desafio e se for complexo melhor ainda, já está posicionando a Coligação a nível nacional, e tendo repercussão nas mídias e chamando a responsa, em busca do reconhecimento do trabalho das Ligas Universitárias do Brasil, que segundo afirma, é de grande valor de transformação do país, e precisa ser visualizado


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e tomado o conhecimento por parte das pessoas que pouco conhecem o trabalho das Ligas Universitárias, mas que já datam no Brasil desde 1921 segundo pesquisas da Coligação, ainda sendo verificadas, com base em seu mapeamento, e diz “temos trabalhado com alta dedicação e sem poupar esforços, para que as nossas Ligas recebam o reconhecimento que merecem, sabemos que isso não é da noite para o dia, ninguém disse que seria fácil. Temos que seguir acreditando no que estamos construindo!” Com isso, o processo seletivo para os Times Nacionais da Coligação está em andamento e com 35 vagas nacionais disponíveis na Confederação. Ainda esse ano, devido ao seu empenho e resultados atingidos com a Coligação, Jéssica foi convidada a ser Embaixadora da Fundação Estudar na 1ª Turma de Embaixadores da organização, antes mesmo do programa ter início. Sendo o programa da Fundação, destinado às melhores organizações estudantis do país. Os acontecimentos desse ano, não param por aí e mostram que a Coligação está a todo o vapor, em mãos determinadas, desde Recife ao final do ano passado. Nos dias 5 e 6 de novembro de 2016, aconteceu o ELU BRASIL 2016, que é o Encontro Nacional de Ligas Universitárias, que antes era realizado pelas próprias Ligas Universitárias nos anos de 2013, 2014 e 2015 e esse ano será realizado pela Coligação. O evento foi realizado na cidade de São Paulo, grande polo empreendedor do país e contou com a presença de grandes líderes empreendedores, inspiradores e movimentos de representatividade para os jovens do Brasil. Com o tema “Mais Conexões” a Coligação contou com representantes Ligas do Brasil todo, que vierm ao evento para a co-construção do modelo de Rede de Ligas do Brasil, tendo como ponto chave o empreendedorismo, a criatividade e inovação como fortes características de sua rede. O evento foi aberto a toda a diretoria, membros e pessoas interessadas no movimento de Ligas Universitárias do Brasil. As Ligas que já são por si bem empreendedoras e diversificadas em seus variados temas e estruturações, tem tudo

para ser o movimento mais empreendedor do Brasil em todos os sentidos, vamos aguardar o que virá por aí. A co-Fundadora e Presidente da Coligação, Jéssica Messias, fala sobre o empreendedorismo no Brasil no contexto que a Coligação está inserida. E para ela, o cenário que temos é o de jovens que querem empreender, mas possuem pouco conhecimento do assunto, possuem ferramentas, mas não sabem ao certo como aplicá-las e gerenciá-las para benefício próprio e coletivo, o que dificulta no desenvolvimento adequado do jovem que precisa se esforçar muito mais do que deveria, para ter uma formação de empreendedor e que muitas vezes vem de modo tardio. Acredita que a Coligação tenha um papel fundamental para reverter esse quadro, devido a ser o cerne do movimento, buscando suprir lacunas que não são muitas vezes exploradas pela universidade em busca da transformação da educação universitária e do país como um todo. Contextualiza que as organizações estudantis, têm um papel relevante nas experiências pessoais e profissionais dos jovens e que complementam e aprimoram o seu desenvolvimento, muitas vezes alavancando carreiras e tornando o jovem mais preparado para o mercado de trabalho. Também aproveita para ligar os pontos e esclarecer que organização estudantil, não é mera simulação do profissional e o mercado, mas sim um dos meios mais dinâmicos e empreendedores para a capacitação de futuros profissionais, e que isso tem relação direta em como será o mercado e mindset do país nos próximos anos. O movimento de Ligas que conta com estudantes de graduação, pós-graduação, mestrado e recém-formados a até 2 anos é um grande potencial de transformação do país, que a Coligação está investindo. E acreditam que a educação é o pilar fundamental para essa transformação. Entretanto, Jéssica como boa arquiteta e urbanista que é, sabe do importante valor da responsabilidade social, além do mero desenvolvimento de novas skills. E é com esse Mindset Exponencial que Jéssica com a Coligação e os Ligados do Brasil inconformados com a realidade da educação do país, pretendem transformar a educação universitária do Brasil, trazendo o protagonismo e empreendedorismo de cada indivíduo e gerando impactos coletivos ao redor de todo o país.

Jessica Messias

Arquiteta e Urbanista, Fundadora e Presidente da Coligação, Fundadora e CEO & Presidente da Liga da Construção.


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Entrevistas | 12

ENTREVISTA

LUÍS GUSTAVO

A saída Natura e o novo desafio no cenário empreendedor nacional.

Me lembro de ter ouvido de um professor há muitos anos atrás, que existem pessoas que passam pela vida e outras que marcam nossas vidas. Pois é, Desde que aceitei o desafio de encontrar pessoas relevantes, impactantes e que estejam fazendo diferença na vida de outras, tenho mergulhado em diversos segmentos e procurado seres humanos com essas características.Missão extremamente prazeirosa, não menos difícil por causa disso. Ainda bem que existe um time de verdadeiros heróis que não desistem, mesmo diante de cenários adversos e se levantam mais vezes do que caem. Pessoas que passam por cima das expectativas e circunstâncias, como se as mesmas não pudessem de verdade as impedir de seguir.Obviamente, o resultado disso é uma vida de transformação, sim, metamorfose, como ele mesmo gosta de falar. Uma “Metamorfose Disruptiva”.


13 | Entrevistas

100% dos clien 100% dos colabor Se você não enten não entende


Entrevistas | 14

ntes são pessoas. radores são pessoas. nde de pessoas, você e de negócios.

Nós vamos conversar com o Luis Gustavo, acho que você prefere, LG, é isso? Como preferir na verdade, LG foi algo que me ajudou a resolver essa questão de ter nome composto. Na escola sempre fui Luís, em casa Gustavo, para algumas pessoas Luís Gustavo. LG, é inevitável fazer a você a mesma pergunta que foi feita quando você anunciou sua saída da Natura. Porque você pediu demissão da Natura? Eu fui muito, mas muito feliz na natura durante os 7 anos que passei por lá. Após ter começado a trabalhar aos 14 anos como camelô na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, meu sonho era ser executivo de uma grande empresa. Me formei em engenharia elétrica, atuei como engenheiro de vendas no Rio de Janeiro, mas não era feliz. Após um processo de orientação de carreira apliquei para algumas vagas até, em janeiro de 2010, começar a trabalhar na natura como Trainee de um programa na época chamado Próximos Líderes. Então a sua porta de entrada na Natura foi como Trainee? Exatamente, foi um processo seletivo que durou 4 meses praticamente com 13.000 candidatos para 35 vagas. Desculpa, pode continuar... Bom, então passei pelas áreas de logística, marketing de produto e planejamento mercadológico, até ser promovido a gerente de marketing de ativação. Tinha liberdade, confiança e incentivo para colocar minhas ideias em prática, e para quem tem interesses e competências múltiplas, foi absolutamente sensacional pois tive a oportunidade de empreender dentro de mundo corporativo. Mas chegou um momento em que comecei a refletir sobre minha carreira a

longo prazo, o que imaginava fazer sentido lá atrás começou a não fazer tanto mais sentido hoje, simplesmente porque a vida muda e a gente muda com ela. Decidi me dedicar ao desenvolvimento da criatividade, inovação e empreendedorismo não mais como escopo de trabalho numa grande empresa, mas como agente de transformação do ecossistema empreendedor brasileiro. É verdade que sua trajetória até aqui, passa por uma revista? O que ela tem a ver com todo o resto? É verdade sim, é a revista Você S/A. Logo depois de ter começado a trabalhar como camelô, participei de um projeto social chamado “Scapol Solidária” promovido pela empresa Scapol. A Alessandra Gomes, então psicóloga do projeto, me indicou a leitura para abrir minha cabeça naquela época, e como eu não tinha dinheiro para comprar a revista, pintei o portão da casa do meu tio em troca da assinatura da revista por 1 ano, o que foi muito bom realmente porque eu tinha muitas limitações, tanto de visão de mundo quanto de mercado de trabalho. O tempo passou você se tornou um empreendedor dentro da Natura. Como é que isso funciona? É possível mesmo, estar em uma empresa tão grande como a Natura e empreender lá dentro? É possível? Sim. É fácil? Não. Na verdade, poucas pessoas tem espírito empreendedor, visão de dono do negócio. É muito comum no mundo corporativo a busca frenética por promoções e aumentos de salário, eu nunca fui desse time. Quando a empresa oferece um ambiente de confiança e liberdade para que novas ideias sejam executadas, naturalmente as pessoas que se identificam começam a aparecer. Por exemplo, um dos projetos que desenvolvi na natura tinha um time de 5 pessoas de diferentes áreas, nenhuma delas tinha no seu contrato de trabalho participar dessa iniciativa. Mas por que então, além de desempenharem suas funções, entraram para o time para trabalhar ainda mais? Simplesmente porque identificaram uma oportunidade de colocar seus dons e talentos em prática, em prol de um benefício comum que renderia satisfação e realização pessoal e profissional. Para o empreendedor, seja ele corporativo (intraempreendedorismo), de negócios, impacto social ou mesmo o digital, basta um problema e/ou uma oportunidade que faça sentido para ir lá e fazer acontecer. E como aconteceu a ACE na sua vida? Eu vinha estudando muito sobre inovações disruptivas, as mudanças que estão ocorrendo no mundo, o impacto na sociedade causado por Google, Facebook, Whatsapp, etc, o posicionamento da Singularity University como hub de inovação global, enfim, consumindo conteúdo para ampliar meu nível de


15 | Entrevistas consciência de criatividade e inovação, até que conheci o Pedro Waengertner, co-fundador e CEO da ACE Startups, num workshop promovido pela ESPM. Após algumas aulas conversamos rapidamente sobre carreira, o suficiente para saber de uma possibilidade de assumir o programa de aceleração das startups em estágio de crescimento: ACE GROWTH. O que mudou e está mudando em termos de desafio do que você fazia pra hoje em dia? Naturalmente a mudança é grande quando se compara o dia a dia de uma grande empresa com o dia a dia de uma pequena empresa, ainda mais no caso de uma aceleradora de startups. Primeiro que na natura a maior parte das pessoas são mulheres, enquanto na ACE predomina o público masculino, isso chamou muita minha atenção pela escassez de mulheres, digo de uma forma geral mesmo, o ecossistema empreendedor brasileiro é carente de mulheres. Segundo que a autonomia é muito maior agora do que antes, pelo simples fato de não haver inúmeros níveis hierárquicos. O impacto que causo nas empresas e seus empreendedores é gigantesco. Como acelerador responsável por conduzi-los ao crescimento rápido, tenho que pensar 1, 2, 3 vezes mais do que o normal, uma fala ou sugestão sem embasamento, sem análise aprofundada, no puro achismo, pode refletir até numa quebra da empresa. A responsabilidade é muito grande. Você acredita que outras pessoas estejam há muito tempo em determinadas funções e precisem tomar uma atitude como a que você tomou? Que tipo de auto avaliação precisa ser feita para se tomar essa decisão? Para mim o autoconhecimento é fundamental e a zona de conforto uma inimiga. Meu perfil é de desenvolvimento constante, se você olhar meu perfil no linkedin vai perceber que apesar de ter ficado 5 anos na Emerson Process Management e 7 anos na natura, mudei de função ou área a cada 2 anos em média. Cada um sabe (ou deveria saber) onde o calo aperta. É preciso muita reflexão, avaliar prós e contras, elaborar cenários, etc, para tomar uma decisão desse nível, e se a pessoa é casada, precisa envolver desde o início o cônjuge para que a decisão seja em conjunto. Me surpreendi muito com a repercussão do meu artigo no linkedin “Por que pedi demissão da natura”, foram 123.750 acessos, dos quais centenas de pessoas me enviaram mensagens falando o quanto estão absolutamente desmotivadas em seus trabalhos, sem saber o que fazer, para onde ir, pedindo ajuda! E a METAMORFOSE DISRUPTIVA, o que significa e como funciona? É um dos meus hobbies preferidos. Aprendi com mi-

nha mãe, que sempre foi muito voltada para ajudar as pessoas, a compartilhar o que aprendo de forma genuína e voluntária. Um dos projetos que fiz na natura foi com universitários que trabalham durante o dia e estudam à noite, percebi na prática o que havia identificado na fase de estudos: a carência é muito grande de competências relacionadas com atitude e comportamento no trabalho em jovens de 18 a 29 anos. Identificado essa necessidade, decidi criar a Metamorfose Disruptiva com uma página no Facebook onde compartilho 2 vezes por semana vídeos de até 4 minutos em média, com conteúdo e convite a reflexão da atitude empreendedora na vida e na carreira. Olhar para o cenário brasileiro hoje e lidar diariamente com sonhos de pessoas e startups, pessoas que estão colocando todas as suas fichas no que acreditam. O que você sente ao vivenciar isso tudo? Trabalho duro é o que penso (risos). É um momento único, são inúmeras possibilidades num mundo sem barreiras proporcionado pela internet, com muitos problemas para serem resolvidos e causar impacto positivo em grande escala. Não tem glamour, não tem moleza, não é fácil, mas é absolutamente estimulante. Ecossistemas diferentes, projetos encantadores, você acha que esse é o melhor momento para empreender? Existe um melhor momento? Para mim o melhor momento sempre é aquele que você decide ser, com responsabilidade, com autoconhecimento, com razão equilibrada com emoção. É como um livro que você leu alguns anos atrás e, quando por algum motivo acessa o conteúdo novamente, percebe tantas coisas que à época não fizeram tanto sentido e agora são absolutamente reveladores. Ser CEO ou mudar o mundo? Consciência tranquila de que fiz o meu melhor. Aproveitando o fato de estarmos aqui com o Head de Growth da ACE, se você tivesse que apontar uma tendência para os próximos anos, que área você escolheria? Para mim a principal área é e será PESSOAS. Esqueça B2B (business to business) ou B2C (business to consumer), pense em H2H (human to human). Conheci recentemente uma frase do Simon Sinek (aquele do TED famoso sobre o Golden Circle, sabe?!) que tem relação com o que disse acima, por isso finalizo com ela: “100% dos clientes são pessoas. 100% dos colaboradores são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios”.


Entrevistas | 16

Para mim o autoconhecimento é fundamental e a zona de conforto uma inimiga.

Daniel Araújo

Carioca, empreendedor, acredito no impossível e na transformação através da inovação!


17 | Educação Empreendedora

Porque temos tantos padrões de ensino e aprendizado? Se é para melhorar a educação, porque isto não acontece? Estou há 2 meses trabalhando um projeto chamado Oficina de Empreendedorismo “No flow”, com foco em adolescentes e jovens prestes a adentrar o mercado de trabalho, universidades ou vão empreender (esta é a ideia). Fiz um protótipo de tópicos e módulos ricos em técnicas e modelos, vídeos, materiais e outras ferramentas de boa qualidade, fontes confiáveis e tudo que consegui para minhas “super aulas”. Deu errado por 2 meses. Isto mesmo, a galera não comprou a ideia, não se interessaram e por sua vez, não se envolveram. Por quê? Porque se eu fosse adolescente também iria me entediar com tantos padrões que não combinam com meu contexto e minha particularidade.Mas tudo tem seu tempo, nós precisamos amadurecer a cada dia e não podemos, em hipótese alguma, desistir de pessoas, principalmente de nós. Muito mais ainda quando ao desistirmos, acabamos decepcionando dezenas, centenas ou milhares de pessoas que esperam algo de nós. CURSO NO COURSERA Quando questionamos, nós encontramos respostas. Estava indignado com os resultados da Oficina e comecei a me perguntar qual caminho tomar para mudar a realidade que estava instalada. Pois bem, achei um curso na Coursera chamado Fundamentos do Google para o ensino. Quem já utiliza internet, o Google, Youtube, Drive e demais ferramentas verá que não é nada tão novo, porém, quando se analisa o contexto da geração atual, e da abordagem metodológica proposta,

vemos um caminho novo, aberto, dinâmico e que se importa com o indivíduo e sua particularidade. Tanto aluno quanto professor precisam de tempo e atenção para que comecem a gerar resultados surpreendentes. Dentro do curso a fagulha da educação orgânica e fora dos padrões engessados veio após assistir a palestra do TED Talks com Ken Robinson: Como escapar da educação do vale da morte.Falou o que todos sabem, mas a rotina e comodismo não nos deixam praticar. Que cada indivíduo tem sua forma de aprender. E mesmo quando no coletivo, isto muda em cada região, cidade e país.

“Estabeleça o padrão de não ter padrões, deixe o ambiente reagir organicamente a seus estímulos” MINHA MELHOR AULA Depois destes experimentos e reflexões, fui para sala de aula sem nenhum material, apenas com um desafio, um problema que apresentei para os alunos. Deixei que eles estabelecessem quantas pessoas gostariam por grupo, e escolhi alguns líderes que tiraram “dois ou um” para ver quem começava a montar os times. Após montadas as equipes, dei a missão de desenvolverem um produto/serviço para que possamos desenvolver. Ocorreu o que sabemos que ocorre quando se cria um ambiente aberto a criação, sem padrões. Engajamento total dos grupos, que estão desenhando desde artesanatos e produtos sociais até jogo árcade através de um aplicativo de celular que funcionará sem uso de Wi-Fi. Con-


Educação Empreendedora | 18

fesso que meu amadurecimento por vezes tentou dizer que algumas ideias estavam ruins, etc... mas porque eu tinha que falar isto se poderia ensiná-los a tirarem esta prova através de testes de mercado, busca de público, etc...(Cuidado... quem amadurece demais apodrece). Estou aprendendo que eles mesmos podem fazer seu CANVAS e MVP, e perceber se o negócio dará certo ou não. Se der errado, podem ter outras ideias e validá-las e se der certo, podem testar a escalabilidade. Eu não preciso fazer o julgamento com meu “super mindset” adulto e profissional. Descobrimos com o tempo que o melhor mindset é aquele que sempre estará disposto a aprender, praticar, validar e corrigir ideias e projetos. Aquele que sairá do campo das ideias disposto a erros e acertos, que corrigirá rotas até o fim de sua vida. Estabeleça o padrão de não ter padrões, deixe o ambiente reagir organicamente a seus estímulos. Metáfora que aprendi com isto (tirada a partir da palestra do professor Ken Robinson): Cada região do mundo tem um tipo de solo, um tipo de vegetação e tipos de animais. Seus ambientes reagem diferentemente às chuvas que caem e ao clima que estão expostos. Mesmo sendo das mesmas espécies, devido ao local onde estão, árvores e animais adquirem novas características. Porque não entendemos isto quanto aos seres humanos? Porque não deixamos cada um se desenvolver através de suas próprias características? Nós temos a função de fornecer clima, chuva e ambiente. Os resultados virão de forma diferente de cada indivíduo e grupo organicamente, sem padrões.

Bruno Oliveira

Administrador, apaixonado por educação, tecnologia e Networking.


19 | Lifehack

PROGRAMADOS PAR

SUCESS É comum ver na sociedade que quando alguém alcança um bom resultado dizem logo que tudo foi pura sorte, nunca observam a vontade e esforço por trás daquilo. O sucesso segue um padrão e esse padrão pode ser replicado, tudo isso é questão de mentalidade e ação.


Lifehack | 20

RA O

SO Você já ouviu falar da mentalidade fixa e de crescimento? Esse é um conceito desenvolvido pela psicóloga Carol S. Dweck e tem grande influência nos casos de sucesso. Antes de falar mais sobre os tipos de mentalidade vamos relembrar que sucesso não necessariamente significa ser um grande executivo ou ter quantias incontáveis de dinheiro, o sucesso é algo pessoal onde cada um tem sua definição, o seu sucesso é você que define, só você pode declarar o que é sucesso, não se trata de uma resposta fixa. De acordo com o dicionário, sucesso significa ter êxito em alguma coisa, nesse estudo sobre as mentalidade pode-se perceber que o sucesso é algo que todo mundo pode conseguir mas para isso precisa ter a mentalidade direcionada a isso. As características são bem conhecidas: pessoas com a mentalidade fixa possuem um senso comum, estão sempre querendo provar ser o gênio em algo, acreditam que tudo de bom que acontece é questão de sorte, não acreditam que uma habilidade pode ser desenvolvida, pois na visão deles ou você nasce com esse ‘dom’ ou simplesmente deixa ser guiado por conta do tempo, eles preferem evitar os desafios a se desafiar e conseguir algo melhor, o medo de não conseguir é maior do que a coragem para prosseguir, são pessoas que não lidam muito bem com falhas e não aceitam bem as críticas. Enquanto as pessoas com a mentalidade de crescimento possuem a certeza de que podem alcançar tudo o que quiserem com o devido preparo, normalmente são muito corajosas e entusiasmadas, pessoas desse tipo sabem aliar o pensamento sempre positivo com a ação, sua visão holística

Sucesso é questão de escolha, o poder foi colocado em suas mãos o que fazer dele é sua responsabilidade.

é uma grande aliada no desenvolvimento pessoal pois permite que quebrem as barreiras limitantes que podem influenciar no insucesso, são pessoas que possuem uma solução para tudo e quando falham tomam para si a responsabilidade de concertar o erro, transformam as críticas em uma fonte de crescimento, convertendo todo tipo de crítica em combustível para alcançar seu objetivo. Todo sucesso começa primeiro na mente, não tem para onde correr, nossa mente é como um jardim que se você cuidar e souber o que está colocando nele será um belo jardim, se você deixar por conta do acaso, seu jardim se transformará em um caos total. Seja responsável por tudo que entra na sua mente pois a vida que você possui hoje é um reflexo do que foi cultivado no seu jardim, o segundo ponto importante é a vontade, pessoas que possuem um real desejo que sobrepõe qualquer coisa no mundo tendem a alcançar os resultados almejados não importa o tamanho, a sorte é você quem cria. Tomar para si toda responsabilidade de tudo que acontece na própria vida é um grande passo a ser tomado, e essa é uma das características de pessoas que alcançaram grandes resultados, pessoas que estão comprometidas com o sucesso tomam grandes decisões pois já sabem qual o próximo nível que terão que alcançar para completar um novo desafio. Foco e disciplina tendem a ser um grande ativo pois só assim consegue-se se manter no caminho, não importa se andas devagar no entanto nunca deves parar, a direção que se segue é mais importante que a velocidade, e as pessoas programadas para o sucesso sabem e praticam isso. Diógenes Menezes

Cursou engenharia de software, futurista apaixonado por tecnologia e desenvolvimento humano. Busca formas de aplicar lifehacks no empreendedorismo. https://www.linkedin.com/in/diogenesm


21 | METAmorfose

O tal do

Mindset Positivo

Afinal de contas, esse tal de Mindset positivo funciona m e s m o? Será que isso não é mais uma moda, que vai passar? Coisa de auto ajuda! Bem… Vou expor o meu ponto de vista e você tira suas conclusões ao final, ok? Sabe quando você resolve comprar um carro e de repente parece que a cidade inteira resolveu comprar aquele mesmo carro? “Ah, Nicandro, mas eu sou mulher e não me ligo tanto nesse negócio de carro”. Tudo bem, se esse é o seu caso, eu te pergunto: sabe quando você engravidou e de repente parecia que o mundo inteiro havia engravidado também? “Mas, Nicandro, também nunca fiquei grávida”. Tudo bem, vamos lá. Sabe quando você descobre aquele artista, ou aquela banda, ou aquela música, e de repente parece que o mundo descobriu também. Ela começa a tocar em todas as rádios e a aparecer em todos os programas de televisão? Isso acontece porque a partir do momento que você resolve onde focar a sua atenção, aquela coisa se expande, seja um carro, seja uma gravidez, seja uma banda. Lógico que o mundo não resolveu comprar o mesmo carro, engravidar ou escutar ao mesmo tempo! As coisas continuam acontecendo do mesmo jeito que sempre aconteceram, mas agora o seu cérebro se concentra naquilo que te interessa. E o Mindset nessa história?

Bom, esses exemplos que eu dei acima foram, na verdade, pra provar o que eu estou falando. Pra provar como funciona o seu cérebro. Partindo do princípio que eu consegui, deixa eu te contar um segredo: da mesma forma que o seu cérebro acaba focando num carro (se esse for o seu interesse) ele também acaba focando nos acontecimentos positivos ou negativos. E assim como é você quem escolhe qual carro comprar, também é você quem escolhe em quais acontecimentos o seu cérebro vai focar. “Ah, eu sabia que era auto ajuda!”. Cara, mas eu acabei de provar que é assim que funciona! Para melhorar os meus argumentos eu vou dar um exemplo prático. Imaginemos 2 tipos de pessoas. Tem gente que reclama que está desempregado e quando arruma emprego reclama que tem que ir trabalhar. Conhece gente assim? E tem gente que é grato por levantar na segunda-feira e ter um trabalho. Conhece alguém assim? Pois bem, imaginemos como é a vida do nosso primeiro “exemplar”. Ele vai reclamando para aquele “emprego de merda”. Chegando lá, ele contamina o ambiente com a sua negatividade. Realiza um trabalho medíocre e não faz nada além do que está sendo pago para realizar. Não pensa, não melhora, não contribui para o crescimento da empresa, afinal isso não é função dele. Pra variar leva uma


METAmorfose | 22 bronca do chefe. Sai correndo às 18h pra se livrar “daquele inferno”. Chega em casa cansado, revoltado, bravo e com a sensação de que não fez nada o dia inteiro (e cá entre nós, não fez mesmo).. A mulher pergunta “como foi o dia, meu bem?”. “Uma bosta!” “E precisa ser grosso desse jeito?!” “Se você não fizesse pergunta besta, eu não precisava te dar essa resposta”. Bom… já viu aonde é que isso vai parar, né? Aí o cara senta na frente da TV pra assistir novela, noticiário pra ver as desgraças do dia, quem foi preso na última operação da Polícia Federal e por aí vai… E quando ele vê, naquele noticiário que sai sangue da TV quando a gente assiste, a história do irmão que matou o outro por causa de uma cueca, ele pensa “é… minha vida não tá tão ruim assim”. E isso o ajuda a se manter confortavelmente na sua mediocridade.

A felicidade não depende do que acontece conosco. Ela depende do que fazemos com as coisas que acontecem conosco. E mais uma noite ele vai dormir brigado com a mulher e sem fazer nada pra mudar aquela vida dos infernos. Dorme mal e acorda pior ainda, pra mais um dia de desgosto e lamentação. Muito bem… Agora, lembrando que este é só um exercício de imaginação, vejamos como seria a vida do nosso segundo exemplar. Acorda disposto por ter dormido bem. Sente-se grato por ter uma família que ele ama e que o ama e por ter um emprego que permite que ele supra as necessidades daquele lar. Vai trabalhar agradecido por ter um emprego, que não é o emprego dos sonhos, mas é melhor do que estar desempregado. Chegando lá, ele contamina o ambiente com a sua positividade. Realiza o trabalho da melhor forma possível e tenta fazer além do que está sendo pago pra realizar. Ele pensa e tenta melhorar, contribuir para o crescimento da empresa, afinal ele sabe que o seu sustento depende do sucesso da empresa. Pra variar recebe um elogio do chefe. Sai correndo às 18h pra poder chegar logo em casa e rever sua mulher. Chega em casa cansado, mas satisfeito e com a sensação do dever cumprido. A mulher pergunta “como foi o dia, meu bem?”. “Foi ótimo, meu bem, e o seu?” “Também foi

legal, mas aconteceram umas coisas que me deixaram chateada...” E ele escuta o que a mulher tem a dizer e eles terminam de conversar e eles jantam e tomam banho e vão dormir felizes um com outro Bom… já viu aonde é que isso vai parar, né? No outro dia ele acorda bem, satisfeito da vida e o ciclo virtuoso se reinicia. Agora imaginem que os nossos dois amigos são colegas de trabalho. Isso mesmo, isso tudo que eu relatei acima, acontece ao mesmo tempo, na mesma empresa, tendo os dois o mesmo cargo, sob a tutela do mesmo chefe. Eu pergunto, na hora em que o chefe estiver precisando que alguém ocupe um cargo melhor, com um salário maior, quem você acha que ele vai escolher para o novo cargo? Pois é, provavelmente aquele com quem dá gosto de trabalhar, né? Aí esse cara, com o promoção e com o salário mais alto, vai ficar mais grato ainda, chegar em casa mais feliz ainda, tratar a mulher melhor ainda, dormir melhor ainda, trabalhar melhor ainda. E o outro, que foi preterido na vaga? Provavelmente chegou em casa mais bravo ainda, xingando mais ainda, reclamando mais ainda do quanto a vida é injusta! Leitor, talvez você esteja pensando “ah, Nicandro, mas essa vida que você descreveu aí não existe! Ninguém é tão feliz assim”. Tudo bem, talvez eu tenha sido um pouquinho mais romântico do que o normal. Mas o que eu queria era ilustrar o meu ponto de vista. Não deixe que o meu romantismo exclua a essência do que estou tentado demonstrar. Essa é a lógica que eu gostaria de passar pra você, leitor. A lógica do mindset positivo. Não é que quando a pessoa é positiva, só acontecem coisas boas na vida dela. Como demonstrado no exemplo que eu dei acima, as circunstâncias nas vidas dos dois eram as mesmas - os dois tinham o mesmo emprego. A diferença, que fez toda a diferença, é o modo como cada um encarou essas circunstâncias. A felicidade não depende do que acontece conosco. Ela depende do que fazemos com as coisas que acontecem conosco. E apesar de este ter sido um exemplo fictício, tenha certeza de que essa história está acontecendo neste exato momento com milhares, talvez milhões de pessoas ao redor do mundo. E você? Com qual dos dois personagens você se identifica mais? E o que vai fazer a respeito? Nicandro Campos

Contribui com o desenvolvimento da humanidade com suas palestras, artigos, vídeos, e-books, podcast, enfim… vai aonde o povo está ;)


23 | Sua Voz

CONEXÕES

V E RDA DEIR AS


Sua Voz | 24

Olá. Sou Mauricio Cardoso, um dos fundadores do Clube do Networking. Eu ajudo empresários a se conectarem. Resolverem problemas e consequentemente a venderem mais. Nos últimos 2 anos, acompanhei e coordenei mais de 15 grupos de empreendedores em mais de 200 reuniões semanais. E a primeira pergunta que eu fazia era: vocês sabem o que é networking? Escutei diversas respostas. Das mais variadas, mas ninguém acertava em cheio. A maioria sempre respondia algo ligado a vendas. Acredito eu, que quando eu fiz essa pergunta, você aí também deve ter respondido algo que remeta a vendas. Como eu sei disso? Eu também achava assim. Deixa eu te contar uma história rapidinho. Tive uma agência de comunicação que fazia campanhas de incentivo às vendas e eventos corporativos para grandes empresas. Em 2015 ela completou 17 anos. E a maioria de nossos clientes, posso garantir que mais de 90%, vieram através de uma indicação. O problema é que essas indicações não aconteciam sempre. Tinha mês que rolava uma, duas, no máximo 3. Tinha mês que não rolava nenhuma. Sempre pensava, como fazer para que essas indicações acontecessem sempre. Todo mês ou pelo menos toda semana. Não sei você, mas a minha taxa de con versão era sempre maior quando eu era indi cado por alguém.

O que fiz? Fui estudar. E descobri que a palavra mágica para conseguir novos clientes era networking. Comprei livros, revistas, assisti a vídeos e entendi o que eu tinha que fazer era ir a eventos e conhecer o maior número de pessoas possíveis. Foi o que fiz. Durante dois anos, tudo que era evento, palestra e curso que tinha a palavrinha networking eu fui. Nossa agência funcionava no Centro do Rio de Janeiro. Na maçaneta da minha sala eu pendurei uns 100 crachás de eventos e rodada de negócios que fui. Sem contar as centenas de cartões de visitas, que mais pareciam uma coleção de figurinhas, guardados em álbuns. Se 5% desses eventos me trouxe um cliente novo, foi muito. Eu seguia a receita que havia aprendido. Tinha meu pitch na ponta da língua. Contava uma história de 17 anos em apenas 30 segundos. Levava para os eventos um punhado de cartões de visitas e outro punhado de folhetos. Abortava o maior número de pessoas e distribuía meus cartões em troca de outros cartões. Voltava pra casa com o bolso cheio - de cartões. No dia seguinte, planilhava os contatos e mandava e-mails com a minha apresentação e solicitava uma reunião. Alguns respondiam, mas a maioria não. Com o tempo, comecei a perceber que a maioria das pessoas no evento faziam a mesma coi-


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sa que eu. Elas se armavam de cartões e folhetos e disparavam seus pitchs. Eram reuniões de um monte de vendedores tentando vender para um monte de vendedores. Eu sempre saía com a sensação de que o evento foi bom e eu não havia conseguido ser competente ao ponto de fazer bons negócios. Resultado: parei de ir a eventos. Comecei a pesquisar mais e descobri grupos de empresários no Japão que se reuniam semanalmente para trocar experiências e fazer negócios. Descobri eventos parecidos na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil tive a oportunidade de conhecer algo semelhante em São Paulo. Mas foi em Juiz de Fora, Minas Gerais, que encontrei o que buscava. Um grupo de empresários preocupados uns com os outros e interessados no crescimento de todos. Continuei a pesquisar e em 2009, eu e meu sócio, Marcelo Derossi, resolvemos lançar o nosso ciclo de reuniões com empresários. Em fevereiro daquele ano, montamos o Clube do Networking. Fizemos 38 reuniões, uma por semana, para testarmos o modelo que temos hoje. Durante esse processo descobri verdadeiramente o que é networking. E nada mais é do que eu conhecer alguém com um problema. Conhecer alguém que tenha a solução desse problema e ligar essas duas pessoas. E um dia

essa roda gira. Sou eu quem tem o problema e algum amigo meu conhece alguém que pode me ajudar. Simples assim. Simplificando mais ainda: networking é feito por quem conecta. E quanto mais pessoas eu conectar, mais a minha rede vai crescer e se solidificar. Mas há um detalhe importante: só dá para fazer essa conexão se eu confiar nas duas pontas. Preciso confiar na pessoa que tem o problema e na pessoa que tem a solução. Assim como a pessoa que tem o problema precisa confiar em mim para me contar o problema. Repare que eu não consigo ajudar ninguém no sucesso. Se eu lhe perguntar como vão os negócios e a sua resposta for tudo bem, tudo ótimo, o assunto acaba aí. Se você confia em mim para me contar uma deficiência, talvez eu possa lhe ajudar... Agora, confiança só se conquista com o tempo. Os antigos dizem, para se conhecer alguém é preciso comer um quilo de sal juntos. Já imaginou comer um quilo de sal? Todo dia você coloca uma pitadinha no seu prato. Até consumir um quilo, leva-se muito tempo. Só confiamos em alguém que conhecemos as limitações. E num evento você não vai abrir as suas limitações. Você vai me contar apenas como a


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sua empresa é perfeita e que você tem a solução perfeita para os meus problemas. Até então nada de errado com isso. Mas o nome disso é venda e não networking. Hoje, no Clube do Networking, ajudamos empreendedores e empresários a se conectarem. A criarem laços de confiança duradouros por meio de uma metodologia própria. Com o passar das reuniões, pude entender como um grupo unido gera uma transformação profunda nos participantes e em seus negócios. Sempre que começamos algo novo ou enfrentamos algum desafio, temos dúvidas e muitas vezes não sabemos se estamos no caminho certo. E quando temos um grupo com o mesmo objetivo, o grupo se une para ajudar. Dentro de um grupo existem pessoas que podem complementar uma ideia, uma iniciativa e muitas vezes elas são capazes de resolver alguns problemas que você nem imaginava que tinha, mas que eram responsáveis diretamente pelos seus resultados. Um empreender sozinho é forte, mas dentro de um grupo é imbatível. Não é por acaso que terminamos as reuniões do Clube com a seguinte frase:

“Juntos somos mais fortes do que qualquer desafio.” Maurício Cardoso É publicitário, empresário, empreendedor, mentor de negócios, especialista em networking e fundador do Clube do Networking.


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O JOVEM EMP NO AMBIENT H

oje é bem comum ouvirmos falar que o brasileiro tem natureza empreendedora. Sim, isso é uma verdade, porém essa máxima apenas faz sentido quando o empreendedor está bem apoiado e orientado para alcançar o seu sucesso. A hora certa para o início dessa preparação é quando ainda está estudando, é nesse momento que se aprende a ter competências múltiplas, a trabalhar em equipe, a inovar, a ser criativo, a enfrentar desafios, é quando se aplica os fundamentos da economia de mercado e da atividade empresarial, é quando são explicados os conceitos da livre iniciativa, da comercialização e da produção, assim proporcionando aos estudantes a experiência prática em economia e negócios, na organização e na operação de uma empresa. É isso o que o mercado quer, o que o mercado busca. Isso é saber empreender! Portanto devemos trabalhar o empreendedorismo nas escolas, pois o papel da mesma é preparar jovens, profissionais, para enfrentarem os desafios dentro e fora dela. Então surgem as perguntas, isso de fato acontece no Brasil? Nas nossas escolas? E a resposta é, sim, acontece, e por isso estou aqui, para compartilhar a minha experiência como Mentor de um Projeto de Empreendedorismo, que atua com jovens na faixa dos 16 aos 18 anos, estudantes do 2º ano do ensino médio na cidade de São Paulo. Sou voluntário de uma associação educativa sem fins lucrativos (sou Mentor Voluntário), que é mantida pela iniciativa privada, cujo objetivo é despertar o espírito empreendedor nos jovens, ainda na escola, os estimulando em seu desenvolvimento pessoal, proporcionando uma visão clara do mundo dos negócios e facilitando o acesso ao mercado de trabalho. O projeto é desenvolvido em 15 encontros, sendo um encontro semanal, com duração de 3h30m cada encontro, com a utilização/aplicação do método “Aprender - Fazendo”. Iniciamos o processo com a sensibilização dos jovens, explicando à eles os objetivos do programa, para que assim possamos formar um grupo em torno de 25 estudantes de forma voluntária. Formado o grupo de futuros “Mini Empresários”, iniciamos então propriamente a jornada, os encontros acontecem em horário oposto às aulas. Inicialmente trabalhamos o conceito de empresas, suas origens, tipos e seus objetivos, a fim de mostrarmos que a partir de uma necessidade se produzem bens, consequentemente gerando à sua satisfação. Já no segundo encontro, através da ferramenta do “brainstorming”, é realizada a escolha do item a ser produzido e vendido pelos Mini Empresários, o estudo de viabilidade e pesquisa de mercado, levando em consideração concorrência e atributos socioambientais. Superada esta etapa é realizada a escolha do nome da empresa, nome do produto, a definição do capital social e a captação de recursos, através de vendas de ações. Sim, os jovens trabalham com recursos financeiros, realizam a captação através de investidores externos, acionistas, para que assim possam adquirir os insumos necessários para a fabricação. Na sequência criamos o organograma da empresa, que é composto pelo Presidente e quatro diretorias, sendo elas: Recursos Humanos, Produção, Financeiro e Marketing. Para ocuparem os seus postos, os res pectivos representantes, os futuros Mini Empresários são eleitos


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PREENDENDO TE ESCOLAR por todos em sala. Assim então, todos se tornam Mini Empresários. Cada diretoria forma a sua equipe de trabalho, são definidas as respectivas funções de cada membro, por existir uma série de controles e planilhas a serem preenchidas, para acompanhamento das atividades práticas. Assim chegamos ao sexto encontro, então é oficialmente iniciada a produção do item definido anteriormente, esta fase se estende até o décimo quarto encontro. Cada diretoria exerce suas funções em uma parte do encontro, mas todos devem produzir. O departamento de Recursos Humanos deve controlar as jornadas de trabalho, fazer à folha de pagamento, promover treinamentos e manter a equipe motivada. O departamento de Marketing, por sua vez, realiza as campanhas de vendas, mantém as mídias sociais atualizadas, promove o logo/marca do seu produto. O departamento Financeiro é o responsável pelo caixa da empresa, de seus controles e o departamento de Produção pelas etapas produtivas e a qualidade do produto. Nesse período acontecem as vendas dos produtos, os “Mini Empresários” participam de uma feira (um sábado das 10h às 22h), em um grande shopping da cidade, para que vivenciem na prática o que é vender e atender o cliente. Chegamos então ao décimo quinto dia, e também o último encontro, fase de encerramento da empresa e da apuração dos seus resultados, devolução do capital investido aplicado e os dividendendos aos acionistas, apuração dos impostos, e esse valor é doado para uma instituição que foi escolhida por todos integrantes da Miniempresa. Ao final do projeto é perceptível o amadurecimento dos jovens, o quanto se sentem preparados para o mercado, seja como empreendedores e/ou intra empreendedores. Muitos saem do projeto/escola focados em empreender, hoje temos cases de sucesso, de empresários que no passado participaram desse projeto. Esta experiência nos mostra, de forma vivencial, que todos somos capazes de empreender e podemos exercer o papel de ser o “Dono do Próprio Negócio”, basta ter as ferramentas adequadas, uma orientação qualificada e uma grande dose de vontade própria, e então conseguimos realizar os nossos sonhos. Isto me faz acreditar que a Escola tem sim o papel e o dever de trabalhar o EMPREENDEDORISMO no seu currículo. Isso é preparar pessoas, profissionais para o futuro.

Silmar Strübbe

Consultor, Professor, Coach e Empreendedor, tendo por missão ”Realizar sonhos, despertar e desenvolver talentos, melhorar a qualidade de vida, agregando valor de forma sustentável a todos”


29 | Sua Voz

Esta noite tive um sonho... Estava no início de mais uma longa aula teórica de Microbiologia. Entrei mais uma vez atrasado em sala, escolhi um lugar mais ao fundo, perto da porta. Assim poderia trabalhar em algo útil sem ser incomodado, ou fugir a qualquer momento sem ser notado. Sentei-me na carteira sem nenhuma crença de que aquela seria uma boa aula, mas, ainda assim, decidi dar um voto de confiança àquele professor que eu não conhecia. Afinal de contas, ele é doutor no assunto e eu nunca assisti a uma aula dele, nada mais justo que dar-lhe uma chance. Peguei o meu caderno e minhas canetas, fixei o olhar naquele slide cheio de informações e tentei decifrar o que estava escrito, mas não consegui ler muita coisa. Então resolvi prestar atenção na fala do professor para, assim, saber se elucidaria minha falta de clareza em relação ao que estava sendo apresentado, em letras minúsculas, naquela tela gigantesca.


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Depois de cinco minutos tentando decifrar aquele sotaque francês, entendi que estava falando algo sobre bactérias, que se multiplicavam exponencialmente em seu slide enquanto ele conversava. Apesar de minha sonolência entorpecente, mantive-me, com altíssima força de vontade, concentrado na voz monótona daquele senhor, que parecia realmente entender muito sobre o que estava dizendo. Ainda não sabia exatamente o que devia anotar, mas, após dez minutos de aula, decidi que deveria anotar alguma coisa de qualquer jeito. Estava difícil decidir o que escrever, pois as informações ditas chegavam aos meus confusos ouvidos e iam até o meu cérebro, que, imediatamente, as segmentava em dois grupos: o grupo das informações redundantes em relação àquelas que já haviam sido aprendidas no ensino médio, e o grupo das informações aparentemente indignas de armazenamento para um médico em formação, como nomes de aparelhos de pesquisa, ou genes bacterianos extremamente específicos. Algumas destas informações entravam sorrateiramente pelos meus ouvidos e caiam no limbo das informações desconexas dentro do meu cérebro, já outras tinham a passagem completamente bloqueada logo em minhas orelhas. Então, de repente, veio o estímulo irresistível para que a caneta começasse a trabalhar: - Pessoal! Isso cai na prova de vocês! Eu - que já estava numa galáxia muito muito distante - retornei abruptamente àquele ambiente sonolento. Então peguei minha caneta rapidamente e comecei a anotar os tópicos que estavam naquele slide cheio de bactérias. Porém, quando eu estava no quinto dos trinta e sete tópicos, o francês passou o slide e mudou rapidamente de assunto. Veio aquela velha e recorrente mistura de sensações: uma sopa de raiva daquele sujeito, temperada com a frustração de um estudante que não consegue anotar tudo no tempo certo e, ainda, uma pitada de esperança verde de que o professor nos enviaria aquela aula por email. Tive vontade de matar a ansiedade que me corroía e perguntar a ele se, de fato, nos enviaria aqueles fragmentos de conhecimentos bacterianos e, enquanto eu suava frio e lutava com minha boca para que ela abrisse, surgiu uma voz. Um colega - também ansioso, mas menos tímido - quebrou o silêncio dos alunos que tanto me perturbava.


31 | Sua Voz - Professor! O senhor vai disponibilizar os slides? - Infelizmente não posso. Ordens do departamento. Eles acreditam que vocês precisam estudar pelos livros-texto e não por estes slides. Além disso, é um material meu, que não pode cair na rede, pois outras pessoas podem acabar usando esta aula.

Neste momento começa aquele típico ruído, bem baixinho, mas nervoso. Cada estudante reclamando com o colega ao lado. Nasceu em todos nós, ao mesmo tempo, o sentimento crescente de revolta com aquela aula ruim como uma bactéria multirresistente. Em meio a vários estudantes dispersos, ele voltou a dar aula normalmente, como se nada estivesse acontecendo. No entanto, eu já havia desistido da aula e não mais prestaria atenção nos próximos noventa minutos, assim como alguns de meus colegas que agora estavam concentradíssimos no brilho da tela de seus smartphones... A concentração fugiu abruptamente da minha cabeça, que - imediatamente - entrou em pensamento difuso. Comecei a observar o movimento de meus companheiros de sala. Neste instante notei que havia um cara bem estranho sentado na carteira ao lado. Fiquei observando aquela figura... Um jovem vestido de modo um tanto formal, cabelo lustroso bem penteado, com cara de confuso, mas com brilho de encantamento no olhar. Naquele momento era o único em sala ainda anotando avidamente o que o professor dizia, e, um dos únicos em sala sem o atraente brilho da tela de smartphone em suas mãos. Minha desconcentração só aumentou com a percepção daquela figura. Nunca o havia visto, mas já o admirava por sua persistência diante de um cenário tão atroz para o aprendizado. “Será que é mais um amigo que retornou do Ciência sem Fronteiras? Ele fala francês? Está de terno porque vai palestrar mais tarde? ” - Deixei minhas dúvidas me corroerem, pois não queria atrapalhar o foco dele na imensa colônia de bactérias nos slides. Peguei meu celular e rapidamente entrei por uma passagem secreta presente naquela sala, que levava a um universo paralelo que desfrutava da presença de todos os meus colegas: o Whatsapp. A sala de aula era silenciosa, mas ali, escondida atrás daquela passagem secreta, havia uma verdadeira festa. Várias pessoas interagindo com muita intensidade, rindo alto, em completa embriaguez... A tela do Datashow enegreceu com vinte minutos

de atraso, todos retornaram à vida real e correram para garantir o almoço antes do início da aula da tarde. Por um instante, havia me esquecido completamente do cara que estava sentado ao meu lado, mas agora o notava novamente no corredor. Ele caminhava lentamente solitário, olhando com estranheza para as pessoas. Parecia realmente alguém vindo de outra época. Resolvi segui-lo para conversar com ele, mas quanto mais eu acelerava o passo, mais distante ele ficava de mim. Depois de alguns minutos de perseguição, notei que as pessoas a nossa volta estavam cada vez mais esquisitas, mais parecidas com ele e mais diferentes de mim. “Estamos voltando no tempo? ” O cenário parecia exatamente o mesmo para um olhar distraído, mas não para o olhar clínico que estava se desenvolvendo em mim: a tinta da parede parecia menos envelhecida... e as pessoas certamente haviam mudado. “Voltei no tempo! ” Continuei a persegui-lo pelos corredores e ele entrou em uma sala. Entrei junto, todos me olharam estranhamente, mas continuei a caminhar para um lugar vazio no fundo. A turma era menor, mas era o mesmo velho esquema de aula que me dava tanto sono: todos em um silêncio insalubre enquanto um professor falava sozinho. Diferentemente da minha turma, aquela conseguia concentrar na aula até o fim. Os que tinham sono, mantinham os olhos abertos com palitos, como se realmente estivessem vivendo uma experiência única e imperdível. Esforcei-me em busca de passagens secretas para universos paralelos ali, mas elas não eram tão evidentes. Preso ali, atentei-me para o fato: provavelmente aquela, realmente, era a melhor oportunidade de aprendizado para aqueles jovens vindos de algum ponto no passado. Um passado de


Sua Voz | 32 conhecimento concentrado em poucos lugares e em poucas pessoas. Uma época em que os professores eram os livros de muitos. Um período em que apenas alguns podiam ter livros como professores. Não era como é no século XXI. Época em que nós humanos estamos sempre encharcados pela tempestade de informações gerada por um universo paralelo chamado internet. Naquele tempo, os alunos precisavam estar muito tempo com seus professores, e estudá-los como estudamos livros hoje... rasgando as páginas, rabiscando, grifando, fazendo resumos. Fiquei encantado ao ver aquilo tudo funcionar. Finalmente vi sentido em algum lugar para a realidade sem sentido que eu vivia corriqueiramente em sala de aula. Todavia, depois de alguns minutos acabei tomado por uma intensa sonolência e adormeci... Acordei em um lugar estranho, cercado por gente esquisita. Na porta havia os escritos “Seja muito bem-vindo ao Grupo dos Estudantes Doidos pela Arte de Afastar a Mediocridade”. Gostei muito do que li! Ainda atordoado aceitei o convite para entrar... Lá dentro era realmente muito louco, mas, logo notei que também era muito agradável. Tratava-se de uma sala de aula, mas com uma aula bastante peculiar. Na frente havia um estudante professor fazendo mil perguntas aos estudantes na plateia. Não havia aquele silêncio cortante, todos conversavam. Era estranho! Nós da plateia experimentávamos uma estranha conexão com o professor lá na frente e com todos os outros colegas. Quem visse de longe acharia que estava havendo um show, em que o público interagia com muita intensidade com o artista na frente... Era caótico! Eu - que sempre fiquei com sono por ter que ficar quieto em sala - gostei bastante de tudo aquilo e logo me juntei a eles. Olhei para o lado, reconheci alguns colegas, mas também vi pessoas de outros períodos, além de muitas outras que eu sequer conhecia. Naquele segundo não tinha certeza se aprenderia como aprendia com meus professores dou-

tores, mas tinha uma certeza: eu estava feliz e aquilo fazia sentido para mim. A vida real é caótica e envolve muita interação, e era exatamente o que estávamos fazendo ali.Participei daquela conversa como nunca participei de nenhuma aula na vida. Acompanhei cada passo sugerido pelo professor, que algumas vezes também seguiu os passos que sugeri. Me senti parte daquilo tudo. Algumas pessoas até entraram no universo paralelo e brilhante de seus smartphones, mas agora com objetivo muito nobre: o de retornar com a luz de um conhecimento inalcançável naquele universo em que estávamos. Acabou muito rápido! Saí de lá já muito ansioso para voltar. Queria que fosse sempre assim. Eu - que havia entrado ali com sono - sai acordado, estimulado pela luz do conhecimento que construímos. Todos saíram assim: iluminados e satisfeitos. Inclusive um cara muito esquisito, que vinha ao meu lado conversando comigo em sotaque francês sobre o quão feliz ficou por ter vivido aquele momento ali, e dizia também que gostaria de saber quem é o professor doutor que coordenava aquele movimento. Aquela voz me deu sono, muito sono, e mais uma vez, de repente, dormi... Acordei em minha cama, ainda incerto se estava realmente acordado, depois de tanto adormecer enquanto dormia. De qualquer forma, levantei e fui tomar meu banho. Logo teria a primeira longa aula do dia com o professor com o currículo mais bonito do país, na Universidade com o melhor ensino do país e que me daria a chance de dormir de novo. No entanto, a experiência que vivi aquela noite, ecoava em minha cabeça. “Será que as aulas do futuro seriam daquele jeito? Eu estava no futuro? Será que um dia ficarei ansioso para retornar à sala de aula como fiquei naquela noite? Será que aquele grupo de estudantes doidos existe em algum ponto nas profundezas do prédio antigo da minha faculdade? Quero muito vê-los em algum lugar ali dentro, ou melhor, em todos os lugares! ” É engraçado quando um sonho parece mais real que nossa própria realidade! Quero muito ver sentido no que eu vivo, assim como vi sentido em meu sonho. Quero muito ver meus colegas empolgados como os vi nesta noite. Quero ver um pouco de futuro acontecer agora. Por isso, resolvi não ir àquela primeira longa aula. Decidi ficar em casa e contar meu sonho a você.

Pedro Caldera

Acadêmico de Medicina na UFMG, atualmente é Líder Discente do “Gedaam – Grupo de Estudos em Didática Aplicada ao Aprendizado de Medicina” e, também, CEO na “Finc – A escola que ensina a aprender”.


33 | Ciência, Tecnologia e Empreendedorismo

QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESPÍRITO EMPREENDEDOR NA VIDA DO CIENTISTA? Muitos acreditam que cientistas são pessoas que vivem trancados em seus laboratórios, pesquisando e tentando descobrir coisas mirabolantes. E é assim mesmo! Brincadeiras a parte a ciência tem um papel fundamental na evolução da humanidade, muito mais agora em que a velocidade com que as tecnologias e os avanços da ciência crescem exponencialmente. Diante disso, qual a importância do espírito empreendedor para o cientista? Geralmente relacionamos a palavra empreendedorismo com abrir empresas, porém gostamos particularmente de uma definição que apresenta o empreendedor como protagonista, aquele que diante de grandes adversidades vai lá e faz, RESOLVE problemas. O bom pesquisador tem no seu interior a curiosidade aguçada, sempre procura encontrar respostase principalmente fazer as perguntas certas.


Ciência, Tecnologia e Empreendedorismo | 34 A pesquisa científica pode ser dividida em dois objetivos: 1- Gerar conhecimento: essencial para que novas teorias surjam e expliquem fenômenos pouco explicados ou desconhecidos - serve de base para gerar novas tecnologias. 2- Gerar tecnologia (alterar o estado da arte): a tecnologia é produção de algo que resolva algum problema do ser humano, um exemplo bem simples de tecnologia é a colher, antes um pedaço de metal sem forma ganha utilidade com a manipulação do alumínio, ou seja, alteramos o estado da arte. Isso vale para qualquer tecnologia ou artefato tecnológico - produto que resolve um problema ou supre uma necessidade. Muitos pesquisadores fazem ciência pelo amor da descoberta, querem desvendar mistérios, mas não se preocupam muito em como esses achados podem impactar o mundo e as pessoas de forma positiva. Por isso o espírito empreendedor nessas horas é fundamental, através do desenvolvimento de uma pesquisa que ao final gere um produto ou serviço inovador, que tenha como finalidade a aplicabilidade podendo ser vendido ou virar uma startup (empresa que trabalha com projetos com elevado grau de incerteza). Esse espírito pode ser o ponto que falta, principalmente aqui no Brasil, para termos um desenvolvimento científico maior e financiado pela iniciativa privada.

“Por isso o espírito empreendedor nessas horas é fundamental, através do desenvolvimento de uma pesquisa que ao final gere um produto ou serviço inovador.” Não estamos dizendo aqui que a pesquisa de base deva ser abandonada, pelo contrário, ela tem que ser planejada para dar respaldo a algo maior, algo que no futuro seja aplicável. As pesquisas cuja única meta é a publicação em uma revista de alto impacto tem que sair dos objetivos dos novos pesquisadores, pois em um mundo que está passando pela revolução pós-digital o currículo re-

cheado não vai ser garantia de nada. Para o desenvolvimento de pesquisas que geram inovações, elencamos abaixo algumas características essenciais para todo cientista empreendedor: 1- Visão Primeira característica que move o empreendedor, seu desejo de concretizar sua visão ou sonho. 2- Otimismo A certeza de que todo o esforço será recompensado no final. 3- Fracassos Sabemos que a vida de empreendedores e cientistas tem mais erros do que acertos, por isso que os fracassos devem ser vistos como oportunidades de aprender. Como disse Tomas Edison: “Eu não falhei, apenas encontrei 10 mil soluções que não davam certo”. 4- Adaptabilidade Como as mudanças em seus projetos são constantes a capacidade de adaptação é fundamental para a evolução dos mesmos. 5- Liderança Palavra tão famosa, mas o que será ser um líder? Uma definição bem simples é: pessoa capaz de influenciar os seus liderados para que todos busquem um objetivo comum. 6- Correr riscos O cientista empreendedor deve estar aberto para correr riscos calculados que possam fazer seus projetos chegarem mais longe, pois quanto maior o risco maior o benefício, claro, sempre calculando bem os riscos. 7- Execução Ideia boa na cabeça ou no papel não vale nada, o que conta é sua execução. 8- Resiliência Frente a todas as adversidades, a resiliência é a capacidade de se adaptar a pressões e mudanças e manter-se firme no objetivo. Portanto fica a mensagem para todos os cientistas do Brasil, que é possível cruzar as fronteiras da universidade e ter um crescimento exponencial.

Guilherme Tonial

Biotecnologista – Mestrando em Ciência e Tecnologia Ambiental. (linkedin.com/in/guilhermetonial)

Vasco Patú

Professor, PhD focado na “ensinagem” das competências para o século XXI |Palestrante de educação Criativa|Podcaster | YouTuber | Blogger.


35 | Empreenda Sua Vida

Dormir é

para os

fracos Será? Vamos descobrir juntos. A busca incessante de novos desafios, da melhora do padrão de vida, de se destacar no cenário profissional, aliados à inesgotável fonte de conhecimentos que hoje a internet nos oferece, pois vivemos sem dúvida na era da abundância de informações, nos coloca em sinal de alerta o tempo todo. Como dar conta de responder a todos os e-mails, fazer todos os cursos, interagir com todos os grupos, publicar em todas as mídias, buscar novos clientes, atender aos que já existem, fazer o MBA e ainda cuidar da casa, da saúde, da família e do cachorro?

movimentos oculares rápidos e sono NREM, No Rapid Eye Moviments, ou sem movimentos oculares rápidos. Já ouviu falar nisso? Então vamos lá.

Bem, se o dia tem 24 horas e por mais que desejemos, não podemos ainda mudar esse padrão, então alguma coisa vai ficar para trás e muitas vezes sabotamos nossas noites de sono para dar conta do recado. E ai? Será que nos acostumamos com isso? Será que se eu pular umas horas de sono, eu vou conseguir entregar e finalizar tudo aquilo que planejei? Será que esse é o caminho certo? Para buscar uma resposta, primeiro navegar pelo universo do sono. O primeiro registro de ondas cerebrais foi registrado em 1929 pelo neuropsiquiatra alemão Hans Berger e de lá para cá os estudos foram se aprofundando, sendo que em 1955 foram definidos dois padrões fundamentais do sono: Sono REM, sigla que veio do inglês e que significa Rapid Eye Moviments, ou

Em seguida chegamos à fase do sono REM, onde estamos em um estágio profundo do sono e temos enorme dificuldade em acordar, porém é a fase onde apresentamos movimentos corporais, emitimos sons e onde os movimentos oculares rápidos acontecem. É a fase do sonho e toda a atividade metabólica do nosso organismo está aumentada.

O ciclo do sono se inicia no padrão NREM que é composto por 4 etapas de I a IV, em que o estágio inicial de sonolência leve evolui gradativamente até o estágio de sono mais profundo. No sono NREM ocorre relaxamento muscular, progressiva redução dos movimentos do corpo, ausência de movimentos oculares rápidos, respiração e batimentos cardíacos regulares.

Desta forma um ciclo normal do sono se inicia no estágio I do sono NREM e vai se aprofundando até o estágio IV, o que leva aproximadamente 90 minutos, chegando ao estágio REM, que dura apenas de 5 a 10 minutos, onde podem acontecer pequenos micro-despertares de 5 segundos, finalizando então um ciclo completo de


Empreenda Sua Vida | 36 sono NREM-REM e começa tudo de novo, sendo que quando vai amanhecendo, o normal é que não passemos mais pelas fases III e IV. Sendo assim uma noite de 8 horas de sono pode apresentar de 5 a 6 ciclos de sono, porém podemos acordar em qualquer fase do sono, dependendo de barulhos externos e outros fatores. Quando pulamos uma noite de sono, ocorre o efeito rebote ou seja, ocorre aumento do sono REM na noite seguinte e do sono NREM na noite posterior, ou seja, só voltamos a ter uma noite normal de sono, na terceira noite. A necessidade de sono e a duração das fases, varia muito conforme a idade, pois por exemplo, um recém-nascido prematuro só apresenta o sono REM, até chegar a idade gestacional normal, lactente dormem de 13 a 15 hs com períodos de sono diurno, criança em idade escolar dorme de 10 a 12 hs, com grande resistência a dormir durante o dia, adolescentes dormem de 8 a 10 hs, sendo mais propenso a ter sono a tardes, adultos necessitam de 5 a 8 horas de sono, sendo que a grande média é de 7 horas. Pessoas que necessitam apenas de 3 horas de sono, sem comprometimento físico e intelectual são muito raras. E para que falamos tudo isso? Para entender que o sono não é simplesmente um estágio de descanso do nosso corpo, aliás muito pelo contrário.É durante todas estas fases que o nosso organismo, secreta uma série substâncias fundamentais como o hormônio do crescimento (GH) e a testosterona por exemplo.

mas por exemplo de apneia obstrutiva do sono, ou porque se decidiu voluntariamente sabotar uma noite de sono. Nas primeiras horas da manhã, ocorre aumento do hormônio tiroideano, do cortisol e da insulina no nosso organismo. Um estudo realizado em 2012 por pesquisadores da Harvard Medical School e Brigham and Women’s Hospital observou que a “interrupção prolongada do sono alterou o metabolismo dos indivíduos e pode aumentar o risco de obesidade e diabetes. Em um estudo apoiado pela FAPESP, que realizou uma experiência em 30 adultos para verificar quais os efeitos do sono no sistema imunológico, ou sistema de defesa do nosso organismo, observou-se uma queda imunológica. As luzes do ambiente influenciam diretamente nosso cérebro, sendo que a luz vermelha deve ser usada a noite, pois é a única que não atrapalha nossa glândula pineal quanto à produção de melatonina, também chamado hormônio do sono, que tem como função principal regular o sono e ser um antioxidante cerebral. Sua deficiência leva a ansiedade, sono superficial e agitado, pobre em sonhos, a pessoa acorda com facilidade à noite e tem dificuldade em dormir de novo. Desta forma quase pode-se dizer que se você decidir viver sua vida sabotando suas noites de sono, corre o risco de ficar baixinho, impotente, obeso, imunossuprimido e com diabetes. Parece muito radical não é? Talvez.

O sono não é simplesmente um estágio de descanso do nosso corpo, aliás muito pelo contrário.

Noites de sono interrompidas das crianças, por causa de bronquites ou asmas, podem ter reflexos direto no crescimento delas. O hormônio é responsável ainda pela redução de gordura corporal e tem sido associado a melhora da cognição e humor, regulação do fluxo e débito cardíaco, melhora da função pulmonar e carótidas, ativação do sistema imune, prevenção da osteoporose, ativação dos componentes da pele, redução dos riscos à doenças isquêmicas e alguns tipos de câncer. Cerca de 75% de todo o GH é liberado justamente durante o sono profundo. A disfunção erétil masculina, entre outros fatores podem estar ligadas ao déficit de testosterona, nos proble-

Então que tal buscar outra solução para dar conta do seu dia? Exercer uma curadoria sobre as informações que realmente interessam ser lidas, focar nas atividades que estiver realizando, planejar a sua semana, se cercar de pessoas que agreguem valor ao seu dia. Se queremos extrair o máximo de nossa produtividade, dependemos do nosso corpo e é fundamental que cuidemos bem dele.

Iara Biasia

Consultoria para Projetos de Fauna Selvagem


https://attachment.outlook.office.net/owa/pam_cristinaa@hotmail.com/service.svc/s/GetFileAttachment?id=AQMkADAwAT 9rixAAAALPLpggAAAOXWda0dq69Honi31Wz2uLEAAAB6PDdtAAAAARIAEAAkgXryUuinTruHU53V2PwP&X-OWA37 | Lidere ken=2c440478-c905-4f7e-9878-c522ad6e4dba&owa=outlook.live.com&isc=1&isImagePreview=True

R E D O PO O Ã Ç A C I F DA I GAM As pessoas amam jogos, na verdade as pessoas sempre amaram jogos, da Antiga Grécia ao Império Romano, a humanidade sempre gostou de jogos, os jogos desafiam as pessoas, e o ser humano adora ser desafiado, pois, assim ele se sente motivado. Para se entender o poder dos jogos na vida das pessoas, pesquisas apontam que mais de três bilhões de horas são gastas semanalmente apenas com jogos online. Incrível não?


TY0MDABLTk0ZDItNzYxMy0wMAItMDAKAEYAAAPrXcPWD0%2FkQ55ufAAe17dUBwDl1nWtHauvR6J4t9Vs-CANARY=5odwTVUULEq42jl4hymT3gDIUI10bdQYYG0fh4qxHXkAnnwB74KSwf2-kZCcIFilXUH0YfXo5Lo.&toLidere | 38 Seria um desperdício se não houvesse uma forma de utilizar toda influência dos jogos na vida das pessoas em outras atividades não é mesmo? Mas existe a Gamificação, que são as idéias e os mecanismos dos jogos utilizados para engajar as pessoas. E a Gamificação já está muito presente em nosso cotidiano, cada dia que se passa as empresas utilizam mais recursos de Gamificação para tornar a experiência das pessoas mais agradáveis e únicas. Para entender melhor como funciona a Gamificação, temos que entender o principal ponto que é o engajamento, e a melhor forma de engajar são as recompensas que as pessoas ganham ao realizarem tarefas pré-estabelecidas, recompensas igual às que se ganham nos jogos como pontos, medalhas, emblemas, placares de líderes, etc. Ao perceberem que conseguem medir o seu desempenho, as pessoas começam a competir de forma saudável com outras pessoas, e a cada vez que progridem sentem-se mais recompensadas. Hoje temos vários casos de sucesso de Gamificação, em diversas áreas desde educação à saúde, um grande exemplo é o aplicativo Duolingo, cujo objetivo é o ensino de idiomas. Porém, diferente da forma tradicional você aprende em um ambiente que é “praticamente” um jogo, onde você tem metas diárias, pontos conforme você avança as atividades, e ainda pode competir com seus amigos para ver quem tem melhor pontuação, interessante não? Mas o poder da Gamificação é muito grande e não se restringe apenas no engajamento de pessoas com os produtos da empresa, é um enorme potencial para os líderes conseguirem potencializar colaboradores, descobrir novos líderes e tornar dinâmicas atividades importantes aumentando assim a produtividade. Para se entender melhor a aplicação no mundo corporativo, os líderes tem que constantemente desenvolver habilidades dos seus liderados, e quando o assunto é aprendizado nada melhor que um treinamento Gamificado, isso porque pesquisadores apontam que as pessoas recordam até 90 % do que fazem e geralmente menos de 30 % do que escutam ou lêem. Ao realizar, por exemplo, um treinamento virtual utilizando a Gamificação, os líderes conseguem inserir as pessoas em situações que refletem desafios reais da empresa para testar como eles reagiriam à essas situações problema, como a tomada de decisão sobre pressão de tempo ou falta de recursos podendo assim pontuar quem tomar as decisões que a empresa acha corretas e também dar feedbacks positivos ou negativos, dependendo de como os colabora-

dores responderem às perguntas. Inclusive esse treinamento pode testar certas habilidades esperadas dos líderes na empresa, para conseguir encontrar colaboradores com potencial para se tornar novos líderes. Além disso, no dia a dia das empresas as pessoas vão se desestimulando com a falta de dinamismo e a rotina. Os líderes devem utilizar os recursos de Gamificação para tornar o dia dos seus colaboradores em algo único e dinâmico, aumentando assim a produtividade e felicidade deles. Por exemplo: por que ao invés de jogar a meta de vendas para a equipe e cobrar o resultado isso não pode se tornar algo mais dinâmico e divertido? Empresas já estão utilizando a Gamificação para motivar a equipe de vendas, e o primeiro passo é dividir a meta mensal em desafios diários, onde as pessoas se sentem estimuladas a todo dia conseguir reconhecimento. Os vendedores ganham pontos por produtos vendidos e no final do dia um troféu para o melhor vendedor. No final do mês é reconhecido o melhor vendedor que é o que tem mais troféus. Dessa forma toda equipe se sente estimulada, pois, mesmo que não tenha um bom dia de vendas, pode se recuperar no próximo, e isso gera uma boa concorrência entre os vendedores, pois, todos querem reconhecimento. Mas isso só trará resultados se a empresa sempre deixar bem claro os objetivos, inclusive as metas diárias e mensais. Nos exemplos acima entendemos o mecanismo dos jogos em ação, ao você ser desafiado a superar desafios, se superar ou superar outras pessoas, você se sente motivado, e busca alcançar os objetivos pré-estabelecidos. Mas para que isso aconteça, um ponto fundamental para o sucesso da Gamificação são as pessoas enxergarem claramente quais são os objetivos e as recompensas, pois, somente dessa forma sentirão desafiadas. A Gamificação também é uma ótima oportunidade para as empresas poderem engajar as pessoas a utilizarem seus produtos, criando uma fidelidade de forma espontânea. Em um mundo onde a cada dia é necessário inovarmos para buscar o melhor de cada um, a Gamificação tende a ser uma ferramenta importante na vida dos líderes, que tem a oportunidade de mudar a vida dos seus liderados de uma forma inovadora.

Rafael Magnani

Gerente comercial e empreendedor


39 | Branding

BRANDING: a revolução das Num cenário onde a competitividade aparece como fator de sobrevivência no Mercado, as empresas buscam cada vez mais um diferencial para serem reconhecidas pelo que são e pelo que oferecem. Nesse sentido, o Branding aparece como ferramenta necessária para potencializar a força que as empresas possuem a partir de sua essência: a sua Marca. Sobre Marca, tem-se o conceito tradicional do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e da AMA (Associação Americana de Marketing) que privilegiam o aspecto tangível: “Uma marca é um nome, termo, símbolo, desenho – ou uma combinação desses elementos – que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa ou grupo de empresas e diferenciá-los dos da concorrência”. Esses aspectos de representatividade e diferenciação, já em 1300 a.C. eram utilizados por chineses fabricantes de porcelana, que criavam sinais nos produtos para diferenciá-los de outros. Em outro período, fazendeiros começaram a utilizar o ferrete para marcar animais com o nome da fazenda que pertenciam. Mas a marca possui também um aspecto intangível, pois “a marca tem um valor percebido pelos consumidores, a partir dos benefícios funcionais, econômicos e psicológicos que ela lhes proporciona”, conceito mais atual do americano David Aaker, um dos gurus do Branding. Marcas como a Coca Cola elucidam bem essa questão da intangibilidade. Apesar de ser uma marca centenária e consolidada, entende que seu maior desafio é continuar sendo uma marca nova e ter a preocupação em ter não só o melhor produto, mas de criar conexões


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40 | Branding

marcas emocionais com as pessoas. E faz isso muito bem, sendo referência/ case no estudo das marcas e sempre presente na lista das marcas mais valiosas do mundo. Portanto, marca é representatividade que diferencia um produto do outro, mas é também personalidade, num conceito transmitido que cria relações entre as empresas e consumidores. E aqui reside a definição mais convergente entre os estudiosos do assunto: Branding é gerenciamento de marcas, no seu aspecto tangível e principalmente no intangível. É pertinente a afirmação de D. Aaker que diz que há uma mudança perceptível e estratégica de foco por parte das empresas, que passaram a privilegiar a gerência das marcas em relação à gerência de produtos (quando se fala em produto refere-se também ao serviço). Isso de forma alguma soa como um abandono ou falta de importância ao produto, pelo contrário, a preocupação com a sua excelência já faz parte do gerenciamento de marcas, uma vez que o divórcio entre o que se é e o que se fala pode manchar consideravelmente a imagem de uma marca. Engana-se quem pensa que o Branding é uma onda do momento e/ou uma atividade exclusiva do Marketing. Trata-se do DNA da empresa e, então, dos aspectos ligados à sua personalidade. O Branding é responsável pela construção de uma marca forte e consolidada no mercado. É uma atividade gerencial que deve partir dos fundadores, que são os detentores e principais divulgadores do conceito da marca, e deve abranger todos os stakeholders. Portanto, é uma atividade que não se pode terceirizar, ainda que se tenha parceria com uma agência especializada na área, o nível estratégico da empresa deve sempre estar monitorando e direcionando as ações.


41 | Branding

O principal objetivo do Branding é aumentar o brand equity de uma empresa. Ou seja, o valor de uma marca no seu aspecto intangível, que se torna um patrimônio, num valor que pode até mesmo ultrapassar o valor tangível. É fazer com que a marca seja lembrada de forma positiva e como uma forma de melhorar a vida dos seus consumidores, num propósito que vai além do seu próprio lucro, e ao mesmo tempo, obtendo-o como uma consequência natural. A tabela ao lado expõe o top10 das marcas mais valiosas em 2016, parte de um estudo anual chamado “BrandZ Top 100” da considerada maior agência de publicidade e marketing do mundo, a britânica WPP Group, que classifica as marcas mais valiosas combinando análise de indicadores financeiros com a percepção que os consumidores têm das marcas com as quais se relacionam. O estudo é bem completo, e também contém informações locais, além das globais. (link: http://wppbaz.com) O que pode concretamente diferenciar um produto de outro? Á resposta está no posicionamento de marca, uma função importantíssima do Branding. De fato, Os produtos são feitos em fábricas, mas as marcas são construídas na mente dos consumidores. É o que afirma o americano Al Ries, outro autor referência no assunto, ao afirmar que: “posicionamento não é o que você faz para um produto, mas o que você faz para a mente do comprador potencial, onde a marca deve ser posicionada”.


42 | Branding

Nesse processo de posicionamento de marca, privilegia-se a experiência que o consumidor tem em relação à marca como um todo, no que diz respeito ao produto e no que vai além dele: o pré-venda, propaganda, comunicação, abordagem, atendimento, ambiente de loja, benefícios funcionais e emocionais, pós-venda, entre outros; favorecendo assim, a percepção de valor e significado para avaliar suas escolhas. Na figura ao lado, observa-se as variáveis que constituem o posicionamento da marca, estabelecendo os pontos de contato que ela tem com seus consumidores atuais e potenciais. Em suma, as empresas que possuem marcas fortes são aquelas que transmitem confiança através do que ela é (conceito) e do que ela tem (produto). Posicionam-se e conseguem aumentar o seu brand equity no valor percebido pelos consumidores e pelo Mercado através de fatores imprescindíveis: dinamicidade para apresentar-se como “viva”, capacidade de inovação contínua, comunicação direta e atualizada e garantia de uma experiência funcional e emocional positivas para encantar todos os stakeholders.

“Uma marca tem que parecer um amigo.” (H. Schultz, CEO da Starbucks).

Hudson Roza

Idealizador da marca Navy WayGraduação em FilFFFFHudsonMMestrando em Marketing; Mba em Psicologia Organizacional; Bacharelado em ADM; Graduação em Filosofia.


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