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XVI Congresso Científico AEFFUP
18-20.NOV.2021
XVI Congresso Científico AEFFUP
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Texto Catarina Ferreira › Fotografia Medesign
Há já 16 anos que a Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (AEFFUP) organiza anualmente o seu Congresso Científico. Este ano, subordinado ao tema “Um Plano de Recuperação e Resiliência para a Saúde em Portugal”, o Congresso da AEFFUP realizou-se entre os dias 18 e 20 de novembro, na sede da Delegação Norte da Associação Nacional das Farmácias (ANF), no Porto. Procurando adaptar-se à atual realidade do país, o evento aconteceu em regime híbrido, potenciando o seu alcance para uma audiência nacional e internacional. Entre estudantes, palestrantes e moderadores, a primeira sessão plenária (“Uma Saúde Entre os dias 18 e 20 Resiliente”) contou com de novembro, teve a presença de António lugar na sede da Araújo, presidente do Delegação Norte da Conselho Regional do Associação Nacional Norte da Ordem dos Médas Farmácias, o XVI dicos (CRNOM) como Congresso Científico principal orador. da Associação de Estudantes SAÚDE DE da Faculdade PROXIMIDADE de Farmácia da Ema Paulino, presiUniversidade do dente da Associação Porto (AEFFUP). Nacional das Farmácias “Um Plano de (ANF), foi a primeira Recuperação e palestrante e fez uma Resiliência para a introdução ao tema. “A Saúde em Portugal” nossa resiliência está à foi o tema proposto prova. A pandemia não para esta edição. acabou, voltar a uma nova normalidade significa incorporar novos comportamentos que não conhecemos. Mas é reconfortante saber que, perante uma pandemia desta magnitude, somos capazes de retirar dela os necessários ensinamentos para podermos
António Araújo
Ema Paulino
ser melhores profissionais de saúde e melhores pessoas”. Para a farmacêutica, um sistema de saúde mais resiliente passa por “utilizarmos as respostas que conhecemos, mas também aquelas que pensamos ser as mais eficientes para o reforçar”. “Um sistema resiliente é aquele que responde aos desafios atuais, mas que está também preparado para responder a eventos inesperados e isso é verdadeiramente importante”, afirmou. Ao longo da sua intervenção, Ema Paulino destacou o papel do farmacêutico na prevenção da doença e na promoção da saúde de forma assídua, responsável e próxima, o que lhe permitiu alcançar uma posição de confiança junto da população.
O PRESENTE E O FUTURO DO SNS Como principal orador desta sessão, António Araújo partilhou a sua visão sobre a situação atual, “complexa”, do Serviço Nacional de Saúde e do sistema de saúde em geral. “Neste momento, o SNS não tem líderes, nem ao nível do Ministério nem nas chefias intermédias. Não havendo líderes, não há estratégia. A pandemia trouxe problemas acrescidos ao SNS e tem-nos faltado estratégia, a médio e longo prazo, até numa questão simples, como vacinar os portugueses. É essencial pensar o sistema de saúde português”, apontou. Encontrar soluções para fixar os profissionais de saúde nas zonas mais carenciadas, bem como estratégias para reformular o SNS e “torná-lo mais atrativo”, de modo a impedir que os profissionais continuem a optar pelo setor privado ou pelo estrangeiro, foram algumas das ações mais prementes identificadas pelo presidente do CRNOM. Sem esquecer o problema da falta de autonomia das unidades de saúde para investir em equipamento ou contratar profissionais e a crónica falta de financiamento. Como “tratamento”, António Araújo defendeu, entre outras medidas, “uma reforma na articulação entre as instituições”, de modo a poderem prestar “os melhores cuidados de saúde à população”. A importância da existência de uma “estrutura organizada”, de colocar o doente no centro do sistema, de uma relação saudável entre o SNS, o setor privado e social, e da inovação terapêutica foram outros dos assuntos abordados na sua intervenção. Visivelmente “pessimista” em relação ao futuro do SNS, António Araújo deixou porém uma mensagem de esperança aos jovens estudantes, médicos e farmacêuticos, desejando que “se sintam realizados e consigam cumprir os vossos sonhos dentro do SNS”.
Seguiu-se um momento de debate, estendido à plateia, e que foi conduzido por Carlos Maurício Barbosa. O presidente da comissão científica do evento e professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto elogiou “a clarividência e realismo” das reflexões partilhadas por António Araújo e defendeu a importância de “se alterar a forma de trabalhar e se investir mais na saúde”. O XVI Congresso Científico da AEFFUP contou ainda com a presença de Rogério Gaspar, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa há um ano a dirigir o Departamento de Regulação e Pré-Qualificação da OMS, e Xavier Barreto, em representação da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), entre outros convidados. n
Mais informação: https://congresso.aeffup.com