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“Cirurgião: Histórias que nunca contei”

APRESENTAÇÃO DE LIVRO

‘Cirurgião: Histórias que nunca contei’

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NOVA OBRA DE FERNANDO REIS LIMA

Texto José Rui Baptista › Fotografia Medesign

“A Medicina não é uma técnica, tem pessoas e sensibilidades”

“Cirurgião: Histórias que nunca contei”, da autoria de Fernando Reis Lima, conta-nos as principais vivências ao longo da sua vasta carreira. Entre histórias secretas da guerra de Angola e recordações da vida profissional, a obra reflete o sentido de humanidade e altruísmo do autor. A apresentação ocorreu no dia 25 de março, no Salão Nobre.

No dia 25 de março, o Salão Nobre do Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) foi o palco da apresentação da obra “Cirurgião: Histórias que Nunca Contei”, da autoria de Fernando Reis Lima. O evento contou com a presença de numerosos convidados, amigos e familiares do autor, numa plateia composta também por colegas de diferentes especialidades e gerações. A receita da venda do livro, publicado pela editora Modo de Ler, destinou-se aos fins sociais da Ordem dos Médicos. Para dar início à sessão, o Grupo de Fados da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) brindou os presentes com uma emotiva atuação. Coube a António Araújo dar as boas-vindas à Casa do Médico, para a apresentação de “uma obra com uma escrita curiosa e até um pouco chocante pelas histórias que conta”. O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) elogiou ainda a “coragem” do autor ao expor deste modo as suas vivências.

“UM HUMANISTA NA FORMA DE ESTAR” “A Medicina não é apenas uma técnica. Tem pessoas e sensibilidades. Tem que se ser humanista, e Fernando Reis Lima representa tudo isso. É um humanista na forma de estar e de escrever. É um verdadeiro médico”. Foi desta forma que Jorge Maciel apresentou o “amigo de longa data”. O chefe de serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) salientou que antes de se apreciar a obra na sua “plenitude”, é necessário conhecer o homem. “Exímio, elegante e inovador” foram alguns dos adjetivos usados para descrever o autor, um colega que “antes de ser cirurgião, já o era”. “Fernando Reis Lima acaba por ter os títulos de cirurgião já depois de na guerra ter desempenhado, de forma notável, esse papel”, recordou. “Cirurgião: Histórias que Nunca Contei” revela numerosas peripécias vividas por Fernando Reis Lima ao longo da sua vida profissional. O livro contém cinco capítulos, nos quais se contam episódios da carreira profissional do autor, revelando também algumas “histórias secretas da guerra” da independência de Angola. O especialista em Cirurgia Geral confessou que algumas partes do livro “são duras de ler”, mas que é necessário “falar delas para não se esquecer da proeza da vida de um médico”. Citando o prefácio de Silvestre Carneiro, diretor do Bloco Operatório do CHUSJ, também presente na sessão de lançamento, caracterizou os testemunhos do livro como “pequenas vinhetas que se destacaram na memória do autor”. “Neles, transparecem a dimensão humana, científica e pedagógica de um homem, pelas pegadas imutáveis, que constroem um percurso irrepetível, sem retorno, cheio de valia”, apontou, acrescentando que todas as obras produzidas por Fernando Reis Lima “são memórias de vida de um profissional abnegado e lutador”. IMPORTÂNCIA DO RIGOR E ÉTICA Visivelmente emocionado, Fernando Reis Lima afirmou que as histórias contadas são um “aviso” de que a prática da Medicina “sempre será arriscada”. Num conselho dado “a todos os médicos”, o antigo diretor do Serviço de Cirurgia do CHUSJ indicou que é “só com rigor e ética” que é possível “minimizar o risco e o erro no trabalho médico”. Relembrando os ensinamentos do Juramento de Hipócrates, o autor sublinhou que, ao longo da sua vida, tentou “transmitir a vontade de ajudar e disponibilizar o meu saber” aos doentes que tratou nos hospitais e no Exército. “Esta comunicação entre cirurgião e doente, é o amor que todo o médico tem que ter na sua profissão, e sempre o procurei testemunhar através da minha vida com ética e compaixão”, afirmou. Ao encerrar a sessão, o presidente do CRNOM, António Araújo, reafirmou que “ser médico transcende muito a medicina” e que a comunidade médica tem “um papel muito importante a desempenhar na sociedade”. n

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