revista
ANO XVII | SETEMBRO 2014 | Nº175
Perpétuo Socorro DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | VENDA PROIBIDA
R E D E N T O R I S T A S
A PALAVRA DE DEUS
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ndice
03 O LEITOR SUGERE 04 CATEQUESE 06 NOTAS E REGISTROS 07 DEFESA DA VIDA 08 RELACIONAMENTO 10 IGREJA EM FOCO / MUNDO 12 ESPECIAL - BÍBLIA 14 COMO VAI SEU PORTUGUÊS? 15 SOLENIDADE 16 CRAS 17 PAPO COM A PSICÓLOGA 18 DEVOÇÃO / FAMÍLIA 19 PERGUNTE AO PADRE 20 PROMOÇÃO VOCE É QUEM FAZ / FAMÍLIA DO DEVOTO PERPÉTUO 21 OBRA SOCIAL / PERPETÓLEO 22 FOLHINA / PALAVRA DO PAPA
e
ditorial
Pe. Primo Aparecido Hipólito, C.Ss.R Reitor do Santuário
A Bíblia nos ensina
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ouve um tempo em que a Revista Perpétuo Socorro publicava uma série de artigos chamada “A Bíblia nos ensina”. Eram textos que explicavam algumas passagens bíblicas e ‘transportavam’ a mensagem para os dias de hoje. E realmente, caro leitor, é incrível como os textos bíblicos nos ensinam, como estão sempre vivos e atuais. Por isso é recomendado que todos tenham o hábito da leitura orante da Palavra de Deus todos os dias. Leitura orante está sempre acompanhada de uma reflexão e é sempre precedida pela oração, pedindo a Deus que através do Espírito Santo, nos conduza à luz, à verdade. Não se trata de uma simples leitura, como se estivéssemos lendo um livro de história ou qualquer outro, porque a Bíblia é viva, e só podemos chegar às suas verdades quando queremos, com o coração aberto, e pedimos a Deus isto, em oração. Isso, querido devoto e leitor, serve para nos fortalecer e nos tornar mais firmes na fé. Uma oração fundamentada na Palavra de Deus será fonte de sabedoria, de força, de paz para todo o dia. Não se trata de adivinhações ou, como mágica, nos tira dos problemas da vida. Mas quando enchemos nosso espírito e mente com as verdades eternas contidas na Palavra de Deus, temos sempre um ponto de equilíbrio. Os problemas virão, sempre, mas quando vierem, estaremos revestidos da verdade, teremos mais segurança para enfrentá-los, mais força, mais firmeza nas tomadas de decisões. Como disse São Paulo, a Bíblia faz parte da “armadura do cristão”. Eu te convido, portanto, neste setembro, que a Igreja dedica à Bíblia, a fazer esta experiência simples, rápida, mas diária e perseverante. Vamos beber da verdadeira fonte de água viva! Como nos diz o Salmo 119, 105 “Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho”. Boa leitura orante!
e
spaço do leitor
PAZ “Adicione paz neste 2014. A paz é fruto da justiça. A paz é feita de pequenos gestos e de grandes decisões. A misericórdia é o pilar e o fundamento da paz, porque a misericórdia coloca o outro no centro. A cultura da paz é o maior patrimônio de uma sociedade. A paz da consciência é o melhor travesseiro e protege contra os desgastes emocionais. A paz interior, paz do coração, coincide com nossa autoestima positiva e com o perdão dado setenta vezes sete, ou seja, sempre e de todo coração. A paz na família se sustenta com diálogo verdadeiro e com gestos de amabilidade. A paz com os outros e com o mundo, começa dentro de nós mesmos. Conviver com as diferenças, requer espírito de tolerância, de ecumenismo e de reconciliação.” Antonio Cartaxo, Curitiba/PR
SERVIR “Olá! Gostaria de ler na Revista Perpétuo Socorro sobre casais em segunda união. O que podemos ou não fazer na Igreja: ser catequista, participar da liturgia como leitor, comungar, etc.? Obrigado!” Valter Luiz Demenech, Alto da Glória/Curitiba
Este espaço é fei to Mande sua carta com a sua participação caro leito ou r. críticas ou sugestõ e-mail para nós, com comentári os, es de assuntos pa perpetuosocorro ra a Revista. imprensa@uol.c om.br ou Caixa Postal 20.013 Cep 80.062-980 - Curitiba/PR
A Revista Perpétuo Socorro é uma publicação do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sob a coordenação da Assessoria de Comunicação EXPEDIENTE Reitor: Pe. Primo Hipólito Conselho Editorial: Padre Primo Hipólito, Padre Gelson Mikuszka, Padre Lourenço Kearns, Padre Rodrigo Augusto, Irmão Adilson Schamne, Padre Jaime Araújo Figueiredo, Giovani Ferreira e Ana Paula Rodrigues Ferreira. Jornalista responsável: Ana Paula Rodrigues Ferreira - MTB 4198/17/38. Proj. gráfico e diagramação: Identidade Design/ Amanda Mafioletti - iddesign@onda.com.br. Impressão: Nova Gráfica. Tiragem: 25 mil exemplares. Fotos: Assessoria de Comunicação do Santuário e colaboradores Essa produção conta com a participação da Pastoral da Comunicação. Contato e sugestões: perpetuosocorroimprensa@uol.com.br | 41 3253 2031 www.perpetuosocorro.org.br
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leitor sugere
A devoção a Maria e a Bíblia Padre, como explicar a devoção a Maria em relação com a Bíblia? (J. B. R.)
O
culto a Maria ocupa lugar especial na devoção católica. Não raras vezes, os católicos são criticados como adoradores de Maria, como se ela fosse uma deusa. No entanto, há uma diferença radical entre o culto de adoração, que se reserva a Deus, e o culto a Maria. A finalidade do culto a Maria é a devida adoração a Jesus. Ao reconhecer as perfeições de Maria, os católicos reconhecem os dons de Deus em
Maria, e também reconhecem que o ser humano pode ajudar na obra da redenção, como Maria fez, nada mais que isso. O culto a Maria tem suas fontes na Bíblia. Não é uma criação do sentimento religioso. O papel de Maria na libertação do povo de Deus é manifesto na Bíblia. O culto a Maria está submetido à Palavra de Deus, basta ler os evangelhos e encontraremos muitas citações que declaram essa importância. Porém, o culto a Maria cresceu desde que o cristianismo cresceu, a partir do século IV, pois cresceu também o número de mulheres que passaram a crer em Jesus. A Bíblia constantemente atribui a Deus um caráter masculino e patriarcal e o próprio Jesus chama Deus de Pai constantemente, reforçando esse caráter. Jesus também é masculino. Com o expressivo número de mulheres no cristianismo, após o seu crescimento no mundo,
essa nota masculina não podia evitar certo traumatismo ou frustrações, denotando o cristianismo como religião altamente masculina e, por vezes, separadora. Tais frustrações encontraram um refúgio na figura da mãe de Jesus, a quem os textos bíblicos, embora de modo discreto, davam uma posição mais privilegiada, apesar de muito inferior à imagem de Deus Pai e de Jesus. Mais tarde, apareceu também a figura das santas mulheres, mesmo assim, Maria continua sendo a mais destacada das intercessoras. Assim, Maria apresenta o rosto feminino de Deus. Mas, isso não quer dizer que Maria é deusa, sim que ela nos ajuda a encontrar em sua expressão visível o Deus invisível. Maria é intercessora, aquela que pede as graças para nós, mas quem realmente concede as graças é Deus.
Pe. Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R Missionário Redentorista
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atequese
Deus é pai Nisso consiste a alegria completa: em viver essa filiação na mais plena confiança de que somos amados ao infinito; Deus é Pai e não nos abandona; ele nos conhece e nos ama como somos
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e tem uma coisa boa na vida é poder contar com alguém; ter uma pessoa em quem confiar; alguém que nos dê proteção e carinho na hora mais necessária. Pois bem! Este é o papel do pai. Ele que deu a vida, deve cuidar daquele que gerou; deve amar de tal forma e com tal intensidade que seu filho se sinta seguro em meio aos atropelos da vida. A segurança do filho não vem da proteção irrestrita de seu pai, mas do amor sem condições que ele lhe dedica. O amor sempre dá forças, reanima, enche de coragem na caminhada. O Credo rezado na missa todos os domingos afirma: “Creio em Deus Pai”. Crer em Deus Pai é crer que nossa vida não vem de nós mesmos e que estamos referidos a outro bem maior do que nós. Não demos a vida a nós mesmos; não viemos do nada, não somos fruto do acaso. Alguém, que nos ama, nos deseja e nos quer bem, deu-nos a vida e nos ajuda a sustentá-la. Alguém nos amou sem que merecêssemos, sem que pedíssemos, na mais pura gratuidade. Afirma a Primeira Carta de João: “Deus é amor; e nisso consiste o amor: ele nos amou primeiro” (I Jo 4,16.19). Apesar de afirmarmos constantemente que Deus é Pai, nem sempre entendemos muito bem o que isso significa. Quem teve péssimas experiências com o seu pai aqui na terra vai ter certamente dificuldades de aceitar a paternidade de Deus. Lembro-
me de um catequizando adolescente que, ao ouvir falar que Deus é Pai, disse ao catequista: “Não, obrigado! Já tenho um que é difícil de aguentar e não vou querer outro”. É compreensível a reação do catequizando. Seu pai não era boa referência para ele: era violento, machista, alcoólatra... Quando dizemos que Deus é Pai, quase sempre as pessoas fazem esta conexão. Não sabem que o Pai do Céu que nos deu a vida é o pai por excelência. Logo, ele não é igual ao pai biológico. O pai biológico é que deveria ser como o Pai do Céu, amoroso, cuidadoso. Se ele não o é, há algo errado. Compartilhou do dom de Deus de gerar a vida e agora não ama como Deus, não cuida como ele, não sustenta sua criação. Deus é nosso Pai, disse Jesus diversas vezes: “Não vos preocupeis com o que comer ou beber... o vosso Pai que está nos céus sabe que precisais de tudo isso” (Mt 6,25.32); “Amai os vossos inimigos... assim vos tornareis filhos de vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,4445); “Orai assim: 'Pai Nosso que estás nos céus...'” (Mt 6,9). E Jesus continua: "Se Deus é nosso Pai, não devemos temer nada. Ele cuida dos pardais, não cuidará de nós?" (cf. Mt 10,28-31). Somos os seus filhinhos, diz a Primeira Carta de João: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus. E realmente o somos” (I Jo 3,1). Extensa é a lista de textos da Escritura que mostram essa filiação divina, mas bastam estas citações. Deus é Pai, não como nosso pai terreno certamente, do qual podemos – infelizmente! – ter péssimas referências. Ele é o doador da vida;
aquele que nos amou e nos gerou na mais plena liberdade, sem nenhuma obrigação de fazê-lo. Ele é um pai amoroso e querido, não um juiz implacável e justiceiro. Ele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por nós, como é que com ele não nos daria tudo? Nós somos os filhos queridos de Deus e ninguém pode nos condenar, nem nos amedrontar (cf. Rm 8,31-39). Por isso somos convidados a viver em comunhão com ele (cf. Jo 17,20-21), a viver a vida nova que ele nos oferece. Precisamos cumprir o dito popular: “Tal pai, tal filho”; ou ainda outro: “filho de peixe, peixinho é”. Nisso consiste a alegria completa: em viver essa filiação na mais plena confiança de que somos amados ao infinito; Deus é Pai e não nos abandona; ele nos conhece e nos ama como somos. Infelizmente, porém, passamos às vezes a vida toda sem saber deste amor e deste cuidado de Deus. Até parece aquela história do português e sua família que resolveram voltar para a terrinha natal. Cansado de viver longe da pátria, Manoel, que era padeiro, reuniu a família e disse: “Vamos voltar para Portugal!”. Manoel, Maria e seus seis filhos se animaram. Em tempos que avião não existia, apenas navios para cruzar os mares, Manoel vendeu sua padaria e, com o dinheiro, comprou as passagens de navio para toda a família. Antes, porém, encheu alguns sacos de pão e colocou queijo dentro. Seria o alimento da viagem. Ele e seus filhos nem se arriscavam a sair do quarto, para não serem tentados a freqüentar o restaurante e ver todas aquelas maravilhas às quais não tinham acesso. No primeiro dia – que delícia – pão com
queijo. No segundo dia, pão com queijo, ainda bem saboroso. No terceiro dia, pão com queijo. No quarto dia, pão com queijo. No quinto dia, o pão com queijo não descia mais. Mas era preciso se esforçar, pois ainda havia muito mar pela frente. Então, pão com queijo... queijo com pão... pão com queijo... e já ninguém agüentava mais ver aquele pão velho, seco... aquele queijo maduro, com cheiro forte. Então Joãozinho, o filho mais novo, depois de 25 dias de viagem não agüentou mais. Fugiu do quarto e aventurou-se pelo navio até chegar no restaurante. Faltavam apenas dois dias para chegar em Portugal, mas ele estava desesperado. Sentou, comeu, bebeu, e nem se preocupou com a conta. Já não agüentava mais pão com queijo. Na hora do acerto, o garçom a p e l o u : “ C o m o a ss i m n ã o t e m dinheiro?”. Joãozinho só tinha a passagem no bolso. O garçom pegou a passagem, olhou e sorriu. “Não esquente a cabeça, menino! No preço da sua passagem estão incluídas todas as refeições!”, disse a Joãozinho que tremia de medo. Manoel e sua família tinham direito a um banquete e passavam dias a pão com queijo. Nós, filhos de Deus, temos direito a seu amor. Na passagem pela vida, já está incluído este direito: direito de filiação. Não passemos a vida toda à base de “pão com queijo” quando temos direito a muito mais. Deus é nosso Pai; viver na sua presença e experimentar seu amor é direito nosso.
Solange Maria do Carmo Doutora em Teologia Belo Horizonte/MG www.fiquefirme.com.br
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otas & registros
VENHA REZAR NO SANTUÁRIO Grupo de Oração Fonte de Misericórdia - RCC: toda segunda-feira às 15 horas. Oração do Santo Rosário: toda terça, às 15 horas Hora Santa das Famílias: toda terceira sexta-feira do mês, às 15 horas Terço pelas Almas: segunda-feira às 19h00 Missa pelas Almas: segunda-feira às 19h30 Terço das Famílias: terça-feira às 19 horas Missa pelas Famílias: terça-feira às 19h30 Missa do Santíssimo: quinta-feira às 9, 15 e19h30 Missa da Misericórdia: sexta-feira às 19h30 Missa do meio-dia com bênção da saúde: todos os dias Ofício da Imaculada: todo primeiro sábado do mês às 11h30 Apostolado da Oração: Primeira sexta-feira de cada mês, Hora Santa às 15 horas, seguida de Missa do Sagrado Coração de Jesus, às 16 horas. Legião de Maria: toda terça às 15 horas. Vigília ao Santíssimo Sacramento: toda a primeira sexta-feira do mês, após a Santa Missa das 19h30 Missa das Capelinhas: todo último sábado do mês às 12 horas
MÊS DA BÍBLIA O Santuário convida a todos para um Café especial do Mês da Bíblia com palestra sobre a Palavra de Deus. Será no sábado, dia 27 de setembro. Participe! Mais informações na secretaria do Santuário ou pelo telefone (41) 3253-2031.
FEIRA DAS PASTORAIS
verno Neste in ue, g doe san s a id v salve ares de os, famili os públic radores especiale os a órgã bo Solicitamempresas e cola toque de sanguede s es s, paciente o para suprir o to de transfusõeento. empenhs no atendimen tes em tratam plaquetangue para pacien sa ser as podem Campanhdadas com as ou agen a ni So 5. ras Lidia, Enfermei - (41) 3360-187 Layara
Durante o Mês Vocacional uma das ações realizadas para promover vocações foi a Feira das Pastorais. Durante toda a quarta-feira, dia 27 de agosto, agentes de pastorais, movimentos e serviços do Santuário expuseram na entrada central da Igreja suas principais atividades e trabalhos desenvolvidos, convidando a todos a uma participação mais ativa na Igreja.
ARQUIDIOCESE DE CURITIBA REALIZA SEMINÁRIO SOBRE VALORIZAÇÃO DA VIDA
Participe da coleta de assinaturas em apoio ao projeto “Drogas, o início do fim”, de iniciativa do Santuário, em parceria com o Ministério Público do Paraná. Conheça mais sobre este projeto todas as quartasfeiras, no plantão da equipe da Comunidade Terapêutica Perpétuo Socorro, na Praça do Santuário.
PEREGRINAÇÃO Romaria para Aparecida do Norte/SP, com saída dia 9 de outubro. Informações e passagens na secretaria do Santuário.
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No dia 21 de setembro, domingo, acontece em Curitiba o II Seminário Arquidiocesano de Valorização e Promoção da Vida, promovido pela Comissão Família e Vida da Arquidiocese de Curitiba. Com o tema “A dignidade da pessoa: conceitos e armadilhas”, o evento terá como sede o auditório da biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e lista como seus objetivos anunciar a cultura da vida e a criação como dom de Deus; fortalecer as ações de valorização e promoção da vida na Arquidiocese de Curitiba; e promover a articulação dos organismos e entidades que atuam na valorização e promoção da vida. O Seminário também tem o propósito de ser instrumento de formação para agentes de pastoral e conduzir as paróquias e comunidades a responderem concretamente as questões sobre a temática da vida. O evento é apoiado pela Pastoral Familiar da Arquidiocese, pelo Programa de Pós-graduação em Bioética (mestrado) da PUC-PR, Núcleo Arquidiocesano de Bioética de Curitiba (NAB), Centro de Planejamento Familiar de Curitiba (Cenplafam), entre outros. É também um dos eventos da Campanha Nacional de Órgãos e Tecidos, de 21 a 27 de setembro (saiba mais na página 7 desta edição). As inscrições podem ser feiras até o dia 17 de setembro, pelo site www.seminariodavida.com.br. Mais informações no site www.seminariodavida.com.br e pelo e-mail seminariodavida@seminariodavida.com.br.
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efesa da vida
Pastoral da Saúde lança Campanha Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos
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um esforço de esclarecer e sensibilizar a sociedade em prol da doação de órgãos e tecidos para transplantes, a Pastoral da Saúde, com o apoio do Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), lança Campanha Nacional de Órgãos e Tecidos, para discutir o tema com a comunidade e pela doação, gerar mais vida para todos. A ideia é intensificar as reflexões e iniciativas em favor da vida de 21 a 27 de setembro. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “a doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória” (n. 2301). A encíclica Evangelium Vitae ensina: “merece particular apreço a doação de órgãos feita segundo normas eticamente aceitáveis para oferecer possibilidades de saúde e de vida a doentes, por vezes já sem esperança” (n. 86). Em nota a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declara: “Encorajamos as pessoas e especialmente as famílias a que – livre, conscientemente e com a devida proteção legal – doem órgãos como gesto de amor solidário em consonância com o evangelho da vida. Certamente estamos diante de um gesto nobre e comovente: um sim à vida. Encorajamos a todos a colaborarem sempre mais com as doações de sangue e de medula óssea, tão necessárias. A doação de órgãos não contraria a fé cristã na ressurreição final, pois “Deus dá vida aos mortos e chama à existência o que antes não existia” (Rm 4,17). Todos aqueles que se dispõem a doar órgãos aos irmãos, tenham a certeza de que o amor e tudo o que se faz por amor permanecerão para sempre: “o amor jamais acabará” (I Cor 13,8).” (CNBB – Nota sobre a doação de órgãos- 25/09/2008).
Como posso ser doador? No Brasil, para ser doador de órgãos, basta avisar a Família. A família é que autoriza tal doação, pós-morte. Em vida podem ser realizados o cadastro de medula óssea e doação de sangue. Doação de órgãos: rim, parte do fígado ou parte do pulmão somente para familiares ou com autorização judicial. Para quem vão os órgãos doados? Para pacientes compatíveis que estão aguardando em lista única da central de transplante de cada estado, num processo controlado pelo Sistema Nacional de transplantes e supervisionado pelo Ministério Público. Como posso ter certeza do diagnóstico da morte encefálica? O diagnóstico da morte encefálica é atestado por dois médicos de especialidades diferentes, após a realização de exames que comprovam que o encéfalo não funciona mais. A morte encefálica é irreversível. Como fica o corpo após a doação de órgãos? A retirada de órgãos segue normas da medicina moderna, todo doador pode ser velado normalmente, sem apresentar deformidades. Você gostaria de participar dessa corrente do bem? Converse sobre esse assunto, procure o Roteiro de reflexão bíblica na secretaria Paroquial para fazê-la em grupo. Participe do momento celebrativo da entrega da vida ao Senhor, na sua Paróquia ou comunidade. Organize grupo de doação de sangue e cadastro de medula óssea. Divulgue essa ideia. Programação em Curitiba: Dia 21 - Seminário na PUC/PR - Apresentação da Campanha e cadastro para a doação de medula óssea; Dia 23 - Missa às 12 horas no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, com os transplantados e familiares de doadores; Dia 27 - DIA NACIONAL DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
Serviço Sistema Estadual de Transplantes: http://www.saude.pr.gov.br Arquidiocese de Curitiba: arquidiocesedecuritiba.org.br
Fonte: Divulgação da Pastoral da Saúde
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elacionamento
Os segredos do aperfeiçoamento
“O componente mais importante e desafiador de uma relação amorosa feliz não é encontrar o parceiro certo, mas sim, aperfeiçoar a relação escolhida” (TAL BEN–SHAHAR)
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uitos de nós, quando nos depararmos com esta afirmação, damos início uma reflexão que pode se tornar até um profundo e sincero questionamento sobre nossos relacionamentos. Por exemplo: será que eu continuo apreciando meu companheiro/a, como fazia no início do nosso relacionamento? Será que aquele colorido inicial ainda possui as mesmas cores vibrantes e estimulantes que nos motivavam a caminhar juntos na mesma direção? Ou será que, ao contrário, a alegria e a satisfação da convivência encontram-se em acelerada descida da ladeira? As forças que inicialmente nos uniram, com o passar dos anos viraram rotina, as qualidades e hábitos antes admirados se transformaram em objeto de desdém. Talvez, no momento atual, eu só enxergue os seus defeitos. Será que é possível alterar esta situação? Esse descontentamento? Segundo Tal Ben Shahar (Aprenda a Ser Feliz), docente de Psicologia Positiva do Centro Herzliya – ISRAEL, os relacionamentos se deterioram porque nos primeiros anos existe uma parte no nosso cérebro que fica “paralisada” no julgamento crítico da pessoa amada. No início, o natural é apreciar, ser positivo em relação ao parceiro e ao relacionamento: estamos apaixonados e esperançosos em relação à vida a dois. Mas com o passar dos anos, surgem as inevitáveis dificuldades, e os problemas aumentam. Algumas pessoas são mais otimistas e resilientes diante das dificuldades, mas nem todas. Boa parte acaba se focando mais nos seus problemas e, conseqüentemente, nas dificuldades com seu parceiro/a. Estas percepções acionam emoções como a raiva, a impaciência, a frustração, a tristeza… e não percebemos que, com base nessas percepções, somos nós, na verdade, que estamos criando esta realidade para o nosso relacionamento. Esta atitude, aliás, é extremamente comum em relacionamentos longos. Madre Tereza de Calcutá tem uma frase perfeita para esta situação: - “Quem julga as pessoas, não tem tempo para amá-las”. De fato, Madre Tereza tinha razão: quando estou julgando, não estou validando e nem admirando meu companheiro/a, só consigo perceber e enxergar seus inúmeros defeitos. A neurociência explica que existe uma tendência natural do nosso cérebro a enxergar somente com o passar do tempo os
defeitos e a criticar o outro. Acredito sinceramente que devemos nos esforçar diariamente para criarmos o hábito de elogiar, de admirar, de apreciar o outro, e principalmente demonstrar carinho e apreço, proporcionar um tempo para refletir naquilo de bom que nosso relacionamento e nosso parceiro/a nos proporciona. Para muitos a capacidade de amar e ser amado é simples e natural. O amor deveria ser fluido e constante como um grande rio. Porém para muitos outros o amor não flui tão facilmente. A vida nos deixa cicatrizes e sofrimentos, não é fácil viver. Por isso, devemos ter consciência de que o trabalho no relacionamento será árduo e constante. Para conseguirmos alcançar nossos objetivos no amor, devemos ter também alguns comprometimentos particulares. Exemplo: para termos um bom relacionamento, devemos cultivar sentimentos como a gratidão, o perdão, a integridade, o bom humor, a justiça, a prudência, o autocontrole e a humildade. A meu ver, estes são sentimentos que podem levar ao amor. Com eles, é como se construíssemos um campo de proteção ao redor da nossa relação. Reflita interiormente e responda com muita sinceridade: quanto vale meu relacionamento? Será que vale a pena não investir nele? Esta reflexão ajuda a perceber a urgência de nos proporcionarmos mais intimidade entre nós e nosso (a) companheiro (a). Aprenderemos a dividir nossas tristezas e dificuldades, e respeitar a do outro. Mas também, e principalmente, nos levará a compartilhar os sonhos e as alegrias, assim como a aceitar as inevitáveis diferenças, as frustrações. Levará a dar mais carinho, mais atenção, e a aprender que uma relação deve ser baseada em muito, muito respeito. Estes são cuidados que, com o tempo, constroem uma base sólida, um terreno fértil e sólido, passível de resistir às tempestades inevitáveis da vida. Porque um dia a tempestade acaba. Portanto, invista no seu relacionamento! Lembre-se: “não é o amor que sustenta o relacionamento, é a forma de se relacionar que sustenta o amor”! Eu torço - e muito - para que você repense a forma como está cuidando do seu relacionamento.
Eliani Fatima Fabian CRP 08/04381 Psicóloga Clínica, voluntária do CRAS
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greja em foco
Política: pelo bem pelo bem dos
Nossos olhos não devem se voltar para o poder, para a satisfação própria, mas para o bem comum, a dignidade humana, para o próximo e, principalmente, o pobre.
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abiamente e pela inspiração do Espírito Santo o Papa Francisco, na Exortação “A alegria do Evangelho”, nos remete a uma reflexão política muito consistente. É tempo de avaliarmos a condição de nossa política e escolhermos nossos candidatos, e a Igreja, preocupada com a seriedade do assunto e os rumos que nossa sociedade está tomando, apresenta-nos valiosas dicas. Nossos olhos não devem se voltar para o poder, para a satisfação própria, mas para o bem comum, a dignidade humana, para o próximo e, principalmente, o pobre. Um dos fatores importantes é conscientizar-se que nosso voto pode sim mudar a realidade. Nenhum cristão deixe de exercer sua cidadania e com responsabilidade cumpra seu papel. Escolher sempre a favor da vida é fundamental. Por si só as palavras do Papa Francisco já podem calar as inquietações do nosso coração acerca das expectativas que fazemos para uma sociedade melhor, vale a pena ler:
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“(...) Enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a raiz dos males sociais. A dignidade de cada pessoa humana e o bem comum são questões que deveriam estruturar toda a política econômica, mas às vezes parecem somente apêndices acrescentados de fora para completar um discurso político sem perspectivas nem programas de verdadeiro desenvolvimento integral. (...) Incomoda que se fale de ética, incomoda que se fale de solidariedade mundial, incomoda que se fale de distribuição de bens, incomoda que se fale de defender os postos de trabalho, incomoda que se fale da dignidade dos fracos, incomoda que se fale de um Deus que exige um compromisso em prol da justiça.”
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comum, pobres! O apelo do Papa é para que tenhamos caridade com os pobres e apresentemos as soluções para uma sociedade mais justa e igual, e não nos calemos diante de tantos assuntos essenciais a serem discutidos. Continua o Papa Francisco com seu belíssimo apelo oracional: “Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Temos de nos convencer de que a caridade é o princípio não só das microrrelações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macrorrelações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos. Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres. É indispensável que os governantes e o poder financeiro levantem o olhar e alarguem as suas perspectivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados de saúde para todos os cidadãos. E por que não recorrerem a Deus pedindo-lhe que inspire os seus planos? Estou convencido de que, a partir de uma abertura à transcendência, poder-se-ia formar uma nova mentalidade política e econômica que ajudaria a superar a dicotomia absoluta entre a economia e o bem comum social.” E neste fecundo e sábio caminho que o Papa nos insere, é preciso dar passos concretos. Que suas palavras não sejam somente apreciadas, mas sim aplicadas e que possamos exigir dos nossos governantes atitudes coerentes e responsáveis. “A mim interessa-me apenas procurar que, quantos vivem escravizados por uma mentalidade individualista, indiferente e egoísta, possam libertar-se dessas cadeias indignas e alcancem um estilo de vida e de pensamento mais humano, mais nobre, mais fecundo, que dignifique a sua passagem por esta Terra”. Este é o clamor do Sumo Pontífice a todos os leigos e políticos para este tempo. Que Maria Santíssima interceda por nossa pátria e nossos governantes a fim de alcançarmos a Paz de Cristo. Fonte: Exortação Apostólica Evangelli Gaudium (Papa Francisco).
Bruno André Souza Colodel Discípulo da Comunidade Católica Shalom
Pensando sobre a paz Exercer a humanidade é o caminho exato para extinguir a crueldade
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guerra na Síria, o conflito na Ucrânia e em outros lugares do mundo mostram que o ser humano tem conseguido inventar muitas coisas, mas tem falhado na construção da paz. A enorme quantidade de conhecimento científico e tecnológico, o poderio acumulado de governos, exércitos, empresas, universidades e Igrejas não estão conseguindo encontrar uma solução para tais conflitos, que têm matado milhares de pessoas no mundo. O poder de fogo e a destruição parecem querer justificar o injustificável. Quanto mais os conflitos se alastram no mundo, mais clara se torna a falta de humanização do mundo e a necessidade do ser humano se humanizar. Exercer a humanidade é o caminho exato para extinguir a crueldade. Como pessoa regida pelo evangelho, que mostra a total humanidade com que Jesus trata o outro, o cristão é chamado a ser um artesão da paz. Isso implica agir com audácia, ética e misericórdia. A paz mostra a humanização e neutraliza o ódio. A guerra armada e violenta contra o outro é sempre desumana. A guerra sempre começa com a esperança de que os seus iniciadores se darão bem, persevera na expectativa de que o outro vai se dar mal e, finalmente, surpreende a todos, mostrando que ninguém ganhou. A conclusão de que todos perdem mostra sua irracionalidade. Por outro lado, quem preserva a paz não perde nada, ao contrário, sempre ganha a possibilidade de continuar em paz e vivo. A paz é sempre uma atitude racional e lógica, que faz o inimigo pensar duas vezes antes de agir contra alguém, pois o construtor da paz não confronta nem incita, somente inspira para que ele continue existindo. Pe. Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R | Missionário Redentorista
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special
A Bíblia e a revelação do O fruto mais saboroso da leitura orante da Bíblia é a transformação da própria vida, que o Espírito configura sempre mais a Cristo, levando o orante a assumir a tarefa da construção do Reino de Deus
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vida cristã e a vida da Igreja se fundamentam nas Sagradas Escrituras, que chamamos Bíblia. Mas qual o conteúdo da Bíblia? Por que a consideramos tão central para nossa vida? Segundo o Concílio Vaticano II, “aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar a si mesmo e manifestar o mistério da sua vontade (Ef 1,9), mediante o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo feito carne, no Espírito Santo, têm acesso ao Pai”. Sabemos que não somos a origem de nós mesmos. Deus, livre e amorosamente, nos criou. E por que o fez? Apenas para se dar a nós e nos fazer participar do seu mistério de amor. A criação do mundo e dos homens nada lhe acrescenta, Ele já é a plenitude do amor: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas Ele quis, por puro dom, que outros fossem felizes com ele e criou somente para isto: introduzir outros no seu mistério eterno de amor através de seu Filho, Jesus Cristo, e do Espírito Santo. A filosofia se pergunta: por que existe o ser (alguma coisa) e não o nada? A resposta cristã é simples: porque Deus quis. Ele nos quis para ele. E para que fôssemos dele, entrou em diálogo conosco, revelando-nos o seu mistério. Para realizar seu plano de salvação, escolheu um povo, o povo de Israel, como destinatário de sua Palavra. Antes disso, Ele já estava se revelando e as religiões mais antigas da humanidade provam que o ser humano percebia a presença de Deus e a celebrava através de ritos e símbolos. Desde que houve o ser humano, portanto, ele se percebeu envolvido por um mistério maior do que ele, o mistério da sua própria origem, que chamamos Deus. Mas Deus quis revelar seu plano de salvação através de um povo, o povo de Israel. Ele se manifestou nos eventos históricos desse povo. Arrancou-o da escravidão do Egito, acompanhou-o através do deserto, fez com ele uma Aliança, deu-lhe uma lei, uma terra, um rei. Aquele grupo desprezado e explorado pelas grandes potências da época, Deus escolheu como seu povo. Esta escolha visava, no entanto, a humanidade toda. E os profetas anunciaram uma intervenção em vista de uma Aliança definitiva e insuperável. O clímax desta histórica acontece em Jesus Cristo, Filho de Deus no Espírito Santo, que estava junto do Pai desde toda a
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mistério de Deus eternidade e que foi enviado à humanidade como Revelador e Salvador. Deus sai de si na pessoa do Filho, cuja morte e ressurreição representam o ápice da revelação. Em Jesus, Deus salva e liberta a humanidade. Chama todos a entrar em comunhão com Ele em seu Filho Jesus, que, uma vez ressuscitado, envia, de junto do Pai, o Espírito Santo, para configurar os homens e as mulheres a Ele, fazendo-os participar de sua própria filiação divina. O que Jesus é por natureza, os homens se tornam por graça: filhos de Deus, filhos no Filho, portanto irmãos uns dos outros. Assim se cumpre o Reino de Deus que Jesus anunciou como profeta. Sua mensagem é clara: nele, por sua morte e ressurreição, todos se tornaram verdadeiros irmãos e devem viver em solidariedade ilimitada e desinteressada. Depois de Jesus sabemos que o amor é a textura do real. Quando nos amamos, realizamos o que Deus é em si mesmo, segundo o que manifestou em seu Filho: amor incondicional. “Eu sou a vida”, diz Jesus. A realidade finca nele suas raízes. Amar desinteressadamente Deus e os irmãos resume o destino último do ser humano. Os autores bíblicos, inspirados pelo Espírito Santo, consignaram por escrito a experiência fundamental da salvação e revelação de Deus, que começa no AT e termina no NT. “Deus, que inspirou os livros de um e de outro Testamento e é seu autor, sabiamente dispôs que o Novo estivesse escondido no Velho e o Velho se tornasse claro no Novo” (DV 16). A Bíblia é inspirada, não inventada. Ela contém as etapas da história da salvação de Deus até seu cume, o mistério pascal de Cristo, com o envio do Espírito Santo. Os primeiros cristãos reconheceram nos livros sagrados o essencial de sua experiência de Deus em Cristo e os canonizaram, tornando-os a norma para a vida da Igreja e do cristão. A Igreja crê que a Bíblia transmite a verdade para nossa salvação, a Palavra que Deus nos dirigiu, instruindo-nos sobre o seu mistério e comunicando-nos a graça de poder participar dele. Neste sentido, a Bíblia não erra, mas transmite a verdade mais preciosa para o ser humano: sua vocação à comunhão com Deus em Cristo. Há vários métodos de estudo da Bíblia. Alguns privilegiam os autores sagrados e seus contextos; outros, os leitores, e há, ainda, os que se dedicam ao significado que o texto vai adquirindo ao longo da história da Igreja. Como a Bíblia nasceu dentro de uma tradição, só pode
ser verdadeiramente compreendida dentro dessa tradição. Seu sentido só emerge quando é lida “na Igreja”. Ora, se ela nasceu dentro da tradição dos primeiros seguidores de Jesus, é neste contexto que necessita ser lida e assimilada. A referência para uma leitura correta da Bíblia se encontra, portanto, no Magistério da Igreja, os bispos com o Papa, nos estudos bíblicos feitos pelos teólogos e na vida do povo que faz hoje a experiência daquela revelação fundamental de Deus em Jesus Cristo. Só sabemos que nossa vida cristã é verdadeira se estiver de acordo com o que a Bíblia afirma. Evidentemente, o que ela afirma vai sendo atualizado ao longo da história, num processo contínuo de interpretação, que leva em consideração os problemas atuais da humanidade e dialoga com as ciências modernas. Do ponto de vista da reflexão pessoal, a leitura orante se mostra um excelente método de leitura da Bíblia. Nele, o cristão, inspirado pelo Espírito Santo, que também inspirou a Bíblia, mesmo sem a ter estudado a fundo, pode chegar ao essencial de sua mensagem e fazer uma profunda experiência de Jesus Cristo. O Espírito conduz o orante ao mistério que está por trás das Palavras, ou seja, ao próprio mistério de Deus que se comunica em verdade e graça fazendo-nos participar de sua vida divina. O texto quer comunicar uma realidade que vai além dele mesmo: a salvação de Jesus Cristo. A Palavra de Deus quer nos introduzir no próprio mistério de Deus revelado em seu Filho. Mas o orante não descarta a interpretação que a Igreja faz da Bíblia. Só na Igreja sua oração da Bíblia ganha consistência e profundidade. E o fruto mais saboroso da leitura orante da Bíblia é a transformação da própria vida, que o Espírito configura sempre mais a Cristo, levando o orante a assumir a tarefa da construção do Reino de Deus, feito de amor, paz, justiça e fraternidade.
Pe. Paulo Sérgio Carrara, C.Ss.R Missionário Redentorista Belo Horizonte/MG
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omo vai o seu português?
SIGNIFICADO DO HINO NACIONAL
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omo prometido no artigo anterior, continuamos a explicação do Hino Nacional Brasileiro.
Gigante pela própria natureza, és belo, és forte, impávido colosso. E o teu futuro espelha essa grandeza. Com mais de 8.500.000 Km² o Brasil é naturalmente gigantesco. És belo, és forte, impávido significa sem medo, corajoso. Colosso é algo de tamanho muito grande. Então: Tu, Brasil, és belo, forte e, graças ao tamanho imenso que a natureza te deu, não tens medo de nada. Além disso, tua grandeza vai se revelar no futuro.
Terra adorada, entre outras mil, és tu Brasil, ó pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil!
“à luz do céu profundo”, isto é, ensolarado. O “sol do Novo Mundo” (América) coloca o Brasil mais uma vez como uma nação jovem e promissora.
Na ordem natural: Brasil, tu és nossa terra adorada e te escolhemos entre outras mil terras, tu és nossa pátria amada, mãe gentil (carinhosa) dos filhos deste solo (de nós, brasileiros).
Do que a terra mais garrida, teus risonhos lindos campos têm mais flores. Nossos bosques têm mais vida, nossa vida no teu seio, mais amores.
Deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo. Fulguras, ó Brasil, florão da América, iluminado ao sol do Novo Mundo!
Garrida é colorida, alegre, vistosa. Teus risonhos lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa. Nossos bosques têm mais beleza e vitalidade. Nossa vida, em teu seio (dentro de ti, Brasil) tem mais amores (nós, brasileiros somos capazes de amar).
As montanhas, as matas toda a natureza formam a imagem de um berço. Esplêndido é maravilhoso. Fulgurar é brilhar. Florão é uma decoração bonita em forma de flor. “Ao som do mar”, porque temos um litoral vasto, com belíssimas praias e
Ó Pátria amada, idolatrada. Salve! Salve! Idolatrar é transformar algo ou alguém em ídolo, como se costuma fazer com artistas de modo geral. Salve é uma saudação. Saudamos você, Brasil, terra querida!
Até a próxima edição, com a conclusão do Hino Nacional.
“Obra feita pela mão do artesão merece louvor, o chefe do povo deve ser sábio em seus discursos.”
Elisabet M. M. Bonafini Psicomotricidade / Inglês Português
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ILUSTRAÇÕES: FREEPIK.COM
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olenidade
Exaltação da Santa Cruz “E quem não toma sua cruz e não segue após mim não é digno de mim”
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o dia 14 de setembro celebramos na Igreja Católica a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A cruz, que nos reporta aos momentos de dor, sofrimento, angústia, morte e ressurreição de Jesus. Antes de abraçar definitivamente a cruz, em direção ao calvário, Jesus falou aos seus discípulos várias vezes sobre ela. Por exemplo: “E quem não toma sua cruz e não segue após mim não é digno de mim” (Mt 10,38). Jesus não somente diz que é preciso tomar a cruz; Ele mesmo o faz. A expressão “tomar a cruz” indica sua importância para o cristão. Negar a cruz é negar a Palavra, o ensinamento, a coragem e a decisão de Jesus. Quem nega a cruz vive segundo a lógica do mundo, não conforme as premissas divinas. Cruz é missão. Dizer que precisamos carregar a cruz é, na verdade, assumir a missão do cristão. Muitos se referem à cruz como castigo e se esquecem de que a ressurreição somente aconteceu porque Jesus passou pela cruz. A missão de Jesus o fez passar pela morte e ressuscitar. A cruz faz-nos conhecer o comprimento, a largura, a altura e a profundidade do amor de Deus pela humanidade, como diz São Paulo na Carta aos Efésios (cf. Ef 3, 18). Por muitas vezes, enfrentamos a cruz, no momento da doença ou da morte de um amigo ou parente, nas dificuldades que a vida nos apresenta, etc. Todo cristão sabe que Deus não deixa ninguém na cruz, mas ressuscita. São Paulo descobre a relação íntima entre Cruz e ressurreição. Compreende que a cruz é fundamental na fé cristã. A cruz e a ressurreição sempre se encontram. Mesmo que pareça existir somente dor, sofrimento e derrota, o cristão sabe que Deus o retira dos braços da cruz e o resgata com seu amor misericordioso. O caminho da cruz não é fácil, pois é o caminho da renúncia. A renúncia das tentações. A renúncia em fazer coisas ruins. A renúncia ao mal. Esse foi o caminho de Jesus. Somos convidados a seguir o caminho da cruz e renunciar a tudo aquilo que não ajuda o mundo a ser melhor.
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entro redentorista de ação social
MAIS INFORMAÇÕES: Centro Redentorista de Ação Social Rua Amâncio Moro, 135 - (41) 3352-6216 centroredentorista@gmail.com
Doe alimentos diretamente no CRAS
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sso mesmo. Você que deseja fazer doações, o Santuário possui dois pontos autorizados e adequados para receber: o CRAS, que fica na Rua Amâncio Moro, 135, bem próximo ao Santuário, e a Secretaria do Santuário, que fica na Rua Ivo Leão, 80, na lateral da Igreja. Isso por que muitas vezes somos interpelados na rua, no trânsito, no semáforo, e até na Praça do Santuário, com irmãos pedindo ajuda em dinheiro ou alimentos. Nestas horas nosso coração fala alto e queremos ajudar.
A exemplo do que disse um dia Santo Afonso Maria de Ligório - o fundador dos Missionários Redentoristas, doutor da Igreja, homem piedoso e caridoso: “Não basta fazer boas obras, é preciso fazê-las bem”, o trabalho social aqui no Santuário foi se aprimorando, chegando à realidade que temos hoje:
* Comunidade Terapêutica para Dependentes Químicos Perpétuo Socorro * Atendimento com Assistente Social * Doação de alimentos (180 famílias e 30 instituições/ 6 toneladas/mês)
E realmente devemos ajudar, é isso que Jesus no ensina. Mas de uma maneira organizada e segura, que conduza a pessoa necessitada a uma vida melhor, e não apenas para nos trazer um sentimento de “consciência tranquila”. A verdadeira caridade ajuda o conjunto da pessoa, e não só o momento. Uma ajuda sem planejamento pode inclusive prejudicar ainda mais a pessoa necessitada, fazendo-a permanecer na rua. Justamente para realizar uma ajuda completa e organizada é que o Centro Redentorista de Ação Social existe. O CRAS administra as doações, faz o cadastro e acompanha as famílias, e através de uma rede de entidades caritativas promove a pessoa como um todo, encaminhando para lares, buscando sua família, tratando a dependência química e resgatando a dignidade humana. Por este motivo pedimos: não doe alimentos ou dinheiro na rua ou na praça do Santuário, mas confie ao CRAS a sua doação. Desta forma tenha a certeza de que sua caridade será efetiva e promoverá o ser humano em seu corpo, alma e mente.
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Mãe amável de O Centro Redentorista Ação Social oferece ra formação e apoio pa o jet Pro o com s, gestante e Mãe Amável. Informe-s no Centro ou pelo 16. telefone 41 3352-62
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* Orientação Jurídica * Balcão de empregos * Ação de Natal ‘Árvore da Solidariedade’ * Bazar Beneficente * Informática básica * Inglês *Violão * Reforço Escolar e terapia em grupo para pais dos alunos * Escola de Pais do Brasil * Grupo Alfabetização de Adultos * Artesanato (tricô, crochê, pintura em tela, bijuterias, patchwork) * Atendimento psicológico * Fonoaudiologia * Educação Nutricional * Estimulação Cognitiva para Idosos (em grupo) * Acupuntura * Grupo Amor Exigente * Grupo de Ajuda na Depressão * Grupo de Autoestima para Mulheres * Grupo Mãe Amável * Alcoólicos Anônimos * Grupo de Terapia Comunitária com psicólogo * Serviço de Escuta * Oficinas de Oração e Vida
Conheça mais sobre as obras sociais do Santuário
www.perpetuosocorro.org.br
SERVIÇO: * Centro Redentorista de Ação Social (CRAS): Rua Amâncio Moro, 135/ Alto da Glória/ Curitiba-PR/ (41) 3352-6216/ centroredentorista@gmail.com. * Comunidade Terapêutica Perpétuo Socorro: (41) 3352-6216 (CRAS) * Bazar Beneficente de roupas usadas: Toda quarta, das 8 às 17 horas, no Estádio Couto Pereira, ao lado da loja oficial do Clube. Informações no CRAS. * Projeto Perpetóleo: (41) 3253-2031 * Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro/Missionários Redentoristas: (41) 3253-2031/ secretariaperpetuo@hotmail.com
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apo com a psicóloga
Transtorno de Personalidade (Parte 3)
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ontinuamos o assunto, já abordado nas últimas duas edições, a partir da pergunta de Ivan e Jurema*.
Os transtornos de personalidade do grupo B são os classificados como transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares. Os indivíduos que pertencem a este grupo são chamados pelo senso comum de problemáticos, pois seus comportamentos são facilmente observados por aqueles que se relacionam de perto com eles. Apresentam características como a manipulação, rebeldia, impulsividade, intolerância, tendência a desobedecer regras e rotinas, irritabilidade e inconstância. Esses sintomas geralmente atingem muito mais as pessoas ao redor do que o próprio indivíduo, que não se reconhece e nem assume estas características. 1. Transtorno de Personalidade antissocial: é um padrão invasivo do comportamento que consiste no desrespeito e violação dos direitos dos outros, tendo início na infância ou adolescência e persistindo na idade adulta. Não se deve fazer diagnóstico antes dos 18 anos e o indivíduo deve apresentar pelo menos três dos seguintes critérios: 1- Fracasso em aceitar as normas legais. 2- Repetidas detenções. 3- Mentir e enganar repetidamente para obter vantagens pessoais ou prazer. 4- Impulsividade e fracasso para planejar o futuro. 5- Irritabilidade e agressividade. 6- Irresponsabilidade total em relação a sua segurança ou a alheia. 7- Repetido insucesso no trabalho e em honrar finanças. 8- Ausência de remorso. 9- Apresentar tendências anteriores de transtorno de conduta. 2. Transtorno de Personalidade Limítrofe: também chamado Boderline e emocionalmente instável, tem como características principais a impulsividade e instabilidade de afetos nos relacionamentos e na autoimagem. Há sintomas ainda como medo, raiva, irritabilidade e comportamentos como automutilação e ideias suicidas. 3. Transtorno de Personalidade Histriônica: indivíduos com padrão emocional exagerado, necessidade de chamar a atenção, comportamento sedutor. São dramáticos, manipuladores, egocêntricos, provocativos sexualmente, facilmente influenciáveis. Apresentam falta de concentração em textos longos, desprezo para diagnóstico e teoria em julgar-se são. Excessiva preocupação com vestimentas, acessórios e aparência física. Inconformismo com fim de relacionamento. 4. Transtorno de Personalidade Narcisista: apresenta preocupação obsessiva com a opinião alheia e de como é visto
pelo outro. Comportamento extremamente centrado em si, pouca empatia e expectativa de reconhecimento mesmo com atributos ausentes. Atitudes arrogantes, obsessão por fantasia de poder, beleza, genialidade ou riqueza. Exigência de tratamento especial sem fundamento. Acham-se melhores que os outros e não aceitam críticas. Autoestima frágil e tentam compensar esta fragilidade atacando os outros. Na próxima edição falaremos sobre o grupo C.
Leitor se você tem alguma questão ou dúvida em relação à área da psicologia, escreva-nos através do e-mail: psicosouza@hotmail.com Marineide Coelho Martins de Souza Psicóloga Clínica | voluntária no CRAS
* Nosso filho de 22 anos vem apresentando sintomas de isolamento total, falta de motivação, de expressão de sentimentos, de prostração e indiferença. Não sai do quarto, não quer ver ninguém, tem medo de tudo, às vezes troca o dia pela noite. Pensamos que era depressão, mas foi levantada a hipótese de Transtorno de Personalidade. Estamos aflitos, pois não entendemos bem este diagnóstico. Do que se trata exatamente? Ivan e Jurema, Curitiba
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evoção
A espiritualidade do Ícone do Perpétuo Socorro
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o ícone da Mãe do Perpétuo Socorro contemplamos o rosto de Maria. Sua boca pequena e fechada quer dizer: Ela “guarda todas as coisas em seu coração”. É uma mulher de contemplação do amor de Deus. Parte da orelha direita de Maria está discretamente exposta, o que representa a mulher que buscava ouvir e cumprir a vontade do Pai: “Eis aqui a serva do Senhor”. Os olhos de Maria não estão voltados para seu filho Jesus, mas estão olhando diretamente para nós, seus filhos e filhas. Maria nunca afasta de nós o seu olhar; ela está sempre pronta a interceder por nós diante de Deus, como ela fez nas bodas de Caná: “Eles não têm vinho”. O filho está apoiado numa das mãos de Maria, significando que ela sempre apoia todos os seus filhos e filhas. É Maria demonstrando para todos nós o seu amor maternal. É a Mãe que nunca nos abandona. É Mãe de Perpétuo Socorro. O Ícone revela que Jesus está assustado pela visão dos anjos, corre para sua mãe e agarra suas mãos. Significa que Maria é
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aquela que acolhe seus filhos nos momentos de medo, nas tentações e desânimos. Vemos no ícone que há um espaço onde colocar mais outra mão na mão de Maria; por isso, a mão dela está aberta. Mas por que Cristo ficou assustado? Porque o anjo Gabriel carrega a cruz e os pregos da Paixão; e o anjo Miguel apresenta-lhe a esponja com vinagre e a lança que vai transpassar seu coração. Assim, os dois anjos mostram a Jesus os sinais do seu futuro sofrimento na Paixão. Apesar disso, ele conta com a ajuda de sua Mãe, a qual sussurra em seus ouvidos: “O dia em que isto vai acontecer, eu estarei com você ao pé da cruz”. É a mesma promessa feita para nós. Em qualquer sofrimento, Maria pede que coloquemos nossas mãos nas suas, e ela nos consola. Que Maria, pela representação do seu Ícone, nos ajude a contemplar Deus, nosso Pai, e a Jesus, o Filho amado. Mãe do Perpétuo Socorro, rogai por nós! Pe. Lourenço Kearns, C.Ss.R | Missionário Redentorista
amília
O amor supera qualquer vazio
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Serviço de Animação Vocacional (SAV) deste Santuário foi até o Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em agosto para promover uma ação vocacional conjunta entre Irmãs Beneditinas da Divina Providência e Missionários Redentoristas. Na programação estava também a divulgação do livro que conta a história de Matheus Pereira. Esse livro tem tocado a vida de pessoas e de muitas famílias, através de um conteúdo simples e espiritualmente valioso. Por meio do livro, podemos definir o Matheus como uma pessoa sonhadora, amiga, humilde, simpática e profundamente espiritual. Ele viveu parte de sua vida sofrendo com uma doença rara, que para ele servia como santificação. Ele fez parte do grupo dos coroinhas deste Santuário e cativava a todos com sua simpli-
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cidade e amor ao serviço pastoral. Matheus faleceu no primeiro semestre de 2013, devido a complicações em sua doença, mas a sua história não parou. Ele deixou uma riqueza em escritos, que foram encontrados pela sua família, logo após a sua partida. Consciente das verdades que ele escreveu, a família viu nos escritos uma possibilidade missionária e buscou os Missionários Redentoristas para que fizessem tais escritos conhecidos. Foi então que surgiu o livro “No Colo de Maria, Mãe de Deus”. Com a publicação desta obra, essa família dá um grande testemunho de fé, esperança em Deus e amor ao Reino de Deus, pois não ficou presa em sua dor pela morte prematura do filho, mas conseguiu enxergar na história de vida do filho uma oportunidade de evangelizar.
Se você ainda não teve contato com esta obra, procure na loja do Santuário, ou ligue para (41) 3363-7427. Divulgue também para seus amigos, familiares. Esse livro nos ajuda a encontrar palavras sábias e de conforto para superar as dificuldades de doenças ou de morte. Boa leitura a todos! Ana Rocha | Serviço de Animação Vocacional
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ergunte ao padre
MATRIMÔNIO E A EUCARISTIA “Olá! Gostaria muito de ler na RPS sobre o divórcio, pois sou divorciada do meu primeiro marido, tendo sido casada com ele no civil e no religioso. Ficamos casados por nove anos. Tivemos um filho, mas começaram as brigas e até mesmo algumas agressões físicas. Por isso resolvemos nos separar e depois nos divorciar. Sou muito religiosa, mais tenho dúvidas sobre por que uma pessoa divorciada não pode receber a Eucaristia, se Jesus disse: “Comei e bebei todos vós. Este é o meu Corpo, que será entregue por vós”. Ficarei grata se o assunto for abordado na revista.” Adriana Ribeiro Dias, Curitiba/PR
“Quero sugerir o seguinte tema: “Casais que não vivem em matrimônio”. Não sou casada no civil, nem no religioso, mas estamos juntos há sete anos e tenho uma filha de 4 anos. Incomodome com a situação, pois frequento a Novena e as Missas no Santuário sem comungar. Isso me deixa triste.” Rosilene Monteiro da Silva, Boa Vista/Curitiba
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rezadas Adriana e Rosilene, suas perguntas tratam de um tema comum: o Matrimônio e a Eucaristia. No entanto, apresentam situações diferentes. A Adriana relata uma experiência de divórcio e a Rosilene afirma não ser casada na Igreja. Vamos à primeira questão. É preciso dizer que o divórcio não impede a pessoa cristã de comungar, de acordo com a lei da Igreja. O problema, segundo o Direito Canônico, é o recasamento ou a segunda união. Portanto, se você está separada, mas permanece sem uma nova união conjugal, tem o direito de comungar. Quero ressaltar também que o ato de comungar é uma decisão pessoal. O padre (ou qualquer ministro) não tem o direito de tomar essa decisão no lugar da pessoa. Examinando a sua consciência cristã o fiel deve fazer a opção pela comunhão de maneira consciente, com liberdade e autonomia. A lei da Igreja supõe o maior de todos os mandamentos: a caridade! A Igreja também está preocupada com os casais em segunda união, para que não se sintam excluídos dos sacramentos. O papa Francisco inúmeras vezes pediu que esses casais sejam acolhidos nas paróquias e comunidades cristãs. Eles devem ter uma nova oportunidade, uma chance de recomeçar. Quanto ao questionamento da Rosilene, entendo que a situação é mais simples. Você e seu companheiro podem regularizar a situação através do matrimônio. Procure informações sobre o casamento na paróquia de vocês. Marquem uma conversa com o padre. Regularizar essa situação só depende da decisão do casal.
@ Participe!
Mande sua pergunta: perpetuosocorroimprensa@uol.com.br
Pe. Rodrigo Augusto, C.Ss.R. | Missionário Redentorista
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promoção
VOCE É QUEM FAZ SOFRIMENTO “Gostaria de ler sobre a enfermidade humana ou sofrimento de qualquer gênero (família, marido, filhos etc.). Seja qual for, eleva o espírito à santidade e livra do purgatório.”
Em setembro, concorra a duas Bíblias!
Silmara Nascimento da Rosa, São Francisco do Sul/SC
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o mês de setembro, Mês da Bíblia, você que nos enviar sugestões concorre a duas Bíblias. Que a Palavra de Deus guie seus passos e ilumine seus dias, trazendo alegria e paz! Para você que contribui conosco enviando sugestões de temas, nosso muito obrigado. E para quem ainda não participou, veja como é fácil: 1. Responda a pergunta: “Qual tema você gostaria de ler na Revista Perpétuo Socorro?”; 2. Envie por e-mail para: perpetuosocorroimprensa@uol.com.br, com o assunto: Promoção Você é quem faz; 3. Inclua no e-mail seu nome, endereço completo e telefone, para receber a lembrança em sua casa. * Atenção leitores, as mensagens enviadas podem ser publicadas tanto neste espaço da Promoção, quanto na coluna “Espaço do leitor”, da página 2. Já os assuntos podem ser abordados nos artigos da RPS de maneira geral em diversas edições. Por isso fique atento!
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amília do devoto perpétuo
uma alegria ter você como parte da nossa querida Família do Devoto Perpétuo, pois nesta Família rezamos e evangelizamos juntos. E ao mesmo tempo, a Mãe do Perpétuo Socorro continua derramando as bênçãos a seus devotos que buscam viver a vida cristã. Neste setembro, mês da Bíblia, pedimos sua ajuda, pois ela mantém os nossos trabalhos de evangelização e neste mês queremos adquirir Bíblias para serem enviadas a lugares onde pessoas não podem comprá-las. Que a Mãe do Perpétuo Socorro abençoe você! Rezarei neste mês da Bíblia para que a Palavra de Deus toque cada dia em seu coração e dê força a você para discernir e enfrentar os desafios da vida. São tantos desafios, no entanto com a força da Palavra de Deus vamos superando as dificuldades. Com a graça de Deus temos força e sabedoria em nosso dia a dia. Mãe do Perpétuo Socorro abençoe você e sua família!
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Pe. Joaquim Parron, C.Ss.R. | Provincial dos Redentoristas no PR e MS Campanha Família do Devoto Perpétuo | www.redentoristas.org.br
Faça parte da nossa família, torne-se um Devoto Perpétuo! Ligue: 41
3363 7427 |
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Eliana da Silva de Oliveira, Ribeirão Claro/PR
OS VENCEDORES DO MÊS DE AGOSTO FORAM: Livro “No Colo de Maria, Mãe de Deus”: Silmara Nascimento da Rosa – São Francisco do Sul/SC Livro de Santo Afonso de Ligório: Antonio Cartacho/Curitiba
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arta de agradecimento
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VAMOS DOAR BÍBLIAS
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PROMESSA “Olá, gostaria de ler sobre ‘promessas para se alcançar uma graça’. Obrigada.”
devotoperpetuo@gmail.com
enhores Missionários Redentoristas e queridos devotos: Somos muito devotos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e de uns anos para cá só temos a agradecer as graças alcançadas. Estamos casados há vinte anos e já passamos por grandes provações, mas Nossa Senhora sempre esteve ao nosso lado nos amparando. E o que era sonho em nossa vida acabou se tornando realidade. No começo deste ano conseguimos comprar nossa própria casa e falta pouco para irmos morar nela. Porém, um mês atrás, em um exame de rotina, meu marido descobriu que tinha um câncer no intestino. Imediatamente, recorri à minha querida Mãezinha. Foram dois dias muito difíceis, mas, quando voltamos ao consultório, o médico disse que não seria necessária cirurgia porque era muito pequeno o tumor e já tinha sido retirado no próprio exame feito. Dois dos médicos nos disseram que meu esposo teve muita sorte, mas eu afirmo que foi muita fé e a bondosa intercessão de nossa Mãezinha. Mais uma vez, muito obrigada Mãe querida!
Um casal eternamente agradecido
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bra social
Exercitando o corpo, contemplando a VIDA
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x-jogador de futebol e hoje estudante de Educação Física, o voluntário Ivo Ricardo de Sá, o Pepo, junto com o voluntário Carlos Staes (Carlinhos), membro da pastoral da acolhida deste Santuário, realizam há um ano o projeto Exercitando o Corpo na Comunidade Terapêutica Perpétuo Socorro, uma proposta que engloba fé e esporte. O foco deste trabalho está em conscientizar que em primeiro lugar somos Filhos de Deus e templos do Espírito Santo, conta Pepo, e que através de uma atividade física praticada regularmente os residentes estão cuidando de sua saúde, e adquirindo melhor qualidade de vida. “Mais do que realizar um serviço voluntário na Comunidade, Deus nos concede a graça de aprender e partilhar com as histórias de vida de cada um que hoje se encontra em recuperação, buscando uma nova vida”, contam Pepo e Carlinhos. A Palavra de Deus é a ferramenta mais importante usada nos dias de treinos. É através dela que os voluntários partilham com os residentes a importância da valorização da vida, o cuidado diário com seu corpo e a busca de uma recuperação verdadeira e santificada. Cada um de nós somos imagem e semelhança de Deus, e é aí que entra nossa responsabilidade de cuidar desse templo sagrado onde Ele habita e se faz morada com a nossa permissão. Valorize seu corpo e respeite suas limitações, exercite sua mente para que Deus possa lhe dar a graça de uma vida saudável e cheia de paz! Ana Rocha | Núcleo Social
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Vem aí a 2ª Feira de Conscientização Ambiental
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o dia 24 deste mês o Santuário realizará a 2ª Feira de Conscientização Ambiental, com início às 8 horas. Várias instituições que desenvolvem trabalhos de reciclagem e sustentabilidade irão expor seus resultados e produtos, partilhando suas ideias sobre o que fazer com tanto lixo produzido diariamente, trazendo soluções que preservam e geram renda. Na feira você terá a oportunidade de adquirir produtos feitos de garrafas pet, fibra de papel, bambu e outros. São inúmeras as inovações, além de orientação e conscientização para uma séria coleta seletiva.
A escola Municipal Antonio José de Carvalho, de Campina Grande do Sul, sob a Coordenação da Diretora Jeniffer, recebeu o Padre Primo Hipólito, reitor do Santuário, e a equipe do Perpetóleo no dia 16 de agosto, para um breve bate papo com os alunos, pais e professores. Foi uma tarde bastante produtiva, quando todos se comprometeram a colaborar com a direção da escola na coleta do óleo de cozinha usado. A atitude desta escola é louvável, pelo exemplo e empenho de todos por uma questão muitas das vezes esquecida e pouco incentivada. Também no
mês de agosto os professores e as turminhas envolvidas no projeto, visitaram a Comunidade Terapêutica Perpétuo Socorro para dependentes químicos. Os residentes ficaram muito agradecidos pela visita, e emocionados com o depoimentos de incentivo das crianças, que com certeza os ajudará no tratamento. Que Deus abençoe nossos projetos e que Maria nossa Mãe esteja sempre nos acolhendo em seu colo. Ana Rocha | Núcleo Perpetóleo
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olhinha
alavra do papa
PORQUE LER É IMPORTANTE
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UERIDAS CRIANÇAS! VOCÊS GOSTAM DE LER? SABEM POR QUE LER É IMPORTANTE? PORQUE OS BONS LIVROS
CONTAM HISTÓRIAS QUE TRANSMITEM CONHECIMENTO
E CULTURA. OS LIVROS TRAZEM O QUE É IMPORTANTE PARA OS POVOS COMO SEUS COSTUMES, MÚSICAS, HISTÓRIA. TAMBÉM SÃO GARANTIA DE QUE NOSSA HISTÓRIA NÃO SERÁ ESQUECIDA. AO LER UM BOM LIVRO VOCÊ EXERCITA O CÉREBRO, PORQUE UMA HISTÓRIA NOS FAZ IMAGINAR, E QUANDO ISSO ACONTECE NOSSA MENTE FAZ DIVERSAS CONEXÕES COM TODAS AS MEMÓRIAS, TODO O CONHECIMENTO QUE TEMOS, UTILIZANDO E ATIVANDO QUASE TODAS AS PARTES DO CÉREBRO. DIZEM QUE QUEM LE VIVE MAIS. MAS ATENÇÃO CRIANÇAS! ASSIM COMO TODAS AS BOAS INVENÇÕES, OS LIVROS TAMBÉM PODEM SER RUINS. NEM TODOS OS LIVROS SÃO BONS. ESCOLHA BEM E PEÇA AJUDA A SEUS PAIS PARA FAZER ISSO.
UM LIVRO MUITO BOM É A BÍBLIA. ESTE NÃO É UM LIVRO QUALQUER, MAS SIM UM LIVRO MUITO ESPECIAL, POIS NÓS CRISTÃOS O CONSIDERAMOS SAGRADO POR ACREDITAR QUE
O Espírito sopra onde quer
O “O
Espírito sopra onde quer”, diz Jesus na sua conversa com Nicodemos (Jo 3,8). Não podemos pois traçar, no plano doutrinal e prático, normas restritas no que respeita à intervenção do Espírito Santo na vida dos homens. Ele pode manifestar-Se nas formas mais livres e mais inesperadas: “Ele brinca sobre a superfície da terra” (Prov 8,31). […]. Mas, para aqueles que querem captar as ondas sobrenaturais do Espírito Santo, há uma regra, uma exigência que é habitualmente imposta: a vida interior. É dentro da alma que se dá o encontro com este hóspede inexprimível, “doce hóspede da alma”, como diz o maravilhoso hino litúrgico de Pentecostes. O homem torna-se “templo do Espírito Santo”, rediz São Paulo (1Cor 3,16; 6,19). O homem de hoje, e também o cristão, incluindo aqueles que são consagrados a Deus, tende a secularizar-se. Mas não pode, não deve nunca esquecer esta exigência básica da vida interior, se quer que a sua vida continue a ser cristã e animada pelo Espírito Santo. O Pentecostes foi precedido por uma novena de recolhimento e de oração. O silêncio interior é necessário para escutar a palavra de Deus, para sentir sua presença, para ouvir o chamamento de Deus. Hoje, o nosso espírito está muito voltado para o exterior […]; não sabemos meditar, não sabemos orar; não sabemos silenciar todo o barulho que fazem em nós os interesses externos, as imagens, as disposições de ânimo. Não há no coração um espaço tranquilo e sagrado para a chama do Pentecostes. […]. A conclusão é óbvia: temos de dar à vida interior o seu lugar próprio no programa da nossa vida, um lugar privilegiado, silencioso, puro; temos de nos reencontrar para que o Espírito vivificante e santificante possa habitar em nós.
NELE ESTÁ ESCRITA A PALAVRA DE DEUS. APROVEITE O MÊS DA BÍBLIA, LEIA BONS LIVROS E LEIA A BÍBLIA COM SUA FAMÍLIA!
Paulo VI (1897-1978), papa Audiência Geral de 17/05/1972
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22 . revista Perpétuo Socorro . set/2014
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