Província C ampo Grande 25anos (1989-2014) Congregação do Santíssimo Redentor
Horizonte de Esperança e Missão
(1989-2014)
ferecemos este trabalho memorial, que fala um pouco da história dos 25 anos como Província Campo Grande a todos vocês: confrades, amigos e irmãos em Cristo nosso Senhor. Elaboramos pequenos relatos sobre como essa obra missionária começou, como as coisas foram acontecendo e crescendo e como o trabalho continua sendo realizado agora, bem como as esperanças que temos para o futuro. O que iremos apresentar aqui não é um relato histórico e detalhado de todos os episódios que nortearam a caminhada desta Província. Também não queremos dar um grito triunfal, como se a grande batalha missionária já estivesse vencida. Longe disso, queremos apenas expressar nosso humilde ato de gratidão ao Senhor Deus pelas graças missionárias que Ele concedeu a esta Província realizar nesses 25 anos de missão. Não temos dúvidas que Deus quis se fazer presente através de cada confrade ou pessoa que ajudou a levar essa obra adiante, chegando ao que ela é hoje. O Espírito de Deus agiu em nós e em todos, por isso O louvamos por esses anos. Convidamos a todos para se unirem conosco nesse ato de gratidão. Queríamos citar todos os nomes, mas isso seria impossível, pois o número de pessoas que estiveram nessa caminhada é imenso. A todos os que já se foram, a nossa eterna gratidão e por eles a nossa prece fervorosa. A todos os que ainda seguem neste caminho, a nossa grande generosidade. Pedimos a Deus para que nos conceda a escrever juntos, e ainda por muitos anos, muitas outras páginas dessa história. Que o nome de todos sejam escritos em letras de ouro no livro da vida. Missionários Redentoristas
04.Carta do Superior Geral 05.Superior provincial 06.História 08-11.Ex-provinciais 12.Paróquias e Santuários 14-15.A missão hoje 16.Atualidade 17.Formação 18.Comunidades Irmãs 19.Teologia Moral 20.Juventude Redentorista 03.Origem
21.Economia/Comunicação
22.Obra Social
28.Religiosidade Popular
24-27.Perspectivas
30.Perspectivas 31.Endereços da Província
P rovíncia Campo Grande Congregação do Santíssimo Redentor
Gratidão O
25anos
Editorial
Expediente Publicação comemorativa dos 25 anos da Província Campo Grande, de responsabilidade da Província Campo Grande, sob a coordenação de Padre Gelson Luiz Mikuska e Assessoria de Comunicação. Provincial: Padre Joaquim Parron. Jornalista responsável: Ana Paula Rodrigues Ferreira - MTB 4198/17/38. Projeto Grá co e diagramação: Identidade Design/ Amanda Ma oletti - iddesign@onda.com.br. Impressão: Nova Grá ca. Tiragem: 10.000 exemplares. Fotos: Assessoria de Comunicação e colaboradores. www.redentoristas.org.br
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Origem
Obrigado
Baltimore
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Queremos externar nossa profunda gratidão e ação de graças ao Santíssimo Redentor e à Mãe do Perpétuo Socorro pela Província de Baltimore por esta Província Campo Grande. Deus agraciou o trabalho dos Missionários Redentoristas norte-americanos nestas terras do Brasil através da Província Campo Grande. Todas as vitórias, acertos e buscas que esta Unidade consegue são pelas graças de Deus. Tudo aconteceu porque muitos Missionários Redentoristas tiveram a coragem de partir dos Estados Unidos para evangelizar no Brasil. Que o bondoso Deus sempre abençoe a Província de Baltimore em seus trabalhos missionários junto às terras norte-americanas.
Província
Campo Grande
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Carta do Superior Geral Roma, 14 de abril de 2014. À Família Redentorista presente na Província Campo Grande
Queridos irmãos e irmãs, Por ocasião do jubileu de prata da criação da Província Campo Grande (...) dou graças ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo pelos feitos do passado, pela perseverança no presente e pela esperança no futuro. A vida da Província tem início quando, em 23 de novembro de 1929, os confrades Francisco Mohr e Afonso Hild partiram de Nova York rumo ao Brasil para evangelizar em Aquidauana. (...) Tantos confrades foram testemunhas e missionários por meio da perseverança nessas atitudes e despertaram no coração de outros o desejo de seguir o Redentor em nossa Congregação... Celebramos o aniversário dos 25 anos de criação da Província de Campo Grande (...) seguindo as orientações do XXIV Capítulo Geral: “pregar o Evangelho de maneira sempre nova” (São Clemente), com esperança renovada, corações renovados e estruturas renovadas para missão. Com gratidão pelo passado, celebramos o presente e avancemos rumo ao futuro. Sei que haverão vários eventos para celebrar o jubileu, mas peço-lhes que não deixem de narrar a história da Província durante esses 25 anos. A
dinâmica da narração dos fatos da vida é importante para a transmissão de fé, porque os reconhecemos como história da salvação. (...) A herança espiritual de São João Nepomuceno Neumann se veri ca pela fundação de escolas paroquiais que nos recordam a mesma iniciativa desse santo confrade em sua época. Mas, além disso, o zelo apostólico de Neumann nos ensina que as
estruturas e as comunidades necessitam renovar-se constantemente para garantir um e caz ministério pastoral. Nossa Família Redentorista é chamada “a continuar a presença de Cristo e sua missão de redenção no mundo” (Const. 23), que continua a redimir a humanidade. Na missão do Redentor identi camos a importância de suas palavras e seus gestos para transmitir ao povo a Boa Notícia. Na nossa missão redentorista a Palavra é proclamada e acolhida nas diversas frentes de missão assumidas pelos confrades da Província... Agradecemos ao Senhor que nos faz uma comunidade memorial de sua presença de amor e serviço aos mais abandonados a ponto de sermos um sinal sacramental da redenção abundante... Nossa razão de ser na Igreja é a evangelização, mas essa vai além do exercício ministerial ordinário. É necessário que o cultivo de nossa identidade missionária redentorista passe pela convicção que somos religiosos consagrados à missão do Redentor. Assim, nossas atividades missionárias e obras sociais terão a marca de nossa consagração. Porém, o carisma e a espiritualidade redentorista não se restringem aos membros da Congregação, pois desde os primórdios de nossa história sempre partilhamos como o povo de Deus nossa maneira de seguir o Redentor sobretudo (...) aos leigos missionários e associados em nossa missão e, carinhosamente, recordo da Juventude Missionária Redentorista (JUMIRE).
Os Redentoristas da Província Campo Grande têm uma grande missão a realizar nas paróquias, nas missões populares, nos santuários, na pregação de retiros, na escrita, no magistério e nas obras sociais. Qualquer atividade desempenhada na Província expressa o nosso carisma missionário (...). O carinho maternal de Nossa Senhora sempre acompanhou a vida da Província. Portanto, a ação evangelizadora por meio da devoção mariana, tanto com as Novenas Perpétuas à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, quanto com Romaria de Nossa Senhora do Rocio, deve ocupar um lugar especial na ação pastoral (...). Quero, pois, saudar fraternalmente ao Pe. Joaquim Parron, Superior provincial, bem como aos membros do Conselho provincial e aos Superiores locais, que atualmente exercem o serviço de animação da Província. Estendo, ainda, minha saudação ao Pe. Lourenço Kearns, primeiro Superior provincial, e a todos os confrades que já exerceram serviço de animação como Superiores em algum dos mandatos e nas diversas comunidades durante a história provincial. Por m, quero afetuosamente parabenizar cada um em particular pelos 25 anos de criação da Província. (...) Que nossa boa
Mãe do Perpétuo Socorro lhes acompanhe para que tenham ânimo e perseverança na missão. Invoco a bênção da Santíssima Trindade sobre todos por intercessão de Santo Afonso, nosso Pai e de todos os santos e beatos redentoristas. Seu irmão no Redentor, Michael Brehl, C.Ss.R. | Superior Geral
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Superior provincial
Horizonte
de esperança
“... os desafios não são barreiras, mas sim motivação para que todos tenham um ardor para levar adiante o ‘sonho de Santo Afonso’.”
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s Missionários Redentoristas da Província Campo Grande buscam responder o chamado do Senhor Jesus no anúncio da Copiosa Redenção, de modo especial aos mais pobres. Nestes 25 anos muitos confrades doaram sua vida na proclamação do amor de Deus às pessoas. Nesta perspectiva conversamos com Padre Joaquim Parron, C.Ss.R., superior provincial.
decréscimo no número de confrades. No entanto, os desa os não são barreiras, mas sim motivação para que todos tenham um ardor para levar adiante o ‘sonho de Santo Afonso’. Qual mensagem você deixa nesta celebração dos 25 anos? Padre Parron: Os Redentoristas têm uma visão com horizonte de esperança. Nos últimos anos houve um aumento no número de jovens em nossos seminários e há uma tendência neste crescimento para os próximos anos. São jovens entusiasmados com a proposta de vidamissão em nossa Congregação. Também se percebe que os confrades jovens e os de mais idade, em sua maioria, buscam viver um dinamismo missionário constante. A devoção à Mãe do Perpétuo Socorro tem sido fortalecida em nossas comunidades e também há uma busca em viver o projeto da Igreja no Brasil, que é o conceito ‘comunidade de comunidades’ (rede de comunidades). Assim, quero convidar também os leigos para caminharem conosco na vivência da nossa espiritualidade e na edi cação do Reino de Deus.
Como está o caminhar da Província na atualidade? Padre Parron: A Congregação Redentorista está procurando novos meios e novas realidades para ‘anunciar o Evangelho de modo sempre novo’ (S. Clemente). E neste contexto a Província Campo Grande enfrenta os desa os do mundo contemporâneo, onde as realidades e os sujeitos estão em constante mudança. Nisto percebe-se que os confrades buscam ser éis ao chamado do Senhor e tornam realidade o ‘sonho de Santo Afonso’ de anunciar que em Cristo Jesus temos a redenção. São muitos serviços que realizamos à Igreja e à sociedade que vão desde os trabalhos missionários nas paróquias até a prevenção e recuperação de dependentes químicos. Quais são os principais desa os hoje? Padre Parron: Os Redentoristas são conhecidos na história por enfrentar grandes desa os, e por isto percebe-se que os desta Província estão em constante preparação, com a graça de Deus, para levar adiante os trabalhos missionários. Podemos destacar os desa os desde a mudança contínua na cultura até o
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História
Como tudo começou A Província Campo Grande nasceu no dia 12 de outubro de 1989, Festa da Padroeira do Brasil, a “Mãe Aparecida”. Ela germinou simples, discreta, ousada, inserida, popular, adentrando nos lares mais distantes como sempre foi.
Em 1935, a missão entrou no Paraguai, nas margens do Rio Apa, começando ali o trabalho missionário numa primeira paróquia. Mais tarde vieram as paróquias em Pedro Juan Caballero e Assunción. Nesse lugares, construíram clínicas, Escola Paroquial, carpintarias, trabalhos de couro e outros artesanatos. Em 1938 assumiram a paróquia Santo Antônio, que hoje é a Catedral de Campo Grande, e a paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, hoje chamado Santuário, por ter uma frequência muito grande de pessoas que procuram as novenas a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, todas as quartas-feiras. A missão também se estendeu para o Estado do Paraná e os redentoristas se instalaram nas paróquias dos municípios de Tibagi e Ponta Grossa. Na cidade de Ponta Grossa, em 1958, foi construído o seminário Santíssimo Redentor, com capacidade para 300 seminaristas. Em 1968, a cidade de Tibagi sediou o primeiro Noviciado da Unidade Redentorista Campo Grande. O trabalho com as paróquias continua, mas apareceram novos desa os, agora com a missão nos Santuários. O primeiro desa o foi o Santuário de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá e, mais tarde, o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Curitiba. Foi na cidade de Curitiba que esses redentoristas construíram o Seminário São Clemente, inaugurado em 1975, que acolhia jovens para os estudos de loso a e de teologia. Desde a década de 1960 já se con gurava nesta Unidade a Equipe das missões redentoristas. Com o passar do tempo a Equipe ganhou força e se tornou um dos carros chefes de vocações, pois pregavam
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oi em janeiro de 1930 que os primeiros dois Missionários Redentoristas, Padre Francisco Mohr e Padre Afonso Hild, chegaram dos Estados Unidos e começaram a missão em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, na Paróquia Imaculada Conceição. Três meses depois assumiram uma paróquia na cidade de Miranda e outra paróquia na cidade de Bela Vista. Três anos após, todas as três cidades já tinham escolas paroquiais e várias associações religiosas e, de modo especial, a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em Aquidauana e Miranda começaram o trabalho com os povos indígenas. As paróquias assumidas desse primeiro período eram territorialmente muito extensas e exigiam percorrer enormes distâncias para atender o povo que estava espiritualmente desamparado. Tudo era feito no lombo de animais, durante dias e dias, numa estafante jornada missionária. Após alguns tempo apareceu o jeep, mas durante as estações das chuvas muitos lugares cavam inacessíveis, e os missionários tinham que voltar para casa cavalgando um velho burro ou um cavalo.
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missões em quase todas as cidades do Paraná e Mato Grosso do Sul. Há, portanto, uma enorme diversidade de territórios e de trabalhos envolvendo os redentoristas dessa geração. Isso fez com que o trabalho desses redentoristas permanecesse vivo na memória do povo. Como o trabalho crescia era preciso dar um passo a mais, isto é, “caminhar com as próprias pernas”, sem a dependência da ajuda dos Estados Unidos. Esse passo seria tornar-se Província. Província Campo Grande A Província Campo Grande nasceu no dia 12 de outubro de 1989, Festa da Padroeira do Brasil, a “Mãe Aparecida”. Ela germinou simples, discreta, ousada, inserida, popular, adentrando nos lares mais distantes como sempre foi. O primeiro provincial eleito foi o Pe. Lourenço Kearns. O primeiro vigário provincial foi o padre Edson Ulanowicz e o primeiro conselheiro foi o Irmão Francisco Scholl. No tocante à vida comunitária, o elemento mais desa ador foi a diminuição do número de missionários nas comunidades. Era preciso repensar a formação e os instrumentos da promoção vocacional. Foram encaminhadas as discussões para os diretórios e estatutos de formação. Por isso, a primeira assembleia provincial assumiu como prioridade a Promoção Vocacional. Na área nanceira, o que preocupava eram as fontes de rendas, por isso era preciso rever os gastos, atentar para os investimentos e refazer os empreendimentos. Na área pastoral/missionária, a busca de novos modos de evangelizar levou à decisão em entregar algumas paróquias. Foram entregues as paróquias nas cidades de Tibagi, Bela Vista, Miranda, Catedral de Paranaguá, Antonina e Ponta Grossa. Resolve-se que era preciso mudar o estilo de formação e foram desativados o seminário Santíssimo Redentor, em Ponta Grossa, e São Clemente, em Curitiba. Começou uma nova frente missionária em Cuiabá, iniciada em 1989 e que terminou em 1992. Outra experiência inovadora foi o início da comunidade Nossa Senhora da Guia, em Campo Grande, no ano de 1993. Essa missão continua até hoje. Também o trabalho com indígenas, com CEBs, Movimento Sem Terra e carvoarias, que foram orientados para a busca dos Direitos Humanos contra a exclusão social e econômica. Mais tarde vieram as duas paróquias de Londrina (N. Sra. do Perpétuo Socorro e São Luiz Gonzaga) e a ajuda na missão do Suriname, onde atua hoje o Irmão Jorge Tarachuque. A Província Campo Grande tem buscado dar respostas concretas em sua missão, em coerência com a proposta de Santo Afonso e com as atitudes de Jesus, nos evangelhos. Há muitos desa os sendo enfrentados e que certamente aparecerão, mas os desa os não são barreiras, sim motivos para continuar o trabalho, sendo sempre éis ao carisma afonsiano neste mundo mudado e de constantes mudanças. Pe. Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R
Missionário Redentorista . Curitiba/PR
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Ex-provinciais
A transição
O líder redentorista na época da transição comenta os desafios administrativos, financeiros e culturais de se tornar uma província
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dmundo Twomey, vice-provincial de 1981 a 1989, veio trabalhar de Baltimore (EUA) para a então viceprovíncia Campo Grande em 1963. Na época, a viceprovíncia já tinha uma longa e bela história que começou em l930 e ia continuar até 12 de outubro de 1989, quando tornou-se a Província Campo Grande.
cia em português. Uma simples, mas signi cativa novidade, porque até então a língua o cial nas nossas comunidades, comunicações do superior, era o Inglês. Outro fato: Padre José May explorou o entusiasmo e experiência missionária de Padre Moacyr Bossay, nomeando-o como Promotor Vocacional. Estas foram algumas sementes que facilitaram a transição sem muita turbulência.
Você era o líder durante a transição de vice-província de Baltimore para Província Campo Grande. Houve algo especí co que tenha levado à criação de uma nova unidade redentorista autônoma? Edmundo: É natural que uma vice-província torne-se província. É como um lho que sabe que um dia vai deixar a casa dos pais para ter sua própria vida. Ninguém aqui duvidava disso, mas os anos foram passando e não havia um planejamento de como isso aconteceria. Um motivo para isso certamente é que era cômodo pertencer à província de Baltimore. Ela fornecia os padres, os recursos nanceiros e assim deixava os confrades se dedicarem exclusivamente à pastoral, missão que desempenharam com muito zelo, empenho e dedicação. Sem ser explicitamente planejado, houveram situações que facilitavam a mu-
E a partir disso, como foi o processo? Edmundo: Um belo dia recebi um telegrama do Provincial de Baltimore, Padre Hurley, dizendo que San Juan ia se tornar província. Não seria na hora, ele perguntou, de Campo Grande fazer o mesmo? Escrevi: “Sim, mas ainda não”. Apesar de tantos anos de existência, precisávamos nos preparar para isso. Quais eram as preocupações para aquele momento? Edmundo: 1) Como a mudança iria afetar os americanos, que eram maioria naquela época e os nossos compromissos pastorais. 2) Finanças: nunca a vice-província tinha se preocupado com seu futuro nanceiro; Baltimore mensalmente mandava o dinheiro necessário. 3) Como evitar que a transição não se resumisse em uma questão de nacionalidades, mas que fosse global, mais ligada à maturidade da caminhada do grupo.
“Os 25 anos tiveram seu desafios, decepções, dificuldades, mas muito mais do que isso, uma abençoada história, de uma província sadia, madura e sonhadora com os próximos 25 anos. Agradeço a Deus de poder ter sido parte desta história.”
Como resolveram? Edmundo: Olhando para a generosidade de Baltimore, construindo uma nova mentalidade, segundo a qual teríamos que nos sustentar como província, atingindo uma independência nanceira. Conversamos individualmente com cada confrade americano para saber se o fato de nos tornarmos província os in uenciaria a voltar para Baltimore num futuro próximo. Apenas dois disseram que sim. Para os jovens padres e jovens professos foi um tempo de sonhar, participar nos vários projetos de preparação que esta novidade exigia. Uma questão sempre presente era se os jovens brasileiros seriam capazes de assumir as lideranças da província. Se não me engano, nenhum superior das comunidades era brasileiro. Por isso a descon ança.
dança de vice para província: a vice-província funcionava em muita coisa como província, devido à distância geográ ca entre Campo Grande e Baltimore. Iniciou-se o Seminário menor em Ponta Grossa quando a província de São Paulo no comunicou que não poderiam receber mais nossos estudantes. Faltou espaço. Com Padre Jaime Toulas e o empenho de Padre Guilherme Tracy o noviciado começou em Tibagi e a sede geral mudou de Campo Grande para Curitiba. Filoso a e Teologia, antes cursados em Esopus, New York, também vieram para Curitiba por volta de 1973. Padre José May, eleito em l975 como superior da vice-província, começou a se comunicar com a vice-provín-
E como têm se saído os brasileiros? Edmundo: Estes 25 anos têm mostrado que a descon ança não era necessária. Olhando para trás, os 25 anos tiveram seu desa os, decepções, di culdades, mas muito mais do que isso, uma abençoada história, de uma província sadia, madura e sonhadora com os próximos 25 anos. Agradeço a Deus de poder ter sido parte desta história.
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Ex-provinciais
Decisões partilhadas,
vida comunitária e o bom exemplo
desa os. Há tantas atividades apostólicas que marcam o nosso carisma de pregar a palavra de Deus de forma extraordinária aos pobres e, sem dúvida, sempre nova. O discernimento das nossas opções apostólicas tem sido feito a partir do nosso carisma Redentorista e muito pouco por razões sentimentais ou egocêntricas. Parece que o esforço dos Conselhos, Assembleias e Capítulos provinciais tem conseguido promover a partilha e a participação nas decisões. Isso faz todos serem ativos na vida desta Província.
Para Lourenço Kearns, o primeiro superior eleito para coordenar a Província Campo Grande, esses são pontos fundamentais da identidade e missão redentorista
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E quantos aos desa os? Padre Lourenço: Vejo como retrocesso a saída de vários confrades da vida consagrada e comunitária. Esse fato se dá pela pouca valorização do sentimento de “pertença e compromisso ao grupo”. O desa o é a necessidade em fortalecer mais esse ideal de pertença entre nós.
ra 1968 quanto este jovem, nascido no Brooklyn, Nova York, chegou ao Brasil. Laurence Patrick Kearns, veio para a então vice-província Campo Grande aos 29 anos, três de ordenação, para exercer sua missão junto à Igreja. Trabalhou como professor, mestre de noviços, vigário, tendo sido o primeiro provincial eleito da nova Província Campo Grande (1990 a 1995). A vida missionária fez dele um profundo conhecedor e admirador da espiritualidade de Santo Afonso, divulgando-a em todo o Brasil através dos retiros que ministra, principalmente a religiosos. Ele destaca a importância da vida comunitária e das decisões partilhadas para o sucesso da missão redentorista.
O que é marcante para você destes 25 anos? Padre Lourenço: Quero agradecer a Deus e aos confrades todo o apoio que recebi deles durante esses 25 anos. Não minto quando digo que ainda sou Redentorista por causa do bom exemplo dos meus co-irmãos. Que Deus e Maria, a Mãe do Perpétuo Socorro nos abençoem nos próximos 25 anos de Província. Parabéns a todos.
Como de ne a caminhada da Província Campo Grande nestes 25 anos? Padre Lourenço: Durante esses 25 anos eu vejo muitos sinais de progresso que animam a nossa vida consagrada, sacerdotal, comunitária e apostólica. Mas também muitas di culdades de
“... o esforço dos Conselhos, Assembleias e Capítulos provinciais tem conseguido promover a partilha e a participação nas decisões. Isso faz todos serem ativos na vida desta Província.”
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Ex-provinciais
Novos campos
de missão
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adre Edson Ulanowicz, missionário redentorista que foi provincial de 2001 a 2007, fala de seu olhar sobre a história e os desa os destes 25 anos de Província, e ainda, da forte ligação dos Redentoristas com Maria e do envio de missionários da província para novos campos de missão.
com Maria; foi realmente assumido pela Congregação. Acredito que o Papa apostou no dinamismo dos missionários redentoristas, e hoje temos esta devoção espalhada por quase todo o mundo. Essa ligação com Maria, portanto, é forte, é verdadeira, está hoje presente desde a nossa formação, e também acredito que seja decisiva em nossos caminhos, nos rumos que a família redentorista tem tomado em todo o mundo.
Qual a marca que os redentoristas já deixaram nestes anos de história no Paraná e Mato Grosso do Sul? Padre Edson: Primeiro foi a coragem, depois o amor e o zelo apostólico, ou seja, o ardor missionário. Vejo que diante de tantas di culdades, não se deixaram desanimar. O viver da sua consagração religiosa, o viver do carisma implantado por Santo Afonso, exigiu e exige desses missionários a delidade e perseverança. E temos que continuar nos esforçando para alcançar a todos os que ainda não conhecem Jesus e sua mensagem, seu amor.
E o trabalho da Província em outros estados e no exterior? Padre Edson: Como a obra de Deus não para nunca, crescemos, nos tornamos responsáveis por nós mesmos, e com isso veio também a necessidade de contribuirmos com outras localidades que, assim como nós no passado, precisam de ajuda, do envio de missionários para evangelizar e formar ali novas comunidades eclesiais. Assim, hoje eu me encontro em missão do estado do Amazonas, em Manaus, atendendo comunidades acessíveis apenas de barco. É uma realidade muito comum para eles, e para mim tem sido uma grande experiência missionária. Temos também contribuído com uma nova frente de missão no Suriname, onde está o Irmão Jorge Tarachuque, e nos Estados Unidos, estado de New Jersey, cidade de Newark, onde os padres Clemente Krug, Celso Junior, Karl Esker e Geraldo Oberle, coordenam a Paróquia Saint James, numa comunidade onde residem povos de língua espanhola e portuguesa.
A Congregação tem uma característica mariana muito forte. Como avalia essa ligação dos missionários com Maria? Padre Edson: Essa já é uma marca dos Redentoristas. Santo Afonso foi um homem com profunda devoção a Nossa Senhora. Ele produziu várias obras sobre Ela e por tradição já temos essa dimensão mariana. E depois, o pedido do Papa Pio IX ao redentoristas, quando entregou-nos o Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: “Façam-na conhecida pelo mundo inteiro”, há quase 150 anos, veio reforçar esse amor e essa missão
“Essa ligação com Maria é forte, é verdadeira, está hoje presente desde a nossa formação, e também acredito que seja decisiva em nossos caminhos, nos rumos que a família redentorista tem tomado em todo o mundo”. 10
Ex-provinciais
Um olhar de
gratidão Somos gratos a Deus, que nos concedeu força, serenidade e perseverança para superar as dificuldades e continuar fazendo o caminho
“Peço apenas que nesta data tão especial, o Senhor esteja à nossa frente para nos mostrar o caminho certo.”
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adre Wilton Moraes Lopes, nascido em Tesouro, Mato Grosso, em 27 de abril de 1956, esteve à frente dos trabalhos como provincial de 1990 a 1995. Redentorista fundador da Comunidade Copiosa Redenção, Wilton destaca que ao comemorar 25 anos de caminhada o mais importante é agradecer por todo o caminho já percorrido, e colocar à frente dos passos rumo ao futuro sempre a Palavra de Deus.
ao nosso lado para nos proteger e que nossos caminhos permaneçam sempre iluminados, para que assim possamos continuar a iluminar com a luz de Cristo a todos aqueles que têm a oportunidade de trilhar conosco, um trechinho desta longa jornada. A partir de agora, o que espera para esta missão? Padre Wilton: Que nosso caminhar seja sempre premiado com a presença de Deus, guiando nossos passos e intuindo nossas decisões. Que a Palavra de Deus seja constante em nossa missão de evangelizar. Somos gratos a Deus, que nos concedeu força, serenidade e perseverança para superar as di culdades e continuar fazendo o caminho. E o caminho, como sabemos, se faz caminhando. Colocamos sempre nossa gratidão à querida Mãe do Perpétuo Socorro. Que ela continue a ser nossa protetora e mãe. Gratidão também a Santo Afonso Maria de Ligório, nossa eterna inspiração.
Ao celebrar os 25 anos da Província, o que você ressaltaria? Padre Wilton: Este é um momento especial para a Província Campo Grande; é um momento de celebração, de júbilo. Nesta ocasião, não quero recordar os sacrifícios que, com muita determinação, cada confrade enfrentou ao longo destes 25 anos. Peço apenas que nesta data tão especial, o Senhor esteja à nossa frente para nos mostrar o caminho certo. Que Ele esteja
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A missão hoje
Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Curitiba - Paraná
Inaugurado em 1969 pelos Missionários Redentoristas, o Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Alto da Glória em Curitiba, nasceu e cresceu a partir da devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que foi plantada e cultivada com as Novenas de quarta-feira, rezadas ininterruptamente desde 1960 na cidade. Hoje passam pelo Santuário mais de 40 mil pessoas todas as quartas, que participam de hora em hora das Novenas, das 6 às 22 horas. O Santuário é hoje uma referência da Igreja Católica na capital do Paraná, Região Metropolitana e em todo o estado.
Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Campo Grande - Mato Grosso do Sul
A Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi fundada em 1938, pelo então Bispo de Corumbá, Dom Vicente Priante, sob os cuidados da Congregação Missionária do Santíssimo Redentor. A inauguração da Igreja aconteceu no dia 3 de agosto de 1941. Junto à Igreja, funcionou durante muito tempo o Seminário da Congregação Missionária do Santíssimo Redentor, acolhendo inúmeros jovens para formação. Em 10 de janeiro de 1999, a Igreja torna-se Santuário Mariano, pois éis provenientes de todos os recantos da cidade, lá se reúnem em grande número, ao redor de imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio
Paranaguá - Paraná
O Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio iniciou-se com o encontro milagroso da Imagem de Nossa Senhora do Rocio em 1648. Ao longo do tempo a devoção foi crescendo e se tornando uma tradição. Em 1813 foi inaugurada a primeira Igreja/Santuário e também realizada a primeira Festa dedicada a Padroeira do Paraná. Neste ano de 2014 celebra-se o encerramento do Jubileu dos 201 anos deste evento histórico, religioso e cultural. Em 21 de dezembro de 1999 o Santuário do Rocio foi reconhecido por Lei Estadual nº 12.814 como Pólo de Turismo Religioso.
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Paróquia N. Sra. da Imaculada Conceição
Aquidauana - Mato Grosso do Sul
Telêmaco Borba - Paraná
A população toda, juntamente com as autoridades, receberam de corações e braços abertos os missionários redentoristas. Em 23 de janeiro de 1930, a Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora Imaculada Conceição de Aquidauana foi entregue o cialmente aos Padres Redentoristas nas pessoas dos Padres Francis Mohr e Alphonse Hild, os pioneiros da Província Campo Grande. O templo atual foi construído na década de 30.
Em 1947 foi criada a primeira paróquia católica na região de Telêmaco Borba, com nome Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ela cava no distrito de Harmonia, quando a cidade de Telêmaco ainda nem existia. Lá os redentoristas iniciaram sua missão. A população cresceu atraída pelas vagas de trabalho da fábrica de papel Klabin, e se instalou na Cidade Nova, hoje Telêmaco Borba. E a Igreja foi atrás do povo. Em janeiro de 1960 criou-se uma nova paróquia, a de Nossa Senhora de Fátima, em Telêmaco, onde os redentoristas reiniciaram o trabalho e estão até hoje. Esta é a Igreja Matriz, N. Sra. de Fátima, cujo templo atual foi construído na primeira década dos anos 2000. Estão ligadas a ela 16 Capelas.
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A missão hoje
Paróquia São Luiz Gonzaga e Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro
Paróquia São José
Ponta Porã - Mato Grosso do Sul
Londrina - Paraná
No início do novo milênio, os Missionários Redentoristas receberam um chamado para trabalhar em Londrina, cidade pólo da Região Norte do estado do Paraná, e disseram sim. Em 2011 assumiram a Paróquia São Luiz Gonzaga, no conjunto Giovani Lunardelli, e em 2012 iniciaram os trabalhos na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Vila Fraternidade, onde desenvolvem seus trabalhos Missionários com amor e alegria.
Em abril deste ano a Diocese de Dourados comemorou os 90 anos da Paróquia São José, em Ponta Porã. Fundada em 4 de abril de 1924, a paróquia esteve por duas primeiras décadas sob a tutela dedicada dos padres salesianos. Dezenove anos após sua criação (1943), quando os salesianos precisaram se ausentar, a comunidade recebeu os Missionários Redentoristas. Eles iniciaram seu trabalho no local, onde desde então permanecem ativos e perseverantes, até os dias atuais.
Paróquia Nossa Senhora da Guia
Campo Grande - Mato Grosso do Sul
Outro importante desa o da Província foi a Paróquia Nossa Senhora da Guia, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Os Missionários iniciaram seus trabalhos, assumindo a comunidade em 1993. Construíram uma nova Igreja e reformaram as Capelas da comunidade, no Bairro Centenário. Nossa Senhora da Guia, uma devoção herdada dos portugueses, é a padroeira dos caminhantes. É Maria que conduz, que guia seus lhos, ensinando sempre “Fazei tudo o que Ele vos disser” . Que ela continue guiando os Missionários Redentoristas em sua missão de evangelizar e levar o amor de Jesus Redentor.
Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso - Guaratuba - Paraná Construída por volta de 1768 pelos escravos, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso (Igreja histórica) localiza-se em Guaratuba sendo uma obra colonial em alvenaria. O prédio foi tombado e restaurado em 1972 pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A história dos Missionários Redentoristas com Guaratuba começa no ano de 1945, quando saíam de Paranaguá para atender as necessidades da comunidade. Assim foi até o ano de 1954, quando os Frades Capuchinhos ali chegaram. Em 1964, com a criação da Diocese de Paranaguá, os Missionários Redentoristas reassumiram esta paróquia em Guaratuba, e desde então atuam à frente dos trabalhos. Uma nova e mais ampla Igreja Matriz foi construída na primeira década dos anos 2000.
Paróquia Saint James - Newark - New Jersey (EUA) Saint James é a terceira mais antiga igreja católica em Newark, New Jersey (EUA). Em 1978, a primeira missa em Português foi celebrada. Havia na época cerca de 35 mil pessoas de língua portuguesa em Newark e arredores. Mas foi em 1980 que os brasileiros começaram a aparecer em Saint James e, lentamente, uma missa para a comunidade brasileira foi incluída na agenda semanal. Até o nal do século 20 a comunidade dominante já era a brasileira, tanto que Arcebispo McCarrick pediu aos Redentoristas para que viessem à arquidiocese trabalhar com as pessoas de língua portuguesa. A Província Campo Grande aceitou o convite e em junho de 2001 o Padre Clement Krug e Marcos Just chegaram em Saint James. Em 2002, o arcebispo John Joseph Myers tornou Padre Krug o pároco e assim Saint James tornou-se uma paróquia redentorista, sob a tutela da Provínicia Campo Grande, até hoje.
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A missão hoje
Uma paróquia muitas vitórias A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Igreja Matriz em Telêmaco Borba, é composta atualmente por dezesseis comunidades com forte atuação social e pastoral
A
Comunidade de comunidades
Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Igreja Matriz em Telêmaco Borba, Paraná, é composta atualmente por dezesseis comunidades, com somente três fora da zona urbana, porque a cidade é cercada pelas orestas, cuja madeira é utilizada na produção de papel e celulose.
Estamos trabalhando para fortalecer a ideia que todas as comunidades formam a comunidade paroquial, e que cada uma não pode se isolar das outras. Um fator que está contribuindo muito nisso é o sistema Pro-Ide de dízimo (grupo de apoio e treinamento da pastoral do dízimo para um trabalho mais consciente e missionário). O dízimo aumentou, criando um fundo paroquial maior, que foi usado para ajudar as comunidades mais carentes a terem uma capela mais bonita. Temos ainda Festa da Unidade, que reúne as comunidades numa festa paroquial, cuja renda é voltada para todas as comunidades.
Participação na diocese: Hoje estamos participando do programa de Renovação Paroquial da Diocese de Ponta Grossa, que inclui catequese. Temos mais de 200 catequistas, contamos com três diáconos permanentes trabalhando na paróquia. Agora a diocese está preparando a abertura de mais uma escola diaconal, e nossa paróquia vai participar. A diocese está oferecendo um Curso Formal de Teologia, com certi cado e crédito escolar, duração de dois anos, e acontece em uma das paróquias do setor. A nossa participação depende um pouco da distância da paróquia escolhida para sediar, mas sempre participamos. Estamos presentes nos encontros diocesanos dos Ministros, Capelinhas, Pastoral de Educação, entre outros.
Obras sociais O Centro de Promoção Humana, coordenado pelas Irmãs da Santa Cruz, organiza várias frentes de pastoral social, que são de muito valor para a nossa paróquia. Nas comunidades existem várias obras sociais também. Contamos com a presença da Pastoral da Criança, entre outras. Os Vicentinos mantém um Asilo para Idosos, que é o único recurso deste tipo na cidade.
Os Redentoristas avançam com sua missão de levar o Redentor e assumem duas novas paróquias no Paraná
Novos
desafios
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homens, outro para mulheres. Ali também acontece o encontro Bom Pastor, para casais em segundo união, uma vez por ano. A Renovação Carismática Católica (RCC) realiza vários retiros e encontros de formação de lideranças. O Movimento Familiar Cristão (MFC) realiza o encontro de casais e outros também. A grande vantagem do centro é que ca fora da cidade, onde existe silêncio! Num outro tipo de encontro, a paróquia pagou dois ônibus para transportar 72 jovens e mais alguns adultos, para a Jornada Mundial de Juventude (JMJ Rio - 2013). Os jovens trabalharam para conseguir mais fundos para poder pagar as outras despesas. O objetivo da arrecadação com as pessoas das comunidades era de criar o sentido da participação deles no envio dos representantes da paróquia.
Formação religiosa Procuramos oferecer oportunidades para formação para os Ministros (Extraordinários da Comunhão) (185 deles), coroinhas e catequistas. Existe o curso informal de teologia, usando o livro “Fé Explicada aos Jovens e Adultos”, de Pe. Rey-Mermet C.Ss.R. Para os leitores da Missa, realizamos um curso de preparação sobre o sentido da Liturgia da Palavra, e o que signi ca proclamar a Palavra, com técnicas de oratória. As “O cinas de Oração e Vida” estão sendo realizados cada semestre e trata-se de um curso que ensina como rezar com a Bíblia. Cada curso tem a duração de 14 semanas e mais um dia de retiro. As lideranças recebem a formação em Curitiba. Temos seis grupos.
A Pastoral dos Surdos é bastante ativa na paróquia, participando com intérpretes na Celebração Litúrgica uma vez por semana. A paróquia sustenta a Chácara São Geraldo para o tratamento de dependentes químicos, e a Chácara São Clemente, para triagem e assistência para as pessoas de rua. Nas duas temos equipes pro ssionais contratadas pela paróquia para manter estes serviços.
Retiros e encontros Somos privilegiados em ter o Centro de Formação Cristã Padre Egídio na paróquia, onde acontecem muitos retiros de m de semana. Os jovens de várias comunidades aproveitam do lugar para retiros espirituais. Uma vez por ano acontece a Peregrinação do Leigo Cristão (PLC), um m de semana para
Pe. Donald Routh, C.Ss.R
Missionário Redentorista . Telêmaco Borba/PR
A
presença redentorista em Londrina, Paraná, apesar de nova, é muito atuante em seus vários campos de trabalho. Estamos em Londrina de forma ‘constante’ há 8 anos. Fala-se ‘constante’ porque a gura redentorista em Londrina antes de nossa residência já é muito forte, através das diversas missões que aqui ocorreram. Atualmente temos três frentes pastorais sob nossa responsabilidade e mais uma em que auxiliamos: a Paróquia São Luiz Gonzaga, a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sob os cuidados, respectivamente, do Padre Jorge Luiz Wattier e Padre Roque Sutil Gabriel, e o Juniorato atuante na Capela São Francisco de Assis e Paróquia Santo Antônio, na qual auxiliamos apenas na questão pastoral. Contudo nossa atuação vai além, pois auxiliamos a diocese através da pregação de retiros e de serviços que nos são
con ados pelo Bispo diocesano Dom Orlando Brandes. Através de nosso trabalho, tentamos difundir a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e, também, nos esforçamos em disseminar o jeito redentorista de ser em nossas comunidades. Nota-se isso porque as comunidades em que atuamos já se sentem como redentoristas de coração, ao passo que estas também nos impulsionam e nos auxiliam em nossa missão dentro da realidade londrinense. Que nossa província possa cada vez mais olhar para o Norte do Paraná e possa ver nesta cidade uma presença redentorista ativa e atuante, que leva todos à Copiosa Redenção.
Irmão Fernando Batista
Missionário Redentorista . Londrina/PR
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Atualidade
“Comunidade
Nossa fé nasceu comunitária. Para viver em comunidade e promover a vida em comunidade precisamos de uma urgente conversão pastoral
de Comunidades”
N
ão somos uma ONG, um partido político, uma associação de moradores, etc. Somos a Igreja de Jesus Cristo em comunidade. Devemos ter um otimismo realista dentro do mundo em profunda mudança de paradigmas. Nossa identidade coletiva é ao redor da pessoa de Jesus Cristo. Diante da cultura do individualismo, nosso modo de viver a fé e de transmiti-la não deve comprometer o conceito de Igreja como povo de Deus. Nossa fé nasceu comunitária. E como povo de Deus devemos formar o corpo místico de Cristo. Para viver em comunidade e promover a vida em comunidade precisamos de uma urgente conversão pastoral. E o que é a conversão pastoral? Conversão é um processo de transformação permanente e integral. Deve ser um abandono de um caminho e a escolha de outro. A conversão pastoral signi ca uma renovação missionária das comunidades. Passar de uma mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Com isso faz se necessária uma nova atitude dos agentes de pastoral, que acontece a partir de um encontro pessoal com Jesus Cristo. Sabemos que “pastoral” é o exercício da maternidade da Igreja. Ela gera, amamenta, faz crescer, corrige, alimenta, conduz pela mão. Com isso há um redescobrir as entranhas da misericórdia. E assim a comunidade torna-se acolhedora, samaritana, orante e eucarística. Será uma pastoral que dialoga com o mundo, que tem ousadia missionária. Desta forma vai atender aos novos contextos que desa am a evangelização. Partindo de Mateus 10, 1-9 a comunidade é o lugar da hospitalidade, partilha, comunhão de mesa e a acolhida aos excluídos. São recomendações que devem sustentar a vida comunitária. Se forem atendidas, podemos proclamar: “O Reino chegou!” Segundo Atos dos Apóstolos 2, 42, a nova comunidade cristã precisou de quatro colunas básicas: o ensinamento dos apóstolos, a comunhão, a fração do pão, as orações. E hoje? Naquele tempo as comunidades nasciam em meio a muitas tensões, con itos e perseguições. Hoje as manifestações contrá-
rias à vida comunitária passam muito pela atitude de ridicularização. Tanto no campo do trabalho, das universidades e etc. Em II Pedro 3,13 a esperança no Reino de Deus, anunciado por Cristo, desperta nos cristãos o compromisso de trabalhar por um mundo melhor e esperar a plena realização dos novos céus e da nova terra. Com isso a principal preocupação deve ser: vida comunitária, pregação, testemunho e serviço. Devemos hoje recuperar o horizonte de comunhão. Ou seja, recuperar as relações interpessoais e de comunhão com o fundamento para a pertença eclesial. Não há outro elemento de natureza teológica mais importante para alimentar a con guração eclesial do que a comunhão. Devemos nos perguntar: Quais os desa os na comunidade? Grandes carências de nosso tempo: acompanhar as famílias, o povo de rua, as populações indígenas, a miséria, e a violência urbana. Por isso que a evangelização depende muito de uma conversão profunda das pessoas e das comunidades para Cristo, o que acontece pela graça de Deus, em primeiro lugar. Diante hoje do esfriamento da fé surgem desa os externos e internos à comunidade. Se de fora sopram ventos, os ventos contrários do individualismo, do relativismo, do fundamentalismo, do pluralismo e das mudanças familiares, internamente somos desa ados a por em prática a conversão pastoral. Para tanto, a necessidade de transformar as estruturas. Pois a sociedade atual vive na interatividade. As pessoas participam, opinam e se posicionam sobres as diferentes realidades do mundo. A conversão pastoral supõe considerar a importância dos processos participativos de todos os membros da comunidade. Fonte: Estudos da CNBB 104; Documento de Aparecida; Documento da CNBB 94; Estudos da CNBB 106; Bíblia: Edição Pastoral; A Alegria do Evangelho – Exortação apostólica do Sumo Pontí ce
Padre Marcos Vinicius, C.Ss.R
Missionário Redentorista Paróquia N. Sra. do Bom Sucesso . em Guaratuba/PR
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A missão hoje
Formação e promoção vocacional
Onde nasce o amanhã Cada confrade deve ser sinal de esperança e modelo do Redentor para os jovens
H
á eventos na vida que são sem dúvidas inteiramente de Deus e isso se aplica à ‘convivência vocacional’. Jovens que anseiam conhecer e viver o carisma do nosso fundador Santo Afonso de Ligório vêm com entusiasmo e desejo sincero de ingressar no processo formativo. Nesses últimos anos, os animadores vocacionais têm desenvolvido um excelente trabalho, cada vez mais voltado à ideia de que a animação vocacional é responsabilidade de todo o corpo da Província. A promoção vocacional é prioridade e urgência em todas as Unidades Redentoristas, pois é o futuro sendo construído no presente e isso é sinal de esperança entre todos. Diante dessa realidade, concluímos que cada confrade deve ser sinal de esperança e modelo do Redentor para os jovens. Confesso que ao ver a sede de Deus na vida dos jovens vocacionados, percebo ainda mais a nossa responsabilidade em ser testemunho profético para o incentivo e apoio na vocação deles. É nossa responsabilidade termos uma Congregação fecunda em vocações. Também é bom recordar os frutos vocacionais que a missão jovem tem despertado, um projeto que já se instalou e encontrou abrigo dentro da Unidade. A Missão Jovem necessita con-
tinuar, pois ela tem sido espaço da dinamização da cultura vocacional. Hoje no processo de formação temos 8 propedeutas, 14 postulantes, 1 noviço e 6 junioristas, lembrando que o Diácono Thiago será ordenado padre no dia 6 de dezembro deste ano, e os nossos formandos farão a animação vocacional no tríduo preparatório dessa ordenação. Hoje temos 22 jovens cursando loso a, falando-nos de um presente fecundo e de um futuro de esperanças. O secretariado de Formação e o Secretariado Vocacional agradecem a todos pelo empenho e dedicação. E pedimos para que intensi quem vossa ajuda e orações na conquista de futuras vocações para nossa Província e Congregação. Agradecemos todo apoio recebido dos confrades e continuemos trabalhando em prol desta missão que é tão bonita e necessária. Peçamos à Mãe do Perpétuo Socorro que nos proteja e que o Deus da vida nos conceda sabedoria para bem conduzir e animar nossos jovens! Assim seja. Amém! Pe. Celso Cruz, C.Ss.R
Missionário Redentorista . Formador
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A missão hoje
Comunidades Irmãs V Novas obras e comunidades que nasceram a partir de vocações acolhidas e formadas na Província Campo Grande
ocê já deve ter escutado isso: “a obra de Deus nunca para de crescer”. É inegável. Em toda a Igreja Católica no Brasil e no mundo, desde os primeiros cristãos, podemos observar muito claro isso. Com a Congregação do Santíssimo Redentor não é diferente. Quando entregamos nossas vidas a sempre fazer o bem e a vontade de Deus, tudo cresce e tudo prospera. As comunidades irmãs, que nasceram da atuação de confrades da Província Campo Grande, são prova disso. Essas obras são frutos de vocações formadas nesta Unidade Provincial.
Comunidade Sarnelli
Copiosa Redenção
Para responder às necessidades dos jovens e adultos de rua, foi fundada a Comunidade Beato Januário Maria Sarnelli em dezembro de 1994, pelo padre Patrick McGillicuddy, Missionário Redentorista. O objetivo é oferecer uma chance de vida digna, repleta de esperança. Devido à idade e realidade psicoemocional dos jovens, iniciaram uma experiência educacional exclusiva para eles. Nasceu, então, o Colégio Beato Januário Maria Sarnelli, uma escola particular de Ensino Fundamental e Médio que conta com um corpo docente de professores reconhecido pela Secretaria de Educação, para jovens de rua. No mesmo sentido, foi estabelecida a Escola Preparatória São Clemente, que procura alfabetizar adultos que atuam como catadores de papel.
O carisma da Copiosa Redenção foi colocado por Deus no coração do Padre Wilton Moraes, Missionário Redentorista, como luz para a realidade humana de milhares de dependentes de substâncias psicoativas, em processos de profunda destruição. Adorar e trabalhar. Orar e agir. Duas metas que se encontram no coração do Senhor, fonte de toda Redenção. Cada irmã e irmão da Copiosa Redenção é convidado a viver um duplo desa o no coração da igreja. Adoração e Recuperação. Tem-se o ramo feminino e também o ramo masculino.
Comunidade Vida Nova A Comunidade Vida Nova foi fundada em 1981 pelo Padre Guilherme Tracy, Missionário Redentorista, e tem como objetivo a recuperação da doença do alcoolismo, outras drogas e de transtorno de personalidade. É o único centro do Brasil especializado para acolher religiosos, sacerdotes, diáconos, seminaristas e leigos, sendo indicado em toda a América do Sul.
Mensageiras do Amor Divino Também Padre Eduardo Moriarty, Missionário Redentorista, iniciou junto com a Irmã Felici, a Congregação das Irmãs Mensageiras do Amor Divino. Esta Congregação já está presente em vários estados brasileiros, na África e na Europa. A doação e a generosidade de cada um transformam esses sonhos em realidade.
Pe. Joaquim Parron, C.Ss.R
Superior Provincial
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A missão hoje
Teologia Moral,
preciosa herança de Santo Afonso
O Curso procura despertar em seus alunos uma busca pela justiça e solidariedade
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oi com grande alegria que a comunidade de éis que frequenta o Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Curitiba, no ano de 2008, recebeu a notícia da abertura do primeiro curso de Especialização em Ética e Educação, com ênfase na Teologia Moral. O curso, parceria entre a Província Redentorista Campo Grande e a Faculdade de Campina Grande do Sul (FACSUL), procurou despertar em seus alunos uma busca pela justiça e solidariedade, preparando pro ssionais das mais diversas áreas (educadores, pro ssionais da Saúde, do Direito, da Economia entre outros) para que traduzissem seus conhecimentos em proposta ética, a m de fazer frente à enxurrada de práticas corruptas que muitas vezes invadem as esferas sociais. A implantação do curso constituiu rápida resposta ao pedido do Papa Bento XVI e dos Bispos do CELAM quando, reunidos em Aparecida no ano de 2007, apresentaram a missão da Igreja como evangelizadora, e onde todos nós somos discípulos missionários que devem proclamar o Evangelho libertador (DAp 30). Assim, o Curso de Especialização em Teologia Moral tem contribuído, nesses seis anos de existência e quatro turmas concluintes, para a quali cação de agentes de Pastoral e pessoas formadoras de opinião, sempre coerentes com o pensamento de Santo Afonso de Ligório, Bispo fundador dos Missionários Redentoristas e que no século 18 escreveu inúmeros livros de Teologia Moral, sendo considerado Doutor da Igreja. Atualmente, dentro desse mesmo pensamento, o Papa Francisco conclama a todos, em sua exortação Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho) a uma melhor formação (EG 121) e com compromissos éticos (EG 57). A Igreja de Curitiba, neste jubileu tão importante que é a comemoração dos 25 anos de fundação da Província Campo Grande, louva a Deus pela existência desses missionários tão próximos à comunidade e que, sem deixar de lado as missões populares, dedicam-se também à formação d o Po v o d e D e u s , c a p a c i t a n d o p e s s o a s teologicamente para uma pastoral cada vez mais quali cada como ensina Santo Afonso, fazendo o que Deus quer e querendo o que Deus faz.
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Edilson da Costa
Doutor pela UFPR, atua como professor na Facsul e no Seminário Filosófico Bom Pastor. É Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão no Santuário N. Sra. do Perpétuo Socorro, em Curitiba
A missão hoje
Juventude redentorista
Não basta boa vontade e tempo disponível, é necessário atualização permanente na metodologia de trabalho com objetivos claros que dão sentido à existência do grupo
O
trabalho com a juventude redentorista que estamos desenvolvendo mostra um caminho voltado à igreja missionária, com base nos valores do Evangelho e uma pedagogia atraente que promove a fé, direciona os jovens, contagia e aproveita sua alegria e autenticidade, atendendo suas necessidades culturais, sociais e vocacionais. Um ponto fundamental para trabalhar com a evangelização da juventude é a paixão pelo jovem, depois vem o compromisso com a igreja e o entusiasmo em fazer. Não basta boa vontade e tempo disponível, é necessário atualização permanente na metodologia de trabalho com objetivos claros que dão sentido à existência do grupo, para não haver esvaziamento intelectual e espiritual. Podemos armazenar um banco de ideias para recorrer nas di culdades, mas é preciso contextualizar, analisar com cautela e compreender o que acontece hoje, entendendo as mudanças de cada época até aqui. É interessante entrar no túnel do tempo desde os anos 60 e rever os momentos importantes da igreja com os jovens e sua evolução nas diferentes décadas, até chegar no objetivo redentorista atual que é “evangelizar com renovado ardor
missionário”. E a missão e o carisma redentoristas são grandes marcas na evangelização da juventude, pois impulsiona ao serviço a Deus e à comunidade. Também dá testemunho de fé ao jovens, sua vida, sua família e amigos. Porque fazer missão é algo extraordinário e permanente. Esse é nosso grande desa o na Congregação, além de manter na igreja aqueles que já participam de pastorais engajados em ações, devemos nos sentir responsáveis por atrair novos jovens e provocar mudanças em sua vida pessoal e espiritual, pois grande parte deles não sabe onde querem chegar. Nas missões redentoristas feitas por jovens que temos realizado, é muito claro o quanto o jovem se deixa envolver pelo amor de Jesus Cristo, comovido pela fé, sentindo sua vocação a serviço do próximo, identi cando-se rapidamente com a pessoa de Jesus e, muitas vezes, sentindo um chamado para a vocação religiosa. Por isso com alegria e entusiasmo, numa doação total para servir, continuaremos a transformar o que a igreja nos con a.
Márcia Fidelis Coordenadora do Grupo Shai Jovem
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A missão hoje
Administrar em prol da missão A nalidade da Congregação do Santíssimo Redentor é a proclamação do Evangelho, de modo especial aos mais pobres e abandonados. E para manter o bom andamento deste compromisso evangelizador necessitase de recursos econômicos. Nisto os Redentoristas, presentes no Mato Grosso do Sul e Paraná, tiveram que se reorganizar ao tornarem-se Província, pois até então (1989) a Província norteamericana de Baltimore é quem sustentava os trabalhos apostólicos. Para esta reorganização, os Redentoristas tiveram de contar com o povo, pois o recurso que vinha de Baltimore era fruto da generosidade do povo norte-americano, e agora, a nova Província passaria a contar com os brasileiros. Para isto os Redentoristas remodelaram a vida, com corte de gastos e busca criativa para encontrar novos meios de levantar fundos. Uma primeira ação consistiu em que todas as comunidade (paróquias/santuários) teriam que enviar mensalmente uma quantia ao caixa provincial, para reembolsar o plano de saúde e INSS dos confrades e também ajudar na formação de novos Missionários. Isto causou algumas tensões, pois os confrades e o po-
vo estavam mais acostumados em receber e pouco motivados em doar. Segundo passo foi a otimização na venda de artigos religiosos (lojas nos santuários) sempre em prol da missão. E uma terceira iniciativa foi a organização do projeto Família do Devoto Perpétuo, que é uma campanha permanente de arrecadação de fundos, onde as pessoas doam mensalmente uma quantia, ao passo que recebem a revista Família do Devoto Perpétuo e orações em sua casa, para si e para sua família. Agora novas campanhas estão sendo trabalhadas na perspectiva de viabilizar economicamente a missão em lugares distantes. Uma destas campanhas será lançada neste outubro, onde a pessoa contribui com uma doação para ajudar as missões Redentoristas na África, Suriname e outras áreas menos favorecidas. Toda reorganização das nanças e o lançamento de novas campanhas de levantamento de fundos estão sintonizados com o objetivo principal dos Redentoristas que é o anúncio do Evangelho aos mais abandonados. Mostre também a sua generosidade, apoiando as obras e campanhas dos Redentoristas!
Comunicação “P
Novos megafones para a missão ostos ao serviço do Evangelho, tais meios são susceptíveis de ampliar, quase até ao in nito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazer com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas” (Exortação Apostólica Evangeli Nuntiandi, do Papa Paulo VI). Em resposta aos apelos da Igreja como este, a história mostra que os Missionários Redentoristas sempre foram e são grandes incentivadores da comunicação do evangelho em todos os meios de comunicação, incluindo as mídias do novo milênio. A partir da década de 90 surgiram os boletins informativos paroquiais, como é o caso do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que editou seu primeiro número em 1997. Tornouse jornal mensal e depois, em 2008, passou a ser a Revista Perpétuo Socorro. Revistas também são editadas no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Campo Grande, Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá e Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Guaratuba.
No âmbito provincial, os missionários têm investido em livros que reforçam e divulgam as devoções, dão testemunho de fé, formam e informam. Junto ao Santuário Estadual do Rocio, em Paranaguá, sustenta uma Rádio AM, Difusora 1460, uma das mais antigas do Estado. E em Curitiba, apóia e compõe a programação da Rádio RB2 1430, dos Redentoristas da Província de São Paulo. As paróquias, santuários e comunidades formadoras da Província Campo Grande realizam a comunicação do evangelho de Cristo não só nos altares, mas têm se utilizado cada vez mais dos meios tradicionais como os impressos (jornais, revistas, livros), o rádio e a tv aberta, e também dos novos espaços como a internet: sites, rádio e tv web, mídias sociais, etc. Nos últimos 25 anos, do megafone das procissões às novas mídias, a Província Campo Grande caminha em evolução lançando mão das diversas ferramentas, tecnologias e espaços, para tornar conhecido Jesus Cristo e sua mensagem de amor e redenção.
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Obra Social
Grandes frutos A ação social está presente em todas as paróquias e santuários da Província Campo Grande, proporcionando a vivência da caridade e da fraternidade, promovendo a vida humana
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ma das histórias conta que um certo padre redentorista, ao ver a tremenda quantidade de ores que chegava ao Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Curitiba, nas mãos dos devotos agradecidos, a ponto de lotar todo o espaço do altar, teve a iluminada ideia de convidar a todos para trocar ores por cestas básicas para famílias necessitadas. Assim foi feito. A comunidade acolheu prontamente o pedido e nasceu assim o serviço de distribuição de alimentos que hoje auxilia diversas famílias e 30 entidades bene centes, todos os meses. São distribuídos em média 6 toneladas de alimentos por mês apenas neste local. A ação social cresceu e hoje conta com pro ssionais voluntários como psicólogos, advogados, professores, médicos, artesãos terapeutas de diversas áreas. O Centro Redentorista de Ação Social foi criado em 1996 e hoje é um centro de valorização da cidadania. Como em Curitiba, a ação social está presente em todas as paróquias e santuários da Província Campo Grande, como resultado da evangelização, como obra caridosa, vivência do amor ao próximo. Em Telêmaco Borba os trabalhos são coordenados pela Promoção Humana, que recebe doações de roupas e alimentos, entre outros, e os encaminha aos necessitados. O Movimento Familiar Cristão e a Pastoral da
Criança também trabalham na ação social da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Os redentoristas mantém em Telêmaco ainda a Casa São Clemente, de acolhida a moradores de rua. Em Londrina as Paróquias Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Luiz Gonzaga trabalham em parceria com a Cáritas, órgão bene cente da Diocese de Londrina, e em Campo Grande, o Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro encaminha doações de roupas e alimentos a famílias carentes e para 11 instituições bene centes mensalmente. O Santuário oferece ainda atendimento gratuito com psicólogos e advogados, além de cursos de capacitação. O Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá, Paraná, também mantém um centro social de atendimento a famílias com baixa renda, encaminhando doações e prestando alguns serviços. A exemplo do que disse um dia Santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos Missionários Redentoristas: "Não basta fazer boas obras, é preciso fazê-las bem", o trabalho social foi se aprimorando, chegando à realidade que temos hoje. "A fé sem obras é morta" (Tiago 2,17). Em atenção a esta palavra, a ação social está presente em todas as paróquias e santuários da Província Campo Grande, proporcionando a vivência da caridade e da fraternidade, promovendo a vida humana, um direito e um dever de todos os cristãos, e de todos os cidadãos.
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Obra Social
Comunidades
Terapêuticas
Uma luz no combate à dependência química
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Prevenção
omo nos lembrou o Papa Francisco durante a JMJ Rio 2013, os ensinamentos de Cristo estão aberto a todos, esperam a todos e precisam atingir a todos. Os cristãos, como luz no mundo, precisam difundi-los, iluminando os caminhos, também aqueles mais escuros. Tocados pela dura realidade da juventude e das famílias no padecimento do triste caminhos da dependência química, os missionários redentoristas fundaram e mantêm quatro Comunidades Terapêuticas (CT) para Dependentes Químicos. Elas estão em Telêmaco Borba - Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Curitiba (Quatro Barras) - Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Campo Grande - Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Londrina - Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Os trabalhos, que tiveram início a partir de 2009, baseiam-se em passos para a superação da doença, através do trabalho, oração e disciplina, sendo os nove primeiros meses em regime interno para o dependente químico, e externo em encontros periódicos com as famílias, e depois disso, a perseverança através de grupos de apoio. Em Campo Grande a CT funciona há um ano e acolhe aproximadamente 10 internos, mais dois monitores e Padre John Gallenger, missionário redentorista que acompanha os internos com orientação espiritual. Como nas outras unidades, todo serviço prestado é gratuito, sustentando-se com as doações dos éis. Padre Gallenger também é diretor espiritual dos internos da CT São Geraldo, de Telêmaco Borba, que existe há quatro anos e possui em média 25 moradores. Há dois anos o Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Curitiba, também iniciou o trabalho de recuperação da dependência química, fundando a CT Perpétuo Socorro, que ca em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba. Ali são acolhidos hoje 25 internos e o trabalho é atualmente sustentado pelo Projeto Perpetóleo, idealizado pelo Santuário, que coleta óleo de cozinha usado e encaminha para o reaproveitamento sustentável. Em Londrina os Missionários Redentoristas, através da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, apóiam e agem em parceria com a Amirev, uma Comunidade Terapêutica da cidade; e em 2015 devem dar início aos trabalhos em uma CT redentorista, cujo terreno já foi adquirido e está sendo preparado.
A CT Perpétuo Socorro, em Curitiba, num projeto piloto, disponibiliza palestras de prevenção da dependência química em instituições de ensino e outras entidades.
Perpetóleo: saúde do planeta, sustento da caridade O Projeto Perpétoleo é uma Óleo reciclado, campanha que nasceu planeta preservado no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Curitiba, e faz dele um posto permanente de coleta de óleo de cozinha usado (óleo vegetal). Lançado em setembro de 2011 pelos Missionários Redentoristas, o Projeto cresceu e já conta com mais de 300 postos de coleta espalhados por Curitiba e Região Metropolitana, outras cidades como Londrina, Telêmaco Borba e Paranaguá e outros estados como Mato Grosso do Sul (Campo Grande). A sociedade tem respondido positivamente a esta proposta, tanto que hoje o total arrecadado pelo projeto já sustenta a Comunidade Terapêutica Perpétuo Socorro, para dependentes químicos (Quatro Barras). O óleo coletado é encaminhado para reciclagem e o valor arrecadado é aplicado nas obras sociais redentoristas.
Perpetóleo
Ação nas escolas O Projeto também expandiu suas atividades para escolas e faculdades, empresas privadas e públicas, clubes esportivos e grupos de comunicação, realizando um trabalho de prevenção, com palestras, apoio técnico a projetos e parcerias para trabalho educativo nas escolas. O Missionários Redentoristas incentivam e mantêm projetos como o Perpetóleo pois acreditam que preservar nosso planeta é uma obrigação de cada pessoa e de todos os cristãos.
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Perspectivas
Um olhar para o futuro
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A missão da Província
Província Campo Grande é uma “porção” d a Co n g r e g a ç ã o d o S a n t í s s i m o Redentor cujo carisma é continuar o anúncio de Jesus “evangelizando os mais abandonados” (Constituição n. 1). Esta Província começou com os missionários que vieram de Baltimore, EUA, e vive a sua missão nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. De modo sucinto, nossa re exão consiste em olhar para a ação missionária do passado dessa Província para reconhecer-se no presente e, de modo propositivo, re etir o seu futuro.
Campo Grande junto aos pobres, a partir do carisma e as urgências da Igreja no Brasil
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Do Passado para o Presente O evangelho de Mateus mostra a missão cristã reduzida ao grupo dos Doze. De modo diferente, Lucas fala do envio dos 72 discípulos e mostra uma visão mais ampliada de missão. Nessa última, os 72 tinham menos formação que os Doze, porém também realizaram coisas incríveis. O que realmente contou para a dimensão missionária não foi a formação que os discípulos tiveram, mas a fé e a ação missionária que realizaram. O requisito feito aos dois grupos é o mesmo: “lembrar sempre dos pobres” (Gl 2, 9-10). Na Igreja, os dois grupos são importantes. O primeiro grupo agiu ad intra, ou seja, cou mais fechado entre os Doze. Assim, sentiu a esterilidade e a fraqueza da ação missionária capaz de ajudar outras pessoas a também viverem a fé. O segundo grupo agiu ad extra, isto é, saiu para a ação missionária e ampliou o grupo dos Doze. Mas, se o interno (ad intra) for esquecido, haverá fraqueza nas relações comunitárias. As “Capelas Vespertinas”, criada e motivadas por Santo Afonso, no século XVIII, suscitavam líderes populares para rezar e re etir a Palavra de Deus nas
ruas e praças de Nápoles. Nessa época em que a Igreja não evangelizava fora dos templos, Santo Afonso criou o gérmen missionário da Congregação com dimensão profundamente missionária ampliada. Mais tarde, esse gérmen se estreitou. Clemente, Donders e Newmann voltaram a ampliá-la, levando-a para fora do território italiano. Esta Província Campo Grande acentua, desde a década de 1930, uma missão ampla. A ação de pregar em qualquer ambiente, atender e conviver com o povo, erigir escolas paroquiais para acolher estudantes pobres frisa a evangelização totalmente fora dos padrões da época. Os trabalhos ad extras nos ginásios de esportes estreitava o contato com os jovens pobres e os educava, aperfeiçoando a cultura popular e a sociedade por valores cristãos (DGAE 1979, 102); o trabalho com a Liga Católica, Apostolado de Oração, Cruzada para adolescentes, Cursilhos de Cristandade, Movimentos de famílias, PLCs, TLCs, que surgiram pela Ação católica, realçam projetos amplos com leigos. Havia uma índole ad intra e estreita, mas eles atuavam de modo ampliado e ad extra.
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Do Presente para o Presente A ação missionária desta Província Campo Grande do passado foi ampla e se esforçou em evangelizar desde as necessidades da época. Saiu do formalismo doutrinal e se interessou pela formação educacional, problemas sociais, sem deixar de lado o espiritual. Desde que nos tornamos Província (1989), por necessidades da nossa história, nos esforçamos mais pelo ad intra e a missão aconteceu, mas cou mais estreita. Destacamos então três dimensões importantes que conduziram a Província nestes últimos 25 anos, a saber: a Economia, as Vocações e a Evangelização.
Per
A Economia
A vocação do leigo é um desa o de grande importância para os dias atuais (cf. DGAE, 2011-2015, n. 117). Os Missionários leigos sempre provocam uma crise missionária positiva. Eles demandam repensar nossos métodos, abrir-se ao diálogo e à mudança. O JUMIRE (Juventude Missionária Redentorista) tem questionado nosso modo de acolher o novo e de repensar a vocação leiga da juventude. A opção de alguns confrades em agregar o carisma redentorista ao seu carisma pessoal tem sido quase sempre um desa o. Mas, ensina que o diálogo, o respeito e a liberdade são produtivos e aumentam o teor evangelizador (DGAE, 2011-2015, n. 87). Há uma diversidade de carismas entre nós e aprendemos que o carisma da Congregação não quer anular o carisma pessoal, mas sim aperfeiçoá-lo a partir do carisma Afonsiano. Uma verdadeira comunidade cristã acolhe dinamicamente os vários carismas, serviços e ministérios e se enriquece com eles (cf. DGAE, 20112015, n. 61). Uma questão intrigante para as vocações é re etir o chamado vocacional como algo mais amplo do que pensamos. A vocação para a missão redentorista tende, num futuro muito próximo, a ser vivida de modo menos ad intra e muito mais ad extra. O desa o é sair do estreitamento e se ampliar cada vez mais entre os jovens, leigos, casais, comunidades de vida ou de aliança e entre os recuperandos das comunidades terapêuticas.
Desde que esta Unidade se tornou Província (1989), ela se voltou para a preocupação econômica. Era preciso organizar-se economicamente. Entre acertos e erros, o Espírito foi mostrando os caminhos. Sempre se levou em conta que a economia é para a missão. Esse é um tema espinhoso porque exige mudança de mentalidade. Hoje, após 25 anos, há maior consciência de que o dinheiro é para a missão e não para satisfazer os gostos pessoais de alguns. Se há gastos com a saúde ou com a formação, é em função do ad extra e, segundo o nosso carisma, os primeiros a serem atendidos são os pobres. Ninguém está autorizado a se fechar no círculo vicioso do comodismo econômico. Todos os projetos de economia precisam re etir a partir da missão com os pobres. É importante sempre evocar o paradoxo da economia: guardar somente para si incorre em avareza e mesquinhez, gastar desordenadamente incorre em dissipação e desperdício irresponsável.
As Vocações Nesses 25 anos se discutiu muito sobre vocações. As mudanças de diretórios de formação, mudanças de casas, estudos e reestudos sobre faculdades, troca de formadores, dentre outros, indicam a inquietude e a tentativa em acertar. É saudável re etir a formação, pois os formandos precisam saber integrar o ad intra e ad extra para não perderem o foco da missão (cf. DGAE, 2011-2015, n. 85).
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para o Futuro
Do Presente
A Evangelização Há 25 anos vivemos nesta Província Campo Grande a missão em paróquias e santuários. No início dos anos 1990 houve a coragem de entregar algumas paróquias e abrir outras frentes desa adoras de missão. É certo que a preocupação com o econômico e com a sobrevivência foi uma necessidade e as nossas frentes evangelizadoras precisaram esperar. Hoje, o Espírito tem nos mostrado que esses campos, pouco a pouco se estendem. O Perpetóleo, as Comunidades Terapêuticas e os Centros Sociais são projetos inovadores e abordam necessidades missionárias muito atuais como a ecologia e o resgate da dignidade humana. São iniciativas em favor da “cultura da vida” e do “novo rosto dos pobres” (cf. DGAE, 2011-2015, n. 69). Nós conseguimos a proeza de trabalhar o resgate humano e espiritual a partir do próprio povo. Isso é o Reino em germe que redime, liberta, devolve a dignidade e envolve no processo todos os cristãos. Os santuários são um espaço incrível de missão. As pessoas recorrem aos santuários para um encontro pessoal com Deus e elas merecem uma teologia profundamente missionária. Maria traz esse povo até nós para que os alimentemos com a palavra de Deus, que é a palavra da fé no Cristo. A palavra atrai e abre espaço para o Espírito Santo agir em cada devoto e assim o Reino se expande.
Para o futuro, basta apenas uma pergunta: como viver melhor a missão nesta Província? Dizemos sempre que é preciso evangelizar de modo novo e isso impõe algumas tarefas. A primeira tarefa é discernir os sinais dos tempos, como ensina o Vaticano II na Gaudium et Spes (GS 4). Escutar e observar o que acontece ao nosso redor é o melhor método missionário. A segunda tarefa é priorizar o trabalho com os pobres de hoje pelo evangelho. O pobre não é um problema de época, é um critério divino, pois Deus assumiu a causa dos pobres desde a libertação do Egito. O pobre exige conversão e coragem de comprometer-se com o ser humano todo e com o todo do ser humano, como nos ensina Medellin. A terceira tarefa é lançar-se na história sem medo dos riscos. Sem novidade o evangelho deixa de ser Boa Nova e a missão perde o sentido. O novo gera inseguranças, incertezas, medos e manutenção. Uma instituição preocupada em conservar a si mesma, sem novidades e presa ao seu passado, tem medo do novo e só manterá o que tem e sem criatividade missionária. A missão implica abertura ao Espírito Santo, que dá esperança, exige testemunho, infunde coragem, quer mudança, impõe riscos, leva à criatividade. A quarta tarefa é cuidar do ad intra. As novas iniciativas missionárias exigem organização econômica e constante reorganização de membros. Para concluir, a quinta tarefa é não privilegiar os resultados, sim o processo. É no processo que encontramos o Espírito e se privilegiamos o resultado, não notamos o Espírito ou não entendemos o que ele está dizendo.
Pe. Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R
Missionário Redentorista . Curitiba/PR
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Perspectivas
Religiosidade popular,
o encontro criativo entre divino e humano
S
egundo o Catecismo Católico, fora da liturgia dos sacramentos e dos sacramentais, a Igreja deve considerar as formas de piedade dos éis e a religiosidade popular. O sentimento religioso do povo cristão desde sempre encontrou a sua expressão em variadas formas de piedade, que rodeiam a vida sacramental da Igreja como as visitas aos santuários, as novenas, as peregrinações, as procissões, as danças religiosas, o rosário, as medalhas, velas, etc. A religiosidade do povo, no seu núcleo, é um acervo de valores espirituais que responde aos desejos da fé simples do povo. A religiosidade popular católica tem uma capacidade de síntese vital de nossa fé. Engloba com criatividade o divino e o humano, Cristo e Maria, espírito e corpo, comunhão e instituição, pessoa e comunidade, fé e pátria, inteligência e afeto. (Catecismo Católico, cfr. números 1674-1679). O Papa Francisco em uma das homilias na Jornada da Juventude 2013, no Rio de Janeiro, disse que a América Latina constitui o espaço histórico em que se dá o encontro de várias culturas: a indígena, a branca, a africana, as européias e as orientais. Aí se dá, ao mesmo tempo, uma convergência de maneiras diferentes de ver o mundo, o homem e Deus, e de reagir frente a eles.
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E nalmente há a orientação de nossa Constituição 17: “É óbvio, portanto, que todos os Redentoristas, principalmente quando reunidos em Capítulos, devem avaliar periodicamente se os meios empregados para a evangelização no respectivo território correspondem às necessidades da Igreja e do mundo; se, e como, devem renovar-se os métodos apostólicos, de modo que sejam mantidos os meios válidos, corrigidos os que apresentem falhas e abandonados os inadequados”. Facilmente podemos aplicar esse conteúdo às necessidades da religiosidade popular em nossa Província.
falaram muito ao povo de cada região e cultura. E uma grande manifestação da religiosidade popular foi todo o dinamismo de nossas equipes das Missões Populares com suas liturgias animadas, procissões e o cultivo das práticas religiosas do povo simples. Outra grande manifestação da religiosidade popular veio através da instituição da Novena Perpétua a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Não foi algo celebrado de vez em quando, como nas festas patronais, mas uma devoção Mariana contínua. Muita evangelização popular aconteceu através dessa devoção a Maria, que constitui uma parte forte da religiosidade popular na América Latina. Embora a novena tenha começado com modéstia, logo, por causa da religiosidade popular, ela se espalhou em todas as nossas paróquias no Mato Grosso do Sul, no Paraguai e no Paraná. Até nos lugares que deixamos, até hoje a novena continua sendo celebrada toda semana. Não podemos deixar de mencionar os dois grandes centros dessa devoção popular: Campo Grande e Curitiba. Nosso desa o nesta celebração de 25 anos de Província é achar meios de aproveitar da religiosidade popular para pregar num mundo secularizado da pós-modernidade. Como atrair e evangelizar esse povo por meios simples, mas tocantes, da nossa fé cristã? Como atualizar a religiosidade popular? Que sempre tenhamos o dom Redentorista de buscar novos meios de evangelização baseados na fé simples do povo.
Religiosidade popular na Província Campo Grande Nossa Província se originou da Província de Baltimore, Estados Unidos. Os primeiros americanos – Pe. Francis Mohr e Pe. Alphonse Hild – chegaram ao Brasil em dezembro de 1929. Passaram alguns meses em São Paulo preocupados em aprender o idioma e viver melhor a inculturação junto ao povo brasileiro. Sendo da cultura americana, eles aceitaram o desa o de assumir uma nova cultura, que é a experiência de expressar a fé de modo bem diferente. Eles acolheram esse novo desa o e se depararam com a religiosidade popular. Naquele tempo havia ainda o desa o de encontrar a cultura indígena no Mato Grosso do Sul. A cultura indígena é bem diferente da do povo brasileiro. Outro desa o foi o contato com a cultura européia, presente no Paraná, a saber: Italianos, Poloneses, Alemães, Ucranianos, Africanos, dentre outros. Esse contato aconteceu especialmente nas capelas da zona rural, onde eles celebravam. O carisma Redentorista os ajudou muito nesse processo. Santo Afonso usou bem a religiosidade popular com os pastores pobres nas montanhas através de cânticos populares, procissões, missões populares, que acolheram e catequizaram a religiosidade popular desse povo, às vezes imersa na superstição. Nem se fala do dinamismo missionário de São Clemente em Varsóvia, com tantas culturas diferentes dos imigrantes, e em Viena, onde Clemente aproveitou bem de música, procissões, grupos de re exão com a classe alta e com jovens universitários para realizar a pregação extraordinária de nossa fé, segundo sua religiosidade popular. Os Redentoristas de nossa Província tiveram a coragem de deixar o frio catecismo de Trento na forma de pergunta e resposta (sistema americano), aproveitando da religiosidade popular para ensinar e aperfeiçoar a fé do povo. Desde o começo de nossa história os Redentoristas usaram momentos importantes como a festa da padroeira com novenas e com grandes pregações. Aproveitaram das culturas encontradas nessas regiões com procissões, música e liturgias animadas com símbolos que
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Perspectivas
Reinventar
para o futuro
A
Província Campo Grande nasceu no ano em que a história terminou: 1989. Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o século XX começou em 1914 e terminou em 1989, mesmo ano em que nossa Província conquistou sua autonomia. O ano de 1989 é uma data simbólica: a queda do muro de Berlim. Esse acontecimento acabou com a divisão do mundo em dois blocos econômicos: comunismo e capitalismo. Os defensores do status quo cantaram a vitória: o capitalismo é o m da história. O socialismo real acabou tarde. Isso indica que nascemos como província numa era “pósideológica” e “sem utopias”. Porém, a lógica histórica parece não ser tão previsível. O capitalismo mostra sinais de fraqueza, com suas sucessivas crises. Aliás, hoje o capitalismo em nossa era
A alternativa para fugirmos do vazio existencial (sem utopias) da nossa época é reinventar os sonhos e os projetos para o futuro. Mas procurando não repetir os erros do passado.
“pós-ideológica” ganhou outros nomes: globalização, imperialismo, crise ecológica, fundamentalismo religioso (islâmico), multiculturalismo, migração, etc. Marcados como somos, pelo fracasso das antigas utopias do século XX, estamos diante da reinvenção do futuro. Sabemos que as temporalidades históricas do passado e do futuro estão entrelaçadas: no presente. Cabe-nos projetar o futuro sem negar o passado. A alternativa para fugirmos do vazio existencial (sem utopias) da nossa época é reinventar os sonhos e os projetos para o futuro. Mas procurando não repetir os erros do passado. Pe. Rodrigo Augusto, C.Ss.R Missionário Redentorista . Curitiba/PR
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