EMPREENDEDOR ON: AUGUSTO VAZ
GESTÃO GERENCIAMENTO DE ROTINA E CICLO PDCA
ANO 1
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EDIÇÃO 3 | AGO/SET 2013
Aliando a paixão por carros a uma nova abordagem de mercado, o jovem Abílio Oliveira construiu um negócio de sucesso no segmento de automóveis de luxo, ou como ele prefere charmar:
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EXPEDIENTE DIRETOR-EXECUTIVO/COMERCIAL Daniel Motta DIREÇÃO DE ARTE Lucas Aquino REPORTAGEM Gabriela Barreto Cláudio Oliveira FOTOGRAFIA Canindé Soares (Capa) Fidel Dantas ___________________________ www.revistaonrn.com.br ___________________________
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ÍNDICE
07. ARTIGO Breves aspectos jurídicos sobre aquisições e transformações de empresas.
10. EMPREENDEDOR ON Augusto Vaz: Decidindo pelo Sucesso.
15. GESTÃO Gerenciamento da Rotina e o Ciclo PDCA: Implantando uma cultura de eficiência no trabalho diário.
18 CASE DE SUCESSO Abílio Oliveira e PG Prime: Uma paixão que virou negócio de sucesso.
29. JOVEM EMPREENDEDOR Gabriela Melo - Fritss: Variedade, qualidade e higiene para atrair o público.
32. A IDEIA Ambientes Virtuais, Negócios Reais.
35. EMPREENDEDORISMO SOCIAL Fazendo o Bem: Conheça a Casa do Bem.
37. TROFÉU ON Homenagem da Revista ON RN à trajetória dos empresários potiguares.
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Diego Rosado Targino de Oliveira Advogado, OAB 11.364/RN Especializando em Direito Contratual na PUC/SP
ARTIGO
BREVES ASPECTOS JURÍDICOS SOBRE AQUISIÇÕES E TRANSFORMAÇÕES DE EMPRESAS Sempre nos deparamos com notícias de empresas realizando fusões ou aquisições ao redor do mundo, operações estas que resultam em fervor nos mercados de ações e, consequentemente, refletem nas atividades de áreas correlacionadas. Mesmo com tantas notícias acerca do assunto, dificilmente compreendemos do que se trata, principalmente por causa da quantidade de termos técnicos aplicados às operações de grandes proporções. Para compreender melhor o tema, é válido explicar brevemente sobre os tipos de empresas existentes no Brasil e em que isso vai influenciar nas operações de transferências patrimoniais. Dentre os tipos de empresários no direito brasileiro, há o empresário individual, a empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) e a sociedade empresária. Vale fazer a observação de que, quando falamos em sociedade empresária, esta é que, em termos técnicos, exerce a atividade empresarial em si, não seus sócios, estes são denominados empreendedores ou investidores. No universo das sociedades empresárias, as mais usuais são as limitadas e as anônimas, as últimas que podem ser abertas ou fechadas, a depender da maneira através da qual é ofertado o capital, se oferecido em bolsas de valores e mercados de balcão ou não. O empresário individual é aquele que exerce atividade empresarial, utilizando-se, para tanto, de seu patrimônio próprio. Sua empresa não tem personalidade jurídica. Tal atividade somente se inscreve no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas para fins de responsabilidade perante as legislações Tributária, Trabalhista e Previdenciária. Em virtude da confusão patrimonial entre a atividade empresarial e a pessoa física, as operações de compra e venda do estabelecimento comercial são simples, necessitando apenas de observação das questões de disponibilidade ou não do patrimônio ante as legislações de direito de família e sucessões hereditárias. Sobre a empresa individual de responsabilidade limitada,
trata-se de novo tipo no Direito Brasileiro, que tem como intuito evitar a criação de sociedades limitadas fictas, como muito acontecia no passado para evitar comprometer o patrimônio do empreendedor em casos de crises e execuções contra a empresa. Com esse novo instituto, o empreendedor passa a poder separar completamente o patrimônio da empresa do seu pessoal. Por causa de tal separação, os direitos sobre as operações de alienações concernentes à empresa, são mais flexíveis. Nas sociedades, as operações são mais complexas, principalmente nas relativas às sociedades anônimas. Faz-se importante elencar as maneiras através das quais são realizadas as operações de venda ou modificação das empresas, já sendo demonstrados os exemplos importantes atinentes à matéria. O primeiro conceito que se deve saber é o de estabelecimento comercial. Por estabelecimento comercial, entende-se que se trata da universalidade de bens que compõem a atividade empresarial, a saber: o prédio, o ponto, máquinas, tecnologia, nome etc. Abrange os bens corpóreos e incorpóreos da empresa. À alienação completa do estabelecimento comercial se dá o nome de trespasse. O trespasse somente pode ocorrer depois de observadas algumas formalidades, tais como o contrato escrito e arquivado na Junta Comercial do Estado em que a atividade é exercida. Outro requisito é a anuência de todos os credores da empresa. O que é importante de se observar no trespasse é que aquele que compra o estabelecimento (adquirente), também leva consigo todas as obrigações (dívidas) da atividade, a menos que o contrato disponha que o alienante (vendedor) assuma parte ou todas as obrigações que a empresa possuía antes da alienação. As exceções são as dívidas trabalhistas (os empregados podem executar tanto o adquirente como o alienante, independentemente de quem seja o atual proprietário) e os estabelecimentos adquiridos em leilão judicial (nesse caso, o adquirente o recebe sem nenhuma 7
ARTIGO obrigação atinente à atividade anterior). As sociedades limitadas são as mais usuais e possuem o caráter pessoal dos seus sócios (quotistas), ou seja, o contrato social (documento com toda a identidade da empresa) deve conter todos os que dela participam e em que proporção. Em virtude disso, há pouca flexibilidade na troca de pessoas participantes da mesma. Assim, toda mudança de sócios ou de quantidade de participação individual deve ser documentada e arquivada na junta comercial estadual. Cada sócio tem a propriedade sobre a sua quota-parte, contudo, para que uma nova pessoa passe a integrar a sociedade, se faz necessário que haja anuência dos outros sócios (em razão do caráter pessoal ou intuitu personae). Com relação à alienação do estabelecimento comercial, as regras gerais são as já demonstradas do trespasse, tendo como diferencial, apenas a necessidade da participação de todos os sócios na operação. Dentre outros atos, além da simples aquisição já tratada anteriormente, que também tem enorme importância no mercado, existem as fusões, incorporações, transformações e cisões de empresas de maior vulto no mercado, nas quais são necessárias formalidades mais complexas. Pela transformação, entende-se que se trata de mudança de tipo societário. Tal operação é utilizada para mudanças em regimes tributários, para acelerar o crescimento da empresa, para uma maior capitalização - a abertura de capital, por exemplo - ou até para se proteger em momentos de crise, vide fechamento de capital ou mudança para tipos mais rígidos. No caso, a mudança não afeta a personalidade da empresa, ou seja, esta continua a existir, modificando somente seu regime societário por questão de administração mais adequada aos interesses da empresa, de modo que seja condizente com seu formato. Para realizar uma transformação, somente se faz necessária a observação dos requisitos básicos para a constituição de uma empresa no regime societário que resultará da transformação. Para que se efetive, é indispensável a deliberação unânime de todos os acionistas ou sócios. Contudo, há a possibilidade do estatuto (válido para as sociedades anônimas) ou contrato social prever a possibilidade de transformação, o que dispensaria a necessidade da unanimidade para tal. No último caso descrito, os sócios ou acionistas dissidentes podem exercer o direito de retirada. A incorporação consiste na absorção de uma sociedade por outra, de modo que a primeira deixa de existir. Na incorporação, há a aquisição de uma empresa por outra de uma maneira que a pessoa jurídica existente passa a ser somente a da incorporadora (empresa adquirente). Para que o ato seja completo, é necessária a aprovação
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unânime somente dos sócios ou acionistas da sociedade incorporada (aquela que é absorvida). A empresa que absorve a outra assume todos os direitos e as obrigações da empresa absorvida. Na fusão, diferentemente da incorporação, nenhuma das empresas envolvidas na operação continuará existente, pois trata-se da união entre duas ou mais empresas para a criação de uma totalmente nova, com personalidade jurídica diversa das anteriores. Na fusão, a nova empresa adquire para si todos os direitos e obrigações das empresas anteriores, ou seja, tanto as questões positivas como também todas as dívidas de cada uma das participantes da operação. Na cisão, há uma divisão de uma empresa em outras partes, podendo a mesma subsistir (no caso de cisão parcial) ou não (no caso de cisão total), a depender se transfere ou não todo o seu patrimônio para as outras empresas. Sendo total, extingue-se a sociedade cindida. Na cisão parcial, na qual há transferência de partes da sociedade para outras, as que as adquirem, sucedem a empresa anterior nos direitos e obrigações de acordo com o relacionado no ato (nos contratos). O patrimônio da empresa cindida pode ser transferido para empresas já anteriormente existentes ou para empresas criadas para este fim. No caso de cisão total, na qual há extinção da sociedade anterior, as que adquiriram as partes sucederão nos direitos e obrigações na medida proporcional àquilo que absorveram. Na fusão e incorporação, os credores que se sentirem prejudicados pelas operações podem pleitear a anulação da operação por via judicial. No caso das cisões, os credores têm direito de exigir o cumprimento das obrigações a qualquer das empresas resultantes da operação. Vale ressaltar que se a operação envolver uma sociedade de capital aberto, aquela que a suceder deverá sempre ser de capital aberto também. As condições da operação que for realizada constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das interessadas e incluirá elementos trazidos pela Lei das Sociedades Anônimas para dar ciência a todos os participantes sobre como será refletido em seu patrimônio e no da empresa. Todas as operações de concentração econômica que envolverem consideráveis parcelas de mercado estarão sujeitas à aprovação anterior do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça, que tem como escopo manter e fiscalizar a concorrência no mercado.
Reportagem por Cláudio Oliveira Fotografia: Fidel Dantas
DECIDINDO PELO SUCESSO. Momentos decisivos na vida do empresário Augusto Vaz.
Tomar as decisões certas e no momento oportuno é essencial para se tornar um empreendedor de sucesso. Foi dessa forma, num história cheia de mudanças e espírito empreendedor que o empresário Augusto Vaz, 36, entrou ainda adolescente no mundo dos negócios e, antes que concluísse a graduação, começasse a administrar a primeira das seis diferentes experiências empresariais que teria até chegar à “Abracadabra Festas”, uma das mais completas e requintadas casas de festas infantis e teen de Natal. “A decisão deve acontecer antes que você fique impossibilitado de decidir. É difícil. Envolve suas paixões, a questão financeira e outras coisas, mas é preciso fazê-la”, relata Augusto Vaz. É assim que o administrador tem conseguido desde os 16 anos fazer as melhores escolhas, sempre atrelando a qualidade de vida, a valorização da família e o prazer pelo que gosta na hora de decidir. O gosto pelo comércio veio da parte da mãe, Maria Anastácia Vaz, quando ainda cursava o segundo grau e a ajudava no tempo livre na parte financeira da loja Blu 4, que ela administrava no Shopping CCAB Petrópolis, em Natal. Filho de um médico oftalmologista com mesmo nome que ele, diz que os pais sempre o deixaram livre para escolher seu caminho. Mas o garoto queria mais. A loja da mãe era uma franquia e por isso estava restrita às regras da marca. Daí veio a primeira escolha: ter seu próprio negócio, aos 18 anos, quando entrava no curso de administração. Abriu a “Infinito”, loja de multimarcas a preços mais baratos. “Escolhi desde a marca até os produtos. Trabalhava com preços mais ‘agressivos’ para enfrentar a concorrência”, relembra. Augusto ainda queria se capacitar e mesmo com o ne10
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O empreendedor tem que pensar se o negócio condiz com o estilo de vida dele.
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EMPREENDEDOR ON
gócio prosperando, decidiu fazer MBA em Marketing e, como em Natal nenhuma instituição oferecia, mudou-se para Recife/PE. A loja que abriu em Natal e a outra da mãe precisaram ser vendidas porque já que ele não estava mais em Natal e ficava difícil para a mãe administrar tudo sozinha. Durante sua estadia em Recife trabalhou em duas grandes empresas, a Ortobom e a Xerox do Brasil. “Tive um aprendizado muito grande porque aprendi procedimentos profissionais que não vivenciei nas empresas familiares”, conta. Na Ortobom ele era orientador de franquias e supervisionava toda a área de marketing da empresa. Já na Xerox recebeu uma proposta para trabalhar em São Paulo e mais uma vez precisou escolher. “Cheguei a vislumbrar a vida de executivo, mas decidi retornar para Natal pela qualidade de vida que aqui teria”, revela. Com a nova escolha, era hora de repensar em novos negócios na capital potiguar. Já era o ano de 2003, quando decidiu investir na área de telemarketing.
“VOLTEI A NATAL PARA DESBRAVAR ESTE NOVO MERCADO” Decidido a encarar um novo desafio Augusto Vaz arriscou e conseguiu abrir em Natal a “Ágil telemarketing”, empresa de um ramo até então ainda não desbravado na capital. A princípio parecia difícil fazer o negócio funcionar, mas com a esposa Karol Vaz, conseguiu firmar o primeiro contrato com a empresa Telemar. “Foram três meses pagando os custos da empresa sem clientes até o primeiro contrato. Em momento algum me arrependi, mas cheguei a me questionar se era o momento certo
para abrir uma empresa do gênero em Natal”, relembra. Parece que foi. Depois da Telemar, outros clientes como a Facex, Guanabara e até campanhas políticas entraram no rol de clientes. Porém, a Telemar correspondia a 80% do faturamento da empresa e dois anos depois deixou de ser cliente da “Ágil telemarketing” comprometendo o faturamento. Mais uma vez era hora de tomar uma decisão. Augusto resolveu entrar no ramo da água de coco e criou a “Água de Coco Dunas”. O foco era vender nos sinais de trânsito da cidade e de 500 copos por dia, chegou a vender até 5 mil. Mas a variação de preço da água do coco interferiu no negócio. Ganhava muito no inverno e no verão os custos não compensavam o faturamento. Em 2009 tomou a decisão de vender a empresa e se dedicar a que talvez seja a sua maior realização nos negócios, a “Abracadabra Festas”.
ABRACADABRA: SUCESSO SEM MÁGICA
lhadas pelo ambiente que lhe permite fazer o monitoramento de casa. A expectativa agora é de abrir uma nova unidade da Abracadabra possivelmente para buffet adulto voltado para casamentos. Enquanto a Abracadabra prosperava, Augusto Vaz também investiu no ramo da construção civil pelo Programa Minha Casa Minha Vida e também abriu o Rusto Music Bar para o público entre 30 e 40 anos em Petrópo-lis. Atualmente o bar está arrendado, embora ainda lhe pertença. Para o empresário, sua história de sucesso está diretamente ligada a tomada de decisões e escolhas que foram feitas em cada oportunidade que seu olhar empreendedor vislumbrava, sempre condizendo com as coisas que lhe dão prazer. “O empreendedor tem que pensar se o negócio condiz com o estilo de vida dele”, sugere.
“Foi algo que funcionou em todos os sentidos”. É assim que Augusto Vaz se refere à requisitada casa de festas infantis que administra. O espaço comporta até 150 pessoas sentadas, ambiente climatizado, som e iluminação especial e segurança. Tem ambientes projetados e um misto de brinquedos modernos que fazem a alegria da garotada desde Kid Play de 2 andares até Mini campo de futebol. “Nosso diferencial está no atendimento, em fazer as pessoas se sentirem bem aqui e no cardápio diferenciado”, destaca o empresário. São 24 funcionários fixos que formam a equipe de festas e o escritório suficientes para festas de até 180 pessoas. A partir daí é necessário convocar equipe reserva composta por 50 pessoas. A Abracadabra realiza mais de 30 festas por mês, sendo muitas vezes duas festas no mesmo dia. Para este ano já não há mais nenhum sábado disponível. Desde o início, o negócio é administrado junto com a esposa. “É a mente criativa da empresa que dá os toques de inovação. Foi ela quem desenhou a fachada do prédio”, conta Augusto Vaz. A família, por sinal, tem grande contribuição no negócio. “Descobri que tenho meu público-alvo em casa”, diz referindo-se aos dois filhos. Foi, inclusive, para realizar o primeiro aniversário da filha, Alice, que surgiu a ideia de criar a empresa. “À procura de um lugar para realizar a festa de aniversário dela (Alice), percebemos que Natal comportava mais uma casa de aniversário. Começamos a planejar e em cinco meses inauguramos com o aniversário dela. Nos últimos seis anos o negócio cresceu bastante”, relata. No início Augusto acompanhava todas as festas, agora consegue fazer isso de casa, graças às 28 câmeras espa-
EXPERIÊNCIA NA CDL Integrante da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL) Augusto Vaz assume hoje a vice-presidência da entidade. “Tem sido fantástico lutar pelo comércio. Através da CDL, consigo acessar políticos e autoridades em busca de melhorias para o setor”, declara, enfatizando que a troca de experiências tem ajudado a melhorar o relacionamento com o mercado. Ele também tem contribuído com o programa Empretec, metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), ministrada no Brasil com exclusividade pelo Sebrae que utiliza as práticas dos empreendedores de sucesso para capacitar outros empreendedo-res, avaliando que decisões foram positivas e se podem ter o mesmo efeito em outros casos. Consultor do Sebrae, Augusto atua como facilitador do Empretec desde 2005. “Isso me ajudou a perceber que tanto na vida quanto nos negócios, as falhas vêm das nossas próprias decisões, da mesma forma que o sucesso é resultado de decisões que fizemos”, declara Augusto Vaz.
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GERENCIAMENTO DA ROTINA E O CICLO PDCA Implantando uma cultura de eficiência no trabalho diário
Qualquer empresa espera o máximo da eficiência de um colaborador dentro da jornada de trabalho, afinal, a folha de pagamento representa sempre uma boa parte dos gastos de uma organização. Mas ora, quando se contrata um novo colaborador, não é lógico que toda a sua jornada de trabalho será revertida em benefícios para o negócio? A resposta é sim, afinal a única razão de contratarmos alguém está na importância do resultado de seu trabalho. Essa dificuldade operacional pode ser combatida com a adoção de rotinas de trabalho, elaboradas a partir do pleno entendimento da descrição das funções, do cargo e do fluxo de trabalho da empresa. O Gerenciamento da Rotina se entrelaça com o nível de qualidade que a empresa oferece em seus processos que consequentemente se relaciona com a qualidade do seu produto ou serviço. A adoção de rotinas não é uma prática longe do alcance de pequenas e médias empresas, os conceitos podem ser implantados gradualmente, iniciando por onde existe um maior desperdício de tempo. Assim, os resultados já começam a ser sentidos e uma nova cultura começa a ser implantada gradualmente. Um dos gurus da qualidade e renomado consultor empresarial, Dr. Vicente Falconi, deixa claro em suas publicações os benefícios do gerenciamento da rotina para diversas áreas de uma organização, como administrativa, compras, vendas de produção e de manutenção.
Então por onde começar? Primeiro, reúna os supervisores e identifique quais são as atividades chaves diárias de cada cargo, comece com os cargos operacionais, que afetam diretamente a qualidade do produto vendido ou serviço prestado. As atividades chaves diárias são aquelas em que se houver um pequeno erro, a qualidade percebida pelo seu cliente será fortemente afetada, são também aquelas em que seus clientes ou colaboradores já apontam como ponto fraco ou também atividades que tenham altos custos envolvidos. Em seguida, com as atividades listadas, entreviste os colaboradores responsáveis pela execução. É necessário caracterizar as principais dificuldades e pontos de melhoria das tarefas na visão do colaborador. Nesse mesmo momento, é necessário também levantar o tempo despendido em cada tarefa na visão do colaborador, seja crítico e valide esse prazo com os supervisores. Os dados reunidos já serão suficientes para a implantação de uma primeira fase de uma cultura de gerenciamento da rotina diária, que deve ser aprofundada após a avaliação das melhorias e benefícios além do mapeamento de todos os demais processos empresariais, administrativos e operacionais. Com base nas atividades chaves, conversas com os supervisores e dados coletados nas entrevistas, elabore um checklist de atividades diárias sequenciadas, com informações básicas para identificar o colaborador e a tarefa e também com um horário previsto para início 15
de cada atividade, como ilustrado no exemplo abaixo.
ro deve ser repetido quantas vezes forem necessárias até que o ponto crítico do trabalho diário seja solucionado e a qualidade do processo esteja garantida. Nunca é tarde demais para um ajuste na operação que
A alta rotatividade de colaboradores é um ponto crítico quanto a implantação de gerenciamento da rotina diária, para combater esse problema e também dar suporte a eventuais consultas, é recomendado, enquanto não houver um mapeamento global de processo, que paralelamente seja elaborado um documento chamado Procedimento Operacional Padrão (POP) de cada atividade chave presente no checklist. Nesse documento será descrito o passo a passo para a realização de uma atividade chave diária, recursos necessários, resultados esperados, ações corretivas, entre outros detalhes que podem ser inseridos para garantir que o procedimento seja plenamente compreendido pelo leitor. Após a adoção dessas ferramentas, três perguntas muito importantes para uma boa operação não ficam sem respostas: “Como fazer?”, “Quem deve fazer?” e “Como deve ser feito?”, reduzindo inclusive a curva de aprendizado dos novos colaboradores. Ao longo da operação, caso seja encontrado algumas não conformidades e para garantir que o método utilizado para a execução de uma atividade chave seja sempre o mais adequado, é recomendado a aplicação dos conceitos do Ciclo PDCA. O Clclo PDCA, do inglês Plan, Do, Check e Act., identifica e cria um roteiro para solução de pontos de melhoria em 4 fases, são elas: Planejar, fazer, checar e melhorar. Esse rotei-
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possa garantir um crescimento contínuo e seguro da organização. Após um breve treinamento, ferramentas como o checklist operacional diário são de fácil implantação, manutenção e uso pelos colaboradores. Da mesma forma, existe uma série de outras ferramentas, complementares ou subsequentes, que profissionalizam a gestão e garantem uma operação mais segura. A adoção de rotinas de trabalho abre portas para a implantação de sistemas de gestão mais completos e também complexos como o gerenciamento pelas diretrizes de metas anuais, melhorias e inovações em qualquer organização. Como nenhuma empresa busca se manter estagnada, com pequenas taxas de crescimento ou com uma operação não eficiente, a melhor decisão é a profissionalização da operação e da gestão, aderindo ferramentas e modelos de gestão que propiciem uma mudança na cultura empresarial e consequentemente o sucesso nos negócios e a satisfação do cliente.
CASE DE SUCESSO
PRIME
Reportagem por Gabriela Barreto Fotografia: Canindé Soares
Aliando a paixão a um conceito novo para um mercado pouco explorado, o empresário Abílio Oliveira construiu um negócio de sucesso.
Uma paixão que virou negócio de sucesso A paixão por carros é algo comum no universo masculino. Com feeling empreendedor, análises de mercado e uma dose de ousadia, Abílio Oliveira conseguiu transformar essa paixão num negócio de muito sucesso. O começo não foi fácil. Membro de uma família empresária por tradição, ele teve que convencer o pai, Marcondes Oliveira, a investir num mercado que estava praticamente falido em Natal: o de automóveis de luxo. Assim como o pai conseguiu convencer o avô Marcos Oliveira a abrir um negócio fora do ramo no qual a família já atuava, Abílio conquistou o apoio da família para dar início a uma nova jornada em sua vida empresarial. Hoje, aos 31 anos, ele comanda as lojas PG Prime, que comercializam automóveis e equipamentos esportivos de luxo. O segredo, segundo ele, é fazer o que se gosta. E, de fato, o amor de Abílio por carros e pelos negócios é notável. Educado e muito simpático, Abílio conversou com a nossa reportagem e contou um pouco sobre a sua curta trajetória (afinal, ele está no mercado há apenas cinco anos) no mundo dos negó18
cios, sobre como a experiência empresarial da família o ajudou e quais são os planos de expansão da empresa. Confira:
Você vem de uma família que já atua no mercado há anos e com sucesso. Isso foi importante para o início da sua carreira? Foi muito importante. Nossa família é toda de empresários. Nosso grande incentivador é o meu avô (Marcos Oliveira), que atua no interior do estado no segmento de varejo há mais de 50 anos. Isso veio passando para as gerações e o meu pai resolveu abrir o seu próprio negócio e entrou no segmento de combustíveis, trabalhando com postos e transportadoras. Eu comecei a trabalhar com o negócio familiar em 1998 e escolhi a área de transportes. Nossa transportadora foi crescendo e em 2004 nós tivemos a oportunidade de entrar no segmento de varejo de automóveis e colocamos aqui em Natal uma concessionária de motocicletas de uma marca chinesa que estava chegando ao Brasil, a Sun-
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Nosso slogan é “Você pode mais”, que é justamente para que o consumidor aceite que pode comprar. Essa quebra de paradigmas, que foi o que nós fizemos e vem sendo feita por marcas de outros bens como roupas, turismo...
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down. O nome da empresa era PG Motos. Em 2008 nós adquirimos a concessionária Land Norte, que era a revendedora Land Rover em Natal. Na época, a concessionária estava prestes a fechar porque passava por seu pior momento em relação às vendas. Mas de lá para cá, depois que adquirimos o negócio e fizemos algumas mudanças, vivemos essa fase de expansão.
Por que escolheu trabalhar com o mercado de luxo? Em que momento percebeu que em Natal havia espaço para isso?
Na verdade, todo o Brasil ia muito bem em relação a esse mercado. Na época, Natal vivia um bom momento em relação aos imóveis de luxo e eu observei que não havia ninguém atuando no mercado de automóveis luxuosos. As pessoas que tinham condições de adquirir carros de luxo em Natal estavam esbarrando em Mitsubishi e Toyota, que, naquele momento, era o que tinha disponível na cidade. Então, eu percebi que a gente teria que ter a coragem de entrar no mercado e desenvolvê-lo. A gente sabe que nesse segmento, as pessoas não são envolvidas apenas por um item. A partir do momento que a pessoa começa a consumir um aparta19
EMPREENDEDOR ON mento de luxo, uma viagem ou uma roupa de luxo, ela passa naturalmente a enxergar também o automóvel de luxo. As pessoas tem acesso ao segmento prime como um todo. De 2008 para cá, os brasileiros tiveram muito acesso às coisas de fora. Muitas pessoas estão viajando e tendo acesso a coisas boas. Isso foi o que tentamos implantar em Natal.
E como foi o início disso? Foi muito difícil porque as pessoas tinham receio de aparecer e ficarem visadas. O empresário no Brasil teme até que o funcionário perceba que ele está ganhando dinheiro. São coisas culturais que nós tivemos que quebrar. Na época, investimos em test drive. Eu saí entregando o carro para empresários, médicos, advogados, pessoas que eu selecionei e que sabia que poderiam comprar o carro. Nosso slogan é “Você pode mais”, que é justamente para que o consumidor aceite que pode comprar. Essa quebra de paradigmas, que foi o que nós fizemos e vem sendo feita por marcas de outros bens como roupas, turismo... antigamente, por exemplo, as agências de turismo só vendiam pacotes para Estados Unidos ou Europa. Hoje, se você observar, verá que tem potiguares viajando para os lugares mais primes do mundo.
Então o mercado de luxo em Natal está... ...em crescente desenvolvimento. Não acho que já chegou ao auge, mas está se desenvolvendo. A classe B já chegou a A e isso está acontecendo no país todo. Como Natal é uma cidade um pouco menor, nós conseguimos medir melhor esse tipo de coisa.
Em entrevistas anteriores, você contou que montou uma lista com 15 prováveis compradores de carros de luxo em Natal. Essa lista, hoje, seria de quantos? O engraçado dessa lista é que, dos 15, nenhum comprou (risos). Eu fiz essa lista com os prováveis compradores que eu achava que, na hora que eu chegasse e apresentasse o produto, eles comprariam porque tinham condições financeiras para isso, mas também pelo nosso grau de amizade. Hoje são todos clientes, mas, na época, nenhum deles comprou. O carro é um bem de consumo de luxo que depende da ótica de cada um. Tenho amigos que não são meus clientes, mas que moram em apartamentos ou casas mais luxuosos do que alguns clientes meus. Por isso que digo que carro é uma coisa que a pessoa tem que gostar. Para mim, o benefício de ter um carro é diferente do que é para você. Algumas pessoas preferem investir numa viagem de luxo ou num imóvel
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do que num carro. Esses produtos de luxo são os nossos maiores concorrentes. A renda do cliente é uma só, mas existem várias opções no segmento prime.
Como foi o processo de convencimento da sua família, que já trabalhava com um negócio de sucesso enquanto você queria investir num ramo que estava praticamente falido? Na época, todos os números e balanços da Land Norte indicavam fechamento de loja, já que o negócio não se pagava. O argumento que eu utilizei para convencer o meu pai (o empresário Marcondes Oliveira) foi de que existia o mercado e que estava faltando um trabalho de prospecção para desenvolver o negócio. Então, apresentei a ele os números de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza – que, naquela época, estava no auge de vendas de automóveis luxuosos. Nós observamos que se em Recife eram vendidos 40 carros de luxo por ano, por que em Natal eu não conseguiria vender 10? Esse era o meu objetivo inicial. No primeiro mês, já vendemos três. No segundo, chegamos aos cinco. No terceiro e quarto meses, totalizamos oito vendas. Ficamos nesse número por um tempo, mas quando conseguimos chegar ao décimo carro vendido, para mim foi a primeira vitória. E assim fomos crescendo.
Como foi o desenvolvimento da PG Prime? Com que marcas iniciou e com quais trabalha hoje? Iniciamos em 2008 com a Land Rover o no final do ano recebemos a Volvo, que à época pertencia ao mesmo grupo. Em 2009 nós assinamos contratos com a Audi (que só abriu em agosto de 2010). No final de 2010, recebemos a Bombardier, que fabrica produtos de aventura. Em 2012 fechamos negócio com a Audi novamente para a loja inaugurada em março deste ano em João Pessoa, na Paraíba.
Qual a maior dificuldade de manter um negócio no segmento de luxo? O empresário no Brasil é muito exigido. São muitas leis, muita burocracia, muitos impostos. Além disso, nosso cliente muda de opinião a toda hora. Aqui em Natal é muito comum ver um bar recém inaugurado fazer o maior sucesso. Passou o período de novidade, o negócio fecha. Muitos nos disseram na época: “ah, Natal é assim, vai vender Land Rover nos três primeiros meses e depois vai falir”. Escutamos muito isso na época.
SHOWROOM
A Grande gama de produtos em cada marca trabalhada faz com que Abílio consiga atender todos os perfis de clientes.
O que você fez de diferente dos outros negócios que não alcançaram sucesso passada a euforia da inauguração? Nós acompanhamos as exigências do mercado. Hoje nós temos um leque de produtos muito grande na PG Prime. Tenho um cliente, por exemplo, que quando comprou o carro, tinha duas filhas. As filhas casaram e saíram de casa e aquele carro passou a ser grande para ele. A realidade mudou. Ele agora quer um carro menor para andar só com a esposa. Outros clientes deixaram de usar 4x4 porque venderam a casa da praia. Se eu não tivesse outras marcas, esse cliente poderia ter saído da PG Prime, mas ele continua aqui dentro porque nós oferecemos quase 60 produtos para ele escolher nos mais variados perfis. Nós acompanhamos as fases do nosso cliente. Quando ele é mais jovem, prefere um carro menor. Casou e teve filhos, ele já procura um carro maior. Chega numa idade mais avançada, ele não precisa mais de um carro tão grande e volta para um carro pequeno. É um ciclo. Outra coisa importante é que nós trabalhamos muito o nosso marketing e hoje quando se fala em carro de luxo, o nome mais lembrado é o da PG Prime. O maior exemplo disso foi esse marketing multinível, pois vendemos muitos carros. Isso mostra que não interessa a sua classe, o importante é o produto estar no auge.
O estado civil também interfere na compra? Sim. Separou, ele compra um carro esportivo, da moda (risos).
O mercado de carros de luxo no Nordeste é muito forte? De Land Rover é muito forte até pela característica do produto: veículos a Diesel, 4x4. Esse produto é muito focado para o Nordeste. A evolução da Land Rover nas outras capitais também tem sido gigantesca principalmente por nós nordestinos. Já os paraibanos, por exemplo, consomem mais carros esportivos e nós vendemos mais Audi do que Land Rover lá. Pelo perfil do cliente, a Land Rover é disparada. Representa 50% das minhas vendas e é a marca que está mais desenvolvida para nós. Estamos com cinco anos de concessionária e já temos muitos clientes que já trocaram os carros. Hoje, nós somos o terceiro lugar do Brasil em market share (participação de mercado), mas já fomos o primeiro durante muitos anos. Isso mudou a partir do momento que passamos a receber outras marcas, já
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que eu abri concorrência comigo mesmo. No final das contas, a PG Prime tem 78% do mercado de luxo em Natal, mas a Land Rover perdeu com a chegada de outras marcas. O primeiro lugar hoje é João Pessoa, pois só tem a Land Rover lá. Quer dizer, abrimos a Audi na capital paraibana em março e esse número já vem diminuindo, já que o cliente é praticamente o mesmo e as vendas acabam sendo divididas entre as marcas.
Como você faz a fidelização desse cliente? De várias formas. A fidelização do cliente é o grande trabalho que fazemos na PG Prime hoje. Isso passa pelos nossos serviços de pós-vendas e de cortesias como a oferta de carro reserva para os clientes que deixam o carro na concessionária por mais de 48 horas para a realização de algum serviço. Nós tentamos acompanhar a evolução e a exigência do nosso cliente, pois a cada ano essas pessoas tem ficado mais exigentes. Como a concorrência no mercado aumentou, nós temos que fazer um bom trabalho.
Você saiu de um mercado popular para um mercado de luxo. Como foi essa experiência? Nós fomos do 8 ao 80, pois mudamos para um negócio totalmente diferente. Foi um grande choque, pois na concessionária de motos, nós tínhamos um fluxo de 70 pessoas por dia na loja. Quando entrei na Land Rover, meu fluxo era de 10 pessoas por semana. A sensação era de abandono total. A gente fez um trabalho saindo da concessionária mesmo. Passamos a expor nossos carros em restaurantes, shoppings, eventos sociais. Também criamos duas ações de relacionamento muito importantes dentro da Land Rover, uma trimestral e outra anual.
Como funcionam essas ações? A trimestral funciona da seguinte forma: nós observamos que o cliente vem na loja, olha o carro e recebe o preço. Naquele momento, ele não avaliou se aquele carro vale o preço cobrado, embora ele já venha com um conceito formado. Nós atentamos para a importância de fazer com que essa pessoa dirija esse carro e perceba o que pode fazer com ele. Então, criamos o programa PG Prime Experience que a cada três meses realiza um passeio aos sábados com 15 clientes acompanhados de instrutores para andar nas dunas. Isso é muito interessante porque, certa vez, uma senhora de 76 anos comprou uma Land Rover e participou do passeio. Nós ficamos até temerosos de que podia acontecer alguma coisa, mas o retorno foi incrível. Ela já vendeu mais de 10 carros para a gente, pois onde ela chega, fala para as pessoas sobre as coisas legais que pode fazer com o carro. Ela inclusive comenta que
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quando comprou o carro, achou que tinha sido muito caro, mas hoje acha que é muito barato por todos os benefícios. É a coisa básica do marketing: o cliente entender o que está pagando. Já a outra ação, que é a maior do ano, é a Off Prime, que é o evento no qual levamos cerca de 100 carros para alguma praia durante um final de semana. O cliente vem na concessionária na sexta-feira, onde entregamos kits e realizamos um coffee break, no sábado saímos às 9h e na chegada do evento sempre fazemos uma grande confraternização da família Land Rover. O bom é que sempre lotamos a cidade na qual o evento é realizado.
Constantemente surgem notícias de que a Justiça apreendeu carros Land Rover em Natal. Procede? Eu sabia que você ia me perguntar isso (risos). A Land Rover é fabricada desde 1948. Em Natal, as pessoas vieram conhecer uma loja da Land Rover de 2008 para cá, mas já existiam alguns carros. Em 2008, surgiram as primeiras notícias de apreensão de Land Rover e as pessoas imaginavam que tinham sido compradas recentemente. Na época eu fui pesquisar e vi que eram carros 2001, 2003, 2005, carros que eu nem vendia porque já tinham saído de linha. A última notícia que é a que deu maior repercussão foi de que teria acontecido um leilão com 350 carros e que desses, 56 eram de Natal. Primeiro, a Land Rover não tem banco. Qualquer financeira que financiar 56 carros em Natal e não receber, ela quebra. Terceiro ponto: se isso tivesse acontecido, não teríamos nenhum banco fazendo financiamento na concessionária hoje. Então, são factoides. Além disso, todos os blogs que divulgaram isso não conseguiram provar onde foi esse leilão, qual dia e qual foi o banco. Mas para nós a notícia foi positiva porque estava falando da nossa marca.
Como funciona a sua estrutura operacional e gerencial tendo lojas em diferentes cidades? Diante desse crescimento, nós começamos a montar um bom escritório para tudo isso funcionar. O cliente pode lhe comprar a primeira vez, mas não compra a segunda se você não tiver estrutura de pós-venda e serviços. Portanto, tivemos que trabalhar tudo isso paralelamente ao nosso desenvolvimento. Hoje a PG Prime está pronta para crescer ainda mais, pois montamos um escritório onde funciona toda a parte financeira, fiscal, de marketing e de pós-vendas do grupo. Nós temos aqui um “quartel general” onde todos os faturamentos das lojas são feitos. Nas concessionárias temos os serviços essenciais, mas a parte mais complexa que é a administrativa e financeira é concentrada aqui como uma forma de reduzir custos, unificar os processos e manter o padrão.
Você realizou alguma consultoria ou foi tudo feito por
você mesmo? O mercado de luxo no Brasil é muito pequeno. A gente se conhece. Eu vou numa reunião da Land Rover com 15 pessoas e depois na reunião da Audi, encontro umas 7 pessoas que estavam na reunião anterior. Esse formato já existe há muito tempo em grandes grupos lá fora. O que nós fizemos foi adaptar esse formato para a nossa realidade e o desenvolvemos. Mas nós tivemos ajuda de pessoas de fora, de executivos de montadoras que tivemos que trazer de fora para montar essa estrutura, porque houve o momento no qual percebi que não conseguiria fazer tudo sozinho.
padrão de luxo e o mercado dele é mais difícil.
Em Natal existe mercado para uma grande expansão?
Você se especializou ou aprendeu trabalhando?
Existe. Agora vivemos uma nova realidade. A redução de IPI para os carros importados foi um pênalti em cima de quem trabalha com esse segmento. Isso nos pegou em cheio. E com a exigência da construção de fábricas no Brasil, acredito que vai se destacar quem conseguir isso porque os preços tendem a baixar. Mas, até agora, nenhuma marca com a qual eu trabalho se posicionou se terá fábrica no Brasil. Os preços atuais estão sendo bancados pelas montadoras, que estão arcando com o custo de se manter no mercado nacional.
Sou formado em administração e tenho MBA em Gestão de Negócios.
Você comentou que esse crescimento pode aumentar, mas até que ponto?
O grupo PG Prime tem quantos colaboradores?
Acho que dobramos o mercado de luxo em cinco anos.
Hoje são cerca de 100.
Você tem perspectiva de trabalhar com outras marcas?
O cliente de luxo passa quanto tempo com o carro?
Sim, tenho. Estamos nos preparando para o mercado de 2018, prontos para expandir. Estamos em negociação, em fase de namoro e até de casamento com algumas marcas (risos).
Em média dois anos. No mercado de luxo, se tem uma coisa que o cliente morre de medo é de um veículo fora da garantia. Então, quando o prazo da garantia está próximo de vencer, ele troca logo o carro. Tem outro cliente que é o aspiracional, que passa um pouco mais de tempo.
Como é a procura pelos carros seminovos? Muito boa. Esse foi mais um mercado que eu tive que trabalhar porque acabou virando um gargalo para mim. Meu cliente aparecia para trocar de carro e onde eu iria vender o já usado? Natal não tinha uma loja de seminovos de luxo, embora tivesse muitas de veículos mais baratos. O empresário prefere investir em três veículos que custam R$ 30 mil cada do que em um que custe R$ 90 mil devido a facilidade da revenda. Então, em 2011 nós criamos a PG Prime Selection, que é uma boutique de seminovos com veículos que passam por um processo de seleção através da revisão de 10 itens. São veículos mais caros, das minhas marcar ou não – o que eu acho até bom, porque vira um cliente novo – mas que estão dentro de um rigoroso padrão de qualidade.
E o valor de revenda de um seminovo de luxo? O carro continua bem valorizado? Nessas condições que nós trabalhamos, sim. Já um carro que tenha sido batido, com muita quilometragem ou fora de garantia, o valor abaixa um pouco porque ele foge do
Qual é a meta da PG Prime? Queremos crescer não só em Natal, mas em outras cidades do Nordeste. Definimos estrategicamente que em pouco tempo e com a chegada de algumas marcas como a Mercedes, como comentam que está para chegar, o mercado natalense irá inflar. Por isso, temos que explorar outras cidades que estão em crescimento. Nosso plano de expansão está num raio de 500 quilômetros.
Como você avalia a situação econômica do estado? Essa crise que estamos enfrentando interferiu nas suas vendas? Qualquer coisa que venha a interferir no negócio do meu cliente de forma negativa é ruim para mim. Se eu tenho um cliente que tem um supermercado de bairro e está sofrendo algum tipo de queda de faturamento, isso interfere nos meios de consumo dele, inclusive na compra ou troca do carro. A gente sentiu muito isso em 2012, que foi um ano muito difícil para nós porque muitas pessoas adiaram a compra. Aquele cara que troca o carro todo ano ou de dois em dois anos, esperou passar 2012. Nesse momento, tivemos que procurar outra oportunidade e o que estava em evidência? O pós-venda, pois como meu cliente passaria
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Mas a perspectiva é que nos próximos anos isso mude? Com certeza. 2013 já está sendo bem melhor.
Você é jovem, mas já logrou sucesso. O que acha que foi o seu diferencial? Eu sempre digo que eu faço o que eu amo. A minha vida é isso aqui. Quem me conhece sabe que até na minha hora de lazer o meu assunto é automóvel. Antes da PG Prime, eu sempre gostei de carros. Então, para mim, é muito comum nas horas vagas eu estar acessando blogs sobre automóveis, lendo revistas, participando de eventos relacionados a isso. Gosto de tudo que está relacionado ao meu trabalho e uma das coisas que eu mais gosto é o relacionamento com as pessoas. Dentro do meu meio, isso é muito importante. Então, como pontos fortes da minha trajetória, eu destaco o fato de fazer o que eu gosto e a minha rede de relacionamentos, seja no mercado ou na sociedade.
O seu relacionamento direto com o cliente realmente é reconhecido no mercado. Você ainda faz o atendimento personalizado? Procuro fazer na medida do possível, pois hoje já estamos com várias lojas e eu não consigo mais atender a todos. Mas eu tenho uma rede de clientes que fazem questão de serem atendidos por mim desde o começo porque confiam nas coisas que eu falo. A venda tem muito disso, de entender o lado do cliente e passar confiança no produto que está oferecendo. Já aconteceu de clientes quererem comprar um carro, eu argumentar que aquele não era o carro certo e indicar outra compra mais adequada para o perfil dele. É uma consultoria que eu adoro fazer. Se você me perguntar o que eu mais gosto de fazer na PG Prime, é isso: vender e atender o cliente. Mas, infelizmente, hoje eu não posso mais fazer só isso.
Além dos automóveis de luxo, sua empresa trabalha também com a marca Bombardier de artigos esportivos. Como passou a atuar nesse ramo? Alguns clientes começaram a me questionar. Depois que eles compravam o carro, eles vinham à concessionária em busca de outras formas de diversão e lazer. Uma das coisas que eu identifiquei é que no Rio Grande do Norte 24
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Eu sempre digo que eu faço o que eu amo. A minha vida é isso aqui. Quem me conhece sabe que até na minha hora de lazer o meu assunto é automóvel (...) Gosto de tudo que está relacionado ao meu trabalho e uma das coisas que eu mais gosto é o relacionamento com as pessoas.
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mais um ano com o carro, ele investiu na manutenção do carro. Então o ano passado foi complicado em relação a vendas, mas muito bom no pós-venda, já que o cliente que adiou a compra do carro novo precisou investir na manutenção do seu automóvel para passar mais um ano com ele.
nós temos muitas lagoas que favorecem a prática do jetski e vários locais onde é possível andar de quadriciclo e, mesmo assim, não havia ninguém trabalhando nesse mercado. Meus clientes tinham que comprar esses equipamentos lá fora. Eu identifiquei essa necessidade e fui buscar a marca considerada a melhor do mundo, que é a canadense Bombardier. Nossa estratégia era atender os clientes da PG Prime na área do lazer e trazer para a nossa loja clientes de outras marcas que não nos procuravam. Essas pessoas que compravam os equipamentos de recreação e que contavam com toda a nossa estrutura de pós-vendas, passaram naturalmente a nos procurar também na hora de comprar um carro. A Bombardier passou a ser uma marca de atração. Por isso, tudo precisa estar funcionando perfeitamente, pois é o nome da PG Prime que está em jogo. Por isso que eu coloco o nome da PG Prime em todas as nossas lojas. É um risco medido.
Os vendedores recebem algum treinamento especial? Todos os vendedores são treinados através de treinamentos presenciais a cada três meses e via internet toda semana. Internamente, nosso departamento de Recursos Humanos está desenvolvendo um planejamento para realizar treinamentos próprios da PG Prime.
O que você faz fora da PG Prime? Meu lazer é sempre relacionado a alguma coisa da PG Prime. Quase todos os finais de semana temos algum evento ou algo relacionado a quadriciclos e jetskis que eu adoro. Tudo que for relacionado a esporte a motor eu gosto. Também gosto muito de cinema, de ficar em casa descansado.
Sobre PET STOP é uma marca já consolidada no mercado natalense, são mais de 10 anos de experiência. Durante este período, notabilizou-se por ser uma empresa completa, pois em todas as nossas lojas você encontra artigos para animais de estimação, consultório veterinário, ambiente climatizado e estacionamento privativo. Além disso, dispomos de um Hospital veterinário com Sala de Cirurgia, Laboratório próprio, Raio-X e um Hotel para atender seu bichinho com todo conforto e cuidado.
BANHO E TOSA
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Reportagem por Gabriela Barreto Fotografia: Fidel Dantas
JOVEM EMPREENDEDOR
GABRIELA MELO
Fritss: Variedade, qualidade e higiene para atrair o público
Comer frango assado já virou um hábito para o natalense. Por isso, é muito comum ver, em todos os bairros da cidade, pontos de venda desse produto, procurados especialmente nos finais de semana. No entanto, nem todos esses lugares seguem os padrões de higiene minimamente necessários para que o consumo do produto final seja seguro e saudável. Pensando nisso, a empresária Gabriela
Melo inovou e apostou na comercialização de frangos em quiosques padronizados que atendem a um rigoroso sistema de higienização e qualidade. Formada em Gastronomia, ela viu nesse segmento uma grande oportunidade. “Em Natal há muitas opções para se comer na rua, mas nem tudo é oferecido da maneira correta, especialmente quando falamos em relação à comercialização de frangos. Vi que havia
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JOVEM EMPREENDEDOR abertura no mercado e quis oferecer um produto com valor agregado, que tivesse como padrão as normas de higiene”, comentou. Com uma boa ideia na cabeça, ela procurou a ajuda do Sebrae e fundou em junho de 2012 a rede Fritss, que hoje conta com dois quiosques. A primeira unidade está situada no posto Pinheiro Borges, na avenida Ayrton Senna, em Neópolis. Em abril deste ano, a segunda unidade foi inaugurada no posto São Luiz, situado na avenida Salgado Filho, em Lagoa Nova. O fluxo é de oitocentos a mil clientes por mês. Em menos de um ano de funcionamento, o sucesso do negócio foi tão grande que já virou franquia. Até o final deste ano, a rede de quiosques Fritss terá cinco unidades em Natal. Os planos de expansão são ousados: o objetivo é fechar 2014 com 25 unidades espalhadas pelo Nordeste. Além da ajuda fundamental do Sebrae, a parceria com a empresa de Consultoria SGS Soluções vem sendo de grande importância, inclusive no processo de transformação do negócio em Franchising.
QUALIDADE
Investimento em padronização dos pontos comerciais e produtos são cuidados essenciais para garantir a qualidade.
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Outro ponto que atraiu e fidelizou a clientela do Fritss foi a variedade do cardápio. Os quiosques oferecem a opção de frangos fritos e assados, crocantes ou recheados com sabores bem apreciados pelos potiguares, como o queijo de coalho. Mas a especialidade de casa e o mais pedido é o Croc, uma variação de frango empanado crocante. Tudo feito com temperos especiais. Para garantir a qualidade do que é produzido, os quiosques de moderno layout são equipados com estufas e áreas de conservação para os produtos assados e fritos. No entanto, o quiosque é apenas uma parte do negócio. O coração do Fritss está numa cozinha equipada com câmaras frigoríficas que armazenam a matéria-prima. Essa central tem capacidade para abastecer até dez quiosques, o que permite que o negócio possa crescer até 5 vezes com a estrutura já existente. Para Gabriela, além da qualidade e da garantia de segurança do alimento, o preço também é um atrativo para o cliente do Fritss. “Temos produtos para todos os gostos e bolsos”, garante a proprietária.
Você sabe que um anúncio é bom quando sua mensagem permanece após virar a página.
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A IDEIA
AMBIENTES VIRTUAIS, NEGÓCIOS REAIS
Empresa traz para o RN uma tecnologia inovadora capaz de criar ambientes virtuais para interação com o consumidor. A Agência Oya!, em parceira com a WTB Marketing Services, que atua nas áreas promocionais e relacionais do marketing, representam no Brasil a Plataforma Imaste. As funcionalidades da Plataforma, que também está integrada com as redes sociais destina-se à criação de novas oportunidades de negócio para as empresas, bem como uma exposição global, capaz de abrir portas a novos mercados, dando inicio a relações comerciais de sucesso. É composta por quatro áreas de ação:
* Digital Marketing * Ambientes Virtuais * Criação/ Gestão de Eventos * Eventos Virtuais * Eventos Híbridos A Plataforma de Ambientes Virtuais – Virtual Enviroment Lab – recria ambientes físicos ou imaginários em 3D e toda uma experiência de navegação baseada na interação entre empresa e públicos. Destaca-se como ferramenta essencial para o Marketing, Imagem Corporativa, Formação e Recursos Humanos. A plataforma de Eventos Virtuais, Imaste Virtual Events, recorre ao design avançado em 3D e a tecnologia interativa para reproduzir a experiência de uma Feira ou Evento real, eliminando as barreiras físicas e outros constrangimentos que impedem muitas vezes a participação do público. Expositores das mais diversas áreas profissionais podem, tal como numa feira física, promover e divulgar os seus produtos/ serviços e interagir com o público.
Os Eventos Híbridos são compostos por uma vertente física e outra digital. A componente digital passa por implementar meios que permitam fazer a cobertura do evento físico e difundí-lo, em tempo real, para a Internet, posteriormente disponibilizando os conteúdos para visualização indeferida. Os Eventos Híbridos são interativos, pois permitem estabelecer uma via de comunicação de dois sentidos entre o acontecimento físico e a audiência virtual, aumentando assim o alcance da comunicação. Os principais objetivos são: gerar leads de negócio de alta qualidade, comunicar com o mercado global, reduzir drasticamente custos de promoção, permitir um maior número de visitantes, e oferecer um ROI (Return On Investment), superior. A Agência Oya e a WTB, contam com uma equipe internacional experiente e dinâmica, capaz de dar resposta a todos os desafios propostos. Produzem e implementam soluções físicas e virtuais para ações de marketing, que correspondam à imagem e aos objetivos dos seus clientes. Conquistando novos públicos, novos mercados e novas ideias, conectando-se ao Mercado Mundial. Trata-se de uma nova experiência e forma de fazer negócios.
Mais informação visite os sites: www.agenciaoyacom.br www.wtb.pt
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Reportagem por Gabriela Barreto Fotografia: Divulgação
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
FAZENDO O BEM Conheça a Casa do Bem.
“Fazer o bem sem olhar a quem”. É seguindo esse lema que o jornalista Flávio Rezende conduz a Casa do Bem, uma organização não governamental que oferece projetos de esporte, cultura e lazer para jovens em situação de risco. Tudo começou no ano de 2005 quando Flávio, de família tradicional e com boas condições financeiras, resolveu se mudar para o bairro de Mãe Luiza, considerado um dos mais violentos de Natal. “Minha família teve que aprender a lidar com o meu jeito irreverente, mas isso não foi fácil. A decisão de me mudar para Mãe Luiza foi recebida com estranheza até pelos amigos. Eu poderia desfrutar das condições financeiras de meu pai, mas sinto como se tivesse sido conduzido para essa missão”, contou. Depois da surpresa inicial causada na família e nos amigos, Flávio construiu sua casa na comunidade e graças à acolhida amistosa, se sentiu incentivado a fazer caminhadas para conhecer a realidade dos que moravam por ali. Ele começou a ajudar os vizinhos que o procuravam e, aos poucos, sua casa foi se tornando um verdadeiro escritório comunitário. “O início da Casa do Bem não foi intencional. Depois que me mudei para cá e passei a ajudar alguns vizinhos, o número de pessoas que me procuravam na minha casa foi crescendo a cada dia. Foi aí que eu montei a primeira escolinha de futebol e outra de balé. As coisas foram acontecendo e a minha casa virou a sede do trabalho social”, explicou. Flávio sempre ajudou aos outros com recursos próprios. Mas a crescente demanda o fez começar a procurar a colaboração dos amigos e conhecidos. O trabalho ganhou
uma proporção tão grande que ele foi aconselhado a transformá-lo numa ONG. Surgia, assim, a Casa do Bem, ainda funcionando na casa do próprio jornalista. O passo seguinte foi a luta pela construção da sede própria, o que aconteceu no ano de 2010. Para conquistar recursos que garantissem a realização desse sonho, foi preciso muito esforço. O trabalho social foi aperfeiçoado e transformado em projeto cultural, possibilitando a conquista de parcerias importantes como com a Petrobras e com a Companhia Energética do Rio Grande do Norte – Cosern, que financiaram a construção da sede num terreno cedido por um empresário potiguar. Os equipamentos e objetos de dentro da casa foram, na maioria, doados por empresas ou por pessoas que conheciam o projeto, além de moradores da própria comunidade. Hoje, a Casa do Bem oferece mais de 30 projetos que são executados por voluntários. São escolinhas de futebol, aulas de dança, teatro e música, entre várias outras atividades que beneficiam diretamente cerca de 800 jovens da comunidade. Indiretamente, acredita Flávio, o trabalho da Casa do Bem chega a alcançar mais 2.000 pessoas, já que também são oferecidos projetos para idosos, cursos de qualificação e palestras educativas. Sem falar nas recorrentes doações principalmente de alimentos, roupas e utensílios domésticos. Mas há um custo para manter tudo isso, e é alto: cerca de R$ 12 mil por mês, arrecadados através de convênio com a Prefeitura de Natal e principalmente de doações conquistadas com muito trabalho. “A Casa do 35
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Bem tem uma boa exposição na mídia graças à minha profissão de jornalista e às minhas amizades. Por isso, muitas pessoas deixam de nos ajudar pensando que estamos bem na questão financeira. Sempre honramos com todos os nossos compromissos, mas não é fácil. Estamos sempre precisando de mais doadores”, disse Flávio. Para conquistar a adesão de mais colaboradores, foi lançada recentemente a campanha Gente do Bem, que tem como objetivo fidelizar os doadores através de depósitos bancários programados. “Os pedidos são feitos através das mídias sociais. A parte financeira é onde mais precisamos da colaboração da sociedade e hoje as doações praticamente não chegam. Por isso, toda ajuda é sempre muito bem vinda”, ressaltou o jornalista. Conhecido por se envolver nas questões da Casa do Bem com muita paixão, Flávio contou que foi preciso contratar um administrador para conseguir se desligar um pouco do trabalho social e conseguir viver com mais tranquilidade. “A pressão de manter toda essa estrutura é muito grande. Sou muito procurado e lido com o drama de várias pessoas diariamente. Por isso, foi preciso montar uma boa equipe. Isso me ajudou a aparar muitas situações”, argumentou. Mesmo diante de toda pressão natural do papel social que desempenha, a felicidade de Flávio é notável quando ele se refere aos jovens atendidos pela Casa do Bem e que conseguiram driblar a situação de risco. Com muito orgulho, ele nos contou a história de Jennifer e Gleydson, dois jovens de Mãe Luiza que fizeram parte das oficinas de balé da instituição e hoje são bailarinos profissionais e professores. “O retorno é muito agradável. Ficamos muito felizes ao ver alguns jovens se encaminhando. É isso que nos move”, afirmou. O reconhecimento do bom trabalho veio também através de várias premiações, como o Prêmio Nacional ANU, o maior prêmio social do Brasil, para o projeto de alfabetização e inclusão digital de idosos.
Os planos para o futuro? “Meu maior anseio é conseguir os recursos necessários para manter a Casa do Bem em pleno funcionamento”, respondeu prontamente. Se depender da força de vontade de Flávio Rezende e dos voluntários da Casa do Bem, esse é um futuro que certamente será alcançado.
PROJETOS DO BEM Balé, Surf e Futebol do Bem Futsal Feminino, Karatê, Atletismo, Futvôlei e Jiu-Jitsu do Bem Capoeira, Hip Hop e Natal do Bem Informática, Inglês, Livros Letras e Imagens do Bem Show Diga Sim ao Bem, Swingueira e Pagode do Bem Brinquedoteca, Biblioteca e Bazar do Bem Oficinas de Gastronomia, Garçom e Violão do Bem Sopão e Festas do Bem Coral Infanto Juvenil e Grupo Vocal da Casa do Bem
CAMPANHA GENTE DO BEM Faça a sua doação ou programe seu depósito de qualquer valor para ajudar a manter o trabalho da Casa do Bem:
Banco do Brasil Agência 1668-3 Conta Corrente 26847-X
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TROFÉU ON
EDIÇÃO 3 Homenagem da Revista ON RN à trajetória dos empresários potiguares.
Abílio Oliveira dedica seu troféu ao seu pai e ao seu Avô, fontes de inspiração e incentivadores para atingir o sucesso.
Augusto Vaz dedica o seu troféu ao seu pai e à sua família que sempre o apoiaram em todos os momentos.
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