O Setor Elétrico (edição 176 - jan-fev / 2021)

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Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Jan-Fev de 2021

Por Benedito Donizeti Bonatto, Patrícia Ferreira Silva e Victor Eduardo de Mello Valério*

O desafio da sustentabilidade energética em instituições educacionais públicas: o paradoxo da “casa de ferreiro com espeto de pau”

Ainda que o governo brasileiro tenha instituído instrumentos legais na forma de

leis, decretos, normas, instruções para a promoção da sustentabilidade como alicerce à preservação do meio ambiente, à promoção da cidadania e para o desenvolvimento econômico e bem-estar das futuras gerações, paradoxalmente, as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) não têm adotado as melhores práticas da ciência, tecnologia e inovação (C&T&I) que desenvolvem na proporção de sua própria sustentabilidade energética.

A possível instalação de sistemas de geração fotovoltaica [1] em todas as edificações

públicas, como, por exemplo, as IFES, trariam enormes benefícios econômicos a estas por possuírem um sistema de geração própria que possibilitaria a redução de gastos com eletricidade da unidade consumidora e serviriam também como instrumentos para capacitação de alunos, ensinando conceitos básicos de sistemas fotovoltaicos, o estímulo ao consumo consciente de energia elétrica, chegando até a capacitação de profissionais na área, além de servir como “laboratórios vivos” para pesquisas avançadas. De forma sintética, a Tabela I ilustra bem o percentual irrisório da inserção de geração fotovoltaica no setor público brasileiro.

Uma breve verificação do percentual de gastos governamentais permite revelar o enorme

potencial de otimização da máquina pública, se forem implementadas políticas e ações visando à sustentabilidade energética de todos os órgãos públicos. Eficiência energética, geração distribuída e renovável, qualidade da energia elétrica são temas transversais que merecem a atenção e o exemplo de aplicação em todas as esferas governamentais e privadas. Observa-se na Figura 1 que, dentre os gastos totais classificados por item de despesa do governo federal, os gastos com serviços de energia elétrica representam 6,7 %, ou seja, R$10.658.382,867,00 detalhados nas Figuras 2 e 3. Universidades Federais (22,1%) e Institutos Federais de Educação (6,8%) totalizam juntos 28,9% dos gastos com serviços Tabela I – Ilustração do percentual irrisório da inserção de geração fotovoltaica no setor público brasileiro [2]


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