Revsita PanAmazônica

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O domínio do aço no Pará.

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Nosso próximo encontro...

Uma praia de areias branquíssimas Praia do Pesqueiro na Ilha do Marajó

A

Ilha do Marajó, maior ilha fluviomarinha do mundo, com uma área de aproximadamente 40.100 km², situada no Estado do Pará, na foz do Rio Amazonas, possui em sua extensão territorial, várias praias, uma mais bela que outras. Praias do Pesqueiro, Araruna e Barra Velha localizadas no município de Soure e as de Joanes, Monsarás e Grande, em Salvaterra. Dentre essas opções, a do Pesqueiro merece destaque pelo seu atendimento, baixo índice de poluição sonora e um grande número de bares/restaurantes e outros serviços. Durante o período de férias escolares, a maioria dos moradores de Soure e visitantes aproveitam a beleza natural do Pesqueiro. Muito sol e areias branquinhas, saudável

U M L U G A R para caminhar, espreguiçar e sentir a brisa com gosto salgado. Algumas pessoas aproveitam para pescar em local distante da aglomeração, optando por pescado ao invés do filé de búfalo com queijo marajoara. Curiosidade: Inicialmente o vilarejo tinha o nome de MonteForte, depois de Menino-Deus. O nome Soure foi dado por colonizadores portugueses que identificaram uma enorme quantidade de jacarés, chamados por eles de Sauriuns. Com o tempo, o vilarejo

transformou-se em uma cidade com casas simples, ruas arborizadas e com o nome. Essa simplicidade prevalece até os dias de hoje. Acesso: De balsa que sai diariamente do porto do distrito de Icoaraci em Belém (PA), com duração de 3h a 4h para chegar ao porto de Camará na Ilha do Marajó. O próximo trecho é feito de carro ou ônibus, que segue pela PA-154 até o Porto da Balsa, onde se faz outra travessia para o município de Soure. Também há a alternativa de se chegar por meio de navio com saída de segunda a sábado até Soure ou Porto do Camará, conforme empresa de navegação.

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A O S O L

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EXPEDIENTE

ISSN 2178-8790

Editores DA REVISTA - Português

Rosa Kamada e Advilson Ribeiro Dir. Executivo: Advilson Ribeiro Dir. Financeira: Rosa Kamada Fotos: Rosa Kamada Editor em japonês: Gota Tsutsumi Revisão: Akiko Sasaki Colaboradores: Walcyr Monteiro Dmitryus Pompeu Braga Tiragem: 20.000 Exemplares

SERVIÇOS Produzimos e Criamos: - Cartazes - Livros - Revistas - Folders - Jornais - e Camisetas Promocionais MAIORES INFORMAÇÕES e-mail: inovar.assessoria@amazoniatipica.com.br Fone: (91) 4141-9055 /9108 1110

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esta edição procuramos ser bem ecléticos, destacamos os principais Círios da Amazônia, em especial o Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém do Pará que reuniu mais de dois milhões de romeiros. Mostramos as maravilhas da fé e devoção do povo paraense a Nossa Senhora e que esta capital fica muito mais bonita neste período transformando-se no verdadeiro natal paraense. A movimentação nas ruas abarrotadas de vendedores ambulantes e turistas, as esquinas lotadas ao som de músicas típicas da cidade, os preparativos da população para que tudo saia perfeito durante a maior festa religiosa do mundo e é claro, agradar os milhares de turistas que chegam à cidade. Viajamos para a cidade histórica de Cametá, conhecida como a terra do mapará e do melhor carnaval do Pará, além da hospitalidade do cametaense. Ao falar do Círio não podemos esquecer da feira do Ver-o-Peso, um dos cartões postais da cidade onde é comercializado tudo que se possa imaginar, cachaça, ervas medicinais, farinha, peixe, artesanato, plantas, roupas e muito mais. Entrevistamos uma pessoa que convive desde os três anos na feira e aprendeu com os seus pais e avós os mistérios das ervas místicas e magias. A próxima edição terá um sabor praieiro, viajaremos e conheceremos as belezas da Amazônia pelo litoral. Mostraremos que a Amazônia além da sua biodiversidade também é repleta de belezas naturais, de recantos, praias belíssimas, como as do Marajó, Salinópolis, Bragança, Marudá, Santarém, Maracanã (Algodoal), Curuçá (Romana) e outras, sem falar nas inúmeras cachoeiras que existem, aguardem! Enquanto isso aproveite mais uma edição que foi feita especialmente para você. Boa leitura, Rosa Kamada e Advilson Ribeiro.


Sumário

Capa

Os Círios da Amazônia

Um Lugar ao Sol: Uma praia

R$ 4,00

de areias branquíssimas

Outubro a Dezembro de 2010 . www.amazoniatipica.com.br

Entrevista: Linha direta com o Prefeito de Benevides

Dekasseguis: Dekasseguis recuperam imposto de renda pago no Japão

Papa Chibé: Mapará - prato

Cametá, a “Pérola do Tocantins” entre as 100 melhores cidades do Brasil

PERAÍ Cultura Japonesa em destaque ... INOVAR.COM Uma peça teatral com a cara do Pará...

CÍRIOS DA AMAZÔNIA Círio de Nossa Senhora de Nazaré

Belém - uma cidade inteira movida pela fé Mariana Inhangapi - o povo nas ruas celebrando a fé Vigia - A mais antiga procissão paraense Santa Izabel do Pará - 31 círios

cheio em Cametá

Inovar.com: Uma peça teatral

Igarapé-Açu - Reestruturação educacional e sócio-economico

PAPA-CHIBÉ Mapará: prato cheio ... CONSULTOR Dekasseguis recuperam imposto de renda ... CONTOS AMAZÔNICOS A procissão de Gurupá e o Contrato.... PEGADAS ... Ervas místicas que curam e trazem sorte UM LUGAR AO SOL Uma praia de areias branquíssimas...

Castanhal - Cidade Modelo de desenvolvimento no Pará

Natal de Benevides 2010 Um presente para Você

com a cara do Pará

Contos Amazônicos: A Procissão

Igarapé-Açu: Reestruturação

de Gurupá e o Contrato

educacional e sócio-economico

Pegada: Ervas mística, medicinais

Castanhal: Cidade Modelo de

e aromáticas

desenvolvimento do Pará

Cirios de Santa Izabel:

Cametá: a “Pérola do Tocantins”

Manifestação de fé que move a po-

entre as 100 melhores cidades do Brasil

pulação izabelense

Peraí: Cultura japonesa em

Natal de Benevides: Um

destaque no Hangar

presente para Você

表紙 アマゾン河の水上生活 写真 堤 剛太 今年も燃えたよアマゾニア祭 シーリオ・デ・ナザレ もう一つの歴史・援協土地不法侵入事件 SP日本祭りへアマゾンから初参加です こんな近くに別天地の島 編集雑記 56

Julho de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

イガラッペーアスー、 教育・社会・経済インフラの再整備


Linha direta com o PREFEITO DE BENEVIDES 27

Um presente para você

A preocupação com o ambiente natural tem crescido vertiginosamente na última década, em diferentes níveis, mas com um consenso: as reservas naturais não são eternas. Questões que o prefeito Edimauro Ramos de Farias tem trabalhado, como podemos perceber conforme conversa a seguir. O prefeito paraense sempre teve visão empreendedora, visionário, o que se reflete em sua gestão, pois sempre buscou capacitação da população para gerar renda e criar novas alternativas de desenvolvimento.

Edimauro e Luzineide

E N T R E V I S T A

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PanAm: Quantas garrafas pets foram utilizadas em 2009 e quantas poderão ser utilizadas no corrente ano de PanAm: Como surgiu o projeto 2010? Natal de Benevides? Prefeito: Em 2009 foram utilizadas Prefeito: Da nececidade de criar 250 mil garrafas. Para tanto, foi prouma nova forma de geração de movido um concurso junto às escolas renda para a população e desene comunidades, premiando as que volvimento sustentável para o murecolhessem maior quantidanicípio. Após uma visita ao de de pet. Para cada 20 garrafas foi trocado natal de Gramado-RS, “Além de gerar por um cupom verifiquei que havia emprego e renda, desdando direito pertar a comunidade para a possibilidade de a concorrer a preservação ambiental, increfazer o mesmo em mentar a economia, promover o prêmios. Para nosso município. o corrente ano turismo, o Natal de Benevides Para tanto, concontinuaremos deixa um legado de respeito tratamos a mesma com a mesma ao próximo, boa vontade, empresa (ECO promoção e ousadia e reflexão.” esperamos recolher DECOR) que havia muito mais em 2010. criado a decoração em pet PanAm: Em que consiste a de Gramado para trabalhar em decoração de Natal de Benevides? Benevides. Investimos na educaPrefeito: A decoração de Natal de ção ambiental e no envolvimento Benevides consiste na transformação da comunidade para tranformar o de garrafas pet em guirlandas, bolas, período natalino em um produto árvore de natal e outros enfeites natalinos. de atração turística, que já no PanAm: O que o Sr. esperava com primeiro ano recebeu mais de 150 mil visitante, se tornando um essas ações que mobilizaram a cidade? Prefeito: Com essas ações, a nossa grande sucesso na região norte administração buscou novas alternado país. Geramos mais de 1000 tivas de geração de renda através da empregos diretos dentro do even- educação ambiental, inclusão social to, onde foi dado prioridade aos e do envolvimento da sociedade. O Natal de 2009 foi o primeiro passo de moradores do município.

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um largo projeto de conscientização ambiental e valorização do homem e dos produtos regionais que utiliza elementos amazônicos, material reciclado e produtos da floresta. PanAm: Quais são os seus desafios para 2010?

Prefeito: Fazer um natal ainda melhor, atrair mais investimentos para melhorar a infra-estrutura da cidade, novas empresas para investir no município e gerar mais renda pra população. Além, é claro, de transformar o Natal de Benevides num evento consolidado, que possa crescer a cada ano e atrair turistas não só da região mas de todo o país até chegarmos a atrair os turistas internacionais. E já estamos trabalhando para isso, em 2009 envolvemos quase três mil pessoas no evento, utilizamos 250 mil garrafas pet na decoração e recebemos mais de 250 mil turistas. Neste ano de 2010 já utilizamos 500 mil garrafas recicladas e esperamos receber em torno de 300 mil visitantes. O projeto é muito bonito e atrai não só pela decoração mas principalmente pelo projeto social que envolve enumeras famílias. Para tanto convidamos todos a vir conhecer nosso trabalho.


DEKASSEGUIS RECUPERAM IMPOSTO DE RENDA PAGO NO JAPÃO

O

s brasileiros que trabalharam no Japão nos últimos cinco anos têm o direito de restituir o Imposto de Renda descontado diretamente no holerite, de acordo com as normas da Receita Federal Japonesa. Muitos dekasseguis por desconhecimento ou falta de informação, deixam de fazer valer este direito. O que muitos confundem é que a empreiteira onde trabalharam já o fez, mas trata-se do recebimento de um valor denominado como “Ajuste Anual de Retenção de Imposto de Renda, (conhecido no Japão como “Nenmatsu Choosei“) feito no final do ano, o que é diferente do Imposto de Renda efetivamente recolhido para a Receita Federal cujo valor normalmente é maior do que o que a empreiteira lhe devolveu. A falta de informação faz com que a maioria perca o prazo

para pleitear pela restituição, que é dos últimos cinco anos, contados a partir da data de retorno ao Brasil. Para isso, é necessário juntar os documentos solicitados pelos fiscais japoneses e efetuar todos os cálculos necessários e justificar o pedido de restituição. Em muitos casos, os valores chegam a superar cifras de 15.000,00 reais. Infelizmente, documentos importantes são desprezados pelos dekasseguis, como o comprovante anual de rendimento (gensen), de residência no Japão, e de remessas bancárias de dinheiro encaminhadas ao Brasil para manutenção familiar de dependentes, tem dificultado sobremaneira a elaboração da declaração para restituir os valores retidos no Japão. SHAKAI HOKEN O dekassegui também tem o direito de resgatar valores contribuídos ao SHAKAI HOKEN - Plano de Pensão Previdenciária (Kosei Nenkin), descontado diretamente do salário pela empresa empregadora. De acordo com a legislação japonesa, os trabalhadores estrangeiros ao retornarem para

o seu país de origem (Brasil) e que tenham contribuído com o seguro aposentadoria por um período acima de 6 meses, podem resgatar 80% do valor contribuído enquanto estiveram no Japão, e o prazo para solicitar é de dois anos, contados a partir da data de retorno ao Brasil. Quanto aos 20% retidos a título de Imposto de Renda, estes poderão ser recuperados integralmente, através de processo normal de restituição, portanto, por serem valores significativos não devem ser esquecidos ou desprezados. Portanto, os valores retidos no Japão seja como Imposto de Renda ou na forma de Contribuição Previdenciária (Shakai Hoken) é fruto do seu trabalho e podem ser restituídos ou resgatados. Shinji Jorge Nakaoka é Pósgraduado em Adm.Industrial, Consultor Tributário e Diretor Executivo da Daiwa Service. shinji-jorge.nakaoka@daiwabr. com.br (11) 5572-1717

D E K A S S E G U I S


iguarias da amazônia

Mapará: prato cheio em Cametá P A P A C H I B É

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N

o dia 1º de março, a população brasileira comemora o Dia do Trabalho e em Cemetá, oeste do Pará, é um dia muito especial, é o dia do mapará. Todos vão ao cais de manhã cedo para esperar os barcos pesqueiros e comprar o mapará. “As ruas ficam cheias com pessoas indo em direção ao cais. Às 16h, a cidade fica tomada pelo aroma do mapará, aquele cheiro de peixe gostoso... ”, lembra Dmitryus Braga,

morador desse município. Ainda segundo Dmitryus, o mapará é tão esperado porque os cametaenses passam três meses sem ver a cor desse peixe, devido ao seu período de defeso. “O cachorro “chora” porque passa fome, pois não sobram nem os ossos do mapará para eles. Também, há o outro mapará que possui o lombo negro, mas o nosso é azulado e muito gostoso”, acrescenta Dmitryus. O mapará é peixe

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Rua Barão de Triunfo, 1380, esquina com a Av. 25 de Setembro

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teleósteo, siluriforme, da família dos hipoftalmídeos (Hypophthalmus edentatus), encontrado na Amazônia, principalmente no rio Tocantins, de dorso azulado, ventre esbranquiçado, e cuja carne é considerada de boa qualidade. Mapará é o peixe que tem em abundancia e por isso tornou-se, no decorrer da história de Cametá, um símbolo econômico, cultural e alimentar para a população. Mapará pode ser saboreado cozido, frito, moqueado ou no lixo. Calma, não é o “lixo”, assim os cametaenses denominam o mapará cozido com ervas. O mapará moqueado é muito comum na mesa do cametaense.


Uma peça teatral com a cara do Pará: O Grupo Experiência apresenta... Verde Ver-o-Peso

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ma mistura de comédia, teatro e sátira: o espetáculo “Verde Ver-o-Peso”, da Associação Cultural Grupo Experiência foi apresentado nos dias 15 e 16 de outubro passado, no Teatro Margarida Schiwazzappa, em Belém do Pará. É uma peça que já possui um publico cativo, afinal de contas, são mais de 28 anos em cartaz, conforme relata o diretor desse grupo, Geraldo Salles, paraense de Belém. Essa obra retrata com muito humor o cotidiano da maior feira da América Latina, a feira do Ver-o-Peso, na capital paraense. O espetáculo Verde Ver-o-Peso surgiu da idéia de fazer uma peça teatral que tivesse a cara da cidade e que abrangesse os costumes, música, o sociocultural e os assuntos políticos do Pará, da Amazônia e Brasil, e Ver-

o-Peso porque é o cartão postal da cidade de Belém, explica o diretor Geraldo. Nesse período, Verde Ver-o-Peso sempre trabalhou com abordagens atuais com novos focos a cada montagem, relacionando os assuntos em pauta na ocasião com a rotina dessa feira ao ar livre. O Grupo Experiência, que completa 40 anos de fundação em 2011, é famoso pela sua obra Verde Ver-o-Peso, mas há outras peças que também foram premiadas como “Mãe da Água”, “A terra é azul”, “Good-bye Pororoca”. Já se apresentaram em todo o estado do Pará, assim como em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. A

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cantora de renome internacional Fafá de Belém teve participação no teatro experimental desse grupo, além do ator global Cacá de Carvalho que participou em um dos espetáculos do mesmo. O grupo é formado por cerca de 30 pessoas que trabalham em variadas profissões como funcionários públicos, bancários, arte-educadores e outros. Para o corrente ano ainda está prevista uma peça de Natal e peças infantis em escolas.

Serviço

Associação Cultural Grupo Experiência Tel.: 91-8310-8117/9639-0207 Rua Ó de Almeida, 968, Reduto CEP: 66053-190 - Belém (PA)

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C O N T O S A M A Z Ô N I C O S

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* Walcyr Monteiro

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rocissão, todo mundo sabe, é um ato religioso no qual as pessoas e os líderes religiosos andam pelas ruas, rezando ou entoando cânticos. As procissões católicas geralmente conduzem imagens dos santos objetos da veneração. Nos países de fé católica as procissões são realizadas em comemoração a determinadas datas ou ainda festejando padroeiros dos povoados, das cidades, dos estados ou do próprio país. Algumas dessas procissões são bastante conhecidas, como é o caso do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, ou ainda o de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Mas existem muitas outras realizadas pelo Brasil afora. Na Amazônia não podia ser diferente: cada lugar, cada povoado tem seu padroeiro e, conseqüentemente, suas procissões. Mas, às vezes, nem sempre as procissões são em homenagem ao santo padroeiro... - Em 1942 eu era soldado da Polícia Militar e estava destacado na cidade de Gurupá. Sabe como é, não? A cidade não era grande e eu servia, junto com outro soldado, na delegacia local.

Quem assim vai falando é Francisco Rodrigues da Silva, mais conhecido por Velho, que, quando contou esta história, estava com 76 anos. Isto foi em 1997. E Velho prossegue. - Uma noite estava dormindo na delegacia eu mais o dito soldado e o delegado. Lembro bem que era uma noite de sexta-feira e eu acordei para beber água. Resolvi sair um pouco. Abri a porta, andei uns passos e, quando estava quase no meio da rua, olhei para os lados. Que vejo? Uma procissão. Sim senhor, uma procissão àquela hora da noite! Vinham rezando. Corri para dentro da delegacia e gritei: - Seu delegado, seu delegado... Vem uma procissão aí! Pôxa, a gente não sabia de nada! O senhor não avisou que a gente tinha que acompanhar a procissão? O delegado exclamou,

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todo apavorado: - Fecha a porta, fecha a porta. Isto não é procissão. É coisa do cemitério...! Aí eu fechei a porta e fiquei olhando por uma brecha que tinha na parede. A procissão deu a volta e passou perto da delegacia e foi embora. Eu pude ver que iam dois padres puxando as rezas... Fui dormir apavorado! Mal consegui dormir...! De manhã cedo quando fomos tomar café na casa que nos servia, contei o que tinha acontecido. E então ficamos sabendo que a tal procissão sempre aparecia em Gurupá, em noites de sexta-feira... Walcyr Monteiro: Membro de diversas entidades Culturais como:

Instituto Histórico e Geográfico do Pará e Centro de Estudos do Folclore. Tem vários trabalhos publicados, inclusive em Portugal (Instituto Piaget) e no Japão (Shinseken), dos quais sobressaem-se Visagens e Assombrações de Belém, As Incríveis Histórias do Caboclo do Pará e a série Visagens, Assobrações e Encantamentos da Amazônia, inclusive Histórias Japonesas Contadas na Amazônia.


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os arredores de um povoado, nas brenhas da Amazônia, vivia uma velha viúva. Todos tinham um grande medo da “Viúva”, como a chamavam. Ir na estradinha, todos iam. Mas entrar no ramal da “Viúva”, nem pensar. Mas, a “Viúva” tinha arrumado um novo marido. Um cara meio magro, meio maduro, que só saia da casa pra roça e isso sempre com o cachorro viralata, do finado marido. Um belo dia a dona morte veio visitar a velha viúva. A viúva para não morrer naquela hora fez um trato com a funesta. “Não me leve hoje, tenho pouco tempo de casada. Meu marido não está, nem mesmo meu cachorro. No quinto dia que a lua nova cair em uma sextafeira treze a senhora pode voltar e levar a alma de quem estiver dentro da casa.” A dona morte acenou com a foice e saiu entre névoa, raios e gemidos. Quando o marido voltou para casa notou uma certa cuíra na mulher. Mas ela jurou que não era nada. Não quis contar ao marido o pacto feito com o “anjo ruim.” Os dias passaram. Semanas passaram. Anos passaram. Luas passaram. Isso mesmo, tantas luas passaram que a mulher já não lembrara do “bendito” trato. Os moradores do povoado diziam que ela tinha vendido a alma do primeiro marido e agora era a vez do marido novo. Este por sua vez não se importava com o que diziam, cuidava de suas plantações e especialmen-

O Contrato te do seu amigo “Cão”, o velho vira-lata que agora tinha quem lhe desse carinho e comida. Eram amigos inseparáveis. Sempre que caia lua nova na sexta-feira treze, o danado do cachorro não sossegava. Fazia de tudo para sair da casa e levar seu amigo fiel para longe dali. Tanto a velha viúva quanto o marido não se apercebiam da razão da cuíra do animal. Certa vez o pobre homem saiu para roça, como de costume, e já se aproximando a hora de voltar para a casa, chamou seu parceiro que não respondera. Ele repete o chamado e... nada. Então ele arruma suas coisas e sai em busca do amigo, pensando que era mais uma de suas brincadeiras de escondeesconde. Não demorou e logo achou escondido em uma toca, embaixo de um velho tronco há muito caído. Carregou o animal, fez uns carinhos e pegaram o rumo de casa. No caminho o cachorro fazia tudo para atrasar a viagem e o seu dono acreditava ser mais de suas brincadeiras. Já no ramal próximo da casa o cachorro faz seu dono parar e entrar em um pequeno caminho à direita, andam um pouco e o cachorro se vira para a entrada do caminho e se senta olhando para o ramal e para seu dono que o entende e, também, se senta. Ficam em silêncio como se

* Dmitryus Pompeu Braga

aguardando alguma coisa. A tardinha começa a se vestir de noite. De repente começam a ouvir passos, conversas, gargalhadas. Um verdadeiro alvoroço no ramal. A balbúrdia vai crescendo à medida que se aproxima da casa. O barulho parecia que ia parar quando já aumentava e parecia voltar pelo ramal, só que dessa vez mais rápido. Deu pra ver duas criaturas carregando a velha pelos braços e um enorme homem com pés de cabra que comandava a legião que subia até desaparecer na escuridão da noite. Era a “bendita” sextafeira, treze, dia de lua nova.

Dmitryus Pompeu Braga :

Secretário de Cultura, Turismo e Desporto de Cametá; Pesquisador; Pedagogo e graduando

em História.

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C Í R I O S D A A M A Z Ô N I A

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Círio de Nossa Senhora de Nazaré Belém - uma cidade inteira movida pela fé Mariana “Vóis sois o lírio mimoso, do mais suave perfume...” (Trecho do Hino de Nossa Senhora de Nazaré) Assim os devotos iniciam o louvor à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, na maior festa religiosa da América do Sul - Círio de Nazaré -, realizado no segundo domingo de outubro em Belém do Pará. Data de suma importância no calendário paraense, também considerado como o Natal do Pará. Período em que os papachibés (apelido que designa quem nasce no Pará) que não estão nesse estado, retornam e as famílias se reúnem tanto para rezar quanto para confraternizar em torno da mesa farta com maniçoba, pato no tucupi, vatapá, enfim iguarias paraenses. Emoções diferentes tomam conta dos cerca de dois milhões e duzentos mil devotos, fiéis e seguidores que acompanharam a Imagem da Santa neste ano. Todo início

de outubro esses viajantes de toda localidade do Pará e do Brasil, assim como estrangeiros do mundo inteiro começam a chegar a essa capital cuja rede de hotelaria fica lotada. Não há quem possa explicar essa corda de fé, simplesmente as pessoas vivem o Círio.

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CÍRIOS DA AMAZÔNIA

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lém da capital paraense, várias localidades do Pará realizam seu Círio como Santa Izabel do Pará, Bragança, Cametá, Macapazinho em Castanhal, Marabá, São João de Pirabas, São Miguel do Guamá, Soure, Vigia e outros, assim como nos demais estados como São Sebastião do Rio de Janeiro, introduzido por Dom Orani João Tempesta, ex-arcebispo metropolitano de Belém e atual arcebispo daquela cidade. Mas dentre os citados, certamente a mais esplendida que congrega uma verdadeira avalanche de pessoas num espetáculo grandioso de homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, é a de Belém do Pará que reúne os romeiros numa caminhada de fé pelas suas ruas de mangueiras seculares.

Sexta-feira: o início da peregrinação

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peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, na semana do Círio, começa na sexta-feira que antecede a grande procissão do segundo domingo de outubro. No total são 11 procissões da quadra nazarena. A imagem sai da Basílica de Nazaré, no centro da capital paraense, até a igreja matriz do município de Ananindeua, na Região Metropo-

litana de Belém. No corrente ano, iniciou por volta das 9h. Ao longo de todo o percurso, Nossa Senhora, cuja imagem é conduzida em carro aberto, é saudada com chuvas de papel picado, pétalas de rosas, fogos de artifício, cânticos e orações. Mesmo em pé sob o sol escaldante, os fiéis aguardam pacientemente pela sua passagem.

Sábado: segundo dia de romaria

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epois de passar a noite na Igreja Matriz de Ananindeua, a imagem, já na madrugada de sábado, é conduzida por mais uma procissão, a rodoviária. A procissão vai até o trapiche da Vila de Icoaraci, distrito de Belém, de onde sai outra tradicional romaria. No seu trajeto, os fieis que acordaram de madrugada, formam vários aglomerados desde cedo para homenagear, orar ou agradecer à Nossa Senhora de Nazaré.

Romaria Fluvial que encanta quem participa

A Nossa Senhora dos paraenses é também a padroeira dos navegantes, ribeirinhos, da população que vive às margens dos igarapés, rios e baias. Por isso a romaria fluvial

é um dos mais esperados, belos e emocionantes momentos de devoção à virgem de Nossa Senhora de Nazaré. Também chamada de “Círio das Águas”, a Romaria Fluvial é realizada anualmente pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur) em parceria com a Diretoria da Festa de Nazaré. Essa procissão é realizada desde 1986, criada pela Paratur. Antes das 9 horas do dia 09 de outubro, o arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, levou a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré para o navio Garnier Sampaio, da Marinha do Brasil, ricamente ornamentado com flores,

balões e fitas coloridas. Essa embarcação segue pela baía do Guajará, no entorno de Belém, seguida por cerca de quatro centenas de barcos, navios, lanchas, ferry boats e balsas também enfeitados. De acordo com o presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Luiz Souto, a equipe téc-

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CÍRIOS DA AMAZÔNIA

nica da Paratur em conjunto com a Diretoria da Festa de Nazaré trabalha para que esta grande festa religiosa transcorra nos conformes para todos os participantes assim como aos fiéis que assistem esse evento de fé. “A Romaria Fluvial é um marco de fé para a humanidade e que valoriza um elemento característico da região Amazônia: os rios. É uma forma de

dar oportunidade aos ribeirinhos para fazer parte desse momento único”, fala o Presidente da Paratur. Segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 50 mil pessoas participaram dessa romaria. As embarcações que acompanham o Círio das Águas também participam de um concurso promovido pela Paratur, que escolhe a mais bela decoração. Segundo Jaqueline Alves, gerente geral da Paratur, há mais de 20 anos, essa companhia promove o Concurso de Embarcações que premia as que mais se destacaram em três quesitos: ornamentação religiosa, postura da tripulação, e obediência a horário

e percurso do trajeto. Com binóculos, os cinco jurados analisam as embarcações, de dentro do barco da companhia. “Objetivo é divulgar a romaria e incentivar as embarcações a participarem, bem como conscientizar as pessoas que participam da importância das águas”, explica Jaqueline. Às 11 horas, depois de percorrer 10 milhas náuticas, ou seja, aproximadamente 18 quilômetros, a imagem peregrina chegou à Escadinha do Cais do Porto, onde a virgem é recebida por uma multidão e com queima de fogos. Término do cortejo e a imagem é conduzida até o Colégio Gentil Bittencourt, em MotoRomaria, de onde sai à noite, para a Trasladação.

Trasladação: diversas homenagens

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procissão de Trasladação, que antecede a grande romaria de Círio de Nazaré, é realizada no sábado que leva a imagem de Nossa Senhora de Nazaré até a Catedral da Sé, no bairro Cidade Velha, em Belém. Uma missa foi celebrada com a participação do Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, no Colégio Gentil Bittencourt, às 16h30. O trajeto é o mesmo realizado no Círio, mas no sentido inverso. Como é realizada

à noite, a Trasladação é um espetáculo de cores e luzes. Homenagens: Neste ano, a Trasladação encerrou às 23h45, com a chegada da imagem à Catedral da Sé. No trajeto, várias homenagens. O Banco da Amazônia inovou com a instalação de um painel eletrônico de LED onde houve a apresentação musical de corais e da grande atração nacional, Padre Fábio de Melo e o Banco do Brasil proporcionou um espetáculo de luz com a sua queima de fogos.


CÍRIOS DA AMAZÔNIA Círio de Nazaré que arrasta multidões Neste ano, 2,2 milhões de fiéis acompanharam o Círio de Nazaré, pelas ruas do centro de Belém (PA), conforme dados da Dieese. As Forças Armadas e as polícias militar e civil utilizaram dez mil homens e mulheres, acrescidos de 12 mil voluntários da Cruz Vermelha, para garantir a segurança dos romeiros. Só quem ali se encontra para sentir o quanto esses voluntários socorrem e são indispensáveis para o melhor andamento da procissão, pois muitos se ferem já que acompanham ajoelhados e outros se sentem mal ou desmaiam. Sra. Francisca Santos que acompanha o Círio há anos, diz que todos os anos são emoções diferentes e toda vez se comove com a imagem da o segundo domingo de Santa e com a fé dos devotos. outubro, a procissão Um dos ícones do sai da Catedral “Meu Círio, a Corda do Cíde Belém e segue até primeiro neto virio, com 400 metros a Praça Santuário via doente e eu e minha de comprimento de Nazaré, onde a família acompanhávamos o e duas polegadas imagem da Virgem Círio vestindo ele de anjinho de diâmetro, pesa e colocando uma vela de um fica exposta para cerca de 600 quimetro no Carro dos Milagres, veneração dos fiéis los, feita de sizal durante sete anos. Hoje durante 15 dias. (fibra vegetal), graças a Deus ele é O percurso é de 4,6 é uma espécie de saudável” quilômetros e já chegou ligação entre o povo e a ser percorrido em nove a Virgem Maria. Milhares horas e quinze minutos, como ocorde fiéis se juntam na condução da reu no ano de 2004, no mais longo mesma, prestando assim, contas de Círio de toda a história. seus compromissos de fé a Virgem ou agradecendo pelas graças alcançadas. Os fiéis se comprimem nessa corda ao redor da Imagem de Nossa Senhora e caminham com os pés descalços. Para acompanhar o Círio na Corda é necessário vitalidade e para disputar

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esta honra, os fiéis costumam madrugar no local de saída do Círio, onde a corda é estendida. Há também pessoas que tentam aliviar a sede e o cansaço dos romeiros que seguem na Corda, distribuindo água.

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erson Barros Barbosa foi um dos que distribuía essa água com um amigo, no início. “Meu primeiro neto vivia doente e eu e minha família acompanhávamos o Círio vestindo ele de anjinho e colocando uma vela de um metro no Carro dos Milagres, durante sete anos. Hoje graças a Deus ele é saudável”, explica Gerson. Depois, ele se tornou um dos promesseiros que conduz a Corda. Isso há sete anos. “Enquanto estiver com saúde, assim como a minha família, continuarei agradecendo até completar 50 anos, depois eu paro”, fala Gerson. Cada promesseiro tem uma história de fé e crença na Padroeira de Nazaré para narrar. Inegável que todos que acompanham o Círio de Nazaré se surpreendem com a força da corrente de fé. O novo arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, também ficou impressionado com a devoção dos paraenses e também ao ver tanta gente nas ruas, uma demonstração de fé única, que não pode ser descrita, mas vivida.

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CÍRIOS DA AMAZÔNIA

Uma despedida repleta de emoção

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Recírio é o último momento do Círio de Nazaré. É quando os paraenses se despedem de sua padroeira, na segunda-feira, 15 dias após a grande procissão do Círio. A imagem da Santa é conduzida em um andor pelas ruas ao redor da Praça Santuário e vai em direção à Capela do Colégio Gentil, onde ficará até o próximo Círio. Nesse dia, a cidade pára. Pela manhã, quando é realizada a procissão, nada funciona em Belém. O sentimento que paira é de saudade.

Curiosidades

A palavra “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera.

Belém/PA Educação Infantil e Ensino Fundamental Av. Senador Lemos, 573 Fone: (91) 3224-1706 Ensino Fundamental, Ensino Médio e Vestibulares Av. Alcindo Cacela. 675 Fones: (91) 3246-4446 / 3375 / 2595 Monte Dourado/PA Vila Munguba

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CÍRIOS DA AMAZÔNIA

Fiéis de Inhangapi celebram o Círio

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ais de três mil devotos homenagearam São Vicente Férrer na manhã de 12 de setembro passado, em Inhangapi, a 91 quilômetros de Belém, no Pará. Apoiados na fé e na corda que puxa a berlinda, os devotos percorreram cerca de cinco quilômetros. A romaria que teve a participação do prefeito desse município, José Alves Feitosa, transcorreu pelas principais ruas da cidade mostrando devoção no padroeiro. Queimas de fogos foram realizadas em paradas estratégicas para homenagear o Santo. São Vicente Férrer, é considerado o “Anjo do Apocalipse”. Ele recebeu, durante uma visão, a ordem de Nosso Senhor para pregar pelo mundo inteiro a verdadeira Fé, sendo

favorecido largamente com o dom dos milagres. Um santo espanhol, aclamado e respeitado em Inhangapi. Uma prova que a fé não tem barreiras territoriais. Inhangapi também é conhecida como a capital paraense do açaí. O açaí é um dos frutos mais consumidos pelos paraenses e para agregar maior valor à produção desse fruto, todo ano é realizado no mês de agosto o Festival do Açaí, um evento que reúne milhares de pessoas no espaço cultural da cidade, situado à beira do rio que dá nome ao município. O festival, além da importância econômica, cultural e social, expõe a necessidade de criar uma consciência ecológica em torno da cultura do açaí. O acesso é pela BR 136 que liga

Castanhal ao município de Inhangapi, a 91 quilômetros de Belém.

A mais antiga procissão paraense da quadra nazarena

Círio de Vigia - reúne cerca de 80 mil devotos no corrente ano

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o corrente ano, o 313º Círio de Vigia, considerado a devoção nazarena mais antiga do estado do Pará, reuniu cerca de 80 mil pessoas. No segundo domingo de setembro, depois de percorrer cerca de cinco quilômetros, a imagem da Nossa Senhora de Nazaré foi recebida na Igreja Matriz Madre de Deus, por uma multidão de fiéis vigienses e peregrinos de outros pontos do

Brasil, atraídos pela contagiante manifestação da fé na cidade que emana história e cultura. Os vigienses dizem com orgulho que o Círio de Vigia é anterior a de Belém, porque o caboclo teria encontrado a pequena imagem de Nazaré, a mesma que está em Belém, às margens do rio Guajará-Mirim. Conforme historiadores, em uma das procissões, o andor (peça em que a imagem da Santa é conduzida pelos romeiros) no qual se encontrava a imagem pegou fogo e ela foi levada por um sacerdote para essa capital onde permanece até os dias de hoje. História à parte, fato inegável é que o Círio de Nazaré é o maior acontecimento turístico do município, durante 15 dias. Esse Círio mantém elemen-

tos tradicionais e diferenciados como o Carro dos Fogos; Carro dos Anjos; o Anjo do Brasil, simbolizado por uma jovem montada em um cavalo; Carro dos Marujinhos; Carro dos Milagres; Guarda Mirim de Nazaré com 60 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos e estudantes com bandeiras dos colégios do município deram um colorido especial à procissão. Bandas de música como a 31 de Agosto, a União Vigiense, a Big Band e a Isidoro de Castro que são referência nesse Estado, garantiram os cânticos em homenagem à Santa. Somando-se à berlinda está outro ícone da procissão nazarena no Pará: a Corda. O acesso à Vigia, distante 90 km da capital paraense, é feito através das rodovias BR 316 e PA 140.

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Ervas místicas, medicinais e aromáticas Botânico Bosque Rodrigues Alves pela suas riquezas da flona e flora na área urbana, Museu de Arte Sacra e do Círio pelo seu acervo histórico, entre muitos outros. Sem dúvida, quem conhece de perto o mercado do Ver-oPeso se encanta pela sua variedade de cores, formas e espécies. Ali, os visitantes encontram de tudo, desde as mais variadas frutas regionais frescas como uxi, graviola, cupuaçu, acerola, taperebá, muruci e abricó; temperos como cheiroverde, chicória e cebolinha em um único maço para uso diário; peixes e carnes; verduras e legumes; maniva (folha moída de mandioca, principal ingrediente da iguaria típica paraense chamada maniçoba); jambu e camarões frescos (para outro prato denominado “pato no tucupi” e “tacacá”) e camarões

secos para saborear com o açaí; farinha de mandioca de todas as tonalidades e grãos. Tudo que não pode faltar na mesa paraense, alimentos, vegetais, até artesanato Marajoara, assim como as mais intrigantes ervas medicinais, místicas e aromáticas. Mandingas, encantarias e remédios para todos os males são atrações à parte nessa feira livre.

com os mais variados produtos regionais usados para tudo, principalmente para atrair sorte, dinheiro e amor. São ervas naturais, cascas, caules, cremes e cheiros. “As simpatias são muitos procuradas principalmente por homens e mulheres da faixa etária de 30 e 40 anos”, fala Deuzarina Correia, popularmente conhecida como dona Deuza, vendedora e conhecedora das ervas naturais. Os nomes das ervas são os mais inusitados e intrigantes. Há os ilariantes como “segura-o-grande-amor”, “chega-te-à-mim”, “agarradinho”, “pega-não-me-larga”, “chora-nos-meus-pés”, “corre-atrás-de-mim”, entre muitos outros. “O banho de cheiro é uma tradição do

povo paraense que é usado para atrair coisas boas, energia positiva”, declara Deuza. Vale tudo para ficar pertinho da pessoa amada e/ou ter saúde, além

A P E G A D A Ervas místicas que curam e trazem sorte S “ maior feira ao ar livre da América Latina” assim é conhecido o mercado do Ver-o-Peso de Belém do Pará, entre o meio turístico do Brasil e do mundo. Ver-o-Peso, com 35 mil m2 é passagem obrigatória para quem visita a cidade pela primeira vez, assim como as edificações históricas da Catedral da Sé e Basílica de Nazaré, onde desenrolam os principais atos do Círio de Nazaré; Museu Emílio Goeldi e Jardim

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m verdadeiro mundo místico se desenvolve nas barracas de vendas de ervas medicinais, usadas em rituais sagrados e em produção de raízes aromáticas, como o tradicional “cheiro-do-Pará” para perfumar os armários de roupas e ambientes. Todas as barracas de ervas são recheadas e decoradas

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de dinheiro. A erva pode ser “emacerada” (ato de triturar com a palma da mão as folhas e deixar de molho em água) para o banho ou usada como perfume, explica Deuza. Ela faz parte da família “cheirosa”, pois sua avó assim como sua mãe sempre trabalhou com ervas. Inclusive, foi a sua avó que fundou o setor de ervas nesse mercado do Ver-o-Peso. Provavelmente, desde 1906 sua família trabalha nessa Feira, relata Dona Deuza.

A paraense é natural de Soure, na Ilha do Marajó que chegou a Belém aos três anos com sua mãe, Dona Florinda e seus dois irmãos. Ela aprendeu todo conhecimento empírico sobre o manuseio das ervas com sua mãe que também herdou de sua avó. “Na época, pagávamos a taxa diária de estacionamento pelo ponto da barraca e apenas cinco pessoas trabalhavam com ervas” fala Deuza. Ela cresceu no Ver-o-Peso, local onde começou a trabalhar em 1969. Trabalhando há mais de 40 anos no Ver-o-Peso, Deuza Cheirosa acompanhou de perto as reformas e mudanças ali ocorridas. Em 1982 havia apenas 15 barracas de ervas. Em 1985, quando o velho Mercado de Ferro foi restaurado, contavam 25 barracas. A última reforma começou em 1999. Dois anos depois foram entregues os setores de ervas, hortifrutigrangeiros e caranguejos, quando existiam 80 pontos de ervas com 102 pessoas trabalhando. Nessas transformações ocorreram muitas melhorias como explica Deuza: “Houve manutenção dos prédios históricos do Complexo e os ensinamentos sobre as ervas passados de geração em geração foram comprovados cientificamente por pesquisadores. Temos a tradição de repassar os conhecimentos de pai para filho. Tradição que nunca acaba. Eu repassei como usar e manusear erva ao Carlos, meu filho que trabalha aqui comigo e mais dois filhos, além dos meus netos”. 200 dentre as ervas comercializadas foram comprovadas cientifi-

camente que seus usos são benéficos à saúde. Por exemplo, a babosa como shampoo evita a queda de cabelos e ao natural, cura dor de estomago. A arueira serve para inflamação do últero. Unha de gato e casca de uxi amarelo são benéficos para mioma. Óleo de piqui para dor da garganta, repelente de insetos e combate as rugas. Copaíba para qualquer tipo de inflamação e ferimentos. Eles tem um exemplo real. Um trabalhador de 55 anos do setor de venda de ervas curou-se do câncer no fígado com o tratamento concomitante de ervas e da medicina, há quatro anos. Hoje ele está trabalhando em um colégio. As ervas tem o dom da cura, mas como prepará-las é muito importante para obter bons resultados, explica dona Deuza. “As ervas respiram assim como a gente. Eu amava o Ver-o-Peso e continuo amando. Nossa cultura popular, os índigenas, as benzedeira, essa tradição de conhecimentos repassados de pai para filho, tudo é muito bonito e deve ser preservado”, finaliza Deuza Cheirosa.

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Círios de Santa

Manifestação de fé que move

C Í R I O S D A A M A Z Ô N I A

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S

anta Izabel do Pará, situada a 38 km de distância da capital Belém, é uma das cidades paraenses católicas que se caracteriza pela sua religiosidade. A cidade celebra 31 Círios anualmente: Círio de Nossa Senhora da Conceição do Itá no mês de maio, Círio de Santa Izabel e o de Nossa Senhora do Carmo em julho, Círio de Nossa Senhora da Conceição no último mês do ano, entre outros. No Círio de Nossa Senhora da Conceição do Itá, no terceiro domingo de maio, a procissão parte do povoado da Vila do Carmo em direção à comunidade de Conceição do Itá, ambos situados na zona rural da cidade. Os devotos são pessoas que formam a corda de fé e se renova a cada ano, com romarias e homenagens. No Círio de Santa Izabel, a padroeira do município, a berlinda parte do Colégio Antonio Lemos após uma homenagem e percorre as ruas do município, no primeiro domingo do mês de julho, perfazendo um trajeto de cerca de cinco quilômetros até a Igreja Matriz lotada de devotos, onde é celebrada a missa. Esse Círio teve início em Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

1945, por iniciativa do prefeito Antônio Pinheiro dos Santos. Apesar do sol escaldante, os fiéis seguem firme em louvor à Santa Izabel. No mesmo mês acontece também o Círio de Nossa Senhora do Carmo. Em dezembro, os devotos da Vila de Caraparú, distrito de Santa Izabel do Pará, prestam homenagens a Nossa Senhora da Conceição. A celebração é marcada por


Izabel do Pará

a população izabelense uma romaria fluvial no leito do rio que empresta o nome ao distrito, um verdadeiro ato de fé católica. A devoção à Nossa Senhora da Conceição foi iniciada em 1905, por Sabino Ferreira de Souza, apenas com a reza de terço e ladainha. A primeira imagem da padroeira foi doada por um comerciante de Portugal.

Por que o nome de Santa Izabel? Duas histórias constam nos registros históricos que explicam a origem do nome do município de Santa Izabel do Pará. A primeira, vinculada à devoção e culto a Santa Izabel, rainha católica de Portugal canonizada, cuja imagem foi levada pelo médico Dr. José Teixeira da Mata Bacelar ao local onde começaram a fazer novenas. Mais tarde surgiu o povoado que deu nome ao município. A segunda é atribuída às virtudes da companheira de Valentim José Ferreira, Izabel. Ele era encarregado das obras que se instalou com Izabel em Aratanha, onde formou um povoado, hoje município de Santa Izabel. Izabel era uma mulher muito caridosa. Ela dedicava-se com todo carinho ao tratamento dos trabalhadores. Sem recursos médicos ela empregava remédios da selva. O seu zelo foi tão grande que os trabalhadores cognominaram de “Santa”. No dia 04, dia consagrado a Santa Izabel, os trabalhadores reuniram-se no arraial do povoado e fizeram uma festa. No auge dos festejos denominaram o povoado em homenagem a Isabel de Santa Izabel. Atualmente, Santa

Izabel do Pará conta com dois distritos: Americano e Caraparú. Recentemente incorporouse à região metropolitana de Belém, trazendo mais benefício para a população izabelense.

Serviço: Prefeitura Municipal de Sta. Izabel

Endereço: Av. Barão do Rio Branco, 1060 CEP: 68790-000, Santa Izabel do Pará (PA) Fone: 91-3744-1245 Acesso Rodoviário: BR 316/ 38km de Belém e-mail: pmsipa@terra.com.br

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Um presente para você Natal com consciência ambiental em Benevides - Garrafas PET se transformam em decoração natalina produzida pela comunidade

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enevides da Amazônia. Benevides do Pará dos rios, dos mananciais de água mineral. Benevides das flores. E agora, também, Benevides do Natal. O Natal de Benevides é um projeto de desenvolvimento sustentável do Governo Municipal. Através desse Projeto, a Prefeitura investiu na educação ambiental para transformar o período natalino em um produto de atração turística para gerar emprego e renda. O projeto envolve mais de 14 mil alunos das escolas municipais bem como a comunidade, na coleta

de garrafas pet, a principal matériaprima do cenário natalino. Ao mesmo tempo, capacita e oferece oportunidade de trabalho na Fábrica de Natal às pessoas desempregadas, oriundas do lixão bem como para a população. Durante cinco meses, mais de 60 pessoas transformam lixo em lindas e coloridas peças decorativas. Em 2009, foram 250 mil garrafas pet que saíram das ruas, foram recicladas e transformadas em arvores gigantes de dois a 12 metros de altura, decoradas com bolas, velas, guirlandas, sino dos ventos, luminárias, em um universo de folhas e flores. O clima de Natal contagia a comunidade. Os voluntários se apresentam e os moradores contribuem pintando e ornamentando suas

moradias. O evento proporciona empregos diretos para mais de mil pessoas. A construção civil mobiliza 250 trabalhadores para construção das novas atrações e na melhoria da infra-estrutura urbana do centro da cidade. O evento mobiliza micro e médios empreendedores dos diversos setores econômicos de Benevides. Mais de mil artistas participam de uma intensa programação cultural com shows, coral, teatro, paradas natalinas, entre outros. A antiga estação rodoviária se transforma na Praça de Alimentação com restaurantes e músicas ao vivo. www.nataldebenevides.com.br


Cronograma Durante esse período, a segurança é reforçada, com vigilância nos estacionamentos, forte sistema de segurança com monitoramento por câmeras e 250 homens; além de contar com unidades de saúde 24 horas e ambulâncias para atendimentos médicos, caso necessário. O Presépio Gigante, uma das atrações mais visitadas, foi montado com peças de mais de dois metros de altura. Árvores gigantes se transformaram em obras de arte de fino acabamento, que confundiam os olhares. Dentre as diversas atrações, a mais popular para as crianças de todas as idades era a Casa do Noel, decorada com móveis de época, onde Papai e Mamãe Noel recebiam os visitantes. Por meio desse grandioso projeto, Benevides transformou-se no centro das atenções do Pará no período das festas de final de ano. Para 2010 é aguardada mais de 350.000 pessoas. “Além de gerar emprego e renda, despertar a comunidade para a preservação ambiental, incrementar a economia, promover o turismo, o Natal de Benevides deixa um legado de respeito ao próximo, boa vontade, ousadia e reflexão.” Edimauro Farias – Prefeito Municipal de Benevides.

Período de Natal de Benevides 27 de novembro/2010 a 06 de janeiro/2011 Local de decoração Natalina 2010 Centro da cidade de Benevides e nos distritos de Benfica (orla), Santa Maria (avenida Central) e Murinin (Praça Central). Horários e Programação Cultural para 2010 De 19 às 24h, terça a domingo. Acender as luzes decorativas, sonorização do ambiente através da rádio Natal, apresentação de coral, desfile do Papai Noel, parada natalina com personagens do Natal, apresentação de orquestras, teatro, cantores populares e música desenvolvidas especificamente para o evento. Capacitação de mão-de-obra para o evento Cursos de culinária, higiene, empreendedorismo, excelência no atendimento, garçons e recepcionistas, para bem atender os turistas e visitantes. Treinamento para 200 seguranças. Melhoria da infra-estrutura de todo o centro urbano. Mobilização da comunidade para participar da coleta de garrafas, aplicar pinturas, iluminar e decorar suas residencias. Regularização dos feirantes e ambulantes do centro da cidade.

Projeto Natal de Benevides

Idealizador:

Prefeito Edimauro Ramos de Farias

Execução: Prefeitura Municipal de Benevides Projeto técnico: Comissão Especial de Natal

Prefeitura Municipal de Benevides Endereço: Av. Joaquim Pereira Queiroz, 1 CEP: 68795-000, Benevides (PA) Fone: 91-3724-1128 Acesso Rodoviário: BR 316/ 23km de Belém Site: www.nataldebenevides.com.br


Igarapé-Açu: reestruturação

E

m 2009, Igarapé-Açu, uma tranqüila cidade com pouco mais de 33 mil habitantes, situada no Nordeste paraense, empossou a primeira prefeita Nikkei, Sandra Miki Uesugi, em seus 104 anos de emancipação. Atendendo aos anseios da população, a prefeita tem se empenhado para o desenvolvimento de seu município, honrando assim, seus compromissos como gestora. Algumas obras já foram inauguradas pela administração, como 11 microsistemas de abastecimento de água nas diversas agrovilas e povoados, construção de uma praça (Bairro Samaumeira), uma arena (Vila São Luis), em breve mais uma outra construção (Vila Porto seguro), reforma e adaptação de duas quadras poliesportivas (Vila de São Jorge e Prata), implantação de mais duas UBS’s (Bairro Colina e Pau-Cheiroso), e reconstrução e ampliação de um PSF (Vila do Prata), dentre outras obras. Em consonância com a sua profissão como educadora, a prefeita tem dado atenção especial à educação, reformando e ampliando escolas nas zonas urbanas (01) e rural (04). Implantou também o Pró-Jovem urbano, Pró-Jovem campo, Brasil Alfabetizado e Bolsa Trabalho. A Ação Social teve a sua contribuição relevante na atual gestão Municipal: mantém hoje os projetos PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e Guarda Mirim, este último em parceria com a Polícia Militar, que visa educar e resgatar a cidadania das crianças igarapeaçuenses. Ambos os projetos oferecem aulas de arte, esporte, reforço escolar nas disciplinas Português e Matemática. Foi implantado em 2009 o CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) no bairro São Cristóvão, que visa atender as famílias carentes com cursos de capacitação em culinária, artesanato, corte-costura, pintura, além dos serviços de assistência social e psicologia, que fazem acompanhamento semanal nas residências do bairro.

Cultura

Durante a comemoração aos 103 anos de emancipação do município, foi festejado também os 80 anos de Imigração Japonesa na Amazônia, com a participação do cantor Joe Hirata (São Paulo) e do grupo de taiko da Associação Pan-Amazônia de Belém.

Cidadania

CURIOSIDADE O nome do município de Igarapé-Açu corresponde à denominação do subafluente do Rio Marapanim, que banha o distrito-sede do município e que na língua indígena Nheegatu significa “grande caminho das canoas”. 17

Julho de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

Projeto Guarda Mirim completa oito anos de educação e resgate da cidadania das nossas crianças (mais um projeto de parceria da Prefeitura Municipal e Policia Militar/PA)


educacional e socio-economico Saúde

Comunidade do 40, bairro Pau-Cheiroso

Educação

Construção de três U.B.S.(Unidade Básica de Saúde) no município de Igarapé-Açu: Vila de Santo Antonio do Prata, bairro da Colina e Comunidade do 40 no bairro PauCheiroso. Hoje Igarapé-Açu conta com algumas especialidades como cardiologista, ginecologista, dermatologista, pediatra, ortopedista, fisioterapeuta, neurologista, fonoaudiólogo, nutricionista e cirurgia básica, além de ultrassonografia, eletrocardiograma e raio-X.

Inauguração e ampliação da Escola “Moisés Lopes Braga” e entrega de uniformes escolares à comunidade Santa Maria da Pantoja.

Infra-estrutura Reconstrução e ampliação da Escola Municipal “Manoel Henrique da Rocha” na Vila de Porto Seguro, com quatro salas de aula, um laboratório de informática, uma sala de leitura, área de recreação com rampas e banheiros para cadeirante.

Minha terra, meu lugar.

Asfaltamento das ruas Barão do Rio Branco, 1º de Maio e Trav. Benjamin Constant, graças a emenda parlamentar do deputado Júnior Hage.

Serviço:

Prefeitura Municipal de Igarapé-Açu Rua Barão do Rio Branco, 3913 CEP: 68725-000, Igarapé-Açu - Pará – Brasil Fone: (91) 3441-1203 / fax: (91) 3441-1375 Site: www.prefeituraigarapeacu.pa.gov.br Acesso: Pela PA 127 e Br 316, distante 117 Km de Belém (PA) Julho de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

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Castanhal

Cidade modelo de desenvolvimento no Pará

Arte: Eládio Reis - Fotos: Wanderley Souza

Investimentos que vão da agricultura à inclusão social. E assim, Castanhal, no Nordeste do Estado, se consolida como principal pólo de desenvolvimento do Pará, atraindo novas indústrias e melhorando a qualidade de vida da população.

Escolas municipais têm padrão de qualidade.

Ginásios construídos pela Prefeitura nos bairros.

Postos médicos nos bairros mais afastados.

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altando pouco mais de dois anos para o final do segundo mandato do prefeito Hélio Leite, em Castanhal, a cidade, no Nordeste paraense, tem sido um dos maiores exemplos de crescimento em todo o interior do Estado. Uma prova disso é o fato da Prefeitura continuar avançando no volume de obras e ações, até porque, segundo o próprio prefeito Hélio Leite, “quem escolhe o seu governante espera que ele trabalhe todos os dias, até o fim do governo”, analisa. Na cidade os investimentos estão por toda parte. Para se ter uma idéia, só neste segundo semestre de 2010 16 novas obras serão entregues para a população das zonas urbana e rural. São, pelo menos, 12 novas escolas, um novo posto médico e dois laboratórios de informática. Com as inaugurações a cidade passa a ter, por exemplo, 28 laboratórios de informática nas escolas municipais, o que garante ao município o primeiro lugar no ranking das cidades paraenses com maior investimento em inclusão digital.

Cidade que mais investe em informática no Pará.

Centro de Hemodiálise inaugurado pela Prefeitura.

PREFEITO HÉLIO LEITE “Cidade vai continuar avançando”

E investimento também é o que não falta na área de agricultura. Só este ano quatro Unidades Produtivas de Mandioca já foram instaladas pela Prefeitura, que trabalha no município o plantio mecanizado em propriedades rurais coletivas, atendendo atualmente cerca de 80 famílias e associações de produtores rurais em quatro agrovilas. Os investimentos fazem de Castanhal uma cidade futurista, boa pra se viver e preparada para crescer ainda mais. E a determinação do prefeito Hélio Leite e do vice Jucivaldo Nascimento é para que todas as secretarias municipais busquem o aperfeiçoamento das suas ações e procurem atender o cidadão com respeito e dignidade. “Nós estamos buscando zelar cada compromisso assumido ao longo destes anos, adquirindo novo maquinário para poder cuidar melhor dos bairros, construindo novas escolas, postos médicos, ginásios de esportes, asfaltando ruas, e o mais importante: dialogando com todos que querem ver a cidade crescer ainda mais”, finaliza o prefeito Hélio Leite, que no primeiro semestre de 2010 investiu R$ 1 milhão na compra de uma pá-mecânica, uma retroescavadeira e uma motoniveladora. O novo maquinário possibilita a melhoria da infraestrutura dos bairros e garante vida nova para muitas famílias de Castanhal, a cidade modelo do Pará. PREFEITURA DE CASTANHAL


CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO

Castanhal consolida vocação comercial

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Fotos: divulgação

asce em Castanhal o mais estratégico Centro de Distribuição do Pará. Entroncamento do interior paraense, a cidade é cortada pela rodovia BR-316, que liga Belém aos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, entre outros estados brasileiros. Mas a cidade ainda tem ligação direta com a rodovia Pará-Maranhão, que liga o Pará a São Luis, Fortaleza e Recife, além de ser ponto de partida de pelo menos outras sete rodovias estaduais. Outro ponto a favor de Castanhal é a pouca distância do Porto e Aeroporto Internacional de Belém, e do Porto de Vila do Conde, em Barcarena. Cidade industrializada , Castanhal tem mão-de-obra especializada para todos os setores da indústria, comércio e serviços. Não por acaso é referência na qualificação profissional e um dos principais pólos exportadores da região. Essa vocação rendeu à cidade, que beira a margem de 200 mil habitantes, a implantação dos centros de distribuição da Natura, Nestlé e Armazém Matheus. A Natura, por exemplo, maior

Prefeitura investe na qualificação da mão-de-obra em Castanhal.

Cidade paraense é certeza de bons resultados.

empresa de cosméticos do país, nacionalmente fechou os primeiros seis meses do ano com uma receita líquida consolidada de R$ 2.298 milhões, o que representa um crescimento de 23% sobre o mesmo período do ano passado. Em julho deste ano a empresa anunciou a inauguração de dois novos Centros de Distribuição; um em Uberlândia, em Minas Gerais, e o outro em Castanhal, no Pará. No CD da cidade modelo a Natura já emprega 87 funcionários e começa a funcionar em outubro de 2010. A Nestlé também instalou o seu Centro de Distribuição, fornecendo seus produtos para toda a Região Norte do Brasil, gerando novos postos de trabalho e renda para o município. Segundo o prefeito Hélio Leite, “Castanhal tem área da sobra, tem mão-de-obra qualificada, e incentivos fiscais para as empresas que desejarem se instalar

Nestlé e Natura implantaram seus CD’s em Castanhal

no município e desfrutar de uma localização geográfica privilegiada. As empresas que desejarem vir para Castanhal terão todo o apoio da Prefeitura”, acrescenta. Os incentivos da Prefeitura, segundo a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Serviços, visam atrair novas indústrias e fortalecer as já existentes do município. Para se ter uma idéia, os frutos da mão de obra castanhalense estão, hoje, espalhados nas prateleiras de todo o Brasil e até no exterior. A cidade é forte exportadora de aço, massas e alimentos. Além disso a Prefeitura continua investindo na criação do Condomínio Empresarial de Castanhal, um projeto audacioso, com uma área de 200 hectares, que vai contar com ruas pavimentadas, incentivos fiscais e doação da área para indústrias que desejem se instalar no município e garantir um lugar nesse projeto.

www.castanhal.pa.gov.br


Cametá, a “Pérola do Tocantins” entre as 100 melhores cidades do Brasil

U

m dos títulos que Cametá ostenta é o de “Terra dos Notáveis” devido ao desempenho de alguns filhos no Pará e em todo o Brasil, homens que se destacaram na política, na religião e no social. Dentre eles destaca-se o atual prefeito José Waldoli Filgueira Valente que está à frente do município em seu terceiro mandato (1982-1988, 2005-2008 e 2009-2012), e ao longo de sua carreira sempre procurou divulgar Cametá em todo território nacional, prova desse reconhecimento é o título que receberá em Brasília por estar entre os 100 (cem) melhores prefeitos do país. Também ocupa o cargo de vice-presidente da Associação Brasileira das Cidades Históricas, representando a Região Norte. Grande liderança política no município, Waldoli tem uma história interessante, filho de famíla humilde, natural do interior de Cametá, construiu sua trajetória política baseada na honestidade, diálogo, amizade, compromisso e trabalho por esse povo que lhe confiou o cargo. Graças a sua administração competente, o cametaense consegue visualizar as transformações da “Pérola doTocantins” em todos os setores sociais. Todas as secretarias recebem apoio dire-

to do Prefeito em seus trabalhos pelo município. Só no setor da Educação, Cametá recebeu mais de 200 salas de aula, reformou mais de 100 escolas e há previsão de construção de mais 50 escolas em todo o município. A cidade está aproximadamente 90% asfaltada, praças, prédios históricos revitalizados, programas sociais desenvolvidos através da Assistência Social que tem à frente a primeira dama do município, Vanda Valente. Na Cultura há total apoio aos grupos de manifestação popular e eventos que oportunizam trabalhos de valorização ao artista e outros. Vale ressaltar que a maioria das obras por ele realizadas são viabilizadas com recursos próprios do município. Por tudo isso e muito mais que o Prefeito merece destaque especial ao falar sobre Cametá, cidade histórica do Brasil. Sílvia Letícia Carvalho Alves

Arte-educadora, pós-graduada em Estudos Culturais Amazônicos, assessora técnica da Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto de Cametá-Pa.

“Só conseguimos a reeleição, porque a população de Cametá confia no nosso trabalho, graça à Deus. Na educação e saúde efetuamos grandes melhorias. Os nossos professores são altamente qualificados, com ensino superior completo. Temos conseguido grandes conquistas, como o nosso Carnaval que é um dos melhores do Pará. A cidade é mais freqüentada, antes eram quatro ou cinco carros na travessia de uma balsa. Com o aumento da demanda, hoje temos quatro balsas por dia. São mudanças com melhorias e temos ainda mais dois anos, queremos fazer mais pelo município. A maior conquista é a de missão cumprida, mesmo que não tenhamos feito tudo, mas a maioria, porque 100% é muito difícil. Pelo menos, partimos de cabeça erguida com missão cumprida. Convido a todos a conhecer in loco a Pérola do Tocantins, Cametá!” José Waldoli Filgueira Valente Prefeito de Cametá.


Cametá, Patrimônio Histórico Nacional Cametá, celeiro de homens notáveis.../Cametá tesouro de Arte infindável.../Cametá, linda pérola do Tocantins.../Cametá, natureza em forma de jardins.../sangue tupinambá povo guerreiro brioso altaneiro impõe seu valor.... ( Alberto Moía Mocbel-Poeta cametaense).

O

s versos do poeta conseguem descrever o que é Cametá, belo município situado a margem esquerda do Rio Tocantins que guarda 375 anos de história de um povo guerreiro, artista e notável. É uma das cidades mais antiga do estado do Pará e do Brasil. Possui uma grande ri-

queza histórica e cultural além de evidenciar em seu espaço um cenário natural de beleza ímpar típicas das cidades amazônicas.


S

uas origens estão intimamente ligadas a disputa de terras configuradas como novo continente que resultaram do seu expansionismo europeu em fins de século XV e início do século XVI. No passado seu território era habitado por indígenas denominados “Caamutás”

que pertenciam ao grupo étnico dos Tupinambás. Atribui-se ao trabalho de dedicada catequese do Frei Cristóvão de São José, frade capuchinho, o episódio da fundação do primeiro povoado que passou a adquirir dinâmica social, populacional e econômica, a partir do qual se originou o Município, por volta do ano de 1620, denominado Vila de Santa Cruz dos Camutás. No ano de 1633, passa a ser batizada com CAMETÁ - ENCANTO E MAGIA

nome de Vila Viçosa de Santa Cruz de Camutá, sob a invocação de São João Batista. No ano de 1637, passou a ser reconhecida como capitania. Nesse mesmo ano, precisamente em 28 de outubro, a célebre expedição de Pedro Teixeira, para realizar a grande façanha de conquistar toda vasta Amazônia, partiu da praia local com cerca de 1.000 índios flecheiros, na sua primeira viagem. Desde sua origem várias ordens religiosas já cuidaram da orientação espiritual em Cametá. Em 1643, os Capuchinhos de Santo Antônio foram substituídos pelos frades Carmelitas que ficaram por aqui até 1655. de 1693 a 1759 os Capuchos da Piedade estiveram à frente da atividade não só religiosa, mas também na defesa dos interesses da ordem. Eles foram substituídos em 1759 pelos Mercenários ou Mercedários que por lá ficaram até a expulsão patrocinada pelo Marquês de Pombal. Atualmente, a orientação religiosa católica romana é executada pela ordem de São Vicente de Paulo,

cujos religiosos exercem funções na área da educação, saúde e pastoral. Cametá guarda em si numerosos episódios da história do Pará com ênfase na Cabanagem, único movimento no qual o povo paraense conseguiu chegar ao poder sob a liderança de Batista Campos, Eduardo Angelim e os irmãos Vinagre, tal episódio é para Cametá bastante controverso. O principal questionamento dos historiadores é o fato do município ter sido palco de origem do movimento e, posteriormente ter-se tornado foco da legalidade. Sendo que


nesta ocasião foi instalado o governo legalista da Província na Câmara Municipal de Cametá. Justifica-se esse fato, pois um filho da terra, Ângelo Correa era o vice-presidente da Província, e com o assassinato do presidente pelo movimento revolucionário, armou-se em Cametá o movimento da legalidade, esquecendo-se assim os motivos que o originaram. Padre Prudêncio, foi um dos grandes personagens da história da

legalidade no município, pois agiu como um general na defesa da cidade que em nenhum momento foi dominada pelos cabanos, ao contrário da grande maioria das cidades paraenses, inclusive a capital. Eis um ponto controverso na história de Cametá: alguns se

orgulham da legalidade, outros lamentam devido às atrocidades cometidas pelas forças legalistas contra os cabanos. Esse movimento de resistência fez com que as pessoas procurassem proteção contra o movimento cabano, assim a população da cidade aumentou com a chegada de várias famílias. Após a derrota da Cabanagem, Cametá ganhou o título de Cidade Invicta – orgulho de uns poucos e vergonha

de muitos que acreditam no homem como agente de sua própria história. A cidade prosperou no passado graças às estreitas relações de seus filhos com os donos do poder. Destacando-se as benfeitorias conseguidas por Joaquim Siqueira, algumas perduram até os dias atuais. A Samaumeira é o símbolo desse período, pois segundo pesquisadores do município ela teria nascido de uma das estacas que serviam como trincheiras que protegeu a cidade do ataque dos cabanos. Ainda sobre os momentos que marcaram a história da cidade está a forte epidemia denominada de Cólera- Morbus, em 1855 de caráter violentíssimo. Morria gente nas casas e nas ruas e o transporte dos mortos para o cemitério chegou a ser feito por meio de carroças de moribundos. Tal doença vitimou o então governador Dr. Ângelo Custódio que condoído com a sorte de seus conterrâneos

veio pessoalmente socorrê-los trazendo médico e medicamentos necessários, gesto que lhe custou a vida, pois contraiu a doença e veio a falecer em 25 de junho de 1855. Esse momento ficou registrado na tela de autoria do pintor Constantino Motta, pintada em 1858, a qual reproduz uma cena comovente da epidemia. É uma das pinturas mais antigas do Pará e hoje está em processo de restauração graças ao convênio entre estado e município. No detalhe ao lado uma imagem da lápide onde estão os restos mortais do Dr. Ângelo Custódio Corrêa com figuras em alto relevo de doentes de cólera. Na sua história, como Município, no ano de 1841, em 30 de abril, foi promulgada a Lei nº 87, que concedeu a Cametá a categoria de Comarca e, sete anos depois, através da resolução nº 145, de 24 de outubro de 1848, lhe foi outorgado o reconhecimento como cidade. Após a proclamação da República, o Governo Provisório do Estado, através do Decreto nº 59, criou o Conselho e Intendência. Somente em 1930, através do Decreto nº 06, de quatro de novembro, foi confirmada a condição de Cametá como Município, passando a existir como tal no quadro de ordenamento políticoadministrativo do Estado. Vale ressaltar a presença estrangeira na sociedade cametaense nas primeiras décadas do século XX

CAMETÁ - ENCANTO E MAGIA


foi destacado pela colônia Hebraica que era constituída de comerciantes da praça e dispunha no município de sinagoga e cemitério, a colônia Libanesa, colônia Portuguesa, Italiana e Francesa. Também é marcante a presença da mão de obra africana que está ligada a expansão da lavoura da canade-açúcar, que se estendeu ao longo do baixo Tocantins em meados do século XVIII, dessa presença resultou várias “comunidades negras rurais” que hoje estão se reconhecendo como remanescentes dos antigos Quilombos. A cidade de Cametá, além de estar cercada pela bela natureza amazônica, por ter uma história interessante e um povo simpático e hospitaleiro, possui uma grande riqueza cultural. A cultura cametaense é marcada pela mistura de várias etnias. Tal influencia é nitidamente visível no jeito de ser cametaense que chama a atenção: pela sua forma de falar, cantar, dançar ou vestir. A própria culinária cametaense apresenta-se sob a forma de pratos tipicamente indígenas como o saboroso “mapará com açaí”, sendo que esta iguaria pode ser saboreada de diversas forma como: mapará com lixo dentro, picolé de mapará, mapará de quitim, etc.. ou ainda a torta de camarão e a sopa de “aviú”, um minúsculo crustáceo próprio da região. Muitos aspectos colocam a cidade de Cametá como uma grande opção turística sendo que em 2010 foi CAMETÁ - ENCANTO E MAGIA

classificada entre as 14 cidades turísticas do Pará com o título de Ametista. Mas não são apenas os atrativos naturais de suas praias ou as belezas da cidade que possui colossal arquitetônico, com imensos casarões, sobrados com azulejo português aqui destaca-se o Solar dos Braga, hoje residência dos Furtados, que é um símbolo do “boom” gomifero na Amazônia, marca o início da Belle Epoque que trouxe melhoramentos para os principais centros urbanos da Amazônia, como Belém, Manaus e Cametá. Suas igrejas históricas que tornam a visita obrigatória para quem deseja conhecer o que há de melhor no estado. Dois grandes eventos da cultura popular cametaense, conseguem atrair para essa cidade milhares de pessoas todos os anos: o carnaval e as festas juninas. O Carnaval por apresentar uma programação ímpar destacada pela presença dos blocos culturais como a Bicharada da Vila de Juaba, Grupos de Samba de Cacete, Grupos que fazem o Carnaval das Águas, que se integram com as Escolas de Samba, e blocos de abada que fazem concentrações dançantes. As Festas Juninas com sua extensa programação é outro evento que conquista milhares de espectadores que vem assistir concursos de Quadrilhas, Miss e apresentação dos grupos culturais e artistas da terra. Apesar das influências do resto do país, o cametaense

não cansa de se nutrir das coisas da terra, a sua essência é que não lhe deixa partir. Nas últimas décadas o Município passou por alguns ciclos econômicos, daqueles típicos da Amazônia. Assim, se favoreceu bastante dos ciclos da borracha e do cacau, mas o último com bastante importância foi a época da pimenta-do-reino, embora não caracterizada como tal. Esses ciclos favoreceram algumas melhorias nas condições de vida da população.

Serviço: Prefeitura Municipal de Cametá

Endereço: Avenida Gentil Bitencourt, 1, Centro Fone: (91) 9175-5409 / 8263-1882 / 8141-9915 CEP: 68.400-000, Cametá (PA) Distância: 150km em linha reta da Capital, Belém. e-mail: secultd@yahoo.com.br


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Cultura Japonesa em destaque no Hangar

P E R A Í

A

IV edição do Amazônia Matsuri celebrou as riquezas da terra do sol nascente, com o tema “Arigatô Pará”, em agradecimento ao povo paraense pela homenagem recebida na ocasião dos 80 anos da imigração japonesa no Pará, no ano passado. O primeiro dia do Matsuri, 16 de setembro, foi também comemorado o “Dia da Imigração Japonesa” instituído pelo Governo do Estado do Pará, no corrente ano. O evento, em três dias, com um público aproximado

de 13 mil pessoas, mostrou um pouco da gastronomia, músicas, danças, artes marciais, cultura pop e tradicional, entre outros exemplares da cultura oriental apresentados por artistas e profissionais locais, de São Paulo e Japão. A realização é da Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira e Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Uma das atrações, o cantor de São Paulo Joe Hirata morou durante muitos anos no Japão, onde participou de alguns concursos de karaokê. Joe despontou em terras brasileiras após se apresentar em um programa de tevê, quando passou a ser mais conhecido pela comunidade Nikkei. Outra atração muito aguardada no Matsuri é o grupo teatral Manjushaka, que se apresentou pela terceira vez em Belém. Fundado em 1995, eles fazem shows beneficentes pelos países da Ásia. O nome do grupo vem de uma antiga lenda japonesa, na qual manjushaka é uma flor branca que cresce no paraíso e que tem o poder de afastar maus espíritos. Quem visitou esse Matsuri conheceu um dos traços mais

marcantes da cultura milenar japonesa: o yukata, uma vestimenta muitas vezes confundida com o kimono. O Consulado Geral do Japão em Belém realizou uma demonstração sobre o yukata que se tornou popular entre os jovens japoneses e estrangeiros como a vestimenta japonesa de verão, por ser mais fácil vestir em comparação ao kimono, além do preço ser inferior. Na oportunidade, Akira Kusunoki, cônsul do Japão em Belém, mostrou-se contente com a realização de mais uma edição do evento. Segundo Yuji Ikuta, presidente da Associação PanAmazônia, o tema deste ano não poderia ser outro. “Arigatô Pará é um agradecimento especial ao povo paraense que nos acolheu de forma calorosa nestes 80 anos de imigração japonesa na Amazônia”, disse. Também, na solenidade de abertura foi entregue o diploma e a medalha “Mérito da Imigração Japonesa na Amazônia”, quando foram agraciados o presidente do Grupo Yamada, Junichiro Yamada, e a Governadora do Estado do Pará.

Bon-odori – dança que atrai os brasileiros

Eventos culturais nipo-brasileiros

uando os japoneses partiram de sua terra natal - o Japão - trouxeram em suas bagagens seus costumes, seus hábitos alimentares, esporte, vestimentas, enfim, a sua cultura. Passado mais de 100 anos no Brasil e 80 na Amazônia, os nipônicos e seus descendentes

Q 34

– os nikkeis de diferentes gerações - continuam divulgando sua cultura fora do país oriental. Um dos mais marcantes festivais anuais que eles ainda hoje guardam é o matsuri: uma festa protagonizada pela dança do 3 ou o bon-odori realizada no meses de julho e agosto no território japonês. Essa dança, originariamente,

Outubro a Dezembro de 2010 Revista Pan-Amazônia / amazoniatipica.com.br

possui um cunho religioso, onde celebra-se durante o Dia dos Finados, para apaziguar, confortar e prestar homenagem às almas dos que partiram. Em geral, o Bon-odori consiste no yagura (espécie de andaime com telhado) onde se coloca o taiko (tambor japonês) e os participantes dançam ao som de música ritmado


pelas batidas do taiko vestidos de yukata (vestimenta informal de verão) ou happi. Bon-odori em diferentes cidades paraenses e na capital Belém No Brasil a dança do bon ou o bon-odori é executada em diferentes momentos, geralmente nos eventos culturais. Em Belém (PA) era apresentado na Semana do Japão, quando os presentes entravam na roda de

dança. Esse evento realizado pela Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira, devido à demanda crescente, há quatro anos é promovido tendo o Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Hangar) como palco. A Semana do Japão se transformou em Amazônia Matsuri (festival). O bon-odori de Tomé-Açu, terra que acolheu a primeira leva de imigrantes japoneses, é famoso pela sua peculiaridade. Nesse período, os filhos e netos dessa cidade retornam aos seus lugares de origem para rever as casas e a cidade em que cresceram.

O bon-odori de Tomé-Açu , distante 230 km da capital paraense, é realizado anualmente no mês de julho. Natsu-Matsuri em língua japonesa significa literalmente Festival de Verão. É um evento quase que obrigatório também nas comunidades nikkeis de Santa Izabel do Pará e Castanhal, distante 38 km e 70 km de Belém respectivamente. Eventos esses que nos últimos anos, vem crescendo no número de jovens, principalmente simpatizantes de animé/mangá (animação e histórias em quadrinhos de origem japonesa) os quais entram na roda de dança quando se tocam as músicas mais animadas como “Guiza guiza heart no komori uta”. Passados mais de 80 anos desde a primeira estada nas terras amazônicas, os japoneses podem sentir a transição latente da cultura japonesa sofrendo adaptação constante no cenário brasileiro.


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