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Na liderança do avanço do Nelore
O novo presidente da ACNB, Victor Paulo Silva Miranda, já prepara a Expoinel 2023 e espera somar forças com todos os que desejam o fortalecimento da raça
Assim como ficou impressionado, há 30 anos, com o desempenho dos animais Nelore na fase de engorda, o capixaba Victor Paulo Silva Miranda continua acreditando na capacidade da raça de impulsionar a pecuária de corte nacional. Porém, agora, ele tem um desafio bem diferente do vivido na época em que comprou os primeiros garrotes zebuínos para engorda na fazenda Paraíso, em Vila Velha/ES.
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Desde julho, Victor Miranda preside a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), cargo que ocu- pará até 2025. “Integração e diálogo são as palavras que melhor definem a proposta da nova diretoria da ACNB. O trabalho seguirá em ritmo intenso, seguindo os mesmos princípios da gestão passada, ampliando ainda mais a participação dos criadores, trabalhando em conjunto com outras entidades, além de outros fóruns. Vamos ouvir muito e implementar medidas que fortaleçam as entidades regionais, contribuindo para atrair novos associados. Da mesma forma, queremos ampliar a prestação de serviços aos associados e assim também contribuir para ampliar o quadro associativo. E somar forças com todos os que desejam o fortalecimento da raça e da pecuária como um todo”, assinala Victor Miranda.
Segundo ele, a raça tem evoluído com sustentabilidade. “O melhoramento genético do Nelore tem sido muito significativo nos últimos anos, e continuará avançando. Vinte ou 30 anos atrás, um animal chegava ao ponto para ir para o frigorífico com 4 ou 5 anos de idade, pesando cerca de 400kg de peso vivo. Agora, segundo os dados apurados nas avaliações de mais de 20.000 animais Nelore no Circuito Nelore de Qualidade 2022, iniciativa promovida pela ACNB, em torno de 70% dos animais foram para o frigorífico com até 2 dentes incisivos permanentes, ou seja, com até 2 anos de idade, com um peso médio para os machos de mais de 600kg de peso vivo. De uma forma rápida e simplista, acho que isso resume o grau de evolução genético nos últimos anos.”, pontua.
Na visão do presidente da ACNB, esse melhoramento foi impulsionado pelo trabalho desenvolvido por técnicos, pesquisadores, pelo uso de pastagens e insumos de qualidade, e, principalmente, pelo trabalho e investimento dos criadores. “A redução da idade de abate dos animais e o aumento da produtividade por área, seja no segmento da cria ou de terminação, traz benefícios para toda a cadeia produtiva da pecuária bovina de corte, e para a economia do país. Com o aumento da produção, gera mais empregos, receitas e alimento, melhora a balança comercial e o PIB brasileiro, enfim, todos ganham. E o mais importante: de maneira sustentável”, destaca Miranda.
Este ano, a raça tem apresentado uma maior valorização dos animais em leilões, batendo recordes de preços. Um cenário bem distinto do vivido pela pecuária comercial, cuja base é a vaca Nelore, que tem apresentado cotações mais baixas da arroba. “Esta supervalorização dos animais de genética superior é fruto do trabalho e investimento feito pelos criadores ao longo dos anos. Por outro lado, passamos por um momento de baixa dos históricos ciclos pecuários, o que tem provocado a baixa valorização das matrizes e bezerros comerciais, e da arroba do boi gordo. Mas este aparente antagonismo se justifica exatamente pelo fato de que os momentos de crises, trazem a necessidade de ganhos de eficiência e oportunidades de melhorias. Além disso, há indícios de que estamos no momento de depressão máxima do ciclo de baixa, ou seja, devemos ter tempos melhores pela frente”, avalia.
Para o presidente da ACNB, o momento é de investir em genética melhoradora, insumos de qualidade, para garantir bons resultados no futuro. “Aliás, é muito oportuno lembrar que já estamos nos encaminhando para a próxima estação de monta, na maioria das regiões pecuárias do país. É hora de se municiar de material genético de qualidade”, orienta.
Miranda sabe bem como a genética pode alavancar a rentabilidade de um rebanho. Há anos à frente da parte de pecuária da Heringer, acompanhou desde o início as transformações que o Nelore proporcionou à empresa. Atualmente, o plantel é composto por quatro mil matrizes PO. A Heringer também é selecionadora de Nelore Mocho. “Há 30 anos, trabalhávamos somente com engorda e decidimos adquirir garrotes Nelore. Os resultados foram muito bons e nos apaixonamos pela raça. Cinco anos depois, decidimos iniciar o criatório Nelore Heringer. Hoje, estamos entre os seis maiores vendedores de touro do Brasil, estamos entre os dez mais bem colocados do Circuito Nelore de Qualidade, somos o Melhor Criador e Expositor dos últimos seis anos da Copa do Atlântico, que envolve uma competição direta entre expositores do Rio de Janeiro e Bahia, conquistamos o segundo lugar ano passado na Supercopa e estamos entre os melhores criadores e expositores do Brasil. Tudo isso nos honra muito”, assegura Miranda.
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O primeiro grande evento da sua gestão será a Expoinel 2023. A expectativa é de superar a edição passada em número de animais inscritos. A feira ocorrerá no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. “Já iniciamos a mobilização dos criadores para buscarmos o crescimento no número de expositores e animais, em relação à edição anterior. O calendário de leilões oficiais da exposição vai crescer muito. Finalizaremos a edição comemorativa de 30 anos do Ranking Nacional em grande estilo, mostrando a vitalidade deste segmento de seleção, com grande participação e muita valorização dos criatórios e animais”, adianta o presidente da ACNB.
Balan O Positivo
Nabih Amin El Aouar, novo vice-presidente da ACNB, que liderou a entidade desde fevereiro de 2018, disse estar extremamente satisfeito com o trabalho feito nos últimos anos para reestruturar a entidade, fomentar e valorizar a raça. “Foi um trabalho difícil e intenso, cujos resultados beneficiam todos os criadores de Nelore e a pecuária bra- sileira como um todo. Agradeço aos meus companheiros de diretoria que deram muito de si em prol de um objetivo maior”, diz Nabih.
Ele destaca a ampliação do Circuito Nelore de Qualidade, que saiu de 11 etapas (2018) para 41 já definidas para este ano – incluindo no Paraguai e na Bolívia – e duas (México e Equador) a definir, o que o consolida como o maior concurso de avaliação de carcaças no mundo.
A carne bovina também mereceu destaque no trabalho da ACNB, com campanhas em prol do aumento do consumo e esclarecimento sobre sua qualidade. Da mesma forma, a participação nas reuniões da Câmara Setorial do MAPA e da Comissão de Bovinocultura de Corte da CNA. “Considero que cumprimos nosso papel, entregamos o que prometemos e estamos muito felizes em ver o Nelore em um novo patamar de divulgação e valorização. Feliz também pela nova gestão que está começando. Certamente faremos ainda muito mais pelo Nelore”, assinala Nabih Amin El Aouar.
NOVA DIRETORIA DA ACNB (2023 - 2025)
• Presidente - Victor Paulo Silva Miranda
• 1º Vice-Presidente - Nabih Amin El Aouar
• 2º Vice-Presidente - Paulo de Castro Marques
• 3º Vice-Presidente - Felipe Carneiro Monteiro Picciani
• Diretor - Adilton Boff Cardoso
• Diretor - André Ribeiro Bartocci
• Diretor - Bruno Abreu Leão
• Diretor - Gilson de Sousa Kyt
• Diretor - João Leopoldino Neto
• Diretor - Luiz Carlos Marino
• Diretor - Raphael Zoller