ENERGIA LIMPA
China vai gastar US$ 16 bi para incentivar carros elétricos País quer ser, em cinco anos, o maior mercado do mundo
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China está planejando investir U$ 16 bilhões em financiamento para construir estações de carga de veículos elétricos e incentivar a demanda por aqueles movidos com todos os tipos de tecnologia verde, de acordo com fonte governamental. As políticas serão anunciadas em breve. A fonte não quis fornecer detalhes sobre o plano, sobre sua duração ou se as estações de carga serão compatíveis com os carros fabricados pela Tesla. Seu sócio majoritário, o visionário Elon Musk, visitou este ano o país para reuniões com autoridades do governo, de olho nas possibilidades de um mercado de enorme potencial. Incentivo e poluição O aumento do financiamento estatal vai ajudar muito as montadoras
preocupadas com o comportamento dos consumidores, em relação a preços, confiabilidade e conveniência dos veículos elétricos. E o setor vai contar ainda com incentivo fiscais anunciados pela China, o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, em mais uma medida para combater a poluição. “Terá de ser um processo gradual, para aumentar tanto as vendas dos carros quanto o número de estações de carga. Os veículos ainda não são muito atraentes quando comparados a carros convencionais,” disse Ashvin Chotai, diretor da empresa de pesquisa de mercado Intelligence Automotive Asia. Os incentivos deverão cobrir também outras tecnologias verdes, como plug-ins híbridos e a de células de
combustível. E daqui por diante a frota oficial terá de adotá-los. O governo considera ainda incluir o u t r a s empresas que não as montadoras na fabricação de carros elétricos para aumentar a produção e a competitividade, segundo informou em junho o Centro de Pesquisa de Tecnologia Automotiva da China, segundo o Tree Hugger.
Noruega concentra maior número de unidades do mundo O
s carros elétricos também são isentos do pagamento de pedágios urbanos ou das vagas em estacionamentos públicos, onde podem recarregar suas baterias de graça. Sobretudo, porém, são isentos dos altíssimos impostos sobre as vendas e do VAT (imposto sobre o valor adicionado). A Noruega adotou os incentivos generosos para reduzir as emissões de gases estufa dos carros, responsável por 10% das emissões totais no país nórdico. A política fez tanto sucesso que hoje há 32 mil carros elétricos em circulação. É de longe o maior índice mundial de carros elétricos per capital, num país com 5,1 milhões de habitantes. As vendas de carros elétricos não param de crescer. Desde o popular Leaf, da Nissan, até o Tesla S, produzido nos EUA, desde o início de 2014 eles respondem por 13% das vendas de carros novos na Noruega, muito mais que no resto do mundo. Em março o Tesla tornou-se o carro mais vendido em um único mês na história da Noruega, não obstante seu preço relativamente alto. Embora um modelo básico custe cerca de “60 mil (US$79 mil), ainda parece uma pechincha, considerando que um preço que incluísse impostos seria aproximadamente o dobro disso. A popularidade dos carros elétricos pegou as autoridades de surpresa. Elas previam manter os incentivos até 2017 ou até serem vendidas 50 mil unidades. A continuar o ritmo atual de vendas,
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esse número pode ser alcançado no início de 2015, obrigando o governo a repensar sua política de alto custo. Só o imposto que deixa de ser cobrado responde por até 4 bilhões de coroas (£500 milhões ou US$650 milhões), segundo estimativas do governo. “Podemos fazer ajustes para baixo no futuro”, disse recentemente ao jornal norueguês “VG” a primeira-ministra, Erna Solberg. “Mas posso prometer aos condutores que o uso de carro elétrico ainda terá vantagens fiscais.” Economia Esse compromisso do governo é importante porque 48% dos donos de carros elétricos dizem que a razão principal pela qual os compraram foi para poupar dinheiro. Segundo pesquisa da Associação Norueguesa de Veículos Elétricos, apenas 27% disseram ter comprado os carros por razões ambientais e 12% para poupar tempo em seus deslocamentos. “Ainda é cedo para eliminar os incentivos fiscais”, disse Christina Bu, secretária geral da associação, “O mercado ainda não é competitivo o suficiente”, comparado ao de carros movidos a combustíveis fósseis. “Se a isenção de imposto e VAT acabar, o mercado pode desabar, e então seria difícil a Noruega alcançar suas metas climáticas. Precisamos aumentar, não reduzir, o número de carros elétricos.” www.revistaplanetaagua.com.br