ENTREVISTA
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Aurélio Rosa
atural de Anápolis (GO), Aurélio Rezende Campos Rosa, filho de Lucimar Rezende Campos e Odilon Alves Rosa, estudou na UFG - Universidade Federal de Goiás, UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (SP) e TUM - Universidade Técnica de Munique, Alemanha, onde se formou em Engenharia Elétrica. Depois de estagiar na BMW, foi contratado pela Tesla Motors para trabalhar em sua matriz na Califórnia. Anos depois, foi transferido para a unidade da Tesla na Holanda onde acaba de completar oito anos de serviços prestados à empresa. Aurélio Rosa participou da criação e fundação da revista Planeta Água, produzindo sua logomarca e atualmente é seu correspondente no mundo. Ao longo dos últimos anos trabalhou com empenho para realizar o sonho de presentear seu pai com um carro elétrico, o que aconteceu no final do mês de março deste ano. Este anapolino que leva o nome de Anápolis além fronteiras é o nosso entrevistado.
“A janela do tempo para realizar seus sonhos pode se fechar a qualquer momento, por isso é importante não deixá-los para depois” Aurélio, você acaba de dar um carro Tesla de presente para seu pai. O que o levou a tomar essa decisão de forma tão objetiva e imediata? Desde que entrei na Tesla meu sonho sempre foi o de trabalhar para que todas as pessoas da minha família pudessem ter o prazer de dirigir um carro moderno, confortável, seguro e ecologicamente correto. E o fato de haver tomado essa decisão, aliado à minha condição de engenheiro da Tesla há quase uma década, proporcionou ao meu pai a possibilidade real de ter um Tesla na garagem. Há algum tempo venho refletindo sobre a vida, buscando entender o motivo de estarmos neste planeta e avaliando a importância do tempo e das pessoas que estão ao nosso lado e tudo isso me motivou a não mais dar tempo ao tempo e a agir para fazer as coisas acontecerem. Dei uma pausa no trabalho e passei uma semana pesquisando de que forma iria executar esse projeto denominado “Antônio” já que a Tesla ainda não tem uma previsão de quando virá para o Brasil. Foi aí que descobri a Islândia que não cobra imposto sobre carros elétricos. Qual foi o motivo da escolha do seu pai como merecedor do presente? Sempre foi uma situação conjunta com meu pai e minha mãe me apoiando em todos os momentos da minha trajetória
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de vida. Depois veio o momento de grande preocupação com a saúde do meu pai, em seguida veio a pandemia e, analisando tudo isso, decidi antecipar decisões culminando com o projeto de importar o carro. As pessoas mais importantes da minha vida são meus pais e ele foi o primeiro a quem pude proporcionar essa condição de proprietário de um carro movido a energia limpa e bem mais seguro que os carros tradicionais. Estou muito feliz por isso. Por que você batizou o carro de “Antônio”? Foi uma homenagem e uma lembrança do meu avô paterno, uma figura sempre presente para mim embora já tenha nos deixado. Penso muito nos meus avós e ao batizar o carro, criando uma planilha de trabalho para lidar com todos os trâmites burocráticos de importação, me ocorreu usar um codinome para facilitar as diversas manobras e contatos decorrentes desse processo. Daí decidi pelo nome “Antônio” que além da homenagem e de poder ter meu avô sempre presente, também facilitou na gestão e utilização da planilha pela simplificação do nome do projeto. Como se deu o processo de importação? A primeira parte do projeto foi de pes-
quisa para saber qual seria o carro, sua configuração, cor, etc. No caso da cor a escolha foi do meu pai durante uma pesquisa de suporte técnico em que disse que o carro seria para mim. Depois veio a pesquisa de preço. Eu havia pensado no Model Y, uma versão SUV, mas ainda não disponível na Europa e depois no Model S, um carro maior, só que bem mais caro que e em sua versão esportiva mais caro ainda e com impostos na mesma proporção. Daí, como eu gosto muito do Model 3 por ele ser mais ágil, esportivo e muito versátil na condução, além de outras vantagens, comecei a pesquisar os detalhes técnicos, a questão da recarga das baterias e tive diversas conversas com quem traz os carros para o Brasil. Direto da Europa? Também, mas tive um contato anterior com um exportador que manda em média cinco carros Tesla toda semana de Miami para o Brasil, uma versão americana que é monofásica, enquanto que a versão europeia é trifásica. O monofásico carrega mais lentamente e não tem acesso a todas as estações de recarga obrigando o proprietário a levar vários tipos de cabos para conseguir “abastecer” o carro. Provavelmente, quando a Tesla vier para o Brasil, não será possível recarregar o monofásico nas estações revistaplanetaagua.com.br