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NEGÓCIOS

GRANDES GRUPOS EMPRESARIAIS VEEM NO ENSINO SUPERIOR UMA NOVA FORMA DE INVESTIMENTO RENTÁVEL

REDES SOCIAIS

NÃO HÁ COMO NEGAR O PODERIO DA WEB 2.0. A CADA DIA SURGE UMA MÍDIA SOCIAL NA GRANDE REDE DOS COMPUTADORES

UMA REPÓRTER ESPECIAL Fernanda Honorato, repórter da TV Brasil, é exemplo de garra e superação do preconceito contra portadores da Síndrome de Down. Sua espontaneidade e discernimento encantaram o apresentador Jô Soares e o Brasil.


NÓS ACREDITAMOS NAS PESSOAS!

COMUNICAÇÃO Assessoria de Imprensa Assessoria Digital Publicações Empresariais Identidade Visual Monitoramento de Mídia RESPONSABILIDADE SOCIAL Balanços Sociais Workshops e Treinamento Consultoria em Planejamento Elaboração de Projetos Sociais Mobilização Social

rua fernandes tourinho 602/203 | savassi 30112.000 | belo horizonte | mg telefax: (31) 3324-4080 | 3450-9199 www.politicapublica.com.br


%M PARCERIA COM OS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL A 0REFEITURA ESTf EXECUTANDO O MAIOR CONJUNTO DE OBRAS CONTRA ENCHENTES QUE A CIDADE Jf VIU

!O TODO MAIS DE MILHzES DE REAIS ESTjO SENDO APLICADOS NA CONSTRUljO DE BACIAS DE DETENljO IMPLANTAljO DE SISTEMAS DE DRENAGEM TRATAMENTO E LIMPEZA DE CvRREGOS NOVAS REDES PLUVIAIS E URBANIZAljO DE RUAS E AVENIDAS

!S OBRAS ESTjO SENDO EXECUTADAS EM DIVERSAS REGIzES DA CIDADE E DEVERjO SER CONCLUqDAS EM DOIS ANOS 1UANDO ½CAREM PRONTAS VjO REDUZIR SIGNI½CATIVAMENTE O RISCO DE ENCHENTES

% FAZER DE "ELO (ORIZONTE UMA CIDADE AINDA MELHOR PARA VIVER

$ANIELA 0IGORETE

MORADORA DA AV 4EREZA #RISTINA

±%U FUI VqTIMA DA ENCHENTE E POSSO DIZER QUE A 0REFEITURA FEZ A SUA PARTE &OI RfPIDA E DEU SOLUljO PRA TUDO !GORA COM AS OBRAS QUE ESTjO VINDO POR Aq EU ESTOU MUITO CON½ANTE ²

&AZENDO OBRAS PENSANDO EM VOCo WWW PBH GOV BR

4ODAS ESTAS PESSOAS FORAM VqTIMAS DAS ENCHENTES DE JANEIRO E RECEBERAM APOIO DA 0REFEITURA DE "ELO (ORIZONTE

2ELAljO DAS OBRAS #OMPLEXO DA AV 6fRZEA DA 0ALMA E 6ILA DO ÉNDIO 6ENDA .OVA "ACIA DO #vRREGO %NGENHO .OGUEIRA 0AMPULHA "ACIA DO #vRREGO "ONSUCESSO "ARREIRO 2ECUPERAljO DO FUNDO DO !RRUDAS /ESTE E .OROESTE #vRREGO 2ESSACA 0AMPULHA #vRREGO DA 3ERRA #ENTRO 3UL #ONSTRUljO DE RESERVATvRIO PARA RECEBER fGUAS PLUVIAIS NA RUA 4OCANTINS .OROESTE #vRREGOS /LARIA *ATOBf "ARREIRO "ACIA DE DETENljO DA ,AGOA 3ECA "ELVEDERE

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A PREFEITURA DE BH FAZ O MAIOR CONJUNTO DE OBRAS CONTRA AS ENCHENTES QUE A CIDADE JÁ VIU. #OM TODA A SUA ATENljO VOLTADA PARA A QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS A 0REFEITURA DE "ELO (ORIZONTE TRAZ

COM RAPIDEZ E E½CIoNCIA SOLUlzES PARA COMBATER AS ENCHENTES QUE TANTO A¾IGEM A POPULAljO


Participe com a gente! Mande hoje mesmo sua opinião ou comentário para cartas@pqn.com.br Sua opinião é muito importante. Sugestões de pauta também serão bem-vindas. Aguardamos seu contato! “Parabéns pelo trabalho.Vocês conseguem tratar as matérias com profundidade. Gostei da publicação, porque ela me fez refletir. Há textos ótimos, em que, quando acabei de ler, parei para pensar sobre o novo caminho que eles tinham me apontado. Destaque para as matérias “A indústria da premiação” (atingiu em cheio o meu cotidiano em uma empresa onde trabalhei, pois cuidava da produção de todos os cases) e “Empregabilidade x Tecnologia”. Obrigado e sucesso com a PQN. Com certeza, os eventos da revista estarão no meu roteiro quando eu for conhecer BH”. Eduardo Shor Rio de Janeiro “A coragem de se fazer uma revista em Belo Horizonte com cuidados especiais, fazem da PQN um bom exemplo. O produto apresenta matéria-prima de ótima qualidade. Explora boas fotos e pautas, compondo um projeto gráfico que atende a públicos diversos. A edição de março mostra bem isto. Capa agradável, com boa foto de colorido suave e reportagens interessantes. É louvável a iniciativa de se produzir este tipo de veículo de comunicação que valoriza os profissionais da área. Fica claro que boas revistas não são privilégio apenas do eixo Rio/São Paulo”. Sid Marcus Rede Record Minas

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“Cumprimentos pela revista que recebo aqui e cuja leitura enriquece e faz bem e, por último, dizer-lhe da enorme satisfação que tive ao ler a matéria escrita por minha ex-aluna de Cachoeiro do Itapemirim, Elizangela Teixeira, “Indústria Cultural x Jornalismo Cultural”. Ainda bem que mostrei aos alunos da São Camilo, naquela época, a sua revista, e que uma delas se inspirou em Luiz Beltrão para redigir a matéria. São essas coisas que fazem valer o trabalho do professor universitário. Parabéns pela sua garra, persistência e eficácia em construir um mundo onde todos nós podemos nos manifestar de forma construtiva. Conte sempre comigo”.

“Conheci a Revista PQN não faz muito tempo e me interessei muito pela publicação porque ela apresenta o outro lado de quem faz a Comunicação. Pensamos que os comunicadores são seres excêntricos, mas, lendo as reportagens, pude constatar que são seres tão humanos quanto qualquer outro. Parabéns pelo trabalho e que o Nordeste possa estar ainda mais presente através das notícias do colega Rodrigo Coimbra”. Edem Guima - designer Aracaju/SE

“Recebi a revista e gostei muito das reportagens, principalmente a dos ‘Comunicadores na Política’. Matéria inteligente e bem abordada. Meus parabéns às repórteres”. Antônio Anderson O Tempo - BH

Monica Resende São Paulo/SP

“Gostaria de parabenizar a toda a equipe da Revista PQN, que tem mostrado um trabalho cada vez melhor desde que a conheci. A PQN reforça a importância de olharmos também para a Comunicação com outros olhos, e não somente de replicadores da informação. Desejo sucesso e vida longa à revista”. Patrícia Carvalho - Diretora de Arte Agência Intermarketing Aracaju/SE

“Fico orgulhoso todas as vezes que recebo em casa a revista PQN. Ainda mais depois que participei de um congresso em São Paulo e vi estampado nos banners do evento a logomarca da publicação. Senti uma enorme satisfação em ver que a nossa PQN, digo nossa porque a revista nasceu aqui pelas maõs de um mineiro criativo, está conquistando outros mercados, principalmente em São Paulo onde existem títulos diversos e ideias. Parabéns ao editor e a equipe de colaboradores que fazem a PQN a melhor revista da Comunicação sem sombra de dúvidas. É mesmo uma revista para os comunicadores. Paulo Fontoura Uberlândia - MG



TODOS NÓS SOMOS ESPECIAIS! SOMOS SIM!

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á muito tempo eu não sentia tanto orgulho da minha profissão. Mas, assistindo ao Programa do Jô, coisa que raramente consigo fazer, devido ao tardio horário, vi a entrevista com a repórter da TV Brasil, Fernanda Honorato. Apesar de não possuir formação específica, por ser portadora da Síndrome de Down, ela é um exemplo para todos nós, formados. Articulada, bem-humorada, simples e com uma resposta para cada pergunta, ela me levou ao delírio. Como fiquei feliz em ver uma “profissional” levantando tão bem a nossa bandeira, coisa que os ditos “normais” quase não fazem. É por comportamentos como o de Fernanda Honorato que não me deixo abater, mesmo sofrendo preconceito por parte de alguns comunicadores que ainda acham que o Pão de Queijo Notícias é apenas um blog ou uma revista de culinária. Triste, mas vou ouvir esse tipo de gente? É ruim, heim? Fernanda Honorato é uma rara e grata surpresa para todos os comunicadores. Não estou defendendo a não exigência do diploma. Quem me conhece sabe muito bem o quanto eu exijo o diploma e o quanto valorizo os profissionais com formação específica para exercer o jornalismo. Fernanda é um caso à parte, bem no quesito superação e garra para quebrar barreiras. A formação é importante, prova disso é o grande investimento, em várias capitais, de grupos empresariais ligados ao ensino superior. Várias instituições trocaram de mãos nos últimos anos, movimentando bilhões de reais. Estima-se em mais de R$ 6 bilhões os recursos aplicados em aquisição, modernização e investimentos futuros. E quem ganha com isso? Os futuros profissionais e o mercado, que terá uma mão de obra mais qualificada e antenada com as novas tecnologias, principalmente as redes sociais, vedetes no mundo da comunicação. As redes sociais crescem a passos largos. A todo momento surge uma nova ferramenta de interação como o Twitter, um microblogging onde o internauta pode escrever somente 140 caracteres ou então o Gengibre, do VJ da MTV, Cazé Peçanha, que aposta nas mensagens de voz para movimentar a interatividade entre as pessoas.Todos os dias aprendemos com as redes sociais.Até Michael Jackson ficou mais famoso após a morte. As redes sociais impulsionaram as vendas de seus CDs e todos, agora, querem saber mais sobre o eterno Rei do Pop, o que causou grande congestionamento na grande rede, principalmente no Google, que acreditou que estava sendo invadido por hackers. Mais que o rádio e a TV, a Internet tem provocado uma mudança veloz de comportamento, cabendo a todos os comunicadores aprender urgentemente como lidar com suas ‘fabulosas’ ferramentas.

Boa leitura!

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Robhson Abreu Editor

EXPEDIENTE Editor-chefe: Robhson Abreu Edição: Robhson Abreu e Pedro Paulo Taucce Revisão: Pedro Paulo Taucce Projeto gráfico e diagramação: Robhson Abreu Artes: Lúcio Carvalho e Robhson Abreu COLABORADORES: André de Abreu - José Aloise Bahia Lúcio Carvalho - Ludmilla Fonttainha Priscila Armani - Márcio Reis - Paula Rangel Rodrigo Capella - Rodrigo Cogo - Valéria Flores SUCURSAIS: BAHIA: Cândida Silva NORDESTE: Rodrigo Coimbra RIO DE JANEIRO: Tânia F Miranda SÃO PAULO: Daniel Zimmermann SOROCABA: Douglas Lara VALE DO AÇO: William Saliba

“Todos os textos publicados na revista PQN tiveram seus direitos autorais doados pelos seus autores, não tendo esta publicação qualquer ônus por parte de cada autor. As reportagens redigidas pelos estudantes de Comunicação foram orientadas pelo editor-chefe”. PUBLICIDADE: Para anunciar: (31) 8428-3682 ou 2127-4651 publicidade@pqn.com.br ASSINATURA: assinar@pqn.com.br Pessoa física: R$ 70,00 para 4 edições Pessoa jurídica: R$ 120,00 para 4 edições CARTAS À REDAÇÃO: cartas@pqn.com.br

Acesse o site: www.pqn.com.br A Revista PQN - Pão de Queijo Notícias é uma publicação da Publicità Comunicação e Propaganda Ltda., CNPJ: 00.727.861/0001-76.


Repórter do ‘Programa Especial’, da TV Brasil, Fernanda Honorato é o que podemos chamar de exemplo contra o preconceito. Portadora da Síndrome de Down ela vem, há três anos, fazendo reportagem nas ruas do Rio de Janeiro e também em eventos e shows. Atriz, passista da Portela, ganhadora do Prêmio Sentidos Talentos Especiais, na categoria Arte, ela é considerada a primeira repórter down no Brasil. Apesar da não formação acadêmica, a revista PQN quer mostrar para você leitor, o porquê desta mulher de 29 anos ter arrancado aplausos da platéia e um depoimento especial do apresentador Jô Soares em entrevista em seu programa. Somos a favor do diploma, mas quando o assunto é quebrar preconceitos e vencer barreiras, não podemos virar as costas e fingir que nada está acontecendo. Assim como todos nós, Fernanda é uma repórter especial, muito especial! CAPA: Fernanda Honorato e Jô Soares - Foto: Ricardo Martins

SAÚDE PREMIADA

O mercado pode não estar bom para os novos profissionais, mas para quem investe no ensino superior a hora é agora!

As redes sociais ganham novos papéis na comunicação contemporânea.

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Prevenção e promoção da saúde são temas da segunda edição do Prêmio SES-MG de Jornalismo promovido pela Secretaria de Saúde.Veja como participar da edição deste ano.

O FUTURO DA COMUNICAÇÃO

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Se depender das expectativas dos comunicadores brasileiros, certamente o futuro da Comunicação será os meios digitais, principalmente a tecnologia mobile. A tecnologia celular será a grande vedete.

QUEM FOI REI...

O Rei do Pop Michael Jackson após sua morte congestionou todos os sites de busca e redes sociais na Internet. Até depois de morto ele ainda conseguiu ser um grande fenômeno de acesso e vendas. Brisbane é sinônimo de sol o ano inteiro.

PQN Cidadão - 8 José Aloise - 9 PQN Digital - 16 Márcio Reis - 18 Robson Abreu - 20 Vale do Aço - 36 Acontece em Sorocaba - 44 Robson Fraga - 46 Nordeste - 49 Dendê - 50 Calçadão - 51 PQN RP - 52 Pipoca Literária - 53 Fora Nosso - 54 7


Cresce consideravelmente o número de organizações sociais preocupadas com a criação e a profissionalização de seus setores de comunicação. Quem disse que investir em Comunicação e Marketing, na área social, é pecado ou antiético? Ninguém! Esse pensamento equivocado é resultado de um consenso demagógico impregnado no universo do segmento. Comunicação é ferramenta de transparência, mobilização, multiplicação e, portanto, de sustentabilidade dos projetos e ações. E por isso, como qualquer outra área de uma organização, merece atenção e qualidade na sua produção. Que seja bela e honesta, ou seja, planejada com ética e estética. Participe, envie suas sugestões ou notícias para o meu e-mail: pqncidadao@pqn.com.br

Valéria Flores Divulgação

Divulgação

MINEIRA EM SAMPA

CARTA ABERTA AO BRASIL I Várias lideranças empresariais e o Governo Federal debateram compromissos e propostas do Brasil para as discussões da 15ª edição da Conferência das Partes (COP 15) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontece em dezembro,em Copenhague.Na ocasião,representantes dos setores público e privado dos países desenvolvidos e em desenvolvimento terão o desafio de firmar novos compromissos e incentivos para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Como parte das atividades, foi realizado em São Paulo o seminário “Brasil e as Mudanças Climáticas: Oportunidades para uma Economia de Baixo Carbono”, organizado pelo jornal Valor Econômico e a Globonews, com apoio do Instituto Ethos e lançada a “Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas”.

CARTA ABERTA AO BRASIL II Ao final da conferência, foi lida e entregue aos representantes do Governo Federal a Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, assinada por 22 empresas. Uma iniciativa da Vale, juntamente com o Fórum Amazônia Sustentável e o Instituto Ethos, o documento traz uma série de compromissos voluntários das empresas signatárias com os esforços para a redução dos impactos das mudanças climáticas. Apresenta também várias propostas ao governo federal relacionadas à sua posição na COP 15 e ao estabelecimento, em âmbito nacional, de “um sistema estável e previsível de governança para as questões de mudanças climáticas”. Divulgação

Na área de responsabilidade social empresarial há 14 anos, a jornalista mineira Janine Saponara conquistou de vez o mercado paulista. Ela é fundadora da Lead Comunicação Organizacional, agência com especialização em responsabilidade social corporativa e sustentabilidade que atua há 11 anos em vários estados. Criadora do Prêmio Ethos de Jornalismo, ela já trabalhou na Revista Imprensa onde produziu por quatro anos o Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo. Atualmente, trabalha na edição do Guia Comunicação e Sustentabilidade, previsto para lançamento ainda em 2009 pelo Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável e, para 2010, do Livro Verde para Jornalistas. Divulgação

RESPONSABILIDADE SOCIAL I A Relações Públicas Rafaela Freire de Almeida, atua desde 2006 na área de Responsabilidade Social da Fiat Automóveis, no programa Árvore da Vida, no Jardim Teresópolis, em Betim (RMBH). O projeto foi implementado pela ONG Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM). No primeiro ano ela atuou na cooperativa social – Cooperárvore, gerenciando e apoiando todas as etapas do processo produtivo como contato com o cliente e fornecedores, até o apoio às atividades das cooperadas. No segundo ano, na comunicação do programa Árvore da Vida, Rafaela assumiu o desafio de integrar as diversas ações do programa com todos os públicos envolvidos e principalmente os beneficiados.

RESPONSABILIDADE SOCIAL II

Para o diretor de Comunicação Corporativa da Fiat Automóveis, Marco Antônio Lage, o diferencial é fazer com que a própria comunidade seja agente de sua própria mudança. Eles entendem quais são as suas necessidades prioritárias e passam a buscar soluções para os problemas da comunidade. Em setembro, acontece o lançamento da Rede de Desenvolvimento Social do bairro Jardim Teresópolis, em Betim, na RMBH. O objetivo é concretizar o fortalecimento e o desenvolvimento da comunidade, mantendo os líderes e gestores das instituições locais em contato permanente. Será lançado também o livreto ‘Guia de Instituições’, ambos frutos do programa social da Fiat Automóveis, o “Árvore da Vida”. A rede tem como principais metas a melhoria do acesso aos serviços da comunidade, possibilitar maior integração entre as instituições, minimizar conflitos, familiares ou comunitários, melhorar as condições de infraestrutura, serviços urbanos, qualificação profissional e as condições socioeducativas. O guia possui informações de como as empresas interessadas podem colaborar com cada instituição.

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JOSÉ ALOISE BAHIA Jornalista, escritor e ensaísta.Graduado em Comunicação Social e pós-graduado em Jornalismo Contemporâneo (UNI-BH). Autor de Pavios Curtos (poesia, anomelivros, 2004) e Em Linha Direta.

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s passagens e obras de imortais da História convivências observadas, os lastros dos de Belo Horizonte estão registradas editores ao escalar o premiado Paulinho na Coleção Beagá Perfis, concebida Assunção para escrever o perfil de Fritz pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Teixeira de Salles, que prefaciou um dos Sílvia Rubião, criadores da novíssima Conceito seus livros de poesia publicado em 1981: A Editorial. Os dois primeiros exemplares – Fritz sagrada blasfêmia dos bares. O mesmo se Teixeira de Salles e Hugo Werneck – foram aplica ao perfil de Hugo Werneck, redigido lançados no final de abril de 2009. “As séries pela sua bisneta, Letícia Werneck Miraglia, têm em comum a preocupação com a memória que não chegou a conhecê-lo. Teve o coletiva”, observa Gonçalves. “Juntamente amparo e registros familiares com os lugares, temos agora os protagonistas como uma das da cidade, aqueles que, com seus trabalhos, fontes formas de expressão e histórias de vida, são, oria e na te ão é de fato, ‘a cara de Belo Horizonte’, esta is a ç rm cidade tão multifacetada”. Escolhemos indica unda aprof as, outra mo sobre e s r personagens que deixaram um vid lis ue mus, jorna rever em q legado importante, porém são pouco ra qu rar e desc Biógrafos: itora Sum fias a P ra PS & Ed nar conhecidos do grande público, embora, oas, s biog rafias te de na ar roso Biog io Vilas B contas, a iletas em às vezes, sejam muito citados nos meios o rg de pred os o prim agens (Sé 2). Afinal específicos e até reverenciados com nomes ituras são valios le 0 n o 0 s 2 m r , , pe SP ora ais os de logradouros públicos”, completa Sílvia. aulo, pre f Adem estud São P erfis sem mundo. xões e s u p le se do e os er par te uisas, ref utores e Convém reafirmar que não são a q u s s lq e o a p e u biografias, perfis – gênero jornalístico – q e br os so os d em consonância com o excelente ensaio camp profundad a presente em Perfis e como escrevê-los mais ... os d a (Sérgio Vilas Boas, Editora Summus, São Paulo, g le SP, 2003). Aliás, este livro, uma grata surpresa, de pesquisa, além de merecedor de espaços nas melhores relatórios, atas e documentos dos bibliotecas e estantes públicas e privadas, além de salas de aula dos cursos de humanas, primeiros hospitais da cidade e da Faculdade torna-se referência teórica obrigatória para de Medicina, a qual Hugo Werneck todos que queiram pesquisar e expressar ajudou a fundar. Merece consideração uma trajetória humana sintética, descrição revelar também, nos trabalhos do perfil com objetividade, diálogos, interações, de Hugo Werneck, a valiosa utilização das depoimentos, detalhes, lembranças afetivas pesquisas e a orientação da historiadora e e culturais dos homenageados vivos ou professora Rita de Cássia Marques (Escola falecidos.Todavia, num encontro com o autor de Enfermagem/UFMG) sobre as atividades em 2005, ele vai além, com a seguinte ressalva: do “médico das senhoras” (ginecologia) “Percepção e linguagem são fundamentais na no começo do século passado. O segundo fator são as formações jornalísticas, elaboração de um bom perfil”. teóricas e práticas, dos responsáveis pelos São justamente esses dois fatores apontados perfis. Paulinho Assunção tem mais de por Vilas Boas os diferenciais da Coleção 30 anos de profissão. E Letícia Werneck Beagá Perfis. E percepção foi a proximidade Miraglia, ganhadora do Prêmio Abril de afetiva, mantendo os distanciamentos e as Jornalismo 2005, a bagagem de uma década exigências racionais necessárias, mais as de atividades.

A competência dos dois profissionais da área de imprensa está estampada nos livros: narrativas jornalísticas sólidas - sem afetações e sentimentalismos banais - repletas de figuras de linguagens, diálogos com a reportagem e a literatura, depoimentos contemporâneos, interlocuções imagéticas e fotografias na medida certa. Consequentemente, os dois lançamentos possuem uma linguagem criativa e rica em informações, historiografias competentes, bibliografias no prumo, fontes consultadas merecedoras de créditos, recortes pulsantes em vários capítulos sem perder o tom e o fio da meada. Prendem as atenções dos leitores. “Boa parte do fascínio exercido por Fritz sobre os seus interlocutores, sobre qualquer pessoa com quem conversasse, vinha de seu senso de humor, de sua ironia afiada como a mais afiada das lâminas, de uma habilidade singularíssima para transformar mesmo um fato banal em uma peça cativante. Loquaz, bom debatedor, muitas vezes hiperbólico para dar mais cores ao que estivesse contando, inquieto com o corpo e com os braços, sempre prestes a se levantar de onde estava para ocupar toda a cena com a sua pródiga estatura, Fritz era um ser vulcânico”, disse Paulinho Assunção sobre Fritz Teixeira de Salles: um Quixote irresistível (Conceito Editorial, Coleção Beagá Perfis, BH, MG, 2009), o primeiro volume da coleção. Salles (1916-1981) nasceu em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Foi poeta, ensaísta, historiador e professor. Incentivou inúmeros outros escritores, inclusive o autor do seu perfil. Chama a atenção, detalhe que não pode passar batido, o título do perfil, na apresentação de Paulinho Assunção: “Acertadamente, em uma crônica publicada no Jornal do Brasil pouco depois da morte de Fritz (ocorrida em 13 de abril de 1981), e, mais tarde, reproduzida em um

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número especial a ele dedicado pelo então Suplemento Literário de Minas Gerais edição organizada por seu filho, o poeta e artista plástico Ricardo Teixeira de Salles Carlos Drummond de Andrade chamou-o de ‘ Quixote Irresistível’ “. Na realidade, o livro é uma homenagem como poucas, repleta de lembranças, encontros, cartas e poesia. Entre tantas escritas por Fritz, “... joia do sonho no milagre da carne,/ velejando novo mar,/ no irromper desses futuros.”, a saudação do primeiro neto. Sem falar nas artes plásticas, dois retratos feitos de Fritz, um por Alberto da Veiga Guignard (capa do livro), e o outro, pelo argentino Luis Trimano. Também as reminiscências de Darcy Ribeiro, quando Fritz deu aulas sobre História do Brasil na década de 1960 na Universidade de Brasília (UnB). Com o golpe de 1964 e a demissão de vários professores em 1965, em solidariedade aos companheiros, 223 docentes apresentaram sua demissão coletiva à Reitoria. Entre eles estava Fritz Teixeira de Salles. O ponto alto do livro está na parte final. São os depoimentos de Affonso Ávila, Silviano Santiago, Fábio Lucas, Affonso Romano de Sant´Anna, o irmão cronista José Bento Teixeira de Sales (ao longo do livro) e Benito Barreto. São várias recordações e duas revelações impossíveis de não ser contadas, como bem aponta Silviano Santiago: “(...) Fritz manifestava clara preferência pela tradicional vertente realista do cinema, defendida entre outros por Georges Sadoul. Já nós, os jovens estetas, retirávamos os exemplos de realismo dos escritos de André Bazin”. Outra revelação, com atenção especial para o texto de Affonso Ávila, que conheceu Fritz bem jovem (com 20 anos de idade), é uma coincidência salutar, dois poetas que tiveram influências tanto na poesia de Fritz quanto na de Ávila: Gregório de Matos e João Cabral de Melo Neto. “Belo Horizonte talvez não fosse a mesma se por ela não tivesse passado Hugo Werneck. Para a vida e a carreira do médico carioca, também foi decisivo ter colocado - e fincado - os pés na capital mineira. Formaram uma dupla que se completava. Em 1906, quando as duas histórias começam a se entrelaçar, Werneck tinha 28 anos de

idade e procurava um lugar de clima bom para se recuperar de uma tuberculoso. Belo Horizonte, que mal completava nove de existência, precisava das qualidades e da disposição que ele tinha para o trabalho.” Curou-se da doença e por aqui ficou. Foi o pioneiro da medicina na cidade, como podemos observar em “Hugo Werneck: médico e construtor de sonhos” (Conceito Editorial, Coleção Beagá Perfis, BH, MG, 2009).. Em 1906, arregaçou as mangas e implantou - na época a capital era conhecida por “Poeirópolis”, repleta de canteiros de obras por todos os lados - os primeiros serviços de saúde para uma população totalmente desassistida. Principalmente, os emigrantes europeus que chegavam em massa para ajudar na construção de ruas, avenidas e edifícios. Transformou um amontoado de barracas em hospital de verdade: a Santa Casa de Misericórdia. Esteve á frente de várias outras realizações como a criação da Faculdade de Medicina (atual Escola de Medicina da UFMG), do Hospital São Lucas e da Maternidade Hilda Brandão, além do Sanatório Hugo Werneck, referência no passado para o tratamento da tuberculose. Hugo Werneck (1878-1935) nasceu no Rio de Janeiro. Uma observação fundamental, para não confundirmos as pessoas, pois o homônimo Hugo Werneck aparece também na História do Brasil com a presença de outro pioneiro, porém na luta ambiental, o ex-presidente da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte (FZB-BH), membro do Conselho Universitário da UFMG e professor belo-horizontino Hugo Werneck, falecido no dia 20 de dezembro de 2008, filho do próprio Hugo Werneck, e pai do escritor Humberto Werneck. Hugo era filho do também doutor, bacharel em Letras e político Francisco Furquim Werneck de Almeida, introdutor da cesariana no Brasil

(especializou-se em ginecologia, em Viena) e médico particular da princesa Isabel. No livro, podemos perceber a participação e o incentivo do pai, que foi essencial na escolha da profissão e manutenção da tradição familiar, a Medicina, em particular a ginecologia. Aparecem com relevâncias no segundo volume da coleção: citações de jornais, presenças de pessoas da área de saúde, vários casos, cartas, bilhetes, políticos e até o escritor Pedro Nava, que também era médico. São de Nava algumas das melhores observações e descrições de Hugo. Por outro lado, o reconhecimento como médico, professor de ginecologia e obstetrícia e bom administrador nas direções da Santa Casa e Faculdade de Medicina e mais tarde em seu Sanatório Hugo Werneck, foram primordiais no convite feito por Clemente Faria para participar da fundação e tornar-se o primeiro presidente do Banco da Lavoura, transformado em 1928 no Banco da Lavoura de Minas Gerais, que em 1971 mudou de nome novamente, tornando-se o Banco Real e mais tarde Banco Real ABN AMRO.


INVESTIMENTOS A TODO VAPOR

NEGÓCIOS

O mercado pode até não está bom para quem se forma, mas, para algumas empresas, investir no ensino superior se transformou em sinônimo de bons negócios, principalmente na região sudeste do Brasil. PRISCILA ARMANI

E

m franca expansão, o mercado de ensino superior parece ignorar a crise mundial que as potências globalizadas estão enfrentando. Em todo o mundo, grandes grupos investem na abertura de faculdades e universidades, já que o ensino superior se tornou uma exigência

obrigatória do mercado de trabalho. No Brasil não podia ser diferente e várias corporações têm se expandido por diversos estados. Na disputa pelas mentes, corações e bolsos dos alunos, cada instituição apresenta um diferencial e, nesse contexto, os mercados potenciais mais atraentes estão na região Sudeste e estão cada vez mais cobiçados. Engana-se quem acredita que a grande megalópole paulista não possui mais espaço para a entrada de algum grupo educacional. Prova disso é que, em 2005, a Laureate Education Inc., atualmente presente em 18 países, optou por vir para o Brasil através da compra da Universidade Anhembi Morumbi, na capital paulista. Depois dessa compra de cifras milionarias, eles ainda adquiriram outras seis instituições de ensino superior, estando presentes, além do Sudeste, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.


Em franca expansão, o mercado de ensino superior parece ignorar a crise mundial que as potências globalizadas estão enfrentando. Em todo o mundo, grandes grupos investem na abertura de faculdades e universidades, já que o ensino superior se tornou uma exigência obrigatória do mercado de trabalho. No Brasil não podia ser diferente e várias corporações têm se expandido por diversos estados. Na disputa pelas mentes, corações e bolsos dos alunos, cada instituição apresenta um diferencial e, nesse contexto, os mercados potenciais mais atraentes estão na região Sudeste e estão cada vez mais cobiçados. Engana-se quem acredita que a grande megalópole paulista não possui mais espaço para a entrada de algum grupo educacional. Prova disso é que, em 2005, a Laureate Education Inc., atualmente presente em 18 países, optou por vir para o Brasil através da compra da Universidade Anhembi Morumbi, na capital paulista. Depois dessa compra de cifras milionarias, eles ainda adquiriram outras seis instituições de ensino superior, estando presentes, além do Sudeste, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Diante disso, optaram em comprar a Faculdade Fabrai, que um dia pertenceu à Uni-BH, para entrar no mercado mineiro. Soares destaca que era importante expandir para o Estado por sua posição de destaque na economia nacional, alem de possuir grande contingente educacional nos níveis fundamental, médio e superior. Ele explica que não foi simples o processo de integração, sendo que antes mesmo da finalização da compra foi promovida uma profunda

auditoria, em que foram considerados dois aspectos: o contábil e o acadêmico. “Nesse processo foram preservadas as potencialidades pré-existentes da Fabrai, como funcionários, professores, modelos acadêmicos, matrizes curriculares, cursos e formas de avaliação”, informa o diretor. O modelo de ensino da Anhanguera, sua metodologia e matrizes, vêm sendo implantados a partir dos novos alunos ingressantes, por meio do primeiro vestibular após a incorporação.

ACREDITAR NO MERCADO É ESSENCIAL O Sistema Metodista de Educação que, no Brasil, é integrado por 53 escolas, sempre acreditou no mercado mineiro e, por isso, se antecipou à Anhanguera, atuando em Minas Gerais há 105 anos, por meio do Colégio Izabela Hendrix e do Centro Universitário, ambos em Belo Horizonte. A recente expansão do Sistema foi para outro estado, o Espírito Santo, único da região Sudeste onde ainda não existia uma instituição de ensino metodista. De acordo com o diretor geral do Instituto Metodista Izabela Hendrix, Jaider Batista da Silva, a Univila, em Vila Velha, passou a se chamar Faculdade Metodista do Espírito Santo depois de ser adquirida. “Com localização privilegiada, ótimas instalações e cursos bem estruturados de Administração, Direito, Pedagogia e Serviço Social, a instituição em breve atingirá a condição de Centro Universitário e, posteriormente, se tornará Universidade”, informa. A

princípio, estão sendo oferecidos somente cursos de graduação e pós-graduação na

vu Di ção

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De acordo com a Chief Academic Officer da Laureate no Brasil, Elizabeth Guedes, o processo de compra de uma instituição pela rede depende, principalmente, da qualidade que a faculdade oferece e do compromisso desta em atender àqueles que buscam profissionalização orientada pelo mercado de trabalho. “Primeiro montamos times locais e os executivos internacionais investem muito tempo aprendendo as leis, a forma de funcionamento das estruturas locais e a natureza dos cursos oferecidos, inclusive consultando profissionais do país. So assim, de acordo com as informações colhidas in loco, decidimos buscar esta ou aquela faculdade”, informa a executiva. Elizabeth ressalta que o maior compromisso da rede é o crescimento e a melhoria da qualidade de vida de seus alunos e dos países onde as universidades da Laureate estão inseridas.

Já no caso da Anhanguera Educacional Participações S.A., a rede, que já possuía unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, sentiu falta de um estado-chave em sua perspectiva de expansão do grupo para os grandes centros: Minas Gerais. Em 2008, após pesquisa de mercado, constataram que Belo Horizonte possuia boas perspectivas para instalação de uma unidade. Segundo o diretor da Anhanguera na capital mineira, Eduardo Soares, com base nos indicadores, a rede tinha duas alternativas: uma implantação orgânica, por meio da autorização de novos cursos via Ministério da Educação (MEC), ou a incorporação de alguma faculdade já existente.

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Eduardo: a venda da Fabrai não aconteceu em um processo simples, porém proporcionou grande visibilidade para todos os alunos e a instituição


nova unidade. Desde abril de 2008, quando começou a funcionar pela Rede Metodista, já foram destinados mais de R$ 4 milhões para a faculdade capixaba. Funcionários de Belo Horizonte, inclusive, foram transferidos para Vila Velha com o objetivo de assumir posições chave na instituição. “Isso tudo para garantirmos uma eficiente implantação de nossa cultura institucional”, explica Silva. Outro grupo que tem apostado no mercado mineiro é o Splice. Em 2008 adquiriu o Centro Universitário Newton Paiva, tradicional instituição da capital mineira com mais de três décadas de mercado. O Grupo atua em todo o país em segmentos que extrapolam o educacional – finanças, imobiliária, infraestrutura e tecnologia. De acordo com o reitor da Newton Paiva, Luis Carlos de Souza Vieira, o Splice possui um sólido conceito de gestão. Minas Gerais, explica Vieira, fazia parte do planejamento de expansão da empresa. “O estado está crescendo a olhos vistos, com investimentos maciços em ensino superior. Nossa prioridade era esse mercado e, por isso, buscávamos instituições que estavam à venda. Havia várias, mas quando descobrimos a Newton, com sua tradição e qualidade, imediatamente nos interessamos. E eu fui designado pelo Splice para auxiliar no processo de aquisição”, informa o reitor.

reformas e melhoras nas instituições adquiridas. No caso da rede Laureate, a compra da Anhembi Morumbi permitiu aos estudantes brasileiros usufruir da possibilidade de intercâmbio e da vivência de práticas internacionais de ensino. Como ressalta a Chief Academic Officer da Laureate no Brasil, Elizabeth Guedes, o aprendizado é constante e recíproco. “Trouxemos da Escola de Hospitalidade, Glion Institute of Higher Education, uma dupla titulação em Hotelaria e Eventos para a Anhembi. Além disso, também transmitimos conhecimento do Brasil para outras instituições. Cito como exemplo nossa experiência na área de Design, que foi repassada para a Universidade Europeia de Madri, também da rede”. Ainda de acordo com a executiva, o aluno que estuda em uma das instituições afiliadas à rede Laureate tem acesso a um diferencial importante no mundo globalizado de hoje: a dupla titulação. O acesso é ilimitado a todos os cursos de todas as escolas associadas à rede. E em todas as línguas. A Laureate hoje está presente em boa parte da União Europeia, nos Estados Unidos, China, Austrália e toda a América Latina. Além dessa titulação dupla, os graduandos também podem validar créditos obtidos no Brasil nas escolas do exterior, o que lhes permite trabalhar em outros continentes; fazer intercâmbio pagando o mesmo valor de sua mensalidade na escola de origem;

além de ter aulas de inglês e francês em muitos dos programas oferecidos. Já no caso da Anhanguera/Fabrai, o diretor Eduardo Soares ressalta que o principal diferencial da instituição está nos programas institucionais de incentivo e qualificação voltados para os alunos. Dentre eles, Soares destaca o Programa do Livro-Texto (PLT), que oferece aos alunos títulos acadêmicos nacionais e internacionais por preços que chegam a até 85% do valor convencional. “Além de combater a cópia ilegal de livros, o PLT incentiva a leitura”, explica. A Anhanguera/Fabrai também oferece aos estudantes o Programa de Pesquisa de Iniciação Científica (PIC), que oferece bolsas aos alunos que desenvolvem pesquisas sob orientação de professores. Além disso, a faculdade possui um Serviço de Atendimento ao Estudante (SAE), canal onde o acadêmico pode obter orientação pessoal, psicológica e financeira. Já o Izabela Hendrix aposta na infraestrutura como seu principal diferencial. De acordo com Silva, os alunos contam, inclusive, com um campus que funciona 24 horas. “Cem por cento de nossos professores são mestres ou Divulgação Metodista

Os planos futuros da organização são de construir, a partir da Newton, uma grande holding educacional, com mais de 50 mil matrículas. O Centro Universitário, em recente avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), recebeu conceito quatro no Índice Geral de Cursos da Instituição (IGC), sendo que o valor máximo é cinco. “Acreditamos que a educação precisa ter qualidade e esse resultado só mostra que o trabalho que temos feito tem gerado um crescimento sustentável e equilibrado da instituição”, observa Vieira. Em Sorocaba, interior de São Paulo, o Grupo Splice administra a Faculdade de Engenharia da cidade.

MUDANÇAS E DIFERENCIAL Cada um dos grupos possui uma filosofia educacional própria e busca implantar

Jaider: a Univila, em breve, atingirá a condição de Centro Universitário, graças a boa estrutura

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ano, a receita líquida da organização cresceu mais de 70% em relação ao mesmo período de 2008. Segundo o diretor da Anhanguera/Fabrai, o cenário favorável só incentiva uma expansão nacional ainda maior da empresa. Ele informa que o grupo ainda planeja, futuramente, estar em pelo menos 100 das principais cidades do país.

doutores. Nosso campus principal possui biblioteca, lanchonete, capela e ateliê de arquitetura. Em todos os nossos campi, temos internet wi-fi à disposição dos alunos. Os laboratórios são modernos e incentivamos os estudantes a sempre buscar a pesquisa e a extensão acadêmica”, explica o diretor geral, Jaider Batista da Silva. O reitor da Newton Paiva, Luis Carlos de Souza Vieira, acredita que o Unicentro oferece um item importante para seus graduandos: a conexão ao mundo real. Segundo ele, foi promovida uma pesquisa para que a grade de todos os 34 cursos tivesse uma relação estreita com o que é exigido dos profissionais no mercado de trabalho. Também foram modernizados laboratórios e salas de aula, com amplo investimento em infraestrutura. E os professores são todos provenientes do Frederico Alves

Vieira: o novo Unicentro oferece uma conexão direta ao mundo real, com o mercado atual

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mercado, sendo que 57% deles são mestres e doutores. O reitor destaca que, apesar de todas as mudanças que foram feitas, o Grupo Splice não deixou de respeitar a estrutura da Newton e os alunos que estudavam lá antes de sua compra.

MERCADO EM CRESCIMENTO A Chief Academic Officer da Laureate no Brasil, Elizabeth Guedes, acredita que todas as redes precisam crescer. Isso é algo natural e necessário para aumentar as vantagens competitivas. Segundo ela, a Laureate possui uma característica única dentre todas as redes educacionais, que é a não interferência no conteúdo. “A beleza de nossa rede é que somos uma coleção de escolas independentes, diferentes, porém irmãs. Para nós, crescer significa trazer novos conteúdos e novas realidades culturais, o que só vem agregar mais valor à educação que fornecemos aos nossos alunos”, pondera. A Anhanguera Educacional Participações S.A. é a maior organização com fins lucrativos de ensino profissional das Américas, com mais de 250 mil alunos em ensino superior e 500 mil alunos ao ano em ensino profissionalizante. O grupo está presente em todos os estados do Brasil, oferecendo cursos presenciais, semipresenciais e a distância, através de uma rede que conta com 53 câmpus, mais de 450 pólos, e mais de 600 unidades de ensino. Só no primeiro trimestre desse

A Metodista de Minas é outra instituição que comemora bons resultados. Sinal disso é o quanto tem se expandido. Além da nova sede no Espírito Santo, seu mais recente investimento foi a aquisição de um imóvel, que deu origem ao Campus Venda Nova. Localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, proximo ao novo Centro Administrativo do Governo de Minas Gerais, com população estimada em 500 mil habitantes, o novo campus foi inaugurado em março deste ano e oferece cursos de bacharelado nas áreas de Administração, Direito, Pedagogia e Serviço Social. Enquanto os dois grupos experimentam crescimento na área educacional, o Splice planeja se expandir nos vários setores em que atua. Luis Carlos de Souza Vieira destaca que a prioridade dos investimentos continuará sendo a região Sudeste, especialmente em Minas Gerais. E as perspectivas favoráveis que o centro universitário tem encontrado estimulam esses investimentos no Estado. “Dentro de no máximo 40 dias,planejamos a inauguração de um novo campus da Newton em Belo Horizonte. A nova unidade será na zona sul da cidade e atenderá à demanda que os estudantes têm exigido do centro. Em um vestibular, nós já chegamos a ter até 11% das matrículas efetivadas. Além disso, nós abrimos sete cursos de Engenharia. Estamos sentindo a necessidade de aumentar nossa estrutura”, completa o reitor.

RESPONSABILIDADE SOCIAL Nem só de lucro vivem as instituições de ensino. Algumas delas aproveitam a estrutura que possuem para ajudar a comunidade onde estão inseridas. É o caso do Izabela Hendrix. Em alguns dos serviços que a Metodista de Minas oferece gratuitamente, existe o objetivo de ajudar agregado ao objetivo de ensinar. Na unidade de Roça Grande, Sabará,


Ana Carolina Lopes

sociais carentes. Entre os beneficiados estão jovens do Kosovo, do Haiti e de Cabo Verde; mulheres em privação de liberdade; jovens do Movimento Sem-Terra e indígenas das tribos Krenak e Pataxó. Segundo o diretor geral, Jaider Batista da Silva, o objetivo destas bolsas é proporcionar a essas pessoas a oportunidade de melhorar a qualidade de vida. “Temos a expectativa de contribuir para a melhoria de suas respectivas comunidades”.

Elizabeth: o compromisso da rede é com o crescimento e a qualidade de vida dos alunos

Regiao Metropolitana, que é chamada de “Fazendinha”, o Izabela passou a oferecer dois cursos técnicos de ensino médio: Agroecologia e Gastronomia. Os módulos são totalmente gratuitos e atendem a centenas de jovens da região, proporcionando melhores condições de vida e oportunidades à comunidade local. Os alunos estudam em tempo integral. O Centro Universitário também oferece bolsas a estudantes de diversos grupos

A Metodista de Minas também oferece atendimento gratuito em clínicas integradas que mantém. A instituição atende à comunidade do Aglomerado da Serra, na RMBH, em diversas especialidades, como enfermagem, nutrição, fonoaudiologia e fisioterapia, em conjunto com o Hospital Evangélico. Além disso, o projeto de extensão “Agência Oriente” oferece consultoria gratuita a empresas, inclusive auxiliando na elaboração do plano de negócios. Merece destaque o Núcleo de Práticas Jurídicas do Izabela, que também atende gratuitamente em diversas áreas do Direito.

LIBERDADE PARA EVOLUIR

apenas devem informar ao Ministério a mudança. De acordo com o MEC uma instituição de ensino superior sempre é mantida por uma entidade chamada de mantenedora. O fato de uma mantenedora adquirir uma instituição de ensino já existente é chamado de mudança de mantença. Nesses casos, o novo grupo e/ou instituição deve solicitar formalmente ao MEC a alteração do ato autorizativo. Ou seja, uma modificação na autorização do funcionamento da faculdade já existente. As exigências que a nova mantenedora deve atender estão previstas no Decreto n° 5.773, de 9 de maio de 2006, e são restritas à continuidade do funcionamento da instituição de ensino. Elas se referem à proibição de transferência de cursos ou programas entre instituições mantenedoras; proibição de transferência de mantença para grupo e/ou organização que tenha recebido penalidades do sistema federal de ensino nos últimos cinco anos; e apresentação de documentos que informem sobre as condições econômicas da faculdade comprada. Ate agora, não houve impedimentos e as quatro redes puderam seguir normalmente com seus planos de expansão.

As instituições de ensino brasileiras dispõem de certa mobilidade para transações comerciais. Ao contrário do que acontece com as fusões comerciais, que precisam ser autorizadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), as instituições de ensino, para serem compradas, não precisam de autorização do MEC. Elas

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CUIDADO COM O ESPECIALISTA EM REDES SOCIAIS A história já provou: junto com uma novidade, sempre chegam os novos profetas. Não que as mídias sociais sejam novidades, afinal, redes sociais como as que reúnem jogadores de videogame já existem e já são exploradas comercialmente há quase uma década. Mesmo assim, não podemos negar o zunzum atual em torno das redes sociais. Na esteira desse movimento surgiram, nos últimos anos, dezenas de empresas e consultores “especialistas” em redes sociais. Afinal, as empresas buscam sempre maneiras de estar onde seus consumidores se encontram. Entretanto, o que se tem visto até o momento são ações e conselhos baseados no achismo e no “feeling”. As redes sociais ainda são um mundo a se descobrir.Aqueles que se dizem especialistas, na verdade precisam repensar seus rótulos. Estamos todos experimentando uma área do mundo digital cujas certezas inexistem e estão longe de se tornarem dogmas. Mesmo assim, se olharmos para trás, iremos encontrar algumas saídas que nos tirarão do empirismo.

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ANDRE DE ABREU Especialista em Jornalismo Multimídia pela PUC-SP, coordenador do portal corporativo da TAM, professor de jornalismo digital da Universidade Anhembi Morumbi e jurado das categorias digitais do Prêmio ABERJE. (www.andredeabreu.com.br)

Apesar de Orkut, Twitter e Facebook fazerem parte de uma onda relativamente nova, o relacionamento humano – que é a tônica desses espaços – já é estudado há décadas por diversas áreas do conhecimento, entre elas a Sociologia. Nela encontraremos subsídios para entender como realmente atuar nesse mundo 2.0. Afinal, na essência, não devemos ter na tecnologia um fim, e sim um meio intensificador de relações entre pessoas. Entender como essas redes funcionam é essencial para esta nova comunicação. Em Sociologia, o campo que dá conta dessa sistemática é o da Análise de Redes Sociais (ou SNA, em inglês). Ele se dedica a propor métodos para a mensuração das relações de poder e influência, identificar pontos de concentração de disseminação de informações, enfim, trata-se de uma área multidisciplinar – e, por isso, fascinante – que envolve, além da própria Sociologia, Estatística, Matemática, Comunicação e tecnologia. Conhecer um pouco mais sobre a SNA torna o nosso senso crítico mais apurado para questionar ações propostas pelos ditos especialistas que, no fundo, não têm embasamento e pontos de controle claros que permitam a mensuração da eficácia e do retorno de imagem ou de negócio. Portanto, na próxima vez em que for contratar um consultor ou uma empresa “especializada” em redes sociais, pergunte como andam os conhecimentos em SNA. Se a resposta for um ponto de interrogação, passe para o próximo.

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Jornalista, formado em Comunicação Social pela UNESA (RJ) desde 2005, e escritor amador. Atualmente trabalha na Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura de Itapevi (SP). Também faz alguns serviços freelancers para jornais e revistas de São Paulo.

SPEED RACER NO ORFANATO

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ram 12h30min, véspera do Dia das Crianças. Pauta: “Os que pareciam não ter o que comemorar”. Percebi que minha mão tremia ao tocar o interfone daquela casa enorme. Não fazia ideia do tipo de ambiente que encontraria lá dentro. Estávamos prestes a entrar em um orfanato da cidade, e eu estava com medo de minhas próprias emoções. Afinal, a palavra “orfanato” me remetia a imagens nada convidativas. Ainda assim, além do bloquinho de notas, eu segurava uma sacola cheia de presentes e esperava que eles trouxessem um pouco de alegria àquele lugar. Minha primeira surpresa já se deu antes mesmo que viessem abrir o portão de entrada. Quando meus pais diziam que se eu fizesse bagunça me mandariam para um orfanato, imaginava uma construção em estilo “Penitenciária do Estado”, com grades nas janelas para evitar possíveis fugas, pessoas de uniforme perambulando de um lado para o outro e dezenas de crianças abandonadas, chorando alto, sofrendo pela solidão. Nada disso se confirmou. O que estava à minha frente era uma casa comum, como a de todos nós, com um jardim florido, varanda e grandes janelas abertas. O orfanato, inclusive, não levava esse nome. Era chamado de Casa. Talvez por ser essa a impressão que se tinha ao se chegar lá.

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Fomos recebidos pela diretora da entidade, que nos convidou a entrar. Ao cruzar a porta da sala, pude ver dezenas de crianças correndo e gritando. De alegria. Brincavam umas com as outras, pulavam nos sofás, e não pareciam dar muita importância para nossa presença. Até que um menino lindo, dono de um cabelo loiro e liso e aparentando ter no máximo uns cinco anos, me puxou pelo braço. “Tio, vem ver meu carro de corrida!”, convidou. Não tive como dizer não. Soube mais tarde que ele era vítima de um pai alcoólatra e absurdamente agressivo. Chegou à Casa com diversos hematomas nos braços e pernas. A mãe, apesar de dizer que o amava, nada fazia para mudar a situação. Sobrou para o Conselho Tutelar, que chegou a tempo de salvá-lo com vida. Enquanto me mostrava com orgulho o presente que havia ganhado, um enorme carro branco do Speed Racer, outras crianças se aproximaram para exibir seus brinquedos. Uma menininha de dois ou três anos, vestindo uma fralda imensa e balbuciando algo que não consegui entender, me entregou seu caminhão, com a carroceria lotada de bichos da fazenda. Quando um deles caía, ela se abaixava, recolhia-o e me entregava antes mesmo de eu notar sua falta. Cavalos, vacas, ovelhas. Deixava todos sob minha responsabilidade.

Bem diferente do que sempre imaginei, todas as crianças estavam vestidas com roupas novas e limpas. Estudavam durante a semana e se divertiam a valer nos sábados e domingos. Assistiam à TV, praticavam esportes, implicavam umas com as outras. Nada mais saudável e normal nessa fase da vida. Estavam longe dos pais, algumas delas por serem abusadas sexualmente ou presenciarem brigas constantes dentro de casa. Mas, talvez por ainda serem crianças felizes, elas sabiam viver intensamente, dando mais importância para o “hoje” do que para o “ontem”. Um menino moreno, com dificuldade para andar e as mãos ressequidas, frutos de um parto problemático, sentou-se ao piano e tocou uma das canções mais emocionantes que já ouvi. Ao ser aplaudido, sorriu e tentou bater palmas também, sem grande sucesso. Sua deficiência o impedia de fazer coisas simples, mas não o impedia de tirar de um piano melodias tão bonitas. Fomos embora lá pelas 18 horas. E o que seria uma matéria triste, sobre abandono e maus tratos, se tornaria, na manhã seguinte, um texto sobre a inocência e a alegria infantil. A caminho do portão, fui seguido pelo garotinho de cabelo loiro. “Tio, quando o senhor volta?”, perguntou, ainda com o carrinho do Speed Racer na mão. Dei a resposta-padrão, sabendo que, muito ocupado com meus próprios problemas, provavelmente nunca mais nos encontraríamos. “Daqui a uns dias, daqui a alguns dias meu anjo...”.


SAÚDE PREMIADA

PREMIAÇÃO

Prevenção e promoção da saúde são temas da segunda edição do Prêmio SES-MG de Jornalismo promovido pela Secretaria de Saúde. LÚCIO CARVALHO

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Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), está promovendo a segunda edição do Prêmio SES-MG de Jornalismo, com o tema “Prevenir é melhor que remediar: experiências positivas em prevenção e promoção da saúde em Minas Gerais”. O evento julgará matérias de jornais, revistas, rádios, televisão e internet, além de uma categoria especial direcionada ao Fotojornalismo. Para concorrer, é necessário que as publicações tenham sido veiculadas entre 1º de janeiro a 15 de setembro de 2009. As inscrições podem ser feitas até o dia 3 de setembro. Além disso, informa a SES, é necessário que o candidato envie para a secretaria o formulário de inscrição devidamente preenchido (disponível no site www.saude.mg.org.br). Serão também requeridos uma declaração da direção ou chefia dos veículos de comunicação com nome e CPF dos profissionais envolvidos na reportagem, um resumo sobre o

trabalho escrito de, no máximo, 10 linhas; e três cópias do material inscrito.

que destaque não apenas os desafios, mas também os avanços”, disse.

De acordo com o Secretário do Estado de Saúde, Marcus Pestana, a imprensa tem desempenhado uma importante função informativa entre a SES-MG e a população. “Na Secretaria,entendemos a comunicação como uma das políticas públicas de saúde. Uma de suas funções é informar as pessoas, mobilizando-as para mudar comportamentos nocivos que diminuem a qualidade e a expectativa de vida. Além disso, informar sobre campanhas e como ter acesso aos serviços oferecidos, são ações de grande relevância para fortalecer a saúde pública”, ressaltou Pestana.

Os critérios para avaliação dos trabalhos são: linguagem, conteúdo, fundamentação, repercussão e idoneidade das informações. Para os inscritos na categoria “fotografia”, os aspectos considerados serão a originalidade, a repercussão e a qualidade técnica. A premiação para cada vencedor será Medalha do Mérito da Saúde e R$5.000,00.Os resultados serão divulgados no dia 9 de outubro. Mais informações no site www.saude.mg.gov.br

Rafaela Lima Marques, assessora de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, salientou a importância da premiação como uma forma de estimular novas perspectivas no trabalho dos meios de comunicação. “É importante dar visibilidade a novas pautas, estabelecer um diálogo com a imprensa

Os candidatos devem postar os documentos por Sedex para o seguinte destinatário:A/C – Comissão de Julgamento do “2º Prêmio SES de Jornalismo” – Rua Sapucaí, nº 429, 9º andar (Assessoria de Comunicação Social), Bairro Floresta, CEP 30150-050, Belo Horizonte. Quaisquer dúvidas sobre as inscrições podem ser esclarecidas pelo e-mail premio@ saude.mg.gov.br ou pelos telefones (31) 3247-3789 e (31) 3247-3790.

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Doze edições de PQN. Maravilha. Obrigado a todos os colaboradores, leitores e anunciantes que me ajudam a tranformar nossa revista na melhor publicação para os comunicadores. É muito gratificante saber que estamos contribuindo com a história da Comunicação no Brasil. Bom demais! E não esqueça, participe com a gente, envie seu e-mail: robsonabreu@pqn.com.br

PARABÉNS O Conselho Regional de Relações Públicas 3ª Região (MG/BA/ES) inaugurará em agosto sua delegacia regional em Salvador. O evento contará com a presença do meu amigo e presidente da entidade, o relações Públicas,Valdeci Ferreira, além de Valter Lessa, diretor da Associação Baiana de Imprensa (ABI) e fundador da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP). A entidade está localizada na rua Odilon Santos, nº 205, sala 206, no Shopping Rio Vermelho. Outras informações pelo delegaciarpbahia@gmail.com o

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BLOG DO MARIO

SUCESSO

Meu amigo jornalista Mário Martins, famoso por suas pinturas na capital mineira, é o mais novo blogueiro do pedaço. Ele mostra seu talento de empresário, comunicador, artista e fanático por futebol no mariomartinsarte.blogspot.com. Vale a pena conferir!

Rodrigo Capella não para mesmo. Ele acaba de lançar o livro “Assessor de Imprensa: fonte qualificada para uma boa notícia”.Trata-se de um estudo bem embasado sobre a importância do assessor de comunicação e seu trabalho com a imprensa. Relatos de grandes profissionais completam a obra do colunista da PQN.

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BOMBA, BOMBA FESTIVAL DE CANNES Apesar da pluralidade, o Brasil foi quem ganhou o maior destaque durante o Festival de Cannes. As duas principais agências do ano foram as brasileiras – DM9DDB e a AlmapBBDO. Toda a cobertura do evento ainda pode ser vista no site da Adnews, que promoveu intensa cobertura durante o festival. Acesse: http://www.adnews. com.br/adnewstv/index.php?IdVideo=687

CASA NOVA I

Divulgação Record Minas

A Record Minas acaba de ganhar um novo Diretor Comercial e de Marketing, o especialista em Marketing e Publicidade, Wagner Espanha. A contratação coincide com o objetivo da emissora de montar uma equipe de profissionais com sólida experiência na área comercial e forte atuação e representação no mercado mineiro. Ele promete inovar nas ações de marketing e implementar uma arrojada política de negociação com clientes. Sucesso na nova casa!

O livro “A Justiça dos Lobos - Porque a imprensa tomou meu lugar no banco dos réus”, é o relato do jornalista mineiro José Cleves da Silva, considerado por oito anos como assassino de sua própria esposa pela polícia e pela imprensa. Na época, no ano 2000, a versão do assalto resultou na morte da mãe de seus cinco filhos. Depois de muitas audiências, Cleves foi absolvido por unanimidade em todas as instâncias do Poder Judiciário. A obra, com 260 páginas, conta os bastidores desse atentado contra a liberdade de imprensa, citando nomes dos culpados e fazendo severas criticas à atuação da imprensa, para ele, a maior culpada por todo o seu sofrimento. Converse com o autor: josecleves@hotmail.com.

CASA NOVA II Reginaldo Moreira foi contratado pela Rede Bom Dia para assumir a gerência geral da área Mercado Leitor. Ele, que tem 16 anos de experiência, já passou por grandes grupos de comunicação, como o jornal O Estado de S. Paulo e Rede Paranaense de Comunicação (RPC), sempre na área de mercado leitor. A Rede Bom Dia de jornais, foi criada há três anos e mantêm periódicos que circulam diariamente em Bauru, Jundiaí, São José do Rio Preto, Fernandópolis, Sorocaba e Marília, cidades no interior paulista. Sucesso na nova casa amigo!


INTERNET

A PALAVRA-CHAVE AGORA É ‘RELEVÂNCIA’ Cada vez mais presentes entre os internautas, as redes sociais ganham novos papéis na comunicação contemporânea, envolvendo serviços, conteúdo e entretenimento. RODRIGO COGO

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onda das redes sociais ganhou, em 2003, maior dimensão com a criação de uma ferramenta de fácil manuseio para publicação de notícias e opiniões,em formato cronológico inverso, o Blogger. Logo depois vieram outras ferramentas mais interativas como o MySpace, o Orkut, o You Tube, alguns em canais cada vez mais segmentados, customizáveis, funcionais e até exóticos. Atualmente, é praticamente impossível determinar as possibilidades de interação neste estilo de projeto, diante da profusão de novidades disponibilizadas a cada dia. Mas é preciso

tentar criar um formato consistente de atuação num mundo tão fluído. Wagner Fontoura, estrategista de mídias sociais da Riot, observa um movimento de migração de sites editoriais para sites sociais e de conteúdo dinâmico. Até porque, avalia ele, até há pouco tempo, o consumo de conteúdo era passivo e havia poucos meios publicando conteúdo para uma audiência ampla. “Agora o cenário é outro, se tornou mais ativo, onde o consumidor


Unilever: espaço interativo para as consumidoras dos produtos da empresa

Nokia: o Área 95 recebeu mais de 140 mil visitas em dois meses

Jeep: comunidade interativa compartilhando experiências com vídeos e fotografias

é ativamente responsável pelo conteúdo publicado”, diz Fontoura. Enquanto a Web 1.0 é unidirecional e tem o site como intermediário, a Web 2.0 é participativa, bidirecional e social. Daí que surgem as mídias sociais como ferramentas online, projetadas para permitir a interação social a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de informação. Ou seja: tecnologia mais interações sociais é igual a produção de conteúdo colaborativo. Partindo do princípio de que publicidade também é um tipo de conteúdo, as pessoas querem compartilhá-la. Mas há uma verdade: ninguém quer ver a simples transposição de materiais de mídia convencional para o meio digital. “Toda fórmula está na criação de conteúdos relevantes, que são entregues para alguns conectores que fazem então a difusão ao target, incentivando a conversação. Mas a palavra-chave agora é ‘relevância’, que tem um conceito bem elástico”, destaca o estrategista. Como exemplo deste novo formato, a Nokia apresentou na internet o blog

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Área 95, voltado à divulgação e discussão de uso do aparelho de mídia móvel, o modelo N95. A ferramenta recebeu mais de 140 mil visitas em dois meses. Autores de blogs famosos escreveram no Área 95, dando dicas e compartilhando suas experiências com o novo modelo. Já a Unilever criou um espaço de interação para as suas consumidoras, estimuladas a expressar suas opiniões por meio de desafios e interações. Foram registrados 110 cadastros e 146 histórias de mulheres de todo o Brasil. A Jeep Experience seguiu a mesma trilha, como uma comunidade interativa da Jeep onde os proprietários podem compartilhar experiências e contribuir com vídeos e fotos. A plataforma utiliza recursos de diversas ferramentas da web para

centralizar o conteúdo em apenas um lugar. O conceito básico é estimular e aprender a ouvir. O fato é que as marcas devem ser capazes de se organizar tão rápido quanto seus consumidores que esperam por respostas imediatas e entendem as discussões em canais sociais como um bem público. Grandes marcas já confiam na web como parte da sua estratégia de aproximação e começam a vê-la como uma ferramenta de inserção na rotina desses consumidores. As corporações se tornaram também parceiras de diversão e fornecedoras de informação, enquanto que os consumidores agora são parceiros diários, envolvidos e ativos. As empresas precisam saber que devem investir neste segmento e, ao mesmo tempo, saber gerenciar os riscos e as crises, e que os www.boombust.com.br

Fontoura: atualmente o consumidor é ativamente responsável pelo conteúdo publicado na web


Divulgação

Marcelo: os pilares da comunicação envolvem serviços, conteúdo e entretenimento

conteúdos podem agradar, desagradar ou serem completamente ignorados. Há corporações que comemoram mesmo os comentários negativos, pela visibilidade que alcançam, mas Fontoura não concorda com esta posição, pois o custo para a reputação pode ser muito alto e duradouro. Em geral, todo o processo envolve a co-criação e partilha de informações, além da adoção de transparência nas conversas, instituição de evangelistas para operar o marketing boca-a-boca, técnicas orientadas para auxiliar e motivar as pessoas a falar umas com as outras. O mapeamento dos conectores, afirmam os especialistas, é decisivo nas redes sociais. Um bom exemplo são os conectores Alfas, pioneiros e responsáveis pela concepção das idéias, pela criação de novos hábitos de consumo, tendências, modas e por onde se inicia a cadeia de propagação da informação. Já os Betas são grandes “conectores sociais”, que absorvem as idéias criadas pelos Alfas e, através de suas conexões, divulgam para o grande público.

Para Fontoura, qualquer prática destinada a enganar as pessoas sobre o envolvimento de marketing em uma comunicação é extremamente condenável, assim como pagar para que agentes de mídias sociais falem (ou promovam) um produto para a empresa, restringindo-lhes a expressão ou manipulando a sua opinião. É contra-indicado ainda usar falsas identidades em uma discussão online para promover um produto, tendo, ao longo de um website, conversas ou promoção de experiências contra a vontade ou regras estabelecidas pelo titular. “Da mesma maneira que não se deve usar um software automatizado (‘bots’) para postar comentários alheios ou inadequados para outros blogs ou comunidades online”, avalia o estrategista da Riot. De acordo com Marcelo Trípoli, presidente da agência de marketing

digital iThink, os pilares da comunicação contemporânea envolvem serviços, conteúdo e entretenimento. O que já é encontrado nas redes sociais e até justifica sua plena aceitação, fazendo uma revolução no mercado criador de conteúdo, onde as fronteiras entre as incumbências de cada fornecedor ou especialista caem, pois o que interessa é o resultado em engajamento. Segundo ele, ao comunicador é exigido criar alinhado às mensagens-chave da marca, com valor agregado e usando a internet para potencializar produtos e serviços por meio de uma eficiente contação de histórias. “O comercial de TV é um pop-up do conteúdo que está na internet, ele vai gerar tráfego”, provoca.

NOVOS PERFIS DE INTERNAUTAS Com a velocidade de informação e a mudança de postura dos usuários de internet, Roberto Aloureiro, gerente de Redes Sociais da construtora paulista Tecnisa, identifica três perfis de internauta: o turista, o imigrante e o nativo. Alguns apresentam conflitos de culturas que criam barreiras para os processos de inovação, adicionado ao fato de poucos personagens nas organizações serem, em si, dificultadores da implementação de mudanças na postura de relacionamento. Assim como um dono centrado no retorno financeiro, um profissional de TI com várias travas de segurança nos equipamentos, um diretor de Marketing que insiste em aplicar receitas prontas e até as agências de publicidade com raciocínios de massa. “Precisamos de

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Divulgação

número de visitantes únicos, número de impressões, análise qualitativa de buzz (posts e comentários) com determinação do perfil do opinante, análise da presença da marca em canais e comunidades, cadastrados obtidos e número médio de e-mails recebidos.

O QUE SÃO OS SOCIAL APPS?

Roberto Aloureiro: precisamos de uma cultura de mudanças e as redes sociais proporcionam isso

uma cultura de mudanças”, conclama o gerente, no sentido da busca de aceitação e uso das redes sociais como plataforma de diálogo, aprendizagem e negócios. A Tecnisa foi pioneira em estar na internet, entrar no Second Life e até vender pelo Twitter, exatamente por ter conseguido, estruturalmente, fugir das armadilhas e emperramentos. Além de ter uma visão estratégica de macro-ambiente. A empresa tem ainda um canal no YouTube com vídeos do futuro apartamento, da vista do entorno, imagens de facilidades e serviços do bairro, entrevistas com especialistas sobre financiamento, decoração e manutenção, afora um blog para receber demandas dos clientes e uma forte presença digital nos mecanismos de busca. Para validar todos estes investimentos, o analista de SEO da Media Contacts, Giordani Pasqualon, cita os links apontando para o site ou blog da empresa, número de seguidores no Twitter, Arquivo pessoal

Giordani: o investimento realizado é válido para atrair a atenção dos clientes da construtora

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A possibilidade de expansão de conteúdo e interação por meio de widgets ou gadgets, ou seja, janelas que podem ser inseridas nos perfis e comunidades, tornou-se uma das ferramentas mais promissoras nas redes sociais: Hoje em dia já são mais de 3.800 aplicativos disponíveis no Orkut, sendo que o mais usado foi instalado por aproximadamente 35 milhões de pessoas com um bilhão de visualizações por semana. Gilberto Alves Júnior, designer de interfaces e sócio-fundador da Amanaiê, informa que os social AD são aplicativos para fazer publicidade e branding em redes sociais, oferecidos para usuários que aderem a partir da relevância e da possibilidade de compartilhar preferências com pessoas de sua rede de contatos, ampliando-a ou fortalecendo-a. Mas, se estes aplicativos foram criados na codificação OpenSocial, eles entram em um amplo circuito de canais de instalação compatíveis, diferentemente de um passado recente quando os códigos eram proprietários e exclusivos, o que dificultava o alastramento das ideias em plataformas digitais. Alguns concorrentes como Orkut, MySpace e LinkedIn estão conveniados nesta tarefa, o que vem popularizando as instalações e enriquecendo as experiências de interação a partir da página principal dos perfis. Basicamente, os aplicativos são vetores de expressão, de formação de identidade do indivíduo e muitos são destinados a funcionalidades cotidianas, de conversão de moeda, de clima, de cálculo de ingredientes para receitas culinárias e até de entretenimento, contendo, por exemplo, um jogo como o Tetris. No social AD pode ser veiculados vídeos, fotos, links para páginas externas na web e músicas. Uma vantagem é que não se trata de uma comunicação interruptiva e, ao mesmo tempo, conta com audiências

bastante altas, na ordem de milhões de pessoas e com grande disposição a dialogar e não somente contemplar. Os aplicativos ainda têm o mérito de ser uma exposição com valor agregado, porque há o referendo de uma pessoa por seus amigos e o engajamento de ser um meio de intercâmbio. “É um formato que pode viabilizar a criação de comunidades em torno de idéias e marcas em nichos bem específicos, e não perde a característica de total mensuração ou monitoramento da trajetória do usuário dentro dele, como se fosse um website”, informa Júnior. Divulgação

Gilberto: a mídia nas redes tende a ser mais dinâmica, pois compartilha gostos dos usuários

TOP 10 - REDES SOCIAIS NO BRASIL 1 - Orkut: 71,2% 2 - Sonico: 6,8% 3 - MySpace: 4,4% 4 - Via6: 4,4% 5 - Facebook: 3,6% 6 - Multiply: 3,1% 7 - Twitter: 2,7% 8 - Hi5: 2,6% 9 - Habbo: 2,5% 10 - Ning: 2,1% Fonte: Ibope / NetRatings



ENTREVISTA

O FUTURO DA

COMUNICAÇÃO É MOBILE PRISCILA ARMANI

S

e depender das expectativas dos comunicadores brasileiros, certamente o futuro da Comunicação será os meios digitais, principalmente a tecnologia mobile. Tudo vem convergindo para isso, basta estar atento ao crescimento de novos programas para os aparelhos celulares e como esses mecanismos vêm se tornando, cada vez mais, imprescindíveis em nosso dia a dia.

Durante o iMasters InterACT 2009, maior evento do País sobre Comunicação Digital, realizado em maio último, em Belo Horizonte, Peçanha falou com exclusividade à Revista PQN sobre o que acredita ser o futuro da Comunicação, sobre o Twitter, e ainda explicou como funciona o Gengibre, um programa de microblogging de voz, ainda pouco conhecido entre os internautas. Confira a seguir:

Divulgação

Cazé Peçanha, VJ da MTV e também um dos criadores dos sites Gengibre e Gafanhoto, acredita que a telefonia móvel se tornou um grande veículo de divulgação, ou melhor, a plataforma mais promissora, atualmente. “O celular, afirma, é o único que consegue aglutinar tudo: TV, rádio, telefone, internet, fotografia e

muitas outras ferramentas”. “Aposto muito na tecnologia móvel, por isso meu envolvimento íntimo com a Comunicação Digital”, brinca o VJ.

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PQN - Na sua opinião, qual será o futuro da Comunicação? Os jornais impressos desaparecerão? Todas as informações vão convergir para a internet e outras mídias digitais? Cazé - Na verdade, eu acredito que o futuro da comunicação seja a telefonia celular. O celular é o veículo ou a plataforma mais promissora. É o único que consegue aglutinar tudo: TV, rádio, telefone, internet, etc.Aposto muito nesta tecnologia móvel. Não acredito que isso implique no desaparecimento dos demais veículos, mas o celular poderá vir a ser, no futuro, até mesmo uma plataforma de publicação em que você possa imprimir informações a partir dele mesmo. Manipular o papel ou algo parecido com papel é algo muito antigo, porém confortável para o ser humano. Existe um prazer em se fazer isso. Não acredito que esse costume vá desaparecer por completo. PQN - Isso já é uma realidade ou podemos projetar esse “super celular” para o futuro? Cazé - Em muitos países isso já é realidade. Estive no Japão, no meio do ano passado, e lá é impressionante. A porcentagem da audiência de televisão via celular é enorme. Mais de 30% dos espectadores que a TV japonesa possui são só via celular. O 3G de lá equivale ao que seria um 30G aqui, de verdade. A velocidade da conexão impressiona e vemos todo mundo assistindo TV no metrô e se conectado o tempo todo. Dá para observar nas ruas. PQN - Aqui no Brasil ainda estamos muito longe de presenciar uma cena como essa? Cazé - Em nosso País, poucas pessoas têm acesso à banda larga, e a qualidade do serviço deixa muito a desejar. Enquanto os provedores tiverem a obrigação de entregar apenas 10% do que eles vendem, continuaremos a ter uma banda larga bem sofrível. Esse contrato de prestação de serviços é algo absurdo. É como se, por exemplo, ao comprar um carro, o fabricante só tivesse a obrigação de lhe entregar os pneus. Uma falta de respeito ao consumidor.

PQN - Você acredita no projeto de fornecimento de internet pela rede de energia elétrica?

está complicado. Vou procurar aprimorar isso para que a ferramenta possa ser usada de maneira mais proveitosa.

Cazé - Não sei como será feito isso, mas se eles aproveitarem a estrutura já existente, acredito que será uma possibilidade interessante. O uso da rede elétrica daria condição da internet de chegar ao País inteiro, em todos os lugares. Mas temos que ver a qualidade que terá essa conexão. Mas poderá ser a solução para muitas pessoas.

PQN - Como funciona o site Gengibre. De onde surgiu a ideia de fazer um microblogging de voz?

PQN - Você acha que o Twitter é a nova febre no Brasil, como aconteceu com o Orkut? Este serviço de microblogging se tornará mais popular que aquela rede social? Cazé - Não sei. Ambos os veículos possuem características completamente diferentes, e não dá nem para comparar o número de usuários de Orkut e Twitter. O Orkut é infinitamente mais popular. O Twitter está virando uma febre, mas em termos de usuários, ainda está bem abaixo. O último dado de acessos que vi, era ridículo, não dá nem para fazer estimativas. A atenção que se tem dado a esse novo serviço é enorme, mas o Twitter ainda tem muito que crescer. PQN - Como foi a experiência de apresentar, pela primeira vez, o InterACT? O que você achou do evento?

Cazé - O Gengibre foi uma ideia que surgiu em conjunto – minha e do Rodolfo Sicora, meu sócio e desenvolvedor do projeto. A gente já tinha feito o site Gafanhoto e, durante conversas, pensamos: “já imaginou se pudéssemos fazer algo como o Twitter, mas que as pessoas pudessem usar a própria voz, ligar e postar pelo celular”? Todo mundo já está acostumado com esse tipo de coisa, o celular se popularizou. São cerca de 140 milhões de usuários no País, hoje. E eu acredito que o Gengibre seja até melhor que o Twitter, para estabelecer uma comunicação, porque traz a própria voz da pessoa, com emoção e tudo mais que é importante na compreensão de uma mensagem. Levamos cerca de um ano para colocar o site no ar, e temos um retorno muito positivo, com pessoas envolvidas com mídia e rádio usando bastante. Fizemos uma versão mobile que possibilita às pessoas, ouvir o conteúdo postado pelo próprio telefone. Estamos trabalhando para inaugurar as versões em inglês e espanhol, daqui a dois meses. Divulgação

Cazé - A experiência foi positiva, especialmente, porque o evento é uma ótima oportunidade de testar o Gengibre. As pessoas, em vez de mandar perguntas escritas, estão tendo a oportunidade de ligar e, pelo telefone, fazerem, elas mesmas, suas perguntas, diretamente aos comunicadores. Bom que estamos percebendo onde podemos melhorar, especialmente quanto à equalização de som, já que a gravação se ouve perfeitamente no site, mas, pela caixa de som, Cazé: a tecnologia celular vai dominar, no futuro, todos os processos de comunicação. Em um celular temos a convergência de várias mídias.

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CAPA

Uma Repórter Espe mas muito e “Tenho 29 anos, sou atriz do Grupo Teatro Novo, sou repórter do Programa Especial da TV Brasil. Sou também a primeira passista down do Brasil (sou da Portela) e, principalmente, sou muito feliz!” Assim Fernanda Honorato se autodefine em seu blog.

In loco: Fernanda no horário de trabalho é disciplinada e atenciosa com seus entrevistados

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Patricia Kappen

TANIA F. MIRANDA


ecial, especial!

Entrevista: Fernanda esbanjou carisma durante o Programa do Jô arrancando aplausos da platéia e também gargalhadas do apresentador que não poupou elogios à repórter

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icardo

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u estava em casa, deitada, quase cochilando. Passava da meia-noite quando meu celular tocou e, do outro lado da linha, meu editor, Robhson Abreu, eufórico, pedindo para que eu ligasse a TV no Programa do Jô. Nosso papo foi mais ou menos assim: - Tânia? Acorda mineiroca! - Estou acordada, aconteceu alguma coisa, meu editor querido? - Sim, ligue a TV no Programa do Jô e você verá o que está acontecendo! Corri desesperada, quase trombando em tudo e sem saber o que eu veria no programa. Liguei a TV e fiquei perplexa ao ver uma jovem portadora da Síndrome de Down, toda despachada, batendo um papo descontraído com o apresentador Jô Soares. E, do outro lado, o editor da nossa PQN vibrava com as respostas de Fernanda Honorato, carioca, 29 anos, a primeira repórter down brasileira e (após pesquisas na internet) a única no mundo. Nosso papo continuou assim: - Tânia, temos que entrevistar a Fernanda. Ela é um exemplo para todos nós, comunicadores. Amanhã, ligue para a produção do Jô e peça o contato dela. Boa noite, vamos acabar de ver a entrevista e amanhã conversamos mais. Desliguei o celular e, durante a entrevista, percebi porque Robhson Abreu ficara tão maravilhado com a entrevistada. Fernanda mostrou-se encantadora e corajosa ao abraçar a carreira de repórter, mesmo não tendo formação, já que os portadores da síndrome de down ainda não frequentam as faculdades, pelo menos aqui no Brasil não há relato de nenhum caso. Pela manhã, liguei para a produção do programa e pedi o contato de Fernanda. Fui atendida prontamente pelas produtoras. Foi assim que tudo começou. E Robhson ligando sem parar, querendo saber se eu havia conseguido o telefone e se a entrevista estava marcada. Tarefa cumprida! Número na mão e a mãe de Fernanda Honorato na outra linha, dona Carminha. Fiquei muito feliz em poder fazer uma bela reportagem, ainda mais com uma fonte como Fernanda, um exemplo de garra para todos nós. Provavelmente, quando pensamos em histórias de superação, logo lembramos de grandes ídolos e ícones do esporte, como a maratonista Gabriele Andersen, nos Jogos Olímpicos, no estádio de Los Angeles. Depois de correr 42 quilômetros, ela cruzou a linha de chegada cambaleando, numa incrível demonstração de persistência. Ela não ganhou, mas ninguém esquece aquela imagem de superação.

Martins


Fernanda Honorato não é uma maratonista, apesar de praticar esporte, mas é exemplo de uma história da vida real, bem próximo da gente. Até há pouco tempo desconhecida e talvez com grande possibilidade de ser “mais uma”, ela se destacou no Grupo Teatro Novo, além de participar de campeonatos nacionais de natação. Ela, que já ganhou várias medalhas, dois troféus do Prêmio Sentidos Talentos Especiais, é ainda passista da Portela, e também membro do Comitê de Comunicação da FBASD - Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Mas as atividades dessa carioca especial não param por aqui. Há três anos ela foi convidada para ser repórter do Programa Especial, veiculado na TV Brasil e produzido pela No Ar Comunicação. O convite partiu da produtora e diretora da agência, Ângela Patrícia Reiniger, que conheceu Fernanda durante uma apresentação teatral. “Logo vi que ela tinha talento. Muito comunicativa, desinibida e inteligente. Fizemos um teste e no mesmo dia nós a contratamos como uma colaboradora especial”, lembra a diretora. O programa, que comemora cinco anos em 2009, é apresentado por Juliana Oliveira, jornalista formada pela UFF/RJ, e tetraplégica desde um acidente de carro em 1998. Durante a entrevista no Programa do Jô, Fernanda mostrou muito bem como é articulada, com uma desenvoltura que poucas pessoas apresentam. Mas o ponto alto foi a pergunta feita ao apresentador, que surpreendeu toda a platéia: “O que você está achando de ter uma ‘down’ intelectual aqui com você? O que você diria de ter esta repórter ao seu lado sendo entrevistada por você?” E Jô Soares, meio que espantado com o desprendimento da repórter, responde: “Eu diria que é um momento dos mais importantes deste programa. A sua entrevista é um depoimento que vai ajudar a vencer uma série de preconceitos que existem e que provavelmente ainda existirão por muito tempo. Eu estou fascinado com a capacidade que você al

o pesso

Arquiv

tem de avaliação, não apenas de falar, de responder, mas sim de avaliar as coisas”. A pergunta rendeu aplausos da platéia, ainda mais quando Fernanda disse que não ia para a cama sem antes ver o apresentador, fazendo alusão ao bordão que Jô Soares usou por um bom tempo nas chamadas do programa. No caso das pessoas com deficiência intelectual, afirma Ângela, existe um preconceito muito grande de que elas não são capazes de formular questões,de terem um pensamento próprio.“Acredito que a Fernanda, estando nas ruas, consiga mostrar que isso não é verdade. A gente tem ajudado a quebrar esse preconceito”, diz a produtora em entrevista no site da TV Brasil.

NO DIA A DIA Muitas pessoas podem não acreditar, mas Fernanda Honorato tem total consciência de ser portadora da Síndrome de Down, e diz que não se sente discriminada nas ruas, principalmente quando está fazendo alguma reportagem. Diariamente, quando ela sai para fazer entrevistas, a pauta já está pronta e algumas das perguntas são escritas pela produtora Ângela. “Mas ela abre uma exceção para eu fazer aquilo que eu quiser”, afirma a repórter que, desde pequena, fingia ser Marília Gabriela, entrevistando todos os seus primos. “A melhor entrevista que eu fiz na infância foi com o meu padrinho, que se saiu muito bem na hora de responder às perguntas”, lembra ela. Segundo a produtora e diretora da No Ar Comunicação, Ângela Patrícia Reiniger, o potencial dos portadores da Síndrome de Down pode ir muito além do que a maior parte da sociedade acredita, sendo imprescindível o estímulo em todos os aspectos e, principalmente, o apoio dos familiares. E, no caso de Fernanda, isso pode ser visto facilmente. Ela tem todo o amor da família e seu coração está completo, ao lado do companheiro de palco e noivo, Leonardo Blanc. Eles têm planos de se casar em breve. Fernanda conta com total apoio dos pais, Maria do Carmo e Ivan Honorato. A mãe afirma que largou a carreira profissional para se dedicar aos cuidados e desenvolvimento da filha que, já aos três anos, demonstrava especial talento para a música, a dança e a arte. Atualmente os programas educacionais preocupam-se com a independência, escolarização e o futuro profissional do indivíduo. Os conteúdos acadêmicos devem ser voltados não só para a leitura, a escrita e as operações matemáticas, mas na preparação do indivíduo para a vida. Carminha está ciente de tudo isso, como mãe, e já era uma defensora da inclusão social quando ninguém falava no assunto. “Não meço esforços para que Fernanda ocupe o espaço que merece”, diz. A independência neste tipo de programa, informam os pais, engloba desde habilidades básicas, como correr, vestir-se ou cuidar da higiene íntima até a utilização funcional da leitura, do transporte, do manuseio do dinheiro e o aprendizado para tomar decisões e fazer escolhas, bem como assumir a responsabilidade por elas. A orientação vocacional deve ser realizada com base nas aptidões individuais, com a possibilidade de diferentes atividades no emprego.

Fernanda: fazendo campanha para a Ong Inclusão Digital e mostrando seu lado repórter com seriedade

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Ainda hoje a maior parte do trabalho oferecido aos portadores com Síndrome de Down é aquele repetitivo. “Não há nenhum problema em realizar essas tarefas, desde que elas não sejam


Fotos: A

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as únicas atividades disponíveis nem a única opção de trabalho para o portador da síndrome”, avalia Maria do Carmo.

pessoa

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A superação de Fernanda vem basicamente da vontade de realizar algo maior, de superar os limites, de alcançar o topo. É isso que a torna uma pessoa especial. Além do titulo, claro, de ser a “primeira repórter no mundo com Síndrome de Down”. Ela é uma entusiasta e traduz tudo isso diariamente. “Vocês ainda vão me ver contracenando com o Tony Ramos, ele é tão lindo”, brinca Fernanda sobre sua paixão, o teatro.

Carnaval: Fernanda como Rainha da Bateria da Portela em companhia da comunidade

EXPECTATIVAS DE VIDA

Na Sapucaí: Fernanda como passista da Ala Nós Podemos, da Portela, e o noivo Leonardo Blanc. Todos os anos os dois são presença garantida no desfile carioca

Atualmente ela atua no Grupo “Teatro Novo”, onde está há cinco anos, e afirma, categórica, que o teatro é sua prioridade número um. No palco, ela interpreta a apresentadora do Jornal Nacional, a jornalista da Rede Globo Fátima Bernardes.

Há uma preocupação generalizada, tanto de pais como de profissionais, sobre quais são as perspectivas futuras para os portadores da Síndrome de Down, desde a expectativa de vida ao grau de independência que possam atingir. A expectativa de vida aumentou consideravelmente devido aos progressos na área médica. Anos atrás, a maioria das mortes era causada por problemas cardíacos e por infecções respiratórias. Hoje, as cirurgias e os tratamentos medicamentosos e profiláticos fazem parte da rotina da maioria dos hospitais especializados, garantindo um atendimento mais adequado. Com melhores condições de saúde, os portadores da Síndrome de Down podem ter um melhor desenvolvimento, resultando em maior independência. Hoje, não se pode precisar até que grau de autonomia o portador pode atingir, mas acredita-se que seu potencial é muito maior do que se considerava há alguns anos.

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Arquivo

pessoal

maiores esclarecimentos. Cada vez mais a sociedade vem se conscientizando de como é importante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam e desfrutem de seus direitos. A síndrome de Down apresenta comprometimento intelectual, motor e de linguagem em níveis diferentes. Normalmente, a criança com essa síndrome tem a sequência de desenvolvimento semelhante às crianças sem a síndrome, contudo, é alcançada em ritmo mais lento. O processo de acompanhamento educacional é parte essencial no desenvolvimento dessas crianças excepcionais. Com melhores condições de saúde, o portador da Síndrome de Down pode ter uma melhor evolução física, resultando em maior independência. A intervenção precoce, que significa o tratamento desde os primeiros meses de vida, proporciona à criança aperfeiçoar suas ações. Na fisioterapia, o desenvolvimento motor é auxiliado mais próximo possível da idade cronológica, e há o estímulo para que a criança descubra o prazer do movimento e como se movimentar de diferentes formas. A partir da Fonoaudiologia, é também possível fazer a estimulação precoce. Os recém-nascidos com síndrome de Down apresentam muita dificuldade na sucção e movimentos imprecisos da língua, além de dificuldades na comunicação.

Teatro: Fernanda, Rubens e Leonardo uma parceria que vem dando certo nos palcos cariocas

De acordo com resultados do Censo 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 14,5% da população brasileira (aproximadamente 24 milhões de pessoas) têm alguma deficiência física ou mental. Neste grupo, estima-se que 300 mil pessoas nasceram com a Síndrome de Down. Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, cerca de oito mil bebês nascem por ano no Brasil com a síndrome. Conhecida como uma das deficiências mentais mais freqüentes, a Síndrome de Down é uma anomalia nos cromossomos, que ocorre em 1,3 de cada 1.000 nascimentos. A carência de informações sobre o assunto tem diminuído, pois a inclusão social destas pessoas é o que estimula a busca de

Segundo o diretor do Instituto Grupo Teatro Novo, o psicólogo Rubens Emerick Gripp, o portador de deficiência física ou mental pode exercer qualquer atividade, seja profissional ou de conhecimento. Mas é necessário algum facilitador para que o portador alcance resultados positivos. Com relação a Fernanda, integrante do grupo há cinco anos, Gripp acredita que ela possa realmente fazer uma novela, um filme, ou ainda se profissionalizar na área artística. “É altamente necessário um elemento facilitador, para não frustrá-la. O apoio da família é vital em todos os casos”, afirma o psicólogo. Quanto ao desempenho de Fernanda no grupo, Gripp é enfático: “Ela encontrou maior independência e se reeducou quanto a pensar e sentir em grupo. É importante trabalhar o conjunto e fazê-los entender seus limites e obstáculos”, diz.

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L DA PESSOA LUSÃO SOCIA C IN A IR T N A PARA GAR VEMOS: DE DOWN, DE E M O R D ÍN S COM

INSERÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL Embora atualmente alguns aspectos da Síndrome de Down sejam mais conhecidos e a pessoa trissômica tenha melhores chances de vida e desenvolvimento, uma das maiores barreiras para a inclusão social destes indivíduos continua sendo o preconceito. O perfil do portador da síndrome foge aos padrões estabelecidos pela cultura atual – que valoriza, sobretudo, os padrões estéticos e a produtividade – cada vez mais a sociedade está se conscientizando de como é importante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer equiparação de oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam seu direito de conviver na comunidade.

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Síndrome de pessoas com e ad lid ra tu m na - Receber co is públicos. ca lo em n Dow a participação es sociais e su çõ la re as su rtes, festas, - Estimular r, como espo ze la de es ad ros sociais. em ativid outros encont e s õe aç or comem ação pela program responsáveis os cultura e à qu e r o ti sm an ri - Gar o, ao tu çã ea m cr re à r, ss de pe oas co voltada ao laze a participação ão aç er id ns levem em co As escolas do ensino regular e as indústrias preparadas Down. Síndrome de para receber pessoas com Síndrome de Down têm relatado s Humanos tos de Recurso en experiências muito bem-sucedidas de inclusão benéficas para am rt pa de r e os os para avalia - Garantir qu todos os envolvidos.A participação de crianças, adolescentes, tejam preparad rome de es nd as Sí es m pr co s em das jovens e adultos com síndrome nas atividades de lazer é encarada tar pessoa ra nt co e te adequadamen cada vez com mais naturalidade e pode-se perceber que já existe Down. a preocupação em garantir que os programas voltados à recreação como se me de Down ro nd Sí incluam a pessoa com deficiência. m co pessoa - Não tratar a e escutá-la. . Respeitá-la Fonte: FBASD e" nt oe fosse "d

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Fãs: com seu trabalho na TV Brasil, Fernanda conquistou vários admiradores, entre eles a jornalista Leda Nagle

Sucesso: com o músico dos Titãs, Tony Belotto, depois de receber o Prêmio Sentidos Talentos Especiais, na categoria Arte. A premiação tem como objetivo divulgar e reconhecer as histórias de superação de pessoas com deficiência e mostrar as realizações em prol da inclusão social e econômica desenvolvidas por instituições do terceiro setor, empresas e poder público

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”A inserção no mercado de trabalho para as pessoas com Síndrome de Down está muito aquém da desejada e esbarra no preconceito e na discriminação”, avalia a presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), Cláudia Grabois. Segundo ela, além de haver muito preconceito na contratação de pessoas com a deficiência, o problema é agravado pelo fato de que boa parte dessas pessoas são pobres e não tiveram acesso à educação. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho referentes a 2007 mostram que, dos 37,6 milhões postos de trabalho, apenas 348,8 mil (1%) são ocupados por pessoas com necessidades especiais, e, destes, 2,4% têm deficiência intelectual. Sobre a situação específica da inserção das pessoas com Down no mercado de trabalho, não há estatísticas oficiais ou extra-oficiais. A Lei nº 8.213, de 1991, obriga as empresas com mais de cem funcionários a destinar entre 2% e 5% de suas vagas a pessoas com deficiência. A fiscalização é feita pelo Ministério do Trabalho, entretanto, não existem dados disponíveis sobre o cumprimento da lei. Sobre a situação específica das pessoas com Síndrome de Down no mercado de trabalho, não há estatísticas oficiais ou extra-oficiais. Para Claúdia, a lei ainda não está sendo integralmente cumprida. “A lei de cotas comemorou 18 anos em julho e precisa ser cumprida. As pessoas com deficiência intelectual têm o direito de vivenciar o trabalho como qualquer outro cidadão”, afirma a presidente. Ela também destaca que a educação inclusiva vem sendo vista há poucos anos como uma regra, um direito inalienável, e vê

Visita: na redação do O Globo, com o colunista Ancelmo Góis, Fernanda era só alegria

Pronta para sair: Fernanda adora se arrumar para balada e encontrar com os amigos e o noivo

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perspectivas melhores para o futuro.“A escolaridade para a pessoa com deficiência intelectual tende a aumentar agora, o que será um ganho”, diz. A carência de informações sobre a Síndrome de Down tem diminuído, pois a inclusão social destas pessoas é o que estimula a busca de maiores esclarecimentos. Cada vez mais, a sociedade vem se conscientizando de como é importante valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam plenamente seus direitos.

SINTONIZE A TV BRASIL: TV aberta – canal 2 VHF e 32 UHF (transmissora da zona rural) Em SP, canal digital 63 UHF Net - canais 4 (SP), 16 (DF), 18 (RJ e MA) Sky-Direct TV – canal 116

Saiba mais sobre Fernanda Honorato: www.fernandahonorato.com.br

Arquivo pessoal

TVA digital - canal 181 (RJ e SP) Acesse: www.tvbrasil.org.br.

PRÊMIO SENTIDOS TALENTOS ESPECIAIS Fernanda Honorato ganhou o Prêmio Sentidos Talentos Especiais, na categoria Arte. O Prêmio Sentidos tem como objetivo divulgar e reconhecer as histórias de superação de pessoas com deficiência e mostrar as realizações em prol da inclusão social e econômica desenvolvidas por instituições do terceiro setor, empresas e poder público. O Prêmio é uma iniciativa da Revista Sentidos, AVAPE, Instituto Ressoar, Rede Record de Rádio e Televisão, e tem apoio da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, Editora Escala, Grupo Cipa (REATECH ), Revista Reação, The Key, Net Cidade e Trama Comunicações.

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ASSESSORIA I

COMEMORAÇÃO

Custódio Ribeiro é o novo assessor de comunicação da Prefeitura Municipal de Ipatinga. O jornalista, que pela primeira vez ocupa um cargo de assessoria, teve atuação destacada por sua passagem nos jornais Diário do Rio Doce, Vale do Aço e Diário do Aço. Entre os jornalistas que passaram também a integrar a sua equipe na assessoria de imprensa da Prefeitura está João Batista Lima, que há vários anos vinha atuando como empresário, no ramo de distribuição de jornais.

A Prefeitura de Ipatinga, como faz em todos os anos, reuniu os profissionais de comunicação do Vale do Aço na Associação Atlética Aciaria para a comemoração do Dia da Imprensa. A festa contou com a presença do prefeito interino da cidade, Robson Gomes, além de muito churrasco e música ao vivo. Fotos: Carta de Notícias

Custodio Ribeiro e Ronildo Bacardy (Rádio Vanguarda)

ASSESSORIA II Outro que também estreia na área de assessoria é o jornalista Edmilson Araújo. Ele ocupa a coordenação da área, na Câmara Municipal de Ipatinga, depois de muitos anos no departamento de jornalismo das rádios Vanguarda e 95 FM, ambas da cidade. Edmilson Araújo e Waldirene

TV CULTURA A TV Cultura Vale do Aço comemorou 19 anos de atividades. Para assinalar a data, a emissora promoveu a Tarde de Ação Social no Parque Ipanema, em Ipatinga, com a prestação de serviços gratuitos nas áreas de saúde, jurídica, estética; atrações culturais, brinquedos e shows com Sandro e Wellington, Ramon Tavares e Ryan e a banda Axé Mais.

O colunista Francisco Neto (Diário do Aço) e os responsáveis pelo buffet da festa da imprensa, Cristovão Colombo e Lena

ANIVERSÁRIO Concorrida foi a tradicional Feijoada ZVS do colunista Zé Vicente de Souza, do Jornal de Domingo, de Governador Valadares. Na lista do aniversariante, além dos colegas da comunicação, o colunista do jornal O Tempo, Elder Marinho, e também Maria Elvira Sales Ferreira.

Janete Araújo (Rádio Educadora Vale do Aço) e Renato Gonçalves (Prefeitura de Ipatinga)

ASSESSORIA II Outro que também estreia na área de assessoria é o jornalista Edmilson Araújo. Ele ocupa a coordenação da área, na Câmara Municipal de Ipatinga, depois de muitos anos no departamento de jornalismo das rádios Vanguarda e 95 FM, ambas da cidade.

Aurélio Caixeta (TV Cultura) e sua esposa Tereza

CHEFIA Danilo Emerich passou a ocupar a chefia de redação da Carta de Notícias, além de coordenar a revista Imprensa e o serviço de jornalismo on line.

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Julinho Távora e Célia Pedrosa


TURISMO

DESTINO: DOWN UNDER LUDMILLA FONTTAINHA

Ludmilla Fonttainha

Brisbane é considerada a cidade que apresenta maior desenvolvimento e a terceira mais populosa da Austrália. O Estado recebe o simpático nome de Sunshine State, por ter a presença do sol na maior parte do ano. Seu verdadeiro charme está nas inúmeras opções de lazer e diversidade cultural encontradas ao percorrer suas ruas sob o típico sol australiano e sob suas lindas estrelas.


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iajar é sem dúvida uma das melhores coisas que existem na vida. Isso, se não for a melhor... E o verbo viajar vale para qualquer situação: seja para dentro da história de um bom livro, para uma cidade vizinha, outro estado, outro país e até para outro continente. Neste caso, é preciso um pouco mais do que a simples vontade de conhecer um lugar novo. Ir, por exemplo, para a Europa ou para a África, pode não parecer tão distante assim, visto que estamos – pelo menos teoricamente – acostumados a voar cerca de 9 horas até os Estados Unidos. Mas quando a opção é conhecer um pouco além da curva do globo terrestre, aí é que a viagem pode ficar verdadeiramente mais longa... Nesta minha fascinação para ver aonde ‘o vento faz a curva’, juntei todas as minhas vontades – de conhecer uma nova cultura, de dominar uma língua diferente, de descobrir as belezas naturais de um lugar distante – e resolvi passar as férias na Austrália. Para chegar até lá, além das 25 horas de voo (em média), foi necessário um bom investimento financeiro - só a passagem para Sydney custa aproximadamente R$ 4.000,00. Mas nada que realmente pague o sonho de estar lá e conhecer tudo que só esta terra Down Under – literalmente na curva e embaixo do mundo – pode oferecer...

Ludmilla Fonttainha

Depois de escolhido o continente, era hora de definir o destino. Após pesquisar, decidi me instalar em Brisbane, uma cidade localizada ao lado Leste da Austrália, a capital de Queensland. O Estado recebe o simpático nome de Sunshine State, por ter a presença do sol na maior parte do ano. Durante a escolha, levei em consideração referências sobre a cidade, como “grande, mas não muito metrópole” e seu posicionamento na costa australiana – o que facilita uma viagem para a Grande Barreira de Corais (ao Norte, na cidade de Cairns) ou até Sydney (uma hora e meia de avião). A localização, além de contribuir para o deslocamento, acaba deixando as escolhas de passeios mais baratas. Para se ter uma ideia, enquanto uma passagem de Sydney para Cairns custa AU$ 400 (cerca de R$ 700,00), saindo de Brisbane o bilhete baixa para AU$ 250 (R$ 440,00).

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UMA CIDADE DE CONTRASTES Brisbane é considerada, pelo governo australiano, a cidade que apresenta maior desenvolvimento e a terceira mais populosa. Cortada pelo rio que leva o mesmo nome, tem como principal meio de transporte o CityCat, um barco estilo “catamarã”, que funciona como um ônibus, com diversas paradas ao longo do percurso. A cidade foi dividida em zonas, de acordo com o tempo que se leva para chegar ao destino partindo do centro. O valor da passagem, de ida e volta, varia de acordo com o local que se deseja chegar. Em média, paga-se AU$ 5,80 (R$ 10,15) entre um bairro mais distante e a “city” o centro de compras. O trajeto dura 40 minutos e a viagem é um verdadeiro passeio. Como o CityCat percorre toda a cidade pelo rio, é uma boa oportunidade de tirar belas fotos e conhecer um pouco da paisagem de Brisbane. Por estar localizada próxima à Ásia, a Austrália recebe muitos turistas e estudantes vindos daquele continente. Por isso, é possível conhecer um pouco do Oriente aqui em Brisbane visitando a China Town. No local, que fica no bairro de ForctitudeValley,, encontramos desde restaurantes orientais – taiwaneses, coreanos, tailandeses – a lojas de produtos eletrônicos. Grande parte dos asiáticos que vivem em Brisbane, mora no bairro, e passear pelas ruas da China Town,, faz a gente se sentir na terra dos “olhos puxados”. As placas das ruas são todas em chinês e inglês. Os cardápios e anúncios ao longo do bairro seguem o mesmo estilo. Os vários restaurantes ficam bem no estilo também: aquários com frutos do mar enormes vivos, onde a pessoa escolhe qual deles vai vir na bandeja. Para quem não encara essas iguarias, no mínimo é interessante conhecer essas “vitrines” gastronômicas.

Brisbane: a cidade apresenta o Pôr do Sol mais bonito e inspirador do mundo, é o que dizem todos - moradores e turistas


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China Town, CityCat e o centro da cidade são três passeios que o turista não deve deixar de fazer quando estiver em Brisbane

VAMOS DANÇAR? Em Brisbane a vida social é um pouco diferente de algumas cidades brasileiras, como Belo Horizonte, por exemplo. A balada começa cedo – por volta das 17h – e também termina cedo – meia noite já estão todos em casa. Mesmo assim, a capital de Queensland tem o seu roteiro de baladas. Se no domingo o charme é ir ao Normanby, na segunda é dia de tomar chai tea (chá de canela com leite) e ouvir reggae no The Shire Tea House. Na terça-feira vale tomar um chope nas ruas do Valley (bairro boêmio da cidade). Quarta é dia de Down Under – com o famoso concurso da wet t-shit.

Quinta é dia de karaokê no The Victory, e na sexta o point é a Friday. No sábado, se você tiver fôlego, a pedida é dar uma chegada no The Chawk para dançar um pouco. E os programas não param por aqui! Os bares mais famosos são chamados de “Hotel”, pois além do espaço para beber e curtir com os amigos, disponibiliza quartos para alugar. O nome faz sentido porque é costume dos australianos beber de maneira ilimitada e a acomodação facilita a vida de todos e evita os acidentes na volta para casa. Uma boa pedida para os embalos de domingo à noite é o Normanby Hotel, que fica no bairro de mesmo nome. A moçada lota os cinco ambientes da casa, que oferece música eletrônica e ao vivo desde as 17horas. Por isso, a dica é chegar no máximo até as 20 horas, para não correr o risco de ficar do lado de fora e ter que esperar até a próxima semana.

Geralmente, não se paga para entrar nos famosos “hotéis” de Brisbane, mas em compensação é preciso sempre estar atento ao preço das bebidas. Existe uma grande variedade de marcas de chope em um mesmo lugar e, proporcionalmente, é grande a diferença de preço entre eles. Por isso, vale a dica para sempre questionar o valor de cada um antes, pois algumas marcas chegam a custar AU$ 14,00 (R$ 24,50) e a mais barata fica em torno dos AU$ 5 (R$ 8,75), relativo ao copo de 500 ml. Na cidade existem algumas casas diferenciadas, como os Irish Pubs (irlandeses) e também os lounges, para quem gosta de dançar. Nestes não é cobrada a entrada e os valores dos chopes não variam muito, mas é saudável estabelecer uma quantidade para gastar durante a noite, já que a escolha da balada fica a gosto do cliente!

The Shire, Normanby Hotel e Valley: boas opções para aqueles que gostam de dançar e beber muito, mas muito mesmo

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GASTRONOMIA APIMENTADA Para aqueles que preferem uma noite mais requintada, os restaurantes localizados na beira do rio Brisbane são ótimas opções, mas o preço é um pouco elevado. A proximidade com o litoral facilita o preparo de pratos com frutos do mar e peixes, que são presença marcante nos menus. Em média, um prato individual com camarão sai por AU$ 40 (R$ 70,00). Neste caso, uma boa dica é harmonizar a refeição com os vinhos australianos (em média a garrafa custa AU$ 50, cerca de R$ 87,50 ), pois o país é hoje o quarto maior produtor da bebida no mundo. Outra característica marcante da gastronomia daqui é o tempero apimentado, resultado da grande influência asiática e indiana na cidade. Exatamente por serem tão apreciadores de temperos

Cenário: a comida e os músicos mexicanos proporcionam o saudosismo latino de Brisbane, recheada de lindas praias e rios navegáveis

picantes é que os restaurantes mexicanos também fazem tanto sucesso na cidade. No Valley é possível comer um bom prato de tortilhas, burritos e feijão por um preço não tão apimentado: AU$ 20 (R$ 40,00). Mas, para quem busca comer mais por menos, é preciso andar pela cidade. É normal encontrar nos restaurantes e pubs promoções para cada dia da semana. Às segundas-feiras é possível degustar uma farta porção de costelas de porco assadas ao molho barbecue (churrasco) por AU$ 20 no bairro West End, parte leste da cidade. O prato, que é oferecido apenas no happy hour, satisfaz a duas pessoas. Já na quinta, é dia de pasta

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(massa): na compra de qualquer bebida em um determinado bar no Valley é possível comer uma grande porção de macarrão – a escolher entre quatro sabores - por apenas AU$4. Para quem gosta de conhecer pratos típicos dos lugares visitados, a dica é experimentar a carne de canguru. Uma ideia um pouco bizarra no início, ainda mais quando o dócil bichinho é lembrado, mas normal depois que a iguaria é encontrada nas prateleiras do

Vinhos: as bebidas australianos são uma das mais apreciadas em todo o mundo devido a alta qualidade

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supermercado. Em qualquer restaurante o prato individual custa cerca de AU$ 40 (R$ 70,00). Mas se a opção for fazer em casa, o quilo custa, em média AU$ 20. Não é dos mais baratos, mas é uma das únicas oportunidades de saborear a exótica carne.

PURA DIVERSÃO Além da parte gastronômica, Brisbie, apelido carinhoso da cidade, possui muitas opções de diversão gratuita para turistas e moradores. Desde uma praia artificial pública – com direito a água salgada, areia e salva-vidas, até aulas de dança nas ruas. A Queen Street é uma das principais ruas do centro e com todo tipo de loja que um bom turista procura: roupas, sapatos, eletrônicos, souvenires e bares. Ao longo dos dois extensos quarteirões fechados, você pode fazer compras, assistir a um show, tomar um chope e conversar com os amigos. No final da rua, em frente ao Cassino – outra atração à parte – toda sexta-feira à noite é dia de Salsa Party. E é realmente uma festa! Por volta das 20h, um carro estilo caminhonete, com caixas de som e lugar para o DJ, para na calcada da praça e o som latino toma conta. Para ninguém se sentir deslocado, antes do baile começar, um colombiano ensina os passos para aqueles que querem se aventurar na dança. Depois do aquecimento, é só achar um par e requebrar. Nesta hora, coreanos, indianos, brasileiros, australianos, colombianos, todos falam a mesma língua: a salsa! Exatamente oposta ao centro de compras, do outro lado do rio, está SouthBank: a praia artificial da cidade. O parque fica cheio nos fins de semana e tem atrações para todos os gostos e idades como brinquedos infantis, campo gramado para fazer piquenique, espaço para jogar futebol australiano (que é um esporte parecido com o rugby), shows com artistas

circenses, feira de artesanato, teatro de arena, telão, etc. Completamente arborizado, oferece total infraestrutura para receber visitantes, além do espaço para nadar, a atração principal. O passeio pelo parque não termina aí. Basta levar salsichas e bebidas, ligar uma das várias churrasqueiras públicas elétricas que ficam à disposição para quem quiser usar, que o churrasco do fim de semana está garantido. Para usufruir deste benefício basta deixar tudo limpo no final. Este é um dos programas preferidos dos australianos e dos turistas em Brisbane. Quem prefere curtir uma praia “verdadeira”, pode ir de carro, ônibus ou trem. Em no máximo duas horas, é possível se banhar nas claras águas do Pacifico, seja em Sunshine Coast ou Gold Coast, Norte e Sul da cidade, respectivamente.Além, claro, das famosas ilhas de Stradbroak Island, Moreton Island e Fraser Island, que ficam pertinho de Brisbane e são excelentes lugares para se passar o fim de semana. Com cerca de AU$ 200 é possível ficar hospedado por duas noites em Moreton, com direito a passeios turísticos, aulas de surf, alimentação, além do traslado até o hotel em Brisbane. Cada lado da costa tem seu charme. Sunshine é conhecida por seu ar requintado e Gold Coast como o paraíso dos surfistas. Na primeira opção, está a rua mais cara da Austrália com restaurantes finos e grifes mundialmente conhecidas. Na segunda cidade, mais distante um pouco, surfistas e moças bronzeadas andando pelas ruas compõem o cenário. Para quem gosta de muita adrenalina, a dica é visitar alguns dos parques temáticos, como o Movie World, dos estúdios Warner Bros, com diversão para adultos e crianças, de todos os tipos e idades. O valor médio dos ingressos é AU$ 70 (R$ 122,50), com direito a brincar durante um dia inteiro e fechar o roteiro com o famoso desfile dos personagens que marcaram época:

Compras: a parte central de Brisbane reserva ótimas opções de compra, principalmente das lojas famosas

Marylin Monroe, Pernalonga, Piu-piu, Scooby Doo, Batman, Mulher Gato, e muitos outros. Outra atração que não pode deixar de ser conferida por quem passa por Brisbie é o Lone Pine, parque que abriga todos os animais da fauna australiana: koalas, cangurus, o demônio da Tasmânia, emils (nossa ema), dingos (que parece um lobo), woombats (parente dos koalas), crocodilos, cobras, etc. A entrada custa AU$ 30, mas quem apresenta carteira de estudante de qualquer uma das escolas da Austrália paga AU$ 21. O parque é, na verdade, um santuário dos koalas, onde os bichinhos podem ser vistos no habitat natural: dormindo 19 horas por dia e comendo folhas de eucalipto. Além de poder ver de perto e tirar milhares de fotos desses fofos marsupiais, ainda é possível pagar AU$ 20 dólares e tirar foto carregando um deles. A capital de Queensland não é encantadora apenas por suas belas paisagens ou seu ar interiorano, apesar de ser cosmopolita. O verdadeiro charme de Brisbane está nas inúmeras opções de lazer e diversidade cultural que encontramos ao percorrer suas ruas sob o típico sol australiano ou sob suas estrelas, que ajudam a completar a bandeira deste jovem país, que fica aqui, onde realmente o vento faz a curva e nos encanta... Conversão para reais: AU$1 = R$1,75


ARTIGO

QUEM FOI REI, NUNCA PERDE A MAJESTADE! ROBHSON ABREU

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os últimos meses, a grande rede mundial dos computadores deparou-se com mais um fenômeno – a busca em milhares de páginas por notícias sobre a morte do Rei do Pop, Michael Joseph Jackson. Por conta de seu misterioso falecimento, confirmado pelo site de fofocas de celebridades TMZ.com, no início da noite de 25 de junho, a Internet parou, literalmente, com diversos congestionamentos de pessoas no mundo inteiro, inclusive eu, buscando informações sobre o fato, conforme noticiou a BBC News. Já o grande serviço de buscas, Google, após as primeiras notícias sobre o episódio, acreditou que estava sendo atacado por hackers, como ocorreu recentemente com o microblogging Twitter. Imediatamente milhões de internautas que buscavam o nome do astro pop foram surpreendidos com uma página de erro. A página dizia: “sua busca parece ser um requerimento automatizado de um vírus de computador ou aplicação spyware”.

Michael Jackson há muito não ocupava o interesse das pessoas, a não ser por bizarrices ampliadas pela mídia. Suas músicas só tocavam em revivals e lá em casa, claro. Mas a notícia no site de fofocas assustou a todos e foi se tornando uma triste realidade. Muitos acharam que seria mais uma “pegadinha” do jornalismo marrom, dos tablóides sensacionalistas para infernizar Michael. Um complô midiático para vender jornais e elevar o número de acessos do portal.A Internet foi uma espécie de redenção para Michael Jackson e, principalmente, para aqueles que um dia acreditaram que ele molestava mesmo crianças. Até o garoto que um dia processou-o por assédio sexual escreveu em seu blog que tudo não passava de um golpe dos pais para arrancar dinheiro do astro pop. Mas o Google não foi a única grande ferramenta a apresentar o congestionamento em busca de informações precisas. O Twitter ficou fora do ar devido ao volume de pessoas postando comentários. Pouco tempo após os primeiros rumores sobre a morte de Jackson, o nome do cantor já estava no topo da lista dos assuntos mais falados no microblogging. Eu mesmo, quando fiquei sabendo, acessei o TMZ.com e, rapidamente, postei tristemente a noticia no portal PQN. Mesmo sem acreditar na veracidade da notícia, postei. Será que foi o medo de levar um furo? Mesmo tendo a chance de levar uma “barriga”, aceitei a fonte como certa. Infelizmente, dessa vez, o portal de fofocas não estava enganado. Algumas horas digerindo a triste notícia e percebi que em outras redes sociais, como o Digg.com, Facebook, Orkut e o próprio TMZ.com, Michael Jackson tornou-se rapidamente o principal assunto entre os internautas. Além das piadinhas de mau gosto que hoje todos sabem contar. Mesmo depois de quase dois meses após a morte de Michael, a cada momento novos números se somam à história do astro pop na Internet.

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Seus CDs voltaram a vender como antes. Até o Amazon.com registrou recorde de vendas online, zerando todo o estoque. E aí não faltaram aqueles que, no embalo da fúnebre noticia, lançaram produtos com o talento de Mijac. Para o funeral do astro pop, a empresa organizadora contratada pela família Jackson registrou meio milhão de acessos para sortear quem estaria na bonita cerimônia realizada no Staples Center, em Los Angeles, local onde Michael Jackson vinha ensaiando sua nova turnê, a This it! Assim como os convites para os 50 shows acabaram em menos de meia hora, os do funeral também registraram o mesmo feito, porém com maior velocidade. Até hoje, muitos veículos mantêm em seus sites sessões dedicadas ao cantor e mostram altos índices de acesso. A Internet, digo, as redes sociais, estão sendo utilizadas com muita eficácia. Bons exemplos não faltam, como o processo eleitoral de Barack OBama e os protestos ocorridos durante as eleições no Irã, que tiveram grande repercussão pelo Twitter. Com Michael Jackson, as redes foram ainda mais eficazes. Elas conseguiram transformar o rei do pop no rei digital, ou melhor, num grande herói digital. De vilão a mocinho e, querido por todos, o astro passou a ser encarado como um novo fenômeno, agora nas mãos da Internet. Sua irmã, a dublê de cantora La Toya Jackson, afirmou no popular The Sun, que seu irmão valia mais morto que vivo. E, pelo visto, ela tem um pouco de razão. Nunca se falou tanto em Michael Jackson como nos últimos dois meses.

Será que estamos vivendo um imediatismo e instantaneidade em busca do celebritismo perdido? Ou estamos mesmo preocupados com quem está ao nosso lado? A morte deste herói digital foi apontada, em recente pesquisa promovida nos Estados Unidos, como a notícia mais triste entre os americanos, enquanto a eleição de Barac foi o dia mais feliz em quatro anos. Segundo os pesquisadores, Peter Dodds e Chris Danforth, um matemático e um cientista do Centro Avançado de Computação na Universidade de Vermont, o “sensor” monitorou 2,3 milhões de blogs e reuniu frases que começavam com “eu sinto” ou “estou sentindo”. Cada frase recebeu uma pontuação de felicidade desde 1 ponto até 9, dependendo de um sistema de pontos fixados a 1.034 palavras. Por exemplo, “vitorioso” marca 8,87 pontos, “paraíso” 8,72, e “suicídio”, 1,25. Para eles, esse “medidor de felicidade” mostrou que o dia da eleição norte-ame-

ricana, em novembro do ano passado, foi o dia mais feliz em quatro anos com um pico na palavra “orgulhoso”, enquanto o dia da morte do “Rei do Pop” foi o mais triste. O estudo dos cientistas, divulgado no Journal of Happiness Studies, envolveu a reunião de cerca de 10 milhões de frases. Nem na hora de morrer Michael Jackson deixou o posto de majestade de lado. Seu cérebro ainda continua guardado para autópsia. Enquanto seu corpo repousa no gélido necrotério para o enterro que niguém sabe quando será. Mas uma coisa é certa. A vida e morte de Michael Jackson foram conturbadas em todos os veículos de comunicação. A internet serviu para mostrar a verdadeira face do cantor pop, fato que os fãs conheciam bem demais. Eu nunca acreditei nos episódios de assédio, já que o que mais me importava era seu lado artístico e como ele ajudava milhões de pessoas através de suas fundações e projetos sociais. Eu estava feliz em poder ver o astro em sua nova turnê e agora somente me resta puxar em meus arquivos, em minha memória, o show a que assisti em setembro de 1993, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, quando a Dangerous Tour passou pelo Brasil. Se Michael foi um sucesso nos palcos, fora deles não poderia ser diferente. Quem foi rei, nunca perde mesmo a majestade!

O Rei do Pop, título que ganhou de Elizabeth Taylor, nunca lançou um trabalho pela Internet, mas sabia usar a mídia muito bem. Talvez, se tivesse lançado, os acessos não seriam tão volumosos e as redes sociais não veriam tamanho congestionamento durante horas. No Facebook e no MySpace, por exemplo, os números chegaram à beira do absurdo, com altissimos picos de acesso. O Google até bloqueou a palavra Michael Jackson, porque, pelo número de acessos, parecia ser uma invasão de hackers. No Yahoo!, o número de visitantes chegou a 16,4 milhões, superando o recorde anterior, as eleições norte-americanas. Algumas redes sociais ganharam instantaneamente várias comunidades sobre o cantor.

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Doze edições da nossa querida revista PQN. É um orgulho fazer parte desta publicação que cresce a cada dia. Mostrar Sorocaba para todo o Brasil é a minha grande missão e, graças a PQN, estamos conseguindo fazer com que os comunicadores enxerguem nossa maravilhosa cidade. Parabéns para todos nós que, a cada edição, transformamos a nossa PQN na melhor revista da Comunicação! E parabéns aos novos colunistas - Rodrigo Coimbra e Cândida Silva. Sejam bem-vindos à nossa comunidade! Divulgação

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SOROCULT A criadora do site Sorocult, Martins, foi Neusa Padovani Martins uma das grandes entrevistadas do Provocare FM. A página, considerada o maior espaço virtual literário e cultural gratuito de Sorocaba, tem incentivado e divulgado os escritores da região, que podem publicar suas obras. O programa vai ao ar toda sexta-feira, às 15 horas, pela Rádio Cruzeiro FM (92,3 Mhz), com reprise no sábado, às 10 horas. Acesse também o portal da rádio para escutar o programa. O endereço eletrônico é o www. cruzeirofm.com.br. Provocare é apresentado por Míriam Cris Carlos, tem a direção de Werinton Kermes, trabalhos técnicos de Fábio Costa, produção de Luciana Lopez e assistência de produção de Samira Galli. al

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LIVRO NOVO

“Erotíssima” é o nome do livro de poemas da jornalista, escritora, psicóloga e poeta Clevane Pessoa de Araújo Lopes, lançado durante a XIV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, pela Oficina Editores. Neste livro, ela abre as comportas de um sutil erotismo, onde busca estar no limiar entre a sensualidade plena, sem ultrapassar limites que descambem para a pornografia. Isso não significa moralismos de qualquer espécie, apenas obedece à sua estilística.

RAÍZES O livro “Um Estudo Sociolingüístico das Comunidades Negras do Cafundó, do Antigo Caxambu e de seus Arredores”, do professor Sílvio Vieira de Andrade Filho, chegou à sua segunda edição, e teve relançamento realizado na Câmara Municipal de Sorocaba. Na noite do evento, o grupo Mantendo a Tradição, formado por integrantes da Orquestra de Viola Caipira de Votorantim, se encarregou de mostrar boa música raiz. Com recursos próprios, o escritor produziu 500 exemplares da obra que está à venda na Livraria Pedagógica ou por meio do email: vieira.sor@terra.com.br.

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SEMANA DO ESCRITOR

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Sorocaba recebeu, de 21 a 25 de julho, na Fundação de Desenvolvimento Cultural – FUNDEC - a Semana do Escritor, tradicional evento cultural idealizado por este colunista. Em sua quinta edição este ano, foram 18 livros lançados, 15 palestras e duas mesas-redondas durante os cinco dias de promoção. O encontro se tornou uma referência por oferecer livros a preços especiais e com a possibilidade dos leitores adquirirem exemplares autografados, além de um congraçamento entre todos os sorocabanos.



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Jornalista, assessor de imprensa, ministra oficinas de TV, além de escrever para o jornal Sem Fronteiras. Confira seu blog pelo http://robsonfraga.uniblog.com.br

ULTIMATO! URGENTE!

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uitas vezes pecamos em acreditar que tem que vir do outro a nossa oportunidade de melhora, de crescimento. Acreditamos sempre que fizemos a nossa parte e que, se tudo está errado, não temos culpa. Até mesmo o Sol brilha por pura obrigação! E as tempestades, essas são culpa dos outros. Pedimos novas oportunidades de trabalho, mas esquecemos de recordar os erros anteriores para usufruir de forma consciente daquilo que está por vir. Sem perceber, tornamo-nos rudes, frios, duros e nada pragmáticos. Exaltamos, ainda que inconscientemente, os erros e aflições dos outros. Estiramos o dedo sobre a ferida alheia sem oferecer um antídoto contra o mal. Mas sempre que a pedra nos dói no pé pedimos colo. Assim é a vida. O cotidiano. O dia-a-dia. Nossa visão turva nos impede de enxergar as oportunidades que estão à nossa frente. A cada esquina nos deparamos com cidadãos vendendo balas, catando recicláveis, expressando-se artisticamente em troca do pão. São “desavergonhados” que sabem o valor do arregaçar as mangas. São cidadãos à espera apenas do dia de amanhã.

Indiferentes à causa, continuamos batendo às portas das empresas, mandando e-mails, escrevendo blogs, acessando o Twitter, participando das inúmeras dinâmicas em grupo. Acordando cedo para enfrentar mais uma fila na porta do Serviço Nacional de Empregos (SINE).

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As pesquisas oficiais apontam queda no desemprego e aumento do número de carteiras assinadas no Brasil. E, mesmo que não conheçamos ninguém que tenha conseguido arranjar emprego em suas áreas de formação nos últimos anos, damos crédito a elas e esperamos a nossa oportunidade. Não está na hora de mudar um pouco este quadro? Todos os dias vemos manchetes versando sobre demissão nas grandes redações do País. São colegas que contribuíram anos e anos para o crescimento de jornais, revistas, rádios e TVs e que agora vão engrossar o coro dos descontentes. Centenas de profissionais que vão acordar e esperar. Mover-se, vez em quando, em direção à fila do SINE mais próximo, sem qualquer perspectiva de melhora. Vamos parar de esperar e agir. Somos comunicadores. Precisamos mostrar ao mundo que podemos mudá-lo, sim, começando do nosso próprio umbigo. Vamos meter as mãos na massa. Criar nossos veículos de expressão. As oportunidades estão diante de nós, só precisamos enxergá-las. Se não podemos escrever para os leitores do nosso Estado, então vamos colocar nossos rabiscos nos jornais de bairro. Se não podemos falar nas ondas das grandes AMs e FMs, então recorramos às rádios comunitárias. Se nossa imagem passa credibilidade, estão aí as WebTvs e os canais fechados. Agora, se precisamos de multidões, que tal utilizar o Twitter para que nos sigam

através dos nossos blogs? Ah, podemos ainda refletir a imagem dos outros através da nossa assessoria. Precisamos nos mexer. Acabaram de rasgar nosso DIPLOMA, mas não conseguiram tirar-nos o conhecimento. Esse é só nosso e podemos ainda comercializá-lo. Não há mais exigência do curso superior para exercício do jornalismo, mas é preciso estar preparado. Essa é mais uma oportunidade: vamos preparar os novos “jornalistas”.Vamos dar aulas, que tal? O importante é parar de esperar que tracem o nosso caminho. Vamos pôr o pé na estrada. Lutar pela nossa vida, gente! Se for preciso, vamos pra rua catar papelão, Pets, alumínio, ferro... Dançar, cantar, recitar poesias nas praças. Vender pamonha, refrigerante e pipoca nos sinais. Ou, então, deixar a preguiça e o comodismo de lado e fazer jornalismo de verdade e independente! A escolha é nossa!




RODRIGO COIMBRA

Nossa segunda edição da coluna! Maravilha! Nem acredito que agora, sou, de fato, colunista da PQN. É bom demais estar por aqui contando para vocês como é o mercado nordestino da Comunicação. E nada melhor que a nossa revista para mostrar aos comunicadores brasileiros o potencial dos profissionais da região Nordeste. Participe da coluna, mande suas sugestões para nordeste@pqn.com.br Tô esperando eim!

UNIT NA REDE A equipe de marketing e comunicação da Universidade Tiradentes está ligada nas novidades que a web proporciona. Interada da importância do marketing digital, a Unit criou seu endereço no Twitter e no Youtube - onde disponibiliza informações sobre o meio acadêmico, suas atualizações jornalísticas, matérias e vídeos produzidos por alunos, além das principais campanhas publicitárias. Aos poucos, novos internautas vão descobrindo essas ferramentas de acesso à informação acerca do mundo acadêmico e, a cada dia, o número de acessos é maior.

ENSECOM Em setembro será a vez do Encontro Sergipano de Comunicação – Ensecom. Em sua 14ª edição, o evento será realizado entre os dias 21 e 25/09 na Universidade Tiradentes e terá como tema a “Comunicação e Inovação na Contemporaneidade”. Além de palestras, o Ensecom contará com diversos minicursos e oficinas, que são ministradas por profissionais da área e professores. Marcelo Conde, da W/Brasil; Cleber Paradela, diretor de criação da Agência Tudo; Leandro Lopes, jornalista da Rede Minas de Televisão; e Angelina Nunes, jornalista investigativa no Globo, além de ser presidenta do ABRAJI são alguns nomes confirmados. Interessados podem conferir mais informações pelo twitter: http://twitter.com/ensecom

FAZENDO A FEIRA A agência de publicidade aracajuana Inter Marketing, que tem à frente o mineiro Luiz Sérgio (radicado há 20 anos em Sergipe), está alçando voos cada vez mais altos. Uma das suas últimas empreitadas foi a campanha nacional do 5º Feirão da Caixa, a feira da casa própria. Com o mote “Vai ter mudança na sua vida”, a agência criou, além das peças gráficas e eletrônicas, uma ação de marketing diferenciada. Trata-se de um outdoor itinerante: um caminhão-baú plotado com a programação visual da campanha que circula diariamente pela cidade. O veiculo faz um link direto entre a aquisição de um imóvel e a mudança que isso representa na vida das pessoas.

RECONHECIDOS Hoje tem marmelada? E Circo da China? Aracaju começa a mostrar seu potencial quando o assunto é assessoria de imprensa. Uma das jornalistas que vem se dedicando a este ramo é Ayale Andrade Andrade, que tem conquistado bons cases na capital sergipana. Há dois anos no mercado, ela realiza a A.I da RD Produções, que movimenta o cenário cultural na cidade. Vale citar a vinda do Circo Nacional da China – que realizou cinco sessões em solo sergipano. O humorista global Renato Piaba é outro que leva a assinatura da RD Produções e da jornalista. Nova no mercado, mas com grande visão de titãs, Ayale revela que é preciso conhecer o cliente e fazer uma análise do todo, buscando sempre os pontos relevantes para a sociedade e assim, transformá-los em notícia.

E POR FALAR EM FORRÓ... Recém-publicado, o site de São João, da Infonet, já começou a colecionar elogios do mercado. Há sete anos o portal realiza a cobertura dos festejos juninos sergipanos em tempo real. Nos dias de festa a turma da Infonet monta uma estrutura local nos principais forródromos do Estado, onde fazem a cobertura com entrevistas, matérias, galeria de fotos e outras dicas para os forrozeiros. O projeto visual é da Teaser e a jornalista coordenadora é a Carol Madureira. Quem quiser conferir pode acessar www.infonet.com.br/saojoao

COPO CHEIO O publicitário Valtércio Paixão sempre sonhou encontrar um lugar ideal para tomar aquela gelada acompanhada de um tira-gosto BBB (bom, bonito e barato). Melhor ainda, se com a possibilidade de assistir a clipes, propagandas e shows de rock, além daquela sinuquinha para descontrair. Assim sendo, Valtércio inaugurou o Boteco do Rock.Vale a pena conhecer! Segundo o proprietário, “publicitários e roqueiros agora já têm onde fazer um happy hour decente”.

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Agora o famoso pão de queijo ganhou um tempero que faltava: nossa deliciosa coluna Dendê! Boas notícias da Bahia daqueles que fazem a Comunicação aqui na terrinha. Adorei o convite Robhson Abreu. Novidades da publicidade, do jornalismo, relações públicas, marketing e fotografia. Tudo de bom que a Bahia tem! Escrevam para mim: candida@darana.com.br ação

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NOVIDADES NO CORREIO I O jornal Correio, que completou 30 anos, continua fazendo mudanças na redação. Depois de ter trazido, há dois meses, o jornalista Sérgio Costa, da sucursal Rio da Folha de São Paulo, para assumir o cargo de diretor de redação do diário, agora é a vez de três novos colunistas. A coluna social Gente, que era assinada por Valdemir Santana, agora se chama Vip, e tem como titular a mineira Telma Alvarenga, profissional que já passou por Veja e Veja Rio e que também integrou equipes das colunas de Danuza Leão, Márcia Peltier, Ricardo Boechat e Joaquim Ferreira dos Santos. “Estou adorando morar em Salvador. Quero a coluna com a cara da cidade: cosmopolita e apaixonada pelas coisas da Bahia”, conta Telma. Com a chegada de Telma, a coluna é publicada de terça a domingo.

NOVOS VOOS I

Cris Montenegro deixa a Varjão Associados para se dedicar exclusivamente à Editora Canal 2, em que já estava há cinco anos e onde edita as revistas do Yacht Clube e Acomac-BA/CDL Salvador. E a Canal 2 está preparando sua nova página na web em parceria com a Setweb.

NOVOS VOOS II

Após dois anos e meio à frente da Diretoria de Relações Públicas da Via Press, Elísio Lopes Jr. Assume a Diretoria de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Cultural Palmares. Assim, nosso amigo está de malas prontas para Brasília, onde fica pelo menos até o final de 2010. Em seu lugar assume a gerente de Relações Públicas, Isabela Britto.

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NOVIDADES NO CORREIO II Para escrever a coluna diária “Emerson, o que a Bahia só sabe aqui”, o Correio contratou outro mineiro, o radialista e apresentador Emerson José, que já foi apresentador do televisivo BATV, da Rede Bahia, retransmissora da Rede Globo, e foi vereador por três mandatos consecutivos em Salvador. O colunista, que atualmente apresenta o programa Fala Bahia, foca as notícias no universo da política local e nos principais assuntos do cotidiano da capital baiana. Outra novidade foi a contratação da designer Renata Fernandes, que assina aos domingos, no caderno Bazar, suplemento de variedades do jornal, o espaço “Coisas”, trazendo dicas de objetos inusitados garimpados mundo afora, além de mostrar como o tema está inserido no cotidiano de todos.

PUBLIMÍDIA EM SALVADOR Quem acha que MSN é só para marcar aquela cervejinha de fim de tarde, ledo engano. Num bate-papo virtual com o publicitário Lúcio Flávio, responsável pela Publimídia, descobri que a empresa não só está ampliando suas instalações com uma nova sede, como também está abrindo novas frentes no mercado.A agência, que possui hoje o maior portfólio de mídia do Estado, acaba de adquirir a franquia da Loja Imaginárium, no Salvador Shopping (capital baiana). Vale ressaltar outros clientes que levam o selo Publimídia de qualidade: Governo Federal, Governo de Sergipe, Prefeitura Municipal de Aracaju, Marata, Construtora Norcon e outras.

MINEIROS NA BAHIA E os jornalistas mineiros não param de chegar à Bahia. De volta a Salvador depois de ter atuado em redações da capital baiana há 13 anos, Katja Polisseni,, que foi da redação do O Tempo e Gazeta Mercantil em Belo Horizonte, está atuando como free-lancer para publicações especiais do grupo A Tarde. Outra mineiríssima é Virna Laura (foto), que chega de Recife para integrar a equipe de comunicação da Oi soteropolitana.


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Queridos amigos, é sempre um prazer estar em mais uma edição da nossa maravilhosa PQN. Quero dar as boas-vindas aos novos colunistas - Rodrigo e Cândida - e dizer que será bárbaro dividir nossa publicação com os comunicadores do Nordeste que, aliás, gosto demais e tenho enorme carinho. Estamos conquistando o Brasil e mostrando o verdadeiro sabor deste delicioso Pão de Queijo, sinônimo de muita, mas muita qualidade! Escrevam para mim: taniafmiranda@pqn.com.br

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E DÁ-LHE TWITTER Daniel Tussini, responsável na IBM Brasil pelo relacionamento com clientes dos Estados Unidos e Canadá, reuniu vários comunicadores no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro para falar sobre a utilização do Twitter na comunicação corporativa. Segundo ele, o Twitter vem sendo usado cada vez mais pelas empresas em todo o mundo como um instrumento de comunicação com seus públicos. O Brasil já chega à marca de um milhão de usuários, de acordo com números do Ibope/NetRatings. A palestra foi uma realização do Clube de Comunicação em parceria com o sindicato carioca.

NOVA CONTA

A equipe de Ligia Schuback assumiu a assessoria de imprensa do Grupo Allight Design.A empresa prepara um evento de lançamento da nova linha do grupo: as Luminárias Climar Prestige, fabricadas pela Jasmim Glass Studio, de Portugal. O atendimento da conta está a cargo do jornalista Marcelo Guidine.

BODAS DE PRATA Para comemorar 25 anos de mercado, a Insight Engenharia de Comunicação criou uma campanha com ações programadas para acontecer ao longo de todo o ano. Foi desenvolvido um hotsite (www.insightnet.com.br/25anos) que documenta toda a trajetória da empresa em uma linha do tempo, com destaque para os principais trabalhos desenvolvidos desde a sua fundação. O site também vai ganhar uma biblioteca virtual, onde o visitante poderá ter acesso a diferentes conteúdos produzidos pela agência, como livros, áudio de entrevistas e reportagens.

CAMPANHA NOVA

A Heads Propaganda acaba de lançar voluntariamente a campanha “Jovens empreendedores” para a Junior Achievement, conhecida por semear o espírito empreendedor no jovem quando ele ainda está na escola, cultivar o seu desenvolvimento pessoal e ter como frutos profissionais qualificados e de destaque no mercado empresarial. Foram desenvolvidos comercial de 30” que vem sendo veiculado na RPC, além de spots, anúncios em revistas e jornais, MUB e banners de internet. Parabéns para a direção de criação de Kike Borell.

OPORTUNIDADE

O Instituto Interdisciplinar Rio Carioca está recebendo propostas para a realização de cursos abertos. Se você tem um programa bem interessante e quer realizá-lo em parceria com a entidade, envie o programa detalhado e currículo para yolanda@ventoseventos.com.br com cópia para comercial@institutoriocarioca.org.br. As áreas de atuação são o desenvolvimento humano, gestão de pessoas, comunicação, responsabilidade social e outras.

NAS ONDAS DO RÁDIO A SulAmérica Seguros estreou sua rádio FM na Cidade Maravilhosa. Há cinco anos no ar, a emissora Paradiso (95,7) passou a se chamar Sul América Paradiso, em uma parceria entre a seguradora e o grupo Dial Brasil, que controla a emissora. Com a iniciativa, a Sul América será levada para mais de 860 mil ouvintes da Paradiso FM, sendo 52% das classes A e B e 81% da faixa etária de 25 a 59 anos nos proximos tres anos. O projeto foi idealizado pela MPM Propaganda, agência de publicidade da Sul América, em conjunto com a Paradiso. A empresa preparou uma campanha que envolverá TV, mídia impressa e peças de mobiliário urbano distribuídos por 250 pontos nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. Em nossas páginas o anúncio ficará lindo. Já imaginaram? Ouça: www.sulamericaparadiso.uol.com.br

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Parabéns para todos os colaboradores da PQN! E olha que eu venho acompanhando o crescimento da revista desde a segunda publicação. Como nossa PQN cresceu e ganhou mais conteúdo. É um orgulho, sempre, estar aqui com vocês e somando boas informações em uma publicação que é nossa, que tem a nossa alma, o nosso fazer profissional. Obrigado a todos que participaram e continuo esperando sua colaboração! Quer participar? Então envie um e-mail para mim: dzzimer@pqn.com.br CONFERP PESQUISA PROFISSIONAIS Com o objetivo de analisar e identificar o perfil dos Relações Públicas brasileiros, o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP) está realizando uma pesquisa que será utilizada como ferramenta para atualização dos dados dos profissionais registrados nos Conselhos Regionais e fortalecimento da profissão junto ao mercado de trabalho. Para participar e ajudar a fortalecer nossa profissão, o formulário on-line esta disponível, em www.siconferp.org.br/atualiza EDUCAÇÃO SOCIAL NA PRÁTICA Provando que as relações públicas têm tudo a ver com responsabilidade social, os alunos do 1º período do curso de RP da Universidade de Sorocaba, na disciplina de Introdução a RP, desenvolveram jornais murais para cinco organizações não governamentais da região. Após a apresentação dos projetos para uma banca, os futuros relações-públicas finalizaram os jornais murais e os doaram as instituições como Pacin, CIM Mulher, Projeto Pérola, Fundo Social de Tatuí e o Centro de Educação Infantil Educandário Santo Agostinho. CINEMADA De 24 a 26 de agosto, os alunos do 4º período do curso de Relações Públicas do Centro Universitário Sant’Anna, realizam a V Cinemada de Comunicação. Este ano com o tema Curta: forma e Sentidos, os alunos pretendem debater o formato curta-metragem sob a ótica e sentidos de cada habilitação da Comunicação. Além disso, serão exibidos curtas metragens com temáticas relacionadas aos portadores de necessidades especiais. Já estão confirmadas as presenças de Marco Aurélio Ribeiro da Costa da Rede Brazucah, Leonardo Godoy do MobileFest, Fabiana Grieco da AllTV, Christian Petterman do programa “Todo Seu” e Lúcio Flávio Spinelli, da Uniso. Em 2008, a Cinemada contou com o apoio da nossa PQN e a presença de Robson Abreu durante o evento. Acesse: www.cinemada.iviweb.com.br

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Arquivo PQN

NEGRA LATINA A estudante do 7º período do curso de Relações Públicas da UniSant’Anna, Daniele Coelho, foi escolhida para representar o Estado de São Paulo no concurso Miss Brasil Latina 2010, que será realizado no fim do ano, em Recife. Ela, que é modelo e está desenvolvendo seu projeto experimental em um grande shopping de Sampa, quer unir a experiência como modelo ao seu aprendizado em RP para levar o título nacional e internacional, respectivamente, provando que uma negra pode representar a beleza da mulher latina. Para isso, está produzindo um vídeo apresentado em inglês e espanhol, no qual explica a contribuição da raça negra para a formação da cultura e identidade latino-americana. Se vencer o concurso nacional, Daniela representara nosso país em Punta Cana, na República Dominicana, em maio de 2010. Estamos na torcida! Acesse: missbrasillatina.blogspot.com/

BRAND EQUITY Faz tempo que profissionais de Marketing, Publicidade, Design e Relações Públicas brigam para definir quem cuida do gerenciamento da imagem e das marcas - Branding. Porém, um novo conceito do Marketing, o Brand Equity, apoiado ainda por décadas de experiência do publicitário norte-americano All Ries, reforçam a importância de RP e sua função de gestor da Marca. Quando se fala em marca, logo pensamos em um logotipo e um nome (Design/Publicidade), sim, está correto! Mas hoje não é apenas isso que envolve marca em uma sociedade globalizada. Assim como a satisfação de consumo dos clientes (Marketing) afeta e valora as marcas, são os stakeholders que reconhecem e diferenciam a qualidade e projetam a imagem em relação à concorrência dentro do objeto estratégico das empresas, por meio das diversas ações, como alinhamento da identidade organizacional a imagem institucional e comercial, responsabilidade social e governança corporativa (Relações Públicas). Construir Brand Equity é construir uma experiência direta do cliente com o produto ou serviço, porém é mais que isso; é, ao longo do tempo, criar valor para a marca, tornando-a crível e fazendo com que todos percebam a imagem da mesma forma da identidade. No Brasil, segundo pesquisa divulgada em Comunicadores. Info, as dez marcas mais fortes são, por ordem: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Natura, Skol, Brahma, Petrobras, Antártica e Vale.


Arquivo Pessoal

Jornalista, escritor e poeta. Autor de vários livros, entre eles “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adaptado para o cinema, e “Rir ou chorar”, que desvenda os bastidores do cinema brasileiro.

INTRIGAS NO TWITTER P

ostei no meu Twitter a seguinte mensagem, sem qualquer ousadia: “O incerto futuro de um jornal impresso é o pano de fundo do suspense Intrigas de Estado. Coincidência com a Gazeta Mercantil?” A pergunta – de certa forma, ambígua e incompleta – tinha como objetivo apenas propor uma reflexão aos meus 4.000 seguidores. Mas,o cenário tomou um rumo totalmente diferente – o que era uma pergunta singela transformou-se em uma enquete de dimensões profundas. A mensagem, além de ter sido respondida por quase todos os seguidores, foi retwittada, por diversas pessoas e revelou um dado no mínimo curioso: para 85%, o episódio mostra que o jornalismo perdeu força e credibilidade. Os restantes 15% defenderam – quase na mesma proporção – dois cenários, que se investigados poderiam explicar a falência do jornal paulista: a Gazeta tinha uma linguagem muito econômica e faltavam análises importantes sobre temas atuais.

Todos esses três grupos apresentaram um cenário fundamental para o jornalismo, mas vou me deter à maioria. Reparem que, quando afirmaram que o jornalismo perdeu credibilidade, as pessoas afirmaram também que as social medias, constituídas, principalmente, pelo Twitter, Facebook, blog, Listal, Delicius, Orkut, You Tube e MySpace, entre tantas outras, não produzem conteúdo jornalístico. Isso porque a utilização deste tipo de ferramenta cresce ano a ano e tem, portanto, sua credibilidade acentuada. Pesquisa da Nielson Online aponta, por exemplo, que no Brasil mais de 80% dos usuários de Internet já frequentam redes sociais, um número maior do que a média mundial, que é de 67%. Outros resultados deste estudo também sustentam os investimentos neste universo tecnológico. No mundo, as pessoas ficam conectadas 11 horas por dia na internet e dedicam apenas uma hora às redes sociais. Já no Brasil, o número surpreende: a cada

quatro horas, uma é dedicada às social medias. Mas, repare você, leitor, que muitas empresas e assessorias de imprensa produzem conteúdos – texto e vídeos – específicos para Twitter, Facebook, Blog, etc. Viu que curioso? O público consome informação sem saber que se trata de notícia. Talvez esteja ai o grande segredo do jornalismo atual. Enganar o público? Não! Apenas tornar as informações mais leves e divertidas. É sobre isso um pouco que aborda – indiretamente – o filme Intrigas de Estado. Recomendado para quem aprecia boas histórias de jornalismo, o longa de Kevin Macdonald é feito em detalhes e cada cena mostra muito mais do que um simples diálogo. É preciso, portanto, mergulhar em profundidade nos objetos, questionar cada acontecimento e, principalmente, duvidar da montagem do roteiro e de sua amplitude.


É, gente, nossos “causos” não param e não têm como parar. Comunicador que se preze tem sempre que dar um fora. Foca ou experiente, não tem jeito. A gargalhada é garantida. Mas, pra gente rir, você precisa enviar seus “foras” para o meu e-mail: paularangel@pqn.com.br

Paula Rangel Nesta edição, uma homenagem ao nosso saudoso Marco Antônio Brandão, o querido Marquinho, que faleceu recentemente. “Dois olhos azuis que acompanham o sorriso sempre aberto! Abraços calorosos. Parem tudo! Hora de ouvir um amigo. Nada era mais importante para Marquinho que abraçar, fazer festa, ouvir e contar uma história. Um amigo que nos deixou muitas saudades!”

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Homicídios de Belo Horizonte era uma espécie de força-tarefa, sempre acionada para os crimes de impacto em todo o Estado. E apurava e resolvia.A média de resolução dos crimes superava os 95%. Claro, isso aconteceu antes do tráfico dominar o país, o Estado, as cidades. Hoje é praticamente impossível apurar uma execução provocada por disputa de pontos ou dívidas com traficantes. Porque eles chegam visando o alvo, com armas muito mais poderosas, e acabam assassinando quatro, cinco, seis. Gente que estava no bar na hora errada. Família reunida em casa com o filho, usuário de droga. Morre até criança. Criminosos de moto, encapuzados, que não fazem distinção em quem atiram. Seis homicídios por dia. Naquele tempo, tínhamos no máximo seis crimes por semana. Segunda-feira era o dia de, todos os repórteres irem cedo ao D.I. ler as ocorrências, comentar os casos mais escabrosos. Cada um tentando uma informação diferenciada, um dado a mais que os colegas não tivessem. E com a inteligência apurada, sensitiva, experiência, e o sorriso que desarmava colegas e policiais, ele sempre estava na frente... Mas posso contar também o grande fora do Marquinho, coisa tão rara que ele foi motivo de gozação durante semanas. Um crime. Um assassino de moto. Uma vítima ligada a um policial. Sozinho, Marquinho pesquisou a vida pregressa do policial E descobriu que ele havia sido jurado de morte por um famoso bandido, terror de BH, que não estava preso. E estampou

Lúcio Carvalho

o nome do cara como suspeito. O que o Marquinho não sabia é que, meses antes, numa troca de tiros, o cara tinha sido atingido e estava paraplégico, Jamais teria condições de sair por aí de moto, executando vítimas. Estava numa cadeira de rodas, sem condições nem de se cuidar sozinho. Quando o jornal saiu, a família do “suspeito”caiu de pedra no experiente repórter. Que chegou no dia seguinte ao D.I, tentando consertar o sorriso amarelo, mas já era esperado na beira da escada por todos os colegas, que não perderam a – única que eu saiba – oportunidade para tirar sarro da barriga cometida. Ele só ria, entrando na onda. nem tentou se justificar, sabia que tinha feito bobagem. O delegado acabou de enterrar a zoação, dizendo: Olha, Marquinho, infelizmente não poderei chamar o seu suspeito para depor aqui. O elevador está estragado – rotina no DI – e a Homicídios fica no quarto andar. Não dá para o cara subir. Fica pra próxima, ta?” Enquanto todos caíam na gargalhada, ele sorriu com aquele brilho no olhar e aguentou o tranco, sem perder a alegria, o bom humor.” Fica pra próxima então, doutor.” Ah, Marquinho, fica pra próxima então. Porque sua grande qualidade, meu amigo, além desse extraordinário bom humor, humildade a disposição em ajudar, era não levar a vida tão a sério, não se dar ares de importância, procurar bons e alegres momentos e trabalhar no seu melhor – até para levar o fora nosso de cada dia. E que dê a mão à palmatória quem nunca deu o seu...




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