PQN 15

Page 1

TECNOLOGIA

Com a Internet, as empresas descobriram novas ferramentas para reinventar a Comunicação Interna.

OPINIÃO

Sem diploma, mas com carteira nova. Identidade profissional divide opiniões dos jornalistas.

PROFISSÃO

Todo comunicador tem um pouco de ator e vice-versa. A Comunicação e o Teatro se completam?

Mais uma jornalista no BBB O reality show mais conhecido do planeta atrai milhares de profissionais e os comunicadores não fogem à regra. O que é que atrai um jornalista a participar do programa de TV mais criticado, justo pela nossa categoria? A escolha pode custar caro, mas também abrir novos mercados de trabalho e pagar as dívidas dos que estão em dificuldades.


Nada melhor que reunir os amigos ‘ para contar que a família cresceu. Wäls Quadruppel. A mais recente criação da Wäls para os apreciadores da boa cerveja. Primeira cerveja nacional no estilo, a Wäls Quadruppel é maturada em carvalho francês e na genuína cachaça mineira, proporcionando aroma e sabor suavemente amadeirados, com um toque brasileiro. Como parte final do processo, a Wäls Quadruppel é refermentada na própria garrafa.

APRECIE COM MODERAÇÃO.

Wäls. Uma família tão nobre quanto o seu paladar.

www.wals.com.br | 31 3443-2811

Belo Horizonte | Minas Gerais

Cervejas Especiais


. O G LE

Ô F . NTE O O Z I R OR E O H L D E IL. B S R E A D E R A P O B ITUR D E E F E O D PR TIC É Á DA M O I E T ÁR O NOV

AQU

AIO O M

R

ÁR U Q A

IO

Venha conhecer o maior aquário temático do Brasil. Uma viagem pelo Rio São Francisco, com seus mistérios, belezas e histórias. São 22 tanques, um milhão de litros de água e diversas espécies. Tudo isso para você conhecer, descobrir e ajudar a preservar uma das maiores riquezas do Brasil. Zoológico de Belo Horizonte Av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha De terça a domingo, das 9h às 16h Informações: (31) 3277-7191 www.belohorizonte.mg.gov.br


Tomara que você goste!

EXPEDIENTE

Todas as mudanças devem ser encaradas de forma positiva, ainda mais aquelas que são para melhor. PQn 15 representa este momento de mudanças e transformações. novas atitudes, layout, posicionamento e sustentabilidade. é legal isso, pois mostramos para nós mesmos comunicadores que somos - e para o mercado, que estamos crescendo com qualidade, responsabilidade e honestidade, muita honestidade, ética e transparência. A décima quinta edição representa essa mudança do começo ao fim. nova fonte de letra, colunistas e articulistas - destaque para Rodrigo Saturnino, mestrando em Redes Sociais em Portugal -; a coluna Pauta Jurídica, da jornalista e advogada Kátia Gontijo e também, o jeito blog de ser de Wander Veroni, com sua coluna Pão de Queijo com café. nossa intenção é trazer sempre novidades com os melhores profissionais do mercado da comunicação. E olha que foi difícil escolher esses maravilhosos comunicadores. A nossa salva de palmas para eles! nesse ritmo de novidades estão também as estratégias de comunicação interna que, agora, apostam na internet para criar novas ferramentas de interação entre o público. Sai o “antigo” jornal mural e entram as modernas telas de lcD, proporcionando dinamismo e criatividade no ambiente de trabalho. Algumas vezes - mostram especialistas - é possível fazer o endomarketing gastando muito pouco. Basta acreditar em soluções baratas como as que são ofertadas na internet. Mas, para alguns que estão chegando ao mercado de trabalho, a frustração mesmo tem sido o aumento de preço da carteira profissional emitida pela Fenaj. A Federação, após discussões com seus diretores e sindicatos, lançou o documento ao custo de R$ 300,00 para não sindicalizados, R$ 150,00 para sindicalizados inadimplentes e R$ 75,00 para aqueles que estão em dia com o sindicato. Em minha modesta opinião, acho que a Fenaj deu um tiro no pé. A entidade deveria ter esperado um pouco mais (sei que estavam acontecendo fraudes, entre outros problemas) para lançar a identidade, pois atualmente nosso diploma não está valendo nada. isso perante a lei, porque, pra mim, ele vale, e muito! Acredito que, se a PEc do Jornalista for aprovada, todos nós teremos orgulho em fazer e pagar pelo documento. Mesmo assim, é preciso aguardar os acontecimentos, os desdobramentos dessa novela que dura quase uma década. Triste isso, né? é nessa hora que concordo com Ana Angélica Martins Marques, a Angélica do BBB10. Ela, que diz ter tirado férias do jornalismo e entrou para o programa por falta de grana, está aproveitando seus mais de 15 minutos de fama para alavancar a carreira, contrariando assim os milhares de comunicadores, principalmente os jornalistas que detestam o Big Brother Brasil e outros reality shows. Enquanto isso, a ‘Morango’ de Uberlândia vai trilhando seu caminho e mostrando que um dia fazemos notícia e, no outro, somos a própria notícia!

Editor-chefe: Robhson Abreu Edição: Robhson Abreu e Pedro Paulo Taucce Revisão: Pedro Paulo Taucce Projeto gráfico e diagramação: Robhson Abreu Artes: Lúcio Carvalho e Robhson Abreu COLABORADORES: André de Abreu - Cristina Sanches - Fabiana Moreira Francisco Tovo - José Aloise Bahia - Kátia Gontijo Lúcio Carvalho - Márcio Reis - Mirna Tonus Paula Rangel - Petrônio Souza - Raphael Chaves Robson Fraga - Rodrigo Capella - Rodrigo Saturnino Valéria Flores - Wander Weroni SUCURSAIS: BAHIA: Cândida Silva NORDESTE: Rodrigo Coimbra RIO DE JANEIRO: Tânia F Miranda SÃO PAULO: Daniel Zimmermann SOROCABA: Douglas Lara e Sonia Maria G. Orsiolli VALE DO AÇO: William Saliba

“Todos os textos publicados na revista PQn tiveram seus direitos autorais doados pelos seus autores, não tendo esta publicação qualquer ônus por parte de cada autor/colaborador”.

PUBLICIDADE: Para anunciar: (31) 8428-3682 ou 2127-4651 publicidade@pqn.com.br ASSINATURA: assinar@pqn.com.br Pessoa física: R$ 70,00 para 4 edições Pessoa jurídica: R$ 120,00 para 4 edições CARTAS À REDAÇÃO: cartas@pqn.com.br Acesse o site: www.pqn.com.br

é isso aí. Boa leitura! Robhson Abreu Editor

4

A Revista PQn - Pão de Queijo notícias é uma publicação da PQn Editora ltda., cnPJ: 11.385.415/0001-47


Participe! Mande seu comentário para: cartas@pqn.com.br Sugestões de pauta também serão bem-vindas.

“Ver o trabalho reconhecido é motivo de orgulho e satisfação profissional. Contar com a aprovação e apoio de vocês, respeitados jornalistas, é ter a convicção de estar no caminho certo, de atuar com transparência e ética. Exercer com paixão o jornalismo em prol do terceiro setor é motivador, é vivenciar a comunicação social em sua essência. A revista PQN acredita no papel relevante dos comunicadores e o faz com muita competência, com notícias interessantes, conteúdo especializado e layout atrativo. A PQN tem sabor de quero mais e merece sempre o indispensável acompanhante - o bom cafezinho mineiro!” Flávia Freitas Assessora de Imprensa do Salão do Encontro - Betim-/MG “Adorei a 13ª edição. Muito bem pesquisada sobre o lamentável equívoco do Poder Judiciário em manter a decisão de isentar a formação acadêmica. O Lúcio Carvalho, a Priscila Armani e você, caro amigo, merecem meus cumprimentos e elogios”. Sônia Brazão São Paulo/SP

“Quando vejo o crescimento e o alcance da PQN sinto-me lisonjeada de ter participado um pouco da história dessa revista e, principalmente, de ter conhecido um guerreiro jornalista como Robhson Abreu. Essa ferramenta auxilia no relacionamento e na união da categoria, abordando temas atuais e super interessantes. Prova disso é a reportagem sobre Marketing Infantil. Quantos bilhetinhos não foram espalhados pelas casas implorando uma Caloi? A regulamentação de propagandas infantis não é regime ditatorial e sim uma atitude de respeito à formação de cidadãos mais conscientes”. Fernanda Cordeiro Belo Horizonte/MG “Ela chegou devagarzinho. A ideia do PQN começou preenchendo nossa caixa postal como uma newsletter. Hoje, já temos, além dela, esta belíssima revista. Sempre quentinha, já faz parte do nosso café da manhã! A cada edição me surpreendo com os toques mágicos dos autores, repórteres, fotógrafos, diagramadores, designers, etc. Todos merecem um muito obrigada! Parabéns ao Robhson, editor de qualidade, que faz a comunicação em Minas acontecer também nas entrelinhas. Sucesso sempre!” Renata Amorim Repórter programa Betim é Mais Prefeitura de Betim/MG

“Quero parabenizar a décima quarta edição da revista PQN e o jornalista Lúcio Teixeira pela matéria ‘Em busca do diploma perdido’”. Em junho completo cinco anos de formada e, portanto, acompanhei apreensiva a “Saga do Diploma”, iniciada dois meses depois que começaram minhas aulas na graduação. Hoje, quando encontro com os contemporâneos de outros cursos que há muito não vejo, normalmente a primeira pergunta após os tradicionais cumprimentos é: “E o jornalismo, arrependeu?” Aproveito a grata oportunidade para responder aos interessados que não me arrependi da profissão que escolhi. E mais, digo ainda que espero ansiosa pela criação do Conselho Federal de Jornalismo. A meu ver, a saída para colocar de vez um ponto final nessa discussão”. Mônica Salomão Revista Produtor Itambé Belo Horizonte/MG

“Parabéns a toda equipe da revista PQN. Dá gosto de ver o crescimento da publicação desde o primeiro número que guardo com muito carinho”. Guiomar Barbosa Belo Horizonte/MG

5


SUMÁRIO

CAPA

P

ode até não ser bom! Pode até ser legal, um aperitivo para tirar as tensões do dia a dia. Também pode ser a maior inutilidade da televisão brasileira nos últimos tempos. Mas o fato é que o Big Brother Brasil vem atraindo cada vez mais a atenção dos profissionais da comunicação que pensam em mudar de vida e a carreira por completo. E foi isso que aconteceu com a jornalista Ana Angélica Martins Marques. Mineira de Uberlândia, ela não venceu a 10ª edição, porém, está conseguindo, como poucos, aproveitar seus mais de 15 minutos de fama com participações em humorísticos da Rede globo e em eventos espalhados pelo país. Ela garante que o BBB10 mudou sua vida e que não arrepende de nada, inclusive que a ‘Angélica’, a jornalista profissional, está de férias da profissão! Ficou curioso? Então leia a entrevista da participante da tribo ‘coloridos’ que, agora, conta os motivos que a fizeram participar deste reality show mais criticado e observado pelos comunicadores. cAPA: Ana Angélica Foto: cássio - Agência Regal

PROFISSÃO

TECNOLOGIA

11 41

como as novas tecnologias estão mudando o jeito de fazer e pensar a comunicação interna dentro das empresas, principalmente aquelas que buscam a sustentabilidade.

OPINIÃO

no momento em que os jornalistas se mostram fragilizados com a queda do diploma, a Fenaj lança nova identidade profissional e divide opiniões sobre o preço cobrado.

ARTIGOS José Aloise Bahia 09 Francisco Tovo 21 Márcio Reis 22 André de Abreu 23 Mirna Tonus 29 Fabiana Moreira 34 Rodrigo Saturnino 38 Petrônio Souza 46 Robson Fraga 50

6

25

comunicação e teatro andam de mãos juntas? Ou as duas profissões não têm nada em comum? Saiba o que pensam os comunicadores que estavam em cartaz na 36ª campanha de Popularização do Teatro e da Dança, promovida em Belo Horizonte.

COLUNAS PQN Cidadão 08 Pão de Queijo com Café 10 Robhson Abreu 24 Pauta Jurídica 36 PQN RP 39 Vale do Aço 40 Nordeste 47 Dendê 48 Calçadão 49 Acontece Sorocaba 52 Pipoca Literária 53 Fora Nosso 54


O MAIOR EVENTO DE COMUNICAÇÃO CORPORATIVA DA AMÉRICA LATINA TEMA CENTRAL

Pactos e impactos da Comunicação para um Planeta Sustentável De 25 a 28 de maio de 2010 – Centro de Convenções Rebouças, São Paulo SP Este ano com: Prêmio Personalidade da Comunicação � J. Havilla, Presidente do Grupo Traffic, � 12 conferências, sendo (5 internacionais) Rede Bom Dia, TV Tem e � 40 palestras temáticas Diário de S.Paulo � 1 curso, 5 workshops � 5 encontros setoriais Presenças já confirmadas do setor público dos ministros Franklin (administração municipal; Martins e Miguel Jorge saúde; educação; cultura e do Consultor Gaudêncio e turismo; e energia Torquato e infraestrutura). Congresso Brasileiro Patrocínio Apoio de Comunicação Corporativa Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público

Apoio

O!! DIT INÉ

Congresso Brasileiro de Comunicação Digital Venha e traga sua equipe para conhecer e participar do mais qualificado evento da comunicação corporativa brasileira, com os melhores especialistas da área

Antecipe a sua inscrição e aproveite Informações e Inscrições: os descontos progressivos www.megabrasil.com.br ou 115576-5600


oal

o pess Arquiv

A comunicação é uma ferramenta de transparência, mobilização, multiplicação e, portanto, de sustentabilidade dos projetos e ações. E por isso, como qualquer outra área empresarial, merece atenção e qualidade na sua produção. Que seja planejada com ética e estética. Participe, envie suas sugestões ou notícias para o meu e-mail: pqncidadao@pqn.com.br

MULHER VOLUNTÁRIA I

Pesquisa realizada pelo movimento Rio Voluntário revelou que, nos centros de voluntariado do país, a mulher representa bem mais da metade das pessoas que desejam e se dedicam a algum tipo de trabalho voluntário. No banco de dados da instituição, 78% das pessoas cadastradas são mulheres, com idades entre 25 e 45 anos, com curso superior: 31% delas têm entre 24 e 39 anos, 44% entre 40 e 52 anos e 25% têm acima de 58 anos. Apesar desse reconhecimento vir, em 2010, quando a data do seu movimento organizado de luta internacional (8 de março), pela garantia de direitos, completa 100 anos, a mulher ainda enfrenta sérios problemas, dois deles, bastante carentes de políticas públicas efetivas e inclusivas: o preconceito e a violência. Divulgação

MULHER VOLUNTÁRIA II

A jornalista mineira Priscila Siqueira começou o seu voluntariado se dedicando a outras mulheres. Ela é coordenadora de comunicação do Serviço à Mulher Marginalizada (SMM), uma ONG paulista que se auto-define feminista, de direitos humanos e que atua em todo o Brasil na prevenção do tráfico e exploração sexual comercial de mulheres e meninas, através da promoção de programas e ações de formação, informação e de sensibilização. O trabalho de Priscila consiste em divulgar estes problemas para que a sociedade tome uma posição e consolide atitudes.

INTERNACIONAL

A ONG Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), em parceria com o Centro de Referência em Energias Renováveis (CRER), realizou de 17 a 19 de março, em Betim, a “I Jornada Internacional sobre Eficiência Energética, Energias Renováveis e Poder Local em Betim: Inovação Tecnológica para uma Nova Economia”. A comunicação do evento ficou por conta da assessora Paula Gabriela Freitas , no Escritório de Projetos do Brasil, na área de trabalhos associados com a Campanha Cidades pela Proteção do Clima (CCP). Gabriela é formada em Relações Internacionais pela Northeastern University (Boston/EUA).

8

RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL

Divulgação

“É muito gratificante estar à frente do atendimento de empresas que, além de apoiarem projetos sociais, culturais e ambientais, estimulam os colaboradores a serem solidários”, afirma jornalista Juliana Morato Menezes. Na Link Comunicação Empresarial,em BH, ela é responsável pela assessoria de imprensa de empresas como Comau do Brasil (Grupo Fiat), Líder Interiores, Oncomed e Construtora Paranasa.

RSE NA MÍDIA

Em maio, no Hotel Transamérica, em São Paulo, será promovido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, o “Debate RSE na Mídia”, sobre o tema: “A Imprensa como Indutora da Sustentabilidade na Pauta Política”. Informações pelo site http://uniethos.tempsite.ws/ci2010/

SATISFAÇÃO PROFISSIONAL

Divulgação

Após estudar Publicidade, Cinema e se pós-graduado em Culturas e Imagens Midiáticas pela UFMG, Maria Cecília Guilherme Siffert Pereira Diniz, está desenvolvendo um importante trabalho acadêmico para o Mestrado em “Análise do Discurso”, com foco em discurso cinematográfico e persuasão, estudo pelo qual recebeu o prêmio de melhor trabalho de conclusão de curso de graduação. Ela, que já foi finalista na seletiva regional do prêmio Aberje em Comunicação e Sustentabilidade, com uma campanha para a UnimedBH - HDMU, afirma que agora encontrou atividades que lhe proporcionam satisfação profissional, realizando a comunicação voltada para algo de bom. E na Fundamig, como superintendente, desenvolve um trabalho que apóia as atividades realizadas pelas filiadas da entidade, proporcionando um intercâmbio entre elas, de forma a dar mais visibilidade aos seus projetos e à instituição.


Jornalista, escritor, pesquisador e ensaísta. Autor de Pavios curtos. Participa da antologia O Achamento de Portugal, dos livros Pequenos Milagres e Outras Histórias, Folhas Verdes e Poemas que latem ao coração! josealoise@terra.com.br

o PQN Arquiv

COMUNICAÇÃO

S

egunda edição revista, atualizada e ampliada de um livro importante. A primeira é de 1981. Mulher de papel: a representação da mulher pela imprensa feminina brasileira (Dulcília Schroeder Buitoni, Summus Editorial, São Paulo, SP, 2ª. Edição, 2009, 240 Páginas, R$ 57,60) realiza uma análise histórica do mais alto calibre, uma obra clássica ricamente ilustrada sobre a trajetória da imprensa e suas influências, tendências, imperativos, padrões e modas difundidas, baseado no contexto sociocultural de cada época, no universo feminino do país; tornando-se referência fundamental para as pesquisas e relações entre gênero e comunicação social. Sejam elas da graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Para cada década, a autora identifica as formas de representação da mulher, suas simbologias e aspectos essenciais dos costumes introjetados. Como, por exemplo, a “mulher-celulóide”, a feição de Hollywood, durante a Segunda Guerra Mundial, entre outras, até chegar à “Segura e Sexy” (da década de 1990 até os dias atuais), consumista, leitora de Marie Claire e Caras, preocupada com o corpo, atiçada pelo slogan “Camisinha, tem

que usar!” de outra revista, a Capricho; em suma, uma mulher-imagem, influenciada de modo hiperbólico pelo culto às celebridades da televisão, retroalimentadas por outras mídias de massa. Com vasta experiência por distintas redações da mídia brasileira e um conhecimento teórico que vai de Roland Barthes até Evelyne Sullerot, uma das maiores estudiosas do fenômeno feminino na imprensa francesa, Dulcília Schroeder Buitoni - reiterando que a imprensa feminina informa pouco, mas forma demais - observa que existe uma grande “armadilha lingüística” pela qual o espírito das leitoras é aliciado para, afinal, consumir os objetos que são meras embalagens de valores do Neocapitalismo.

LITERATURA

E

sta ficção, com certeza, não é deste mundo. Com elogios de Luis Fernando Verissimo, Antonio Cicero, Moacir Scliar, críticos e outros escritores, Como deixei de ser Deus (Pedro Maciel, Topbooks Editora, Rio d e Janeiro, RJ, 2009, 150 Páginas, R$ 29,00) representa a imaginação fértil de uma linguagem original até o reino da sublimação. Mudanças de estados físicos e Desvio para o vermelho. Um livro necessário com capa de Cildo Meireles. O exercício de sua reflexão é seduzido por metáforas - que dissolvem uma cultura marcadamente saturada -, aforismos, epigramas, polissemias, intertextualidades, fragmentos concisos e aleatórios, numerados de forma descontínua. Metamorfoses. E o mais importante: nutre o desejo do leitor para ir além. Pois, pode ser lido num estalar de dedos do início ao fim. Ou, uma leitura que reinventa o romance, obra aberta,

podemos escolher qualquer página e perceber calmamente uma narrativa que desagrega os mitos e os cânones; dar um stop para sentir os prolongamentos líricos e perturbadores. Que leva o espectador a pensar e indagar que personagem é este (o do livro e o próprio leitor) que desconstrói o tempo e o espaço em meio às alusões literárias, bíblicas, psicológicas e filosóficas. Não conclui nada e nem deve. Conceitual. Por isso uma obra aberta em expansão aos olhos dos mais atentos. É intencional a atitude do escritor ao alinhavar os fragmentos, no qual a intercomunicação se completa. Esta atitude instala a multiplicidade de interpretações e a ampliação dos significados. ”Meu Deus, por que me abandonastes? (...) no fundo do lago, um náufrago”, perfazendo o diálogo sibilante com o romance anterior (A hora dos náufragos), mais comportado em sua proposta inicial da tetralogia. O que nos resta além da emoção é uma instigante cosmologia irônica, não existindo até o momento algo similar na língua portuguesa da atualidade.

9


oal

o pess Arquiv

Quem foi que disse que café e pão de queijo só podem dar certo no lanche, hein? Nós, mineiros, provamos que essa mistura pode render um enredo interessante também para o Jornalismo. Como assim? É que o blog Café com Notícias está chique no último! A convite do meu amigo Robhson Abreu, lanço agora nossa blogcoluna, a Pão de Queijo com Café! Espero que você goste e aprecie muito! Aproveito o momento para fazer uma pergunta: qual é o seu tipo de café preferido? Dentre as opções abaixo, sirva-se à vontade e fique bem informado! CAFÉ QUENTE

O que esperar do ensino do Jornalismo? Esse foi o questionamento apontado no artigo do jornalista e professor universitário Rogério Christofoletti, no Blog Monitorando (http://monitorando. wordpress.com). No post, ele se mostra preocupado porque as instituições de ensino superior e os próprios jornalistas discutem pouco sobre a profissão e como ensiná-la nas faculdades. A idéia de Christofoletti é instigar e mostrar que o debate precisa estar presente de forma mais constante para que a profissão não seja tratada apenas como algo técnico, mas também como conhecimento científico.

CAFÉ XPRESS

A dica para alguns pode parecer velha, mas se faz necessária. O livro “JN – Modo de Fazer”, do jornalista William Bonner, é uma aula de telejornalismo e de criatividade. Você já se fez essa pergunta: como condensar as principais notícias do Brasil e do mundo em meia-hora? Pois é, o tio @realwbonner – como é conhecido no Twitter, explica isso e muito mais. De acordo com Bonner, o telejornalismo é uma arte de contar histórias, a partir de imagens. Não é à toa que o telejornal está há mais de 40 anos no ar imprimindo linguagem e linha editorial únicas.

CAFÉ NA REPORTAGEM

CAFÉ FAMOSO

Desde que o Twitter lançou o Trending Topics local, os twiteiros brasileiros podem acompanhar os assuntos mais tagarelados por quem usa o micro-blogging. Mas um fato chama atenção: O Big Brother Brasil 10 figura sempre na lista dos temas mais comentados. Seja criando tags (palavra-chave) engraçadas, como a #tessaliaservepratudo e #douradofacts, ou mesmo para comentar os últimos acontecimentos do reality. O Twitter provou para os formadores de opinião que não tem como fugir: quando o assunto é BBB, o povo clica – ou melhor: dá audiência.

CAFÉ SOLIDÁRIO

Várias entidades, empresários e grupos da sociedade civil têm feito campanhas para ajudar as vítimas do terremoto no Haiti, em janeiro. Atitude exemplar que mostra a compaixão do povo brasileiro diante de uma calamidade dos nossos irmãos latinos. Mas, em contrapartida, surge a questão: porque também não ajudar as várias famílias de São Paulo (SP) que passaram o início do ano ilhadas em seus bairros? Pelo menos aqui em Minas Gerais não vi nenhuma campanha nesse sentido. Várias emissoras de TV mostraram bairros da capital paulista completamente alagados por mais de uma semana. Por que também não ajudar essas pessoas? Não se trata de desmerecer uma tragédia em relação a outra. Não é isso. É aquela velha máxima: dois pesos, duas medidas...

E por falar em Haiti, o jornalista Fábio Pannunzio, da TV Band, mantém há algum tempo o Blog do Pannunzio (http://www.pannunzio.com.br). Se você tem curiosidade de acompanhar o relato de um repórter que esteve cara a cara com os primeiros dias de tragédia em Porto Príncipe, vale a pena acessar. Pannunzio fez uma série de posts contando a sua versão dos fatos, aos quais ele se refere como “os dias mais tristes de minha vida”.

10


TECNOLOGIA

Novas tecnologias desafiam as ações de comunicação interna O planejamento de uma campanha publicitária exige a adoção de novas linguagens, meios e mídias. Da mesma forma ocorre com o jornalismo, que tem utilizado tecnologias inovadoras – principalmente aquelas que surgiram na última década – para mudar os modos de se fazer e pensar a informação. E para o público interno não poderia ser diferente. Porém, existe um novo desafio!

Arquivo IBM/Divulgação

LÚCIO CARVALHO

11


E

nquanto a publicidade e o jornalismo direcionam seus esforços para um público receptor, a comunicação interna, ou endomarketing, está deixando de ser um mero produtor de notícias para concentrar esforços na moderação e gestão de conteúdo produzido para e pelo público interno. Ferramentas como o“antigo”jornal mural, atas, memorandos e a intranet estão ganhando um upgrade de modernidade, mesmo que ainda possam desempenhar um papel relevante dentro da organização. Porém, apenas esses canais “tradicionais” não são suficientes para as demandas organizacionais. Público exigente, participativo, consciente e sustentável busca formas criativas e interativas de receber e emitir mensagens internamente. E as empresas já começam a voltar sua atenção para isso! Para se entender como esse tipo de Comunicação mudou nas últimas décadas é preciso analisar as próprias transformações sociais que ocorreram no ambiente organizacional e administrativo. A redução de hierarquias, o advento do home office, a “setorização” de equipes e a grande rotatividade dos comunicadores são características que mudaram as relações existentes entre empresa e funcionários. Também foi marcante a quebra dos paradigmas

do modo como a Comunicação entre essas duas partes se estabelece. João José Curvello, coordenador do curso de pós-graduação em Comunicação da Universidade Católica de Brasília (UCB), afirma que a comunicação interna desempenha um papel vital dentro das empresas, fato notável, considerando-se que a função surgiu com caráter meramente motivador. Ele explica que, segundo o pensamento organizacional predominante no século XX, o endomarketing possuía o papel de informar os trabalhadores sobre os rumos e processos empresariais. “Fazer comunicação naqueles tempos era bastante fácil. Bastava relatar aquilo que as pessoas vivenciavam em seu cotidiano. As organizações eram percebidas como ‘grandes famílias’, nas quais os funcionários trabalhavam durante quase toda a vida”, lembra. O professor destaca ainda que, em meados da década de 90, as empresas mudaram seu gerenciamento corporativo. Ao invés de os funcionários escolherem a empresa para a qual trabalhariam, as companhias passaram a escolher seus funcionários. Com este novo modelo de RH, a rotatividade profissional, a segmentação do público interno e a nova forma de pensar proporcionaram o surgimento de um novo tipo de comunicação interna. Atualmente, pensar em endomarketing é escutar as necessidades e anseios

dos funcionários, educar a respeito do comprometimento e importância que cada setor possui dentro da empresa, fazer o próprio público entender a importância da comunicação bem planejada e, sobretudo, saber trabalhar de forma multidisciplinar, sustentável. Tarefa árdua, considerando que, mesmo com uma infinidade de canais e tecnologias à disposição, grande parte das empresas ainda não sabe como utilizar essas ferramentas de forma inovadora e criativa. Na tentativa de impedir que determinadas informações possam vir a se tornar públicas, muitas companhias recorrem à censura de canais. “Os blogs corporativos, redes sociais, e-mails, entre outros, podem facilitar o fluxo de informação entre as pessoas. No entanto, por medo ou desconfiança, muitas organizações tentam controlar e até mesmo bloquear esses fluxos de informações. Agir de tal maneira é cercear o capital intelectual das pessoas”, pondera Curvello. De acordo com Marcos Rocha, coordenador da comunicação da Associação Beneficente dos Professores Públicos Ativos e Inativos do Estado do Rio de Janeiro (Appai-RJ), a missão da comunicação interna sempre esteve vinculada a transmitir informação em prol da equipe da empresa. Além disso, ajudar a fortalecer a gestão, transformar a relação entre funcionários e organização em algo com mais credibilidade e, de uma forma geral, fortalecer os negócios. No entanto, ele adverte que a comunicação Carolina Curvello

JOÃO, o comunicação interna continua desempenhando um papel vital dentro das empresas

12


Arquivo pessoal

empresarial passa por transformações. As instituições vivenciam uma revolução no modo como as pessoas se relacionam. “Isto é fruto do que colhemos com a implantação da Internet, principal e mais profunda mudança que ocorreu nas últimas décadas”, ressalta.

No entanto, os investimentos nesse tipo de comunicação aumentaram significantemente nos últimos anos, fato que demonstra interesse organizacional pela área.

Rocha enfatiza que as ferramentas disponibilizadas pela web são de fácil acesso, porém o desafio é saber as melhores formas de utilizá-las. Como especialista em comunicação corporativa, ele afirma que a segmentação é o “segredo” para o comunicador potencializar seu mercado. “Caso você trabalhe em uma empresa de pequeno porte, usará um canal comum e linguagem direta para atingir seu público. Já em grandes organizações, o importante é definir quem será impactado e fazer a escolha do canal apropriado. Em ambos os casos, a Internet pode ser utilizada de forma acessível, rápida e eficaz”, defende. No entanto, para que isso ocorra de forma efetiva, é necessário um plano de comunicação com estratégia e fundamentos bem elaborados.

Considerando o crescimento de 800% da acessibilidade à Internet na última década, o questionável não é se a web pode ser utilizada para promover a comunicação interna organizacional, mas por que algumas empresas ainda “desconfiam” desse meio. O fato é que as mesmas ferramentas utilizadas para o debate bilateral e autônomo permitem a possibilidade de informações confidenciais ou restritas tornarem-se públicas. É preciso escolher: correr riscos ou se privar de um excelente canal com potencialidades multimidiáticas e interativas. Para Roberto Dias Duarte, diretor de alianças e comunicação da Mastermaq Softwares, a capacidade de colaboração existente na Internet supera qualquer ameaça iminente. Artigos escritos por meio de “wikis”, fóruns de discussão, disseminação rápida da informação e o interesse do trabalhador por assuntos empresariais podem representar fatores positivos, quando bem administrados.

O especialista afirma que planejamentos pobres podem gerar muitas falhas, principalmente quando a comunicação interna não é promovida de forma contínua, ficando restrita a “tímidas” ações em datas comemorativas. “É preciso haver um planejamento que desenvolva não apenas a comunicação da empresa com o colaborador, mas que desenvolva este colaborador, como cidadão e profissional, em seu dia a dia”, avalia. O coordenador diz que dentre as principais dificuldades enfrentadas está o fato de muitas organizações ainda não saberem aquilo que deve ser veiculado, transmitido e estimulado.

COMUNICAÇÃO INTERNA NA WEB

Duarte salienta que, durante grande parte da História, a competição foi um traço forte de personalidade humana. No entanto, a espécie apenas foi capaz de sobreviver e evoluir graças à cooperação entre indivíduos. “Tudo aquilo que podemos fazer socialmente também é proporcionado pelas mídias sociais. É claro que existem informações que devem permanecer dentro do contexto organizacional. Outras podem ser divulgadas ao público e

é o segredo para o MARcOS, a segmentação r seu mercado comunicador portencializa

privilegiar, inclusive, concorrentes. O grande diferencial mercadológico não são as tecnologias, mas a forma como o conteúdo interage com os funcionários”, afirma. Para exemplificar o modo como a web pode auxiliar na prática da comunicação interna, Duarte destaca o ning, uma plataforma online gratuita na qual qualquer empresa ou indivíduo pode construir sua própria rede social. É possível, por exemplo, elaborar toda uma rede social sobre futebol apenas com comunidades relacionadas ao tema, chat para os amantes do futebol, eventos relacionados ao esporte, layouts customizados, entre outros. Da mesma forma, assim como fez a Mastermaq, é possível construir uma rede social inteira focada em determinado ambiente organizacional. “No caso da empresa, criamos primeiramente uma rede social voltada para o público interno. Nela, os funcionários podem debater assuntos ligados a determinados temas, ficar cientes de eventos e estabelecer uma


Juliana Andrade

ning, plataforma na web de fácil manuseio para todos os internautas de qualquer empresa

comunicação não hierarquizada e rápida com qualquer outro colega de trabalho. Uma ferramenta eficaz, levando-se em consideração que a empresa possui uma equipe com mais de 700 pessoas espalhadas por todo o Brasil”, observa o diretor de canais. Duarte admite que existem riscos de informações confidenciais vazarem publicamente. Ele defende que o melhor método para evitar esse acontecimento - ao invés da censura ou regulação exacerbada - é a educação. Os funcionários, afirma, possuem plena consciência de suas ações na medida em que conhecem a importância de seu trabalho, aquilo que pode ser feito por meio da rede social interna e a dinâmica dos processos de colaboração. “Atualmente, a tecnologia é relativamente barata e simples de ser utilizada. O grande desafio passa, então, a ser a gestão do próprio ser humano”, diz. Para uma rede social própria, a maior dificuldade não é o controle daquelas informações que circulam internamente, mas o estímulo à produção de material. “A interface do ning é simples, o ‘mistério’ é estimular esse tipo de produção e prever como esses assuntos serão debatidos. Por isso, antes de implantar tal tipo de serviço, é necessário pensar, filosoficamente, se o ambiente empresarial está suficientemente amadurecido. Grande parte dos funcionários pensa ainda nos moldes do darwinismo corporativo. É preciso que isso mude e que a informação seja compartilhada de forma responsável”, ressalta Duarte. Em relação a custos, ele afirma que é possível fazer comunicação interna de forma criativa utilizando pouca verba. A plataforma ning, por exemplo, é de licença gratuita e permitiu a criação de uma rede com layout customizado por funcionários da própria Mastermaq.

14

Os valores de hospedagem – taxa facultativa que dá direito à eliminação de banners de propaganda e maior espaço virtual – correspondem a menos de mil reais por ano. “A relação entre custo e benefício é explicitamente positiva. Não há dúvidas que a Internet disponibiliza ferramentas criativas e estimulantes para a comunicação interna”, conclui Duarte. Assim como o diretor da Mastermaq, o coordenador João José Curvello defende as redes sociais, fóruns de discussão online e comunidades de debate, como canais que podem ser utilizados de maneira criativa e competente. Além disso, acredita que novas perspectivas de trabalho derrubam antigos paradigmas comunicacionais. Como exemplo, Curvello explica que muitas empresas atuais tendem à multinacionalização. Isso exige devida atenção com a comunicação interna, que deve abordar formas hierárquicas diferentes, novos modelos de gestão e respeito às diferenças culturais. Nesse ponto, a Internet pode ser um grande agregador de valores e eficiente canal com um público interno “diluído”. “No entanto”, adverte Curvello, “as intranets e redes sociais também possuem caráter negativo. Um dos principais é o excesso de informação, que, ao invés de ajudar, representa um ruído de comunicação”. Ele relata ainda as questões legais – como a utilização de e-mails corporativos para envio de material pessoal e informações sigilosas que podem vazar publicamente. Todavia, ainda compartilhando a mesma perspectiva de Duarte, ele acredita que a melhor forma de solucionar esse problema é estimular uma educação efetiva no ambiente corporativo. “A pessoa mal intencionada irá agir de qualquer forma, em qualquer meio, seja este a web ou não. A organização não pode restringir a informação por esse motivo. O profissional responsável pela comunicação interna deve mostrar isso à gerência”, ressalta.

NOVAS FERRAMENTAS Além das ferramentas de divulgação online, cabe aos

os funcionários é preciso DUARTE, antes de censurar bons resultados mos tere m assi só os, educá-l

profissionais da comunicação interna buscar novas alternativas de forma simples e eficaz. O Minas Shopping, na capital mineira, está apostando em totens com televisores de LCD para transmitir suas informações ao público interno. O sistema, que ainda está em fase de implantação, deve estar pronto em dois meses. A gerente de marketing, Lucy Jardim, afirma que esse novo canal transmitirá as informações institucionais, eventos, promoções, entre outros. Em outros shoppings, como os do Grupo Multiplan (BH Shopping, Morumbi Shopping, Barra Shopping, entre outros), os displays de mall já foram substituídos pelos aparelhos de LCD, assim como aconteceu em algumas empresas que passaram a utilizar o aparelho de TV no lugar do jornal mural. No ambiente de um centro de compras, onde existe bastante rotatividade de pessoas, é necessário utilizar meios que atraiam a atenção dos receptores. A utilização de material audiovisual se tornou, avalia Lucy, em um elemento interessante para conseguir passar a


Divulgação

TOTEnS, tvs de lcD substituem os antigos displays de acrílico utilizados em vários shoppings espalhados pelo país

mensagem para o público. Os totens, por sua vez, foram obtidos por meio de negociações e permutas com parceiros. Na IBM Brasil, além do jornal mural, da newsletter mensal e da Revista IBMista (publicação bimensal que visa estabelecer laços entre empresa, funcionários, famílias e comunidade), foi identificada a necessidade de utilizar outros meios de comunicação para o público interno não impactado por essas mídias tradicionais. Segundo Mauro Segura, diretor de marketing e comunicação e escritor do blog de comunicação e comportamento “A Quinta Onda”, para atingir esse perfil em ambiente “offline”, a IBM Brasil contratou os serviços da Elemídia. Atualmente a rede é responsável pelo gerenciamento de conteúdo em TVs de LCD instaladas em todos os elevadores das unidades da IBM instaladas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. As notícias veiculadas, por sua vez, são divididas 15% em informações de mercado, 80% em notícias de IBM e 5% restante de assuntos gerais. Elas são transmitidas por meio de flashes com poucos segundos de duração. As informações são locais, respeitando os princípios de noticiabilidade em cada unidade. Obras, novidades, tudo para atender o interesse dos funcionários. Com um índice de impacto de 97%, o diretor de marketing não divulga os números do investimento, mas acredita que os resultados obtidos para a comunicação interna são imensuráveis.

EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS Quando preparadas, as organizações podem valer-se da Internet como

poderosa aliada. A agência carioca Strenna percebeu que, em nível local, não havia muitas empresas de publicidade que unissem criação gráfica, digital e planejamento. Na maioria das vezes, os clientes tinham que procurar duas ou mais agências, cada qual com um trabalho focado em mídias diferentes. “Nossa proposta foi promover a integração midiática em uma só agência, que dispusesse de todos os meios necessários para a elaboração de uma campanha. Isso diminuiria ruídos de comunicação, deixaria o trabalho mais ágil e ajudaria na preservação da identidade visual”, ressalta Marco Antônio Menezes, sócio-diretor da empresa. Foram investidos verba e esforços na construção de um núcleo de criação digital que tivesse domínio de diversos tipos de linguagens de programação e ferramentas de marketing virtual. Após a consolidação do setor, um dos principais clientes atendidos foi a Nova Rio, companhia prestadora de serviços gerais com mais de 20 anos de mercado.

condizia com seu conteúdo na web. As ferramentas disponíveis não estavam sendo utilizadas em sua potencialidade. A Nova Rio oferece cursos constantemente para seus funcionários. O portal da empresa na web mostrou-se um excelente canal para divulgar o conteúdo desses módulos, ação simples que não estava sendo executada até então. Para isso, tanto a didática como as informações de treinamento e a própria estrutura do site tiveram que ser repensadas. Para José Ricardo Cereja, gerente de projetos digitais da Strenna, era preciso estimular a colaboração, o diálogo efetivo e ainda criar processos mais dinâmicos. Lucy Jardim, gerente de marketing do Minas Shopping, em Belo Horizonte, destaca as facilidades que tais ferramentas trouxeram para os processos de comunicação interna do centro de compras. O que antes era feito em reuniões e correspondência protocolada, atualmente é disponibilizado em uma área restrita do portal do shopping destinada a lojistas e fornecedores. “As correspondências atrasavam, e, porventura, não eram entregues ao responsável pela loja, em função de algum funcionário o Divulgaçã desatento”, lembra.

Apesar dos trabalhos de comunicação interna promovidos por meio de etiquetas, cartazes, adesivos, floor graphics e impressos – que, em sua maioria procuravam cumprir o papel de advertir sobre segurança e economia de energia durante a jornada de trabalho – a Strenna percebeu que era preciso ampliar a atuação do endomarketing na Nova Rio. De acordo com a agência, a comunicação visual do cliente estava bem elaborada, mas não

15


Fábio Ortolan

O site do shopping também revelou ser um eficiente canal de comunicação entre a administradora e os lojistas. O público interno pode expressar suas demandas, se informar sobre assuntos variados, saber resultados de atas e reuniões, campanhas promocionais, futuras participações em eventos, entre outras coisas.“Fazemos o cadastramento de todas as nossas lojas a cada três meses. Durante o preenchimento dos formulários, são informados os interesses e anseios dos lojistas para o próximo semestre. Com base nisso, a comunicação interna é elaborada e segmentada para cada comerciante”, explica Lucy. O nível de participação do empresariado no planejamento melhorou consideravelmente após a utilização do site para tais finalidades. “Se você coloca uma pesquisa no portal perguntando sobre a melhor data para se promover uma ação, praticamente todos os lojistas respondem e discutem”, exemplifica a gerente. A Petrobras, quarta maior empresa mundial de energia, também acredita em seu portal corporativo como um importante meio para estabelecer processos de informação, trocas e mensuração de retorno. Luiz Otávio Dornellas, gerente de relacionamento com o público interno da Petrobras, afirma que todas as maneiras de se comunicar da empresa são baseadas em três linhas diretórias gerais: Brasil, funcionários em solo nacional e

trabalhadores da Petrobras no exterior. A necessidade de trabalhar esses três pontos, de forma profissional e inovadora, fez com que a organização planejasse um novo modelo de portal corporativo, que será lançado até o final de abril. “A do portal proporcionará ao funcionário a possibilidade de se comunicar com outras pessoas, de qualquer parte do mundo. Além disso, permitirá uma melhor navegabilidade para que o usuário encontre facilmente aquilo que procura”, informa. Outra preocupação é a padronização visual de todo o conteúdo por ela produzido, aspecto que não vinha sendo devidamente contemplado na web.

QUASE QUE DE GRAÇA Lucy de Miguel, diretora da Vetor Comunicação, afirma que atualmente é possível fazer comunicação interna gastando-se muito pouco. Segundo ela não é necessário destinar grandes orçamentos para se fazer o endomarketing de modo eficiente. O segredo é comprometer todos na empresa. Existe a possibilidade de todos os setores empresariais se comunicarem por meios eletrônicos. No entanto, ela ressalta que, mesmo com os avanços tecnológicos, o contato interpessoal ainda é o mais eficiente. “A comunicação direta entre líderes e equipes é mais intensa, Steferson Faria

de comunicação grado com todas as peças ação da empresa está inte unic pela international com o de ferid to con men l, arta Quil io gold PETROBRAS, o dep que acaba de receber o prêm os Dad 0 e s 201 Fato em al blog soci o ia produzidas, inclusive a melhor iniciativa de míd municators (iABc), como Association of Business com

16

lUcY, a internet tem prop orcionado ótimas ferramentas de suporte para a comunicalção interna

valorosa e interativa do que murais e informativos”, avalia. Ela acredita que a comunicação em rede já existia mesmo antes do advento da Internet. O que aconteceu foram novas adaptações a antigos canais que ganharam novas formas, modelos e potencialidades. Assim, as novas tecnologias são complementares ao que já existia, mas podem agregar diversos valores e vantagens: segmentação, baixos custos, velocidade e, principalmente, representar uma ligação entre funcionário e empresa. “O empregado quer ser muito mais ouvido, do que ouvir. Acredito que as empresas que conseguem transformar a comunicação interna em algo mais democrático, quero dizer, uma via de mão dupla, conseguem melhores resultados e maior satisfação dos clientes”, explica Lucy. Dessa forma, as ferramentas da web, quando bem utilizadas, possuem a capacidade de fazer com que os funcionários agreguem valor, sintam-se respeitados e motivados. “Só é possível persuadir um público interno se ele acreditar no produto ou serviço daquela empresa. Acreditar que é peça-chave para o crescimento dos negócios e a satisfação dos clientes. Sem estes fatores, ninguém convence ninguém dentro de uma organização”, ressalta a diretora.


Algumas vezes, a economia de verbas não é uma escolha, mas uma necessidade à qual a empresa tem a obrigação de se adequar. É o caso da Casa Ronald McDonald, instituto que auxilia no tratamento de crianças com câncer. Por ser uma entidade sem fins lucrativos, onde a maioria dos trabalhadores atua de forma voluntária (a organização conta com 450 voluntários e apenas 30 funcionários), é necessário efetuar uma comunicação de fácil acesso, entendimento e amplitude. Tudo isso com baixos investimentos. “A organização tem o dever de informar as pessoas todas as ações decididas pela instituição, assim como planejamentos, eventos, investimentos e campanhas”, diz Henrique Schmitz Sá, assessor de comunicação institucional, no Rio. A entidade tem usado ferramentas da Internet como e-mails informativos, boletins mensais, newsletter e redes sociais. Cada um deles transmite e estimula o debate de conteúdo informativo. A Internet pode ser acessada em qualquer lugar, a qualquer hora, o que permite que todos os interessados se sintam à vontade para dar sugestões e fazer críticas. “Como somos uma empresa do terceiro setor, precisamos sempre prestar contas à comunidade. A aproximação, conscientização da importância do nosso trabalho e a recuperação das crianças e adolescentes atendidos pela Casa, são os melhores feedbacks que podemos ter”, avalia. Segundo Roberto Duarte, da Mastermaq Softwares, quase todo material comumente encontrado em uma empresa pode ser utilizado para se fazer comunicação interna de maneira criativa. Webcams não utilizadas,

microfones guardados em gavetas e equipamentos obsoletos podem ser usados de forma inventiva e gratuita por meio da utilização do software livre, além do trabalho de relocação de funções e funcionários já contratados. Duarte observa que a questão é sempre aproveitar melhor aquilo que já está disponível dentro da empresa. Como exemplo, ele cita a série de tutorias em forma de vídeos que foram gravados com webcams simples, que não estavam sendo utilizadas pela empresa. Os vídeos são editados e divulgados em ambiente online pelos próprios profissionais de comunicação da Mastermaq. O gerente afirma que os custos diminuíram consideravelmente e os benefícios aumentaram. Ele recorda que antes era necessário enviar cartas com disquetes de treinamento para que cada um dos clientes soubesse como trabalhar com os novos recursos de software desenvolvidos. “Tínhamos que promover treinamentos duas vezes por ano com todos os clientes. Além de pouco proveitosos, devido à escassez de tempo, esse tipo de atividade consumia alguns milhares de reais. A disponibilização dos vídeos aliada às discussões promovidas na rede social possibilitaram processos de comunicação mais fluídos, didáticos e eficazes”, afirma o diretor.

CONTEÚDO PERSONALIZADO A comunicação interna empresarial tende a tornar-se mais personalizada com as modernas tecnologias. Isso em função de um público que busca novas demandas, paradigmas e ideias. Mauro Segura, da IBM Brasil, defende o público interno não apenas como consumidor, mas também

Willian Dantas

lUcY, atualmente é possível fazer comunicação interna gastando muito pou co, basta usar e abusar da criatividade na web

como gerador ávido de informações. Dentro desse contexto, ele acredita que o futuro dos profissionais da comunicação interna esteja focado na gestão de discussões, não na produção de material. “A comunicação interna deixou de ser resumida na ‘revistinha mensal’ e passou a ocupar o papel de agente transformador. Começamos a nos preocupar menos com o número de informação e mais com a qualidade da formação dos processos”, informa o diretor de marketing. De acordo com Segura, a comunicação existe de forma cruzada. No dia a dia, os funcionários escolhem aquilo que desejam falar e se comunicam com pessoas de diversos setores. A IBM Brasil reconheceu a força das comunidades informais dentro do ambiente de trabalho e os valores contidos nelas. A empresa, que possui 400 mil funcionários, pensou em meios de fazer com que todo o conhecimento

Patrick L. Pyszka

cOMMAnD cEnTER iBM,

investimento no

ento da força rios na web e reconhecim relacionamento dos funcioná

alho

is dentro do ambiente de trab

das comunidades informa

17


Divulgação

lhem aquilo que desejam MAURO, os funcionários esco oas de diversos setores pess com am falar e se comunic

multidisciplinar pudesse ser debatido, estimulado e compartilhado de acordo com os interesses de cada indivíduo. Para isso, uma série de medidas e canais foi adotada. Entre 2003 e 2005, a IBM Brasil criou e amadureceu o projeto das chamadas “jams”, brainstorms coletivos com a participação de funcionários de diversos setores e áreas. As reuniões aconteciam virtualmente - por meio de redes sociais restritas internas - e chegavam a ter a duração de até 72 horas. Durante essas jams, ideias referentes aos mais diversos aspectos eram debatidos por profissionais que entravam e saíam das discussões a cada momento. No final de 2006 ocorreu a “inovation Jam”, um grande debate promovido por meio de quatro fóruns distintos, nos quais diversos temas eram propostos, mediados e, quando apresentavam semelhanças, colocados em um mesmo espaço de discussões. No final de três dias, a IBM obteve 46 mil posts com assuntos que iam da nanotecologia à comunicação. Além de compreender melhor os interesses de seus funcionários a empresa obteve boas ideias de projetos - como um tradutor de línguas escrito e oral que atua em tempo real, no qual a organização investiu 100 milhões de dólares. Paralelamente a esses eventos, a empresa ofereceu a estrutura de seus softwares internos para que os

18

funcionários pudessem criar blogs, fóruns de discussão, redes sociais (internas ou externas) e wikis, mesmo quando estes não se referissem a assuntos empresariais. “No ambiente informal, durante o almoço ou o cafezinho, os funcionários discutem os mais variados temas. Não existem maneiras de se controlar isso, ao contrário, isso deve ser estimulado”, explica Segura. Na IBM, quando a empresa promove uma reunião, as discussões acontecem durante certo período de tempo e posteriormente ficam registradas em uma ata. Por meio das wikis, as ideias passam a ser mais acessíveis, mais discutidas e possuem um caráter de transformação constante. “Essa é a grande vantagem”, garante o diretor, que confessa que houve receio dos blogs serem utilizados pelos profissionais para falar de suas angústias e problemas sociais. Mas a experiência foi positiva, tanto em termos de satisfação como de compartilhamento. “Atualmente, cerca de 90% dos funcionários criam e compartilham informação em fluxo constante”, informa Segura. Além das wikis, blogs e jams, a IBM também atua por meio de um sistema de intranet repleto de diferenciais. Ao se cadastrar pela primeira vez no serviço, o usuário responde a uma série de perguntas específicas sobre seu comportamento e interesses. Isso faz com que o material disponibilizado na página inicial da intranet siga pautas segmentadas, não de acordo com o setor, o sexo ou a idade dos funcionários, mas de seus interesses. Uma pessoa do departamento de Comunicação e Marketing, por exemplo, pode ter a homepage de sua intranet repleta de notícias e discussões ligadas à área de programação. Basta que ela manifeste interesse em receber esse tipo de conteúdo. As formas de navegabilidade e disposição dos menus são também customizáveis, seguindo o perfil de cada usuário. “O sistema detecta mensagens que combinem com o perfil do funcionário e as disponibiliza em local de grande visibilidade. Além disso, possui ferramentas de produtividade, aplicações, Recursos Humanos, contato com demais funcionários e questões pessoais. É possível até mesmo saber o cardápio do dia nos restaurantes próximos à empresa”, explica Segura.

Os funcionários contam ainda com o Sametime, programa que trabalha como um “Messenger” interno. Isso não significa, entretanto, que softwares desenvolvidos por outras empresas não possam ser utilizados dentro do ambiente de trabalho. A empresa não divulga os investimentos, mas garante que as novas ferramentas de comunicação interna melhoraram significantemente a produtividade, interação entre os diversos públicos internos, produção de conteúdo e até mesmo nível de inteligibilidade das mensagens. Todo o material online de comunicação é produzido internamente – tanto os softwares utilizados como os conteúdos e o gerenciamento. Como todos os funcionários utilizam o computador como ferramenta de trabalho, ele representa também um importante papel na comunicação interna organizacional. Bastam criatividade, pesquisa e vontade de inovar para fazer com que todas essas plataformas sejam utilizadas com excelência dentro de qualquer empresa. Divulgação

MÁRiO ,a comunicação inte rna deve ser trabalhada de caráter amplo, envolven do todos os stakeholders

MAS, O QUE MUDOU? Mário Persona, consultor e autor de seis livros sobre Marketing, afirma que as empresas mais antigas eram, de


Ele destaca a necessidade de se pensar a comunicação interna não apenas como aquelas informações que circulam entre emissores e receptores dentro da organização, mas em um caráter mais amplo, que envolva todos os stakeholders. “As empresas eram monolíticas e verticalizadas, portanto fazia algum sentido falar em comunicação interna como aquilo que acontecia entre quatro paredes. “Atualmente não funciona assim”, pondera. Dentro dos novos paradigmas, ele ressalta que grande parte das companhias nada mais é do que redes horizontais de parceiros. Não é raro encontrar várias empresas que atuam juntas em um mesmo espaço físico, assim como ocorre na indústria automobilística. “Existe aí uma comunicação interna extremamente complexa, entre empresas de diferentes segmentos, culturas, interesses, que podem estar trabalhando juntas em determinado contexto e concorrendo em outro”, avalia Persona. Outra notável mudança foi a do mercado consumidor, que, devido à democratização da informação, adotou uma postura mais ativa, exigente e fiscalizadora. Empresas que antigamente podiam sair incólumes de um atendimento ruim, hoje podem ter sua marca arruinada em questão de minutos. As redes sociais são também “cães de guarda”, que vigiam as organizações e podem promovê-las ou destruí-las, dependendo da percepção que tiverem de suas ações de comunicação.

Avaliando todas as transformações ocorridas, uma coisa fica clara: a comunicação interna possui cada vez mais públicos, complexidades e responsabilidades. “Até mesmo a forma como uma recepcionista ou porteiro de empresa terceirizada fazem o atendimento ao público externo deve ser encarada como comunicação interna. Ela é todo tipo de comunicação que acontece dentro da companhia”, define a jornalista Lucy de Miguel, diretora da Vetor Comunicação – agência paulista especializada em comunicação organizacional. “O que muitos cEOs não sabem é que os líderes são também os maiores exemplos. E se este líder não entende a importância da comunicação no sucesso de sua empresa, ele está perdendo tempo”, ressalta a jornalista. Segundo Lucy, o principal objetivo da comunicação interna atual é fazer com que todos os funcionários entendam os dois eixos principais da empresa: o que o cliente quer e onde a organização pretende chegar. “Trabalhar a comunicação interna apenas em informativos sobre processos e decisões internas, do tipo benefícios da área de RH, não leva o empregado a lugar algum, muito menos a empresa”, adverte. Ela afirma ser comum a existência de empregados que não sabem sequer qual a missão, visão e valores organizacionais. “Muitas vezes essas informações estão divulgadas em quadros na parede, só que ninguém lê. Então, deve haver coerência entre o discurso e a prática. A missão e a visão devem alimentar o dia a dia da empresa, e não enfeitar as paredes da recepção”, critica a diretora.

A TENDÊNCIA É SEGMENTAR? Assim como Mauro Segura, Mário Persona destaca a quebra da burocracia comunicacional como uma tendência revolucionária. Ele frisa que o advento do e-mail,

trouxe consigo a possibilidade dos participantes não estarem disponíveis simultaneamente para que um diálogo seja estabelecido. Quem trabalhou na época dos famosos ‘bloquinhos’ sabe que era necessário um office boy ou malote para que as mensagens fossem encaminhadas. É perceptível o‘salto’que a comunicação deu com o e-mail, com a Internet. “A velocidade de informação e decisão também aumentaram, assim como a agilidade na execução dos trabalhos. No passado ninguém poderia imaginar ser possível receber de forma instantânea relatórios, fotos, vídeos ou qualquer outra informação que dependesse de transportes físicos”, lembra Persona. O coordenador João José Curvello, da UCB, também coloca o e-mail como o “primeiro passo” do advento das novas mídias proporcionadas pela Internet. “Foi a primeira ferramenta que permitiu que a mensagem atingisse o receptor de forma horizontal e não burocrática. O gerente poderia enviar e-mails tanto para os diretores quanto para os funcionários de chão de fábrica, que poderiam responder, encaminhar e copiar a mensagem para qualquer setor, de qualquer hierarquia, dentro da

Arquivo IBM/Divulgação

certa forma, herméticas. Prevalecia que a informação poderia “sair” da organização apenas por meio daqueles que tinham contato direto com os clientes ou de forma institucionalizada. “Mas isso mudou bastante. Daí a necessidade de um trabalho muito mais intenso de comunicação interna, que envolva principalmente a criação de uma cultura comum. É necessário investir tempo e esforço para conseguir o melhor desempenho e evitar frustrações”, explica o consultor. Persona frisa que falhas na comunicação interna influenciam diretamente em quedas de produtividade e qualidade no trabalho dos funcionários.


organização”, explica o profissional. Para Curvello, a segmentação é uma característica organizacional recente. Ele explica que algumas empresas, até pouco tempo, evitavam estabelecer canais de comunicação efetiva com públicos específicos, como trabalhadores terceirizados. Isso para evitar relações complexas, questões legais e ações trabalhistas. “Acredito que é imprescindível para qualquer organização comunicar-se de forma efetiva e inteligível com todos os seus públicos”, defende. Ele explica que, quanto mais segmentado e analisado for um público, mais fácil é determinar ações de comunicação específicas em canais apropriados. Essa segmentação pode ser feita tanto pelos cargos como pela informação que o público deseja consumir, o tipo de contrato entre trabalhador e empresa, sexo, idade, entre uma série de outros fatores. Na ‘era’ em que é possível trabalhar com pequenos grupos e até mesmo indivíduos, não existem mais motivos para que a mensagem seja transmitida da mesma forma para todos. Apesar da utilização das novas tecnologias,os profissionais acreditam que a comunicação interna ainda irá crescer bastante. Tanto a utilização como a potencialidade das ferramentas disponíveis irão aumentar significantemente na medida em que as organizações se “abrirem” para os

novos meios. Uma grande tendência para todas as empresas é a comunicação online. As mídias espontâneas são um modo de se conseguir resultados bons e baratos. Com elas é possível expor a marca e ainda informar ao mercado o trabalho desenvolvido e - o melhor - sem custos. Mauro Segura, da IBM Brasil, aposta na questão da mobilidade como um dos diferenciais para os próximos anos. O profissional explica que nos dias atuais há preocupação com essa característica, mas existem atrasos tecnológicos que limitam a utilização dessas tecnologias. Ele acredita que diversos gadgets utilizados hoje em dia (celulares, palm tops, mp3 players, readers, etc.) vão convergir para um único dispositivo. A comunicação interna utiliza meios eletrônicos, mas grande parte disso depende do deslocamento dos funcionários para a empresa. Isso deve mudar, a tendência é o rumo à mobilidade total. Roberto Dias Duarte, da Mastermaq Softwares, também defende a utilização das novas tecnologias, mas ressalta que grande parte daquilo que as novas mídias fazem é o já conhecido “boca a boca”, o relacionamento. “Porém, em uma escala muito mais ampla. Elas dão às pessoas o poder de se comunicar e aumentar a capacidade colaborativa”, enfatiza ele. Com o desenvolvimento da mobilidade, muitos profissionais acreditam que as organizações poderão se comunicar com seus funcionários em praticamente todos os lugares. Mas ainda é preciso saber como gerenciar este processo. “Os comunicadores devem buscar políticas de comunicação concretas, que equilibrem interesses, desejos e necessidades, tanto dos indivíduos quanto da organização. As pessoas estão conectadas ao trabalho continuamente

www.diariodecontagem.com.br

e praticamente não possuem mais fins de semana. A tecnologia permitiu um maior volume de informação, certamente permitirá ainda mais no futuro. Porém, também se exacerbou em diversos aspectos”, pondera João José Curvello, da UCB. Entre várias mudanças e tendências, alguns aspectos e canais de comunicação, continuam – e continuarão – durante tempos. Para o consultor Persona, os aspectos da comunicação que estão ligados ao relacionamento entre as pessoas, por exemplo, são os mesmos há décadas. Embora existam tecnologias que permitam o contato mais acessível e rápido com um maior número de pessoas, isso não implica em mudanças – melhores ou piores – nos modos de se relacionar. A essência humana vai continuar a mesma. Isso significa novas possibilidades, credos, correntes ideológicas e até mesmo frustrações, que, no fundo, são apenas modernizações daquilo que já existia. Neste contexto, a educação organizacional e a ética são valores tão importantes agora como em qualquer época. “As falhas na comunicação dependem muito mais da educação do que da tecnologia. Não nascemos sabendo como devemos nos comunicar por isso as empresas falham quando não investem na capacitação de seu pessoal em comunicação, seja ela oral ou escrita, usando tecnologia ou não”, finaliza Persona.

www.contagemtv.com.br


oal

o pess Arquiv

Jornalista, formado em Comunicação Social pelo Unicentro Newton Paiva (BH) desde 2004. Pós-graduado em Produção de Mídias Digitais, desenvolvedor de conteúdo para Internet e analista de mídias sociais.

Sala de Aula x Internet Século XiX: charretes, telégrafo, folhetins e jornais de papel, prensa, livros e salas de aula com quadro negro e giz. Século XXi: carros nas ruas, celulares, internet, computadores, fibra ótica, e-book, jornais digitais e grande parte das salas de aula continuam com os célebres quadros negros, mas, ao invés do giz, usam caneta digital.

D

o século XIX para o XXI, muita coisa mudou na sociedade. A tecnologia cada vez mais presente na vida das pessoas inaugurou uma verdadeira revolução nos relacionamentos, serviços e na cultura moderna. Porém, toda essa revolução parece não ter atingido o ambiente educacional. Alguns estudantes ainda são estimulados a conviver com antigos rituais como fazer anotações no caderno e assistir a aulas expositivas nas quais o quadro negro é a principal ferramenta de aprendizado. E ainda existem tutores que, em ato no mínimo curioso, afirmam que a Internet é uma fonte de informação nada confiável. Aliás, este último comportamento, a meu ver, parece fruto do medo e do despreparo de alguns docentes. Obviamente um professor que faz este tipo de afirmação anda na contramão do processo evolutivo da sociedade. É como se no século XIX, quando surgiu o primeiro automóvel, as pessoas começassem a superestimar o uso de cavalos. Todavia, como o tempo é o melhor remédio para desfazer pensamentos medíocres, hoje andamos de automóveis.

parte da informação consumida pelos jovens vem através de computadores plugados na Internet. A grande rede tem propiciado a esses estudantes um ambiente participativo que nada tem a ver com as aulas expositivas nas quais os professores estão mais dispostos a despejar o conteúdo do que debatê-lo. Os brasileiros, de acordo com dados do Ibope Nielsen OnLine, são os que gastam mais tempo conectados à rede a mundial de computadores. Números reveladores podem apontar a distância que existe entre a educação e os novos hábitos de costume da população, se considerarmos que a Internet ainda ocupa um papel secundário no ambiente de ensino. Não faz sentido, na era da informação em que os celulares gravam, filmam e fazem fotos, perder tempo com o uso diário de papel e caneta. As tecnologias nasceram para servir ao homem e não para atrapalhá-lo. Acredito que a revolução tecnológica ainda atingirá de forma representativa as salas de aula do nosso país nos próximos anos. O mercado de trabalho tem acompanhado as tendências da sociedade e as salas de aula têm o importante papel de preparar o futuro profissional para o mercado e para a concorrida convivência social.

Em recente conversa com um professor de Antropologia, ele fez uma brilhante analogia com o seguinte comentário: “Se colocarmos um médico do século XIX em um bloco cirúrgico atual, ele ficará completamente atordoado com tanta aparelhagem. Mas se esse mesmo médico for colocado em uma sala de aula, não teria complicações para lecionar”. O professor Michel Wesh, da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, em seu vídeo “A Vision of Students Today” (disponível no Youtube) descreve muito bem como as salas de aula se distanciaram da sociedade atual. Lotadas de carteiras, com seus clássicos quadros negros, e infraestrutura simples, com alunos ouvintes que só podem assistir e anotar, nada se aproximam do cotidiano atual, em que a maior

21


l

oa o Pess Arquiv

Jornalista, formado em Comunicação Social pela UNESA (RJ) desde 2005, e escritor amador. Atualmente trabalha na Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura de Itapevi (SP). Também faz alguns serviços freelancers para jornais e revistas de São Paulo.

Mudança de hábitos

S

ão Paulo, 25 de abril de 2006. Pauta: a vitória sobre a obesidade. Cá estava eu, em um Centro de Referência cercado de mulheres que, sob minha ótica, ainda pareciam enormes. Adriana, cabelos negros e rosto bochechudo, foi a primeira a superar a timidez e expor seus conflitos pessoais. “Não saía na rua por causa do meu peso. Dentro de casa não conseguia executar nem os trabalhos de rotina”, confidenciou-me. Há cerca de oito meses, no entanto, Adriana deu o primeiro passo no tratamento e já havia reduzido o peso de 220 quilos para 171. “Minha vida mudou completamente. Agora passeio com meus filhos, vou ao teatro, ao médico. Enfim, levo uma vida normal”, dizia ela orgulhosa.

advogada exibia um manequim muito acima dos padrões impostos pela sociedade. Segundo ela, o problema começou quando perdeu seu único irmão de forma trágica. A comida foi sua válvula de escape para suportar a angústia que sentia por não tê-lo mais ao seu lado. Agora, com 50 quilos a mais, também contabilizava um casamento destruído, um emprego ameaçado e o olhar debochado das pessoas que cruzavam seu caminho. Mas estava feliz. Em apenas uma semana de tratamento, se ainda não havia perdido peso, fez novas amigas que compartilhavam histórias e dificuldades semelhantes, e, principalmente, inúmeras vitórias. “Elas me dão muita força. São um exemplo de que é possível superar qualquer obstáculo”, comentou.

“Meu Deus, ela está feliz por pesar 171 quilos?!”, imediatamente pensei. Fiquei a imaginar se fosse eu quem pesasse tudo isso. Provavelmente estaria desempregado, isolado em um quarto escuro, afogado em antidepressivos, apenas aguardando o coração cansar de bater no peito e me dar o merecido descanso. Para Adriana, porém, os 100 quilos a mais do que o normal representavam 49 quilos a menos. E era com essa visão que ela prosseguia vencendo.

Ainda ouvi o relato de outras pacientes. Thais, Rafaela, Jéssica, Carol... No meu entendimento, todas convergiam para o mesmo ponto: o círculo vicioso no qual se encontram as vítimas da obesidade. Comem para diminuir a angústia que sentem por estar engordando e saindo dos padrões aceitáveis pela sociedade. Ou seja, comem por estar engordando e engordam por estar comendo. Dentro deste quadro, surgem outros agravantes para dificultar ainda mais as coisas. Desprezo dos próprios familiares, baixa auto-estima e cobranças excessivas são alguns deles.

Meus pensamentos foram interrompidos pelas palavras de outra mulher em fase de tratamento. Maquiagem impecável, rosto de menina, sorriso de quem vive seu melhor momento na vida. “Cheguei ao fundo do poço. Tinha depressão por causa do excesso de peso e só chorava”, revelou. Seu nome era Hortência e sua força de vontade já havia feito com que ela perdesse 43 quilos e tivesse o ânimo necessário para sonhar com a incrível marca dos 60. Tudo para se livrar de uma vez por todas dos problemas cardíacos e, principalmente, do olhar de desprezo que os outros lançavam para ela. Não se escondia mais do mundo. Estava resolvida a enfrentá-lo com coragem e determinação. Essa também era a intenção de Milena, recém-chegada ao Centro de Referência. Com apenas 23 anos, a jovem

O desafio de cada uma era achar uma porta aberta neste círculo e fugir sorrateiramente antes de perceber que a vida passou e que é tarde demais para recuperá-la. Eis a razão para o sorriso estampado no rosto daquelas mulheres que estavam à minha frente. Elas ainda não haviam saído do círculo, mas já avistavam a porta a poucos metros de distância. A conversa durou apenas alguns minutos, o que foi tempo suficiente para me fazer repensar meus próprios valores. Percebi a capacidade que o ser humano possui para mudar seus hábitos e, assim, reescrever sua história. Ao contrário do que muitos pensam, somos muito mais responsáveis pela vida que levamos hoje do que podemos supor. Torço para que as mulheres que conheci naquela tarde estejam felizes, sentindo a grande satisfação que existe de saber que não foram vencidas. Quem sabe um dia, encontro uma delas, linda como sempre, e vitoriosa, a exibir o cinturão de quem não se entregou ao levar os primeiros golpes da vida.


oal

o pess Arquiv

Jornalista, especialista em jornalismo multimídia pela PUC-SP e mestrando em comunicação pela ECAUSP. Atua há 10 anos em comunicação digital corporativa participando de projetos para Schering-Plough, Instituto Ethos, COC e Lush. Jurado das categorias digitais do Prêmio Aberje e um dos autores do blog Intermezzo. www.andredeabreu.com.br

Como está a sua reputação nas redes sociais?

A

pesquisa divulgada pelo Ibope em fevereiro último sobre o perfil da população brasileira na Internet apontou que a presença das classes C, D e E já supera a das classes A e B. Isso demonstra o quanto a Rede já faz parte da vida dos brasileiros. Com isso, tudo aquilo que se fala sobre uma marca ou sobre uma pessoa no mundo virtual cada vez mais influencia o mundo real. E você? Já parou para checar a quantas anda sua reputação na web? Pela primeira vez na história da comunicação temos recursos que nos permitem checar praticamente em tempo real o que as pessoas andam falando sobre qualquer coisa. As dicas e ferramentas a seguir poderão ajudá-lo na tarefa:

- A maneira mais básica e rápida de checar o que se fala sobre algo é utilizar o Google. Utilizar seu nome ou o da sua empresa entre aspas pode trazer informações bastante interessantes. Porém, porque não fazer isso em 26 sistemas de busca ao mesmo tempo? Com o monitorThis (monitorthis. info) essa tarefa fica bem simples e rápida. - Além de saber o que estão falando é preciso saber quem está falando. No próprio Google, utilizando o comando link: seguido do endereço do seu blog ou página pessoal, é possível checar quais páginas possuem links para a sua. O WholinksToMe (wholinkstome.com) também pode ajudar nesta empreitada. - O google Trends (trends.google.com) permite comparar a reputação no mecanismo de busca entre um ou mais termos. Conheça também o instantRankmeter (instantrankmeter. com). Ele faz o mesmo tipo de análise, porém oferece uma série de gráficos e sua análise engloba também os sistemas de busca Bing e Yahoo!. - O Twitter é o grande termômetro das marcas em tempo real. O básico é utilizar o Search Twitter (search.twitter.com).

Porém, há uma série de serviços que muitos desconhecem. O BackTweets (backtweets.com) permite saber quantas pessoas mencionaram um link na rede de microblogging. O Klout (klout.com) e o twinfluence (twinfluence.com) possibilitam descobrir o nível de influência de usuários desse ambiente. - Apesar dos blogs mais influentes do Brasil ainda serem tocados por grandes nomes da imprensa tradicional, saber o que os pequenos falam é fundamental. Para isso, use o BlogPulse (blogpulse.com), uma ferramenta do instituto de pesquisa Nielsen para avaliar o que se fala sobre determinado termo na blogosfera. Também é possível fazer esse mesmo tipo de análise por meio do google Blog Search (blogsearch. google.com). Esta verificação periódica é fundamental, pois ela antecipa crises e demonstra oportunidades que podem ser exploradas com uma abordagem comunicacional estratégica e planejada nas redes sociais. Portanto, agora que você já sabe o que, quem e onde estão falando sobre você e sua marca é importante transformar esse monitoramento em rotina. A evolução desse trabalho é participar desses diálogos. Criando perfis nas redes sociais ou intervindo diretamente nos espaços dos internautas, o que importa é manter uma interação sincera e transparente. Assim como na vida real, somente a soma dessas duas características fará com que as pessoas confiem em você e naquilo que diz, mesmo em situações críticas ou de crise.

23


l

oa o Pess Arquiv

2010 começou quente. Muitas contratações, novidades no mercado e comunicadores se destacando. O ano promete: eleições, Copa do Mundo e planejamentos mil. Conte suas novidades: robsonabreu@pqn.com.br

Divulgação

PREMIAÇÃO

PROMOÇÃO

A Oca Comunicação, agência de assessoria de imprensa, relações públicas e estratégias de comunicação institucional do Grupo Indio Brasileiro, promoveu Bruno Pinheiro ao cargo de diretor de operações da empresa. Ele, que completou quatro anos de atuação no Grupo IB, tem passagens na FirstCom Comunicação e pela TV Câmara São Paulo. Este ano Pinheiro assumirá as operações da Oca Comunicação que tem clientes como AG2, boo-box, ABRADi e Fitness Together. Divulgação

O jornal Correio Braziliense faturou quatro das 10 categorias do Prêmio AMB (Associação de Magistrados Brasileiros) de Jornalismo. Trinta e cinco trabalhos finalistas concorreram este ano. Na categoria “Nacional Internet”, o jornal levou o primeiro lugar com a matéria Direitos da Infância, da jornalista Erika Klingl, que também foi a autora da reportagem Sexo com crianças vendido a R$ 3 no coração de Brasília, premiada em primeiro lugar na categoria “Especial Infância e Juventude”. A fotografia do Correio levou o primeiro lugar em “Especial Fotografia” com a imagem Sabes com quién hablas?, de Gustavo Moreno, e a série de reportagens Sentença de Morte, de Mirella D’elia, Alana Rizzo, Ullisses Campbell e Thiago Herdy ficou em terceiro lugar na categoria “Nacional Impresso”.

UNICID

PROFISSIONAL I

Cris Rother foi nomeada a nova diretora executiva do IBOPE Nielsen Online para o Brasil. Ela traz uma experiência excepcional para a função e ampla perspectiva, tendo sido cliente, veículo, agência e diretora de métricas do Interactive Advertising Bureau (IAB), desde 2003. Formada em Publicidade e Marketing, com MBA pelo IBMEC (1998 à 2000), a executiva tem passagem pela Wunderman, uma empresa do Grupo Newcomm, como VP de mídia, onde foi responsável pelo atendimento de grandes clientes como Diageo, Dell e Colgate.

DE CASA NOVA

A Pessoa Comunicação e Relacionamento, da RP Érika Pessoa, está de endereço novo: Rua Elói Mendes, 386, Sagrada Família. A casa, com uma ampla estrutura, 150m² de área útil, oferece muito conforto para os clientes e amigos. A empresa comemora também a conquista de mais três clientes: a cachaça Vale Verde, a Família Gribel e o festival VAC – Verão Arte Contemporânea e a contratação de novos profissionais, o jornalista Gabriel Godoy e a administradora Luciana Leite, que será responsável pela Gestão Administrativa.

24

MARKETING

A Interface Comunicação Empresarial, em BH, contratou a RP Laura Barreto para assumir sua gerência de marketing. Com 15 anos de mercado, ela incrementará a área de promoção da agência, Divulgação auxiliará em eventos e fomentará novas parcerias. Formada em Comunicação Social e com MBA em Marketing, Laura tem histórico em grandes corporações nacionais e internacionais.

A competente Natália Diegues está full time na assessoria de imprensa da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID. Ela é a responsável por todo o relacionamento com a mídia brasileira. Parabéns, é isso aí! Arquivo pessoal

LIVRO

Leida Reis, editora do caderno Minas do jornal Hoje em Dia, em BH, acaba de lançar o livro “A invenção do crime”. A obra é mais do que um romance policial, é uma homenagem à literatura, com referências aos russos, aos brasileiros, e, sobretudo,ao próprio ofício da escrita, à busca do escritor pelo personagem. O lançamento contou com a presença de grandes jornalistas mineiros como a minha ‘ex-chefe’, Maria Eugênia Lage, secretária de redação do Hoje em Dia, e, esposa do competente, Ricardo carlini, cerimonialista e apresentador do popular jornal Alterosa Urgente.


PROFISSÃO

De ator, todo comunicador tem um pouco! CRISTINA SANCHES

S

eja como ator, diretor, produtor, autor, roteirista, figurinista ou assistente de produção, os comunicadores têm se revelado cada vez mais para as artes cênicas. Mas até que ponto a Comunicação pode auxiliar este outro lado profissional do comunicador? O público é garantido ou o comunicador não ajuda na hora da divulgação do espetáculo? Nem sempre ‘ser do meio’ é sinônimo de cooperativismo ou de até mesmo de prestígio para a

categoria. Mas o que fazer para atrair a atenção dos colegas? O que leva jornalistas, publicitários, designers e radialistas a se interessarem pelo teatro, já que as duas profissões têm histórico de baixos salários? Comunicação e arte podem andar de mãos juntas? Segundo Rômulo Duque, presidente do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais, entidade responsável pela Campanha de

Marcos Ikeda

Ser comunicólogo pode ser uma boa ferramenta para o desempenho nos palcos e também fora dele. O Teatro, assim como a Comunicação, tem fascinado profissionais de todo o país e mostra que as duas profissões podem andar juntas e ainda se completarem. Afinal, todos nós, comunicadores, temos um veio artístico dentro de nós, já que as duas atividades exigem criatividade, postura arrojada, dinamismo e paciência, muita paciência!


Popularização do Teatro e da Dança, o contato direto com o público, a capacidade de criar (notícias e emoções) por meio do trabalho, tornam a comunicação e o teatro profissões próximas. “Conheço vários jornalistas e radialistas atores e muitos deles seguem a profissão de comunicador. Alguns puderam ser vistos durante a 36º Campanha de Popularização do Teatro e da Dança promovida de janeiro a março, em Belo Horizonte”, afirma Duque. Para Aloísio Moraes, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, é comum os jornalistas buscarem outros meios para se comunicar com o público, como sites de redes sociais, e o teatro também é uma delas. Ele conhece poucos jornalistas que estão no teatro, mas afirma que o motivo pelo qual estão procurando as artes cênicas é a afinidade das duas profissões. “Não tenho experiência nas artes cênicas, mas percebo que no teatro a comunicação se faz de imediato, mais do que no rádio. O ator sente na hora a reação das pessoas. O contato é cara a cara. O desejo por essa comunicação face a face tem feito o jornalista procurar no Fotos: Lúcio Carvalho

AlEXAnDRE, o ator também é um comunicador, porém a comunicação estabelecida com o público é diferente, é lúdica, mediada pela reflexão

26

teatro uma nova forma de se expressar ainda mais”, observa o presidente da entidade sindical. Moraes recorda alguns profissionais que, no passado, se dividiam entre o jornalismo e o teatro, como Magda Lenar, repórter do jornal de Minas na década de 70. Entretanto, afirma, os comunicadores nunca tiveram o hábito de levar essa atividade para dentro do Sindicato. “Não me lembro de nenhum incentivo por parte do sindicado nesse sentido, até porque não houve procura por parte dos jornalistas. Talvez o problema seja a disponibilidade. Não é tão fácil conciliar as duas funções. Mas seria interessante aproveitar esse dom dos jornalistas em nossas campanhas e até em eventos internos. Estamos abertos”, pondera o presidente do SJPMG. Para Moraes, no caso dos jornalistas, a necessidade de trabalhos extras para a complementação salarial é outro fator que deve ser levado em consideração. Ele afirma que quase todo jornalista busca uma complementação salarial. A maioria tem um trabalho extra, os chamados freelas. É uma característica da profissão. “Penso que no caso daquele que tem o dom para atuar, irá procurar essa renda extra nas artes cênicas”, observa. Para a psicóloga Fabrízia de Araújo Soares tanto a arte, em suas diversas manifestações, quanto as profissões, exigem palavras e atos para transformar a realidade e a cooperação. A arte é o espaço da liberdade, criatividade e espontaneidade. Ela entende a arte como uma forma de expressão e considera que está ligada às variadas profissões quando se apresenta como um caráter de integração, inclusão e representação. A psicóloga não vê a junção de algumas profissões à arte como uma válvula de escape, mas como uma alternativa, uma saída encontrada que direciona as ações e mobiliza o indivíduo. “O limite entre ser profissional e artista é muito tênue. Precisamos entender que o lúdico tem o papel de transformar o espaço, mobilizar pessoas e trazer à tona emoções, situações vivenciadas, medos, etc. A arte apresenta-se como um elemento fundamental quando existe uma urgência por viver, sentir, expressar”, diz Fabrízia.

RÔMUlO, o contato direto com o público aproxima os profissionais da comunicação e as artes cênicas

O QUE A COMUNICAÇÃO TEM EM COMUM COM AS ARTES CÊNICAS? Para Alexandre Toledo, jornalista, publicitário e ator formado pelo Centro de Formação Artística (Cefar), da Fundação Clóvis Salgado, o ator é também um comunicador. Porém, a comunicação estabelecida com o público é promovida de formas diferentes. “Ambos fazem referência a algo, mas a comunicação feita pelo ator é mediada pela reflexão, o lúdico, o contato imediato com a plateia. Nada substitui a intimidade do encontro entre o ator e seu público”. O teatro e o cinema foram os motivos pelos quais Toledo buscou o curso de Comunicação. “Na época, ao invés de ir ao Teatro Universitário da UFMG, único curso profissionalizante que existia em meados de 1985, procurei o curso de Comunicação. E meu primeiro professor foi o Arildo Barros, que hoje está no Grupo Galpão”, lembra o jornalista. Toledo, que se desdobrou entre três espetáculos durante a campanha de popularização – “Poema do concreto Armado” (ator), “Don Juan no Espelho” (diretor, junto com Luiz Otávio Carvalho) e “Auto da compadecida” (diretor e produtor pela Cia. da Farsa) –, observa que a maioria das pessoas que se forma em comunicação tem o lado lúdico apurado. Entretanto, segundo ele, quando o profissional chega ao mercado, essa criatividade não é explorada. “Motivo pelo qual muitos procuram as artes cênicas.


A arte acaba sendo uma alternativa. O jornalismo, por exemplo, hoje está muito preso ao factual. O jornalista que tem a ‘veia’ para a escrita acaba escolhendo outros meios para se expressar”, observa.

Div

ulg

açã

o

Incentivada por Alexandre Toledo a fazer teatro, a jornalista do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e atriz Sidnéia Simões – que também integra o elenco de “Auto da Compadecida” –, iniciou ainda criança nas artes cênicas, mas se firmou na época da faculdade. “É uma longa história que começou na infância, com o estímulo da minha mãe. Ainda guardo uma foto, aos seis anos, representando ‘Chapeuzinho Vermelho’. Durante toda a minha vida escolar, sempre havia o momento do teatro. Na Puc Minas, eu e alguns colegas, formamos um grupo e apresentamos o espetáculo ‘Liberdade, Liberdade’, de Millôr Fernandes. Alguns anos depois, entrei para o curso do Cefar, incentivada por Alexandre Toledo. Formei-me em 1995 e, desde então, venho tentando conciliar Comunicação e arte, sendo que o primeiro é que garante o meu sustento. Não é fácil conciliar as duas atividades. Às vezes bate um cansaço e penso se é loucura ‘inventar tanta moda’. Por outro lado, é um ímã, como se eu precisasse disso para viver. Estou convicta de que vim ao mundo para me comunicar de forma especial com as pessoas. Comunicação e arte representam isso”, garante. Sidnéia afirma que há uma tendência do profissional da comunicação para as artes cênicas. Por sua experiência, ela percebeu que é muito comum atores se interessarem pela comunicação e vice-versa. Talvez porque as duas profissões signifiquem uma maneira especial de estar no mundo e de se comunicar com as pessoas, por exigirem uma renovação constante e muita adrenalina. A jornalista e atriz arrisca outro palpite e enfatiza aspectos que o profissional de comunicação e o ator têm em comum. “As duas atividades exigem criatividade, postura arrojada e certo dinamismo. O profissional de comunicação tem sempre que cAiO, quem faz teatro em Minas é um guerreiro, pois os veículos preferem divulgar as peças de fora

se atualizar e o ator também. Cada matéria do jornalista exige um fôlego diferente, habilidade com texto, fala, apresentação, que dependem do veículo em que ele atua. Cada personagem interpretado pelo ator exige energia, vencer medos e superar desafios. Tanto no teatro como na Comunicação estamos sempre sendo avaliados por tudo o que fazemos”, pondera Sidnéia, que, Além de “Auto da Compadecida”, esteve em edições anteriores da campanha com os espetáculos “A Farsa”, “Tribobó” e “Retrato Falado”. Soraya Belusi, repórter do jornal O Tempo, em Belo Horizonte, e atriz formada pelo curso de Teatro Universitário da UFMG, discorda de Sidnéia e afirma não observar uma tendência dos comunicadores – em especial os jornalistas – para as artes cênicas. Segundo ela, o que ocorre é que os profissionais buscam se aproximar das áreas no qual trabalham. Embora atores e comunicadores tenham semelhanças como boa oratória e falta de timidez, no jornalismo cultural, por exemplo, ela afirma ser muito comum encontrar profissionais que têm relação com a área que cobrem. “Muitos são músicos, cineastas, escritores, ou tentam ser, pelo menos”, diz.

A COMUNICAÇÃO AJUDA NO DESEMPENHO DO ATOR? Personagem hilário, tanto no rádio quanto no teatro, Caio Fernandes, mais conhecido como Kayete, é outro ícone do teatro que se desdobra entre a profissão de comunicador e ator. Formado em Artes Cênicas e Ciências Contábeis pela Puc Minas, ele também descobriu o dom para o artes cênicas ainda criança, atuando em peças infantis na escola. Quando terminou a faculdade, foi convidado para trabalhar na rádio Transamérica FM, aos domingos. “Em uma nova fase, fui para a rádio 98 FM para criar o Silicone Show, e fiquei por quase um ano. Depois disso, a rádio Extra me convidou para integrar o elenco do programa Rádio Show, onde continuo até hoje, conciliando meu trabalho com o de ator. Quando a gente gosta do que faz não tem hora, nem dia. Amo o que faço: rádio, TV e teatro”, enfatiza. Seja no rádio ou nos palcos, Fernandes se comunica com o público por meio de seus personagens. Na rádio Extra ele interpreta a drag queen Kayete. No teatro, integra os elencos de “As Barbeiras” (direção de Wesley Marchiori) e “O Dia do babado” (direção de Ronaldo Ciambroni),


Marco Aurélio Prates

JÚliA, o teatro é uma potente forma de comunicação, onde as duas profissões trabalham a escrita e a observação do outro, porém com diferenças

ao lado de Nilo Faustino (a Nayla Brizard, do programa Silicone Show da rádio 98 FM, outro comunicador e ator) e Rodrigo Salgueiro. Segundo o publicitário Márcio Miranda, autor e ator da peça “Don Juan no Espelho”, o teatro sempre o encantou. Apesar de ter começado a atuar desde criança, a Comunicação também chamava sua atenção. No final do curso de Publicidade e Propaganda, ele trabalhou como modelo e depois ingressou em uma empresa de eventos, produções e assessoria de imprensa. Foi então que percebeu a relação entre a publicidade e o teatro. “Quem faz Comunicação gosta de escrever, de produzir, e o mesmo acontece no teatro. A comunicação aliada à produção contribui para um direcionamento mais claro”, afirma o publicitário. Além dos trabalhos como ator, ele é o programador visual da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança desde 2005. Formada em jornalismo pela PUC Minas, em teatro pelo Cefar, especializada na área cultural, em especial nas artes cênicas, a repórter do jornal O Tempo, em Belo Horizonte, Júlia Guimarães, acredita que o teatro seja também uma forma potente de comunicação.

28

Segundo ela, as duas profissões trabalham a escrita, a comunicação e a observação do outro, mas com diferenças. Ele afirma que o teatro está situado no campo específico da arte, onde a criação surge de forma peculiar e subjetiva. “A ação do ator é dilatada, não obedece a uma lógica linear como usualmente ocorre no trabalho do comunicador, que é mais dinâmico, lógico, realizado em um curto espaço de tempo”, observa a repórter. Júlia lembra que, como fazia dois cursos de teatro ao mesmo tempo, quase não conseguiu estagiar em jornalismo. Ao final da faculdade ela mostrava mais interesse e convicção pela profissão de atriz. Foi aí que começou a ministrar aulas de teatro e atuou por um ano no grupo Maldita Cia. de Investigação Teatral, formada por professores de teatro de diversas escolas de BH. Nesse período, conta, sentiu falta do jornalismo, pois teve vontade de trabalhar com cultura. “Sentia falta de algo mais dinâmico e objetivo. Procurei as redações, já que sempre gostei de escrever e de jornalismo impresso. Passei um período no Magazine, do jornal O Tempo, até que surgiu a vaga no jornal Pampulha, da mesma editora. Foi quando consegui unir teatro e jornalismo. Hoje estou certa de que é neste lugar que desejo atuar: como jornalista e escrevendo sobre cultura, especificamente, teatro”, afirma Júlia, que hoje se divide entre o jornalismo e a Cia Luna Lunera, como integrante do elenco da montagem “Cortiços”, que também estava em cartaz na campanha de popularização.

programa no rádio colabora de certa forma com a divulgação das peças. Isso soma para o espetáculo,” avalia Caio. Já a atriz Sidnéia Simões afirma que isso só ocorre com profissionais famosos, principalmente por causa do apelo da televisão. Quem faz teatro em Minas, afirma Fernandes, é um guerreiro. As montagens têm pouco incentivo da mídia mineira. “Mas quando o espetáculo é de fora, com atores famosos, é mais fácil conseguir meia página no jornal, espaço no rádio e na TV. Como dizia minha avó, santo de casa não faz milagre. Por isso faço questão de receber meus amigos da classe no meu programa”, diz Caio. A valorização das produções mineiras e o espaço cedido pela mídia ainda é muito questionado pelos próprios comunicadores. “O público de BH tem ido mais ao teatro, mas as pessoas desconhecem sobre os valores dos ingressos, das produções em cartaz. A informação precisa chegar ao público. Falta uma maior divulgação. Não sei se por parte dos produtores e de apoio de entidades ligada à classe, mas existe uma lacuna que precisa ser resolvida urgentemente”, diz Márcio Miranda.

COMUNICADOR AJUDA COMUNICADOR? Para Alexandre Toledo e Caio Fernandes o fato do ator ser também um comunicador contribui para chamar público para os espetáculos. No caso da Campanha, por exemplo, o público privilegia as comédias. Se o comunicador é da mídia eletrônica e atua em uma peça de humor, é fatal: o público vai vê-lo. “Quem gosta da Kayete e ouve seu programa diariamente, vai assistir ‘As Barbeiras’ e ‘O Dia do Babado’. O

MÁRciO, quem faz comunicação gosta de escrever, de produzir, assim como no teatro

Nello Aun


oal

o Pess Arquiv

Bacharel em Jornalismo e Mestre em Educação pela Unimep, Doutora em Multimeios pela Unicamp. Professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no curso de Comunicação Social: habilitação em Jornalismo. Vice-diretora Editorial e de Comunicação do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FMPJ), gestão 2008-2010 e membro do GT Campanha em Defesa da Profissão/ Regulamentação do Jornalismo da Fenaj.

Substitutos digitais

I

nício de semestre, nova turma de estudantes de jornalismo, apresentações. Do curso, dos professores, dos recursos que serão utilizados. Entre eles, ambiente virtual de aprendizagem, sites, redes sociais, além, é claro, de livros e textos impressos. Uma evidente preferência por materiais digitais, incluindo livros – a biblioteca de publicações digitais que mantenho supera de longe aquela que ocupa as estantes – costuma gerar curiosidade e render comparações ou referência a personagens ligados à tecnologia. Neste ano foi a vez de um aluno sugerir o filme Substitutos – título original Surrogates –, que se passa em 2054. A história? Andróides que fazem tudo no lugar dos humanos, que ficam em suas casas, conectados e fisicamente inertes. Não assisti, mas ver pelo menos o trailer para saber do que se tratava foi inevitável.

Essa referência faz pensar no crescimento da vivência “externa” a partir de meios e substitutos virtuais. Frequentamos comunidades, dialogamos com nossos pares, passeamos por vários lugares do mundo, isso sem sairmos de casa. Nossos avatares – outra referência a filme é inevitável – transitam tranquila e livremente por redes como Facebook, linkedin e Twitter e por mundos como Second Life, sem que saiamos do conforto de nossos lares ou, eventualmente, do ambiente de trabalho, da lan-house ou do laboratório de informática da escola. Com nossos “substitutos” e com as interfaces disponíveis em computadores e celulares, podemos participar de conferências, cursos, exposições, palestras e diversos eventos aos quais não teríamos acesso fisicamente. As tecnologias digitais de informação e comunicação mostram-se, assim, grandes

aliadas para a educação em todos os níveis e em todas as áreas, não apenas nos cursos de comunicação social, mas especialmente neles. Afinal, são os profissionais e pesquisadores dessa área que, de maneira interdisciplinar com outros, de outras áreas relacionadas a essas tecnologias, trabalharão com esses meios, essas interfaces do nosso mundo, físico, com outros, digitais, virtuais, informáticos. Diante do mercado de comunicação que se configura com o avanço das mídias sociais, lidar com elas será natural - se já não o é - para boa parte das turmas. Alguns alunos mostram-se mais familiarizados com esses termos e têm seus avatares em várias dessas redes, produzindo já e conquistando seu público. Outros, ao longo do curso, em seu processo de aprendizagem, passarão a adotá-los. Por fim, alguns poucos poderão resistir e, exceto nas atividades propostas no desenvolvimento dos componentes curriculares, ignorar a existência desse mundo digital. Independentemente da percepção e do comportamento de cada um, é preciso reafirmar que avatares, substitutos digitais, nada mais são que representantes nossos nesses ambientes virtuais, refletindo o que somos no mundo físico. A essência é de cada um. Podemos encará-los de diversas maneiras, mas sem perder de vista que são apenas extensões, e que a duração, a intensidade e a forma com que “atuam” dependem de nós. Substituição tem - e deve ter - limites.

“Alguns poucos poderão resistir e, exceto nas atividades propostas no desenvolvimento dos componentes curriculares, ignorar a existência desse mundo digital”.

29


AngÊlica, falta de dinheiro e a situação dos jornalistas no mercado de trabalho foram motivos para se inscrever no BBB10

Sebah Rinaldi


“Estava atravessando

CAPA

uma fase financeira difícil, aí decidi me inscrever!”

Se existe uma atração na TV que os jornalistas criticam, esse programa é o Big Brother Brasil. “Ame-o ou odeie-o”. É mais ou menos assim que alguns comunicadores veem o reality show que chegou à 10º edição e apostou na diversidade sexual de seus participantes. Mas nem todos pensam dessa forma e dariam tudo para estar na ‘casa mais vigiada do país’, nem que fosse para pagar as dívidas. E foi pensando nisso, que a jornalista Ana Angélica Martins Marques, ou melhor, a Angélica, conhecida como ‘Morango’, mandou sua fita para a seleção do reality. Em entrevista exclusiva, Morango contou para a PQN os motivos que levaram-na a entrar para o programa. E pelo visto, deram certo! ROBHSON ABREU

A

triz profissional, Angélica, 25 anos, se formou em Jornalismo na UNITRI, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e atua há sete anos na área. Trabalhou pouco mais de um ano como apresentadora e editora-chefe do programa “Paranaíba Esporte”, versão regional do já extinto “Esporte Record”, na TV Paranaíba, afiliada da emissora na região. Porém, o baixo salário e a crise financeira que estava vivendo, motivaram sua inscrição no BBB 10, mesmo sabendo que a categoria não vê o programa com bons olhos. Nas dez edições do reality show, participaram 157 profissionais, sendo 13 deles ligados à Comunicação: Estela Padilha, videografista (BBB1); Andrea carla, marketing (BBB3); Paulo Roberto, fotógrafo (BBB3); Sabrina Sato, repórter (BBB3); Eduardo Monteiro, publicitário

(BBB4); natália nara, apresentadora de TV (BBB5); Juliana góes, jornalista (BBB8); Milena Fagundes, assessora de imprensa (BBB9); norberto carias, radialista (BBB9); Priscila Pires, repórter (BBB9); e nesta última edição, o BBB 10, participaram os comunicadores Michel Turtchin, publicitário; Tessália Serighelli, publicitária e Angélica, jornalista. De todos eles, a participante que conseguiu maior visibilidade em todo o país foi Sabrina Sato, que se tornou repórter do programa Pânico na TV, da Rede TV!. Outros como Francine Piaia (BBB9), Diego gasques, mais conhecido por ‘Alemão’ (BBB7) e Priscila Pires (BBB9), se tornaram repórteres do canal Multishow. A ex-miss natália casassola (BBB8) apresenta um programa de variedade em Florianópolis e o baiano Jean Wyllys, vencedor do BBB5 foi repórter do programa global Mais Você. Atualmente é professor na Escola Superior de Propaganda e Marketing, do Rio de Janeiro (ESPM). Em passagem por Belo Horizonte, sua primeira aparição em público no bar gls The l, Angélica conversou com exclusividade com a revista PQN sobre carreira, BBB, diploma, futuro e mais: que tirou férias do Jornalismo! Ficou curioso? Então não espie, leia do começo ao fim essa entrevista no pão-de-queijo mais gostoso de todo o Brasil!

31


01 Por quais motivos você, como jornalista profissional,

aceitou participar do Big Brother Brasil, sendo que a categoria, em grande parte, critica a proposta e manipulação de imagens do programa? Angélica: Há duas respostas para isso: primeiro, eu nunca me preocupei com a crítica, é natural e vai existir sempre. E o fato é que eu estava atravessando uma fase financeira difícil. Na última emissora em que eu trabalhei, por exemplo, ganhava um salário de R$ 1.100,00. Pela responsabilidade exigida do meu cargo de editora e apresentadora, era muito pouco. Infelizmente, o valor do piso salarial é uma realidade absurda na profissão. E as coisas tendem a ficar ainda piores já que a exigência do diploma caiu.

02

Dentro do programa, você procurou agir de alguma forma que trabalhasse seu marketing pessoal? Quais foram as estratégias utilizadas? Angélica: A minha única estratégia era ser eu mesma. Não estava lá a jornalista ou a atriz, mas a Morango, a pessoa que eu sou quando estou com os meus amigos, até porque era assim que eu me sentia lá: em casa com amigos.

03

Quais conceitos você pretende transmitir, em relação à sua imagem pública e marketing pessoal? O que você “toparia” fazer e o que não “toparia”? Angélica: Já estou trabalhando bastante e muito feliz com todas as coisas que estão acontecendo. Posei para o site Paparazzo, participei de algumas gravações do humorístico Zorra Total, fiz dois editoriais de moda e lançarei o meu livro de contos em algumas semanas. O que eu não toparia de jeito nenhum é fazer filme pornô, não tem nada a ver comigo.

04

Jornalistas, muitas vezes, são profissionais que preferem ficar nos “bastidores” das notícias e fatos. Agora você é a notícia. Como você encara essa mudança de papel? Angélica: Nunca estive muito nos bastidores, sempre gostei mais do trabalho como repórter e apresentadora, à frente das

câmeras. É uma questão de identificação. A exposição no BBB vem me abrindo muitas portas.

05

Quais aspectos serão favorecidos e quais serão desfavorecidos? Angélica: Na vida temos que fazer escolhas o tempo todo e eu tinha muita consciência do que estava fazendo quando me inscrevi para o programa. Sei que muito dificilmente vou voltar a trabalhar com o “hard news” em TV, trabalho que sempre amei fazer. Em contrapartida, tenho recebido convites que eu não esperava que surgissem.

06

Como homossexual assumida, jornalista e alvo de grande exposição na mídia, você pretende trabalhar com algum tipo de publicação segmentada para este público? Angélica: Já pensei muito sobre isso, mas não há um projeto concreto.

07

Como jornalista, como você analisa as abordagens da mídia em geral sobre sua participação no programa? Houve diferenças em relação aos meios (jornais, televisão, web, rádio)? Angélica: Me surpreendi muito positivamente com todos os veículos de comunicação, de uma maneira geral. Mesmo aqueles mais sensacionalistas têm “pegado leve” comigo.

08

Você acha que os veículos de comunicação foram ásperos com seu comportamento? Angélica: Não sei se me julgam como jornalista ou se me avaliam apenas como a pessoa Ana Angélica, mas percebo que há muito mais matérias com teor positivo que negativo.

AngélicA, do anonimato para a tela da Rede globo no Big Brother Brasil 10. A carreira deslancha e agora é a hora de colher as boas oportunidades

Fotos:

Divulg

B10 ão BB

uivo

e arq

al

pesso


Angélica: Essa oportunidade foi ímpar para a abordagem da temática homossexualidade nos lares brasileiros. Acho que é assim, de forma leve e mais próxima do real que se abre portas para o diálogo.

11

Você se considera prejudicada com a edição do programa que, de certa forma, ressaltou aspectos não tão positivos de sua personalidade? Angélica: Não cabe a mim julgar a edição ou questionar a votação agora. Para mim o que é realmente importante é reconhecer que milhares de pessoas torceram e sacrificaram alguns minutos ou horas pela minha permanência na casa.

12

Como a mídia está lidando com você após a sua saída da casa? Angélica: Quando coloquei os pés na casa sabia que naquele momento estava abrindo mão da minha privacidade. A minha vida se tornou pública, mas tenho lidado bem com isso.

13Como será, a partir de agora, a Angélica jornalista?

14

Você recebeu algum convite para apresentar programas? Trabalhar em algum grande jornal ou revista? Angélica: Tenho um contrato de exclusividade com a Rede Globo por alguns meses, o que limita um pouco o meu trabalho neste momento. Mas já recebi algumas propostas bem interessantes no eixo Rio-São Paulo.

15

Você concorda com a BBB Elenita que afirmou que quer esquecer sua passagem pelo programa? Há algum arrependimento? Angélica: O BBB faz parte da minha história, não tenho nenhum arrependimento, pelo contrário.

16

Essa exposição na mídia sempre acaba rendendo bons frutos para os comunicadores que sabem, de certa forma, trabalhar positivamente a carreira. Você acha que sua exposição, além da declaração de ser lésbica, poderá ajudá-la ou já a está ajudando profissionalmente? Angélica: Acho que não é a exposição na mídia que faz alguém ter sucesso profissional e, sim, o casamento entre talento e oportunidade.

Angélica: A jornalista está tirando umas férias...

Menos burocracia e Mais negócios coM as eMpresas da cidade.

Betim. Uma das cidades mais empreendedoras de Minas, segundo o Sebrae. Com investimentos na desburocratização e empreendedorismo, a Prefeitura conseguiu aumentar em quase 90% a participação de empresas de Betim nas compras do município em 2009. Hoje, muitos negócios estão deixando a informalidade, aumentando a receita e gerando mais empregos e renda para todos. Isso foi possível porque a Prefeitura reduziu de 3 meses para 10 dias úteis o prazo médio* para abertura de empresas e aumentou o volume de compras nas empresas com sede no município. Resultado: Betim foi destaque na Premiação do Sebrae, concorrendo com outras 224 cidades mineiras, sendo a campeã nas categorias “Desburocratização” e “Compras Governamentais”. São ações como essas que vão garantir desenvolvimento para que Betim possa crescer cada vez mais, transformando a vida de milhares de pessoas em toda a cidade.

É aSSiM qUe BetiM eStá garantindo MaiS deSenvolviMento para todoS.

* Liberação de alvará de funcionamento e localização.

PQN: No Faustão, você ressaltou a importância dessa edição do BBB10 retratar o homossexual de forma não caricata, diferentemente de novelas e outros programas. Qual a importância desse tipo de abordagem para a opinião pública?

Arquivo Pessoal

10


u

n Abre

Robhso

Responsável pela Comunicação Social da Junior Achievement São Paulo. Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduanda em Comunicação Empresarial e Institucional. Editora do blog Ponto Zer0 que trata de comunicação e mídias sociais. www.blig.ig.com.br/pont0

Comunicação Interna:

O desafio das Mídias Sociais no Terceiro Setor

S

e você é um daqueles que já pensou em escrever qualquer coisa sobre o trabalho em algum dos seus perfis nas redes sociais, entenderá o que estou falando: quantas vezes você já pensou duas ou três vezes antes de clicar no “enviar”? Pois bem, são inúmeras as consequências que podem ser desencadeadas com um simples clique. Nunca se sabe quem lerá a mensagem e, talvez, não goste nem um pouco do que leu.

controle editorial dos grandes caciques da comunicação, para transmitir informação a esta grande aldeia global.

Que a Internet é a bola da vez, todos sabemos. Segundo o Instituto Ibope Nielsen são mais de 62 milhões de usuários no Brasil, sendo 33% da nossa população, o que ultrapassa a população de vários países. O número vem crescendo exponencialmente desde 2002. O brasileiro lidera o ranking de tempo conectado, está à frente dos EUA, Alemanha e Japão. Talvez as redes sociais, uma das inovações da última década, além de ter seduzido milhares de pessoas, e continuam fazendo a cada dia, contribuam também para esse crescimento (cabe lembrar da qualidade de conexão que pode ser uma variável). É uma revolução, não apenas na forma de relacionamento e interação, mas, principalmente, nos modelos de produção de conteúdos, na centralização e no

Para evitar maiores dores de cabeça, é interessante que a resposta quanto ao que pode ou não ser compartilhado seja dada pela própria organização. Se antes a preocupação era apenas com o manual de identidade institucional ou da marca, com o código de ética, dentre outros, hoje a demanda é por um manual de uso das mídias sociais aliado às demais políticas de conduta da organização (a exemplo da Dell e Globo) dentro e fora da organização. Ditadura? Pode até parecer, mas se a tarefa de casa for feita direitinho, e pode acreditar, não será fácil como é falar, será mais um ponto positivo na empreitada de formação de embaixadores da marca.

34

As empresas são feitas por pessoas com as mais diversas experiências e repertórios de vida. Existe um estímulo muito grande da Internet em fazer com que as pessoas compartilhem informações. Mas será que tudo o que acontece no ambiente de trabalho pode, precisa ou deve ser compartilhado?

As organizações perceberam que a grande teia de compartilhamento de informações (em que todos influenciam e são influenciados, sem cessar) é uma ferramenta eficaz para trabalhar a comunicação, o relacionamento, o engajamento e as informações das organizações sociais em prol da promoção, manutenção e fortalecimento de vínculos, marca, imagem, opinião pública, obtenção de boa vontade e captação de recursos. O terceiro setor vem investindo na profissionalização da comunicação e está compreendendo que o uso estratégico das mídias sociais é uma oportunidade para dar visibilidade à causa com investimento de baixo custo.


Teoricamente, sabemos que na comunicação interna a equipe não pode se passar por “marido traído”, o conteúdo apresentado deve estar ligado diretamente à filosofia da instituição, às necessidades do público-alvo, aos seus objetivos. Vale lembrar que comunicação não é modelo, comunicação é bom senso. É importante pensar o perfil psicológico, a quantidade de pessoas e a interação entre elas, turnos, e, principalmente, as formas mais eficazes para que a mensagem atinja a equipe. Vale lembrar que a totalidade do grupo que faz a missão da organização ser cumprida, pode fazer parte dos 66% que não estão plugados. É importante observar que são os colaboradores que estabelecem relacionamento com os stakeholders, são os responsáveis diretos pela implementação dos projetos, pela manutenção ou perda das parcerias por meio do atendimento (vale refletir que muitas organizações são entendidas como fornecedoras de serviços – RSE), cativam e treinam voluntários, e, o mais importante: fazem com que a missão seja cumprida. O objetivo não é nem limitar ou censurar o que o colaborador publica na rede, ou restringir o uso das mesmas, mas sim, orientá-lo quanto à reputação que a organização constrói a partir das experiências e o relacionamento que ele trava com outros públicos. Sim! São eles os maiores embaixadores da causa, e o trabalho deve começar dentro de casa. Até que ponto a eficácia da comunicação interna influencia o clima organizacional? Até que ponto o clima organizacional influencia a imagem da empresa? Se a imagem que a equipe tem da empresa é praticamente a que muitos stakeholders têm, e hoje, há uma infinidade de opções que os colaboradores têm para se manifestar e compartilhar opiniões, temos que a comunicação interna é um dos pontos que devem ser bem trabalhados a fim de gerenciar os conteúdos gerados pelos colaboradores nas mídias sociais ou mesmo fora dela.

organização, voluntários e funcionários, pergunte a eles, separadamente qual é o negócio da organização, quem é seu principal cliente, quem é seu principal beneficiado? Por incrível que pareça, por mais que esteja nos princípios da organização, serão encontradas respostas variadas e até coerentes. Por quê? Porque muitas organizações do terceiro setor estão se profissionalizando a tal ponto que o primeiro setor as confunde. Isso é ruim? A meu ver é ótimo, mas é preciso cuidar para não perder o foco. Raramente uma organização do terceiro setor tem capital suficiente para investir em mídias tradicionalmente utilizadas em comunicação interna, muitas vezes o próprio site por si só já é complicado de ser implantado, e, às vezes, ouço “quanto mais atualizado!”. É inevitável e imprescindível a presença das organizações nas redes sociais, mas acredito que seja primordial estabelecer objetivos claros e delinear um planejamento cauteloso para que a comunicação interna faça uso dessas ferramentas no terceiro setor. Volta e meia vejo organizações com três ou quatro funcionários querendo fazer um mega jornal mural ou usar metade do orçamento, escasso, para a confecção de luxuosos house organs, ou porque aprendeu na faculdade ou o nome é bonito. Vale sempre pensar: é efetivo para a comunicação interna ou seria apenas espelho de egos e vaidades?

Em pesquisa sobre o uso das mídias sociais e a adoção de meios de comunicação social dentro do mundo financeiro e empresarial realizado por Josh Gordon, consultor de marketing e presidente da Selling 2.0, foi apontado em sétima posição o uso das mídias sociais para a comunicação interna ocupando o ranking com 32,1% entre os principais usos das mídias sociais nos negócios. Foi constatado também que as organizações com mais de 1.000 empregados são duas vezes mais propensas (50,6%) a usar mídias sociais para comunicações internas que as empresas com um a 10 funcionários (23,1%), e aproximadamente 18% tendem a usar as mídias sociais para As organizações o trabalho colaborativo. Sendo que as ferramentas de mídia social mais usadas perceberam que a grande pelas empresas linkedin, Facebook, Twitter teia de compartilhamento e os blogs lideram os serviços e atividades de mídia social para as empresas. de informações é uma Para que a comunicação interna traduza o negócio contextualizado é preciso que a organização tenha alinhado o posicionamento perante todos. Parece simples, mas não é bem assim. Tente conversar com parceiros ou conselho da

ferramenta eficaz para trabalhar a comunicação, o relacionamento, o engajamento e as informações das redes sociais.

A ruptura de paradigmas nem sempre é fácil, embora seja necessário. São muitos os desafios: a segurança no fluxo de informações, o monitoramento e a auditoria de imagem, a mensuração de resultados, a atualização constante de conteúdos além da interatividade entre usuários. Em se tratando de novas tecnologias, aprendemos enquanto temos que executar, sem muito tempo para processar ou assimilar, em tempos de transformação constante. Não tem muito jeito, é assim que tem que ser.

35


u

n Abre

Robhso

Jornalista da Rádio América, Advogada da Morato e Gomes Advogados Associados e Professora de Direito da UNIPAC – Betim.

Participe, mande suas dúvidas para pautajuridica@pqn.com.br

Pauta Jurídica Foi com muito prazer que aceitei o convite feito pelo nosso competente editor, Robhson Abreu, para tentar explicar alguns termos do Direito, em especial, do Direito do Trabalho que, ultimamente, tem preocupado tanto os comunicadores. Sei disso, pois trabalho na área há mais de 26 anos e verifico todos os dias a redução de vagas para jornalistas, publicitários e relações públicas, público desta maravilhosa PQN, criada pela inspiração de um jornalista que, como tantos outros brasileiros, “não desiste nunca”. Neste primeiro momento vou explicar o termo ‘paradigma’.

B

asta passar pela Wikipédia para saber o que é paradigmas, diz no site de consulta: “Paradigma (do grego parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisa”. E o que isso tem a ver com o Direito do Trabalho? Tudo. Esse é um tema que gera muita polêmica entre os trabalhadores de uma empresa, principalmente na área da Comunicação Social, pois muitos colegas acreditam que ganham menos e fazem o mesmo trabalho que outro colega. Qualquer trabalhador que preste serviço igual ao de outro, de idêntica função, a um mesmo empregador, na mesma localidade, tem direito a recebimento de salário igual, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Este é o conceito do Direito no que tange à equiparação salarial descrito no art. 461 da CLT. O que se verifica no dia a dia é que alguns empregadores pagam, por um mesmo trabalho realizado, um valor maior para uns do que para outros. Às vezes um funcionário que tenha a CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) anotada como menos graduado, por exemplo, “servente pedreiro”, talvez até realize exatamente os mesmos serviços que um outro e que tenha a CTPS anotada como se tivesse função mais graduada. No Direito do Trabalho não interessa muito

36

qual o nome da função que veio a ser anotada na carteira do empregado, porque o que prevalece é o “contrato-realidade”, ou seja, não interessa o mero nome da função então consignada, mas o que o empregado faz na realidade do dia a dia. Se comprovado que o serviço prestado era de igual valor, idêntica a função, apesar de ter CTPS anotada com o nome de outra função, tratando-se de um mesmo empregador e numa mesma localidade, tem o trabalhador prejudicado direito ao recebimento de salário igual, com base no que assegura o art. 461 da CLT. Para que o trabalhador possa discutir na Justiça do Trabalho o salário igual ao percebido pelo paradigma que indicar, há que se observar para caracterização da equiparação salarial pretendida, além do trabalho de igual valor, ao mesmo empregador, na mesma localidade, também outros requisitos, que são: igual produtividade e a mesma perfeição técnica entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não seja superior a dois anos. Mesma localidade significa mesmo município. Isso já foi consolidado pela jurisprudência (que significa decisões reiteradas sobre o mesmo assunto), assim, se um trabalhador exercer a função em igualdade de condições que outro de um alternado município, já não tem direito a pleitear equiparação, porque os municípios da prestação dos serviços não são o da mesma localidade. Outro requisito importante e que gera muita confusão, é o entendimento do que venha a ser “tempo de serviço não superior a dois anos”. Durante algumas décadas entendia-se


que um trabalhador que possuísse, por exemplo, dois anos em uma empresa e apesar de fazer trabalho igual a um outro com cinco ou mais anos de empresa, não poderia pleitear o direito a salário igual, com base no direito à equiparação salarial. Todavia, a jurisprudência predominante de nossos Tribunais já pacificou o entendimento de que os dois anos a que se refere o § 1º do art. 461 da CLT, não são dois anos na empresa, mas dois anos numa função na qual possa discutir o direito à equiparação. Assim, é plenamente possível um empregado pleitear na Justiça do Trabalho as diferenças salariais então existentes em decorrência de equiparação salarial com outro empregado que, apesar de possuir mais de dois anos de empresa, na mesma função trabalhada com igualdade, não tenha tempo superior a dois anos, como se verifica nas súmulas 135 do TST (tribunal Superior do Trabalho) 202 do STF (Supremo Tribunal Federal) e para efeito de equiparação de salários, em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função, e não no emprego”. Relevante dizer que se houver plano de carreira devidamente registrado no Ministério do Trabalho, não há que se falar em paradigma. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) estabelece através da súmula 06 que o quadro de pessoal organizado em carreira só será válido quando homologado pelo Ministério do Trabalho. Abaixo, súmula 06 na íntegra: Súmula 06: EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (incorporação das Súmulas nºs 22, 68, 111, 120, 135 e 274 e das Orientações Jurisprudenciais nºs 252, 298 e 328 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000) II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego.

(ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982) III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003) IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB 27.11.1970) V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. (ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980) VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior. (ex-Súmula nº 120 alterada pela Res. 100/2000, DJ 20.09.2000) VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equipa-ração salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex-OJ da SBDI-1 nº 298 - DJ 11.08.2003) VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977) IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Súmula nº 274 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) X - O conceito de “mesma localidade” de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovada-mente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1 nº 252 inserida em 13.03.2002).

Instituída pelo Decreto nº 21.175, de 21 de março de 1932 e posteriormente regulamentada pelo Decreto nº. 22.035, de 29 de outubro de 1932" a Carteira de Trabalho e Previdência Social tornou-se documento obrigatório para toda pessoa que venha a prestar algum tipo de serviço a outra pessoa, seja na indústria, no comércio, na agricultura, na pecuária ou mesmo de natureza doméstica. A Carteira de Trabalho e Previdência Social é hoje, por suas anotações, um dos únicos documentos a reproduzir com tempestividade a vida funcional do trabalhador. Assim, garante o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, benefícios previdenciários e FGTS. Na nova carteira de trabalho - CTPS emitida por meio informatizado - é valorizada a segurança contra fraudes. O documento possui capa azul em material sintético mais resistente de que o usado no modelo anterior é confeccionado em papel de segurança e traz plástico auto-adesivo inviolável que protege as informações relacionadas à identificação profissional e à qualificação civil do indivíduo, que costumam ser as mais falsificadas.

37


oal

o Pess Arquiv

oal o Pess Arquiv

Jornalista, Mestre em Comunicação e Cultura e doutorando em Sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, em Portugal. E-mail: rodrigo.saturnino@gmail.com

Novas sociabilidades

A

tualmente as pessoas falam, debatem e utilizam o conceito de Rede Social devido à grande popularidade que o termo adquiriu a partir de websites que aplicam a ideia na construção de seus mecanismos digitais. Muitas pessoas no mundo inteiro já não conseguem viver sem o Facebook, Orkut, MySpace, Twitter, Friendster, Windons live, ning, linkedin, OpenBc, Sonico, Pinguim, etc. A lista continua. O conceito de Rede Social não nasceu na Internet. Basicamente, pode-se definir uma Rede Social como a representação do encontro de diversas pessoas que se unem em torno de algum interesse em comum, seja este afetivo, comercial ou profissional. Este ajuntamento é que dá origem à ideia da rede. O sociólogo espanhol Manuel Castells, um dos mais otimistas em relação ao uso da web, ao escrever o livro “A Galáxia da Internet” defende que a rede enquanto estrutura física, desde seu princípio conceitual até estrutural, é definida principalmente por complexos de ligações entre inúmeros nós, sejam estes representações de caráter técnico matemático ou sociológico. O que isto indica? Que há redes por todo lado e que participamos de várias delas. Há redes de transportes, de comunidades, de amigos, redes bancárias e até redes neurólogicas. Isso acabou por estar mais evidente na Internet a partir do advento destes websites já citados. A criação do Orkut, por exemplo, foi pensada a partir de especulações matemáticas da Teoria dos Seis Graus de Separação. Resumidamente esta teoria acredita que no mundo são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. O engenheiro de software Orkut Büyükkökten desenvolveu o projeto do Orkut em 2004 com a intenção de ajudar usuários a fazer novos amigos e encontrar antigos conhecidos que utilizassem a Internet. O projeto, que boa parte dos brasileiros conhecem (estima-se que atualmente mais de 50% dos usuários do Orkut sejam do Brasil), tomou dimensões gigantescas e permanece até hoje como um dos principais sites a trabalhar com o conceito de Rede Social. A Internet, defende Castells, vem conseguindo estabelecer laços sociais entre pessoas pelo fato de que nela criamos um espaço simbólico de representação da ligação com outros participantes, nos fazendo pertencer a um grupo de

38

conhecidos e/ou desconhecidos. Mas simplesmente manter um perfil no Orkut não significa que alguém esteja integrado numa rede social. Um site não é uma rede! Ao contrário, um site é o elemento catalisador da formação das redes. Para fazer parte de um grupo é preciso estabelecer relacionamentos, diálogos e troca de informações. É preciso estar presente e em constante utilização. O segredo do seu funcionamento está preso ao nível de interatividade que seus participantes realizam dentro da sua rede. Quanto mais interação, mais sociabilidade. É a partir deste princípio humano que o Orkut tem permanecido como principal site do gênero no Brasil. Na Internet esse axioma é experimentado quando o mecanismo digital nos permite visualizar e experimentar ligações virtuais entre amigos e conhecidos. A ligação, o estar conectado no universo da Internet é um dos principais imperativos para “existir” dentro das redes. Esta necessidade de sempre “clicar” parece-nos uma compensação imaginária daquilo que realmente a web representa: “um espaço vazio, virtual em que vigora ausência de qualquer totalidade”, já assim falou a professora Maria Teresa Cruz. Por isso, para estar presente na Internet é preciso estar “conectado”. Este imperativo é solicitado pelos sites que agregam redes sociais. Quanto mais presentes na rede mais vistos somos, mais participamos e mais nos damos conta da existência das pessoas. Me faz lembrar também o professor português José Bragança de Miranda que em um dos seus livros destaca que é “à procura de ligações que o homem sempre esteve”. Ironicamente há quem pense que a Internet seria, afinal, o mapa da mina para a cegueira de muitos homens que outrora buscaram soluções para a solidão e a vida reclusa em manuais, terapias e na religião. Mas há também aqueles que não deixam de ponderar que o projeto de uma rede social esteja relacionado ao aprisionamento das relações, ou seja só conseguimos circular por dentro de seus nós. Mas é impossível negar que uma realidade encoberta ou menos valorizada parece estar sendo restaurada pelo uso da Internet. Se realmente as pessoas procuram ligações, talvez seja então quase legítimo imaginar a razão do grande sucesso destes sites de redes sociais. Há ponderações a fazer e cuidados a tomar.


oal

o Pess Arquiv

2010 será um ótimo ano para os profissionais de RP: eleições, copa do Mundo e avanço das redes sociais. O que você acha? Participe. Mande seu e-mail pra mim: dzzimer@pqn.com.br

COPA DO MUNDO

O G4 Paulista, grupo que reúne diretorias dos clubes esportivos São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos com a finalidade de projetar ações conjuntas de Marketing e Relações Públicas, planeja uma excursão envolvendo as equipes no período da Copa do Mundo. A ideia vem sendo debatida há três meses e está na fase de prospecção. A entidade considera inscrever os quatro times em um torneio nos Estados Unidos, Canadá ou Europa. E em último caso, cogita a criação de um evento internacional aqui mesmo, no Brasil.

TENDÊNCIAS

O Grupo Fullsix identificou dez tendências que irão influenciar a comunicação das marcas durante o próximo ano. Segundo a empresa, tem havido um aumento da importância das redes sociais no dia a dia dos consumidores em todo o mundo e países como Portugal não são uma exceção. Existem por lá cerca de 3,2 milhões de utilizadores inscritos no Hi5, mais de 900 mil no Facebook e aproximadamente 60 mil no Twitter. Veja as tendências no site www.mundorp.com.br/rpemacao/ jan10/#noticia1

EVENTO I

Em 2010, o Rio de Janeiro será a sede da 14ª Conferência Internacional sobre Reputação Corporativa, Brand, Identidade e Competitividade. Esse evento é organizado anualmente pelo Reputation insitute e, pela primeira vez, ocorrerá no Brasil. Nos anos anteriores, a conferência foi realizada em diversos países, tais como Holanda, China, Noruega, Estados Unidos e Espanha. No Rio, será de 19 a 21 de maio, no Hotel Sofitel. Informações pelo www.reputationinstitute.com/ knowledge-center/conferences.

RP RURAL

Em 2007, pai e filho decidiram iniciar projeto no mercado do agronegócio. A iniciativa, de Antônio Barreto de Lima, que sempre teve a vontade de resgatar suas raízes, contou com a ajuda de seu filho, Pedro Laval de Lima que, a partir da ideia, passou a desenvolver pesquisa voltada à bovinocultura. Nasceu a AnBar cabanha leiteira, empresa com foco na criação de gado holandês e produção de leite, em Glorinha, RS. Pedro é aluno de RP da Puc-RS e assumiu a gerência de relacionamentos, responsável por toda a divulgação e contato com clientes, mídia, parceiros e eventos. Parabéns! Divulgação

MERCADO VIRTUAL

Em matéria recente, Ajaz Akmed, da AKQA, afirmou que “A melhor publicidade é a não publicidade”. “E o palestrante é especialista em marketing digital”, Conrado Adolpho completou, afirmando: “Concordo em gênero, número e grau. Relacionamento não é publicidade, é envolvimento.” Pois é, Relacionamento e envolvimento são Relações Públicas. É por isso que algumas das mais importantes centrais de estágios do país têm registrado um crescimento no número de estágios em RP, porém com foco muito específico em análise de dados de mídias sociais e relacionamento com públicos via web. De acordo com Maria Martha Medeiros, da XPTO. com, a internet, cada vez, mais está focada em comunicação, informação, entretenimento e interatividade e é difícil para publicitários, jornalistas e administradores avaliar as respostas dos públicos com a visão que o relações públicas tem, pois este consegue perceber todos os lados da questão.

EVENTO II

Está confirmado o IV Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas - Abrapcorp 2010, entre os dias 20 a 22 de maio, em Porto Alegre/RS. O tema central é “Comunicação Pública: interesses públicos e privados”. A programação conta com painéis, conferências com convidados internacionais, seis Grupos Temáticos (GTs Abrapcorp) e o III Fórum de Debates sobre Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Trará, ainda, sessões voltadas exclusivamente para alunos de graduação, com a manutenção das oficinas já realizadas em anos anteriores e o “Espaço para Iniciação Científica”, destinado à apresentação dos resultados de trabalhos monográficos e de pesquisas de iniciação científica. Informações pelo www.abrapcorp.org.br

39


u

n Abre

Robhso

Todo o Vale do Aço já se rendeu à PQn. Também pudera, precisávamos demais de uma revista assim! Este 2010 promete! Escreva para mim: valedoaco@pqn.com.br

CARNAVAL I

O desfile das escolas de samba e dos blocos caricatos do carnaval Timóteo contou com um batalhão de jornalistas na comissão julgadora. Durante quatro noites, lá estavam, avaliando alegorias e foliões, além deste colunista, os nossos colegas Francisco Neto, do Diário do Aço; Fernando Benedito e Ana Sílvia Rodrigues do Diário Popular; Dora Chaves do Jornal dos Bairros; Janete Araújo da Rádio Educadora; Genoves e Genadro Bessa da Folha do Comércio.

Arquivo pessoal

ACIDENTE

Um grave acidente de motocicleta, nas proximidades do Shopping do Vale, em Ipatinga, afastou o jornalista Danilo Emerich de suas atividades profissionais na sucursal do jornal Hoje em Dia. Ele se recupera bem, embora deva ficar num bom período em terapia. Melhoras, meu amigo!

CARNAVAL II

Patrícia Benedito mostrou seu talento além das redações. Ela foi uma das coordenadoras do carnaval Cidade do Samba, em Timóteo, considerado um dos melhores carnavais de rua de Minas Gerais. Passada a folia, ela retornou à assessoria de comunicação da Prefeitura de Ipatinga. Fotos: Carta de Notícias

Ana Sílvia Rodrigues (Diário Popular) e genoves e geandro Bessa (Folha do comércio), em noite de folia.

Fernando Atayde, gerente da Rádio Vanguarda, e Valéria nascimento, diretora da TV cultura, no coquetel de lançamento do carnaval cidade do Samba, em Timóteo.

NOVOS RUMOS

Depois de anos de atuação no jornal Vale do Aço, a colunista Raquel Carvalho tomou novos rumos. Ela deu início ao projeto de sua própria revista e a eventos, como o camarote Chic, no Carnaval de Timóteo: exclusivo para seus colunáveis. Sucesso!

Francisco neto e Patrícia Benedito, no camarote da comissão julgadora do carnaval.

ECONOMIA

Quem retornou ao jornalismo, depois de uma pequena temporada de descanso, foi o jornalista Wilton Rodrigues de Oliveira, ex-diretor do Diário do Aço e do Diário Popular. Ele é o editor do suplemento Vale Econômico, recém-lançado pelo Diário Popular, que tem investido na linha de suplementos semanais.

40

As colunistas Janete carneiro e Dora chaves (Jornal dos Bairros) na Alameda do Samba, em Timóteo.


OPINIÃO

Carteira nova, preço novo! A nova carteira de identidade profissional dos jornalistas já está sendo emitida pela Fenaj por meio dos sindicatos da categoria desde o final do mês de janeiro. Porém, traz à tona uma nova polêmica: por que pagar tão caro por um documento que, aos olhos da lei, não vale nada? Em formato de smart-card, a carteira tem validade de três anos e proporciona desconto em serviços graças aos convênios mantidos pelos sindicatos de cada Estado. Mas, em tempos de dispensa do diploma, para quê serve o novo documento que quase ninguém pede para apresentar? Teria sido um erro da Fenaj lançar a carteira logo agora, que a categoria se mostra fragilizada com a decisão do STF?

Robhson Abreu

RAPHAEL CHAVES

41


N

o final de 2009, o processo de emissão da carteira de identidade profissional dos jornalistas foi suspenso pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) devido ao novo modelo que seria adotado em todo o país. A carteira, um cartão magnético do tipo smart-card (cartão inteligente) é fruto do contrato entre a Fenaj e a GD Burti, empresa detentora dessa tecnologia. Porém, a novidade trouxe um aumento de custos para os profissionais. Para adquirir o cartão, os jornalistas que são sindicalizados e estão em dia, pagarão cerca de R$ 75,00. Já os sindicalizados inadimplentes, pagarão R$ 150,00 e, aqueles que não forem sindicalizados, R$ 300,00 pela aquisição do documento. Até o ano passado, os valores cobrados eram de R$ 45,00, R$ 90,00 e R$ 150,00, respectivamente, e a carteira, em papel, valia por dois anos. A carteira, prevista pela lei n.º 7.084, de 21.12.82, é um documento de identidade pessoal e profissional, válido em todo o território nacional. O novo valor da carteira tem dividido opiniões e provocado repercussão negativa entre os profissionais sobre o papel dos sindicatos, que seria o de defender os direitos dos jornalistas e do reconhecimento da profissão. A carteira de identidade profissional é uma novidade por trazer ao jornalista um documento dotado com um chip, o mesmo modelo da nova carteira da Ordem dos Advogados do Brasil e de alguns bancos. Arquivo pessoal

AlinE, é interessante ver que a Fenaj está investindo em novas tecnologias para a nossa categoria

42

A decisão do Conselho de Representantes da Fenaj (composto pelos 31 sindicatos da base), afirma a diretora do Sindicato dos Jornalistas profissionais de Minas Gerais, Fátima Oliveira, foi de priorizar o associado, ou seja, foi estabelecido um valor nacional único para todos (R$ 75,00), com validade de três anos. “O que implica dizer que a aquisição da nova carteira, ao contrário do que alguns afirmam, ficou mais barata que a anterior, cujo valor era de R$ 45,00, com validade de apenas dois anos. “Quanto ao não associado, que já se beneficia, dentre outros, dos acordos salariais, sem o mínimo de participação, é razoável que ele pague mais, lembrando que este valor é revertido para toda a categoria”, pondera Fátima. Outro fator visto como benefício na nova carteira, é o chip acoplado ao cartão. Ele permite inserir outras informações sobre o profissional como endereço, telefone, grupo sanguíneo, se o portador é doador de órgãos, se possui algum tipo de anomalia como diabetes e até mesmo se é alérgico a algum medicamento. Informações que na carteira de papel não poderiam ser encontradas.

O VALOR PESA? Os profissionais que estão chegando ao mercado de trabalho se surpreenderam com a decisão da Fenaj em elevar o valor. Afinal, para qualquer recém-formado, o preço para emitir o documento é algo que pesa no orçamento, como aponta a recém-formada pela Puc Minas, Larissa Souza Oliveira. “O elevado valor da carteira para quem não é sindicalizado é uma forma que a Fenaj e os sindicatos encontraram para forçar a filiação dos profissionais. Sinto que não é necessário fixar uma taxa tão alta para emitir uma carteira de identidade, mesmo sendo um modelo biométrico digital”, afirma. Em um momento em que a categoria vive conflitos devido à não-obrigatoriedade do diploma, Larissa diz ser fundamental ter um documento que credencie o profissional como um jornalista formado. “Nem sempre o fato de ter passado pela faculdade credencia o jornalista como bom profissional.

Porém, é esse reconhecimento que o sindicato está buscando e, infelizmente, sinto que não é essa a ideia que a Fenaj passa ao cobrar um valor elevado por um documento que atualmente não vale nada aos olhos da lei”, pondera a recém-formada. Para a estudante do Uni-BH, Aline Evelyn Campolina, é interessante ver que a Fenaj está investindo em novas tecnologias e procurando trazer benefícios para a categoria. “Mas será que justifica cobrar um valor tão elevado neste momento?”, pergunta a universitária. Ela defende a ideia de que cada sindicato promova encontros com os estudantes e profissionais formados para explicar a adoção do documento. “Acredito que falta um debate entre todos para esclarecer como se deu a origem e a implantação deste documento, pois na sala de aula vejo que esse tema ainda não foi tratado. Logo, pode ser que o valor se justifique. Mas será necessário que o sindicato venha até o seu público e mostre os benefícios que esta identidade pode trazer, mesmo com este preço”, completa. Recém-formada pela Faculdade Estácio de Sá, a jornalista Flávia Pereira afirma que a nova carteira é mais apresentável que a anterior e destaca a importância


do jornalista profissional. Mas ela afirma que ao concluir o curso universitário e ingressar no mercado de trabalho, as despesas são tantas que a elas vem se somar uma série de taxas com a qual o profissional tem que arcar, como a contribuição sindical e a anuidade do sindicato. “Assim que concluímos a faculdade, temos que pagar também pelo registro profissional e para emitir o diploma. E ainda temos que desembolsar mais para conseguir a identidade profissional”, conta. Flávia acredita que os valores cobrados pela Fenaj deveriam ser revertidos para quem deseja obter o novo documento. Ela afirma que um recém-formado deve ter a possibilidade de pagar um valor razoável para garantir seu documento. Nem todos os estudantes, pondera, saem da faculdade com um emprego. Então seria uma alternativa interessante para a Federação se fosse cobrada uma taxa acessível. Com o valor menor, a entidade poderia estimular os novos profissionais a solicitar seus documentos e futuramente a se sindicalizar. Mas, enquanto isso não acontece, a recém-formada lamenta que o valor cobrado atualmente fará com que muitos profissionais tirem suas carteiras quando tiverem condições financeiras. “Quem não tiver grana não vai ter o documento, e, com isso, a Fenaj não atingirá o público que deseja”, diz Flávia, que entende que a adoção da nova identidade profissional é uma forma de profissionalizar a categoria, “assim como a OAB fez”, lembra. “Mas, cobrar R$ 300,00 para quem não é sindicalizado afastará as pessoas

dessa iniciativa, provocando um efeito contrário ao que eles procuram”. Para Pedro Paulo Taucce, assessor de Comunicação da Faculdade de Direito da UFMG, em Belo Horizonte, a carteira da Fenaj é inútil para os profissionais, exceto pelos descontos mantidos pelo sindicato com algumas empresas. Segundo o jornalista, seu plano de saúde cobre o que precisa, e “para ter desconto em lojas ou serviços não preciso da carteira da Fenaj. Além do mais, não tenho interesse nenhum em possuir uma identificação de jornalista que, hoje, qualquer vagabundo pode obter”, avalia. Taucce considera um absurdo que a Federação dos Jornalistas não adote nenhum tipo de sanção para sindicatos que filiam os comunicadores não diplomados. “Isso é uma forma de prejudicar a carreira de jornalista e também de descaso para com a profissão, pois os sindicatos e a Fenaj existem para defender e preservar nossos interesses. A entidade deveria ter esperado a aprovação da PEC para, aí sim, tomar uma atitude definitiva relativa à nova carteira e valores”, diz o veterano jornalista. Nyei Nadeia, jornalista e professor de Redação/Português/Literatura na Escola Estadual Coração de Jesus, em Varginha, e nos pré-vestibulares Êxito/Pitágoras, em Boa Esperança, no interior de Minas Gerais, faz coro com a ala contrária ao valor da nova carteira. Formado pela PUC Campinas em 1984, ele afirma que sempre teve a carteira em todos os Estados ou Países onde trabalhou. Atualmente, ele reside em Varginha, no Sul de Minas, e afirma que os valores cobrados são, no mínimo,

“abusivos”. Ele entende ainda que o profissional, que se torna inadimplente, não o faz por “mero” capricho e nem para, deliberadamente, prejudicar a categoria à qual pertence, mas por um problema qualquer. “Entendo que a questão é ser justo com quem está adimplente, mas tenho resistência a ver o valor para os inadimplentes ser multiplicado por dois. Mesmo pelo fato de que a vivência nos mostra que, sanadas as dificuldades, cada um de nós sempre volta e honra sua palavra, pagando suas dívidas”, observa Nadeia. Mesmo exercendo pouco a profissão, já que mantém apenas um blog destinado a educação, Nadeia afirma ter contato com vários jornalistas na ativa e, também com os “focas”, pois atua como professor. Ele assegura que o preço, aliado aos problemas que a categoria vem enfrentando com relação Robhson Abreu

PEDRO PAUlO, não tenho interesse em ter uma carteira que qualquer vagabundo pode ter


Arquivo pessoal

sabem responder ou têm a resposta na ponta da língua. “Se a carteira serve apenas para usufruir de descontos em convênios firmados pelos sindicatos dos jornalistas, então basta ser sindicalizado, certo? Portanto, não precisamos da carteira. Talvez por isso ela ‘custe menos’ para quem já é sindicalizado. As carteiras de assinantes do Portal Uai, dos jornais Estado de Minas e O Tempo também dão vários descontos, assim como outros clubes de assinantes. Neste aspecto, a carteira nacional serve apenas como um trampolim para se conseguir a internacional”, avalia o jornalista mineiro Marcelo Sander.

FlÁViA, a carteira serve apenas como identidade ou a Fenaj daraá outra finalidade ao documento?

ao ofício, está trazendo desconforto a todos. “E atitudes como essa da Fenaj só afastam os profissionais”, completa o jornalista.

MAS PARA QUÊ SERVE A CARTEIRA? Para a jornalista Flávia Pereira, há outra questão em debate. “O documento serve apenas para identidade, mas será que a Fenaj vai criar meios para que esta carteira sirva para outra finalidade?”, indaga ela. A pergunta tem ecoado em várias redações, faculdades e rodas de jornalistas de todo o país. Mas poucos

Um outro ponto negativo também levantado por Sander é que a nova carteira apresenta o função ocupada pelo profissional. “Imagine que hoje sou repórter, amanhã editor e mês que vem, assessor de imprensa. A carteira fica desatualizada ou vou ter que renovar sempre que mudar de cargo? E se eu estiver desempregado?”, pergunta indignado o jornalista. Wander Veroni, jornalista e blogueiro, também tem dúvida se faz ou não a nova carteira. Ele, que no segundo semestre completa três anos de formado, ainda não se sindicalizou na entidade mineira e afirma que em nenhum momento ninguém cobrou dele a carteira nos lugares onde trabalhou e trabalha. “Mas no meu íntimo, sinto falta de um documento que comprove que sou realmente da imprensa. Tem hora em que me sinto desrespeitado como profissional, quando vejo toda essa crise no Jornalismo. Diploma ou não, carteira ou não, eis a questão”, diz Veroni.

De acordo com a jornalista Áurea Maíra Costa, para quem acabou de sair da faculdade e está começando a subir os degraus da profissão o valor da carteira é bem elevado. Ela afirma que recebeu um e-mail da Fenaj falando sobre o documento e se interessou muito. Mas, atualmente vivendo de freelas, com ganhos que nem passam perto do piso salarial da categoria (R$ 4.092,00 para qualquer atividade jornalística, segundo o site do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro), Áurea não cogita em fazer a carteira agora – até porque ainda não se sindicalizou. A mineira afirma que o custo da carteira é exatamente o que ela paga para morar em um apartamento que divide com mais duas pessoas, além de outros gastos, como condomínio, contas de luz, internet e outros. “E, sinceramente, depois que o Sindicato carioca foi obrigado a dar a nossa carteira para o bispo Edir Macedo, não sinto nem muita vontade de ter uma. Sei que a culpa não é da entidade sindical, mas, tomando uma decisão dessa, a justiça brasileira só contribui para desvalorizar ainda mais os jornalistas deste país.Em todo caso, pretendo tirar o documento, mas só quando os R$ 300,00 não me custarem tão caro. Atualmente está inviável pra mim. Aliás, espero que isso não demore!”, desabafa.


DOcUMEnTO, o verso traz o chip onde podem ser armazenadas todas as informações sobre o profissional como fator RH, endereço, entre outros

COM A PALAVRA, A FENAJ Para a secretária geral da Fenaj, Maria José Braga, essa é uma discussão longa, já que há muito tempo a diretoria da Federação vem procurando meios de aperfeiçoar a carteira de identidade funcional, que é mais do que um documento de identidade oficial de uma categoria. Há alguns anos, explica ela, foram relatados casos de fraude da carteira nacional de jornalista e esses casos foram detectados pela Fenaj. A partir daí, foram promovidos encontros e discussões para buscar uma melhor maneira de aperfeiçoar o sistema de documentos. Maria José informa que várias medidas passaram a ser adotadas a partir de então, como a confecção da carteira dentro da própria Fenaj e não mais em cada órgão sindical. Antigamente, conta a secretária-geral, a Federação enviava as cédulas para os sindicatos que faziam o preenchimento e encaminhavam o documento ao associado. Mas, por força de lei. é a Fenaj que tem o direito de emitir o documento. Assim, cabia aos sindicatos o envio e a coleta de dados dos associados e também o repasse de tais informações.

Segundo a secretária-geral da Fenaj, como outras entidades profissionais já estavam adotando documentos no formato smart-card, e, além do governo já estar discutindo a mudança do documento de identidade universal para um cartão, a entidade percebeu que tinha que sair na frente e adotar a iniciativa, assim como fez a OAB. Mas essa foi uma mudança que passou por estudos e análises, reforça Maria José. Ela afirma que a transição do modelo de papel para o magnético começou em 2009, quando a Fenaj promoveu discussões com seus membros e com os sindicatos afiliados. A partir daí, foi contratada uma empresa que cobrou um preço mais em conta para emitir os documentos, e no início de 2010 a nova carteira começou a ser emitida. Com relação ao valor cobrado pela emissão do documento, a secretária-geral da Fenaj explica: “É bom lembrar que, proporcionalmente, o jornalista continua pagando o mesmo, tanto quanto antes. Em função do aumento do preço real do documento, nós também expandimos o prazo de validade da carteira de dois para três anos. Assim, a proporção é de que a pessoa vai pagar o mesmo que já pagava por ano”, explica. Maria José afirma que a Federação tomou todos os cuidados para garantir que o jornalista pague o mesmo preço que já pagava antes por ano de validade do documento. Dessa maneira, Maria José acredita que as críticas sobre o preço do documento são baseadas na cultura do brasileiro de reclamar da elevação de tarifas, sejam quais forem. “A questão do aumento de custo é sempre um problema, não apenas no caso da emissão da

carteira de jornalista profissional. Afinal, ninguém gosta de aumento de despesas. É natural que existam queixas, pois o aumento de uma despesa sempre vai gerar descontentamento de quem for atingido”, pondera ela. Pelo menos uma garantia é mantida pela Fenaj: será emitida a nova carteira somente para profissionais diplomados. “A partir do momento em que um estudante se torna um profissional é que ele poderá adquirir o documento”, garante a secretária-geral. Para quem está chegando ao mercado de trabalho, Maria José reafirma que a carteira de identidade é de grande importância, pois o profissional será identificado como um jornalista profissional. Para quem já é sindicalizado, observa, o preço está bem acessível. “Sugiro aos recém-formados que procurem seus sindicatos para filiação. Assim o novo profissional poderá requerer o documento por um preço mais em conta”, avalia. Arquivo pessoal

MARiA JOSé, proporcionalmente o jornalista continuará pagando o mesmo valor de antes


oal

o pess Arquiv

Escritor e jornalista, tem dois livros publicados: “Quando a curva faz a vida do rio” e “Memórias da casa velha”. Mantem coluna semanal sobre política em mais de 40 jornais brasileiros e escreve reportagens especiais para a revista “Vida Simples” da Editora Abril.

Baratas verdades

D

iante da frágil democracia da América católica e da incompetência governamental dos países que a integram, o controle da imprensa parece fazer parte de equivocados e limitados planos de governo. Ditaduras de esquerda e ditaduras de direita, acreditando na eficácia do poder opressor, ou seja, na falta de diálogo, argumentos, justificativas e ponderações, lançam mão da força bruta, aquela que vive entrincheirada atrás da mesa de cada governante. Estes, muitas vezes, não pensam duas vezes em sabotar o direito dos povos à informação.

Quanto mais distante de seus fundamentos básicos, mais perto dos orçamentos publicitários aqueles que colorem suas páginas com alguns rascunhos de verdade. Esse é o jornalismo que vigora América Latina afora.

Ainda assim, desprezando o nobre princípio do jornalismo, o distanciamento que garante a isenção, a imprensa terceiro-mundista adora o brilho do chumbo do diário oficial, aquele que dita o editorial e se transforma na bala que mata e cala. O servilismo camaleônico da grande imprensa é revoltante, ele não resiste ao mais furtivo afago. Por outro lado, registramos jornalistas abduzidos pelos jantares de 400 talheres, sejam eles de chumbo, sejam eles de prata. O que todos querem, no fundo, é o sedutor sabor dos maltes das garrafas.

O que se vê é que o jornalismo latino tem sempre um lado, sabendo sempre se equilibrar no barco quando ele pende para um ou outro lado. É sempre o passageiro, quase nunca o condutor. Ajoelhado, segue ele transformando em fatos meias verdades.

Se a empresa deseja o lucro, o jornalista quer o reconhecimento. É com a satisfação desses valores que os governos trabalham, dando a cada um o quinhão melhor que lhe cabe. No meio disso tudo, o jornalismo docilizado, domesticado; quase sempre vendido e calado. Subjugado, sobrevive ele como uma peça‘alegável’, ou melhor, financiável. Tudo muito distante do papel fundamental que ele deveria ter e exercer dentro de uma sociedade, completando o ciclo cívico que estrutura povos e nações.

46

Como pode ser respeitado aquilo que pode ser alugado? Tudo muito frágil, fácil de ser gerenciado por governantes de direita ou de esquerda. A liberdade de expressão não é um produto, é um valor. Assim deveria ser o jornalismo, fundamentado em princípios morais, não materiais.


u

Ainda não acredito que você esqueceu de enviar sua nota para a minha coluna. Mostre que você ou sua empresa estão ‘botando pra quebrar aqui no Nordeste’. Participe, mande suas sugestões para nordeste@pqn.com.br Tô esperando heim!

n Abre

Robhso

Divulgação

NOVO JOB

A Síntese é a empresa responsável por todas as ações de inauguração de um novo centro comercial na zona Sul de Fortaleza, o Pátio Arvoredo. A empresa vai explorar duas vertentes, a comunicação da inauguração do supermercado e a qualificação do Pátio Arvoredo junto aos empresários e ao público. Foram criadas peças para televisão, rádio, e mídia de apoio com convite de inauguração, panfleto, carro de som e busdoor. A outra vertente e a comunicação de locação dos espaços serão promovidas por meio de um broadside que contempla todos os atributos do empreendimento e apresenta razões suficientemente fortes para quem deseja investir nessa região da cidade.

PRÉ-CARNAVAL

Em seu quinto ano de atividade, o bloco “Matou a Pau...ta”, que reúne jornalistas, familiares e amigos, percorreu as ruas de Fortaleza levando o melhor das marchinhas carnavalescas para a reunião de pauta, fazendo da festa recheada de alegria sua melhor manchete. O trajeto do bloco seguiu pela rua Floriano Peixoto até a Praça do Ferreira, onde passou pela Divulgação área do bloco “Concentra Mas Não Sai”, seguindo até a Praça dos Leões, na dispersão. O “Matou a Pau... ta!” é uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce) e conta com o patrocínio do Banco do Nordeste e da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Fortaleza, por meio do Edital de Pré-Carnaval, além do apoio do Centro Cultural do Banco Nordeste, da AD2M Engenharia de Comunicação e da SLA Propaganda.

EXPRESSO

Divulgação

Fortaleza acaba de ganhar seu primeiro jornal popular. Trata-se do Expresso, publicação mensal sob coordenação dos editores Wilson Bezerra Junior e Marcos Lelis - ex-Diário de Pernambuco. Com tiragem de 50 mil exemplares e distribuição gratuita, o Expresso veio com 24 páginas. Cento e seis pessoas, entre aposentados e jovens aprendizes, são responsáveis pela entrega do Expresso em residências de Fortaleza. O jornal tem foco nos públicos C, D e E, ou seja, o povão.

Divulgação

40 ANOS

A TV Verdes Mares (leia-se Rede Globo/Ceará) completou seus 40 anos com um grande evento para comemorar a data com a benção e show do padre Marcelo Rossi. Estima-se que mais de 200 mil pessoas estiveram presentes no local. Aos parceiros, a equipe de Marketing da TV Verdes Mares enviou um bolo comemorativo com mensagem de agradecimento. Parabéns!

AD2M

O ano de 2010 começou com o pé direito para a turma da AD2M Comunicação – uma das mais respeitadas empresas da área no Ceará. Acabam de integrar a equipe da empresa as jornalistas Denise Mustafa e Mariana Marques, que vão compor o quadro na área de atendimento. Vida longa e sucesso para as novas assessoras!

CIDADANIA EMPRESARIAL

Está sob responsabilidade da Aponte Comunicação (PE) a assessoria de imprensa do Congresso Internacional de Cidadania Empresarial. A ser realizado nas dependências do Mar Hotel em Recife, entre os dias 22 e 23 de abril, o evento buscará debater modelos de negócios inclusivos, empreendimentos sustentáveis e novas formas de relacionamento entre empresas e sociedade. O congresso é uma iniciativa do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania e irá reunir 500 lideranças empresariais nacionais e estrangeiras. As inscrições e informações já estão disponíveis no site www.congressoacaoempresarial.org.br.

47


Acabou o carnaval e o ano começou com força total. As estratégias de comunicação estão pipocando por todo o Estado. Mande a sua vai! Escreva para mim: candida@darana.com.br

oal

o pess Arquiv

Divulgação

PREMIAÇÃO I

O presidente do Sinapro-Bahia, Paulo Coelho, entregou em janeiro o primeiro Prêmio Vagalume de 2010. A formanda em Publicidade e Propaganda, Adrielli Campos Nogueira, do Instituto Baiano de Ensino Superior – IBES, conquistou a premiação por ter obtido a maior média de nota da turma durante o curso. A entrega do prêmio aconteceu no Real Trade Cidadela, durante a solenidade de colação de grau da estudante. Criado em 2008, o Premio Vagalume visa homenagear e incentivar aqueles alunos que “brilham desde cedo” nas faculdades e universidades baianas. Trata-se de uma iniciativa do Sinapro-Bahia no sentido de dar um passo a mais na direção de aproximar o jovem profissional do seu mercado de trabalho e criar mais um elo na ligação desse mercado com o meio acadêmico. Divulgação

MERECIDO

Mariana Trindade Trindade, sócia da Darana Comunicação, levou para casa o troféu na categoria "Assessor de comunicação" da 5ª edição do Prêmio da Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP). A solenidade aconteceu no Espaço Unique Eventos, em Salvador, e contou com a presença de profissionais de agências de propaganda, veículos e empresas fornecedoras de comunicação. Assim como o nosso Prêmio PQN, o intuito da ABMP é prestar reconhecimento ao trabalho de profissionais do segmento de comunicação na Bahia. A seleção é parecida com a do projeto mineiro: votações em duas etapas feitas pelo próprio mercado. Na primeira fase, representantes de cada empresa associada indicam três profissionais para cada uma das 14 categorias. Num segundo momento, os três mais votados em cada categoria disputam a preferência do colégio eleitoral, composto por cerca de 800 pessoas de agências, veículos e fornecedores de comunicação.

PRÊMIO ANJ

Divulgação

FEIJOADA

Repetindo 2008, foi o maior sucesso a feijoada que o Sindicato dos Jornalistas da Bahia promoveu na 6ª de Carnaval, no Tropical Hotel da Bahia. A festa, com show de Jauperi e animação do DJ Hebert, organizada em parceria com o Sindicato dos Fazendários do Estado e a agremiação carnavalesca Cê Faz Folia e apoio da Insinuante, Bahiatursa, Millenium, Skol, Prefeitura de Salvador, Embasa e cachaça Itajibá, foi muito animada e serviu como mais um momento de encontro e confraternização de centenas de colegas.

PREMIAÇÃO II

O jornal A Tarde conquistou o Divulgação prêmio de excelência em design da Society of News Design (SND) pelo caderno especial “Eu Salvador“, publicado em comemoração ao aniversário de 460 anos de Salvador, em março de 2009. A organização é considerada a mais importante do mundo no quesito design de notícias. O diretor de arte de A Tarde, Pierre Themotheo, disse que o trabalho gráfico do caderno representa a tradição do povo de Salvador em diversas cores e que a premiação é uma grande conquista do Grupo. “É um reconhecimento internacional dado aos maiores jornais do mundo”, comenta. Parabéns para Fernando Vivas, fotógrafo; Filipe cartaxo e Flávia Marinho, infografistas; gil Maciel, editor infográfico; iansã negrão, editora de arte, Pierre Themotheo, diretor de arte, e Valentina garcia, designer gráfica.

A agência baiana Leiaute foi a grande vencedora do Prêmio ANJ, regional Norte e Nordeste, realizado em março, que contou com a participação de 24 agências de sete estados, 265 trabalhos inscritos. A empresa conquistou, primeiro o ouro da categoria "ações diferenciadas" e, na disputa com os vencedores das demais categorias, o Grand-Prix. O trabalho vencedor foi um anúncio publicado em 2009 para a temakeria Sogge de Salvador. Além do diploma os criativos e mídias da agência receberão quatro computadores Macintosh da Apple. Parabéns!

48


oal

o pess Arquiv

O Rio de Janeiro continua lindo e a nossa calçadão bombando como sempre! Estou esperando por você aqui! Envie sua nota para mim: taniafmiranda@pqn.com.br

Júlio César Guimarães

VIOLÊNCIA

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Arfoc repudiaram as agressões cometidas contra os repórteres fotográficos que participaram da cobertura do “Jogo das Estrelas”, em dezembro passado, no Maracanã. O Sindicato colocou seu departamento jurídico à disposição dos jornalistas para mover ação na Justiça contra agressores e responsáveis pelo evento. A confusão começou quando os atletas Zico e Romário posaram para uma tomada especial. Houve tumulto e os seguranças investiram violentamente contra os fotojornalistas.

XIXI NA RUA NÃO

A Dream Factory foi a responsável pelo projeto para o Carnaval de Rua do Rio 2010, evento da Riotur patrocinado pela Antarctica. Um dos principais pontos da campanha foi a conscientização dos foliões para a utilização dos banheiros públicos durante os desfiles dos blocos. Foram promovidas ações nas comunidades próximas aos desfiles, onde houve intervenções bem humoradas pedindo aos transeuntes para que não urinassem nos locais. Mesmo assim, vários foliões foram presos pela polícia carioca durante as festas.

MARKETING

Cristiana Lannes é a nova responsável pela diretoria de marketing da Xerox do Brasil. A profissional atuará junto aos times de marketing de cada unidade de operação e negócios da empresa e acumulará a função de gerente de marketing da área de Global Services. Cristiana, MBA em marketing pelo IBMEC, ingressou na Xerox em 1994 e desempenhou anteriormente as funções de gerente de produtos, marketing e vendas.

CINE PUBLICIDADE

A Circuito Digital, especializada em cine publicidade e ações multiplataforma, anunciou a parceria com a rede CineShow, proprietária de salas de exibição em shoppings centers de Volta Redonda, Barra Mansa, Nova Friburgo, Resende e Teresópolis. Com a parceria, a empresa passa a gerenciar a publicidade de 271 salas de exibição em todo o Brasil.

CBN RJ

A rádio CBN reforçou sua equipe responsável pela produção de conteúdo web e criou uma editoria específica para as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. As novas editorias disponibilizarão entrevistas, reportagens, comentários esportivos e flagrantes fotográficos. O objetivo é ampliar o conteúdo local das duas maiores cidades brasileiras.

NOVO SITE

A agência carioca Kindle desenvolveu um site institucional para a Elumini, listada pela Info Exame como uma das maiores empresas de tecnologia da informação do país. Na criação do portal (www.elumini.com.br) foi utilizada ferramenta de gerenciamento Joomla, que possibilita ao administrador do site atualizar todo o conteúdo de forma independente, não sendo necessário nenhum conhecimento técnico. Aplicativos em flash, layout clean e boa navegabilidade completam a criação da Kindle, que mostra de maneira simples, lúdica e charmosa a missão e os valores da Elumini. Leandro Nunes

APOIO

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, oficializou o apoio do Estado à realização do 7º Encontro Brasileiro de Agências de Publicidade, em março de 2010. A confirmação se deu durante audiência no Palácio das Laranjeiras, na qual o governador recebeu o presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), Luiz Lara, e o presidente da Abap-RJ, Clóvis Speroni. O Palácio das Laranjeiras será a sede da abertura oficial do 7º Ebap, evento que vai reunir as mais importantes lideranças da publicidade brasileira.

49


oal

o Pess Arquiv

Jornalista, assessor de imprensa, ministra oficinas de TV, além de escrever para o jornal Sem Fronteiras. Confira seu blog pelo http://robsonfraga.uniblog. com.br

Qualifique-se, senão o Gilmar terá razão!

P

ensar o jornalismo moderno sem os meios eletrônicos é tarefa impossível. Não identificar a importância da imagem, da instantaneidade da internet e da velocidade em que se multiplicam as informações é perder a lógica da comunicação atual. Temos que pensar a notícia de forma integrada. Estamos cercados de meios, mas esquecendo de determinar seus fins. Esta pluralidade pode significar o estrangulamento da informação pela diversidade das mídias. É preciso estar atento. Quando o telejornalismo surgiu no Brasil, nos idos de 50, chegamos a profetizar o fim do rádio como veículo jornalístico. Por um momento acreditamos

que a divulgação de imagens poderia dar fim à comunicação verbal. Algum “vanguardista de plantão” exclamou aos quatro ventos: “A imagem diz mais que qualquer palavra”, mas, para o bem da comunicação social, ele estava errado e ficamos felizes em ver o surgimento das rádios all news no fim da década de 90. O rádio é - e talvez por muito tempo ainda continuará sendo - o veículo de informação mais democrático da era moderna. A radiodifusão une pessoas das mais diversas raças, classes socioeconômicas e nível intelectual. O alto executivo ouve a Lúcia Hipólito, na CBN, e fica informado sobre a redução do IPI do mesmo jeitinho que seu João, um humilde lavrador, descobre na voz do Canázio, pela AM, que agora pode comprar sua primeira geladeira porque o preço caiu. A televisão tem sua força e seu espaço. Em tempo real nos mostra como é a vida do outro lado do mundo. Mesmo quem não sabe ler ou escrever consegue entender que na China as pessoas não usam garfos para comer macarrão, fazem-no com o auxílio dos “palitinhos”. Dá até para rir disso e ficar informado ao mesmo tempo. Também através da telinha podemos entender que a Tsunami é uma “onda do mar revoltada” que destrói tudo que vê pela frente, sem que para isso precisemos ser especialistas em meteorologia.

50


A imagem diz muito, sim; marca momentos, locais e, por vezes, expressões impossíveis de serem narradas como a cara de um político ao ser desmascarado em rede nacional. Mas, quase sempre, precisa de complemento. A simples imagem da enchente de um rio pode ter diferentes significados. Para que seja compreendida claramente carece de apoio: é preciso localizar o fato, identificar os envolvidos, causas e consequências, seja através da locução ou da inserção de legendas. A palavra exerce seu papel de encadeadora do raciocínio em qualquer veículo. Cabe ao jornalista moderno essa “simbiose”. Hoje vivemos a era da informação digital. Estamos cercados de portais, sites, blogs. Temos o Orkut, o Twitter, o Hi5... A cada instante recebemos um novo e-mail cheio de informações ou novas “fofocas” pelo MSN. Os scraps estão aí! Até mesmo o celular perdeu sua função prerrogativa e agora serve como display para notícias das mais variadas. A “terceira guerra mundial” já começou e, nós, comunicadores, precisamos nos armar! Quem, hoje em dia, nos grandes Centros, consegue livrar-se da internet? Nessa rede mundial é possível descobrir o mundo, entender a política, a economia, fazer pesquisas escolares, bater papo e ainda ver as últimas gatas da Playboy. A sociedade moderna exige novas informações a todo instante e precisamos qualificá-las, porque, queiram os magistrados ou não, somos jornalistas por formação. Temos que alimentar a rede com notícias, números e informações de toda natureza na velocidade digital. Não temos tempo a perder! Precisamos nos preparar. Entender que o rádio está presente no dia a dia da sociedade e que fala para todos os que podem ouvi-lo, sem pedir licença! Não podemos desqualificar o veículo muito menos o ouvinte. Ao escrever “para

rádio” lembrem-se do seu João lá do sertão da Bahia. Para ele, “redução de IPI” significa apenas que o preço da geladeira baixou. Então, faça –se entender! Quando for pensar uma matéria para TV não esqueça: tudo aquilo que pode ser mostrado não precisa ser dito! Mesmo as pessoas de raciocínio lento rapidamente entendem quando uma matéria é repetitiva, cansativa e chata. Ganhe tempo, corte palavras. Utilize mecanismos como “sobe som”, “respiro”, “insert”, “videografismo”, cartelas, etc., para dar velocidade à informação e tornar seu VT mais atraente. Se for entrar ao vivo preste atenção para não repetir aquilo que foi dito por um entrevistado. Mais ainda, não responda às suas próprias perguntas! Ao redigir para web fique atento: por mais horas que se passe diante do computador ninguém “tem saco” para textos intermináveis. Os links e hiperlinks servem exatamente para suprir o leitor de detalhes sobre determinada matéria. Só quem realmente precisa“mergulhar”em determinado tema irá clicar ali. Portanto, seja breve: privilegie as informações mais importantes no seu texto. Na grande rede têm mais peso as informações em tempo real. Junte a isso imagens interessantes numa mesma janela utilizando plug-ins!

Seja no rádio, na TV ou na Web só há vagas para profissionais bem "formados", informados e com facilidade de adaptação.

O jornalista que pretende sobreviver nos dias atuais precisa ser versátil, inteligente e sagaz a ponto de perceber as diferenças entre os veículos, suas funções, seus públicos-alvo. Só assim é possível escrever, falar e mostrar informações coerentes. Seja no rádio, na TV ou na web só há vagas para profissionais bem “formados”, informados e com facilidade de adaptação. Qualifique-se, se de fato quiser fazer valer o diploma de jornalista. Caso contrário, o Gilmar Mendes terá sempre razão!


oal

o pess Arquiv

como ando de molho, minha grande amiga Sonia Maria Grando Orsiolli estará à frente da nossa coluna. Espero que gostem e torçam por minha recuperação. Sônia promete agitar este espaço e trazer grandes novidades para todos vocês.Escrevam para ela: teiadosamigos@uol.com.br

DIVERSÃO

EXIGÊNCIA

A Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Sorocaba, interior de São Paulo, está dando entrada apenas em pedidos de registro profissional para jornalistas com diploma de graduação na área. A medida vem sendo adotada desde junho de 2009, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.

ÁGUA

Divulgação

22 de março, Dia Mundial da Água. Diversas atividades foram realizadas na região para marcar a data. Em Sorocaba, 1.100 mudas de pitangueira foram distribuídas no Parque Campolim. O assunto fez parte também da Semana do Rio Sorocaba, fundamental para o progresso da cidade e que vem sofrendo com a poluição. Em uma cidade onde o concreto e o asfalto ganham terreno, a defesa do verde sempre é bem-vinda. E quanto mais árvores, melhor. Além de ganhar as mudas, quem passou por lá aprendeu a forma correta de plantio. A festa teve Renato Teixeira, que cantou seus grandes sucessos.

DE CARA NOVA

Informação e entretenimento para todos! Esses são os ingredientes do “Jogo de Cintura”, programa da TV TEM que traz a apresentadora Danielle Borba. Ela está super entusiasmada com este desafio profissional e garante que teremos ótimas surpresas. Há 13 anos no jornalismo diário, Dani, como é chamada por todos, disse que agora tudo será diferente, pois estará mais próxima das pessoas, conhecendo suas histórias de vida. Dani, muito sucesso para você!

Divulgação

RESSOCIALIZAÇÃO

Divulgação

As experiências obtidas com os projetos de ressocialização desenvolvidos na Cadeia Feminina de Votorantim/SP, em especial o TV Cela, foram levadas por seus idealizadores para Brasília/DF. O Projeto TV Cela é uma continuação do Povo Marcado, que realizou programas de rádio na cadeia, apresentado e produzido pelas próprias reeducandas, com apoio de uma equipe externa voluntária. A repercussão em rede nacional desses projetos, inclusive as premiações, chamou a atenção do Governo Federal, que estuda a criação de um canal via satélite para os reenducandos do sistema prisional, tendo como pauta o projeto autoaperfeiçoamento da União Planetária. Parabéns para Werinton Kermes, jornalista e membro da Associação Cultural Votorantim!

52

LIVRO NOVO

A editora do caderno de Cultura do Jornal Cruzeiro do Sul, Juliana Simonetti, acaba de lançar o livro “Travessia”. A obra aposta no jornalismo literário para narrar a aventura de refazer o caminho trilhado por Guimarães Rosa.

MULHERES 30 histórias dramáticas envolvendo personagens femininas e tendo como cenário ‘a escola’ compõem o livro da educadora Sheila Katzer Bovo. “Mulheres na escola: no avesso do cotidiano”, relata experiências vividas pela autora, além de envolver o leitor na discussão dos desafios das unidades educacionais.

Promovida pela Associação de Famílias e Artistas Circenses (Asfaci), de 6 a 9 de março, a ‘IV Mostra de Artes Circenses do Interior Paulista’, se tornou um incentivo à valorização dos artistas da arte circense e das diversas expressões que compõem o circo. Foram realizadas atrações como desfile com bandas e artistas circenses, teatro, encontro com mestres circenses, oficinas, malabares, pernas de pau, palhaços, mágica e muitas acrobacias. Divulgação

MULTIMÍDIA

Angela Fiorenzo, jornalista, assessora de imprensa, colunista social da Revista Bianchini, apresentadora na TV Comunitária de Sorocaba (Tvcom) e na rádio Jovem Pan, criou o projeto social “Fazendo Moda e cidadania”. A iniciativa tem como foco a inclusão social e a geração de renda, oferecendo novas oportunidades a jovens que desejam se tornar ‘modelo’ e não têm condições financeiras, e também a jovens e adultos que estejam nesta mesma situação e se interessam pelo estilismo. Para esses foi criado o curso ‘Arte Moda Corte & Costura’, totalmente gratuito, com aulas de história da moda, desenho de moda, corte, modelagem e costura industrial. Divulgação

LULUZINHAS Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o Shopping M de Sorocaba realizou o encontro ‘Só para Mulheres’. O evento, promovido no Espaço Gourmet, reuniu 40 importantes mulheres da cidade, entre elas, as jornalistas Estela Casagrande e Helena Gozzano, responsáveis pelo caderno Ela do jornal Cruzeiro do Sul.


Robhson Abreu

D

ois filmes. Intrigas de Estado e A Caçada. Aparentemente diferentes, mas de essência igual. É a busca do ser humano em se satisfazer e obter êxito na luta constante por objetivos, mesmo que eles sejam extremos e que, na maioria das vezes, confrontem a morte ou a despertem. Sempre pistas atrás de pistas, universos jornalísticos e de investigação policial são construídas e se completam: nunca se contradizem, pelo menos à primeira vista. É também o profissional versus o pessoal, com repletos questionamentos: até onde vou? Como vou? Qual o limite? Há esse limite? Estou preparado para a luta? Até que ponto? Contexto complexo para quem está acostumado a ficar atrás de computadores, sem questionar o que realmente se pretende fazer. Tudo tem um pretexto, significado, atitude, reina, nesse universo, melhor quem é incansável. Com Richard Gere, A Caçada narra momentos de euforia, queda, deslize e consagração de Simon Hunt, experiente jornalista que retorna à Bósnia cinco anos após o fim de uma guerra. Está, juntamente com o cinegrafista Duck e com o repórter Benjamin, atrás de a Raposa, um dos criminosos de guerra mais procurados do Planeta Terra. Conseguirão? Até que ponto? Como?

Jornalista, escritor e poeta. Autor de vários livros, entre eles “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adaptado para o cinema, e “Rir ou chorar”, que desvenda os bastidores do cinema brasileiro.

Cicatrizes do Jornalismo teve que esconder ferramentas de trabalho dentro do aparelho de ar. Loucura? Tensão? Atitude? A Caçada mostra isso e mais. Tiros, perseguição, desespero, traição, objetivos próprios, fontes. Caramba! Como a ficção é a continuação da realidade pura, muitas vezes ingênua. Intrigas de Estado, com ótimo elenco e final imprevisível (tal como na obscuridade de muitas instituições), adiciona pitadas de amizade – até que ponto são viáveis na teoria do caos? -, hierarquia, contextualização forte e objetividade. No longa, o repórter Cal MacAffrey investiga, inicialmente, duas mortes: a de uma Congressista e a de uma outra pessoa, morta em um beco. Tiros conectados, forte ação e envolvimento na trama. Realidade? Ficção? Até que ponto? Como? É a mais pura tradução e representação dos profissionais que buscam a melhor reportagem, na mídia impressa, para estampar na primeira página. Ainda existe? Muito pouco. E A Caçada mostra isso, com louvor. O crescimento das outras mídias, como blogs, a disputa com os meios tradicionais e toda e qualquer mudança – muito em pauta. É a conexão, que funciona, cresce e aprimora, com função de cicatrizes do jornalismo. Será? Divulg

ação

O filme, em partes, me fez lembrar certa conversa que tive com o jornalista da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila. Na época, estava finalizando o TCC e Sérgio disse que na guerra era comum invadirem os quartos atrás de equipamentos jornalísticos. Com calma, acrescentou que

53


é, gente, nossos “causos” não param e não têm como parar. comunicador que se preze tem sempre que dar um fora. Foca ou experiente, não tem jeito. A gargalhada é garantida. Mas, pra gente rir, você precisa enviar seus “foras” para o meu e-mail: paularangel@pqn.com.br ilUSTRAÇÕES: lÚciO cARVAlHO

Paula Rangel

MODISMOS

IMPRÓPRIO PARA MENORES

Durante a Turma do Bate Bola,da rádio Itatiaia, Emanuel Carneiro lê, na íntegra, e pede até desculpas pelas palavras pesadas usadas pelo juiz Paulo César Oliveira ao escrever a súmula do jogo Cruzeiro e Atlético Paranaense, no estádio Arena da Baixada, em 21 novembro de 2009. O juiz escreveu e entregou à CBF a súmula, com este trecho: “Aos 43 minutos do segundo tempo, expulsei o atleta número 10 do Cruzeiro, o senhor Gilberto da Silva. Após o gol da sua equipe, ele se dirigiu a mim nos seguintes termos: “Toma aí agora, porra; chupa caralho”. Essa foi foda...

Atualmente na imprensa está assim: ninguém paga mais conta, efetua pagamento; os bandidos não atiram, efetuam disparos com arma de fogo; e a polícia não prende, efetua prisões. Ai, que nojo... E também andam realizando demais... eventos, festas, promoções, shows e até operações e apreensões. Jornalistas que cobrem política criam expressões que caem no gosto e no jargão popular, como o “mensalão” e o “lulécio”. Com a proximidade das eleições, confira a chamada de uma reportagem de Rodrigo Freitas: “Moda do voto casado com a Dilmasia, o Serrélio e Maristasia desagrada ao governador Antonio Anastasia, que se coloca como candidato ao Palácio Tiradentes de uma vez por todas”.

PECADORES

Essa eu vi no pré-carnaval deste ano. De Fortaleza, um repórter entra ao vivo no Jornal Nacional, dizendo que os blocos reúnem mais de 50 mil “fiéis”...

E NA GEOGRAFIA TAMBÉM No Repórter CBN: “Caros, uma correção: Tabatinga, destino do avião desaparecido da FAB, não é tribo indígena. É uma cidade, com mais de 50 mil habitantes e fica na fronteira com a Colômbia”.

É FOGO

Apresentadora do telejornal MG Record: “a polícia prendeu a mãe que teria ateado álcool no próprio filho”! E será que queimou?? Álcool sozinho não machuca ninguém! Só se foi a embalagem que machucou o garoto!

MAIS PÉROLAS OUVIDAS POR AÍ:

“Segundo o ministro da Agricultura, o Brasil pode comprar trigo no Canadá, no próprio Mercosul, principalmente da Argentina, e até na União Soviética”. (A União Soviética deixou de existir em dezembro de 1991). “De acordo com parlamentares, Hillary Clinton não chegou a criticar a postura do Brasil em relação ao Irã, mas ressaltou que o governo brasileiro deve trabalhar para melhorar o diálogo do país árabe com o resto do mundo”. (O Irã é um país persa).

54




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.