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Hipospádia: quando o menino não faz xixi pela ponta do pênis
A hipospádia é uma malformação peniana frequente, incidindo em aproximadamente 1 em cada 300 meninos nascidos. Caracteriza-se pela abertura da uretra fora da posição habitual, ficando na face ventral do pênis (parte da frente, considerando o pênis ereto), desde o períneo até a glande.
O diagnóstico pode ser inferido no pré-natal, mas, frequentemente se dá após o nascimento, durante o exame físico. Associa-se em até 95% dos casos com encurvamento peniano e excesso de prepúcio, em forma de capuz (capuchão) atrás da glande.
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Os meninos com hipospádia não submetidos à correção podem ter dificuldade para urinar em pé, haja vista a posição da uretra, e, na vida adulta, podem ter dificuldades para a penetração durante o ato sexual, bem como dificuldade para engravidar sua parceira por não conseguir ejacular dentro da vagina. Geralmente, não há dor, sangramento ou infecções urinárias motivadas pela doença.
A maioria das hipospádias, 80%, são ditas anteriores e incluem os tipos glandar, balanoprepucial, penianas distal e média. Essas apresentam maior chance de sucesso em um só procedimento, com necessidade de mais de uma intervenção em aproximadamente 10%.
Felizmente, as hipospádias mais complexas, ditas posteriores, respondem por 20% dos casos e são as dos tipos peniana proximal, penoescrotal, escrotal e perineal. Geralmente, são corrigidas em
duas intervenções cirúrgicas, contudo metade dos casos pode necessitar de operações adicionais.
A correção cirúrgica se faz reconstruindo a uretra até a ponta da glande (o que pode ser feito em uma ou mais operações), correção do encurvamento e plástica da pele do pênis, buscando-se deixá-lo com o aspecto mais próximo possível de quem fez uma cirurgia de fimose. Durante o pós-operatório, usa- -se uma sonda através da uretra para moldar a parte reconstruída e possibilitar a saída de urina, dando-se, assim, repouso relativo à área operada.
A cirurgia de hipospádia pode ser feita em qualquer período da vida, porém, melhores resultados são obtidos entre 6 e 18 meses de vida, segundo os trabalhos médicos mais recentes. De modo geral, recomenda-se fazer a cirurgia até a saída das fraldas. Os pacientes operados devem seguir em acompanhamento regular com o urologista pediátrico.
DR. RAFAEL MIRANDA LIMA CRM 17015 | RQE 11522 | Cirurgia Pediátrica
CURRÍCULO • Área de atuação em Urologia Pediátrica.