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Autismo: a importância do diagnóstico precoce
Apesar de o Autismo ser bastante divulgado pela mídia, ainda há muitas dúvidas sobre essa condição que afeta milhares de pessoas no mundo. Estudos sugerem que o autismo tem base genética e ambiental, afetando regiões do cérebro que estão envolvidas no desenvolvimento social e comunicativo. Para desenvolver essas estruturas cerebrais, precisamos formar redes complexas que são feitas a partir das ligações entre neurônios nas diferentes regiões do cérebro.
No Autismo, as evidências sugerem que este processo de desenvolvimento das redes neuronais é defeituoso e resulta numa fraca conectividade entre diferentes regiões do cérebro, tornando mais difícil a criança com autismo aprender a executar comportamentos que parecem simples para uma criança típica, como, por exemplo, o de apontar para um brinquedo favorito de forma a mostrar aos pais o interesse pelo mesmo.
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Embora muitas pesquisas estejam sendo feitas, ainda não sabemos as causas, nem tampouco a cura, mas, certamente, tais descobertas têm auxiliado na condução de novas pesquisas. O diagnóstico é clínico, feito através da observação do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis.
É necessário que as famílias fiquem atentas a alguns comportamentos que aparecem antes dos três anos de vida e que estão relacionados aos sintomas do transtorno do espectro autista. São eles: • Dificuldade em manter ou fazer contato visual com outra pessoa; • Demorar ou não atender quando chamado pelo nome; • Não desenvolver gestos básicos como o apontar; • Não imitar os outros, não utilizar sorrisos sociais; • Dificuldade em envolver-se em brincadeiras com outras crianças; • Brincar de forma atípica como empilhar, enfileirar ou girar objetos.
Considerando que o autismo pode afetar a forma como o cérebro se desenvolve, é preciso diagnosticar o mais cedo possível essas crianças, para que possam receber estímulos necessários ao desenvolvimento dos sistemas cerebrais relacionados às áreas sociais e de linguagem tão afetados em crianças diagnosticadas com o transtorno do espectro autista. Essa abordagem deve ser multidisciplinar e feita através de um dos diversos modelos de intervenção precoce para o autismo.
DRA. LORENA NOVO
CRM/PR 30916 | RQE 20023 | Pediatria
CURRÍCULO
• Graduação em Medicina - Uningá- Faculdade Ingá - Maringá/PR; • Residência Médica em Pediatria - HUOP- Hospital Universitário do Oeste do Paraná; • Pós-Graduada em Alergia e Imunopatologia - Instituto de Pesquisa e Ensino Médico de Minas Gerais/MG; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Pediatria; • Membro da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia.