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O que é Estadiamento Tumoral
Estadiamento tumoral é o nome dado ao processo de investigação e definição do Estágio em que o câncer se encontra. Via de regra, ao termos um diagnóstico de um câncer maligno, precisamos definir a necessidade de realizar exames ou não para avaliar o corpo inteiro do paciente ou regiões próximas ao tumor, para avaliarmos se este tumor já se espalhou para outros órgãos.
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Nem todo câncer precisa de estadiamento, e isso depende principalmente da histologia do tumor primário (ou seja, órgão que deu origem ao câncer, por exemplo: mama, próstata, pele, estômago etc.) do tamanho deste tumor e de outras características clínicas e patológicas (informadas através do resultado de biópsias). Quem define a necessidade de realizar o estadiamento é o médico oncologista. Por isso, você nunca deve comparar o seu caso com o de outros pacientes.
Todo tumor nasce em um órgão, e com o passar o tempo pode se espalhar. Primeiro para os chamados Linfonodospróximos (popularmente conhecidos como ínguas) através da disseminação entre canais linfáticos que ligam o órgão a estas ínguas. E depois, o tumor pode se espalhar órgãos à distância, que não tem nenhuma comunicação direta com o tumor primário. Quando isso ocorre, sabemos que a disseminação se deu por via hematogênica ou seja, o tumor já enviou “sementes” para outros órgãos,
através da corrente sanguínea. O objetivo do estadiamento é definir, portanto, em qual estágio a doença se encontra. Através de tomografias, ressonância magnética, PET scan e outros exames o médico oncologista consegue definir isso. Cada tipo de tumor tem suas características próprias que definem o estágio, mas na maioria deles nós precisamos definir os valores e características de 3 letras: TNM. - T de (T)umor primário: mede o tamanho do câncer primário (no órgão onde surgiu a doença). Pode ser feito através do exame físico do médico, de exames de imagem e de biópsias. - N de linfo(N)odos: Indica se existe a presença de linfonodos/ínguas acometidas pelo tumor. Isto pode ser realizado pelo exame físico, exames de imagem e por biópsia. - M de (M)etástases: Indica se existe a presença de metástases, que representam nódulos/implantes do tumor enviados para outros órgãos. A classificação do T, do N e do M é diferente para cada tipo de câncer e deve ser feita por um oncologista. Baseado na soma destes três itens: conseguimos definir o estágio em que o câncer se encontra; No geral o câncer é classificado em 4 estágios (com exceção de alguns tipos de câncer), podendo haver algumas variações. Mas em geral são eles: - Estadio Clínico I: O tumor é considerado pequeno e encontra-se confinado no órgão onde nasceu. - Estadio Clínico II: O tumor já possui um tamanho maior, porém ainda encontra-se restrito ao órgão de origem, podendo em alguns casos ter acometido ínguas dentro deste órgão. - Estadio Clínico III: O tumor é ainda maior, podendo já ter saído do órgão de origem ou já ter “caminhado” para os linfonodos regionais (as ínguas mais distantes, que fazem a drenagem daquela região do corpo). - Estadio Clínico IV: O tumor pode ser de qualquer tamanho, pode ter acometido ou não linfonodos regionais, porém já se “espalhou” para outros órgãos distantes (através da corrente sanguínea).
E por que saber o estadiamento é importante? 1º- PARA FAZERMOS A CLASSIFICAÇÃO DO TUMOR E ESTIMARMOS UM PROGNÓSTICO. 2º - PARA DEFINIRMOS AS OPÇÕES DE TRATAMENTO (COM POSSIBILIDADE DE CURA OU NÃO).
Viu a importância do estadiamento tumoral? Espero ter ajudado a entender um pouco melhor essa etapa, que fica entre o diagnóstico e o tratamento, mas que define muita coisa.
DR. PEDRO GRACHINSKI BUIAR CRM/PR 32421 - RQE 24830 - RQE 24831 Clínica Médica e Oncologia Clínica
CURRÍCULO • Medicina pela Universidade Federal do Paraná – UFPR; • Especialização em Clínica Médica pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição – HNSC; • Especialização em Oncologia Clínica pelo Hospital das Clínicas de Porto Alegre – HCPA; • Mestrado em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.