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Constipação Intestinal

A constipação intestinal é uma das queixas mais frequentes nos consultórios dos gastroenterologistas e coloproctologistas, mas a definição de constipação dada pelos próprios pacientes é tão variável que uma avaliação médica detalhada e específica se torna necessária.

Na avaliação da constipação devemos considerar o hábito intestinal da pessoa como um todo e não apenas a frequência das evacuações, pois este não é o único parâmetro necessário para o diagnóstico. São importantes também a consistência das fezes (endurecidas, em “bolinhas”), relato de dificuldade para evacuar (esforço excessivo) e sensação de evacuação in-completa.

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A constipação é mais frequente nas mulheres e em pacien-tes idosos.

A causa mais comum de constipação intestinal é o baixo consumo de fibras na dieta. As fibras são encontradas prin-cipalmente nas frutas, verduras e grãos e não são absorvidas pelo nosso organismo. Podem ser divididas em dois grupos: solúveis e insolúveis. O efeito desejado das fibras é aumentar volume do bolo fecal e hidratá-lo (através de retenção de lí-quido), fazendo com que ele seja mais facilmente eliminado. A quantidade recomendada para ingestão de fibras é de 25-30 gramas por dia.

Outros fatores contribuem para o desenvolvimento da constipação: o sedentarismo, a baixa ingestão de líquidos (recomenda-se aproximadamente 2 litros de água por dia), a gestação (condição fisiológica na qual o aumento do útero e as alterações hormonais são responsáveis pela lentificação do peristaltismo), algumas doenças crônicas (Diabetes Melitus, hipotireoidismo, doença de Parkinson, entre outras) e a dificuldade para usar banheiros públicos (causando adiamento da evacuação).

Existem algumas doenças, como câncer de cólon e doença de Chagas, que podem se manifestar com sintomas de consti-pação e às vezes levar a quadros agudos de obstrução intestinal, porém estas devem ser corretamente diagnosticadas e tratadas de forma específica.

Uma vez feito o diagnóstico de constipação intestinal, inicia--se o tratamento clínico. Este deve priorizar mudanças na dieta e no estilo de vida e não o uso de laxantes ou enemas.

Para isso é necessário corrigir os erros alimentares, aumen-tando a ingestão de fibras e líquidos e reduzindo a ingestão de alimentos constipantes, como café, leite, chá e álcool. Com relação às fibras, além das fontes naturais (frutas, verduras, ce-reais), existe a possibilidade de suplementação das necessida-des diárias através de formulações farmacêuticas disponíveis. Recomenda-se também que o paciente realize atividades físicas regularmente.

Se a constipação não for tratada corretamente, com o passar do tempo ela pode favorecer o surgimento de outras condições associadas, como doença hemorroidária, prolapso retal e fissu-ra anal. Por esse motivo torna-se mais interessante a adoção de medidas de prevenção da constipação, como alimentar-se em horários regulares, preferir refeições ricas em fibras (verduras, legumes, grãos, cereais), reduzir a quantidade de gordura na dieta, evitar bebidas alcoólicas, chocolate, café, e alimentos que levem à produção excessiva de gases (brócolis, cebola, couve--flor, feijão), ingerir bastante líquido (pelo menos 2 litros por dia), tentar determinar um horário específico para evacuação, obede-cer, sempre que possível, a vontade de evacuar, evitar distrações durante a evacuação (como ler revistas, jornais), falar ao telefo-ne, praticar exercícios regularmente e nunca utilizar laxantes por conta própria.

Se não houver melhora da constipação mesmo após a ado-ção de todas estas medidas, é aconselhável procurar orientação de um médico.

DRA. ALESSANDRA V. CREDIDIO BRASILEIRO

CRM/PR 29058 | RQE 1759 | Coloproctologia

CURRÍCULO

• Formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC/Campinas); • Especialista em Cirurgia Geral e Coloproctologia pela Santa Casa de São Paulo; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).

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Diretor Técnico Médico: Dr. Fábio Marcondes Brasileiro - CRM/PR 29059 - RQE 1596

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