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Neurocirurgia Saiba mais sobre a Lombalgia
A lombalgia é o segundo motivo de procura por consulta médica, perdendo apenas para o resfriado. Estima-se que 50% da população terá dor lombar até aos 20 anos de idade e 80% até os 60 anos. A variedade de estruturas possíveis de causas de dor nesta região prejudica o diagnóstico principalmente para os não especialistas. Ainda assim a maioria apresenta boa evolução, sendo o tratamento clínico suficiente em 90 % dos casos.
Quais os motivos?
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Inúmeras circunstâncias contribuem para o desencadeamento e cronificação das síndromes dolorosas lombares tais como: obesidade, hábito de fumar, grau de escolaridade, realização de trabalhos pesados, sedentarismo, psicossociais, insatisfação laboral, síndromes depressivas, litígios trabalhistas, fatores genéticos e antropológicos, hábitos posturais, alterações climáticas e até condições emocionais podem levar à dor lombar ou agravar as queixas resultantes de outras causas orgânicas pré-existentes.
Qual exame devo fazer?
O exame clínico neurológico é o mais importante para o diagnóstico e definição do tratamento. A complementação com exames é útil apenas para confirmação da hipótese diagnóstica.
Existe um exagero na realização destes, lembrando que no adulto é improvável que tais exames não mostrem alterações degenerativas como artrose, degeneração do disco ou osteófitos (o famoso bico de papagaio), sem correlação com nenhum sintoma. Um exemplo é que 25% de pessoas assintomáticas têm hérnia de disco na ressonância magnética.
Assim, afastadas as enfermidades graves pela avaliação do especialista, a identificação precisa da fonte estrutural da dor normalmente não é necessária, pois o tratamento clínico será semelhante. Apenas se a dor resiste a terapêutica, ou uma cirurgia é prevista, o neurocirurgião deverá indicar o melhor exame complementar, que pode ser uma radiografia, tomografia, ressonância, cintilografia ou eletroneuromiografia.
Quando operar?
A lombalgia comum é sempre de tratamento conservador, quando o especialista afasta causas específicas como neoplasias, fraturas, doenças infecciosas e inflamatórias, deve ser centrado no controle sintomático da dor para propiciar a recuperação funcional, o mais rapidamente possível com a utilização de medicamentos, do repouso relativo e da fisioterapia específica.
Com relação às indicações cirúrgicas um resumo baseado no Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina simplifica:
O tratamento cirúrgico da hérnia discal está indicado nos casos com déficit neurológico grave com menos de 3 semanas; na lombociatalgia hiperálgica (dor muito forte) e, nas outras de menor intensidade, apenas para os pacientes que não melhoram após 90 dias de adequado tratamento clínico. Na síndrome da cauda equina a cirurgia está indicada em caráter emergencial, como também, nas lombalgias infecciosas com evolução desfavorável. A indicação de cirurgia no canal lombar estreito é feita em caráter individual, caso a caso, na claudicação incapacitante e progressiva e na radiculopatia que não responde ao tratamento conservador. A cirurgia também está indicada: na espondilólise, com espondilolistese (escorregamento da vértebra) no caso degenerativo, com dor lombar que não melhora com tratamento clínico; e no jovem no escorregamento vertebral progressivo, mesmo assintomático.
Vale ressaltar que a fonte fundamental de informações é o próprio paciente. Seu entendimento sobre o que está acontecendo facilita o diagnóstico e auxilia na recuperação. A decisão sobre o tratamento é sua e o especialista é o instrumento para esse objetivo.
DR. DANILO MAGNANI BERNARDI
CRM/PR 20713 | Neurocirurgia - RQE 16667
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