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Uma História Gay da Moda
Procura explorar a “homossexualidade” ou “estranheza” na moda, chamando a atenção para a presença histórica de gays, lésbicas, bi, trans e outras pessoas “estranhas” da moda.
por Eduardo Motta foto: Riccardo Tisci
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Modelo Jenny Shimizu
Dior a Yves Saint Laurent e
Alexander McQueen, muitos dos maiores estilistas do século passado eram gays.”
Não há como não prestar atenção na exposição anunciada pelo FIT Museum de Nova York. O simples fato de que ela seja possível é o melhor indicador de como avançaram nos dias de hoje as questões sobre gênero e sexualidade. Também é um termômetro do quanto elas se tornaram oportunas. Entretanto mais que tudo isto, é o recorte em si que vale a pena ser observado. De acordo com a escolha da curadoria, é evidente o tanto que o assunto descolou do patrulhamento ideológico, e a discussão amadureceu. A ponto de que ele possa ser abordado sob uma perspectiva que não teme investigar o estereótipo do gay associado à moda. Nem de cutucar afirmações como ‘moda é coisa de gay” e de esquentar o debate sobre a noção de que os homossexuais teriam uma relação especial com o tema. Sobre este assunto, o que existe como senso comum é uma ruína desordenada de velhos preconceitos temperados pela tolerância trazida por novas leis, pela educação pró-diversidade e, naturalmente, pela força do capital que a moda coloca em circulação.
Ainda é corrente a percepção de que todos os homens que desenham moda são gays. Esta é uma das ruínas citadas acima. Por outro lado, como registra a divulgação da mostra.
Que um grande número de profissionais da área sejam gays e que moda e estilo têm desempenhado um papel importante dentro da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros-gay) é um fato conhecido e de longo passado. Também é um fenômeno global. Entretanto, muito pouco se tem pesquisado sobre as condições que levaram a isso e sobre a moda como um local de produção cultural gay. Entrar neste terreno já é um mérito inquestionável da exposição do FIT.
A exposição também olha para a criatividade e a resistência à opressão expressa pelos estilos subculturais LGBT.
The FIT Museum de Nova York
A curadoria é de Fred Dennis, curador sênior, e Valerie Steele, diretora e curadorachefe do FIT. O design da exposição é do premiado arquiteto Joel Sanders. A exposição apresenta cerca de 100 conjuntos que englobam mais de um século de moda. Organizada em ordem cronológica, ela explora a história da moda moderna através da lente da vida e da cultura gay e lésbica, abordando temas como androginia, dandismo, estilos estéticos transgressivos e a influência de subculturas.
A exposição será acompanhada por um simpósio (8-9 de novembro de 2013) e por um livro com vários autores eruditos publicado pela Yale University Press, bem como por uma série de palestras públicas e um site educacional. O objetivo das ações paralelas é ajudar a fomentar um clima de inclusão para aqueles que têm sido frequentemente marginalizados devido à sua orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero. A exposição e os programas são apoiados pelo Conselho de Diversidade do FIT.