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Por que transformar São Paulo em uma cidade-esponja
A resposta vem do exemplo de diversas metrópoles chinesas, americanas e europeias, que estão adotando este conceito inovador por CRIS
MONTEIRO ilustração FELMS
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Mais um verão. E outra vez as grandes cidades brasileiras, como São Paulo, sofrem com a tragédia anunciada das chuvas. Para além de jogar a culpa de tantos transtornos e mortes provocados por alagamentos e inundações no efeito das mudanças climáticas, é preciso nos debruçarmos sobre os problemas estruturais das nossas metrópoles – transformadas em verdadeiras selvas de pedra – e, a partir deles, pensarmos em formas criativas e de baixo custo capazes de, se não resolvê-los de vez, ao menos minimizá-los. Tomando São Paulo como exemplo, temos uma cidade construída em uma região fluvialmente rica e que, ao se desenvolver, priorizou as construções em concreto – negligenciando a conservação de áreas verdes – e a canalização e soterramento de rios, com um sistema de escoamento de água baseado em galerias. Com isso, hoje a maior parte do solo está impermeabilizado e não consegue absorver a água da chuva em grande quantidade. Da mesma forma, nosso sistema de galerias pluviais, obsoleto.
Para enfrentar ou evitar catástrofes, urbanistas têm rejeitado soluções tradicionais – baseadas em bocas de lobo e encanamentos – em favor de novas formas de garantir a drenagem da água. E as cidades-esponjas nos mostram vários exemplos disso.
De acordo com o urbanista Anderson Kazuo Nakano, cerca de 30% a 40% da água da chuva que atinge o centro expandido de São Paulo se infiltra no solo. O restante escorre para os rios Pinheiros, Tietê, Tamanduateí e Aricanduva, provocando os transbordamentos. O ideal, segundo ele, seria que 50% desse volume fosse absorvido pelo solo e os outros 25% fossem retidos por mais tempo.