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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 2 | Nº 12 Presidente do Conselho Editorial: Dr. Jô Furlan Redatora-chefe: Tina Andrade Estagiária de Jornalismo: Vanessa Oliveira Diretor de Arte: Danilo Scarpa Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Rua das Crisandálias, 52-A – Brooklin São Paulo Capital – CEP: 04.704-020 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou email); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Parma
06 “Caro Leitor,” 12 + motivação Quem não se motiliza...
índice
14 + gente Resgatando sorrisos
15 Inteligência emocional, passaporte para o sucesso 16 + empreendedor 18 20 21 24 25 26 35 36 42 43 44 46 48 49 50 51 52 54 57 58 60 62 66
Jesus e o empreendedorismo + up to date no alvo + 2.0 para Ser Mais Os 7 talentos do profissional do futuro Teste: saiba se você está pronto para ser um profissional do futuro + moda, beleza e estilo + otimista Afinal, por quê? Não há desenvolvimento sem feedback + rh Você vai sobreviver profissionalmente? MaNuaL do SuCeSSo Inteligência- Rompendo barreiras Gestão - Gestão por competência Comportamento - O potencial e as competências de um empreendedor Vendas - Cinco fatores para vender mais e melhor Liderança - Reinventando a Liderança aprenda a engajar na sua rede social Coffee-break - Humor e Diversão + Franquias - Terra Verdi - Café Orgânico Gaudencio responde Como ser uma “eupresa“ de sucesso + tech Cyberlanking parte I + vitrine de sucesso Networking, uma porta para o mundo + expressão Regras dogmáticas
Especialistas Bernardo Leite
Carlos Cruz
dalmir Sant’anna
edson Rodriguez eduardo Zugaib Geraldo Leal
dr. Jô Furlan Josué Campanhã
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arthur diniz
Leila Navarro Marcelo ortega
José augusto Minarelli
Minoru ueda Paulo Gaudencio Paulo Roberto Reinaldo Polito de Souza
Reinaldo Rizk
Ricardo Jodão
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Veja como arquiteta Lidia Sita transformou lixo reciclado em um ambiente decorado que é um luxo só!
Jogo Rápido
Ele é bonito, altivo e dono de um olhar penetrante; mas nada é mais atraente do que sua maneira de inovar.
estratégia
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2º passo: MoTIVaÇÃo
Josué Campanhã revela: a falta de planejamento é a causa mortis de muitas organizações ela está por trás dos melhores acontecimentos. Mas, como criá-la?
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CaPa
Organizações inteiras entram na disputa cada vez mais acirrada por competências. Desenvolva a sua!
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Cidadão 21
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estratégica
PoR que aS eMPReSaS
NÃo PLaNeJaM? Josué Campanhã
Muitas organizações morrem por falta de planejamento. esta é uma expressão ouvida com regularidade, mas ela levanta uma pergunta: Por que as empresas não planejam? alguns afirmam que não têm tempo para isso. outros afirmam que o excesso de organização e planejamento “engessa” a empresa. Há ainda os que pensam que não é muito importante... Isto é coisa para empresa grande que tem matriz no exterior. um bate-bola rápido com Josué Campanhã, autor do livro Luz! Plano! Ação! pode ajudar na resposta a esta pergunta.
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Como pode se definir planejamento estratégico no contexto das pequenas e médias empresas? Josué – É a necessidade da empresa ter uma visão de futuro e planos alinhados a esta visão para fazer diferença no seu contexto e na sua geração. Diria que um dos grandes problemas das empresas é que continuam fazendo o que sempre fizeram e ainda assim esperam atingir resultados diferentes. Daí entram em declínio ou crise e em seguida num estágio de manutenção que gera a mesmice. Planejar estrategicamente é criar caminhos novos para os mesmos objetivos, mas contextualizados para este tempo.
Grande parte dos líderes sabe que poderia buscar as bases teóricas de planejamento e organização para ajudá-los. Por que então tantas dificuldades nesta área? Josué - Porque 75% dos lideres não têm esta área como ponto forte. Várias pesquisas indicam isto. Esta dificuldade é inata e não envolve apenas o pla-
nejamento na empresa, mas em suas próprias vidas e famílias. Normalmente eles não têm planos pessoais de longo prazo e muito menos planos para suas famílias. Assim, não ter planos na empresa é meramente uma consequência. Os planos de uma organização não serão melhores do que os planos pessoais e familiares dos seus líderes. o Pe e todos os seus desdobramentos organizacionais seriam vistos como algo pouco prático pela liderança? Josué - Em alguns casos sim. Primeiro isto normalmente é visto como uma matéria chata na faculdade. Segundo, as demandas da empresa são tão grandes que mexer com planejamento estratégico parece não ser algo prático para o dia a dia. De outro lado, muitas empresas apenas surgiram. Um empreendedor começou a fazer algo que deu certo e isto foi crescendo até o ponto que se tornou uma empresa pequena ou média. Entretanto, é bem fácil fazer o carro chegar a 80 ou 100Km/h, o difícil é fazer o motor aquentar a viagem toda. Além disto, um carro até com o motor desligado pode chegar a 80Km/h se estiver numa ladeira. Como este carro, muitos líderes consideram que suas empresas estão andando bem, mas não querem usar todos os estudos sobre planejamento e organização existentes para fazer sua empresa aguentar a viagem longa que tem pela frente. que motivos pessoais ou organizacionais impedem as empresas de iniciarem um planejamento estratégico? Josué - Como já mencionei a falta de planejamento na vida pessoal e familiar. Os planos de uma empresa não serão melhores do que os planos da vida e da família dos seus líderes. Agora, se eles não têm
Danilo Scarpa
planos é isto que vai acontecer na empresa. Já ajudei líderes a elaborar planos estratégicos para suas empresas que nunca aconteceram. Depois descobri que o problema estava em suas vidas e famílias. Por causa disto, comecei a trabalhar na base da vida dos líderes. Escrevi o livro Luz! Plano! Ação! para empresas e depois descobri que precisava escrever um livro para ajudar os líderes a planejarem. Daí surgiu o livro Família S/A, que ajuda as famílias a terem seus planos de futuro.
que orientações você daria para um líder que deseja iniciar um Pe e não tem experiência prévia sobre o assunto? Josué - Ler um pouco sobre o assunto para ter pelo menos as diretrizes gerais do que significa elaborar um planejamento estratégico. Depois disto, buscar ajuda. Certamente existe alguém na própria empresa que tem alguma experiência na área e poderá ajudar. Outra alternativa é buscar ajuda externa. Existem muitas organizações que oferecem consultoria e material nesta área. Da mesma forma que o empreendedor que não sabe ser técnico em alguma área convida uma pessoa com esta especialidade na empresa, se não é seu forte elaborar planos, busque ajuda. Josué Campanhã é Bacharel em Teologia e em Administração de Empresas, consultor e professor.
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quais seriam as implicações práticas do não planejamento? Josué - Não planejar significa planejar o fracasso. Não existe meio-termo nesta área. Muita gente imagina que não planejando as coisas vão continuar como sempre foram. No entanto, a verdade é que sem planos uma empresa está planejando seu fracasso. A palavra pode ser muito forte, mas se olharmos para milhares de empresas que foram abertas no Brasil nos últimos anos e, fechadas um ou dois anos depois por falta de planejamento, dá para comprovar isto. Como em uma maratona, empolgação pode fazer a gente iniciar a corrida. Motivação pode fazer a gente chegar quem sabe à metade da corrida. No entanto, falta de planejamento e preparação faz a gente ficar frustrado por não ter forças para chegar ao final da corrida. Na empresa é a mesma coisa.
o que se busca com a implantação de um Pe na empresa? Josué - Cumprir um propósito nesta geração e preparar as bases para o futuro. Um planejamento garante que uma empresa está indo para o lugar certo, da forma correta, com as estratégias corretas e alvos mensurais. É a visão de um empreendedor que se torna sistematizada e alinhada.
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auToMoTIVaÇÃo
a FoNTe de eNeRGIa “Motivar alguém é conectá-lo com algo dentro dele que o impelirá a agir.” Maxwell e dornann
A
definição que encima esse artigo, resume de forma magistral o que é a motivação. Estou falando aqui da real motivação e não simplesmente da empolgação momentânea à qual estamos tão acostumados. Essa conexão é tão poderosa e tão eficaz ,que é capaz de transformar a vida das pessoas - independente de suas funções sociais ou de seu grau de educação.
Lembro-me com se fosse hoje, em uma de nossas conversas, Bernardinho – técnico de vôlei e maior recordistas de títulos nessa função, me dizer assim:
Grandes talentos são desperdiçados por isto: existe uma habilidade natural, mas falta a disciplina, dedicação e o comprometimento, necessários para tornar esse po-
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Estou falando em beber direto da fonte de energia. Uma ligação direta com um poder que pode ser usado para o S.O.M. (sonhos, objetivos e metas) da sua vida, superar desafios, ir além dos limites, fazer mais e melhor. A motivação é um tema comum em diversas áreas profissionais, mas tem uma em especial que se destaca pela grande cobertura da mídia: a área esportiva.
- “Vir treinar depois de uma grande vitória, onde a autoestima do atleta está lá em cima, onde você está vibrando com o resultado positivo qualquer um faz. Agora, levantar cedo para treinar depois de uma derrota não é tão simples. Por mais que você tenha se dedicado, não foi daquela vez que atingiu o resultado positivo. Treinar exaustivamente para se aprimorar, melhorar cada vez mais, apesar do último resultado ruim, é algo encontrado apenas naqueles atletas conectados com sua automotivação. Eles reconhecem de forma quase natural as razões pelas quais querem realizar e vão lá fazer, mais e mais. Os atletas que aprendem a estar motivados e se superarem após uma derrota, que pode ser na disputa de um ponto, de um set ou mesmo de um jogo, esses fazem a diferença, dentro e fora das quadras”.
ncia e Inteligê mentais d a rt ional o ss p fi m ro o sC oal e p ss e p a estratégia id v a o para su do Sucess
tencial em realidade. Assim, infelizmente assistimos inúmeras vezes o desperdício de grandes talentos por falta de motivação pessoal. Aqui fora, no mundo sem cobertura da mídia, encontro com frequência pessoas sobre as quais adoraria escrever um livro. Algumas que são reconhecidas e famosas, outras não tão conhecidas e às vezes quase anônimas, mesmo assim, pessoas que aprenderam a fazer da sua automotivação uma extraordinária fonte de energia. Conto algumas dessas histórias no livro Inteligência do Sucesso. Lembre-se: mesmo que você seja muito talentoso, se não tiver uma grande motivação - que poderia resultar numa série de comportamentos que potencializariam suas habilidades naturais - poderá passar uma existência incógnita, mesmo tendo sido trazido para essa vida com um grande tesouro dentro de você - pois sem energia não será capaz de viver todas as suas potencialidades e explorar essa riqueza.
Então, chegamos a um ponto muito importante: com muita motivação, mesmo sem um grande talento, você será capaz de realizar coisas realmente expressivas, pois poderá usar essa motivação para desenvolver sua Inteligência Comportamental Humana - a Inteligência do Sucesso. Aprenderá como desenvolver competências e gerar cada vez mais resultados em sua vida. Descubra por quais razões você está disposto a fazer mais e ser mais. Em sintonia com esses motivos, com essas razões, ouse buscar as melhores ferramentas para construir o que você deseja realizar em sua vida.
2° Passo:
descubra por quais razões (motivos) você está disposto a realizar aquilo que você deseja.
Conecte-se com essa energia e faça acontecer!
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Dr. Jô Furlan é médico, professor e pesquisador na área de Neurociência Cognitivo-Comportamental, autor do livro Inteligência do Sucesso.
motivação
queM NÃo Se MoTILIZa... Eduardo Zugaib
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arabéns, você é um vencedor! Sua motilidade o trouxe até aqui. Moti... o quê? Mo-ti-li-da-de. A capacidade de manter-se em movimento por conta própria, de reunir as próprias forças e dirigi-las a favor do seu objetivo. “Mas eu ainda não atingi meu objetivo”, alguém pode estar pensando. Calma, vamos aos fatos: você estar vivo, respirando, ralando para ganhar a vida é uma prova do triunfo da motilidade, que o fez deixar milhões para trás quando ainda era simplesmente um... espermatozóide. Entre milhões, um se movimentou melhor, fez o caminho mais inteligente, estudou melhor o objetivo, aproximou-se dele e acabou por ele sendo escolhido: esse um foi você. Depois do nosso nascimento, esquecemos o quanto a motilidade é necessária em nossas vidas, tanto nos momentos em que estamos em grupo, como naqueles em que precisamos nos virar sozinhos. Seja nas horas profissionais, como nas que passamos em família, entre amigos. Manter-se atento, em movimento, facilitando processos, ampliando a rede de relacionamentos dentro e fora do trabalho, tomando a iniciativa... todas essas atitudes nos provam que a motilidade continua aí, a nosso favor. Até mesmo a saudável capacidade de delegar fortalece nossa motilidade e ajudanos a despertá-la naqueles com quem convivemos. Prima-irmã da mobilidade, a motilidade age no oposto das decisões circunstanciais, da simples reação a fatos e decisões externas que nos afetam. Se a mobilidade é o motor, a motilidade é o motor e o volan-
te, e está mais para a ação, para a atitude. No campo comportamental das atitudes, ou você tem ou você não tem. Não existe meia atitude, como não existe meio líder, meio motivado, meio grávida ou meio gay. A motilidade vai contra a síndrome zecapagodesca de deixar a vida levar, mesmo porque, quem se motiliza, sabe que parte considerável do controle está em suas mãos. E trata de compor a metade do mundo que faz parte da solução, não do problema. Em uma equipe sempre existe quem facilite as coisas, se antecipa e resolve problemas que afetarão o desempenho de todos. Mesmo sem ganhar nada a mais por isso, ajuda a criar um ambiente de relacionamento saudável. Sem forçar a barra, oras está ouvindo um, oras animando o outro, porém sempre sintonizado no bem comum. Motilidade pura, que em questão de tempo, vai acabar sendo reconhecida pela nossa liderança e nos projetar para cima. O líder reconhece a motilidade em outras pessoas porque ela ajudou-o a tornar-se o que é, inclusive fortalecendo nele a “visão de helicóptero”, que oras nos leva ao plano de detalhes, oras nos distancia para proporcionar uma visão completa do problema. Vale a pena parar e pensar a quantas anda essa nossa capacidade. Se a última vez em que a usamos a nosso favor foi quando ainda éramos espermatozóides, é bom começar a resgatá-la. E arrisco aqui uma releitura da célebre frase do Chacrinha, o Velho Guerreiro: Quem não se motiliza, se inutiliza. Ou, na melhor das hipóteses, se subutiliza. eduardo Zugaib é palestrante em criatividade e motivação, professor e escritor. Sócio da Z/Training Desenvolvimento Pessoal www.eduardozugaib.com.br
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gente
ReSGaTaNdo SoRRISoS Minoru Ueda As cenas do cotidiano não precisam ser mirabolantes para nos ensinar preciosas lições sobre as necessidades humanas. Se pensarmos na quantidade de vezes que pequenos acontecimentos nos possibilitaram uma nova maneira de pensar, com certeza vamos ficar espantados. E por que não parar e observar esses eventos como fenômenos de aprendizado? O maior desafio que encontramos atualmente é a dificuldade de desenvolver a capacidade de observação para que nossas decisões não sejam aleatórias e, por isso mesmo, arriscadas. O indivíduo coloca sempre o seu universo em questão e, assim, se aprofunda na realidade.
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Hipótese 1 ok: o mundo é composto de pequenos eventos que podem nos ensinar coisas preciosas. Vamos para a hipótese 2. Quem nunca chegou em uma empresa para uma reunião e precisou fazer o registro na recepção. A velha frase: “Bom dia, tenho uma reunião marcada às 10h com o senhor X, quinto andar.” E a moça pergunta: “O senhor já tem cadastro aqui?”. Cenas comuns, procedimentos de rotina, entregar o RG, tirar uma foto e seguir o caminho. Qual é nosso relacionamento com esses atendentes? Seriam eles apenas meros registradores de nossos documentos? Acredito que uma reunião de negócios começa no momento em que trocamos as primeiras palavras com o pessoal da recepção. Certo dia, uma recepcionista ajustou a câmera para tirar a foto e, naturalmente, eu dei um sorriso como sempre faço. Ela estranhou minha expressão. Automaticamente, percebi que, por meio de minha ação, o esboço ainda tímido de um sorriso come-
çou a aparecer no rosto dela. “Acredito que não seja muito frequente alguém sorrir para uma foto que aparentemente seria tão formal”, perguntei. O que aprendi com isso? Notei que é possível resgatar sorrisos das pessoas com ações simples. “Resgatar” está relacionada à ideia de “reatar” e duas questões surgem a partir disto: a) resgatar é buscar algo que foi perdido; b) reatar é criar um novo fio de ligação com o que foi perdido. Existiria uma maneira mais efetiva de “resgatar” a humanidade das pessoas a não ser pelo sorriso? Existe neste gesto um processo de acolhida. Um sorriso sincero é aquele que traz alguém para perto de nós. É a partir de um sorriso natural que endereçamos a alguém que nos permite dizer “Nós”. Acolher alguém pelo sorriso é romper com qualquer delimitação do crachá, da profissão da pessoa e um caminho para a empatia. Sorrir naturalmente é atingir o ser humano em sua espontaneidade. Existe algo mais prazeroso do que um sorriso de acolhida que se forma no rosto das pessoas? Este desenho automático é o núcleo do conceito de acolhida. Convido à todos a sorrirem diante das câmeras, pelo menos na recepção da vida cotidiana. Minoru Ueda é professor da Fundação Instituto de Administração (FIA-USP) e conferencista na área comportamental.
INTeLIGÊNCIa eMoCIoNaL, PaSSaPoRTe PaRa o SuCeSSo
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Carlos Cruz
o início o profissional desejado era aquela pessoa com alto grau de conhecimento técnico, que produzia muito em pouco tempo. Hoje o mais buscado é aquele que também administra as suas emoções de maneira inteligente e ainda consegue alcançar bons resultados. Um indivíduo emocionalmente inteligente consegue mobilizar suas emoções estrategicamente para alcançar suas metas. Para isso, ele consegue reconhecer, aceitar, escolher e gerenciar o que sente durante diversas situações.
- Motivação - Estar motivado para agarrar as oportunidades, superar os obstáculos e aprender com eles para seguir em frente é muito importante. Reflita: suas decisões são motivadas pelo medo de perder ou pela esperança de ganhar?
Um exemplo são as quedas vertiginosas das bolsas em todo o mundo. Os investidores impulsivos estão sofrendo muito mais do que aqueles que sabiam o que estavam fazendo. Isso deixa claro que, por mais assertivas sejam as atitudes, não podemos pautá-las apenas pelo “calor do momento”.
- “Eu gerencio os outros” – Aqui exercitamos a liderança situacional, gerenciamos conflitos, colaboramos e trabalhamos em equipe, construímos alianças e desenvolvemos os outros. Pergunte-se: “o que é mais importante nesta mensagem para mim? E para os outros?”.
durante os treinamentos procuro trabalhar cinco áreas distintas:
Invista em atividades que possam lhe trazer maior equilíbrio emocional, pois isso é valorizado em todas as empresas, ainda que em alguns lugares essa característica receba nomes e descrições diferentes, como “uma equipe com iniciativa”, “um líder que alcance resultados e que gerencie crises e processo de mudança”. Estamos falando de pessoas com a capacidade de melhorar os relacionamentos dentro do ambiente de trabalho, o que, por sua vez, irá gerar melhores resultados.
- “Eu me gerencio” – Aqui busco trabalhar o autocontrole, que permite a pessoa pensar antes de agir, conseguindo, assim, administrar seus impulsos para não explodir e depois se arrepender. Pergunte-se: “qual comportamento construtivo eu posso ter agora para alcançar meu objetivo?”.
Carlos Cruz é coach, conferencista em desenvolvimento humano e diretor da UP Treinamentos & Consultoria www.carloscruz.com.br
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- “Eu me conheço” - É a área do autoconhecimento, a sinceridade que cada um tem consigo mesmo para avaliar as suas habilidade de maneira verdadeira. Pergunte-se: “qual é a emoção que estou sentindo neste momento?”; “Como eu posso pensar e agir diferente nesta situação?”.
- “Eu conheço os outros” – É preciso mostrar sensibilidade a perspectiva alheia, buscar maneiras de conquistar a confiança e aumentar o nível de satisfação dos outros. Pense também nas ideias pré-concebidas que você tem de outras pessoas.
empreendedor
JeSuS e o eMPReeNdedoRISMo Ricardo Jordão
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esus tinha um belo emprego. Ele criava mobílias sofisticadas na pequena empresa que herdara do pai. O marketing boca-a-boca funcionava perfeitamente bem na pequena cidade de Nazaré; e novos clientes chegavam diariamente com pedidos. Ele nasceu empreendedor e queria fazer muito mais pelos outros. Então, um dia, disse que ia criar o seu próprio empreendimento. Não bastasse abandonar um salário sólido, uma empresa bem sucedida, a profissão que amava e clientes satisfeitos, saiu estimulando outros a fazerem o mesmo: “Sigam-me!”, dizia Jesus, “Existe um trabalho a ser feito que dará a vocês uma alegria muito maior que vocês jamais tiveram(...) E ao invés das moedas de César enchendo os seus bolsos, você terá um coração cheio de alegrias(...)”. Jesus não foi um cara medíocre, não era serviçal de ninguém, muito menos obediente às tradições da sua época. Ele era um empreendedor,
falava a verdade assertiva e filosoficamente, sem qualquer discurso “motivacional”. Poucas alegrias se comparam à de abrir o seu próprio negócio. Ouvir o telefone tocar, ver as notas serem faturadas, a entrega do produto (ou serviço) acontecer e, acima de tudo, perceber que o seu negócio ajuda e influencia para o caminho do bem. Os negócios são a força máxima da nossa sociedade e todo empreendedor é, de alguma maneira, a grande esperança de tempos melhores. Jesus era totalmente a favor dos negócios, do lucro do bem, da empresa do bem e do trabalho do bem. Ele acreditava que “os negócios faziam parte da vida” e não a vida, dos negócios. Deus não tem nada contra a riqueza: ele transformou Salomão no cara mais rico do planeta; nada contra a fama: transformou o Rei Davi no monarca mais famoso. Cabe ao empreendedor trabalhar o seu dis-
cenirmento para lidar com as ferramentas que podem mudar o futuro. Imagino que muitos sonham em empreender, mas não têm coragem de largar tudo para experimentar. Se você é um deles, ouça Jesus: “Você precisa nascer de novo para entrar no Reino dos Céus”. Você precisa aprender a desaprender, deixar a bagagem que carrega para trás e... bola prá frente(!), para uma nova fase da vida, para uma fase empreendedora. Ainda assim, durante os 30 primeiros anos de sua vida, Jesus realizou um trabalho que não era exatamente a sua missão. A era que vivemos é a melhor para empreender. Nunca foi tão barato ter um negócio, ou tão fácil começar sua empresa. Se você quer seguir Jesus, leve a sério seu grito de guerra - “Sigamme aqueles que querem fazer alguma coisa por alguém e não simplesmente colocar alguns reais no seu bolso”. Você está procurando por um trabalho ou uma missão? Jesus era um insider. Deus o colocou no meio do povo judeu, do império romano, da cultura e dos costumes da época. Hoje, nós o conhecemos como um ser iluminado que se destacava na multidão. Mas, na prática, Jesus era mais um: usava as mesmas roupas que todos usavam e falava o idioma que todos falavam. Ainda assim, começou uma revolução! A caminhada de Jesus não foi fácil. Ele foi desacreditado, xingado, massacrado pelos intelectuais da sua época. Se a internet existisse, os websites estampariam manchetes: “Judeu maluco e seus seguidores entram em Jerusalém para acabar com a cidade”; “Judeu metido a besta se acha o filho de Deus”; “Todo o Vaticano concorda: Jesus é filho do diabo”; e mesmo com tantas resenhas negativas, seguiu confrontando todos com suas perguntas inquietantes.
Você gosta de Jesus? Siga o seu exemplo! Em todos os lugares que Jesus pisava conseguia abrigo, pessoas dispostas a ajudá-lo e a alimentar seus amigos. O networking de Jesus por conta do marketing boca-a-boca baseado em suas histórias de sucesso - fazia a reputação da
“Sigam-me! Larguem seus empregos medíocres, venham experimentar uma vida de aprendizado, de ajudar os outros, vamos espalhar a verdade!”. Assim viveu Jesus: desafiou tudo e todos; e no final, ele também se rendeu a Deus, quando morria na cruz. Reconheceu que não é possível controlar tudo; é uma ilusão! Deixe render-se aos controles do universo, desencanar sobre muitas coisas, investir no risco e no desconhecido, concentrar nas coisas sobre as quais tem controle direto e abraçar o que você não sabe. Jesus não viveu baseado em um plano de negócios. A sua visão de vida norteou todas as decisões que precisou tomar. Um plano de negócios não pode substituir a visão do empreendedor. Somente pessoas apaixonadas, seguindo seus sonhos, fazem as coisas serem bem sucedidas. A paixão que move o empreendedor, é a mesma que o cega. Não assuma todos os compromissos só porque chegam até você. Não comece algo que você não pode acabar! Jesus realizou seus milagres mais conhecidos em uma pequena região de vilarejos ao redor do Mar da Galiléia. Apple, Google, Microsoft, Casas Bahia, Pão-de-Açúcar, Magazine Luiza, Nike, são grandes empresas que tiveram seu começo muito humildes em garagens, carretos, lojas alugadas. Não pense que o fato de ser pequeno em uma pequena cidade do interior do Brasil vai te fazer obscuro. As histórias do bem, percorrem os caminhos do marketing boca-a-boca! Às vezes nos esquecemos de que Deus está na indústria da transformação; e que fomos chamados até aqui para sermos muito mais do que somos. De graça nós recebemos, de graça temos que dar! Nada menos do que isso me interessa! Por isso sou um “Apóstolo do Empreendedorismo”.
Ricardo Jordão Magalhães Diretor da BizRevolution Consultoria em Gestão
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Jesus estava à frente do tempo das mídias sociais. Ele ouvia as críticas abertamente e fazia as pessoas pensarem sobre as pedras que haviam jogado sobre ele.
sua marca chegar antes do homem e o ajudava a encontrar ajuda.
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no alvo
Mães trabalhadoras têm até seis meses de licença maternidade A Secretaria da Receita Federal publicou no Diário Oficial a Instrução Normativa 991, que estende para mais 60 dias a licença maternidade. Com isso, as empresas privadas poderão aderir ao Empresa Cidadã - programa que sobe para 180 dias o prazo da licença maternidade, além de permitir que a empresa abata a despesa do Imposto de Renda - o benefício vale para aquelas que pagam o IR pelo lucro real. A funcionária que quiser usufruir desses dias a mais deve fazer a solicitação para a empresa até um mês após o parto. A partir disso, a companhia entra com o pedido pelo site da Receita Federal e assim, pode descontar no Imposto de Renda o valor integral dos dois meses de salário pagos adicionalmente.
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BRq , IT Mídia e Fundação Bradesco se unem para formar o Profissional do Futuro A BRQ IT Services, uma das principais empresas de serviços de TI do país, a Fundação Bradesco e a IT Mídia anunciam parceria para o projeto Profissional do Futuro 2010, que oferece vagas de estágio a jovens carentes em fase pré-vestibular (e que se encontram em situação de exclusão social), colaborando com a entrada destes estudantes no mercado de trabalho. Para o curso de graduação tecnológica, os candidatos a bolsistas deverão passar pelo processo seletivo das respectivas instituições, de forma que estejam aptos a acompanhar os cursos oferecidos. A IT Mídia deu início ao projeto no ano de 2007. À Fundação Bradesco, cabe a captação de candidatos e em um segundo momento à BRQ IT Services, a direção da empregabilidade desses jovens no mercado.
2.0
TweetLIST
Uma nova funcionalidade do Twitter que logo caiu no gosto dos usuários, permite listar algumas contas por perfis de postagem ou de público, por exemplo, uma lista de colaboradores, de colegas de trabalho, ou sobre seus assuntos prediletos, que podem ser publicadas (defaut) ou privadas. “Começamos a trabalhar sobre este recurso, por causa dos frequentes pedidos que recebemos de pessoas que estavam procurando uma maneira melhor de organizar as informações no Twitter.” Diz Nick Kallen (@ nk) líder do projeto de listas. A #revistasermais, por exemplo, se mantém atualizada quanto às novidades de seus colaboradores por meio deste recurso.
Wakoopa é a rede social para quem adora downloads. Para participar é preciso instalar um pequeno programa que lista todos os softwares e sites usados, formando uma base de dados relacionada ao seu perfil online. Nessa base constam dados de utilização, serviços similares, membros da rede com hábitos de uso parecidos com os seus e até mesmo um ranking que mede a sua participação. O cadastro e a instalação do aplicativo são muito simples e o serviço ainda oferece páginas para cada novo programa que aparece no sistema. Vale à pena conferir: wakoopa.com
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Pioneira na criação de jogos empresariais, A L’Oréal dá mais um importante passo no lançamento de tendências para captação de talentos com a criação do Reveal by L’Oréal: um jogo pedagógico online que permite um autoconhecimento mais aprofundado, a descoberta do mundo empresarial e de diversas oportunidades de carreira, além de, eventualmente, um estágio ou emprego no Grupo. A líder mundial de cosméticos conta ainda com o Brandstorm, voltado para estudantes de marketing e cuja expectativa para 2010 é ter mais de 5 mil jogadores de 40 países na competição. www.reveal-thegame.com
A
arquiteta Lidia Damy Sita merece nosso título de “Cidadã 21” pela adoção de práticas de sustentabilidade em seus projetos de design de interiores. No ambiente reproduzido nessas fotos todos os móveis e objetos foram desenvolvidos com emprego de recursos naturais e capital humano.
do LIxo ao
Luxo
Tapete Pet O tapete é uma das principais peças que representa a sustentabilidade. Ele é produzido com resíduos de garrafa pet. É desenvolvido no sul e representado pela designer Cláudia Araujo. Os fornecedores de pet trabalham com cooperativas de catadores. Poltronas de flores de crochê As poltronas, são de Eulália de Souza Anselmo. As 400 flores de lã que recobrem as poltronas, são produzidas pela Comunidade de Bordadeiras do Rio Grande do Sul.
MSBS TRIdea
VÊ eM PequeNoS GeSToS,
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GRaNdeS MudaNÇaS Vem do departamento de Marketing da MSBS Tridea, a ideia de os funcionários e colaboradores dispensarem os copos de plástico e passarem a utilizar cantis. A empresa também fixou no escritório em São Paulo, um mural-campanha, sobre a importância dos “cinco R’s”: “Repense”, “Recuse”, “Reutilize”, “Reduza” e “Recicle”. Engage-se você também: “Antes de comprar, Repense a real necessidade daquele produto. Recuse produtos que agridam o meio ambiente. Reutilize produtos, use sua imaginação! Reduza o consumo exagerado e dê preferência aos produtos que tenham maior durabilidade. Recicle para promover benefícios ambientais, sociais e econômicos.” - Lembre-se: um copinho de plástico leva mais de 100 anos para se decompor na natureza.
T
escultura de parede (laranja) Foi produzida na oficina de Boracea por exmoradores de rua que encontraram na oficina um local para desenvolver suas aptidões. Usam papel jornal e criam suas próprias cores. Vasos e pratos (marrons) Os vasos marrons foram feitos por Domingos Tótora, a partir da reciclagem do papel kraft, o material é comprado de catadores e reciclado com a ajuda de comunidades carentes. Vaquinhas As vaquinhas de Tânia Araújo, são pintadas à mão. O produto não agride o meio ambiente. estante e painel A estante foi produzida pela JCS em MDF. O painel, produzido pela Eucatex, é composto de partículas de eucalipto proveniente de reflorestamento. escultura do móvel (branca) A escultura, de ferro montada pelo escultor Cássio Lázaro, foi produzida com três latas de tinta, sobrepostas, aplicando a tese que na vida nada se perde.
Coisas para pensar e fazer em 2010 Pense glocalmente
Construa novas competências
Mesa e cadeira A mesa é de Cumarú, madeira certificada e a cadeira tem assento de fibra de papel. Melhores informações pelo 11 3078-9629
engaje na rede social
Consuma alimento orgânico
Despreenda ReduzaRemova Deixe o universo o lixo de
Seja empático
diga pelo menos dez “obrigado!” ao dia
uma calçada Repense...
atuar!
Reuse
Signifique
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Cultive sua melhor Mude o meio Troque velhas Pratique gentilezas positivamente imagem com estranhos respostas por novas ofereça um sorriso perguntas
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para Ser Mais
Os
Talentos
do Profissional do Futuro
A
edson Rodriguez
s necessidades do mercado de trabalho estão em constante mudança. O que era bom até pouco tempo atrás, hoje vale muito pouco e amanhã valerá menos ainda. Habilidades que eram pouco requisitadas agora são fundamentais. Mas, como se situar nesse mercado mutante? Simples: investindo firme nas habilidades que o mercado buscará no futuro próximo ou mesmo que já está buscando. Quando as empresas fazem mapeamentos de talentos, visando planos estratégicos de sucessão para os próximos anos, têm buscado algumas competências comuns, além daquelas específicas de cada ramo de negócio. Essas competências são:
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Auto Gerenciamento significa a capacidade do indivíduo em se auto motivar, disciplinar, cobrar e avaliar. Em suma, ele é como um módulo, uma estação de trabalho completa, capaz de realizar projetos, buscar soluções e identificar formas de implementar essas soluções. Comunicação Múltipla: O mundo é uma aldeia global, por isso, a capacidade de se comunicar de modo realmente eficaz em inglês deve ser prioridade na área de línguas estrangeiras, salvo casos específicos. Há outras formas de comunicação que devem ser exploradas, como por exemplo, informática, blogs, intranet, processos e sistemas de informação e transmissão de dados. Negociação: reflita sobre sua capacidade de negociação e dê atenção especial às suas habilidades nesse campo. Isso é, questione o quanto você sabe apresen-
tar ideias de forma clara e convincente e se sabe argumentar de forma positiva, franca e objetivamente. Adaptabilidade: mudança é uma das duas grandes certezas da vida. Por isso o profissional do futuro deve procurar prevê-las e antecipar-se a elas. Educação Contínua: novidades tecnológicas, descobertas, novos processos mais eficazes aparecem a cada momento. Por isso, é fundamental a busca continua por aprimoramento, além de exercer a curiosidade profissional e questionar sempre para identificar novos conhecimentos. Domínio da Tecnologia: como já dizia Ayrton Senna: - “tecnologia faz diferença”. Para isso, use e fomente tecnologia de ponta sempre que possível. Para evoluir nesse quesito, decrete sua própria obsolescência e parta para patamares mais altos de tecnologia, sempre que possível. Foco nos Resultados: são eles que interessam, mas lembre-se que a ética deve ser respeitada. As pessoas são avaliadas por suas ações e pelo próprio resultado. Vale refletir e analisar para qual é o resultado que se busca e o que agrega valor em termos de custos/esforços e centrar-se nisso. Edson Rodriguez é especialista em gestão comportamental e profissional, vice-presidente da Thomas Brasil.
Teste
Saiba se você guarda os 7 talentos do
PRoFISSIoNaL do FuTuRo em sentido horário, marque seu grau de satisfação para cada competência (1 = sem domínio; 2 = domínio básico; 3 = dominio médio; 4 = domínio pleno): 1_Auto Gerenciamento 2_Comunicação múltipla 3_Negociação 4_Adaptabilidade 5_Educação contínua 6_Domínio da tecnologia 7_Foco nos resultados Por fim, atribua uma nota de 1 a 4 para seu grau de satisfação em relação ao seu conjunto de competências. Ligue esses pontos e preencha com um lápis colorido. Depois, pinte a área externa, que corresponderá às competências que precisará adquirir ou aperfeiçoar. O objetivo é refazer o teste de tempos em tempos, na intenção de preencher todo o círculo. dica: você ainda pode reutilizar a roda sempre que desejar: basta substituir as competências por qualquer outra habilidade, conhecimento e/ou tarefa que deseje desenvolver ou melhorar.
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moda, beleza e estilo
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Capa
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“Competência é o conjunto de conhecimento, habilidades, experiência, valores e relacionamento; que devem ser convertidos em resultado positivo.” Tina Andrade
E
u adoro cinema. Houve um tempo em que cheguei a me sentir cinéfila, mesmo. Um bom roteiro, uma boa história são para mim, uma chance de dar vida ao meu imaginário, ao lado onírico. Ao mesmo tempo, a ficção me inspira quando se antecede a fatos que sem qualquer sombra de dúvida estão prontos (em algum lugar) à espera de acontecer.
E uma das cenas que mais mexeu com meus ideais foi o momento em que o arquiteto Neo, vivido pelo (suspiro) Keanu Reeves na trilogia Matrix utiliza como a maioria dos Red Pills - programas que lhe concedem instantaneamente as habilidades de combate típicas de um artista marcial dos mais experientes. Essa capacidade de executar tantos programas simultaneamente, fez dele um “sensei”, um mestre. As lutas de Neo são um espetáculo! Integram movimentos de Kung Fu, Kempo, Jujitsu, Karate, Esgrima, Drunken Boxe e Taekwondo graças aos uploads de cada um desses programas de artes marciais - diretamente no cérebro - e isso logo no primeiro filme! Ali, diante da telona eu me perguntei: “quando(?), quando vou poder me debruçar no balcão de uma softhouse e pedir “por favor, deixe-me experimentar aquela competência ali?”, assim, como quem prova um perfume. Tudo bem, já sei: “Terra chamando!”. Essa realidade simulada está longe (será?) de nos tornar redpills. Para nós que vivemos do lado de cá da Matrix, ganha quem vencer o “jogo das competências”. Nós, profissionais, não vamos encontrar competências encapsuladas em tarefas. A competência é nossa inteligência
prática, aquela que usamos em situações e que se apóiam sobre tudo o que aprendemos na vida. Sim, como dizia Einsten “conhecimento é experiência (...)” – agora pegue tudo isso e transforme em força, na medida que essas situações vão ganhando complexidade. O grande lance na minha geração era entrar para a faculdade. Por estudar, a gente já era chamado de “doutor”. Hoje, “doutor” é quem faz doutorado! O ensino é vitalício. Pessoas como eu e você que me lê nesse instante, sabemos que vamos passar o resto de nossas vidas estudando para, um dia, eliminar o descompasso entre o que queremos ser e as necessidades reais do mundo do trabalho. Então esse é o game que vai nos colocar na Matrix Corporativa: repensar como reunir novas capacidades humanas que se traduzam em um alto (e cada vez mais alto) desempenho, fundamentado na nossa inteligência e personalidade. De fato o que a gente vê - especialmente na literatura acadêmica - é que o que rege o conjunto de competências é a tarefa - ou o conjunto de tarefas - que um determinado cargo exija. É o que conhecemos por gestão de competências. Por outro lado, a própria organização se auto-avalia e busca, não só adquirir novas competências, mas um meio de relacioná-las com a educação e a estratégia de negócios. Vivi o tempo das contratações por perfil, pelo que você aparentava ser, pelo status que trazia impresso no sobrenome, no brasão da escola, na etiqueta que vestia. Hoje são as competências que dão a base para a elaboração de testes capazes de prever o desempe-
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o processo de desenvolvimento de competências das pessoas nas organizações – Le Boterf (1995) Tipo
Função
Como desenvolver
Conhecimento técnico
entendimento, interpretação
educação formal e continuada
Conhecimento sobre os procedimentos
Saber como proceder
educação formal e experiência profissional
Conhecimento empírico
Saber como fazer
experiência profissional
Conhecimento social
Saber como comportar-se
experiência social e profissional
Conhecimento cognitivo
Saber como lidar com a informação, saber como aprender
educação formal e continuada, e experiência social e profissional
Competências
Sobre processos
o conhecimento dos processos de trabalho
Técnicas
Conhecimentos específicos sobre o trabalho a ser realizado
Sobre a organização
Saber organizar o workflow (fluxo de trabalho)
de Serviço
Saber identificar o impacto do produto ou serviço no consumidor final
Sociais
autonomia, responsabilidade e comunicação
nho futuro; testes que não espelham nossos padrões de comportamento, muito pelo contrário, que querem revelar o quanto estaremos propensos às mudanças impostas pelos treinamentos, pela própria experiência, ou por uma necessidade emergente. Significa que os testes de competência passam a ser incorporados aos processos seletivos. Ouvi recentemente um caso muito interessante trazido por um de meus colaboradores, onde em um teste de admissão, havia dois candidatos com altas competências técnicas e estratégicas: ambos tinham excelente formação acadêmica, especializações, idiomas e uma experiência profissional inquestionável – cabendo unicamente ao headhunter decidir qual ocuparia a disputadíssima vaga, já que estavam bem nivelados. Em um dado momento o caçador de talentos propôs a ambos uma “paradinha” para um café. E pasme, o fator que decidiu a contratação, foi a forma elegante de se sentar à mesa e portar a xicrinha. Um das melhores, mais sutis e inteligentes aplicações de teste de competências que já soube ter havido.
devemos dar à ela a direção e não um teste de inteligência. E é mesmo assim que as coisas funcionam. Eu sou “empreteca” e vejo que é o que acontece com o seminário de empreendedorismo, onde passei dias confinada em um ambiente controlado e próprio para este tipo de teste. Ali pessoas capacitadas observavam como lidávamos (de verdade) com situações inesperadas pelas quais qualquer empreendedor poderia se deparar.
os conceitos de competência por seus autores Foi Boyatzis quem definiu competência como “os atributos subjacentes de uma pessoa que levam a um desempenho eficaz e/ou superior em uma ocupação profissional”. Entre esses “atributos” há os motivos, traços de personalidade, habilidades, autoimagem e conhecimentos. Ou seja, para ele, as competências não são características que teórica ou supostamente levam ao mais alto desempenho; e sim, características que comprovadamente conduzem a esse desempenho. Spencer e Spencer dizem que “conhecimentos e as habilidades são relativamente fáceis de desenvolver, colocando o treinamento como o meio mais econômico para tal.”
Foi daí que surgiram os criterion sampling ou mostras de comportamento no trabalho de profissionais bons e ruins. McClelland dizia que se quisermos saber se uma pessoa é capaz de conduzir um automóvel,
Para Parry, trata-se de “um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes interrelacionados que afeta a maior parte do cargo, que se relaciona com o desempenho nesse cargo, que pode ser avaliado em
Ledford ressalta três elementos em seu conceito: 1) competência diz respeito à pessoa, ou seja, é independente de um cargo ou posição; 2) as competências devem ser passíveis de comprovação para que possam servir como base de remuneração e 3) as competências indicam o potencial de desempenho.
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De fato, este movimento em favor do uso das competências nos testes de seleção de candidatos teve início em 1973, com a publicação do artigo Testing for competence rather than for “intelligence”, por David McClelland, psicólogo norte-americano que condenou o uso dos testes de aptidão e de inteligência na avaliação de estudantes e na seleção de candidatos a emprego, por entender que jamais conseguiam prever o sucesso em situações de vida fora da escola. Da mesma forma que não acreditava haver qualquer relação entre o resultado alcançado nesses testes e o desempenho no trabalho que garantisse sucesso profissional.
relação a padrões de referência preestabelecidos e que pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento”. Já McFall disse ser uma “capacidade aprendida, adquirida através de treinamento ou experiência” e representa uma avaliação de desempenho.
O Dicionário Webster define competência (na língua inglesa) como sendo “a qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidade ou força para uma determinada tarefa.”
Competências comportamentais intelectuais - habilidade com as palavras - capacidade de aprendizagem - capacidade de pensamento abstrato para analisar, associar e avaliar - sensibilidade - capacidade de resposta ao meio ambiente - imaginação fora do comum - flexibilidade de pensamento
O dicionário de língua portuguesa Aurélio traz uma definição bem parecida: “capacidade para resolver qualquer assunto, aptidão, idoneidade (...)” Mas é na França que Zarifian desvia do conceito de qualificação e do processo de formação profissional técnica e aponta para três grandes mudanças no mundo do trabalho: a primeira é a noção de incidente, onde a pessoa precisa estar sempre mobilizando recursos para resolver situações imprevistas no ambiente de trabalho; a segunda é a comunicação que implica em compreender o outro, a si, entrar em acordo sobre objetivos organizacionais, partilhar normas; e, por fim, a noção de serviço, de “entendimento para o atendimento” que deve permear toda e qualquer atividade laboral. Até aqui, parece claro que o trabalho deixou de ser um conjunto de tarefas e atribuições para ser, ele próprio, uma extensão da competência que mobilizamos diante de situações profissionais cada vez mais diversas e complexas.
- curiosidade sadia - permanência de interesse e atenção - produção ideativa - maturidade de julgamento - habilidade para lidar com problemas
Competências comportamentais interpessoais emocionais: - independência de pensamento - rapidez perceptiva - profundidade de compreensão - originalidade
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- persistência em alvos distantes Classicamente, competência é o “ser” somado ao “saber ser” e ao “saber fazer”, ou seja: conhecimento + habilidade + atitude. Mas ouso dizer que podemos somar a isto o “saber vivenciar”( experiência) “saber notar” (valor) e “saber integrar” (relacionamento). Se eu tivesse que fazer um clipping, digo, um recorte com as descrições de competências procuradas no mercado, eu teria um inventário assim:
- desejo constante de se superar
Competências comportamentais sociais: - qualidades de empatia - sociabilidade
- cortesia - traços de comportamento cooperativo - poder de autocrítica - capacidade de assumir situações complexas (criadas artificialmente ou não) - companheirismo imaginativo Agora vou dizer a verdade: o que acabo de relacionar nada mais é do que a descrição de uma pessoa superdotada (acredite!) que extraí de Mentes Inquietas, artigo de Arnaldo Niskier, publicado na Folha de São Paulo em 5 de outubro de 2005 – e que me leva a acreditar que estamos trabalhando para formar profissionais superdotados.
Tempos Funkies
Se por um lado as competências são fonte de valor social para o indivíduo, por outro, são a fonte de valor econômico para a organização. Tecnicamente, uma empresa pode ser vista tanto pelo seu portifólio de produtos, quanto pelo seu portifólio de competências.
A competência essencial (core competence) traz consigo um conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma organização oferecer um determinado benefício aos clientes. O curioso é que vem aí mais um “funknômeno” (neologismo que criei para os fenômenos da Funk S.A.): a competição por competências se antecipa à competição por produto! Competências essenciais contribuem tanto para a competitividade de produtos e serviços, que passaram a ser vistas - elas próprias - como um produto. Ganhar ou perder a liderança de competência pode significar o sucesso ou o fracasso de uma operação, até mesmo de uma organização inteira. As core competences são a garantia de continuidade de qualquer empreendimento. Assim, quando acontece de uma organização ter uma competência específica, é porque ela foi capaz de transformar a soma de seus ativos e conjuntos de habilidades em aprendizado. A competição pela competência ocorre em quatro níveis: - desenvolvimento e acesso a habilidades tecnológicas; - competição pela síntese de competência; - competição pela maximização da fatia do produtochave da organização;
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Vemos surgir a Sociedade Softwhere - baseada no cérebro, com a concorrência apoiada na competência. É um fenômeno típico dos tempos funkies onde a empresa está cada vez mais plana, mais temporária, horizontal, circular, aberta e medida; que inaugurará a Liderança Significativa com competência para gerenciar bandos de cérebros, sistemas cognitivos e memórias.
Durand já dizia que “(...) as empresas hoje procuram transformar recursos e ativos em lucro” e se refere à competência como “uma nova forma de alquimia”.
dIMeNSÕeS da CoMPeTÊNCIa: Conhecimento > SaBeR > Conhece os produtos, os serviços e os clientes da empresa (tomar conhecimento de uma realidade) Habilidade > SaBeR FaZeR > saber negociar com a clientela os produtos e serviços da empresa (aprender a exercer determinada atividade) atitude > queReR FaZeR > Vender os produtos e serviços de forma competente, ouvindo as necessidades do cliente e solucionando os seus problemas (exercer a atividade de forma plena)
- competição pela maximização da fatia do produto final. Ao competir pela competência, a empresa está competindo, de fato, é pelo futuro. Na obra de Gary Hamel e CK Prahalad - Competing for the future (por exemplo), no último estágio de competição os gestores deverão substituir preço, praça, promoção e produto pelos 4 “p’s” do marketing expedicionário: percepção global, proximidade, predisposição e propagação.
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O desenvolvimento das competências na organização se dá, portanto, da mesma forma que no indivíduo: através de um processo de aprendizagem. Esse processo começa pela aprendizagem no indivíduo, depois no grupo e por fim na organização. O desafio está em transformar o conhecimento empírico individual em competência organizacional essencial; ou seja: os saberes de um por todos e para o todo.
Também vejo vantagem na organização que se mostrar habilidosa na construção de seu próprio processo de aprendizado. Mais do que saber ser, ter e fazer; ela deve querer ser, ter e fazer a diferença no ambiente. O momento exige mudanças não apenas na forma de assimilar competências, mas na escolha de novas competências. Na empresa do futuro, inteligência e intangíveis caminham abraçadas. Haverá conhecimento por toda a parte, melhor dizendo, poder por toda a parte. O grande desafio das corporações, dizem os gurus, é o de gerenciar cérebros. Antes, porém, será preciso gerenciar egos. Não há como desenvolver competências essenciais ou não em uma pessoa ou corporação enaltecida pelo ego. Talvez esta venha a ser a maior competência da Liderança Significativa: gerenciar egos - com direção, experiência, educação, personalização e diversidade.
CoMPeTÊNCIaS oRGaNIZaCIoNaIS
CoMPeTÊNCIaS PRoFISSIoNaIS
CoMPeTÊNCIaS PeSSoaIS
São as competências necessárias para que a organização e as equipes de trabalho realizem seus objetivos
São as competências necessárias para o exercício de cada cargo, função ou profissão
São as competências que os funcionários detêm
otimista
aFINaL, PoR quÊ?
E
Reinaldo Rizk
m tantas andanças, por tantos anos e por tantas empresas, fica claro, para mim a dificuldade em se obter um clima amistoso, confiável e cooperativo entre as pessoas de um departamento ou de uma organização como um todo. Quanta dificuldade para se adquirir e vivenciar uma grande competência : a empatia! Empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, de ver um ângulo das coisas, além do seu.
e provavelmente com pouca paciência e desejando resultado imediato.
Quanta falta de produtividade e de bem-estar desperdiçados por este oposto à empatia: o egoísmo ou “a vida olhada apenas para seu umbigo”.
Se você não muda suas estratégias e sua forma de se comunicar e tolerar, por que o outro deveria mudar, assim, como um passe de mágica? Este passe de mágica pode até acontecer, se você estratejar, se você mudar.
É provável que muitos pensem :”também, o cara é muito folgado” ou “este chefe é muito chato” ou “ele quer tudo para ontem, quem ele pensa que é?” Na empatia existem outros componentes inerentes à ela : desejar o melhor, querer a paz em relação à discórdia, negociar soluções. Além de empresário do ramo de treinamento através do teatro, sou esportista e, portanto, não cultuo a inocência ou a ingenuidade. Se, no futebol você entrar numa dividida sem tônus na perna, você pode quebrá-la, mas isto não significa que tem que ser violento, mas apenas firme. Se você pertence às áreas administrativas ou de apoio e recebe solicitações da área operacional ou comercial (e com isso estas solicitações te atrapalham ou alteram a sua rotina), faça uma escolha: paz ou discórdia, negociar ou reclamar, empatia ou egoísmo.
Ouço muito a famosa frase de defesa: “mas eu já tentei de tudo!” E dizem, ainda: “com esta empresa, com estas pessoas ou com ‘ele’ especificamente, não dá!” Vou te dizer uma coisa arriscando ser mal compreendido: você deve ter tentado apenas com seus próprios recursos habituais e automáticos, com a mesma forma de falar que utiliza no seu dia a dia
Afinal, por quê? É uma falta de competência da alma humana, pois em qualquer grupo acontecem as mesmas dificuldades. Em família pode ser até pior, o que é lamentável! A empatia pode ser aperfeiçoada e deve para o bem geral. Então treine-a! Experimente falar diferente, ver outro ângulo, levar em conta outros aspectos que não costuma considerar e desenvolva esta enorme competência. Afinal, por que não tentar?
Reinaldo Rizk é engenheiro civil e Master Practitioner em PNL, fundador da Toque de Areia - Cia. de teatro empresarial. www.toquedeareia.com.br
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Mas, afinal, por que relutamos tanto em cooperar e ser empáticos?
Já imagino os contra argumentos: “quer dizer que devemos tratar as pessoas como folhas de estufa, com alta delicadeza, senão elas murcham?” Não, não é isso. Devemos ser firmes, mas não violentos. Devemos saber que empatia é uma competência que se aprende e se aperfeiçoa - aliás, vale ouro. Devemos saber que não são só os outros que têm dúvidas, receios, traumas, desconfianças. Você também, nós também, mas nem sempre nas mesmas coisas. Daí a necessidade da empatia.
NÃo Há deSeNVoLVIMeNTo
SeM FEEDBACk Bernardo Leite É incontestável. o aprofundamento que temos realizado nesta “ferramenta de gestão” por meio de mais de uma centena de cursos e palestras para mais de mil profissionais - e que culminou com uma pesquisa sobre a prática da aplicação do feedback e o lançamento do livro Dicas de Feedback - faz ressaltar essa premissa.
Não podemos desenvolver sem a presença do feedback nos orientando e indicando necessidades e foco. Por exemplo, “qual a nossa expectativa após a prova”? A nota, isto é, o feedback!
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Como caminhar na estrada do desenvolvimento sem o apoio de uma métrica indispensável por meio do feedback, tanto dos nossos superiores como clientes, sócios e, até pares e conhecidos. Qual a empresa que não se preocupa em saber qual é o feedback do cliente e do mercado? E se a presença do feedback é indispensável para o nosso desenvolvimento profissional e pessoal, é a sua ausência que deve ser alvo de nossa atenção. Nós, seres humanos, não ficamos sem respostas às nossas expectativas. Se não temos resposta, criamos uma. E geralmente a resposta que criamos é sempre contaminada por circunstâncias desfavoráveis. Isso quer dizer que a ausência do feedback nos causa sérias dificuldades
em geral como, por exemplo na questão profissional a ausência do feedback nos causa desmotivação, insegurança, “quebra” da auto estima entre outros males, infelizmente frequentes. Frequentes, porque a utilização do feedback na gestão ainda não é uma prática convencional. Há dificuldades no recebimento do feedback e, principalmente, na aplicação. A famosa frase “preciso lhe dar um feedback” sempre gera preocupação e ansiedade. Mas, como crescer sem feedback. Mesmo para nossos filhos o processo de feedback é inevitável e fortalecedor do aprendizado e formação. É o princípio da educação. Como proceder então? O primeiro passo para se trabalhar com o feedback é reconhecer o objetivo de reorientação. Esta é a razão do feedback. Recebemos uma informação (do sistema, do dia a dia de trabalho, da observação, de outros, etc), analisamos esta informação e devolvemos,
em feedback, uma reorientação para que nosso subordinado (colaborador / equipe / etc) modifique sua atuação para não errar o alvo. E sim para acertar o alvo. Este é o objetivo do feedback. Evidente que na grande maioria dos casos o feedback se apresenta para redimensionar uma ação tendo o objetivo de consertar uma ação / desvio e, por isso, é visto sempre como um questionamento, ou uma bronca. O que não significa, no entanto, que o feedback não possa ser utilizado para um elogio. Aliás tem um efeito fantástico! O feedback tem um enorme efeito sobre a motivação dos colaboradores e equipes. Veja, por exemplo o que causa a ausência de feedback: · Insegurança pessoal e profissional com a “quebra” da auto estima (devo estar indo muito mal). · Desmotivação com os resultados (nada do que faço tem repercussão) · Falta de perspectivas de crescimento (como crescer sem indicadores, orientação, cumplicidade...apoio). Devemos perceber que “pior do que ser avaliado negativamente é não saber o que está acontecendo”. Por isso devemos fazer do feedback uma “ferramenta diária de gestão” primeiramente transformando a percepção das pessoas sobre essa ação procedendo da seguinte forma: - Informar á equipe qual o real objetivo do feedback (reorientação).
- O feedback é uma ação de treinamento e desenvolvimento de nossos colaboradores. Reorientá-los por meio do feedback é uma das mais po-
- Lembrar de que o feedback exige controle de emoção. Se Você estiver nervoso aguarde acalmar-se para dar o feedback (pode fazer bem ao ego “soltar os cachorros” em um momento de tensão (faz bem para nosso equilíbrio), mas não espere resultados positivos dessa ação com seu colaborador ou equipe. Lembre-se de qual é seu objetivo (“desopilar o fígado” ou gerir sua equipe (lembre-se de que você pode estar praticando o feedback ou um “fod...back”)? - Um feedback nunca será negativo. Mesmo que trate de questões delicadas o objetivo sempre é o de reorientar nossos colaboradores e equipes. É o princípio da educação e isso sempre será positivo. Aliás, não fazemos o mesmo com nossos filhos quando lhe dizemos por que não devem fazer tal coisa? Isso é negativo? Lógico que não. Somos responsáveis pelo desenvolvimento saudável de nossos filhos (e também de nossos colaboradores). - Se for possível fazer reuniões periódicas de feedback com equipes. Monitorar os projetos e as ações gerais orientando o melhor caminho. Essa prática amadurece a equipe e permitirá maior participação e desenvolvimento. Procurar seguir estas orientações. Praticar a comunicação responsável, isto é, ouvir as outras pessoas com atenção e, dessa forma, ganhar condições de lhes dar um feedback muito efetivo. Nos nossos cursos lançamos um desafio que nunca perdi. O desafio é: “perca tempo ouvindo e você vai ganhar tempo”! Experimente. Não é fácil, mas os resultados compensam. Bernardo Leite é consultor, palestrante e autor de Dicas de Feedback – Editora Qualitymark assessoria@bernardoleite.com.br
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- Deixo claro que dar feedback é uma “responsabilidade gerencial”. Não há como fugir dessa ação sem comprometer sua função de liderança.
tentes ações de desenvolvimento. Faça com seus colaboradores entendam este fato.
Jonny Ueda
Tina Andrade
jogo rápido
ele trabalhou com Gary Hamel, é físico com mestrado em estratégia Internacional em administração de empresas pela Stockholm School of economics, eSade (espanha), FGV (Brasil) e universidade de Minnesota. um cara “família” cujo trabalho através do qual sustenta financeira e emocionalmente os filhos, é ajudar empresas a pensar e agir diferente através de esforços baseados em inovação. aos 46 anos esse “transformer” me conta que quer mudar o mundo completamente, com a mesma naturalidade que usa para falar de sua futura banda de rock. Nesta edição, meu Jogo Rápido é com
Kip Garland 38
Quem plantou a semente da inovação no seu pensamento e qual a principal característica dessa pessoa? Com certeza foi Gary Hamel autor de Competindo pelo Futuro . Com ele aprendi que eu posso inovar porque que eu posso, sim, mudar o ambiente; ver a possibilidade de criar o futuro e não apenas fazer previsões de cenários futuros (como na “estratégia ambiental” de Michael Porter), é que me deu a semente da inovação. Hamel é contraintuitivo: quando um cara fala que o futuro é high-tech é alta tecnologia, ele fala que é calma, é ter tempo presencial, vivencial e não virtual.
Para alguém como você, que liderou projetos de inovação pelo mundo, como é “in-PLANTAR” a inovação na empresa brasileira na prática? Existe possibilidade de inovação aqui (e muita!). A primeira sementinha que plantei foi mostrar um ponto de vista diferente sobre o que é inovação e como ela funciona no ambiente como o nosso, altamente voltado à convergência, consenso, paternal e acomodado por vários fatores. Eu me proponho a ter esse dois papéis: um de conscientização, do “porquê” da inovação e outro da aplicação de alguns modelos diferenciados dos que estão sendo aplicados hoje. Aliás, como é que o Brasil te fisgou de jeito? O que me pegou foi a brasileira, óbvio, como todo o gringo (brinca) e o grande potencial do país. Imagina se você consegue pegar a capacidade do cérebro de cada brasileiro e transformar em mais artistas, mais engenheiros, mais poetas, mais cientistas, mais autores de teatro, heim? Brasil não é só futebol, mulher e caipirinha; tem um grande potencial para ser realizado e mostrar o quê que é Brasil de verdade. A questão é quebrar essa cultura paternal, esse “ele vai me ajudar”. Quem é “ele?”, são os Estados Unidos, o Lula, o governo, seu chefe? O “ele” é você! É você que tem que fazer diferente, aprender como pode fazer diferente. E é esse o potencial que me retém aqui.
Com certeza meu guru é Clayton Christensen. É dele o modelo Jobs to be done (tarefas a realizar). Há um exemplo genial disso: em uma favela puseram um sabão em pó “classe A” na janela e existe a versão “Taliban” do produto. Quem disser “esse é para
Que competências um jovem deve desenvolver para chegar onde você está? Fiz física, depois entrei em um processo de especialização em negócios internacionais. Nunca tinha tido aula de contabilidade, economia, mas eu tinha algo muito importante: a habilidade de gerenciar meu próprio processo de aprendizagem. É isso que falta! Não se pode achar que dando conteúdo, a pessoa se forma. No MIT um professor entra em sala e diz que os alunos têm que criar cinco perguntas e depois responder. Ele dá 80% do peso da nota para a qualidade da pergunta, porque é mais difícil você criar uma boa pergunta, do que achar a resposta. E é o que eu aconselho: aprender a criar novas perguntas em vez de repensar velhas respostas. Milhões de pessoas levam até quatro horas por dia para ir e vir do trabalho. “Por que estamos tão deslocados?” – o problema não está no carro, no metanol, no pneu verde. Está em ter cidades menores em que você compra, mora, trabalha. “Por que a gente não pode morar em cidades que a gente possa usar bicicleta ir a pé ao trabalho ou ao invés de carro?” - essas são novas perguntas. Tim Brown diz que inovar na velocidade crescente das mudanças é um “problema maldito”. É? A primeira lei da física é que “para
cada ação há uma reação”. Se as mudanças são tão rápidas, então é porque nós estamos mudando rápido! Quer parar a reação? Então páre você! Li sobre um movimento experencial nos Estados Unidos que está ficando popular: fazer a vida slow-down. Pessoas que falam “eu não preciso mais trocar o carro ou a televisão ou o telefone”. Vamos chegando no limite desse ciclo - o que vai provocar uma reação do high-tech (onde tudo é virtual, nossos produtos duram seis meses, ...), para o high-touch (onde a gente está nem aí para os produtos, está criando as relações, a gente está querendo o tempo para pensar, para conviver com o outro. Certamente Tim tem motivos para falar isso na inovação de produtos, mas não nos modelos de negócios. Tenho curosidade para saber o que deseja inovar em si próprio! Estou rompendo aquele modelo de sucesso com 3 “C”s (carro, cargo e casa) - que a gente sempre quer ter mais de cada um: um carro maior, uma casa maior e um cargo maior e aceitando abrir mão disso por um modelo que me acomoda. Estou criando uma nova carreira que nem é a de separado, nem a de marido; que cria seus filhos, sim, mora com eles e os sustenta financeira, material e emocionalmente; e ainda toco uma empresa não convencional. Além disso eu pretendo começar um conjunto de rock, mudar o mundo e quem sabe, voltar a namorar. O que precisamos inovar agora para ganhar lá na frente? O Brasil sempre foi um pais de preservação. A minha visão de futuro que mostra o que nós precisamos inovar é o Brasil mudar de um país de preservação para um país de realização de potencial. Deixar de pensar em “não perder o que tem” para pensar em “ganhar o que não tem”.
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Um consultor global como você também tem lá o seu guru?
classe A” e “esse aqui é para a favela”, está errado! Eu sou um classe A que compra mais barato, eu compro o “Taliban” mesmo! Você tem que olhar para a tarefa que vai realizar e nunca para o produto. O produto vai cumprir essa tarefa. A minha tarefa era sair da loja o mais rápido, com o mais barato e mais fácil. Já as pessoas na favela tinham outro job to be done: impressionar, mostrar para os vizinhos que “eu também tenho valor”. São jobs totalmente diferentes.
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www.daniloscarpa.com daniloscarpa.com
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VoCÊ VaI SoBReVIVeR
PRoFISSIoNaLMeNTe? Geraldo Leal
T
udo no mundo se transforma. Vivemos as mudanças permanentes e o processo de evolução constante. Os que não percebem isto já estão escrevendo o texto da lápide de uma vida que já se foi. Manter a essência do processo de um atendimento adequado e eficaz em qualquer profissão é necessário, mas cada atendimento é uma nova situação. Assim, naturalmente nos renovamos e estamos à disposição do outro e compreendemos a sua essência de ser único. Quando temos o hábito e a capacitação do bem atender internado em nós, conseguimos mais facilmente perceber as mudanças, com mais empatia e percepção. Mas, a velocidade de transformação da tecnologia, dos novos meios de comunicação e dos recursos tecnológicos põe em risco a eficácia, também, dos bons profissionais.
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Em menos de quatro anos de existência, mais de 10 bilhões de mensagens foram transmitidas pelo Twitter. São criados (hoje) 50 milhões de tweets por dia! Você sabe o que é Twitter e sua importância na comunicação e interatividade das pessoas? Você tem ideia do que as redes de relacionamento estão fazendo na comunicações entre as pessoas e quais as consequências na vida de todos nós? Como está sua comunicação por e-mail? Quero compartilhar uma experiência profissional: Há oito anos fui contratado pela UOL para realizar palestras em road shows pelo Brasil. Eu fazia uma palestra motivacional sobre comunicação e atendimento eficaz (As Sete Fases da Venda). O público-alvo era formado por contadores e revendas de produtos de informática. A equipe da UOL em seguida explicava que havia um novo meio para se comunicar e passar documentos, o e-
mail; e assim todos poderiam apresentar aos seus clientes a UOL e criar um novo canal de comunicação entre eles. E-mail? O que é isto? Ter um provedor? Por quê? Não vou esticar o assunto, pois uma pessoa ou profissional quem não tenha e-mail hoje, no mínimo, está levando uma vida reclusa ao seu mundinho. Há algumas áreas onde a presença pessoal é importante, como a dos profissionais liberais (médicos, engenheiros, advogados) e áreas ligadas a vendas, como o corretor de imóveis, seguros, entre outras. Estes excelentes profissionais correm o risco de (sem uma comunicação que utilize os recursos da tecnologia moderna) comprometer a expansão e divulgação de suas atividades. O risco é que todo espaço vazio será ocupado. Quero deixar um alerta: há quem domine a forma de utilizar os meios de comunicação, mas não tem a essência profissional que só conhecimento, experiência e vocação trazem. Há os que não têm ética e são carreiristas - que utilizam em todos os campos, a propaganda enganosa. A modernidade em si não é garantia de um bom serviço profissional. Precisamos estar atentos. O caminho de desenvolvimento da humanidade é assim: passo-a-passo (e com riscos). Quero dizer que: se modernizar nos processos de comunicação por rede e adotar os novos meios que a tecnologia oferece, não é modismo, é uma necessidade de sobrevivência! Você vai sobreviver profissionalmente?
Geraldo Leal de Moraes Consultor para Soluções Estratégicas nos Negócios e Capacitação para Gestores geraldo@mcaconsult.com.br
Da nil oS car pa
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RoMPeNdo BaRReIRaS Dr. Jô Furlan
A
primeira vez que o vi, fiquei impressionado com sua performance no palco. Foi em 1989, no Rio de Janeiro, durante um espetáculo teatral chamado Mayã, com direção do genial Oswaldo Montenegro. Numa cena marcante, sua expressão corporal fugia da média e destacava-se, quase que roubando o espetáculo. Vê-lo dançar era algo impressionante - e olha ele estava com apenas 19 anos.
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Tempos depois, encontrei Sebastian, agora já um bailarino experiente, à frente das campanhas publicitárias de uma grande empresa de moda, a C&A. A criança disciplinada, introspectiva, apaixonou-se pela dança ainda aos 11 anos. Seu pai, funcionário público e sua mãe, dona de casa, aceitaram que ele começasse aulas de dança, embora a contragosto. Perguntei a ele como essa atividade era vista entre os colegas do colégio. Me disse que, desde cedo, sempre foi muito focado no que queria, por isso, não dava atenção a quaisquer comentários maldosos. O pequeno Sebastião Fonseca estrearia nos palcos aos 12 anos. Aos 15, ainda em Belo Horizonte, iniciava seu trabalho numa companhia montada por Oswaldo Montenegro. Foram anos de dedicação, superação, momentos de angústia, mas também de extrema felicidade. Um carrossel de emoções, mas nada que chegasse a desestimular Sebastian - “Isso faz parte da vida de um artista” - explicou. A experiência em publicidade foi extrema-
mente bem-sucedida. Ano após ano, a C&A passava a ter mais e mais a cara, o sorriso, o jeitão “ohhh...yehhhhh...”, de Sebastian. O que fez com que buscasse um caminho tão diferente? Conhecendo-o como conheço, preparei-me para uma resposta bem filosófica (pois ele adora ler e está sempre ligado a 220w). Foi assim: “Sempre acreditei no desenvolvimento humano; e acreditar no que as pessoas podem realizar, norteou minha vida”. Recordo, ainda, quando ele e a esposa participaram de um de meus treinamentos. Fiquei honrado, pois acabávamos de nos conhecer. Lá, havia um exercício que penso ser uma das mais extraordinárias experiências comportamentais: o firewalk – caminhada sobre brasas. Lembrome de que, na véspera do treinamento, fui dormir, pensando: por melhor que seja aplicada, sempre existem riscos nessa técnica; são poucos, mas, existem. E se acontecer alguma coisa com o Sebastian e ele se machucar? Os pés são uma das maiores ferramentas de um bailarino! Se acontecesse alguma coisa errada, não seria apenas criticado, mas odiado por ter machucado uma das figuras mais queridas do Brasil. No entanto, obtivemos sucesso no treinamento. De fato, com o grau de paixão de Sebastian, era improvável algum problema. Felizmente, tudo correu maravilhosamente bem para todos. Durante o treinamento, ele me olhava emocionado, num estado que contagiava todos que es-
tavam por perto. Naquela época, ele estava lançando um projeto social para atender a crianças das comunidades carentes, muitas delas, abaixo da linha de pobreza. Era o começo do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian - uma instituição social com alguns apoiadores, mas com a alma de seu idealizador. “Criar novos Sebastians” - é assim que ele define sua missão no projeto, que conta com uma intensa programação socioeducativa. Ética e cidadania são matérias básicas. A formação profissional leva dez anos de duração. - “Sei que alguns, talvez, não se profissionalizem, mas desejo que, ao seguirem suas vidas, possam ser cidadãos melhores, pessoas melhores. Independente do rumo que sigam, possam usar nossas lições para sempre buscar o melhor caminho, com coragem, respeito e dedicação” - disse. Já se passaram sete anos desde que transformou esse sonho em uma linda realidade, mas os desafios crescem a cada ano. Com o apoio incondicional de sua esposa e filhos na gestão do Núcleo, Sebastian cuida da carreira publicitária. Afinal, agora ele já é um case internacional de mercado.
Extrapolou sua função de garoto-propaganda, tornando-se um ícone da empresa e do mercado publicitário. Uma celebridade nacional extremamente querida e respeitada; um fenômeno nunca antes visto no país. Durante as visitas ao
Sua nova carreira como cantor? Vai muito bem, obrigado! Se ainda não o conhece como cantor, prepare-se para se surpreender mais essa vez. No Brasil de todas as cores, brilhou seu sorriso, sua alegria, sua dança, seu amor pelas pessoas. Sebastian é movimento, é vida, é pura dedicação. E está sempre disposto a fazer acontecer. Dr. Jô Furlan é médico, escritor, 1° treinador comportamental do Brasil. Autor do livro Inteligência do Sucesso e coordenador do livro Ser Mais Líder. www.drjofurlan.com.br
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Está completando 20 anos como garoto-propaganda da C&A, o mais antigo, com contrato contínuo com uma empresa, no Brasil, representando a marca, com competência e responsabilidade. Dedicado e disciplinado como funcionário, sua presença interfere positivamente no faturamento das lojas, durante os eventos. Sua atenção com os clientes, sejam adultos ou crianças, é impressionante - “Se for preciso, atraso até as gravações por conta de uma foto a mais com meu público, meus fãs”, comenta ele brincando.
Núcleo de Artes Cênicas, é maravilhoso ver seu cuidado com os alunos e o fascínio que exerce sobre eles. É um exemplo de coragem, ética, cidadania, profissionalismo, amor e superação. Acreditando em seus sonhos, com muita disciplina e dedicação, Sebastian trabalhou duramente para realizá-los, sempre ultrapassando as limitações. Fez das dificuldades as ferramentas de seu aprendizado no caminho da realização. Superou preconceitos raciais, sociais, culturais, étnicos e corporativos. Diverte-se em quebrar paradigmas.
GeSTÃo PoR
CoMPeTÊNCIa Paulo Roberto de Souza
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uando o assunto é desenvolvimento de pessoas, existe um ponto que requer cada vez mais atenção: o foco no crescimento institucional. As empresas têm que tomar para si essa responsabilidade de cuidar do desenvolvimento dos funcionários para que eles cumpram metas e apresentem resultados - parte fundamental da estratégia que vai liderar as mudanças e expansão do negócio.
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Meta e competência de pessoas
É fundamental entender quais competências são necessárias para que cada funcionário contribua efetivamente com os objetivos da empresa. Nesse sentido, a gestão por competências vem ganhando mais destaque. Por isso, o grande desafio é formar líderes que possam fazer coaching com seus subordinados - um modelo que está se instalando na cultura brasileira, que já é utilizado em outros países. Construindo estratégias para Ser Mais
A raiz de muitos insucessos corporativos tem uma provável causa: a falta de competência. Mais especificamente de competências pessoais, que precisam ser identificadas e desenvolvidas no quadro funcional da empresa.
O coaching é um processo no qual permite os gestores desenvolver um a um os membros de sua equipe, de maneira objetiva e altamente produtiva. Muitas necessidades de desenvolvimento esbarram na dificuldade de serem sanadas através de cursos ou palestras, por serem habilidades que necessitam ser treinadas no dia a dia.
Devemos considerar que num processo de planejamento de metas, muitas empresas se dedicam a entender as oportunidades, barreiras de entrada, atividades da concorrência, capacidade de produção, entre outras, para poderem traçar as metas do período futuro; contudo, se esquecem de diagnosticar em que aspecto as pessoas precisam ser treinadas para que consigam realizar tais metas.
Quando o gestor busca a formação de coach, indiscutivelmente desenvolve sua própria capacidade de liderar, já que o processo o ensina outras formas de ver as situações de trabalho e da vida. Atuando como coach sua missão transcende as relações de dependência e passa a ter como principal característica a transferência de tecnologia e ensino.
dicas de coaching: - Identificar a maturidade de seus subordinados; - Reconhecer os estilos de liderança adaptáveis a cada nível de maturidade; - Saber como fornecer feedback sem aconselhar; - Fazer as pessoas trabalharem inspiradas e comprometidas com o propósito da organização; - Saber como conquistar seguidores e desenvolver líderes.
A organização que tem seus líderes comprometidos gera uma cultura de desenvolvimento, que aprende a todo o momento e que se mantém mais preparada para os desafios e oportunidades que se apresentam. Vale lembrar que o processo de melhoria é contínuo, gradual e desafiante; e em certos casos, desconfortável. Esta equação leva ao amadurecimento e a resultados extraordinários.
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Paulo Roberto M. Souza é autor do livro A Nova Visão do Coaching na Gestão por Competências (editora Qualitymark).
o PoTeNCIaL e aS CoMPeTÊNCIaS de
uM eMPReeNdedoR
o PRINCIPaL eLeMeNTo de uMa eMPReSa Leila Navarro
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a última década tivemos livros, entrevistas e uma série de informações sobre a competência emocional. Depois dela também tivemos mais informações sobre as competências múltiplas. Como estamos em evolução contínua, já se constatou que o QI (Quociente de Inteligência) aumentou ao longo dos anos, passando de 100 para 112. Logo depois descobriu-se que o tamanho do QI não era mais diretamente relacionado à probabilidade de alguém conseguir sucesso na vida. Seu lugar passou a ser ocupado pelo QE (Quociente Emocional).
É um tema que abordo em minhas palestras, porque não há como ser diferente. Seu negócio, sua carreira, sua vida começam e terminam em você. Dá para notar no comportamento de um empreendedor o quanto ele tem consciência do todo. Ele é um indivíduo que respira entusiasmo. Entusiasmo pela vida, para concretizar ideias, para realizar sonhos, entusiasmo para mostrar e comprovar suas competências e habilidades.
Aproveito essa deixa, já que temos as competências emocional e múltipla, por que não a competência empreendedora? E por que não um QEP (Quociente Empreeendedor)? Se o QE é composto pelo autoconhecimento, persistência, automotivação, percepção dos demais indivíduos, e bom relacionamento interpessoal - entre outros fatores -, o QEP alia todos esses fatores mais potencial criativo e inovador, visão e bom senso apurados para localizar oportunidades e soluções.
Maximize suas competências. Tenha consciência de que a qualidade do seu trabalho, das suas habilidades está comprometida com a qualidade da sua vida. Os primeiros 10 minutos do seu dia correspondem a 80% da qualidade e produtividade que seu dia terá. Ou seja, para otimizar sua inteligência, seu talento, você tem que começar bem o seu dia, com pique, disposição, com aquela felicidade e orgulho que você sentiu no primeiro dia do seu emprego ou no primeiro dia em que você vendeu o seu produto ou serviço, ou em que iniciou o seu negócio. Procure nos seus registros emocionais e mentais esta deliciosa sensação, pense nela assim que acordar.
Gostaria de salientar o potencial e a inteligência das pessoas com perfil e competência empreendedora. Eu, como empreendedora, acredito na competência plena, que é a competência de cada uma de nossas células. Todo o seu corpo, todo o seu ser está interligado e deve estar conectado e comprometido com o mesmo objetivo. Está mais do que claro que o sucesso passa por se saber gerenciar o capital intelectual e as competências presentes em cada um. Isso é aumentar o potencial humano para agir, decidir, fazer a diferença e inovar diante de mudanças, tendências, necessidades e problemas.
dica:
E lembre-se: “pessoas inteligentes falam sobre ideias; pessoas comuns sobre coisas e pessoas medíocres falam sobre pessoas”.
Leila Navarro é palestrante comportamental, empresária e autora. www.leilanavarro.com.br
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CINCo FaToReS
PaRa VeNdeR MaIS e MeLHoR
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Marcelo Ortega
enho desenhado há uma década diferentes métodos e estudado poderosas estratégias e técnicas para ajudar meus clientes a abrir novos mercados, ampliar vendas em clientes ativos e mudar o status de clientes que não compram mais para que sejam ativos compradores novamente. O aspecto mais importante na hora de começar qualquer estratégia de ampliação do volume de vendas é a análise do estado atual de sua empresa e de cada vendedor. O processo de vendas é um ciclo absolutamente exato, não pode ser abstrato. Uma equipe de vendas tem seu número médio de conversão de propostas em negócios, de prospects em clientes, de ofertas em pedidos confirmados. A maioria das empresas incorre num problema grave: não consegue ter previsões assertivas de vendas porque seus vendedores não estão no controle do processo de vendas e não sabem quando (e se) o cliente vai comprar de fato. Isso as torna empresas que intitulo como “fábrica de propostas vazias”. Se pensar estrategicamente, vale muito mais investir na qualificação de cada negócio, do que oferecer “a torto e à direita” sem saber se fechará a venda. Existem cinco fatores a serem considerados para aumentar o potencial dos negócios e o volume de vendas realizadas de fato: 1º. É preciso calcular um número médio de conversão de propostas em vendas por vendedor. Com quantos clientes potenciais um vendedor consegue falar por mês e quantos se transformam em negócios fechados? Exemplo: a cada dez clientes, se três fecham, temos um indicador próximo de 30%.
3º. A meta do vendedor deve ter congruência com o volume de prospecção existente no mesmo período: Se um vendedor precisa fechar R$100 mil em um mês, logo precisa pensar, no mínimo, que de forma linear terá que realizar R$25 mil por semana, R$5 mil por dia, certo? No entanto, ele possui um volume de prospecção inferior somando todos os negócios possíveis, calculando uma
4º. A liderança precisa analisar e corrigir desvios: citei a divisão do mês em semanas, porque é preciso sempre dividir o objetivo que se quer atingir em partes menores. A cada semana você terá como medir se está no caminho certo e jamais deve deixar tudo para o último momento, no caso, a quarta semana do mês. Até porque existem clientes comprando em todas as semanas do mês, certo? O gerente de vendas inteligente acompanha e mostra ao vendedor estas evidências e criam juntos novos planos de prospecção e qualificação do cliente para a conquista do resultado. 5º. O tempo deve ser precioso e bem administrado: um vendedor não pode perder tempo com aquilo que dá mais preferência, muitas vezes, à rotina pouco produtiva que toma conta da agenda e não traz a conquista de sua meta. Parte do seu tempo será para cuidar dos negócios novos, ainda que “frios”. Mas o foco deve estar em desenvolver clientes mais qualificados, com propensão a comprar naquele período, aqueles qualificados, que deram informações concretas e tem condições financeiras para tanto. Qualificar os clientes em “quente”, “morno” e “frio” é uma simples maneira de dar foco no que interessa. Além disso, o vendedor deve ter disponibilidade para prospectar novos mercados, mas jamais deve se esquecer de cuidar dos clientes ativos (que compraram recentemente), pois eles indicam e compram mais e mais. O vendedor deve ainda se lembrar que em toda empresa existe uma lista de cientes inativos, aqueles que compraram e nunca mais voltaram, portanto fazer algo para estes voltem. Eu diria assim, para concluir, dedicar a maior parte do tempo na qualificação dos prospects e fazer os clientes da empresa comprar de novo, mais e mais, certamente aumenta e muito suas vendas. Em empresas em que mudamos a rotina da equipe e demos um novo jeito de analisar e atuar nos negócios, aferi aumento de 30 a 50% nas vendas individuais.
Marcelo ortega é especialista em inteligência e sucesso em vendas. www.marceloortega.com.br
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2º. Quais os motivos de não venda: se um vendedor perde muitas propostas, está sem dúvida gastando dinheiro e tempo com ações erradas ou com as pessoas incertas. Para descobrir isso é preciso que cada vendedor se atente melhor a etapa da qualificação do cliente: quem decidiria pela compra? O vendedor estava falando com a pessoa certa na empresa ou na família dela? Existia verba, poder de compra? Tinha urgência? A necessidade foi bem mapeada ou fizemos a proposta ou oferta rapidamente, sem realizar perguntas investigativas?
média de valor por negócio e somando todo o faturamento que estes podem atingir, temos um numero de R$ 90 mil no mês, isto quer dizer que existe algo errado. Há necessidade de aumentar muito o volume de prospecção para pensar em atingir a meta. Costumo dizer que um bom volume para quem quer vender no mês o que precisa é ter pelo menos três vezes mais o valor da meta em negócios prospectados. Exemplo: ter R$ 300 mil de negócios no mês, distribuídos nas quatro semanas de forma verdadeira. Sabendo controlar o tempo do cliente, o vendedor tem mais chance de atingir a meta.
ReINVeNTaNdo a LIdeRaNÇa Para tanto devem entender (e acreditar) em algumas premissas:
Premissa 1:
Arthus Diniz
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or que será que a liderança precisa ser reinventada? Foi pensando nisso que me inscrevi para o curso de uma semana, ministrado por renomados pesquisadores da área na Kellogg School of Management nos EUA. O curso foi excelente e a resposta límpida: a liderança precisa ser reinventada porque o mundo mudou; a sociedade mudou e temos diferentes gerações convivendo nas empresas. O que fazer nesse novo mundo?
- Todos temos as mesmas motivações que constituem o “mecanismo” da vida: a necessidade de realização. Todo líder deve saber o que cada um na sua equipe precisa atingir para sentir-se realizado.
Premissa 2:
- As pessoas reivindicam por satisfação pessoal, que elas carregam para seus locais de trabalho. - Líderes eficazes reconhecem as necessidades de conciliar as aspirações mais profundas das pessoas com o requerimento dos negócios e da empresa. O segundo passo é ajustar as necessidades pessoais às necessidades corporativas.
Premissa 3:
O primeiro passo é perceber essa evolução em quatro grandes fases: 1. A Velha Economia, onde havia o líder autoritário, em uma estrutura hierárquica forte e as pessoas buscavam solidez e estabilidade em grandes empresas. 2.A Nova Economia, com transição para uma liderança mais democrática e participativa; e as pessoas com mais foco na empregabilidade do que no emprego.
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3. A Economia Global atual, com a planificação de organizações menos hierárquicas e com foco na construção de novos valores e na sustentabilidade. 4. A Economia Restabelecida, que surge no futuro próximo, onde voltaremos a um modo de vida holístico, priorizando a vivacidade, experimentação e a reconstrução do fator humano. Os líderes desse futuro têm que adotar posturas e novas competências comportamentais para conseguir o ativo mais importante para as organizações: o compromisso interno de pessoas não trabalharão mais por salários, mas em causas que valham à pena. Seu desafio passará a ser colocar um propósito importante no trabalho de cada colaborador.
Líderes eficazes são bons em: - Desenvolver tarefas de trabalho ao redor das aspirações pessoais de cada um. - Entender e gerenciar emoções como processo de comunicação-chave. O terceiro passo está em entender e gerenciar as emoções da equipe. - Forneça um senso de propósito, de missão para sua equipe; - Construa junto com sua equipe visão e estratégia; - Amarre o trabalho ao projeto de vida dos indivíduos da sua equipe; - Preencha aspirações mais profundas da vida; - Delegue e compartilhe poder e responsabilidades; - Crie estímulo, competição; - Eleve as expectativas de todos. Parece, mas não é nada fácil. Exige uma auto-reinvenção para liderar pessoas tão diferentes. Saber conhecer cada integrante da equipe como a si mesmo. O resto do caminho vai ficar mais fácil, com certeza. Arthur Diniz é especialista em Coaching estratégico; fundador e principal executivo da Crescimentum (www.crescimentum.com.br)
aPReNda a eNGaJaR Na Sua Rede SoCIaL
“O
estudo EngagementDB.com analisou as 100 maiores marcas do mundo e apontou que as três primeiras colocadas (eBay, Dell e Starbucks) cresceram 18% no último ano. A conclusão é de que tem algo em relação às marcas que estão prontas para interagir que permite este sucesso financeiro”, afirma Charlene Li, que participou no dia 25 de março, do Seminário sobre Estratégias de Redes Sociais da HSM. Charlene se baseia no conceito de Pirâmide de Engajamento, onde cinco passos precisam ser entendidos e identificados para trazer as pessoas para dentro da empresa. O primeiro é o que ela chama de Watching, onde existem pessoas apenas observando(...). Entram nas mídias, assistem vídeos, leem blogs, mas não chegam a postar ou contribuir com conteúdo. “Quando você quer envolver as pessoas é necessário entender qual conteúdo elas estão consumindo, o que estão lendo, o que querem saber, se o conteúdo chega a elas ou não e qual o tipo de pessoa atrai o conteúdo. Para isso, a empresa pode criar espaços e canais para gerar mais comentários e participação do público, seja pelo site institucional ou por outra plataforma de rede social”, exemplifica.
E finalmente, a última etapa é a Curating, ou Curadoria, onde a moderação atinge um ponto estratégico. No meio dos membros da comunidade é importante eleger algumas pessoas que atuarão como embaixadoras, com o papel de entender as necessidades, identificá-las e levá-las de volta a empresa. “A empresa precisa tratar essa pessoa como um conselheiro confiável e lembrar-se de reconhecêla no momento certo. Na minha visão, o Brasil tem compartilhado bem suas informações. Acredito que os clientes já estão prontos para as mídias sociais. Resta conseguir esta interação e achar o tom adequado para lidar com esta comunidade”, finaliza.
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Um segundo andar da pirâmide, é o Sharing, ou a forma que as pessoas compartilham as informações. Para Charlene “as pessoas se sen-
tem bem por terem ajudado alguém e há muitas maneiras de estimular esse compartilhamento(...).Muitas empresas têm aberto espaços nos sites para receber sugestão sobre seus produtos e inovar a partir daí”. Numa terceira etapa está o Commenting, onde se dará a forma de engajar os comentários. Veja como está seu site hoje, se existe espaço nele para comentários e interação. Se a ferramenta é uma via de mão-dupla e se ajudará esta comunidade a se desenvolver. Numa quarta fase, a da Producing, está a Produção, onde surge a necessidade de identificar e interagir foto: www.cella.com.br com o público. Empresas como Walmart conseguiram, por exemplo, desenvolver um blog escrito por mães e não por eles. Por meio dos posts, a empresa consegue ouvir o que as consumidoras têm a dizer e desenvolver melhorias”.
FuN
LeaRNING
Danilo Scarpa
Things we can learn from a dog
- Never pass up the opportunity to go for a joyride. - Allow the experience of fresh air and the wind in your face to be pure ecstasy. - When loved ones come home, always run to greet them. - When it’s in your best interest, practice obedience. - Let others know when they’ve invaded your territory. - Take naps and stretch before rising. - Eat with gusto and enthusiasm. - Be loyal. - Never pretend to be something you’re not. - When someone is having a bad day, be silent, sit close by and nuzzle them
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gently. - Thrive on attention and let people touch you. - Avoid biting when a simple growl will do. - On hot days, drink lots of water and lay under a shady tree. - When you’re happy, dance around and wag your entire body. - No matter how often you’re scolded, don’t buy into the guilt thing and pout -- run right back and make friends. - Bond with your pack. - Delight in the simple joy of a long walk. Vocabulary Help joyride - passeio wind - vento fresh air - ar fresco naps - sonecas stretch - alongar rise (rise, rose, risen) - levantar gusto - vontade loyal - leal pretend - fingir sit close by - sente-se junto (a ele) nuzzle - cutucar com o focinho bite - morder growl - rosnado will do - ser suficiente, adequado drink (drink, drank, drunk) - beber shady tree - árvore frondosa, com bastante sombra wag - balançar, abanar scold - repreender guilt - culpa bond - ligar-se, associar-se delight - aproveitar, deliciar-se joy - prazer long walk - longa caminhada
There were these three
guys in heaven at the pearly gates. St. Peter asked the first guy: -- Why are you here? -- I came home from work one day and I saw my wife in bed naked with the sheets all messed up and the window open. I looked out the window and saw a man walking away so I took my refrigerator and threw it at him out the window and the cord got stuck around my foot and I went with it. St. Peter said “Oh”. He asked the second guy: -- Why are you here? He said: well I was just walking around and this big refrigerator came and smashed me. St. Peter said “oh”. The third guy was just standing there naked and St. Peter said: -- Why are you here? He said: I don’t know. I was just sitting in a refrigerator.
Vocabulary Help heaven - paraiso pearly gates - portais do paraíso see (see, saw, seen) - ver sheets - lençóis messed up - baguncados, em desordem throw (throw, threw, thrown) - jogar cord - cabo de força stuck - agarrou foot - pé go (go, went, gone) - ir naked - nú
Coffe Break
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Franquias Vanessa Oliveira
V
ocê já parou para pensar como o café, aquele que não pode faltar no início do dia, é cultivado? O quanto ele está afetando o nosso meio ambiente?
Existe hoje uma vondade da população em geral de consumir produtos naturais. Saiba que todo produto de origem vegetal é natural, mesmo aquele cultivado com agrotóxicos e adubos químicos. Portanto, “produto natural” não é sinônimo de “orgânico”. O cultivo orgânico dispensa todos os produtos químicos e utiliza apenas adubos naturais, não agredindo o solo em que é plantado. O Sr. Masaharu Ushiwata, que trabalha com cafeicultura desde a década de ‘60, fundou a Terra Verdi – Café Orgânico, sendo ele o principal torrador da empresa até hoje. E com o filho a frente da administração, decidiu adotar o modelo de franquia em 2009 e prevê a abertura
Serviço oferecido
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Tempo de mercado Investimento inicial: Taxa da franquias: Capital de giro: Royalties: Taxa de publicidade: área mínima: unidades próprias unidades franqueadas quais suportes oferece N° de funcionários: Faturamento Bruto: Lucro Líquido: Precisa de experiência? Prazo de retorno: Prazo de contrato: Telefone: Site: e-mail:
de dez novas lojas esse ano. “Todas as novas franquias são acompanhadas de perto para garantirmos a qualidade dos serviços oferecidos”, assegura Cláudio Tsuyoshi Ushiwata, para quem o franqueado tem - além da função comercial - a nobre missão de auxiliar no desenvolvimento da região e dos produtores locais, como reza a boa filosofia oriental. As competências essencias ao negócio vão sendo gradatiamente desenvolvidas no franqueado com o apoio da matriz. Nas lojas da Terra Verdi, além do inigualável café, pode-se apreciar outras bebidas orgânicas, tais como chás, sucos, chocolate, cacau, vinho, licor de café, erva-mate e também açúcar e geleias. Tudo livre de aditivos químicos.
Cafeteria orgânica e/ou loja de Produtos orgânicos 10 anos Mínimo de R$ 100 mil R$ 40 mil entre R$ 10 mil a R$ 15 mil Será cobrado após o franqueado atingir o ponto de equilíbrio 3% sobre o faturamento 16 m2 1 2 acompanhamento para instalação e em todo processo de desenvolvimento do negócio entre 2 a 5 Mínimo de R$ 20 mil entre R$ 2.4 mil a R$ 3 mil desejável, mas não exigido No máximo 30 meses Indefinido, sendo prorrogável a cada 5 anos (41) 3039-3311 / 3039-3048 www.terraverdi.com.br franquia@terraverdi.com.br
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Sua PeRGuNTa...
Trabalho numa empresa de alimentos, que é familiar e tem mais de 10 anos. Não consigo sair do nível assistente. Estou no setor de qualidade, sou recém-formado em administração e já comecei um MBA em Gestão da Qualidade. Gostaria de saber o que devo fazer para ser visto com bons olhos pela diretoria da empresa. Reconheço que não me encaixo no perfil de funcionário político - aquele que sai falando com todos de seus resultados obtidos e não faço bom uso da comunicação com os níveis acima do meu, pois falo apenas o necessário. Sou uma pessoa tímida e morro de medo de encarar um público. Sei que a comunicação não é o meu forte. Algumas vezes já pensei em procurar um psicólogo para melhorar minha timidez. Pensei em mudar de emprego e abrir meu próprio negócio, mas gostaria mesmo de conseguir um lugar de destaque na atual organização. Gosto do que faço, todos me acham inteligente, mas não consigo fazer com que apostem em mim. Jardileno Souza, por e-mail.
...GaudeNCIo ReSPoNde Caro amigo,
sempre me impressiona que a primeira tentação que temos para resolver um problema é atacar o sintoma dele. Lembra-me sempre a história do cidadão que chega em casa e encontra a esposa fazendo sexo com outro homem num sofá. Para resolver o problema, a primeira ideia que tem é... vender o sofá.
de assim, eu digo em seguida: “Você não se sente inferior. Você é inferior. Você é inferior ao que você se cobra ser”.
Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP), dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e pesquisa científica.
Você tem uma pergunta? envie para pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br
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Este é o verdadeiro problema do tímido: a cobrança excessiva. O tímido se cobra abrir a boca e, na mesma frase, conseguir a profundidade de Platão e de Sócrates, com a graça de Chico Anísio. Por isso fica quieto. O maior castigo do tímido é que frequentemente, numa reunião, ele tem uma ideia. Fica quieto porque acha a ideia tola e pensa que todos terão a mesma opinião. Perto do fim da reunião, alguém fala exatamente Você conta que tem problemas de comunicação e o que o tímido estava pensando, a ideia é aprovada e que pensa em mudar de emprego ou abrir um negó- elogiada por todos. Sabe o que o tímido fala para si cio. Se tentar resolver o problema desta forma, apenas mesmo? conseguirá mudar o cenário. Terá um problema de - “Eu não me encaixo no perfil de funcionário políticomunicação num novo emprego ou no próprio negócio. O problema de comunicação é que deve ser co, aquele que sai falando com todos os seus resultados enfrentado. Especialmente porque o que você “gos- obtidos e, além do mais, não faço bom uso da comutaria mesmo é de conseguir um lugar de destaque nicação com os níveis acima do meu porque falo apenas o necessário”. Não, meu amigo. Você fala na atual organização”. menos que o necessário. Como enfrentar o problema atacando sua etiologia? Solução? Também apresentada por você. Procure Você mesmo dá a receita. Enfrentando a origem do problema de comunicação que é a sua timidez. Vamos falar um um psicólogo que o ajude a comparar o juiz externo, provavelmente o próprio psicólogo, com esse juiz inpouco sobre isso. terno perfeccionista. Provavelmente reprodução das Se você perguntar a um tímido porque ele é assim, a primeiras autoridades que você conheceu, porque ninresposta é sempre a mesma: “é porque eu me sinto infe- guém fica neurótico por elegância, mas por necessidarior”. Todas as vezes que em clínica alguém me respon- de de sobrevivência.
“
CoMo SeR uMa
“euPReSa de SuCeSSo? Dalmir Sant’Anna
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studos sobre a atividade empresarial na década de 40, especificamente na Universidade de Harvard, estabeleceram o conceito de “motivação para a realização” e a identificação de um elemento psicológico no empreendedor, direcionado para o “impulso de contínua melhoria”. Gradativamente, o perfil empreendedor acumulou outros elementos, com a sensibilidade de saber ouvir, aprender, inovar e identificar oportunidades através da emoção no trabalho realizado. Ao contrário de sempre reclamar de algum problema e da ausência de oportunidades, a pessoa “eupresa”, busca superar desafios, expandir sua rede de relacionamentos e aproveitar cada oportunidade, como um momento único. Com brilho nos olhos, a pessoa “eupresa” é presença nos diversos setores da economia e nos mais diversificados ambientes do mercado de trabalho. Se você deseja ser uma pessoa “eupresa”, perceba que os quatro fatores a seguir são essenciais.
Não limita seus conhecimentos - O que levou panificadoras funcionar 24 horas? O que levou postos de combustíveis oferecerem serviços de conveniências? O que levou uma empresa criar pizzas refrigeradas para ser aquecidas no aparelho de microondas? O que levou uma empresa de chocolate, colocar um brinquedo dentro do doce em formato de ovo? Sem dúvida foi o empreendedorismo em não limitar conhecimentos, mas a ação de somar ideias com estudos realizados nas mais diversas ciências. Neste sentido, o empreendedor passa a ser uma pessoa inquieta com seus próprios conhecimentos e não limita o esforço de aprender continuamente. Você conhece pessoas que com frequência respondem “não sei”? Pois, para uma pessoa que atua através da “eupresa”, essa resposta dificilmente será proferida, pois ao perceber que desconhece algo sobre o seu próprio negócio realiza alguma pesquisa sobre o assunto. Note que a pessoa “eupresa”, além de ser apaixonada pelo que faz, trabalha com mais emoção, participa de constantes treinamentos e busca aprimorar seu próprio desenvolvimento pessoal.
Procura encontrar felicidade no que faz - Conversei com uma pessoa que trabalha em uma empresa há dez anos. Depois de ouvir suas experiências, essa pessoa não parou de reclamar da gerência, do clima organizacional e não demonstrou satisfação com o trabalho. Depois de ouvir todo o relato, fiz duas perguntas: Você tem felicidade no que realiza? Você realmente é feliz nessa empresa? Observe que para algumas pessoas a felicidade não existe! Entretanto, para outras pessoas a felicidade é resultado de uma conquista a cada novo dia. Interessante observar que para este segundo perfil de pessoa, a felicidade compreende não um estado constante, mas uma busca permanente. Para atuar através da “eupresa”, procure demonstrar felicidade através de pequenos gestos no seu cotidiano, como um sorriso, um saudoso bom dia, um convite para almoço a uma pessoa que há muito tempo você não conversa, ou mesmo, praticar o exercício de reconhecer o esforço de um colega de trabalho. Que tal colocar em prática alguns desses desafios? Valoriza cada oportunidade como um momento único – Certa vez, fui convidado para apresentar palestra durante a realização de uma convenção de vendas. Enquan-
to aguardava o momento de subir ao palco, ouvia atentamente o gerente falar de maneira negativa sobre as ações administrativas e a política comercial de determinado concorrente. Algum tempo depois, para minha surpresa, recebo a notícia do desligamento do gerente dessa empresa. Adivinhe onde ele foi trabalhar? Você acertou: justamente na empresa que tanto havia criticado! Note que alguns profissionais, jogam pela janela, a valorização no que fazem, pois trazem consigo experiências negativas que dificultam a adaptação e a aceitação aos processos de transformação da cultura organizacional. E qual o resultado? Deixam de ser pessoas “eupresa” e não se sentem (na essência) “donas do negócio de atuação”. São representantes comerciais, que ao contrário de fazer do trabalho uma “eupresa”, escolhem falar, muito mais da concorrência, na frente do cliente. Você conhece alguém assim?
Interessante notar, que desde o início dos estudos sobre empreendedorismo, realizado pelo economista
rio a ruptura do comodismo e efetuar a seguinte equação: primeiro realizar a junção da responsabilidade com o comprometimento. Segundo, multiplicar o resultado desta soma com as competências e o talento pessoal. Terceiro, conquistar como resultado final, êxito na ação de empreender fazendo do seu trabalho um constante sucesso.
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A atuação prática da pessoa “eupresa” – Recentemente, voltei de uma palestra em Salvador e fiquei surpreso com um comissário de bordo, que ao contrário de usar aquelas frases prontas e repetitivas sobre o serviço, usou o sistema de comunicação da aeronave para cantar. Isto mesmo, cantar! E o incrível é que os passageiros, apesar do espanto, ao perceber o grau de inovação começaram a bater palmas e balançar a cabeça no ritmo da canção. Logo que a aeronave realizou o pouso em São Paulo, fui até a cabine para parabenizar o comissário pela atitude de inovação. Fiquei ainda mais surpreso ao ouvir o depoimento de que a presidência da empresa aprova esta inovação e inclusive, outros colaboradores da organização, também cantam durante o voo. Note que a liderança nessa empresa estimula a presença de profissionais “eupresa”.
Joseph Alois Schumpeter (1883/1950), sempre houve algumas fases que começam pela “geração de ideias” e “a busca de oportunidades”, seguidas do “desenvolvimento de um plano de negócios” ou de um “planejamento estratégico”. Para ser uma pessoa “eupresa” de sucesso, será necessá-
Dalmir Sant’Anna Palestrante comportamental, Pós-graduado em Gestão de Pessoas e Mágico profissional. Autor de Menos pode ser Mais.
tech
CyBeRLaNKING PaRTe I
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e a internet é um facilitador e tanto, por outro, sua utilização indiscriminada no ambiente corporativo pode causar danos morais para os empregados e prejuízos incalculáveis para as empresas. Isso me leva a falar sobre o cyberlaking. O velho caso da demissão de 33 funcionários da General Motors em São Caetano do Sul, por envio de e-mails com fotos pornográficas, abriu uma discussão sobre a utilização do acesso à internet e do e-mail corporativo para uso pessoal; levando empresas ao monitoramento da correspondência, controle da navegação e à proibição do uso do MSN, Yahoo Messenger, Skype, GMail e até blogs para uso externo.
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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) definiu na norma ISO / IEC / 17799 que “os recursos de processamento da informação de uma organização são fornecidos para propósitos de negócio. A direção deve autorizar seu uso. Convém que qualquer uso destes recursos para propósitos não profissionais ou não autorizados, sem a aprovação da direção, seja considerado impróprio. Se for identificado por processo de monitoramento ou outros meios, convém que seja levado ao conhecimento do gestor responsável para que sejam aplicadas as ações disciplinares cabíveis”. Em muitos casos, resultam em demissão. O cyberlaking não se restringe ao envio de e-mails particulares ou ao uso da web durante o expediente para fins pessoais, mas à utilização dos recursos como um todo. Para uma simples troca de mensagens, um funcionário utiliza a máquina, os softwares, o servidor, o provedor de acesso, as contas POP3 e SMTP, a rede elétrica e conexão através da conta corporativa. Ele ainda expõe a marca da empresa: um e-mail enviado por funcionario@nomedacompanhia.com.br provoca mais impacto do que aquele emitido por anonimo@provedorpessoal.com.br.
o preço da liberdade O monitoramento de e-mails traz a questão da inviolabilidade garantida pela Constituição Federal no inciso XII do artigo 5º: “É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas.” Nos EUA, milhões de funcionários têm suas vidas digitais monitoradas durante o expediente. No Brasil, 30% das empresas utilizam softwares que indicam a navegação, consumo de banda e relatórios sobre tendência e risco. Para resguardar seus direitos, essas empresas têm adicionando aos contratos de trabalho cláusulas que estabelecem a “renúncia de confidencialidade das mensagens enviadas e recebidas pelo empregado, desde que dentro da empresa, sem que isto importe em violação aos incisos X e XII, do Art. 5º, da CF/88”. O enquadramento legal para disciplinar a conduta adotada pelo empregador encontra-se tipificado nas letras b e g, do Art. 482 da Consolidação das Leis Trabalhistas, resultando no rompimento do vínculo empregatício. Existe o princípio de que o e-mail pertence à empresa e seus donos têm o direito de observar o que está circulando dentro do seu espaço, mesmo virtual. Mas para o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo o e-mail é uma correspondência particular do empregado e seu uso pessoal não implica justa causa. (Continua na próxima edição.) Tina andrade é jornalista especializada em Novas Tecnologias de Informação e Comunicações e gestora estratégica de informação e conteúdos.
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vitrine de sucessos o sucesso está em você
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Descubra seu propósito de vida, atinja seu potencial e realize seus sonhos A obra traz uma lista de qualidades essenciais para o sucesso de quem deseja se atualizar ou começar a planejar a sua vitória profissional. “Sucesso é conhecer seu propósito na vida, crescer para alcançar seu máximo potencial e plantar sementes que beneficiarão outras pessoas. Não importa quanto tempo você viva ou o que decida fazer na vida, nunca exaurirá a sua capacidade de crescer na direção do seu potencial nem nunca se esgotarão as suas oportunidades de ajudar os outros”, resume o autor.
Como lidar com clientes difíceis
Este livro mostra as dez verdades essenciais sobre os clientes difíceis e como entender a mente deles. Da mesma forma, ensina a se comportar de maneira profissional e a se diferenciar da concorrência para vender com mais facilidade em qualquer situação. Além disto, revela as quatro ameaças mais comuns apresentadas pelos clientes difíceis e como neutralizá-las. O leitor descobrirá como transformar inimigos potenciais em aliados ao fazer a venda de maneira justa, ética e inteligente e, de quebra, ainda ganhar indicações. Dave Anderson Editora Sextante R$ 19,90
John C. Maxwell Ed. Thomas Nelson Brasil R$ 24,90
Só talento não basta
Muitas pessoas consideram qualquer grande conquista um sucesso. Embora até certo ponto isso seja verdade, uma grande vitória é geralmente um sucesso de longo prazo, resultado de uma série de sucessos de curto prazo alcançados ao longo do tempo. Embora o sucesso possa ter muitos significados, uma constante é que ele é sempre pessoal. O que quer que você esteja fazendo e onde quer que esteja fazendo, a possibilidade está sempre lá. Pode estar em casa, no trabalho, no lazer, na faculdade e em todos os seus relacionamentos. Sucesso é a recompensa para quem dá o melhor, o que geralmente, depende só do indivíduo. Embora algumas vezes seja possível enganar outras pessoas, não há como enganar a si mesmo. Lyaman MacInnis Campus Elsevier R$55
Imagens para fins meramente ilustrativos. Os preços podem sofrer ajuste sem aviso prévio. À venda enquanto durar o estoque.
Luz! Plano! ação!
Existem muitos livros sobre planejamento e muito poucos sobre a sua execução. Este material procura oferecer uma alternativa entre a “técnica de planejar” e o “desafio de executar”, sendo técnico onde há necessidade de ser técnico, e prático onde há necessidade de ser prático. Josué Campanhã Editora Hagnos R$29,90
NeTWoRKING,
uMa PoRTa PaRa o MuNdo José Augusto Minarelli
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onviver é algo inerente à natureza humana; não dá para subsistir de maneira isolada. Elos de uma mesma cadeia, todos estamos interligados e, para crescer e evoluir, necessitamos nos relacionar uns com os outros. O capital social torna factível conquistas que nem mesmo todo o dinheiro do mundo é capaz de comprar. Isso porque envolve “moedas” de altíssimo calibre: confiança, amizade, solidariedade, amor, simpatia, boa vontade. Estes ingredientes abrem portas, pavimentam caminhos e descortinam um universo de possibilidades. Cada um de nós dispõe de muito mais conexões do que imagina; e bem menos do que poderia ter – algo como uma gota d’água em um oceano de oportunidades. Praticar o chamado networking demanda interesse e certo grau de intencionalidade – o que nada tem a ver com má intenção ou atitude interesseira, vícios que exercem efeito contrário e ocasionam mesmo o banimento de seus adeptos da rede de relacionamento. A intencionalidade a que me refiro diz respeito ao esforço consciente de agregar novos elos à teia de relacionamentos, nutrir constantemente as relações estabelecidas.
A conexão fundamentada em princípios de reciprocidade, interesse genuíno pelo semelhante, respeito e integridade traz
Também somos provedores de soluções para os demais, dispomos de informações úteis e somos agentes para o acesso às portas que estão ao nosso alcance. O favorecido pode até não ser aquele que nos ajudou diretamente, o que não tem a menor importância. A rede sempre se fortalece, servindo de suporte para todos. Cultivar os relacionamentos é sinal de previdência, ainda mais em um mundo instável e em constante transformação. Ter alguém próximo para consultar, trocar ideias, compartilhar impressões, pedir orientação é de uma riqueza incalculável. José augusto Minarelli é presidente da Lens & Minarelli, consultoria em outplacement e aconselhamento de carreira e autor de Superdicas de networking para a sua vida pessoal e profissional Editora Saraiva - R$11,90
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Por que desperdiçar oportunidades de preservar a solidez ou de tornar mais robusta nossa rede de contatos? A vida atribulada, a falta de tempo, nada disso serve de justificativa. É preciso abrir espaço na agenda para prosear, interagir, ajudar e ser ajudado.
benefício a todos. Com “depósitos” em forma de simpatia, amizade, solicitude e solidariedade, vamos acumulando nossos créditos, habilitando-nos a resgatá-los quando precisarmos. Nesta espécie de contacorrente, por vezes temos necessidade de fazer saques antecipados, mas há generosidade e espaço suficientes para tanto, sendo certo que não faltarão oportunidades de retribuir a ajuda recebida. Não que esta “devolução” seja uma condição necessária, mas ela acaba ocorrendo naturalmente, pois participamos da rede de forma ativa.
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expressão
ReGRaS
doGMáTICaS
D
Reinaldo Polito
e vez em quando aparece alguém determinando algumas regras de conduta ou procedimento que acabam se cristalizando. A turma entra na onda e vai repetindo tudo do jeito que ouviu ou leu, sem refletir se a informação procede ou não. Lembro-me de um caso emblemático. Lá pelos anos 1970 uma professora de Português produziu uma apostila com algumas dicas de boa redação. Era raro encontrar um gerente de treinamento nas mais diferentes organizações que não soubesse da existência desse livreto. Entre as recomendações da ilustre professora havia uma muito curiosa - “Não inicie uma redação dizendo: como todos nós sabemos”. Ela explicava que se as pessoas soubessem da informação, não havia motivo para dar o aviso. Se não soubessem, não caberia o alerta. Pois bem, o povo aprendeu e divulgou o conceito para os quatro cantos.
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Um belo dia fui visitar uma aluna que era craque em redação, Maria Amália. Ela atuou como jornalista em diversas revistas importantes no Brasil. Durante a nossa conversa eu lhe disse que uma das suas matérias ensinando executivos a redigir textos eficientes estava excelente. Estranhara, entretanto, o fato de ela ter embarcado no velho conceito da professora e tê-lo dado como orientação aos leitores. Ela confessou que também questionava a regra e que depois que a registrou no seu artigo toda vez que censurava suas redações quando
queria iniciar com “como todos nós sabemos” se sentia meio desconfortável. Você também segue essa regra de redação? Se a resposta for positiva, cuidado, pois talvez esteja cometendo um equívoco. Reflita comigo. Se passarmos uma informação que seja conhecida do leitor, como se fosse uma grande novidade, podemos enfraquecer nossa posição. Por isso, quando iniciamos um texto dizendo ”como todos nós sabemos”, estamos revelando ao leitor que temos consciência de que ele conhece a informação, mas que a estamos repetindo porque se trata de um dado importante para o acompanhamento e compreensão do raciocínio. Desta forma, passamos uma informação conhecida do leitor, mas não como se fosse algo inédito e preservamos assim nossa imagem. Além disso, esse aviso pode servir também para “comprometer” o leitor, pois se ele concordar que todos deveriam conhecer a informação poderá ficar mais predisposto a aceitá-la. Com a comunicação verbal ocorre o mesmo. Se passar a informação conhecida como se fosse inédita, poderá enfraquecer sua posição na frente do grupo. Ao dizer que tem consciência de que todos estão inteirados dela, evitará a crítica de estar passando um dado que não representa nenhuma novidade. Por isso, fique atento para não usar regras sem refletir bem sobre elas. Algumas são muito boas e nos ajudam a falar e a escrever, outras, entretanto, são aceitas como verdadeiros dogmas, e mais atrapalham que ajudam. Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado www.polito.com.br