Sermais edicao 13

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índice

06 “Caro Leitor,” 10 3º passo: S.O.M.

Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 2 | Nº 13 Presidente do Conselho Editorial: Dr. Jô Furlan Redatora-chefe: Tina Andrade Estagiária de Jornalismo: Vanessa Oliveira Diretor de Arte: Danilo Scarpa Colaborador de Arte: Henrique Melo Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Rua das Crisandálias, 52-A – Brooklin São Paulo Capital – CEP: 04.704-020 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou email); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Parma

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Especialistas

Defina o da sua vida! + empreendedor Businesswoman Chanel + gente Baby Boomers: no relax! HSM Online As lições da gestão inspiradora Up to date No alvo Dança das Cadeiras Como ensinar seus filhos a conviver com o dinheiro Cidadão 21 Teletrabalho: a melhor forma de minimizar problemas que afetam a produtividade nas cidades + moda, beleza e estilo Colarinhos + rh Os principais erros dos funcionários + 2.0 Tendências no “paredão” A força do carma Jogo rápido com Anderson Cavalcante O diálogo essencial Manual do Sucesso Inteligência - Sonhos são asas Gestão - Pense grande! Comportamento - Ação, já! Vendas - Seu cliente só compra com desconto? Liderança - O líder significativo Descomprometimento dos colaboradores Coffee-break - Humor e Diversão + Franquias - Fran’s Café Gaudencio responde: namoro ou amizade? Menos iniciativa e mais “acabativa” + vitrine de sucesso Geração Y + expressão Detesto(!) lançamento de livro

Andrej Vasle

Ariane Masliaev

Claudio Nasajon

Claudio Tomanini

Helenita Fernandes

Dr. Jô Furlan

Marcelo Ortega

Marco Túlio Fumis

Mauro Miaguti

Miguel Nisembaum

Mr. Mind

Paulo Gaudencio

Reinaldo Polito

Kip Garland

Leila Navarro

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Adams Auni

Reinaldo Rizk

Renato Grimberg


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www.revistasermais.com.br

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Página aberta CAPA

Alta produtividade

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+ otimista

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Por que pensamos que o tempo é alguma coisa que podemos controlar?

Os fins justificam os meios?

A coisa mais natural é a empresa querer que você vista sua camisa, ora!

Comece a realizar a partir de agora. Simplesmente FAÇA!

+ tech Cyberlaking parte II

Punir empregados pela prática não é o caminho. Estabeleça conversações.

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Seu corpo fala. Veja o que ele diz.


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motivado

ALTA PRODUTIVIDADE

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V

Andrej Vasle

ocê está cada vez mais frustrado com o crescente número de tarefas que tem para fazer? Não sabe como dar conta de tudo e ainda conseguir tempo para curtir sua família e amigos? Fazer várias coisas ao mesmo tempo tem sido um grande desafio? Parece que estamos cada vez mais correndo “uma maratona sem fim”. Você trabalha o dia todo e ainda leva trabalho para terminar em casa durante a noite e nos finais de semana. Você se sente sufocado pela rotina diária. Logo pela manhã já lê seus emails e passa o resto do dia “apagando incêndio”, responde às ligações e mensagens instantâneas, segue de uma reunião para outra sem pausa para almoço e quando se dá conta o dia acabou deixando ainda muito por fazer. Há alguns anos li 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes - livro de Stephen Covey. Ele dizia algo como: ”Gerenciamento do tempo é um termo impróprio. O verdadeiro desafio é conseguir gerenciar nós mesmos”. Normalmente imaginamos que o “problema” está fora de nós. Algo que eventualmente poderíamos controlar. Como se o tempo fosse “uma coisa” – e quando aprendemos a “controlá-la”, de repente podemos fazer muito mais. Acredito que este seja um bom momento para refletirmos um pouco mais sobre o termo “gerenciamento do tempo”: significa que você pode controlar o tempo, que naturalmente, você não pode. Todos temos a mesma quantidade de tempo todos os dias e, em média, a mesma quantidade de tempo em nossas vidas. Por isso volto a lembrar que não é o tempo que precisa ser gerenciado, mas nós mesmos. Se eu disser “gerenciar melhor o seu tempo”, o que vem à sua cabeça? É provável que pense em fazer uma lista de tarefas, colocá-las na agenda, organizar as reuniões... Mas se mudamos a questão para: “gerenciar melhor você mesmo”, em que você pensa? Talvez em como se preparar melhor para fazer as coisas importantes que provavelmente não está fazendo. Aprendi alguns conceitos importantes com Tony Schwartz, escritor e autor de programas na área de

alta performance. A lição chave que ele apresenta é que as nossas mentes são feitas para focalizar em uma coisa de cada vez; e que nós estamos perdendo esta habilidade com o passar do tempo. Somos interrompidos a todo instante e com isso temos a necessidade de fazer várias coisas simultaneamente, o conhecido multitasking. Se criássemos um ritual para realizar uma coisa de cada vez, eventualmente isso se tornaria um hábito e o sucesso seria consequência. Uma boa dica é começar o dia com exercícios físicos, algo para movimentar o corpo, estimulá-lo. Em seguida uma refeição balanceada e reservar 15 a 20 minutos para uma boa leitura. Pode parecer bastante contraintuitivo, mas que tal experimentar e ver se terá alguma diferença no ritmo do seu dia? Tenho tentado colocar em prática estas dicas. Além dos exercícios físicos diários, que já estão trazendo muitos benefícios para o meu corpo e para o meu ritmo de trabalho, começar o dia praticando uma atividade diferente de ler emails tem feito muita diferença. É impressionante, porque ao invés de me deixar ser sugado por um monte de problemas e solicitações de outras pessoas logo cedo, tenho tido tempo para refletir sobre o que realmente quero e o que é preciso fazer naquele dia. Outro ponto importante apresentado por Schwartz, é que frequentemente misturamos vários tipos de atividades e criamos uma verdadeira “área cinzenta” sem um objetivo verdadeiro e com resultados fracos. Nossa rotina basicamente é a mesma: lemos um email, em seguida fazemos uma ligação, voltamos para o email, tentamos fazer um trabalho, quando então nos damos conta que esquecemos de dizer algo importante a alguém e voltamos (novamente) para o telefone ou para o email. E assim passamos o dia. A ideia principal está em concentrar nosso trabalho em blocos de tempo, sem permitir interrupções, criar novas rotinas que com o tempo e a prática, possam se tornar valiosos hábitos.


José Ribamar Lins Souza Junior

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Andrej Vasle é titular do programa de “Alta produtividade pessoal e das equipes” da Voss Empresarial. www.vossempresarial.com.br


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Defina o

S.O.M. da sua vida! “Quem não sabe o que procura, não reconhece quando encontra.”

Claude Bernard

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embro-me no discurso de um professor de medicina, ainda durante minha faculdade. Ele dizia que deveríamos fazer um exame detalhado do paciente para então, baseado nas indicações específicas, solicitar os exames necessários a complementar o diagnóstico. Na época, ainda não conseguia compreender a genialidade desse conceito. Pensava que era muito mais para evitar gastos com exames desnecessários, do que qualquer outra coisa.

Entendo que estabelecer sonhos, objetivos e metas não é uma tarefa tão fácil, pois é necessário ter coragem, tomar uma decisão, estabelecer o alvo a ser atingido. Na proposta dos dez passos, acredito que tenha ficado claro o desafio, que é implementar isso em sua vida. Parece óbvio. Porém, às vezes as coisas estão tão perto, que não somos capazes de enxergá-las com nitidez. Dentro do conceito

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Nos últimos anos, com os mais recentes estudos sobre o cérebro humano, ficou ainda mais óbvia a necessidade de termos claramente definidos quais são nossos sonhos, objetivos e metas. Somente assim colocaremos nosso cérebro para trabalhar de forma mais consistente, efetiva e produtiva. Fiz uma brincadeira com as iniciais das palavras “sonhos”, “objetivos” e “metas” - e se tornaram, então, o “S.O.M.” da sua vida. Para experimentar um alto grau de realização, é fundamental ter informações que te permitam avaliar resultados e aprimorar estratégias. Sem

saber o que você deseja realizar, ficará muito difícil definir qual o caminho seguir. Muitas pessoas com medo de se comprometer acabam experimentando em suas vidas, o célebre refrão da música do grande compositor popular Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar, vida leva eu... deixa a vida me levar, vida leva eu!”. É impressionante a habilidade que ele teve para traduzir a escolha que tantas pessoas fazem em suas vidas. Afinal, “para quem não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve”. Vejo às vezes a alegria com que as pessoas repetem esse refrão sem entender o perigo que isso representa.

a Inteligênci entais de al m n a rt io o ss p fi s Com oal e pro ss e p a Estratégia id av o para su do Sucess


da Inteligência Comportamental Humana (a Inteligência do Sucesso) definir o S.O.M. da sua vida é básico - afinal, como poderei avaliar se consegui obter os resultados desejados, se não tiver determinado o que desejo? Existem muitas técnicas para definir sonhos, objetivos e metas, mas em meu livro Inteligência do Sucesso, defini assim para você entender melhor: Sonho é o desejo de atingir o alvo, Objetivo é o alvo, Meta é quando atingir o alvo.

softwares e na internet. Quanto aos seus sonhos, esse desejo ardente de realização, dependendo de sua intensidade fará de sua vida algo com um sentido especial, com alto grau de motivação e realização. Lembre-se: “Cuidado com o que desejas, pois poderás obter.” Quando você acredita que é capaz de realizar seus sonhos, sua mente se abre à uma nova percepção; e realizar o que você deseja passa a ser uma simples questão de tempo. Persevere, seja determinado, aprenda a flexibilizar e tenha a coragem de fazer acontecer.

3° Passo:

Para que você seja capaz de obter melhores resultados, ou resultados superiores aos que tem obtido, deve definir qual é esse S.O.M. para você. Inúmeros métodos estão disponíveis para a elaboração de prática de objetivos e metas, em livros especializados,

Determine qual é o S.O.M. do sucesso. Qual é o S.O.M. da sua vida? Importante: Sem exercitar esse passo, de nada adiantarão os demais!

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Dr. Jô Furlan é médico, professor e pesquisador na área de Neurociência Cognitivo-Comportamental, autor do livro Inteligência do Sucesso.


otimista

Os fins justificam

os meios? Reinaldo Rizk

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ercorrendo as empresas e verificando suas necessidades, percebo claramente a expectativa que existe em torno dos colaboradores. A coisa mais natural em qualquer empresa é solicitar (e até exigir) que eles sejam comprometidos, vistam a camisa, hajam como donos, sejam protagonistas, proativos, dedicados, vão além do esperado, tenham pela empresa uma estima através da autoestima e que mantenham sempre em mente a visão de onde a empresa quer chegar e, com isso, possam nutrir comportamentos alinhados aos seus objetivos. Nas pequenas e médias empresas a pressão acontece diretamente sobre os donos. Já nas grandes organizações, a alta direção tem, além das incumbências, a cobrança do retorno financeiro. Sempre acho que as empresas têm um papel importante de melhoria nos comportamentos das pessoas - algumas vezes mais do que o de outras instituições (escola, família e as religião). Tudo é tão interessante! Penso que este raciocínio acontece de uma forma contrária à frase: ”os fins não justificam os meios”. Não acho que se deva fazer “qualquer coisa” para atingir um objetivo, mas o mundo empresarial funciona ao contrário: nele os “fins” são os lucros e os “meios” são os colaboradores renderem o máximo para levar a este objetivo. Estas certas coisas são muito boas, mesmo que sob pressão! Vejamos algumas das exigências ou expectativas das empresas, que incentivam e dão treinamento aos colaboradores ( inclusive através do recurso do teatro, como é minha função): Comprometimento, Danilo Sc arpa

vestir a camisa: é um belo aprendizado que extrapola o universo corporativo. Estar comprometido com a família nos momentos nos quais um membro passa por dificuldades e se dedicar intensamente para este reequilíbrio. Como por exemplo, se você está em uma escalada ou caminhada será muito útil; Agir como se fosse dono: belíssima virtude de comportamento, que desenvolve a honestidade, atingindo a máxima “ não faça ao próximo, aquilo que não deseja para você”; Ser protagonista ou proativo: quantas e quantas vezes caímos na rotina, fazendo as coisas por obrigação? Ser proativo é ativar a mente, é sentir-se responsável por melhoras contínuas. Que bom que as empresas incentivam este comportamento! Autoestima: as empresas precisam que você goste, respeite e confie em você mesmo sobretudo(!), pois estas são as características de um excelente profissional; Visão: se a empresa sabe aonde quer chegar, automaticamente nos levará a saber que deveríamos nos preocupar com a visão de onde queremos chegar com a nossa vida, no campo das realizações. Os fins justificam os meios? Não, mas os meios que as empresas se utilizam para atingirem seus fins, acabam por promover comportamentos virtuosos, mesmo que não estejam preocupadas com nada muito além do lucro. Por fim, aprendemos que tudo isso pode ser bom e positivo, uma vez que faz parte da nossa experiência. Reinaldo Rizk é engenheiro civil e Master Practitioner em PNL, fundador da Toque de Areia - Cia. de teatro empresarial. www.toquedeareia.com.br


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empreendedor

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Chanel Businesswoman Adams Auni

universo feminino dotado de sensibilidade, delicadeza e criatividade, vem assumindo papéis cada vez mais inusitados, especialmente os masculinos. Incorporar comportamentos tão próprios dos homens é uma estratégia inteligente de se impor e ter a chance de expressar opiniões. A moda é algo predominantemente feminino, porém, as diretrizes desse mercado tão exuberante mostram lideranças femininas tomando decisões “masculinas” (aplicações, análise de riscos, investimentos, mercadologia), com fortes competências comportamentais masculinas (determinação obstinação persuasão, persistência e pragmatismo), arquétipos do empreendedorismo. O “Mundo da moda” movimenta todos os anos cifras estratosféricas e uma quantidade infinita de profissionais orbitando revistas, desfiles, pesquisas de tendências, milionárias campanhas de propaganda e inovações têxteis com a alta tecnologia despontando nas fábricas. A vida de Coco Chanel é (literalmente) um filme que inspira a mim e deve inspirar você - cuja história não retrata fundamentalmente o brilho e o glamour das passarelas, mas as expressões pouco conhecidas dessa mulher revolucionária. Retrata a formação da grande estilista desde a infância. Quando deixada pelo pai em um orfanato, conviveu com meninas ricas e aprendeu a duras penas que precisava ser forte diante da realidade que a aguardava. Chanel tinha dois empregos: à noite era cantora de cabaré e de dia, uma

pa car oS nil a D

costureira talentosa. De poucas posses, precisava dividir o leito com a irmã. Jamais se corrompia com as ofertas noturnas e facilidades. A fita mostra que ela persiste em sua posição, talvez por revolta ou por saber que poderia fazer concessões que terminariam nivelando sua vida (por baixo). Por essa razão inicia sua formação contra os padrões da época e o padrão de submissão que a sua condição exigia. Já naquele momento, foi capaz de criar suas próprias regras e buscar (como qualquer bom empreendedor) novas oportunidades de negócio. Persiste em seus propósitos, pois reconhece (e acredita) no próprio potencial. Sua determinação por “algo mais” é o que lhe difere. Se fôssemos tratá-la aqui como case de sucesso, veríamos que assimilou uma quantidade ainda maior de comportamentos empreendedores: busca de oportunidades, autoconfiança, foco na qualidade, inovação, gestão de relacionamentos, planejamento estratégico, meta, plano de ação e outros exemplos que, sem dúvida, mais tarde lhe garantiriam tamanho sucesso. Se Chanel perdesse uma oportunidade, tratava logo de construir outra - isso está no filme! Assim aumentava seu potencial estratégico. Até que um dia ela sai da cidade em que mora, para buscar encontrar no castelo de um amigo novos contatos e com eles, novas chances. Nesse ambiente favorável, ela muda os conceitos da época ao criar roupas para cavalgar com mais liberdade. Transforma dificuldade em oportunidade, quando recria (ou recicla) as próprias roupas, já que não podia comprar novas. Planejamento, pesquisa e execução reunidos em uma só pessoa. Chanel observava a natureza, o mar, os pescadores e deles retirava inspiração para suas criações geniais. Seu potencial de inovação e persistência deixaram marcas e a transformaram em uma lenda não só para o mundo da moda, mas uma referência única no universo empreendedor feminino. Adams Auni é consultor de empresas, personal coaching e palestrante com foco em comportamentos empreendedores. www.gerenciamentominuto.com.br


gente

Helenita Fernandes

Baby Boomers: no relax! Cada vez mais interessados em Viver a Vida, essa geração existencialista pensa no pós-carreira como uma oportunidade ímpar para um “maravilindo” começo.

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uito se tem falado nas diversidades de gerações encontradas hoje nas empresas e como se dá esta convivência. Também se tem dedicado atenção à Geração Y que nasceu após os anos 80. São os jovens na sua mais plena impulsividade, inquietude e instabilidade profissional. Porém, pouco se fala na geração conhecida por Baby Boomers, ou “Geração Existencialista” (nascida entre 1946 e 1964), ou seja, teve seu auge nas décadas de 60 e 70 - o que indica que está em fase de mudança, de pós-carreira. Para entender como a geração de Baby Boomers encara esta fase, precisamos entender a guinada que deu no que se refere aos valores dominantes no trabalho e como contribuiu para a força de trabalho atual. A geração que antecedeu os Baby Boomers foi uma geração que estava no estágio da Ética Protestante, chamada de “Geração Silenciosa” (nascida entre 1925 e 1945). Sua força de trabalho se concentrou nas décadas de 40 e 50; e seus valores predominantes eram o trabalho árduo, o conservadorismo e a lealdade à organização.

E agora, os Baby Boomers estão novamente em fase de mudança, revendo suas carreiras e pensando no pós-carreira. A grande revolução é que estão vivendo mais e não estão nem um pouco interessados em

“Eu posso focar no que realmente gosto de fazer, posso fazer escolhas, pois tenho um suporte financeiro. A busca será mais intensificada pela satisfação no trabalho, pela realização pessoal. Pensando em novas possibilidades, aproveitando o conhecimento e experiência adquiridos e fazendo o que mais gosto (influenciar e motivar pessoas), escolhi iniciar uma nova carreira como educadora - agora com um objetivo mais voltado aos profissionais que estão buscando atualização e aprimoramento, como é o caso dos MBA com foco em negócios”, revela Cecília Garcez (ao lado), executiva da Previ no final do mandato. Para quem está curioso, sou da geração posterior, a chamada Geração X (nascida entre 1965 e 1981), maior força produtiva na década de 80 e valores dominantes como o sucesso, a realização, a ambição, o trabalho árduo e a lealdade à carreira. Agradeço a abertura proporcionada pelos Baby Boomers, o que aprendemos e o que ainda temos que aprender com esta geração que está se reinventando a cada dia. Helenita Fernandes é consultora e professora do MBA da UGF e coordenadora de Tutoria do Ibmec Online, al’em de sócia gerente da Movimento RH www.movimentorh.com.br

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A vinda dos Baby Boomers ao mercado de trabalho trouxe valores como a preocupação com a qualidade de vida, o inconformismo, a busca de autonomia e a lealdade a si mesmo. Esta foi uma grande revolução para a época.

“relaxar”, ao contrário, querem continuar produzindo - já que são saudáveis e têm tanto “chão pela frente”. Seu conhecimento acumulado e sua experiência a ser compartilhada, não podem ser desperdiçados. Eles querem mais e o mercado de trabalho está começando a voltar o olhar para a importância de aproveitar todo esse potencial e sorver desse grande conhecimento.


As lições da gestão

inspiradora Colaboração: Katia Cecotosti

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mpresas e pessoas que procuram mudar os negócios e o mundo reúnem uma série de atributos comuns entre elas, como a promoção do alto desempenho, incentivo a uma liderança colaborativa, exercício contínuo da liderança e um ponto de vista transmissível. Essas são algumas das lições que gurus em Gestão e Liderança pregam aos profissionais que estão à frente de suas empresas ou liderando pessoas.

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A questão do alto desempenho é destacada por Rosabeth M. Kanter, socióloga especializada em gestão e professora da Harvard Business School, como um ponto direto entre o colaborador e a empresa. Ela afirma que a sensação de perseguir um propósito, bem como o desejo de servir a sociedade mantém as pessoas em sintonia umas com as outras e com os objetivos das empresas, o que leva as companhias à uma boa performance. Para a pesquisadora, esses fatores devem estar no âmago da estratégia, apoiados por sólidos valores. “Uma das diferenças deste século é que os funcionários, cada vez mais, não perguntam o que tem de fazer. As empresas se auto-organizam”, afirma.

Inspirar os colaboradores por meio de treino constante é uma outra lição para uma gestão de sucesso. O indiano Ram Charan, especialista em coaching dos mais bem-sucedidos CEOs do mundo afirma: “Nenhum atleta transforma-se em campeão sem treinar. É o mesmo com a liderança.” E aconselha para que cada pessoa crie um programa de aprendizado pessoal, que não precisa ser necessariamente dentro de uma escola/universidade. O exemplo de Sam Walton, fundador do Walmart comprova bem esta tese. Sem a escola formal, o executivo tornou-se estudioso do varejo e do comportamento do consumidor por meio de livros e revistas para transformar a empresa em um império lucrativo dentro e fora dos EUA, desbancando concorrentes como K-Mart e Sears. Além do aprendizado pessoal, o líder também tem que se perguntar qual ponto de vista pode ser transmissível e disseminado. Esse ponto tem que ter um conteúdo sólido, ser bem-estruturado e reforçar valores e crenças. Esta visão é reforçada por Noel Tichy, considerado uma das maiores autoridades do mundo


em desenvolvimento de lideranças e professor de Management e Organizações na Ross School of Business da Universidade de Michigan. Tichy acredita que cabe aos líderes trabalhar em cima de ideias atuais e pertinentes, que sejam originais (inovadoras) ou incrementais (que dizem respeito à estratégia, à estrutura e à implementação). “As ideias motivam as pessoas em direção a um objetivo comum”, destaca o professor.

E dentro deste universo de ideias e inovação, estar atento às novas tecnologias é mais que necessário. Já se tornou questão de sobrevivência para as organizações. Assim tem sido com a web 2.0 e tudo o que ela pode fazer pelas empresas. Não se trata apenas de marcar presença nas redes, mas de fazer uso de uma plataforma para disseminar e preservar o conhecimento. Andrew McAfee, do MIT e criador do conceito Enterprise 2.0, afirma que a forma de comunicação mudou e acompanhar este fluxo é fundamental para as empresas. “Antes, a maneira que as coisas ocorriam dentro de uma empresa seguiam mais ou menos o seguinte fluxo: um líder falava o que queria, quem ele queria que fizesse cada tarefa, determinava um prazo, fazia discussões entre pequenos grupos e só então, depois de ajustes e muito vai e volta, disparava comunicados internos sobre as novas decisões. Os clientes e consumidores

ficavam sabendo ainda depois. Hoje, com a colaboração pública possível pelas redes sociais e colaborativas, dá para fazer o inverso e ouvir o que todo mundo tem a dizer para depois fechar o processo”, comenta. O mundo mudou e com ele a gestão das empresas também precisa se adaptar. Com destreza, porém com muita agilidade. “O que mais assusta as empresas e líderes que ainda não entraram na Enterprise 2.0 são os riscos que as ferramentas podem trazer. Porém, os líderes só exercem a liderança pelo exemplo. Eles podem começar a repassar informações para seus funcionários por meio dessas ferramentas. Basta escolher uma e começar a usar”, ressalta. Os especialistas citados na matéria participaram do Fórum HSM de Gestão e Liderança 2010, realizado entre os dias 6 e 7 de abril. A cobertura completa está no site br.hsmglobal.com

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no alvo

Dança das cadeiras A partir do mês de maio, Paulo Cesar Velloso Quaglia (Avon) assume a posição de presidente da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas – ABEVD. Rodolfo Witzig Guttilla (Natura) ocupará a 1ª Vice-Presidência e Marcelo Zalcberg (Herbalife), o posto de segundo vice-presidente. Os eleitos têm por responsabilidade ampliar e aprofundar os trabalhos de divulgação e reconhecimento da importância do setor, que vêm sendo desenvolvidos pela associação desde 1980. A TNS Research International, líder mundial no segmento de pesquisas customizadas, acaba de anunciar a contratação de Jorge Kodja como um dos diretores comerciais da empresa. O foco de atuação do executivo será o desenvolvimento de novos negócios no Brasil e na América Latina e o atendimento de contas globais da TNS na região. A Informatica Corporation fornecedora líder independente em software de integração de dados anuncia a contratação de Samuel Francisco dos Reis para assumir o cargo de diretor de Professional Services para a América Latina. Com isso pretende desenvolver novas competências locais com a criação de um centro de excelência para soluções da Informatica. Rafael Nassar Paloni é o novo presidente da Network1 – distribuidora especializada em soluções de comunicação de dados, comunicações unificadas, segurança, TI, videovigilância, mobilidade e data center no Brasil. Com o cargo, ele recebe a missão de estabelecer uma administração marcada por inovação nas áreas comercial e de produtos.

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Thiago Mateus das Neves é o novo chefe de operações da MDS Brasil - terceira maior consultoria de seguros do país, com o objetivo de consolidar toda a operação do negócio e apoiar a integração a MDS no Brasil com o Grupo MDS no mundo que conta com mais de 1.2 mil colaboradores em 21 países. Com a missão de estreitar relacionamento com empresas que realizam eventos em São Paulo, Veridiana Pacheco assume o cargo de Gerente de Relacionamento Corporativo do São Paulo Convention & Visitors Bureau. A Medidata, integradora de sistemas de informação e de redes de comunicação, anuncia nova estrutura interna de áreas estratégicas para suportar a expansão de seus negócios nos próximos anos. Para atender aos desafios dessa nova etapa, contratou Paulo Rodolfo Mello para comandar a área comercial da companhia em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, além de liderar os departamentos de marketing, produtos e projetos especiais.


COMO ENSINAR SEUS FILHOS A

CONVIVER COM O DINHEIRO: Coloque seu filho em contato com o dinheiro. Reforce que as moedas e cédulas precisam ser bem preservadas porque, quando danificadas, o governo gasta o nosso dinheiro para repô-las Mostre que algumas moedas e cédulas valem mais que outras, mas que todas têm o seu valor Procure distinguir coisas “caras” de coisas “baratas”. Os pequenos precisam entender esse conceito Mostre a diferença entre “querer” e “precisar”. As necessidades básicas estão contidas no item “precisar” e o “querer” pode esperar

Faça-o participar da lista de supermercado e leve-o para o momento das compras. Lembre-o de que nada que está fora da relação feita em casa deve ser comprado Espere as datas especiais, como Natal, aniversário e dia das crianças, para presenteá-lo.

Peça a colaboração dos tios e avós na educação financeira da criança. Eles podem colocar tudo a perder se derem presentes e dinheiro o tempo todo Não prometa recompensas caso ele ajude nas tarefas domésticas. Reforce que todos têm obrigação de manter o ambiente limpo e organizado, sem receber nada por isso. Do contrário, ele pode se recusar a ajudar quando não estiver precisando de dinheiro. A mesma regra vale para as boas notas na escola. Dê parabéns, valorize seu esforço, mas nunca o presenteie. Mostre que aquilo é importante para o futuro dele mesmo Nunca faça chantagem prometendo dar isso ou aquilo se ele lhe obedecer, se cuidar do irmão. Ensine-o que muitas coisas que fazemos não têm retorno material Texto do livro Você Sabe Lidar com o seu Dinheiro? Veja na Vitrine de Sucessos

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Ensine-o a fazer escolhas. Quando ele quiser dois brinquedos, faça-o o escolher apenas um. Assim ele aprende a eleger suas prioridades

O hábito de dar presentes fora de época pode fazê-lo se sentir à vontade para pedir qualquer coisa, independentemente da ocasião


Um grupo de engenheiros reunido no Imperial College, de Londres, está investindo € 3,4 milhões para construir os primeiros protótipos de uma bateria que com uma mistura de fibras de carbono e uma resina polimérica, é capaz de armazenar eletricidade na própria lataria do automóvel e liberar grandes quantidades de energia mais rapidamente do que as baterias convencionais. Nesta fase de testes, os cientistas escolheram aplicar o novo material no piso do portamalas do carro (que hoje é feito de aço). No futuro o material revestirá os gabinetes da maioria dos equipamentos eletroeletrônicos, o que pode deixar um celular fininho como um cartão de crédito!

Móveis de papel!

Foto extraída do site 100T. Autor: Thiago Avancini

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A empresa 100T teve a grande sacada de criar uma série de mobílias feitas de papelão. Não se impressione, porque o material além de ultra resistente, é fácil de montagem e armazenamento, sem contar que é literalmente “bom, bonito e barato!”, além de ecologicamente correto. Empresas de diversos setores estão adotando o material na ambientação de eventos. No ano passado quem esteve no capítulo paulistano do TED - umas mas das mais importantes feiras de Tecnologia, Entretenimento e Design - se surpreendeu com o refeitório montado com mesas e cadeiras de papelão. O bom é que terminado o evento, o que não pode ser reutilizado foi reciclado. Para melhores informações visite www.100t.com.br

A máquina que fabrica água Mais de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável no planeta. Até 2050, quando 9,3 bilhões de pessoas devem habitar o planeta, estima-se que de 2 bilhões a 7 bilhões de pessoas não tenham acesso à água de qualidade. Esta triste realidade levou a startup brasileira HNF Water a inventar uma máquina que gera sua própria água. Isso é obtido através da compressão e condensação do próprio ar. A água gerada pela máquina (que tem a aparência de um bebedouro), é potável e pode ser produzida em desertos (a empresa está negociando a tecnologia com a Arábia Saudita) ou em regiões secas – mesmo baixa, a umidade do ar nesses locais é suficiente para a condensação. O aparelho, que custa R$ 6.5 mil, produz até 50 litros de água por dia!


Bambucicleta

Essa bicicleta feita de bambu é um dos dez modelos criados pelo designer carioca Flavio Deslandes. Radicado na Dinamarca há dez anos, Flávio desenvolveu uma bicicleta para a marca Biomega, motivado pelo objetivo de criar um instrumento que reforçasse a relação harmoniosa entre veículo e cidade. Ele usa diversas espécies de bambu nativos. Além de bonita e de reduzir consideravelmente a pegada de carbono, a “bambucicleta” é muitíssimo forte! Para se ter uma ideia a máquina que fazia os testes de resistência (cada vez maiores) quebrou primeiro! http://tiny.cc/4lv2c

Birds on the wires é um trabalho que demonstra a extrema sensibilidade artística de Jarbas Agnelli ao transformar em partitura, a foto de Paulo Pinto, que mostra pássaros sobre o fio. O resultado é um vídeo que você pode assistir no Youtube. Ao final da exibição, você verá que o crédito da composição vai mesmo para “Birds” (pássaros). Emocionante! http://tiny.cc/acxwa

Coisas para pensar e fazer em 2010

Dizer à sua mãe o quanto ela lhe inspira Ter mais “acabativa” Estar aberto a ouvir ideias Colocar objetivos reais nas tarefas

Valorizar as riquezas naturais do Brasil Nutrir boas intenções Adotar ao menos uma ação de sustentabilidade

Usar e reusar

Ajudar a pensar soluções para os problemas do seu lugar

Utilizar tecnologias com Não desperdiçar o tempo sabedoria

Varrer (e não lavar) a calçada

Pensar uma nova forma de aprender o futuro Não achar que sabe tudo

Aprender a linguagem da

emoção

Comunicar ampla e verdadeiramente

Nem achar que já fez tudo

Ajudar colaboradores a Encontrar uma nova utilidade alavancar talentos e paixões Respeitar as pessoas

... para você Ser Mais

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Ser high touch

Conhecer a própria história


Teletrabalho A melhor forma de minimizar problemas que afetam a produtividade nas cidades Claudio Nasajon

E

mpresas como a Nortel Networks, multinacional com mais de 95 mil funcionários, vêm tornando realidade o teletrabalho – sistema pelo qual o funcionário não precisa ir até o escritório para realizar as suas tarefas.

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Em países da Europa, como Itália, Portugal e Espanha, já existe legislação específica que regulamenta a atividade de teletrabalho. No Brasil, ao contrário, a CTL ainda é restritiva ao teletrabalho e os empresários resistem em permitir que seus empregados trabalhem em casa, com medo de que eles aleguem “ficar à disposição da empresa 24 horas por dia”. Para resolver esse problema e incluir o Brasil no grupo dos países avançados com relação à gestão de pessoas e à produtividade ocupacional, a sociedade civil e os governos vêm buscando fórmulas de flexibilizar as práticas de trabalho à distância. O projeto de lei 3129/04, que trata do assunto, já passou pela Câmara dos Deputados e aguarda análise do Senado Federal, mas ainda é cedo para prever quando ele entrará em pauta.

Danilo Sc arpa

Enquanto isso, empresas como o Citibank, por exemplo, buscam soluções intermediárias para estabelecer escritórios sem salas, disponibilizando estações de trabalho móveis que permitem ao funcionário trabalhar “de qualquer lugar”, ou seja, em qualquer instalação da empresa. A Sociedade Brasileira de Teletrabalho - Sobratt, contabiliza cerca de 10 milhões de teletrabalhadores no país

- número considerável e crescente em razão das dificuldades de deslocamento nos centros urbanos. De olho nessa tendência, empresas vêm disponibilizando ferramentas que permitem ao trabalhador operar o sistema de qualquer lugar, a partir de um computador ligado à internet. O ganho de produtividade é enorme. Em muitos casos, além de não perder tempo com deslocamentos, o colaborador também economiza recursos físicos, já que não exige espaço, mobiliário e nem equipamentos na sede da empresa. Cada vez mais veremos pessoas realizando tarefas profissionais sobre webtops, ou em pequenas salas espalhadas pela cidade, como lan houses. Suites como o Google Docs, que permite o compartilhamento de planilhas, textos e apresentações online, ou Salesforce, um ERP “sediado na nuvem” (como é chamada a web), ou ainda, softwares como o Conecta, dão portabilidade ao trabalho. A despeito do ponto de vista de cada um é um fato que o teletrabalho é uma tendência irreversível. E contra fatos, não há argumentos. Então, gostando ou não da ideia, prepare-se: no futuro o trabalho é mesmo sem fronteiras.

Claudio Nasajon é diretor da Nasajon Sistemas, especialista em Estratégia e Inovação e Professor dna PUC-Rio www.claudionasajon.com.br


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moda, beleza e estilo

Colarinhos

V estir-se bem pode torná-lo mais atraente, claro. Mas saber definir um estilo próprio pode deixar qualquer homem em larga vantagem. O fato é que um homem com classe tem muito mais chances de ocupar posições extremamente cobiçadas. E saber “construir” uma imagem envolve a habilidade de comunicar sua personalidade através do vestuário. Veja a seguir as dicas preciosas de Clay Rodrigues do blog Estilo XY vão ajudar você a ficar “estiloso” no trabalho e não ser pego pelo colarinho!

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Fotos: reprodução

Button-down: orientado para usar com blazers americanos, são aqueles que têm apenas uma fresta atrás. Esse colarinho só cai bem com nós de gravata estilo médio.

Spread: É um colarinho bem vistoso. O melhor nó é um que seja largo. Pode-se fazer um nó mais justo e deixar esse espaço entre a gravata e a gola, vai de gosto.

Long Point: Tem um espaço

Semi-spread: O espaço da gola é bem estreito, mas o dobramento não é tão alto quanto o long point aqui também a gravata skinny é a melhor pedida.

estreito e uma dobra bem alta, essa é a melhor escolha para usar gravatas skinny (que é um pouco mais estreita). Moda masculina na rede: http://clayrodrigues.wordpress.com http://vaidososim.blogspot.com www.modaparahomens.com.br

www.homemmoderno.com http://coutequecoute.blogspot.com http://www.vman.com http://gq.com/style


rh

OS PRINCIPAIS

ERROS DOS FUNCIONÁRIOS Renato Grinberg

A

inteligência comportamental é uma das questões mais relevantes no ambiente corporativo, seja para o estagiário ou para o mais alto executivo dentro da empresa. Aliada às competências técnicas e à boa realização do trabalho, as atitudes de um profissional podem levá-lo ao sucesso na carreira, quando bem avaliadas, ou até mesmo à demissão, caso não esteja adequado às regras empresariais. Um dos erros mais frequentes dos funcionários é justamente ignorar as atitudes incorretas e não ter bom senso.

Para pessoas com mais experiência, os cuidados devem ser os mesmos. No entanto, espera-se ainda menos falhas, pois os gestores partem do pressuposto que esses profissionais já tiveram seu momento de aprendizado. Nestes casos, os principais erros estão ligados à junção indevida das questões profissionais e pessoais. Realizar planilhas particulares de gastos

Em qualquer nível hierárquico, o bom comportamento é fundamental. É preciso buscar constante melhoria com auto-análise sobre como estamos nos portando perante a empresa e, também, se estamos agindo de acordo com sua filosofia. Se for o caso, peça um feedback para seus companheiros de trabalho e busque adequar suas atitudes. Renato Grinberg é diretor Geral do portal de empregos Trabalhando.com.br e especialista em mercado de trabalho.

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Muitas pessoas acreditam que a tolerância é maior com jovens recém ingressos no mercado, por conta da pouca experiência e vivência corporativa. Mas quem pensa assim está enganado, como comprova uma recente pesquisa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). De acordo com os dados levantados, 80% das rescisões contratuais de estagiários são feitas por falta de comportamento profissional. Entre esses erros, podemos destacar como sendo os principais: pouco respeito à hierarquia, pouca flexibilidade quanto aos pedidos do chefe, brincadeiras em momentos indevidos e uso abusivo da internet ou sites de relacionamento.

no horário de trabalho; utilizar o telefone da empresa para conversar com amigos, namorado ou com a família; e falta de comprometimento são comportamentos que vemos muito. Pior ainda é quando pessoas que ocupam cargos de liderança cometem gafes que comprometem sua imagem, interferem nas relações empresariais e servem de mau exemplo para os subordinados. Líderes que proíbem determinadas atitudes de seus funcionários durante o expediente e transgridem essas regras pelo fato de ocupar um cargo de chefia, podem causar atritos internos e falta de comprometimento dos demais com a organização. Além disso, os chefes de equipes também precisam vistoriar suas próprias atitudes com relação à companhia em que trabalham. Uso abusivo de recursos da empresa para benefício próprio como usar táxi, celular e cartões de crédito empresariais podem ferir sua credibilidade e até ocasionar demissão.


2.0

Many Eyes

o site Many Eyes é uma experiência rica em termos de responsabilidade informacional. Ele analisa os impactos das técnicas de divulgação de informações sobre o debate público. Além de acessar e comentar infográficos estatísticos (de termos mais associados por homens e mulheres à quantidade de resultados para o termo “suicídio” no Google), qualquer pessoa pode criar seus próprios gráficos com os recursos disponíveis. www.many-eyes.com

Outra grande sacada em termos de colaboração é o site iFixit (leia “i-fix-it”) uma versão Repair 2.0 baseada no movimento DIY - Do it yourself ou “faça você mesmo”. Cheio de tutoriais rápidos e bem didáticos, o iFixit pode ajudar a trocar uma simples a bateria ou mesmo a percorrer os labirintos de circuitos internos dos mais cobiçados gadgets da Apple! Na completa contratendência high-tech, incentiva os usuários a montarem seus próprios objetos ao invés de correrem para lojas. www.ifixit.com

Tiny URL

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Para quem não sabe, Tiny URL é uma ferramenta 2.0 que encurta URL (Uniform Resource Locator) que numa tradução literal significa Localizador Uniforme de Recursos, ou seja, o endereço único, que indica o nome do arquivo, diretório, servidor e o método através do qual todo o documento pode ser encontrado na rede. Usamos o serviço disponível em http://tiny.cc (inglês) para encurtar alguns achados da web para você!

SharedMinds (Mentes Compartilhadas) Desktop é uma ferramenta que organiza seus achados no Twitter em diretórios e pastas e os exibe de forma organizada. Para funcionar, é preciso dar ao programa acesso à sua conta. Feito isto, ele mantém em barras as opções de responder, retuitar e seguir ou deixar de seguir. Suas configurações avançadas permitem indexar ao lado direito os tweets favoritos, mensagens diretas e menções, entre outros. Faça o download em http://tiny.cc/2sv3k


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Um aparelho de TV na sala, tem uma função muito mais agregadora do que propriamente “distraidora”. A família ali, em volta da “caixa mágica” divide sentimentos, chora e ri junta, concorda e discorda (também junta), enfim, tem o quê compartilhar. Isso sim é moderno! “Ultrapassado” é quando se abre mão disso e cada um vai para o seu “canto”, até que perde a sintonia. Invariavelmente, no domingão a TV fica ligada como um ser tagarela que nos faz companhia. Fazemos milhões de coisas juntos, separados, mas os ouvidos estão nela – se algo captura a atenção vapt! Todo mundo vai pra sala ver qual é. É Fantástico! Meu “colega” Tadeu Schmidt teve a grande sacada de criar o quadro Bola Cheia e Bola Murcha. É genial ver que mesmo lááááá nos Cafundóis do Judas, como diria a minha avó, a “pelada” na quadra barrenta sempre revela um “Bola Cheia” que dá um show: ginga, arranca, cabeceia, dribla, faz gol de bicicleta... Uau! É uma prova de que o futebol-arte pode estar em qualquer parte (ih, rimou)! Mas a gente se mata de dar risada é com o futebolpastelão dos Bola Murcha. Fala sério! Eu vi, ninguém me contou: a zaga vazia, vazia, o sujeito ali cara-acara com o gol, livre e desimpedido de tudo, de repende se prepara, aponta, manda o chute e...? Babau! A bola foi pra Cucuia! Agora, deixe-me brincar de Jogo Rápido com você: se eu perguntar “quais foram maiores jogadores de

futebol de todos os tempos?”, a despeito da sua idade, vai dizer “um é o Pelé”. Isso aí! O outro, deixa que eu digo: Mané Garrincha. E na linha desta pseudo-entrevista eu pergunto: quem realizou mais? A resposta é “Pelé!”. E por quê (se respeitadas as diferenças de estilo, eram igualmente talentosos, tinham um excelente condicionamento físico, as mesmas condições de competição, eram admirados por milhares, famosos, ótimos profissionais)? Pelé dedicou a maior parte da vida a um único clube e fez 1.284 gols em 1.375 partidas, 95 deles pela Seleção Brasileira; foi o melhor em todas as categorias. Formou-se professor de Educação Física em Santos. Foi aclamado the most famous footballer of his generation (o mais famoso jogador de futebol de sua geração) nas manchetes de jornais de todo o mundo. Os franceses o batizaram de “Rei do Futebol” na Copa de 58 e mais tarde o elegeram “O Atleta do Século” (20). Ele também é a origem da expressão “Gol de Placa”. Foi nomeado embaixador da Paz, da Ecologia, Ministro do Esporte e chegou a criar uma lei com seu nome, para transformar clubes em empresas. Sabe o que mais? Acredite: ele foi capaz de interromper temporariamente uma guerra civil no Congo Belga em 1969, pois fez com que os adversários fossem juntos ao estádio vê-lo jogar! Pelé é um dos poucos brasileiros a possuir o título de Sir da Ordem do Império Britânico na categoria Knight Commander of the Order of the


British Empire (Comandante Cavaleiro da Ordem do Império Britânico). Vou parar por aqui, ou vão faltar páginas! Já Garrincha, considerado a “alegria do povo” ou “o demônio das pernas tortas”, quando muito mereceu homenagens de gênios literários como na poesia de Drummond: “Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.(...)”. Para ele o destino não sorriu: acidentes, perdas dolorosas, brigas familiares, dezenas de internações por conta do alcoolismo, lhe tiraram da jogada prematuramente. Essa matéria traz a questão: “por que à máxima da realização, uns dizem ‘sim’ outros ‘não’?” – e propõe alguns pontos para a reflexão. O primeiro deles está em acreditar que você é quem determina o seu destino! A gente pode estar predestinada (antes de nascer) à uma missão e nem saber qual é. Mas quando tomamos consciência de que nosso destino é resultado de escolhas, parece que no dia seguinte o Universo se encarrega de deixar uma caixa de poderosas ferramentas à nossa porta. É pegar e usar! Outro fator importante é que “quando um homem busca a felicidade procurando-a unicamente

na matéria, ela escorrega das mãos”. Isso é um fato. Quando uma pessoa começa a realizar algo pensando “o que é que eu vou ganhar com isso?”, dificilmente conclui. Pode até chegar lá, mas distante do princípo altruísta jamais e em tempo algum vai experimentar a real sensação de felicidade. Já se o foco de suas realizações está no bem do outro, puxa vida... é bom demais! “Completude”, além de uma palavra linda, é uma qualidade rara: o estado de ser completo, inteiro, não se sentir dividido. Isso é fundamental para se chegar a realizar. Muita gente não realiza porque incorpora a ideia de que não está completo. Casar, por exemplo: tô fora desse papo de “cara metade”. Imagine o resultado: pegue a metade do meu rosto e junte à metade do rosto do meu par. Que que é isso?! A palavra de ordem é “procure outro inteiro”! Duas pessoas completas são uma instituição, duas pessoas pela metade, são um poço de angústia. É o que justifica quando um casal namora, namora, passa anos noivo, mas nunca se casa (não realiza!): no fundo são pessoas que no lugar de vislumbrar aquilo o que pode dar certo, se concentram no medo ou na incapacidade de lidar com aquilo o que pode (ou em algum momento vai) dar errado. Um dos maiores entraves à realização está na ob-

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solescência das metas. A gente precisa o tempo todo de estar ligado a alguém ou antenado em algo que sinalize “quando” o prazo de validade do alvo de nossos desejos expira. Por outro lado, estamos em uma época na qual muitas ideias estranhas podem (e devem) ser consideradas. Se você quer fazer acontecer, não pode ter medo de se expor. Ao contrário do que pensa “bancar o doido” pode ser uma excelente estratégia para a realização. Hajime Mitarai, presidente da Canon, diz que devemos fazer alguma coisa quando as pessoas dizem que “é loucura!” - se elas dizem que é “uma coisa boa” é porque já tem alguém fazendo. Para ele, esse é o segredo de uma vida inovadora.

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Cuidado com a autosabotagem! A gente é cheia de armadilhas. Somos ao mesmo tempo os maiores amigos e os mais temíveis inimigos de nós mesmos. Eu frequentava uma casa onde havia um rapaz cujo desejo (aparente) era realizar a faculdade de arquitetura. Isso aconteceu! Porém, no triplo do tempo e consumiu o dobro dos recursos. O fato é que o rapaz pertencia à uma família de classe média alta. Seus estudos eram “paitrocinados” e tudo o que ele precisava dar em contrapartida eram boas notas – o que nunca acontecia. Talvez o seu “eu sabotador” lhe soprasse o tempo todo: “quando eu me formar, vou poder trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro – que dificilmente chegará ao que eu ganho ficando nesta casa confortável, estudando”. É assim: realizar, implica sair da zona de conforto

na proporção de 95% de suor para 5% de sorte! Vai encarar? Como o Kip Garland diz: - “precisamos deixar de pensar em ‘não perder o que tem’ para pensar em ‘ganhar o que não tem’”. Acomodação e apego acabam com qualquer possibilidade de realização. Aquele medo danado de perder “a graninha certa no final do mês” é como o cotoquinho de tronco que impede o elefante de sair do quadrado. Saia do quadrado! Desapegue! Despreenda. O medo de ficar sem salário e se manter infeliz, desencorajado, em um lugar que não te dá o menor tesão para trabalhar, onde você vive no entorno de conflitos, não pode ser maior do que a vontade de acreditar na própria capacidade. Uma parte de nós fica “à espera de”. Esse é um baita problema: transferir para outros tarefas que são nossas. A gente pode pegar a vassoura e tirar o lixo da calçada (como faz o meu querido Hideaki Iijima), mas prefere ficar com a mão nas ancas reclamando da imundice que está essa cidade! Vejo uma turma de formandos em medicina disputando vagas para clinicar nos hospitais públicos de grandes centros urbanos, debaixo de condições precárias, falta de material e baixos salários. Mas dispensam altas propostas de organizações àvidas por pessoas qualificadas para ajudar a combater epidemias nas áreas mais pobres do mundo. O sentido de realizar é maior quando se é útil. É o caso daquele jovem que chama o chefe para


lhe dizer que conseguiu realizar uma difícil tarefa em tempo recorde. A alegria do chefe termina quando percebe que a pessoa trabalhou “feito o cão” para realizar em prol dela mesma e não da organização. O oposto também é ruim: aquele sujeito que passa anos e anos conjugando os melhores verbos da vida no gerúndio – está sempre “querendo”, “sonhando”, “adorando a ideia”, “estudando a possibilidade de”, “aguardando a oportunidade para” ... – ele apresenta uma dificuldade gigantesca de dar o primeiro passo. Na maioria dos casos são pessoas que não conseguem lidar com críticas e para não se sentirem na berlinda, acabam se isentando (olha o gerúndio de novo!). Carlos Damberg usa uma metáfora muito interessante que ilustra perfeitamente isso: ele faz uma comparação entre o comportamento da abelha e o da borboleta. A abelha voa longe para localizar e colher o pólen e o néctar. Feito isto, ela volta correndo para depositá-lo na linha de produção com as colegas. Nessa, a abelha não só ajudou o grupo, como, de quebra, polinizou jardins. Já a borboleta nunca voa em linha reta, fica de flor em flor e ainda que ela tenha feito isso centenas de vezes, dá a sensação de que não saiu do lugar. Damberg diz que nossos dons e talentos só se tornam efetivos quando são realizados – do contrário, não passam de um mero “potencial”. Você já deve ter

ouvido por aí algo como “aquele cara tem um baita potencial, mas nunca deslancha”. Ou seja, é dono de um talento que vai ficar estéril. A “EGOnomia” do conhecimento A educação é a chave da realização. E educação não é ir para a escola decorar o que há nos livros. É estar disposto a transformar conhecimento em aprendizado. O maior problema é que (como dizia Churchill) “muitas pessoas gostam de aprender, mas poucas toleram ser ensinadas”. Por isso eu aconselho a cuidar da saúde egonômica. O ego pode derrubar uma pessoa, uma instituição, até mesmo um país, se crescer à altura da arrogância. Por outro lado, é um amigo e tanto, quando equilibrado; nos dá autoconfiança, alimenta a tão necessária autoestima. A linha que divide o ego saudável e equilibrado do egoismo, é a mesma que transforma um cara criativo em um delirante ou um inteligente em um “sabe-tudo”. Quando eu falo em “egonomia”, quero dizer que o ego deve nos dar coragem o bastante para investir em nossas potencialidades sem exagerar na imodéstia. Com isso a gente conquista a confiança, ganha reputação, passa a colocar o “nós”, diante do “eu”. Como pretende realizar se omitir das pessoas suas

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reais capacidades? Eu nunca tive problemas, por exemplo, para assumir a facilidade com que elaboro ideias. Acontece que eu investi muito na criatividade, enquanto muita gente divagava. E aí? Viu, falei de uma qualidade minha – é um fato. Isso pode ajudar? Então por que deixar de comunicar na hora e lugar apropriados e para as pessoas certas? O problema está em quem acha que já realizou tudo. Quando se sabe muito, se fecha a mente. É aí que a gente começa a morrer. Então, é melhor começar a viver cada dia como se fosse o último. Conjugue “realizar”

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Perguntei para um homem feito: “o que é realizar?” e ele me respondeu que era fazer algo de que gostasse e lhe garantisse um bom dinheiro. Aí eu questionei: “então você acha que Gandhi não era um homem realizado? Veja: ele mobilizou uma nação inteira na conquista da independência da Índia e não ganhou um tostão por isso!” – e ele parou para refletir. Já para meu filho mais novo (que é muito novo mesmo) perguntei: “amadinho, o que o verbo ‘re-

alizar’ quer dizer”? Ele respondeu “na lata”: - “fazer acontecer!” e completou: “sabe, mãe, o Luan de Oliveira - que é um skatista que eu admiro muito - sempre diz para a gente nunca esperar acontecer e sim, fazer acontecer. Essa frase não sai da minha cabeça. Esse cara é um realizador: com apenas 19 anos já tem alguns dos melhores patrocinadores do mundo”! Isso mesmo, filho, como diz minha amiga blogueira Isa Grou (que se dedica a transformar deficiências em eficiências): “basta querer, acreditar e agir!”. Realizar é, sobretudo, resultado de um comportamento. E comportamentos geram hábitos. Hábitos se incorporam à nossa personalidade, nossa maneira de viver. Então, se você quer logo começar a realizar, só posso lhe dizer: - “simplesmente faça”! A folha-de-rosto dessa matéria é um presente que eu quis criar pra você: recorte, emoldure e dependure bem diante de seus olhos. Assim, todas as vezes que vir essa frase, uma voz de comando vai fazer seu coração bombear uma energia mara-vi-lho-sa por todo o seu corpo. Se era isso o que faltava, você já pode acontecer! Tina Andrade


Tendências no

“paredão” Kip Garlang

U

ma das primeiras coisas que aprendemos em física é que toda ação gera uma reação de igual intensidade e de sentido contrário. Quando empurramos uma parede, esta parede também nos empurra - com uma força exatamente igual à força com a qual nós a empurramos - e é por isso que a parede e eu permanecemos em perfeito equilíbrio. E esta maneira de pensar se aplica também em outras circunstâncias.

O que fica muito claro é que nossos modelos lineares de projetar informações passadas para o futuro, através de análise, planejamento e definição de objetivos, são formas inadequadas de olhar para um futuro mais complexo e não-linear. Assim como acontece quando empurramos uma parede, as tendências vão gerar forças contrárias, que entrarão em ação influindo na forma como o futuro será. Ao invés de continuar aplicando cegamente as técnicas de análise de dados para o planejamento estratégico, é hora de começar a pensar em maneiras novas e não-lineares de aprender sobre o futuro. Uma dessas formas é um processo chamado de “descoberta”, que tem como premissa que o futuro ainda não existe e, portanto, pode ser descoberto, criado (em vez analisado, previsto).

Kip Garland é o fundador da innovationSEED kgarland@iseed.com.br

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Uma delas é quando usamos tendências para tentar compreender como deverá ser o futuro. As tendências são importantes, já que parecem indicar as direções das mudanças. Nós estudamos e usamos tendências durante todo o tempo em nossas vidas. No entanto costumamos projetar o futuro ignorando a existência desse primeiro princípio da física. As pessoas projetam as tendências no futuro, sem considerar que cada uma irá gerar uma reação. Por exemplo, a tendência high tech para um mundo com mais de alta tecnologia, gera a contratendência high touch (de pessoas com mais necessidade de contato físico). À medida em que nos tornamos mais virtuais, a presença física se torna ainda mais valorizada. Rolf Jensen, do Instituto de Estudos do Futuro de Copenhagen diz que“estamos no crepúsculo de uma sociedade baseada em

dados”. Para ele, enquanto dados e informações passam a ser domínio dos computadores, a sociedade irá valorizar cada vez mais a única habilidade dos seres humanos que não pode ser automatizada: a emoção. Imaginação, mito, ritual - a linguagem da emoção - irá afetar tudo, desde a nossa decisão de compra até a forma de trabalharmos com os outros. As empresas irão prosperar com base nas suas histórias e mitos e terão que entender que seus produtos são menos importantes do que as suas histórias.


A força do Carma Mr. Mind

T

odos ouvem, desde pequenos, falar sobre o tal “carma”. Mas afinal, o que é o carma e como ele pode interferir negativa ou positivamente na vida das pessoas. Para entender o carma, você tem de entender alguns princípios que carregam sua essência, são eles: Princípio primeiro: Todos sempre, tem no mínimo duas escolhas.

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Princípio segundo: Toda escolha carrega consigo algumas opções. Observação: O contrário não é verdadeiro. Princípio terceiro: Os resultados são sempre respostas de sua atuação no passodo ou no presente, ou de sua excitação em fazer acontecer o futuro. Princípio quarto: Não há nada de errado em decidir fazer algo que não dê certo. Errado não é errar, mas permanecer no erro. Quem nunca ousou algo largamen-

te proibido, não sentiu um frio na barriga, não tem o direito de ser feliz. O carma ou também conhecido como livre arbítrio é justamente o que as duas palavras sugerem, o livre origina-se da liberdade e o arbítrio de arbitragem, ou seja, a capacidade de ser livre para arbitrar o próprio destino. Muitas pessoas preferem acreditar em uma força suprema, que manipula suas decisões e ações, que coordena de modo direto suas vidas. Muitas pessoas, e para ser sincero a maioria, também prefere acreditar em chás milagrosos, falsos gurus, porções mágicas, simpatias, profetas sem antecedentes e coisas do gênero, ante a acreditarem em si próprias. Claro, para estas pessoas, é muito mais fácil, se está acontecendo algo errado em suas vidas, é por que alguém está conduzindo este algo, se está tudo certo, é motivo para desconfiança, coisas do tipo: “algo ruim deverá acontecer. Está tudo muito bom na minha vida”. E realmente acontece, é o livre arbítrio, o Universo apenas propaga o que você pensa.


Alguns mandamentos podem ser seguidos para que o carma ou livre-arbítrio possa ser estimulado e você saia deste cárcere amaldiçoado em que se meteu por acreditar em coisas que não devia.

Mandamento primeiro: Decisão e foco A decisão é o primeiro passo para você chegar a algum lugar. Dentro deste mesmo contexto precisa analisar com cautela e prioridades o foco. O foco é a capacidade de entender e compreender precisamente o que você quer. Você desenha mentalmente o caminho, percorre-o e faz os ajustes necessários para que - quando realizar a ação física - possa alavancar sucesso e capturar cada centímetro de seus erros e acertos. Mandamento segundo: Ação A ação é a capacidade, habilidade ou atitude de colocar movimento no seu propósito. É quando você atende aos valores que preza e que fazem diferença em sua vida. A ação é o primeiro filtro do impacto de suas atitudes no ambiente. Entender os motivos que o levam a agir ou estagnar, pode ser um interessante meio de agregar aprendizados durante o caminho. Mandamento terceiro: Resultado

A melhoria contínua é a chave-mestra do processo e consiste em utilizar acertos e erros para conduzir atitudes maduras e seguras. Nesta etapa você conhece o problema e conhece a solução, sabe dissernir os dois e também conhece formas de fazer o problema se tornar uma solução, conhece o ambiente em que está inserido, sabe e reconhece o poder de suas atitudes. É uma questão muito simples: As pessoas que possuem domínio sobre o carma ou livrearbítrio são felizes. As pessoas que não possuem este domínio são tristes. As pessoas que entendem sua motivação sabem precisamente como proceder diante de intempéries; e se não sabem, sabem quem procurar para ajudar. As pessoas que não são donas do seu destino vivem buscando motivos para ficarem onde estão e regredirem. Encontram problemas em soluções e reforçam o problema diariamente diante da intensa capacidade de não realizar. Já aqueles que possuem o domínio sobre o carma conseguem tomar as rédeas de suas vidas e controlam os resultados que querem obter de suas ações. As pessoas mais tristes do mundo veem diariamente coisas que não escolheram acontecer em suas vidas. E as felizes? Fazem o contrário!

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O resultado é a resposta promovida pelo ambiente em detrimento da sua ação. O resultado não deve ser entendido como fracasso, ou admirado como vitória, deve ser apenas um filtro que conhece e reconhece cada molécula de informação catalogada. O resultado deve desmistificar entendimentos do passado de forma inteligente, fortalecer decisões no presente e estimular condições para atitudes sábias no futuro.

Mandamento quarto: Melhoria contínua

Mr. Mind e conferencista, Líder Motivacional, Hipnólogo e Especialista em Linguagem e Comunicação Humana. www.mrmind.com.br


jogo rápido Anderson, de onde veio a inspiração para fazer da vida humana a matéria prima do seu trabalho? Da família: pobre financeiramente, muito rica em princípios. Aprendi cedo que podemos, sim, contribuir com o próximo - ainda que, por vezes, esbarre nos próprios limites. Decidi, assim, ter interesse nas pessoas e buscar estar o tempo todo consciente das minhas escolhas.

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Tina Andrade

Ele começou a palestrar muito cedo, girou pelo mundo buscando entender o que trazia real significado à vida de pessoas e corporações. Foi assim que conquistou a faculdade de “ser humano” e passou a colocar tudo em livros que vende como água! Ele é um homem para quem o sucesso tem um “quê” de sensibilidade, humildade. Meu Jogo Rápido é com

Anderson Cavalcante


Você é um autor com quase 350 mil livros vendidos - que curiosamente falam de “coisas simples da vida”. Qual caminho o levou ao sucesso? Eu acredito que o meu sucesso está justamente na simplicidade. Busco escrever para o coração dos meus leitores e não para seu lado racional; e dessa forma trazer à tona aquelas experiências e sentimentos bons que a correria da vida acaba sufocando. Meu caminho do sucesso é pavimentado de fé, integridade e experiência vivida. Também tem muito estudo e leitura. Em um de seus artigos, você afirma que quanto maior o cargo, maiores as dificuldades para conduzir a administração da sua vida. Bem, é seu o mais alto cargo da Editora Gente! E é deste mesmo artigo que tomo emprestada a pergunta: - “Como ficam seus sonhos e os anseios particulares? O quanto você caminha a cada dia na direção da sua autorealização?” Meu sonho foi sempre ser empresário, empregar um grande número de pessoas e assim realizar a minha missão de ajudá-las a criar significado em suas vidas. Tenho consciência de que qualquer decisão que eu tome (certa ou errada) terá impacto direto ou indireto na vida de quase 200 pessoas

- algumas eu nem mesmo conheço, mas sei que preciso contribuir para o seu desenvolvimento. Tenho uma esposa e uma família maravilhosas, que me fazem sentir uma pessoa realmente especial, entende? É o que me motiva cuidar de tudo um pouco - e todos os dias caminhar na direção da minha autorealização. Que conselho você dá ao executivo que ainda não se sente feliz e realizado mesmo depois de chegar no posto mais alto da companhia? A cultura da empresa é baseada nos seus acionistas - se a empresa tem atitudes e valores que não condizem com os seus, ela o estará afastando de si mesmo. Você irá viver um martírio, pois estará desnutrindo o espírito; derrubando sua produtividade (o que também não é justo para a empresa) e o resultado será uma enorme frustração. Neste caso precisa começar a olhar para as possibilidades que vão fazê-lo voltar a se sentir feliz. E se decidir mudar, lembre que não existe ramo ou empresa errada, mas escolhas impróprias.

Um coach já fala abertamente (tanto para homens, quanto para mulheres) que uma vida sexual ativa é fundamental para alcançar a satisfação pessoal e plenitude, ou esse ainda é um tabu? Isso mesmo! Fico bravo quando vejo casais há mais de 15, 20 anos que não se beijam mais. A gente precisa beijar! Ter uma vida sexual ativa faz com que nosso organismo produza hormônios do bem-estar (que dão aquela sensação de “alma lavada e enxaguada”!), de plenitude, de certeza. Sem falar que ajuda no tônus da pele, dá brilho no olhar... Gente, a vida é feita de pequenos momentos e estes são repletos de grande significado! É para beijar muuuuuito, aproveitar cada momento de prazer, troca de olhar, cada toque e buscar intensidade (e integridade) nas relações. Isso dá uma força! E encerro essa entrevista com mais uma de suas perguntas geniais: meu caro Anderson, “o que realmente importa”? Para mim, o que realmente importa tem custo zero: um beijo do filho, um “eu te amo” a qualquer hora. A gente se “mata” de trabalhar para conseguir o quê? Dinheiro!? A felicidade é “um pássaro azul” e ele está o tempo todo ao nosso lado! A gente é que não vê. O que realmente importa na vida é você viver verdadeiramente a sua essência, aquilo no que acredita e assim, depois de um longo dia de trabalho, deitar a cabeça no seu travesseiro com a certeza de ter vivido mais um dia como se fosse o último e querer repetir isso!

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Você trocaria cargo, carro e casa pela chance de se dedicar mais a você mesmo, sua saúde, sua existência? Não, de forma alguma! Na minha visão, “qualidade de vida” é você viver verdadeiramente o seu propósito. O meu é o de trabalhar muito, escrever, contribuir com as pessoas e aprender com elas algo novo a cada contato. Tenho na agenda “n” tarefas, trabalho, atividade física... e ainda dou conta de cumprir minha lista das coisas boas da vida, como curtir a minha “eterna namorada”. Eu tenho que agradecer

a Deus a oportunidade de fazer o que amo na vida!


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www.daniloscarpa.com daniloscarpa.com


O diálogo

essencial Ariane Masliaev

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odo profissional tem metas a cumprir, seja qual for a área de atuação ou o escopo de trabalho. Para que os objetivos sejam alcançados de forma plena e satisfatória, é imprescindível que haja sinergia entre o gestor e sua equipe, para que as atividades sejam adequadamente atribuídas. Para o líder, tão importante quanto conhecer o perfil de seus colaboradores é saber ouvir as expectativas e necessidades da equipe, a fim de promover o melhor desenvolvimento das funções e evitar sobreposição de tarefas e desgastes desnecessários. Aos funcionários cabe o desafio de fazer o planejamento em função das metas e seguir com as tarefas preestabelecidas. No entanto, muitas vezes o cumprimento do cronograma de atividades fica aquém do esperado. Esse é o momento no qual o desentendimento deve ceder ao diálogo tão essencial para reorganizar as tarefas e até mesmo rever as funções de cada membro da equipe, se necessário. Ao notar que tem dificuldade em cumprir suas metas, o colaborador deve estreitar o relacionamento com o superior, levando não só problemas e dúvidas, como também sugestões para resolver os impasses. É preciso vencer a insegurança e procurar a colaboração dos superiores para gerar consenso sobre os rumos a seguir. Vale lembrar que, ao menor risco de não cumprimento dos objetivos, o gestor deve ser informado para que possa ser elaborada, em conjunto, a melhor estratégia de ação. Por outro lado, o gestor deve estar aberto a ouvir ideias e propostas de sua equipe. Afinal, quando o funcionário se compromete com atividades que ele mesmo propôs, deixa de encarar as tarefas como im-

posição externa e busca a superação do desafio de forma mais positiva. Além disso, é fundamental fazer com que todos os integrantes da equipe entendam o significado das metas estabelecidas - e quais serão os benefícios alcançados com elas - caso contrário, elas não serão compreendidas e tampouco levadas a sério. O feedback é uma importante ferramenta para fomentar o bom relacionamento entre gestores e sua equipe. O momento, muitas vezes encarado somente como crítica, é uma ótima oportunidade para debater o desenvolvimento das atividades. Para que a experiência seja bem-sucedida, é preciso que as partes tenham o máximo de respeito uma pela outra. Devem sempre ter base em fatos concretos, munidos de dados consistentes que validem o discurso. O gestor deve dar abertura ao funcionário que, por sua vez, precisa estar preparado para ouvir e não somente se justificar. Por fim, a autoavaliação apoiada nas informações colhidas deverá nortear os passos rumo ao sucesso. Questões que impactam diretamente na qualidade das atividades desenvolvidas e, por consequência, no alcance das metas, devem sempre ser debatidas. A empresa é quem dá esse subsídio para que gestores e equipes cumpram suas atividades. Se a organização impõe metas sem explicação e não tem espaço para o diálogo, cabe ao funcionário decidir se está apto a lidar com a situação.

Ariane Bayerlein Masliaev é gerente de recursos humanos do Universia Brasil - www.universia.com.br


Da nil oS car pa

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Sonhos com

asas

Dr. Jô Furlan

S

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egunda Guerra Mundial, 1943. Dois garotos apaixonados por aviões conversam animadamente no que chamavam de “escritório”: um banco de praça na Avenida Rodrigues Alves, em Bauru, interior de São Paulo. Benedicto César, mais conhecido como “Zico”, teve forte influência sobre o amigo Ozires. Ambos, filhos de funcionários públicos, não se conformavam com o fato de que o Brasil - um país de dimensões continentais - não fabricasse aviões. Pensavam que poderia, sim, fabricar aviões e que eles fariam parte do processo, mas, devido a suas condições sociais, tudo parecia terminar apenas como sonho de garotos. O mundo deles se expandiu com a chegada, em Bauru, de um construtor de planadores, vindo da Suíça. Ao entrarem pelo campo da aerodinâmica, a paixão pela aviação e pela fabricação de aviões aflorou. Descobriram que o mais perto dos aviões de que poderiam estar, nas condições financeiras em que viviam, era tornando-se pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB). Prestaram a primeira prova e foram reprovados. Com um sonho na cabeça e um desejo ardente em seus corações, estudaram incansavelmente por um ano. Êxito! Foram aprovados e juntos cursaram a Academia da Força Aérea. Foi, no entanto, na formatura que escolheram caminhos diferentes. Zico foi pilotar jato nos Esquadrões de Caça da FAB, enquanto Ozires Silva foi para o Correio Aéreo Nacional. Sim, o mesmo Ozires Silva, que 16 anos depois fundaria a Embraer.

É sabido que Santos Dumont, para materializar seu sonho de voar, foi obrigado fazê-lo no exterior, na França. Já Ozires, sonhou construir aviões e perseverou incessantemente até conseguir. Sua habilidade de se relacionar aliada à sua competência e formação excepcionais (era graduado Engenheiro Aeronáutico), deram a ele capacidade e credibilidade - aspectos que foram fundamentais para a realização de seu sonho. Um projeto idealizado por dois garotos, dois amigos e irmãos de alma, separados por um acidente fatal que levou de Ozires o amigo Zico. A dor da perda quase matou o sonho também. Passados três anos da tragédia, Ozires é acordado de madrugada por um superior para fazer uma certificação de voo. Prestativo, aceitou o pedido. O que ele não sabia até então, é que subiria naquele avião como piloto e desceria como engenheiro aeronáutico. O major a quem ele atendera era aluno do ITA (Instituto de Tecnologia Aeroespacial). Apesar de Ozires estar alguns anos na Aeronáutica, não conhecia esse que já formava os engenheiros aeronáuticos do Brasil. Meses depois, foi aprovado como aluno bolsista da FAB e então decolaria para a materialização de seu sonho com Zico. Terminado o curso, foi convidado a permanecer no CTA (Centro Tecnológico Aeroespacial), órgão superior ao ITA. Foi designado para o Departamento de Aeronaves, mais uma maravilhosa coincidência que veio a seu encontro.


A confirmação da “orquestragem” divina veio com a chegada de um construtor aeronáutico da França, que incorporado à equipe, aceitou desenvolver o projeto de uma aeronave pequena e versátil, especialmente para atender ao mercado da aviação regional. Superando obstáculos quase inimagináveis, Ozires e sua equipe foram unindo adeptos e apoiadores à ideia de fundar a Empresa Brasileira de Aeronáutica – Embraer. Apesar das inúmeras idas e vindas em busca de apoio financeiro para o projeto - e acostumado a ouvir apenas “não” - um “golpe do destino” fez com que ele fosse surpreendido com a visita do Presidente da República no início de 1969: Arthur da Costa e Silva estava a caminho de Guaratinguetá, quando, a forte neblina, forçou o pouso seu avião em São José dos Campos. Havia sido orientado pela torre de comando a estacionar (justamente) em frente ao hangar que guardava a aeronave Bandeirante, criada no CTA. e bem-sucedida internacionalmente, exportando aeronaves “made in Brazil” para o mundo. Em seu retorno à presidência da empresa pela segunda vez, em 1991, novamente fez o inimaginável. Acreditando na privatização para a manutenção e expansão da Embraer, conseguiu o apoio dos milhares de funcionários e concretizou a mudança. Seu sucessor continuou a expandir os horizontes da companhia com talento e competência. Ozires Silva inspira, fascina e confirma o poder do sonho, aliando coragem, ética e dedicação. Sua virtude, talento e credibilidade continuam atraindo empresas de todos os setores da economia. Seus mais de 70 anos são a confirmação do quanto um homem é capaz de realizar por um sonho. E você sabe quais são seus sonhos, objetivos e metas? O que motiva você a ser mais e assim tornar-se um realizador? Tenha a coragem e a ousadia de transformar sonhos em realidade. Dr. Jô Furlan é médico, escritor, 1° treinador comportamental do Brasil. Autor do livro Inteligência do Sucesso e coordenador editorial da Coleção Ser Mais www.drjofurlan.com.br

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Na época, o governo mostrava-se irredutível: não seria criada nenhuma empresa de capital misto. Mas, Ozires aproveitou a oportunidade e compartilhou seu sonho, suas ideias e sua visão com o Presidente, que lhe respondeu: “Ozires, você está certo. Temos de construir esses aviões! Vamos criar a empresa”. Nesses momentos inexplicáveis, Ozires sentia o apoio do amigo Zico, ainda mais vivo em seu coração. Quase tudo pronto e um acidente põe em risco a credibilidade da aeronave construída. Fazendo de um limão uma limonada, Ozires e sua equipe recuperam o avião acidentado em Mato Grosso em menos de 24 horas. Em um dia, a manchete dos jornais relatava o acidente com a aeronave brasileira; no dia seguinte, a inacreditável história da recuperação - resultado da competência e da coragem da equipe. Ao chegar à base do CTA, Ozires ficou decepcionado, pois, apesar do triunfo, não havia nenhuma recepção. Hangar fechado, que tristeza! Ao desligar a aeronave, abriu o hangar e a surpresa: o avião foi cercado por um grande número de pessoas ao som da banda militar e tantas honras. ASSIM, recebeu a notificação oficial da criação da Embraer no ano de 1969. Vitória! Agora era fato. Apesar de seu receio, aceitou a presidência, montou sua equipe e fez história. Construiu uma empresa vencedora


Pensdee! gran

Você tem uma ideia, muita coragem, ousadia e vontade de empreender. Faz as contas, aperta daqui, puxa dali e finalmente abre seu negócio. A satisfação é enorme e a convicção de que tudo dará certo é o maior combustível para investir toda a sua energia no projeto. E com muito suor e trabalho, as coisas começam a acontecer. O negócio prospera, a empresa cresce, é necessário contratar mais gente, criar áreas específicas e pensar nas próximas etapas. De repente você começa a perceber que está faltando braço e cabeça para tomar conta de tudo que é necessário. No entanto, as oportunidades continuam a aparecer e... a escapar de suas mãos.

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Esta cena é muito frequente e acontece com grande parte dos empreendedores que criam negócios de sucesso em sua fase inicial. Porém, o próximo passo é o responsável por definir a continuidade do seu sonho ou o começo da decadência. Costumo defini-lo como o dilema “executor x gestor”. A maioria dos empreendedores que alcançam sucesso no início de seus negócios é exímia executora. Consegue transferir suas ideias para a prática e coloca a mão na massa para levar o projeto adiante. É ao mesmo tempo, estratégica e operacional, comercial e financeira, compradora e vendedora. Participa de todos os processos e tem a confiança de quem sabe o que está fazendo. Estes empreendedores acreditam que serão capazes de continuar a fazer isto conforme o negócio vai prosperando. Poucos se lembram que, em algum momento, é necessário mudar a estratégia e começar a delegar

Marco Túlio Fumis

antes que seja tarde. Pois, a medida que um negócio cresce e prospera, novos desafios aparecem e o volume de atividades aumenta. Se um empreendedor não percebe este momento, poderá ter sérios problemas e colocar tudo a perder. Um negócio possui três fases: start-up, crescimento e maturidade. A fase da maturidade é a que requer mais atenção, grande dose de humildade e visão por parte do empreendedor. Este é o momento de parar de executar e começar a gerir seu empreendimento. Ou seja, de encontrar maneiras e processos para manter a trajetória ascendente. É a hora de compartilhar responsabilidades com as pessoas que vêm mostrando capacidade de assumir tarefas essenciais para o bom andamento do negócio. Para tanto, este capital humano deve ter sido criado e desenvolvido ao longo do tempo, sob o risco de não atender as demandas quando estas aparecerem. Os empreendedores que pensam grande sabem quando esta hora chega; quando é preciso dividir para somar mais. Sabem que, a partir de determinado momento, não conseguirão dar conta de tudo e para o negócio continuar crescendo terão que pendurar a camisa de executores e vestir, a farda de gestores, contribuindo (e muito!) para a prosperidade de seu sonho. Analise seu momento, reflita sobre o que está acontecendo, pense se não é a hora de partir para a gestão do seu empreendimento. Bons negócios!

Marco Túlio Fumis é Sócio-Diretor da Piccini & Fumis Consulting and Management, onde auxilia “Empreendedores que Pensam Grande®” na construção de organizações vencedoras e sustentáveis. www.piccinifumis.com.br


Ação , já ! Quando motivar não faz sentido ,

é hora de agir

U

Leila Navarro

ma empresa nasce, cresce, às vezes une-se à outra, outras vezes dividese, em um processo que muito se assemelha ao ciclo vital de seres humanos. E como ocorre com todos nós, ela também adoece, morre ou transforma-se, alterando dramaticamente a vida daqueles que, de uma forma ou de outra, dependiam dela. De fato, os sentimentos que temos quando perdemos o emprego ou assistimos a falência da organização a que dedicamos tempo e talento assemelhamse aos que experimentamos com a perda de um ente querido: tristeza, desamparo, raiva, impotência... O que vou fazer da minha vida? Como sobreviver à perda? Perguntas inevitáveis, frequentes, que revelam toda a nossa insegurança diante de um fato que não podemos mudar e cujo impacto em nosso cotidiano é tão forte que muitas vezes faz com que a gente se esqueça de que ainda temos o poder de estabelecer uma nova meta e de caminhar em sua direção.

Situações como essas são cada dia mais comuns, pois em tempo de globalização as transformações empresariais são inevitáveis. Sobreviver a elas – melhor ainda, ganhar com elas! – não é difícil, mas exige mudanças de postura e de crença. Para começar, não é hora de montar grupos de motivação. Na verdade, pensar em motivação no auge de uma crise não vai ajudar ninguém a vencer as dificuldades – afinal, motivação para a vida, para o trabalho e para a alegria é uma coisa que todos devemos ter, sempre, e é pura perda de tempo tentar despertá-la em um momento em que a ação é a única atitude recomendada. Quando um barco afunda, por exemplo, é a ação que vai levar uma pessoa até terra firme; quando alguém sente-se mal, é a ação de socorrê-la que pode salvá-la. Portanto, nesses casos, é recomendável esquecer os grupos de motivação e fazer, isso sim, um mutirão de ação que estabeleça rapidamente novas metas, fixe estratégias criativas e efetivas para atingí-las e faça com que todos os envolvidos cheguem lá, sãos, salvos e... motivados!

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Mas como fazer isso? Esta pergunta foi feita recentemente pelo funcionário de uma empresa tradicional, centenária, que decidiu fechar uma de suas unidades – uma decisão que implicará no afastamento ou recolocação de aproximadamente 200 pessoas. “Decidimos formar um grupo de motivação, que nos esti-

mule a sair da crise, mas estamos sem rumo”, conta ele, antes de colocar o que mais o preocupa: “se a motivação está em cada um de nós, o que devemos fazer para motivar 200 pessoas que não têm destino certo e seguro?”


É essencial, ainda, deixar de ver essas situações como problemáticas, lembrando-se do ensinamento oriental: se um problema tem solução, deixa de ser problema; se não tem solução, também não constitui problema – a saída, neste caso, é procurar rapidinho novos caminhos, ideias, ações, pois perder energia atrás de soluções impossíveis não é saudável nem inteligente. Nesses momentos, é im-

portante saber distinguir duas atitudes bem diferentes: perseverança, que nasce da confiança em nossas metas; e teimosia, que faz com que nos agarremos ao impossível porque não acreditamos que tenhamos qualquer outra possibilidade ou simplesmente porque nos recusamos a largar o osso – muitas vezes nos esquecemos de que desistir não é sinal de covardia e, sim, de maturidade e sabedoria!

Quatro procedimentos simples são de grande ajuda nesse processo. Vamos a eles: 1) Busque um local tranquilo e certifique-se de que não será perturbado por qualquer fator externo. Analise cuidadosamente a situação que está vivendo. Escreva todas as saídas possíveis para essa situação. Coloque o seu corpo em uma posição relaxada. Imagine cada uma das possibilidades separadamente, observando as reações do seu corpo, percebendo em qual delas ele fica mais confortável e feliz. O corpo é inteligente e pode ajudá-lo em uma decisão importante. 2) Pesquise! Leia sobre o assunto e converse com pessoas que já passaram por situação semelhante. Saber que você não é o único a enfrentar determinado tipo de dificuldade traz uma certa tranqüilidade e é de grande ajuda – além disso, a experiência alheia pode apontar caminhos inovadores.

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3) Não tenha medo. Melhor, tenha fé em você mesmo e acredite que as dificuldades serão vencidas. Afirme isso repetidas vezes, até o seu cérebro acreditar. Quando repetimos muitas vezes a mesma coisa, o cérebro passa a acreditar nisso, modificando o seu comportamento – ou seja, você constrói a sua realidade. Só é feliz quem acredita que é! 4) Mantenha uma postura empreendedora, pois ela permite a você ver toda e qualquer situação, por mais difícil que seja, como uma oportunidade de crescimento, de aprendizado, de negócio, de transformação positiva. Nesse sentido, não vale cruzar os braços esperando as coisas acontecerem, muito menos culpar terceiros pelo seu momento: reflita, planeje e, principalmente, aja!

Leila Navarro é palestrante comportamental, empresário e autor. www.leilanavarro.com.br


SEU CLIENTE só COMPRA COM

DESCONTO?

Marcelo Ortega

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Marcelo Ortega é especialista em inteligência e sucesso em vendas. www.marceloortega.com.br

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ender com desconto e prazo é a saída mais fácil, mas a guerra de preços e predatória e faz sua empresa se tornar frágil e fadada ao fracasso. Existem duas maneiras de posicionar a venda de seus produtos e serviços – preço ou valor. Grandes redes varejistas dão à falsa impressão de que se posicionam por preço barato, no entanto, trabalham com alguns produtos em promoção e atraem clientes com crediários de juros altos. O prazo e a grande oportunidade. No entanto, quebrariam se tivessem margens de lucro reduzidas, mas em vez de baixarem os preços, cobram mais caro no longo prazo. Posso lhe assegurar que a segunda maneira, a de percepção de valor para o cliente, e o melhor caminho para o sucesso em vendas. É preciso reaprender a vender, com propostas e negociações que demonstrem os reais diferenciais, benefícios e vantagens competitivas que seu produto tem. Sabemos que produtos caros vendem, e vendem muito. Pois o cliente percebe valor. Bolsas caras, canetas caras, restaurantes caros, carros caros vendem muito. O caro é relativo, concorda. O vendedor é o maior responsável por ensi-

nar o cliente a comprar o valor que seu produto pode representar para ele ou sua empresa. Pare e pense: sua proposta só contém preço ou seu cliente precisa entender outros pontos importantes para ele? Você pode não ter o menor preço, mas o melhor dentro daquilo que o cliente quer para ele. Mesmo que seja uma venda para empresa, considere que lá existe uma pessoa decidindo pela compra e ela tem seus motivos para fazê-la, sendo os principais, aqueles que não podemos ver ou pegar. É o lado intangível da venda, o que determina maior valor para o cliente. Clientes não compram carros, apartamentos, roupas, crédito bancário, seguros, treinamentos, computadores ou o que for. Eles compram o que vêm por trás destes produtos e serviços. Se observarmos exemplos do nosso dia-a-dia, duas pessoas ou duas empresas podem comprar carros por motivos completamente diferentes, para uma delas pode ser uma questão de sobrevivência, ou seja, necessita para deslocamento e para outra uma questão de reconhecimento, status. Não podemos tratar nossos clientes com as mesmas perguntas ou com a mesma pressuposição de sua necessidade. Entender o que chamo de DNA da Venda é desvendar o ponto mais fundamental para vender mais e mais, o lado intangível e emocional. Ao invés de dar desconto, dê ao cliente seus diferenciais como atendimento, envolvimento, presteza, qualidade, tranquilidade e resultados. As pessoas pagam mais quando recebem mais.


O líder significativo Mauro Miaguti

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ivemos um momento único, talvez o mais importante de todos. Temos nas mãos a oportunidade de transformar, adaptar, modelar o mundo em que vivemos, ou mesmo destruí-lo.

sentimento do não pertencimento”. Ou seja, a segregação. O humanista Rogers, em suas pesquisas apontava o reconhecimento como sendo a emoção inata do homem. Já a ciência apresenta a vaidade e o desamparo.

Podemos conduzir tudo o que imaginarmos (desde negócios, família, sociedade), mas todos os caminhos nos levarão às pessoas com suas capacidades e competências, bem como medos, dogmas, sensações, percepções e emoções inatas.

Somos ávidos, em saber a nova tecnologia, inovação, novas técnicas de gestão, grandes mudanças. Mas esquecemos de atribuir às pessoas sua real importância, fazer com que tenham uma noção clara de pertencimento e dar a elas o poder de realizar - a isso chamamos de liderança significativa.

Historicamente, somos influenciados positiva ou negativamente por aqueles que têm componentes, que atraem e retém a atenção, respeito e confiança de seus seguidores. Assim são os líderes. Um pouco mais de 500 anos antes de Cristo, um jovem chinês tentou ingressar no serviço burocrático de seu país, sem sucesso. Então foi cuidar de estábulos e dar aulas. Este jovem é o pensador chinês Kung-FuTse que você conhece por seu nome latino: Confúcio. Seus ensinamentos e sua sabedoria o fazem presente até os dias de hoje. Bem mais tarde, no século 19, um advogado indiano de nome Mohandas Karamchand Gandhi inspiraria o movimento que conduziu um povo inteiro à libertação. Estamos falando de Mahatma Ghandi (“A Grande Alma”).

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Estes líderes - como todos os outros - apresentam como traço comum a paixão e a crença de que o que mais importa é a realização de um desejo entranhável de mudança embasada em uma filosofia de vida, que nutra as vontades de um povo. “Liderar”, “conduzir”, “dirigir” - palavras que em principio nos dão a sensação de que o líder é maior, mais importante que os liderados. Pelo contrário, o segredo dos grandes líderes está no equilíbrio dos (seus) significados ao conduzir as pessoas que estão sob o seu comando àquilo o que as importa. Mas afinal o quê as importa? Para o sociólogo polonês Baumam, “não existe pior sentimento, do que o

“Conduzir significativamente” consiste em fazer com que as pessoas, se sintam importantes peças de um grande conjunto. Com uma emoção de pertencimento àquela sociedade a que está exposta (um bairro, grupo religioso, cidade, país, ou simplesmente o seu local de trabalho). Elas devem estar no centro das ações e não só fazerem parte do resultado, como serem elas próprias o resultado dessa condução. Para o líder significativo, a grande recompensa, vai além dos resultados quantitativos: ele recebe como “bônus”, um ambiente favorável à transformação de um grupo no momento e no local exatos em que precisar ocorrer.

Mauro Miaguti é Diretor Titular do CIESP-SBC e leciona Gestão de Negócios e Empreendedorismo. Atua na www.balitek.com


Um fenômeno global que pode ser consertado

Descomprometimento

dos colaboradores Tradução de Miguel Nisembaum para o artigo de Kate Sweetman, adaptada para Ser Mais

Seus colaboradores realmente acreditam que seus líderes os valorizam? O que um líder pode fazer para mudar as coisas para melhor sem perder seguidores? Foram questões que apresentei a Michael Hyter (presidente da Novations, firma de desenvolvimento de lideranças com base em Boston e co-autor do livro O poder da Inclusão) ao voltar de uma viagem de seis semanas pela Ásia, Austrália, África e Reino Unido para ver como cinco gerações estão se sentindo em relação ao local aonde trabalham e como seus líderes as tratam.

“Um banco em Singapura lutando para encontrar talentos para seus processos de sucessão; uma companhia de biotecnologia em Tókio perdendo colaboradores da Geração Y; um call center de um banco em Hong Kong frustrado com altas taxas de turn over, especialmente com os profissionais jovens; uma empresa de produtos de consumo da Austrália desesperada para desenvolver habilidades gerenciais e engajar e inspirar sua força de trabalho.” Em suma: a falta de engajamento está em todos os pontos. Confiança é um problema global. A resposta, diz Mike, é o líder parar de concentrar suas energias somente em suas necessidades egoístas e colocar-se de fato no lugar dos outros. Qualquer coisa diferente disso desconecta o líder de seus colaboradores.

Passo 1: Líderes devem saber o que os outros pensam através dos meios disponíveis: pesquisas de clima, conversas aprofundadas e outros mecanismos de feedback. Uma imagem clara dos pontos fortes e fracos é o começo do plano para desenvolver confiança. Passo 2: Confiança pode ser separada em elementos discretos: cuidado, consideração, credibilidade e consistência. Líderes podem aprender a equacionar suas boas intenções com atitudes observáveis. Passo 3: Ajudar os colaboradores a saber como podem alavancar seus talentos e paixões para preencher as necessidades da organização no futuro. Isso requer uma comunicação ampla frequente e verdadeira (...). Passo 4: Um sistema de destaque só para as “estrelas”, é um inimigo da lealdade e engajamento. Líderes que criam um ambiente de trabalho em que todos os colaboradores se sintam valorizados e respeitados em suas opiniões e contribuições diárias conseguem muito mais lealdade e comprometimento no dia-a-dia.

Como um líder sabe onde está pisando? Você tem um problema de lealdade ou não? “Você ouve alguma informação negativa de sua equipe? Se não ouve você tem um problema de confiança. Se tudo que você escuta é positivo ou neutro (o que é pior!), você sabe que sua equipe não ousa contar as más notícias. Você não fez o suficiente para construir uma relação de confiança. Quando pessoas só trazem 50% das notícias, estão trazendo também 50% dos seus esforços.”

Miguel Nisembaum Project Manager Mapa de Talentos www.mapadetalentos.com.br

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(Publicado no site da revista Fast Company http://tiny.cc/nxl2t)

O que ele descobriu?

Então qual o antídoto? Mike sinaliza quatro passos concretos.


Fun Learning

Cheese

A boy and his family went to a fancy restaurant and the little boy said, “Daddy I don’t like cheese with holes in it”.

Vocabulary Help

A journey

A journey of a thousand miles must begin with a single step.

Lao-Tzu

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Danilo Scarpa

boy - garoto cheese - queijo daddy - papai eat (eat, ate, eaten) - comer fancy restaurant - restaurante elegante father - pai go (go, went, gone) - ir hole - buraco plate - prato side - lado

Danilo Scarpa

His father said, “Well just eat the cheese and leave the holes on the side of your plate”

Vocabulary Help journey - jornada thousand - mil begin (begin, began, begun) - começar single - único step - passo


Coffe Break

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Fotos: Jonny Ueda

Franquias Vanessa Oliveira

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Café comglamour Delícia e sofisticação em uma xícara de café Cada vez mais convidativas, as lojas da Fran’s Café são um exemplo da inovação em cafeterias. Elas estão tornando a “paradinha para um café” um momento de delícia e sofisticação. Além das variações nas receitas da bebida quente ou fria e os mais apetitosos acompanhamentos, o cliente tem a sensação de se sentir em casa. Não por acaso, as lojas da rede são instaladas em estruturas amplas onde é possível criar diferentes e aconchegantes ambientes; ao mesmo tempo com infraestrutura para apoiar reuniões empresariais, além de encontros informais.

do. Uma vez aprovado, o então franqueado passa a receber acompanhamento em diversas fases (das instalações até a seleção de empregados). Para manter a alta qualidade de seus parceiros, a Fran’s Café investiu em um centro de formação de baristas - onde são feitos os treinamentos para operar máquinas de café. A marca Fran’s Café se divide em dois conceitos de negócio: para quem deseja se tornar um franqueado, lojas abertas 24 horas com um cardápio diversificado, internet Wi-fi e revistaria; e para um atendimento rápido com alto padrão de qualidade, as Station (estações móveis de café).

Fran’s Café Há quase 40 anos no mercado (metade deste tempo como franquia), a Fran’s Café prima por oferecer o requintado blend (mistura específica de sementes) criado para atender o público exigente. Para fazer parte da “família” Fran’s Café de franqueados, mais importante do que qualquer conhecimento específico, é ter espírito empreendedor: “Não adianta a pessoa ter recursos e vontade de abrir o próprio negócio. Para ser bem sucedido, é preciso muito trabalho e (principalmente) visão de negócio”, diz Emílio Tavares, responsável pela pré-seleção dos candidatos. Ao manifestar o interesse, os potenciais parceiros são submetidos a um processo seletivo no qual seu perfil é avalia-

Franqueada Segurança, know-how e a credibilidade oferecidos pela Fran’s Café pesaram na opção de Lílian Siqueira pela franquia. “Abrir um negócio do zero não é fácil. No modelo de franquia você recebe todo suporte, aumentando as chances de sucesso para o negócio”, revela a empresária que inaugurou recentemente um delicioso espaço na cidade de Mogi das Cruzes. Lilian também conta, que quando era cliente, já gostava do ambiente que a casa oferecia. “Sempre que podia corria para o Fran’s Café; e quando decidi ter algo próprio, juntei o útil ao agradável: trabalho no lugar que adoro estar!”.

Serviço oferecido Tempo de mercado Investimento inicial: Taxa da franquias: Capital de giro: Royalties: Taxa de publicidade: Taxa de Royalties Área (média): Unidades próprias Unidades franqueadas Quais suportes oferece N° de funcionários: Faturamento Médio: Precisa de experiência? Prazo de retorno: Prazo de contrato: Informações: Site: E-mail:

Rede de Cafeterias 16/24 Horas 38 anos R$100 mil a 300 mil R$47.5 mil R$10 mil a 25 mil Cobrados quando o franqueado atinge a estabilidade 2% para SP e 1% fora de SP 6% FB 80 a 253 m2 6 120 Acompanhamento em todo processo de instalação e suporte durante toda a parceria. 15 (média por loja) R$ 50 mil Não 24 a 36 meses (média) 48 meses (11) 4196-8680 www.franscafe.com.br franscafe@franscafe.com.br


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Namoro ou amizade?

Sua pergunta... Estou gostando de um rapaz na empresa em que eu trabalho. Gostaria muito de namorar com ele, mas já tive amigos que passaram por situações terríveis quando o namoro não acabou bem: intrigas, envenenamento da equipe, enfim, o famoso “racha” - tão comum quando os colegas escolhem um ou outro para tirar partido. Por outro lado, também conheço pessoas que começaram relacionamentos no meio de trabalho e se tornaram grandes parceiros na vida e nos empreendimentos, trocando as empregadoras por uma empresa própria. Me sinto bem dividida. O que o senhor faria? Namoro ou amizade? Abro mão da empresa ou da paixão ou arrisco? Fernanda - por e-mail

...GaudEncio responde O problema não parece ser o namoro em si. Você mesma diz conhecer “pessoas que começaram relacionamentos no meio de trabalho e se tornaram grandes parceiros na vida e no relacionamento, trocando empregadoras em empresa própria”. O problema parece estar em escolher um ou outro “para tirar partido”. A diferença está na intenção. No primeiro caso a intenção é afetiva. No segundo caso a intenção é tirar partido para tentar “subir” na carreira. Se você conhecer de verdade as suas intenções e as dele, o risco será bem pequeno e sua divisão também será menor. O que eu faria? Tentaria conhecer verdadeiramente as intenções. Minhas e do outro.

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Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP), dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e pesquisa científica.

Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br


Menos Iniciativa e mais

“Acabativa Cláudio Tomanini

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m entrevistas de emprego é comum o selecionador buscar em seus candidatos a capacidade de tomar iniciativas. Sem dúvida, é uma competência valiosa no mercado de trabalho. Porém, muitos profissionais ainda sofrem de um problema comum enquanto trilham suas carreiras: não terminam o que se propõem a começar. Não adianta nada ter milhares de iniciativas e não planejar colocar uma única em prática. Para evitar que isso aconteça e o profissional crie expectativas em seus superiores ou colegas (que depois serão frustradas), existe uma única fórmula e nenhum segredo: planejamento.

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Vários profissionais acreditam que já se planejam e dão de ombros para essa etapa do processo - e a mais importante. Somente com um bom planejamento é possível prever problemas e adiantar-se a eles! Sabe o famoso provérbio: ‘É melhor prevenir do que remediar’? Pois é... no trabalho é possível se prevenir, mas remediar muitas vezes custa um emprego.

Por isso, é praticamente impossível concretizar ações e atingir bons resultados sem planejamento. Para planejar ações corretamente é necessário pensamento estratégico, dedicação e poder de análise. Planejar é estudar o mercado, analisar a concorrência, elaborar um plano de ação baseado em estatísticas, dados, expectativas e muitas outras informações. A maioria das empresas brasileiras infelizmente não tem a cultura do planejamento. Quando ele ocorre, muitas vezes é no método top down, ou seja, dos superiores e gestores para os subordinados, sendo que esses últimos não adquirem o hábito de planejar sozinhos - já que recebem as estratégias de seus superiores. Se algo der errado, a responsabilidade é imediatamente conferida aos níveis superiores. Mas aí, que fim levam as iniciativas? Planejar é realizar profunda análise do passado, presente e futuro. Não restam dúvidas de que o futuro só pode ser construído quando se conhece o passado. Cada profissional, em seu cargo e setor, pode apresentar proatividade no quesito planejamento. Em vez de aguardar as metas propostas de cima, por que não adiantar-se e analisar


Henrique Melo

o mercado diretamente do seu ponto de vista? Analisar tendências não é tão complicado quanto parece. É essa análise que nos permite prever determinados acontecimentos durante o planejamento. Se fôssemos definir o termo “previsão” de uma maneira prática e informal, poderíamos dizer que é “a pretensão de saber o que teria acontecido se o que aconteceu não tivesse acontecido”. As pessoas estão descrentes em relação à previsão, mas ainda assim ela está no centro da estratégia de marketing e do posicionamento competitivo. Portanto, a maneira mais segura de trabalhar com o futuro é por meio da análise de tendências, que podemos definir como a direção ou sequência de eventos que ocorrem em determinado momento.

passado e do presente do mercado. Seja o mercado financeiro, econômico, consumidor, o que for. Esse tipo de análise é coisa para “especialista”. Análise de futuro e probabilidades de comportamento do mercado vão além da matemática. Para qualquer mercado ou setor também é possível planejar e basear-se em possibilidades de cenário. Um processo aparentemente tão simples, mas que inúmeros profissionais sequer cogitam colocar em prática. De iniciativas as empresas estão cheias, precisamos urgentemente chegar às “acabativas” e inovar cada vez mais dentro das empresas.

Previsão de futuro não é só para gurus Veja como exemplo os tempos de crise financeira. A crise gera uma demanda por gurus da economia e analistas de mercado. Pois são eles os profissionais habituados a fazer o levantamento das probabilidades de acordo com uma análise do

Cláudio Tomanini é palestrante e consultor em Vendas e Marketing autor de Na Trilha do Sucesso (Editora Gente) www.tomanini.com.br

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tech

Cyberlanking parte I I

Dá para relaxar?

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maior dano que o cyberlaking pode gerar não é moral, mas patrimonial. Uma pessoa sem conhecimento pode colocar todo um sistema em risco por conta de um comando executado de forma errada; e até abrir brechas para o hackeamento. A principal ameaça ainda é a vulnerabilidade e não a mensagem em si. Não estou fazendo apologia à “liberalidade de expressão”, mas o fato é que uma fotografia, animações e aquelas invencíveis mensagens feitas no Power Point (quase sempre trazidas por correntes) pesam uma barbaridade; e enviadas em massa, comprometem um sistema a ponto de levá-lo a um colapso, inclusive financeiro.

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De uma forma ou de outra, haverá prejuízos. Em muitos casos, o maior deles é a queda de produtividade, a má administração do tempo. Uma empresa fabricante de software de monitoramento, por exemplo, detectou um prejuízo anual de US$ 85 bilhões para as companhias americanas. O motivo é que cada profissional gastava até oito horas por semana com o cyberlaking, ou seja, utilizando-se dos recursos que a empresa oferece para enviar mensagens e visitar páginas sem qualquer relação com o trabalho. A solução para este problema está em uma política de segurança efetiva. Contudo, há dificuldade em conscientizar as empresas da necessidade de implantá-la tomando como base nossa Norma Técnica e ajustando-a à sua realidade. Uma política de segurança deve incluir regras detalhadas, definindo como os recursos da organização devem ser manipulados e como a informação deve ser gerenciada, protegida e distribuída. Durante a operação do sistema, ela deve definir também o que é permitido ou não em termos de segurança.

Motiva-ação Não acho que punir empregados pela prática do cyberlaking seja o caminho. Pelo contrário, penso que isso pode torná-los desmotivados e até constrangê-los. É fato que a empresa está mudando e também deve se adaptar aos novos hábitos. Não vejo problema em trocar e-mails particulares, nutrir os relacionamentos através das mídias sociais ou visitar sites no ambiente de trabalho. Pelo contrário. Isso pode ajudar (e muito!) uma pessoa a ter mais êxito nas tarefas que o cargo exige, ou dar à ela o direito de variar entre um afazer e outro. Sejamos pessoas do presente! Respiramos o ar da bitsfera e dela nos alimentamos. Uma coisa é estabelecer filtros - até para evitar os excessos, outra é tratar profissionais (adultos) com autoritarismo – este é um sinal típico de “analfabytismo”! Há de se ter um pouco de flexibilidade. Há pessoas operando estas máquinas, sob pressão, atingidas pelo estresse. São pessoas cujo tempo pode ser otimizado com o auxílio da internet. Um estudo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicava que milhões de funcionários acessavam homebanking no ambiente de trabalho. Então vamos criar o jobbanking! Precisamos, sim, educar, estabelecer conversações que resultem na autogestão e na consciência para se estabelecer responsabilidades individuais e não uma cibercensura. Afastar as pessoas do “ambiente virtual de recreação” é como tirar-lhes a hora do cafezinho. Para quê? Afinal, será que não dá mesmo para relaxar? Tina Andrade é jornalista especializada em Novas Tecnologias de Informação e Comunicações, professora e gestora estratégica de informação e conteúdos.


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vitrine de sucessos

Mamãe vai trabalhar e volta já

Você sabe lidar com seu dinheiro?

As mulheres querem fazer carreira e, claro, querem ganhar dinheiro. Mas continuam querendo ser mães. A quantidade de culpa que essa dobradinha provoca não é pequena. Inês de Castro, que é mãe, autora de livros, radialista e colunista de revistas, fez esse desafio dar certo. Em Mamãe vai trabalhar e volta já, ela mostra como evitar que a profissão ‘atropele’ a maternidade e vice-versa. Conta também histórias reais de mães que conseguiram dar a volta por cima depois de muitas crises e apresenta soluções – às vezes muito simples – para fazer a vida de mãe e profissional dar certo. Com um texto divertido e, muitas vezes, bastante emocionado, ela mostra que carreira e maternidade não precisam ser inimigas. Ao contrário: quando andam de mãos dadas fazem das mulheres vencedoras imbatíveis.

Especialistas apontam que um dos problemas da educação contemporânea reside nas compensações – prática decorrente da culpa que os pais, sobretudo as mães, sentem em relação aos filhos. Grande parte quer, inclusive, oferecer “presentes” para amenizar a suposta dor da ausência. No entanto, a “mania de compensar” pode resultar em adultos dependentes de coisas materiais, ou de afeto, e com problemas para lidar com o dinheiro. Em uma linguagem clara e simples, os jornalistas Marília Cardoso e Luciano Gissi Fonseca, dão dicas de quando e como iniciar a educação financeira das crianças no livro Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice.

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Minha mãe, meu mundo

Quero mesmo ser mãe?

A vida da gente está a cada dia mais corrida. Por causa disso, quase sempre estamos em falta com alguém: as pessoas que não vemos há tempos, o telefonema que não conseguimos retornar, o café que prometemos tomar com aquele amigo e vai deslizando no limbo da agenda de uma semana para outra, e tantas outras coisas... Mas, mãe... Mãe não dá para deixar para depois por uma razão muito simples: ela, durante toda a vida, nos colocou em primeiro lugar. Fomos e sempre seremos sua eterna prioridade. Mesmo que já tenhamos crescido. Duvida?

Mais dia, menos dia, nós, mulheres adultas, independentes e poderosas deste século 21, percebemos atônitas que nosso relógio biológico virou um incômodo despertador. Um ruído estranho e perturbador que começa a tocar à simples visão de uma gestante exibindo sua barriga no corredor de um shopping center ou diante do comentário inocente da sogra...

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Y

Geração Y (...) Um tempo de profundas transformações

O incômodo gerado pela intensa manifestação de ideias deve ser substituído pelo reconhecimento de uma nova missão para as gerações X e baby boomers. Devemos adotar uma postura que reduza os riscos e aproveite melhor os benefícios das novas ideias. Para isso, as gerações mais experientes precisam disponibilizar aos jovens sua intuição e não seus questionamentos, seus temores e suas resistências. Sidnei Oliveira

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s modelos de gestão estabelecidos no século passado estão perdendo a eficácia, principalmente por causa das novas gerações, que reagem de maneira diferente às premissas de liderança sedimentadas nos gestores atuais. A total intimidade que a Geração Y tem com as novas tecnologias promove circunstâncias diferentes quando seus jovens são liderados. Eles sabem que adquirem com mais facilidade as novas habilidades e informações; daí a percepção de uma atitude sempre arrogante. Sabemos, porém, que esse “talento” é frágil se não estiver associado à experiência e a um direcionamento baseado em valores e significados. A Geração Y é a primeira que se desenvolve com absoluto “foco em resultados”, estimulada principalmente pela influência marcante que os videogames promoveram em sua educação.

lutas pelos direitos e pelos princípios constitucionais promoveram a valorização do senso de igualdade entre as pessoas. Essa igualdade foi absorvida como princípio de educação as famílias, tanto que muitos pais se sentem culpados quando são flagrados privilegiando um filho em relação a outro, procurando demonstrar sempre que estão tratando todos de forma equivalente, inclusive ao estabelecer metas e recompensas.

“Respeitar todas as ideias. Avaliar o grau de inovação; quanto mais transgressora, melhor.”

Outro fator que precisa ser considerado é a diferença de desempenho de cada jovem. As gerações X e baby boomers viveram em um tempo de ruptura social, quando as

A Geração Y não reage da mesma forma que as gerações anteriores. Os jovens de hoje são muito mais individualistas e, como sabem que apresentam resultados diferentes entre si, fazem questão de ser avaliados de forma diferenciada.

Isso não invalida a comparação entre eles. Podemos estabelecer desempenhos individuais dentro de equipes e apresentar um ranking comparativo; isso é ótimo para a competitividade. Contudo, a Geração Y dará prioridade à comparação com a própria evolução pessoal. Antes de considerar os resultados de outras pessoas, eles sempre compararão os próprios resultados em momentos diferentes.

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Portanto, ao liderarmos esses jovens, devemos de­ monstrar claramente qual é o resultado a ser alcança­do, estabelecendo indicadores confiáveis que permitam superar o “desafio correto”. Caso contrário, teremos muita energia direcionada para “resultados errados”, como aconteceu com o contador.

Nas empresas esse modelo adquiriu proporções maiores: gestores trabalham para nivelar seus subordinados pela média, buscando obter autoridade por meio de uma pretensa atitude de justiça. Na prática, o que ocorre é o nivelamento pela mediocridade.


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expressão

Detesto (!)

lançamento de livro

Reinaldo Polito

D

efinitivamente, detesto lançamento de livro, meu. Dos livros lançados pelos meus amigos, não, lógico. Faço de tudo para comparecer e celebrar com eles. Sei bem o que significa escrever e publicar um livro. Dá trabalho e exige muito sacrifício. Um livro, às vezes, é o resultado do aprendizado e da pesquisa de uma vida inteira. O lançamento, portanto, mais do que um evento com objetivos comerciais, é uma bem-merecida comemoração.

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Entretanto, os lançamentos me apavoram. Presenciei algumas cenas que jamais consegui esquecer. O autor sozinho , com apenas três ou quatro parentes ao seu lado, suplicando, com aquela cara de cachorro sem dono, que alguém parasse para pedir um autógrafo. Por morrer de medo que fato semelhante pudesse me acontecer, desde o lançamento do meu primeiro livro exagerei. O normal é mandar por volta de 2 mil convites. Mandei mais de 20 mil. Sem ajuda da internet. Fiquei de marcação cerrada em cima da assessoria de imprensa da Saraiva para agendar entrevistas em tudo que era emissora de rádio e de televisão, sempre com o objetivo de levar bastante gente para a grande noite. Bem, com tanta promoção as pessoas compareceram em bom número. A fila teve de sair pela porta da livraria até a calçada. Resolvido um problema criei outro. Como mandei convite para todos os ex-alunos, alguns que haviam frequentado minhas aulas há muitos anos viajaram do Nordeste para São Paulo apenas para me prestigiar. Só que depois de tanto tempo, para minha desgraça, já não

tinham mais a mesma fisionomia. Paravam na minha frente com um largo sorriso e perguntavam: lembra de mim, mestre? Não, eu não me lembrava. Mas, não confessaria essa minha amnésia nem sob tortura. A dedução era mais ou menos lógica, se ele me chamou de mestre, provavelmente, deve ter sido meu aluno. Por isso, sem hesitar, eu me levantava e dava um abraço bem apertado. Quanto menos eu me lembrava da pessoa, mais apertado era o abraço. Para piorar, os que me pareciam mais estranhos retiravam da primeira página do livro o papelzinho com o seu nome, para ver se eu os reconhecia mesmo. Passados alguns minutos, que davam a impressão de ser uma eternidade, surgia um professor da minha escola, ou um de meus filhos para me tirar da saia justa. A pergunta era mais ou menos padronizada: você foi aluno do meu pai? Em que ano? Como você se chama? E eu ali, firme, como se a história não fosse comigo. E assim sobrevivi a mais dois lançamentos. Nunca mais passo por esse sofrimento, chega. Entretanto, este mês tive uma grande alegria com o lançamento do livro Amores incertos, escrito pela minha filha Roberta Polito. Tiveram de apagar as luzes da livraria e mandar a turma embora porque ainda havia fila depois do horário de fechamento da loja. Noite de autógrafos assim são impagáveis. Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado www.polito.com.br


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