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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 2 | Nº 17 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora de Projetos: Andréia Roma Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatoras: Celeste Mayumi, Vanessa Oliveira e Karina Cedeño Revisora: Karina Cedeño Diretor de Arte: Danilo Scarpa (www.daniloscarpa.com) Colaborador de Arte: Henrique Melo Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou email); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox
Especialistas Dr. Jô Furlan
Ômar Souki
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Utilize crenças construtivas e emoções saudáveis Up to date + otimista Entusiasmo apesar de tudo A motivação nossa de cada dia No alvo Cidadão 21 Acerte os ponteiros Moda, beleza e estilo 2.0 + motivado Cansei não, decidi agir Jogo Rápido Diogo Portugal MANUAL DO SUCESSO Inteligência – Washington Olivetto – No limite da Vanguarda Gestão – As vendas vão reagir quando você reagir Comportamento – Intenção, Atenção, Flexibilidade e Ação Vendas – V.E.N.D.A.S. Liderança – Quem vai liderar a gente? Coffee-break – humor e diversão + gente Ser ou Ser mais – Eis a questão + rh Negociação em Ouvidoria Gaudencio responde Tire do Papel + vitrine de sucessos + expressão Hora de mudar de emprego. Será?
Reinaldo Rizk
Michael Hall
Leila Navarro
Alberto Centurião
Paulo Gaudencio
Evaldo Costa
Arline Davis
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Dario Amorim
06 “Caro Leitor” 08 Motivação para superar desafios 10 7º passo
Marcelo Ortega Ricardo Jordão Ritah Oliveira Elder Camacho Magalhães
Gilberto Wiesel
Reinaldo Polito
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www.revistasermais.com.br
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Manual do Sucesso – Comportamento é preciso agir para mudar
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A hora e a vez dos tímidos e introvertidos
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é possível se destacar sem se expor
Saiba como lidar com os limites de seu organismo
CAPA
Aprenda como se livrar dos seus medos
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Construa uma empresa 2.0 As plataformas colaborativas virtuais podem mudar sua forma de trabalhar
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Tratamentos que podem melhorar dores nas costas
Editorial Esta é uma edição histórica. Nem preciso sugerir nada, pois sei que a guardará e que irá lê-la diversas vezes. A matéria de capa foi escrita por ninguém menos que L. Michael Hall, Ph.D e doutor em Psicologia Cognitivo-Comportamental. Ele criou os fundamentos da Neuro-Semântica e é um apaixonado pela PNL – Programação Neurolinguística. Você conhecerá as coisas que mexeram com a vida dele e, com certeza a lição contida no texto, até com um passo a passo, poderá mexer com a sua vida também. Eis um artigo que merece ser lido, relido, estudado e, dependendo da sua decisão, praticado. O Michael já escreveu 30 livros com foco na área cognitivo-comportamental, para ensinar pessoas a se livrarem das cargas emocionais negativas que, em razão das memórias traumáticas, acabam causando fobias, perturbações diversas, ansiedade, depressão etc. Livrar-se de tudo isso é muito bom, você concorda? Mesmo que não seja o seu caso, fica valendo o alerta e a ajuda. E a revista está recheada de um conteúdo coerente com o nosso propósito de contribuir para o seu sucesso pessoal e profissional. Confira e escreva para mim, concordando ou não. Aproveito para desejar a você, caríssimo leitor, um 2011 pleno de saúde, realização e felicidade.
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Boa leitura.
Mauricio Sita Diretor Editorial
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Congruência vivendo em sintonia com a vida Tudo que você planeja está alinhado com sua atitude? Saiba como ser congruente e entrar em harmonia consigo mesmo Virginia Lucena
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A
lgumas vezes, quando decidimos algo em nossas vidas e as nossas “partes” entram num acordo, isso significa que teremos certeza da decisão tomada e assim seremos “congruentes”. Então, quando isso não acontece, estaremos “incongruentes”. O dicionário define congruência como “a qualidade ou estado de corresponder, concordar ou estar congruente”. Em PNL é o nome do estado no qual cada fibra do seu ser está em harmonia. Isso significa ausência de conflitos entre diferentes desejos ou oportunidades, um equilíbrio entre as diversas partes do nosso ser, retratando um estado de integridade que leva ao alinhamento de crenças, valores, habilidades e ações, de forma que você faça aquilo que esteja dizendo. É um estado de rapport (harmonia, sintonia) consigo mesmo, proporcionando sensações boas. Mesmo que não signifique garantia de sucesso, estar congruente o ajudará a alcançar os resultados desejados. Estudando PNL percebi a importância da CONGRUÊNCIA nas mais diversas áreas do ser humano. Observo que muitas pessoas ficam se perguntando o porquê de muitas coisas nas mais diversas áreas de sua vida não darem certo. Muitas vezes ficam se culpando e permitindo que venha um sentimento de frustração, deixando aquele sonho de lado. Você se sente num estado de total harmonia consigo mesmo? Talvez você esteja se perguntando como criar este estado. Então, vamos lá: Como saber se estamos congruentes? Quando você define algo na sua vida e não cumpre, surge aquele sentimento de frustração, muitas vezes acompanhado de desconforto em alguma região do seu corpo. Talvez você nunca tenha percebido que, antes destas sensações ruins surgirem, você ouvia vozes que lhe diziam, em diversas situações: “...viu? Eu te falei que não daria certo...”, “... você realmente não serve para isso...” , “... você nunca consegue fazer o que planeja...”, “... você é um fraco, nada do que planeja dá certo...”, entre diversas outras situações. Fique tranquilo, estas vozes são suas vozes internas, são suas partes se manifestan-
do, e estas estão em conflito com a sua decisão. Imagine uma pessoa que tenha o hábito de comer chocolates, fumar, fofocar, roer unhas, visitar determinados sites e que diga: “A partir de amanhã NÃO vou comer mais chocolates”, ou “NÃO vou mais fumar”, “NÃO vou me meter na vida alheia”, “NÃO vou mais roer unhas”, “NÃO vou mais acessar aquele site”. E, de repente, esta pessoa volta fazer os mesmos hábitos. Perceba que logo ela se sentirá frustrada, pois o que queria não funcionou e aquelas vozes voltam a atormentá-la, às vezes acompanhadas das sensações de desconforto. Com a PNL temos inúmeras ferramentas para ajudar as pessoas a alcançarem o estado total de harmonia. Sugerirei algumas ferramentas e você, leitor, poderá aplicá-las em diversos contextos. 1ª Ferramenta - Testando a Ecologia Interna: Fazendo simples perguntas: • Você quer parar de...? • Você é capaz de...? • O que te impede de conseguir...? Se uma destas respostas for “NÃO”, isso significa uma “incongruência”, como um quebra-cabeça no qual algumas peças não se encaixam. Isso é ótimo, já que você terá a opção de analisar os pontos conflitantes e buscar alternativas, criando novas habilidades que gerarão novos comportamentos, proporcionando assim um alinhamento entre as suas partes e montando o seu quebra-cabeça pessoal (interior). 2ª Ferramenta – Boa formulação de metas (desejo, decisão...) As condições para uma boa formulação de resultados desejados são: 1. Expressá-los em termos positivos. 2. Devem ser iniciados e controlados somente por VOCÊ. 3. Apresentam evidências sensoriais específicas (o que você verá, sentirá e ouvirá). 4. Estão bem contextualizados e são específicos.
3ª Ferramenta – Níveis Neurológicos
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Definindo: 1. 2. 3. 4. 5.
Ambiente è Onde? Quando? Açõesè O quê? Estratégias è Como? Por quê? è Permissão e motivação através das crenças e valores Quem? è A missão mostra quem será você quando atingir o resultado
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Substitua SE por QUANDO. Por exemplo: em vez de falar “se eu conseguir ganhar dinheiro, eu vou viajar”, fale “quando eu conseguir ganhar dinheiro, vou viajar”. “Quando” pressupõe que você está decidido.
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Substitua ESPERO por SEI. Por exemplo, em vez de falar, “eu espero aprender isso”, fale: “Eu sei que vou aprender isso”. “ESPERAR” suscita dúvidas e enfraquece a linguagem.
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Substitua o CONDICIONAL pelo PRESENTE. Por exemplo, em vez de dizer “eu gostaria de agradecer a presença de vocês”, diga “eu agradeço a presença de vocês”. O verbo no presente fica mais concreto e mais forte. Agora você tem conhecimento de algumas ferramentas de PNL e buscará os seus recursos internos. Talvez pequenas ações surjam, gerando mudanças de atitudes, proporcionando assim o estado total de harmonia com você mesmo. Livre de conflito interior e consequentemente livre de influências externas, poderá se tornar uma pessoa mais realizada e surpreendida com os seus próprios resultados. Personal Coach & Analista DISC. Practitioner em PNL e Membro da SLAC – Sociedade Latino Americana de Coaching.
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4ª Ferramenta – Auxiliares Linguísticos 1. NÃO - a frase que contém “não”, para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. Exemplo: “Não quero que pense num macaco corde-rosa”. Você pensou no macaco cor-de-rosa. Diga: “Pense no macaco marrom”. Viu? Você pensou no macaco marrom. 2. MAS – esta palavra nega tudo o que vem antes. Por exemplo: “João, você foi muito bem este ano, mas...” Substitua MAS por E quando indicado. 3. TENTAR – esta palavra pressupõe a possibilidade de falha. Por exemplo: “Vou tentar fazer esta atividade”. Tenho grande chance de não fazer, pois vou “tentar”. Evite “tentar”, FAÇA. 4. DEVO, TENHO QUE ou PRECISO - estas palavras pressupõem que algo externo controla sua vida. Em vez delas, use QUERO, DECIDO, VOU. 5. NÃO POSSO ou NÃO CONSIGO - estas palavras dão a ideia de incapacidade pessoal. Use NÃO
QUERO, DECIDO NÃO, ou NÃO PODIA, NÃO CONSEGUIA, o que pressupõe que vai poder ou conseguir, utilizando o tempo do verbo no passado. Você também pode dizer AINDA. Fale das mudanças desejadas para o futuro, utilizando o tempo do verbo no presente. Por exemplo, em vez de dizer “vou fazer”, diga “estou fazendo”.
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Utilize
crenças construtivas e emoções saudáveis
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Quando não acreditamos no futuro, não temos poder no presente
gência is de Inteli ta n e l m a rofissiona s Comport essoal e p p a Estratégia id v a o para su do Sucess
Danilo Scarpa
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Dr. Jô Furlan é médico, professor e pesquisador na área de Neurociência Cognitivo-Comportamental, autor do livro Inteligência do Sucesso.
TI
Como aliar projetos de TI
com mobilidade O tempo em que tarefas eram feitas só na ponta do lápis está riscado do mapa. Chegou a era da mobilidade. O que sua empresa está fazendo para se aliar a ela? por Marcos Paulo Amorim
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É
notória a inclinação da sociedade à mobilidade, pois o uso dos smartphones, notebooks e agora dos tablets tem sido mais acentuado. Só em 2010 até o mês de setembro, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), chegamos a 12,145 milhões de usuários de smartphones. Tais produtos se tornaram alvo de consumo das pessoas e, para aproveitar a oportunidade, os fabricantes têm buscado formas e novidades para que seus produtos não passem despercebidos no mercado. Já para as empresas, o que pode ser feito para acompanhar a tendência? Ou melhor, como incluir a mobilidade em seu plano de negócios e projetos de tecnologia da informação (TI) para fazer com que os seus colaboradores executem atividades em campo, com um dispositivo móvel conectado à internet? Tarefas essas que, até então, eram realizadas em papel e sem informações atualizadas que poderiam simplificar o seu trabalho. Acompanhar essa inclinação à mobilidade, considerada recente, pois seus traços mais marcantes datam de 3 ou 4 anos atrás, nos leva a pensar que as dúvidas são similares às que surgiram na mente dos empresários há alguns anos, quando os computadores passaram a ser utilizados em grande escala com o ERP (Enterprise Resource Planning) ou outros sistemas de gestão que permitem a integração de diversas áreas e atividades. Quando se trata de mobilidade o quesito principal é o planejamento, como aquele realizado para a troca ou inserção de um projeto de tecnologia que garanta a melhoria dos
processos e a perfeita sintonia das atividades da corporação. Então, como montar um planejamento de mobilidade para uma empresa? O primeiro passo é entender se o que será feito irá reduzir custos operacionais, tornará as atividades mais flexíveis e, fundamentalmente, trará benefícios como o aumento de produtividade ou vendas, uma melhora significativa na qualidade de atendimento, ou até mesmo o aumento de controle em operações que, antes da mobilidade, seria impossível. Partindo para análises globais, como as que envolvem o momento presente e o futuro almejado, é necessário identificar qual é a essência do projeto, os custos e não deixar de considerar os aspectos do risco para o negócio. Não existe um projeto de sucesso sem que seus riscos não tenham sido previamente considerados. Seguindo esse exame da organização, é preciso considerar se o dispositivo e o sistema serão fáceis de operar pelos colaboradores. Questão que não pode ser descartada, pois, em muitos casos, eles serão utilizados pelas pessoas que estão na linha de frente da empresa e em campo para captar pedidos, ordens de serviços, controle de manutenção de equipamentos, pesquisas, auditorias, dentre outros. Os dispositivos móveis oferecem uma gama variada de serviços, e além da operação principal da emissão de um pedido, nota fiscal ou ordem de serviço, ainda é possível verificar online informações que podem ser de grande valia para o processo como, por exemplo, saber se há um determinado produto disponível em estoque e qual pode ser ofertado para o cliente. Como a tecnologia não para de
mais próximo para realizar um atendimento. Podemos ver como a mobilidade é uma aliada aos projetos de tecnologia de toda a empresa, pois veio também para somar e otimizar os resultados. Do que adianta ter uma gestão tecnológica eficaz dentro da empresa, se da porta para fora os funcionários apresentam dificuldades para atender às solicitações do cliente ou se não conseguem realizar tarefas de forma independente, mantendo contato telefônico com a organização? A gestão tecnológica hoje deve ser feita integralmente, ou seja, de dentro para fora e de fora para dentro da empresa.
Marcos Paulo Amorim é diretor-executivo da Blink Systems, empresa de soluções em mobilidade. www.blink.com.br
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avançar, é possível ver na palma da mão quais produtos um determinado cliente costuma comprar e ofertar similares ou um mix completo, conseguindo a fidelização com outros produtos também. Qual é a empresa que não deseja que seu colaborador tenha informações valiosas em mãos e que sejam disponibilizadas em tempo real para ela ou para o cliente? Mesmo que ele esteja a quilômetros de distância da empresa, é possível saber o status das vendas, pesquisas, ordens de serviço, localização geográfica, acompanhar sua produtividade ao vivo e até mesmo identificar o colaborador
Semelhante atrai semelhante Diga-me com quem andas e te direi quem és... a influência das companhias ao alcance do seu ser Ômar Souki
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C
omo é uma pessoa nutritiva? É aquela com a qual temos gosto em conviver. Quando estamos inseguros, ela nos anima a seguir adiante. Quando o beco está sem saída, nos indica uma porta secreta. Não precisa falar nem uma palavra, é só olhar para ela, e já nos sentimos bem. Sem falar, sua presença já nos alivia. Quando fala, então, nos leva para o céu. Escuta os mínimos detalhes do que dizemos. Jamais nos critica, mas está sempre pronta a enumerar as nossas qualidades. Espera com paciência a conclusão de nossos raciocínios e quando lhe perguntamos o que devemos fazer, responde, apenas: “O que você acha que seria melhor fazer nessa situação?”. Enfim, nos estimula a encontrar as nossas próprias respostas. Além disso, quando os outros nos atacam, ela nos defende. Pessoas assim são tesouros – são anjos vestidos de seres humanos. Conviver com elas é aumentar nossas possibilidades de ter uma vida mais saudável, mais alegre, mais feliz e muito mais otimista. De fato, um estudo norte-americano mostra que uma pessoa tem 42% mais possibilidade de ser feliz quando vive perto de um amigo alto-astral. Sabe aquela história de que felicidade pega? É a pura verdade! Pelo menos quando você mora a até 800 metros de distância de um amigo de bem com a vida. O efeito cai para 22% se essa pessoa morar a mais de 2 quilômetros. Os pesquisadores dizem que as pessoas cercadas de gente feliz têm mais chances de emplacar um sorriso no rosto. Isso vale também para amigos de amigos. Tudo porque a felicidade individual tem o poder de propagar ondas pela rede social e gerar grupos de felicidade ou infelicidade. A conclusão é que devemos escolher com critério nossos amigos e colegas. Eles podem dizer muito sobre nós e, inclusive, influenciar as nossas atitudes e as nossas possibilidades de vencer na vida. Mas, devo fazer um alerta: a lei fundamental dos relacionamentos humanos é a seguinte: “Semelhante atrai semelhante”. É contrária à lei da física que diz que polos opostos se atraem. Portanto, para que encontre um amigo que seja sincero, paciente, atencioso, prestativo, alto-astral e otimista, é necessário que – antes de mais nada – você cultive essas qualidades em si próprio. Caso contrário, essa pessoa não se manifestará em
sua experiência de vida. Como cultivar essas qualidades em nós? Devemos começar por fazer uma análise criteriosa de nossos pensamentos dominantes. Masaru Emoto, pesquisador japonês, descobriu que palavras, música e até mesmo pensamentos e sentimentos influenciam a água. Nós somos constituídos de aproximadamente 70% de água, portanto, tudo o que pensamos, falamos e escutamos tem influência sobre nós. Emoto verificou que, de acordo com as influências do ambiente, os cristais de gelo tomam formas diferentes. A água advinda de nascentes naturais mostra padrões geométricos equilibrados e cristalinos. No entanto, águas poluídas apresentam estruturas disformes. O pesquisador colocou gotas de água destilada entre dois alto falantes durante toda a noite – a seguir, congelou essa água e depois fotografou os cristais de gelo. A música clássica produziu formas harmônicas e cristais de preciosa simetria, enquanto a música heavy metal criou formas hediondas. Após esse experimento, escreveu algumas palavras em um pedaço de papel e as afixou em um vidro contendo gotas de água. Palavras cheias de amor e admiração – como o ocorrido com a música clássica – produzem, também, formas suaves e simétricas. Expressões ameaçadoras, contaminadas de raiva, criam formações distorcidas e medonhas. O que os norte-americanos constataram em nível de convivência humana, Emoto confirmou no laboratório. Nossos pensamentos, palavras e, por consequência, nossas atitudes e ações, influenciam o nosso entorno. Pessimistas e mal-humorados, em geral, se rodeiam com pessoas que reforçam essas atitudes. Mas, se nos empenharmos em ser uma força positiva do universo, irradiando consolo, compreensão, entendimento, otimismo e amor à nossa volta, isso também retorna multiplicado. Literalmente, as pessoas com as quais você anda dizem, exatamente, como você é! Ômar Souki é Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos, autor de 25 livros. www.souki.com.br
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Um por todos e todos por um! Nada é mais prático do que o carregador universal MC400, da Elgin. Ele custa R$ 199 e carrega até quatro aparelhos ao mesmo tempo, desde MP3 players e celulares até câmeras digitais, iPod e outros, economizando tempo. A compatibilidade é garantida pela porta USB embutida no produto, que também vem acompanhado de três conectores: Mini USB, Nokia 2 e iPOD/iPHONE. Outros conectores como Micro USB, Sony Ericson, Samsung, Motorola, LG e Nintendo DS podem ser adquiridos separadamente.
Música à prova d’água!
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Se você é louco por música e quer que ela o acompanhe até debaixo d’água, a solução é adquirir o NWZ-W252, walkman da Sony que é à prova d’água e apresenta seus comandos no próprio fone de ouvido, como um headset. Possui 2GB de memória e possibilita 11 horas ininterruptas de música, sem contar que é ideal para acompanhar a prática esportiva. R$ 299.
Dê cabo aos cabos Aquela selva de fios e cabos atrás de sua TV está com os dias contados. A Amimom apresentou na CES (maior evento mundial de tecnologia) de 2011 a tecnologia WHDI, que dispensa fios para a transmissão de sinais de vídeo em alta definição a um ou mais televisores. Basta conectar a fonte transmissora (uma câmera ou laptop, por exemplo) ao aparelho de TV e, com a ajuda de um controle remoto, transmitir o conteúdo de um para o outro. A tecnologia tem alcance de 30 metros e possibilita que o mesmo sinal seja distribuído a várias TVs. No mínimo, promissora.
Deficientes visuais poderão usar
smartphones
O produto ainda está em fase de testes, mas permitiria a inclusão de boa parte da população no mundo dos gadgets: a luva Thimble é equipada com um scanner ótico que transforma textos em linguagem Braile, transmitindo estímulos ao dedo dos deficientes visuais. A criação é de Erik Hedberg e Zack Bennet, em parceria com a agência publicitária Artefact e o Departamento de Design Industrial da Universidade de Washington.
O (lap)TOP da qualidade 17
Beleza e conteúdo é o que mostra a série C2B de laptops da Megaware. Além do design de deixar qualquer um babando, sua eficiência também não deixa a desejar: vem com processador Intel Core2Duo T6400 na plataforma Centrino e memória RAM de 4GB DDR2 667 Mhz, sistema operacional Windows Vista Home Premium, tela de 13,3”, 320GB de HD, entrada firewire, bateria de seis células, três entradas USB 2.0, câmera de 1.3 megapixel, conexões Bluetooth e muito mais! Perdeu o fôlego com tantos atributos? Então invista R$ 2.500 para ter toda essa qualidade.
Não erro, logo EXISTO Ultrapassar os limites da natureza humana tem seu preço Karina Cedeño
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“S
e não é capaz de fazer algo direito, então não faça.” Identificou-se com esta sentença? Caso afirmativo, provavelmente você é um perfeccionista. Aquele que cruzou a linha entre a busca saudável pela excelência e a perseguição neurótica da perfeição, fazendo tudo de maneira rígida, prendendo-se demais a detalhes ínfimos e vivendo mais consciente de seus defeitos do que de suas virtudes e realizações. Quando este traço de personalidade se manifesta no ambiente de trabalho, fique atento aos prejuízos que pode provocar. Se você geralmente confere o serviço pronto infinitas vezes até certificar-se de que não cometeu nenhum erro e dificilmente delega tarefas aos outros funcionários com a certeza de que ninguém fará o trabalho com a mesma qualidade que você faria, cuidado. O perfeccionismo, neste caso, pode sair como um tiro pela culatra, já que o serviço levará o dobro de tempo para ficar pronto, afetando de forma significativa seus negócios. Uma pesquisa feita em 1980 pelo psiquiatra americano David D. Burns comparou o desempenho de agentes de seguros que apresentavam sinais relevantes de perfeccionismo com os que não apresentavam e revelou que os primeiros tiveram um ganho anual de 15 mil dólares a menos do que seus colegas nãoperfeccionistas. Isso por conta de atitudes metódicas, como adiar demais as tarefas por medo de não conseguir realizá-las com perfeição naquele momento e evitar correr riscos que considerassem perigosos a seus resultados ideais, abandonando a ambição e optando pela segurança.
Isso não significa que o perfeccionismo seja um hábito errado. Ele pode levá-lo às maiores conquistas, inclusive financeiras, mas quando não controlado transforma-se num comportamento contraproducente, na medida em que você passa a maior parte do tempo preocupando-se obsessivamente com possíveis falhas e esquece-se de que lida com prazos reais e, na maioria das vezes, curtos. Então, o que fazer para que suas atitudes perfeccionistas não interfiram de forma negativa em seu serviço? De acordo com a psicóloga Tania Aparecida Frias de Melo, os perfeccionistas precisam primeiro entrar em contato com sua realidade, para então estabelecer um limite que não invada o das outras pessoas. “Sem isto não dá para levar uma vida equilibrada no ambiente profissional, que é composto em sua maioria pelo coletivo”, diz Tania. Por outro lado, se você não é um perfeccionista, mas tem que lidar diariamente com um, a doutora aconselha a ter tolerância, respeitando e aceitando os comportamentos perfeccionistas, contanto que fique atento ao respeito e ao limite, fatores que constroem a base de um grupo. Não leve as críticas do perfeccionista para o lado pessoal. Reduza o impacto emocional que elas exercem sobre você. Muitas vezes os perfeccionistas agem assim por força de hábito e de seus pensamentos distorcidos, não intencionalmente ou por maldade. São como robôs com os fios trocados. No livro The Perfectionist Predicament (Perfeccionistas, editora Saraiva), as autoras Miriam Elliott e Susan Meltsner
afirmam que há quatro tipos de perfeccionistas: • Perfeccionista de desempenho: associa seu valor próprio às suas realizações, como se estas e o seu ser fossem uma coisa só. No ambiente de trabalho, possui a agenda lotada de tarefas e quer realizar todas sem se sentir exausto ou tenso ao final do dia. Caso não consiga, culpa a si mesmo, não a natureza irreal de suas metas. Corre o risco de tornar-se um viciado em aprovação ou louvores, aumentando o seu nível de exigência a cada meta alcançada. • Perfeccionista de aparência: como o nome já diz, se preocupa em excesso com a imagem e a impressão que está passando a outras pessoas. No ambiente de trabalho, é aquele que arruma a mesa de maneira impecável e fica enfurecido toda vez que os objetos são retirados do seu devido lugar. • Perfeccionista interpessoal: vive encontrando defeitos nas outras pessoas e nos trabalhos que elas realizam, tentando controlá-las. Não admite que indivíduos com atitudes imprevisíveis interfiram em suas vidas organizadas e em seus planos traçados com minúcias. Espera que os outros atendam a todas as suas expectativas e não tolera falhas alheias, punindo-as com críticas altamente destrutivas. Por isso evita delegar tarefas e passa o dia a conferir o que outras pessoas já fizeram, muitas vezes refazendo, afinal, as coisas devem estar do seu jeito. • Perfeccionista moral: estabelece rígidos regulamentos, códigos éticos e morais de conduta e faz o impossível para segui-los ao pé da letra. Castiga-se sempre que não consegue, pois acredita que pagará caro por cada erro ou pensamento que não seja ético. Como o perfeccionista interpessoal, distancia e até mesmo rejeita pessoas que não possuem os mesmos pontos de vista e sistemas de valores que os seus, considerando-as uma afronta a seus padrões morais. Seu comportamento limita ou destrói chances de parcerias profissionais que poderiam ser bemsucedidas.
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Seja qual for o tipo de perfeccionista com o qual tenha se identificado, é provável que seu stress, sua úlcera, enxaqueca e problemas de ordem psicológica tenham origem em seus padrões estratosféricos que exigem um nível de desempenho humanamente impossível de atingir. Perceba a discrepância que há entre a imagem idealizada que tenta alcançar para si mesmo e os limites do seu verdadeiro eu, sujeito a erros e falhas. A autorrealizazão muitas vezes não depende de alcançar o modelo que você “deveria ser”. A diferença entre os perfeccionistas e pessoas que
buscam a excelência de forma equilibrada é o fato de os últimos enxergarem suas metas e desafios com flexibilidade, utilizando seus erros como aprendizado e alterando suas estratégias quando necessário, em vez de se esforçarem o dobro nos mesmos costumes enraizados e “gravados em rocha” para atingir a perfeição. Portanto, se você vive ouvindo aquela voz interior que diz: “dá pra melhorar!”, lembre-se: a perfeição é um ideal, não uma meta alcançável. E você é um ser humano.
no alvo
DANÇA DAS CADEIRAS Escola de Curitiba sob nova criação Celia Camargos – ou Celinha, como é conhecida no mercado -, entrou para a coordenação geral da curitibana Lemon Escola de Criatividade. Graduada em Publicidade e Propaganda pela Escola Superior de Estudos Empresariais e Informática, é especializada em Marketing e em Comunicação Empresarial pela PUC do Paraná.
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Novidades na F/Nazca
Dupla nova na Kia Motors
Há grandes renovações na área de criação da agência F/Nazca, com a admissão de Clauber Volinsky, Florencia Lear e Augusto Paiva. Volinsky já atravessou as empresas Sun MRM, SM Comunicação Full Brain, Gringo.nu, R/GA e Loducca. Quanto à Florencia Lear, formada pela Cásper Libero, ficou durante um ano e meio na Fischer+Fala e agora assume o setor de atendimento. Já Paiva, formado na Austrália em Design Gráfico, assume a assistência de arte.
O setor de Pós-Vendas e o de Marketing da Kia Motors têm novos diretores. Philip Derderian é economista graduado pela Fundação Armando Penteado (FAAP) e já trabalhou como presidente da Chrysler Group do Brasil, clássica empresa automotiva. José Vital Nogueira já foi gerente comercial de Veículos Comerciais na Fiat e agora volta ao cargo que havia ocupado entre 2007 e 2009, na Kia Motors.
RH na CPFL Energia
Motorola e mudanças
Alfredo Bottone, graduado em Direito pela FMU e pós-graduado em Gestão de Negócios de Energia Elétrica (FGV e USP), possui mais de 33 anos de experiência na área, já tendo trabalhado para a Elektro e Light Rio, e agora assumindo a diretoria Corporativa de Recursos Humanos da CPFL Energia.
O empresário Miguel Martinez Noguerol é o mais novo vice-presidente corporativo e gerente geral para a America Latina da Motorola Solutions, unidade pertencente à Motorola Inc. Diplomado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Mogi das Cruzes, atua há mais de 25 anos com automatização industrial e indústrias de Tecnologia da Informação (TI).
Empresas: lugar para verdinhas e verduras O consumo de frutas, verduras e legumes é importante para o bom desempenho de nosso corpo e mente, principalmente no trabalho. O problema é que máquinas de doces e refrigerante, por exemplo, se tornam uma verdadeira tentação para quem busca uma alimentação equilibrada. Inspirado nisso, Daniel Bandoni, nutricionista da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, desenvolveu uma campanha com cerca de 20 mil trabalhadores em 15 empresas de São Paulo. As organizações que dispunham de refeitório
Brasileiro é um dos
cinco mais
otimistas do mundo, mostra pesquisa internacional
Exercício físico diminui absenteísmo Nas últimas duas décadas, o número de pessoas que são vitimas de LER e DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) cresceu exponencialmente. Causados por movimentos repetitivos ou permanência excessiva em certa posição, estes distúrbios musculares chamaram a atenção dos dinamarqueses Jaana Kuoppala e Anne Lamminpaa, que estudaram a cura para tais males e chegaram à conclusão de que os programas de ginástica laboral são uma boa solução para quem não quer sofrer com o próprio corpo. Segundo eles, os benefícios do programa são nítidos: queda de 22% no absenteísmo, crescimento de 38% na motivação e decréscimo no estresse em 40%. A pesquisa foi publicada pela Journal Occupational Medicine e conclui que pausas de 10 a 15 minutos para a realização de exercícios físicos ao longo do trabalho melhoram a postura e diminuem as chances de obter LER/DPRT.
Vendas aumentaram segundo IBGE Pelo sétimo mês consecutivo, as vendas no varejo inflaram 1,1% em novembro. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a receita nominal da área aumentou 1,2%; esta é a 11ª alta mensal consecutiva na série com ajuste sazonal. Em comparação mensal, a maior parte das atividades analisadas identificou um aumento no volume de ven-
das no que tange a equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%); móveis e eletrodomésticos (2,4%). Em contraposição, foi registrado um recuo na procura por produtos dos setores de calçados e tecidos (-3,6%), além de combustíveis e lubrificantes, com um decréscimo de 0,3%.
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Um levantamento feito pela Gallup Internacional aponta que o brasileiro está entre os povos mais otimistas do planeta, ao menos quando o assunto é economia mundial para 2011. Questionados sobre o que esperam para o ano que acaba de começar, 56% deles disseram que será de “prosperidade econômica”. No ranking geral, nosso querido país tropical e alto-astral abocanhou o quinto lugar, ficando atrás somente de Nigéria, Vietnã, Gana e China. Já o rótulo de país mais “reclamão” ficou para a França: 61% afirmaram que 2011 será maculado pela recessão. Enquanto isso, nos EUA, 45% disseram que o ano será, ao menos, melhor que 2010. Feito entre os meses dez e doze de 2010, o estudo entrevistou 2002 pessoas de 53 países, espalhadas nos quatro continentes do mundo.
dentro da própria empresa e que se cadastraram no Programa de Alimentação do Trabalhador receberam oficinas culinárias, álbuns com informações sobre alimentação saudável e consultoria no próprio local das refeições. “O aumento no consumo destes alimentos foi superior a 15%, ficando além do que esperávamos como resultado da intervenção”, afirma Bandoni. Essa é uma boa constatação para quem acredita que o ambiente de trabalho pode influir nos cuidados à saúde.
Que papelão! Um computador com gabinete de papelão montado com cola branca atóxica. Já imaginou? Este é o Recompute. Computador de mesa idealizado pela Universidade de Houston, EUA, a inovação traz como principal lema a sustentabilidade. Ecológico desde a fabricação à reutilização das peças, todo o ciclo de vida útil do objeto é preenchido pela simplicidade. As oito portas USB permitem ao usuário usar hardwares adicionais já existentes e todos os quatro modelos são produzidos somente por encomenda – para evitar acúmulo de estoque. E a boa nova é que eles podem ser entregues em qualquer lugar do mundo. Então, pronto para encomendar? Recompute e recomponha!
WWW para WWF Fato: imprimir documentos gasta papel, gera lixo e inviabiliza o meio ambiente. Mas como isso é coisa que muita gente sabe e pouca gente faz, a World Wildlife Fund criou um novo formato de arquivo que impede a impressão de todo documento salvo em formato WWF. Uma boa ideia, não? Disponível para Mac OS e Windows XP, agora é só fazer o download no saveaswwf.com e poupar os eucaliptos do planeta.
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AguAr Nas aulas de ciências aprendemos que o ar é composto de água. Isso é perceptível quando observamos um copo gelado molhado por gotículas ou quando estamos dentro de um carro com o vidro embaçado. Agora, é possível extrair água pura do ar em questão de pouquíssimo tempo. Ao menos é o que propõe o Aquamaker AM10, filtro de água que retira pó, bactérias e esporos da atmosfera. Com capacidade de produzir até 36 litros em 38 horas, essa maravilha fabricante de água doce infelizmente tem preço salgado: $1799 pela máquina mais $17 por mês em serviço.
Monitor ativo Neste ano, o grande ganhador IF Design – clássica premiação mundial de design em produtos - foi uma garrafinha d’água. Philips Activa Workout/Fitness Monitor é um aparelho que controla seu programa de exercícios, armazena músicas em mp3 e, caso informe que prática irá fazer, ele mesmo escolherá o tipo de música de acordo com o seu ritmo de treino. Mas não é só isso, a grande sacada é a embalagem que pode virar uma garrafa de água para ser utilizada nas atividades físicas. Taí uma boa dica de inovação em reaproveitamento sem perder o estilo!
BluSaco É dia de calor, você tira a blusa e não sabe onde guardá-la? É muito comum acontecer isso, o casaquinho na mão, rodopiando pelo braço, quase raspando no chão, sem eira nem beira. Mas o que para muitas mulheres é estorvo, agora pode se tornar um belo utilitário dois-em-um. Chegou o “Wear Me Bag” (Bolsa me Use), casaquinho de tecido que vira sacola, criado pela designer Rotem Lewsinsohn. Com a proposta de reduzir o consumo, a “bolsaco” é uma inovação genialmente simples para quem adora ter um plano B na manga.
Glitter but grenner Roxo, pink, laranja, amarelo, verde, azul, cinza e preto: um verdadeiro arco-íris purpurinado tinge a edição comemorativa de cinco anos da Eneloop. Linha de pilhas recarregáveis e recicláveis da Sanyo, o conjunto vem com oito pilhas AA ($28) ou AAA ($31). Mas corra que a edição é limitada a apenas 200.000 exemplares.
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saúde
Protetor solar:
use e abuse Saiba como ter uma pele radiante e saudável o ano inteiro Celeste Mayumi
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ob a suave voz da cantora africana Rozalla Miller, Pedro Bial dá dicas luminosas de vida em torno de um imperativo inusitado: “Use filtro solar”. Quem nunca ouviu falar dessa música? Fundamental não apenas para combater a insolação e a vermelhidão da pele, o tal creminho branco – e, por vezes, melequento – evita queimaduras, manchas, rugas, flacidez e até o câncer. Pois foi pensando nisso e já entrando no clima do verão que a revista Ser Mais trouxe para você a dermatologista Selma Cernea, coordenadora da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que responde a seguir algumas das principais perguntas sobre o assunto. Confira: Protetor solar tem que ser usado no trabalho? “Sim, em especial se a atividade for ao ar livre”, ressalta a doutora Cernea. Em ambientes fechados como escritórios, o uso pode ser restringido a pessoas com manchas na face, sensíveis à luz visível (radiação emitida pelas lâmpadas). Quando fora dele, como na ida ou no retorno ao trabalho, o filtro deve ser usado e abusado, principalmente se os horários forem de “pico solar”. Maquiagem protege do sol? Produtos com pigmentação opaca como a da base, por exemplo, formam uma camada protetora por todo o rosto, o que evita a travessia dos raios solares nos poros. Porém, aconselha a coordenadora, o melhor é sempre “escolher uma base ou pó compacto que inclua filtro na formulação”, isso porque reforça a proteção diária e ainda embeleza a face. Já para quem não
tem esses produtos dois-em-um, a dobradinha filtromake deve ser aplicada conforme a ordem dada: protetor primeiro, make depois. É verdade que protetores com fator acima de 30 têm índice de proteção quase idêntico? Sim: “O filtro 15 confere uma proteção de 93,3%, FPS 30 confere 96,7% e o FPS 60 atinge 98,3%”, assim sendo, é preferível uma aplicação correta de FPS 30 do que uma aplicação muito econômica de FPS60, afirma a doutora. Qual o tipo de proteção ideal para minha pele? Para as peles oleosas, o mais aconselhável é aplicar protetor em gel ou loção aquosa e para as secas, creme ou loção cremosa. Em áreas com pelos, o spray facilita uma aplicação mais homogênea nas cavidades e irregularidades da pele. Qual a quantidade certa de passar? “Meia colher de chá de filtro na face, pescoço, antebraços mais uma colher de chá para pernas, coxas, tórax anterior e posterior” são a bula de beleza de Cernea. A aplicação deve ser preferencialmente feita em casa, 15 a 30 minutos antes da exposição, e a reaplicação a cada 2h ou 3h. Mais alguma dúvida? Para mais informações, consulte o seu dermatologista ou o site oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia (sbd.org.br). Nele, você poderá calcular o risco de câncer de pele e o nível de raios UV (ultravioletas) na sua região. E lembre-se: no filtro solar... acredite!
UVA: radiação ultravioleta do tipo A que tem um comprimento de onda mais longo que 320-400 nanômetros. Ela incide sobre a Terra ao nascer e pôr do Sol, e tem incidência constante, com intensidade não alterada pela época do ano ou altitude do lugar. Por penetrar mais profundamente na epiderme, é considerado o maior agente do fotoenvelhecimento (envelhecimento extrínseco). Não há convenção entre os fabricantes sobre a indicação exata de proteção contra os raios UVA, porém, segundo as normas americanas estabelecidas pela FDA (Food and Drug Administration), cruzinhas são utilizadas para indi-
car o grau de proteção – UVA+, UVA++, UVA+++, UVA++++. Já a maioria das indústrias europeias estampa um logotipo com a sigla UVA dentro de um círculo para designar que a proteção se dá em pelo menos um terço do valor total do FPS, grau mínimo considerado satisfatório. Contudo, ainda existem outras formas de nomenclatura, como a do Japão, o PA (Protection Grade of UVA), e de alguns outros países da Europa, como o PPD (Persistent Pigment Darkening Method) e o IPS (Immediate Pigment Darkening). Tudo isso depende de onde exatamente você compra o seu protetor.
UVC: é outro tipo de energia ultravioleta com frequência de 100-280 nanômetros. Embora seja considerado o mais germicida do espectro UV, ele é filtrado pela camada de ozônio na atmosfera e não atinge a superfície terrestre.
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UVB: com comprimento de onda menor que 380-320 nanômetros, incide sobre o nosso planeta no meio do dia, entre 10h e 15h, e é o maior responsável pela formação do câncer de pele, além de queimaduras; os raios mudam de intensidade conforme a estação e altitude. Nos filtros solares, a proteção contra estes raios é indicada e quantificada pelo FPS. O Fator de Proteção Solar (ou SPF, Sun Protection Factor) indica o tempo de proteção da pele contra queimaduras solares. Por exemplo, um FPS 30 mostra que você ficará até 300 minutos protegido do Sol.
Cílios mais fortes
moda, beleza e estilo
num piscar de olhos
O rímel é componente indispensável no dia-a-dia de muitas mulheres, mas quando usado em excesso pode enfraquecer e danificar os cílios, devido à falta de oxigenação dos pelos. Pensando nisso, a L’Oreal lançou no Brasil dois produtos que prometem: L Oréal Paris Serum e Double Extension Serum, máscaras para cílios com componentes derivados do serum, como pró-vitamina B5 e arginina. Além de fornecer os nutrientes adequados para o crescimento dos folículos e deixá-los mais resistentes, evitando quedas, as máscaras prometem um aumento de 80% nos cílios. O produto é composto por dois aplicadores: a base fortificante, que deve ser utilizada primeiro, e a cobertura que é aplicada por cima da base para colorir, alongar os cílios e realçar o olhar. O formato arredondado do aplicador possibilita o alcance do serum em toda a extensão dos cílios. Preços aproximados: L’Oreal Paris Serum: R$ 45. Double Extension Serum: R$ 65.
Fios domados
Coloque as imperfeições
numa fria
da raiz às pontas
Sabe aquela técnica de passar gelo no rosto pra melhorar a aparência da pele? Hoje você pode fazer isso de modo muito mais rápido e prático: criado pela Fabinject, o Skin Cooler é um rolinho de metal que, após ser deixado no freezer durante uma hora, ao ser deslizado sobre a pele produz efeito lifting instantâneo, reduzindo linhas de expressão, inflamações e olheiras. Disponível nos tamanhos mini (R$ 70) e tradicional (R$ 100).
Desenvolvido especialmente para cabelos masculinos, o Styling Sculpting Cream é um gel que, ao mesmo tempo em que doma os fios rebeldes e fixa o penteado, também devolve brilho ao cabelo sem deixar resíduos. Fabricado pela Manner for Men, o produto possui em sua fórmula ingredientes como óleo de mamona, pantenol e vitamina E, que condicionam o cabelo, ao contrário dos demais géis convencionais que apresentam em sua composição elementos nocivos aos fios, como o álcool. R$ 70.
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Bronzeado seguro Quer curtir a praia sem ficar com aquele bronzeado de camarão? Aposte na linha RoC® Minesol Antioxidante, que oferece um importante diferencial em relação aos demais filtros solares: além da proteção UVA e UVB, os produtos apresentam o poderoso antioxidante FeverfewTm, que neutraliza radicais livre provenientes da poluição e outros fatores externos. Atuando no colágeno da pele, previnem o envelhecimento prematuro e podem ser encontrados em embalagens práticas e modernas, nas versões creme (FPS 40 e FPS 70) e serum (FPS 30). Esta última, uma inovação no mercado por apresentar textura ultra leve. RoC® Minesol Antioxidant Serum FPS 30 – R$ 57. RoC® Minesol Antioxidant FPS 40 – R$ 55. RoC® Minesol Antioxidant FPS 70 – R$ 58.
2.0 Aplicativo transforma seu Facebook em jornal digital Já pensou acessar seu Facebook e poder saber de todas as novidades de seus amigos como em um jornal? O PostPost oferece essa funcionalidade, ao transformar seu feed de notícias com fotos, links e vídeos em um jornal digital de verdade; o aplicativo é criado pela TigerLogic, basta baixar e fazer o login.
Diga-me o que queres e te direi aonde irás
As comemorações de final de ano já passaram, mas o clima de viagem ainda permanece. Para aqueles que ainda não curtiram uma “areinha debaixo dos pés” porque não sabem para onde ir, um bom norte é o Wanderfly (http://www.wanderfly.com/). Embora todo em inglês, o site tem interface simples, rápida e muito intuitiva. Para decidir aonde quer chegar é só preencher algumas das informações solicitadas – onde mora, para onde pensa ir, quando e quanto quer gastar, o que pretende fazer. Tem de tudo lá: lugares românticos, ecológicos, culturais, pontos de jogatina e muito mais. Depois de clicar em “get going”, ele fornece uma breve sinopse do lugar, fotos, linhas aéreas e hotéis recomendados, temperatura do local no dia da pesquisa e informações turísticas mais específicas. Um ótimo guia para viajantes indecisos!
Cada site é um Flash
Montar um site próprio com todo o conteúdo profissional da carreira ao longo dos anos pode ser um excelente diferencial na hora da seleção. Para quem deseja fazer isso, o Wix é uma excelente opção. Serviço gratuito de criação de webpages em formato Flash, dá acabamento profissional ao seu projeto virtual com cores, textos e texturas ricas sem gastar nada. Inteiramente estruturado por meio de um painel de controle ao estilo “drag & drop”, permite arrastar elementos, alterar templates, adicionar animações, widgets, botões, galeria de imagens, textos e vídeos. O grande porém, no entanto, é a impossibilidade de incluir novos códigos às páginas, o que impede a inclusão de contadores, sistemas de estatísticas e murais de recados. Por ser em Flash, vale ressaltar que é necessário ter o plugin instalado para poder mexer no site.
A partilha
Se você está cansado de acessar sites com conteúdo que exige cadastro, instale o Bug Me Not (Não Me Perturbe), extensão para Chrome e FireFox que abre uma lista de logins disponíveis para que você possa acessar a página sem problemas. Ao instalá-lo, aparecerá um símbolo de proibido com um insetinho dentro. Quando quiser acessar a página bloqueada, clique no ícone que mostrará uma série de logins disponíveis para você escolher e logar. Mas vale ressaltar que nem todos os sites são acessíveis pelo Bug Me Not. Os que oferecem conteúdo pago, por exemplo, não são acessíveis.
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Entre os colegas de trabalho é muito comum compartilhar documentos por e-mail, mas nem sempre arquivos muito pesados são fáceis de serem recebidos. O Share1t é um desses sites de compartilhamento com o diferencial que facilita vidas: é simples. Para usá-lo, basta ir em “Selecionar Arquivo”, escolher o que enviar (no máximo 100mb) e clicar em “Send”. Depois de esperar, um link será gerado para você poder compartilhá-lo com quem quiser – sem spam, sem espera, nem captcha. Lembrando que se o arquivo não for mexido durante 15 dias, será excluído.
Do not disturb me
Missionários digitais levam empresas a ganhar dinheiro e a fortalecer marca no espaço web Tendência de converter colaboradores em representantes da companhia nas redes de relacionamento deve chegar com força ao Brasil. Para isso, empresas devem incentivar seus funcionários a entrarem no mundo digital e a terem política clara sobre o assunto
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A
Gabriel Rossi
o invés de proibir ostensivamente a utilização dos diversos recursos da internet – as chamadas redes sociais de relacionamento (MSN, Orkut, Facebook e Twitter, entre outros), as empresas terão muito a ganhar – inclusive financeiramente – se transformarem os seus colaboradores em verdadeiros representantes de sua marca e seus produtos no mundo digital. O fenômeno é uma tendência entre as empresas que melhor se relacionam nas redes sociais mundo afora e, entre os estudiosos, o conceito já recebeu o apelido de “missionários digitais”, termo que designa funcionários que, ao atuarem nestas redes, acabam por fortalecer a percepção das marcas e até a promover negócios via internet. Uma empresa que estruturou uma política de relacionamento nas redes sociais para seus colaboradores de forma bem-sucedida foi a Intel. A companhia, que produz processadores para computadores, largou na frente, inclusive publicando em seu portal corporativo uma política que sugere diretrizes sobre como os colaboradores da companhia devem se portar nas redes sociais, caso queiram se manifestar sobre a organização ou sobre temas de interesse da empresa. A política está disponível na versão brasileira do site da companhia (www.intel.com.br). O mais interessante no trabalho foi que a Intel soube desenvolver este arcabouço de orientações de forma humana e informal, conseguindo chegar a todos seus profissionais com muita clareza e transparência, sem confundi-lo. Tornar o funcionário um missionário digital é uma tendência
que muito em breve veremos com frequência no Brasil e no mundo. Podem apostar. Entre outros fatores positivos, vale a pena lembrar que, ao possibilitar que um colaborador atue como missionário digital, a companhia se vale de um profissional que está mais próximo do cliente final da empresa e, portanto, tem com ele contato direto, afinidade e agilidade no relacionamento. O case da Zappos (www.zappos.com), uma empresa online de venda de calçados ainda pouco conhecida no Brasil, é emblemático. Por ter nascido digital, a alta direção da Zappos acreditou ser natural que seus funcionários se valessem de canais como o Twitter e Facebook para se aproximarem dos consumidores com liberdade, evangelizarem pela empresa e incorporarem a transparência corporativa como característica fundamental. O resultado não poderia ser melhor: a empresa comemora um faturamento anual da ordem de US$ 1 bilhão. A Zappos se tornou um case bem-sucedido porque conseguiu criar uma cultura interna de felicidade entre seus colaboradores e, ao mesmo tempo, exigir deles o comprometimento com um serviço acima da média. A grande sacada foi conseguir naturalmente que seus colaboradores trouxessem essa cultura para a web, e os resultados financeiros da empresa aconteceram sem grandes investimentos em publicidade. No Brasil, é possível dizer que esta tendência ainda caminha devagar, com a maioria das empresas proibindo o acesso a redes como Twitter, MSN e Facebook durante o expediente e monitorando a atuação, inclusive pessoal, de seus funcioná-
seu relacionamento, pois muitos deles são pessoas que têm muita influência em comunidades online. Com este processo, as marcas acabam por se valer ou absorver a reputação do próprio missionário e com isso podem segmentar seus públicos, fortalecer a reputação, testar novos produtos, reduzir o risco de novas campanhas publicitárias, conquistar e antecipar novos clientes, entre outros. A Ford (montadora norte-americana de automóveis), e a Sun (softwares) são bons exemplos de companhias que já tornaram seus funcionários – ou parte deles – verdadeiros missionários digitais. Gabriel Rossi é estrategista de marketing na internet e diretor da Gabriel Rossi Consultoria. gabrielrossi@gabrielrossi.com.br
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rios em redes sociais. Possivelmente esta postura está com os dias contados, uma vez que o avanço tecnológico, os hábitos da geração mais jovem e o baixo custo da comunicação via web devem promover mudanças – inclusive em modelos de negócios – na maior parte das empresas. Aconselhamos as empresas primeiramente a criar uma estrutura de governança e regulamentação para o ambiente web que seja facilmente assimilada por seus colaboradores. Outro bom exemplo de política bem-sucedida de adaptação cultural aos novos tempos é a varejista americana Best Buy. Ela utiliza um exército de colaboradores como verdadeiros representantes da marca, que dão intenso suporte aos clientes da empresa. Não seria isso real vantagem competitiva? O pulo do gato, então, é saber como fazer. Vencerão a guerra no espaço web as marcas que conseguirem se humanizar diante de seus consumidores. Ao tornar seus colaboradores missionários da marca, as empresas nada mais estão fazendo do que humanizando o
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Feliz VOCÊ Novo
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Ano novo, vida velha? Especialistas em coaching trazem dicas para você se planejar sem cair no conto das promessas não cumpridas em 2011 É cinco, é quatro, é três, dois... um! E assim começa a rotina do novo de novo: um abraço caloroso para familiares e amigos, trajes brancos, sete ondinhas no mar, uma colher de lentilha, sete sementes de uva, mais sete de romã, um potinho de figos, tâmaras, avelãs e tantos outros ingredientes que até parece receita de bolo. Mas não é. Sejamos sinceros, quem nunca praticou uma superstição dessas na virada para o ano novo? O mais incrível é que esse pensamento mágico permeia toda a consciência do povo de geração a geração, sempre na mesma época do ano. De repeteco em repeteco, muita gente crê que estes atos, voluntários ou não, podem mudar de forma transcendental nossas vidas, sendo que para isso basta um punhadinho de rosas brancas ou sete sementes de uva. Mas será que se vestir de branco em apenas um dia vai nos embalsamar de paz pelas restantes 8766 horas do ano de 2011? Pelo sim, pelo não, o inegável é que as superstições resguardam o intento da mudança, mas não são a verdadeira virada, porque prometer não significa cumprir. Espalhar aos quatro cantos da ceia que você vai emagrecer, parar de fumar ou “mudar de vida completamente” só porque praticou todas as crenças possíveis e inimagináveis de ano novo não é suficiente para mudar velhos hábitos. É ingenuidade imaginar que somente superstições aguentarão o baque de uma genuína atitude. Como já era previsível, o mês de janeiro é o período mais perigoso para quem promete se comprometendo. Justo nesse período é que deixamos de lado as promessas e partimos para o abraço com o conformismo, deixando a velha realidade só nos dar um puxão de orelha no finalzinho de dezembro, quando a maior parte das realizações já se torna tardia ou ineficaz. Mike Martins, diretor-executivo da SLAC (Sociedade Latino Americana de Coaching), explica essa artimanha da postergação: “É a fase
do sonhador, onde tudo é possível e acreditamos que vamos conseguir. O processo de visualização mental se intensifica e conseguimos nos ver no futuro colhendo os frutos durante este processo”. Mas o processo do “sonho meu” ao “tombo meu” é um passo. É muito comum nos esquecermos da vida como ela é, que as coisas acontecem mesmo sonhando acordados e que o mundo continua girando, mesmo sem ter a consciência da realidade, principal responsável pela execução de nossas metas. AreZona É na zona da verdade que devemos tecer nossos sonhos. A realidade é uma grande área de desconforto coletiva na qual temos que nos mexer para não ficarmos à mercê do acaso. Por isso, fica aqui uma questão: tudo o que você planeja para 2011 é realmente possível? Entretanto, somente pensar no que você pode ou não fazer é muito fácil. Afinal, está tudo aí, na sua cabeça, você naturalmente já sabe de tudo o que ocorreu de bem e de mal na sua vida, o que gostaria de mudar ou não, tudo tão límpido como o céu, certo? Errado. Quando sonhamos sem nada firmado, nossa mente trabalha como um céu nublado. Quando não organizadas, as lembranças mantêmse agitadas e opacas, líquidas e instáveis no meio do seu cérebro, por isso é que escrever tudo certinho solidifica o desejo, um por um, na concretude do papel. Considere, ao menos remotamente, todos os fatores que poderão contribuir para que você atinja o que almeja. Faça um “levantamento da situação atual e, principalmente, dos recursos de que dispõe para enfrentar novos desafios”, conforme diz Alberto Centurião, escritor e sóciogerente da Centurione. Se quiser, antes de fazer isso compre um caderno
para o passo inicial. Nele você fará uma lista com dez características que o definem hoje. Mas, atenção, ela precisa ser feita de modo sincero! Depois, peça para outras pessoas listarem dez características que elas atribuem a você agora e compare as semelhanças e diferenças entre ambas as listas. Quais dotes dados pelos outros não estão de acordo com a sua? E a situação inversa? Quais capacidades apareceram e você não sabia que tinha? Por meio disso é que você saberá como anda sua reputação. Para Caio Porto, coach e neurolinguista: “A [reputação] é um modelo, pois é ela que seus filhos, colaboradores e amigos seguirão e não a imagem que você tem de si mesmo”. Assim, depois que souber como anda a sua “fama” hoje em dia, use como base essas duas listas e trace uma nova trajetória, identificando as dez características que você quer transmitir para a sua vida em 2011. Fique atento: transborde todas as linhas com afirmações positivas, nada de negativismo; por exemplo, prefira “se concentrar mais” em vez de “não se distrair” e assim por diante, isso fortalece a sua motivação interior. O caderninho poderá virar sua lista de desejos e, quando tiver tempo, invista quinze minutos do seu dia à releitura dele, repensando e reajustando sempre conforme as mudanças que ocorrerão ao longo do ano.
Lista, agenda, ação! Para manter a chama do comprometimento acesa, anexe seu planejamento na agenda para visualizála sempre e guarde uma hora para fazer a “tarefa de revisão mensal” até o final do ano, criando indicadores que permitam saber se está indo na direção prevista; assim você terá um contato constante com o objetivo e ele não ficará esquecido na correria do dia a dia. Outra dica é se basear nas listas que você montou por quatro semanas. O neurolinguista Caio Porto sugere que, após esse intervalo, você “peça às mesmas pessoas para que façam a lista novamente. O que mudou? O que funcionou? O que não funcionou? O mais importante são os comportamentos, por isso, comprometa-se com eles e tome essa responsabilidade para você antes que outro o faça no seu lugar”. Mas caso você ainda queira ajuda nesse planejamento todo, o coaching é uma boa saída. “É o processo de apoiar uma pessoa na identificação e na criação de metas, acessando e desenvolvendo seus recursos internos. A fundação para a excelência acontece através de foco na solução, diálogo estruturado, acompanhamento e feedback”, diz Mike Martins, da SLAC. Para ele, esses são os ingredientes essenciais ao sucesso. E para fechar a primeira matéria do ano trazemos a vocês três textos de coaching com dicas e estratégias de especialistas que, com certeza, mostrarão uma luz na direção certa, conduzindo ao caminho do sucesso. Lembre-se: em primeiro lugar você precisa ter compromissoconsigomesmo.Apartirdaíconseguirá estabelecer relações de comprometimento com suas metas, objetivos e sonhos. Crie seu próprio espaço para oportunidades, tenha muita vontade na mente, atitude para dar e vender e o sucesso será uma consequência.
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Ano novo, hobby novo? E agora chegou a hora de pôr em xeque suas habilidades profissionais. Ponha por escrito tudo o que sabe fazer, seja o mais abrangente possível e inclua não apenas suas qualidades na carreira como também talentos até hoje pouco explorados. Qual destas atividades você poderia passar a vida inteira fazendo? Afinal de contas, uma distração pode virar seu ganha-pão. Depois faça outra lista com todas as coisas que você gostaria de aprender a fazer e não sabe. Quais delas você exerce com excelência? Analise os dois inventários e faça outro com as coisas que você gosta de fazer, faz bem e que poderia aprender – como alcançar as habilidades que faltam? Entre as três ficará claro o pender entre desejo e realidade e, diante disso, lance luz sobre a sua face atual – existe mesmo possibilidade de fazer o que quero com o que faço hoje? Como? Em seguida, faça uma escolha para sua carreira
e estabeleça metas: quando vou chegar aonde quero? Por onde começo? O que fazer ainda agora para avançar em meus objetivos? O que ganho e o que perco concretizando essa virada profissional? Fracione o que quer em desejos menores, mais simples, monte um cronograma possível e nada de exageros, não queira agarrar tudo com braços e pernas, o plano de ação deve progredir com base no que você já realizou ontem, hoje e no que realmente pode ser feito amanhã. Um dia por vez.
Faça o que sempre quis. Ouse mudar
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Por Alberto Centurião
Você está totalmente satisfeito com sua carreira? Tem o emprego dos sonhos? Já chegou à posição profissional que sempre quis? Sente-se realizado profissionalmente? É daqueles que pensam que “se melhorar estraga”? Se for esse o seu caso... pode pular este artigo, porque coaching de carreira é para quem quer mais. Embora bem-sucedido até aqui, você pensa que ainda não chegou lá? Gostaria de conquistar uma posição de maior destaque? Está pensando em mudar de carreira? Tem um sonho profissional ainda não realizado? Pois bem, que tal aproveitar 2011 para dar uma guinada na vida e avançar em direção à sua meta não realizada? Pode ser que você já tenha uma ideia definida do que deseja. Pode ser que ainda não, que sua vontade de mudar seja motivada apenas pela insatisfação com a situação atual. Pelo sim, pelo não, é importante começar fazendo um levantamento da situação atual e, principalmente, dos recursos de que dispõe para enfrentar novos desafios. Pergunte-se: “Em uma situação diferente desta em que me encontro, quais os recursos de que poderei valer-me? Tenho algum talento ainda não aproveitado, que poderia ser um novo caminho?”. Passo a passo – Inventário de recursos e possibilidades
1.
Faça uma lista de coisas que você sabe fazer. Essa lista deve ser a mais abrangente possível, incluindo não apenas suas competências profissionais, mas também todos os seus talentos, pouco ou muito desenvolvidos. Nunca se sabe quando um hobby pode se tornar uma profissão. Pergunte-se: “Está tudo aí? Todas as atividades que têm alguma importância para mim foram consideradas? Eu poderia passar a vida fazendo uma dessas atividades?”.
2.
Faça uma segunda lista, das coisas que você gosta de fazer. Inclua as que você sabe e também as que não sabe, mas poderia aprender. Pergunte-se: “Quais, dentre estas competências, podem ser mais bem aproveitadas profissionalmente? Em que eu me considero excelente?”.
3.
Confronte as duas listas e extraia delas uma TERCEIRA LISTA, das coisas que você GOSTA de fazer, FAZ BEM ou PODERIA APRENDER. Pergunte-se: “O que eu faço melhor e mais gosto de fazer? Onde posso buscar os conhecimentos e as habilidades que me faltam? Vale a pena investir no desenvolvimento desta atividade?”.
4.
5.
6.
Olhe agora para esta lista de possibilidades com os olhos do mercado e pergunte-se: “Dessas coisas que sou capaz de fazer, quais as mais valorizadas pelas outras pessoas? Quais delas têm valor potencial de mercado? Em quais dessas atividades eu teria maiores chances de sucesso profissional?” – E terá em mãos o seu universo de possibilidades viáveis e prazerosas. Entre elas, seu cérebro e seu coração balançam... Sob essa inspiração, lance um olhar sobre sua realidade atual. Em especial, verifique se há compatibilidade entre o que faz hoje e o que sonha e poderá fazer. Pergunte-se: “Existe alinhamento estratégico entre minha ocupação atual e essas possibilidades? Já estou no caminho certo ou preciso mudar de rumo? É hora de dar continuidade ou devo me aventurar por um novo caminho?”. Com base nesses questionamentos, faça uma escolha e ESTABELEÇA SUA META DE CARREIRA. Pense a longo prazo: “Onde quero chegar? Em quanto tempo? Qual o caminho a percorrer para chegar lá? Por onde devo começar? O que posso fazer ainda hoje para avançar nessa direção? E nos próximos 30 dias? E daqui a seis meses?”... E continue perguntando: “O que eu ganho e o que eu perco realizando essa mudança de carreira? Meu trabalho atual está alinhado com a meta?
Como me sentirei quando chegar lá? Como saberei que atingi a meta?”. 7.
Agora você precisa fracionar sua meta em metas menores − as metas de processo − que serão os passos necessários para realizar a meta de carreira. Essas metas de processo vão mapear o seu PLANO DE AÇÃO. Estabeleça metas de processo de curtíssimo, curto e médio prazos, a serem realizadas ainda em 2011. Pergunte-se: “Existe alinhamento estratégico entre as metas? Essa meta de carreira é mesmo importante para mim? Quanto eu estou disposto a me esforçar para alcançá-la? Qual o prazo que tenho para realizar cada etapa?”.
8.
Lembre-se de que o sonho só vira realidade se você fizer a sua parte. Monte um cronograma de ações e comprometa-se com elas. Para cada etapa do plano de ação, faça uma lista de tarefas. Ao fim de cada dia, pergunte-se: “Realizei todas as ações de hoje? O que era importantíssimo e eu deixei de realizar? Essa meta vale o sacrifício? Quem serei eu quando tiver alcançado a meta?”.
Agora é só colocar em prática o plano, monitorando seus progressos e celebrando cada meta de processo alcançada, pois ela é um sinal de que você está avançando em direção à sua meta de resultado.
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Ano novo, imagem nova! Mude sua imagem Por Caio Porto Como estão atualmente seus relacionamentos? Qual é a sua reputação? Qual a sua imagem no trabalho? E em casa? Essa reputação é a mesma que você faz de si mesmo? A parte mais importante de um relacionamento é a reputação. Ela é uma profecia autorrealizadora. Se seu superior acredita que você é desorganizado, não importa o deslize que você cometa em relação a essa crença, por menor que seja, irá apenas confirmá-la. É o famoso “eu sabia!”. Da mesma forma, se você tem uma imagem confiável do seu cônjuge, tem uma tendência a continuar acreditando nessa imagem, mesmo quando as evidências apontam para o contrário. E também é um modelo, pois é essa reputação que seus filhos, colaboradores e amigos seguirão e não a imagem que você tem de si mesmo. Então, como conquistar essa reputação? Inicialmente, descubra qual é ela hoje. A. Faça uma lista com 10 características que definem quem você é hoje, seja em casa ou no trabalho. Use no máximo três palavras para cada. B. Peça a três pessoas, de preferência neutras, para fazerem uma lista com 10 características que elas acreditem que definam quem você é hoje. Leve em conta que seu atual relacionamento com elas irá influenciar no resultado.
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O quanto as listas estão semelhantes? Quais são as características das outras listas que não
estão de acordo com a sua? Quais estão? Quais comportamentos e capacidades surgiram e você não sabia que tinha? “Ok, já sei qual a minha reputação hoje. E agora?”. Agora, com base nessas duas listas, faça outra com 10 características (aproveitando aquelas que já apareceram) relacionadas à imagem que você quer ter em 2011. Construa com termos positivos. Como exemplo, utilizando “tranquilo” ao invés de “não estressar”. E sem comparativos, utilizando “tolerante” ao invés de “menos crítico”. Plano de ação Escolha duas características que você considera mais importantes. Qual comportamento está ligado a essas características? Quando e onde você pretende ter esse comportamento? Quais os momentos mais importantes para esse comportamento? Como você vai fazer para se lembrar de agir dessa forma? Qual resultado você acredita que terá? Como você define uma pessoa que age assim? Utilize esse comportamento por 4 semanas e peça às mesmas pessoas que façam a lista novamente. O que mudou? O que funcionou? O que não funcionou? O mais importante são os comportamentos, por isso, comprometa-se com eles e tome essa responsabilidade para você. Antes que outro o faça no seu lugar. Grande abraço e sucesso em 2011.
Resoluções para 2011 com autocoaching
Bem-vindos ao ano de 2011! Por Mike Martins Como estão as suas metas para o ano de 2011? Qual metodologia você utilizou ao pensar no maior número de facetas possíveis para a conclusão bem-sucedida de suas metas? Você levou em consideração os pilares da sua vida para atingir as metas de uma maneira sustentável? Você levou em consideração tempo, recursos, planejamento e obstáculos? O coaching é o processo de apoiar uma pessoa na identificação e criação de metas, acessando e desenvolvendo seus recursos internos. A fundação para a excelência acontece através de foco na solução, diálogo estruturado, acompanhamento e feedback. Esses são os ingredientes essenciais para o sucesso.
Esquecemo-nos do realista, que é responsável pela execução de todas essas metas e pelo que vamos fazer para concluir o processo com êxito. O realista vai pensar no plano de ação para cada uma das metas, definindo o que você fará especificamente para realizá-las. E, em muitos casos, o que você deixará de fazer para otimizar o tempo, lidando assim com a famosa área de conforto que, na verdade, é de desconforto. É quando entra em ação o crítico, que é responsável por dizer o que faltou no planejamento, o que não foi levado em consideração no projeto. Quando o crítico não faz seu trabalho, o realista executa o plano, assim esquecendo e não levando em consideração pontos vulneráveis que podem boicotar e comprometer a meta no futuro, gerando frustações durante o ano e limitando o seu sonhador para 2012. O crítico então desaparece, da mesma maneira que muitas das suas metas desaparecem durante o ano, devido às inúmeras mudanças e atribuições que são delegadas e assumidas no dia a dia. Tenha um ótimo 2011! Foco nas metas! Sucesso!
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Quando estamos para começar um novo ano, a criatividade aflora. Começamos a levar em consideração e a pensar em tudo que queremos, como se tudo fosse possível. É a fase do sonhador, onde tudo é possível e acreditamos que vamos conseguir. O processo de visualização mental se intensifica e conseguimos nos ver no futuro
colhendo os frutos, durante este processo.
jogo rápido Em 1998 conquistou três medalhas de ouro no primeiro campeonato brasileiro que disputou. Em 2000 abocanhou quatro medalhas nas Paraolimpíadas. Em 2004 recebeu seis medalhas de ouro mais uma de prata e não demorou muito para logo entrar na história da natação brasileira como o maior medalhista da modalidade nas Paraolimpíadas. Leia a seguir o que diz o atleta potiguar nesta entrevista sincronizada em nove questões livres com
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Clodoaldo Silva 1 - Como iniciou sua carreira no esporte? Desde o início quis ser esportista? O começo foi tão fácil como parece ser hoje? Sua família sempre o incentivou? Costumo dizer que sou um atleta por acaso. A origem da minha deficiência foi decorrente da falta de oxigenação durante o parto, isso ocasionou uma paralisia cerebral que afetou a coordenação das pernas. Passei por várias cirurgias para melhorar a minha locomoção e a última veio em 1996. Neste ano, por orientação médica, comecei a fazer fisioterapia dentro da água e dali para frente comecei a me destacar, até receber um convite para participar das competições paraolímpicas. Participei do meu primeiro campeonato em 1998, quando ganhei as primeiras três medalhas de ouro. Para chegar a esse campeonato e tantos outros, passei por muitos obstáculos. Tinha que me preocupar em estudar, trabalhar, treinar e ainda buscar patrocínios para poder viajar às competições. Por tantas vezes saía do trabalho ou do treino direto para as empresas, com o meu “projeto de patrocínio nas mãos” e por diversas vezes ficava aguardando para ser recebido pelos empresários. Em outras vezes, ligava para a empresa para confirmar a reunião, chegava ao local do encontro e me falavam que o empresário não estava, mesmo eu sabendo o contrário. Hoje, essas pessoas que me negavam um patrocínio são as mesmas que me procuram e me parabenizam pelos resultados. A minha família foi e é muito importante em todas as fases da minha vida e carreira esportiva. Graças a ela consegui ultrapassar com êxito todas essas barreiras. 2 - Enquanto iniciava sua carreira ou mesmo quando já tinha começado, em algum momento pensou em desistir? O que o levou a persistir? Já passei por várias dificuldades na minha vida pessoal e esportiva, mas todas elas só me motivaram mais e mais a continuar.
Todos nós temos altos e baixos em nossas vidas e na minha não foi diferente. Quando enfrento esses dias ou momentos que não são tão bons, me agarro à minha família, esposa e, principalmente, à torcida brasileira que sempre está mostrando o seu carinho e respeito por onde eu passo. 3 - Antes de participar dos jogos paraolímpicos de Atenas que o consagraram como o Tubarão de Medalhas, como era a receptividade da sociedade ao portador de deficiência? E hoje? Como anda o assédio? Sempre recebi o carinho, a admiração e o respeito das pessoas. Apesar de ter nascido com uma deficiência, nunca me achei inferior ou superior a ninguém, sempre tive a autoestima muito elevada. Devido a essas qualidades de comportamento, era difícil as pessoas conseguirem me inferiorizar ou me discriminar. Atualmente, viajo por todo o país para competir e realizar palestras e fico impressionado com o carinho delas. Como embaixador da campanha da acessibilidade, antes de grandes jogos de futebol, quando entro no estádio para divulgar a campanha, a torcida já começa a gritar meu nome. Fico me sentindo até um jogador de futebol! 4 - Depois de ganhar seis medalhas de ouro e uma de prata na Grécia, notou alguma melhora no incentivo ao esporte paraolímpico no Brasil? Antes dos jogos paraolímpicos de Atenas, só existia a lei Agnelo/Piva, que beneficiava o esporte olímpico e paraolímpico. No ano seguinte, após os jogos, surgiu a Lei de Incentivo ao Esporte, o Bolsa Atleta e, em alguns estados, há o Programa Estadual para Apoio à Prática do Esporte. O governo Federal e alguns estados brasileiros estão fazendo a sua parte. O que ainda falta são as empresas privadas incentivarem mais o esporte paraolímpico.
5 - A constante divulgação da imprensa fez mudar alguma coisa na sua vida? O quê? Se hoje sou considerado referência, exemplo e ídolo no Brasil para pessoas com ou sem deficiência, tudo se deve à constante divulgação e aparição na mídia. Fico muito feliz com todo esse reconhecimento porque mostra para toda a sociedade que pessoas com deficiência são capazes como qualquer outra, o que ainda incentiva as pessoas que têm algum tipo de dificuldade a querer superá-las. 6 - O que o Instituto Clodoaldo Silva já fez e o que tem feito pelas crianças e adolescentes durante toda sua atividade? O Instituto Clodoaldo Silva tem o objetivo de formar grandes campeões no esporte olímpico e paraolímpico. Seja na piscina, em uma pista de atletismo, quadra de basquete ou em um tatame, o objetivo principal do Instituto é transformá-los em campões na vida, com respeito e dignidade como grandes cidadãos. A ONG apoia e incentiva o esporte no bairro de Mãe Luiza com as modalidades de futebol, capoeira e música. No futebol, seis garotos já saíram do bairro para realizar testes para os clubes profissionais da cidade. Este bairro foi onde nasci, passei a minha infância, adolescência e vida adulta. É conhecido como um local violento e de periferia. Por estes motivos decidi que lá seria o primeiro lugar em que o Instituto Clodoaldo Silva iria iniciar os projetos. 7 - Além do esporte, o que mais sonha para o futuro? Consolidar o Instituto Clodoaldo Silva em todo o país, colaborar e fazer parte na vida dos nossos futuros campeões. Trabalhar muito para que até 2016 o Brasil paraolímpico e as pessoas com deficiência possam ter o merecido reconhecimento da sociedade brasileira.
8 - Você, Clodoaldo como palestrante, o que tem achado dessa experiência? Tenho a convicção de que as oportunidades aparecem para todos e quando elas chegam temos que agarrar com unhas e dentes. Pois bem, foi o que fiz. Surgiu a oportunidade para eu falar a milhares e milhares de pessoas e a cada dia tento me especializar mais, fazendo cursos, lendo livros. Toda essa dedicação nas minhas apresentações como palestrante ocorre porque percebi que eu consigo mudar a vida das pessoas com o meu exemplo de vida e com as minhas palavras. 9 - Clodoaldo, esta pergunta não posso deixar de fazer. Depois de ser nomeado o melhor paraolímpico do mundo pelo Comitê Paraolímpico Internacional em 2005 e de ganhar o Troféu Hors Concours, maior honraria do Prêmio Brasil Olímpico, enfim, pergunto: qual é a chavinha de ouro para abocanhar tantas vitórias e reconhecimento? Qual a dica você pode dar ao leitor da Ser Mais? Não só no esporte, mas em tudo em que nos propusermos a realizar, temos que ser perfeccionistas e nos dedicar de corpo e alma. Só assim vem a recompensa. Eu tenho uma frase que uso para toda a minha vida, principalmente quando quero me motivar: “Quando o trabalho é dedicado, tem planejamento adequado, o sucesso é consequência normal”.
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Coaching Corporativo Uma visão do Coaching Organizacional Tudo o que você precisa saber sobre o Coaching Corporativo em quatro questões Sulivan França Como posso saber se o coaching realmente funciona no ambiente corporativo? Um estudo no Journal of Public Personnel Management constatou que o processo melhorou a produtividade gerencial em 22,4% durante o treinamento e aumentou em 88% o desempenho dos colaboradores.
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E como posso medir os resultados de coaching na minha organização? David A. Fitzhugh, professor de administração de empresas da Harvard Business School, acredita que a qualidade da relação entre líderes e subordinados é um importante indicador de sucesso. Conversando com os subordinados sobre suas necessidades de desenvolvimento, percebemos como esse fator afeta a relação positiva e a grande recompensa que o processo de coaching pode oferecer. Um coach de empresas leva em consideração a visão, a missão e a cultura de uma organização, além dos valores e objetivos profissionais de quem passa pelo processo de coaching. O objetivo é ter certeza de que todos estes fatores estão em alinhamento. Isso porque a visão, a missão e os valores da organização, em muitos casos, refletem diretamente esses conceitos de seus fundadores. Quando a visão, a missão e a cultura de uma organização estão alinhadas com os valores de um indivíduo e os objetivos profissionais, o colaborador está comprometido com a organização, é mais produtivo, eficaz e feliz no desempenho de suas funções de trabalho. Ele trata as questões de conservação e produtividade com muita serieda-
de e comprometimento perante a organização. Em outras palavras, “veste a camisa”. Quais são os ganhos em implantar uma Cultura de Coaching Corporativo? - Articula organização, visão, propósito, direção, estratégias, metas e ações importantes. Assim, contribui com a assertividade no planejamento estratégico. - Envolve e inclui membros da organização com o objetivo de adquirir compreensão, respeito, compromisso e empenho com as metas da empresa. - Alinha metas, equipes, ações e expectativas com as da organização. - Remove barreiras e fornece recursos. - Promove o feedback. - Desafia e inspira a organização e seus membros individuais. - Desenvolve e faz crescer as pessoas através de um trabalho significativo. - Aumenta o trabalho, a satisfação profissional e a realização pessoal. - Cria uma equipe positiva e produtiva, que oferece o seu melhor e seu potencial em sua totalidade. O que eu preciso saber para ser um coach corporativo? Existem diferentes áreas de especialização em coaching. Uma pessoa pode escolher ser um coach corporativo porque quer oferecer seus serviços para os profissionais. Com este tipo de coaching, o coachee (cliente) encontra um coach no qual confia. Assim acontece muitas vezes o processo de coaching de grupo, quando o coach e os coachees se reúnem em datas programadas. Com o objetivo de melhorar e atingir metas profissionais,
cados como coaches. Este é um longo e intensivo programa de treinamento e desenvolvimento que requer um trabalho de um Master Coach Trainer, fugindo das práticas anteriores de coaching. Uma coisa é ser um coach, e outra é ser um Master Coach Trainer com habilidade em formar coaches e capacidade para ensinar coaching. Esta é uma habilidade praticada e desenvolvida por anos, que exige a capacidade de criar um programa de formação, bem como de apresentá-lo. E que verdadeiramente funcione. O Master Coach Trainer deve ser capaz de reconhecer se os treinandos compreenderam o material apresentado, bem como o suficiente para aplicar as habilidades, técnicas e estratégias que também devem ser praticadas em sala. Só assim conseguimos mensurar se foram aprendidas. A proximidade e o contato com a organização e as pessoas que estão passando pelo programa de formação também se fazem necessários. Trata-se de compreender a missão, a visão da organização e os objetivos individuais.
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esses tipos de clientes querem um coach objetivo para responsabilizá-los e fazê-los focar nas ações que os levarão a atingir suas metas. As habilidades do coach são: ouvir, questionar, ter empatia, esclarecer, resumir e desafiar. Aproveitar os momentos de pico durante as sessões de coaching e, assim, partir para as estratégias de planejamento. Saber se promover como um coach corporativo para atrair clientes. Um coach corporativo deve entender os desafios, necessidades e desejos das corporações. Existem algumas organizações que têm coaches de equipes para otimizar o desempenho e implementar ações específicas. Planos de desenvolvimento profissional: este tipo de coaching é mais orientado para o desenvolvimento profissional, e não o pessoal. Seja qual for a organização, esta pode exigir como habilidades: certificações, reconhecimento, indicações e qualificações específicas. Cada organização tem seus critérios para escolher o coach que trabalhará com os seus colaboradores. Às vezes, as organizações começam um trabalho de coaching e logo querem um grupo específico de colaboradores que devem ser certifi-
Inteligência empresarial
inovadora Como aplicar a comunicação e o diálogo na liderança Nancy Assad
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cada amanhecer contemplamos o sábio conhecimento da natureza emoldurando o cotidiano de nossas vidas. É na natureza que contemplamos a força, a beleza e o poder criador de uma inteligência superior, que tem a finalidade de integrar com sintonia a vida humana e corporativa. Na contemporaneidade, as empresas mais bem-sucedidas vêm evoluindo do conhecimento informal para o gerenciamento e disseminação do conhecimento, a fim de aprimorar sua capacidade inovadora e seu capital intelectual através da incorporação do conhecimento à gestão. A gestão do conhecimento, alinhada ao capital intelectual, é o pilar da inteligência empresarial no seu selvagem habitat empresarial. A atuação estratégica dos recursos humanos é de importância fundamental para a conquista, retenção e motivação dos talentos, no seu expandir de capital intelectual, tendo como objetivo organizacional a inovação da inteligência empresarial. É com a gestão do conhecimento que se pode articular a renovação dos conhecimentos estratégicos para a vivência, e, sobretudo, a sobrevivência da sustentabilidade corporativa e ensaiar os primeiros passos para a organização sob a batuta dos maestros empresariais. Conhecer significa autocrítica na sensatez do “conhece-te a ti mesmo” socrático. Dentro da visão panorâmica organizacional, a busca constante do detectar e a correção dos eventuais erros para aprimoramento corporativo são os passos da inteligência empresarial inovadora. Eles sintetizam a capacidade de criar, adquirir, transferir conhecimentos, revolucionar comportamentos, refletir sobre novos conhecimentos e insights. São os líderes os condutores do grupo de colaboradores, através da inteligência empresarial inovadora rumo aos objetivos corporativos e resultados positivos. Para que a empresa como um organismo vivo e sistêmico possa incorporar a inteligência como instrumento estratégico de gestão, os líderes precisam estimular a grande mentalidade coletiva.
É papel das lideranças a construção da ponte entre dirigentes e funcionários, através da visão corporativa e do diálogo. É fundamental que o líder interaja com as pessoas para evidenciar as linhas comuns de seus interesses, através do permanente diálogo entre a base de funcionários e por intermédio de um fluxo intenso e contínuo de comunicação, de forma que a visão comporte os objetivos empresariais e estes deixem de ser mera abstração para se tornarem algo tangível entre todos. O diálogo é essencial para o sucesso organizacional e é a ferramenta eficaz da liderança, considerando que os profissionais não são ovelhas conduzidas por pastores, são seres pensantes. O diálogo associado às diversas engrenagens retrata os líderes renovadores e faz a empresa girar e ser conduzida ao sucesso. A grande jogada das organizações vencedoras é justamente ter na manga cartas de “inteligência empresarial inovadora”, utilizando a comunicação como diferencial de competitividade e o diálogo como ferramenta basal para os líderes modernos, com todo o aparato de comunicação e conhecimento possível: redes de comunicação formais e informais, comunicação interna, reuniões de portas abertas, conversas individuais. O diálogo é o elo principal entre a inteligência empresarial inovadora, a liderança e o corpo de capital humano corporativo, componentes que transformam o conhecimento em luz, através da comunicação como instrumento para a realização profissional e a sustentabilidade empresarial. Nancy Assad é diretora da NA3 Comunicação Estratégica. Autora do livro “As cinco fases da comunicação na gestão de mudanças”. www.nancyassad.com.br/blog/
Faço na prática o que prometo? Você é coerente na prática em relação ao seu discurso? Dalmir Sant’Anna
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principais atividades que você deseja realizar. Em seguida, estabelecer prioridades de acordo com cada período do dia ou da semana. Em terceiro, buscar cumprir cada meta estabelecida. Esta lista de prioridade pode ser escrita à mão, impressa, disponibilizada em um arquivo do seu computador ou, ainda, no próprio celular. O importante é que esteja em um local de rápido acesso e que permita monitorar seu desempenho. Lembre-se de colocar em prática o que prometeu e realize o exercício de monitorar sua evolução, pois estará percebendo que evitou atropelos e conseguiu cumprir com compromisso, organização e perseverança as promessas assumidas. Para coibir que promessas sejam apenas palavras soltas ao vento, é imprescindível intensificar o desejo de fazer a diferença. Permanecer atento às informações e às oportunidades que estão à sua volta. Investir em renovação tecnológica, desenvolvimento das suas competências, administração do tempo e exercitar sua visão de futuro. Note que, antes de prometer algo ou de assumir um compromisso, você tem o livre-arbítrio de dizer sim ou não. Perceba que pessoas que prometem e nada fazem somente contam com uma palavra para justificar sua falha: desculpas. Vamos juntos, assumir o compromisso de prometer menos e fazer mais?
Dalmir Sant’Anna é palestrante comportamental. Autor do livro “Menos pode ser mais”. www.dalmir.com.br
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á pessoas que prometem muito, mas no cotidiano esquecem o que foi acordado. Profissionais de vendas que prometem vender mais. Estudantes que prometem melhores notas na faculdade. Mulheres que prometem emagrecer. Homens que prometem participar mais ativamente da família. Gerentes, líderes, supervisores e empresários que prometem melhorar o clima organizacional no ambiente de trabalho. Existem funcionários que prometem participar de um treinamento, mas querem mesmo é aproveitar o evento para fazer compras. Há pessoas que na sexta-feira, ao terminar o expediente, assumem o compromisso de chegar de volta na segunda-feira mais motivado, entretanto, na prática esquecem o que prometeram. Você conhece pessoas com este comportamento? Coerente relação entre o discurso e a prática – o compromisso de prometer algo a si próprio ou mesmo à outra pessoa deve ser aceito como uma dívida que somente terá sua quitação com a coerente relação entre o discurso e a prática. Talvez neste momento você se lembre de alguém que prometeu algo e nada fez para cumprir o acordado! Promessas que, por falta de planejamento e foco no resultado, passam a ficar somente no discurso. Quando um profissional demonstra ser comprometido com suas atribuições, busca a melhoria contínua no desempenho dos índices de trabalho e também com os compromissos assumidos. A falta de dedicação e comprometimento com suas metas e planejamento resulta no aspecto de prometer e nada fazer acontecer. A promessa não pode ser esquecida – o desafio de prometer menos e surpreender mais exige parar por alguns momentos da sua vida e escrever uma lista das
COMEÇAR PELO FINAL É O MELHOR MEIO Quem disse que os preparativos para o final do ano começam apenas em dezembro? Para chegar ao final de 2011 com o dever cumprido, é necessário começar seu final pelo meio... não entendeu? Então confira as cinco dicas para turbinar suas vendas do ano inteiro! Marcelo Ortega
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ode parecer estranho o título deste artigo, no entanto, significa que começar agora as ações comerciais e de marketing é o melhor meio para construir um final de ano lucrativo e recompensador. Vendedores não relaxam na reta final, pelo contrário, o fim de ano é o período que mais requer dedicação, superação e desempenho exemplar para atingir metas globais e individuais. Além disso, para o varejo o fim de ano é a melhor época, momento do aumento do consumo em vários segmentos. Nas empresas que vendem para outras empresas (modelo B2B - business to business), é tempo de plantar, semear, mexer a terra, jogar calcário e gerar o volume necessário no início do ano novo. Quem não prospecta e cria um bom volume de oportunidades futuras, lamenta a queda nas vendas e culpa a fatídica sazonalidade – que existe para muitos negócios, mas não deve ser a razão maior do declínio. Quero lhe dar dicas altamente efetivas para que você e sua empresa tenham de verdade a almejada prosperidade. Você quer “muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender” como se costuma cantar, certo? Então veja abaixo dicas rentáveis e saudáveis:
2.
Faça uma ação de relacionamento com seu mercado corporativo. Vise reativar clientes com a prática, use a fase do pós-venda para medir a satisfação do cliente que comprou algo há algum tempo. Será que ele atingiu o que esperava? Se não, ainda assim, vale muito esse contato. Ele verá que você quer saber dele e o ouvirá, mesmo sendo uma reclamação. Normalmente, depois que o cliente reclama e vê sua atitude prestativa e colaborativa, muda seu estado de espírito e a raiva diminui ou até deixa de existir.
3.
Relacione alguns clientes para mandar presentes. Aqueles que lhe são fiéis merecem muito essa retribuição. Um amigo meu, vendedor de carros, manda para todos os seus clientes um cartão e um mini-espumante em meados de dezembro. Ele paga do próprio bolso, e estimo que cada presente e envio deva custar em torno de 10 a 12 reais. Se ele manda para 100 clientes, gasta R$1200, no máximo. Você acha que ele perde ao fazer isso?
1.
4.
Entenda quais clientes têm orçamento alocado para o começo do ano ou sobras de verbas do ano anterior que não serão gastas. Como você atua no ramo corporativo, poderá ajudar seu cliente a fazer um bom uso do orçamento e, ainda, preservar parte de seu “budget forecasting” (previsão orçamentária) para comprar seus produtos e serviços. Muitas em-
Crie uma atração para o seu cliente perceber que não o esqueceu e que se importa em lhe oferecer vantagens de primeira mão. Isto é, se sua loja ou magazine, comércio ou rede varejista, criar uma boa promoção, por que não fazê-la antes para os clientes ativos e constantes?
presas fecham o plano de gastos e investimentos no último trimestre do ano, fique atento. 5.
Enfim, estas dicas são alternadamente aplicáveis para seu negócio, varejo ou empresa, e dependem do seu esforço para entender e ajustar-se ao mercado em que atua, de acordo com seu porte de empresa, ramo, tipo de produto ou serviço. Espero que a área de vendas de sua empresa faça o melhor agora, para não depender do impossível e do improviso depois.
Marcelo Ortega é palestrante e consultor, autor de Sucesso em Vendas - Ed. Saraiva. www.marceloortega.com.br
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Defina uma campanha interna para a equipe comercial. Se você ocupa cargo de liderança ou for vendedor (a), dê ideias para que a sua empresa implemente um programa de incentivo criativo e desafiador. No entanto, metas e desafios devem ser diferentes entre cada integrante de uma equipe de vendas, sendo os novatos aqueles que ficam com metas menores e crescentes a cada semana ou mês. Os experientes, que conhecem melhor a empresa e vendem mais, assumem objetivos maiores, inclusive o de apoiar os iniciantes. Porém, não atribua à companhia a responsabilidade maior de gerar desempenho e atitude, embora ela seja uma importante ferramenta de motivação. Eu recomendo premiar produtividade, número de vendas por mix de produto, redução de nível
de desconto por fechamento e, em especial, conversão por vendedor a cada atendimento ou visita, produtividade diária em termos de contatos novos e aumento na carteira de clientes.
A liderança e o
trabalho em equipe Saiba como o trabalho em equipe pode subverter as leis da aritmética e tornar o seu “um mais um” em três ou mais Leila Navarro
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unca se falou tanto sobre a importância do trabalho em equipe como agora. A procura por indivíduos que tenham habilidade para trabalhar em conjunto é cada vez maior, sendo apontada como uma competência essencial. Equipe não é somente o conjunto de pessoas que atuam num determinado projeto, cada qual na sua função. O significado é mais profundo: a ideia é que cada integrante saiba qual é a sua parte no grupo, mas que leve em consideração o todo, valorizando o processo inteiro e colaborando com ideias e sugestões. E o resultado da meta estabelecida, seja num projeto empresarial, num grupo voluntário ou numa sala de aula não é mérito somente do líder. É mérito de todos! Faz parte do ser humano o sentimento de pertencer, integrar algo maior do que ele próprio e assumir um ideal comum. Portanto, cada integrante de uma equipe precisa ter consciência de que seu trabalho é importante para o grupo e deve se sentir valioso para ele. Trata-se de uma sensação de comunidade em que todos se conhecem, se encaixam, se sentem seguros e amadurecem. Manter uma equipe coesa, no entanto, não é tarefa das mais fáceis. Afinal, trata-se de lidar com seres humanos e saber conciliar suas diferenças. Tomemos como exemplo o corpo humano. É uma perfeita equipe! Cada órgão tem o seu funcionamento, mas se um deles apresenta algum problema, todo o
organismo se estrutura para funcionar da melhor forma possível, tentando minimizar a situação e se esforçando para encontrar um caminho que
a solucione. Equipe é isso. Ela tem um líder natural, mas também deve ter tripulantes e não passageiros. Os passageiros apenas ficam encostados à janela do avião, esperando a aterrissagem. Já os tripulantes colaboram para o sucesso da aterrissagem, porque cada um tem a sua função também. E todas elas são peças fundamentais para que esse avião possa decolar e aterrissar. O dia a dia nos toma tanto tempo, que corremos o risco de deixar passar chances únicas em nossas vidas. Temos que ser e não esperar ser, ou seja, as pessoas têm que ser dispostas, principalmente para discutir diferentes assuntos. Além disso, é necessário que cada um tenha também flexibilidade, capacidade de tratar as informações racionalmente e emocionalmente. Emocionalmente porque todos nós teremos que aprender, daqui em diante, a liderar e a sermos liderados por dois princípios: o masculino (como sempre foi) e o feminino, que vem se destacando nas relações interpessoais, principalmente no trabalho em equipe e na importância da intuição também nos negócios. Isso habilita a pessoa a aceitar críticas honestas e opiniões conflitantes, ou seja, dá mais jogo de cintura e flexibilidade para receber e dar feedback.
Leila Navarro é conferencista e especialista comportamental. Autora de 13 livros, ganhou duas vezes o prêmio de “Palestrante do Ano” (2005 e 2009). www.leilanavarro.com.br
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Equipes que encorajam esse tipo de prática aproveitarão ao máximo as habilidades individuais de seus membros. E se quisermos que as nossas equipes sejam melhores e cumpram os seus objetivos, cada integrante deve se preparar para ser, individualmente, o melhor. Mas há um fator extremamente importante também e que poucos discutem: como é a vida de um líder diante disso? O líder, o chefe, o supervisor, enfim, aquele que estiver no comando do negócio ou da ação, geralmente não é visto como alguém que também tem fraquezas, medos, incertezas e que tem em suas mãos o destino de cada membro da equipe e dos negócios. Muitas vezes ele é visto como o tirano, como o que tem problemas em casa, o que não sabe se relacionar com o resto do mundo, o intransigente, o mal-amado, o egoísta, a marionete da empresa. No fundo, ele é como qualquer ser humano e ainda tem seu pescoço à disposição da empresa, caso a equipe não consiga atingir suas metas. Viver sob este tipo de pressão, diariamente, não é nada fácil, e se o líder ainda tem que motivar, controlar e solucionar até problemas de relacionamento dentro de uma equipe, imagine como é o seu comportamento. Você que é líder, veja um pouco mais sobre esta função e perceba as oportunidades, pois como diria Napoleão Bonaparte: “A capacidade pouco vale sem a oportunidade!”.
Mantenha-se sempre receptivo à mudança. Tratála como sua inimiga o fará fracassar; Mantenha seus colaboradores envolvidos com as mudanças, tanto quanto você estiver. Elas podem ser vencidas com muito trabalho e inteligência, desde que todos estejam juntos; Encare sua realidade, seus desafios e seus problemas. Só assim é possível virar o jogo; Gerencie menos. Assim você delega tarefas, instaura a confiança e o respeito ao trabalho dos outros e terá tempo para se dedicar a assuntos mais importantes; • O bom humor e a educação são fundamentais para qualquer ambiente organizacional. Isso proporciona um ambiente leve, produtivo e criativo; • Estimule a criatividade e abra caminho para receber ideias, sugestões e críticas. Isso é crucial para o futuro dos negócios; • Faça elogios e reconheça o bom desempenho dos membros de sua equipe. Assim ela se tornará mais motivada, unida e comprometida com os desafios e resultados; • Não tema contrariar o senso comum. Decisões ousadas, que sejam baseadas na realidade da empresa, mercado ou negócios, são o caminho para o sucesso; • Trate bem as pessoas e dê oportunidade para que sejam ouvidas e se sintam dignas e pertencentes à empresa. Dessa maneira você multiplicará líderes! • Um líder deve ser humilde. Só assim ele terá chances de ser um bom líder.
Fun Learning
The Greatest Danger
A Great Job
The greatest danger for most of us is not that our aim is too high and we miss it, but that it is too low and we reach it.
An 87-year old man, on his death bed and in pain, smells the aroma of fresh baked chocolate chip cookies coming from outside his bedroom. He thinks to himself, “my dear wife must be making my favorite cookies as a sentiment to our final hours together.” So he musters up what little strength he has remaining in his feeble body and drags himself out of bed. Fighting off the pain and weakness, he stumbles into the hallway, down the stairs, and to the kitchen door. There, on the table, he sees a huge plate of chocolate chip cookies, the steam rising from the plate, the chocolate chips still soft and gooey. He thinks, “God bless my devoted wife for giving me such pleasure in my final hours on this earth “, and he then falls to the floor and crawls towards the cookies. He gets to the table and, with the last ounce of strength he has left, reaches up with his hand to take a cookie. Just then, he feels the stinging Whack! of a metal spatula against his knuckles. He looks up to see his wife standing over him, saying “Don’t you dare touch those cookies, they’re for the funeral guests!”
Michelangelo
Vocabulary Help •
greatest - maior
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danger - perigo
•
most of us - para a maior parte de nós
•
aim - objetivo
•
too high - muito alto
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miss - errar, não alcançar
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low - baixo
•
reach - alcançar
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The Father and the Son A father noticed that his son was spending way too much time playing computer games. In an effort to motivate the boy into focusing more attention on his schoolwork, the father said to his son, “When Abe Lincoln was your age, he was studying books by the light of the fireplace”. The son replied, “When Lincoln was your age, he was The President of The United States”
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death bed - leito de morte pain - dor muster up - reunir strength - força feeble - frágil drag - arrastar weakness - fraqueza stairs - escadas kitchen - cozinha huge plate - prato enorme bless - abençôe funeral guests - convidados para o funeral
The Great Essentials of Life The great essentials of life are something to do, something to love, something to hope for. Thomas Chalmers
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Vocabulary Help
notice - notar spend (spend, spent, spent) - gastar, desperdiçar way too much time - muito tempo effort - esforço schoolwork - trabalhos escolares age - idade fireplace - lareira reply – responder
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life - vida
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hope for - esperar, ansiar
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gente
Excesso
de informação uma LUZ no fim do túnel Por Huáras Duarte
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magine a seguinte situação: chegar em casa e se deparar com uma grande quantidade de jornais, revistas e livros que ainda não teve tempo de ler. Um sentimento de culpa se apodera de você, “eu tenho que ler tudo isso, mas não tenho tempo!” Isto lhe parecer familiar? Estamos na era da informação e estar bem informado e ter conhecimento não é apenas uma necessidade, mas uma obrigação de qualquer pessoa que almeja sucesso profissional. EXCESSO DE INFORMAÇÃO Segundo Richard Saul Wurman, em seu livro Information Anxiety, “uma edição diária do jornal The New York Times contém mais informação do que uma pessoa comum, da Inglaterra do século XVII, teria visto em toda a sua vida”. Em nossa sociedade atual, o sucesso e a sobrevivência de muitas empresas e indivíduos dependem da capacidade de localizar, analisar e usar a informação de maneira apropriada. Porém, nossa habilidade de gerar informação excedeu em muito a nossa capacidade de processar e entender tais informações. Apenas para exemplificar, veja os seguintes números gerados pelas pesquisas do cientista Hubert Murray Jr. “Aproximadamente 20 milhões de palavras com informações técnicas são apresentados em livros e relatórios a cada período de 24 horas. Um leitor capaz de ler 1.000 palavras por minuto (a média é de 150!), necessitaria de 45 dias para ler tudo, considerando 8 horas diárias de leitura, apenas para dar conta da informação gerada em 1 dia! E mesmo assim, esse leitor ainda estaria atrasado na sua leitura em quase 6 anos!” Assustador! O pior de tudo é que o acesso a tais informações está cada vez mais fácil. Através da TV, rádio, jornais, vídeos, palestras, internet e, especialmente, através de materiais escritos como artigos e livros. Com todo esse excesso de informação, temos que ser seletivos e mais rápidos na leitura, além de manter um bom nível de compreensão. A luz no fim do túnel A solução para lidar com o excesso de informação escrita está no método de PhotoReading®. Este sistema é um conjunto de técnicas de leitura que permite selecionar fa-
cilmente a informação mais importante e, acima de tudo, acelerar o entendimento e ganhar tempo. Isso só é possível quando vemos a leitura por outro prisma, através de um paradigma diferente, pois muitos dos problemas que temos com a leitura estão relacionados com a maneira como lemos e não com a falta de capacidade de aprender. Para explicar melhor esse novo paradigma, devemos pensar sobre qual é o objetivo central da leitura: compreender certa informação para que possamos usá-la de acordo com a nossa necessidade. O aprendizado e o entendimento são gerados pelo acúmulo de informação e pelo significado que tal dado tem com a vida do indivíduo. Quanto mais você recebe, quanto mais estimula os sentidos (visão, audição, gustação, olfato e tato), mais estará aprendendo e entendendo o mundo à sua volta. Se pensarmos bem, o ser humano recebe milhões de informações (estímulos) todos os dias. Porém, só uma pequena parte, aliás uma pequeníssima parte, percebemos conscientemente. O restante desses estímulos vai diretamente para o inconsciente, que é a parte do cérebro responsável por processar um grande volume de informação. Os cientistas descobriram que, mesmo o estímulo sendo inconsciente, pode gerar aprendizado. E que, na verdade, a maior parte do nosso aprendizado ocorre a nível inconsciente (mais de 90%). O que os cientistas estão dizendo é que na grande maioria das vezes não percebemos quando aprendemos. Só temos consciência quando uma situação exigir a informação. São aquelas situações típicas de, “a ficha caiu”, “tive uma ideia” etc. A leitura, na verdade, é um meio “pobre” de aprendizado, pois o nível de esquecimento do que foi lido é muito alto. Porém, a leitura é muito necessária em nosso mundo. Devemos torná-la mais eficiente, procurando usar 100% de nossa capacidade, lendo de maneira consciente (racional) e inconsciente (intuitiva), contanto que a maneira consciente não seja igual à leitura que fazemos hoje; ela deve ser do todo para o detalhe. A leitura é um meio de receber informação, e isso deve ser organizado do jeito que for mais conveniente e rápido para o cérebro gerar o aprendizado desejado. Não preci-
samos ler um livro do início ao fim e tudo, mas somente o que for mais importante! Devemos ser seletivos, direcionados ao objetivo e receber a informação de uma maneira gradual e acumulativa, estimulando a intuição e sempre levando em conta o pouco tempo de que dispomos. As bases do método As técnicas do método de PhotoReading foram desenvolvidas pelo psicólogo americano Paul Scheele. Pesquisando as diferenças entre um leitor excelente e um mediano, Paul descobriu que todo excelente leitor é flexível. Este leitor naturalmente desenvolve diversas estratégias de leitura, que são utilizadas em situações e necessidades diferentes. Estas estratégias foram organizadas de acordo com o princípio da Aprendizagem Acelerada. A Aprendizagem Acelerada foi desenvolvida na Bulgária na década de 70, pelo cientista Georgi Lozanov. Segundo Lozanov, o aprendizado humano é potencializado quando o aprendiz está em seu estado melhor, ou seja, relaxado, facilitando o recebimento da informação tanto a nível consciente como a nível inconsciente. De acordo com ele, as pessoas devem trabalhar as informações da seguinte forma: 1. Estar relaxado. 2. Ter uma visão geral do que vai aprender (ter um objetivo). 3. Estimular o inconsciente. 4. Ativar a informação ao estudar da maneira mais adequada.
1. Preparação: este é o primeiro passo de todo o processo. Na verdade, a preparação não é uma técnica de leitura, mas um momento antes da leitura para estarmos em um estado melhor, ou seja, relaxados e concentrados. O estado correto potencializa os resultados das técnicas e também pode ser usado antes da leitura tradicional. 2. Prever: é a estratégia que permite ter uma visão geral do assunto a ser lido, artigo ou livro. Ao prever, a pessoa percebe rapidamente se o assunto é ou não de interesse. Se for
3. Fotoleitura: esta é a leitura intuitiva. Ao folhear rapidamente um livro, a mente consciente não tem como ler o que está escrito, mas a mente inconsciente é capaz de captar essas informações e gerar o aprendizado necessário. Este material, que está no inconsciente, servirá de base para o entendimento consciente ao se usar a ativação, além de aumentar a intuição sobre a informação. 4. Super Leitura: é uma estratégia simples de achar a informação essencial. Na grande maioria das vezes, nem tudo o que está escrito no livro é importante. Através desta técnica é possível separar o “joio do trigo”, lendo realmente as partes essenciais que irão gerar o entendimento desejado. 5. Mapa Mental: poderosa técnica de anotação que facilita a compreensão e a memória. O grande volume de informação gerado pelas novas tecnologias só pode ser acompanhado por uma nova pessoa: alguém aberto a mudar velhos padrões e que sabe que sua capacidade não se resume apenas à sua percepção consciente; uma pessoa na qual a criatividade e a intuição são tão corriqueiras quanto o raciocínio. O método PhotoReading pode reduzir o tempo de leitura em quase 70%, abrindo novas portas para o desenvolvimento pessoal e profissional, ampliando os horizontes e as opções, flexibilizando a maneira de ler e tornando a pessoa um leitor ativo, que facilmente interage com a informação, é crítico e sabe selecionar o que realmente é de seu interesse. Com certeza, esse é o caminho mais curto para lidar com o excesso de informação do nosso mundo atual.
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Assim, o método foi divido nas seguintes estratégias:
do interesse, então determina-se o objetivo de leitura e escolhem-se as estratégias para atingir rapidamente este objetivo.
Tenha foco! Viver no mundo da Lua é um barato, mas nem sempre pegar carona nessa cauda de cometa é produtivo. Saiba como se manter focado na hora certa sem entrar na “nebulosa” da distração
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ma coisa de cada vez/ Tudo ao mesmo tempo agora”. É incrível notar como os Titãs condensam um dilema atual em somente dois versinhos. Quem nunca passou pelo apuro de se desconcentrar e de se enrolar num tufo de informações ao longo do dia? A habilidade de pensar aquilo que não está à frente é coisa só do homem. Muito mais do que um punhado de impulsos elétricos e sinapses, abstrair é pensar fora da caixinha de conveniência, moldar formas simbólicas e conceitos invisíveis numa distração de segundo. Sublimar a concretude imediata é dom exclusivo e também privilégio funesto, uma vez que se manter disperso é, igualmente, manter-se distante. Situações como essa fumegam no ambiente de trabalho: é um telefone que toca, é uma risada alta, é uma intervenção do colega ao lado, as armadilhas são várias e cada vez mais frequentes nas salas coletivas. Estrategicamente criadas para proporcionar melhor eficiência por meio da interação entre funcionários de diferentes níveis, as baias também cercearam, em graus diferentes, a capacidade de concentração individual. Para você ter ideia, normalmente uma mente focada reduz em até 80% o tempo despendido no trabalho. Imagine, então, quantas horas você já desperdiçou no escritório... O quê? Com a consciência pesada? Por favor, não fique. É necessário ter a consciência leve para se concentrar. Ajuste de foco
foco exige um assunto por vez, por isso é que a concentração, nos dicionários, designa ter em mente apenas um único pensamento. “Se a memória controla o balde onde nossos pensamentos são armazenados, então a atenção é a mangueira que enche o nosso balde”, compara Luiz Moraes, pedagogo e sócio-fundador da Cérebro Melhor. Ou seja, concentrarse é direcionar nossa mangueirinha para onde queremos irrigar nosso cérebro, só que, em muitos casos, ela pode estar entupida. Como assim? Trata-se de um entupimento chamado vício: ainda nas palavras de Moraes, a mania que o cérebro tem em manter nossos pensamentos oscilando de uma “mofocalidade” a outra tem forte relação com os processos neurais. Segundo ele, vários estados emocionais alteram a capacidade de atenção, moldam sua intensidade e ampliam o nível de dispersão de acordo com a influência de determinados alimentos, bebidas alcoólicas, drogas e remédios. “No ambiente de trabalho, a baixa concentração pode ocasionar inúmeras consequências na realização de tarefa, proporcionando, muitas vezes, falhas operacionais, como tomadas de decisões inadequadas”, relata o especialista. Do cômico gesto de falar com o colega e se esquecer do que ia dizer ao desastroso ato de mandar um e-mail ao remetente errado, o fato é que a falta de foco obstrui a ação. Mesmo as novas ferramentas criadas para auxiliar os profissionais guardam ardis. É e-mail, é MSN, é Skype, Facebook, Orkut, blog, telefone... tudo isso pode se metamorfosear em um verdadeiro Leviatã da dispersão se não controlado.
Mas antes de sair por aí meditando pelos cantos, não lute contra os seus desvios, entenda-os: entenda de uma vez que a sua atenção é monofocal e oscilante. Isso mesmo, por mais que você queira se concentrar em tudo ao mesmo tempo, não conseguirá. Embora possamos respirar e falar ao mesmo tempo, titubearmos de uma atenção a outra sem sequer notarmos. O
Inúmeros números Na Inglaterra, um estudo divulgado pela empresa de direito trabalhista Peninsula revela que a maioria dos trabalhadores britânicos se distrai no trabalho por volta do meio da tarde. Depois de alcançar uma produtividade máxima às 10h30 da manhã, 82% dos 2.736 entrevistados admitiram que trabalham melhor de manhã, enquanto
76% disseram que por volta das 15h30 já começam a pensar em outras coisas, do tipo “o que vão fazer depois do trabalho, o que vão comer no jantar, para onde vão sair à noite, ou simplesmente passam o resto do dia navegando na internet”, relata Alan Price, da Peninsula. Os resultados são alarmantes e expõem em carne viva o enorme tempo ocioso despendido nos escritórios britânicos, em parte, devido às redes sociais. Mas será mesmo que controlar o uso delas aumentará a produtividade no trabalho? “Não acredito”, afirma Luis Moraes, “bloquear redes de relacionamento não é garantia de melhoria de produtividade nas organizações”. Para ele, não é culpa da vida moderna ou da internet até porque, sem elas, o indivíduo continuaria a ser bombardeado por estímulos que piscam diante de nossos olhos a todo instante. Ao mesmo tempo, entretanto, a oportunidade de “fazer turismo no mundo da Lua” sem sair do lugar, sem fazer alarde, dentro o trabalho, torna-se cada vez mais atraente. Então – help! –, como manter o foco? que você ouve. Bracey lista até os tipos de música ideais para um tipo de foco ideal, veja: - sons animados e de alta frequência aumentam a frequencia cerebral; - sinfonias calmas, porém complexas (como Bach, por exemplo), facilitam a concentração; - músicas lentas e calmas relaxam e abrem a mente para um leque de ideias mais criativas e holísticas. Depois dessa, sentiu vontade de ouvir Bach? Calma, vale ressaltar que nem sempre música concentra a mente. “Para uns, dificultará e, para outros, facilitará”, afirma o sócio-fundador da Cérebro Melhor. Ela traz efeitos variados a cada indivíduo. Som, música e ruído são uma constante que deve ser tolerada como fator natural e inevitável dentro de um ambiente corporativo. Portanto, a manutenção ou a perda de foco dependerá, como sempre, de cada um. Ser maior que a mente é missão que urge em cada um. Saber agir, estar atento às dispersões e, ao mesmo tempo, não perder o dom de sobrevoar as nuvens é o ideal. Guimarães Rosa disse uma vez que “felicidade se acha em horinhas de descuido”. Então, se for assim mesmo, a percepção dela sempre se faz presente em horinhas de cuidado. Por isso, muito cuidado nesse agora – pois ele é a hora.
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Bom tom Todo mundo preza profissionais de credibilidade e envolvimento. Eles sabem interpretar de forma mais densa cada situação, não diluem o foco em ideias paralelas e se esforçam para intensificar toda a energia e empregá-la de modo intenso e exclusivo ao que querem fazer, ou seja, têm foco. Além de maior produtividade, uma mente “quieta” traz melhor memorização, precisão e presteza às escolhas. Diz a neurologia que diferentes ramificações de neurônios absorvem capacidades distintas em cada ato. Dessa forma, mesmo que possamos prestar atenção somente em uma coisa por vez, é possível lidar com vários estímulos ao mesmo tempo (mas não com pensamentos), desde que sejam totalmente diferentes. Isso explica por que escrever e ouvir música simultaneamente, por exemplo, não balburdia o cérebro; ambas são atividades distintas, pois estimulam sentidos diferentes. Por outro lado, escutar duas conversas ao mesmo tempo faz perder o fio da meada exatamente por serem processos semelhantes. “Talvez o modo mais fácil e rápido de alterar o nível de atenção seja ouvir música”, sugere Ron Bracey, autor de Aumente seu potencial de inteligência. De acordo com o escritor, alguns acreditam que se concentrar em algum tipo de som estimula a atividade cerebral de acordo com o ritmo ouvido. Ou seja, músicas poderiam te levar a diferentes estados de atenção, apenas seguindo a cadência do
OLHA A ONDA Pouca gente sabe que o cérebro funciona através de ondas elétricas. Por meio de um exame – com um nome intricado – chamado eletroencefalograma (EEG), é possível identificar a atividade cerebral e classificar essas “ondinhas” em quatro tipos:
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Onda beta – aliada à concentração e ao pensamento lógico; Onda alfa – remete à atenção relaxada e ao pensamento holístico; Onda teta – refere-se à meditação, visualização e criatividade; Onda delta – decorrência do sono profundo.
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Para saber controlar a reverberação delas dentro do seu cérebro, confira abaixo uma série de dicas para você não se afogar nesse tsunami de informações:
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Crie espaços pré-determinados para realizar tarefas. Por exemplo, sente-se em uma mesa somente quando for trabalhar e, quando chegar a hora do almoço, vá a outro local. Isso ajuda o cérebro a se preparar para determinadas funções previamente e tornará a concentração mais fluida; Corte distrações. Feche a porta, desligue o celular, deixe o telefone na secretária eletrônica e, se
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puder, desconecte-se da internet. Se não for possível, deixe desativada a verificação automática de e-mails e os alertas visuais/sonoros quando chega uma nova mensagem. Quanto menos interrupções, melhor. Junte tudo o que precisar para a realização da tarefa em um só lugar, pois assim ficará mais fácil encontrar as coisas no momento em que precisar e não se distrairá; Defina períodos de meta e descanso do início até o fim do dia. Fazer uma lista de tarefas ao longo do dia mantém o foco naquilo que interessa e conceder ao cérebro um tempinho de distração compensa a atenção dada ao trabalho; Se o dever do dia for muito trabalhoso e grande, fragmente-o em partes menores para melhorar o enfoque. Usar utensílios offline como papel, caneta e lápis. São recursos bons, fáceis e rápidos para se concentrar ao longo da rotina. Se no final do dia a obrigação não for cumprida, faça breves anotações dos pontos mais cruciais. Isso facilita o reinício seguinte. Resolva cruzadinhas, jogos de memória, de enigma, de lógica, quebra-cabeça etc. Todos eles ajudam sua mente a ficar mais alerta. Leia livros. Trata-se de uma atividade ignorada por muitos, mas que, além de prazerosa, ajuda muito na concentração.
Sua pergunta...
sobre formação acadêmica Sou estudante de Jornalismo e sempre me interessei pela área cultural, especialmente cinema. Gostaria de saber o que seria melhor para minha carreira: cursar uma segunda faculdade ou fazer cursos de especialização? Jhennifer Moises dos Santos, 20 anos.
...GaudEncio responde Uma faculdade dá, principalmente, a capacitação legal para o exercício da profissão. O que você deve verificar é se a faculdade dá essa capacitação legal para a área cultural, especialmente cinema. Minha impressão é a de que isto ocorre. O aprofundamento só poderá vir da vivência, na medida em que o interesse já existe em você, como deixa claro na sua carta. Isto indica curso de especialização, desde que você tenha uma base teórica suficientemente forte para poder aprofundá-la nestes cursos.
Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br
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Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.
Coaching ou psicoterapia? Uma prática não exclui e outra. Juntas, podem ser a melhor fórmula para o seu desenvolvimento
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uitas pessoas interessadas em seu desenvolvimento profissional e individual ficam confusas quando devem decidir o melhor caminho para realizar suas metas, objetivos e sonhos: coaching ou psicoterapia? Para a maioria das pessoas, a psicoterapia está relacionada apenas à resolução de problemas internos, muitas vezes provocados por questões não resolvidas e que estão atrelados ao passado de cada um: traumas antigos, crenças limitantes, emoções mal resolvidas, ações cujo significado negativo deixaram sequelas psíquicas que afetam a vida atual de um indivíduo. Já o coaching é definido como a “arte de aprimorar o desempenho dos outros”. Está centrado na realização do futuro e no desenvolvimento de comportamentos, atitudes e competências que tornam possíveis a realização e o sucesso de um empreendedor ou de um profissional. As empresas solicitam os serviços dos profissionais de coaching para conseguir que seus diretores, executivos e colaboradores atinjam objetivos e tenham sucesso em seus projetos e trabalhos. As pessoas procuram a psicoterapia quando estão atravessando crises internas e quando procuram superar problemas psicológicos.
Na verdade, ambas as práticas são recomendáveis e não excluem uma à outra: elas se complementam. Vejamos um exemplo. Como é que podemos treinar líderes capazes de mobilizar positivamente as pessoas se eles não possuem um comportamento assertivo? Boas “técnicas” de liderança se tornam mais poderosas nas mãos de quem está equilibrado psicologicamente e para isso se faz necessário que os líderes saibam quais são as suas limitações internas e as superem. Ora, algumas dessas limitações comportamentais têm suas causas no passado e em experiências que não foram bem resolvidas. Por isso é que mais de 60% das demissões nas empresas têm como causa fundamental comportamentos negativos e não incompetência profissional. Sugiro que, caso você tenha como meta crescer individual e profissionalmente, procure um bom coach e um bom psicoterapeuta. A psicoterapia não deve ser procurada apenas quando estamos em crise. Ela nos permite harmonizar e equilibrar nosso mundo interno através da adequada resignificação do passado. Quando estamos “resolvidos” em relação ao passado, podemos criar um futuro sólido no presente com o apoio de um bom profissional de coaching. Crescer interna e externamente é o segredo do sucesso.
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vitrine de sucessos
12 Meses Para Enriquecer O Plano Da Virada Escrita pelo economista Marcos Silvestre, a obra é um didático guia de finanças pessoais que fornece dicas e lições concretas de como entrar na margem do lucro sem aperto. Apresentando seu Plano de Virada rumo à conquista da independência financeira, Silvestre revela o segredo do bom planejamento de saída e entrada de recursos. Junto com um CD de cinco aplicativos que facilitam o cálculo das finanças familiares e as decisões de investimentos, 12 Meses Para Enriquecer é uma ótima sacada para quem já quer virar o próximo ano com o pé direito e o bolso cheio.
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Como As Gigantes Caem E Por Que Algumas Empresas Jamais Desistem Se até o grande Golias foi vencido por Davi, por que grandes empresas não poderiam também sucumbir à “pedra da ruína”? Ser gigante não é ser invencível e é exatamente isso o que Jim Collins comprova em seu livro: “Sucesso nada mais é do que fracassar, e se levantar mais uma vez, infinitamente”, diz. Mostrando como algumas grandes corporações falham e como é cada etapa dessa queda, Collins lança luz à grave questão – o declínio pode ser notado e reparado com antecedência? Até que ponto? A partir daí é que o ex-professor da Universidade de Stanford esmiúça, após anos de pesquisa, o porquê da derrocada de titãs e, no fim, Collins dá uma boa notícia aos que estão à beira do precipício. Interessado por mais? Então Como os gigantes caem é uma boa leitura.
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... E Deus Criou A Empresa Familiar Pai, mãe, irmão, irmã... não se pode negar que a estrutura familiar é a primeira base de convívio social. Importante não somente por nos sustentar quando nascemos, a família também pode assumir importante papel no sustento dos negócios – é a chamada empresa familiar. Livro que analisa o laço consanguíneo entrançado às raízes da propriedade e gestão, ... E Deus criou a empresa familiar é obra que extrai pontos relacionados à firma e à família, ora firmados pela lei, ora enraizados pelos pontos íntimos e delicados do relacionamento interpessoal. Com um discurso inspirado pela universalidade do Gênesis, o livro mostra como uma grande empresa pode vir de uma grande família.
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René
DNA Empresarial – Identidade Corporativa Como Referência Estratégica Conhecer com perspicácia sua organização pode guiálo ao triunfo. Revelando o quanto o autoconhecimento pode contribuir para as etapas de escolha e crescimento fundamentado na empresa, a especialista em marketing pela Universidade de Santa Catarina (UFSC), Lígia Fascioni, estudou intensamente as minúcias da identidade corporativa em meio a dezenas de empresas, o que resultou no livro DNA Empresarial. Com diversas opções apresentadas para gestores atuarem de forma assertiva na construção de uma imagem institucional bem delineada e respeitada, Fascioni mostra o caminho para a valorização de seu próprio negócio.
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Talento existe? Mito ou verdade: pessoas talentosas nascem criativas?
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A boa notícia é que você não precisa culpar sua sorte genética se não é bom em algo. Basta se dedicar – e realmente se esforçar para aprender. É aqui que muita gente falha. Não basta repetir uma ação, é preciso aprender a aprender, lançar mão de exercícios e técnicas que ajudem a evoluir. “Nossa ideia no livro é mostrar como aumentar a criatividade, mas a mensagem geral é que se pode melhorar o desempenho em qualquer atividade que você realmente decida realizar”, diz a dupla. Segundo ela, é preciso ter em mente que pessoas que ficam famosas ou são tidas como referência, aquelas que mais costumamos chamar de talentosas, são as que passaram boa parte da vida se dedicando àquilo, muitas vezes incansavelmente. Como se preparar para o processo criativo; mitos sobre a criatividade e como lidar com eles; o papel do erro e do planejamento, da sorte e do trabalho duro; o perigo de se achar um gênio criativo; práticas e comportamentos para ter resultados mais criativos são alguns dos assuntos abordados na obra. Fruto da parceria entre um acadêmico e um publicitário, Criatividade sem Segredos também proporciona bons momentos de reflexão ao leitor - “Ninguém nunca disse que ser criativo era fácil. Divertido, talvez. Mas o trabalho criativo não é fácil. Desistir dele que é”. Agora, ao invés de culpar os seus genes, falta de sorte ou talento, que tal se dedicar a melhorar? Em breve, muitos estarão lhe dizendo que pessoa talentosa você é, como se o “talento” fosse algo que estivesse sempre por lá. Criatividade sem segredos Fábio Zugman e Michel Turtchin Atlas S.A. R$ 35,00
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frequente ouvirmos que alguém é talentoso. Muitas pessoas acreditam que talento é algo que vem do berço – ou nascemos com predisposição a alguma coisa, ou é melhor perder as esperanças. No livro “Criatividade sem Segredos”, Fábio Zugman e Michel Turtchin colocam essa ideia em dúvida. “Vemos pessoas se destacarem em um esporte, na música ou outra arte, e frequentemente aparece alguém dizendo que essas pessoas são talentosas. Na verdade, o tal talento é algo que aparece depois de muito esforço”, dizem os autores. Na opinião de Fábio Zugman e Michel Turtchin, a questão do talento muitas vezes ocorre de forma contrária ao senso comum. Normalmente achamos que alguém talentoso nasceu com uma predisposição muito grande em uma área, e por isso ele é talentoso. Na verdade, essas pessoas costumam se dedicar tanto àquilo que fazem, que ficam muito boas em algo e passam a impressão de que realmente nasceram para fazer aquilo. É uma evolução no processo de aprendizado: você fica tão bom em algo que aquilo passa a ocorrer de forma natural.
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A busca do Ambiente Criativo Saiba qual o valor da criatividade no ambiente de trabalho
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S
e todo indivíduo é potencialmente criativo, por que nem toda empresa que conhecemos é uma empresa criativa? A resposta está no próprio problema: o ambiente. Existem ambientes criativos e não criativos, e estes últimos costumam coibir a manifestação inovadora daqueles que nele transitam. Para fomentar um ambiente criativo é preciso que proprietários e gestores assumam alguns compromissos básicos, estimulando o potencial inovador de seus liderados. Um destes princípios está no treinamento contínuo dos colaboradores, já que a cada dia lhes é exigido mais e mais. Despertar e promover vivências em habilidades criativas, em relacionamento interpessoal, liderança e comunicação torna-se cada vez mais necessário em tempos de alta exigência de performance. Outro estímulo ao ambiente criativo está na desburocratização de rotinas e processos. Mantendo apenas a burocracia e as regras extremamente necessárias, os colaboradores tendem a “sair da caixa”, da zona de conforto, deixando de ser meros cumpridores de regras. Além de desburocratizar, é preciso desenvolver um espírito de visão compartilhada, tornando a informação acessível a todos. Quanto à comunicação, a forma como damos feedback à equipe faz toda a diferença. Não é uma boa prática sentenciar um “nunca está bom”, “vocês não fazem
nada certo”. Estimular o grupo com questões como “o que podemos fazer para melhorar isso hoje?” ou “o que temos de aprimorar nesse processo, produto ou relação para que ele(s) funcione(m) melhor amanhã?”, são pontuações que, além de gerar mais comprometimento, favorecem melhores resultados. Extrair o aprendizado de cada erro não significa, como muitos pensam, aceitar os defeitos e ser complacente com a falta de qualidade. É preciso minimizar os problemas, sejam eles de qualidade, de eficiência ou de prazo. Porém, acredite, é possível premiar os colaboradores pelos seus erros, e essa tem sido a forma que muitas empresas usam para estimulá-los. Ambientes que inibem o erro costumam, por si só, a afastar a criatividade, já que para evitar riscos ligamos o piloto automático. A incubação de ambientes criativos é intrínseca ao fomento da iniciativa. Uma regra válida tanto para empresas como para lares e que pode fazer parte dos compromissos assumidos para o ano novo.
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expressão
Você está
certo
Você está
errado Talvez o que você acha certo ou errado esteja no limite da sua tolerância Reinaldo Polito
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A
final, você está certo ou está errado? Bem, você pode estar errado mesmo estando com a razão. Você notou que algumas pessoas não conseguem manter relacionamentos e amizades estáveis por muito tempo? A história se repete com precisão quase matemática. De repente, a pessoa vira a cara e corta relações com quem, aparentemente, estava convivendo tão bem. Conhecemos muita gente assim. É só questão de tempo para ter notícias de que o barraco foi armado e, aquela amizade que parecia tão bonita, virou pó. Às vezes não conseguimos compreender como esses fatos ocorrem com as mesmas pessoas. Dá até para apostar que dia mais cedo, dia mais tarde, por um motivo ou outro vão romper relações com alguém. No ambiente de trabalho esse comportamento pode ser fatal. Cada vez mais os profissionais precisam interagir, trabalhar em equipe e ter uma conduta solidária. Se a pessoa começar a cortar o relacionamento com seus pares, depois de algum tempo poderá se sentir sozinha, desamparada e sem clima para continuar na empresa. De maneira geral, os profissionais são contratados por sua competência, mas são demitidos por seu comportamento. Algumas pessoas são “encrenqueiras profissionais”. Veem inimigos e perseguidores até na própria sombra. Sem terem razão, sem nenhum motivo relevante, resolvem criticar ou acusar pessoas que não fizeram absolutamente nada. Se você observar o comportamento dessas pessoas, vai constatar que durante a vida inteira mantiveram o mesmo padrão de conduta. É uma espécie de vício do qual não conseguem se livrar. Há outras, entretanto, que também não conseguem man-
ter relacionamentos duradouros, que estão sempre rompendo amizades e se afastando daqueles com quem convivem, mas justificam esse comportamento provando que estão certas, que têm a razão ao seu lado, e que os outros é que pisaram na bola com elas. Pessoas que não fazem nada de errado, mas por causa do comportamento equivocado dos outros são obrigadas a se afastar. São vistas como vítimas e, por mais que tentem compreender os motivos de os outros agirem mal com elas, não conseguem uma boa explicação. Afinal, elas estão certas e os outros, que cometeram os erros, é que estão errados. O que essas pessoas não conseguem entender é que o ser humano não é infalível. Todos nós estamos sujeitos a cometer erros. Às vezes erramos por ingenuidade, por não percebermos que a nossa conduta poderia contrariar alguém. Em outras circunstâncias, erramos por negligência, por falta de atenção, ou porque não somos tão bonzinhos e tínhamos a intenção de levar algum tipo de vantagem. Por isso, se nós levarmos tudo a ferro e fogo, sem nos darmos conta de que as pessoas com as quais convivemos, vez ou outra, podem cometer falhas, dificilmente conseguiremos manter e preservar amizades e relacionamentos. Se não aprendermos a tolerar deslizes daqueles com quem convivemos, correremos o risco de estarmos errados, mesmo estando certos. Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. www.polito.com.br
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