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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 3 | Nº 19 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatoras: Celeste Mayumi, Vanessa Oliveira e Karina Cedeño Revisora: Karina Cedeño Projeto Gráfico: Danilo Scarpa (www.daniloscarpa.com) Diretor de Arte: Henrique Melo Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox
Especialistas
06 “Caro Leitor” 08 Mais rica ou mais magra? 14 +motivado Faça carreira olhando para a frente, não para trás 16 Up to date 18 Controle financeiro: uma questão comportamental 20 No alvo 22 Cidadão 21 26 Moda, beleza e estilo 27 2.0 28 +otimista Silêncio na internet e na vida 38 Jogo Rápido Claudia Metne 40 A arte de se encontrar 43 MANUAL DO SUCESSO 44 Inteligência – Fatos inusitados sobre seu cérebro 46 Gestão – A inovação com base no conhecimento 47 Comportamento – Posicionamento: o grande diferencial em 2011 48 Vendas – 10 dicas para abrir um negócio na web 50 Liderança – Atualize-se para o sucesso 52 Coffee Break – humor e diversão 58 Liderança: como desafiar sua equipe a encontrar soluções? 59 Gaudencio responde 62 +vitrine de sucessos 64 Administradores do tempo: qual é o seu perfil? 66 +Expressão Escrevi um livro
Bárbara Fernandes
Christian Barbosa
Dalmir Sant’Anna
David O’Keefe
Leila Navarro
Marcos Morita
Ômar Souki
Renan De Simone
Ricardo Marchesan
Ritah Oliveira
Rubens Gurevich
Marcelo Curbete
Marcelo Ortega
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Álvaro Modernell
Sergio Cochela
Valérya Carvalho
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CAPA
Empresa, um organismo vivo
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Geração Y
+saúde – Pela luz dos olhos teus
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Às vezes o problema pode estar bem na frente dos teus olhos
Eles nasceram na era digital e hoje ocupam boa parte dos cargos de chefia. Conheça a Geração Y
+ tech – Além do e-learning
Veja o que ele ainda oferece de surpreendente
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Você é um homem infantilizado ou tem um coração de criança?
Criatividade: e aí? Você cria e ativa a mente?
Independentemente de todos os complôs de uma nova sociedade estruturada em rotinas, a criatividade e a inovação são fundamentais para o mundo hoje. Corporações, cidades e países precisam de inovação e criatividade. Precisam de pessoas que saibam buscar soluções adequadas, que tenham jogo de cintura para conduzir mudanças. Se você pensa ser um profissional liberal, apenas um membro de alguma equipe ou um simples artesão e acha que está livre disto... não está. Você terá que ser criativo para escolher o seu negócio, precisará ser inovador na busca de clientes, na escolha dos fornecedores e até na forma de divulgação do seu trabalho. Não tem jeito, a atitude criativa é o combustível que movimenta todo e qualquer tipo de engrenagem. Então, já que não tem jeito, é partir para a ação. Três boas notícias: você poderá contar com a ajuda da matéria de capa desta edição, escrita pela nossa redatora Celeste Mayumi, também com inúmeros livros à disposição no mercado, e a partir do mês que vem poderá ler Ser+ com Criatividade e Inovação, o mais novo livro da Coleção Ser+ em que grandes mestres dão as melhores dicas nessa importante área. Tudo isso vai te ajudar a ser mais criativo e inovador. Uma ideia que não é colocada em prática não tem valor. Sabe qual é o nome de uma ideia criativa implementada? Inovação. Não adianta você ter uma boa ideia e não implementá-la. É preciso transformar a ideia em inovação. Mãos na ideia. Informação importante: a partir deste mês retorna à nossa editora a excelente jornalista Julyana Rosa, ocupando a função de diretora executiva que engloba a direção de redação. Bom para nós e para os leitores da revista. Completa-se assim o quadro gestor da Editora Ser Mais que já contava com o talento da Alessandra Ksenhuck. Boa leitura
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Mauricio Sita Diretor editorial
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Mais rica ou mais magra? Como uma simples pergunta pode revelar incríveis curiosidades Álvaro Modernell
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á algum tempo brinco com essa pergunta. Já a apresentei para amigas, clientes, alunas, colegas. Já foi debatida em plateias de diferentes públicos e raras foram as vezes em que a preferência recaiu para “mais rica”. Isso aconteceu mesmo em palestras e aulas sobre educação financeira. “Mais magra” é disparado a resposta preferida. Isso dito por mulheres de diferentes idades, pesos, perfis, classes sociais, estado civil, nível de escolaridade, profissões, padrões de beleza, regiões, religiões e até mesmo países. A maioria, na verdade, tenta escolher as duas coisas: mais rica, dizem, aí faço uma lipo, uma plástica, contrato um personal... e fico mais magra também. Mas quando é dada uma limitação, ou seja, escolher uma condição e renunciar a outra, a decisão concentra-se ainda mais para mais magra. Disparado! E se a pergunta for comparativa, então... Mais rica ou mais magra do que as suas amigas? Ou do que a atual do seu ex? Aí a disputa fica muito desigual. E o engraçado é que a maioria das amigas delas pensa a mesma coisa. Quem entende?! Melhor nem tentar... Para nós, homens, parece uma decisão esquisita. Alguns diriam até irracional. Oras, que besteira! Mas nessa simples brincadeira são reveladas curiosidades, não necessariamente novas, sobre as quais vale à pena pensar a respeito:
- Sim, somos diferentes. Homens e mulheres pensam de maneira diferente. Possuem valores diferentes. Fazem diferentes escolhas. Temos, todos, que aprender a conviver com isso, inclusive nas questões financeiras. - É preciso autoconhecimento e autocontrole. Exageros impensados e impulsos descontrolados geram consequências: no bolso e na balança. Pesam na consciência. - É difícil escolher. Escolher de verdade. E toda escolha implica em renúncias. Quem não foca em seus objetivos tem mais dificuldade para atingi-los. Isso vale também para as finanças. Mulheres (e homens também, nesse caso) que realmente decidem, que focam nas suas finanças, que escolhem melhorar de situação financeira, geralmente conseguem realizar seus objetivos. - Tem que perseverar. Assim como para emagrecer, para enriquecer também é preciso orientação, conhecimentos, disciplina, sacrifícios, perseverança. Pouco adianta fazer regime a semana inteira e esbaldar-se no final de semana. Nada adianta economizar no almoço e esbanjar no jantar. Poupar durante meses e gastar tudo nas férias. Mas cuidado: sacrifícios muito fortes costumam não ser duradouros. - Os extremos nem sempre são as melhores escolhas. É
possível melhorar as duas coisas. Um pouco mais magra e melhor de situação financeira. E mais feliz. Isso, sim, é importante. Mas muitas vezes a felicidade exige sacrifícios. - O que é mais fácil, ou o que motiva mais você: livrar-se das dívidas ou de uns quilinhos a mais? Quem deve fazer isso por você? Qual o melhor dia para começar? O que priorizar? - Fugir da balança ou evitar olhar o extrato da conta ou do cartão resolve alguma coisa?
E você, prefere sentir-se bem, com as contas pagas, algum dinheirinho investido e satisfeita com o próprio corpo, ou viver atolada em dívidas, procurando roupas, ângulos e cortes de cabelo que disfarcem? Como você preferiria estar daqui a um ano? E daqui a dez anos? Mais magra ou mais rica? Que tal os dois? Parabéns, mulheres, pelo seu dia. Pelas conquistas. Pela força com que enfrentam desafios.
Sabe aquela perguntinha infame: “Você prefere ser rico com saúde ou pobre doente?” Sentir-se bem é o mais importante. Já que problemas financeiros e baixa autoestima estão entre os maiores causadores de estresse, de depressão, do mau humor e de outros problemas psicológicos, que tal dar uma ajudinha para o seu dia a dia e o seu futuro? Alguns reais a mais na conta e alguns gramas a menos na balança não vão fazer mal.
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- Metas: será que resolvem? Você já experimentou, a sério, estabelecer e perseguir uma meta viável para o final do mês, do ano? Experimente anotá-las, deixar registrado. Álvaro Modernell é especialista em educação financeira, palestrante e autor de vários livros, projetos, cartilhas e artigos sobre educação financeira.
Empresa,
um organismo vivo Você é um homem infantilizado ou tem um coração de criança? Renan De Simone
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mpresas são feitas de pessoas, e essa afirmação, por si só, já resume toda a ideia que se deve ter de como liderar uma organização. Sendo feita por pessoas, toda empresa se torna um organismo vivo e, portanto, tem também tempo para tudo, fases que devem ser respeitadas e entendidas para a melhor adequação ao momento vivido. Ninguém espera que um negócio já nasça em seu ápice, superlucrativo, com processos complicados bem elaborados e com todos os seus departamentos numa calma rotineira que permita implantar novos projetos sem alterar muito o dia a dia. Esse é um patamar difícil de ser alcançado, e raramente o é para organizações que não respeitam suas fases de existência. É preciso que se aproveite o momento certo e ninguém melhor para tal tarefa que os líderes, cérebros desse organismo. Deve-se aproveitar, por exemplo, a empolgação (e a dificuldade) que existe quando uma empresa é ainda jovem. Esse impulso inicial é fundamental para que as coisas aconteçam. Não se pode gerir uma organização pensando em se contratar uma bela secretária e ficar com os pés sobre a mesa. Mais que todos, o líder deve trabalhar, dar o exemplo, criar a cultura desejada. Trabalhe muito, pois é a melhor forma de aprender, lucrar e amadurecer. Na verdade, para se chegar a colocar os pés sobre a
mesa é preciso trabalhar como se isso nunca fosse acontecer e, cá entre nós, não vai, ou não deveria. Você, que tem perfil empreendedor, nem vai mais sonhar com isso depois de um tempo. Líderes que batalham com a ideia de um dia poder largar mão das responsabilidades inerentes à sua posição são infantis e transformam o ambiente corporativo numa redundância de seu aspecto psicológico não amadurecido. A empresa vira uma esquizofrenia, reflexo do homem sem gosto pelo trabalho e que só vive com a esperança de se valer de status imaginário aprendido em filmes. É necessário que o líder seja como uma criança Não, não é contradição. Uma coisa é um homem infantilizado, outra é um com coração de criança. Uma criança sempre vê que o que está fazendo naquele momento é a coisa mais importante do mundo. Um buraco na praia, um castelo de areia. Elas “trabalham” até a exaustão, não comem e não tomam banho até que terminem. Esse é o espírito que os líderes devem emprestar às empresas: vontade de realizar, de promover a transformação. Empresas de meia-idade estão num nível, digamos, mais confortável e mais perigoso, pois o ritmo intenso do início passou e, se novos desafios não surgirem – ou forem criados –, ela tende a entrar em declínio pela inércia (se você não tem problemas, então você tem um problema).
Morte ou vida
Renan De Simone é sócio da Moraes Mahlmeister Comunicação e é jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Amit Goswami, cientista especialista em física quântica e filósofo, em entrevista ao programa Roda Viva, em 2008, definiu a morte como “quando a consciência para de causar o colapso das possibilidades quânticas em eventos reais da experiência (…). Momento após momento, incluindo nosso corpo e nosso cérebro, nós causamos o colapso dessas possibilidades em eventos reais que experimentamos. Quando perdemos essa capacidade de converter as possibilidades em eventos reais, nós morremos”. Ou seja, quando paramos de querer interferir nas possibilidades e criar eventos reais daquilo que antes era apenas conceitual, estamos mortos. Christie Hefner, filha de Hugh Hefner, criador da Playboy, foi CEO da marca por mais de 20 anos
e, em passagem pelo Brasil (em palestra da HSM Management), afirmou que só existem dois tipos de empresas: “As que estão crescendo (e se transformando) e as que estão morrendo”. A afirmação da herdeira, não menos empreendedora que o pai, é um alerta aos cérebros das organizações... Então, o que vai ser em 2011? Melhor encomendar fogos ou uma coroa de flores?
Que tipo de vendedor nunca está desempregado nem é vencido pelo
cansaço mental? O maior turn-over no mundo corporativo está na área de vendas. Veja como ser sempre competitivo no mercado de trabalho Marcelo Ortega
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endedores trocam de empresa demasiadamente rápido por diversos motivos. Entre eles, por serem demitidos pela falta de resultados ou mesmo por decidirem migrar para outra empresa ou negócio que lhes (vendedores) proporcionem (melhores resultados) financeiros. Assim, vendedores novatos, em especial os que atuam em varejo como shoppings centers, ou os mais experientes representantes comerciais, vendedores corporativos (B2B) e profissionais de nível gerencial apresentam altos indicadores de rotatividade. Tanta instabilidade e falta de compromisso com os negócios da empresa resultam em um ciclo de fracasso, gerando instabilidade e queda de vendas. Por outro lado, a empresa começa a desconfiar de sua equipe por senti-la vulnerável e à mercê de pessoas que não se comprometem com suas metas, passando a enxergar seus membros como vendedores descartáveis ou pouco duráveis. Em geral, custa muito caro contratar e treinar profissionais para depois demiti-los ou perdê-los. Assim, as empresas estão preferindo profissionais em formação ou pessoas que nunca atuaram em vendas, mas que têm uma atitude mais positiva e séria, não visando apenas aos ganhos financeiros. Que tipo de vendedor você prefere ser? O profissional deve pensar em sua carreira de acordo com seus objetivos de vida e trazer para o seu dia a dia essas metas. Aquele que consegue ter um ciclo de sucesso visa sua carreira como parte de uma negociação e tem suas metas e conquis-
tas focadas no negócio ou empresa em que atua. Sucesso e trabalho têm como consequência dinheiro. Assim, o começo da carreira deve ter como foco o aprendizado e o ganho suficiente para o sustento. Entre vendedores, é comum profissionais se perderem em meio à ambição, que pode se transformar em ganância, perdendo inclusive o senso comum no que diz respeito à escala de valores essenciais como responsabilidade, compromisso e ética. Entretanto, quem atinge o sucesso sabe que o dinheiro é secundário e virá quando fizermos bem o nosso papel, quando pertencermos a um grupo e nele atuarmos com prazer e vontade. O preparo deve sobrepor o impulso radical da gana e a educação se faz mais necessária do que a improvisação do vendedor de segunda linha, que age como um “faz tudo”. E quem faz tudo porta-se como um pato; que anda, nada, canta e voa, mas não é nenhum exemplo naquilo que faz. Desistir pelo cansaço mental Um dos fatores que mais afetam o emprego do vendedor e do gerente de vendas é o tal do cansaço mental. Ele se traduz na estafa do cotidiano duro, no estresse somatizado pelas perdas e pela árdua rotina de prospectar, conquistar clientes e mantê-los satisfeitos, sobretudo na necessidade da obtenção das metas e objetivos essenciais em vendas. Muitas vezes me peguei sem vontade de levantar da cama para trabalhar, talvez você já tenha sentido isso. O que traz esse desânimo ou cansaço é a falta de objetividade naquilo que temos de bom pela frente. O foco nos problemas e nas barreiras nos tira o desejo de vencê-los, nos abate.
Para evitar tudo isso é preciso ser maior que o problema e eliminar atitudes e comportamentos limitantes, pessimistas e quase sempre rotineiros modos ineficazes de fazer sua venda. Se não deu certo antes, ótimo! Ainda está por vir o melhor. Sempre há um meio de se conquistar o sucesso. Imagine aquele dia em que se levantou bem cedinho, recorreu a um planejamento feito no dia anterior para prospectar clientes ou fazer vendas mais bem elaboradas àquela clientela rotineira e pôs em prática novos argumentos, melhores discursos e apresentações comerciais. Como consequência, teve um melhor desempenho. O resultado foi excepcional, fez mais vendas, com mais lucro e melhores comissões. Ao final do dia chegou à sua casa bem cansada (o), mas com o sentimento de dever cumprido, satisfação total. Seu cansaço é físico ou mental? Você vai sentir vontade de ficar em sua cama no dia seguinte? Tenho a certeza de que não. O stress não é produto de muito trabalho, mas de muitas pendências e insucessos naquilo que fazemos. Para se livrar dele seguem 7 dicas poderosas e que me ajudaram como vendedor que sou há 20 anos: 1.
Procure ser maior que seus problemas, afinal você é o protagonista da sua história de sucesso. O problema resultará no contrário.
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Invente novos meios de falar, mude sua maneira de vender, a abordagem e procure entender o que motiva o seu cliente a comprar. Venda ganhos e benefícios para marcar mais visitas ou conquistar clientes pelo telefone ou no contato em sua loja.
3.
Estude mais seus produtos e serviços e faça um mapeamento de oportunidades para cada perfil de consumidor. Não trate todo mundo da mesma maneira, isso pode proporcionar-lhe perdas
(de tempo, da atenção do cliente, do interesse em comprar). 4.
Coopere com o inevitável (este é um princípio de vida ensinado por Dale Carnegie no livro “Como evitar preocupações e começar a viver”). Nem tudo dará certo e algumas coisas, quando estão erradas, nos ajudam a melhorar e a refazer bem da próxima vez.
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Aceite-se como vendedor (a) e faça suas vendas com convicção. Chega de temer o contato inicial, pensar que está amolando os outros, agir com insegurança e de forma imprecisa. Um (a) profissional de sucesso tem brio, coragem, fome de resultado e faz seu trabalho com paixão e preparação.
6.
Influencie as pessoas a indicarem você, por isso relacione-se bem. Quando um vendedor investe seu tempo ocioso nos relacionamentos duradouros encara clientes como seus amigos e melhores vendedores.
7.
Por fim, nunca deixe que uma derrota temporária (a falta de vendas em um determinado momento) ou o excesso de esforço seguido de um baixo resultado sejam mais importantes que a sua capacidade criativa, motivadora e inspiradora. O ser humano é uma máquina poderosa de superação quando decide por convicção e paixão viver como tal.
Por isso, o vendedor que nunca está desempregado é aquele que tem ética, acumula conhecimento, habilidades e atitudes pró-ativas, sempre preocupado em formar-se nesta profissão com o apoio de outros líderes que lhe deram uma boa escala de valores e objetivos para prosseguir. Pense nisso e muito Sucesso em Vendas!
Marcelo Ortega é palestrante e consultor, autor de Sucesso em Vendas - Ed. Saraiva. www.marceloortega.com.br
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motivado
Faça carreira olhando para a frente, não para trás Não olhe para trás. O que passou, passou Leila Navarro
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aça um teste. Chegue para um colega de trabalho e diga: “Fale sobre sua carreira”. Sou capaz de apostar que você ouvirá uma história que começa alguns anos atrás, quando o colega se formou na faculdade. Depois ele falará sobre o primeiro emprego, a promoção para supervisor, e o segundo emprego, e o terceiro, e a promoção para gerente etc e tal. Isso se repete com a maioria das pessoas, pois elas tendem a falar sobre sua carreira olhando para trás, para o caminho que percorreram, os cargos que ocuparam, as habilidades que desenvolveram, a experiência que acumularam. Mas será que carreira é isso – o que já foi feito? Penso que não. Para mim, carreira é o caminho que se tem pela frente. Não é o passado, é o futuro! O problema de fazer carreira olhando para o passado, a meu ver, é que isso limita o profissional. Ele terá a tendência de trilhar um caminho que seja a continuação do que tem trilhado, no qual possa usar o conhecimento e a experiência que adquiriu. Isso pode restringir suas possibilidades de carreira àquilo que já conhece, além de dificultar suas iniciativas em áreas completamente novas. Imagine alguém que se formou em marketing e sempre trabalhou nessa área, cuidou de vários produtos e tudo o mais. Se faz carreira olhando para trás, sua tendência será continuar no marketing. Então, se aparecer uma oportunidade de trabalhar com publicidade, pode ser que não aceite o desafio, pois vê a si mesmo como profissional de marketing. Ele provavelmente nem enxerga oportunidades fora de sua área. Enquanto isso, o mundo se transforma numa velocidade cada vez maior e novas oportunidades surgem todos os dias. Para aproveitá-las, é comum que os profissionais tenham de se aventurar a fazer o que nunca foi feito antes, nem por eles nem por ninguém! Mais do que nunca, precisamos nos
atualizar, perceber para onde o mundo está indo e nos adaptar, mesmo que isso signifique mudar de área ou profissão. Ter no currículo uma só ocupação, exercer a mesma profissão por muito tempo ou fazer carreira longa será, cada vez mais, coisa do passado. Estamos em plena “era da multifuncionalidade”, conceito difundido pelo economista norte-americano Jeremy Rifkin e o sociólogo italiano Domenico de Masi, entre outros. Eu mesma estou em minha quarta carreira profissional. Formei-me em fisioterapia e por alguns anos exerci a profissão em um hospital. Depois abri uma clínica de fisioterapia e torneime empresária. Mais tarde fiz um curso do método Rolfing de terapia corporal e tornei-me terapeuta. Nessa época, comecei a dar palestras sobre qualidade de vida e, quando dei por mim, já havia virado palestrante profissional. E sei que não vou parar por aí! Agora, pode alguém que faz carreira olhando o passado ter a ousadia de experimentar algo completamente novo? Dificilmente. Isso é muito mais fácil para quem faz carreira olhando para o futuro. Costumo dizer que o profissional que deseja ser bem-sucedido hoje em dia tem que ser “paranormal” e tentar perceber para onde o mundo está indo. Partindo das tendências de comportamento, estilo de vida e problemas que temos hoje, como poderemos estar vivendo daqui a cinco, dez, vinte anos? De que maneira isso impactará os negócios de sua empresa e o seu trabalho? O que você pode fazer agora para aproveitar as oportunidades que irão surgir amanhã? Pensar assim é dirigir a carreira olhando para a frente, para o futuro, atento ao que vem por aí – e não ao que já passou. Com certeza, uma trajetória profissional desenhada dessa maneira tem muito mais... futuro. Leila Navarro é conferencista e especialista comportamental. Autora de 13 livros, ganhou duas vezes o prêmio de “Palestrante do Ano” (2005 e 2009). www.leilanavarro.com.br
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Seu olhar tem mais poder do que você imagina. Se ele não funcionou muito bem na hora da paquera, um consolo: pode ser muito útil para usar um notebook. É isso mesmo! A Lenovo e a empresa sueca Tobii uniram-se e criaram um notebook que pode ser controlado por movimentos oculares. Pra se ter uma ideia, com uma leve piscada é possível selecionar arquivos e mudar de janela. O produto deve chegar ao mercado em dois anos. Futuro garantido para aquele seu olhar 43!
Se andar debaixo de chuva já é difícil, imagine quando o caminho à sua frente está pouco iluminado. Este guarda-chuva pode ser a solução: é equipado com luzes LED no cabo, que acendem com um simples toque o botão. Disponível nas cores branco e azul, fará você se sentir um verdadeiro jedi enquanto anda à noite pelas ruas tempestuosas da cidade. Você pode adquiri-lo no site americano E-bay por 30 dólares.
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O outono está aí e você, friorento que sente as mãos congelarem quando está usando o computador, já pode se valer de uma invenção japonesa que promete esquentar os ânimos (e as mãos): é o mouse E-warmer, que esquenta utilizando a energia proveniente da saída USB. O aparelho, criado pela empresa Thenko, vem com um termostato para controlar a temperatura, que pode atingir os 46°C. É possível importar o produto pelo site www.geekstuff4u.com. Depois dessa, frio não é mais desculpa para sair da frente do computador.
Desde o dia 11 de março está à venda nos Estados Unidos o tão esperado iPad 2. Depois de horas aguardando em fila, mais de mil pessoas puderam adquirir na loja da Apple o novo tablet, que vem equipado com um novo processador, o A5. O aparelho também é duas vezes mais rápido que sua versão anterior e está disponível nas cores branca e preta. Uma câmera traseira e outra frontal permitem a realização de videoconferências e uma manta magnética que acompanha o aparelho, ao ser removida, faz com que a tela ligue automaticamente. Enquanto não chega ao Brasil, o iPad 2 pode ser adquirido na loja virtual da Apple, Best Buy, Target, Walmart e Verizon Wireless. O preço e a capacidade de armazenamento da nova versão são os mesmos da anterior, variando de US$ 499 (16GB) a US$ 829 (64GB e 3G).
A parceria do Google com a operadora Sprint não poderia ter dado melhor resultado: foi lançado o celular Nexus S versão 4G. O diferencial do aparelho é a integração com o Google Voice, o que proporciona baixo custo às ligações internacionais. Além disso, o lançamento vem com conexão wireless de curta distância, 4GB de memória e roda a versão mais recente do sistema Android 2.3. O preço da novidade no mercado americano é de US$ 199, 99.
Já imaginou a quantidade de germes e bactérias que o seu celular acumula diariamente? Foi pensando nisso que a VIOlight criou o VIOlight UV Cell Phone Sanitizer, aparelho que emite luz ultravioleta e elimina 99% dos micróbios existentes no seu gadget. Basta colocá-lo dentro do VIOlight UV, fechar a tampa, ligar o botão e aguardar 3 minutos. O aparelho funciona com duas pilhas AA e custa US$ 50. À venda no site www.violight.com
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Você, caminhoneiro, já está careca de saber que deve fazer frequentemente um check up no seu veículo. Agora, há uma novidade que vai facilitar essa operação: a partir do segundo semestre de 2011 serão lançados os novos pneus da Goodyear equipados com um chip que avisa quando estão carecas e é hora de trocá-los. A tecnologia RFID monitora as condições técnicas do pneu e o chip ainda armazena informações relacionadas ao veículo, como quilometragem, pressão do ar e profundidade de sulco.
Essa é para os amantes de Nintendo. O primeiro console portátil 3DS que dispensa óculos foi apresentado na sétima edição do GameWorld, evento realizado em São Paulo e voltado ao mercado de videogames. O primeiro console portátil que permite a reprodução de jogos em terceira dimensão também possibilita jogar novas versões de clássicos como Street Fighter e Zelda. O lançamento ainda não está previsto no Brasil.
Controle Financeiro:
uma questão comportamental Agora problemas financeiros podem ser resolvidos diante da tela do seu computador: é o e-coaching
Rubens Gustavo Gurevich
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vida passa cada vez mais rápido. Os anos se vão e a complexidade em tratar assuntos delicados cresce na mesma velocidade. Conseguimos dividir a complexidade de nossas vidas em basicamente quatro perspectivas: carreira, saúde, relacionamentos e finanças. Por isso, há algumas perguntas que frequentemente necessitam de uma reflexão, como: · Gerencio minha carreira da forma certa? Sinto paixão pelo que faço? · Cuido do meu corpo que será o meu passaporte para o futuro? · Mantenho aquecidos os meus relacionamentos, aqueles de que dependo e que dependem de mim? · Trato meu dinheiro com respeito e cuidando do meu bolso? Dependendo do resultado dessas respostas, saberemos o quão equilibrados estamos na vida. Pode acontecer de identificar que nos falta equilíbrio em alguns desses aspectos, e nessa situação necessitamos de uma ajuda profissional. Caso o problema esteja no quesito finanças, existem os trabalhos de coaching (que vem do inglês - a tradução de coach é “técnico”), que ajudam as pessoas a identificar quais comportamentos necessitam desenvolver. O coaching é um processo caro e elitista e, para massificar esse conceito, existem ferramentas online de coaching, o que cria um novo conceito: o e-coaching. Uma dessas aplicações é a de finanças pessoais, que permite a qualquer pessoa, rapidamente, identificar qual é a realidade de sua situação financeira e a partir daí elaborar o seu plano de ação. Por meio da internet, a pessoa responde a um questionário informando qual é a renda que ela precisa para os seus gastos mensais e quando ela pretende se aposentar. Com essas informações, saberá qual é o valor que precisará acumular para a sua independência financeira e, o mais
importante, quais as competências financeiras que serão trabalhadas, além de saber se estão em situação de vermelho, amarelo ou verde. Dependendo da situação financeira da pessoa, o programa identifica, dentre as seguintes competências, qual é a mais apropriada para o seu desenvolvimento: Para quem está no vermelho (Cuidado!!) · Competências a desenvolver: controle e equilíbrio orçamentário/crédito inteligente. Para quem está no amarelo (Atenção!!) · Competências a desenvolver: controle e equilíbrio orçamentário/metas de consumo. Para quem está no verde (Muito bem!!) · Competências a desenvolver: segurança e estabilidade financeira/investimentos inteligentes. O processo de e-coaching direciona as ações do dia a dia que a pessoa precisa implementar e esta recebe dicas sobre o seu plano de ação por meio de e-mails. Sem dúvida, o processo de crescimento de qualquer pessoa é muito mais de ordem comportamental do que técnica, e é nessa direção que o desenvolvimento é realizado, sensibilizando as pessoas de suas deficiências no trato com o dinheiro e direcionando a implementação de novas atitudes comportamentais. Não se trata de quanto ganhamos por mês, mas sim, de como gastamos nossos recursos financeiros. Rubens Gustavo Gurevich é CEO da Your Life do Brasil. Engenheiro e pós-graduado em Marketing, possui ampla experiência em processos de autodesenvolvimento online nas perspectivas de Carreira, Finanças e Saúde. www.yourlife.com.br
gente
DESAFIOS GLOBAIS Saiba como globalizar sua empresa por meio de pequenas mudanças David O´Keefe
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ão é preciso ser uma grande empresa para ser global. Um nicho de mercado pequeno no Brasil pode representar milhões de dólares em todo o mundo. Os trabalhadores especializados, que são praticamente impossíveis de encontrar e reter aqui, podem ser abundantemente disponíveis em outro país. Estas e outras razões inspiraram muitas empresas brasileiras a se tornarem globais. Porém, é preciso superar alguns obstáculos: Inglês – Deve-se falar inglês. Embora outras línguas sejam preferidas em determinadas regiões, o idioma funciona no mundo inteiro. Seu inglês não precisa ser perfeito. Quando a conversação nessa língua interferir em seus negócios, é possível levar a conversa para um chat (ex: Skype). É muito mais fácil escrever (com a ajuda do Google Tradutor) do que falar por telefone. Chat também deixa um registro que pode ser consultado depois para esclarecer dúvidas sobre o que foi combinado.
Governo – O governo brasileiro está empenhado em promover as exportações. A sua empresa pode se beneficiar de incentivos fiscais e de outros programas governamentais. Também pode haver restrições legais que afetem a atuação do cliente no Brasil ou de sua empresa no país com o qual você está fazendo negócios. Então, além de consultar um advogado, você deve tirar proveito da riqueza de informações disponíveis na internet, de associações empresariais, governamentais e outras organizações. Softex, Amcham e Small Bu-
Cultura, fusos horários, horário de verão e feriados nacionais – Sem dúvida, pessoas de diferentes partes do mundo têm expectativas, maneiras de se comunicar e hábitos de trabalho diferentes. Por exemplo, para atender clientes na Califórnia, pode ser necessária uma grande flexibilidade nos horários de entrada e saída das equipes de trabalho. Já para negócios na Austrália, a solução é criar turnos de atendimento. Feriados locais devem ser comunicados com antecedência. O Brasil já tem muitos feriados e, com clientes internacionais, o número deles pode dobrar ou triplicar. Todos esses detalhes são fáceis de esquecer e podem acarretar problemas contratuais e operacionais, como agendamento de reuniões, de entregas ou de pagamentos. Banking – Bancos brasileiros vão ajudar você a enviar e receber dinheiro. Considere também serviços alternativos como o PayPal, Moneybookers e outros. Os custos do sistema bancário internacional são significativos e devem ser incluídos no seu preço e contratos (por exemplo, estipular que a outra parte pague todas as taxas de transferência e de câmbio). Marketing – Uma das grandes vantagens da internet é que você pode usá-la para criar o efeito blowfish, ou seja, sua empresa pode parecer maior do que realmente é com um site de qualidade, automação de marketing, sistemas de CRM e parcerias com grandes empresas e marcas conhecidas. Este efeito é muito importante à construção da confiança necessária para fazer o negócio global. LinkedIn, Facebook, Twitter e Google AdWords são ótimos para fazer marketing global a um custo acessível. Além disso, a participação ativa em comunidades online relevantes para seu negócio é uma das melhores formas de marketing disponíveis. É a forma que mais gera negócios offshore para a empresa. Afinal, qualquer empresa consegue superar esses obstáculos. Acredite, porque vale a pena o esforço. David O´Keefe é sócio-diretor da Lampada Global, empresa que oferece soluções para a gestão de processos de relacionamento com clientes, além de soluções para gerir conteúdo e gerenciar documentos. É formado em economia pela Rutgers University (EUA) e atua no mercado brasileiro há 11 anos.
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Confiança – Quem está acostumado a fazer negócios apenas cara-a-cara terá que aprender a criar relações de confiança com seus clientes e parceiros offshore por meio da tecnologia. Uma dica é utilizar as mesmas quebras de gelo nas conversas internacionais que você usa no Brasil. Vale perguntar sobre o tempo, local, família, esportes e outros assuntos. Também é interessante conectar os seus clientes nas redes sociais que participa, especialmente LinkedIn e Facebook. Lei – Realisticamente, você não terá respaldo jurídico se as coisas derem errado com um parceiro na Índia ou na Ucrânia em um negócio no valor de cinco mil dólares. Procure minimizar os riscos na negociação de termos comerciais. Determine o grau de risco que você suporta, mas também aceite que tomará ações arriscadas como o pagamento parcial antecipado. No risk, no return.
siness Association, por exemplo, são bons pontos de partida para as empresas interessadas no mercado dos EUA.
no alvo
Número de fumantes nas empresas volta a crescer: economia aquecida leva à contratação de grupo com maior índice de tabagistas Após mais de cinco anos registrando queda consecutiva, o número de fumantes voltou a aumentar em 2010 – 9,5% dos funcionários fumam em contraposição com os 8,1% de 2009. Em pesquisa realizada pela seguradora Sul América com 74 mil profissionais de todo Brasil, o aumento na quantidade de fumantes deve-se, sobretudo, “à economia aquecida que permitiu a formalização e a maior contratação de trabalhadores com perfil diferente – com menos escolaridade e de classes mais pobres, grupos que concentram mais fumantes”, analisa o diretor de saúde da seguradora, Roberto Galfi.
Dança das cadeiras Para portadores de necessidades especiais
CCR ViaOeste e RodoAnel Oeste ampliaram os esforços para seleção e contratação de pessoas com deficiência. Através da campanha Indique um Amigo, o Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência do Grupo CCR pretende valorizar o serviço local dando prioridade àqueles que moram próximos ao Sistema Castello-Raposo e Rodoanel Oeste. Para se candidatar, envie o currículo para emanuel.freitas@grupoccr.com.br
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HP: Artes Gráficas
Osvaldo Cristo é o mais novo gerente de pré-vendas para impressoras High End (Indigo e Ink Jet) da HP Brasil. Formado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP, destacou-se na Heidelberg do Brasil e acumulou mais de duas décadas de experiência no ramo gráfico. Com a missão de criar novas e boas saídas para projetos complexos, Oswaldo pretende afinar o desenvolvimento das etapas de pré-impressão, fluxo de
trabalho e acabamento por meio dos equipamentos de impressão digital de alto volume da HP.
Nova interligação na Intel
Após passar treze anos direto na Intel, Fernando Martins alcança o posto de Presidente e Gerente Geral da multinacional no Brasil. Graduado pela USP em Engenharia Elétrica, tem ampla experiência em liderança e é Ph.D. em Engenharia Elétrica e Computação pela Carnegie Mellon University, com mais de 40 textos publicados e 24 patentes registradas.
Céu azul para alunos da PUC/RS
A rede de linhas aéreas Azul acaba de firmar parceria com a PUC/RS para a triagem de pilotos já diplomados dentro da universidade. De acordo com o convênio, a partir de agora os alunos inscritos no processo seletivo serão liberados da seleção inicial. Se habilitados em todas as demais fases, os novos contratados copilotarão jatos de modelo Embraer 190, 195 e turboélices ATR durante pelo menos dois anos pela Azul.
Futuro conectado se discutia sobre o seu caráter isolador, o que tende a equilibrar o meio virtual e o presencial daqui a algum tempo. Quanto à área de saúde, a palavra mais digitada nos 2 mil posts foi “anorexia” (16%). O distúrbio esteve constante nas mídias, principalmente com afirmações de teor positivo, como “Queria ter anorexia, #comofas?”, mas também revelou comentários que denotavam incerteza e preocupação a respeito. No comércio online, a palavra-chave foi “e-commerce” e trouxe à tona o que a maioria já adivinhou: a internet trouxe e trará fortes alterações nos processos de compras do consumidor real em meio virtual. Já a preocupação com o meio ambiente foi analisada com base em um termo global: “sustentabilidade”. Nos veículos especializados online, o tema foi mais explorado do que pela mídia em massa, abocanhando 42% da divulgação total. Tal mudança de comportamento no que diz respeito ao assunto mostra que, embora ainda rasteira, a preocupação com o planeta Terra vem crescendo e ganhando adeptos dessa nova geração.
Remuneração e desempenho
Cuidado com a depressão pós-férias!
Esta é uma péssima notícia para quem anda em baixa no desempenho: um levantamento realizado pela Regus Brasil mostra que a inserção de um sistema de remuneração baseado no desempenho do funcionário é a principal resolução de 2011 para 37% das empresas brasileiras, uma média bem semelhante à global, que fica com 36%. Isto significa que, à medida que a economia se potencializa aqui e fora Brasil, a maioria dos profissionais sonha com reconhecimento pelo que faz, além do salário. Embora seja muito mais aplicado no setor de vendas do que em outros encargos, o sistema de gratificação baseado no desempenho pode ser ampliado a outras áreas de produção, desde que o esquema médio de desempenho coletivo e/ou individual seja justo entre as partes. E a pesquisa finaliza com outro ponto: 57% das empresas brasileiras preveem ampliar suas equipes já neste ano, resultado 45% maior que o valor médio global.
De acordo com os dados da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), 23% dos 540 profissionais entrevistados sofrem de depressão pós-férias. Os sinais são cefaleia, dores musculares, aborrecimento e angústia (este último, presente em 89% das ocorrências). O funcionário vê-se insatisfeito em retornar ao trabalho porque não gosta do ambiente ou porque não vê possibilidades de ascensão, o que pode gerar maior propensão à depressão, com chances até de se tornar um caso mais grave. Por isso é que se faz necessário um acompanhamento direto da empresa, para mostrar a ele que seu trabalho tem valor. “Já o profissional, por sua vez, deve compreender que ele também é importante para o funcionamento da empresa e que por isso deve realizar o seu trabalho com disposição e prazer”, opina Ana Maria de Souza Tardelli, psicóloga e consultora de Recursos Humanos.
Piratas mais violentos O dado é alarmante: um em cada cinco aparelhos Nokia é réplica ilegal ou não licenciada do original. Explica Eko Aho, membro do conselho da corporação: “A maior parte é originada da China, mas é um problema global. Não acontece apenas na Ásia, mas também na América Latina e mesmo em algumas partes da Europa”. A crescente dificuldade em alcançar posição relevante nos mercados emergentes se revela na venda total de aparelhos que, segundo levantamento feito pela Gartner, cresceu 35% no terceiro trimestre de 2010. Devido à circulação de aparelhos sem marca, além do diverso lançamento de celulares inteligentes, a Gartner prevê que a movimentação desse “mercado cinza” infle mais 20%, embora muitos analistas duvidem do caso.
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Talvez os quilos de informação que andam circulando por entre nossas teclas e dedos possam nos ajudar a compreender melhor o nosso comportamento nos próximos anos. Ao menos é nisso que acredita a MITI Inteligência, empresa de acompanhamento de mídias comunicacionais, que realizou entre os dias 28 de dezembro e 6 de janeiro uma intensa pesquisa com mais de 160 mil interações nas redes sociais para captar melhor o que anda acontecendo na última década. Durante a pesquisa foram captadas algumas palavras-chaves que identificaram seis fatores: redes sociais, entretenimento online, comércio eletrônico, beleza, saúde e sustentabilidade. Segundo a pesquisa, esses fatores contribuíram para as mudanças de comportamento da população em geral na última década, situação esta que poderá evoluir ainda mais nos próximos anos. “Twitter” foi a palavra mais veiculada pela internet e mídia impressa, com 42% das menções – antes de “Orkut” (32%) e “Facebook” (26%) – e 67,6% das notícias – destacando que o Orkut foi o menos citado pela imprensa, com apenas 5%. Isto evidencia a forte propensão de a internet se tornar o mais novo agregador social do século, ao contrário do que muito
Refeição espoleta O Spoleto 21, projeto sustentável da famosa rede de restaurantes de comida italiana, acaba de firmar contrato com a Topema, empresa especializada na produção de equipamentos de cozinha industrial. A parceria visa aperfeiçoar o serviço das filiais e, ao mesmo tempo, colaborar para a preservação dos recursos naturais. Nome inspirado pela agenda 21 e pelo atual século, as novas “Spoletos” já estão usando equipamentos exclusivos desenvolvidos pela Topema. Fogões a gás foram trocados por aparelhos de cozimento por indução, pratos estão sendo preparados em cima de um plano cerâmico que reduz em até 75% o consumo de energia e um sistema de exaustão implantado sem coifas evita o gasto com sistemas de exaustão clássicos. “As primeiras avaliações realizadas com os equipamentos demonstram
resultados positivos, para além das nossas expectativas. A rede conseguiu reduzir o tempo de atendimento médio por cliente, atenuar significativamente os custos operacionais, administrar melhor as funções e remuneração da equipe e aumentar a área de circulação do local”, considera Nelson Ferraz Cury, presidente da Topema. É a preocupação socioambiental fincando raízes até mesmo no ramo gastronômico.
Adeus às amarelinhas Uma medida publicada pelo Diário Oficial da União prevê que em 2016 sejam extintas por completo as clássicas lâmpadas incandescentes. Após o aparecimento das opções mais econômicas – embora não mais baratas – com as fluorescentes, a expectativa é que o país economize 10 terawatts por hora até 2030. Assim, se até o ano das olimpíadas no Brasil não houver nenhuma outra alternativa econômica viável, as luzinhas amarelas deverão ser apagadas no mercado brasileiro.
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Yakisobra na net Só mesmo a França, uma nação gastronomicamente avançada, para “ter noção” desta ideia: chegou a SuperMarmite, rede social criada para que donas de casa vendam seus excedentes de comida pela internet. Para isso, basta se cadastrar, informar onde mora, quando a refeição será feita, quanto será seu valor e voilà. Além disso, SuperMarmite também dá espaço para fazer comentários dos pratos de cada um e dar notas para o serviço. Se fosse implantado aqui, aposto que encontrar uma refeição boa e barata pertinho de você seria muito mais fácil. Alô, empreendedores do Brasil!
Cimento translúcido 3.774 painéis translúcidos feitos com 189 toneladas de «cimento transparente» cercaram os 1.887 metros quadrados do pavilhão da Expo World 2010 em Xangai. Criação da equipe italiana Italcementi, o novo i.light ® é um tipo de concreto “transparente” produzido pela fusão de resinas especiais que, ao serem postas junto com o cimento comum, resultam em um material semitransparente, porém sólido, que alia rigidez de materiais cimentícios à possibilidade de filtrar luz natural para dentro e para fora do ambiente. A amálgama não fende e ainda facilita a economia de luz. Enfim, será possível ver uma luz já ao redor do túnel.
De vento em volt iFan é o nome desse aparelhinho idealizado pelo designer holandês Tjeerd. Ele carrega o iPhone com energia eólica graças a uma pequena turbina que se movimenta ao sabor do vento. O acessório também tem um adaptador para bike que acelera a recarga e é protegido por uma capinha de silicone contra tombos. Embora leve seis horas para recarregar tudo, o iFan tem grandes chances de ser aperfeiçoado e virar hit para os ecológicos.
Fiat web! 23
Para o deleite dos neófitos, mais uma tecnologia novinha vinda das “fornalhas” norte-americanas: é o LVX, sistema de internet sem fio transmitido por luz! Ele auxilia a transmissão de dados binários por meio de pulsos luminosos captados através de um sensor ligado ao computador. Funciona assim: um montinho de LEDs é posto em um local bem iluminado – como o teto, por exemplo – e essas luzes vão piscando, seguindo o ritmo da informação, acendendo (um) e apagando (zero). A situação contrária também é possível, mas a transmissão apenas atinge distâncias de até 3 Mbps. Criado para desafogar o “trânsito” de conexão por outros meios, a “internet via luz” é uma tecnologia que promete ser aprimorada já em 2011, até atingir velocidades maiores e entrar para o mercado. Aguardemos mais outra boa nova!
saúde
Pela luz dos
olhos teus Às vezes o problema pode estar bem na frente e você não vê. Fique de olho nos seus olhos Celeste Mayumi
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A
visão é o reflexo da alma e do corpo. Desde o primeiro piscar, anda tão presente que sequer notamos o quanto ela exige cuidados, principalmente no trabalho. Um levantamento realizado pela agência federal norteamericana National Institute for Occupational Safetyand Health (NIOSH), mostra que quase 90% das pessoas que se expõem por mais de três horas diárias em frente ao computador acabam tendo algum problema visual. É o que confirma o Dr. Canrobert Oliveira, oftalmologista e diretor do departamento de catarata do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB): “Qualquer pessoa que fica mais de uma hora em frente a uma tela luminosa é candidato a desenvolver a Síndrome do Computador”. Hoje, até 70% dos pacientes que aparecem nos consultórios com cansaço visual, olho seco, astenopia (dor e irritação) e visão turva são portadores da tal síndrome. “Trata-se de um diagnóstico da contemporaneidade. Há 20 anos não tínhamos isso. São situações do corpo humano que surgiram em consequência do comportamento e dos processos que vivenciamos atualmente”, lembra Canrobert. As pessoas reduzem o número de piscadelas em até 60% quando estãofixadas na tela do monitor. Ou seja, enquanto a média humana é de 20 piscadas por minuto, no computadoressaquantidade decai muito porque as pessoas simplesmente se esquecem de piscar, sendoexatamente isso o que desencadeia a maior parte dos desconfortosvisuais. E ainda há alertas: não raro, a síndrome é diagnosticada
como presbiopia, erro refrativo ou hipermetropia latente, coisas que devem ser descartadas após uma análise mais acurada dos sintomas, avisa o oftalmologista. Infelizmente, no Brasil, não há qualquer estudo ou padrão que indique a quantidade de tempo ideal para exposição ao monitor sem comprometer a saúde, mas sempre é bom se precaver e ficar atento ao que os seus olhos refletem. Para isso, leia abaixo algumas dicas e fique de olho na saúde! Incline o aparelho perpendicularmente à sua face e deixe-o abaixo do nível dos olhos. Dessa forma, a pálpebra irá protegê-los da exposição à iluminação intensa, o que melhora a lubrificação ocular. Veja se seu computador recebe iluminação adequada, sem reflexos ou luzes frontais. Evite que o seu micro fique em frente à janela, essa posição pode ocasionar visão dupla; Nas configurações, deixe o contraste no máximo e suavize o brilho do monitor. Segundo o diretor do Departamento de Catarata, “um contraste bem regulado na tela é importante para que torne o trabalho dos olhos mais fácil, evitando fadiga e estafa ocular”. Prefira trabalhar com backgroundescuro e letras claras.A medida ainda ajuda a poupar energia;
Caso seja míope, astigmático, hipermetromíope ou tenha qualquer outro problema ocular, opte pelo uso de óculos ao invés de lentes;
Olhe para longe: a musculatura ocular não foi feita para trabalhar arduamente durante muito tempo. A focalização em uma tela por 50 minutos geralmente leva o indivíduo à fuga de atenção “porque o olho quer relaxar olhando para frente”, explica Canrobert Oliveira. Outra receita simples é se aproximar de uma janela e olhar para algo distante. Isso relaxa a musculatura intrínseca do olho (ciliar) e faz
Em ambientes com ar condicionado, pingue colírio de lágrima artificial sobre os olhos, isso aumenta a hidratação; Se puder alterar a iluminação do escritório onde trabalha, prefira lâmpadas incandescentes, elas incomodam menos; Não ignore qualquer incômodo visual. Consulte seu oftalmologista pelo menos de três em três anos, faça examescompletos e regulares para manter a correção óptica em dia. Após os 40, os exames passam a ser anuais.
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Relaxe: levante-se da cadeira, feche os olhos, dê piscadinhas consecutivas durante cinco minutos. Só fique esperto para o seu companheiro de baia não achar que é cantada. As piscadas estimulam a lubrificação e evitam a síndrome do olho seco.
com que ela descanse e exerça com mais disposição suas funções fisiológicas.
moda, beleza e estilo
Olha a onda! Quem tem cabelo ondulado sabe que há dias em que se enfrenta uma verdadeira maré alta capilar: ondas revoltas e sem controle deixam, muitas vezes, a aparência desleixada. Mas calma, há diversas opções de modeladores de cachos para domar os fios e evitar que embaracem. Se você quer praticidade e rapidez, mas ao mesmo tempo um efeito notável no visual, aposte na loção finalizadora para cabelos cacheados da linha Advance Techniques da Avon, que nutre e destaca
Aroma doce Com esta embalagem atraente, inspirada na maçã do amor, o perfume feminino Delicious Candy Apples Sweet Caramel, de Donna Karan, mistura toques frutais (maçã e pera) e florais, como o de jasmim. A base de essência é doce: composta por caramelo e baunilha. R$ 150 (50 ml).
as ondas, dando brilho aos fios e controlando o frizz. O ideal é usar o produto nos cabelos quando ainda estão úmidos e não exagerar na quantidade. Preço médio: R$ 12. Para as mais sofisticadas que gostam de ver seus cachos mais soltos e separados, uma boa pedida é a mousse finalizadora em spray John Frieda. O produto, cuja fórmula contém filtro UV e pantenol, restaura a elasticidade das ondas e hidrata os fios. Preço médio: R$ 70.
Transpiração sob controle Em dias de calor você mal levanta os braços com medo de que as pessoas vejam aquelas manchas horrendas de suor nas axilas e outras regiões? Caso você sofra de hiperhidrose (sudorese excessiva) ou tenha problemas com o forte odor da transpiração (bromidrose), a Futura Biotech lançou um produto que pode pôr fim aos seus problemas: o antitranspirante Derm One é indicado para peles sensíveis e contém ativos que controlam o excesso de suor, garantindo baixa irritabilidade da pele e eficácia prolongada. Não possui álcool em sua fórmula. Aerossol: R$ 42,50. Roll-on: R$ 29,90.
Unhas na passarela
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Os esmaltes tornaram-se uma febre desde que um leque de novas cores foi lançado pelas principais fabricantes do produto. Hoje o Brasil ocupa o segundo lugar em vendas de esmaltes (depois dos Estados Unidos) e há uma boa novidade para este ano: em junho será realizada a primeira edição da Fashion Week Nails, semana de moda voltada exclusivamente aos esmaltes e acessórios para as unhas. No lugar de pessoas, dedos desfilarão apresentando as novas tendências nacionais e internacionais no universo dos esmaltes. O evento, que ocorrerá paralelamente aos desfiles da São Paulo Fashion Week, é restrito a convidados e será transmitido pela internet no site do evento (www.nailsfashionweek.com.br).
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Karaokê na net
Em confraternizações de trabalho, é muito comum ocorrerem festinhas em lugares com karaokê. Quem nunca se pegou escolhendo o cartucho para depois cantar e pagar mico em público? A engraçada prática começou no Japão na década de 80 e a brincadeira foi trazida para o Brasil somente em 1995, pela Videokê Brasil. Agora, a empresa resolveu revolucionar a prática,
permitindo ao usuário fazer download de suas melodias favoritas pela internet com o Ivideokê. O grande diferencial é que agora o cliente não precisa mais se ater a um repertório limitado, com músicas selecionadas pela própria empresa. Para isso, basta comprar créditos na loja, entrar no site, fazer login e pôr a senha cadastrada para poder escolher suas canções preferidas.
Boom de zoom Se existem câmeras digitais capazes de captar a beleza das imagens em tamanho gigante, por que não seria possível criar um serviço gratuito que possibilitasse a visualização destas grandes maravilhas em sua plena dimensão? Foi pensando assim que a Microsoft Live Labs criou o Zoom.it. Feito com o encargo de visualizar e compartilhar fotos e arquivos em PDF de alta resolução, o serviço transforma qualquer link da web em formato Deep Zoom, possibilitando a exploração completa da imagem, minúcia por minúcia, independente de seu tamanho real e com um carregamento suave, sem precisar que a página carregue sempre durante a aplicação do zoom. Uma vez carregada a foto, o serviço concede uma url curta da imagem para poder ser compartilhada no Twitter, Facebook, sites, blogs, além de iPhone e Android.
Salvo pelo cel
O chefe já avisou que quer conversar contigo, mas você está certo de que levará uma bronca daquelas e quer evitar a situação? Então instale o Desguiator no seu Nokia. Com ele, você poderá ser “salvo pelo gongo” quando bem entender. É só escolher o tipo de ring com que quer “contracenar”, selecionar o tempo entre
o sinal e o início da campainha, e revelar qual a senha que soará o gongo – podem ser dois tapinhas, por exemplo. Ele roda silenciosamente, não fica visível na home do celular e permitirá a você usar a falsa ligação como desculpa para sair de onde está para poder atender ao telefone. Essa é para os danadinhos de plantão...
Depois eu leio
Em qualquer lugar
Trabalhar com vários computadores em distintos lugares pode virar uma tarefa confusa. Para evitar isso, o Dropbox surgiu. Ele salva online, de forma 100% segura com base na criptografia, todos os arquivos (que podem ser acessados em CPU’s, smartphones e outros gadgets, desde que você tenha o tal programinha instalado). Ele ainda permite repartir o que você salva com amigos ou mesmo ver vídeos e ouvir músicas em streaming. Uma dica danada de boa!
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No meio do trabalho você abre a caixa postal e recebe aquele e-mail do seu amigo ocioso que te passa um link para um texto que, segundo ele, “é imperdível”. Você sabe que o assunto não tem nada a ver com seu trabalho, mas mesmo assim quer lê-lo. Diante de uma situação dessas, o que fazer? A solução é se inscrever nos sites Instapaper ou Read It Later, serviços que auxiliam no gerenciamento de textos que podem ser lidos mais tarde. Também usufruiu dessa mesma ideia o Radbox, serviço de armazenamento de dados semelhante aos anteriores, só que feito com vídeos. Eis três boas maneiras de deixar para depois o que não se pode fazer agora.
otimista
Silêncio na internet
e na vida
Sobrecarregado de informação? Então sinta a paz invadir o seu coração Ômar Souki
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O
site britânico “Do nothing for 2 minutes” (www.donothingfor2minutes.com) desafia o internauta a ficar dois minutos online sem fazer nada — nem tocar no teclado nem no mouse —, só olhando uma vista de mar e ouvindo o ruído das ondas. A proposta é motivar a reflexão sobre o tempo que nos expomos a uma sobrecarga de informações. A pergunta que nos fazemos, então, é a seguinte: “Por que ficar sem fazer nada durante dois minutos?”. Fazemos essa pergunta porque somos condicionados desde a infância à ideia de que fazer é bom e não fazer é ruim. Por isso, somos impelidos a estar sempre agindo e muitas vezes agimos simplesmente por agir. Fazemos antes de pensar ou refletir se o que estamos fazendo vai realmente ter um impacto positivo em nossa vida, na vida de nossos semelhantes e na natureza. Essa compulsão chegou ao extremo diante das novas tecnologias da informação, tais como a internet e os videogames. Já li notícia de um jovem chinês que faleceu em frente a um computador por overdose de exposição. Ficou tantas horas envolvido com lutas virtuais que seu sistema nervoso entrou em colapso. Se não bastasse esse barulho causado pelo excesso de informações que recebemos dia a dia via internet, tele-
visão, rádio, celular etc, há também os ruídos externos da vida urbana. São as freadas bruscas, as buzinas dos veículos, as sirenes de carros de polícia e de ambulâncias, assim como os barulhos provenientes de carros de sons em várias cidades. Se refletirmos bem, essa proposta de dois minutos é bastante acanhada frente ao tempo que passamos expostos aos barulhos tanto internos quanto externos. Apesar de modesta, a proposta representa um despertar para uma de nossas necessidades mais básicas: a de paz. Foi realizada uma pesquisa em nível mundial onde a pergunta se referia à coisa mais desejada pelos entrevistados. A coisa mais desejada que pairou acima de todos os sonhos de consumo foi a paz. Como encontrar a paz em um mundo barulhento? Fazendo silêncio. Sim, o silêncio. Mas, não apenas o ato de não falar. É preciso que busquemos pelo silêncio dos pensamentos. Sim, é possível silenciar nossos medos, nossas culpas, nossas ansiedades, nossas raivas. Como? Durante a hora de almoço, depois de fazer a sua refeição, busque um lugar tranquilo. Mesmo que trabalhe no centro de uma grande cidade. Talvez haja um parque por perto ou uma igreja vazia. Sente-se e preste
barquinhos descendo um rio. Você está sentado à margem do rio e apenas olha para eles. Deixe que passem. Não embarque em nenhum deles. Lembre-se: você não é seus pensamentos. Seus pensamentos são uma coisa e você é outra. Você pode administrá-los. Ao administrar seus pensamentos, você passa a comandar a sua vida. Não deixe que eles mandem em você. Neste momento não importa qual seja a natureza de suas ideias, positivas ou negativas, busque apenas o vazio, a quietude. Caso os pensamentos insistam em atacar a sua mente, escolha uma palavrinha simples como paz, luz, amor, calma etc e repita até esvaziar a sua cabeça. Faça isso por mais de dois minutos. Vai precisar de, no mínimo, quinze, mas sentirá que depois disso estará de posse do bem mais cobiçado: a paz!
Ômar Souki é Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos e autor de 25 livros. www.souki.com.br
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atenção à sua respiração. Sopre o ar como se estivesse soprando uma vela. Esvazie seus pulmões à medida que também esvazia a sua mente da sujeira de preocupações, medos, ansiedades, raivas e frustrações. Sopre até não poder mais. Jogue fora tudo o que não precisa. Depois, inspire o ar preenchendo primeiro a parte de baixo dos pulmões. Vai ter a impressão de que está enchendo seu estômago de ar — é isso mesmo. Depois, preencha a parte de cima dos pulmões. Sempre que estiver inspirando o ar, pense em saúde, abundância, alegria, paz e amor pleno. Concentre-se nesse exercício por alguns instantes até acalmar a sua mente. Sua cabeça que chegou ali repleta de preocupações, que estava como um mar revolto, aos poucos se acalma e se transforma em um lago tranquilo. Agora, observe seus pensamentos como se fossem
CRIAtividade Celeste Mayumi
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E aí? Você cria e ativa a mente? Planta que brota da terra. Lâmpada que acende do nada. Trovão que cai do céu. Estas são algumas imagens que ilustram bem o simples contorno enigmático da ideia. De tão brilhantes, inesperadas e naturais que são, as inovações vêm da criatividade e nunca se fizeram tão urgentes quanto nos dias de hoje. Como ser mais imaginativo e produtivo ao mesmo tempo? Dá para ser criativo em um lugar sem originalidade? Criatividade é capacidade inata? De que maneira podemos viver nossa vida centrada nessa habilidade? A Ser Mais conta mais.
A
momentos de nossa vida. Queremos tanto a criatividade que nos tornamos vivos quando participamos ou presenciamos os atos criativos de outras pessoas”, ressalta o cientista Amit Goswami, autor de “Criatividade Quântica”. Para ele, a tal capacidade expressa o contentamento máximo da vida. Trata-se de uma agonizante sensação de procurar algo sem saber o que é e, inadvertidamente, encontrá-la. Esse choque resultaria em arrebatamento, ansiedade de encontrar e vivenciar o ricochete para um novo território. Afinal, quem nunca sonhou em sempre poder sentir aquele doce deleite do novo derretendo pela sua mente através da criatividade? Poder abstrair sem limites e disso tirar algo inédito é um verdadeiro gozo cerebral! Falando desse jeito até parece impossível. Mas é exatamente neste ponto que muita gente se engana. Criatividade é coisa inata e todo mundo tem. Basta acordá-la.
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!Eureka ¡ criatividade nunca dorme. Expande a alma e a alimenta. Ou pelo menos a limpa: tentando afogar as mágoas da ciência dentro de um recipiente para banho, o sábio Arquimedes descobriu a lei básica da hidrostática quando menos esperava. Reza a lenda que ele teria percebido o volume da água variar enquanto entrava e saia da bacia. Reparando que a quantidade de água que transbordava era igual ao volume da parte de seu corpo submerso, a reação de Arquimedes ao ter o insight foi tremenda. Correu completamente nu pela casa gritando aos quatro cantos de Siracusa a gloriosa palavra “Eureka!”. E foi dessa forma que o decoro ficou mais renomado do que a descoberta. Porém, com vexame ou não, o fato é que toda expressão criativa encasula em si um potencial de êxtase. “A verdade é que nos sentimos mais vivos quando somos criativos. Nossos momentos criativos são os maiores
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Acooorda, menina! Sinos não repicam do além nem uma lampadazinha acende na cabeça quando você tem uma ideia. Na verdade, ser criativo é bem mais simples do que parece. Em casa, na escola ou trabalho e assim por diante: desde pequenos somos incitados a cada um ficar na sua, a seguir e replicar regras pré-estabelecidas e a não choramingar em cima do costume estancado. O mais curioso é que nem sequer reparamos nisso. Lentamente, tornamos nosso comportamento um molde previsível e repetimos o que aprendemos com os outros. Se por um lado isso é bom – pois a vida em sociedade requer observação e cumprimento constante de regras e costumes –, por outro, isso é completamente ruim porque acarreta a perda gradativa da nossa parte mais pueril e fascinante: a engenhosidade.
Só depois que os dedos dos pés alcançam o fundo da sola é que sentimos o aperto da maturidade. Embora reconheçamos que a criatividade é requisitada até mesmo no mercado, nem por isso nos damos ao trabalho de sair do lugar comum. A maioria desperdiça grande parte do tempo com a repetição interminável de tarefas já assimiladas e assim por diante. Por que não dedicamos alguns minutos da nossa vida ao ócio criativo? Será isso possível? Quando escolhemos entrar pela porta do caminho inusitado, fechamos a janela dos padrões instituídos. Seja no trabalho ou no lar, em qualquer lugar , quando se decide inovar , apela-se ao risco. Então está mesmo a fim de se arriscar ou de ser riscado do mapa? Você decide.
Howard Gardner – psicólogo cognitivo norteamericano – mostra que há vários tipos de inteligência no ser humano e que, para cada um, o processo criativo tende a ser diferente. Ou como explica Solange Muglia Wechsler, psicóloga especialista em criatividade, “podemos ser criativos nas mais diferentes áreas, das mais diferentes maneiras”. Exemplo: enquanto um pode querer se dedicar à ciência feito Einstein, outro pode querer em virar um Mozart na pianola, “dois cientistas podem descobrir criativamente a mesma teoria, mas quase nunca acrescentam exatamente os mesmos detalhes à ideia. A individualidade de um ato criativo pode surgir de como o cérebro individual processa a ideia”, particulariza o físico Goswami. O terceiro item é: note nuanças. Pessoas verdadeiramente criativas têm sensibilidade aguçada para sutilezas. Elas contemplam um universo cambiante de significados enquanto a maioria não nota nada além do que vê. Essa habilidade de “tem-mais-coisa-aí-doque-pensam” se revela geralmente cedo, o que pode explicar o fato de poucas pessoas manterem sua inventividade a pleno vapor quando espicham. O que é que a criatividade tem? Tem atos de valor, tem! Tem verdade e beleza, tem! E é parafraseando Carmen Miranda que vamos mirar nos valores imperiosos da engenhosidade. Como todo grande gesto guarda valor, um deles, é claro, não poderia deixar de ser a verdade. Todo ato criativo encerra uma tentativa – por vezes frustrada – de expressar algo verdadeiro. O pintor russo Wassily Kandinsky já disse uma vez que ela está “constantemente movendo-se em câmera
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Todo risco é arisco A primeira lição a ser aprendida sobre criatividade é: a capacidade varia com o acaso e com o tempo. Um exemplo claro são os quadros de Van Gogh. Quem poderia imaginar que essas pinceladas difusas, diáfanas e vigorosas, sempre reconhecidas como expressão máxima de criatividade, seriam reconhecidas só depois do artista morrer? Em períodos de curto e médio prazo, um ato criativo “destruidor de paradigmas” pode ser completamente desprezado pela sociedade. Para ser reconhecida pelos outros, a descoberta também deve aparecer numa época em que se faça necessária, daí a importância de ficar sempre atento aos pequenos detalhes que faltam ao cotidiano. Esse mix de sorte (acasualidade) com uma boa relação entre criador e juízes adjacentes ao ramo é que gera as descobertas inesquecíveis da humanidade. Mas não se ludibrie. Só porque fez algo diferente e porque seu esforço foi reconhecido pela sua mãe ou esposa, isso não significa que a sua foto 3x4 será estampada pela revista Forbes como um dos “100 gênios mais criativos do mundo”. Claro que não, né. Na maioria dos casos, as descobertas ditas “geniais” se revelam frustrantes. Diante disso, Fabio Zugman, autor de “Criatividade sem limites” explica a razão: “O gesto criativo deve expandir um conhecimento anterior. Isso quer dizer que é preciso que outras pessoas [além dos seus pais] aceitem essa mudança”. A curto ou a longo prazo, tanto faz, o importante é que não somente você ache a sua própria criação inovadora. Sim, criatividade também tem um quê de modéstia... A segunda lição é: sua inventividade é pessoal.
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lenta”. Isso significa que ela é transcendente, uma vez que a verdade absoluta é totalmente amorfa e isenta de precisão, sempre se mexendo... A criatividade também tem outro princípio grego bastante pertinente: ela tem que ser bela. “A verdade é beleza, a beleza, verdade”, já dizia John Keats, poeta inglês. Se já não podemos nos firmar na relatividade da verdade, ao menos podemos nos basear na aparência. Por mais que seja estranho, é possível sentir beleza sem poder explicá-la com base na primeira impressão que lhe causa. A beleza é sutil e cativa. Aí está o encanto da criatividade! Todo ato original é uma verdadeira belezura diante dos olhos do criador e observador. Além disso, há mais características sobre ela: pessoas imaginativas são autoconfiantes, curiosas, dinâmicas, têm flexibilidade nos pontos de vista, aceitam correr riscos e pensam de modo divergente. Mas é claro que traços criativos de personalidade não garantem feitos inovadores, o mais importante é o “trabalho duro e a perseverança”, conforme grifa o autor Fabio Zugman. O outro lado Portanto, se todo indivíduo nasce essencialmente criativo, porque nem toda empresa – também feita de pessoas – não nasce original? A resposta está no meio ambiente. ”Ele pode ajudar ou atrapalhar muito, e é claro que ajuda se estivermos em um lugar propício à criatividade”, explica Zugman. Há lugares inovadores e não, sendo que estes últimos em geral cercam a criatividade dos que nele trabalham. Desenvolver um ambiente apto àquele que quer inovar exige atenção contínua dos colaboradores. Um passo importante para isso é a desburocratização. Cortar regras e processos desnecessários estimula o funcionário a ter mais iniciativa, fazendo-o escapulir da “baia comum” para achar novas saídas. Dar feedbacks e transferir uma visão compartilhada do encargo – “o que podemos melhorar hoje?”, “sugere algo para aprimorar nosso desempenho?”, “o que achou da nova medida que implantamos?”– são pontuações que
geram comprometimento e favorecem resultados. Mas atenção: lembre-se de que errar é humano e perfeitamente profissional. Ser intolerante à pisada de bola pode inibir seu funcionário a fazer um golaço no trabalho. Seja um treinador da produtividade e não um carrasco. “Até agora, colhemos criatividade selvagem. Usamos como criativas aquelas pessoas que persistentemente mantiveram criatividade, apesar de todos os esforços da família, da religião, da educação e da política para eliminá-la”, denuncia o norte-americano John Gowan. O que seria dos problemas sem soluções criativas?O que seria do mundo sem invenções? O que seria do homem sem a imaginação? Com certeza ele poderia ser tudo, menos humano. Luz e trevas Na mitologia grega existe o mundo da luz e das trevas. Este último, governado por Hades, deus do desconhecido e de tudo o que acontece dentro de nós, reina em um mundo nebuloso e incerto. Pode se dizer que seu reinado representa o inconsciente, a memória, os anseios e os receios, juntamente com a intuição e as sinapses involuntárias. Quanto ao mundo da luz, regido sob o tridente de Zeus, estende-se sob um universo de brilho e poder. Posto sob o enfoque psicológico, o domínio dos céus simboliza o consciente, o raciocínio lógico, ao lado da captura de ideias e inovações. Mas no caminho do mundo entre trevas e luzes oscila uma mulher de formosura estonteante chamada Perséfone. Guia do Mundo Inconsciente, deusa das estações do ano, dos ciclos e da renovação, ela transita entre os dois universos e simboliza a sabedoria que está dentro da mente, vez por outra trazida à tona sob a forma do pensamento consciente e da criatividade. Logo, podese dizer que ser criativo é poder mergulhar nas profundezas do Hades e submergir a salvo na Terra com uma ideia nova na mão. O insighte essas as descobertas, sempre tão desejadas, vêm num repente, num pulo de
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dentro para fora, no lapso entre mente e papel. Contudo, criatividade não nasce apenas da árvore, como a legendária maçã que caiu na cabeça de Newton. Ela também pode ser concedida aos poucos, ou mesmo, “copiada”. Segundo a psicóloga Wechsler, ela pode ser exercida das mais diversas formas, uma delas é a elaboração, ou seja, o aperfeiçoamento ou a melhora de um produto já existente. “Isto não é uma cópia, mas uma melhoria”, diz. Novos tipos de computadores, menores e mais coloridos são modelos claros e criativos de reaproveitamento sendo, portanto, “uma criação”, esclarece a doutora. “Quando se atinge o nível em uma cultura, a exemplo de Atenas de Péricles [período de maior ascensão na Grécia] há um escalonamento da criatividade resultante e a civilização dá um grande salto para a frente. Podemos ter uma era de ouro desse tipo como o mundo nunca viu, e estou convencido de que ela acontecerá no século XXI. Mas precisamos nos preparar agora”, alerta John Gowan. Preparado para dar esse tal salto criativo? Não muito? Então se acalme. A Ser Mais pensou nisso e já listou algumas dicas inusitadas para você fazer sua mente dar pulos de criatividade e – por que sim, por que não – de alegria: ∞ Leia textos infantis, espirituais, faça poemas absurdos quando despertar a inspiração,contemple a natureza, medite. Um contato com o universo abstrato facilita o acesso ao inconsciente e força o pensamento a desvendar novos sentidos por trás de padrões ocultos. ∞ Mantenha distância psicológica. Quando tentar algo arriscado ou inusitado, evite confabular previsões de vitória ou fracasso imaginários, o que desperdiça tempo e energia. Para se acalmar, procure ficar longe fisicamente do problema, faça uma pausa, dê uma volta ou simplesmente vá ao banheiro. Imagine-se longe do impasse, isso impulsiona uma reflexão em nível mais elevado. ∞ Também busque distância temporal. Pense na resposta a médio ou longo prazo, isso faz com que sua mente trabalhe de forma mais generalizada e criativa. ∞ O caminho mais complicado pode ser mais criativo. Encontrar soluções simples para problemas difíceis já foi característica das grandes invenções, porém, por trás da simplicidade atual armazena-se uma complexidade incrível. Fique ciente de que a opção de maior reflexão pode levá-lo a soluções mais intrigantes. E para fechar a matéria com frase de ouro, deixo uma coisinha por trás da sua orelha: “ideias são como pulgas: saltam de uns para outros, mas não mordem a todos.” Então, se você quer mesmo ser picado pela pulguinha criativa de Bernard Shaw, faça como o escritor: pule, salte, se enlameie pelo reino da abstração e se enrosque pelas pelugens das sinapses. Quanto mais fizer isso, mais chance terá de ser mordido pelo bichinho da criatividade.
jogo rápido
Claudia Métne Produtora de moda e proprietária de uma das melhores empresas de produção de moda do Brasil. A CMM Fashion atua no mercado da moda há 20 anos fazendo desfiles de grande porte como os do Shopping Center Norte, Têxtil do Grupo Pão de Açúcar, grifes de luxo como Parresh, Nem, Maison Terana, boutiques de luxo como Janette Boutique, Tina Fashion, Arthur Calimam, joalheria Adelina Alcantara Machado e desfiles para a TV, além do lançamento de óculos de Ermenegildo Zegna e todos os grandes clubes de São Paulo. Com um fôlego invejável, Claudia ainda encontra tempo para produzir os desfiles do programa Superpop da Rede TV, apresentado por Luciana Gimenez. Saiba agora como foi o início de sua carreira e o que você precisa para ser uma produtora de moda de sucesso!
Heidy Silva Como você se tornou produtora de moda? Tornei-me produtora de moda quando percebi que faltava nos bastidores uma direção e coordenação de vanguarda atuante, que trouxesse ao consumidor final ideias e despertasse a vontade de se vestir bem.
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Quais dificuldades você enfrentou no início de sua carreira como produtora de moda? Não tive quase nenhuma barreira profissional, o meu trabalho foi consequência da minha vida de modelo e manequim, foi um casamento perfeito. Ao contrário, fui bem recebida e reconhecida como produtora! Você é proprietária da CMM. Conte aos nossos leitores um pouco desta conquista. Como proprietária da CMM Fashion, tenho orgulho de estar à frente de uma empresa que o mercado recebe de portas abertas e com tapete vermelho, o que me dá forças para cada vez mais ser a top no segmento. Qual foi o seu maior desafio? O maior desafio foi deixar de ser modelo e passar a ser a responsável pelos desfiles, depois ser a
produtora responsável pelos desfiles do Shopping Center Norte, o maior shopping da cidade de São Paulo, onde há aproximadamente 200 lojas e realizamos anualmente estes desfiles. Quais dicas você pode dar aos nossos leitores que desejam trilhar o caminho da produção de moda? Ser produtora de moda é como qualquer profissão, você tem que se identificar com o que faz, tem que ser um lazer remunerado, fazer com a alma, ter criatividade, ter paixão e estar de cabeça aberta para inovar todos os dias. O diferencial é tudo. O que foi mais difícil como produtora de moda? Dificuldades temos todo o tempo, como citei anteriormente. Talvez tenha sido o fato de lembrarem da pessoa Claudia como modelo, mas logo fiquei reconhecida e requisitada para produções de desfiles. Se você não fosse produtora, o que seria? Seria com certeza arquiteta de interiores. Gosto de decoração, de móveis com estilo e design, sou apaixonada por casas e ambientes requintados.
Você se arrepende de alguma coisa? Faria tudo igual? Ou mudaria algo? Não me arrependo de nada do que já fiz até agora, porque tudo que fiz foi honesto e acreditando na resposta positiva das minhas atitudes. Eu sou alto-astral, sempre apostei na minha intuição e deu certo! Ser produtora de moda é...? É mostrar à pessoa o quão bonita ela pode ser, despertar o desejo dela se olhar no espelho e mudar, claro, para melhor!
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A arte de se
encontrar Quem é você? Você já se achou? Ritah Oliveira
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Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda. Carl Jung Há 15 anos um jovem, julgando que sabia o que queria, pegou todos os seus sonhos, certezas, colocou a grana no bolso e foi morar fora do Brasil. Depois de dividir estes anos morando entre USA e Europa, o brasileiro chegou à conclusão de que o seu lugar era aqui mesmo. Pergunteilhe: “Por que voltar justamente agora?” – Ele respondeume: “Não me encontrei após todo esse tempo. Descobri que tudo era utópico”. Retruquei – “E agora, onde está a utopia? Você hoje é um empresário relativamente bemsucedido que atua dentro da sua área de formação. Até é cidadão irlandês. Onde está sua utopia?” – Ele respondeu-me: “Depois de tudo que alcancei aqui, bons e maus momentos, sucessos e insucessos, lágrimas e sorrisos, tentei sempre fazer o melhor, mas enxerguei que eu não sabia quem eu era, o que eu realmente queria”. Após isso, lembrei que as minhas pesquisas de algum tempo atrás se encaixavam ipisis literis à conversa que estávamos tendo. Procurei um artigo de Dirceu Moreira e criei um parelelo com minha conversa com aquele meu amigo. Vou transcrever. Quero recontar uma história (bem real por sinal), do almiscareiro, um animal que vive nos inacessíveis altos picos do Himalaia. Diz-se que quando ele alcança certa idade, começa a sentir o cheiro penetrante que exala no ambiente ao seu redor. Com o passar do tempo, o almiscareiro começa a ficar excitado com o aroma delicioso. Assim, caminha para lá e para cá, pulando, correndo, farejando sob as árvores e furnas, buscando o perfume em toda parte – às vezes por muitas semanas busca a fonte da tão persistente fragrância. É uma busca frenética e a cada vez
que isto se repete, ele novamente sai loucamente em busca de tal fragrância. Sentindo-se incapaz de localizar o perfume tantalizante (que lhe castiga a alma), o almiscareiro se torna extremamente inquieto e, em seguida, irritado. Assim ele prossegue sua busca, porém, ele adentra a um estado tal de agitação, e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, que há casos em que o almiscareiro acaba saltando dos altos picos alcantilados do Himalaia e finda por cair para a morte no vale que se estende abaixo. Os caçadores, assim, achando os cadáveres, retiram a almejada bolsa de almíscar e produzem o perfume que é consumido em todo mundo. Diz-se que ainda nos dias de hoje, o almiscareiro é aprisionado e assim permanece em cativeiro por pelo menos 15 anos para que se extraia esta essência que se transforma em perfume: um deles, o musk. Assim o almiscareiro perde a própria vida, procurando o que está dentro de si mesmo e de outra forma, perde a sua liberdade aprisionada pelo outro que não deveria agir de forma animal: o homem.¹ Iniciar um artigo com tal elucubração deve, em algum momento, tornar claro ao leitor o questionamento em torno do tema – Encontrar eu mesmo? – Descobrir eu mesmo? – Eu sei quem sou eu! Será? Como alguém não sabe quem é, não se conhece? De onde vim, onde estou e para aonde vou? Este é um dos pressupostos do coaching, onde me inspirei para formular o Coaching Teen. Descobrir quem se é torna-se uma solicitação de equilíbrio que direciona o nosso olhar à sociedade dinamarquesa, ancorada em exemplo pelo consenso social e pelo bem-estar social, onde o indivíduo reforça o seu entusiasmo e a sua persistência perante os contratempos normais da vida. Os dinamarqueses sabem que não podem ter tudo, porém, são estimulados desde cedo a saberem amar
caminhos para se encontrar e poder fazer o melhor para si - dentro de suas concepções de sucesso e bem-estar – é atingir o clímax de suas relações pessoais e interpessoais. O almiscareiro da história de Dirceu remete-nos ao questionamento básico do homem. Quem ele é? Porém, ao contrário da fama deste animalzinho, o ser humano tem uma capacidade que o difere de todos os outros: o raciocínio. Mas se este raciocínio não é utilizado de maneira eficaz, ele equivalerá ao simples caçar do leão no reino animal, da abelha em uma colmeia e tantos outros exemplos de irracionalidade, de apenas uma subsistência ferina e não excelência. No momento em que o indivíduo lança mão de coordenar seu intelecto em favor do pensamento da introspecção, ele nunca estará completo. É o homem que AINDA não encontrou seu próprio perfume. Ele ainda não conhece o trescalar embriagante do estado de êxtase que a satisfação consigo mesmo produz, o doce e inigualável aroma do amor-sabedoria. A constatação daquele meu amigo do início do artigo basicamente foi: busquei no outro reconhecer-me através do estereótipo de sucesso, de realização, apropriando para mim o referencial de sucesso do outro. Mas a essência de todo o princípio da relação EU-OUTRO é que um ser humano só se reconhece no outro depois que conhece a SI MESMO.
Ritah Oliveira é coach, criadora do Coaching Teen. Especialista em Psicologia Organizacional. www.ritaholiveiracoach.com
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o que fazem, situação em que a liberdade e a segurança associadas estabelecem o equilíbrio necessário à vida. Diferindo do sonho americano que consiste no “quanto mais, melhor”, vida farta, riqueza, poder desmesurado de compra e venda, o prêmio conseguido ao fim por um self-mademan consite em encontrar uma cultura que prega aos seus jovens – desde a fase mais tenra – a riqueza de saber quem se é, o que se quer e para que se vive. Nesse caminho, nos EUA interpretaríamos que bastaria praticar o manual “só é pobre quem quer” para conseguir ser um best. E ser um best, em suma, é o próprio sonho americano. Ser um best, o melhor, é mais que um superlativo de good ou de well. Ser um best, para os modestos, é ser o melhor na sua profissão ou na sua atividade. No sonho americano, isto significa mais que dar o melhor de si em qualquer ação, é conseguir envolver a própria pessoa no seu agir. É ser o boss, o chefe, é ser o tycoon, o magnata, é ser o God, enfim, o poderoso, o supremo, e este é DEUS. Alguém pode dizer – É mais fácil ser feliz vivendo em um país com as características dinamarquesas! Porém, o foco de nossa admoestação está sobre o sentimento de Ser + humano. Culturas diferentes, preocupação iminente: em nossa sociedade enxurradas de jovens partem para morar fora do país pela busca incessante da descoberta do novo, fato relacionado à força motriz de encontrar-se “fora de casa”. O encontro consigo mesmo é um dos pilares para a superação, o autocrescimento e a transformação. Ao encarar seus obstáculos, aquilo que se considera negativo em si pode ser aceito e transformado em algo positivo. Esta é uma forma inefável de sucesso garantido. Nos processos de coaching, antes de mais nada, os recursos internos são parte imprescindível na condução de metas e objetivos, fazer com que o indivíduo busque dentro de si os
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Fatos inusitados sobre
seu cérebro Será que você conhece de cabeça a mais complexa parte do seu corpo? Ricardo Marchesan
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ele que diferencia os humanos de todas as outras espécies, permitindo-nos realizar maravilhas como andar na Lua e criar obras-primas em literatura, pintura e música. Sim, o cérebro humano – uma massa esponjosa de 1,4 kg – já foi comparado a uma central telefônica e a um supercomputador. Mas o cérebro é muito mais complicado que quaisquer desses equipamentos, fato que os cientistas confirmam quase diariamente com cada nova descoberta. A extensão das capacidades do cérebro é desconhecida, mas ele é a estrutura viva mais complexa conhecida no universo. Ficou curioso? Então, vamos explorar abaixo alguns fatos inusitados que você talvez ainda não saiba sobre seu cérebro. Seu cérebro não tem descanso Acredite ou não, apesar do descanso ser muito importante para um funcionamento cognitivo normal, seu cérebro não desacelera quando você dorme. Ao contrário, ele até fica bem ativo. A ciência do sono ainda está sendo explorada, mas uma teoria popular é a de que o cérebro faz seu trabalho mais importante durante o sono – direcionando e organizando todas as informações importantes do dia na memória. Nosso cérebro é tão ativo à noite que secreta hormônios capazes de imobilizar nossos corpos durante o sono para não nos machucarmos ao tentar agir sobre as ideias que passam pela nossa cabeça enquanto dormimos.
Seu cérebro é um pequeno gerador Nossos cérebros são cheios de neurônios – estima-se que esse número seja próximo de 100 bilhões. Sempre que realizamos um pensamento, sinais elétricos são transmitidos entre esses neurônios, formando caminhos nervosos. Enquanto estivermos vivos, esse processo nunca para. Cada neurônio em nosso corpo gera uma pequena quantidade de eletricidade. Multiplique essa energia por 100 bilhões e você terá eletricidade suficiente para acender uma lâmpada pequena. Então, da próxima vez que vir uma lâmpada sendo usada como metáfora para uma nova ideia, você saberá o porquê. Seu cérebro tem um alto consumo Apesar de seu cérebro representar uma pequena parte do seu corpo, ele pode consumir até 20% das calorias que você queima num dia. Esse gasto calórico é usado primordialmente para a manutenção da saúde celular e para alimentar os impulsos elétricos que os neurônios utilizam ao se comunicar. Pode ser por isso que um longo dia no escritório às vezes nos faz sentir como se tivéssemos corrido uma maratona. Bocejar refrigera o cérebro Normalmente nós associamos o bocejo com tédio ou cansaço. Cientistas chegaram a pensar que o bocejo era uma estratégia evolutiva de oxigenar nosso sangue. Quando
Apesar de tudo que você sente ser processado no seu cérebro, ele em si não sente dor. Isso se dá porque ele não tem nenhum receptor de dor. Dores de cabeça são sentidas por receptores de dor na sua cabeça, por isso o nome é dor de cabeça e não dor de cérebro. Esse fato também ajuda os neurocirurgiões a realizarem cirurgias cerebrais complicadas com o paciente acordado.
Seu cérebro está em constante mudança Apesar de afirmarmos no artigo “7 mitos sobre o cérebro humano” que as dobras do cérebro permanecem iguais ao longo da nossa vida, o nosso cérebro sofre constantes mudanças em outras áreas. O fato é que o aprendizado de novas informações cria novos caminhos neurais e desenvolve nossa reserva cognitiva (uma das melhores defesas contra o declínio cognitivo). De maneira similar aos nossos músculos, quanto mais se usa o cérebro em um tipo de atividade, melhor ele é capaz de realizá-la. Por isso a atividade mental rica e variada, com a prática das mais variadas funções cognitivas, é importante para manter todos os circuitos ativos e saudáveis, prontos para o uso. Exercite seu cérebro e mantenha-o vivo!
Ricardo Marchesan é sócio fundador da Cérebro Melhor, empresa especializada em treinamento cerebral por meio de jogos online. www.cerebromelhor.com.br
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você boceja, ele expande sua faringe e laringe, permitindo que grandes quantidades de ar passem para seu pulmão. Uma pesquisa da Universidade de Albany agora sugere que as pessoas bocejam para refrigerar seus cérebros. A teoria é que a privação do sono superaquece o cérebro e o bocejo é, na verdade, uma forma de dissipar esse calor. Seu cérebro é, na sua maior parte, líquido Seu tecido cerebral é mole e gelatinoso. Além de ser composto por 80% de água, ele é constantemente irrigado pelo sistema circulatório. Estima-se que por volta de 1 litro de sangue passe pelo cérebro a cada minuto. O cérebro é também o órgão mais gorduroso que temos em nosso corpo. Seu cérebro não sente dor
A inovação com base no conhecimento
O desenvolvimento tecnológico e os entraves da burocracia Sergio Roberto Cochela
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egundo dados do Banco Internacional do Desenvolvimento, o Brasil lidera o ranking da inovação tecnológica na América Latina, à frente inclusive do Chile. Porém, poucas empresas brasileiras - não importa o porte - investem em inovação. O grande motivo da falta de empenho dos empresários neste quesito é a burocracia: embora existam programas do governo que incentivem a busca por formas de inovar, muitas companhias não atendem aos prérequisitos e acabam desistindo do crédito. Tanto o governo quanto a iniciativa privada têm responsabilidade neste quadro. Apenas 0,59% do PIB brasileiro é destinado para a área de pesquisa e desenvolvimento. O setor empresarial investe somente 0,5% do seu faturamento em P&D, montante irrisório se considerarmos que, nos países de primeiro mundo, as empresas chegam a investir 70% de todo seu lucro em P&D. Um dos maiores gargalos para a inovação tecnológica no Brasil é a falta de pessoas preparadas para inovar, sobretudo porque as próprias empresas não estimulam a criatividade. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae-SP envolvendo 450 empresas pequenas e médias indicou que, em 90% delas, só os sócios identificam novas oportunidades. Somente 9% destas companhias oferecem prêmios para estimular as ideias dos colaboradores. Estes dados só reforçam a tese de que poucas empresas enxergam a inovação como um meio de incrementar a lucratividade e avançar em novos mercados. Isto vai de encontro aos objetivos de negócios estipulados na maioria das organizações, uma vez que todas querem se posicionar como inovadoras. Mas grande parte só visa lucros e redução de custos, esquecendo-se de que a base da inovação está no conhecimento, na valorização das ideias e na qualidade do ambiente oferecido aos colaboradores. Sem esta base, torna-se impossível o sonho de alcançar resultados aliados à sustentabilidade. Também é importante que as empresas tenham sempre em mente que não existe inovação sem conhecimento, pois ninguém inova em algo que não conhece. Portanto, é fundamental que as companhias mapeiem seus estoques de conhecimento, criando mecanismos de captura e retenção deste conhecimento. Com isso, fica mais fácil utilizar de forma assertiva o ativo intelectual, gerando inovação de forma mais produtiva, envolvendo as pes-
soas que fazem diferença em determinado assunto. Outro ponto a se considerar é a chegada da Geração Y aos cargos estratégicos. Trata-se de uma garotada altamente conectada, antenada a tudo o que é novo e que representa uma excelente fonte de inovação. Esses jovens têm ânsia de aprender, não gostam de hierarquia e adoram trabalhar em equipe. Sedento por conhecimento e ascensão, o funcionário Y é um questionador nato que interage, compete, fornece e exige feedbacks rápidos. Por isso preza tanto a colaboração e a troca de experiências. Mas há um detalhe: apesar de trazer uma bagagem intelectualmente tecnológica de peso, não é regra que seja capaz de expor esse conhecimento por meio de uma conversa, principalmente com a “velha guarda”. Tão focado em tecnologias e tendências, às vezes exprime melhor suas ideias por meio de comunidades e fóruns de debates virtuais, os quais domina com maestria. O grande desafio será potencializar essa meninada, trabalhando a gestão da empresa a partir de conceitos da Web 2.0. Apesar de ainda haver questionamentos sobre esse tipo de inovação aberta e acessível, ela já pode ser considerada uma questão de sobrevivência para organizações de sucesso. Na Braskem, por exemplo, 25% dos pesquisadores são colaboradores externos; na Procter e Gamble 50% dos produtos são desenvolvidos com base em cocriação; e na Natura 50 a cada 100 projetos em curso são feitos em rede. Estas sim estão indo além dos muros, reduzindo time-to-market e custos. A inovação com base no conhecimento é uma barreira difícil de ser ultrapassada, mas imprescindível para as empresas que desejam alcançar competitividade e desenvolvimento sustentado. Está mais do que provado que os investimentos assertivos em inovação refletem na produtividade da equipe, na maneira como os colaboradores pensam e, consequentemente, na criação de oportunidades de negócios. E quando é assim, todos saem ganhando: empresa e funcionários. Sergio Roberto Cochela é CEO da Nous Software e possui MBA em gestão de negócios pela Fundação Dom Cabral e em finanças pela FGV.
Posicionamento:
o grande diferencial em 2011 Para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, assuma o compromisso de prometer menos e fazer mais Dalmir Sant’Anna
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m um cenário competitivo e com expressivas transformações em várias áreas profissionais, o posicionamento de uma empresa torna-se importante instrumento para contribuir com o sucesso organizacional, além de gerar diferenciais sobre a concorrência e maior aproximação com o cliente. Na vida pessoal, quantas pessoas definiram seu posicionamento no ano novo? Quantas pessoas sabem ao certo o caminho que desejam seguir em 2011? De maneira figurativa, não é possível aceitar entrar em um barco chamado Novo Ano e permitir que a onda leve sua carreira profissional para qualquer destino. Não é possível permitir que em dezembro, ao contrário de conquistas, uma pessoa apresente justificativas. Observe, nos itens abaixo, como tornar o posicionamento um grande diferencial em 2011 e como assumir o compromisso de prometer menos e fazer mais.
Visualize-se passando pela linha de chegada – Imagine que está participando de uma corrida. Antes do
Posicionamento exige uma estratégia de destaque. Algumas empresas o buscam no preço, nas características dos produtos, no serviço oferecido, na equipe de trabalho ou na localização. Na sua carreira, qual a estratégia utilizada para encontrar um posicionamento de destaque? Como você está posicionado em relação às suas metas e desafios? Em 2011 não teremos eleições, jogos da copa e olimpíadas. É hora de crescer e superar desafios, sem esquecer que o ano possui 365 dias para todas as pessoas. Então, concentre seus esforços no que deseja realizar e conceda prioridade absoluta para estimular seu potencial. Não permita que o barco da sua vida navegue à deriva, mas o conduza para alcançar a descoberta de novas e vitoriosas oportunidades. Dalmir Sant’Anna é palestrante comportamental. Autor do livro “Menos pode ser Mais”. www.dalmir.com.br
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Encontre caminhos para conduzir seus sonhos à realidade – Precisamos compreender que, no ambiente profissional, o posicionamento se concretiza no ato de desenvolver a imagem da organização, para ocupar um lugar de destaque na mente do consumidor. Toda empresa precisa gerar diferenciais, pois é uma questão de sobrevivência. Na vida pessoal não é nada diferente para quem deseja ser o primeiro colocado. Ser o número um exige treinamento, visualização constante das metas e perseverança para superar desafios. Acredite que seu posicionamento diante de uma decisão mostra o quanto você pode fazer a diferença. Estabeleça as metas e os rumos que deseja realizar em 2011. Torne-os o mais visível possível para sua mente e estabeleça os critérios necessários para alcançar esses resultados.
sinal da largada, o que passa em sua mente? Pensa em desculpas para justificar sua colocação? Encontra desmotivação ao perceber o perfil dos concorrentes ou se vê passando pela linha de chegada? Parece incrível e você pode até rir da cena, mas há pessoas que no começo do ano pegam o calendário para verificar quantos feriados tem no meio da semana. Há alunos que, antes de receberem a avaliação, reclamam da dificuldade da prova. Há vendedores que prezam em falar da concorrência ao invés de enaltecer a empresa na qual trabalham. Lembre-se de que, se não puder ser o primeiro em uma categoria, estabeleça outra em que seja o primeiro. Esse importante princípio do marketing indica que, ao contrário de desculpas, será preciso visualizar as conquistas.
10 dicas para abrir Saiba como aproveitar as novas oportunidades de negócio dadas pela internet
3 4 1 5 2 Marcos Morita
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ão são raros os exemplos de recém-milionários que estão fazendo fortuna em negócios na internet. De redes sociais a compras coletivas, este tipo de empreendedorismo tem ganhado cada vez mais espaço e conquistado novos adeptos. Aos que desejam se lançar a este novo desafio, seguem dicas essenciais para um empreendimento virtual.
1 - Defina o foco Identifique eventuais necessidades não atendidas que podem se tornar oportunidades lucrativas. Engana-se quem imagina que a competição no mundo virtual seja menor que em negócios reais. Apesar do pouco tempo, a rede atingiu com rapidez a maturidade. Há muitos nichos promissores, principalmente aos empresários criativos que saibam tirar proveito da força da rede mundial. O segredo está no foco, evitando entrar em setores dominados por grandes empresas, cujo poder de barganha é infinitamente superior. 2 - Defina os produtos e/ou serviços Escolha o modelo de negócios, assim como os produtos e/ou serviços que serão oferecidos, cuja seleção não se restringe ao espaço da prateleira ou gôndola. A vantagem da internet é que o estoque pode estar em local com menor custo por m2, como um galpão em alguma periferia ou até mesmo no próprio fornecedor. Há outros tipos de negócios virtuais nos quais o custo de estoque é praticamente zero, assim como a quantidade de itens infinita. As mercadorias estão dispostas em grandes servidores em formato digital – músicas em MP3, vídeos em MP4 e até livros em PDF.
3 - Crie uma identidade É hora de definir o nome e a identidade visual de seu negócio – logotipo ou frase de efeito. Cuide para que seja fácil de ser lembrado, marcante, curto e que descreva a alma do negócio. Verifique junto aos órgãos responsáveis a disponibilidade do nome de sua preferência. 4 - Legalize Procure um contador de sua confiança e registre a empresa legalmente. Não pense que negócios virtuais estão alheios à fiscalização e tributação. Busque profissionais qualificados para cuidarem da parte legal antes de dar início às negociações. 5 - Monte sua loja Apesar do menor investimento, colocar um site no ar requer planejamento e cuidado. Como num comércio tradicional, o visual, os produtos e serviços disponíveis, a localização das mercadorias, o atendimento e as formas de pagamento são também muito importantes no comércio online. Tome alguns cuidados básicos para encantar clientes novos e reter antigos. E lembre-se de que clientes virtuais são ainda mais impacientes do que aqueles que trafegam nos corredores dos shoppings centers. 6 - Comprar ou alugar? O empresário que se aventura no mundo virtual se depara com dilema similar. Há duas escolhas possíveis: adquirir os próprios servidores, funcionários especializados e locais adequados ou contratar os
um negócio na web movimento de clientes. Na modalidade virtual é possível fazer isso antes da colocação do site no ar. Simule compras, teste links, configurações, confronte produtos, códigos, descrições, preços e erros gramaticais. Utilize PCs, Macs e diferentes navegadores – Internet Explorer e Mozilla. Caso tenha a versão para celular, faça o mesmo utilizando alguns modelos-chaves de diferentes fabricantes. Enfim, simule os processos de devolução de produtos, assistência técnica e telemarketing. 10 - Divulgue Como numa loja tradicional, os primeiros dias são sempre bem difíceis, até que as pessoas conheçam, experimentem, comentem e retornem, fechando o ciclo de fidelização. Para acelerar esse processo, é interessante fazer links patrocinados e comprar palavras ou frases que identifiquem seu negócio. Outra forma são os banners, pequenos anúncios que podem ser colocados em sites de grande circulação. Crie e mantenha sistemas de divulgação online e, se possível, também em outras mídias, tais como televisão, revistas e jornais. Seguindo estas dicas, o empresário virtual terá mais chances de sucesso em seu novo negócio. O mais importante é sempre seguir a fórmula S=P3, onde sucesso é = persistência, preparação e planejamento. Boa sorte!
Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais. É colunista, palestrante e consultor de negócios. www.marcosmorita.com.br
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serviços de um provedor de hospedagem, pagando tarifas mensais por pacotes pré-definidos. As grandes empresas em geral preferem investir quantias significativas em sua própria infraestrutura, garantindo que seus clientes consigam acessá-la 100% do tempo. Empresas médias ou pequenas podem optar por alugar um espaço na “nuvem” de terceiros – tecnologia denominada de “cloud computing”. 7 - Garanta uma compra segura São inúmeros os casos de fraudes na web, o que ainda inibe muitos potenciais clientes. Por isso, invista na segurança de seu site. Há diversas empresas que oferecem serviços de autenticação digital, dificultando a ação de indivíduos com más intenções. 8 - Dê opções de pagamento Numa loja virtual, aceitar as diversas bandeiras e modalidades – crédito e débito – é obrigação. Apesar da pouca utilização, considere também as opções de depósito bancário e boletos. Analise ainda a possibilidade de recebimento do pedido além da opção online. Alguns clientes ainda preferem utilizar telefone, fax ou e-mails. Abra, enfim, uma linha direta para que possam falar com algum funcionário, apesar da tentação de criar modelos estáticos e pré-determinados. Flexibilidade e negociação devem estar presentes mesmo no comércio virtual. 9 - No mundo virtual o “soft opening” é mais difícil É comum estabelecimentos comerciais iniciarem sua operação com o chamado “soft opening”, ou inauguração prévia. Durante este período sem alarde, os funcionários podem ser mais bem treinados e os processos e procedimentos estruturados com um menor
Atualize-se para o
sucesso O que você já leu hoje? Ler é se informar e se atualizar consigo mesmo e com o mundo! Bárbara Fernandes
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mercado de trabalho busca profissionais capacitados, especializados, criativos, competentes, que se comunicam bem, enfim, são muitos os atributos observados na hora da escolha de um profissional, um candidato a um emprego, a uma promoção, a qualquer tipo de reconhecimento. Há uma característica importante da qual nem sempre as pessoas se dão conta, mas o mercado continua de olho. Você já parou pra pensar se é um profissional atualizado? Os caminhos para conquistar uma carreira profissional de sucesso são inúmeros, mas algo é imprescindível para qualquer ocupação: conhecer o que há de novo. É bem simples entender o que é ser atualizado: é saber o que acontece com o mundo, com as pesso-
as com quem convive, com as mudanças do trânsito, com a previsão do tempo, é saber o que a crise econômica de outro país vai causar na sua empresa, é saber investir o seu tempo e estar preparado para as mudanças que estão por todos os lados, é saber qual decisão tomar e o porquê. Atualizar-se está diretamente relacionado à leitura. Se você não tem esse hábito, já é hora de começar! Tente ler algo que lhe interesse muito, se não quiser começar com um livro, escolha uma revista com assuntos interessantes e com uma linguagem que lhe envolva, um conteúdo que lhe permita ler ao menos uma reportagem inteira. Outra boa opção é acompanhar blogs de pessoas e temas com os quais você se identifica. A linguagem da internet, a velocidade das postagens e a abordagem dos assuntos fazem parte da vida moderna. Ao ler, aumentamos nosso vocabulário, nossa facilidade de nos comunicar - e ser um bom comunicador é muito requisitado no mercado de trabalho - e digamos que facilita muito nossos relacionamentos, pois sabemos como nos fazer entender sem dar margem a más interpretações de nossas ideias. Ser um profissional atualizado faz com que sejam evitados constrangimentos por não sabermos de coisas básicas ou há muito conhecidas, abrem-se oportunidades, já que nos tornamos pessoas mais interessantes, o que facilita para ingressarmos em novos relacionamentos: isso é o networking como mundo de possibilidades. Quando temos um bom repertório cultural, dificil-
mente nos sentiremos “por fora” em novos ambientes. Não podemos ser pretensiosos e querer mostrar que dominamos todos os assuntos, apenas devemos entender que estar por dentro é uma boa ferramenta para se entrosar. Atualizar-se alimenta a criatividade, o senso crítico, nos ajuda a rever valores e a perceber o mundo sob novas perspectivas. Algumas dicas para se manter “por dentro”:
- Aproveite para fazer cursos rápidos e acessíveis: dedique um tempinho para fazer um curso online de
Bárbara Fernandes cursa o último ano de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem por objetivo atuar na área de comunicação corporativa.
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- Leia um jornal ao menos uma vez por semana: se você não tem o hábito de lê-lo, compre-o no fim de semana, quando a sua agenda está mais livre. Dê uma boa olhada no primeiro caderno, ele geralmente traz um panorama do que você precisa saber e depois siga para as editorias de maior interesse. A maioria dos veículos de comunicação impressos e online traz as principais informações da notícia no primeiro e segundo parágrafo. - Compre revistas e experimente publicações novas: descubra leituras agradáveis, com novas abordagens e linguagens. - Leia um livro envolvente: escolha um livro com um assunto que interesse, que desperte curiosidade e imaginação. Tenha o hábito de deixar um livro na bolsa ou na cabeceira da cama, leia algumas folhinhas antes de dormir. - Aproveite os portais de notícias: leia ao menos três matérias de assuntos importantes e que fazem parte da agenda social e pública quando você estiver online.
um assunto que contribua com a sua formação. - Faça bom uso das redes sociais: tenha atenção à sua imagem pública e fique atento às novidades que realmente importam. - Acompanhe um telejornal: antes de ir para o trabalho ou ao chegar em casa acompanhe as notícias, mas não se esqueça de dar atenção à família! - Não perca tempo no trânsito: além de ouvir músicas para relaxar, dê oportunidade para rádios que comunicam os principais fatos.
Fun Learning
The Salesmen and the Widow
The Saxophone -- Did you buy this saxophone? -- No, I borrowed it from my neighbor. -- But you can’t play the saxophone! -- Neither can he. Vocabulary Help
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buy - (buy, bought, bought) - comprar borrow - emprestar neighbor - vizinho play - tocar neither can he - nem ele
Two salesmen are traveling in the country when their car breaks down. The only house around for miles was a large mansion. They knock on the door and a beautiful widow answers the door. Since it is early evening and the garage will not be opened until morning, she offers to let them spend the night in the guest bedrooms. ZZZZZZZ In the morning they call the tow truck and leave. About three months later salesman number one opens a letter and can’t believe what he reads. He goes to salesman number two and says: -- When we spent the night at the widow’s mansion, did you sneak away into her bedroom in the middle of the night? -- Why? Yes I did. -- And did you use my name? -- Why? Yes, how did you know? -- Well, it seems she died and left me her 5 million dollar estate! Vocabulary Help
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The Perfect Woman An old man was very sad because he had spent his whole life alone. -- Have you never found the perfect woman? -- Yes, I have met her once. -- But, why did you keep on being alone? -- Because she was looking for the perfect man.
The Real Art of Conversation
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Vocabulary Help
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alone - sozinho find (find, found, found) - encontrar keep (keep, kept, kept) - continuar look for - procurar meet (meet, met, met) - encontrar once - uma vez sad - triste spend (spend, spent, spent) - gastar whole - inteira woman - mulher
salesman - vendedor break down - quebrar, parar de funcionar knock - bater answer - responder, atender garage - oficina mecânica spend the night - passar a noite guest bedrooms - quartos de hóspedes tow truck - guincho sneak away - entrar sorrateiramente leave (leave, left, left) - deixar estate – propriedades
The real art of conversation is not only to say the right thing at the right time, but also to leave unsaid the wrong thing at the tempting moment. Vocabulary Help
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right thing - coisa certa tempting - tentador unsaid - não dito wrong - errada
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RECÉM-CHEGADOS Eles nasceram na era digital e hoje ocupam boa parte dos cargos de chefia. Conheça a Geração Y Karina Cedeño
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e para você X, Y e Z são apenas letras do alfabeto ou incógnitas de uma equação matemática, hora de rever seus conceitos. Essas letras também são utilizadas para denominar as gerações das quais fazemos parte. Você que nasceu entre 1965 e 1977 e pertence à geração X, ou é um baby-boomer que veio ao mundo entre 1946 e 1964, após a Segunda Guerra Mundial, já deve ter percebido que outro tipo de guerra (o chamado conflito de gerações) ocorre hoje dentro de muitas empresas desde que a geração Y (dos nascidos após 1978 até meados dos anos 90) entrou no mercado de trabalho. Os motivos são muitos: os jovens da geração Y trabalham ouvindo música e conversando pelo MSN, são questionadores natos, possuem uma visão mais liberal da relação entre chefes e subordinados e, caso concluam que os valores da empresa estão em desacordo com os seus, não pensam duas vezes para deixá-la. Tais comportamentos fazem com que esta geração entre em choque com seus superiores e colegas de trabalho nascidos nas gerações anteriores, cujos valores são muito diferentes dos seus. Mas diferença não é sinônimo de problema. Pelo contrário, as características peculiares da geração Y podem contribuir (e muito) para que os lucros da empresa cheguem a patamares mais elevados. Acompanhe a entrevista com Eliana Dutra, diretora executiva da ProFit e vice-presidente da ICF Brasil: De acordo com estudo feito pela consultoria de recursos humanos Hay Group em 2010, um quinto da geração Y
ocupa posições de chefia nas empresas brasileiras. O que explica este fato? Esta geração tem como uma das principais características a ambição, que se traduz numa necessidade de rápida ascensão hierárquica e financeira. Os jovens Y’s também são dotados de um alto grau de autoconfiança e pró-atividade, sem falar que a facilidade e até a necessidade de dar e receber feedbacks os coloca num contato mais estreito com seus chefes e com os chefes de outras áreas, o que amplia sua rede de relacionamento interno, fazendo com que sejam mais notados e gerando maiores possibilidades de serem lembrados para cargos de liderança. Além disso, a facilidade com que se conectam às diferentes formas de mídias e redes sociais faz com que estejam mais expostos a novas oportunidades. Quais características da geração Y podem ser aproveitadas no ambiente de trabalho? A capacidade de lidar facilmente com mudanças, o gosto pelo desafio, a necessidade de aprendizado constante e a busca por conhecimento e informações colocam os Y’s em vantagem dentro das organizações. Outra característica que os torna muito interessantes é sua lealdade à organização: não significa que ficarão na empresa por muitos anos, mas se dedicarão com afinco ao trabalho, desde que se sintam valorizados pela sua contribuição e o ambiente de trabalho seja prazeroso e flexível. O que os jovens da geração Y esperam de seus superiores? Como enxergam as relações de hierarquia dentro da empresa?
apoia a construção de sua carreira e faz com que os jovens se sintam com maior autonomia nas tomadas de decisões, uma vez que são capazes de eles mesmos encontrarem soluções para os problemas antes de recorrerem ao gestor direto. Já para as outras gerações, a técnica de coaching é a ferramenta necessária para dar a autonomia reclamada pelos mais novos. Quais comportamentos dos jovens dessa geração podem ser prejudiciais ao serviço? A facilidade de acesso rápido a todo tipo de informação tornou essa geração impaciente, o que pode fazer com que perca o foco de suas metas e objetivos. Outra característica que pode ser prejudicial é o fato de os jovens dessa geração serem muito dinâmicos: tendem a acumular muitas tarefas, procurando dar maior valor àquelas que são mais prazerosas ou divertidas, relegando as demais a um segundo plano. Que tipo de ambiente de trabalho as empresas devem oferecer para que jovens nessa faixa etária sintam-se confortáveis e seguros? Em primeiro lugar os Y's buscam a qualidade e o bem-estar no ambiente de trabalho. Entendem que parte dessa qualidade é a possibilidade de estabelecerem sua maneira de produzir, ou seja, tendo flexibilidade de horários, desfrutando de momentos de descontração e até lazer em um local onde sintam que são desejados, necessários e que tenham a possibilidade constante de aprendizado e desenvolvimento, traduzindo seus resultados numa melhoria financeira.
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A relação dos Y's com seus superiores beira a igualdade, ou pelo menos é nisso que eles acreditam. Não se importam se ao longo de sua carreira na organização tiverem mais de um chefe, isso para eles é sinônimo de aprendizado. Essa geração espera que seu superior possa dar-lhe feedbacks constantes, porque para ela é importante saber que sua presença e atuação estão sendo valorizadas. Às vezes a geração Y parece desrespeitosa, pois responde de igual para igual, mesmo frente à alta hierarquia. Isto é porque os Y’s respeitam mais o conhecimento do que o posto. A facilidade de se sentirem poderosos também pode fazer com que ultrapassem os limites costumeiros de uma relação superior-subordinado. Como evitar o conflito de gerações no ambiente corporativo? Através da técnica de coaching é possível un ir gerações diferentes. Para os Y's o coaching é a possibilidade de dar e receber feedback, e principalmente de encontrar soluções inovadoras e poder assumir o papel de coach de seus próprios superiores. Para esta geração, o coaching
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Em quais cargos a geração Y se dá melhor e tem mais chances de crescer profissionalmente? Por sentirem-se poderosos desde cedo, os cargos de liderança são os mais desejados e também os mais ocupados pelo Y's, principalmente em organizações voltadas à informação e tecnologia. Os trabalhadores da geração Y precisam ser “conquistados” pelo ambiente corporativo e ver alguma razão na tarefa que vão desempenhar. Por isso é necessário que não só eles se adaptem à empresa, mas que a empresa também se adapte a eles. Ambientes modernos e equipados com tecnologias digitais são um prato cheio a estes jovens que dispensam manual de instruções para entender o funcionamento de aparelhos eletrônicos. Apesar de estarem lidando com pessoas mais velhas, sabem que também podem ensinar muito a elas, tornando a relação uma via de mão dupla. Por terem tido acesso à informação mais cedo e de forma mais fácil, chegam às empresas com uma bagagem de formação muito maior, dominando idiomas e tecnologias, o que permite uma rápida ascensão na carreira. E por falar em rapidez, a geração Y já é sucedida pela geração Z, que deu as caras por aqui na segunda metade dos anos 90 e tem as palavras twitter, wireless e tablet na ponta da língua. Em breve estará no mercado de trabalho, e é preciso que as empresas se preparem
desde já para isso. Novas tecnologias aceleram o surgimento de novas gerações. E como diria o cantor Roberto Carlos em outras palavras, são tantas gerações... Discordâncias entre elas são inevitáveis, mas tudo é questão de diálogo. São as diferenças que complementam as relações humanas e fazem o mundo girar. Cada qual contribui da sua forma. Afinal, uma equação só produz resultado quando os valores de X, Y e Z são descobertos e aplicados corretamente. Como dar conta de tanta responsabilidade com tão pouca idade? Gabriel França de Carvalho, diretor da agência de publicidade Scama, que em 2010 ganhou os prêmios Peixe Grande e Top of Quality (dado pela Ordem dos Parlamentares do Brasil), montou sua empresa aos 19 anos de idade. Hoje, com 35, relata os desafios que enfrentou e dá algumas dicas para os jovens Y’s que estão seguindo o mesmo caminho. “A Scama cresceu com uma filosofia muito simples: um passo após o outro. Ouvi isso do Ernani Pires Ferreira, logo no comecinho da agência e nunca mais esqueci. Antes de dar o próximo passo, nos certificávamos de que a base estava sólida. Muitas vezes, aparecem oportunidades para crescimento rápido, mas se não estivermos preparados para elas, o tombo pode ser muito grande. A Scama passou por muitas turbulências, mas a nossa história bem
construída fez com que superássemos e chegássemos aos 16 anos. Fora isso, sempre implantamos uma filosofia que privilegia o bom ambiente de trabalho e estimula a criatividade. A Scama é uma agência que sabe ser descontraída e séria ao mesmo tempo. Encontrar esta medida demorou, mas trouxe resultados incontestáveis. Minha carreira se consolidou com o crescimento da Scama. Montei a agência ainda no último ano de faculdade e, obviamente, passei por inúmeras dificuldades. Tive que aprender na marra como administrar uma empresa, gerenciar pessoas e cuidar da parte financeira. No início foi um processo de tentativa e erro, mas que me ensinou muito. As saídas dos meus sócios também foram momentos complicados. De repente eu estava sozinho e precisava me virar com todos os processos gerenciais. Foi quando aprendi a importância de montar uma equipe competente, que me apoie em todas as áreas. Depois disso, vi que administrar pessoas é uma das partes mais difíceis de ser empresário, mas também uma das mais importantes. Passei por decepções,
mas também tive e tenho orgulho de muita gente. Em 2009, a crise financeira causou um dos maiores estragos da história da Scama e eu achei que não ia conseguir resistir. Mas olhei para trás e vi que não podia jogar fora todos aqueles anos de dedicação. Mais uma vez, a base sólida, construída um passo após o outro, me deu forças para continuar. E valeu a pena. Para quem entra no mercado de trabalho, o mais importante é entender que os espaços existem, mas exigem muito trabalho e força de vontade. Vejo muitos jovens que entram em uma agência achando que sabem todos os caminhos e que vão revolucionar a publicidade. Adoro ver esta energia, mas aprendi na prática, que o aprendizado vem com a experiência, com a vivência do cotidiano. É sempre inteligente observar e aprender com os mais experientes. Isso vai dar muitos subsídios para que o jovem saiba exatamente como e em que momento, implementar suas ideias. O mercado é sempre aberto a ideias novas, mas ainda é movido por bases antigas. É fundamental entender e saber mesclar tudo isso.”
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Como desafiar sua equipe a encontrar
soluções?
O papel da liderança na quebra de paradigmas. Você é líder ou apenas centraliza o poder em suas mãos?
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Valérya Carvalho
e você ainda acredita que é preciso ter chefes para dar instruções aos funcionários, ou departamentos para poder gerenciar a organização, assim como objetivos para que todos saibam o que devem fazer, informações de antemão para poder decidir, metas para poder controlar o desempenho, estímulos para motivar e hierarquia para definir responsabilidades, chegou a hora de repensar seus conceitos. Vivemos no século XXI e muito além das teorias de cem anos atrás aprendidas em universidades. Liderança é um tema que desafia constantemente os pensadores de gestão a elaborar extensas listas de qualidades do “executivo ideal” ou do “líder ideal”. Na maioria dos casos, essas listas não passam de coletâneas de ideias utópicas e tediosas. As organizações não precisam de seres humanos melhores ou de patriarcas mais perfeitos, mas necessitam de modelos de direção que estejam à altura de nosso tempo, nos quais pessoas comuns possam tomar decisões assumindo responsabilidade própria e desenvolver suas qualidades de liderança. Como, porém, se constrói tal modelo de direção que corresponda à nossa época e seja coerente? Em primeiro lugar, é necessário dar-se conta de que não avançaremos com padrões de comportamento clássicos, com otimização de processos e novas ferramentas. O que se precisa – ao menos na maioria das organizações – é de uma mudança de paradigma, uma visão clara de um “outro” princípio de funcionamento. Uma boa liderança cria um ambiente em que todos são energizados. Isso, porém, não acontece a partir de uma ameaça, do medo da punição ou da promessa de prêmios e sim do desejo de dar uma contribuição positiva. Liderança, ao contrário do que comumente se imagina, não significa alguns tomarem mais decisões do que outros e que ser líder é um cargo. Significa disciplinar a si mesmo e deixar que outras pessoas tomem também decisões. Além disso, exige modéstia e uma autocompreensão de que se está a serviço dos outros. William Edward Deming, reconhecido pela melhoria dos processos produtivos nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, afirmou certa vez que a tarefa do líder é afastar o medo da organização, de modo que os funcionários
sejam encorajados a tomar decisões de maneira autônoma. É provável que poucos integrantes da alta direção, gestores de empresas e proprietários sigam esse pensamento,coloquem a luta contra o medo em suas prioridades diárias e consigam, até agora, imaginar a possibilidade de abrir mão do poder e descentralizar maciçamente as decisões. HerbKelleher, ex-CEO da Southwest Airlines e responsável direto por instituir um estilo de liderança para a geração de equipes autônomas e de alto desempenho, disse em entrevista à HSM de março/abril 2010 que “apesar de todas as dificuldades que as companhias aéreas atravessaram nos últimos 30 anos, a Southwest Airlines não demitiu funcionários, alcançou os maiores índices de satisfação de clientes e bateu recordes na bolsa de valores”. Como fazer isso? Kelleher explicou que existe um enfoque humanista no tratamento dos funcionários. A empresa os valoriza como indivíduos e não apenas como trabalhadores. Empregadores,observem seus funcionários ou colaboradores. O que você vê? Custos? Resistência? Oportunismo? Desânimo? Você vê pessoas que precisam ser conduzidas com rédea curta e controladas por meio de inspeção, estímulos e sansões porque não se pode confiar nelas? Ou você vê seres humanos inteligentes, motivados e dignos de confiança? Aqui fica um desafio aos líderes. Perguntem a si mesmos: 1 - São os objetivos financeiros e os de desempenho, ou, então, as relações entre as pessoas, o mercado e seus padrões de trabalho e de pensamentos em conjunto que produzem os resultados aos quais damos valor? 2 - Não são as relações e os processos que moldam a capacidade da organização de aprender, de responder rapidamente ao mercado atendendo aos fatores críticos de sucesso e de criar o conhecimento necessário para seu desempenho de longo prazo? Valérya Carvalho é consultora associada da Muttare e possui mais de 20 anos de experiência como executiva em empresas líderes de mercado.
Sua pergunta...
sobre decisão profissional Em sua opinião, o peso maior na decisão de um adolescente na tomada de seu rumo profissional decorre de fatores intrínsecos ou extrínsecos? Zulmira S. Teraoka
...GaudEncio responde Como deve ser feita a escolha profissional? Temos fatores intrínsecos (interesses, isto é, aquilo que desperta nossa atenção imediata e/ou continuada e aptidões, isto é, aquilo que para nós é natural de ser feito) e extrínsecos (as profissões que existem no mercado que atendam a esses interesses e aptidões e que nos deem, no seu exercício, remuneração e prestígio). Na resposta aparece minha opinião. Devo procurar os fatores extrínsecos que realizem os intrínsecos, que são os mais importantes na escolha profissional. Em outras palavras, devo procurar a profissão que me permita a realização interior. Acho que o indivíduo que se realiza profissionalmente é aquele que industrializa o hobby, porque, como nossas avós já
diziam: “quem corre por gosto não cansa”. Isto (fazer o que gosta) pode ser, no entanto, um privilégio de classes, na medida em que ter um emprego já é um sonho realizado. A saída é gostar do que faz. Outra coisa que deve ser encarada é que às vezes o interesse e a aptidão voltam-se para profissões em que a dificuldade de realização objetiva (remuneração e prestígio) é grande, mas o sucesso é atingido por poucos, embora muitos tentem. É o caso de interesses e aptidões artísticas e esportivas. Outro fator adquire importância: o talento, que deve ser objetivamente medido por alguém do ramo. Talento é a aptidão superior que sobressai.
Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br
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Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.
tech
Além do e-learning: rumo à cultura da alta performance nas organizações Mensurar os resultados de treinamentos corporativos através de recursos tecnológicos é o que o e-learning oferece de inovador Marcelo Curbete
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Congresso e-learning Brasil deste ano teve como tema “Além do e-learning: Desenvolvendo Talentos” e dentre as discussões levantadas evidenciou a importância da mensuração dos resultados das iniciativas de treinamento e desenvolvimento de pessoas. A maioria das organizações que já possuem iniciativas de capacitação pelo e-learning tem evoluído significativamente, tornando esta modalidade uma realidade permanente em suas políticas de desenvolvimento de pessoas, sendo este fato comprovado pelo aumento crescente dos investimentos em equipamentos, softwares e profissionais especializados. As vantagens são inúmeras, indo desde a redução significativa dos investimentos em treinamentos presenciais, capacitando pessoas em larga escala e de forma rápida, até o fornecimento de subsídios para iniciação de programas formais de educação corporativa e ensino continuado de colaboradores, originando embriões para futuras Universidades Corporativas. Entretanto, constata-se que apenas disponibilizar treinamentos no LMS (Learning Management System) não basta. As empresas estão constatando que “aprender por aprender” não atinge os resultados esperados. Por isso, é necessário também estimular, incentivar os colaboradores a atingir novos patamares de desempenho no trabalho, alinhados com os objetivos e resultados da empresa, para que o treinamento possa ser corretamente absorvido e praticado na rotina corporativa. Se observamos atentamente, teremos três estágios distintos no processo de capacitação e desenvolvimento de profissionais: aprendizado, desempenho e resultados. O e-learning contribui para a otimização e melhoria da aquisição de conhecimento dos colaboradores, por meio da aprendizagem híbrida, em métodos formais e informais de educação. Porém, como dito anteriormente, apenas o treinamento não basta, é necessário elevar e medir a melhora no desempenho dos treinandos durante o processo. Realizar avaliações de desempenho após a aplicação dos programas de capacitação é uma ótima iniciativa para
estimular a cultura da alta performance. Além disto, a implantação de indicadores de resultado e performance auxiliam neste processo, pois com estes medidores é possível determinar níveis de aprendizado e satisfação do treinando, implementando melhorias ou traçando novas formas de ensino caso seja necessário. Falando especificamente de indicadores de performance, atualmente os chamados “Indicadores-Chaves de Performance” estão em evidência. Conhecidos como KPIs (Key Performer Indicator), são indicadores utilizados para manter e atingir altos níveis de desempenho focados no futuro. Diante disto, as tendências de mercado apontam para o aumento pela procura de profissionais focados na manutenção e melhoria contínua do desempenho organizacional. Em virtude dessa demanda, espera-se para os próximos cinco anos a criação de uma nova função: diretor de performance. Este profissional, possivelmente advindo da área de TI, e portador de competências relacionadas a outras áreas como administração e recursos humanos, valendo-se da capacidade de liderança, coach organizacional e conhecimentos sólidos em tecnologia, fará a gestão da performance organizacional, servindo-se de recursos tecnológicos para coleta e apresentação de resultados, além de promover projetos que incentivam as pessoas a atingirem novos patamares de desempenho. Em face das afirmações acima, a prática demonstra que a grande adesão ao e-learning requer níveis práticos de mensuração, para que seu resultado possa ser atingido de acordo com aquilo que a corporação espera a partir do programa. Desse modo, a cultura de alta performance nas organizações surge como proposta a esta questão, com o intento de preencher as lacunas naturais deixadas entre os estágios de aquisição, preservando assim seu processo. Marcelo Curbete é gestor da unidade de Educação Interativa da Benner e pós-graduado em Gestão Empresarial, com dez anos de experiência em Educação Corporativa, Negócios e TI.
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vitrine de sucessos
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Manual do Sócio – Tudo que Você Precisa Saber Antes de Iniciar ou Terminar uma Sociedade Muito pouca gente avalia os riscos que uma sociedade traz antes de assinar o contrato. Apenas quando as brigas despencam em rescisões é que o sócio nota o quanto deixou de levar em conta pontos importantes de uma vida societária saudável.Foi com base nisso que o curitibano Jair Gevaerd escreveu o Manual do Sócio:“Para os advogados, o livro poderá servir como um guia de fácil consulta. E para os sócios, cada cláusula traz sugestões de pontos que precisam ser discutidos com seus advogados”, explica o autor. Com uma linguagem simples e exemplos que facilitam o entendimento de cascudos aspectos jurídicos da área, a obra do advogado esclarece cláusulas essenciais que podem evitar problemas com a futura parceria.
Educação em Saúde
Elaborado por William Malagutti e Sonia Maria Rezende Camargo de Miranda, Educação em Saúde mostra como pode ser estabelecido o vínculo entre educando e educador expondo as experiências desses profissionais que se defrontam com a rotina e os percalços do trabalho. Apresentando um planejamento educativo na saúde e até na educação ambiental,os autores revelam um olhar holístico sobre a educação superior e ações educativas.
William Malagutti e Sonia Maria Rezende Camargo de Miranda Phorte R$45,00
As 10 principais diferenças entre os milionários e a classe média
Para Keith Cameron, o que distingue a visão entre milionários e pessoas de classe média é a crença que cada um tem sobre dinheiro. Em 10 Principais Diferenças Entre Os Milionários E A Classe Média, o autor descreve a forma como pessoas bem-sucedidas pensam e agem na hora de fomentar uma vida longe de preocupações financeiras. Organizando as disparidades de trás para frente, Keith começa na 10ª diferença e vai, gradativamente, em direção à 1ª. Afirmando, por fim, que a capacidade de alcançar sucesso é viável desde que o leitor esteja disposto a se abdicar dos prazeres instantâneos para pensar a longo prazo.
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Imagens para fins meramente ilustrativos. Os preços podem sofrer ajuste sem aviso prévio. À venda enquanto durar o estoque.
Liderança Aberta – Como As Mídias Sociais Transformam o Modo de Liderarmos
Se pensa que o bom é proibir o uso de mídias sociais no ambiente de trabalho, o Liderança Aberta tem que ser leitura obrigatória para você. Escrito por Charlene Li, uma das palestrantes mais requisitadas quando o assunto é tecnologia social, o livro serve como guia para líderes que querem entender como é gerir nos dias de hoje,época em que o Facebook, Twitter e sites são ferramentas indispensáveis para o mundo corporativo. Ela propõe usar as mídias sociais sem perder o limite: “Ser aberto, ser transparente, ser autêntico” são as premissas que o novo cenário exige; líderes abertos, mas simultaneamente seguros.
Charlene Li R$59,90
Comunicação conceitual Saiba a importância do conhecimento técnico sob a luz dos holofotes da comunicação Sandra Maia
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uando comecei a escrever O Negócio da Comunicação – do Conceito à Ação, eu tinha um objetivo claro: contribuir para que o maior número pos-
O negócio da comunicação: do conceito à ação Qualitymark R$ 34,90
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sível de pessoas – profissionais, empresários, estudantes e outros – pudesse compreender o impacto da comunicação no negócio e nos resultados da organização. E mais: como trabalhar de modo a incrementar os resultados e construir marcas fortes com base no excelente relacionamento com gestores, pares, parceiros, fornecedores etc. Até porque ninguém faz comunicação sozinho. Se ela não for muito bem orquestrada dentro e fora da organização, problemas à vista! Ao finalizar o trabalho, eu vejo que esse objetivo foi atendido, e o leitor sai ainda com uma nova ferramenta para diagnosticar a comunicação de sua empresa com o Círculo da Comunicação Conceitual. No livro, eu apresento a importância do conhecimento técnico, os bastidores da comunicação e faço entender que a visão externa da “Comunicação 180” ou mesmo a “Comunicação Integrada”, tão bem organizadas por agências e assessorias de comunicação, em geral funcionam melhor quando têm como base o conceito, a marca. Ou seja, quando a organização em si apresenta um conceito que determina como marca, ela quer ser percebida. E, nesse contexto, brifar os mais diversos parceiros e acompanhar as conquistas se torna factível. Para facilitar a compreensão, dou o seguinte exemplo: imagine um restaurante. Todos os talheres diferentes, os pratos uma miscelânea, a cozinha contemporânea, as cores enlouquecidas e os garçons com trajes descontraídos. Você vê o que, uma bagunça ou conceito?! Pois é, se for proposital, se for uma decisão, uma escolha, é conceito – e então tudo aos poucos se encaixa. Se for falta de atenção ao detalhe, é uma verdadeira bagunça – e, então, é sinônimo de desorganização, confusão, falta de identidade. Nas grandes organizações acontece o mesmo. Pense na companhia de aviação Gol com um comissário usando um boné
azul! Ou imagine a Rolex anunciando seus relógios em um painel de beira de estrada! Feche os olhos e pense: quais as cores da Coca-Cola? Qual o formato da garrafa? Fácil, não é? Bem, ao longo da minha vida profissional, eu pude estar à frente de diferentes áreas dentro de organizações complexas e analisar outros negócios, todos com aplicação absolutamente correta das ferramentas de comunicação – branding, design, imprensa, publicidade, relações públicas, eventos, promoções, web etc. Acompanhei líderes imbuídos em fazer o melhor. É claro que nem sempre com a visão do todo, mas com a visão de cada área em especial. A questão é: quando se junta tudo, nada de conceito. Nada de coerência ou consistência. Nada de construção de marcas. A comunicação dessa forma fragmenta a mensagem. Em vez de cooperação, competição... Em vez de identidade, fragmentação. De fato, não adianta muito ter o melhor time, os melhores parceiros, todas as competências, se todos não estiverem caminhando em uma única direção. O que pode dar errado quando não há alinhamento, quando o direcionamento não está claro? Os resultados não são alcançados, e a marca será percebida de maneira inconsistente. Por que a marca afinal nem sempre está redonda? Parece simples responder, e é. A questão é como aplicar... Mas esta é outra história. Analisando o mercado, eu percebi que em muitos negócios o que não estava claro era o conceito. O centro. Então, sem que isso seja estabelecido, todos atiram para qualquer lado... Certo? Certo para as áreas que querem fazer o melhor, errado para o negócio que se mostra para o público final – seja consumidor ou stakeholder, seja formador de opinião, sem nenhuma base. Sem fundamento, comunicando toda essa “loucura”. E se tudo, tudo comunica, algo precisa ser revisto. E talvez por isso eu tenha ficado tão feliz com a criação do Círculo da Comunicação Conceitual. Uma ferramenta fácil e simples de ser aplicada e de diagnosticar a comunicação em qualquer organização. No centro, o conceito. Em linhas que partem do centro para a borda do círculo, as atividades. Branding, design, relações públicas, web, imprensa, publicidade, promoção etc. Basta olhar para a organização, iniciar o inventário e conferir – a marca está redonda? Se não estiver, sempre há tempo para revisitar as ferramentas e recomeçar o trabalho com base no conceito...
Administradoras do tempo:
qual é o seu perfil?
Descubra qual é o seu e reforce um modelo mental para aprimorar seus resultados
C
Christian Barbosa
omo estamos no mês da mulher, nada mais justo que abordar a gestão do tempo para mulheres, afinal, só mesmo a “multi-mulher” para saber o quanto a falta dele pesa no dia a dia. A gestão de tempo feminina tem muitas particularidades interessantes. Desta vez, gostaria de comentar sobre os estilos de produtividade femininos, que consegui identificar durante a pesquisa para o livro “Você Dona do Seu Tempo”. Ela não se aplica da mesma forma e não se resolve de um jeito padrão, cada pessoa tem um estilo de vida que altera a forma de lidar com suas demandas diárias. Abaixo, segue um breve resumo dos quatros perfis mapeados e alguns insights para começar a lidar com cada estilo. Claro que uma mulher pode ter todos os perfis durante o dia, com predominância de um ou outro em determinado momento. Vale lembrar que esses estilos também se aplicam aos homens. Veja:
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Mulher Maravilha Busca incessantemente – e estressadamente – ser uma “resolvedora” de problemas! As mulheres desse perfil vivem com coisas urgentes e prioritárias para resolver e, ainda assim, encaram essas urgências como uma forma de vencer desafios e como superação. Os inconvenientes na super-heroína são o excesso de ação e pouco tempo focado no importante, além de um nível pequeno de planejamento e de uso de ferramentas de produtividade. - O que fazer? Quando algo imediato aparecer, deixe de lado a vontade de resolver. Aprenda com a urgência, foque na prevenção, não apenas na solução. Converse com a equipe e descubra por que a atividade se tornou urgente. Uma ótima alternativa para auxiliar a diminuir o ritmo “heroico” é iniciar alguma atividade calma como Yoga, alongamento, meditação etc. Perfeccionista Seguir seus planos e prioridades, essa é a principal característica da mulher deste perfil. Além de lidar muito bem com ferramentas de produtividade e as utilizar para fazer render o seu dia, as perfeccionistas têm um cotidiano extremamente orientado para resultados, isso porque elas possuem uma grande capacidade de manter o foco naquilo que é realmente importante. Mas a necessidade de fazer as coisas perfeitamente pode transformá-la em uma workaholic.
Fique atenta! Se você é uma perfeccionista, a palavra-chave para a organização das suas atividades é FLEXIBILIDADE. Não se cobre tanto nem se culpe pelo fato de o mundo não ser do jeito que você gostaria que fosse. Espontânea Você segue o ritmo natural das coisas para criar e interagir com suas prioridades? As coisas não precisam estar certinhas para estarem boas? Essas sãs as leis das mulheres que usam a espontaneidade e a criatividade para planejar o dia. Falta de tempo não é problema para você, já que consegue o tempo que for quando realmente quer. Mas tanta naturalidade pode aumentar o nível de interrupções diárias e fazer com que perca o foco. E agora? Aproveite a criatividade para desenvolver uma ferramenta que seja a sua cara. Conheço mulheres que usam cadernos sem pautas para organizar seus dias por meio de desenhos ou gráficos de mapas mentais. Sejam espontâneas no planejamento do tempo! Supermãe O mais colaborativo de todos os perfis. A preocupação em excesso com outras pessoas e o fato de aceitar cumprir tarefas de terceiros – resultados da sua dificuldade em dizer “não” – são os principais motivos da sua agenda lotada. Solução: quanto mais você se focar em si mesma, no que realmente faz sua vida evoluir e, não apenas agir, terá mais foco no seu papel do “EU” e mais facilidade para dizer não às outras pessoas. Um pontapé pode ser dado na definição de uma meta pessoal extremamente clara e relevante, e você pode utilizar seu tempo livre para alcançar esse objetivo. Descobriu qual é o seu perfil? Então, aprenda com ele, pois todos têm pontos positivos e negativos que precisam ser contornados. Descubra o seu predominante e reforce um modelo mental no sentido de aprimorar suas deficiências! Feliz dia da mulher com muito tempo para você mesma! Christian Barbosa é especialista em administração de tempo e produtividade, fundador da Triad PS, consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo. Autor do livro A Tríade do Tempo.
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expressão
Escrevi um livro.
E agora? Está redondamente enganado quem acha que publicar um livro é fácil. Mas está completamente certo quem persiste no sonho até conseguir Reinaldo Polito
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S
egundo levantamentos recentes, calcula-se que já foram impressos 130 milhões de livros em todo o planeta. Com tantas obras publicadas parece fácil, é só escrever um livro que as editoras disputarão a tapa o privilégio de editá-lo. Pura ilusão. Algumas das maiores editoras recebem pilhas de originais. Poucos são aceitos. Os outros são avaliados e recusados, devolvidos e, em certos casos, nem avaliados, nem devolvidos. Quantos autores, até com ótimas produções, se resignam em não ver sua obra editada? Alguns persistem, quebram o cofrinho, levantam empréstimos, vendem bens e patrocinam a própria edição. Poucos são aqueles, entretanto, que se saem bem bancando as próprias publicações. Vender para quem? Se nem as editoras conseguem colocar com facilidade os livros nas livrarias, imagine, então, os obstáculos a serem superados por quem não sabe por onde começar. Dá para contar nos dedos aqueles que conseguiram sozinhos romper esse bloqueio. Por isso é tão difícil publicar um livro. E não há muitas saídas. Para ver o fruto do seu esforço intelectual exposto em uma livraria, o autor precisa encontrar uma editora interessada na sua obra. As editoras, entretanto, só apostam nos livros com bom potencial de vendas. E nem sempre acertam. Leonard Mlodnow, no seu ótimo livro “O andar do bêbado”, faz revelações curiosas. Você sabia que alguns livros de John Grisham e J. K. Rowling foram recusados dezenas de vezes? Uma das melhores obras de Grisham “Tempo de matar” foi recusado 26 vezes antes de ser publicado. E pensar que este livro se transformou em sucesso mundial e sua história foi aproveitada para um filme também vitorioso. O próprio Grisham, na página de agradecimentos do seu livro “Caminhos da Lei”, conta o seguinte: “Quando ‘Tempo
de matar’ foi publicado há 20 anos, eu logo aprendi a dolorosa lição de que vender livros era bem mais difícil do que escrevê-los. Comprei mil exemplares e tive dificuldade até para dá-los. Arrumei os livros na mala de meu carro e saí vendendo como um mascate em bibliotecas, clubes campestres, mercearias e armazéns, cafeterias e um punhado de livrarias”. O primeiro Harry Potter, de Rowling, recebeu nove ‘nãos’ antes de ser impresso. Pois é, “Harry Potter e a pedra filosofal” vendeu mais de 120 milhões de exemplares. Mlodnow conta também um caso impressionante. John Kennedy Toole não resistiu a tantas negativas das editoras e cometeu suicídio. Sua mãe, entretanto, continuou acreditando, mesmo depois da morte do filho. Somente depois de onze anos ela conseguiu o intento de publicar “Uma confraria de tolos”. O livro de seu filho conquistou o Prêmio Pulitzer de ficção e suas vendas superaram dois milhões de exemplares. Portanto, se você está pensando em escrever um livro, ou já possui alguma obra pronta para ser publicada, nunca desista. Saiba que, provavelmente, receberá inúmeros ‘nãos’. Continue perseverando um, dois, dez, vinte anos. Assim como aconteceu com milhares de outros autores, o momento de ver seu livro publicado, exposto, e, quem sabe, bem-sucedido também poderá chegar.
Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. www.polito.com.br
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