1
2
3
índice Expediente
4
A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 3 | Nº 20 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatoras: Ana Krepp e Karina Cedeño. Revisora: Karina Cedeño Projeto Gráfico: Danilo Scarpa (www.daniloscarpa.com) Diretor de Arte: Henrique Melo Relacionamento com o cliente: Claudia Lima Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox
06 “Caro Leitor” 08 Porque não arriscar? 12 + otimista Otimismo para perseverar 14 Aluguel de espaço para jovens empresários pode ser uma alternativa financeira 16 Up to date 22 Cidadão 21 26 Moda, beleza e estilo 27 2.0 28 Um plano B na manga 36 Jogo Rápido Maurren Maggi 40 Gestão de projetos é a área que interliga todas as outras 43 MANUAL DO SUCESSO 44 Inteligência – O que são conhecimentos explícito e tácito 46 Gestão – A difícil arte de encontrar um couch 47 Comportamento – Quem manda aqui sou eu! 48 Vendas – Qual é o DNA das grandes vendas? 50 Liderança – O coração da empresa 52 Fun Learning 54 + saúde Mitos e verdades sobre a prática da atividade física 56 Português ou inglês: qual dos dois merece mais a sua atenção? 60 No alvo 62 + vitrine 64 Gaudencio responde 66 + Expressão Gandhi tinha medo de falar em público
Especialistas Dalmir Sant’Anna
Eduardo Zugaib
Eliana Dutra
Fernando Goldman
Hélio Moreira
Marcelo Ortega
Ômar Souki
Paulo Gaudencio
Reinaldo Polito
24 30 10 18
13
www.revistasermais.com.br
18
10
Profissionais além do currículo
Em 2011 a chance de conquistar o mercado brasileiro é da Holanda
Cidadão 21 – Construções sustentáveis Materiais recicláveis montam paredes e até casas inteiras
+ tech – Internet: um enorme banco de dados Saiba das novidades em armazenamento de conteúdo na web
30
CAPA
Vendido ou vendedor? Você se vende por seu conteúdo e sua atitude?
5
24
O que conta é o que você apresenta além do papel 13
Ano da Holanda no Brasil
A importância de se apresentar antes de qualquer coisa quando se entra em uma casa pela primeira vez não é formalidade, tampouco exagero. Aqui na revista não pode ser diferente e eu, como nova redatora da Ser Mais, me apresento com respeito pela história dessa publicação que desde sempre contribui francamente para a formação e a informação de jovens e adultos em busca do aprimoramento de suas carreiras e sua cultura geral. Se essa fosse uma carta de intenções, eu afirmaria que as minhas são as melhores para com vocês, leitores. Prezarei pela qualidade do conteúdo das próximas edições e aproveito para já nessa – a de estreia -, apresentar a revista que está em suas mãos. Você vai comemorar com a gente o ano da Holanda no Brasil! Para contar melhor o que é o ano de um país em outro e saber quais são as questões econômicas e culturais que estão envolvidas nesse tipo de comemoração, conversamos com o embaixador da Holanda no Brasil, com um especialista em relações internacionais e traçamos o perfil de um jovem investidor holandês que montou seu negócio em Santa Catarina. O risco e a incerteza não são a mesma coisa. Um pode te fazer prosperar, pode ser uma mola para a sua carreira e a ascensão dentro dela, o outro confunde e é aleatório. O que define cada um deles você vai descobrir na matéria que Karina Cedeño abre inspirada, citando Shakespeare. A seção Cidadão 21 ganhou mais duas páginas para falar sobre um tema curioso: construções sustentáveis. Com tamanho interesse sobre esse assunto, algumas comunidades oferecem curso para ensinar o leigo a construir sua própria casa com padrão bioecológico. Caprichamos nas dicas de onde montar seu primeiro espaço profissional e sobre como recuperar a defasagem do português em uma época em que o inglês tem sido tão mais valorizado. Além do seu já conhecido Manual do Sucesso e dos artigos dos especialistas em carreira, negócio, comunicação, tecnologia e tudo o que tem de mais novo no universo empresarial, corporativo e interpessoal. Aproveite a leitura, mês que vem tem mais!
6
Ana Krepp
7
Cuidado:
zona de risco Karina Cedeño
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. – William Shakespeare
8
N
ão só na obra de Shakespeare, mas também nas frases da escritora Clarice Lispector e em outros clássicos da literatura, o risco mostra-se essencial ao desenvolvimento humano. No âmbito profissional, a busca por melhores condições financeiras, cargos e posições exige mudanças e torna o risco um fator intrínseco à ascensão na carreira. Osias Brito, autor do livro Gestão de Riscos (Editora Saraiva, 2007), diz que assumir riscos está na natureza da atividade empresarial. Segundo ele, o conhecimento aliado à gestão sistemática e metodológica dos riscos que envolvem o ambiente de negócios tornou-se parte fundamental do sucesso empresarial e da longevidade das corporações, da proteção aos acionistas, fornecedores e empregados. Portanto, saber lidar adequadamente com riscos não é apenas sinônimo de boa gestão. É um elemento condicionante ao seu funcionamento, assim como o capital ou os seus recursos humanos. Mas tenha cuidado para não confundir risco com incerteza. Há uma diferença muito importante entre os dois.
De acordo com Brito, a incerteza está mais vinculada ao acaso e tem presente a aleatoriedade, na qual não se podem mensurar as probabilidades dos eventos. Já o risco oferece a possibilidade de ser mensurado e controlado, analisando-se dados e informações sobre o mercado financeiro. Ferramentas tecnológicas como a internet facilitam esse processo. O medo de arriscar está associado à ideia do fracasso, assim como num jogo de cartas no qual há a probabilidade de perder o dinheiro apostado ao valer-se das estratégias erradas. O objetivo do jogo é superar desafios cada vez mais refinados e, por isso, mais estimulantes. Assim como na carreira. Porém, antes de trocar o certo pelo duvidoso e arriscar suas fichas em um novo projeto, leia a seguir as dicas de Eduardo Vilas Boas, diretor responsável pelo Portal Plano de Negócios e também pesquisador de empreendedorismo. - Nunca assuma riscos desnecessários e, sempre que o fizer, conheça quais são eles e quais são os planos de contingência para mitigá-los caso venham a ocorrer. - Existem diferentes opções de carreiras atualmente e todas elas envolvem certa dose de risco. É importante ter um plane-
Danilo Scarpa
jamento de longo prazo para sua carreira, sabendo onde deseja estar no futuro e com isso construir um plano de ação para atingir este objetivo. Os riscos com certeza estarão presentes neste plano de ação, mas conhecê-los e ter estratégias para suavizá-los caso venham a ocorrer irá ajudá-lo a superá-los. - Em tese, profissionais mais jovens são mais propensos a arriscar-se, afinal de contas eles ainda querem passar por novas experiências e na maioria dos casos ainda não possuem tantas responsabilidades, como família e filhos, de modo que podem arriscar-se mais.
- O risco está associado ao perfil de cada pessoa. Existem momentos onde as situações fora de controle estão mais
Para aqueles que não arriscam por medo do fracasso, Eduardo aconselha: a vida é feita de escolhas e a maior recompensa vem daquelas que exigem mais esforço. Portanto, muita cautela na hora de tomar decisões. Discernimento e racionalidade devem andar juntos. É necessário ter uma posição financeira relativamente estável, ousadia, coragem e enxergar os riscos como novos desafios. Como diz a famosa frase do filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, na vida há tempo para se arriscar e tempo para ser cauteloso, e um homem sensato sabe qual é a altura certa para cada uma destas coisas. Riscos são um mal necessário. Sem eles não há recompensa e é bom ter em mente que, mais do que preservar o capital, é preciso fazê-lo crescer. Lembre-se de que uma tentativa pode levar ao fracasso, enquanto a falta dela tornará o fracasso garantido. O maior risco é ficar estagnado na carreira.
9
- Em caso de riscos que pedem decisões urgentes, o ideal é que a pessoa reflita e tome a decisão que considerar mais adequada no momento. Ciente dos riscos que correrá por essa decisão, a pessoa deve ser madura o suficiente para ter planos de contingência caso os problemas aconteçam. As decisões sempre terão doses de risco, o que é necessário é ter ciência de que se fez aquilo que era considerado mais adequado no momento, mesmo que no futuro mostre-se diferente.
incertas e nesse instante a tomada de risco pessoal acaba sendo maior do que em momentos de estabilidade, porém, pessoas que tomaram riscos nestes momentos e acertaram, obtiveram grandes retornos.
Aposte na postura: o currículo não é mais a única ferramenta nas seleções
O que você precisa mostrar à empresa está além do que ensinam os manuais de comportamento em entrevistas Ana Krepp
10
U
ma empresa desenvolve bem mais valores do que os que entraram em seu documento de abertura. Ao longo do tempo ela vai se automodificando, recebe influências de características dos funcionários que estão saindo e chegando e já não cabem mais em um papel. Com um profissional é a mesma coisa. No começo de carreira não se sabe ao certo com o que preencher o currículo. O jeito é apostar em cursos e na formação escolar e universitária. Depois, a experiência vai ganhando forma até que chega a faltar espaço em uma folha para descrever o que você é e os lugares por onde passou. Ainda que tente colocar detalhadamente o que considera importante na sua vida profissional, não é fácil ser inteiramente representado pelo currículo. Principalmente pelo fato de ele não ter espaço para experiências e valores pessoais. Mas por que, com tantas deficiências, o currículo continua sendo a principal ferramenta para a contratação de um funcionário? A resposta é simples: como a quantidade de candidatos para uma mesma vaga tem aumentado nos últimos anos, o modo mais prático de conhecer suas habilidades é por uma folha com as experiências resumidamente colocadas em ordem cronológica. Em meio a tantos outros perfis, é dica mais que conhecida a de que o seu currículo deve ser atrativo o suficiente para
chamar a atenção da empresa para conseguir chegar a um próximo passo, a dinâmica de grupo ou entrevista. Nessa hora, há milhares de manuais que podem ajudá-lo com dicas de como se vestir, se portar e o que falar. Fuja delas. Isso mesmo! Os recrutadores estão mais interessados em descobrir seus pontos fortes e fracos do que em entrevistar cinco candidatos iguais na maneira de pensar, de agir e de falar. “Agir com naturalidade em uma entrevista é primordial. Apesar de todas as dicas disponíveis a respeito de comportamento e até do que falar ou não falar ao entrevistador, é fundamental que o profissional aja e fale por si mesmo. Falar a verdade é sempre mais apropriado. É óbvio que existem alguns pontos que podem ser omitidos, mas a mentira jamais deve fazer parte desta conversa”, confirma Simone Viana, analista de recursos humanos e headhunter da Global Network. Ao vivo, quando o histórico profissional é menos considerado, as empresas buscam profissionais que tenham muito mais do que técnica e conhecimento acadêmico. A entrevista tende a ser direcionada de forma a desarmar o candidato e a fazer com que ele mostre quem realmente é. “Em muitas seleções de que participei aqui no Brasil pediram, como parte da seletiva, uma redação sobre mim e minha vida pessoal. Eles avaliam tudo, sua escrita, comunicação e, inclusive, suas prioridades de vida”, conta a designer digital
recer perfeito. Os recrutadores buscam pessoas com competências a serem desenvolvidas e capacidade para reter novos conhecimentos e colocá-los em prática. O melhor caminho é a sinceridade. É inaceitável dizer que faz o que não sabe. “Sempre procuro ser natural e se me perguntam sobre coisas que não sei fazer, digo a verdade, mas aproveito pra falar sobre a minha facilidade e sede de aprender”, afirma Amanda. Confirmando que nem sempre dizer o que os selecionadores querem ouvir é fundamental para conquistar a vaga, ela conclui: “A pessoa que me entrevista consegue saber exatamente quem eu sou, quem vai contratar, como será meu desempenho e as dificuldades que posso vir a enfrentar”. Para garantir que a impressão sobre seu currículo e sua postura não corra o risco de ser abalada por um descuido, cuide para que suas redes sociais não lhe preguem peças! Profissionais utilizam as redes sociais para sua divulgação. As empresas as utilizam para conhecer melhor o candidato. Por isso, é importante verificar que tipo de informação está presente nesses sites de relacionamento. Fotos inadequadas, escolha de comunidades ou grupos polêmicos e até mesmo a forma como o profissional divulga seu perfil podem comprometê-lo. Se o objetivo for utilizar esses sites para divulgação profissional, então as informações deverão estar voltadas para este fim.
11
Amanda Leite, que já atuou no mercado brasileiro e espanhol. Para ela, que pôde participar de seleção de currículo e entrevistas em ambos os países, a maior diferença entre as dinâmicas do Brasil e da Espanha é que lá os diretores de área e os gerais da empresa fazem questão de estarem presentes nos testes, de acompanharem de perto a seleção. Amanda acredita que desse modo as companhias podem se certificar melhor da contratação. O profissional de Rh passou a olhar para o candidato com outros olhos. Hoje, as empresas contratam organizações especializadas em perfil comportamental para que não só o conhecimento seja avaliado, mas também as competências. As corporações estão interessadas em visualizar o “saber fazer” do profissional, avaliar suas habilidades e atitudes em projetos, processos nas ferramentas de comunicação, liderança, negociação, ética, entre outras indispensáveis ao mundo corporativo contemporâneo. Nancy Assad, especialista em Comunicação Corporativa e Media Training, contextualiza a necessidade da empresa descobrir o perfil do profissional além do currículo. “Profissionais com alta formação acadêmica não necessariamente são profissionais eficazes, assim como profissionais com muita experiência de mercado e sem uma sólida formação podem ter dificuldades de processar planejamentos e métodos”. Nessa nova tendência de avaliação, não é necessário pa-
otimista
Otimismo para
perseverar
12
N
Ômar Souki
o filme “À procura da felicidade”, o ator Will Smith faz o papel de Chris Garner, um vendedor fracassado de São Francisco, que vive no limite da pobreza. Encontra barreiras quase intransponíveis entre os médicos que visita e aos quais tenta vender seu produto: uma máquina de medir densidade óssea. Deve vários meses de aluguel, não paga a escola do filho e não consegue acertar as contas com o imposto de renda. Além disso, seu carro é multado com frequência. Para piorar a situação, sua mulher—cansada de trabalhar vários turnos para colocar comida em casa—o abandona. Chris tem, então, que criar sozinho o filho de 5 anos. A seu favor Chris tem apenas duas coisas: um otimismo inquebrantável e o sonho de se tornar analista financeiro. Para realizar o seu sonho tem que participar, durante seis meses, de um programa de treinamento ultracompetitivo—e sem salário—onde somente um em cada vinte candidatos consegue ser efetivado. Se antes do estágio e com o apoio da esposa as coisas eram difíceis, agora se tornam insustentáveis. Chris e o filho são despejados do apartamento em que viviam e vão para um hotel barato. São enxotados novamente e forçados a dormir nas ruas, em abrigos comunitários e até mesmo em banheiros de estações de metrô. Mas ele jamais abandona o filho, nem a profissão de vendedor e nem o seu sonho. Para onde vai carrega o menino, uma máquina e o livro que o orienta no estágio. Enquanto não está tentando vender, está estudando ou brincando com filho. Finalmente, consegue algumas vendas e pode respirar aliviado. Mais, sua tenacidade é recompensada: é efetivado como analista financeiro. Consegue a tão almejada felicidade. O que mais nos fascina na história de Chris? A sua perseverança. Embora o filme seja baseado em uma história que realmente aconteceu, é raro encontrarmos pessoas como Chris. Muitas vezes projetos são abandonados porque seus idealizadores acharam que não podiam. Negócios importantes são perdidos porque alguém teve medo de tentar mais uma vez. Como levar projetos adiante? Como adquirir coragem
para tentar mais uma vez—e sempre? O que fazer para desenvolver o otimismo de Chris? 1. Blindagem contra os pessimistas de plantão: a mulher de Chris não acreditava nele. Quando ele lhe disse que seria analista financeiro, ela respondeu: “Por que você não vai ser astronauta?”. Em outras palavras: “Você ficou louco?”. Em vez de se entregar e dizer “É mesmo, você tem razão, eu sou um fracassado”, ele ia para a porta do prédio onde sonhava trabalhar e se inspirava no sorriso das pessoas, na forma com que se vestiam e no seu jeito de ser. Enfim, ele queria ser um deles e acreditava que ia conseguir. 2. Jamais negue um favor: embora pressionado por todos os lados e competindo ferozmente com os colegas de estágio, Chris foi capaz de manter, durante toda a sua luta, o domínio próprio. Mesmo com menos condições e menos tempo para estudar ele fazia das tripas o coração, arranjava tempo para brincar com o filho e se mostrava extremamente solícito com clientes e superiores. Enfim, conseguia vencer o cansaço e focar sua atenção nas necessidades dos outros. Com isso, criou em seu entorno pessoas que torciam a favor dele e não contra. 3. Desapegue-se do passado: em sua trajetória Chris demonstra incrível desapego. Durante o filme foi despejado duas vezes, reduzindo suas posses a um filho, uma máquina de medir densidade óssea, uma mala e dois ternos. Mas seu sonho superava as perdas. Tocava para a frente com força e vitalidade insuperáveis—como se já o tivesse conquistado. Não olhava para trás. 4. Agradeça sempre: no momento em que foi chamado para receber a notícia de que tinha sido o escolhido, Chris estava ocupado ligando para cada um de seus clientes, agradecendo por terem comprado ações dele. Para cada cliente tinha uma palavra de agradecimento sincero. Ele estava agradecendo antecipadamente por algo que seus clientes o tinham ajudado a conquistar: a felicidade!
Ômar Souki é Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos, e autor de 25 livros. www.souki.com.br
tech
Uma nuvem pra
chamar de sua
A nova aposta da tecnologia oferece de graça diversas opções que podem facilitar sua vida e aumentar a produtividade do trabalho em equipe Rafael Balago
P
oder acessar programas, arquivos e sistemas de qualquer lugar. Esta é a promessa da chamada computação em nuvem, que felizmente já está sendo cumprida. O mais conveniente é que grande parte destas ferramentas possui boas versões gratuitas. Além de praticidade, isso pode gerar economia com a compra de softwares. Vamos a alguns exemplos. Lançado oficialmente em 2009 e totalmente gratuito, o Google Docs oferece os tradicionais editores de texto, planilhas e apresentações em versões simplificadas, mas que dão conta do recado e, o mais importante, permitem trabalho em equipe em tempo real. Se um grupo está desenvolvendo um projeto, diversas pessoas podem mexer no documento ao mesmo tempo, sem a necessidade de se enviar constantemente a versão mais recente por e-mail. Há ainda salvamento automático e a possibilidade de exportar o arquivo em vários formatos, como doc, xls e pdf. Como se fosse uma conta de e-mail, os arquivos ficam salvos de forma a poderem ser acessados e modificados a partir de qualquer computador e também de alguns smartphones.
Já para salvar e compartilhar arquivos pesados, como um PowerPoint cheio de gráficos ou com as fotos da última viagem, vale contar com os discos virtuais. Embora muito usados para estocar músicas e filmes de forma ilegal, sites de compartilhamento de arquivos como o 4Shared fornecem
Por falar em músicas, o streaming vem ganhando força sobre o download ilegal, em mais um sinal da força da “nuvem”. Diversos sites, como Deezer e Grooveshark, permitem ao usuário salvar suas músicas preferidas numa pasta virtual, montar listas e ouvi-las depois a partir de qualquer computador conectado. Esse sistema de playlist já existe há tempos, mas a novidade é o aumento do catálogo e um sistema de sugestões de novas músicas com base no gosto musical do usuário. O mesmo começa a acontecer com os filmes no Brasil. Nos EUA, um quarto do vídeo consumido pelos americanos chega por streaming, não apenas para os computadores, mas também para celulares e TVs conectadas à internet. Uma aplicação que seria muito bem-vinda na nuvem é o orçamento pessoal. Num modelo ideal, as compras pagas com cartão poderiam ser lançadas automaticamente em sua planilha de gastos, que estaria à disposição sempre que fosse preciso consultá-la. Isso poderia ajudar a evitar compras por impulso. Assim como acompanhar em tempo real sua situação financeira, pense em outras coisas que hoje você faz apenas no seu computador. Em breve, será possível fazer também em qualquer um com a mesma privacidade. A formação desta nuvem está apenas começando.
Rafael Balago é jornalista e cobre tecnologia, gestão pública e finanças pessoais.
13
Outra ferramenta que pode ajudar no desenvolvimento de projetos, sejam pessoais ou profissionais, é o uso de um banco de dados virtual. Um deles, o Evernote, permite guardar textos, imagens, relatórios e pdfs, organizar tudo por etiquetas (tags) ou cadernos (notebooks) diferentes e consultar tudo com facilidade. Um mesmo banco de dados pode ser utilizado por vários usuários, de forma parecida ao que é feito no Google Docs.
alguns gigas de espaço grátis, e só quem tiver o link poderá fazer o download. Assim, em vez de enviar os arquivos por email, passe apenas a URL e o destinatário baixa tudo depois, sem risco de a mensagem voltar por excesso de peso.
Aluguel de espaço para jovens empresários pode ser uma alternativa
financeira Espaço criado na Inglaterra chegou ao Brasil e inova a relação do jovem empresário com seu lugar de trabalho Ana Krepp
14
Q
uando você saiu da universidade, passou pelo dilema de onde trabalhar e talvez até pela angústia de não estar trabalhando com o sonhado registro em carteira. Até que um dia teve a ideia de montar uma empresa. Acontece que com ela vieram algumas questões práticas a serem resolvidas. E uma delas, quiçá a mais urgente, pode dificultar os planos por ser questão de sorte e de recursos financeiros. O lugar ideal para começar o seu próprio negócio é sempre uma incógnita. Muito porque o sucesso do plano dependerá da viabilidade do lugar escolhido e do estudo do local onde o serviço ou produto que pretende oferecer será exposto. O The Hub, espaço na Rua Bela Cintra, centro de São Paulo, importou de Londres a ideia de oferecer salas com serviço de internet, ar-condicionado tomadas e até café, em planos de aluguel diferenciados, por períodos de mês ou horas. A iniciativa trazida em 2007 começa a criar asas e ainda esse ano aportará em Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro. Segundo Laís Granemann, relações exteriores do Hub, o espaço é ideal para que as ideias dos empresários se tornem realidade. “O Hub é uma incubadora social que estimula a cooperação e a parceria entre os membros, facilitando o acesso destes a um espaço de trabalho, a recursos, ideias, conhecimento e uma rede global vibrante com mais de 3.000 empreendedores de impacto”.
Financeiramente, alugar uma sala no espaço é mais vantajoso do que trabalhar em casa e com custos menores do que alugar um espaço próprio, além das vantagens de estar inserido numa potente rede de networking. E ainda que a intenção seja alugar somente um espaço para reuniões ou eventos, o valor é acessível. Em uma sala para 12 pessoas, por exemplo, o valor cobrado é de 45 reais por hora, com direito a flipchart, quadro branco, cadeiras, mesas, água, café e acesso à internet. Jovem e ainda estudante da Fundação Getúlio Vargas, o empreendedor Diego Reeberg administra uma empresa que promove projetos culturais e é membro do Hub há menos de um mês. Para ele, o aluguel é bem investido. “O que o Hub oferece é muito maior do que a mensalidade, a rede que eles têm construído é algo que não dá pra calcular o valor”. Reeberg trabalha com mais dois sócios e elogia também a localização do espaço, que é de fácil acesso ao metrô e a duas grandes avenidas, Paulista e Consolação, o que facilita o encontro dos três. Os contratos de aluguel podem ser feitos após a visita do futuro membro ao espaço. Havendo simpatia pelo lugar, pelas pessoas e pela filosofia, o tempo mínimo de contrato é de um mês para o caso de aluguel de sala. O que é ótimo para empreendedores que estejam no início da vida empresarial, por não comprometer o longo prazo.
15
Tecnologia e segurança nunca andaram tão juntas em um produto. Aparentemente, a Biometric Wallet é uma carteira comum, mas basta alguém tentar roubá-la para descobrir que ela não abre, de jeito nenhum, a não ser com a impressão digital do dono, captada por um leitor biométrico existente no produto. A tentativa de destruí-la também será praticamente inviável: sua composição externa é feita de fibra de carbono. E, se depois de tudo isso ainda tentarem levá-la, o dono será informado em seu celular por um sinal via Bluetooth emitido pela carteira, disparando um alarme assim que o objeto estiver a 5 metros de distância do proprietário. A Biometric Wallet ainda conta com um porta-cartões de couro e um clip em aço inoxidável para o dinheiro. O preço faz jus à tecnologia: 850 dólares no site da fabricante (www.dunhill.com).
16
Os fãs da praticidade têm agora mais um motivo para comemorar: no final de março foi lançado o desktop Vostro 330 “All in One”, que alia qualidade ao estilo. O computador vem com o processador Pentium Core i3, capacidade de 8GB no disco rígido, tela multitoque e apresenta baixo consumo de energia. Sem falar no design refinado, composto por um monitor WLED Full HD de 23 polegadas e teclado oculto, que ocupa menos espaço na mesa. Tudo isso por R$2199.
Está andando na rua, vê alguma cena interessante e resolve twittar? Com o Samsung Corby isso se torna muito mais fácil. O celular já vem integrado com as principais redes sociais (como Twitter, Facebook, Myspace) e sua tela touchscreen facilita o acesso à internet. A câmera de 2 megapixels vem com detector de sorrisos e ajusta automaticamente a luminosidade ao ambiente a ser fotografado. Junte a isso uma memória interna de 50MB, rádio FM, MP3 player e três opções de capa para você mudar a aparência do seu Corby quando quiser. R$599.
Se você busca o melhor zoom do mercado, pode encontrá-lo na câmera Powershot SX30 IS, da Canon. Ela vem com nada menos do que 35x de zoom óptico, suficiente para captar as melhores cenas das maiores distâncias. A máquina também permite a gravação de vídeos em HD e vem equipada com visor eletrônico e sensor de 14,1 megapixels. Preço médio: R$740.
Já imaginou um fone de ouvido interativo, que vibre no mesmo ritmo da música? Ele existe! Fabricado pela Technocel, o Ear Vibe custa 30 dólares nos Estados Unidos e promete tornar a experiência de ouvir música muito mais interessante.
Sabe aqueles momentos em que você precisa de uma luz? Aposte no lançamento LED MR16 GU5.3 – 12VDC, a primeira lâmpada dicróica do mercado que possui um único LED de 4w ou 6w de potência, para uso corporativo, doméstico e convencional. Além de reduzir em até 80% o uso de energia elétrica, a lâmpada ainda apresenta luminosidade superior às lâmpadas dicróicas convencionais, podendo ser utilizada na maior parte dos reatores e transformadores, sem contar o seu foco direcionado que torna mais aconchegante a luminosidade dos ambientes. À venda desde maio, pelo preço de R$49.
17
Se você simplesmente de-tes-ta que as pessoas espiem o que você está fazendo no computador toda vez que estão por perto, uma dica: instale os novos filtros de privacidade para monitores LCD, lançados pela LG. Os pescoçudos que têm uma visão lateral do seu computador apenas verão uma tela ofuscada por uma mancha escura, enquanto o usuário, à frente do computador, tem uma imagem perfeitamente nítida do que está fazendo. Sacada de mestre!
Brasil estreando como anfitrião de culturas estrangeiras Depois da França, chegou a hora da Holanda comemorar sua presença no Brasil Ana Krepp
18
V
ocê está acostumado a ter notícias sobre festivais de cinema ou de uma semana de gastronomia de um país específico aqui no Brasil, mas um ano inteiro de comemorações de um país é mais incomum. Esse tipo de evento acontece para estreitar as relações entre os dois países quando essas já estão pra lá de boas. Em 2009, houve o ano da França no Brasil em retribuição ao ano do Brasil na França, em 2005. Agora, em 2011, a vez é da Holanda ter um ano de atividades no Brasil. A primeira intenção do tratado para essas comemorações é a de abrir oportunidades para a divulgação do país visitante em termos de possibilidades de comércio e investimento, intercâmbio cultural e educacional e destino turístico. Embora seja recente o envolvimento do Brasil nessas comemorações internacionais, o governo vê com bons olhos esse tipo de relação. “As indicações do governo brasileiro são no sentido de valorizar mais a chamada «marca Brasil» e fazer um esforço de relações públicas para associar o país a imagens que fujam dos estereótipos de paraíso tropical e estejam mais voltadas para características como dinamismo econômico”, conta Maurício Santana, professor especialista em Relações Internacionais da FGV-RJ. Em meio à crise internacional, o Brasil manteve sua economia equilibrada e sofreu pouco com as baixas nos mercados que abalaram tantos outros países. A última década consolidou a posição do nosso país como potência emergente e uma das maiores do mundo. Em 2007, o Brasil foi declarado “parceiro es-
tratégico“ da União Europeia, status concedido apenas aos EUA, Canadá, Japão, Rússia, Índia e China. Todos esses fatores acabaram por chamar a atenção dos países europeus ao verde da sustentabilidade e ao amarelo do dinheiro que a palavra Brasil carrega consigo. Semelhança de valores (a vigência de regimes democráticos, por exemplo), ligações culturais, história comum ligada à colonização e à imigração - além de Portugal, o Brasil já foi colônia, mesmo que por breves períodos, da França, Espanha e Holanda -, são afinidades entre o Brasil e as nações europeias que em conjunção com o cenário citado anteriormente levantam o interesse europeu por criar ações em nosso país. Ao receber uma cultura estrangeira, o país anfitrião tende a ter aumento significativo do turismo e ganhos também na área de comércio e investimentos. As perspectivas são especialmente favoráveis ao Brasil, pois o país ainda é bastante deficiente em sua promoção internacional. A conjuntura torna-se especialmente boa devido ao crescimento da economia e à realização dos grandes eventos esportivos nos próximos anos. Apesar dos deficits expressivos relativos aos problemas do sistema educacional brasileiro, como a escassez de profissionais fluentes em idiomas estrangeiros - mesmo em uma língua tão difundida quanto o inglês -, a capacidade de improvisar e trabalhar com poucos recursos e o comportamento aberto e tolerante nas relações com outras culturas fazem da mão de obra brasileira uma importante característica nos investimentos estrangeiros que se dão em ações de anos de um país em outro.
O ano é da Holanda, a oportunidade é brasileira Não é a primeira vez que a Holanda invade o Brasil. Só que dessa vez a invasão é pacífica. Em 1630, os holandeses aportaram em Pernambuco, tomaram as terras do domínio de Portugal e lá ficaram por 24 anos, até que foram expulsos por um exército português preparado e decidido a retomar o comando. Durante os anos em que as terras ocupadas foram chamadas de Nova Holanda, o nordeste foi palco de ações de desenvolvimento urbano e cultural que marcam até hoje a região. Com o mesmo espírito modificador de 400 anos atrás, a Holanda vem esse ano ao Brasil trazer novidades e oportunidades por meio de suas ações nos âmbitos político, econômico, cultural e esportivo. Foi no dia 4 de março que a presidente Dilma Rousseff sancionou o projeto de lei instituindo 2011 como o ano da Holanda no Brasil. Esse ano foi especialmente escolhido por ser a comemoração do centenário da maior imigração holandesa em terras brasileiras. Tudo começou em Carambeí, Paraná, em 1911, e hoje vivem no Brasil mais de 20 mil holandeses. Para a Holanda, o ano começa com grande satisfação pela oportunidade de estar no Brasil e de compartilhar êxitos econômicos. “O Brasil é uma força mundial emergente política e econômica e de crescente importância para a Holanda. De um lado, a Holanda como porta de entrada para as exportações brasileiras na Europa. Do outro, somos um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil”, afirma Kees Rade, embaixador do Reino dos Países Baixos no Brasil. Os países baixos são o segundo maior investidor no Brasil, com um total de 53 bilhões de dólares aplicados, algo em torno de 12% do investimento mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos. Além dos ganhos com os investimentos, eles ainda representam grande parte dos consumidores dos nossos produtos. Somente em 2010, exportamos para eles 10,2 bilhões de dólares.
19
Para Maurício Santana, a Holanda é um importante parceiro econômico para o Brasil principalmente por conta do porto de Roterdã, que funciona como um entreposto distribuidor de produtos brasileiros para várias outras nações europeias.“O elo do ano da Holanda no Brasil é importante pela perspectiva de atrair capital holandês, ou de outros países da União Europeia, para a modernização da infraestrutura brasileira, que ainda é muito ruim. Esse é um dos principais objetivos do PAC-2”.
O embaixador confirma a importância do porto de Roterdã na rota comercial entre os dois países e a perspectiva do especialista em relações internacionais sobre a melhoria na qualidade da infraestrutura brasileira. “A expertise holandesa em áreas importantes para o Brasil no momento que deverá se preparar para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas do Rio de Janeiro e as inúmeras oportunidades de cooperação serão possíveis entre os nossos países no âmbito da construção e operação de estádios e também na área de infraestrutura, segurança e em diversos serviços de apoio e equipamentos desportivos”. Com a intenção de firmar as parcerias políticas e econômicas, haverá missão do prefeito e de representantes do porto de Roterdã, seguida por outras delegações de negócios e políticos que devem visitar o país. De olho na eficiência energética de baixo impacto, a Holanda, segundo Rade, já tem planos para a reconhecida referência global do Brasil na produção de etanol de cana-de-açúcar. “Queremos fortalecer a exportação do produto brasileiro ao mercado europeu e transformar o país no principal fornecedor do combustível na União Europeia que, até 2020, tem como meta ampliar as fontes renováveis da sua frota em até 20% e, com isso, reduzir a emissão de CO2”. Pensando em intensificar a parceira já existente entre as duas nações, o evento aposta na cultura para mediar a interação entre público e arte. Cariocas e paulistas terão a chance de ver a Orquestra Filarmônica de Roterdã e também de acompanhar a companhia de dança Introdans, que se apresentarão ao longo do ano nas duas capitais. Com patrocínio de empresas holandesas no Brasil, os brasileiros terão a oportunidade de conferir uma exposição internacional de fotos e um festival de cinema holandês.
20
A chance de estudar na Holanda
“Bom para o Brasil é bom para a Holanda também”
Se você concluiu a graduação em uma universidade brasileira no último ano, domina o inglês, tem menos de 35 anos e muita vontade de continuar os estudos na Holanda, parabéns, você já tem mais de meio caminho andado para o sonho! O programa de bolsas de estudo Huygens, promovido pelo governo holandês, concede bolsas integrais aos estudantes internacionais de excelência, arcando com todos os custos relativos ao curso universitário e oferece ao aluno uma ajuda de custo de 1380 euros. Após concluir qualquer curso de ensino superior em uma universidade holandesa, o país oferece a possibilidade de extensão do visto estudantil por mais um ano. Assim, o estudante pode procurar um emprego de nível superior e colocar em prática o que aprendeu nas universidades. Mas não é só por empresas fomentadoras de estudo e trabalho que você poderá conhecer e descobrir as oportunidades que o país oferece. O visto não é necessário para viagem turística, você pode viajar para conhecer e ir aproveitando para fazer networking internacional. A embaixada aproveitou para convidar os jovens talentosos e inovadores a fazerem parte de um mercado de valor agregado, como é o caso da Holanda. O ministério de assuntos econômicos, da agricultura e inovação também pode orientar o jovem investidor quanto às possibilidades de comércio no país laranja.
Apaixonado por bossa nova e por uma brasileira, o holandês Gerrit Jan Teunis Dordmond não teve dúvidas em trocar a fria Amsterdam pela chuvosa Florianópolis. Chegou ao Brasil em 2005 de mala e cuia. Mas como nem só de amor vive o homem, Gerrit não podia ficar desempregado. Ainda mais num país com tanto potencial para investimentos. Ele estudou bem o mercado de acessórios para motos – havia sido gerente de vendas em uma loja nesse ramo por 11 anos na Holanda – e decidiu iniciar sua empreitada como empresário no país abaixo da linha do Equador. O primeiro obstáculo foi a língua. O português não é uma língua fácil pra quem não aprendeu a falar na raiz do latim. Gerrit fez curso particular e usou e abusou da ajuda de sua esposa para aprender o mais rápido que pôde a se comunicar com brasileiros. Ainda que more e trabalhe no Brasil, o holandês continua realizando transações comerciais com a Holanda. Sua empresa, a Dordmond Comercial Importadora de Acessórios para Motos, importa produtos da Lookwell, que atua no mercado holandês desde 1974. A dificuldade em aprender a negociar com o jeito peculiar do brasileiro foi sua principal dificuldade. “Fazer negócios exige muito mais do que ter apenas um bom produto. Na Holanda os negócios são muito mais objetivos”, conta. Mas apesar disso, ele aposta no futuro do país que o recebeu. “Acredito que em 10 anos o Brasil será competitivo e um exemplo para a Europa”. A entrada de empresários estrangeiros no Brasil tem
sido positiva, pois traz know-how. Além disso, coloca os produtores nacionais em estado de alerta, forçando, assim, o aumento da qualidade de seus produtos para continuarem competitivos. Gerrit se diz aberto a ajudar outras empresas que queiram abrir negócios no Brasil. Segundo ele, os empresários estão interessados em saber como funcionam as burocracias, as oportunidades de negócio e o início de uma vida no Brasil. “Um grande problema é obter confiança de cliente e bancos e contratar boas pessoas em que possa confiar”, desabafa. Para ele, os nichos de mercado que oferecem maior oportunidade ao investidor estrangeiro são: comida (queijo), infraestrutura, software e redes de distribuição de produtos. Já o empresário brasileiro que queira se arriscar em terras holandesas pode apostar na demanda por energia. Essa é uma solução que o Brasil pode oferecer com a exploração de seus recursos naturais. Os profissionais de engenharia petroquímica, engenharia ambiental e geologia saem na
frente na corrida pelo mercado internacional. O empresário acredita que o Ano da Holanda no Brasil beneficiará as relações dos dois países. Além de disseminar uma boa imagem de ambos, oferecerá oportunidade de trabalho em conjunto. “Minha forma de trabalhar é como a da Holanda: baseada no ganha/ganha. O que é bom para os nossos clientes é bom para nós. O que é bom para o Brasil é bom para a Holanda também. Devemos somente alinhar o que é melhor nos dois países. Apesar do começo difícil, em que precisou passar por toda a burocracia para que tudo estivesse correto e dos dois anos que levou para conseguir a documentação completa, seus negócios começaram a crescer rapidamente de um ano pra cá. No meio geográfico de três outros grandes estados – Porto Alegre, Paraná e São Paulo -, a Dordmond conta com quatro funcionários, trabalhadores terceirizados e representantes de vendas em seis estados no Brasil.
Pontos fortes do Brasil e da Holanda segundo o empresário holandês investidor no Brasil Brasil:
Holanda:
Um mercado em alto crescimento Muitos jovens com o desejo de melhorar sua vida e seu país Disponibilidade e abundância de recursos dentro de suas fronteiras 190 milhões de consumidores com poder aquisitivo em constante aumento Autosuficiência de recursos
Um país forte em alta tecnologia População altamente educada O portão de entrada da Europa Mente aberta para soluções Prático e eficaz em fazer negócios
21
Árvores linkadas Entre um twitt e outro você sempre manda aquele link encurtado para seus seguidores? Então chegou a hora de conhecer o Verd. in, um redutor de URLs com um diferencial supimpa: a cada mil endereços diminuídos, ele planta uma árvore. Embora o projeto ainda esteja em fase de experimentação, ele pretende se expandir mais, mas para isso será necessária sua colaboração: siga o @Verdin_Oficial no Twitter, leia as novidades no blog oficial e encurte seus links acessando este outro link, www.verd.in/. Boa colheita!
Vida pós-uso Sim, há vida após o término. Ao menos é o que ocorre às embalagens de detergente Buena Vibra, o mais novo projeto conceitual criado pelo Studio Armadillo. Quando o emulsificante acaba, o envoltório que antes abrigava o produto pode ser jogado como game e não mais fora. Isso mesmo, as embalagens vazias viram pinos de boliche! A coleção completa tem todas as essências e ainda vem com uma bola para o jogo. Um strike de criatividade!
CeLl de sol
22
Aos ecologicamente aventureiros, um novo norte: o celular dos sonhos chegou. Com um painel solar na parte traseira do equipamento, o Umeox Apollo, da Intivation, foi criado para grandes façanhas: com um acabamento emborrachado e reforçado contra quedas, o smartphone com touchscreen possui câmera frontal e traseira, mapas, altímetro e ainda aceita Android 2.2 Froyo, contando com um slot de expansão de memória compatível aos cartões microSD. O preço é o mais surpreendente: US$ 100. A pechincha está disponível desde maio na Europa, Índia e América Latina.
Xícara comestível Já foi a hora do copo, agora é a vez da xícara comestível. Desenhada pelo venezuelano Enrique Luis Sardi em conjunto com a empresa de café italiano Lavazza, a sacada do Cup Cookie deve-se graças a uma tampa interna de açúcar de confeiteiro bastante resistente ao calor e à umidade de um delicioso café expresso, assim a xícara não se desmancha nas mãos e derrete somente na boca.
Jardins suspensos Você pode não ter os jardins suspensos da Babilônia, mas certamente poderá ter uns jardins verticais na sua parede ou, mesmo, dentro da sala do seu escritório. É o WallGreen, da ThermoGreen Tecnologia Ambiental. Criado para poder cultivar plantas em lugares inusitados, o produto possui um sistema modular que possibilita a montagem de nichos sequenciais, suportando o peso de plantas ornamentais mesmo distantes do chão. E os benefícios não param por aí: os jardins poderão refrescar os ambientes e diminuir o uso de ar condicionado, melhorar a qualidade do ar e ainda criar um isolamento acústico natural, visto que as plantas diminuem a reverberação de ruídos externos e internos. Agora, sim, os seus planos de montar um jardim não serão mais suspensos.
Só mesmo no Japão. Cycloclean é a bicicleta oriental que ajudará as áreas pobres de Ásia a ter água potável. Idealizada pela Nippon Basic, a bicicleta conta com um sistema de purificação acionado através de pedaladas. Capaz de produzir até cinco litros em apenas um minuto, a Cycloclean é a aposta do mercado e dos habitantes de Bangladesh.
23
Bicicletágua
Construções sustentáveis ganham adeptos e materiais inusitados
O material “verde” não é dos mais baratos, mas compensa pelo valor que economiza da natureza Ana Krepp
24
A
ções sustentáveis deixaram de ser exclusividade do público ecologicamente correto e passaram a fazer parte da rotina de muita gente. Tudo fica mais fácil com a conscientização de que precisa separar o lixo orgânico do reciclável, por exemplo. Fácil para reciclar e para manusear as lixeiras. A revolução verde não para e agora, além de tomar medidas mais conscientes dentro de casa, a tendência é construir a própria moradia com materiais recicláveis. Se não te anima a ideia de construir uma casa inteira, existe a opção de reformar ou até instalar um sistema de água ou iluminação natural. Mas como aprender a construir casas com material reciclável? Hoje em dia existem organizações especializadas, como é o caso do instituto Ipema, sediado em Ubatuba, que oferece o curso de “Habitações Sustentáveis” uma vez por ano. O curso é dado, geralmente, pra uma turma de 30 pessoas bastante diferentes, mas que tem em comum a vontade de minimizar sua pegada ecológica no nosso planeta. A primeira dúvida que surge é se uma construção feita de material reutilizado é tão segura como as construções comuns. Marcelo Bueno, diretor do Ipema, garante que sim e afirma que em alguns países da Europa essas técnicas já vêm sendo utilizadas há algum tempo. Mas alerta para as dificuldades na introdução dessa técnica em nosso país. “No Brasil teremos um processo bem lento por causa do conservadorismo do povo brasileiro. Quando eu estudava arquitetura, foi introduzido o bloco de concreto na construção civil, e a casa de bloco, no início, não foi bem aceita porque acreditavam que era menos resistente que uma casa de tijolo”.
Bons exemplos de desempenho de materiais sustentáveis são as tintas minerais - que duram mais porque aderem à parede por efeito de coesão e cristalização. No caso das tintas convencionais, é formada apenas uma película que sela a parede e deixa a superfície exposta à umidade e bolhas. E o cimento CPIII, constituído em cerca de 70% por resíduos da indústria siderúrgica. Esse é mais barato que o da linha CPII. Pode não ser fácil encontrar materiais sustentáveis em qualquer loja, porque elas tendem a não colocar esses tipos de produtos nas principais prateleiras. Tanto pelo preço, que em geral é um pouco mais caro, quanto à recusa do consumidor frente ao produto que ele ainda não conhece. No caso dos materiais de acabamento e revestimento, os preços estão sujeitos aos valores impostos pelos comerciantes que, segundo Márcio Araújo do IDHEA, costumam se aproveitar do desconhecimento do consumidor. “Já no caso de tecnologias, como aquecedores solares, o preço um pouco elevado que se paga no sistema é válido e retorna com o uso do equipamento”, completa. Esse tipo de prática tem sido cada vez mais procurado não só por consumidores, mas também por empresas que buscam construções sustentáveis ou reformas ecológicas para, principalmente, apelar para o marketing e para a visibilidade que a ação pode acarretar. No caso da Escola Viva (toda construída com base na sustentabilidade), em São Paulo, Marta Villares diz ter sido uma questão de valor socioambiental que está nas ações práticas da escola. Apesar das dificuldades de preço e acesso aos materiais, Marta ressalta o que valeu a pena. “Aproveitamento da água da chuva, pisos externos permeáveis e de fácil manuseio e a beleza dos materiais”.
Luiz Pereira, sociólogo e mestre em Agroecossistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, iniciou suas experiências com a construção sustentável por uma questão prática: não havia como levar tijolos ao local da construção. Olhando ao redor só encontrou bambus e garrafas pet. Com esse material ali, dando sopa, ele resolveu construir uma parede de ‘pau-a-pet’. Daí pra frente só aprimorou materiais e técnica e hoje constrói o que for preciso. Sobre um telhado de garrafas pet e cimento, Pereira expli-
ca. “A grelha de garrafas e aço conferiu à estrutura uma leveza incomparável. Como a forma das garrafas propicia a elasticidade do concreto, gasta-se menos cimento e ganha-se uma estrutura com excelente isolamento térmico e acústico”. Embora tenha habilidades adquiridas com experiência, o professor não abre mão da ajuda de um profissional. “Essa estrutura teve o suporte técnico de um engenheiro civil, e foi pensada para suportar uma carga de cem pessoas sobre ela”.
Conheça as alternativas para a sua construção Água: Tratamento Biológico de Esgoto, Aproveitamento de Água da Chuva, Reuso de Esgoto Tratado, Eco-Lava Rápido, Filtro Central, Cisternas, Sistemas de Ozônio, Sistema de Desinfecção de Água Energia: Aquecimento Solar de Água, Energia Fotovoltaica, Energia Eólica Produtos: Piso de Bambu, Ducha Oxigenycs, Telhado Verde, Tinta Mineral Natural, Madeira Plástica, Jardim Vertical, Misturador Automático, Exaustão de Odor
25
(Arquivo pessoal de Luiz Pereira): Telhado de garrafa pet que ajudou a economizar cimento
moda, beleza e estilo
DNA renovado Abra a tampa e encontre células-tronco prontas para agir em sua pele. Esse é o Stem Cell Repair Moisturizer, creme que repara danos no DNA da pele, nutrindo-a e favorecendo o crescimento de novas células. Seus componentes antioxidantes e óleos vegetais melhoram a aparência e a flexibilidade da pele, além de eliminar linhas finas na região dos olhos. Da Juice Beauty. R$ 140.
Passos customizados Você que gosta de ter estilo próprio ao se vestir, pode contar com a Sneakart para incrementar seu visual: no site da empresa (www.sneakart.com) você pode escolher diversos modelos de estampa e a área do tênis onde quer aplicá-la. Para os criativos de plantão, ainda há a possibilidade de desenhar sua própria arte, solicitando a película e a canetinha. Basta ter um tênis de couro branco e uma veia artística.
Hidratação e cor É só dar um pulinho na farmácia perto da sua casa para encontrar batons de boa qualidade e duração. A linha Hydra Extreme, da Maybelline, oferece cores intensas e ainda garante 8 horas de hidratação aos seus lábios, graças à presença de agentes como colágeno e alantoína. A textura cremosa dá volume aos lábios, sem deixá-los pegajosos. O preço também é uma tentação: em torno de R$15.
Pós-barba Fazer a barba é uma atividade que, embora rotineira, pede cuidados especiais. Invista em produtos para o rosto, como o gel pós-barba ForMen, da Dermage, que além de hidratar a pele e protegê-la dos efeitos nocivos dos radicais livres, retarda o crescimento dos pelos. Sua fórmula contém ácido hialurônico e vitamina E. Preço: R$ 39.
26
Clique na boutique Quer fazer compras sem abandonar o conforto de sua casa e ainda evitar filas quilométricas em dias de liquidação? O Google investiu nessa ideia e criou o Boutiques.com (www. boutiques.com), site de busca específico para encontrar lojas que vendem seus produtos online. Um ótimo canal para os designers de moda divulgarem suas criações. É possível ainda baixar um aplicativo para visualizar o site em seu iPad. Por enquanto a boutique digital restringe-se aos internautas norte-americanos e apresenta apenas coleções femininas, mas há planos de levá-la a outros países e incluir coleções masculinas e infantis
2.0
Abaixaqui Para quem já está cansado de baixar uma série de programas e ver seu computador correr a passos de tartaruga, o Download Accelerator Plus pode ser uma boa. O gerenciador de downloads divide o arquivo em pequenas partes para baixá-lo aos poucos e depois procura novos servidores que disponham do mesmo arquivo para evitar que o congestionamento no servidor prejudique o download. O programa tem a opção de baixar todos os arquivos de uma vez só ou um a um, oferecendo também a possibilidade de controlar a velocidade de transferência e programar o desligamento do computador quando todos os arquivos forem baixados. O programa integra-se bem no Firefox, Explorer e Opera.
Organicondutores Um microprocessador flexível de semicondutores orgânicos é a mais nova atração do Centro de Tecnologia IMEC, na Bélgica. Com um chip de 8-bit e 4 mil transistores, a novidade foi feita com camada de plástico coberta por uma película de ouro de 25 nanômetros. Dentro há um dielétrico orgânico resistente à eletricidade e por cima é passada outra nanocamada de ouro, onde ficam os semicondutores orgânicos. Para os inventores, poderá ser útil para envolver canos de água e detectar a temperatura ou para embrulhar alimentos e informar quando a validade expirou, por exemplo.
Papel elétrico Enquanto isso, na Universidade de New South Wales, um grupo de jovens australianos resolveu inventar um papel plástico condutor de eletricidade. Isso mesmo. O polímero de características metálicas, mais eficiente que a platina, pode até conduzir uma corrente elétrica com zero de resistência, se resfriado em temperatura baixa. Segundo os pesquisadores, o novo plástico condutor pode representar a nova geração de eletrônicos devido às características maleáveis, resistentes e de baixo custo do produto, que podem facilitar a produção de novos equipamentos.
27
Fala que nós te escutamos
Se você já era fã do Twitter, agora vai poder ser ainda mais ouvido pelas redes sociais. Chegou o Blaving, microblog de mensagens por voz. Com ele você posta mensagens de voz de até dois minutos, segue e é seguido, se integra com as principais redes, recebe no layout uma lista das tags mais comentadas e permite fazer comentários nas mensagens dos outros, além de poder favoritar as “vozes” mais interessantes. Enfim, uma voz no fim do túnel.
Um PLANO B
na manga
Numerologia, meditação, florais de Bach... por que essas medidas alternativas podem melhorar sua qualidade de vida Celeste Mayumi
28
S
e – só para garantir – você tem a mania de ler o horóscopo todos os dias para ver se o Sol está em Mercúrio ou em outras conjunções planetárias, tenha certeza de que esta matéria caiu do cosmos para você. “Comecei como uma busca pessoal. Uma necessidade de me conhecer melhor”, assim relata Fabíola Carvalho, que há mais de sete anos busca o autoconhecimento com base em atividades alternativas como Astrologia, Numerologia, Yoga e Meditação. “Hoje vejo a saúde de uma forma mais integrada. No trabalho, essas práticas me ajudaram a ter tranquilidade e serenidade. Agora tenho mais clareza para os momentos decisivos”, pontua positivamente a sócia e diretora de atendimento do Grupo Ópera. À procura por melhor qualidade na vida e no escritório, Fabíola também pratica Pilates e exercícios aeróbicos no Parque do Ibirapuera. O segredo para conseguir conciliar tantas atividades, segundo ela, é manter uma agenda organizada por prioridades. Usando a Numerologia para fechar melhor os negócios, já alterou o número da localização de onde trabalha para promover ainda mais o sucesso do empreendimento. “Cada número tem a sua vibração, o seu significado inte-
rior. O número da casa nos ajuda a conectar com a vibração que precisamos vivenciar e experimentar em determinado momento da vida”, justifica a empresária. Sobre isso, o psicanalista Ricardo Fera – autor de A Escolha: A Ciência e a Tradição se Encontram – opina que tudo o que não pode ser investigado sob o crivo da razão deve ser tomado com reserva. “O que é real faz bem, cura. O que é fantasia é inócuo ou leva ao erro.” Segundo ele, a neurociência comprova que as áreas que o cérebro ativa diante do fato real ou da lembrança são praticamente as mesmas. Assim, para efeito bioquímico, o que se acredita tem o mesmo efeito que o real, esse é o chamado efeito placebo. Tanto a Numerologia quanto o Feng Shui e a astrologia chinesa ou grega são processos de autoconhecimento enraizados pela observação das leis da natureza e aprimorados por mestres ao longo da história da humanidade. Seu uso, porém, assim como a adivinhação, “não foram ensinamentos dos mestres, mas adaptações feitas por seus discípulos”. Já quanto aos horóscopos de jornal, o psicanalista é cético ao relatar que essas notinhas diárias não têm quaisquer cuidados técnicos que mereçam ser levados em consideração, “eles são frases soltas que servem para qualquer pessoa”. Mas nem tudo é embromation no mundo cósmico. Há estu-
dependentemente da ciência, o que é verdadeiro ou não. Para saber identificar um do outro, o psicanalista dá uma dica já apresentada pelo médico cardiologista e escritor Deepak Chopra: o coração. “O uso dele como sistema de inteligência e sabedoria consegue traduzir infinitas conexões relacionais em apenas duas sensações: bem-estar ou mal-estar.” Assim, se algo o incomoda, por mais lógico e científico que pareça, fique alerta. Sua inteligência emocional é sábia e pode orientálo melhor por qual caminho se enveredar. Esta “é a diferença de subirmos uma montanha com ou sem ferramentas. Com ferramentas temos mais clareza e maiores chances de sucesso”, metaforiza Fabíola Carvalho. E talvez esta seja mesmo a chave. Todas são opções que mostram o caminho, características, habilidades, dificuldades e, principalmente, autoconhecimento. Portanto, fique consciente de que o universo não se move sem NASA: Nada Acontece Sem Ação. Nem mesmo a Terra roda sem causa e é no meio desse monte de números, letras e signos que buscamos explicação para o que não pode ser explicado. É crer ou não crer, essa é a questão, eis a alternativa.
29
dos na USP, como a astrologia científica, que apenas analisa vidas de pessoas conhecidas na história e já falecidas, buscando verificar se os mapas astrológicos coincidem com seu passado. Outro exemplo são os florais de Bach, essências florais que agem nos corpos sutis do ser humano. Eles ainda são pouco explorados pela ciência convencional, embora já haja inúmeras evidências de resultados obtidos, inclusive no uso com animais, fato que impede o fator placebo. “Um cão doméstico ou uma vaca, por exemplo, não tem como acreditar que o remédio vai acalmar ou ampliar a produção de leite. Eles não têm compreensão para isso”, ressalta o psicanalista. Neste caso, os resultados revelam por si mesmos. Então há – sim – um baseamento científico para boa parte dessas “atividades alternativas”, só tome cuidado para não misturá-las no caldeirão das superstições. Estas são crenças vazias enquanto as medidas alternativas, se verdadeiras e apoiadas nas tradições milenares, são o resgate de um modo de harmonizar o ser humano com o meio e as Leis Universais. Um exemplo disso é a medicina chinesa antiga, famosa por promover cirurgias sem anestesia usando apenas pontos da acupuntura. Tudo sem dor e sem química. Por isso é necessário ter cautela na hora de investigar, in-
SÉCULO XXI: VOCÊ SE SENTE VENDIDO OU SABE SE VENDER? Você sabia que pessoas vendem o tempo todo? Nesta era da informação e do consumo, saber negociar é muito mais do que trocar produtos, é também uma troca de conhecimento e valores
30
Marcelo Ortega
V
ocê já notou como o mundo dos negócios mudou de 10 anos para cá? Antes nossos pais diziam que o estudo era tudo na vida. Que por meio dele se conquistaria o tão almejado destaque no mercado de trabalho, que cursar uma boa faculdade bastaria para se ter sucesso. Antes, os profissionais liberais, tais como médicos, dentistas, advogados, arquitetos entre outros, eram vistos como gente muito importante e promoviamse com diplomas na parede de seus consultórios e escritórios bonitos e caros, sem tanta concorrência e preocupação com seus pacientes-clientes, pois eram únicos e endeusados pelo mercado. Há uma década, vender era uma função só para profissionais menos capacitados, a tal profissão da exclusão. Quando alguém ficava desempregado, era muito comum aparecer logo alguém dizendo: “Por que você não vai vender alguma coisinha para se virar?”. Hoje, em pleno século XXI, o mundo dos negócios é totalmente voltado à conquista e retenção do bem mais valioso de qualquer empresa: o cliente. Ele é a unidade de lucro mais sólida que podemos ter. Não se trata somente de analisar o aspecto empresarial, mas também do pessoal: para conseguir um emprego, é preciso muito mais do que um bom currículo que aponte a formação
em curso superior de uma boa faculdade. Agora, ter pós-graduação, mestrado e MBA não garante mais nada a você diante de tanta concorrência. Um consultório ou um escritório precisa ser mais que bonito, necessita ter clientes que se sintam atraídos e cativados a continuar ali comprando. Certamente, alguém poderá até copiar a beleza de sua empresa, seja uma loja ou um escritório. Mas ninguém poderá copiar você e sua equipe, sobretudo o modo como atendem e encantam seus clientes. Nunca se falou tanto em pessoas e no famoso CHA: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes que determinam o sucesso pessoal e o profissional – embora não se possa separar tanto essas últimas duas áreas, porque também é valorizado hoje o quão congruente é cada um de nós nas 24 horas do dia. Congruência é coerência naquilo que falamos, fazemos e especialmente no que somos. O empresário que prega valores éticos e morais enquanto está engravatado, mas atira papel pelo vidro do carro, fura a fila do cinema e maltrata o porteiro do prédio, não terá respeito de seus funcionários por completo. A pessoa que não der valor a essa crescente necessidade de novas competências estará vendida diante da concorrência acirrada, que visa muito mais o valor do que o preço final.
31
32
Questões pertinentes Quanto vale o show? Quanto cada um de nós vale no mercado? Qual é o seu diferencial? Pois para ter esse valor e saber diferenciar-se é preciso saber vender e se posicionar bem perante seu grupo social, tanto no trabalho, como na escola, na família etc. Vivemos na era da sensibilidade, onde as pessoas são percebidas e escolhidas pelos mínimos detalhes. Todos somos vendedores e promotores de nossas próprias figuras, um marketing pessoal que não se faz somente pela estética, mas pelo conteúdo e atitude. Num supermercado, muitos produtos são escolhidos diariamente, mas outros perdem o prazo de validade e essa é a lei de mercado. Não basta ser bom, é preciso parecer bom e ter relevância no momento certo, na hora certa, no lugar certo. Por isso, meu caro leitor, reflita: você sabe se vender ou ficará vendido e vencido neste mundo em que tudo vira commodity? Da tecnologia ao Homem, tudo perde valor quando não há por trás um bom vendedor. Saber vender é uma habilidade notável e definitivamente importante para quem busca sucesso profissional. Além disso, quem vende bem, ainda que seja a venda de suas ideias, atinge ótimos resultados também na vida pessoal. Pessoas vendem o tempo todo. Você vendeu alguma coisa hoje? Sim, vendeu! Mesmo sem ser profissional da área ou sem se considerar apto para o assunto, você deve encarar-se vendedor(a) em diversos contextos de sua vida, vendendo ideias, projetos, opiniões, negociações, produtos, serviços... Negociar pode ter como definição: o ato de convencer, atrair atenção e desejo ou ainda promover convergência de interesses entre pessoas, mas em essência, esta arte é um comportamento quase que indispensável nas relações humanas. No trabalho, em casa, no casamento, inclusive, temos que negociar e muito, certo? Na conquista de um novo emprego ou na manutenção de nossa posição atual na empresa
também temos que ser empáticos e convincentes de nossas ideias e valores, concorda? Na busca de uma promoção para o crescimento na carreira ou mesmo no relacionamento entre pessoas diferentes com quem passamos mais tempo, então, a situação piora: saber se vender, convencer e negociar faz parte do processo de vendas, ainda que seja a venda de ideia, de nossa imagem, de nossas propostas e planos para o futuro. O vendedor competente é mais do que uma personagem do mundo dos negócios. É um privilegiado indivíduo que terá continuamente mais apreço no mercado, mais chances de vencer na vida pessoal e profissional. E mais, um forte candidato a ocupar cargos de liderança ou de ser bem-sucedido ao empreender seu próprio negócio. Afinal, o dono é o maior vendedor da sua empresa, ou não? Se você pensa diferente de mim, por favor, não sabote esta leitura. Entendo que muita gente quer passar bem longe do rótulo “vendedor“ e crê que não serve para isso. Quando afirmo que todo mundo vende, uso em parte minha história como profundo apaixonado e estudioso por vendas, mas principalmente recorro ao lado comportamental e não funcional do cargo que você ocupa no trabalho. Mesmo que não trabalhe, ainda assim, é vendedor de sua imagem. Vender-se é uma atividade que todos praticam, o mundo clama por quem saiba atuar bem nisso. Por viver de vender há mais de 20 anos e treinar vendedores e líderes há mais de 12, sinto-me intensamente motivado com o cenário que se configura para as próximas décadas. Nelas, o sucesso individual e coletivo das pessoas dependerá do entrosamento, da confiança, do trabalho em equipe, dos ganhos que temos ao trocar nossas experiências e, sobretudo, da absoluta certeza de que terei trabalho por toda vida, já que tudo isso é o que configura o vendedor de sucesso: entrosado com o interlocutor, confiável, humilde, cooperativo, que sabe vender valor e não apenas foca nas cifras.
A história A venda iniciou na época dos fenícios, quando ainda se tratava de uma troca comercial, escambo ou permuta. Imagino que um dizia ao outro: “Eu tenho um jarro, você tem outro. Logo, temos dois e podemos vencer a concorrência dos demais, que só têm um”. Hoje ainda se pratica esse modelo de aliança competitiva, afinal, ninguém vive sozinho e as maiores empresas entenderam que o mercado é cruel. É o cliente quem manda mesmo. É possível encontrar peças da Ford dentro de um Fiat e peças da Volkswagen em ambos. Isso é apenas um exemplo. O que define sua escolha por qualquer marca de carros não é a peça que o compõe, mas o ganho que terá, e isto pode ser completamente diferente para outros compradores. Há um tempo, comprei um carro por questão de realização pessoal. Sempre quis um conversível. Não para esbanjar, pois quem me conhece sabe que não ligo muito para status, posição social. O carro é para mim como se fosse uma moto, já que não tenho uma por receio. Ele me proporciona uma sensação única de liberdade, relax total, curtição. Mas o vendedor tentou várias vezes me oferecer um modelo perua, com porta-malas enorme, uma vez que quando fui à loja estava com meu filho e minha esposa. Acha que isso acontece só nas vendas profissionais? Em casa, quando a esposa prepara um dia especial para um jantar bacana, com aquele tempero especial no arroz com feijão, na salada e ainda capricha no
bife, é uma maravilha. No entanto, quando ela faz um pouquinho de chuchu (para ela mesma), o maridão observa (reclamando normalmente) exatamente o que destes itens? Ele observa aquilo que não gosta e pré-julga o que ela fez para ele. Daí, logo reclama: “Chuchu de novo!”. Caramba, com todos os outros itens do cardápio para o jantar especial, no que muitas vezes as pessoas prestam atenção? Aliás, casamento e vendas são a mesma coisa. Como diz meu amigo e palestrante Claudio Tomanini, sexo e vendas também são iguais: ambos demandam confiança, sintonia, afinidade, desejo e, principalmente, necessitam de prazer e pós-venda. No casamento, a venda e a negociação são constantes. Ele ou ela não podem trocar as charmosas e carinhosas palavras da época de namoro pelos péssimos adjetivos e predicados que se atribuem. Mas vamos mudar de novo de situação e voltar à empresa, à conquista de uma vaga de emprego.
É
muito bom ter um currículo invejável. Muitos se formam no exterior, fazem especializações fantásticas, MBAS etc. e tal. Mas, durante a entrevista de seleção, a pessoa performa muito mal, é insegura, pouco expressiva, comunicativa e carismática. Sendo incapaz de expor suas ideias, como pode ajudar aquela empresa com sua forma de ser e com seu conhecimento? Valem muito as partes do comportamento e da atitude. Por isso, de novo entramos no cenário de que vendas é um comportamento e não um departamento empresarial.
33
SABE VENDER OU ESTÁ VENDIDO?
SENTE-SE VENDIDO
Numa entrevista de emprego
Destaca-se por sua atitude e forma de se expressar. Comunica-se bem e deixa claro aquilo que interessa ao entrevistador, mostrando a maneira como poderá desempenhar bem sua função na empresa, trazendo lucro e resultados
É pouco expressivo, não tem uma postura de destaque e não expõe bem aquilo que pode somar à empresa se for contratado(a). É comum reagir apenas respondendo o que lhe perguntam e não ocupa posição preferencial no processo de seleção.
No trabalho em equipe
Lidera ou contribui muito com seu líder. Tenta se tornar um líder se ainda não o é. É aquele que promove cooperação vendendo ideias e facilita a compreensão de todos os demais sobre metas e resultados a serem atingidos.
É liderado e resignado. Não tem voz de comando, nem iniciativa na hora de convencer alguém sobre suas ideias, que até podem ser boas, mas são perdidas pela insegurança. É mais um executor de tarefas do que um conhecedor das causas.
Quando atua realmente em VENDAS
Conquista os melhores cargos e atinge os melhores resultados. Consegue mais facilmente apoio da empresa na obtenção de suas metas. Tem simpatia dos colegas, dos clientes, das pessoas que o cercam. Tende a se tornar um campeão e um gerente de vendas pelo carisma nato.
Está em vendas, não é do ramo. Entrou por falta de opção e é focado apenas na remuneração. Instável, desmotivado no trabalho. Sofre ao ter que abordar clientes e abrir oportunidades de negócio. Limitase a ganhar o mínimo e se esconde para não perder o emprego. Normalmente, não vence.
Quando lidera na empresa ou na sociedade
Convence e inspira as pessoas de sua equipe ou meio social sobre ideias novas e projetos que pretende programar. É um líder energético, carismático e motivador. Tem o apoio da maioria, especialmente pelo seu lado comportamental, bom nas “relações humanas”. É um sucesso quando ocupa o perfil de executivo dirigente focado no comercial e no relacionamento com clientes de empresa, ou ainda, como líder comunitário e político.
Pode ter sucesso em sua empresa desde que não precise servir de inspiração aos liderados, especialmente àqueles que necessitam de um exemplo de motivação. Deve ser aquele dirigente mais técnico ou administrativo financeiro. Deve ter cuidado nas reuniões decisivas em que precisa expressar opiniões contrárias a alguém. Pode ocupar cargos sociais mais voltados ao operacional, como logística, desenvolvimento tecnológico, produção, armazenagem e distribuição.
No relacionamento familiar
É um grande pacificador (a) e ocupa posição de liderança. Sabe ouvir e estimular seus familiares quando existem desafios a serem superados. É das boas relações humanas. No entanto, não é muito paciente com melodramas, é mais objetivo e focado no prazer da vida, não tolerando desperdício de tempo com o supérfluo.
É líder ou liderado, independentemente do papel ocupado entre seus familiares. Tem atitudes conservadoras e posição inflexível diante da opinião dos outros. Não aceita mudanças drásticas no funcionamento das regras do lar. É pouco solicitado para dar harmonia ao ambiente familiar. É muito dependente de alguém, tal como um de seus pais ou de sua esposa. Pouco favorável a festas e eventos. Timidez é o seu drama.
34
SABE SE VENDER
Tenho orgulho de ser vendedor. Esta é a frase que sempre digo. Aliás, é exatamente este o título do primeiro capítulo de meu primeiro e mais importante livro, o “Sucesso em Vendas”. Aprendi que vender é um conhecimento, uma habilidade e, principalmente, uma atitude necessária que poucos têm. Segue um trechinho do livro que se aplica bem aqui: “Claro que existem algumas pessoas que têm muito mais jeito para vender (produtos, serviços ou simplesmente suas ideias) do que outras e algumas jamais irão se tornar profissionais da área. Não acredito que se possa desenvolver a todos, mas acredito que todo ser humano pode se moldar àquilo que quer ser, aliás, esta frase é de Frank Bettger, um dos maiores vendedores do mundo, autor do livro “Do Fracasso ao Sucesso em Vendas” – Ed Record. Eu tanto acredito nisto, que o faço há muito tempo, treinando pessoas para que se tornem excelentes profissionais de vendas, atendimento, suporte ao cliente ou ainda líderes, dirigentes e empresários que se consideram também importantes vendedores. Se você quer ingressar ou aprimorar-se como vendedor, no mínimo de sua imagem, de seus projetos e de seus valores, deve querer muito e se doar para a aprendizagem e a compreensão de atitudes essenciais desta arte, que resumidamente apresentarei a seguir, baseado em minha vivência e paixão pelo assunto:
nentes de uma banda musical, jogadores de um time, colegas de trabalho, todos dependem de nosso preparo ao negociar e chegar num consenso. Isso envolve concessões, flexibilidade e sintonia o tempo todo. Para vender e negociar bem, recorro ao Dale em seu princípio, que diz: evite uma discussão e conflito! Ninguém ganha ao discutir com outra pessoa. 4.
Use argumentos, evidências, fatos que possam sustentar sua prática de venda de ideias. Muita gente cria conflito porque insiste em expor o que pensa sem falar ou mostrar a outra pessoa nenhum fato, exemplo ou algo que possa ser provado como verdadeiro. É como dizer assim: use cinto de segurança, que evita risco de morte. Hoje estamos convencidos disso, ele se tornou hábito e compramos essa ideia. Mas há 10 ou 15 anos, muito pouca gente adotava o uso do cinto, e mesmo com penalizações e multas, ainda assim, não daria certo. Foi preciso convencer as pessoas a usarem e para tanto colocavam demonstrações na TV com um carro batendo em um muro a 40 km por hora e se via um boneco com cinto e outro sem, sendo que este segundo boneco se espatifava. Usaram exemplos de países em que o uso era obrigatório, e as estatísticas eram superpositivas quanto à segurança e redução de mortes. Posso citar ainda outros exemplos, como propagandas na TV que mostram gráficos de uma empresa líder de mercado, onde logo buscamos a fonte da estatística que ela apresenta. Dizer que é líder, qualquer um faz. Provar é mandatório para convencer os mais exigentes consumidores. Por isso, antes de falar o que pensa e o que quer dos outros, exemplifique, conte um caso de sucesso, o motivo que o faz pensar assim e depois venda a ideia com mais facilidade.
5.
Seja absolutamente focado no que precisa ser feito, tendo causas e não tarefas. Faça com orgulho e paixão o seu papel de vender, convencer, gerar riquezas, oportunidades para si e para outras pessoas. Sempre digo que o papel de um vendedor (seja ou não da profissão) é fazer as pessoas mais felizes.
Cinco atitudes de quem sabe vender (ou pretende aprender) 1.
Pratique a arte de falar em público treinando seu carisma e poder de convencimento. Um bom vendedor de ideias e de si próprio necessita ter habilidades de comunicação nem sempre inatas. Isto se desenvolve em qualquer pessoa que queira aprender, afinal, existem efetivos métodos de treinamento de oratória e comunicação ou ainda de programação neurolinguística que moldam qualquer um, independentemente de seu ritmo, idade ou estilo. Busque sempre o relacionamento positivo. Seja memorável com as pessoas que você conhece. Quem assume um perfil vendedor faz uso de princípios de relações humanas para conquistar a empatia e fazer amigos. Aliás, muitos dos melhores princípios que o ajudarão estão no famoso best-seller “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie.
3.
Evite conflitos, aja sempre em sentido da paz e em boa negociação. Não é só quem vende ou atua no comércio ou áreas de compras que precisa ter uma boa capacidade de negociar bem, obtendo o tal ganha&ganha, ou seja, bom para os dois lados. Se você, meu caro leitor, for casado, já entenderá o que estou dizendo. Mas não é só no casamento, já que sócios da empresa, compo-
Marcelo Ortega é vendedor, treinador, palestrante e fundador do Instituto Marcelo Ortega – especialista em desenvolvimento de equipes e líderes comerciais. Autor dos best-sellers: Sucesso em Vendas e Inteligência em Vendas – Ed. Saraiva e um dos autores de Ser Mais Líder e Ser Mais Vendas – Ed Ser Mais. www.institutomarceloortega.com.br | www.marceloortega.com.br
35
2.
Espero que tenha dado boas ideias a você e promovido uma reflexão sobre vendas e vida, porque gosto muito de fazer um paralelo entre as duas. Em ambas, lidamos com gente, pressão, negativas e diferenças de pensamento. Ao se vender, não é possível ser arrogante e imperativo. Na vida também é preciso cuidado com essas atitudes petulantes e pouco aceitas nas relações humanas. Em vendas e na vida em geral, temos que liderar nossas ações, ter metas e atingi-las, sobretudo, contando com o fato de que ninguém vive sozinho e tudo se torna mais fácil quando sabemos convencer e proporcionar o bem para os outros. Por fim, vender e viver é saber dosar essas duas palavras que vêm do latim: competição e cooperação – que significam, em sua etimologia, “partir junto” e “querer chegar junto”. Tenha sucesso em vendas e na vida! De um vendedor e profundo estudioso desta arte.
jogo rápido
Maurren Maggi Por Heidy Silva Garota de Ouro! É assim que a atleta Maurren Maggi é conhecida pelos brasileiros orgulhosos ao mostrar ao mundo a mulher mais importante do atletismo da história olímpica. De São Carlos para o mundo do esporte, Maurren Maggi, que queria ser cantora, dançarina e até veterinária, deu um show ao saltar 7,04 metros de distância nos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, sendo eleita melhor atleta da década pela Revista Sport Life. Maurren Maggi é recordista brasileira e sul-americana do salto em distância (7,26 m) e bicampeã pan-americana em Winnipeg 1999 e Rio 2007 na mesma prova. É também recordista sul-americana da prova dos 100 metros com barreiras, com a marca de 12s71, obtida em 2001, e já foi recordista sul-americana do salto triplo, com 14m53, marca obtida em 2003. Em 2003, poucos dias antes do Pan-americano de Santo Domingo, Maurren, que era a dona da melhor marca do mundo na temporada (7,06 m) no salto em distância, foi suspensa da competição, acusada de dopagem. Na época, Maurren alegou que não sabia da presença de Clostebol, encontrado no organismo e que foi aplicado após uma sessão de depilação definitiva. A droga é a primeira na lista de proibições da Associação Internacional de Federação de Atletismo (IAAF). Fora do Pan e de Atenas-2004, Maurren ficou dois anos afastada. Mas em 2008 veio a reviravolta da mulher que deixou o mundo de boca aberta no salto em distância das Olimpíadas de Pequim. A paulista de São Carlos foi a atração principal dos brasileiros e do mundo, que torceram e vibraram ao ver no primeiro salto da atleta a conquista da medalha de ouro com a marca de 7,04 metros. Um desfecho maravilhoso para Maurrem Maggi, a nossa estrela de ouro no atletismo brasileiro, que trouxe para o Brasil o primeiro ouro individual feminino da história brasileira.
1. Como foi o início da sua carreira?
36
Maurren: comecei treinando nas escolas municipais de São Carlos, onde morei, e em 1994 fui convidada a participar do centro de excelência, que é o Projeto Futuro de São Paulo, tendo como treinador o Nélio e a Tânia, que me treinam até hoje. 2. O que fez você se especializar em salto à distância? Maurren: eu gostava muito de ginástica olímpica, tinha facilidade para saltar e estar entre as melhores do mundo. 3. Se você não fosse atleta o que seria? Maurren: quando era criança queria ser artista, cantora, dançarina ou veterinária. Eu tenho até um grande amigo veterinário, queria também ser ginasta. Sempre gostei muito de cantar e de dançar, talvez fosse até dançarina.
4. O que você sentiu quando recebeu a medalha de ouro na prova de salto em distância dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008? Maurren: é uma emoção única, indescritível, uma sensação de missão cumprida, euforia e emoção. Também a mistura de muitos sentimentos naquela hora. 5. Você foi eleita a atleta da década pela Revista Sport Life. Como é ser a mulher mais importante do esporte brasileiro? Maurren: é uma responsabilidade grande, enorme, mas boa. Eu tenho noção do quanto sou importante para o esporte e para a garotada. Sempre gostei de trabalhar com as crianças. 6. Quais os projetos para 2011?
Maurren: meu projeto para esse ano é treinar. Estou treinando para conquistar o tricampeonato dos jogos Pan-americanos em Guadalajara na cidade do México em outubro deste ano. Quero buscar o tricampeonato no Pan. É uma competição especial para mim.
37
38
39
Gestão de projetos
é a área que interliga todas as outras
Um novo nicho para os recém-formados se abre com possibilidades de trabalho em variados mercados de atuação Ana Krepp
40
U
ma empresa que gera resultado e tem sucesso nas ações que realiza, certamente trabalha com dados de orçamento, definição clara de escopo, análise de riscos e revisão de seus projetos. Isso tudo faz parte do planejamento de projetos. Mas quem fica responsável por esse setor? A gestão de projetos nasceu como disciplina acadêmica na década de 50, nos Estados Unidos. Ela conversa com todas as equipes envolvidas em cada projeto da empresa e coordena o passo a passo do “mãos à obra”, administrando, inclusive, gestores de outras áreas. Toda empresa necessita de uma equipe de gestão de projetos, ainda que sejam profissionais ligados não exclusivamente a esse setor. Apesar do acúmulo de cargos não ser recomendado, a maior parte das empresas adota a função ao invés do cargo. Por exemplo, o profissional em engenharia civil pode ficar responsável pela gestão de um projeto dentro de sua área, essa solução também pode dar à empresa e ao cliente resultados satisfatórios. Segundo o consultor Ricardo Barbosa, especialista em Gestão de Projetos pela Fundação Vanzolini da Universidade de São Paulo, essa área deve ser desenvolvida em qualquer negócio. “A Gestão de Projetos pode ser aplicada para qualquer tipo de empresa, independentemente do porte ou ramo de atividade. Pode ser utilizada por pessoas físicas, como por exemplo, em um projeto de plano de carreira”.
Você se pergunta como é que nunca ouviu falar da atuação desse profissional, que lhe parece novo e talvez desnecessário, afinal, nos tempos mais antigos as empresas concluíam suas metas sem nunca ter contato com o trabalho de um gestor de projetos. Quem explica a mudança nas necessidades das empresas é José Tinoco, gerente de projetos da Ogylvi. “Antigamente, as empresas conseguiam entregar projetos com êxito porque empregavam muitas pessoas, tinham mais prazo e o ciclo de vida dos produtos era mais longo. Hoje, o mercado é globalizado, o time-to-market de alguns produtos é extremamente reduzido e as empresas estão cada vez mais enxutas, com menos tempo e menos gente, o único jeito de entregar bem é planejando”. De acordo com pesquisa divulgada pelo Standish Group, apenas 16% dos projetos são concluídos dentro do prazo. Embora o número não seja dos mais animadores, a mesma pesquisa demonstra que o índice de sucesso nos projetos aumentou em empresas que utilizam metodologia de gerenciamento e não têm resistência em adotar técnicas e ferramentas da gestão de projetos. Geralmente os projetos não saem de acordo com o planejamento por conta das inúmeras variáveis envolvidas, como: escopo mal definido, falta de suporte de níveis superiores na empresa, falta de envolvimento dos interessados, estouro de custos ou prazos mal definidos. O mau planejamento ou o não-cumprimento
que, sediado em Atlanta, o grupo abriu sua primeira representação fora dos EUA, no Brasil, em 1983. Hoje, são 13 representações em terras brasileiras. A Ser Mais aproveitou para saber de Ferreira o que não pode faltar no perfil esperado de um profissional de GP. “O bom gestor deve ter habilidades interpessoais para comunicação entre os envolvidos, liderança e negociação, além de capacidades técnicas do negócio com resolução de conflitos”. Resolução de conflitos, aliás, é onde o calo do gerente de projetos da Ogylvi aperta. “A maior dificuldade sempre são as pessoas. Às vezes cada um quer uma coisa, e você precisa conciliar os objetivos de todo mundo em torno de um objetivo comum.” E completa, mostrando que nem tudo são flores. “Outro problema é a falta de autoridade do GP sobre os envolvidos no projeto, já que às vezes eles pertencem a outra área, com outro chefe, que nem sempre está disposto a contribuir ou ajudar”. Os profissionais que já atuam nessa área acreditam que a especialização é o futuro da gestão de projetos. E a dica sempre será: garantir o alinhamento das “cabeças” dos setores. Para isso, é recomendável que o patrocinador interno do projeto seja de um nível hierárquico igual ou superior ao dos chefes. E daí em diante basta estabelecer um bom diálogo com o patrocinador para que o primeiro passo para uma boa gestão seja dado.
41
do planejamento também são os culpados para tanto atraso. “O problema principal é que não existe planejamento elaborado de forma correta. O que existe no mercado são planejamentos sendo feitos sem o detalhamento do escopo, as etapas do trabalho a ser realizado, e com falhas na definição das regras de negócio”, afirma Ricardo Barbosa. Eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 colocarão o Brasil em extrema evidência e com uma abertura para negócios jamais vista por aqui. Assim, a gestão de projetos tomará um importante espaço em empresas de variados nichos. Desde escritórios de arquitetura e engenharia até agências de publicidade e lojas de varejo. Apesar de ser uma área em constante crescimento, não existe curso de graduação em Gestão de Projetos, um profissional que queira entrar nesse ramo pode ser formado em humanas ou exatas, mas o principal é buscar uma capacitação em Gestão de Projetos por meio de um curso de extensão ou pós-graduação. Desde 1969, essa área conta com uma instituição voltada para a associação de profissionais de gerenciamento de projetos. O PMI (Project Management Institute) possui mais de 240 mil membros associados em 160 países. O instituto também conduz pesquisas na área e fixa padrões profissionais, promovendo acesso a uma grande gama de informações e recursos. Paulo Affonso Ferreira, presidente do PMI São Paulo, conta
42
43
O QUE SÃO CONHECIMENTOS EXPLÍCITO E TÁCITO? Você conhece a espiral do conhecimento? Fernando Goldman
44
G
estão do Conhecimento (GC) é um conjunto de práticas que procuram gerenciar as circunstâncias que o conhecimento precisa para prosperar na organização. Um de seus focos principais consiste na análise da relação entres os conhecimentos explícito e tácito da organização e suas formas de conversão. Os autores Nonaka e Takeuchi, em seu livro “Criação de Conhecimento na Empresa” (Campus, 1997-RJ), classificaram dois tipos de conhecimentos - o conhecimento tácito ou inconsciente, e o conhecimento explícito. Eles exemplificam que o conhecimento advindo da experiência tende a ser tácito, físico e subjetivo, e que o conhecimento da racionalidade tem propensão a ser explícito, metafísico e objetivo. O conhecimento explícito é aquele formal e sistemático, expresso por números e palavras, facilmente comunicado e compartilhado em dados, informações e modelos. É, portanto, teorizado, abstrato e baseado na racionalidade. Pode ser processado, armazenado e transmitido em textos, livros, apostilas e por computadores. Em seus primeiros passos, a Gestão do Conhecimento tinha forte ênfase na informática, daí a preocupação de posicionar cada um dos tipos de conhecimento em relação aos computadores. Utilizando a metáfora do iceberg, para Nonaka e Takeuchi, o conhecimento explícito representa apenas seu topo visível. Já o conhecimento tácito é pessoal e complexo, oriundo da experiência e tem uma dimensão contextual. Certamente a visão de mundo, insights e intuição estão nesta categoria de conhecimento. Em geral, é desenvolvido e interiorizado pelo conhecedor, um especialista, por exemplo, ao longo de muito tempo de aprendizado, estando, de tal forma, enraizado na mente de seu possuidor, o que torna difícil separar as regras desse conhecimento do seu modo de agir e de se comportar. O conhecimento tácito pode ser dividido em: técnico e cognitivo. Técnico quando descreve as habilidades informais do chamado know-how. Cognitivo quando abrange os modelos mentais, crenças, percepções, a forma como vemos o mundo à nossa volta. Sua natureza subjetiva e intuitiva torna-o difícil de ser processado ou transmitido por qualquer forma sistemática ou lógica. O conhecimento tácito, para ser eficazmente comunicado,
necessita ser traduzido ou explicitado, e aí, por definição, deixa de ser tácito. Seguindo a metáfora do iceberg, de acordo com Nonaka e Takeuchi, o conhecimento tácito corresponde à enorme parte submersa no oceano. Na verdade, o conhecimento precisa ser continuamente criado para garantir à organização uma vantagem competitiva sustentável. Segundo Nonaka e Takeuchi, por geração de conhecimento organizacional, deve-se entender a capacidade de uma empresa, como um todo, de criar ou absorver novos conhecimentos, disseminá-los e incorporá-los em seus produtos, serviços e sistemas, obtendo a inovação contínua, que leva à vantagem competitiva. Talvez a faceta do conhecimento mais difícil de lidar no ambiente empresarial e talvez a que mais implique em real diferenciação competitiva das organizações seja a criação do conhecimento, e ela está diretamente relacionada ao conhecimento tácito. O conhecimento que realmente se traduz em vantagem competitiva nasce ou é absorvido como conhecimento tácito, pois, se assim não fosse, seria facilmente copiado pelos concorrentes. Mas há a necessidade de converter conhecimento do plano tácito para o explícito, para que a empresa como um todo possa compreendê-lo e utilizá-lo e, a partir dele, criar novos conhecimentos. Antes de ser explicitado, o conhecimento que constitui diferencial competitivo passa dentro da organização pelo processo de conversão, chamado de socialização, quando é disseminado ainda na forma tácita. Trata-se do processo de compartilhar experiências, criando novo conhecimento tácito como modelos mentais e habilidades técnicas. Pode ser adquirido sem a utilização da linguagem, mas por meio de observação, imitação ou prática. A chave para adquirir esse conhecimento tácito é o contato com o conhecedor, a vivência, a experiência. O processo de socialização ocorre apenas com relativo sucesso, por exemplo, em práticas de on-the-job training, sessões de brainstorm, contato das áreas de projeto com as áreas de campo etc. Naturalmente, o processo de socialização atinge somente alguns dentro da organização, já que nem todos estão habilitados a absorver corretamente aquele
conhecimento explícito e transformando-o em tácito. Esse processo compreende a criação de novos modelos mentais e know-how. A internalização é facilitada se o conhecimento é verbalizado ou representado em manuais, documentos ou histórias contadas. Segundo esse modelo, conhecido como espiral do conhecimento, a criação do conhecimento na organização dá-se pela contínua interação entre o tático e o explícito e suas formas de conversão, impulsionadas por diferentes fatores. O importante é criar mecanismos para que as ideias que criem vantagem competitiva, quer sejam criadas internamente ou venham do mundo externo, sejam disseminadas assim que surjam na empresa, removendo as barreiras ao conhecimento tácito. Como provocação sobre o assunto, eu deixo no ar uma pergunta que eu faço em alguns cursos em que leciono: para que serve um curso que qualquer um seja capaz de ministrar? Fernando Goldman é engenheiro, pesquisador associado do GESEL – Grupo de Estudos do Setor Elétrico e mestre em Engenharia de Produção da UFF. Atualmente é diretor regional da SBGC - Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento.
45
conhecimento tácito, e os que o absorvem, fazem-no de forma absolutamente pessoal. Para que o conhecimento tácito possa frutificar de forma mais eficiente, atingindo maior número de colaboradores e sofrendo o mínimo de deformação, é necessário passar pelo processo de externalização, quando passa de tácito para explícito. Há assim um processo de conceituação, por meio do diálogo ou reflexão coletiva, utilizando raciocínio e intuição. É a essência do processo de criação de conhecimento, quando do tácito passa para o explícito, assumindo formas de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. Uma vez transformado em explícito, seja inteiramente ou parcialmente, o conhecimento adquirido vai sofrer o processo de combinação, quando passará de explícito para explícito por meio da sistematização dos conceitos, documentos, reuniões, comunicações, banco de dados. A disseminação do conhecimento conduzida na fase de codificação de materiais para a educação corporativa é um bom exemplo desse processo. Finalmente, quando esse conhecimento já está bastante disseminado, sofre um novo processo de conversão que seria a internalização, quando passa do explícito para o tácito: é o aprender fazendo, incorporando
A difícil arte de contratar um
COACH Eliana Dutra
46
N
o atual cenário de negócios a mudança é a palavra-chave. Mudanças climáticas, na economia mundial, nos costumes... E como não poderia deixar de ser, mudança nas opções de carreira. Em 1998, a ASTD (American Society for Training & Development), em sua pesquisa anual, constatou que o negócio treinamento era um dos três negócios que mais cresciam no mundo, equiparando-se ao mercado de tecnologia. Faz sentido: havendo mudanças, torna-se necessário o treinamento e desenvolvimento de pessoas para se adaptarem a essas mudanças. Novas profissões surgiram e algumas foram extintas até rapidamente - alguém se lembra do fitotecário? - Mas há uma questão grave em relação a algumas destas novas profissões. Como não são regulamentadas por lei, dão margem para que uns se aproveitem da ingenuidade de outros de fato interessados. Uma destas novas profissões é o coach, treinador numa tradução literal. Curiosamente, não lembra nem de longe aquele sujeito tão conhecido no futebol que fica à beira do gramado gritando ordens. Pelo contrário, o coach é o parceiro do cliente (coachee) num processo criativo e estimulante para o pensamento que o inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional. Coaching, como profissão nova e não regulamentada pelos governos, busca a autorregulamentação através de associações e federações. No entanto, isso gera confusão no mercado, já que algumas empresas com fins lucrativos se denominam “federação”, “sociedade” e “instituto”. Assim, o interessado é induzido a pensar que aquela organização é representante de uma classe, quando nem sempre o é. O consumidor que quer contratar um coach ou o profissional que quiser se especializar em coaching deve tomar pelo menos três cuidados: o primeiro é não se deixar encantar por promessas como: “Torne-se um coach (ou participe deste processo) e resolva seus problemas de tempo e dinheiro”. Coaching é realmente uma parceria que tem
excelentes resultados, mas, óbvio, não é milagroso. O segundo cuidado, mais difícil para os brasileiros por causa de nossa cordialidade, é buscar referências. Apesar de poder ser constrangedor solicitar diplomas, checar referências e questionar um profissional sobre sua experiência, principalmente quando este se mostra arrogante, neste caso é fundamental. Busque conversar com um ou dois ex-clientes daquele profissional. Não o RH da empresa, o chefe dele, ou o dono da consultoria, mas antigos clientes daquele coach, que possam fornecer informações sobre como ele é como pessoa e como é a técnica utilizada. Procure saber quanto tempo durou o processo e quais os resultados alcançados. É importante que estas informações sejam fornecidas por clientes que passaram pelo processo com aquele coach, até porque algumas empresas de coaching têm contratado coaches com uma bela formação em outras áreas, mas que não têm experiência como coach. No caso de curso de formação, solicite o contato com ex-alunos. Procure saber sobre o conteúdo do curso, se as habilidades de coach do professor foram repassadas em sala. O terceiro cuidado serve tanto para a contratação de coach quanto para a seleção do curso que irá fazer: solicite uma demonstração. Fazer uma sessão de coaching com o seu pretendente a coach ou com a pessoa que irá te ensinar coaching é a “prova dos nove” e, se ao final desta sessão você não estiver se sentindo inspirado e estimulado, desconfie. Se você estiver se sentindo criticado e julgado, fuja!
Eliana Dutra é coach master pela ICF, vice-presidente do chapter Brasil da ICF, diretora geral da Corporate Coach U do Brasil e autora do livro Coaching – O que você precisa saber.
QUEM MANDA AQUI
SOU EU! Dalmir Sant’Anna
N
que o impede de encontrar dentro de si a força impulsionadora para uma maior confiança? Deixe o medo para os fracos – O poder destrutivo do medo ocupa na mente do ser humano um significativo espaço que poderia ser ocupado com alegria, esperança e capacidade de transformação. Fortaleça diariamente sua autoestima, acredite nas suas competências e tenha como hábito escolher pensamentos produtivos e otimistas. Pare com as desculpas – A cada novo amanhecer, procure lembrar que desculpas não tornam você uma pessoa vitoriosa. A ausência de uma atividade física não pode mais ser justificada com desculpas. Sentimentos como bom humor, coragem, energia positiva, felicidade e otimismo são essenciais para quem deseja substituir desculpas por resultados. Comentei no texto que um dos jovens, ao invés de curtir o momento e aproveitar a sensação indescritível do sobrevoo que o brinquedo proporciona, demonstrou nítida falta de confiança. Agora responda: qual das duas posturas seria a sua? Lembre sempre de um provérbio alemão que diz: “O medo e uma desculpa fazem o lobo ser maior do que realmente é”. Quando as desculpas, o medo e a falta de confiança pensarem em dominar você, com convicção, mostre quem é que manda na sua vida, combinado? Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, mestrando em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão de Pessoas, bacharel em Comunicação Social e mágico profissional. Autor do livro “Menos pode ser Mais” e do DVD com o tema “Comprometimento como fator de Diferenciação”. Visite o site: www.dalmir.com.br
47
o parque do Beto Carrero World, observo atentamente dois jovens à minha frente, na fila da montanha-russa. Empolgado, um deles tenta convencer o colega temeroso a passear no brinquedo radical. Desperta minha atenção a maneira como os pensamentos negativos ocultam a oportunidade de sentir algo novo. O colega empolgado enaltece sua alegria, enquanto o temoroso insiste em falar que faltará energia elétrica, que ele vai sofrer um desmaio ou irá chover no momento em que o brinquedo realizar um dos cinco loopings. Diante dos estudos que realizo sobre o comportamento humano, constato que, normalmente, algumas pessoas projetam desastres iminentes que jamais acontecerão. Pensam de maneira negativa antes de realizar qualquer atividade. Mas, quem manda na sua vida? O medo é maior do que sua capacidade de descobrir novas oportunidades? Confira quatro razões para acreditar que quem manda na sua vida é você! Sorrir faz bem à saúde – O sorriso é um convite de aproximação. Uma pessoa com excelente astral apresenta menos problemas emocionais. Quando você sorri faz entrar e sair mais ar dos pulmões do que durante a respiração regular, estimulando a circulação sanguínea. As bochechas se contraem e o sangue que corre pelo cérebro se esfria. Essa corrente sanguínea passando pela cabeça é uma das responsáveis pela sensação de bem-estar. Que tal um sorriso agora? Confie mais no seu potencial – Quando você era criança, para aprender a andar de bicicleta foi preciso demonstrar confiança em si e como resultado, sentir a sensação de pedalar descobrindo novas emoções. O
Qual é o DNA das
grandes vendas? Eduardo Zugaib
48
T
urbinar o desempenho de uma equipe de vendas requer, por parte do gerente, muito mais do que as capacidades de liderança e motivação. A necessidade de treinamento e capacitação também é constante. No varejo, que absorve grande parte de profissionais de vendas iniciantes nessa atividade, ampliar o conhecimento sobre os processos e comportamentos que orientam o cliente no sentido da decisão positiva promove uma grande diferença nos resultados. Neste mundo complexo, com informação em abundância à nossa disposição, sobreviverão os vendedores que buscarem alinhar no seu discurso e na sua postura fatores que alinhem o coração, a mente e o bolso do consumidor, criando ambientes seguros e confiáveis para a tomada de decisão. Podemos dizer que alguns destes fatores, quando combinados, formam o código genético, o DNA da grande venda, a combinação que amplia as possibilidades de bons resultados. São eles: Gene 1 - Despertar a visão de marketing A equipe de vendas precisa compreender as diretrizes de marketing que compõem o produto ou serviço que representa. Deve conhecer aquilo que se vende não apenas na sua composição ou apresentação (características), mas principalmente no valor agregado e na diferença que faz na vida do cliente (benefícios). É preciso compreender a relação entre preço e valor percebido, entre as formas de entrega (praça) e a conveniência para o cliente. Também
entre a promoção e a percepção da empresa e da marca assimilada por quem está ao lado de lá do balcão. Compreender o público-alvo, seus hábitos de compra e consumo, percebendo os fatores ambientais externos que podem alterar sua percepção, é conhecimento que possibilita ao profissional de vendas tornar seu discurso mais seguro. E não basta conhecer a fundo o produto, mas, principalmente, é preciso “comprar a ideia” daquilo que se vende. Do momento em que o vendedor passa a acreditar pra valer no que tem a oferecer, influenciar os outros torna-se um exercício menos penoso. O discurso publicitário da marca, aquele que é veiculado na mídia, deve reforçar o discurso de vendas no ambiente de atendimento da empresa. Gene 2 - Nortear a comunicação Se não é tudo, a comunicação no processo de vendas é quase 100%. A capacidade de estabelecer empatia com o cliente facilita a apresentação da ideia. É preciso antes ouvir e observar, para só então poder servir. O cuidado com a comunicação é algo que vai além: inicia na nossa embalagem, passa pela mensagem que transmitimos por canais não-verbais e completa-se na qualidade da nossa fala, na capacidade de iniciar, desenvolver e concluir um raciocínio. O psicólogo Albert Mehrabian, da Universidade da Califórnia, categorizou o grau de influência de cada um dos vetores da comunicação pessoal, chegando a 7% relacionados
à qualidade da palavra, 38% relacionados à forma como expressamos esse conteúdo e 55% à comunicação não-verbal, seja ela por meio da roupa, do asseio, das gesticulações, da expressão facial, da postura e, principalmente, do olhar. Quando estamos inseguros, o nosso corpo não só fala, como grita. O olhar não se fixa no interlocutor, as mãos buscam apoios que não existem, penteam franjas imaginárias e conferem as horas a todo instante. Isso quando não procuram um bolso para se esconder. Gene 3 - Acreditar na experiência de marca
Eduardo Zugaib é profissional de comunicação, escritor, professor e palestrante motivacional e comportamental – www. eduardozugaib.com.br
49
Como dissemos, a comunicação permeia toda a venda. Ela está presente no Gene 1, como parte do mix de marketing, ocupa todo o Gene 2 e se revela logo no início do Gene 3, que é a experiência de marca. A comunicação eficiente começa na definição do discurso pelo marketing e consolida-se na abordagem feita pelo vendedor. Hora de cuidar do segundo item da experiência de marca: o atendimento que surpreende. Uma vez que o cliente chegou até nós, é preciso confirmar na prática que ele fez a melhor escolha, criando uma atmosfera de acolhimento, segurança e confiança. É preciso estar atento às suas expectativas, superando-as e estabelecendo um ambiente consultivo tranquilo para a venda, sem empurroterapia ou pé-na-porta. Na eventual falta daquilo que o cliente busca, o acolhimento indica alternativas e, com isso, fortalece a empatia. A comunicação eficiente somada ao atendimento que surpreende gera o encantamento, que
o cliente compartilha lá fora com seus amigos e familiares. Portanto, basta encantar o cliente e pronto, certo? Errado. Depois do encantamento, é preciso manter contato com o cliente, lembrando-o de forma pertinente e elegante que estamos sempre prontos a atendê-lo. É hora da terceira ação do gene 3: o relacionamento. Se lá atrás, na definição do marketing, o cliente ainda era uma estatística, agora ele possui um rosto, um nome e uma história conosco. Mantê-lo conectado é o grande desafio, usando o recurso que estiver ao alcance: cadastro, presença em redes digitais, pesquisas relevantes e oferta de oportunidades diferenciadas. O relacionamento bem administrado favorece o segundo efeito positivo da experiência de marca em vendas: a fidelização. Essa é a hora em que o cliente deixa de ser um consumidor e passa a advogar em benefício da marca. Uma predileção que amplia ainda mais a responsabilidade de quem vende. Identifique, compartilhe, estimule e discuta o DNA das grandes vendas junto com sua equipe e… boas vendas!
O coração
da empresa Como construir sua marca? Qual o momento correto de mudar? Hélio Moreira
50
E
m qual momento deve-se mudar a marca do empreendimento? Quais os critérios? A imagem da empresa é atual? Algumas dessas questões podem até passar pela cabeça de alguns empresários, mas com tantos investimentos em espaço físico e profissional, o conceito e o desenho da marca acabam sendo relegados. No entanto, estar atento às inovações do mercado e proporcionar aos clientes uma marca forte e moderna é imprescindível para que o cliente ou futuro cliente tenha uma percepção adequada do negócio e este possa prosperar. O investimento na construção da identidade é um recurso que irá trazer retorno para a empresa. A confiança no produto oferecido inicia-se com a apresentação da marca, portanto, é necessário estar atento e observar pontos estratégicos. No entanto, não adianta investir na identidade visual da empresa no início e, no decorrer dos anos, esquecê-la. A manutenção deve ser realizada sempre que necessário, mas qual é o momento exato para mudar? Essa é a dúvida que muitos empresários questionam ao chegar à agência. Na verdade, o redesenho de marcas, o reposicionamento total ou parcial da identidade deve
acontecer quando a identidade visual não corresponde mais ao processo evolutivo que teve ou mesmo quando a marca deseja comemorar uma nova fase da empresa. A reformulação é mais indicada para marcas existentes que estejam em processo de reposicionamento, envelhecidas ou conceitualmente problemáticas. Recentemente, desenvolvemos o processo para reformulação de uma empresa especializada em promover saúde e segurança no ambiente corporativo, a qual comemora 10 anos de existência e deseja renovar e evidenciar a nova fase. Ao redesenhar a marca, exploramos por meio do logotipo essa fase de transição e pioneirismo no segmento no qual atuam. Pensando na vida das pessoas para uma longevidade com mais saúde, o estudo foi desenvolvido para tornar-se uma marca mais lúdica, alinhada com o seu segmento e público-alvo. Todos os detalhes foram elaborados dentro da proposta da empresa. Por exemplo: o desenho de estrela como símbolo surge para trazer esperança, brilho e servir como guia, direcionando as empresas e seus colaboradores para um futuro mais saudável e promissor. As cores para trazer mais vida. O azul do céu para transmitir leveza e transparência.
Para isso, o maior patrimônio da empresa, ou seja, a marca, deve ser construída por profissionais adequados, designers com especialização e conhecimento em construção de marcas. Não importa o segmento onde atua. Seja único. Alinhe a proposta de trabalho a um conceito forte, uma identidade própria e diferente dos concorrentes. É necessário registrar a marca e tomar as devidas providências para que no futuro não perca o que levou anos para construir. Além disso, não utilize a marca fora do padrão de aplicação. Não distorça sua identidade. Uma marca bem desenvolvida já possui requisitos básicos, seja para aplicação em fachada, bordados, material impresso e outros. Não entregue o coração da empresa para amadores. Seja empreendedor do início ao fim. Invista na marca sempre, não deixe de colocar no plano ou estratégia de crescimento os cuidados com ela.
Hélio Moreira é designer e publicitário, diretor da NewGrowing Design e Branding.
51
O tom mais escuro do azul reforça a tipografia mais arredondada e moderna. O verde como uma faixa, remetendo a volta em 360 graus, subliminarmente traz a chegada com a conquista. Como em uma maratona ou em uma inauguração, em que o ganhador ultrapassa suas metas e conquista sua premiação. É necessário observar todos os detalhes que cercam a imagem da empresa e estar atento para mudar sempre que necessário. Normalmente as mudanças de uma marca acontecem como na vida pessoal. Com o tempo envelhecemos, perdemos massa muscular, aparecem as primeiras rugas, enfim, se não cuidarmos do nosso corpo e alimentarmos a nossa mente, com o tempo a tendência é que percamos a nossa identidade. Com uma empresa não é diferente. O tempo passa e muitas coisas envelhecem; equipamentos eletrônicos ficam defasados, assim como os softwares. Com a marca acontece a mesma coisa, portanto, deve estar sempre atualizada com as evoluções da empresa, do mercado e do público-alvo, não apenas conceitualmente, mas visualmente também e, na hora certa, realizar uma renovação, um redesenho ou um reposicionamento. É através do visual e de algumas atitudes que as marcas conseguem se expressar, mostrar as mudanças adquiridas e o real posicionamento da empresa.
Fun Learning
God Loves Blondes
Hearing Problems
A blonde finds herself in serious trouble. Her business has gone bust and she’s in dire financial straits. She’s so desperate that she decides to ask God for help. She begins to pray... “God, please help me. I’ve lost my business and if I don’t get some money, I’m going to lose my house as well. Please let me win the lottery.” Lottery night comes, and somebody else wins. She again prays... “God, please let me win the lottery! I’ve lost my business, my house and I’m going to lose my car as well.” Lottery night comes and she still has no luck. Once again, she prays... “My God, why have You forsaken me? I’ve lost my business, my house, and my car. My children are starving. I don’t often ask You for help, and I’ve always been a good servant to You. PLEASE let me win the lottery just this one time so I can get my life back in order.” Suddenly there is a blinding flash of light as the heavens open. The blonde is overwhelmed by the Voice of God, Himself.... “Sweetheart, work with me on this one, buy a ticket.”
Seems an elderly gentleman had serious hearing problems for a number of years. He went to the doctor and the doctor was able to have him fitted for a set of hearing aids that allowed the gentleman to hear 100%. The elderly gentleman went back in a month to the doctor and the doctor said, “Your hearing is perfect. Your family must be really pleased you can hear again.” To which the gentleman said, “Oh, I haven’t told my family yet. I just sit around and listen to the conversations. I’ve changed my will five times!” Vocabulary Help
• • • • • • • • • • •
Vocabulary Help
• • • • • • • • • • • • • • • • • • •
blinding flash - flash de luz cegante blonde - loura business - negócio buy a ticket - compre um bilhete child - criança dire financial straits - situação financeira péssima forsake - esquecer go bust - falir, ir mal heaven - céu house - casa lose (lose, lost, lost) - perder luck - sorte once again - uma vez mais overwhelmed - subjugada pray - rezar starve - passar fome sweetheart - docinho trouble - dificuldade win - ganhar
52
The Secret Service The secret service agent at the taxi:
• • • •
The Stonecutters Two stonecutters were asked what they were doing. The first said, “I´m cutting this stone into blocks”. The second replied, “I´m on a team that´s building a cathedral.” Vocabulary Help
-- Where should I take you Sir? -- That you will never know. Vocabulary Help
• • •
take (take, took, taken) you - levar, conduzir never - nunca know (know, knew, known) - saber
able - capaz allow - permitir change - mudar, alterar elderly gentleman - senhor de idade fit - ajustar, acertar go (go, went, gone) - ir hear (hear, heard, heard) - ouvir hearing problems - problemas de audição listen - ouvir month - mês set of hearing aids - dispositivos de auxílio a audição sit (sit, sat, sat) - sentar tell (tell, told, told) - contar will - testamento yet - ainda
• • • • •
blocks - blocos build - construir reply - responder stonecutters - cortadores de pedras team - equipe, time
53
saúde
Mitos e verdades sobre a prática da
atividade física Celeste Mayumi
54
Q
uem nunca ouviu alguma pessoa próxima comentando que está malhando com frequência e ao invés de perder peso está engordando? Ou ainda que está se ‘matando’ para fazer abdominais e a sonhada barriga tanquinho não chega de jeito nenhum? Esses são apenas alguns dos muitos mitos que rondam os corredores das academias de ginástica e, sem dúvida, esclarecê-los ajudará muito nos resultados da malhação. Abaixo, o educador físico e coordenador técnico do Levitas, Jairo Diogenes, lista os principais mitos e verdades sobre a prática da atividade física. Estou malhando com frequência e me alimentando bem, mas continuo engordando. Mito. Quando uma pessoa pratica exercícios com regularidade, ela ganha peso magro e diminui sua gordura corporal. Na balança, essa inversão muitas vezes não é percebida, mas, sem dúvidas, é notada quando a pessoa veste suas roupas, pois há diminuição nas medidas. Para ter uma barriga tanquinho é preciso fazer abdominais todos os dias. Mito. Os músculos da barriga não são diferentes dos demais e assim como os outros grupos musculares, precisam de 24 a 48 horas de descanso para ficarem fortes e enrijecidos. Além disso, não adianta fazer intermináveis séries de abdominais se a pessoa tem muita gordura na barriga. O exercício abdominal enrijecerá o músculo, mas ele ficará escondido atrás da gordura. Sem exercício aeróbico a gordura continuará no mesmo lugar. É preciso malhar todos os dias para ganhar músculos rapidamente. Mito. Os músculos precisam descansar de 24 a 48 horas para se recomporem. Ao malhar todos os dias, a possibilidade de ocorrer uma contusão ou outro problema muscular é muito maior. O ideal é alternar musculação com exercícios aeróbicos.
Os homens têm mais facilidade para ganhar massa muscular. Verdade. Graças ao hormônio masculino, a testosterona, os músculos dos homens se definem com mais rapidez do que nas mulheres. Dessa forma, os resultados da prática esportiva na ala feminina demoram mais tempo para aparecer e são mais sutis. Quanto maior a dor após o treino, melhor o resultado. Mentira. Sentir dor pode ser sinônimo de trabalho muscular excessivo ou realizado de maneira errada. O segredo para um programa de musculação eficaz é o aumento constante dos desafios, que pode ser feito por meio da variação do volume dos exercícios (número de repetições ou séries) ou da sua intensidade (aumento dos pesos ou cargas). Como quero perder peso, o ideal é malhar sem comer. Mentira. O corpo precisa de energia para funcionar. Sem comer, o corpo armazena gordura para conseguir se manter em funcionamento. Musculação exige alimentação diferenciada. Depende. Para aumentar a massa, o corpo precisa de maior consumo de energia, vinda dos carboidratos, das proteínas e dos sais minerais. Se o cardápio do dia a dia for rico em nutrientes, não há necessidade de suplemento alimentar. Caso contrário, o ideal é buscar ajuda de um nutricionista. Ao realizar as atividades corretamente, o indivíduo poderá aproveitar o que a prática da atividade física tem de melhor. Sensação de bem-estar, melhora na autoestima e estresse, bem como o auxílio no controle de diversas doenças e sua contribuição para garantir ossos, articulações e músculos sadios serão as consequências. Aproveite!
OBESIDADE preocupação m u n d i a l Heidy SIlva
A
tensão e diabetes. Os Estados Unidos lideram o ranking, ocupando o 2º lugar, atrás apenas da ilha de Nauru, localizada no Pacífico Sul. Especialistas acreditam que esse aumento seja por conta do maior consumo de alimentos industrializados que substituem produtos naturais e da mudança no estilo de vida, mais sedentarismo, já que as pessoas perderam o hábito de andar a pé e preferem substituílo pelo passeio de carro, trocam os lances de escada pelo elevador, trocam o almoço e o jantar por fast foods que são mais rápidos. A praticidade, agilidade e a falta de tempo da vida moderna estão fazendo com que a população mundial fique cada vez mais sedentária e obesa. Se depender dos facilitadores da vida moderna (internet, celular, wirelless etc), é isso mesmo o que vai acontecer, pois cada vez mais a tecnologia contribui para minimizar a ação corporal humana. Hoje é possível acessar o mundo todo sem sair de casa, do carro, da cadeira e, com isso as atividades que promovem gastos de energia estão banidas do cotidiano. Os obesos sofrem discriminação e preconceito, têm dificuldades de arrumar emprego e enfrentam problemas de relacionamento social e afetivo. Mas ainda dá tempo de reeducar nossos hábitos com a alimentação mais saudável, incluindo mais frutas e menos produtos industrializados, e praticar exercícios físicos como uma simples caminhada, que pode melhorar e muito a nossa qualidade de vida. Pense nisso!
55
obesidade é um dos assuntos mais discutidos pelo mundo no momento, em função do número de pessoas que estão morrendo com doenças relacionadas ao excesso de peso. É considerada doença do século XXI pela Organização Mundial da saúde (OMS) e oferece números alarmantes: dois bilhões de pessoas no mundo têm sobrepeso e, destas, 400 são obesas. Trata-se de um problema de saúde pública tão grave quanto o da desnutrição, e já ultrapassa de longe a marca da mais devastadora das doenças recentes da humanidade, a AIDS. Segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela revista médica The Lancet, o número de pessoas obesas dobrou nos últimos trinta anos (1980-2008) e atinge 500 milhões de adultos no mundo. A pesquisa aponta que as mulheres são as mais afetadas pelo problema. Cerca de 9,8% dos homens do mundo e 13,8% das mulheres têm obesidade. O Brasil ocupa a 19ª posição no ranking mundial da obesidade masculina e 15º na feminina, sendo que metade da população está acima do peso. Em todas as regiões do país, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de renda aumentou o percentual de pessoas com excesso de peso. O sobrepeso atinge mais de 30% das crianças entre 5 e 9 anos, cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos, 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos. Ou seja, quase metade da população está acima do peso, o que significa um motivo de preocupação, já que a obesidade está associada à maior chance de desenvolver doenças cardíacas, hiper-
Português ou Inglês:
qual dos dois merece mais a
sua atenção? A oferta de cursos de inglês cresce na mesma medida em que os deslizes de português na escrita e na comunicação Ana Krepp
56
D
a importância do idioma inglês no ambiente profissional ninguém duvida. O que poucos atentam é para o fato de que o português precisa ser cuidado, inclusive melhor estudado enquanto ainda somos crianças, para que no futuro tenhamos uma base sólida de nossa língua materna. Assim, o caminho estará livre para conquistar um outro idioma. O uso excessivo de expressões em inglês é normal ou exagerado? Qual língua deve ser aperfeiçoada, o português ou o inglês? Como resgatar as dificuldades de aprendizado do idioma natal? Para explicar essas e outras questões aos leitores da Ser Mais, conversamos com Denise Duarte, professora de Português da rede de ensino Objetivo. Ela, que dá aula para o ensino médio e para o cursinho pré-vestibular, está em constante contato com as dificuldades mais comuns no uso de nossa língua.
Você sente que a língua portuguesa perdeu valor para os brasileiros com a entrada do inglês na nossa sociedade? Não, a língua portuguesa ainda não perdeu seu valor, mas infelizmente ocorre uma descaracterização do português, em que se faz uso do estrangeirismo, principalmente o inglês, sem necessidade e em abundância. Com isso, o patrimônio cultural perde sua independência, e além de aumentar as desigualdades sociais, também empobrece o vocabulário, desvalorizando a nossa língua. E é por isso que a língua inglesa cada vez mais está ganhando força na nossa sociedade, porque está atingindo todas as classes sociais. Exemplo disso ocorre com as palavras: CD (Compact Disc), DVD (Digital Video Disc), shopping, hamburguer, hot dog, e até mesmo em produtos eletrônicos fabricados no Brasil, que apresentam ON/OFF para ligar e desligar.
Além disso, o estrangeirismo é usado como termos específicos em determinadas profissões e que não há tradução para a língua portuguesa. Na sua opinião, ao que se deve o fato de o inglês ser tão buscado hoje em dia, enquanto existem pessoas que ainda usam gerundismo, erram concordâncias, pontuações etc? O inglês é falado em qualquer parte do mundo. Não importa o país, mesmo não conhecendo o idioma do lugar, a pessoa consegue se virar. A globalização levou as nações a adotarem o inglês como idioma oficial do mundo dos negócios e para o Brasil que está em desenvolvimento econômico, isso se torna muito importante. Dominar o inglês se tornou sinônimo de sobrevivência e integração global, pois o aprendizado da língua inglesa abre as portas para o aprimoramento pessoal, profissional e cultural. Muitas universidades, percebendo a importância do inglês no contexto social e profissional, estão testando cada vez mais o conhecimento desse idioma em seus vestibulares, para que o jovem que deseja ingressar na vida acadêmica e futuramente ser um bom profissional tenha o conhecimento da língua inglesa, consequentemente, o idioma deixou de ser supérfluo para integrar o perfil do profissional, aumentando as chances de trabalho para quem domina o inglês.
Profissionalmente é melhor dominar razoavelmente o português e melhor o inglês ou é melhor dominar o português e saber só um pouco de inglês? Na verdade, nenhuma das duas opções. É fundamental que o profissional domine primeiro a língua portuguesa tanto oral quanto escrita, porque é sua língua nativa, para depois aprofundar-se na língua inglesa. Hoje em dia, por causa da concorrência, é importante saber bem não só o português, como qualquer idioma que o profissional venha a aprender. Infelizmente, o mercado de trabalho considera um requisito básico no momento da contratação que o candidato domine o inglês. Muitas vezes o conhecimento do inglês significa um salário bem maior.
57
As pessoas que procuram aprender outro idioma normalmente dominam bem a própria língua, pois sabem a importância de falar e escrever corretamente. Já as pessoas que apresentam erros grassos da língua portuguesa como o gerundismo e concordância indevida, nem percebem ou nem sabem que cometem tais erros e consequentemente jamais procurarão aprender outro idioma.
Quais são as deficiências no uso da língua portuguesa que você mais nota em sala de aula? Eu percebo uma defasagem muito grande em relação à escrita dos alunos, quanto ao padrão gramatical. E, mais grave que isso, não são apenas erros de ortografia ou de acentuação, muitas vezes os textos escritos pelos alunos (ensino médio ou cursinho) apresentam uma perda considerável na relação semântica, sendo praticamente impossível resgatar elementos de coerência e coesão. Você acredita que um sujeito que domina o português tem facilidade no entendimento da gramática do inglês, por exemplo? Uma pessoa que domina o português não terá dificuldades em aprender a gramática inglesa, visto que esta não apresenta tantas modalidades linguísticas. A língua portuguesa é muito rica em tempos verbais, pessoas gramaticais , concordância nominal e até mesmo nas regras da escrita, o que não acontece com a língua inglesa: pode-se flexionar uma expressão sem que se torne coloquial.
Para os adultos que não fizeram bom proveito de suas aulas de português no colégio e na faculdade, qual é o caminho mais rápido para recuperar essa defasagem? Na verdade, a língua portuguesa é obtida ao longo do tempo, é uma bagagem acumulada e adquirida desde a infância. Uma criança que teve uma boa base educacional sempre estará enriquecendo seus conhecimentos até a vida adulta. Se isso não acontecer, é muito difícil para o adulto resgatar esse conhecimento perdido, mas ele poderá esforçar-se, utilizando recursos como: leituras de livros e jornais; palavras cruzadas para enriquecer seu vocabulário; uso da mídia que apresente um conteúdo informativo. Você considera a literatura nacional um bom modo para treinar vocabulário e gramática? Quais títulos você recomendaria dentro desses conceitos? A boa literatura serve muito mais para a reflexão e para o conhecimento dos diversos gêneros literários. O leitor quase nunca observa muito a gramática ao ler um texto. O melhor para treinar o vocabulário e a gramática é escrever. Para o treino do vocabulário, recomendo obras de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Aluísio Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
58
Existem cursos de português para brasileiros adultos que você recomendaria? Eu não conheço nenhum curso deste tipo, mas sei que existe um de aperfeiçoamento da língua portuguesa
na rede Fisk de idiomas. Destinado aos adultos com ou sem experiência profissional, o curso utiliza método de ensino próprio e exclusivo desenvolvido pelo departamento pedagógico da Fisk. Durante as aulas, o professor apresenta as normas da língua e pontua as mudanças trazidas pelo novo acordo ortográfico. Além de dicas de redação e questões que geram as dúvidas mais frequentes. Você acha que a internet deixou os brasileiros mais preguiçosos ao escreverem com tantas abreviações? A internet oferece algum ganho na relação de aprendizado do nosso idioma? Não só mais preguiçosos, como também podem se atrapalhar na escrita do dia a dia. Muitas vezes os acentos não são usados, excessos de abreviações podem confundir o leitor e além disso não apresentam um texto coeso. A internet apenas facilita o acesso às informações, mas que nem sempre são confiáveis. A falta da prática da escrita nas carreiras de exatas, que apenas utilizam cálculos, metas e tabelas, contribui para a piora do domínio do português por esses profissionais? Um pouco. Os profissionais da área de exatas que utilizam muitos cálculos e tabelas, principalmente programas como o Excel, normalmente para otimizarem o seu tempo fazem muitos relatórios em tópicos, apresentando uma linguagem típica da área deles, em vez de usarem textos discursivos.
no alvo
Dança das cadeiras UnG com novo reitor
Agora é um novo carioca que está à frente do cargo de reitor da UnG (Universidade de Guarulhos). Alexandre Estolano, 43 anos, é doutor em Administração pela UFRJ e agora recebe o encargo de liderar a instituição nesta nova fase de expansão com a implementação do ensino a distância, adaptação de recentes tecnologias e consolidação da linha administrativa da universidade.
Expansão na Microlins
Junto com Herbert Menocchi, Reinaldo José Ebert é o mais novo gerente de Expansão das regiões Nordeste e Norte do Brasil na Microlins, maior rede de franquias de ensino profissionalizante do país. Trabalhando na empresa desde 2005, seus 30 anos de experiência na área comercial serão utilizados para a criação de novos projetos nestas regiões.
Novidade na 141
Sumara Osório Paião agora é a diretora de planejamento da agência 141 SoHo Square. Com o desafio de manter o nível de resultados positivos na conquista de novas contas, Sumara também entra com o objetivo de intensificar o processo de integração entre as áreas da empresa, a fim de tornar o produto criativo final ainda mais colaborativo e marcante.
Novo contratado
Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing e Administração Empresarial pela FECAP, Wagner Scigliano é o mais novo profissional da Sulamerica Seguros. Com mais de 20 anos de experiência no setor de seguros (ex- CHUBB, Allianz, BankBoston, Cardif e Seguros Honda), tem como missão alicerçar planos de negócios para o canal Bancos.
Nova LeNovo
O engenheiro e executivo Alfredo Benito é a mais nova contratação da LeNovo para ocupar o cargo de CFO (Chief Financial Officer) no Brasil. Formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP e pós-graduado em Finanças pela FGV, seu currículo impressiona ainda mais por seu histórico profissional: já foi CFO da Anglo American (Copebrás e Mineração Catalão), Monsanto, Syngenta e Laboratórios Whyeth-Whitehall e já trabalhou também como diretor financeiro e procurement do grupo Ericsson e em encargos financeiros da Itautec-Philco e Scopus.
Em média, cada franquia lançada pelo Fran’s Café abre 30 novas vagas para cargos de atendente e gerente. Para 2012 o plano de expansão da rede prevê a abertura de até 20 novas unidades em todas as regiões do país, o que já vai demandar 80 novos postos de trabalho para a função no atendimento. As pré-qualificações são iniciativa, dinamismo e postura, além de ensino médio completo. Para se cadastrar, acesse o site www.franscafe.com.br e clique na seção Carreira. Os candidatos também poderão mandar os currículos para recrutamento@franscafe.com.br. Caso tenha interesse, boa sorte!
59
Mais cafezinhos na esquina
Mulheres mais estressadas no trabalho 94% é a porcentagem de mulheres estressadas pela sobrecarga de trabalho, isso é o que estima a ISMA-BR, International Stress Management Association do Brasil. Embora atualmente melhor adaptadas à dupla jornada de trabalho, o multiempilhamento de papéis da mulher anda alavancando mais níveis de estresse. Por outro lado, se multiplicação de funções é motivo de esgotamento por parte da mulher, por parte do homem são as dúvidas em continuar ou não na empresa e as chances que tem de crescer profissionalmente que são a maior fonte de preocupação para mais de 91%. Já para o sexo feminino, esses fatores são a segunda causa que mais gera estresse, acometendo 83% delas. O motivo para que essa insegurança não apareça já na primeira posição, segundo Ana Maria Rossi, presidente da agência, deve-se justamente ao fato de a
mulher ainda não ter se consolidado no mercado de trabalho em cargos de liderança. Contudo, embora as mulheres sejam mais estressadas que os homens, elas conseguem lidar melhor com sentimentos do que eles, em parte, porque têm mais facilidade de falar o que sentem. Ao desabafar, explica Ana, elas passam a entender melhor suas emoções, têm maior conscientização das suas condições físicas e emocionais e procuram rapidamente ajuda.
Comer fora: custo mais $algado Se você tem vale-refeição, mas sente aquela dor no bolso quando nota que o saldo do seu VR já estourou, ao menos saiba que não é o único. A alimentação fora de casa realmente vem ficando mais cara nos últimos 12 meses, é o que comprova os dados do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo a instituição, o nosso pão de cada dia está 10,49% mais caro no último ano. Quem ficou no topo dos mais careiros foi a loura cerveja, que passou a pesar 2,16% a mais no bolso, enquanto o chope subiu 1,40% no mesmo período. No terceiro lugar está o café da manhã (1,35%) e em quarto, o cafezinho com 1,29% de aumento. Distrito Federal e São Paulo são as regiões que mais foram penalizadas pelo aumento dos preços , como é possível conferir na tabela a seguir – os dados são da Infomoney.
Variação do custo da alimentação fora do domicílio Capital Rio de Janeiro Porto Alegre Belo Horizonte Recife São Paulo Distrito Federal Belém Fortaleza Salvador Curitiba Goiânia Nacional
Fevereiro Acumulado do ano 1,11% 2,29% 0,80% 1,70% 0,93% 1,58% -0,06% 1,96% 1,47% 2,79% 0,80% 3,22% 0,72% 1,60% 1,24% 2,72% 0,78% 1,62% 1,07% 2,19% 1,01% 1,57% 1,10% 2,27%
12 meses 11,26% 8,80% 10,48% 8,07% 10,80% 11,72% 6,48% 12,79% 9,15% 14,36% 7,02% 10,49%
Fonte: IBGE
60
Frequência nas viagens corporativas turbina ainda mais Uma pesquisa encomendada pela Abgev (Associação Brasileira dos Gestores de Eventos e Viagens Corporativas) e pela Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) revela que até 56,67% do movimento do turismo nacional já faz parte do mercado de viagens corporativas. O segmento teve expansão em 2010 e já estima resultados ainda mais portentosos para este ano, em que prevê inflar mais 8,5%. Em parte devido à situação econômica aquecida (valorização da moeda, balança comercial favorável e bons índices de investimento), a bagagem desses negócios já ultrapassa cerca de R$ 40 bilhões.
Aliado a isso, o volume da mão de obra com essas viagens também cresceu 16,84%, mais 501.774 postos de trabalho somente no ano passado. Ainda baseado nos dados da IEVC (Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas), há uma proporção curiosa neste ponto: de cada R$ 10 gastos em passagens aéreas no país, praticamente R$ 7 desse montante são destinados para viagens a negócios, ou seja, esse segmento abocanha 69,34% das receitas totais aéreas. Uma boa hora de montar as malas e viajar ao redor do mundo em nome dos negócios.
61
vitrine de sucessos
62
Mídia e processo
Foi devido às dificuldades de informar o público e a mídia sobre os atos processuais realizados em processos judiciais, que a autora escreveu sobre esse tema, enfatizando continuamente a necessidade de trazer à tona e problematizar as dificuldades encontradas por advogados e comunicadores no decorrer do exercício de suas funções. A publicação possibilita a discussão de questões atuais e de grande importância para uma sociedade em constante busca pela informação correta, objetiva e de qualidade. O livro analisa o papel dos meios de comunicação na transmissão de informações sobre processos judiciais em curso. Para tanto, é abordada a influência da mídia na formação da opinião pública e os reflexos decorrentes da cobertura midiática dos processos judiciais. Helena Abdo Saraiva R$ 64,00
Bata à porta e ela se abrirá A obra traz em seus capítulos seis chaves para desbloquear os tesouros da vida, sendo a primeira delas uma autoavaliação que consiste em conhecer a si mesmo para saber como se ater às atitudes benéficas para uma vida feliz. As demais chaves trazem uma análise sobre os aspectos que devem ser trabalhados para alcançar o equilíbrio que todos procuram entre o bem-estar físico, espiritual e emocional. As atitudes básicas apresentadas são fáceis de serem colocadas em prática e não estão ligadas a nenhum tipo de ritual especial ou princípio religioso. Com pequenas e positivas mudanças de hábito, você estará pronto para aceitar os presentes que mudarão a sua vida. Jeffrey Wands Prumo R$ 29,90
Relações públicas estratégicas - Técnicas, conceitos e instrumentos
A ESCOLHA – A Ciência e a Tradição se Encontram
A área de relações públicas vem crescendo significativamente em todo o mundo. Elementos como cultura, imagem e identidade são levados em consideração ao realizar o planejamento das ações, a fim de que se possa construir uma boa reputação empresarial. Nesse contexto, a comunicação organizacional influencia de maneira direta e imediata nos resultados de todo o tipo de corporação, seja do primeiro, segundo ou terceiro setor. O livro apresenta um cenário atualizado e crítico sobre os modos mais efetivos e eficientes de se praticar essa comunicação. A obra reúne autores de uma nova geração de estudiosos, que se basearam em pesquisas desenvolvidas em programas de pós-graduação e práticas profissionais.
A Escolha, romance de estreia do professor e psicanalista Ricardo Fera, é uma emocionante aventura pelo Peru, cheia de possibilidades e de mistérios, a partir da chegada a Machu Picchu, um dos pontos mais emblemáticos de toda História da humanidade, e local em que o autor passa por um incrível processo de reflexão interior e conexão de pensamentos. Comentários sobre as tradições milenares de vários povos se unem às últimas tendências das ciências humanas. E, de forma inovadora e agradável, Ricardo Fera mostra como as escolhas pessoais e profissionais determinam o sucesso e a qualidade de vida. Em A Escolha o leitor descobrirá, entre muitas outras coisas, que se pode fazer mais com menos, multiplicando os resultados e o prazer na vida.
Luiz Alberto de Farias
Ricardo Fera
Summus
Publinde ESETec
R$ 74,90
R$ 31,30
Imagens para fins meramente ilustrativos. Os preços podem sofrer ajuste sem aviso prévio. À venda enquanto durar o estoque.
As cinco fases da comunicação na gestão de mudança Conhecimento, persuasão, decisão, experimentação e confirmação Nancy Assad
I
fase ao papel do líder nas organizações do futuro. Líderes, afinal de contas, lideram, apontam o caminho e, se forem realmente bons, encorajam o coração de outros. A decisão é mais um passo dentro da gestão de mudanças e para as lideranças empresariais em âmbito global é incontestavelmente relevante para promover mudanças no mundo. Para arcar com essa responsabilidade, os líderes devem contar com sua mais importante ferramenta: a comunicação. Na Gestão de Mudanças, para que se dê início à fase de experimentação é importante que as etapas prévias estejam cumpridas com o rigor. Antes de se aventurar pela experimentação, é preciso, portanto, que as fases de conhecimento, persuasão e decisão tenham sido realizadas corretamente, pois um descuido ou uma contradição inesperada com algum dos agentes envolvidos pode levar à derrocada irreversível da proposta de mudança. Mudar é, de fato, uma atitude vital para o ser humano. É só o início para uma nova era, de conhecimento compartilhado, inteligência coletiva e sustentabilidade corporativa. Esse processo todo permeia campos muito além de resultados numéricos, ele atinge a “emoção, o coração” das empresas, atinge as pessoas, introduzindo novas formas de trabalho, novas exigências padrões e essencialmente formas inovadoras de comunicação para um mundo de preservação, qualidade de vida e relacionamentos para flores, homens e borboletas. Nancy Assad Consultora de Comunicação, Marketing, Ética e Responsabilidade Social, jornalista, pós graduada em Comércio Exterior e Marketing pela FGV, além de especialista em Comunicação Corporativa e Media Training há mais de 20 anos.
63
deias surgem durante todo o tempo. Nós somos seres pensantes, pulsantes, vibrantes, criativos e, em última instância, vivos. Temos ideias, pensamentos e sentimentos, princípios e valores, energias positivas e negativas. Temos, no limite, a vida. Somos carne e osso, corações e mentes. Somos perfeitamente imperfeitos, e talvez isso nos torne admiravelmente humanos. Se as empresas, especialmente os grandes conglomerados corporativos, quiserem emular mudanças de comportamento em nome de um novo tipo de desenvolvimento, devem contornar as profecias, os termos inquisitórios, não para apontar os “réus” da hecatombe de crises, mas para ensejar soluções. Nesta abordagem, os cinco passos a nortear a comunicação na gestão de mudança são: o conhecimento, a persuasão, a decisão, a experimentação e a confirmação. Cinco palavras simples, recheadas de conteúdo e sentido culminam na ideia de sustentabilidade corporativa. O conhecimento é a primeira fase para a Gestão de Mudanças. O conhecimento é a mais sábia escolha para guiar as mudanças. Em tempos em que caminhamos ofuscados por crises e eclipsados pela expectativa de colapsos ecológicos e socioeconômicos, o conhecimento é a luz no fim do túnel. Nos últimos tempos, as empresas mais bem-sucedidas vêm se transformando em organizações de conhecimento, nas quais o capital intelectual é incrementado por processos de Gestão do Conhecimento. A inteligência empresarial é inovadora, assim, essa inteligência empresarial sintetiza a capacidade para criar, adquirir e transferir conhecimentos, revolucionar comportamentos, refletir novos conhecimentos e insights. A persuasão, outra fase no processo de mudanças, dá ên-
Sua pergunta...
sobre decisão profissional “Trabalho num escritório de relações internacionais em que todos têm de ir muito bem-vestidos, as mulheres usam saltos e muita maquiagem, os homens, terno e gravata. Eu gosto do ambiente de escritório e das tarefas que realizo lá, mas odeio usar maquiagem e não sei andar de salto alto. Além disso, tenho de esconder minhas tatuagens e tirar meus piercings toda vez que vou trabalhar. O senhor acha que devo desistir do meu trabalho e procurar outro em que eu não precise me vestir socialmente e esconder minhas preferências pessoais, ou devo repensar meu modo de vestir e portar em favor da minha carreira?” Joana Ribas, 20 anos.
...GaudEncio responde
64 64
Sabe que eu não tinha imaginado isso? Os dois “times” têm uniforme. Num deles os homens usam terno e gravata e as mulheres usam saltos e muita maquiagem. No outro elas usam piercing, têm tatuagens e usam salto provavelmente baixo. Você diz gostar do ambiente e do que faz no primeiro time, mas que não se dá bem com o uniforme. No segundo você gosta do uniforme, mas não me conta qual a atividade.
Em seguida me pergunta se deve escolher pelo que faz ou pelo uniforme. Acrescenta perguntando “se deve repensar seu modo de vestir e portar em favor de sua carreira”, indicando que a carreira é a do primeiro time. Acho que você deve rever o seu uniforme. Mas, de verdade. Para isso você vai precisar encontrar a resposta de por que isso parece tão essencial para você.
Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.
Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br
65
expressão
Gandhi tinha medo de falar em público O jovem advogado estava apavorado. Recém-formado, sem nenhuma experiência profissional e morrendo de medo de falar em público. Precisava encontrar com urgência uma maneira de se tranquilizar. Por isso, redigiu todo o texto que pretendia apresentar. Reinaldo Polito
I
maginava que com o papel nas mãos bastava ler o que havia escrito e o problema estaria solucionado. O resultado não foi bem o que o orador havia planejado. Diante da plateia continuou nervoso e tremeu tanto que não conseguiu visualizar as palavras que estavam à sua frente. Talvez você não saiba, mas esse advogado tímido, que alimentava pavor incontrolado de falar em público, se tornou um dos maiores líderes mundiais de todos os tempos, Mahatma Gandhi. Mahatma foi um título acrescentado ao seu nome, que em sânscrito significa “grande alma”.
66
Sua carreira como advogado não foi bem-sucedida. O medo de falar em público, todavia, não o impediu de aceitar um convite para defender uma empresa indiana na África do Sul. Os dois países tinham uma condição comum, eram colônias do Império Britânico. Embora Gandhi tivesse feito o curso de direito na Inglaterra, se vestisse e agisse como os ingleses, descobriu que o preconceito continuava. Por causa da cor escura da sua pele era tratado, isto é, maltratado como todos os colonizados. Só havia uma saída, combater a opressão. Por isso, depois de concluída sua tarefa, resolveu permanecer naquele país lutando para melhorar as condições de vida dos seus conterrâneos. Eram pessoas sofridas, que trabalhavam no campo, sem nenhuma perspectiva de mudança. Era o início de uma batalha que continuaria até o último dia da sua vida. Por mais que tenha se esforçado, percorrendo o país de ponta a ponta, não conseguiu impedir a promulgação de
uma lei que impedia os indianos pobres de votarem. Graças a essa sua atuação, entretanto, seu nome passou a ser conhecido e projetado em vários países da Europa. Viveu na África do Sul por cerca de duas décadas, combatendo as injustiças e se preparando para retornar à Índia, onde conquistou o maior feito da sua existência, libertar o país do jugo inglês. Obteve todas as vitórias sem nunca ter usado nenhuma arma. Para defender suas causas usou apenas a palavra, o silêncio, as orações e a resistência pacífica contra as leis que julgava injustas. Apesar de tantas vitórias, Gandhi não conseguiu evitar a divisão dentro do seu próprio país entre hindus e muçulmanos, que formaram dois países, Índia e Paquistão. Faz 62 anos que Gandhi morreu. Na tarde do dia 30 de janeiro de 1948 ele foi assassinado por um radical hindu quando se dirigia para o local onde costumava fazer suas orações. Foi alvejado por um tiro e não teve chance de se defender. Caído no jardim, as únicas palavras que conseguiu pronunciar antes de morrer foram “He Ram”, que no dialeto devanágari significa “Oh, Deus”. Ele que sempre afirmou que só encontrava forças em suas orações para continuar a luta pela independência da Índia, aos 78 anos fez assim sua última oração.
Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. www.polito.com.br
67
68