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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 3 | Nº 24 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatora: Karina Cedeño Revisora: Karina Cedeño Projeto Gráfico: Danilo Scarpa (www.daniloscarpa.com) Diretor de Arte: Henrique Melo Relacionamento com o cliente: Claudia Lima Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox
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“Caro Leitor” Liderança comunicacional Tecnologia social, o que é isso? Up to date Empreendedor de sucesso Moda, beleza e estilo 2.0 Coaching - André Percia Jogo Rápido Carla Lamarca +otimista – Alegre o seu dia! MANUAL DO SUCESSO Inteligência – Inteligência convergente Comportamento – Comporte-se! Gestão – Como obter um clima organizacional sustentável Motivação- Felicidade é quesito relevante no mundo corporativo Liderança – Seguir e ser seguido, qual a diferença? A necrópole, a biblioteca e a busca do comportamento mais produtivo Fun Learning Oriente-se No alvo +vitrine Dicas para torná-lo melhor na vida e no trabalho Gaudencio responde +Expressão Confiança e vergonha não se bicam
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Especialistas André Percia
Daniel Bizon
Edson de Paula
Fernando Rosa
Heloísa Capelas
Jansen de Queiroz
José Carlos Bonfim
Leila Navarro
Marcelo Egéa
Ômar Souki
Paulo Gaudencio
Reinaldo Polito
Ricardo Mendonça
Ritah Oliveira
José Osvaldo
Tércio Vitor
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www.revistasermais.com.br
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Você trabalha para “ganhar” dinheiro ou para ser feliz?
Recrutamento, seleção e redes sociais
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Soluções de plástico
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CAPA As redes sociais e a comunicação
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Senhores do trabalho A terceira idade está ativa nas empresas
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Começo a falar desta edição fazendo um agradecimento a quem encabeça seu tema principal, mestre Polito. Sua matéria de capa sobre comunicação nas redes sociais é muito atual e colaborará para que você, caro leitor, aprenda mais sobre como portar-se nestes meios e tirar, a partir do bom relacionamento, o melhor proveito deles. Comunicar-se, desde os primórdios, foi fundamental para o desenvolvimento do homem e até da escrita, que permitiu aos nossos antepassados passarem adiante seus conhecimentos. Se hoje temos grandes obras e um vasto registro do conhecimento humano, é graças a essa evolução. Do balbuciar e de associações surgiram as primeiras palavras pronunciadas. Dos primeiros desenhos e pinturas rupestres veio a tentativa de registrar o cotidiano e, daí, as primeiras formas de escrita. A escrita contemporânea permite não só passar para frente novas informações, mas também o aprimoramento intelectual. Adquirem-se novas habilidades ao exercitar o poder de argumentação pelo texto; a criatividade é colocada em evidência e também a capacidade de organização das ideias. Quem escreve se desenvolve, quem lê aprende e pode melhorar a forma como se comunica. Aproveito a oportunidade para compartilhar com você o momento especial pelo qual passa a Editora Ser Mais, acabamos de lançar mais um livro de sucesso, o “Manual Completo de Coaching”. Alguns de seus coautores também estão aqui para nos brindar com excelentes artigos, como Ritah Oliveira, Jansen de Queiroz, Ricardo Mendonça, Edson de Paula e nosso coordenador editorial André Percia. São apenas alguns dos mais renomados profissionais, agora colaborando conosco para que a sua revista fique ainda mais rica em conteúdo. Além dos textos deste time de peso, que vão do coaching a assuntos variados em diferentes áreas de atuação, continuamos com as matérias desenvolvidas por nossa equipe de redação. Karina Cedeño traz textos sobre orientação profissional, mercado de trabalho na melhor idade e até com uma pequena pesquisa sobre diferentes tipos de embalagens sustentáveis que têm até alimentos em sua composição. A conscientização ambiental não deixou de figurar entre os temas discutidos na sua revista. Espero que tenha uma leitura agradável e aproveite as próximas páginas. Julyana Rosa Diretora executiva da Editora Ser Mais
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Liderança
comunicacional Liderança comunicacional é a capacidade que um líder possui para organizar suas ideias e desenvolver uma mensagem eficaz que inspire nas pessoas o comprometimento desejado para alcançar um resultado superior
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Edson de Paula
N
ão existe liderança sem comunicação. Peter Drucker afirma que “Setenta por cento de todos os problemas administrativos resultam da ineficácia da comunicação” e, muitos destes problemas se devem aos líderes que possuem uma comunicação ineficaz, pois no processo da comunicação sabemos que o resultado obtido é de responsabilidade exclusiva daquele que emite uma mensagem. No desenho Madagascar vemos uma cena muito interessante e divertida: o personagem principal Alex, o leão, passa uma mensagem para vários macaquinhos que vão repassando de ouvido a ouvido a mensagem totalmente distorcida da original até chegar desastrosamente no receptor final. Nem precisa dizer qual é o resultado final da peripécia. Ainda bem que isso só acontece com os macaquinhos, não é? A arte imita a vida e saber comunicar é um dos requisitos principais para uma liderança efetiva e que gere resultados positivos em uma organização. Liderança comunicacional é a capacidade que um líder possui para organizar suas ideias e desenvolver uma mensagem eficaz que inspire nas pessoas o comprometimento desejado para alcançar um resultado superior. Quando analisamos alguns dos maiores ícones comunicacionais da história como Sócrates, Jesus, Martin Luther King, Rui Barbosa, Churchill, Mandela, Jack Welch, entre outros, constatamos que o legado destes líderes foi marcado pela maneira como expressavam sua liderança pela habilidade ímpar da comunicação eficaz.
Um líder automotivado é aquele que acredita entusiasti-
camente na sua própria força interior, que não depende de fatores externos para se motivar, ou seja, não cria expectativas nas coisas, sistemas ou pessoas. Ele possui a experiência necessária para imprimir em seus liderados o respeito pela sua presença e seus seguidores ou sucessores muitas vezes o reverenciam como “mestre”, pois estes líderes comunicacionais ensinam as pessoas a aprender, promovendo a reflexão interna que fomenta a atitude mais justa para o enfrentamento das crises e dos conflitos nas organizações. A liderança comunicacional é a maneira mais efetiva de promover o alinhamento da missão, visão, valores e, principalmente, das expectativas de futuro no ambiente de trabalho. É preciso que um líder utilize sua liderança comunicacional para promover o comprometimento da equipe no alcance dos resultados, alinhando as competências individuais com os objetivos estratégicos da organização, estabelecendo um canal aberto de comunicação entre todos os níveis hierárquicos, pois saber liderar é, acima de tudo, saber comunicar.
Edson De Paula é master coach, trainer comportamental, palestrante e especialista nas áreas de comunicação, criatividade, relacionamento, liderança e desenvolvimento humano. Site: www.edsondepaula.com.br
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Mais do que feitos históricos, estes líderes inspiraram e continuam inspirando multidões pelas suas frases de efeito, discursos eloquentes, textos, parábolas e metáforas encantadoras. O segredo destes líderes consiste, basicamente, na maneira como eles influenciaram multidões pelas suas habilidades interpessoais, muito mais do que suas habilidades técnicas. Estes líderes transformaram ideais em objetivos, visões em ações concretas, mobilizaram nações em prol de suas convicções. Eram autoconfiantes, automotivados e possuíam uma ótima postura presencial e gestual, que somadas à sua comunicação eficaz, os tornava carismáticos e rodeados de adeptos. Para entender um pouco sobre liderança comunicacional precisamos compreender o que significa comunicação. A palavra comunicação tem sua origem no latim “communicare” e significa “tornar comum, partilhar”. Se dividirmos a palavra comunicação também teremos duas palavras muito interessantes que são “comunica” e “ação”, ou seja, um líder que sabe comunicar suas intenções de uma maneira clara e objetiva sempre obtém a ação desejada dos seus liderados. O líder comunicacional é aquele que inspira o espírito de equipe, a responsabilidade coletiva pelos resultados e a troca constante de informações entre os seus liderados, promovendo assim um ambiente em que todos se sintam participativos e, principalmente, motivados. Ele deve ser exemplar e expressar sua confiança pessoal por meio de atitudes firmes e decisivas. O líder comunicacional é prático e realista, mas utiliza a linguagem da emoção e cativa seus liderados pela força motivadora de sua comunicação. Um líder comunicacional nunca diz “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, pois ele inspira seus liderados pelo seu exemplo pessoal. É importante frisar que a automotivação é um dos requisitos mais importantes para se obter uma liderança comunicacional efetiva.
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Senhores do trabalho A terceira idade está ativa nas empresas Karina Cedeño
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pública do Bardo, recém-inaugurada no Rio de Janeiro, e atua em funções que vão desde o atendimento ao cliente até a arrumação da loja. Ainda assim, não se considera dentro do mercado de trabalho: “Nunca estive dentro do sistema estabelecido e sempre trabalhei em áreas alternativas e artísticas, onde a idade não tem muita importância. Por isso foi mais fácil conseguir emprego. Fui uma dona de casa que criou filhos ao mesmo tempo em que exercia funções fora de casa, nunca seguindo uma carreira tradicional dentro de uma só área”. Assim como Leila, Anna Maria também esbanja vontade de trabalhar. Formou-se professora primária em 1963 no Instituto de Educação e depois fez faculdade de Letras. Trabalhou com livros importados durante 30 anos e aposentou-se em 1998, mas por conta de renda voltou a procurar serviço. Nem todas as tentativas deram certo. “As empresas pensam que a pessoa mais velha não vai ser tão eficiente, que terá dificuldades na informática, que terá problemas de saúde. É necessário que as empresas tirem, das pessoas de terceira idade, o que elas têm de melhor e saibam aproveitar suas experiências”.
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nna Maria Neves e Leila Silva de Oliveira trabalham diariamente, estão sempre atualizadas e já têm prática ao lidar com os colegas de serviço. Como todo trabalhador, elas transmitem suas experiências aos mais jovens e gostam de se sentir úteis ao exercer suas funções. O grande diferencial é que ingressaram no mercado de trabalho na idade em que muitos se aposentam. Anna Maria, com 67 anos e Leila, com 58, integram o grupo dos profissionais ativos na terceira idade. De acordo com o IBGE, o número de trabalhadores com mais de 50 anos aumentou 56,1% desde 2003 até o primeiro trimestre de 2011. Isso mostra que cabelo branco não é sinal de descanso e que os mais velhos preferem o ambiente de trabalho à tranquilidade da aposentadoria. Tanto Anna Maria como Leila são formadas e consideram a experiência adquirida em outras áreas fator importante para conseguir um emprego na terceira idade. “A vantagem é a vivência; como já trabalhei em várias áreas, desde recepção e telefonista, até educação não-formal, a prática de lidar com pessoas fica mais fácil. É claro que a formação conta muito também”, diz Leila, formada em Psicologia e Contação de Histórias. Hoje ela trabalha na Livraria Re-
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Hoje ela trabalha como supervisora na empresa Depilatti, exercendo atividades diferentes. “A maior vantagem é conviver com pessoas de outras gerações, aprender com elas, trocar experiências e energia positiva. Aprender a ser mais tolerante, mais compreensivo, traz uma grande alegria no interior da pessoa mais velha”, diz. De acordo com a consultora Fádua Sleiman, em nossa sociedade a idade infelizmente ainda é fator de desclassificação na hora de conseguir um emprego. Por isso, e por conta do longo período de afastamento das atividades diárias do mercado, o profissional na terceira idade precisa se informar e se preparar melhor para o mundo atual. “A quantidade de informações produzidas no mundo dobra a cada um mês e meio, então a reinserção neste mercado é mais árdua É preciso que os profissionais com idade avançada retomem os estudos em suas áreas ou obtenham novos conhecimentos, especialmente nas redes sociais, o que hoje é imperativo para se comunicar com os clientes em potencial”, diz. Fádua afirma que o conceito de terceira idade foi alterado à medida que as mudanças financeiras no mundo globalizado passaram a demandar permanência maior do cidadão no mercado de trabalho e necessidade de mão de obra qualificada. “As empresas que viam a terceira idade com preconceito passaram enxergá-la como oportunidade e ter nesta mão de obra uma resposta às várias necessidades do
mercado”. Sem contar que no Brasil a remuneração dos idosos foi desfavorecida devido às mudanças na previdência que, se antes beneficiava os aposentados em seu valor máximo, hoje não é suficiente para garantir o mesmo padrão de vida a que estavam acostumados. Tudo isso leva à maior presença da terceira idade nas empresas e a consultora acredita que dentro de dez anos haverá concorrência entre o público jovem e os já maduros. “O valor percebido pela qualificação superará a idade. Além da expertise, comprometimento, dedicação, ética e competência em lidar com conflitos serão as exigências para ocupar um cargo. E a terceira idade se imporá nestes quesitos”. Com base nesta realidade, muitas empresas estão incluindo o idoso no ambiente corporativo. Exemplo disso é o projeto Pátio Serviços, gerido pela Brookfield e pelo Shopping Pátio Paulista, no qual 24 novos funcionários com faixa etária entre 40 e 75 anos passarão a atuar como zeladores. Consuelo Gradim, superintendente do shopping, diz que o objetivo era dar um upgrade na manutenção das instalações dos toilettes, e veio a ideia de contratar zeladores para os mesmos. “Em seguida pensamos: por que não dar essa oportunidade à turma da “melhor idade? Temos experiência em trabalhar com integrantes desse público em outros setores da administração do shopping e o desempenho é o melhor: são excelentes funcionários, presentes, divertidos, diligentes – só nos dão alegrias”. Michelle Rodrigues, coordenadora de desenvolvimento
Há cinco anos sem trabalhar, a aposentada deparou-se
com dificuldades para encontrar uma vaga. “Enviava vários currículos todo fim de semana, fui a várias agências. Em uma delas a vaga era na minha área, para auxiliar de tesouraria, mas quando disse que era aposentada vi que a atendente marcou a minha ficha. Também via outras que, assim que virava as costas, jogavam meu currículo no lixo. Você tem as qualificações e a experiência, mas o mercado não tem espaço para você. Parece que as empresas desconhecem a legislação trabalhista, de que mesmo aposentado você pode ser CLT. Muitas pessoas na terceira idade precisam do emprego pela necessidade de elevar a autoestima ou mesmo por necessidades financeiras”. Sônia, Anna Maria e Leila são exemplos de que a terceira idade se adapta muito bem às mais variadas situações e funções, mesmo que não estejam relacionadas à sua área de formação. O espírito trabalhador dos senhores do tempo impera sobre qualquer idade e eles não podem ser considerados velhos com uma vida profissional tão nova e ativa. A capacidade pode estar oculta pelos sinais da idade, mas está lá, esperando ser descoberta. Só falta a oportunidade.
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da Brookfield, conta que o projeto teve 172 inscritos. “Divulgamos internamente para todos os shoppings da Brookfield e administradora, e também externamente em sites de captação de currículos como Catho, Vagas.com, InfoJobs” – mais um motivo para que a terceira idade mantenha-se conectada na rede. Quem está envolvido no projeto só tem a comemorar. Sônia de Lourdes Cassares, 54 anos, foi uma das selecionadas. “Trabalhava na área financeira, mas quando vi a oportunidade, mesmo sendo algo diferente da área em que atuava, fiquei empolgada. Levei meu currículo e fiquei torcendo. Há muito tempo queria voltar a trabalhar, mas estava difícil. Já estava desacreditada.” Sônia diz que a oportunidade de emprego influenciou de forma significativa em sua autoestima: “Foi muito bom saber que tinha alguém interessado em minhas experiências e qualificações. Ainda tenho saúde física e mental para continuar trabalhando. A autoestima ficou elevadíssima, uma porta foi novamente aberta”.
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Tecnologia Social o que é isso? Tecnologia Social compreende produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social José Carlos Bonfim
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ualidade Total é uma técnica de administração multidisciplinar formada por um conjunto de programas, ferramentas e métodos aplicados no controle do processo de produção das empresas, para obter bens e serviços pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando atender as exigências e a satisfação dos clientes. Os princípios da Qualidade Total estão fundamentados na Administração Científica de Frederick Taylor (18561915), no Controle Estatístico de Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administração por Objetivos de Peter Drucker (1909-2005). Seus primeiros movimentos surgiram e foram consolidados no Japão após o fim da II Guerra Mundial com os Círculos de Controle da Qualidade, sendo difundidos nos países ocidentais a partir da década de 1970. O 5S O 5S é uma ferramenta de trabalho que permite desenvolver um planejamento sistemático de classificação, ordem, limpeza, permitindo assim de imediato maior produtividade, segurança, clima organizacional, motivação dos funcionários e consequente melhoria da competitividade organizacional. Os propósitos da metodologia 5S são de melhorar a eficiência através da destinação adequada de materiais (separar o que é necessário do desnecessário), organização, limpeza e identificação de materiais e espaços, além da manutenção e melhoria do próprio 5S.
Os principais benefícios da metodologia 5S são: 1. 2. 3. 4. 5.
Maior produtividade pela redução da perda de tempo na procura por objetos. Só ficam no ambiente os objetos necessários e ao alcance da mão. Redução de despesas e melhor aproveitamento de materiais. A acumulação excessiva de materiais tende à degeneração. Melhoria da qualidade de produtos e serviços Menos acidentes do trabalho. Maior satisfação das pessoas com o trabalho.
Os 5 S’s são: • Seiri (整理): senso de utilização. Refere-se à prática de verificar todas as ferramentas, materiais etc. na área de trabalho e manter somente os itens essenciais para o trabalho que está sendo realizado. Tudo o mais é guardado ou descartado. Este processo conduz a uma diminuição dos obstáculos e à produtividade do trabalho. o Significado das palavras: o Seiri - DESCARTE: separar o necessário do desnecessário.
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Seiton (整頓): senso de ordenação. Enfoca a necessidade de um espaço organizado. A organização, neste sentido, refere-se à disposição das ferramentas e equipamentos em uma ordem que permita o fluxo do trabalho. Ferramentas e equipamentos deverão ser
deixados nos lugares onde serão posteriormente usados. O processo deve ser feito de forma a eliminar os movimentos desnecessários. o Significado das palavras: o Seiton - ARRUMAÇÃO: colocar cada coisa em seu devido lugar.
•
Seisō (清掃): senso de limpeza. Designa a necessidade de manter o mais limpo possível o espaço de trabalho. A limpeza, nas empresas japonesas, é uma atividade diária. Ao fim de cada dia de trabalho, o ambiente é limpo e tudo é recolocado em seus lugares, tornando fácil saber o que vai aonde, e saber onde está aquilo que é essencial. O foco deste procedimento é lembrar que a limpeza deve ser parte do trabalho diário, e não uma mera atividade ocasional quando os objetos estão muito desordenados. o Significado das palavras: o Seiso - LIMPEZA: limpar e cuidar do ambiente de trabalho.
•
Seiketsu (清潔): senso de higiene. Em japonês, Seiketsu traduz-se por higiene, no sentido filosófico de “higienismo”, ou seja, no sentido do cuidado da higiene própria em todos os níveis, diferenciando-se, assim, de Seiso. Muitos têm confundido este senso com normalização, mas normalização é um conceito que pertence ao modelo qualidade, em especial de ISO e outras certificações. Estes modelos de normalização são posteriores ao Programa 5S. Por isso, o 5S é considerado o primórdio dos Programas de Qualidade. o Significado das palavras: o Seiketsu - SAÚDE: tornar saudável o ambiente de trabalho.
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Shitsuke (躾): senso de autodisciplina. Refere-se à manutenção e revisão dos padrões. Uma vez que os 4 Ss anteriores tenham sido estabelecidos, transformam-se numa nova maneira de trabalhar, não permitindo um regresso às antigas práticas. Entretanto, quando surge uma nova melhoria, ou uma nova ferramenta de trabalho, ou a decisão de implantação de novas práticas, pode ser aconselhável a revisão dos quatro princípios anteriores. o Significado das palavras: o Shitsuke - DISCIPLINA: rotinizar e padronizar a aplicação dos “S” anteriores
Em geral, o 5S é usado com outros conceitos, tais como SMED, TPM, e Just in Time. José Carlos Bonfim é funcionário de empresa de economia mista por 36 anos - Banco do Brasil S.A, onde desenvolveu projetos nas áreas financeira, contábil e informática. Também é consultor autônomo. Site: jcdconsultores.com.br
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Relação com outros conceitos e métodos
Painel Clean e diversão garantida A Piooner acaba de lançar um DVD player com tela integrada que ocupa pouco espaço no painel do carro e garante o entretenimento durante os passeios. O DVH-7380AV tem o tamanho de um CD player tradicional com a facilidade de uma tela de 3” embutida. O produto reproduz vídeos e filmes na tela principal, mas também em outras que podem ser instaladas no interior do veículo. Seus botões têm a tecnologia Dual Ilumination que permite escolher a cor da iluminação entre o vermelho e o azul, além de vir com entradas auxiliar e USB frontais. Preço sugerido: R$ 499,00. Mais informações em: www.pioneer.com.br
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Pequena e notável Os fotógrafos de plantão agora têm uma companheira portátil com lentes intercambiáveis que ocupa pouco espaço entre seus acessórios. A NEX-C3 é a menor câmera digital do mundo, mas não se engane com seu tamanho, o equipamento possui recursos similares aos das câmeras profissionais. A máquina tem 16.2 Mpixels, filma em HD nos formatos MP4 e VGA e também possui memória expansível até 32 Gbytes. É compatível com cartões Memory Stick Pro Duo, Memory Stick PRO-HG Duo, SD, SDHC e SDXC. Como diferencial há o recurso de fotos panorâmicas em 3D. Preço sugerido: R$ 1.999. Obtenha mais dados em: http://www.sony.pt/hub/cameras-compactas-nex/gama/nex-c3
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à prova de desastrados A Samsung anunciou recentemente o celular Galaxy Xcover, um aparelho robusto à prova de poeira, água, resistente a riscos e impactos. O telefone virá com o sistema Android Gingerbread 2.3, câmera de 3.2 Mpixels com flash de LED, display de 3.6 polegadas e terá suporte para acesso a redes Wi-fi. Tem lançamento previsto para outubro fora do Brasil. Ainda sem preço definido.
futebol e cerveja sem esforço Imagine que agora você pode sentar em frente à TV, ver o jogo de futebol e tomar aquele cervejinha gelada de garrafa sem ter que levantar do sofá. Com o controle remoto universal Cliker, além de poder controlar diversos aparelhos da sua sala, também poderá abrir garrafas com facilidade. O aparelho vem com um abridor (em uma das laterais) que facilitará a vida de qualquer espectador. Preço: $ 14,99. Disponível em: http://www.thinkgeek.com/clearance/e712/
energia de sobra
A bateria do celular e do mp3 player sempre acabam quando mais se precisa deles. É no meio de uma ligação ou da música favorita. Para evitar tais aborrecimentos e facilitar sua vida, há o Bracer of Battery Life +2. O equipamento é um relógio com bateria que recarrega seus principais gadgets enquanto você o usa. Não mostra as horas, mas pode ser um tanto quanto útil em viagens. Vem com bateria recarregável de 1,500mAh, 5.5V, acompanha nove tipos de conectores para diferentes aparelhos, um mini cabo USB e um carregador. Preço: $ 39,99. Compre em: http://www.thinkgeek.com/gadgets/ cellphone/ceca/
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pen drive 2 em 1
Você trabalha para
“ganhar” dinheiro ou para ser feliz? Uma visão holística do trabalho José Osvaldo
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ma das buscas mais importantes do ser humano é pela realização profissional, tarefa que consome boa parte da nossa adolescência e juventude e ainda assim, muitos não se veem realizados nunca. Por que será que é tão difícil se realizar profissionalmente? Reflita um pouco: você é o tipo de profissional que adora um feriado no meio da semana, para a semana de trabalho ficar mais curta? Que sente uma leve depressão no domingo à noite ao pensar na segunda-feira? Você é daqueles que não veem a hora de sair de férias e que fica deprimido quando suas férias estão acabando? Que sonha com o tempo de sua aposentadoria para poder viver de verdade? Se a resposta for sim, então você trabalha para “ganhar” dinheiro e certamente não se sente realizado profissionalmente. Embora o trabalho ainda seja visto, por muitos, como um castigo, ele pode ser uma extensão de seu lazer, é só uma questão de fazer escolhas bem feitas. O sucesso, ou o fracasso profissional começa nas escolhas que fazemos antes, ou durante as primeiras experiências profissionais. Pense um pouco: como foram suas primeiras experiências profissionais? Com que idade você começou a trabalhar? As gerações modernas entram para o mercado de trabalho depois que saem da faculdade. Aqui começa o problema: as faculdades, em geral, preparam o aluno tecnicamente para o mercado, mas não o prepara para a vida. Não o ajuda na descoberta de seu perfil, a fim de ter certeza de que o curso que faz tem a ver com ele e suas habilidades. Para complicar mais ainda, o mundo do trabalho vai muito além dos conhecimentos técnicos, é preciso desenvolver a autoliderança, a liderança de pesso-
as, a capacidade de se relacionar na base do amor, da ética e da solidariedade. É comum detectarmos profissionais estafados e angustiados, abrindo mão de viver uma vida prazerosa com a família e amigos, por conta de escolhas erradas nesta área. Carreira e felicidade Todos nós temos alguns talentos individuais, que são habilidades natas, nos quais normalmente gostamos de atuar. Estes dons são indícios de que podemos fazer a diferença se descobrirmos uma forma de compatibilizar talento e carreira. Fazendo isso, você estará se preparando para atuar numa área que, além de gostar e ter talento, ainda pode fazer dinheiro e realizar sonhos. Uma carreira que proporcione realização plena, felicidade e resultado financeiro começa com as seguintes reflexões: Quais são meus talentos? Dos meus talentos, quais atividades mais gosto de realizar? Como poderei transformar em carreira profissional meus talentos, de maneira a gerar resultados para a organização, bem estar pessoal, dinheiro e ainda fazer bem para as pessoas à minha volta, influenciando o mundo positivamente? Quais são meus valores mais importantes? Que legado quero deixar para a humanidade, quando não estiver mais aqui? Estas reflexões vão lhe ajudar a encontrar sua maneira de compatibilizar atividade profissio-
nal, prazer e realização, gerando uma gostosa sensação de felicidade. Para ampliar ainda mais seu estado de êxito no cotidiano da vida, lembre-se de que uma carreira profissional bem-sucedida, com um bom resultado financeiro é importante, mas é igualmente importante ser feliz nas relações familiares, afetivas, sociais, cuidados físicos, autoconhecimento, conhecimento e espiritualidade. Estas outras áreas da vida, completam e ampliam seu prazer existencial. O profissional moderno precisa entender que não basta atingir o topo na carreira, fazendo o que gosta,
é preciso alinhar valores em todas as outras áreas da vida, para que atinja uma felicidade mais harmônica. Afinal, o ser humano não é só atividade profissional, ele faz parte de um todo maior e estar bem nas outras áreas completa a satisfação no ambiente profissional. Não importa em que estágio de sua vida você se encontre, se não estiver feliz com o que faz, procure um curso de coaching, ou um coach e crie seu plano B de carreira, o que não é saudável é adiar seu tempo para ser mais feliz.
José Osvaldo é educador e consultor organizacional com mais de 20 anos de experiência como líder social. Site: www.institutolapidar.com.br
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empreendimento
Empreendedor
de Sucesso Fernando Rosa
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sabel é cabeleireira, João é vidraceiro, Pedro executivo. O que essas pessoas têm em comum? Todas são empreendedoras. Seja em uma empresa própria ou como colaborador de alguma organização. Segundo Robert Hirsch, autor do livro “Empreendedorismo”, empreender é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Muitas pessoas são empreendedoras natas, desde pequenas são inovadoras e conseguem transformar oportunidades em realizações. Outras descobrem o lado empreendedor com o passar do tempo e experiências vividas. Palavras como criatividade, inovação, ousadia, liderança, criação de valor e resiliência fazem parte do vocabulário e dia a dia de um empreendedor. Para empreender é fundamental ter um sonho em que você realmente acredite e consiga transformá-lo em uma meta objetiva e clara. Assim o seu negócio pode se tornar uma missão, ter um propósito e um sentido de existir. E este sentido tem que ser acima do básico que muitas pessoas buscam, que é ganhar dinheiro ou trabalhar menos. Precisamos de empreendimentos que sejam soluções para resolver problemas de outras pessoas. Desta forma os ganhos de tempo e dinheiro serão consequência do trabalho bem realizado e uma
visão clara de onde você quer chegar. Muitos sabotadores surgem na vida de quem almeja atingir um objetivo. Alguns têm pernas, falam e estão muito próximos de você. São por exemplo certos amigos e familiares que vivem com medo de inovar, sair da zona de conforto e acham que você também não deve mudar. Estas são pessoas negativas que enxergam apenas dificuldade no que não é comum, não conseguem ir além do quadrado que estabeleceram para a própria vida. Saiba filtrar o que estas pessoas dizem deixando o medo delas com elas. Gente, já bastam os sabotadores externos, agora a pessoa se autossabotar, já é demais. Aprenda a acreditar na força que existe dentro de você. Tenha coragem de tirar o corpo do sofá e entrar em ação. As desculpas que as pessoas criam para justificar o próprio insucesso ou fracasso as levam à mediocridade. Existem algumas premissas básicas para se tornar um empreendedor de sucesso. Usar um Business Plan pronto como modelo pode contribuir para te dar ideias, mas a essência do planejamento é única. Vamos listar cinco dicas fundamentais para começar um empreendimento de sucesso. Utilize um Modelo de Negócio Qual modelo você irá seguir? Definir as diretrizes do
seu negócio é fundamental para qualquer pessoa que queira sair de um ponto e ir para outro. Porém, com tantos recursos, softwares e modelos prontos, muitas pessoas se perdem e não sabem qual escolher. A dica é analisar bem antes de implantar para não ter que trocar a rota no meio do caminho.
Quem está com você? Em muitos projetos é fundamental a existência de um sócio, parceiro ou braço direito. Não importa como queira chamar, mas ter outro ponto de vista pode ajudar mui-
Saiba onde você vai chegar Ao pegar um taxi você sabe dizer aonde deseja ir. Para ser um empreendedor você também precisa conhecer o seu destino. Não tenha medo de dar passos largos. Se achar que o objetivo está muito distante, divida seu projeto em marcos, pequenas partes que devem ser definidas de forma sistêmica, uma complementando a outra. Defina datas para usa realizações e é fundamental que você comemore cada realização, por mais simples que seja. Isso cria marcos, vira história e serve de estímulo para próximas realizações. Procure acreditar que tudo dará certo. Seja um empreendedor de sucesso na organização em que trabalha ou em seu próprio negócio. Fernando Rosa é palestrante, administrador e consultor da Inova Consultoria. E-mail: fernando@fernandorosa.com.br Site: www.fernandorosa.com.br
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Tenha foco Seja especifico, tendo bem claro como você irá funcionar. Saiba qual o seu nicho, não queira abraçar o mundo quando mal consegue abraçar a si mesmo. Muitas vezes menos é mais. Defina bem qual o perfil do público que vai atingir. Não tente atender de maneira generalista, porque quem tudo quer nada tem. Descubra dos seus clientes quais são suas necessidades e prioridades como prazo de entrega, preço, qualidade, durabilidade entre outras. Mostre o seu diferencial O seu projeto precisa ser especial, único e inovador. Você não pode entrar naquela simples disputa pelo menor preço para o consumidor final ou oferecer algo que o mercado já tem e o seu está apenas com um laço diferente. Não tente enganar as pessoas, faça algo que será desejado pelo seu público-alvo. Quando alguém pensar em criatividade, a sua marca estará na mente das pessoas.
to para que você tenha decisões mais assertivas. Busque pessoas que tenham um perfil que seja diferente, mas que complementem o seu e tenham maturidade para receber elogios e críticas. Ter uma equipe que ama o seu negócio é muito importante. As vezes um bom currículo não é o mais importante. O seu funcionário precisa gostar do que vai fazer e acreditar no projeto. Valorize os recursos externos valorizando a interdisciplinaridade do conhecimento e da experiência, para alcançar seus objetivos.
RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E REDES SOCIAIS Ricardo Mendonça
H
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á tempos venho percebendo a produção de textos sobre o tema. Há tempos vejo profissionais se utilizando de redes sociais para “conhecer melhor” seus candidatos a cargos oferecidos. Particularmente acho uma invasão de privacidade este uso, uma vez que colocamos quem queremos em nossas redes sociais e nenhum selecionador ou recrutador é, de antemão, nosso amiguinho para estar nelas. Nas redes colocamos questões pessoais, piadinhas, fazemos campanhas das mais variadas e temos inclusive a possibilidade de compartilhar estas informações com quem quisermos, em detrimento de outros. Também considero uma invasão de privacidade, na medida em que para se ter acesso ao Orkut, Facebook ou outras redes do candidato, na maioria das vezes, é necessário seu consentimento, que pode ser dado apenas por medo de não continuar no processo seletivo caso negue a autorização. Além do mais, nestas redes, detalhes muito pessoais do candidato estão expostos somente para quem ele confia. Que interesse pode ter um selecionador nas fotos do candidato num jantar de amigos? Nas conversas debochadas sobre desavenças no futebol? E em conversas pessoais,
marcações de saídas, combinações de viagens etc... ? Não consigo ver uma razão lógica, a não ser a razão de estar sendo guiado por um senso fofoqueiro e bisbilhoteiro sem tamanho! O argumento da pesquisa e avaliação 360º para bisbilhotar as redes sociais também não tem solidez alguma... há outras ferramentas para isto. Existem redes sociais profissionais e, é com esta, que o selecionador deve se preocupar. Pode solicitar gentilmente ao candidato que tenha acesso ao que divulga nelas. Há que se ter a sensatez de perceber que nestas redes, o lado teatral de muita gente cresce... para isso mesmo elas existem também, para favorecer a desinibição. Neste caso o selecionador deve ter muito cuidado para não confundir fantasia (brincadeiras) e realidade do candidato. Modismos vão, modismos vêm, tecnologias aparecem a cada dia e se inserem em nossos trabalhos e relações no mundo. O excesso de exposição não deve gerar, na mesma medida, uma curiosidade bisbilhoteira de recrutadores e selecionadores em nome das “facilidades que a tecnologia nos oferece para o trabalho”. Não é mais possível acreditar nos currículos? Não é mais possível acreditar na grafologia? Não é mais possível as-
sociar técnicas clássicas e eficientes como entrevistas, dinâmicas, simulações, testes projetivos e psicotécnicos?
Não há a necessidade também de expor amigos, colegas e conhecidos às bisbilhotices e “avaliações” de profissionais que selecionam usando as redes como ferramentas. É o cúmulo da falta de educação expor amigos e familiares, por
Todos têm seus segredos e podem ou não querer compartilhar com um ou outro. Todos têm suas vidas sociais e podem ou não querer compartilhar com seus empregadores. Ninguém é obrigado a isto e quem obriga é déspota disfarçado de técnico no assunto, além de desinformado sobre ferramentas poderosas que conseguem vasculhar as competências e princípios dos candidatos, coisa que nenhuma rede social consegue. Ferramentas poderosas não podem ser enganadas, redes sociais estão a serviço também da “cara” que cada um quer ter. Elas podem enganar e muito!
Ricardo Mendonça é psicólogo – mestre em Psicologia – especialista em Educação a Distância, coordenador, coach, articulista e instrutor na Diferencial Educação & RH, onde também é conteudista e tutor dos cursos e-learning.
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Qual o interesse do selecionador em saber o que o candidato achou do terno do príncipe William em seu casamento? Ou o que pensa da “feijodada da tia Lourdes” aos domingos? Processo seletivo é uma coisa, voyeurismo é outra bem diferente... pelo menos estes profissionais de Recrutamento e Seleção poderiam ter a elegância de autorizar que sejam deletados das redes dos candidatos depois que eles forem aprovados. Não há a necessidade de um controle da vida íntima e social deles. Todos querem conhecer a vida de todos e poucos querem conhecer e melhorar a própria. Parece que “ver novela”, ou bisbilhotar redes sociais, o que dá no mesmo, continua sendo um anestésico para as próprias dores e defeitos, via de regra projetados nestas duas instâncias.
exemplo, com questões muitas vezes bem particulares, aos olhos de curiosos profissionais.
Soluções de
plástico
Saiba quais são as vantagens oferecidas pelo plástico biodegradável
Karina Cedeño
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N
o princípio era o vidro, depois veio o plástico. Que hoje compõe cerca de 77% das embalagens existentes no Brasil, de acordo com a organização CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Mas esta realidade está mudando. Devido ao alto impacto produzido ao meio ambiente pelo descarte do plástico e seu longo tempo de decomposição (que pode levar até 200 anos), ele será substituído por outro tipo de plástico – o biodegradável, desenvolvido no início dos anos 90 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). De acordo com Maria Filomena Rodrigues, pesquisadora do IPT, o novo plástico é chamado PHB (polihidroxibutirato) e utiliza bactérias Burkholderia sacchari, que metabolizam o açúcar e o transformam em polímeros. Cada três quilos de açúcar fornecido às bactérias gera um quilo do plástico biodegradável, o qual apresenta resistência à água e boa estabilidade à radiação ultravioleta, além de funcionar como uma barreira à permeabilidade dos gases. Além de ser produzido com matéria-prima renovável, como o melaço e o bagaço da cana (ao contrário do plás-
tico comum, de origem petroquímica), o PHB leva muito menos tempo (em torno de seis meses) para se decompor no ambiente, vantagens pra lá de sustentáveis. Ao se decompor, libera apenas água e gás carbônico, mas é importante saber que precisa de condições propícias para que a degradação ocorra, o que envolve a presença de microorganismos, temperatura adequada e umidade suficiente. O plástico biodegradável pode ser utilizado na fabricação de diversos tipos de embalagens e também cápsulas de remédio, mas Maria Filomena afirma que ele não é indicado para constituir sacolas plásticas nem garrafas de refrigerante. É mais opaco do que o plástico comum e custa mais para ser produzido. Anualmente são fabricadas 60 toneladas do plástico pela PHB Industrial, localizada em Serrana (SP). A iniciativa permite o reaproveitamento do bagaço de cana descartado pelas indústrias de álcool, além de restos de frutas das fábricas de sucos. Estima-se que no Brasil sejam produzidas 85 milhões de toneladas de bagaço de cana-deaçúcar anualmente, sem falar que todos os dias mais de mil toneladas de frutas vão parar no lixo das feiras livres de São
Mas nenhuma destas tentativas se compara ao plástico produzido a partir do açúcar. Ele é mais barato e apresenta alto poder de biodegradabilidade em relação aos outros. Sem contar que sua fabricação não depende de energia externa: o próprio bagaço da cana gera energia elétrica e vapor necessários à produção industrial. O Brasil lidera os projetos e pesquisas relacionadas ao bioplástico originado da cana-de-açúcar, e o IPT já desenvolve outro tipo de plástico biodegradável, feito com bagaço de cana hidrolisado, que é mais barato do que o primeiro, porém mais complexo de se produzir. Pesquisa realizada pela consultoria Ciclosoft com 443 municípios brasileiros mostra que 19,5% da coleta seletiva é composta por plásticos. Isso equivale a uma produção de 4,213 milhões de toneladas de plástico por ano, segundo o Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos). O mercado é promissor para o PHB e tudo indica que ele poderá ser utilizado em fios de suturas médicas facilmente absorvidos pelo organismo e em componentes de computadores.
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Paulo. A reutilização de tais resíduos contribui e muito para a redução do volume de lixo gerado no país. Outra vantagem é que, por ser matéria-prima abundante no Brasil, a cana-de-açúcar torna-se um produto muito competitivo no mercado internacional. O quilo do bagaço pode ser comprado a R$ 5 no Brasil, enquanto no exterior sai quase três vezes mais caro. A Alemanha é um dos países mais interessados no plástico biodegradável, ainda mais depois que seu governo estabeleceu o compromisso de substituir 60% do plástico comum pelo bioplástico, com o intuito de reduzir a quantidade de lixo presente nos aterros sanitários. De acordo com normas internacionais, o plástico, para ser considerado biodegradável, não pode apresentar tempo de degradação maior do que 180 dias. Há mais de 20 anos vêm sendo testadas outras matérias-primas para a produção de bioplástico, como o açúcar de beterraba, a proteína de soja e o milho, e uma empresa espanhola até chegou a desenvolver produto feito com proteínas do soro do leite para compor embalagens de alimentos.
moda, beleza e estilo
ESCRITO NOS LÁBIOS Aparentemente, apenas uma canetinha colorida. Ledo engano. Just Bitten é o mais novo produto da Revlon, um batom com alto poder de fixação em uma embalagem que cabe até no estojo. Deve-se primeiro aplicar a caneta nos lábios e depois o bálsamo que dá brilho. Disponível em seis tonalidades (Twilight, Frenzy, Crave, Midnight, Gothic e Lust).
BOLSAS? SÓ PARA LEVAR SEUS ACESSÓRIOS! A Lancôme lançou um produto específico para diminuir as bolsas e olheiras de mulheres acima de 40 anos. O Renergie Microlift Eye R.A.R.E- Lifting Eye Cream tem a missão de atuar na área dos olhos, deixando a pele da região mais firme e com a redução de manchas escuras.
Poderosas notas
O Doux Nettoyant Moussant promete acabar de vez com as olheiras. O creme tem uma fórmula produzida para diminuir bolsas na região dos olhos, clarear e limpar a pele, tirando impurezas, secreções sebáceas ou células mortas. Trata preservando a hidratação natural da pele, além de neutralizar o ressecamenta causado pela água.
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O “Eau Flirt” promete deixar os garotos atraídos por quem utilizálo. O perfume já foi cientificamente comprovado a atrair o sexo masculino, baseado em pesquisa realizada pelo MIT, de que os homens preferem notas mais quentes e fragrâncias mais doces. O produto possui notas de lavanda, abóbora e canela (que agem como feromônios e dão a sensação de nostalgia). Ainda combina algumas notas florais e de frutas com musk e madeiras. Disponível no site: http:// www.harveyprince.com
ADEUS OLHEIRAS!
CACHOS DEFINIDOS Quem tem cabelos ondulados sabe como é difícil domar os cachos quando ficam ressecados. O Tigi Catwalk Curlesque Strong Mousse promete dar fim neste problema. O produto atua na hidratação, protege das agressões e mantém os fios macios. Sua fórmula fortalece e restaura a elasticidade dos fios.
2.0
Android dá mais lucro para Microsoft A receita obtida com royalties, que a HTC precisa repassar à Microsoft por cada celular com Android, está ultrapassando os lucros obtidos com o Windows Phone. O sistema proprietário da empresa rende menos dividendos graças ao acordo com a fabricante de celulares, de acordo com dados do site BGR. Segundo nota divulgada recentemente, a gigante da informática faturou US$ 21 milhões com a venda de 1,4 milhões de aparelhos com seu próprio sistema, contra US$ 60 milhões, vindos da comercialização de 12 milhões de celulares HTC com Android.
Amazon prepara tablet A livraria Amazon está para lançar seu próprio tablet. Segundo informações da MacWorldBrasil, a ideia é trazer para o mercado um concorrente de peso com preço subsidiado e mais barato para concorrer diretamente com o iPad. O aparelho sairia mais em conta para levar adiante a estratégia da empresa, lucrar com conteúdo, os livros que não emplacaram com o Kindle, seu atual leitor de e-books.
Google Docs, Gmail e Calendar offline Os usuários do Google Chrome agora podem acessar documentos, emails e seu calendário pessoal de forma offline pelo navegador. Para utilizar a novidade, basta adicionar ao Chrome Offline Google Mail e seguir os passos da instalação. Em seguida, acesse o aplicativo, depois clique em “permitir e-mail offline”, siga adiante e acesse fazendo login em sua conta.
A empresa de pesquisas de marketing eDigitalResearch divulgou em pesquisa que os usuários de tablets têm 65% mais chances de realizar compras pela internet. O estudo mostra que os aparelhos com telas maiores proporcionam uma navegação melhor e mais interativa, se comparados aos smartphones. Por isso, aumentariam proporcionalmente as chances de compras pela rede mundial de computadores. Mais informações em: http://www.edigitalresearch.com/news/item/nid/395934273
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Usuários de tablets têm 65% mais chances de fazer compras online
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As redes sociais e a
comunicação Reinaldo Polito
A tecnologia e a linguagem
eu bisavô criticava meu avô por causa da linguagem “descuidada” que o garoto resolvera adotar em suas conversas com os amigos. Onde já se viu alguém tão bem formado lançar mão desses “francesismos”. Sim, como sofríamos acentuada influência da cultura francesa o estrangeirismo era chamado de francesismo. Foram se integrando à nossa língua palavras como abat-jour (abajur), atelier (ateliê), ballet (balê), bâton (batom), bidet (bidê), maillot (maiô), chic (chique) só como exemplos dos termos mais comuns. Não preciso dizer que por mais que o velho Polito esperneasse prevaleceu a linguagem do meu avô. Meu avô seguiu a linhagem conservadora ao educar meu pai e descia-lhe o porrete por causa das novidades que teimava incluir no seu linguajar. Não tinha cabimento mudar o jeito de falar só porque passara a usar calças compridas. Pois é, para quem não sabe os homens só podiam usar calças compridas depois de se tornarem mocinhos. Enquanto os meninos fossem considerados crianças só vestiam calças curtas. E que novidades eram essas na comunicação do meu pai? Meu avô ficava com os cabelos em pé quando meu pai, na época em que era mocinho, retornava de um passeio contando que havia marcado encontro com uma uva, mas ao chegar em sua casa saiu a maior fuzarca. Depois do susto, entretanto, tudo ficou legal. Uva? Fuzarca? Legal? Afinal, que linguajar é esse, menino? Eu não escapei. Onde já se viu eu falar em carango, chapa, fossa. Ué, mas isso é linguagem extravagante? Por incrível que pareça, nos anos 60 era sinônimo de modernidade. Para fazer jus ao DNA, peguei no pé dos meus filhos. Afinal, escrever tb, vc limita e embota o raciocínio. Ah, sai dessa coroa. Peraí, coroa é dos jovens da minha geração, não da de vocês. A pergunta que devemos fazer é essa: qual a linguagem que vai prevalecer, a do meu bisavô ou a dos meus filhos e netos? Tirando os exageros que sempre surgem nos modismos, lógico que a comunicação será norteada principalmente pela linguagem da garotada que vem por aí. Afinal, a fila anda.
Há um fenômeno que ajudou a transformar a forma de as pessoas se comunicarem, as redes sociais. Hoje não se sai mais de casa necessariamente para adquirir uma nova linguagem. A nova linguagem vem até nós pela internet. E não são apenas os jovens da geração Y, ou como diz o pesquisador Ruy Leal, geração super Y, nativos desse mundo tecnológico que são impregnados pelas novidades da comunicação, mas sim todos nós, até imigrantes na tecnologia, independentemente da época em que tenhamos nascido. Ao contrário do que alguns imaginam, as redes sociais não se prestam apenas para atender a finalidades sociais ou objetivos profissionais, mas também como forma de inclusão e pertencimento. Especialmente a nova geração de jovens adultos sente a necessidade de se atualizar e acompanhar os recursos tecnológicos que surgem a cada dia como se fos-
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A fila anda
sem uma avalanche permanente. O domínio da tecnologia passou a ser uma das condições para que a pessoa se sinta integrada não só à sociedade como também ao ambiente profissional.
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Néstor Garcia Canclini, que dirige o Programa de Estudo sobre Cultura Urbana do Departamento de Antropologia da Universidade Autônoma Metropolitana no México, na sua obra “Consumidores e cidadãos” diz que é possível definir cidadania como: “Práticas sociais e culturais que dão sentido de pertencimento, e fazem que se sintam diferentes os que possuem uma mesma língua, formas semelhantes de organização e de satisfação das necessidades”. Ora, conhecer a tecnologia e navegar pelas redes sociais, ainda que seja nos seus contornos mais periféricos, é uma forma de pertencimento àqueles que vivem no nosso tempo. A convivência constante, quase permanente com a tecnologia, como os tablets e smartphones em conjunto com as redes sociais transformam sua utilização em espécie de extensão do próprio corpo. Sherry Turkle, pesquisadora
americana, é uma das maiores autoridades no campo do relacionamento pela tecnologia. Ela atua como professora de Estudos Sociais de Ciências e Tecnologia no MIT. É fundadora e diretora na área de Iniciativa em Tecnologia e Humanidade do MIT e licenciada clinicamente em psicologia. Em suas pesquisas confirmou essa espécie de dependência da tecnologia por grande parte da população. Em seu livro “Alone Together - por que nós esperamos mais da tecnologia e menos de uns dos outros”, como exemplo ela menciona que algumas pessoas chegam a dizer que a perda de um telefone celular pode ser “como a morte”. E nessa mesma linha complementa com os relatos que ouviu: “Mesmo nossos dispositivos estando ou não em uso, sem eles, nos sentimos desconectados, à deriva”. Ninguém quer ser visto como pessoa desatualizada, ultrapassada, fora do seu tempo. Como sabemos, a linguagem é forte indicador da origem, da posição social, da educação e da atualidade de uma pessoa. Como disse Bakhtin: “A palavra será sempre indicador mais sensível de todas as transformações sociais”. A velocidade das mudanças tecnológicas e as constantes transformações nas características das redes sociais promovem o aparecimento de novas palavras e expressões que vão se incorporando à comunicação. Por isso, o uso de linguagem própria de épocas passadas funciona como espécie de sotaque das pessoas vistas como imigrantes e não nativas no mundo dominado pela tecnologia. A concisão e velocidade como as mensagens são transmitidas exigem também uma comunicação rápida e mais en-
sempre com um dos olhos aberto. Envia e-mail e para se certificar de que o destinatário recebeu a mensagem
liga em seguida para confirmar. O caminho é irreversível. Portanto, sendo nativo ou imigrante, todos precisam se familiarizar com os constantes avanços tecnológicos e como a comunicação evolui e se adapta a essa tecnologia. Quem parar pode não morrer, mas corre o risco de ser atropelado. Quem usa a internet e como “falar com esse público”
Pesquisas recentes mostram que a internet é usada igualmente por homens e mulheres, 50,3% masculino e 49,7% feminino. Um dado interessante se refere à faixa etária, no Brasil 63% dos usuários têm idade entre 15 e 35 anos. Os que permanecem mais horas na internet têm idade de 25 anos. Metade dessa população usa principalmente redes sociais como Facebook. Por esses dados é possível deduzir que tipo de público usa a internet e a linguagem mais adequada para transmitir mensagens a esse “auditório social”. Sabendo que pessoas
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xuta. Não estamos pregando textos incorretos, com erros gramaticais. Pior que o uso de linguagem erudita e pomposa nas mídias sociais é o texto repleto de incorreções. Apesar disso, certas expressões perdem o sentido original e são usadas como código no relacionamento nas redes sociais. É um modo de representação. Como exemplo, por mais despreparada que seja uma pessoa, dificilmente não saberia que escrever “todos comemora” é uma incorreção gramatical, mas essa expressão é utilizada por grande quantidade de internautas. Temos de levar em conta também que o bom texto, elaborado com esmero e dentro das normas cultas será sempre admirado, mesmo que aquele que o produziu seja visto como diferente ou estranho nas redes sociais. Não são poucos, todavia, aqueles que para se mostrarem antenados e atualizados se valem de termos mais “modernos”, mesmo tendo naturalmente estilo distinto. Por mais que os imigrantes digitais se esforcem para parecerem nativos, se fosse em uma guerra não sobreviveriam como espiões, pois em algum momento seriam traídos pelo sotaque. Essa identificação de uma origem fora do ambiente dos nativos ocorre às vezes em detalhes aparentemente insignificantes. Alguns, sem se dar conta, se valem de gírias ultrapassadas, outros usam outras fontes de consulta antes de pesquisar na internet, não são poucos aqueles que preferem textos impressos a tê-los na tela do computador. O imigrante normalmente é um desconfiado, dorme
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com idade entre 15 e 35 anos usuários da internet desejam informações rápidas e concisas para que as mensagens atinjam os objetivos desejados devem obedecer a essas características. Mesmo aqueles não incluídos nessa população, os imigrantes digitais, sabem que ao se relacionar nas redes sociais irão encontrar uma linguagem mais leve, arejada, rápida e objetiva. Portanto, saber como funciona a linguagem predominante nas redes sociais é essencial para ser bem-sucedido na comunicação que se vale desses canais. Só para dar ideia de como a tecnologia participa da nossa vida, basta dizer que mais de 60% dos usuários de internet passam mais de seis horas conectados por dia.
Algumas características do comportamento e da linguagem dos nativos digitais podem ser úteis para facilitar a comunicação. Quando você tiver a possibilidade de passar a mensagem com texto ou com gráfico não hesite, prefira o gráfico. Se tiver de optar entre um texto longo, explicativo e outro rápido, conciso, em formato de pílulas ou dicas, esta última forma deve ser a escolhida em quase todos os casos. Se tiver de interagir com pessoas nativas dê um jeito de substituir trabalhos disciplinados por jogos. Não se esqueça de que essa turma nasceu com jogos nas mãos. Para um imigrante essa forma de agir pode parecer estranha, sem sentido, quase uma brincadeira inconsequente. Para o nativo é coisa séria. É o caminho que gostam de tomar quando precisam pensar e agir. Embora a comunicação usada nas redes sociais seja uma realidade, há estudiosos de peso que procuram lançar luzes a ângulos nem sempre percebidos. O filósofo e cientista político polonês Zygmunt Bauman afirma que as redes não acrescentam, mas empobrecem o pensamento, não colaboram com o aprendizado e banalizam as informações. Há pouco tempo participei de uma reunião com educadores, velhos e experientes educadores que contribuíram para a formação de muitas gerações de brasileiros em todos os cantos do país. Embora o objetivo da reunião fosse discutir outros aspectos da educação, especialmente refletir sobre os motivos que levaram a educação brasileira a se deteriorar, a conversa acabou sendo desviada para a linguagem.
Sendo o mais jovem do grupo, esperei que todos se manifestassem para depois dar minha opinião. Só o fato de eu ter mencionado que essa nova linguagem deveria ser considerada no processo de comunicação provocou revolta geral. Todos eram imigrantes digitais. Alguns deles, provavelmente, não usam internet como ferramenta habitual em suas atividades. Não havia como discutir. Apenas sorri e me afastei da discussão. Menciono esse fato para alertar que nem tudo está devidamente ajeitado no mundo digital. Há resistências e um longo trajeto ainda a ser percorrido. Como sempre, o desconhecido, o novo se transforma em caminho escuro, que provoca resistências e desconfianças. Tive o prazer de participar de “O Ciclo Era Digital”, idealizado pelo Centro de Pesquisa ATOPOS da ECA-USP. Uma das palestras mais interessantes foi proferida pelo professor canadense Derrick Kerckhove, que entre outras atividades dirigiu por mais de 20 anos o Programa McLuhan em Cultura e Tecnologia da Universidade de Toronto. Um de seus livros mais importantes é “A pele da cultura”, indispensável para quem deseja desvendar o mundo digital. Além de pesquisador respeitado Kerckhove vê com admiração a influência da tecnologia na sociedade. A respeito do nosso contato com a informação por meio da tecnologia, ele afirma: “Todas as vezes em que a ênfase dada a um determinado meio muda, toda a cultura se move”. É o produto que serve como meio de consumo que também passa a ser consumido. Os livros digitais,
por exemplo, chegaram tímidos ao mercado literário. Em pouco tempo surgiram em grande quantidade diferentes tipos de tablets. Era o que faltava para que as vendas dos e-books começassem a crescer. São esses pontos e contrapontos que nos permitem refletir e nos ajudam a chegar às conclusões que consideramos mais acertadas. Afinal, o que são e quais são as redes sociais? De maneira simplificada podemos dizer que as redes sociais são locais tecnológicos de relacionamento. Foram criadas com a finalidade de promover a interação dos usuários. Cada um estabelece um perfil e revela os assuntos que deseja compartilhar com os outros usuários. O fato de se sentirem protegidos atrás de uma tela os incentiva a fornecer informações pessoais ou profissionais. Muitos acabam descobrindo que estavam equivocados, pois mesmo sozinhos, isolados em lugares às vezes distantes, estavam se expondo. Algumas empresas passaram a pesquisar nas redes sociais informações dos candidatos a emprego. Não foram poucos os casos de pessoas barradas por causa das revelações pessoais disponíveis a quem quisesse saber. As redes sociais mais conhecidas e acessadas no Brasil são: Facebook, Orkut, Twiter, Linkedin, Flicker, Plaxo, Foursquare, Google+, MySpace e Youtube. Vale a pena saber um pouco sobre as características de cada uma das principais redes:
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Facebook – é a maior de todas. Embora seja utilizada também para relacionamento profissional, seu objetivo inicial foi o de propiciar interação profissional. Uma característica atraente é o fato de servir como interface de associação com outras redes sociais. Twitter – utilizada para informações curtas e muito rápidas. Permite textos com o máximo de 140 caracteres. Passou a ser usada também em larga escala pela mídia, tanto na busca quanto no fornecimento de notícias. Linkedin – é quase sinônimo de relacionamento profissional. Os usuários disponibilizam seus currículos, pretensões profissionais e notícias de suas atividades, como textos publicados, cursos e palestras que ministram. MySpace - utilizada para relacionamento. Foi a rede de relacionamento de maior penetração em todo o mundo. Hoje é muito utilizada no meio musical. Orkut – utilizada para relacionamento. Atualmente em declínio, foi a primeira e mais popular rede social do Brasil. Mesmo tendo a força do Google por trás, encontra dificuldade para concorrer com outras redes, principalmente a Facebook. Google+ - utilizada para relacionamento. É a grande novidade surgida no mercado nos últimos tempos. Usa como diferencial a possibilidade do usuário dividir os contatos em círculos para facilitar sua localização.
Curiosidades
Cada vez mais os usuários se valem de termos ou expressões que funcionam como mensagem completa. Por exemplo, o uso do “curtir” e do “cutucar”, ferramentas do Facebook, acabam sendo também ferramentas de comunicação completa para que o usuário se comunique sem que tenha que trocar pelo menos uma palavra com o outro usuário para revelar seu sentimento. É uma forma rápida de interagir e mostrar um tipo de cumplicidade ou de solidariedade. Estudos recentes mostram que cerca de 20% dos usuários desenvolveram algum tipo de dependência da tecnologia. São pessoas que não conseguem permanecer muito tempo sem verificar se recebeu ou não
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Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. Site: www. polito.com.br
alguma mensagem, ou sentem necessidade de passar algum tipo de informação. Em casos extremos essas pessoas precisam da ajuda de profissionais especializados para encontrarem equilíbrio e dividir suas atividades e atenção com outras tarefas. A maioria, entretanto, não aceita a ideia de que esteja viciada no uso de aparelhos e sempre encontra desculpas para tentar justificar seu comportamento. Ninguém sabe ao certo para onde iremos com todo esse desenvolvimento tecnológico. A cada dia surgem novidades atraentes e um número maior de pessoas se entusiasma com a ideia de se relacionar com outras pessoas usando recursos tecnológicos, principalmente as redes sociais. É viver para saber.
coaching Esta é a segunda parte do artigo do colunista André Percia proposto na edição anterior. Na próxima Ser Mais, você terá acesso a uma série de exercícios para colocar em prática o conteúdo do texto.
Pressupostos Sobre o
Processo Mental André Percia
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“O Mapa não é o Território”;
Pressupostos Sobre Aprendizagem, Escolhas e Mudanças
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O significado opera dependente do contexto;
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Nós respeitamos o modelo de mundo de cada pessoa;
Todas as comunicações devem aumentar as escolhas;
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As pessoas respondem de acordo com seus mapas internos;
Humanos têm a habilidade de aprender em uma única tentativa;
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Mente e corpo inevitavelmente e inescapavelmente afetam um ao outro;
As pessoas fazem as melhores escolhas que podem quando agem;
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As habilidades individuais funcionam com o desenvolvimento e sequenciamento dos sistemas representacionais.
As pessoas têm todos os recursos dos quais precisam para ter sucesso;
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Sendo pessoas com responsabilidade (habilidade para responder) podemos lidar com o próprio cérebro e controlar os resultados.
Pressupostos Sobre o Comportamento e as Respostas Humanas •
Cada comportamento tem utilidade e funcionalidade;
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Pessoa e comportamento descrevem diferentes fenômenos. Nós somos mais que nossos comportamentos. Pressuposições de Comunicação “Não há fracassos, só feedback”;
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Nós não podemos não comunicar;
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Resistência indica falta de rapport;
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O significado da comunicação está na resposta que obtém;
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A forma como comunicamos afeta nossa percepção e recepção;
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A pessoa com mais flexibilidade exerce a maior influência no sistema;
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Aquele que estabelece o enquadramento da comunicação controla as ações.
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André Percia é psicólogo clínico e hipnoterapeuta com formação internacional em Coaching. Site: www.youtube.com/ Andrepercia E-mail: apercia@terra.com.br
jogo rápido
Carla Lamarca Confira o breve bate-papo com a atriz que já trabalhou com moda, foi apresentadora e resolveu profissionalizar-se para seguir a dramaturgia
1- Quando e como descobriu que seguiria a carreira de atriz? Comecei a fazer uns cursos livres de atuação quando ainda estava na MTV e fui me viciando pela dramaturgia. Há dois anos resolvi me profissionalizar e fazer um curso sério de formação de ator e foi quando decidi que queria ser atriz. Trabalhar na televisão como apresentadora me abriu caminhos para conhecer e descobrir a profissão de atriz.
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2- Pensou em seguir outra profissão ou chegou a trabalhar em empresas? Quais semelhanças vê entre o trabalho no mundo artístico e no corporativo? Na faculdade queria trabalhar com moda, trabalhei em diversas empresas. Trabalhei com desenvolvimento de produto na Miss Sixty, na Calvin Klein em underwear. Não vejo grandes semelhanças entre o mundo artístico e o corporativo. Claro que nos dois meios existe comprometimento, disciplina. No meio artístico certas burocracias não existem, mas não fazem parte do dia a dia; hierarquias existem mas são mais maleáveis, os horários mais flexíveis. 3- Você passou algumas temporadas ainda adolescente na Europa, qual a importância desse tipo de experiência para quem ainda está em desenvolvi-
mento? Ajuda a ampliar os horizontes não só no sentido de ganhar fluência em outros idiomas, mas também no amadurecimento profissional? Como? Acho que a vivência que se ganha morando fora do país não é diretamente ligada à vida profissional e sim ao crescimento. Essa experiência me ajudou a solucionar problemas de outra maneira, a aprender a me virar, a ter independência e, claro, fluência em uma nova língua. 4 - Sua vida está dividida entre São Paulo e o Rio, por conta das gravações da telenovela Insensato Coração. Como concilia as atividades pessoais e profissionais nas duas cidades? É possível ter qualidade de vida, o que faz para mantê-la? Muita qualidade, o Rio é uma cidade outdoor, tem muito o que fazer fora de casa, andar, passear, conhecer cafés. São Paulo é minha casa, onde volto pras minhas raízes, encontro meu amigos, a família. Acho que a possibilidade de viver nos dois lugares faz com que uma cidade complete a outra. 5 - Da sua formação, o que considera mais importante e teria sido fundamental para a carreira? Algum curso, especialização? Fundamental foi mesmo o curso profissionalizante
de formação de ator. Acho que é o que dá base, referência, leitura, prática. Fora isso é a experiência que vai se adquirindo ao longo da carreira, as oportunidades que vão aparecendo.
Acho que é praticar, praticar muito. Qualquer oportunidade que tiver. Saber que o ator tem só ele mesmo como ferramenta de trabalho e fazer, fazer, fazer até a exaustão. Isso ajuda a se conhecer melhor, a ter experiência.
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6 - Quais dicas daria para quem deseja ser ator/atriz? Que tipo de investimento deve ou pode fazer para destacar-se e ter uma boa base?
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otimista
Alegre o seu dia! Ômar Souki
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omo alegrar o meu dia se minha esposa já amanheceu brigando com meus filhos e reclamando do excesso de trabalho em casa e no emprego? Como alegrar o meu dia quando chego atrasado à empresa, devido ao trânsito, e ainda tenho que enfrentar a cara fechada do chefe? Como alegrar o meu dia quando descubro que aquele cheque de dois mil reais, que recebi de um cliente, está sem fundos? De fato, os desafios são muitos, mas a alegria é fundamental para o bem viver. Tanto que São Francisco de Assis pedia que Deus lhe permitisse levar a fé onde havia dúvida, verdade onde havia mentira e alegria onde havia tristeza. E o que mais vemos nos grandes centros é tristeza. Nesse contexto é mais fácil nos entregarmos à irritação, à insatisfação e à reclamação do que à alegria de viver. Ser alegre é um grande desafio. Como cultivar a doçura em meio a tanta amargura? Encontrei inspiração no seguinte pensamento de Leon Tolstoi: “A vida é um local para servirmos e nesse sentido temos que sofrer muito, o que é difícil de suportar, mas frequentemente experimentamos grande alegria. Contudo, tal alegria somente
será real se considerarmos a vida como um serviço e se tivermos um objetivo definido, além de nós mesmos e de nossa felicidade pessoal”. A princípio o texto me pareceu contraditório, pois afirma que “temos que sofrer muito”. Logo depois diz que “frequentemente experimentamos grande alegria”. Ele queria dizer que até aprendermos a ser alegres, sofremos muito. Então, a alegria é algo que podemos aprender. Mesmo que algumas pessoas pareçam ser naturalmente alegres, essa arte da leveza no viver pode, sim, ser aprendida. Como? 1.
Foco na abundância. Sim, tenho conflitos em minha residência e em meu trabalho, mas tenho uma família e tenho um emprego. Sou grato por tê-los, quantas pessoas sonham com isso? Por mais desafiadora que seja a sua realidade, foque sempre no lado positivo da vida e agradeça.
2.
Agradeça. Exclua de seu imaginário a reclamação. Quando fala mal daquilo que possui está fazendo
uma oração ao contrário. Isto é, está implorando por mais desgraça. O universo sempre lhe dá o que pede. Se reclamar demais, vai ter mais daquilo que não quer. Se agradecer pelo que tem, mesmo que seja pouco, o universo vai conspirar a seu favor. 3.
Dar de si, antes de pensar em si. Isso pode até parecer um absurdo, mas está de acordo com o pensamento de Tolstoi que diz que a
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4.
Humildade. Já notou como sofrem os arrogantes, aqueles que sabem tudo de tudo e que se acham melhores que os outros? Enquanto alimentarmos ilusões de que o universo gira em torno de nosso próprio umbigo, vamos sofrer e muito. Ser humilde não é ser bobo, é ser sábio. Ao aceitarmos nossas limitações e estarmos dispostos a oferecer o melhor que temos em nosso coração, estaremos, então, nos preparando para alegrar nossos dias.
“alegria somente será real se considerarmos a vida como um serviço e se tivermos um objetivo definido, além de nós mesmos e de nossa felicidade pessoal”. Portanto, pense grande, projete-se além de seu mundinho e, assim, poderá transformar o mundo.
Ômar Souki é Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos, e autor de 25 livros. Site: www.souki.com.br
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INTELIGÊNCIA CONVERGENTE A mente vencedora do futuro Daniel Bizon
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e Nova York, Thomas Friedman. Da Índia, Pankaj Ghemawat. Mais um conflito entre Estados Unidos e Oriente? Ou seria um combate entre o herói e o vilão numa super produção de Hollywood? Só de falar em Estados Unidos e Oriente, já cheira a bomba! Mas a “guerra” agora é bastante saudável. Falo da recente discussão provocada por Pankaj Ghemawat, professor indiano da Harvard Business School. O alvo é o famoso livro O mundo é Plano, bestseller assinado por Thomas Friedman, colunista do New York Times. Para Friedman, o mundo é plano, as fronteiras entre nações não existem mais e a globalização está “a todo vapor”. Ghemawat rebate em “alto estilo”: - “O mundo não é plano coisa nenhuma! Isso é tudo globaboseira”! O indiano defende que a coisa não é bem assim, apresentando argumentos bastante lúcidos como o fato de que o investimento estrangeiro direto (IED) nos países não atingiu nem 10% no período de 2003 a 2005. Ou mesmo a internacionalização das patentes, ligações telefônicas e investimentos na bolsa, que também não chegam sequer aos 10%. Ghemawat e Friedman chegaram a “se pegar” através de cartas. Uma coisa é certa: plano ou não, não se pode negar que o mundo está diferente. Em parte para melhor, em parte para pior. Impactos positivos em algumas economias, aumento da difusão da informação, geração de novas fontes de energia e mais recursos na medicina. Impactos negativos também: meio ambiente degradado, conflitos entre nações, péssimas condições de vida de alguns povos e claro, valores humanos deteriorados. De uma forma ou de outra, tudo isso vem das pessoas. O mundo foi transformado porque elas se transformaram. Mesmo que a “planificação” do mundo venha a ser
lenta, muita coisa tende a se “planificar” ou a convergir. A começar pela forma como as novas empresas são planejadas. Como os mercados estão muito densos e competitivos nascem novas formas de se pensar a estratégia de uma empresa. Empreendedores de todo o mundo estão juntando atributos de valor provenientes de setores completamente diferentes para criar novos modelos de negócio. Estudantes estão mais conscientes de que a escolha de uma profissão passa também pelo significado que o trabalho terá em suas vidas, deixando se render à mera ambição de ficar rico a qualquer custo. Começam a surgir os verdadeiros talentos, apaixonados pelo trabalho. Sem aquele pavor pela próxima segunda-feira serão motivados pelo senso de realização e pelos ganhos decorrentes de sua competência. Os que fazem a diferença acabam enriquecendo. Outro aspecto importante é a transformação no conceito de consumo. Consumir no passado era para suprir necessidades. Existia o momento da compra e o momento da “curtição”. Hoje já vemos o consumo tratado como uma experiência, como parte do prazer da vida, um verdadeiro ritual. E por isso, os varejistas estão preocupados em tornar o ambiente de consumo mais humanizado, mais interativo, capaz de fazer o cliente sonhar dentro da loja. Como diz um grande amigo, “somos todos crianças; o que muda é o preço dos brinquedos”. No mercado de trabalho, caçadores de talentos lotam os programas de TV e eventos de RH dizendo que tipo de “alienígena” procuram para ocupar as empresas do futuro, pois as competências que o mercado está buscando têm sido de multiespecialista, um profissional com uma visão holística da tarefa e das possibilidades do mundo. Então não é difícil perceber que o ser humano ven-
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cedor terá uma configuração de inteligência diferente do que foi. Aquele que vem para inovar saberá se relacionar e construir redes de pessoas, integrando novos conhecimentos ao seu saber de origem. Se ele compra e se diverte ao mesmo tempo, não tem pavor do trabalho e constrói novos modelos de negócio juntando tudo o que é bom, certamente possui um novo tipo de inteligência. Uma inteligência convergente, integradora. Pessoas com este tipo de mente serão vencedoras porque: • Inovar e sustentar são duas de suas capacidades intensamente requeridas pelos negócios e pela sociedade, independente do mundo ser “plano ou redondo”; • As respostas para muitos conflitos humanos estão no passado, mais precisamente na história e na antropologia. Incrivelmente, passado, presente e futuro serão integrados pelos representantes desta classe para dar luz à inovação nas crenças e condutas sociais; o poder, o amor, a sexualidade e a espiritualidade serão profundamente transformados; • Chamados de multiespecialistas por uns e nexialistas por outros, serão criadores de novas profissões e novos produtos, uma reinvenção ancorada na integração de diferentes áreas do conhecimento; • O mundo precisa de mais pessoas talentosas e felizes. As fronteiras entre vida pessoal e vida profissional progressivamente tendem a desaparecer. Essas pessoas não vão mais trabalhar para se sustentar, mas desfrutar do resultado positivo que seu talento os permitirá ter; • A felicidade, tão esperada ao longo dos anos pela velha geração será descoberta no dia de hoje, na possibilidade de ser o que se quer ser, sem comparações, sem receitas, fórmulas mágicas ou nada que possa prejudicar alguém.
Daniel Bizon é conferencista profissional e ilusionista. Apontado como Conferencista do Ano Brasil em dois anos consecutivos, aborda temas da gestão moderna de forma personalizada. Site: www.danielbizon.com.br
Comporte-se! Porque você deve parar de teorizar e colocar a mão na massa, imediatamente Marcelo Egéa
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e você é uma pessoa preocupada com sua carreira, deve sentir uma certa ansiedade pelo volume de informações que não consegue assimilar diariamente. Quer saber a verdade? Muita gente se sente assim. O bombardeio de informações é intenso. Assimilar novas informações exerce uma extraordinária atração. A curiosidade de saber mais é parte do nosso instinto de sobrevivência, desde que nossa espécie adquiriu a capacidade de imaginar e lidar com símbolos. É parte de nossa vantagem competitiva na batalha da evolução. O problema é que, da mesma forma que nos prepara melhor para os desafios da vida, cria a falsa impressão de que apenas entender sobre as coisas nos habilita, automaticamente, a fazê-las. Confiança versus Competência Atribuem a Ken Blanchard (cocriador do modelo da Liderança Situacional) a frase: “Se você acha que pode fazer, isso é confiança; se realmente o fizer, isso é competência”. Essa frase é ótima, em vários sentidos. Primeiro porque resume o que o conceito de competências valoriza - o fazer. Segundo porque alerta para o risco de nos acomodarmos apenas com assimilação de conteúdo improdutivo. Desde que McClelland, em 1975, impingiu ao termo o sentido que ele tem hoje, as empresas vêm criando seus modelos de competências. Junto com isso, bus-
cam maneiras de promover a “mão na massa” ao status de estratégia válida de aprendizagem. Apesar do On the Job Training (OJT) e seu avô TWI (Training Within Industry) cumprirem bem o seu papel há muitos anos, chama a atenção o fato de serem tão pouco conhecidos e explorados. Tomando como referência o público de RH com quem interajo em meus treinamentos, posso afirmar que menos de 10% declara utilizá-los. A grande maioria sequer as conhece. Por que profissionais ligados a Treinamento e Desenvolvimento, assim como os próprios aprendizes, relegam a prática ao segundo plano? Arrisco alguns palpites. Faço, logo aprendo! É surpreendente como as pessoas resistem ao fato de que treinar, no final das contas, é fazer com que alguém assimile um novo comportamento ou atitude. Consideram que não há treinamento quando não é feito em sala de aula, com um professor. É uma visão completamente equivocada. Ao aprender fazendo, desde que utilizando o método correto, conceitos e teorias são assimilados, como parte do processo. Caso existam outros conceitos e informações, podem ser complementados, utilizando formas mais rápidas e apropriadas para isso, como a autoaprendizagem e o e-learning. Já o contrário, não é verdadeiro: não se pode dizer “eu sei” se você nunca usou o que sabe.
Aguente-se e vá em frente! Aprender é, em última instância, comportar-se de forma diferente, adquirindo novas maneiras, mais eficientes, de desempenhar funções. Nos torna adaptáveis e cada vez mais capazes de lidar com os desafios do dia a dia. A expressão “comporte-se” nos faz lembrar das mães instruindo os filhos sobre o comportamento público (talvez você esteja lembrando da sua agora). No entanto, o verbo “comportar” também é sinônimo de carregar, suportar, conter: “Este recipiente comporta 2l. Este carro comporta mais de 4 pessoas”. Poderíamos extrapolar essa ideia para o que estamos discutindo aqui. É interessante pensar no assunto por este ângulo: aprender nos torna mais capazes de carregar a nós mesmos, de nos levar adiante. É o comportamento de fato que demonstra nossa capacidade, sendo a prática o caminho mais eficiente para alcançá-la. Não se angustie tanto com o fato de não conseguir assimilar tantas informações. Troque o foco da sua angústia: pare de teorizar e coloque a mão na massa, imediatamente. Marcelo Egéa é consultor e Sócio-diretor da SerTotal, responsável pela rodada brasileira do Global Management Challenge, competição de estratégia e gestão presente em 32 países. E-mail: sertotal@sertotal. com
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Demonstrar que sabe fazer algo de útil com o que aprendeu é a única maneira de provar que você realmente sabe. Mas esta não é única razão, em minha opinião, que nos leva a deixar a prática em segundo plano. Não dá para negar que a vida oferece riscos. Sair da nossa zona de conforto é angustiante às vezes. Entupir nossa mente com informações e conceitos é uma forma de nos mantermos calmos e seguros. Aquela habilidade que precisamos adquirir para aumentar nossa performance, que já apareceu em tantas reuniões de feedback (ouvir mais, gerenciar melhor o tempo etc), vai exigir reprogramar nosso comportamento. Quem já tentou (ou está tentando) este tipo de mudança, sabe que é difícil. Sem comprometimento e muito esforço, retornamos ao estado inicial. O treino prático das habilidades é crítico para atingirmos níveis melhores de performance. Uma das manobras que são ensinadas num curso de piloto é a de recuperar a aeronave que entra num mergulho em parafuso: basta empurrar o manche para frente, esperar a aeronave recuperar a sustentação e, só depois, puxar o manche para trás, levantando o nariz do avião. O problema é que essa manobra é contraintuitiva: o desespero leva o aluno a puxar o manche para trás. E é por isso que os instrutores de voo repetem essa operação várias vezes, para treinar o corpo e os músculos do aluno (incluído aí o estômago...), reprogramando sua intuição.
Como obter um clima organizacional sustentável Programas e benefícios melhoram a qualidade do clima organizacional, mas só um novo paradigma pode trazer mudanças sustentáveis Heloísa Capelas
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o longo do tempo tenho acompanhado os investimentos cada vez maiores das empresas para elevar a qualidade do clima organizacional. São benefícios como creches internas, bolsas de estudos, treinamentos, ações de integração, bônus, entre outros. Todos têm grande relevância e compõem um diferencial importantíssimo, mas, apesar dos resultados positivos que refletem, ainda são obtidos por meio de uma “troca”. Observe: culturalmente, aprendemos a viver sob uma relação de ‘compra’ e ‘venda’ e, sem nos dar conta, fomos treinados a seguir como fazedores. “Vou estudar para ter uma boa profissão e um dia ser alguém”, ou seja, vou ‘fazer’ para um dia ‘ter’ e depois ‘ser’. É uma cultura na qual temos que ser produtivos. Precisamos ‘fazer’ para ‘ter’ e, então, quando temos é que ‘somos’. É um paradigma cada vez mais presente na atualidade. É por isso que muitos funcionários só performam se recebem estímulo externo. Eles trabalham, obtêm o retorno dos incentivos e são bons profissionais. E os RHs têm buscado cada vez mais diferenciais para obter colaboradores comprometidos. Que tal, então, mudar nosso paradigma atual para: primeiro ‘sou’, depois ‘tenho’ e depois ‘recebo’? Assim, despertaremos o Compromisso Interior do colaborador. Aquele que independe de recompensas externas e está enraizado nos valores, no engajamento inerente a si. Em outras palavras, primeiro ‘sou’ uma pessoa comprometida, ‘tenho’ atitudes coerentes com minha postura e depois ‘recebo’ por isso; primeiro ‘sou’ líder, ‘te-
nho’ atitudes de líder e, consequentemente, ‘obtenho’ retornos. Um líder ‘é’ e não ‘possui’ uma liderança. São significados bem distintos e é o que faz a diferença nos resultados. Tudo isso serve para a vida: no trabalho, com a família, amigos e com a sociedade. Inversão de valores Para estabelecer essa inversão torna-se necessário, antes de tudo, trabalhar o lado interior. Para isso, é preciso realizar um profundo exercício de conhecimento e apropriação de valores. Quando mudamos verdadeiramente por dentro, nosso comprometimento e qualidade de ações passam a ser intrínsecas. Por isso, o caminho está na capacitação interior, em despertar a consciência para o real engajamento consigo e com as atitudes sustentáveis para a vida profissional e pessoal, seja por meio de treinamentos ou por ações específicas que acessem esse canal de comunicação. Ao final, o profissional pode até mesmo descobrir que não está alinhado com a filosofia e missão da corporação e mudar de empresa, mas, neste caso, ambos funcionário e corporação - saem ganhando. Heloísa Capelas é expert no desenvolvimento humano por meio do autoconhecimento e da competência emocional. E-mail: heloisa@centrohoffman.com.br Site: www.heloisacapelas.com.br
Felicidade é quesito relevante no mundo corporativo Cada vez mais as organizações estão buscando profissionais que se destaquem por suas qualidades humanas e pela aptidão de aumentar seus recursos e suas potencialidades de forma contínua e integrada Leila Navarro
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família, encontra os amigos, viaja e/ou pratica esportes. Pesquisadores do mundo do trabalho acreditam que paixão e felicidade não estão associadas apenas à intensa experiência amorosa entre seres humanos e enfatizam a importância desse “estímulo” para todos os aspectos da vida. Eles garantem que esse sentimento constitui um fator determinante para o sucesso pessoal e também profissional. Cada vez mais as organizações estão buscando profissionais que se destaquem por suas qualidades humanas e pela aptidão de aumentar seus recursos e suas potencialidades de forma contínua e integrada. Encontro muitos profissionais que confirmam esse posicionamento. Ao mesmo tempo, também vejo as empresas preocupadas com o bem-estar físico mental e emocional dos seus colaboradores, em uma nova ordem de “talentos humanos” na qual o colaborador não é mais visto como pessoa dividida entre profissão e vida particular. As empresas modernas valorizam as pessoas harmoniosas e equilibradas, capazes de aliar à competência, à habilidade e à eficiência no trabalho também a alegria e a afetividade com que marcam sua vida, e, igualmente, levam para a vida pessoal o respeito e o empenho que dedicam ao trabalho – nesse cenário não cabe mais uma pessoa compartimentada e sim integrada em qualquer circunstância. A tendência mundial é unir trabalho e satisfação, porque é fato comprovado que a produtividade aumenta em proporção direta à satisfação das pessoas envolvidas, uma condição que só traz benefícios: lucro, reconhecimento, realização, traquilidade, alegria e bem-estar. Leila Navarro é palestrante motivacional no Brasil e no exterior, autora de 13 livros, entre eles, Talento para ser feliz, Confiança, Qual é o seu lugar no mundo?, Talento à prova de crise. Site: www.leilanavarro.com.br
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m levantamento feito por pesquisadores norte-americanos aponta que cerca de 60% das pessoas com emprego regular têm interesses diferentes dos interesses das empresas em que trabalhavam. Outros dados revelam que os problemas gerenciais, em sua grande maioria, estão relacionados com a falta de motivação e não com a competência. Isso significa que muita gente não identifica seus verdadeiros talentos e assume posturas, cargos e propósitos que não são seus. Somos fruto do que pensamos, do que sabemos, do que sentimento e do que fazemos. Hoje, além de estarem conscientes desse fato, as organizações reconhecem a importância da contribuição de pessoas que integrem harmoniosamente o pensar, o saber, o sentir e o agir. Embora continuem valorizando os conhecimentos técnicos e teóricos de um especialista, elas buscam profissionais que agreguem outras características ainda mais valorizadas, como criatividade, flexibilidade, prazer, generosidade e afetividade, além de ter estilo de vida compatível com seus valores. Posturas do tipo: “No trabalho sou uma pessoa bem diferente do que sou em casa”, ou “não levo problemas do trabalho para casa nem da casa para o trabalho”, antes até ditadas por profissionais em cargos de chefia, que preconizavam e se gabavam de não misturar vida pessoal com vida profissional, não fazem mais sentido. Não somos dotados da capacidade de ativar algumas qualidades em determinada parte do dia e não em outras. Ninguém é criativo apenas no trabalho, assim como ninguém é habilidoso apenas em casa. Somos criativos e habilidosos na vida! O profissional que faz o que gosta, coloca em prática os seus talentos e tem prazer em desenvolver seu trabalho, mantendo-se fiel aos princípios éticos de respeito aos seres humanos e à natureza. Ele sabe equilibrar suas responsabilidades na empresa com a importância do seu bem-estar pessoal – passa tempo com a
Seguir e ser seguido, qual a diferença? Ritah Oliveira
“Um líder é alguém que sabe o que quer alcançar e consegue comunicá-lo” Margaret Hilda Roberts Thatcher
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lguém pode tentar entender qual a mágica que existe entre seguir alguém, ou como o outro consegue reunir milhares, ou apenas um seguidor, aquele fiel que o segue e o ouve com lealdade quase canina. Estamos elucubrando sobre o líder e liderados. Muito se comenta e discorre sobre o papel e os conceitos do líder. Quem é esse indivíduo? Quem ensinou a ele tudo isso? Como ele consegue fazer com que as pessoas o ouçam, e às vezes o copiem apenas ao vê-lo a distância? Que mágica existe atrás de Martin Luther King, Mandela, Gandhi, Lula, dentre vários outros? O simples e efetivo dom de estar à frente seria a resposta mais coerente. O papel do líder está mais para alguém que é seguido do que para alguém que dá ordens, o líder é sempre lembrado pelas suas ações, posturas ou até mesmo pelo seu calar. Hoje em dia muito se tem trabalhado para formar novos líderes e eu sempre me pergunto se é algo a ser ensinado ou tão somente lapidado. Acredito que um líder nasce sob as vestes de ser humano e com o passar do tempo vai adquirindo experiências para estar à frente, seja em que contingente da vida for. Quantos de nós já paramos para olhar uma criança brincando com outras e uma destaca-se por ser mais altiva, e que as outras crianças estão sempre ao redor? – Quantos adolescentes são os “caras”, em suas turmas, são rodeados de fieis escudeiros? – Quantos
funcionários nas organizações são gerentes, mas não são lideres? – Estes, são aqueles que mobilizam outros a pelejas compartilhadas, são aqueles que exercem a fina arte na condução e obtenção de resultados desejados, são os portadores de uma autoridade legitima que é conseguida através do reconhecimento. É o que podemos chamar de verdadeira conexão, onde são lançados motivos para ser ouvido, acatado e seguido. Liderança tem a ver com provisão de significados, com engajamento e participação, com valer à pena. Seguir um líder consiste na crença de que vale a pena para sua jornada, sua empreitada, sua vida. É a confiança no sentido mais explicito da palavra, em certa citação de Drucker, onde sabiamente ele discorre que liderança nada tem a ver com popularidade, e sim com seguir o certo, seguir na realização de coisas corretas. Tem haver com confiança, esta ligada a: tempo para ser construída; reciprocidade; aprendizado de ambos os lados; troca; limites; lisura de atitudes; caráter; persistência; firmeza na condução dos assuntos, haja vista que o líder é senhor de suas atitudes. A grande palavra que inspira liderança é exemplo. O indivíduo é um exemplo a ser seguido. Como não poderia deixar de faltar, em meus artigos, sempre uso fórmulas a fim de fixar o entendimento do leitor sobre todo o conteúdo do que discorremos ao longo da escrita: SEGUIR = confiança + exemplo – hesitação + (caráter² × persistência³ ÷ comprometimento) ≡1 LIDERANÇA. A qualidade tem sido constante motivo de preocu1
Sinal matemático que representa idêntico a.
porém dificilmente ensinados – a liderança é intrínseca com acordes externos de influência interpessoal. A diferença que menciono no título deste artigo consiste na impossibilidade do líder, nas situações onde ao ser humano é inerente o livre arbítrio, inevitavelmente os seguidores vão analisar detalhes, vão fazer escolhas e neste momento, estaremos diante da tríade - com o líder, sem o líder ou apesar do líder. Assim, seja ele autocrático, liberal ou democrático, ele poderá ser seguido ou não. É neste exato momento que esta figura consolidada por todas as admoestações que elencamos a respeito da LIDERANÇA será posta à prova e diante da preparação do líder frente aos revezes que a vida e as situações por ela imposta vêm acontecer à liderança situacional. Em que o mesmo revestido de coragem e visibilidade (esta pelo seu poder de comunicação) se faz presente para indicar o caminho a ser seguido. REFERÊNCIAS http://www.citador.pt/index.php http://www.pmkb.com.br/artigos-mainmenu-25/92-entrevista-com-peter-drucker-lideranonversa-fiada.html
Ritah Oliveira é coach, especialista em Psicologia Organizacional e estudiosa do comportamento humano.
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pação e investimento das organizações em nosso tempo. As empresas diariamente estimulam seus colaboradores a exercer de maneira eficaz suas atividades funcionais e para isso as áreas de treinamento e desenvolvimento de pessoas investem em ferramentas que visem à melhoria constante dos seus colaboradores, processos tais como o coaching, exaltam um principio básico da liderança através do uso de recursos internos, haja vista todo líder inicia seu processo de liderança consigo próprio, conforme já havia mencionado. O coaching auxilia este processo de liderança por meio dos conceitos de visão, valores, mudança e adaptação na busca do que ele quer atingir e de como isso afetará o grupo pelo qual ele é seguido. Outra grande característica do líder exortada pelo coaching é a flexibilidade. Um líder mantém o foco em suas metas, porém exercita a flexibilidade na condução das estratégias planejadas a fim de que possa ultrapassar obstáculos, haja vista não existe liderança sem que exista mudança, sem esta as pessoas permanecem no mesmo lugar e o engajamento para realização torna-se nulo. Este é o principal papel do líder frente às mudanças, o de flexibilizar, em busca da remoção de obstáculos, o do poder da comunicação convincente, persuasiva, da compreensão e conhecimento da causa ou assunto. Pois para que tais condições ocorram é imprescindível a expertise sobre a motivação pela qual o ser humano é movido e daí a obtenção de que os seguidores as executem por livre vontade. Acredito piamente que líderes podem ser treinados,
Jansen de Queiroz
A necrópole, a biblioteca e a busca do comportamento mais produtivo
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ó podemos fazer algo se nos lembramos. Assim acontece em relação às tarefas, objetivos, comportamento e atitude. Com relação a comportamento e a atitude a questão é menos simples, porque dependem de autopercepção treinada e do desenvolvimento da capacidade de processar produtivamente os feedbacks recebidos dos outros e dos resultados obtidos. Uma das formas de treinar a autopercepção e desenvolver a capacidade de processar feedback produtivamente é valer-se dos serviços de coaching ou mentoring, que é um processo orientado no sentido de contribuir para o crescimento pessoal e profissional. O cliente participa, com um profissional sênior com sólidos conhecimentos das teorias organizacionais, das práticas de gestão empresarial e de pessoas, com prontidão perceptiva treinada para identificar comportamentos improdutivos. Esse profissional, preferencialmente, deve ser estranho à organização e ao seu ciclo de relacionamento, para que não haja risco de uma inconfidência involuntária que lhe traga algum desconforto emocional e profissional. O consultor deve ser treinado a fazer pergun-
tas orientadas a favorecer o desenvolvimento da autopercepção, a oferecer feedback e conceitos para o cliente trabalhar, refletir, rever suas crenças, hábitos, atitudes e comportamentos improdutivos, que dificultam a melhor utilização de seus recursos interiores e de seus conhecimentos técnicos. Essas dificuldades, frequentemente, têm origem nos processos de socialização e educação a que foi submetido. Daí procedem as contribuições para a construção de um modelo mental improdutivo com severos efeitos sobre os resultados profissionais atuais, dificultando desempenho de excelência, limitando a autogratificação e a qualidade de vida para si, para sua equipe e a sua família. Que contribuições esperar do processo de mentoring ou de coaching? O sucesso esconde-se atrás do trabalho duro e inteligentemente dirigido, de elevada capacidade de renúncia. Qualquer que seja a técnica que você busque para crescer como pessoa e como profissional – aqui não tem lugar para o jeitinho brasileiro - nada acontecerá se você não quiser
Participar de um processo de coaching/mentoring é mais barato do que a manutenção de seu automóvel. Experimente! E, os resultados, muito mais compensadores para você, para a organização que lhe paga, à sua equipe que
viabiliza o atingimento dos resultados e para a sua família que divide com você todas as “barras”. Se você for daqueles que se acham autossuficientes, recomendo visitar, semestralmente, um cemitério para ter mais humildade e para lembrar-se de que na morada final somos todos iguais, inclusive aqueles que sofrem do autoengano de serem “insubstituíveis”. Na mesma periodicidade, visite uma biblioteca para reduzir sua arrogância, vaidade e presunção, constatando que o que sabe é muito pouco no imenso universo do conhecimento e que isso o leve a refletir sobre sua pretensa independência e a focar no dado de realidade da interdependência.
Jansen de Queiroz é administrador e pósgraduado em Finanças e Recursos pela FGV, bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, pós-graduado em Dinâmicas de pequenos grupos pela SBDG, coach, consultor de empresários, executivos e profissionais.
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e não estiver disposto a fazer o trabalho necessário para atingir os objetivos definidos. Aprender é mais fácil do que desaprender. Um processo de coaching/mentoring bem orientado lhe conduzirá a refletir, sobre um conceito de homem, que esteja alinhado com o de bom senso, com a característica comum a todos os homens e mulheres, com o único evento inevitável na vida das pessoas e das organizações e com o conceito de administração/gerência. Levará você a compreender o que vem a ser comportamento produtivo, a ter um conceito de vida que se alinhe com seus objetivos etc. Estes conceitos fazem parte de um conjunto estruturado que, certamente, facilitará substituir o modelo mental improdutivo apreendido por outro modelo mental produtivo construído, conscientemente, por você, com o objetivo de ter desempenho de excelência com qualidade de vida para si e para todos de seu relacionamento.
Fun Learning
DOCTOR TERMINOLOGY (7) What they say: “This should fix you up.” What they are really thinking: “The drug company slipped me some big bucks to prescribe this stuff”
DOG -- Where do you find a no legged dog? -- Right where you left him. Vocabulary Help • • •
Vocabulary Help • • • •
leave (leave, left, left) - deixar no legged dog - cachorro sem pernas right where - bem aonde
drug company - empresa farmaceutica fix you up - curar prescribe - receitar slipped me some big bucks - me deu muito dinheiro
FLORIST MISTAKE On opening his new store, a man received a bouquet of flowers. He became dismayed on reading the enclosed card, that it expressed “Deepest Sympathy”. While puzzling over the message, his telephone rang. It was the florist, apologizing for having sent the wrong card. “Oh, it’s alright.” said the storekeeper. “I’m a businessman and I understand how these things can happen.” “But,” added the florist, “I accidentally sent your card to a funeral party.” “Well, what did it say?” ask the storekeeper. “’Congratulations on your new location’.” was the reply.
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Vocabulary Help • • • • • • • • • • •
apologize - desculpar businessman - homem de negócios deepest - profunda dismayed - triste, desconsolado open - abrir puzzle over - quebrar a cabeça, pensar receive - receber reply - resposta ring (ring, rang, rung) - tocar store - loja wrong – errado
DOCTOR TERMINOLOGY (6) What they say: “If it doesn’t clear up in a week, give me a call.” What they are really thinking: “I don’t know what it is. Maybe it will go away by itself.” Vocabulary Help • • • • •
by itself - sozinho clear up - melhorar give me a call - me telefone go away - sarar week – semana
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Oriente-se O aconselhamento profissional pode guiar seus rumos Karina Cedeño
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ão é apenas na hora de escolher a carreira que a orientação profissional está presente. Ela também acompanha os profissionais dentro das empresas, na gestão do trabalho e na tomada de decisões, clareando o caminho de quem não sabe qual rumo tomar. Portanto, se sua bússola profissional está desorientada, saiba que além da orientação profissional hoje é possível contar com o trabalho de counseling para auxiliá-lo nas decisões relacionadas ao ofício. Counseling vem do inglês e significa aconselhamento. Há diferenças entre o counselor, profissional que exerce este trabalho, e o orientador profissional. “O counselor normalmente tem uma experiência e formação em psicologia clínica, geralmente com foco em abordagem breve. O orientador nem sempre domina as técnicas, é psicólogo ou tem uma formação específica”, explica Antonieta Rossi, psicóloga e counselor. Ela diz que, ao buscar orientação, é importante eleger alguém que desempenhe função semelhante à de um espelho. “Quem está de fora vê melhor o que está acontecendo do que quem está imerso na situação, já que
existe todo um componente emocional envolvido”. Tal componente muitas vezes faz com que o profissional não saiba receber críticas. “Como já diria Salomão, Provérbios 15:32, aquele que se recusa a ser orientado odeia a si mesmo, quem escuta a repreensão adquire juízo. Em geral, temos dificuldade de entender que existem críticas construtivas, necessárias ao crescimento. Um processo de counseling pode não só ajudá-lo identificar as suas facilidades, como também suas dificuldades e armadilhas do inconsciente. Por meio de atendimentos individuais você poderá confrontar-se com seus dilemas profissionais e, assim, proporcionar autoconhecimento para que tenha orientações específicas que muito podem contribuir com o seu crescimento”, diz a psicóloga. O método utilizado é aquele que o terapeuta domina. “Pode ser Constelação Familiar, Bert Hellinger, Hipnoterapia, Sistêmica etc, desde que seja abordagem breve, pois um cliente com problemas de carreira nem sempre tem disponibilidade para ficar muitos anos em terapia. Após resolver a situação, o counselor só continua acompanhando se
todas as áreas da empresa. “O counselor vai compartilhar ideias, sugerir caminhos e ajudá-lo a tomar decisões assertivas sobre a sua carreira”, diz Antonieta. Fabiano Silva, diretor da ABOP (Associação Brasileira de Orientação Profissional) diz que a orientação é adequada a qualquer pessoa que passe por um momento de crise em sua carreira, seja um adolescente em dúvida sobre qual curso fazer ou mesmo pessoas que estão planejando a sua aposentadoria. “Hoje a grande temática é como criar políticas públicas para atender a uma parcela maior da população e não deixar a orientação profissional restrita àqueles que podem pagar por ela”, diz. Portanto, se você pensa em desbravar sozinho as veredas profissionais desconhecidas, por que não contar com a ajuda de um guia que lhe mostre atalhos e caminhos menos perigosos para chegar ao sucesso? Um conselho, um ponto de vista diferente ou uma orientação podem mudar o panorama de sua empresa e tornar válida a máxima de que duas cabeças pensam melhor do que uma.
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houver desejo da pessoa ou se for necessário. Não é possível precisar o tempo como em um contrato de coaching”. As razões que levam à busca da orientação profissional são muitas: “As pessoas procuram porque enxergam que estão no caminho errado, que a carreira está empacada, que os colegas estão em bons cargos, evoluindo, e elas não. Os motivos vão desde o desconhecimento dos próprios dons até uma ajuda de leitura de mercado”. A empresária Maria de Lourdes Campos Pedrosa, de 56 anos, procurou o counseling para auxiliar sua carreira. Sua empresa passava por dificuldades e ela optou pelo aconselhamento especializado. Obteve bons resultados. “O counseling abre caminhos mais específicos que você não consegue enxergar. Estou aprendendo a ter mais confiança nas ações a serem realizadas na empresa, a tomar decisões com mais firmeza, a evitar gastos desnecessários, a me relacionar com os funcionários com mais profissionalismo e a controlar a ansiedade”, conta. O trabalho feito com Maria de Lourdes envolve reuniões, dinâmicas e entrevistas com a finalidade de gerir melhor
no alvo DANÇA DAS CADEIRAS Novos ares pela busca da Qualidade A FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) anunciou duas mudanças em sua diretoria. A primeira faz jus ao título desta seção, já que Ricardo Correa apenas trocou a cadeira de diretor executivo pela de diretor institucional, buscando assim fortalecer as relações internas e estratégias da Fundação. Correa também é diretor executivo do Instituto Tecnológico Promon e acumulará as duas funções, como já vinha fazendo anteriormente. A outra novidade é Hermann Ponte, vice-presidente de Sustentabilidade e Desenvolvimento da Embraer, que assumirá a direção administrativa da FNQ, acumulando as duas funções, como é de praxe por ali. “Minha missão é manter o papel transformador da Fundação que, ao longo de seus 20 anos de existência, tanto ajudou empresas e o país”, diz Ponte, que se sentiu muito lisonjeado pelo convite. Pode ir preparando o sombrero No país desde 2006, a Mexichem Brasil é a responsável por trazer diversas marcas para cá, dentre elas a Amanco, forte no mercado de tubos e conexões. Prova dos bons ventos que têm movido a empresa por aqui, seu diretor de marketing, Wagner Tavares, acaba de ser recrutado pela matriz mexicana para dar continuidade ao seu bom trabalho. Tavares vai assumir a diretoria comercial e de marketing do projeto Conectar para Fluir, cuja meta é estabelecer processos que definam soluções de mercado e oferta, baseado na percepção dos clientes. Para o executivo, as iniciativas adotadas no Brasil, uma vez adaptadas ao mercado mexicano, serão fundamentais para que esses objetivos sejam alcançados. Gartner traz Dreyfuss na tentativa de intensificar relações com clientes
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Cada vez mais fundamental nas empresas, a área de TI vem se tornando não só uma preocupação para os que com ela não se envolvem, mas, acima de tudo, uma necessidade. Com foco nisso, a Gartner Brasil, líder mundial na área de soluções tecnológicas, nomeou Cassio Dreyfuss vice-presidente no setor de pesquisas direcionadas a CIO’s. Sua missão será conseguir alçar boa comunicação entre empresas de alto calibre do Brasil e da América Latina. Dreyfuss está na Companhia há 13 anos e é um dos nomes mais respeitados na área de tecnologia no Brasil. “O objetivo da nova área é incrementar a interação direta do Gartner com os CIO’s”, diz Dreyfuss, destacando que a empresa tem como foco a ampliação de sua atuação em países emergentes. Benner e o mercado regional Com a intenção de aumentar sua participação no mercado sulista e alçar um maior número de clientes, a Benner Sistemas, uma das maiores fornecedoras de software para gestão empresarial no país, nomeou Isley Schroeder seu novo Gestor Comercial. Schroeder está na empresa há três anos, e neste tempo conseguiu um aumento fabuloso da carteira de clientes da empresa, triplicando o volume de venda. “Meu principal objetivo neste novo posto é, além de alavancar novos negócios, gerenciar e treinar a equipe comercial”, diz Schroeder, que é administrador de empresas e já trabalhou em outras empresas do Sul, mostrando ter bastante experiência com este mercado.
Orientação psicológica pela internet Quem precisa de atendimento especializado, tem o orçamento apertado, ou pouco tempo para sair e consultar-se com um psicólogo, agora pode fazê-lo pela internet. Pelo site www.saudepsicologica.com é possível entrar em sessões por e-mail ou chat (45 minutos). No portal são abordados os assuntos: estresse, depressão, medo, sexualidade, perdas, ansiedade, culpa, autoestima, relações interpessoais e profissão. O site está sob responsabilidade de uma psicóloga, que também faz os atendimentos.
Mulheres no comando A Elavon do Brasil, empresa de soluções de pagamento voltada ao comércio varejista, acaba de contratar seis mulheres para cargos diretivos. O número representa 50% dos altos cargos da empresa; de profissionais que conduzirão seu destino no País. A companhia está presente em 30 países e foi eleita a melhor adquirente da Europa em 2010, na conferência Cards & Payments Europe 2011.
Novidades para profissionais na rede O Linkedin anunciou que seus usuários agora podem incluir o campo “Trabalhos voluntários e e causas” em seu perfil. Foi realizada uma pesquisa entre os profissionais brasileiros, respondida por mais de 500 pessoas, e verificou-se que cerca de 62% já tinham sido ou são voluntários, porém somente 28% desta parcela incluiriam os dados em seus currículos. Durante o estudo, 44% informaram considerar importante este tipo de trabalho, tanto quanto o remunerado.
Aumento da frequência escolar de crianças especiais
O índice de frequência escolar de crianças portadoras de necessidades especiais no Brasil teve aumento. Segundo dados dos alunos que recebem o Benefício da Prestação Continuada, pagamento mensal de um salário mínimo, o número saltou de 21% para 53% entre 2007 e 2010, graças ao incentivo. Os dados foram divulgados na 4ª Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência. Atualmente, cerca de 3,7 milhões de pessoas recebem o benefício, incluindo crianças e adolescentes.
Dados divulgados pela Serasa Experian mostram que estão caindo progressivamente os pedidos de falência no País. Só em agosto foram 170, 121 de micro e pequenas empresas, 29 por médias e 20 por grandes. Foi o menor pedido registrado desde 2008.
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Diminuem pedidos de falência
vitrine de sucessos
Até que enfim é segunda
A alma da liderança
O preço inteligente
O Líder criador de líderes
Nesta publicação, a autora traz histórias verídicas de quem elevou sua qualidade de vida e alavancou o crescimento de empresas ao mudar a cultura delas. Roxanne mostra que a transformação começa em um único dia, quando a equipe passa a comprometer-se e ter atitudes para: resolver conflitos, fazer perguntas construtivas, criar e atualizar rotinas de trabalho para melhorar a eficiência e comemorar os sucessos. Para ela, quando todos os integrantes da equipe têm as mesmas expectativas sobre como agir com clientes e colegas, é mais fácil avaliar o desempenho do grupo e eliminar práticas negativas, como fofocas e desculpas.
Deepak Chopra mostra nesta obra como é possível por meio da consciência e da sabedoria atingir o potencial de grandes líderes. O guru indiano propõe, a partir do acrônimo L-E-A-D-ER-S (líderes em inglês), como cada letra mostra um aspectochave para gerar resultados. A primeira letra, por exemplo, se refere à observação e à ação. Já o E, provoca o leitor a estreitar os laços emocionais. Segundo o autor, os verdadeiros líderes são os que conseguem responder por suas próprias necessidades e também pelas dos outros, com moral, visão, criatividade e senso de comunhão. Para ele, todos podem desenvolver estas qualidades, basta aprender a ouvir o próprio guia interior.
Nesta obra, os autores mostram estratégias diferenciadas de precificação para melhorar a lucratividade, atrair novos clientes e transformar setores, trazendo aos profissionais de marketing e estrategistas corporativos abordagens inovadoras, insights e pesquisas para a sua criação. O livro ensina novas maneiras de ajustar a oferta para alcançar de forma correta o cliente. Também fala sobre o planejamento em uma guerra de preços para a conquista de novos territórios, do que não é possível e como se defender do que é gratuito.
Este livro propõe exemplos práticos do mundo real para ajudar a promover uma mudança nos negócios, preparando melhor os líderes. Tem uma abordagem que transforma o desenvolvimento de lideranças em algo diário, integrado ao negócio e na qual os gestores têm papel central. Tais mudanças propõem uma cultura que fortalece continuamente a liderança em todos os níveis da companhia e também ajudam os líderes a se prepararem para sua própria sucessão.
Roxanne Emmerich Editora Sextante R$ 19,90
Deepak Chopra Editora Rocco R$ 27,90
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Jagmohan Raju Editora Campus R$ 38,90
Imagens para fins meramente ilustrativos. Os preços podem sofrer ajuste sem aviso prévio. À venda enquanto durar o estoque.
Ram Charam Editora Campus R$ 35,90
Saber influenciar é um dos segredos da liderança eficaz Sucesso de John C. Maxwell e Jim Dornan ganha nova edição pela Thomas Nelson Brasil
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anto na vida profissional quanto na pessoal, a influência é uma grande ferramenta para conquistar o que se deseja, desde que usada com sabedoria. Todos são capazes de influenciar. Não importa a profissão ou posição social, o ambiente ou a circunstância. Basta fazer um contato e pronto, um já está influenciando outro. Mas é preciso usar da melhor maneira possível esse poder natural. É disto que John C. Maxwell e Jim Dornan tratam no livro Liderar é influenciar, lançamento da Thomas Nelson Brasil. Os autores garantem: liderança plena é saber potencializar ao máximo o talento das pessoas que nos cercam. Para isso, a atitude mais eficaz é aprender a se tornar influente, o que pode acontecer em diferentes níveis.
naram mais de 1 milhão de líderes em todo o mundo. Em suas palestras, é comum encontrar executivos das maiores empresas americanas e líderes de governo. Jim Dornan formou-se em Engenharia Aeronáutica, mas alcançou o sucesso ao fundar a rede TwentyOne International, empresa de telecomunicação presente em quase trinta países. Atualmente, participa como palestrante de dezenas de seminários internacionais que reúnem milhares de pessoas por mês. Junto com Jonh C. Maxwell, fundou a organização Equip. Fonte: Assessoria de imprensa da Thomas Nelson Brasil
“A liderança está em seu menor nível quando é fundamentada apenas na posição. Cresce para um nível maior quando você desenvolve relacionamentos com os outros. É aí que eles lhe dão permissão para liderar além dos limites da descrição do seu cargo. À medida que você e seus seguidores se tornam mais produtivos juntos no trabalho, então sua liderança pode ir para o nível 3. E quando você começa a desenvolver as pessoas e ajudá-las a atingir seu potencial, sua liderança sobe para o nível 4. Apenas algumas pessoas alcançam o nível 5, porque isso exige que uma pessoa passe uma vida inteira desenvolvendo os outros a seu máximo potencial.”
Sobre os autores Jonh C. Maxwell é considerado o maior especialista em treinamento de líderes do mundo. Palestrante e escritor com mais de 12 milhões de livros vendidos, fundou as organizações Injoy Stewardship Services e Equip, que já trei-
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Publicado anteriormente sob o título Como tornar-se uma pessoa de influência, esta obra ganha nova tradução e projeto gráfico moderno, agora sob o selo Thomas Nelson Brasil, mantendo o rico conteúdo que já ajudou um número incalculável de líderes e executivos a alcançar a excelência em sua esfera de atuação.
Dicas para torná-lo
melhor Tércio Vitor
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té pouco tempo atrás era quase impossível imaginar que empresários e executivos buscassem ajuda na espiritualidade e que seriam inclusive realizados congressos sobre esse tema. Hoje no mundo corporativo isso é uma realidade.
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A cada dia, mais pessoas estão descobrindo a chave para mudar o padrão das relações viciadas ou desgastadas. Transformar a rotina e recuperar o entusiasmo, cooperação e perseverança está em cultivar atitudes baseadas na espiritualidade. Mas, na prática como você pode transformar a energia espiritual em ações que gerem resultados, fazendo-as superar seus próprios limites? Veja algumas sugestões: 1 – De manhã ao acordar, faça uma respiração da vida. Jogue fora seus medos, temores, tristezas, angústias e pensamentos negativos. Una-se ao autor da vida e inspire: entusiasmo, alegria, paz, energia, amor, bondade, mansidão, domínio próprio e encorajamento.
livros de apoio, conforme sua crença. Mas, leia de uma maneira diferente, pausadamente, como se você estivesse comendo cada palavra, digerindo-as até que sejam constituídas em você, ocasionando um metabolismo, uma reação orgânica. Anote um texto, parágrafo, versículo, frase ou até mesmo uma única palavra que mais te impressionou positivamente, reflita sobre todo o dia. Ao se deparar com uma oportunidade, compartilhe com outras pessoas. Já imaginou se isso que você está vivendo for a palavra mágica que seu cliente, patrão, colaborador, esposa, esposo, pai, mãe, namorado, namorada, irmão etc. precisa ouvir? Certamente você nunca mais sairá da cabeça e do coração deles.
2 – Tenha gratidão, agradeça por mais um dia e decida vivê-lo plenamente. Faça da vida uma festa.
4 – Cante (se possível alto) e de coração. Existe um dito popular que diz: “Quem canta seus males espanta”. Cantar é um ótimo remédio para levantar o astral, a autoestima, o bom humor e afugentar os sentimentos negativos.
3 – Leia algo de ajuda espiritual. Dê preferência à Bíblia ou
5 – Tenha visão clara do que você quer para
na Vida e no
Trabalho
sua vida. Faça de sua visão uma missão. Pratique seus valores. Estabeleça objetivos, especifique metas e defina estratégias. Saiba aonde você quer chegar, em quanto tempo chegar e como chegar. 6 – Esteja blindado contra os fatores externos negativos – Não se abata com as adversidades. Mude o foco das dificuldades, veja-as como oportunidades para novos relacionamentos, negócios etc. Seja firme e inabalável sempre .
8 – Seja perseverante – A perseverança é uma característica marcante dos vencedores. Nunca desista antes de tentar até as últimas consequências. 9 – Desenvolva a arte da pergunta e da escuta – Pergunte o essencial e ouça o necessário.
11 - Seja apaixonado por pessoas – Sinta prazer em servir. Sirva sem nenhum interesse aparente. “A maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma” (John Ruskin – filósofo 1819-1900) 12 - Busque novos conhecimentos – seja simples e esteja aberto a aprender algo novo a cada momento. Lembre-se “sábio é aquele que sabe que não sabe tudo”.
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7 - Administre bem o tempo – Quem criou o dia com 24 horas não erra. Se alguma coisa estiver errada com o seu tempo, é hora de rever sua rotina diária.
10 – Seja autêntico e honesto consigo mesmo. Aja com naturalidade. Cada ser humano é único no teatro da vida, portanto, faça as coisas do seu jeito, respeitando suas características.
Tércio Vitor é educador, escritor, economista e pós-graduado em Gestão de Marketing pela Universidade de São Paulo (USP). Realiza palestras, seminários, conferências e cursos em empresas de diversos segmentos de mercado. E-mail: terciovitor@aaetconsultoria.com.br
Sua pergunta... sobre futuro profissional
Tenho 29 anos, sou professora de música e há algum tempo comecei a me interessar mais do que o aceitável por aquelas clássicas seções de Horóscopo presentes em jornais e revistas. No início, parecia divertido, até um tanto absurdo, no entanto, com o passar do tempo, aquilo passou a fazer parte de mim. Já não saía de casa sem consultar os astros e, se a previsão era desanimadora, aí é que eu realmente não punha os pés para fora de casa. Passei a pautar toda a minha vida nisso. Ao ver minha situação, minha família colocou-me em contato com um psicólogo, com o qual encontro semanalmente há sete meses. Sinto-me melhor, mas ainda não estou certa de estar pronta, embora queira estar. A questão é: como saber que posso largar a terapia?
Prof.ª Maria Thereza Cunha Campos
...GaudEncio responde
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Tenho visto com enorme frequência este fenômeno: quando o ser humano não consegue uma solução lógica para sua vida, parte para o mágico. As febres de literatura e cinema mundial são vampiros, Harry Porter, Magos etc... Acho que está fugindo para o mágico e dando a ele um poder determinante sobre sua vida. Minha opinião é de que está abdicando do lógico. O fenômeno foi se instalando gradativamente, não se fez de forma abrupta. Isto significa, para mim, que você gradativamente desistiu de pautar sua
vida no lógico. A função do psicólogo é ajudar você a recuperar o perdido. Parar a terapia? Parece que ela está fazendo bem, porque você diz que está melhor. Não é indicativo de parar, mas você acrescenta que “quer estar pronta, embora não esteja certa de estar”. A interrupção da terapia não seria melhor discutida com o seu terapeuta? Ele já a conhece melhor (a vê semanalmente há sete meses) do que comigo, cujo contato se resume a esta carta?
Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.
Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br
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expressão
Mentiroso Reinaldo Polito
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odos nós somos mentirosos. Quem faz essa afirmação é o pesquisador David Livingstone Smith, um renomado estudioso da “arte de mentir”. Ele escreveu o livro “Os fundamentos biológicos e psicológicos da mentira“. Suas pesquisas mostram que em média uma pessoa conta três mentiras a cada dez minutos. É mentira que não acaba mais. Numa conversa de uma hora vamos ouvir cerca de dezoito mentiras. Acrescentando as nossas ultrapassamos a marca de trinta. Mesmo que Smith tenha se equivocado e dobrado os números, ainda assim é mentira para ninguém botar defeito. Smith alerta que não são sempre mentiras pesadas, daquelas que levam à condenação no juízo final. Normalmente são as chamadas mentirinhas brancas, contadas com a finalidade de evitar constrangimentos sociais. Saber como as pessoas se comportam e se comunicam é um bom exercício para entendermos melhor não apenas o que as pessoas dizem, mas, principalmente, o que não dizem ou não gostariam de dizer. O fato de uma pessoa mentir não pressupõe que deva merecer o carimbo de marginal. A pesquisa de Smith deixou claro que mentir é normal. Não vamos deixar de gostar de um amigo só porque contou uma mentirinha inocente. Os políticos são craques na arte de mentir. Por maior que seja a cautela deles, entretanto, com boa observação será possível encontrar um ponto solto na complexidade do texto. Na comunicação oral, então, os lapsos se ampliam com ajuda da entonação, das pausas, da respiração acelerada, de um olhar desviado e de tantos outros indicadores da intenção camuflada. Aprender a identificar mentiras é um aprendizado que exige muito estudo, capacidade de observação e longa prática.
Uma tática que ilude a maioria dos observadores é a pessoa contar inúmeras verdades e no meio da conversa, com o mesmo ritmo e a mesma entonação, incluir a mentira. Para quem ouve parece ser tudo verdade. Desenvolvem tanta habilidade para mentir que dificilmente são desmascarados. Nas primeiras tentativas podemos cometer equívocos. Um trejeito característico de certas pessoas pode ser visto como sinal da mentira, quando na realidade não é. Smith diz que somente uma em cada mil pessoas identifica sinais de mentira nos outros. Mesmo aqueles muito treinados conseguem um percentual bastante baixo de acerto. Segundo ele, os políticos são tão bons mentirosos que chegam a iludir 90% dos observadores mais tarimbados. Wilhelm Reich na obra “Análise do caráter” diz que ‘A linguagem humana atua, interfere na linguagem da face e do corpo. Por isso, a expressão total de um organismo deve ser literalmente idêntica à impressão total que o organismo provoca em nós’. Reich nos diz que ninguém consegue controlar o tempo todo a linguagem do corpo, especialmente a fisionomia. Por isso, com treino e observação será possível perceber algum sinal da mentira. Aprender a identificar a mentira pode nos colocar a um passo adiante dos nossos interlocutores, evitar que sejamos enganados, ludibriados, mas não deve ser motivo para mantermos o dedo em riste sempre acusando as pessoas. Afinal, quem nunca mentiu que atire a primeira pedra. Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. Site: www.polito.com.br
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