Sermais edicao 25

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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 3 | Nº 25 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatora: Karina Cedeño Revisora: Karina Cedeño Projeto Gráfico: Danilo Scarpa (www.daniloscarpa.com) Diretor de Arte: Henrique Melo Relacionamento com o cliente: Claudia Lima Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox

06 “Caro Leitor” 08 O que dominó tem a ver com o controle dos seus estados emocionais? 12 Minimalismo é alicerce da inteligência do novo tempo 14 Equipes, criatividade e autonomia - Um caminho para a cidadania 16 Up to date 20 Paixão por empreender 22 Cidadão 21 26 Moda, beleza e estilo 27 2.0 36 Jogo Rápido Gustavo Cerbasi 40 +otimista – A força do diálogo 43 MANUAL DO SUCESSO 44 Inteligência – Inteligência...como saber se somos inteligentes? 46 Comportamento – Em busca da Terra do Nunca ou simplesmente da longevidade 48 Gestão – 13 motivos para termos um site! 50 Liderança – Como conquistar a autoliderança 52 Vendas – Ser melhor 53 Coaching - André Percia 54 Fun Learning 58 No alvo 60 +vitrine 62 Por que o Coaching.BR gera resultados? 64 Gaudencio responde 66 +Expressão Vozes do passado

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Especialistas nesta edição André Percia

Leonardo Lima

Claudia Firmino Felipe Chibás de Freitas Ortiz

Lúcia Pacheco

Nazareth Ribeiro

Fernando Oliveira

Ômar Souki

Fred Graef

Guilherme Moscardi

Heloísa Capelas

Jansen de Queiroz

Leila Navarro

Paulo Gaudencio

Reinaldo Polito

Ricardo Mendonça

Rita Hetem

Walber Fujita


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www.revistasermais.com.br

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Bushido Espírito japonês, tecnologia ocidental

Uma vida, uma árvore

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CAPA Valores femininos ou masculinos: é possível ter equilíbrio na gestão de negócios?

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Bullying: O poder das palavras que o vento não leva

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Confiança na balança Tê-la em excesso pode desequilibrar sua carreira

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As diferenças entre os sexos, principalmente as de personalidade sempre são alvos de discussão. Seja na roda entre os amigos ou no ambiente de trabalho, a forma como cada um lida com diversas situações não é igual. Por isso, nossa matéria de capa assinada pela colunista Leila Navarro trata exatamente deste tema. É possível ter um equilíbrio na gestão dos negócios levando em conta os valores femininos e masculinos? A resposta para esta pergunta estará nas próximas páginas que você, caro leitor, folheará em instantes. Esta edição da Ser Mais, como não poderia deixar de ser, está recheada de informações relevantes para o seu desenvolvimento profissional e intelectual. Queremos mantê-lo atualizado sobre as novidades no mercado corporativo e no que há de mais importante e envolve esta área. Nesta caminhada rumo ao sucesso, mestre Polito em sua coluna que trata da expressão mostra como é importante transmitir mensagens de forma adequada para a comunicação eficaz. Se a sua comunicação estiver tinindo, não haverá problemas para dialogar de forma que seja entendido e ambos os participantes tirem o melhor proveito da conversa. Ômar Souki toca neste ponto e vem com um texto que fala sobre a força do diálogo, como ele pode ajudá-lo no relacionamento pessoal. Se a vida vai bem em muitas esferas, a possibilidade da profissional também ir é grande. Tudo porque o ser humano, apesar de ser estudado sob diversas óticas e ter suas áreas do conhecimento divididas, é único e tudo que acontece a ele em quaisquer de suas vidas, uma afeta a outra. A Ser Mais quer colaborar exatamente para o seu bem-estar integral, por isso traz outros conteúdos complementares para o crescimento da carreira e fundamentais para o aprimoramento como ser humano. Qualidade para uma vida longeva tem a ver não só com o cuidar da mente, por mais que o ditado fale “Mente sã, corpo são”. Não é algo automático e requer cuidados contínuos para chegar bem na melhor idade. O texto de Guilherme Moscardi trata deste assunto, explica a importância em cuidar-se desde cedo para viver mais e melhor. Além destas leituras que considero interessantes, há muitas outras na sua Ser Mais. Espero que sejam proveitosas e colaborem verdadeiramente com você. Boa leitura!

Julyana Rosa Diretora Executiva Editora Ser Mais


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pnl

O que DOMINÓ tem a ver com o Controle dos seus Estados Emocionais? Fred Graef

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á aconteceu com você de regularmente entrar num estado emocional que te gera resultados dos quais você não gosta ou se arrepende? Às vezes ficamos até irritados por não conseguir controlar as emoções e continuamos criando na nossa frente os monstros que não gostamos. Caso você queira melhores resultados na sua carreira, no seu negócio ou na sua vida, é uma boa ideia parar de criar monstros e começar a criar colibris. Qualquer resultado que você deseja funciona como aquelas sequências de queda de dominó que você já viu na televisão. Você dá um peteleco no primeiro e aquela onda começa até o último. A última peça de dominó antes do resultado que você deseja é o que você faz, o seu comportamento. A última antes do que você faz é o estado emocional que você produz. É isso mesmo, estados emocionais não caem de paraquedas. Nós é que produzimos as emoções. A peça de dominó que vem antes do estado emocional é um pensamento, uma crença ou uma postura física (lembre-se de que corpo e mente fazem parte de um único sistema). Antes do pensamento vem a primeira pecinha que levou o peteleco: o gatilho, o disparador.

Este gatilho é a chave do segredo para você controlar qualquer estado emocional. O que acontece é que temos o hábito inconsciente de rodar sempre o mesmo software frente aos gatilhos que aparecem na nossa vida. Não é à toa que às vezes continuamos produzindo os mesmos resultados que não gostamos. Muito bem, e a chave para você identificar o gatilho é estar atento ao aparecimento dele e ter planejado antes o que você fará de diferente. Lembra daquela história de que se você continuar fazendo o que sempre fez vai continuar colhendo o que sempre colheu? Use a sequência abaixo para controlar seus estados emocionais e melhorar os seus resultados quando o sangue ferver ou para quando aquela nuvem de desânimo chegar perto de você. [1] Identifique o problema. Por exemplo, você se irrita quando é interrompido e mete os pés pelas mãos.


[2] Qual resultado você quer no lugar do problema? Você quer manter a calma e continuar a falar de uma forma assertiva. [3] Qual exatamente é o gatilho (o peteleco do problema)? Aqui você precisa ser bem específico. Pode ser, por exemplo, o seguinte: quando você está falando e se dá conta de que a outra pessoa abriu as narinas para falar ou os lábios se descolaram, o seu sangue começa a ferver. Saber exatamente qual é o gatilho é o núcleo da célula para controlar suas emoções.

[5] Treine mentalmente várias vezes a nova estratégia. Na sua cabeça, veja, ouça e sinta uma situação no futuro em que

Fred Graef é coach e Palestrante. Autor do ebook “Metas: Como Transformar Sonhos em Realidade” e Coautor do Livro “Manual Completo de Coaching”. Site: www.fredgraef.com.br

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[4] Planeje antecipadamente o que você fará depois que o gatilho surgir. Existem várias técnicas: âncoras, dissociação, congelamento, posições perceptuais etc. A mais fácil é a dissociação. Imagine que você está do seu lado, fora de você, assistindo à cena, como se fosse num filme. Treine e perceba como a intensidade emocional diminui e você tem mais espaço para racionalizar e analisar o que fazer.

a emoção problema pode aparecer e mentalmente utilize o planejado. Note no seu corpo o efeito do novo processamento instalado. Mostrando assim, parece fácil. E é. Você precisa é treinar mentalmente. Isto demanda tempo e planejamento. Os atletas treinam para as suas provas, certo? Treine antes para situações em que você deseja ter estados emocionais que te deem mais poder. Muito bem, qual a melhor lição que você tirou deste texto? Que fichas caíram para você em relação ao que você pode fazer para melhorar e avançar na direção das suas metas? O que você vai fazer? Experimente, coloque estas dicas em prática! Sucesso para você!


Confiança na

BALANÇA Tê-la em excesso pode desequilibrar sua carreira Karina Cedeño

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personagem literário Dom Quixote enxerga gigantes no lugar de moinhos de vento e exércitos onde há rebanhos de ovelhas. A realidade que vive existe apenas em sua mente, não no mundo real, e não há quem o faça acreditar que sua visão dos fatos está distorcida. Se esta história existisse apenas em livros, tudo bem. O problema é que ela está inserida na vida real, no cotidiano de muitas empresas onde é possível encontrar “Dom Quixotes” do mundo corporativo. E não é difícil identificá-los: enxergam-se como excelentes profissionais quando, na verdade, não possuem qualificação suficiente. Tal atitude advém do excesso de confiança e otimismo que têm em si mesmos: consideram-se tão bons que deixam de se aperfeiçoar na carreira. Esta visão distorcida explica o grande número de trabalhadores sem qualificação no mercado. Segundo pesquisa realizada pela consultoria de recursos humanos Manpower, dois terços dos empregadores no Brasil têm dificuldades para encontrar candidatos qualificados às vagas oferecidas. O país é o segundo que mais sofre com a falta de preparo profissional, ficando atrás apenas da Índia e do Japão. Hoje a crescente quantidade de cursos profissionalizantes a preços mais acessíveis favorece a qualificação do trabalhador, mas é preciso que ele tenha consciência de que suas capacidades profissionais podem estar aquém do que julga. “O excesso de confiança pode levar a muitos erros de cálculo e principalmente à acomodação. Mesmo que a situação profissional esteja ruim, a pessoa tende a adiar a resolução dos problemas, esperando que eles se resolvam por si só. A consequência desse otimismo exagerado quase sempre é a estagnação”, diz Eduardo Ferraz, consultor em Gestão de Pessoas com foco em Neurociência Comportamental.


racterística genética do cérebro humano, pois independe da educação, país, profissão, idade ou classe social. Provavelmente a evolução nos programou para correr riscos e isso funcionou bem para os humanos dominarem o planeta, mas pode ser muito perigoso para os profissionais que querem continuar crescendo em suas carreiras”. Investir em capacitação profissional é sempre um bom negócio e garante lucros a longo prazo. As empresas precisam não só de pessoas, mas principalmente de cérebros com sede de conhecimento e com a crença de que a especialização é um processo constante e sem fim. É interessante destacar que gerar qualificação não é só função do trabalhador, mas também das empresas, que devem disponibilizar vagas que exijam as competências necessárias, evitando levar-se pelo atrativo da mão de obra barata e desqualificada. Achar que chegou ao auge e se acomodar é muito perigoso. Boa parte dos resultados da empresa está na mão do funcionário e pode ser afetada se este continuar acreditando que é bom o suficiente a ponto de não precisar se aperfeiçoar em suas funções. Hoje o intelecto é muito valorizado no mercado de trabalho e, caso ele seja estagnado, a produtividade também será. É preciso ter consciência de que o capital intelectual nunca é suficiente para atingir as demandas do marcado de trabalho e deve sempre ser aprimorado e lapidado. Portanto, muito cuidado: sentir-se seguro demais e esperar que os bons ventos o levem pode fazê-lo acordar no meio de um tufão. Fique atento para não lidar com fatos reais de maneira errada, ou o peso do excesso de confiança será sentido em sua carreira.

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Segundo o especialista, se o profissional obtém menos do que espera e não age para reverter a situação, deixa claro que está com excesso de confiança. Para mantê-la num patamar realista, ele precisa investir no autoconhecimento e pedir feedbacks constantemente, além de aceitar elogios e críticas. Nas altas chefias, confiança em demasia é ainda mais prejudicial, principalmente aos subordinados. “Quanto mais alto o cargo, maior o prejuízo do excesso de otimismo e confiança, pois as más decisões afetarão um número maior de pessoas”. Os resultados obtidos ao longo da carreira também são ótimos indicadores para que o trabalhador saiba até que ponto deve confiar no seu taco. “Quem recebe aumentos de salários, promoções e é muito requisitado tem motivos para sentir-se valorizado e confiante. O contrário, idem. Os resultados é que mostrarão a quantidade de confiança “realista que se deve ter”, diz o consultor. O psicólogo israelense Daniel Kahneman comprovou, por meio de estudos, a tendência humana de distorcer a realidade e considerar a qualificação própria mais elevada do que realmente é. Suas pesquisas também mostraram que o profissional só se dá conta da própria falta de preparo quando está diante de uma ameaça (perder o emprego, por exemplo, ou quando funcionários com desempenho mediano passam a ser mais valorizados do que ele). É como o caso de pessoas que só pensam em comprar um colete salva-vidas quando o barco afunda. Enquanto não passa por uma situação crítica, o “sabe-tudo” vai continuar despreocupado, exercendo suas funções sem preparo adequado para elas. Ferraz diz que a Neurociência Comportamental também indica esta tendência. “Este tipo de autoengano é uma ca-


motivação

Minimalismo é alicerce da inteligência do novo tempo Os excessos, além de tornar homens e mulheres prisioneiros de um padrão de conduta e de vida que custa muito caro para manter, são obstáculos para alcançar a felicidade e viver de forma mais equilibrada

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Leila Navarro

ecentemente, conversando com uma senhora de pouco mais de 70 anos, eu me dei conta de como a humanidade sofisticou seu modo de vida nas últimas décadas, tornando mais complexo o fluir da nossa existência. Eu e a simpática senhora estávamos em uma loja, consultando a lista de presentes de casamento da sobrinha dela. A relação tinha todos os sonhos de consumo de um casal moderno: fogão, forno micro-ondas, refrigerador duplex, um televisor de plasma de 42 polegadas, um televisor de tela plana de 29 polegadas, dois aparelhos de DVD (um para cada televisor, claro), três aparelhos de telefone sem fio, um laptop de última geração, aparelho de som, máquina de lavar louça, máquina de lavar roupa, máquina de secar roupa e uma centena de outros itens. “Meu Deus, será que tudo isso que minha sobrinha está pedindo vai caber no apartamento dela? É tão pequenininho!”, comentou a tia da noiva com ar perplexo. “As coisas mudaram muito, quando eu me casei tudo que precisávamos para montar uma casa eram os móveis, um fogão a gás e um rádio. Como eram simples as coisas naquele tempo! A gente conseguia ser feliz com tão pouco”. Esse comentário despertou a minha atenção. Realmente, tempos atrás, éramos capazes de ser felizes com muito menos do que precisamos hoje – e as coisas funcionavam perfeitamente bem. Isso aponta para a urgente necessidade de revisão de conceitos e comportamentos. Eu não tenho nada contra uma vida confortável, liberdade financeira e sucesso profissional. Faz parte da minha missão incentivar as pessoas a acreditarem que podem e merecem conquistar as coisas boas da vida, pois isso também faz parte de algo mais abrangente que é a felicidade. A questão é que vivemos em uma sociedade movida pelo consumo e levamos uma existência de “viver para ter”, quando na verdade, o que é realmente importante para um ser humano cabe dentro de uma mochila. Provei isso na prática quando fiz o caminho de Santiago de Compostela, uma rota de peregrinação que percorre a Península Ibérica até a cidade de Santiago, no extremo oeste da Espanha – um aprendizado incrível! No início da caminhada, cheios de energia, os peregrinos levam uma mochila com todos os itens que consideram necessários. No percurso, eles se deparam com a necessidade de se livrar de coisas e ficar apenas com o essencial porque a mochila

vai pesando cada vez mais com as mesmas coisas. Nessas circunstâncias é interessante notar como as pessoas conseguem selecionar, priorizar e minimizar suas necessidades. Experiências desse tipo comprovam que toda a humanidade pode fazer muito, com muito pouco. A questão dos valores na sociedade contemporânea é tão importante que chegou a ser debatida por uma organização não governamental com status consultivo geral no conselho econômico e social das Nações Unidas, a Universidade Espiritual Brahma Kumaris, que lançou em 1994 o projeto internacional denominado “Compartilhando nossos valores por um mundo melhor”. Essa organização apontou doze valores superiores e fundamentais para o bem-estar da humanidade: amor, cooperação, felicidade, honestidade, humildade, liberdade, paz, respeito, responsabilidade, simplicidade, tolerância e unidade. Desperta a sua atenção o fato de não ter nessa lista itens de recursos tecnológicos, bens materiais, roupas de grife, sucesso profissional e estabilidade financeira? Infelizmente o que tem predominado na sociedade moderna é a conquista do sucesso medido pelo saldo bancário, a competição desenfreada para ter, manter e, de preferência, melhorar o padrão de vida que permita consumir mais e mais. A inteligência do novo tempo tem como alicerce a cultura do minimalismo – que nesse contexto representa mais qualidade de vida e menos consumismo -, e requer um novo nível de conscientização. De forma global, precisamos nos conscientizar da necessidade de reaprender a fazer muitas coisas, com pouco tempo; inovar com poucos recursos; fazer muito com poucas pessoas, tomar banho com pouca água. Essas questões tornaram-se determinantes para a nossa sobrevivência. Os excessos, além de tornar homens e mulheres prisioneiros de um padrão de conduta e de vida que custa muito caro para manter, são obstáculos para alcançar a felicidade e uma forma mais equilibrada, saudável e sustentável para se viver. Leila Navarro é palestrante motivacional com reconhecimento no Brasil e no Exterior. Autora de 13 livros, entre eles, “Talento para ser Feliz”, “Talento à prova de crise”. Site: www. leilanavarro.com.br


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Muito se tem falado sobre participação, desenvolvimento de equipes, criatividade e cidadania. Como pano de fundo desta fala usam-se basicamente os conceitos de Qualidade e Cidadania. Entretanto, para que Qualidade e Cidadania sejam práticas efetivas e construtivas na empresa, é necessário que primeiramente os 4º e 6º princípios da Qualidade Total, “Constância de Propósitos” e “Gerência de Processos”, sejam os regentes desta abordagem que se define basicamente pelo comprometimento e pela participação. Vemos, todavia, que muitas vezes todo um processo inicial de mudanças e de desenvolvimento de equipes, a tentativa sincera de implantar a chamada “Renascença Organizacional”, tão claramente ilustrada por Fela Moscovici, não consegue atingir seus objetivos. Tal fato deve-se na grande maioria das vezes à falta de motivação das equipes, seja por métodos falhos de buscar a participação por parte dos líderes, seja por um não comprometimento global que acaba por nos remeter à falta de motivação. Esta falta de motivação, por sua vez, é derivada da não “Constância de Propósitos”.

Ricardo Alexandre Mendonça


EQUIPES, CRIATIVIDADE E AUTONOMIA UM CAMINHO PARA A CIDADANIA

METODOLOGIA Para que haja a motivação para a continuidade do propósito inicial de participação e mudança, é fundamental uma refinada administração de como se chegar às metas desejadas. Cada organização cria seus próprios métodos de acordo com suas possibilidades. Os resultados participativos esperados podem ser atingidos usando-se as seguintes propostas: - Monitoramento constante dos processos setoriais e globais, atribuindo esta tarefa aos líderes e suas equipes. - Estabelecimento de prazos para se atingir resultados. - Construção de indicadores temporais de melhorias ou retrocessos. - Gerenciamento de processos participativos eficazes, que nos sugerem planejamento e comunicação elaborados de forma adequada e produtiva.

de efetividade, construção, respeito, aprimoramento pessoal e contribuição que se alimentam constantemente de motivação e criatividade.

CONCLUSÕES Organizações podem ser pontos de difusão de cidadania. (Re)descobrir a capacidade de participar, romper barreiras de medo, pensar e agir em conjunto, desenvolver visão crítica, confiar e entender crises como possibilidade de crescimento e buscar Qualidade e Produtividade estimulam o indivíduo a ser parte saudável de organizações vencedoras, reflexo da autonomia criativa de todos os membros. Não são necessárias situações mórbidas como fome, enchentes ou desabamentos para que equipes se unam para a busca da melhoria. Que tal começarmos em nosso próprio trabalho?

Temos visto que organizações com um fluxograma e indicadores satisfatórios na área de RH desenvolvem suas equipes com uma motivação superior àquelas que não têm uma base sólida em seus programas de melhoria. Este desenvolvimento se torna por parte de todos, mais consciente e necessário à medida em que, de acordo com Edward de Bono, cria-se uma filosofia autossustentável

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RESULTADOS Alexandre Mendonça é psicólogo, mestre em Psicologia e especialista em Educação a Distância, Professor de gestão de pessoas e liderança. E-mail: atendimento@diferencialbr.com.br Telefone: (21) 2255-6470


Tablet nacional

A Positivo Informática acaba de trazer ao mercado de informática o primeiro tablet nacional, desenvolvido por brasileiros para brasileiros. O Ypy é tupiniquim até no nome (primeiro em tupi-guarani). O aparelho vem nas versões de 7 e 10 polegadas com Wifi e Wifi+3G. A ideia da empresa é proporcionar uma nova experiência em tablets, com um equipamento totalmente em português, dos aplicativos ao teclado e até no conteúdo oferecido via internet pelo Mundo Positivo, um portal de entretenimento e notícias. Na versão de 7 polegadas, o tablet tem 420g, 11,8mm de espessura e resolução de tela de 1024x768, além de câmera frontal para videoconferências. O sistema operacional é o Android nas duas versões do eletrônico. A partir de R$ 999. Mais informações em: www.mundopositivo.com.br

DIGITE NA CAMA COM CONFORTO Quem gosta de usar seu iPad 2 na cama, agora pode fazê-lo de forma prática e confortável. Com o tyPillow Microsuede Pillow for iPad 2, o usuário fica à vontade para digitar, navegar e ver seus vídeos favoritos diretamente do tablet. O acessório é preenchido com espuma especial, que mantém a forma desejada por mais tempo, basta apertá-lo, colocá-lo no formato necessário e está pronto para o uso. A parte externa é uma espécie de camurça macia. À venda na Amazon.com

iBoobies

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Existem inúmeros acessórios que enfeitam e protegem o iPhone 4. Quem gosta de itens diferenciados e engraçados pode apostar nesta capa de silicone. O iBoobies livra a parte inferior de seu celular de riscos e ainda promete arrancar boas risadas de quem o vir. A partir de $5 no site www.dealextreme.com

Mochila geek

O pedido dos apaixonados por tecnologia que não saem de casa sem seus gadgets parece ter sido atendido. Imagine uma mochila que, além de transportar os eletrônicos favoritos, também os proteja e recarregue de uma só vez. Ela existe. A Trek Support é aparentemente uma bolsa comum. Entretanto, quando seus compartimentos são abertos, descobre-se a bateria interna e espaços com cabos USBs para carregar tablet, câmera fotográfica, celular e notebooks de até 15”. Nem é preciso abri-la para carregar todos os aparelhos, de uma das alças na parte infeior sai um cabo com tomada para plugá-la na energia.Também disponível no site Quirky.com.


“TÔ LIGADO!” Se a falta de tomadas é problema no escritório ou em casa, o The Piggy Trip promete solucioná-lo. São 17 plugs de tomadas para serem utilizadas simultaneamente, sem o risco de queimar aparelhos ou queda de energia por sobrecarregá-lo. O aparelho vem com um circuito interno de segurança que evita explosões ou acidentes. Além de funcional, o porquinho deixa o ambiente charmoso. Informações do produto em: www.artlebedev.com

Sol que alimenta

Saia para passeios e longas viagens preparado para muitas horas de bateria no celular, mp3 e outros aparelhos. Com o Quirky Ray, seus gadgets sempre estarão bem abastecidos e enfrentarão qualquer desafio sem deixá-lo na mão por falta de energia. O acessório carrega itens eletrônicos a partir da energia solar, podendo ser colocado no painel do carro, vidros de janelas, entre outros. Seu formato facilita o uso, são inúmeras as posições em que pode ficar para aproveitar ao máximo os raios solares. O item vem com painel solar, bateria, possui porta USB e uma placa com circuito que indica seu nível de bateria por meio de luz LED. Encontre no site Quirky.com

Ventilador para cama Durma tranquilamente nos dias de calor sentindo uma leve brisa circular pela cama. O The Bed Fan lança o ar na posição desejada pelo usuário, entre as cobertas e, para não incomodar um dos parceiros, somente para uma das pessoas na cama de casal. O aparelho é fixado na base do móvel e tem um sistema que faz o ar circular dos pés à cabeça da pessoa. À venda na Amazon.com.

Leve sua música para onde for e ainda carregue os itens pessoais em uma bolsa para lá de moderna. A Eletronic Rock Guitar Bag vem com um miniamplificador na parte exterior e permite tocar as principais notas de uma guitarra normal. Seu material, a lona, proporciona resistência e protege bem os itens carregados. Até laptop ela pode transportar, possui espaço para o equipamento de 17 polegadas. Na parte frontal conta com bolsos e organizador para levar celular e itens de escritório como lápis e canetas. Disponível no site: www.thinkgeek.com/

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BOLSA MUSICAL


tech

Bushido Espírito japonês, tecnologia ocidental Walber Fujita

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ois séculos após o fim dos samurais como classe social, o Bushido (bushi = guerreiro, do = caminho) ou o caminho do guerreiro samurai, permanece vivo na cultura japonesa. Isto se deve aos nove séculos em que o código de honra e ética do guerreiro samurai conviveu e se enraizou na sociedade japonesa como um estilo de vida que combina conduta irrepreensível, treinamento árduo e aperfeiçoamento constante. Foi com esse singelo princípio que o Japão marcara para sempre o modo em que o mundo iria ver e conhecer a tecnologia nipônica. Segundo historiadores esse estilo de vida fez com que a indústria japonesa fosse um sucesso graças a um investimento cirúrgico em educação. Nessa época ele copiava os produtos ocidentais assim como a China e os tigres asiáticos fazem hoje, porém o sucesso dos produtos japoneses no mercado mundial baseou-se na tríade qualidade, preço baixo e assistência técnica, além da inovação permanente de seus produtos e o foco pela filosofia: “Espírito japonês, tecnologia ocidental”. Com muita disciplina e humildade se formatou a fórmula mágica imbatível que pessoalmente chamo de “Bushido Industrial”. A fixação do conceito dos 5s, uma ferramenta de gestao desenvolvida no Japão por volta da década de 50 pela Toyota (Seiri: senso de utilização, Seiton: senso de organização, Seiso: senso de limpeza, Seiketsu: senso de higiene, Shitsuke: senso de ordem. ) pode lhe dar uma noção de por que a NTT Docomo lançou nas maiores cidades do Japão até 2013 a conexão do tipo LTE para telefones celulares. O serviço, que foi idealizado para computadores comuns, é dez vezes mais rápido que uma conexão 3G comum, sendo comparada à navegação por fibra ótica. Estando no Japão, o mais pitoresco é descobrir que você não é tão maluco quando se aproxima de um show lotado

onde a musa Hatsune Miku é uma cantora holográfica 3D cantando e dançando em uma verdadeira super dose, dose excessiva ou overdose de tecnologia, irradiando alegria. Em frente aos seus olhos o inacreditável e perfeito avatar, uma linda garota de 16 anos, criado por um japonês da Yamaha usando uma voz sintetizada com um sistema chamado Vocaloid em um instante clássico da qualidade e arranjo perfeito, sendo grande sucesso no Japão. Quando se acha que fizeram tudo vem o novo trem-bala japonês a uma velocidade de 320 quilômetros por hora. O “Falcão Peregrino” com sua classe atropelar os neurônios de qualquer nerd. Falando em nerd, estamos na Era da Informação, um misto de tecnologia e conhecimento. Nos dias de hoje o profissional que não investir em gestão de conhecimento vai comer, literalmente, capim. Para exemplificar melhor podemos citar Steve Jobs em um geração de fissurados em aparelhos celulares, tablets, música eletrônica. Ele e sua empresa revolucionaram o mercado pelo menos cinco vezes. Quando foram lançados, Apple II, Macintosh, iPod, iPhone e iPad causaram transformações radicais na maneira como as pessoas usam a tecnologia. 1984 – O Macintosh populariza o mouse, 2001 – O iPod reinventa a música, 2007 – O iPhone eleva o QI dos smartphones, 2010 – O tablet vira realidade com o iPad e o velho dilema sábio oriental não importam os motivos da guerra, a paz é mais importante. Na guerra dos tablets, podemos sitar que o segundo e o primeiro que perde assim a Panasonic, Sony, Sharp, Toshiba. Cada uma aposta em diferentes características para abocanhar um nicho que foi descoberto meses atrás pela Apple e seu campeão de vendas, iPad. Calcula-se que, neste ano, serão vendidos 70 milhões de tablets no mundo. É um número notável para uma categoria de


produtos que nem existia há um ano e meio. Desse total, 45 milhões serão iPads. Bem sabemos que não adianta tanta tecnologia se não souber aproveitá-la de forma eficaz. Refletindo assim me recordo de um antigo professor japonês de informática que me falava em tom suave: “Domine a máquina, não deixe ela te dominar.” Com esse pensamento, a produtora Square-Enix, em parceria com a Sony lançarão o PlayStation 3 com o game Final Fantasy XIII-2. O jogo faz muito sucesso no meio Game Maníacos de RPG. E, para não perder a linha, seguindo passos da Sony, Microsoft deverá adotar tecnologia 3D em seus futuros consoles de games. Depois de navegar pelo universo tecnológico, podemos definir que a arte da inovação é algo para poucos mortais de QI extremamente elevado? Para quem não fabrica resta usufruir. Há opções para todos os gostos e bolsos .

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Walber Fujita é empresário, consultor e palestrante. Site: www.walberfujita.com.br E-mail: walberfu@gmail.com


empreendimento

Paixão por EMPREENDER Fernando Oliveira

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uito já foi dito a respeito da paixão que todo empreendedor precisa ter para alcançar o sucesso naquilo que deseja. O empreendedor bem-sucedido tem como principal característica ser apaixonado por um sonho ou uma ideia de como seu negócio irá mudar o mundo. Apesar de termos consciência de que não existe uma única fórmula para o sucesso de um empreendimento, sabemos que a paixão é uma poderosa aliada na hora de fazer as coisas acontecerem. Com isso, quero compartilhar com você algumas características daqueles que são verdadeiramente apaixonados por empreender.

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O empreendedor possui uma energia inesgotável A primeira característica que notamos nos empreendedores de sucesso é uma inesgotável energia que os fazem continuar mesmo depois de terem obtido grande êxito em seus empreendimentos. Eles simplesmente se recusam a mudar suas rotinas, e continuam levantando cedo para ir trabalhar. Fazem isso porque aquilo que lhes dá energia é justamente a paixão que sentem em fazer o que amam fazer. Um bom exemplo é a história do norte-americano Chris Gardner, sua vida foi contada no filme “À procura da felicidade”, estrelado pelo ator Will Smith. Gardner, que se tornou um empreendedor multimilionário, ao ser perguntado

em uma entrevista sobre como conseguiu superar tantos desafios, respondeu: “Quando a pessoa é apaixonada pelo que faz não vê a hora de fazer de novo”. O bilionário norte-americano Donald Trump diz que paixão é tudo. Ele declara: “Se você não tem paixão, não tem energia, se não energia, então você não tem nada”. O empreendedor é um apaixonado agente de mudanças Empreendedores são inconformados e querem mudar alguma coisa, por isso criam produtos e serviços com o objetivo de mudar a vida das pessoas. Steve Jobs, quando largou a presidência da Apple por problemas de saúde, conseguiu, com uma pergunta, convencer John Sculley, na época, presidente da Pepsi, a assumir a presidência da Apple. Jobs disse a ele; “Você quer vender água açucarada pelo resto da vida ou quer mudar o mundo?”. Sculley disse que isso mudou completamente sua visão sobre como Jobs e a indústria de computadores iria mudar o mundo. O reverendo Martin Luther King Jr. é considerado um dos principais agentes de mudanças da cultura norte-americana. Ele inspirou milhões de pessoas a lutarem por uma vida melhor, com liberdade e sem discriminação. Os empreendedores de sucesso começaram com um sonho, uma visão do que queria e de como queriam, o resto a história fala por si.


O empreendedor é um vendedor de sonhos Todo empreendedor de sucesso é também um grande vendedor, pois simplesmente não pode haver um negócio de sucesso se não houver grande sucesso em vendas. O bilionário inglês Richard Branson, fundador da Virgin Group, um conglomerado de mais de duzentas empresas, criou a Virgin Galactic, empresa que pretende levar turistas ao espaço. O que você acha? Talvez viajar pelo espaço não seja uma de suas prioridades atuais, mas a lição que podemos tirar desse grande empreendedor é a sua paixão por inventar negócios ousados e que muitos não acreditam que pode dar certo. Sua grande capacidade é a de conseguir vender extraordinariamente bem suas ideias.

O empreendedor precisa descobrir sua paixão, abrir um negócio somente porque alguém ganhou muito dinheiro com uma ideia no ano passado definitivamente não é garantia de sucesso. Se você ainda não descobriu qual é a sua paixão, o empreendedor norte-americano Mike Michalowicz, autor do livro “The Toilet Paper Entrepreneur”, diz que você precisa se fazer algumas perguntas, que podem ser respondidas em apenas

Fernando Oliveira é ator, palestrante humortivacional e autor dos livros Atitude de Vencedor e Liberte Seu Poder Pessoal. Site: www.fernandooliveira.com.br

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Como descobrir sua paixão

1 minuto. Pergunte-se: - Se eu só pudesse fazer uma coisa pro resto da minha vida, o que seria? - Se eu pudesse combinar todos os meus talentos em alguma coisa extremamente única, o que seria? - Qual é a minha revista favorita ou o meu programa de TV favorito? Normalmente sua paixão é encontrada nas suas atividades de lazer. - Sobre qual o assunto eu não consigo parar de falar? Esse assunto é a sua paixão. - Veja as pessoas que você mais admira. Para elas alcançarem o sucesso, que fator as levou até lá? Esse fator é a sua paixão. Para finalizar, um conselho de Chris Gardner para os empreendedores ou para pessoas que querem mudar suas carreiras: “Seja suficientemente corajoso para encontrar a coisa que o apaixona. Pode não ser aquilo para o qual você foi treinado a fazer, mas se você for corajoso para fazer essa coisa, ninguém poderá impedi-lo”.


Inovação e indústria automobilística Pesquisa recentemente realizada pela Fundação Nacional da Qualidade, com 63 pessoas entrevistadas de empresas automobilísticas, revelou que o setor está entre os três mais alinhados aos princípios de inovação para sustentabilidade, segundo os participantes. O estudo mostrou que 97% dos entrevistados consideram fundamental a inovação para a sustentabilidade nas empresas. O levantamento apontou também que 27% indicaram como principal preocupação das companhias a gestão, 22% mencionaram a sustentabilidade e 19% a redução de custos.

PARABÓLICA SOLAR Testes com um dispositivo capaz de gerar energia a partir de ar quente estão sendo feitos em Israel. O aparelho, criação da Heliofocus Ltd. em parceria com o Weizmann Institute of Science, é composto por uma antena parabólica de trinta metros que tem em seu centro um receptor capaz de absorver os raios solares e convertê-los em ar quente. Sem contar que a invenção ocupa menos espaço do que os habituais termossolares já existentes.

Destino certo às embalagens Nos últimos oito meses, a destinação ambientalmente correta de embalagens de agrotóxicos cresceu 11%, se comparado ao mesmo período do ano passado. 24.970 embalagens vazias foram encaminhadas, pelo Sistema Campo Limpo, à reciclagem. Os estados que mais contribuíram para a destinação das embalagens no Brasil foram Mato Grosso, São Paulo e Goiás, sendo responsáveis por quase metade do total arrecadado.

SEM LENHA NA FOGUEIRA

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Se você não dispensa uma lareira em sua sala, que tal começar a usar as ecologicamente corretas? Estas, da K3 Imports, dispensam o uso de lenha e a chama é produzida a partir da combustão de álcool 92,8%, facilmente encontrado em qualquer supermercado ou farmácia. As lareiras não geram fumaça, cheiro, nem ressecam o ar, já que a combustão do etanol libera H²O. Todas vêm equipadas com uma câmara de combustão composta por um regulador para a intensidade e a altura da chama, além do tempo de aquecimento. A duração da chama está relacionada à capacidade da câmara e algumas permitem um aquecimento de até 20 horas. Os produtos podem ser encontrados em 17 modelos diferentes no site www.k3imports.com.br


REFRIGERANTE VERDE Cinco mil toneladas de resina PET virgem serão economizadas até o final de 2011 com a nova iniciativa da Coca-Cola: produzir garrafas com 20% de resina reciclada. Chamadas Bootle-to-bootle, as novas garrafas estarão presentes em todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. A empresa ainda pretende dar apoio financeiro às comunidades de catadores de lixo, aumentando sua remuneração. O processo de produção das garrafas recicladas gera um custo 20% maior em relação às comuns e por enquanto só foi aplicado em garrafas de 2,5 litros.

Sustentabilidade é o assunto da roda

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Dirigir com responsabilidade não é mais suficiente. É preciso também dirigir com sustentabilidade! A linha de pneus Green Performance, da Pirelli, composta por materiais como sílica e polímeros funcionais, aumenta em 20% a resistência ao rolamento do produto, o que gera uma economia de até 6% de combustível (e, consequentemente, reduz a emissão de gás carbônico na atmosfera). Sem contar que os pneus verdes são mais silenciosos durante o uso, tornando seu passeio mais confortável.


Uma vida, uma árvore

O programa ambiental que deve ser semeado Karina Cedeño

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á imaginou uma cidade onde, para cada criança que nasce, é plantada uma árvore? Ambas crescem juntas e o meio ambiente ganha cuidados à medida que o mundo ganha mais uma vida. Essa realidade, tão próxima a um sonho, existe desde o momento em que as cidades de Betim, Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais, adotaram o projeto Uma Vida, Uma Árvore. A iniciativa criada em 21 de setembro de 2009, Dia da Árvore, é idealizada pela TV Globo em parceria com a Prefeitura de Betim e consiste no plantio de uma muda de árvore para cada registro de nascimento. “A ideia é associar o momento festivo do nascimento de uma criança ao dever de estimular a ampliação das áreas arborizadas, tendo em vista a preservação do meio ambiente e o bem-estar da população”, conta Paula Rezende, uma das coordenadoras do projeto. Os pais interessados em presentear os filhos e a natureza com uma árvore podem preencher a ficha de adesão no momento em que registram a criança no cartório. O plantio e os cuidados ficam a cargo da Prefeitura, que emite aos pais um certificado com a localização da muda. Daí por diante, o crescimento da criança e de sua irmã de madeira podem ser acompanhados ao mesmo tempo, passo

a passo, galho a galho. De acordo com Paula, as árvores são plantadas em parques, praças e ruas das cidades, contemplando todas as regionais. O local é escolhido pela Prefeitura e os plantios se concentram em dias chuvosos. Caso haja necessidade, as árvores são replantadas. Desde que começou, o programa já tem 11.316 crianças registradas e 14.846 árvores plantadas, superando a meta de uma árvore para cada registro de nascimento. Samuel Rosa de Jesus foi o primeiro bebê contemplado há dois anos, com uma muda de pau-brasil. “No dia 21 de setembro de 2010 e de 2011 plantamos mais duas mudas de ipê para celebrar o Dia da Árvore e os dois anos do programa, com a presença do Samuel e dos pais”, diz Paula. Luzinete Rosa de Jesus Costa, mãe de Samuel, acha muito importante a preocupação com o meio ambiente divulgada pelo projeto. “O Samuel tem apenas dois anos, mas é importante que ele saiba desde já a cuidar do meio ambiente, a não poluir, a não desmatar e a evitar o problema das queimadas, tão frequente hoje em dia.” O Brasil lidera o ranking de desmatamento mundial, de acordo com a Avaliação Global de Recursos Florestais di-


vulgada em março de 2010 pela ONU. Entre os estados brasileiros, o Mato Grosso é o que mais depreda o verde e só em 2011 registrou 81% dos 593km² desmatados na Amazônia entre os meses de março e abril. 472 tipos de árvore estão ameaçados de extinção no Brasil, segundo o Ibama. O número quadriplicou desde o último levantamento, feito em 1992. Além de absorver o gás carbônico presente na atmosfera e transformá-lo em oxigênio, as árvores mantêm a umidade do ambiente, garantem a preservação dos habitats e ainda evitam a erosão do solo, sem contar outros benefícios. Plantar uma árvore é uma das iniciativas mais simples que podem ser adotadas por cada pessoa para amenizar os danos causados à natureza. O programa implantado nas cidades mineiras leva à população a conscientização e o compromisso com a sustentabilidade, é um incentivo à responsabilidade ambiental e também propicia às crianças a emoção de descobrir que

há uma árvore “sua” na cidade, que deve ser cuidada como todas as outras. A Prefeitura Municipal de Betim ainda conta com outros programas sustentáveis, como o Educação Ambiental em Movimento (que estimula os participantes a aplicar a sustentabilidade no dia a dia), o Programa Agenda Ambiental na Administração Pública (que mobiliza a adoção de medidas de gestão ambiental nas atividades administrativas), o CRER – Centro de Referência em Energias Renováveis (que ensina a fazer aquecedores solares de baixo custo e dá palestras sobre economia de energia doméstica), entre outros. Uma Vida, Uma Árvore é um exemplo a ser seguido e deve fincar suas raízes não só nos demais estados Brasil, como também no resto do mundo. A preocupação ambiental já está no berço e nascimentos repletos de sustentabilidade produzirão frutos saboreados pelas próximas gerações. É preciso preservar o verde, ou sua presença na banderia brasileira perderá o significado.

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moda, beleza e estilo

BLUSH EMAGRECEDOR Este blush contém o truque que muitas mulheres sonham aprender com a maquiagem: afinar o rosto. O The One Sweep Sculpting Blush Duo, da L’Oreal, vem em dois tons (bronze e rosado) que devem ser aplicados com o pincel especial (em formato côncavo) da seguinte forma: o tom rosa na parte de cima das bochechas e o tom bronze na de baixo. Após aplicar o produto, é bom dar uma esfumaçada com outro pincel, para que o efeito fique natural.

Junkie Make Para você que gosta de fugir dos habituais aromas dos cosméticos, taí uma boa dica: hidratante labial com aroma de bacon, batata-frita ou cupcake. O produto ainda não está à venda no Brasil, mas pode ser comprado na internet em sites como o www.mcphee.com/shop/

DESMANCHANDO

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BASE CAPILAR Primer não é mais produto para usar só no rosto. Este da Wella, específico para cabelos, prepara os fios para a aplicação dos finalizadores e fixadores. Sua textura siliconada permite o uso em todos os tipos de cabelo, mas atenção à quantidade: cabelos oleosos devem receber o produto apenas nas pontas, enquanto as madeixas secas podem recebê-lo em toda a sua extensão.

Ao longo dos anos é inevitável que a pele do rosto ganhe manchas de sol e marcas de envelhecimento. Para isso é sempre bom ter à mão um produto que amenize estes sinais ao mesmo tempo em que cuida da textura da pele. O serum antimanchas Even Better Clinical Dark Spot Corrector, da Clinique, reduz as marcas do tempo e melhora a uniformidade da pele em 53% após doze semanas de uso contínuo. Preço: R$ 269,90.

PARA ELES Cuidar das unhas não é apenas coisa de mulher. Os homens também precisam mantê-las limpas e aparadas, por isso a Cosmix Pro Nails lançou a lixa Easy Shine For Men. Pequena e discreta, cabe no bolso nos dois sentidos: custa R$ 7.


2.0

Bolso prevenido Vai viajar por conta própria, mas não tem ideia de quanto vai precisar desembolsar? O site Budget Your Trip (www.budgetyourtrip.com) faz uma estimativa desse valor. Basta fazer o cadastro, informar o seu itinerário no menu principal e o site calcula um valor médio para seus gastos. Você ainda pode pesquisar interesses como festas, hospedagem, restaurantes e outros. Nada melhor do que preparar seu bolso para possíveis despesas adicionais (que sempre ocorrem nas viagens).

Trocas literárias Se você é louco por livros, mas odeia gastar, anote esta dica de ouro: o site Trocando Livros (www.trocandolivros.com.br) permite que você cadastre aqueles que já leu e consiga outros que deseja. É só adicionar o livro que você quer disponibilizar e, logo que alguém tiver interesse em adquiri-lo, você será informado via e-mail. Depois, é só enviar o pedido pelo correio, que fornecerá a você um número de registro. Cadastrando este número no site, você terá direito a solicitar um livro do acervo.

Escrita zen Precisa escrever e não consegue se concentrar? Entre no OmmWriter (www.ommwriter.com), baixe o aplicativo e logo você mandará a distração ir passear. O site tem um design minimalista com cores que transmitem paz e favorecem a concentração. Sem contar as três opções de músicas tranquilas para tornar a área de trabalho ainda mais prazerosa.

Currículo online

Pegue carona nas redes sociais Já existe rede social voltada ao mercado profissional, a quem gosta de viajar, a quem gosta de ler e, agora, a quem gosta de pegar carona. Com o objetivo de reduzir o trânsito nas grandes cidades, o Bigoo (www.bigoo.com.br) é voltado às pessoas que procuram por uma carona e para motoristas que possam oferecê-la. Estes últimos podem escolher a quais pessoas, da sua rede de amigos, dará a carona. Uma boa alternativa para reduzir a quantidade de carros que circula e a superlotação nos transportes públicos.

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Sempre rola aquela dúvida na hora de fazer um currículo: o que colocar primeiro? As informações devem estar em tópicos ou escritas por extenso? Como caber tanta coisa em pouco espaço? Nessas horas, você pode contar com o site Como Fazer um Curriculum Vitae (www.comofazerumcurriculum.com), que tira suas dúvidas por meio de dicas e modelos de currículo para você baixar.


Valores femininos ou masculinos: Leila Navarro

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Q

uando se trata de gestão e liderança há diferença quando o líder é homem ou mulher? Quais os prós e contras no perfil de gestores do sexo feminino e masculino? Como desenvolver uma gestão corporativa que mescle os diferentes perfis de liderança? Muitas dessas perguntas vêm sendo amplamente questionadas no mundo corporativo e, às vezes, parece que enveredamos em um caminho com mais interrogações do que respostas. A questão chega a fortalecer a ideia de que a guerra entre sexos é um fato que muda apenas a roupagem, porém obser-

vo que o que ainda emperra o desenvolvimento profissional de homens e mulheres são as amarras que atuam mais no nível do ego e lacunas na busca verdadeira por um equilíbrio que vislumbre positivamente os dois lados. Sem pender para um lado ou outro, para abordar questões sobre formas de gestão considero pertinente uma rápida retrospectiva do universo feminino. Segundo levantamentos, a conquista da mulher por um espaço no mercado de trabalho começou no início do século XIX, quando a sociedade acreditava que o homem era o único provedor das necessi-


é possível ter equilíbrio na gestão de negócios? em uma época em que as mulheres ainda eram minoria nesse cenário. De lá para cá, observo que o universo profissional feminino ampliou-se de uma forma extraordinária. Hoje, profissionais são respeitadas, ocupam altos escalões em empresas de diferentes segmentos e não deixam nada a dever em questões relacionadas à capacidade de administração e visão para os negócios, com a vantagem de ter uma percepção ampliada, uma intuição extraordinária. Historicamente estamos vivendo um momento singular! O reflexo disso é o fato de o Brasil ser governado por uma mulher – a primeira

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dades da família. Até então, à mulher cabia estritamente a função de mantenedora do lar e educadora dos filhos. Segundo estatísticas, entre 1976 e 2002, houve um acréscimo de 25 milhões de trabalhadoras no mercado de trabalho no Brasil. Nas últimas décadas, elas vêm desempenhando papel relevante no crescimento da população economicamente ativa. Com estudos e qualificação profissional, estão se especializando, conquistando espaço, respeito e admiração em posições de liderança em diversos setores da economia. Particularmente, eu entrei no mundo corporativo


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presidenta na história do país. Uma conquista de grande relevância! A presidência feminina no Brasil tem repercussão mundial muito importante e é um exemplo de democracia. Mas, infelizmente, ainda hoje existem países no mundo em que as mulheres não têm direito à alfabetização, ao exercício de uma profissão, ao desenvolvimento de uma carreira profissional e até o direito de escolher o seu próprio cônjuge lhe é negado. Participação política, então, um sonho! Na Espanha, há quase dois anos, existe a lei de igualdade, a partir da qual as grandes empresas são obrigadas a ter 40 % de mulheres no staff diretivo. No Brasil, o número de mulheres em cargos de confiança e liderança já é bem expressivo, mas estatísticas revelam que ainda existem diferenças salariais entre homens e mulheres que ocupam a mesma função. Seria isso ainda um forte reflexo da poder masculino? É para se refletir, mas, contra fatos não há argumentos e as mulheres têm comprovado a sua competência, diferenciais e revelado inusitados talentos.

Imposição das diferenças? As chamadas características femininas e masculinas rendem muito debate quando o assunto é eficiência na liderança de negócios. O que tenho notado é que apesar de todo o histórico do avanço feminino, da chegada de um novo nível de competitividade e de a intuição ter se tornado quesito de relevante importância, o mundo corporativo ainda mantém arraigado o machismo. Prova disso é a repercussão que surge quando uma mulher se destaca em um cargo predominantemente masculino – isso torna-se relevante pelo fato de ser mulher e a competência, em geral, vem em segundo plano. Durante anos tivemos a velha máxima: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Esta frase revela fortemente o predomínio da visão masculina, concreta, focada somente nos resultados a qualquer custo. Aos poucos essa forma de gerenciamento vem se modificando, principalmente com a presença cada vez maior das mulheres em posições de comando. Com isso, hoje temos cada vez mais a valorização do indivíduo, de sua qualidade de vida, de seus interesses, de seus sonhos. Tudo isso é fruto desta revolução persistente precedente da sensibilidade feminina, fruto de sua própria condição. Refletindo sobre diversos cenários, observo que é característica da mulher o exercício de um modelo de gestão muito eficiente no meio familiar e, sem constrangimentos e preconceitos, mas com muito profissionalismo, elas têm levado essas habilidades para o mundo corporativo. Assim como eu, vejo que muitas mães são ausentes com uma liderança muito presente nas atitudes e decisões de seus filhos. No mundo dos negócios, elas têm levado a mesma conduta com seus colaboradores e subordinados e, assim, evidenciado uma velha forma de liderança: a gestão da maternidade. Quando a maternidade é direcionada à liberdade com responsabilidade, criamos discípulos com iniciativa e sensatez. Eles dão continuidade àquilo que aprendem e despertam a sensibilidade para perceber suas atitudes no ou-


É necessário definir parâmetro Um estudo realizado pela Caliper, uma consultoria em Recursos Humanos com sede em Princeton, New Jersey – EUA, e Aurora, uma organização com sede em Londres, identificou uma série de características que distinguem a qualidade da liderança feminina da masculina, entre elas destaco:  Mulheres líderes são mais assertivas e persuasivas, têm uma forte necessidade de fazer as coisas e estão mais dispostas a correr riscos do que os líderes do sexo masculino.  As líderes femininas são mais compreensivas e flexíveis, bem como mais fortes em habilidades interpessoais;  Leem as situações com mais precisão e observam informações de todos os lados;  São capazes de trazer outros ao redor do seu ponto de vista porque entendem e cuidam mais das pessoas;  Fazem com que as pessoas se sintam mais compreendidas, apoiadas e valorizadas.

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tro. São três os fatores que realmente fazem a diferença tanto na família quanto nas corporações: admiração, que gera respeito e comprometimento; troca, em que tanto líder quanto liderado ensinam e aprendem; objetivo comum, responsável pela ligação quântica criada entre o líder e equipe. Entendo que, independentemente de sexo, a excelência de uma gestão no mundo corporativo requer relacionamentos com os parâmetros da gestão da maternidade. Alguns especialistas apontam para um cenário onde os chamados valores femininos podem ser a chave para evitar uma série de problemas previsíveis. Estatísticas revelam, por exemplo, que os relacionamentos entre diferentes staffs e a sobrevivência de empresas dirigidas por mulheres – ou por homens que se baseiam em valores femininos – têm atingido resultados muito satisfatórios e sustentáveis. É muito importante ressaltar que muitos homens já possuem características voltadas para “valores humanos” e precisam apenas potencializá-las e agregá-las às organizações. Na verdade, o jeito feminino de administrar não é superior ou substituto do modelo masculino, mas complementar e os dois podem contribuir com suas habilidades naturais para o sucesso de uma organização. Porém (volto a afirmar que contra fatos não há argumentos) é insensato negar que o novo modelo de gestão das organizações modernas tem exigido um perfil de profissional mais flexível, sensível e cooperativo – habilidades naturalmente percebidas na conduta feminina. A primeira coisa que um líder tem que aprender a liderar com sucesso é seu próprio ego e isto independe de gênero, porque ego todo mundo tem e, às vezes, tão inflamado que não consegue enxergar a excelência das competências tanto do homem como quanto da mulher como complemento e sim como uma eterna disputa.


Os resultados desse estudo estão resumidos em quatro afirmações específicas sobre as qualidades de liderança feminina: 1. 2. 3. 4.

As líderes femininas são mais persuasivas do que os seus colegas do sexo masculino; Quando sentem a dor da rejeição, as líderes mulheres aprendem com as adversidades e permanecem com o alvo; Mulheres líderes demonstram um estilo de liderança com equipes de construção para resolução de problemas e tomada de decisão; As líderes femininas são mais propensas a ignorar as regras e assumir riscos.

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No livro “Por que o melhor homem para o trabalho é uma mulher?”, Esther Wachs examina a carreira de catorze altas executivas do sexo feminino, entre elas Meg Whitman, presidente e CEO da eBay, para saber o que as levou à bem-sucedida conquista e atuação no cargo. Ao cruzar informações, ela descobre uma disposição para reinventar as regras, uma capacidade de vender as suas visões, a determinação para transformar desafios em oportunidades e um foco em High Touch em um mundo de negócios de alta tecnologia. Dr. Musimbi Kanyoro, secretário geral da World YWCA, diz que atitudes de liderança estão mudando e que o que as mulheres oferecem é essencial. Segundo ele, a dominação como um estilo de liderança está se tornando cada vez menos popular. Há uma valorização crescente pelos atributos que as mulheres usam para manter as famílias unidas e engajar voluntários que se comprometam a fa-

zer a mudança na vida comum das comunidades. Estas qualidades de liderança compartilhadas de carinho e fazer o bem para os outros não são hoje apenas procuradas, mas também de fato necessárias para fazer a diferença no mundo. Segundo ele, a maneira feminina de liderar inclui ajudar o mundo a compreender e a se desenvolver baseada em princípios sobre valores que realmente importam.

Seja você homem ou mulher, qual o seu sentido de vida? Você tendo ou não competências e valores de gestão feminina, o fato é que a vida flui de um jeito ou de outro. As pessoas, as circunstâncias e o mundo não param quando as suas engrenagens estão circulando de forma descompassada com a tendência do mundo corporativo ou as novas abordagens de gestão. Quando certas circunstâncias são inevitáveis por estarem fora do nosso controle e acima da nossa vontade, é importante enxergarmos os fracassos, ou a marcha lenta, como oportunidades de crescimento, aceitá-los, vivê-los em sua plenitude e aprender com eles. Manter-se parcial para defender uma posição na “guerra dos sexos” é uma condição de ausência de inteligência. Podemos transformar a nossa busca pelo sentido da vida no próprio sentido de vida e, com isso, viver plena e intensamente, aprendendo, renovando e principalmente se reciclando para o novo cenário corporativo, onde perfis e comportamentos também tornaram-se recicláveis.


Há três conceitos equivocados que faz muita gente perder o rumo na busca de um sentido para a vida, um propósito, uma missão com disputas que na verdade não leva a lugar algum – o importante é agregar, somar, partilhar, contribuir.

O primeiro é achar que a vida só flui se há progresso material, quando se tem “resultados”. Como a ideia de sucesso está ligada à obtenção de poder, prestígio, influência e riqueza, as pessoas acham que as coisas só caminham à medida que percebem estar conquistando, ainda que lentamente, esses resultados. Mas, se isso fosse verdade, não haveria tantas pessoas que poderiam ser chamadas de bem-sucedidas, já que se sentem perdidas, insatisfeitas e deprimidas. A segunda questão é achar que a vida só tem sentido enquanto você não tem que mudar suas opiniões e comportamentos. Assim, muita gente pensa que não há outra saída senão investir em cursos, idiomas e qualificações – buscando muitas vezes, fórmulas milagrosas que as transformem em vencedoras da noite para o dia - e deixam de desenvolver competências que apenas estão adormecidas. A forma de “gestão da maternidade” é uma delas. O terceiro equívoco é achar que a fluidez é coisa do “destino” de cada um. Depende de onde se nasce, de onde se cresce, da educação que se recebe, de quem se conhece, da felicidade de ser a pessoa certa na hora certa e no lugar certo. Porém, para que a vida de cada um de nós flua não é necessário que sejamos ricos, poderosos, muito menos os melhores em tudo ou predestinados ao sucesso e, tampouco depende de ser homem ou mulher. É necessário, apenas, saber quem verdadeiramente somos, onde estamos e para onde vamos.

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Felizmente conheço homens e mulheres que escolheram ocupações coerentes com o que gostam de fazer, são felizes e dão certo na vida, pois estão realizando seu propósito, ocupando o seu lugar no mundo. Saber qual é o seu propósito e o que é importante para que ele seja realizado direciona as escolhas que você faz em todas as áreas de sua vida. Da profissão que exerce ao lugar onde mora, o tempo que dedica ao trabalho, seus hábitos de consumo, seu lazer, seus interesses culturais, sua disponibilidade para a família e para os amigos... Tudo começa a se encaixar com a missão. A pessoa cria um senso forte de identidade e sente-se dono da própria vida.


Autoconhecimento é a

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palavra de ordem!

A busca por felicidade e equilíbrio deve estar acima da condição de ser homem ou mulher. Um levantamento feito por pesquisadores norte-americanos aponta que cerca de 60% das pessoas com emprego regular têm interesses diferentes dos interesses das empresas em que trabalhavam. Outros dados revelam que os problemas gerenciais, em sua grande maioria, estão relacionados com a falta de motivação e não com a competência. Isso significa que muita gente não identifica seus verdadeiros talentos e assumem posturas, cargos e propósitos que não são seus. Somos fruto do que pensamos, do que sabemos, do que sentimos e fazemos. Hoje, além de estarem conscientes desse fato, as organizações reconhecem a importância da contribuição de pessoas que integrem harmoniosamente o pensar, o saber, o sentir e o agir. Embora continuem valorizando os conhecimentos técnicos e teóricos de um especialista, elas buscam profissionais que agreguem outras características ainda mais valorizadas, como criatividade, flexibilidade, prazer, generosidade e afetividade, e que tenham estilo de vida compatível com seus valores. Então, é fato que tantos os atributos masculinos quanto os femininos são necessários e o ideal é que sejam compartilhados e não disputados. O profissional que faz o que gosta coloca em prática os seus talentos e tem prazer em desenvolver seu trabalho, mantendo-se fiel aos princípios éticos de respeito aos seres humanos e à natureza. Seja homem ou mulher, sabe equilibrar suas responsabilidades na empresa com a importância do seu bem-estar pessoal – passa tempo com a família, encontra os amigos, viaja e/ou pratica esportes. Pesquisadores do mundo do trabalho acreditam que paixão e felicidade não estão associadas apenas à intensa experiência amorosa entre seres humanos e enfatizam a importância desse “estímulo” para todos os aspectos da vida. Eles garantem que esse sentimento constitui um fator determinante para o sucesso pessoal e também profissional. Cada vez mais as organizações estão buscando profissionais que se destaquem por suas qualidades humanas e pela aptidão de aumentar seus recursos e suas potencialidades de forma contínua e integrada. Encontro muitos profissionais que confirmam esse posicionamento. Ao mesmo tempo, também vejo as empresas preocupadas com o bem-estar físico, mental e emocional dos seus co-

laboradores, em uma nova ordem de “talentos humanos” no qual o colaborador não é mais visto como pessoa dividida entre profissão e vida particular. As empresas modernas valorizam as pessoas harmoniosas e equilibradas, capazes de aliar à competência, à habilidade e à eficiência no trabalho também a alegria e a afetividade com que marcam sua vida, e que igualmente levam para a vida pessoal o respeito e o empenho que dedicam ao trabalho – nesse cenário não cabe mais uma pessoa compartimentada e sim integrada em qualquer circunstância. A tendência mundial é unir trabalho e satisfação, porque é fato comprovado que a produtividade aumenta em proporção direta à satisfação das pessoas envolvidas, uma condição que só traz benefícios: lucro, reconhecimento, realização, tranquilidade, alegria e bem-estar. A expectativa para ter destaque profissional, uma carreira bem-sucedida e contribuir para o bom desenvolvimento e resultados sustentáveis nas organizações tornaram-se necessidades relevantes no mundo corporativo. As diferenças entre os estilos de liderança não são necessariamente positivas ou negativas no que diz respeito à construção de uma liderança, mas é necessário que o executivo (seja ele homem ou mulher) tenha consciência do seu estilo e de como ele é percebido pelos demais fora e dentro da organização. As mudanças ocorridas no que se refere ao lugar e o papel das mulheres na sociedade ao longo das últimas décadas transformaram profundamente a visão tradicional da diferença entre os sexos - uma “crise” que, definitivamente, traz liberdade tanto para os homens quanto para as mulheres. O ideal é que os profissionais observem e pratiquem a objetividade do universo masculino, mas também tenham a sensibilidade do universo feminino para saber o momento de ceder, recuar ou avançar ainda mais. Autoconhecimento é a palavra de ordem! Um aspecto relevante dessa competência é a identificação de talentos – a capacidade que cada um de nós tem de explorar os frutos da experiência pessoal para alcançar a realização. Pessoas que conquistam o seu espaço e o sustentam são aquelas que identificam e assumem as coisas que gostam e sabem fazer com naturalidade, facilidade e prazer. O reconhecimento de aptidões e habilidades permite a criação de uma trajetória pessoal e profissional diferenciada e bem-sucedida. No mundo dos negócios o conhecimento e o capital intelectual não são tudo. O sucesso acontece naturalmente para as pessoas que têm a coragem e a simplicidade de serem elas mesmas, independentemente de nível socioeconômico e, principalmente, de ser homem ou mulher.


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jogo rápido Ele já esteve na lista dos 100 brasileiros mais influentes e conquistou seu primeiro milhão ainda muito jovem. Com apenas pouco tempo de formado alcançou a tão sonhada independência financeira.

Gustavo Cerbasi

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é referência quando o assunto são as finanças. Confira agora as dicas para ser financeiramente saudável com o consultor financeiro e administrador. Em apenas 10 anos de formado, o Sr. já podia se dar ao luxo de não ter mais que trabalhar, pois tinha atingido a independência financeira. Como que foi o planejamento para chegar a este estágio? Qualquer um pode alcançálo, o que é preciso? Parti da meta de alcançar 1 milhão de reais de patrimônio. Comecei poupando regularmente e fazendo as contas para alcançar esse objetivo por volta dos 41 anos de idade. Na época, poupava cerca de 30% de meu salário de cerca de R$ 3 mil, pois ainda morava com meus pais. Mas, surgiu a ideía de eu me casar com a Adriana, o que me obrigou a interromper meu plano individual. Porém, fomos tão felizes em fazer grandes sacrifícios para conquistar grandes objetivos no casamento (banda ao vivo, lua de mel na Europa e festa para mais de 400 pessoas, por exemplo), que decidimos continuar, após nos casarmos, a gincana de manter hábitos simples para alcançar objetivos gigantescos. Não quero sugerir que foi fácil. Trabalhei mais que meus amigos, poupamos mais que a maioria das pessoas que conhecemos, dedicamonos intensamente ao aprendizado sobre investimentos e tivemos que ser muito criativos para nos presentear. Mas, ao final de cada período de sacrifício, o resultado de alcançar um sonho sempre valeu a pena. Tenho a convicção que qualquer pessoa pode alcançar seus sonhos de consumo na vida, desde que tenha atitude, disciplina e curiosidade para investir e encontrar alternativas mais econômicas de realizar sonhos. Isso se faz com conhecimento e humildade para perguntar. O jovem, quando começa a trabalhar e estagiar, normalmente pensa em gastar, aproveitando ao máximo a vida com os amigos. Quais cuidados devem ser tomados por quem está começando sua vida profissional? É necessário poupar desde cedo, seria esta atitude uma facilitadora para adquirir a independência? O ideal é poupar regularmente desde o primeiro salário, para diminuir o esforço de poupança em prazos mais longos e, com isso, contar com uma ajudinha extra

da multiplicação proporcionada pelo rendimento dos investimentos. Não sou contra gastar com os amigos, mas vejo que os jovens de hoje estão acomodados, mais torrando do que gastando dinheiro. Quando era solteiro, eu chegava duas horas antes na balada para entrar de graça e bebia água de torneira, para poder curtir uma festa que não tinha grana para bancar. É possível se vestir, viajar e se divertir usando muita criatividade e muito menos dinheiro. Mas é preciso se planejar para isso. É possível que qualquer pessoa, até mesmo quem não poupou logo na juventude, seja independente financeiramente, podendo no futuro não ter mais que desenvolver uma atividade profissional? Sim. A diferença de quem começa tarde é que, não podendo contar com o longo prazo e a intensa multiplicação dos juros sobre juros, terá que dedicar muito mais tempo aos investimentos, para se especializar e encontrar oportunidades de ganho maiores. Por exemplo, todos sabem que em leilões é possível comprar bens a preços pelo menos 15% abaixo do valor de mercado, que podem ser revendidos. Existem leilões frequentemente, que permitem fazer ganhos superiores a 50% ao ano para quem se dedicar. Porém, para frequentar leilões é preciso frequentar eventos, estudar o mercado, conhecer os produtos e conhecer as manhas da negociação, algo que somente uma pessoa com tempo consegue fazer. Quanto mais tempo temos pela frente, menos precisamos nos dedicar e mais automático é nosso projeto para alcançar objetivos ousados. Quanto menos tempo pela frente, mais teremos que “trabalhar” nossos investimentos. De que maneira o comportamento financeiro pode influenciar na carreira de um profissional? Quais são os benefícios trazidos pela estabilidade e controle das finanças? A vida financeira é um dos pilares para a qualidade de vida? Uma pessoa com problemas financeiros se torna mais ansiosa, dorme menos e trabalha com a cabeça focada nos


problemas. Tende a produzir menos e, por isso, tem mais dificuldades de crescer na carreira. Por outro lado, quem tem as finanças em equilíbrio tende a consumir com mais qualidade, obtém mais prazer no dia a dia e trabalha com mais disposição e com a mente descansada. Por isso, tende a contagiar o ambiente de trabalho com sentimentos positivos, o que aumenta suas chances de crescimento na carreira. Sim, equilíbrio financeiro é fundamental para viver com mais qualidade. Aquela teoria de que é preciso ter várias fontes de renda para mais tranquilidade financeira pode nos tornar escravos do trabalho? Não necessariamente. Talvez, em uma fase de criação das rendas alternativas, tenhamos que nos desdobrar mais e exagerar na carga de trabalho. Mas, com o devido planejamento, com o tempo as fontes de renda alternativas começam a funcionar sozinhas, permitindo

que nos afastemos dos trabalhos que nos consomem mais tempo e possamos nos dedicar à criação de novas fontes de renda. Esse é meu modelo favorito de aposentadoria. Um plano de previdência privada pode ser encarado como um bom investimento, especialmente por não ter a mesma tributação do que outros tipos de planos? Quais dicas daria a que deseja entrar em um? Um plano de previdência é um bom investimento, mas é caro. Há um grande benefício fiscal por trás da contratação de um plano adequado à nossa realidade, mas boa parte desse benefício se perde com as elevadas taxas de carregamento e administração desse tipo de produto. O ideal é buscar planos de previdência que combinem bom histórico de resultados com taxas de administração reduzidas e taxas de carregamento baixas. A melhor pessoa para nos orientar a respeito do plano de previdência ideal é um corretor de seguros e previdência experiente.

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otimista

A força do

DIÁLOGO Ômar Souki

1.

Horário fixo. Semanalmente o casal deve marcar um encontro para conversar. Ao olhar em minha agenda, verifiquei que tenho várias coisas agendadas relativas ao trabalho e à família como um todo: hora para escrever, datas de eventos e retiros, tempo para a meditação e reflexão, e atividades com a esposa e filhos. Mas nenhuma horinha sequer dedicada só para a minha esposa. Segundo Moeller isso é um erro. O casal deve dedicar, no mínimo, 90 minutos por semana para o diálogo.

2.

Ritual fixo. Um deve se sentar em frente do outro. As coisas mais importantes são transmitidas visualmente, isto é, através de mensagens não verbais (postura, feições, movimentos corporais, ritmo respiratório). Tudo que possa interromper deve ser desligado (televisão, telefone, computador, música de fundo).

3.

Turnos fixos. É importante que haja revezamento. Um fala por 15 minutos e depois o outro. Enquanto o parceiro escuta, não faz perguntas, nem mesmo para esclarecer o conteúdo. Só ouve com atenção plena.

4.

Tema fixo. A conversa deve brotar do coração, isto é, deve versar sobre aquilo que mais mexe com as emoções da pessoa. Cada um deve falar apenas de si e de suas percepções sobre o outro. Não deve avaliar o comportamento do outro, se

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osso sistema imunológico responde positivamente quando nosso relacionamento com a nossa parceira — amiga, namorada, esposa — é saudável. As pesquisas mostram que, após uma conversa amigável, a qualidade de nosso sangue melhora significativamente. A nossa sensação de felicidade depende de um bom relacionamento, assim como o legado que deixamos para nossos filhos. Na vida adulta, eles tendem a reproduzir o tipo de relacionamento que os pais tiveram. Imagine a nossa responsabilidade com relação a nossos filhos. Mesmo assim, em vez de investirmos pesado na melhoria de nosso relacionamento, optamos por largar aquele que não estava dando certo, para iniciar um novo. O psicanalista Michael L. Moeller afirma que estamos presenciando a morte de casais. Segundo ele, as pessoas iniciam uma vida a dois sem o devido preparo, por isso, logo se separam. Werner Tiki Kuestenmacher e Lothar J. Seiwert, no livro Simplifique sua vida (Editora Fundamento), citam algumas dicas oriundas do trabalho realizado por Moeller para melhorar a nossa relação com o outro. Segundo Moeller, a coisa mais importante para que possamos ter uma vida a dois saudável é o diálogo. Para que essa conversa possa funcionar, ele sugere alguns passos fundamentais:


é ruim ou bom, apenas dizer o que sente quando o outro fala ou faz determinadas coisas. Em geral, quando os casais conversam, procuram convencer o outro como ele “realmente” é. Isso deve ser evitado. Cada um vai falar somente sobre suas próprias percepções.

Ômar Souki é Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos, e autor de 25 livros. Site: www.souki.com.br

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Ao ler essas preciosas dicas, meditei sobre quantos relacionamentos poderiam ser salvos por um investimento de 90 minutos semanais. Mas, um estudo realizado com 76 mil pessoas na Alemanha mostrou que o tempo médio que o casal alemão gasta conversando sobre si mesmo é de 2 minutos por dia. Somando dá 14 minutos por semana. Acho que essa pesquisa, se realizada no Brasil, não mostraria resultado muito diferente. Na realidade, estamos dialogando pouco com as pessoas mais importantes de nossa vida. Só resta concluir que, sim, o diálogo pode salvar um relacionamento, e com ele, muitas vidas!


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INTELIGÊNCIA...

COMO SABER SE SOMOS

INTELIGENTES? Lúcia Pacheco

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ocê chega ao escritório, liga o computador e percebe uma mensagem de seu gestor: “Favor responder e encaminhar para o RH”. É um teste de inteligência. Frio na barriga. “Nossa... que coisa antiga essa de fazer “teste” de inteligência...”. O telefone toca e o serviço é tanto que a mensagem fica esquecida por um tempo. Mais tarde o frio na barriga volta... você o reconhece... vou ter que fazer o teste. O problema é o seguinte: “É possível manter-se contratado, se as “pessoas” descobrem que você não é inteligente?” “Mas quem disse que você não é inteligente?” Vem uma voz de apoio, lá do fundo de você mesmo...” A resposta é apenas uma: “A questão é que eu não sei!”“Ainda não sei se sou ou não sou inteligente.” Ansiedade explicada. Medo justificado. Costumamos temer aquilo que desconhecemos. “Se eu não sei se sou inteligente...vou preferir que não me testem”... E você? Você já sabe qual seria sua resposta? Você se julga inteligente?

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Pra começo de conversa, vamos combinar o que entendemos por: Inteligência, pois o que para uns é demonstração de inteligência, pode não ser para outros. Para Saulo Vallory, inteligência é a habilidade de reorganizar informações para inferir novos conhecimentos. Para 52 pesquisadores em inteligência que, em 1994, buscaram tal definição e a divulgaram no Mainstream Science on Intelligence, inteligência é uma capacidade mental bastante geral que envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. É a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta... é um ‘pegar no ar’... ou ‘perceber’. No entanto, no mesmo ano de 1994, em um Seminário de Filosofia em Curitiba, inteligência foi definida como “o senso da verdade”: a potência de conhecer e discernir a verdade por qualquer meio que seja.

Nesse caso, inteligente é aquele que deseja a verdade em todas as circunstâncias e não foge dela. Para Osho, inteligência é uma resposta a uma nova situação, surgida não de suas memórias, mas de sua percepção presente. É uma habilidade para responder. Uma pessoa inteligente, então, é aquela que está alerta e se comporta de acordo com a situação e não de acordo com respostas já preparadas. Ela depende de seus próprios insights e confia em seu próprio ser. Como saber se somos inteligentes? Eu, particularmente, gosto muito da ideia de compreender a inteligência como um ato de busca permanente da verdade. Faz sentido, para mim, quando ouço que a inteligência é algo que se exercita... algo que se pode ampliar através dos exercícios da percepção e das relações. Vejoa dinâmica... uma capacidade de responder adequadamente aos desafios da vida. E para ampliá-la, eu levaria em conta as informações organizadas por Denise Menezes em suas considerações sobre as relações mente-corpo: embora tenhamos nascido com todos os neurônios já posicionados, a comunicação entre eles só se inicia quando surge uma necessidade. Eles permanecem imaturos até que os estímulos gerem modificações sinápticas. A presença de estímulos é condição fundamental, portanto, para o desenvolvimento do nosso cérebro. E a qualidade dos estímulos promove conexões com qualidade equivalente. Quanto melhor a estimulação, melhor rede sináptica; quanto melhor for a rede sináptica, maior a acuidade da percepção; quanto maior a acuidade da percepção, mais eficiente será o cérebro... A eficiência cerebral está vinculada à qualidade da estimulação.


Bem...a essa altura de nossa reflexão, ouso dizer que não importa o quanto você se julgue inteligente no momento presente. O que importa mesmo é saber se você quer, a partir de agora, desenvolver a inteligência que já é sua. Decisão importante, pois, se você se tornar uma pessoa cada vez mais inteligente, será cada vez mais capaz de dar as melhores respostas ao que se apresenta... o que, certamente, ampliará sua condição de ser cada vez mais feliz. É... foi isso mesmo que eu disse: feliz! Se somos capazes de dar as melhores respostas aos acontecimentos da vida, alcançamos, com maior facilidade, a graça de vivenciar relações mais felizes.

Lúcia Pacheco é palestrante e consultora em Protagonismo. Diretora da Hilária Troupe – Soluções Diferenciadas em Comunicação e Educação Corporativa. Site: www.luciapacheco.com.br.

Eu, de minha parte, sugiro que esse exercício comece com a procura por estímulos de qualidade. Você pode praticar atividades interessantes e diferentes da experiência pessoal, que possam gerar novas percepções, a fim de ampliar suas conexões cerebrais. Atividades afirmativas, construtivas e verdadeiras: dançar, estudar um novo idioma ou novas áreas do conhecimento, viajar e conhecer novos lugares e culturas, mudar os hábitos rotineiros, cantar, desenhar, escrever com a mão não dominante, fazer jogos matemáticos, realizar práticas corporais, cozinhar, plantar, apreciar a boa música e a boa arte... aguçando sua percepção, ler... ler muito... enfim... ativar novos circuitos neurais e fortalecer os neurônios. Tornar-se cada vez mais apto a dar as melhores respostas é, certamente, uma escolha inteligente. Boas escolhas e boa sorte!

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Em busca da TERRA DO NUNCA

ou simplesmente da longevidade Guilherme Moscardi

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asta conversar com as pessoas mais idosas e constatar que antigamente se comia muito mais gordura do que nos dias atuais, que não existia academia, que principalmente os homens fumavam cigarros de palha e, logo vem o complemento, qual seja, que mesmo assim, vivia-se até os noventa anos. Acontece que quando queremos falar de uma regra precisamos pensar na regra. As exceções servirão apenas para confirmá-la. É o princípio do desvio padrão. Estes exemplos sempre são dados como justificativas de comportamentos extravagantes em relação à alimentação, sedentarismo, tabagismo, falta de sono, etc., normalmente com o objetivo de justificar que apesar de tudo existem outros exemplos de longevidade ou plena saúde com hábitos diferentes dos recomendados pelos especialistas de cada área. É fato que praticamente cada um de nós conhece alguém que fuma e é mais disposto do que outro que não fuma, de um terceiro que come muito e é magro ou ao menos parece ser magro. Existe ainda aquele que apesar de nunca ter feito nenhum exercício físico tem um corpo invejável e o outro que dorme mal e parece que recarrega as baterias em muito menos tempo. Realmente existe o componente individualidade biológica e esta é responsável por resultados distintos em indivíduos aparentemente iguais, com horas de sono bastante parecidas, dietas praticamente idênticas, porém com respostas aos estímulos totalmente diferentes. Se atualmente, a expectativa de vida do brasileiro já passa dos setenta e três (73) anos, é preciso lembrar que há

vinte anos atrás era de onze (11) anos a menos. Este ganho se deve à combinação de alguns fatores, senão vejamos, a cultura de se alimentar bem e de estilos de vida mais ativos combinados com a busca de maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a melhoria das condições de moradia e conservação de alimentos, dentre outros. O acesso às informações foi disseminado e mudou de forma definitiva a maneira das pessoas se relacionarem com alguns hábitos antes desconhecidos. Por outro lado, é do conhecimento de um grande público que os atletas de alto rendimento têm performances espetaculares às custas de lesões quase sempre reparáveis apenas com cirurgias e que eles vivem em tratamento com fisioterapeuta para corrigir as lesões menores. Transpondo esta realidade para os cidadãos comuns, concluímos que assim como as exigências do esporte profissional trazem sequelas danosas, o trabalho em excesso também faz mal, principalmente aquele que se cumpre sem nenhum ou com muito pouca satisfação. É de conhecimento popular que vida longa diferentemente da Terra do Nunca, onde ninguém envelhece ou permanece jovem eternamente, todos envelheceremos, porém precisamos apenas escolher como. Este está diretamente relacionado à forma como vivemos e nos comportamos, passando pela escolha dos alimentos, pelo nível de atividade corporal, por levar uma vida ativa ou sedentária e ainda termos sensibilidade para visualizar o impacto que cada um dos caminhos se revela em nós. Por sorte, ouvem-se cada vez mais frequentemente his-


tórias de pessoas que trocaram antigas ocupações muito bem remuneradas por outras que lhes permita viver mais e melhor, de maneira a obter mais tempo para si, para os filhos e demais familiares. Pessoas entenderam que viver bem e por mais tempo, está mais relacionado “ao como” elas se comportam do que aos bens acumulados, títulos adquiridos ou status propriamente dito.

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Se quisermos viver mais e melhor devemos começar a pensar em longevidade desde a juventude e assim trazer um tremendo diferencial. Especialistas em finanças recomendam começar a poupar o quanto antes sob pena de ter que se empregar uma dose extra de esforço de modo a compensar o tempo perdido. O mesmo raciocínio se aplica para viver mais e melhor. Quanto antes a prática do depósito se iniciar, tanto melhor serão seus dividendos. E antes de pensar nas pessoas que fogem das regras, àquelas que estão fora do desvio padrão, lembre-se de que você pode ser como a maioria e seguir as recomendações que os especialistas de cada área fazem pode ser um grande ganho. Equilíbrio é a palavra da vez, quantidade e qualidade de

sono, estilo de vida ativo, níveis de estresse e alimentação balanceados, afinal como disse I Ching “Cada pessoa se alimenta do que lê, do que escuta, do que vê, de tudo que recebe do mundo e incorpora a si, assim como absorve um perfume. E se torna um pouco daquilo que fala, que ouve e toca. Se suas idéias e pensamentos são partes construtivas do seu ser, cada um doa seus conteúdos ao mundo ao expressá-los através de suas palavras e gestos”.

Guilherme Moscardi é profissional de Educação Física e consultor de gestão de pessoas. Tem MBA em Gestão Empresarial e é docente no ensino superior. É sócio da Esistere e responsável pela educação corporativa das academias do grupo Runner.


13 MOTIVOS PARA TERMOS UM

Prof. Dr. Felipe Chibás Ortiz e Dra. Claudia Firmino de Freitas

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oje não existem mais dúvidas: o relacionamento com os clientes não acontece apenas através do contato presencial ou via telefone. Ele envolve também as novas tecnologias, na forma do telemarketing, disparos de e-mails, disparos de mensagens SMS (mensagens de celular) blogs e demais mídias sociais e site. Hoje ter um site não é mais um luxo ou diferencial, mas uma condição sine qua non para sermos achados por potenciais clientes e pelos atuais. Os 13 motivos principais que nos levam a recomendar ter um site comercial mesmo para um profissional liberal ou qualquer tipo de negócio são: 1. Agilidade: forma rápida de disponibilizar seu currículo, fotos, vídeos sobre você e explicar de forma acessível e rápida para seus clientes os serviços, especialidades e produtos que oferece. Em curto tempo ou instantaneamente, após ter postado ou subido alguma informação, você entra em contato com pessoas ou clientes potenciais

muito distantes. 2. Conveniência: permite que de forma fácil o cliente novo ou antigo possa fazer contato, agendamento de uma reunião ou tirar um pedido. 3. Captação de novos clientes: facilita que se cadastrem clientes novos, assim como a indicação de seus serviços para outras pessoas, etc. 4. Integração com o Google: com o melhor das novas tecnologias da web se facilita, por exemplo, que o seu site seja facilmente achado pelo Google e outros procuradores da internet por clientes corporativos e pessoa física atuais e potenciais. 5. Captação de clientes do mundo com tradução imediata: hoje muitos sites têm um recurso que permite que seja traduzido todo seu conteúdo imediatamente a qualquer língua. 6. Site com a cara de seu cliente: os sites podem ser elaborados focados no seu tipo específico de clientes suas necessidades, desejos, em detalhes tais como forma, cores etc. 7. Integração com blogs e mídias sociais: para termos


hoje uma boa clientela não é necessário apenas termos um site, mas também é necessário que o site esteja integrado com seu blog, Orkut, twitter, Facebook, entre outras mídias sociais do consultório, clínica ou serviço de saúde. A maioria dos sites hoje estão elaborados de forma que permitem este tipo de integração com as mídias sociais e facilitam um maior relacionamento com o cliente. 8. Responsabilidade Social e Ambiental: elaboram-se hoje os sites mostrando as ações ou projeto de Responsabilidade Social e Ambiental do qual você faz parte ou sua empresa. Isto sem contar que tendo um site você também estará contribuindo de forma direta com o meio ambiente, diminuindo a impressão de papel. 9. Pós-modernidade: possuir um site com estes, outros aplicativos e recursos tecnológicos passa uma imagem de modernidade e atualização. 10. Rentabilidade: contribui para garantir a rentabilidade (baixo custo de manutenção dos sites) e estabilidade do contato com os clientes, mesmo sem ter que realizar um esforço adicional, como seria ligar para eles ou enviar um email etc. A elaboração de um site tem um custo muitíssimo menor, se comparado com colocar um anúncio, matéria ou banner em outras mídias como revistas e jornais. 11. Permanência: o site permanece, enquanto uma revista, jornal, etc. desaparecem ou caem em desuso quando passa a data de sua circulação 12. Tamanho físico vs. virtual: você pode ter um negócio ou empresa de pequeno porte, que na Internet pode virar grande, se tiver a imagem adequada e os recursos necessários. 13. Alargamento da jornada 24 x 24 horas: o site está trabalhando para você até quando está dormindo ou fazendo outra coisa. Há pessoas que estão acessando seu site a qualquer hora. Haverá outras marcando reuniões ou comprando seus produtos e serviços enquanto não está na frente do computador. Você ganha clientes e negócios enquanto dorme ou descansa. No dia seguinte só precisa verificar no site quantas encomendas, pedidos ou reuniões foram marcadas durante o período da madrugada ou no fim de semana.

Felipe Chibás Ortiz é consultor, psicólogo pela Universidade de Havana, Cuba, mestre e doutor pela USP em temas de Comunicação Organizacional. Claudia Firmino de Freitas é cirurgiã dentista pela Universidade Metodista, gestora e consultora. em atuado também como Professora Assistente de cursos na USP e na Universidade Metodista. Site: www.perfectuempresarial.com.br

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Mas para elaborar o site, de forma que atenda os requerimentos dos exigentes clientes atuais e dos órgãos competentes que orientam e regulamentam o comércio no país e em cada setor, ele deve ser elaborado com profissionais especializados ou empresas de consultoria do setor, que reúnam o trabalho de especialistas em Marketing, informática e webdesigners. Se apenas procuramos um especialista qualquer, podemos ter problemas mais para a frente. Cada setor da economia tem regras específicas que devem ser seguidas na elaboração de sites, tanto para contatar o cliente, como no referente a oferecer os

produtos e serviços, as garantias oferecidas e a forma e tempo para devolver os produtos, se necessário.


COMO CONQUISTAR A AUTOLIDERANÇA Quanto ar você quer dar para essa vida? Respirar com consciência é um dos principais instrumentos para potencializar suas competências comportamentais

Heloísa Capelas

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ão é de hoje que as pesquisas ligadas ao mercado de trabalho ressaltam as atitudes comportamentais como decisivas e fundamentais nas conquistas profissionais. Conhecimentos técnicos são pré-requisitos importantes e isso é indiscutível. Mas o que, de fato, permite a um profissional apresentar desempenho acima do comum está muito mais relacionado às suas habilidades pessoais ou, mais especificamente, à sua capacidade de autoliderança e de gerenciamento interno. Em que você é realmente bom? Em que é realmente ruim? Como se comporta em uma situação de estresse? De cobrança? O que tem feito para motivar e estimular um colaborador? Como obtém envolvimento dos colegas de trabalho, da equipe ou do chefe para aprovar suas ideias? Aliás, você troca suas ideias com os colegas de trabalho ou apenas com seu supervisor? Ou, ainda, simplesmente as impõe? Afinal, como gerencia seu comportamento e suas emoções? E frente aos desafios ou adversidades novas? É desta liderança interna que falo. Autoliderança nada mais é do que a capacidade de reger os recursos internos que potencializam seu comportamento, em qualquer área da vida. Quando você desenvolve um olhar aguçado sobre si mesmo, fica apto a descobrir que, em muitas situações, está apenas reagindo aos ambientes e às suas próprias crenças, sem se dar conta do que suas atitudes estão fa-

zendo, primeiramente com você mesmo e, depois, com os que estão ao seu redor: hostilidade, competição, improdutividade, cobrança, exigência, mau humor. Liderança interna requer que você conheça seus pontos fortes e fracos, e isso se dá com autoconhecimento – que, por sua vez, exige disciplina e esforço. Primeiro, para se observar, porque não basta simplesmente dizer: “Ok, agora estou me observando”. E, depois, para trabalhar os pontos em que você pode ser melhor. Em suma, é necessário prática. Exercitando a autoliderança é que você a incorpora no dia a dia. Como especialista em gestão comportamental, posso afirmar que há caminhos que podem auxiliar a nos olharmos com franqueza e trabalharmos em favor de nossas competências emocionais, mas não há uma receita de bolo que traga resultados prontos e imediatos. Respire fundo Tenho experimentado, nos últimos anos, alguns instrumentos úteis para o desenvolvimento da liderança interna. São como os primeiros passos. Vou começar pelo mais simples e, de tão simples, é capaz que você me pergunte: “Como assim?”. Eu respondo: Assim mesmo! Afinal, quem quer se olhar, precisa de tempo internalizado para si. Não do tempo corrido, do piloto automático, mas, sim, do tempo com consciência. Por isso, aí vai o primeiro exercício: a Respiração Consciente. É claro que você respira, mas estou falando de respirar


capacidade, aquela que vem da sua melhor parte, da sua parte essencial, e que sabe que há mais vida para você viver e mais amor para você sentir, mas que está sem ser ouvida, pois, como disse, quando respira pouco, você vive pouco e se escuta pouco. Num momento difícil, respire. Respire e escute o que está acontecendo com você. Em que está pensando e por que está pensando nisso? Quais ações e decisões pode tomar neste momento? O que é melhor? Lembre-se: você tem escolhas. Quanto ar você quer tomar dessa vida? Quanto ar você quer dar para essa vida? Então, anote o primeiro instrumento de consciência pessoal e autoliderança: a Respiração Consciente.

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com atenção. Respirar sem força nem mudança, apenas com atenção. Isto diz respeito à maneira como o ar entra (pelo nariz ou pela boca?) e até onde o ar chega em seu corpo – lembrando que quem respira curto vive curto e tem comportamentos pouco criativos. Sua respiração é rápida? Respirar rapidamente lhe dá pouco tempo ao prazer e ao bem-estar. Se você respira pela boca, qual a função do seu nariz? Nariz “travado” leva menos oxigênio ao cérebro e, consequentemente, há mais cansaço no dia a dia e pouca disposição para sair da rotina. Como você solta o ar? É fundamental expirar o ar ainda mais longamente do que inspirar. Ao soltar o ar, você libera toxinas. Portanto, se há mais inspiração do que expiração, o ar contaminado fica em você e não completa seu ciclo de oxigenação. Com isso, a sua saúde, de um modo geral, fica comprometida. Pois é, respirar com intenção e prestando atenção lhe dá a oportunidade de parar por um ou dois segundos antes de tomar uma atitude. Quem já fez isso sabe o milagre que esses segundos podem fazer – e veja que estamos falando de apenas um ou dois segundos. Segundos de descanso e não de reação. Uma simples respiração consciente permite a você que entre em contato com sua capacidade de escolha, independentemente de pessoas e fatos. Falo da sua própria

Heloísa Capelas é especialista em desenvolvimento humano. Seu trabalho é realizado por meio do autoconhecimento e da competência emocional. E-mail: heloisa@centrohoffman.com.br Site: www.heloisacapelas.com.br


SER MELHOR Leonardo Lima

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empre vejo esse tema em muitos treinamentos e seminários de vendas e de autoajuda. Percebo que é realmente um tema que não envelhece. Posso dizer isso até com um certo pesar, pois gostaria que, após tantos anos se falando nisso ou naquilo outro de ser o melhor e fazer mais e melhor, já tivéssemos um avanço considerável sobre esse assunto. Não estou aqui falando de grandes ações corporativas de planejamento, estratégia e etc, mas sim de pequenos atos do dia a dia, que, se forem realmente colocados em nosso “automático” irão revolucionar nossa maneira de trabalhar e porque não dizer até mesmo de viver. Como seria bom se cada pessoa ao acordar todo dia falasse para o espelho: Ah... Mais um dia. Hoje, eu farei tudo melhor do que fiz ontem. Serei melhor no meu trabalho, gerando mais resultados, vendendo mais. E também serei melhor na minha vida pessoal sendo mais otimista, mais carinhoso, mais educado. Bastaria que nos programássemos a isso. Como uma máquina. Só que a realidade é diferente. Não somos máquinas. Somos humanos. Falhamos, temos medos, ansiedades, fraqueza e por aí vai. E sendo assim não podemos apenas nos programar. Tem muito mais envolvido aí. Só que, independente de todas as mazelas humanas, existe uma coisa que deve ser mais forte do que qualquer coisa, em meu ponto de vista: O “querer”. Pensem bem, não se paga por ele, não precisa falar para ninguém se você não quiser, pode ser um segredo só seu. Ele é só um sentimento. Mas, sinceramente ele é “o sentimento”, porque ele é o início de tudo. Querer mais, querer ser melhor, querer fazer mais, querer fazer me-

lhor, sempre. Sem ele não conseguimos c o meçar nada. Ele é o primeiro degrau. Mas, até para “querer” precisamos mudar. Porque querer por querer não funciona e o que é pior, frustra e muito. Muito mesmo. Esse querer tem a ver com algo, com algum propósito. Imagine a maior vitória de sua vida. Vamos lá.Todo mundo tem pelo menos uma. Pode ser quando você conseguiu fazer aquela venda, atingiu aquele resultado financeiro, casou com a pessoa amada, etc. Imaginou ? Boa sensação não é? Então, minha pergunta é, foi difícil? Sim, deve ter sido, pois quanto mais difícil, mais prazerosa é a vitória. E quão forte era o “querer’ para a realização dessas coisas? Enorme, não era? Você quis muito e por muito tempo, não é? Geralmente é assim. E por quê? Por que você queria aquele emprego e não o outro, por que aquela pessoa e não a outra, para que aquele resultado financeiro? Essa é a chave para a realização prática de tudo sobre o que estamos falando: O motivo. Esse motivo maior é que vai levar você para cima ou deixar você estacionado o resto de sua vida, esse motivo é que vai fazer você, quando olhar para o espelho, dizer: Eu quero hoje ser melhor ou fazer melhor por que... Leonardo Lima é consultor de gestão empresarial e diretor presidente da Business & Leadership Consultoria Empresarial. Site: www.belsolucoes.com.br


coaching

Esta é a terceira parte de continuação do artigo de André Percia

Exercício dos Pressupostos André Percia

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oaches podem trabalhar situações “limitantes” de seus clientes com esse exercício ou pessoas podem realizá-lo seguindo os passos abaixo:

Escreva em pedaços de papel o que está escrito em cada círculo acima e coloque no chão como está indicado.

Entre no espaço “Situação Limitante” e vivencie como se fosse agora exatamente o que você sente, vê, ouve –ainda – considerado limitante em sua vida, ou mesmo algo que esteja aquém daquilo o que você deseja. Repare se tem algum diálogo interno, alguma sensação e imagem ao evocar a mesma. Perceba como ainda contribui para que essa situação seja limitante e como – internamente – ainda está reagindo ao que acontece fora de você. Será que é a única forma? Saia deste espaço para o lado de fora do círculo. Chamaremos esse espaço neutro de “meta posição”.

Entre no espaço “Mapa não é território”. Neste espaço você irá observar como, na “Situação Limitante” experimenta a situação. Seja criativo, por exemplo: Como um cientista da NASA olharia esta situação? Escolha três mapas diferentes para olhar a situação. Inclusive o mapa de alguém que você acha possuir recursos para lidar bem com isso. Anote se quiser.

Entre no próximo círculo “Onde você foca aumenta”. Se você pudesse escolher focar em algo melhor sobre como lidar com essa situação, o que mudaria? Deixe sua mente encontrar novas possibilidades. No próximo círculo, você é parte do sistema. Observe-se na “situação limitante” enquanto percebe qual é a sua contribuição para a manutenção da situação.

No espaço da “intenção positiva”, observe você na situação limitante. Essa parte sua, ainda mantendo a situação como limitante, quer fazer o que de mais importante? Registre.

Vá para o espaço seguinte e perceba três “alternativas” diferentes para aquela situação, buscando escolhas envolvendo mudanças no comportamento.

No espaço dos “recursos”, considere a “situação limitante” e perceba quais estão faltando. Que novos recursos pode acessar para melhor lidar com essa situação agora?

“Não existe fracasso, tudo é feedback”. O que você pode escolher aprender com tudo o que está acontecendo? Identifique ao menos três coisas já aprendidas.

Volte para o espaço “Situação Limitante” e perceba agora o que mudou.

Imagine num futuro esbarrar com uma situação que teria tudo para trazer de volta o – agora – “velho” comportamento limitante. O que já mudou em você e como vai reagindo a isso?

André Percia é psicólogo clínico e hipnoterapeuta com formação internacional em Coaching. Site: www.youtube.com/ Andrepercia E-mail: apercia@terra.com.br

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Que outras percepções sobre o que é melhor tanto para você quanto para “todos” são possíveis? Deixe vir este entendimento e vá registrando.


FUN LEARNING

FOOLS

RADICALS AND BREAKERS-DOWN

Albert Einstein

F. Scott Fitzgerald

Any fool can make things bigger, more complex, and more violent. It takes a touch of genius - and a lot of courage - to move in the opposite direction.

My generation of radicals and breakers-down never found anything to take the place of the old virtues of work and courage and the old graces of courtesy and politeness.

Vocabulary Help • bigger - maior • fool - idiota, tolo • move - ir, mover-se • touch of genius - toque de gênio

Vocabulary Help • breakers-down - destruidores • find (find, found, found) - encontrar • never - nunca • politeness - polidez, educação • take the place - tomar o lugar, substituir • work – trabalho

AT THE MENTAL HOSPITAL A guy walks past a mental hospital and hears a moaning voice “13.......13.......13.........13” The man looked over to the hospital and saw a hole in the wall, he looked through the hole and gets poked in the eye. The moaning voice then groaned ‘14.........14.........14.......14.’ Vocabulary Help

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• groan - gemer • guy - sujeito, pessoa • hear (hear, heard, heard) - ouvir • hole - buraco • look through - olhar através • moaning voice - voz gemendo • poked in the eye - atingido no olho • see (see, saw, seen) - ver • wall – parede

EXTREMISTS //Robert Kennedy // What is objectionable, what is dangerous about extremists, is not that they are extreme, but that they are intolerant. The evil is not what they say about their cause, but what they say about their opponents. Vocabulary Help • dangerous - perigoso • evil - mal • objectionable - questionável • opponents - oponentes • say (say, said, said) – dizer


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Bullying: O poder das palavras que o vento não leva Nazareth Ribeiro

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B

ullying, palavra usada para descrever atos de violência psicológica e/ou física, de forma intencional e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou “valentão”) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar e/ou agredir outro(s) indivíduo(s) incapaz(es) de se defender. O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas que ocorrem sem motivação evidente. Estudos indicam que “brincadeirinhas de mau gosto” (bullying), podem tornar-se uma ação muito séria. Podem causar desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento, em casos mais raros podendo chegar até ao suicídio. A vítima geralmente é silenciosa, ou porque é coagida ou porque sente vergonha e não quer se expor e correr o risco de ser ainda mais excluída do grupo e intimidada. Colocar apelidos, ofender, encarnar, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, dominar, agredir em toda e qualquer forma, ferir, roubar, quebrar pertences, sempre com o objetivo de inferiorizar, de expor moralmente o outro, são alguns exemplos de bullying. O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou alguns dos estudantes sobreviventes ao massacre de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999 nos Estados Uni-

dos, apresentou um estudo realizado pelo serviço secreto do País cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram entre 1966 e 2011 no mundo, 87% dos atiradores sofreram algum nível de bullying e foram movidos pelo desejo de vingança. Esta foi a mesma motivação alegada pelo atirador autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. O velho ditado que dizia: “A palavra o vento leva!”, na verdade é um grande engano. As palavras são PODEROSAS e podem marcar a formação de uma pessoa definitivamente. Em minha prática clínica tenho ouvido queixas seguidas de clientes adultos, já no mercado de trabalho, relatando falas de colegas ou professores que afetam sua autoestima até hoje e os fazem reagir atualmente com figuras de poder (seus chefes, por exemplo) de forma aversiva, transferindo para estas pessoas o que vivenciaram no passado e possivelmente até “descontando” nestas novas relações situações de que foram vítimas. Isto não pode ser considerado como brincadeira de criança, só é brincadeira quando todos se divertem. A divulgação na mídia tem ajudado bastante a identificação de práticas de bullying. Na contramão, o acesso inclusivo à informação via internet facilitou o aparecimento do cyberbullying, onde fotos e falas da própria vítima divul-


gadas na internet são distorcidas por seu agressor tanto via e-mail como em redes sociais. Alguns autores consideram bullying apenas quando em ambiente acadêmico, porém, nas relações de trabalho é comum a utilização de termos maldosos como assédio físico ou sexual e assédio moral. O que vai diferenciar o bullying dos demais tipos de intimidação é a depreciação da pessoa com base em um estigma, enquanto os últimos devem estar baseados nas relações de poder no âmbito do trabalho. Diferente do que se pensa, o bullying não acontece apenas entre crianças. Adultos no meio acadêmico e no trabalho também o sofrem e o cometem. Os próprios professores podem praticar bullying fazendo o aluno se sentir menosprezado, exposto e desvalorizado, sendo alvo de chacotas de outras pessoas e aturando uma sequência de abusos verbais de intimidação e violência psicológica. Como exemplo bastante atual posso citar o caso de uma cliente que é aluna de medicina em uma das melhores Universidades do País. Esta aluna, com 32 anos, portadora de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), por ser uma pessoa transparente, que diz o que pensa, por vezes incomoda as pessoas e isto faz dela alvo de constantes agressões verbais psicológicas e rejeições. Por dizer sem pudor que tem TDAH, acaba se tornando o bode expiatório em algumas situações onde mesmo estando certa é excluída de grupos sociais e de trabalho. Durante um trabalho em grupo, ela deu a ideia de como realizá-lo, sua ideia foi aproveitada, os outros membros do grupo disseram que ela não havia participado e a professora, na frente da turma toda, em voz alta disse: “Você não fez nada?” Bom, a meu ver a ideia da aluna desencadeou a elaboração do trabalho. Alguns leitores podem pensar: uma pessoa com TDAH fazendo medicina em uma das mais conceituadas Universidades do País? Entendo perfeitamente a surpresa, parece que seus professores e colegas de classe também estão surpresos, ela sofre dia a dia com olhares de estranheza,

palavras duras, desrespeito e rejeição, justo no lugar onde esperava ser acolhida. O adulto com TDAH pode atingir sucesso em sua vida, esta cliente vem sendo acompanhada por mim em processo de coaching online e avançando rumo ao sucesso!

Nazareth Ribeiro é psicoterapeuta, especialista em clínica e educação, coach pessoal e de carreira. Também realiza palestras em suas áreas de atuação. Site: http://nazarethribeiro.com

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no alvo

Dança das cadeiras A International Coaching Federation (ICF) está com nova diretora para o Centro Regional de Serviços da América Latina. Stephanie Norris tem experiência como consultora de realocação especializada na imersão cultural da América Latina. Segundo o presidente global da empresa, Norris tem o perfil ideal para suprir as necessidades da região e capacidade de compreensão cultural dos desafios pelos quais a América Latina passa. Jaime Cervatti acaba de assumir e também de inaugurar um novo cargo na KPMG, o de COO (Chief Operating Officer). O executivo fica responsável pela liderança das áreas de infraestrutura em assuntos operacionais, para uma maior integração das áreas com o núcleo estratégico da empresa. Cervatti foi por 12 anos do Comitê Executivo da companhia, além de ter liderado os escritórios regionais da empresa. A nova função é acumalada ao outro cargo de responsabilidade pelo escritório de Curitiba. A Átomo Comunicação abre as portas novamente a um ex-funcionário que volta para assumir a diretoria de criação, Ricardo Katsuya. O executivo passou pela redação da Woodycom e pela direção de criação da Thinky Comunidade Criativa.

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Cláudia d`Amato é a nova gerente de Comunicação da Unidade de Negócio Níquel da Anglo American. Seu desafio é fortaceler o trabalho de Relações com a Imprensa desenvolvido pela companhia. A empresa é líder global em platina e diamantes; metais básicos - cobre e níquel; e outras commodities.


E O PLANETA? A preocupação com o meio ambiente parece não estar mais entre as principais preocupações das empresas ao redor do mundo. O desenvolvimento de ações de Responsabilidade Social com foco na preservação do planeta ainda é pouco. Apenas 36% das companhias estão engajadas nestas ações em 2011, houve uma queda de 22% em relação ao resultado de 2008, segundo estudo realizado pela empresa de consultoria Grant Thornton. A pesquisa, o International Business Report 2011(IBR), tem como objetivo colher informações sobre as opiniões e expectativas de mais de 11.000 empresas em 39 economias.

Mercado virtual e os sexos Está comprovado, as mulheres compram tanto quanto os homens pela internet. As ofertas voltadas ao mercado da beleza como tratamentos estéticos, cosméticos etc são para elas. As consumidoras estão presentes no comércio digital e priorizam a facilidade ao comprar e a entrega rápida. Desde o início do e-commerce há um aumento da participação do público feminino nas compras online. Em 2001, eram 39%, em 2005 passou para 42% e, em 2010, para 50% dos e-consumidores, de acordo com o e-bit, canal de monitoramento e fornecimento e informações sobre o e-commerce no Brasil.

TREINAMENTO A DISTÂNCIA Existem algumas ferramentas online que podem facilitar os treinamentos com custo menor para as empresas. Realizálos a distância é possível e há tecnologias que facilitam. Em um ambiente virtual dá para reunir pessoas de diferentes localidades, fornecer conteúdo, ensiná-las e estimular a interação entre elas. O Treina TOM é um exemplo de tecnologia que possibilta o desenvolvimento de treinamentos a distância. É uma sala de aula virtual onde pode-se ministrar cursos, palestras e transmissões em tempo real. Lá também há como compartilhar slides, vídeos, arquivos de som e texto, além de ver e conversar com os participantes das atividades. Site: http://www.Treina TOM.com.br/

Aviso prévio maior Os trabalhadores com carteira assinada que desejam mudar de emprego podem e devem se preparar para um aviso prévio ainda maior. A presidente Dilma sancionou recentemente a lei que aumenta concessão do aviso prévio nas demissões sem justa causa para até 90 dias. O prazo do aviso aumenta proporcionalmente ao tempo de serviço prestado na mesma empresa. Além dos 30 dias de aviso prévio, o trabalhador terá direito ao acréscimo de três dias a cada ano de serviço, limitado a 90 dias de aviso prévio.

Uma pesquisa realizada na Universidade da Virgínia (EUA) revelou que o auge do cérebro humano é atingido aos 22 anos. O autor do estudo é Timothy Salthouse, que também observou uma perda progressiva da capacidade de raciocínio dos seres humanos a partir dos 27 anos, assim como a velocidade de pensamento e a visualização espacial. O pesquisador chegou a esta conclusão depois de estudar mais de 2.000 pessoas com idades entre 18 e 60 anos. O estudioso realizou diversas atividades com os avaliados, entre elas a resolução de quebra-cabeças. Os resultados foram publicados na revista Neurobiology of Aging.

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ENVELHECIMENTO DO CÉREBRO HUMANO


vitrine de sucessos

Eu, o vento e a proa

Os 100 primeiros dias que definem sua gestão

Concentração: o segredo das pessoas produtivas

O que os ricos sabem e não contam

O livro mostra as diretrizes essenciais para promover o crescimento empresarial, traz a consciência do que de fato contribui para a ascensão empresarial e pessoal. Também levanta questões pouco discutidas dentro do cenário capitalista, entre elas: a perda da sensibilidade e a falta de conhecimento das reais necessidades dos componentes de uma empresa. Para Leonardo Calixto, a metodologia da humanização de alta performance é o fator crucial para obter resultados produtivos e sustentáveis.

Os autores apresentam um plano compreensível, fácil de ser seguido e que traz exemplos reais para assumir o controle, formar equipes e obter resultados rápidos no início de uma nova liderança. Entre as técnicas apresentadas no livro, algumas abordam: como conseguir causar uma ótima impressão em seu primeiro dia como líder, também a fazer importantes stakeholders e seus subordinados diretos se tornem seus aliados.

A obra ajuda pessoas com dificuldade de concentração a aumentarem sua atenção e produtividade com um método que mescla técnicas milenares comprovadas com pesquisas de ponta nos campos da psicologia, biologia e neurociência. Mostra por que a habilidade de concentração está ligada ao sucesso e como desenvolvê-la.

Como os ricos ganham tanto? Brian Sher promete neste livro um passo a passo para a fortuna. O autor apresenta os princípios básicos que podem levá-lo a construir, manter e aumentar sua riqueza. Além de ensinar a desenvolver hábitos saudáveis em relação ao dinheiro.

George B.Bradt Jayme A.Check Jorge E.Pedraza Editora Saraiva R$ 44,90

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Leonardo Calixto Editora Livre Expressão R$ 27,00

Joseph Cardillo Editora Gente R$ 27,90

Imagens para fins meramente ilustrativos. Os preços podem sofrer ajuste sem aviso prévio. À venda enquanto durar o estoque.

Brian Sher Editora Fundamento R$ 34,50


A Comunicação como Estratégia

de Recursos Humanos A segunda edição de “A Comunicação como Estratégia de Recursos Humanos”, de Fábio França e Gutemberg Leite, revisada e ampliada, introduz novos elementos que passaram a ser preocupação do setor de Recursos Humanos, como o estudo do conflito de gerações, análise da Geração Y, ampliação do capítulo sobre crises em RH, com foco maior no bullying, mobbing em RH e na análise do assédio sexual. Vários outros acréscimos foram introduzidos ao longo do texto, aperfeiçoando-o. Contudo, o caráter essencial da obra não foi alterado. Estuda o impacto da globalização nas atitudes e no comportamento das pessoas dentro da organização. Concentra-se na valorização da comunicação como elemento estratégico utilizado pela área de Recursos Humanos para o estabelecimento de relações harmoniosas dos setores executivos com os setores administrativos e produtivos. Este livro focaliza de maneira especial os diferentes processos de comunicação organizacional, estudando-a desde seus aspectos puramente administrativos, a comunicação dirigida, as mídias utilizadas pela empresa até a implantação de um plano diretor capaz de promover uma comunicação eficaz com todos os públicos, principalmente com os colaboradores diretos da empresa.

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POR QUE O COACHING . BR GERA

RESULTADOS? Jansen de Queiroz e Rita Hetem

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O

coaching é uma nova experimentação profissional e como tal estimula questionamentos, dúvidas, pesquisa e estudo continuado, visando sempre a autorrealização. Este texto pretende participar da reflexão de por que o Coaching.BR gera resultado em tempo relativamente curto. Sabe-se que a psicoterapia requer, da parte do terapeuta, acolhimento, aguardar o tempo do outro, esperar a ferida da alma se fazer conhecer para então, autorizada pela confiança mútua e pela ética, debruçar-se sobre ela junto com o cliente. Ambos buscam compreender, cicatrizar, superar, caminhar para outro estado de alma, que possibilite maior harmonia consigo mesmo, com os relacionamentos, com a vida e ter uma visão de mundo mais produtiva. Ter a compreensão das funções da psicoterapia contribui muito para a eficaz atividade de coaching. BR for life e também tem relevante contribuição para a atividade de coaching executivo.BR. Na metodologia de coaching.BR, a porta de entrada não é mais a cura de uma dor, mas sim o “wonder”, a vontade de autorrealização, de melhor agir no mundo, o empenho por aprimorar-se focando um campo de ação de cada vez – em especial, o campo do trabalho, da carreira profissional. Na linha de trabalho do coaching.BR, método com o qual trabalhamos, aceita-se trabalhar simultaneamente as técnicas de coaching, mentoring e counselling, e ainda as questões culturais e cognitivas que possam estar limitando o desempenho do cliente. No coaching.BR for life, o coach e o cliente revisitam a organização do tempo, da trajetória profissional, das finanças, do lazer, do casamento, da família, da saúde, dos projetos pessoais, da vida que quer construir e ainda as crenças e preconceitos que

dificultem uma visão mais produtiva de si e da vida. Aqui, não é hora de “deixar a vida me levar”, mas sim da vida cujo comando e responsabilidade são assumidos pelo cliente, sem a rigidez de um piruá – para o bem ou para o mal. Errar, arriscar, tentar, empenhar-se, experimentar, aprender com as experiências bem e mal sucedidas, agir, colher os frutos e analisar, honestamente, se o que ocorreu é consequência das circunstâncias, do acaso ou de trabalho intencionalmente direcionado para os objetivos desejados. O coaching.BR é uma alternativa que está disponível aos que desejarem caminhar rumo à autorrealização. A ferida da alma está lá – sabemos, pois todos temos nossas feridas. Mas o que a revelará será o próprio desempenho, as ações e as reverberações no ambiente. Os próprios fatos trarão a ferida atuando no mundo, nos relacionamentos, nas decisões, e a arte e a técnica do feedback - ferramenta fundamental que o coach precisa elaborar, tendo por base o Amor pelo cliente - é um estímulo à percepção que este terá de sua ferida e para a sua decisão do que fazer com ela. O coaching.BR foca a ação no cotidiano e a magnífica capacidade do cérebro humano de pensar, refletir, redesenhar a compreensão de mundo a partir da revisão de conceitos (alguns preferem chamar de crenças). Assim, oferece a oportunidade de redesenhar o próprio mundo e inaugurar novos caminhos neurais, ou seja, o cérebro se modifica, novos hábitos, alinhados com objetivos de vida, são estabelecidos, e os trilhos da própria história passam a ser construídos. A partir de uma relação de confiança e do preparo rigoroso do coach, estabelece-se parceria que facilita o crescimento de ambos os atores (porque nas relações saudá-


preconceitos e crenças limitantes. Ainda, por se dar num contexto o mais próximo possível de relação equânime e confortável, tende a ser dueto para um só, onde a relação de ajuda estabelecida, por vocação e contrato formal ou informal, estimula o crescimento do indivíduo. Numa circunstância de confiança, usa os instrumentos relatados aqui de forma combinada e sempre visando a atender o momento do cliente. Por considerar o ser humano em seus aspectos lógicos e afetivos, trabalha os aspectos cognitivos e emocionais, integrando ambas as funções e multiplicando as possibilidades humanas (inteligência, conhecimento e coração isoladamente, são funções parciais. Inteligência e emoção, juntos, encaminham para a autor realização e pode levar o indivíduo ao cume da caminhada humana: a sabedoria). Se este artigo estimular colegas coaches a participarem do esforço em enriquecer a formulação da resposta à questão colocada no título deste texto, os autores atingiram seu objetivo, e o terão superado se receberem manifestações de concordância ou de discordância, por que o conhecimento só evolui na diversidade, assim como a vida.

Rita Hetem é Psicóloga e life coach, especializada em coaching.BR Jansen de Queiroz é Administrador, Economista, Coach especializado em coaching executivo e formulador da metodologia do Coaching Executivo.BR

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veis, todos aprendem) , mas, especialmente, focado nas necessidades ou desejos do cliente. Enfoca-se a possibilidade de assimilação de uma nova atitude perante a vida, que se dê conta do uso produtivo do próprio tempo, que se interesse por aprender – se possível, estudar. Não se pretende nada mágico, ou imediato. Nada de varinha de condão. Estimula-se o cliente a usar o tempo – que é vida – a seu favor, a conscientizar-se que é desejável valorizar o trabalho, que tenha amor por si, pelo outro, aplique seu tempo em atividade produtivas e desenvolva capacidade de renunciar as atividades que não estejam alinhadas com seus objetivos pessoais e funcionais. Assim a vida não passa – a vida se vive. Ajudamos o cliente a pegar a pena (em seu duplo sentido) e a escrever a sua vida, com mais atenção, mais percepção, mais senso de direção. E voilá! Eis que o cliente realiza a si mesmo! Então porque, afinal, o processo de coaching gera resultados? Porque combina, de um lado, memória de si (anamnese), perguntas estimuladoras, feedback, a reflexão e revisão de conceitos e objetivos de vida e acompanhamento das atividades alinhadas com seus objetivos pessoais e funcionais – o acompanhamento como aqui colocado é o que diferencia o coaching.BR das demais técnicas de ajuda. O Coaching.BR também possibilita revisão periódica, sistemática ou não, das próprias atitudes e comportamentos, porque estimula a assumir responsabilidade sobre os próprios atos, decisões e omissões e a não culpar terceiros ou circunstâncias. A função da reflexão e da revisão de conceitos tem consequências no mapeamento mental que o indivíduo tem de si e do mundo, além de facilitar a alteração de crenças,


SUA PERGUNTA... sobre futuro profissional

Tenho 26 anos, sou formada em Administração e logo terminarei meu curso de Psicanálise. Não sei o que fazer para sustentar minha carreira. Fico em dúvida se enfrento, pelos próximos cinco anos, uma faculdade de psicologia ou um MBA pela FGV em Desenvolvimento e Gestão de Pessoas e depois vou me aprofundando com outros cursos. O que faço?? Marcela Colonese

...GAUDENCIO RESPONDE

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Você parece estar motivada a colocar base em sua carreira. A primeira coisa a saber é qual será essa carreira. As duas faculdades possibilitam que você trabalhe com gente. Em níveis diferentes. Você precisa escolher se quer ou não ser psicanalista. Se a escolha

for essa, é indicativa de usar os próximos cinco anos numa faculdade de psicologia. Caso você resolva não ser analista, um MBA na FGV em Desenvolvimento e Gestão e Pessoas seria um bom aprofundamento.

Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.

Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br


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expressão

Vozes do passado Reinaldo Polito

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D

e maneira geral, quando alguém se prepara para fazer uma apresentação leva em conta apenas ela mesma. Todos os detalhes são observados, desde a roupa que vai usar, passando pelas brincadeiras que pretende fazer, até a emoção que precisa imprimir para que a conclusão seja arrebatadora. A maioria, entretanto, se esquece de elaborar e transmitir a mensagem de acordo com o tipo de público que terá pela frente. Dificilmente uma apresentação terá chances de vitória se o orador desconsiderar as peculiaridades da plateia. No estudo das características dos ouvintes há um aspecto que precisa ser observado com todo cuidado – a formação e a experiência de vida das pessoas. Fique atento, pois a maneira como você fala ou escreve classifica as pessoas. Por isso, cuidado, pois, sem que se dê conta, se desprezar a comunicação adequada para cada circunstância talvez esteja construindo armadilhas para o sucesso da sua comunicação. Tenha em mente sempre que a forma como se dirige às pessoas deixa transparecer o valor que você atribui a elas – valor social, profissional ou afetivo. E elas reagirão à sua mensagem de acordo com a interpretação que derem a esse tratamento. O sentido da mensagem não é transmitido apenas pelo sentido das palavras, mas principalmente pelo tom, pela forma como elas são pronunciadas. Quando você fala com uma pessoa de baixa formação intelectual observe como a tendência é explicar com cuidado todas as informações para facilitar o entendimento dela. Essa forma quase didática de falar, semelhante à que usamos quando conversamos com as crianças, classifica o ouvinte como alguém despreparado. Ao contrário, quando o ouvinte possui bom preparo, a

comunicação perde essa característica didática e você se expressa sem a preocupação de explicar detalhadamente o que pretende dizer. Nessa circunstância, você utiliza de maneira mais acentuada os recursos da ironia e se vale com frequência da presença de espírito, pois sabe que esse tipo de comunicação é compreendido com facilidade por pessoas com boa formação. Segundo Mikhail Bakhtin, o fenômeno da entonação é lugar de memória acústica social. O que esse grande teórico linguista russo nos diz é que todos nós nos impregnamos de entonações desde os primeiros instantes de nossa existência. São “vozes” que sempre estarão presentes em nossa vida. “Vozes” formadas pelas pessoas com as quais convivemos, músicas que ouvimos, cursos que frequentamos, imagens que observamos. Por isso, ao falar, ouvir, escrever e ler a memória social interfere não apenas na determinação do conteúdo como também na forma como a mensagem é transmitida e recebida. Por isso, para ser bem-sucedido com a comunicação você deverá produzir e comunicar sua mensagem considerando essas “vozes” que constituem as características diversas dos seus interlocutores. Agir com a consciência de que as pessoas são distintas e reagem de forma diversa não criará resistências desnecessárias à sua mensagem e aos objetivos que estiver almejando. Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. Site: www.polito.com.br


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