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Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 4 | Nº 26 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatora: Karina Cedeño Revisora: Karina Cedeño Projeto Gráfico: Danilo Scarpa (www.daniloscarpa.com) Diretor de Arte: Henrique Melo Relacionamento com o cliente: Claudia Lima Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: Av. Rangel Pestana, 1.105 – 3º andar. São Paulo - CEP 03001-000 redacao@revistasermais.com.br http://twitter.com/revistasermais Skype: revistasermais Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e email. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox
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“Caro Leitor” +otimista – As 7 virtudes equilíbrio - A respiração gera serenidade diminui a ansiedade Up to date +economia - Entendendo a economia Cidadão 21 Moda, beleza e estilo Coaching - André Percia Gustavo Cerbasi MANUAL DO SUCESSO Inteligência – Organizações sem pessoas com talento não têm alma criativa Comportamento – A hora da verdade para as lideranças Gestão – Gestão de pessoas: o que não fazer Vendas – Você já se viu na situação de ter o produto certo, de ser muito bom em prospecção e abordagem e não conseguir fechar o negócio? Liderança – Desperte o melhor líder que você pode ser Fun Learning No alvo +vitrine Gaudencio responde +Expressão O segredo da boa palestra
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Especialistas nesta edição Ademir Vogel
Adriano Cesar
Jean Oliveira
Ana Da Luz
Leila Navarro
André Percia
Luiz Antonio Gentile Jr.
Berenice Kuenerz
Marcus Vinicius P. Oliveira
Denise Lovisaro
Ômar Souki
Fábio Di Giacomo
Paulo Gaudencio
Fernando Santi
Reinaldo Polito
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www.revistasermais.com.br
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Tamanho não é rendimento
Todas as doenças são curáveis?
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CAPA 2012 não é o fim do mundo!
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Jogo Rápido Rodrigo Cardoso
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Desenvolvimento Estratégico de Pessoas
Como dizem que o país só começa a trabalhar após o carnaval, também esperamos esta data para trazer a você, caro leitor, uma matéria especial. Não poderíamos publicá-la antes com o risco de alguns estarem de férias e não verem o que preparamos. Também queríamos começar o ano ao seu lado, dando aquela força para que tudo o que desejou se realize. Esta edição é temática e traz as previsões em diversos setores da economia para 2012. O texto foi escrito pelos melhores especialistas nas áreas de: liderança, investimentos, informática, educação, empregos e carreiras, recursos humanos, empreendedorismo, vendas, marketing, sustentabilidade e gestão de pessoas. Também foi sugestão de um grande nome do mercado em desenvolvimento humano e nosso parceiro, o palestrante Dalmir Santana. São muitas páginas de conteúdo que realmente poderão fazer a diferença no seu dia a dia e ajudá-lo a crescer, aproveite! Além deste grande material, trazemos uma entrevista com o palestrante Rodrigo Cardoso, em que fala sobre a carreira nos palcos e como foi a caminhada rumo ao reconhecimento do público. E claro, não poderíamos deixar de trazer novidades. Estamos de olho no mercado sempre! Pois de nada adianta estar bem fisicamente e o bolso ficar vazio, não é mesmo? Nesta revista você entenderá por que os profissionais estão migrando de grandes para pequenas e médias empresas (PMEs). Sem falar no seu Manual do Sucesso, que sempre vem recheado de artigos especialmente preparados para o seu desenvolvimento! Boa leitura!
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Julyana Rosa Diretora Executiva Editora Ser Mais
motivação
Ana Da Luz Monteiro “Qualquer um pode zangar-se: isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil.” Aristóteles
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terá. Nossa capacidade de absorver, analisar e agir diante de cada situação será a responsável por um elevado percentual de resultados que afetarão a qualidade de nossa vida. Costumamos atribuir a causa daquilo que nos acontece, aos fatores externos a nós mesmos (trânsito, atrasos, imprevistos, contratempos etc), porém a forma como respondemos aos 10% que compõem o imponderável determinará a qualidade dos outros 90% de nossas vidas. Essa perspectiva aumenta a nossa própria responsabilidade sobre a vida. Terceirizar a culpa não contribui em nada para nosso desenvolvimento pessoal. A reflexão madura sobre cada uma de nossas reações torna clara a parcela de energia que utilizamos para deixar nossa vida menos interessante, mais pesada e mais conflituosa. A aceitação do Princípio 90/10 amplia nossa consciência para o fato de que a vida está essencialmente nas mãos de cada um de nós. A melhoria de nossos relacionamentos passa pela capacidade de cada um rever suas respostas diante das situações. A cada reação impensada e equivocada se inicia uma onda de resultados indesejados para nós mesmos. Vale pensar nisso. Minha mãe, Aristóteles e Covey têm razão. Ana Da Luz Monteiro é consultora com experiência em Desenvolvimento Humano nas Organizações. Psicóloga formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com Mestrado em Gestão Empresarial. E-mail: anamonteiro@wnetrj.com.br
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título deste artigo é uma frase usada por minha mãe desde que me entendo por gente. Confesso que levei vários anos para compreendê-la em toda a sua essência. Já a frase que abre esta reflexão representa a sabedoria dos mestres da Grécia antiga e se mantém atual mesmo passados milênios. Nunca se enfatizou tanto a necessidade de autoconhecimento e, por consequência, do autocontrole. Estarmos atentos a nós mesmos e às formas como lidamos e reagimos com as pessoas passa a ser um item essencial para a qualidade de vida neste planeta. O consultor e escritor Stephen Covey, seguindo o pensamento de Aristóteles, estruturou o que denominou de Princípio 90/10. Em síntese, significa prestar atenção à forma como reagimos àquilo que nos acontece, procurando dar respostas que nos favoreçam e ao mesmo tempo contribuam para a melhoria dos nossos relacionamentos. A ideia principal do Princípio 90/10 é que na vida, 10% estão relacionados com o que se passa conosco, os outros 90% estão relacionados com a forma como reagimos ao que se passa conosco. Observando nosso cotidiano, vamos constatar que não temos controle sobre tudo que nos acontece. Não podemos fazer nada para que o avião não atrase, para que a fila do cinema não seja grande, para que o trânsito não seja um caos e tantas outras coisas que costumam nos tirar do sério. Essas situações representam 10% da nossa vida. Porém, a maneira com que cada um de nós assimilará e interpretará a situação é que determinará os outros 90%. A forma como lidamos com aquilo que nos acontece é decisiva para o tipo de desdobramento que cada situação
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otimista
As
virtudes Ômar Souki
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M
artin Seligman, professor da Universidade da Pensilvânia, especialista em otimismo, apresenta, em sua obra Felicidade autêntica (Editora Objetiva), os resultados de uma extensa pesquisa acerca de textos reconhecidos como representantes de tudo aquilo que o ser humano valoriza. Foram examinados detalhadamente Aristóteles e Platão, São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, assim como os livros sagrados das grandes religiões. Também pesquisou os escritos de Benjamin Franklin e mais 200 catálogos de virtudes. O estudo percorreu três mil anos de reflexões sobre o tema e chegou à conclusão de que os textos analisados são unânimes quanto às seis virtudes básicas: sabedoria, coragem, amor, justiça, moderação, espiritualidade. O livro Agradeça e seja feliz! (Editora Best Seller) de Robert Emmons, professor da Universidade da Califórnia em Davis, e pesquisador do Instituto Nacional de Saúde (National Institute of Mental Health — NIMH), mostra o resultado de vários estudos sobre a psicologia positiva, matéria que analisa as emoções saudáveis e prazerosas, em vez das doenças psíquicas. Em sua obra, Emmons chegou à conclusão de que, mesmo diante das adversidades, é possível ter uma atitude positiva. Verificou que, com frequência, as pessoas que sentem gratidão, apesar do infortúnio, dizem ser mais felizes e menos vulneráveis a emoções e resultados negativos que as que não têm esse sentimento. Ele afirma que: “é impossível imaginar um
mundo em que os indivíduos não sejam regularmente gratos uns aos outros. Unindo as pessoas a relacionamentos de reciprocidade, a gratidão é um dos alicerces da sociedade civil e humana”. Depois de ler os livros de Seligman e de Emmons, ficou claro para mim que são sete as virtudes principais: gratidão, sabedoria, coragem, amor, justiça, moderação e espiritualidade. Logo após a leitura dessas obras, tomei conhecimento de uma pesquisa que aponta os cursos de psicologia positiva como os mais procurados da Universidade de Harvard. E nas outras universidades norte-americanas é também bastante procurado, pois já estão oferecendo cerca de 200 cursos dessa matéria. A psicologia positiva é a base científica do otimismo, pois analisa o lado saudável da realidade psíquica do ser humano, isto é, foca nossas virtudes e forças (e não nossas neuroses). Além desse interesse observado nos Estados Unidos, cresce no Brasil a procura por obras que tratam de como manter uma atitude positiva frente às adversidades. A razão desse interesse é que estamos vivendo tempos turbulentos por toda a parte. A humanidade experimenta uma profunda crise em todos os âmbitos: social, econômico, político e, principalmente, espiritual. Daí essa busca pelo lado bom das pessoas, por suas forças e virtudes. Diante das notícias de corrupção política e desequilíbrio econômico e social no Brasil e no mundo, corremos em busca de coisas positivas. Sabemos da responsabilidade que temos em deixar
uma herança positiva para as gerações futuras. Se algo é saudável, deve ser feito e promovido, caso contrário, temos de evitá-lo. Essa é a atitude básica do otimista, acreditar que é possível melhorar o mundo, consertar o estrago que já foi feito e deixar um legado de saúde, prosperidade, amor e paz para seus filhos e netos. As pesquisas realizadas por Seligman e por Emmons apontam, com força, para algo em que sempre acreditei: é melhor ser otimista do que pessimista, ou seja, cultivar atitudes positivas em vez de negativas. Como fazer isso? Cultivando com afinco as sete virtudes: Gratidão – Acredite e tenha fé. Tudo o que lhe acontece poderá beneficiá-lo. Cultive a crença de que a vida é uma graça e saiba agradecer por tudo.
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Sabedoria – É a união do conhecimento com o amor. É importante conhecer mais, desde que o objetivo seja aumentar o nosso discernimento.
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Coragem – Até para nos levantarmos da cama é preciso coragem. Coragem é sinônimo de fé. Acredite que Deus é maior do que os desafios e que Ele está com você.
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Amor – Amar é ser. Ser é servir. Diga como Je-
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Justiça – Ser justo é amar a verdade. É aplicar a sabedoria em nossas decisões, ou seja, “dar a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”.
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Moderação – Benjamin Franklin atribuía a sua boa saúde e longevidade a essa virtude. Seja moderado em tudo, no comer, no beber e no trabalho.
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Espiritualidade – A conexão com o Criador é fundamental para o exercício das virtudes e para deixar um legado otimista. Acredite que o futuro poderá, sim, ser melhor do que o presente.
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sus: “Não vim para ser servido, mas para servir!”.
Ômar Souki é Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos, e autor de 25 livros. Site: www.souki.com.br
negociação
NEGOCIAÇÃO A chave do seu sucesso! Ademir Vogel
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profissão de vendedor exige muitas habilidades e competências, lembro que desde o início de minha experiência neste mundo de vendas precisei ser um ótimo auxiliar de entrega, mesmo quando não dava conta de carregar uma caixa cheia de frango a granel. Precisei ser um excelente atendente quando fui recepcionista bilíngue em um hotel. Precisei ser um promotor de vendas vencedor de concursos de merchandising e um vendedor com mérito por produtividade nos setores que me foram concebidos. Quando você é o vendedor de sua empresa, é o gerador de receita e detentor de grande responsabilidade de seus atos. Dependendo de como você irá atuar no mercado, a sua empresa está fadada ao fracasso ou ao sucesso, e lembre-se de que vai desfrutar das suas atitudes, sendo elas negativas ou positivas. A principal competência de um vendedor é ser um primaz negociador, isto é, você pode ser organizado, pontual, ter iniciativa, possuir boa empatia com colegas e clientes, mas se não souber negociar, ou não quiser aprender a negociar, sinto muito, mas seus dias nesta excelente profissão estarão contados. Temos vários estudos, livros e artigos sobre o assunto, aconselho a ler todos, pois é desta forma que você irá fazer uma analogia com o seu dia a dia e utilizar novas técni-
cas nas próximas negociações. Meu maior objetivo neste artigo é trazer a negociação mais para a realidade, o que realmente acontece dentro de quatro paredes, onde estão presentes você como vendedor/negociador e o comprador/negociador. Desejo mostrar esta queda de braço onde, em minha primeira experiência de negociação, minhas pernas tremiam, a voz se escondia e a vontade era de voltar a ser promotor de vendas. Vamos criar uma situação que quase nunca ocorre em nossa profissão: é o dia 20 de qualquer mês do ano, oito horas da manhã e você recebe a ligação de seu supervisor. Nesta ligação você fica sabendo que precisará vender um percentual a mais de sua meta, pois o outro setor não conseguirá atingir os objetivos propostos. O que passa pela sua cabeça neste momento? Não precisa nem de tempo para você responder? Já pensou pelo menos umas três coisas bem cabeludas. E agora você está me perguntando: o que esta situação tem a ver com negociação? Tem a ver que dependendo de sua reação, saberemos o grau de comprometimento seu com a empresa, com a sua equipe e com o seu líder. E a partir deste grau de comprometimento você já dará o primeiro passo para poder negociar esta oportunidade que recebeu de vender um pouco a mais. Primeira Lição: para negociar um bem da empresa você deve estar comprometido com a sua equipe, alinhado com o seu líder e ser conhecedor da estratégia executiva de sua empresa. O próximo passo é montar a proposta da venda, isto é, o planejamento, pois se você não planejar é melhor nem vender. Quem é a pessoa que mais conhece o seu comprador? É o suporte do escritório? É seu gerente? E quem é a pessoa que mais conhece a sua empresa? - O vendedor é o maior conhecedor de seu cliente e das estratégias da empresa e, portanto, a proposta a ser realizada deve atender às necessidades de seu cliente e equilibrar os limites da sua empresa. Segunda Lição: faça três propostas para o seu cliente, contato que tenha a certeza
de que a empresa irá autorizá-las e, ao mesmo tempo, atingirá o que seu cliente está esperando. Já vi muitos vendedores desperdiçando tempo e energia encefálica para gerar propostas fantasiosas e só descobrem que não serão aceitas na sala de espera. Façam propostas de sucesso! Vamos para a sala das pernas tremidas e palavras esquecidas. Mas isto só ocorrerá se você, vendedor, não for preparado para esta visita. Tenha consigo o histórico de vendas, mas leve as variáveis que a sua empresa utiliza para calcular a sua comissão e os prêmios. Nos dias de hoje é um privilégio termos a informação como nossa ferramenta de trabalho. Nunca, na história desta profissão, fomos os detentores de toda a informação possível sobre os nossos clientes.
melhor equipe de negociadores de sua empresa.
Terceira Lição: tenha um banco de dados de seu cliente. Segue um modelo que utilizo: • Vendas mensais em volume – Período de 12 meses;
Quinta Lição: o processo da venda só finaliza quando você entrega o produto no prazo, na quantidade, no preço que negociou e como ficou proposto para o consumidor comprá-lo. Você é o responsável por controlar e acelerar todos os passos de sua negociação.
Vendas mensais em valor – Período de 12 meses;
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Relação dos produtos mais vendidos;
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Relação de inovações da empresa – com benefícios e características de cada produto e os dados cadastrais;
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Histórico quantitativo e qualitativo das ações promocionais realizadas nos últimos 12 meses;
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Total de investimento realizado no cliente no período de 12 meses;
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Algumas fotos e documentos de ações realizadas em outros clientes;
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Cronograma de ações de publicidade e mídia de empresa.
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Documentos de meu produto em outros canais de comunicação, onde demonstram o interesse do consumidor.
Ademir Vogel é administrador, cursando pós-graduação em Marketing. Multiplicador e treinador de equipe de vendas. Site: www.queroserbematendido.blogspot.com
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Se possível sempre leve o seu auxiliar na sala de negociação, pois ele será de grande valia no sucesso da venda. É o auxiliar que está no campo e tem o pleno conhecimento das ações da concorrência, das necessidades operacionais do seu cliente e dos desejos de compra do consumidor. Ele será o responsável por enriquecer as suas informações qualitativas da negociação. Quarta lição: o vendedor precisa ser um formador de profissionais para substituí-lo em suas ausências programadas como férias e as não programadas, mas almejadas, como a sua promoção. Desta forma você irá criar a
Conforme mencionei no início do artigo, a maior competência de um vendedor é saber negociar e diante destes conselhos expostos acima, tenha certeza de que você terá uma carreira de sucesso nesta profissão que nos ensina lições todos os dias, tornando a nossa vida profissional e pessoal mais gratificante.
Ilustração: Guilherme Cota
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Neste momento as salas de negociação que muitas vezes são bem apertadas, começam a ser mais confortáveis, pois seguindo estas lições eu tenho certeza de que a negociação para sua venda acima da meta, terá a maior probabilidade de ser um sucesso. Muita atenção neste momento, pois o comprador poderá desviar o rumo do seu planejamento e, consequentemente, ficar o mais distante possível de seu objetivo. Atente-se para os detalhes que ocorrerão, principalmente para a linguagem corporal dos envolvidos, lembre-se que perguntas bem focadas são fundamentais neste momento e feche a venda.
Tamanho não é
RENDIMENTO Entenda por que profissionais migram das grandes empresas para as pequenas e médias Karina Cedeño
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imponente tamanho, infraestrutura e chances de ascensão que as grandes empresas oferecem são um atrativo e tanto para aqueles que buscam crescer na carreira, afinal, um nome de peso no currículo acrescenta ao bolso e também ao histórico profissional. Porém, o quadro que se mostra nos últimos anos é inverso: trabalhadores estão migrando de grandes empresas para as de pequeno e médio porte (PMEs). Em algum momento eles perceberam que o emprego em grandes corporações não é mais garantia de estabilidade e segurança. Nos últimos anos, fusões e aquisições de multinacionais resultaram em constantes demissões com a finalidade de reduzir gastos, sobrecarregando de serviço os que permaneceram na empresa. Sem contar que os atrativos antes oferecidos pelas empresas tamanho G perderam a força com o passar do tempo. “Os profissionais
PME, vemos um mercado de muitas dezenas, talvez centenas de operadoras que buscam profissionais qualificados”. É importante que, ao contratar um profissional habituado às grandes corporações, as PMEs se preparem para recebê-lo e sejam capazes de integrar as novas ideias, nivelando a expectativa do novo integrante. Nessas horas o treinamento on the job (feito no local de trabalho) é uma boa ferramenta para qualificá-lo. Engana-se quem pensa que as melhores remunerações só são pagas pelas grandes companhias. Hoje as bonificações por desempenho e participações nos lucros oferecidas pelas PMEs superam muitas grandalhonas e os salários não ficam atrás: no setor de TI, por exemplo, a remuneração nas pequenas e médias empresas duplicou em 2010. Dados do Sebrae confirmam que, do total de empresas brasileiras, 98% são micro, pequenas e médias, responsáveis por 56% dos empregos formalizados do País. Elas também respondem por 20% do PIB brasileiro e a tendência é que cresçam ainda mais com a Copa de 2014, que gerará oportunidades de emprego para diversos setores como construção civil, comércio varejista e tecnologia da informação. Não é à toa que estas empresas são alvo de quem busca rápida ascensão na carreira, como a geração Y, ávida por ambientes de trabalho flexíveis que integrem suas ideias e opiniões aos processos decisivos da corporação. As empresas também saem no lucro ao integrar em sua equipe novos talentos com sugestões capazes de oxigenar os valores vigentes. Rendimento, seja ele pessoal ou profissional, já não está mais atrelado ao porte da empresa, e sim à oferta de um ambiente profissional que permita o desenvolvimento do funcionário de forma integral, investindo em seus talentos e ensinando-lhe novos, fatores que estimulam a troca de uma grande companhia por uma menor. Em um campo de batalha onde a concorrência dita regras e ganha força a cada dia, vale lembrar que a estrutura já é quesito dispensável na hora de escolher um bom emprego. Há muito tempo Davi, mesmo sem o grande porte e a notoriedade presentes em seu adversário Golias, saiu-se melhor.
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tiveram que realizar mais trabalho com menos recursos e benefícios num ambiente cada vez mais competitivo, com respostas lentas e processos burocráticos”, diz Eduardo Araki, diretor comercial da Neovia. Essa burocracia toda ocorre devido ao maior número de aprovações que uma multinacional exige em suas decisões. Há vários setores envolvidos e os funcionários estão mais distantes da alta chefia, enquanto nas pequenas e médias empresas suas propostas estão mais ligadas aos resultados e o trabalho que executam influencia de forma direta nos outros departamentos. A estrutura das PMEs ainda permite que transitem por todas as áreas e diversifiquem suas experiências, prato cheio para quem busca novos desafios na carreira. Os setores mais próximos favorecem a visibilidade do profissional, mas Eduardo afirma que o contrário também é válido. “Maus resultados também são mais facilmente identificados”. Hoje o funcionário quer ser identificado pelo nome, não pela sigla do seu departamento, e não se satisfaz em ser visto como um número, realidade presente nas grandes empresas. O desejo de não ser apenas mais um e ter reconhecimento, reforço positivo em relação aos seus êxitos e uma liderança mais próxima é o que impera, de acordo com Kira Kimura, gerente de Recursos Humanos e Desenvolvimento da InfoJobs. “Ao ingressar em uma pequena ou média empresa é possível que o funcionário consiga ter funções e atividades mais amplas, algo que em um contexto de grande corporação é mais complicado”. Ela afirma que o profissional oriundo de grandes empresas precisa de direcionamento para entender até que ponto vai o seu trabalho, já que está habituado a questões burocráticas e sabe que sua função tem limitadores. Outra coisa que ele deve levar em conta são os valores e cultura da PME. Kira explica que a ‘abertura para o novo’, dentro de uma estrutura que é pequena e existe há muito tempo, pode ser menor ou por uma cultura familiar ou pela crença do ‘sempre deu certo assim, por que mudar?’. Ainda assim, uma pequena empresa que não traz possibilidades de inovação pela cultura pode oferecer mais flexibilidade ao profissional em relação a normas. O novo integrante deve estar consciente de que não terá a mesma abundância de recursos (sejam eles financeiros, humanos ou de infraestrutura) de que dispunha na grande empresa e reconhecer que muitas vezes falta-lhe a agilidade e a flexibilidade que deve observar em seus novos colegas. “Esta é uma oportunidade de troca valiosa que todos os envolvidos devem aproveitar”, afirma Eduardo Araki. Ele diz que o mercado de trabalho é mais amplo para os que buscam uma pequena ou média empresa e cita as grandes operadoras de telecom como exemplo. “São uma dúzia de grandes empresas onde o profissional pode tentar se recolocar após uma eventual demissão. Já no segmento
equilíbrio
A RESPIRAÇÃO diminui a ANSIEDADE
e gera SERENIDADE Berenice Kuenerz
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are e pense no seu dia. Você já acorda com o despertador dizendo que você precisa acelerar para se arrumar, tomar café, pegar o ônibus, que certamente estará lotado e se você tem carro já vai sair estressado, por causa do engarrafamento, que é comum nas grandes cidades. Com isso, você já está atrasado para o trabalho, quando chega na sala, o “bom dia” do chefe já vem com inúmeras tarefas, o que faz você almoçar correndo para entregar tudo no prazo e é nessa hora que o computador trava. Não preciso nem falar o resto do dia, porque nessas poucas horas dele já está a ponto de explodir de tensão. Então é fácil se irritar, perder a paciência, gritar, ter vontade de fugir para uma ilha deserta. Mas se você retirar alguns minutos do seu dia e apenas respirar profundamente verá as coisas com um pouco mais de clareza e calma. Mesmo com todas as nossas ambições e pressas, o ser humano realmente gostaria de uma vida tranquila e equilibrada, por isso as três dimensões dele devem estar em sintonia: corpo, mente e espírito. Sabemos que ao longo do tempo, dos anos e com as responsabilidades crescendo, a combinação desses elementos é mais difícil de ser vivenciada. No entanto, é essa integração que garante a possibilidade de alcançar a totalidade da pessoa, gerando dessa forma benefícios como bem-estar, força interior, clareza mental, estabilidade emocional e, consequentemente, uma maior competência para lidar com todas as situações da vida. Parar por alguns minutos para simplesmente prestar
atenção em você não é perda de tempo. É exatamente isso que os exercícios terapêuticos fazem: ajudam-no a perceber o seu eu e a entrar em sintonia consigo mesmo, pois é só você que tem o poder de se controlar. Essa capacidade que o pensamento tem é fantástica. Se você parar por alguns poucos minutos, verá a diferença. Quando o corpo está em estresse, trabalha mais, e isso deixa a pessoa meio esgotada. Quando você está com um problema e tenta resolver, envolvida na emoção, a solução não aparece. O tempo que vai gastar para resolver acaba sendo maior do que se parar, fechar os olhos e se concentrar no ritmo de sua respiração. Quando volta para a situação a solução aparece. Experimente fechar o computador, desligar o celular e respirar suave e profundamente, trazendo o foco da mente para o movimento da respiração. Sem acrescentar nada, nem palavras, nem pensamentos, nem emoções ou angústias. Um ou dois minutos, de pausa, praticados pelo menos seis vezes ao dia não irão causar nenhum transtorno aos compromissos diários. E mais, praticando pelo menos por um mês, o cérebro e o corpo já registram essa informação e o efeito será bem mais rápido. E como recentemente o doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia, Jean Yves Leloup disse, “O que é, é. O que não é, não é”. Nós, seres humanos, temos que aceitar isso. A felicidade está em aceitar a vida como ela é. E o Nirvana é ver as coisas como são. O nosso nível espiri-
Ilustração: Mixel Nogueira
natural de relaxamento e atenção plena. No entanto, com disciplina, a meditação pode ser adaptada à vida moderna, exercendo a prática em menor tempo e em outros ambientes, desde que seja aplicada diariamente para introduzir essa nova informação de quietude a nível mental, emocional e cerebral. Para alcançar o resultado prático, é preciso se dedicar a pequenas doses de aproximadamente 10 minutos. O exercício de concentração pode ser feito na fila do banco ou em uma sala de espera. A técnica permite que sua mente se aquiete e mergulhe para o seu interior, onde entra em um estado natural de relaxamento e atenção plena, desenvolvendo uma mente meditativa com mais concentração e foco. Berenice Kuenerz é psicóloga, psicoterapeuta humanista-transpessoal do Instituto da Pessoa. Site: http://www.institutodapessoa.com. br/atividades/meditacao.php
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tual diz respeito aos níveis mais profundos da psique humana. E existem várias práticas capazes de ajudar a encontrar o equilíbrio em nós mesmos, como por exemplo, dança, meditação e técnicas de respiração consciente. Separadamente, tais atividades são benéficas fisicamente, porém quando combinadas à mente são capazes de proporcionar um nível de conexão consigo mesmo que é profundamente reparador e curativo. Outra prática que une literalmente corpo, mente e espírito é o yoga, mas esse exige um tempo maior para os exercícios. É um eficiente meio de manter o corpo e a mente em equilíbrio, além de proporcionar uma boa forma física. A técnica se baseia em exercícios respiratórios, de postura, que promovem o massageamento de órgãos internos, o alongamento de músculos, o relaxamento, a meditação e uma grande oxigenação de tecidos e órgãos, além de estender a capacidade pulmonar. Isso se deve ao pránáyáma, os exercícios respiratórios que promovem maior distribuição de ar pelo corpo e permitem um estado de equilíbrio interior. A meditação tradicional recomenda separar de 20 a 30 minutos do seu dia, em um ambiente calmo, onde seja possível sentar confortavelmente e entrar em um estado
DESESTRESSBERRY Livre-se do estresse de uma maneira diferente, apertando e atirando uma reprodução em borracha do aparelho Blackberry. O Stressberry é ideal para momentos de nervoso em que se deseja atirar o próprio telefone ou algum eletrônico. É produzido em borracha resistente e pode ser usado por crianças a partir de três anos de idade. Compre em: http://www.iwantoneofthose.com/10284308.html
iHat, música para não sair da sua cabeça O iHat é um acessório dois em um que fará a cabeça dos geeks de plantão. A touca vem com alto-falantes acoplados de som estéreo. Ao utilizá-la você se aquece e ainda ouve as músicas favoritas nos dias mais frios. Para utilizá-la é simples, há um plugue em que se pode conectar quaisquer aparelhos, desde celulares até tocadores de mp3. O melhor é que não consome pilhas, a alimentação é feita pelos eletrônicos nos quais pode conectá-la. Mais informações em: http://www. paramountzone.com/wiki-ihat-gadget.htm
PROTEÇÃO DAS HORAS
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Veja as horas até no escuro e não perca mais seus compromissos. O Dr. Who: Dalek Projection Alarm Clock é um relógio que projeta as horas em qualquer superfície. Nele o tempo pode ser visualizado no painel digital que fica na parte inferior ou na parte superior, no formato de 12h. Marca o tempo e também a data. Requer quatro pilhas AA. À venda em: http://www.iwantoneofthose.com/10501292.html
REAPROVEITAR É A ORDEM! Os guitarristas e entusiastas que arriscam suas dedilhadas podem produzir suas próprias palhetas. Com o Pickmaster Plectrum é possível produzi-las a partir de cartões de crédito e débito antigos. O acessório é similar a um cortador de unhas e tem praticamente o mesmo tamanho, podendo ser levado no bolso e utilizado em qualquer lugar. Acesse o site abaixo e saiba mais sobre o produto. http://www.iwantoneofthose.com/10503726.html?&keyword=plec trum+makerPHRASE&gclid=CJfVsOvDuKwCFZJc4QodRxM0Hg
COM A BOLA TODA
Nem todo controle é universal, os que são, normalmente têm uma aparência comum. São grandes e cheios de botões. Agora, imagine um que seja de formato diferente e divertido. Assim é o Controle Universal Thumbs UP, uma bola de futebol eletrônica que permite mudar de canal, aumentar o volume da TV e muito mais. Tudo em uma pequena esfera acolchoada e que, além de ser funcional, também pode ser arremessada como se fosse uma bola de verdade. Seu alcance é de 7m e tem compatibilidade com TVs, DVDs e receptores de cabo e satélites. Encontre no site: http://top501.com.br
ILUMINADO Os apaixonados por games têm uma novidade para iluminar seu escritório. Diretamente dos jogos do Pac-Man para sua mesa, a Ghost Lamp promete não só deixar o ambiente mais claro, mas também decorá-lo. A lanterna vem em formato dos fantasminhas que protegiam as frutas e alimentos deixados no jogo, evitando que o personagem comilão acabasse com tudo. Também possui sensores que automaticamente detectam a luminosidade do local e acende quando está escuro sem precisar apertar nenhum botão, basta estar conectada a alguma entrada USB. Disponível em: http://www. thinkgeek.com/homeoffice/lights/eac3/?cpg=cj&ref=&CJURL=&CJ ID=1511450#tabs
“PAVAROTTI” DO BANHO Se quem canta seus males espanta, você pode cantar até no banho acompanhado de suas músicas favoritas. O iMusic Shower Gel MP3 Player é um tocador MP3 à prova d’água em formato de frasco de sabonete líquido com alto-falantes. É um aparelho de fácil manuseio com entrada para cartão SD e que utiliza apenas três pilhas AAA. Segundo o fabricante, seu som é amplificado graças à acústica natural dos banheiros, podendo ser ouvido até em outros cômodos. Encontre o eletrônico em: http://www. geniegadgets.com/imusic-shower-gel-mp3-player-2.html
Transforme seu iPhone 4 em um verdadeiro microscópio. Com o Mini Microscope, você poderá aumentar em até 60x o objeto observado por suas lentes. Sabe aquela poeira que acumula na casa e só parece ser visível com a ajuda de óculos ou algo que melhore a visibilidade? Até isso será possível ver com este acessório, graças ao seu poder de ampliação de imagens e das três luzes em LED que auxiliam na iluminação. A câmera do celular ganha um item que melhorará o alcance do zoom para focar melhor em detalhes quando fotografar. Item à venda em: http://www.geniegadgets.com/toys-games/science/mini-microscope-for-iphone-4.html
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Realidade “aumentada”
DESENVOLVIMENTO
ESTRATÉGICO
DE PESSOAS uma opção ou uma necessidade? Fábio Di Giacomo
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S
e você pudesse olhar ao redor, perceber o que realmente faz toda a diferença em uma organização, e me dizer qual é o Ponto G de qualquer negócio, o que diria? Já parou para pensar que 100% de seus clientes, colaboradores, fornecedores, acionistas, por mais que às vezes você até possa duvidar, são todos gente?! As PESSOAS são as responsáveis por levar qualquer negócio ao sucesso. E se uma empresa quer chegar a algum lugar que não seja ficar exatamente onde está, as PESSOAS precisam estar preparadas para isso. Na minha experiência, o que temos visto na maioria das vezes é algo como a história de um garoto que se torna campeão regional e que sonha em ser campeão olímpico. Seu pai acredita que continuar fazendo da forma como vem fazendo continuará a fazer dele um campeão. Os desafios vão aumentando e seu pai, na expectativa de melhores resultados, cobra mais do garoto sobre o que deve ser atingido, o que coloca ainda mais pressão e nem sempre faz com que os resultados de fato melhorem, afinal de contas, falta de desafio promove conforto e tédio, desafio sem preparo e aumento da pressão fortalecido por uma cobrança externa e interna promove ansiedade, medo e consequentemente queda de performance. Depois de um tempo, frente aos novos desafios e à
nova realidade, esse pai percebe que precisa investir no garoto e arruma alguém disposto a patrocinar esse talento. Esse investidor quer resultados e solicita, ou até sugere, um plano de desenvolvimento, para que esse atleta, em um determinado espaço de tempo, esteja pronto e consiga ser o tão sonhado campeão olímpico. Esse plano pode contemplar: um novo local para treinamentos, um nutricionista, um técnico com mais experiência, um preparador físico, um coach... uma consistente estrutura, para uma melhor preparação. E caso esse pai não perceba e deixe o garoto continuar como sempre esteve, talvez ele nem consiga mais ser o campeão regional na próxima competição, pois quem não está ganhando provavelmente está se mexendo. O que temos visto nas organizações é algo muito similar a isso, uns acreditam que continuar fazendo o que sempre fizeram e deu certo é garantia eterna de excelentes resultados e a única coisa que está faltando é motivação. Aí realizam um evento, um treinamento de forma isolada, cujo objetivo é motivar as pessoas. Este funciona como Viagra e as pessoas saem dele turbinadas, mas logo em seguida, de volta a realidade, a motivação vai para a gaveta junto com a apostila e por lá fica até um novo evento. É aí que entra o estratégico, em forma de plano, de processo, com início, meio e fim, com um propósito maior
Fábio Di Giacomo é diretor presidente da UM% - empresa especializada em Coaching e Desenvolvimento Estratégico Master Coach e Trainer para formação de coaches. Site: www.umporcento.com.br
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do que ações isoladas. Onde existe uma METODOLOGIA capaz de passar a sensação de ligar os pontos, dando a ideia de evolução. É iniciativa com acabativa, sem aquela impressão de “colcha de retalhos”, ou aquela de que “começa um monte de coisas e não termina nenhuma”. Isso é o que realmente motiva as pessoas. Entendemos que um plano de desenvolvimento de pessoas, para ser estratégico, tem que estar alinhado aos processos e objetivos da empresa, afinal, são eles que performam e colocam a empresa no patamar que está. Então, quando falamos de Desenvolvimento Estratégico de Pessoas (DEP), entendemos ter um plano alinhado à missão, aos valores e à visão da empresa que demonstre como vamos fazer para preparar as pessoas aos desafios que virão no futuro. Nada mais do que um processo formado por um conjunto de diversas atividades, decomposto em passos distintos, que irá definir uma trajetória capaz de levá-lo de onde está, para onde quer chegar. Empresas que têm um plano de DEP mostram que possuem líderes com visão de futuro e um RH estratégico, que possibilita transformar o custo de desenvolvimento de pessoas em investimento, trazendo retorno para a organização, principalmente através do aumento do senso de pertencimento das pessoas, fazendo com que elas se sintam ainda mais importantes, e partam para se tornar melhores do que acham que podem ser. O fato hoje é que o DEP consiste em uma decisão que determina a sustentabilidade de uma organização, a sobrevivência a longo prazo, gerando uma capacidade de crescimento, renovação, sucessão, inovação e principalmente adaptação a mudanças. A sua falta pode criar uma escassez de pessoas preparadas no mercado, impedindo o crescimento inteliGENTE. Se a empresa não der a oportunidade de preparar as pessoas ou se as pessoas não tiverem iniciativa própria, nada mudará. Fato é que a segunda opção motiva as pessoas a procurem outros investidores, pois quem cuida da sua gente tem pessoas cuidando do seu negócio. Ah! O Plano de Desenvolvimento Estratégico também serve para a sua vida e não só para a sua empresa. Já pensou em montar o seu Planejamento Estratégico Pessoal?
economia
ENTENDENDO A
ECONOMIA
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Luiz Antonio Gentile Jr.
Economia é uma das palavras mais utilizadas no dia a dia dos países, empresas e pessoas. Lemos diariamente em jornais, revistas e ouvimos nas rádios e programas de notícias das principais emissoras, notícias sobre o desempenho da Economia Brasileira e de outros países, a inflação, as taxas de juros, o desempenho das vendas no comércio, o comportamento do câmbio e as oscilações do dólar. Como isso nos atinge? Pessoas comuns, profissionais liberais, empregados, empreendedores. Como podemos influenciar esta dinâmica de maneira a obter vantagens e evitar dificuldades? Primeiro devemos buscar entender alguns conceitos básicos desta matéria. A “Ciência Econômica” se insere na grade de conhecimento das chamadas “Ciências Sociais”, das quais ressaltamos a Sociologia, a Antropologia, a Demografia. Todas estas ciências buscam entender e intervir no tecido social formado pelas sociedades. Os fenômenos e comportamentos das pessoas em suas relações sociais são o centro do estudo destas matérias. A Economia nasceu para entender e intervir nas relações sociais entre os “agentes econômicos”, que são as famílias, as empresas e o governo, além de esclarecer como estes agentes econômicos agem, de que forma, o que os motiva e como eles aceleram ou desaceleram a dinâmica do sistema econômico. A economia surge para equacionar e propor soluções que mitiguem o eterno dilema da busca da satisfação das
ilimitadas necessidades dos agentes econômicos com a oferta de recursos limitados. O Estudo da Escassez desafia várias gerações de estudiosos do tema. Agora mesmo, nos primeiros anos do século 21, discute-se sobre a necessidade de se impor limites legais para a satisfação plena de TODAS AS NECESSIDADES HUMANAS, dado que as principais fontes de recurso estão se exaurindo rapidamente e o planeta sofre uma degradação ambiental de magnitude preocupante. Poderíamos dizer, então, que a Economia é a ciência da escassez e que o conhecimento gerado busca mitigar os efeitos negativos da escassez na vida das pessoas. Ora, o conceito da escassez nos leva a entender as seguintes questões básicas da Economia. (1) Como aproveitar ao máximo os recursos disponíveis? (2) Como efetuar uma distribuição justa destes recursos para o atendimento das necessidades humanas? Estas questões levaram à formulação de uma importante lei que rege a dinâmica dos sistemas econômicos – a lei da oferta e da procura. De um lado, agentes econômicos ofertando recursos e, de outro lado, agentes econômicos demandando (procurando) por estes mesmos recursos. O confronto entre estes agentes leva a impactos importantes na economia; pois se há oferta abundante e pouca de-
sentada pelo conceito de juros, que é o preço da moeda em função da dinâmica da oferta e procura por ela. Portanto, o sistema econômico de um país é composto por um conjunto de agentes econômicos que produzem riqueza. Esta riqueza produzida é em parte consumida e em parte poupada. Quando um país não consegue produzir riqueza suficiente para atender às suas necessidades de consumo, incorre em déficit, ou seja, prejuízo, que tem de ser coberto por riqueza alheia. Este fato conduz os países deficitários a acumularem dívidas junto a outros países ou instituições de fomento, tais como o FMI, o Banco Mundial, o Bird e outros. Da mesma forma, quando um país não consegue gerar sobras de riqueza e formar a poupança necessária ao investimento para produzir mais riquezas, busca a poupança externa e também acumula dívidas.
Luiz Antonio Gentile Junior é economista, pós-graduado pela EAESP-FGV. Atua há 35 anos como consultor executivo. Site: germinalconsultores.com.br E-mail: gentilejunior@uol.com.br
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manda por determinados recursos, o principal efeito que surge é a caída dos preços destes recursos (insumos); já ao contrário, quando a oferta é pouca e a demanda é grande, vemos os preços subirem. O conceito de preço está associado ao conceito de valor. O valor está ligado à satisfação das pessoas. Se as pessoas, ao consumirem um bem, sentirem-se satisfeitas, percebem o valor intrínseco que este bem possui e acham justo dispender determinada quantidade de recursos que elas possuem. Este conceito é muito importante para viabilizar as operações de troca e distribuição de recursos. Antigamente era comum o uso de “escambo” para viabilizar as trocas entre os agentes econômicos. O escambo é a troca de recursos por recursos, ou seja, o agente que demanda oferece um determinado recurso para o agente ofertante. Há muito tempo este sistema de trocas foi substituído pelo conceito da moeda, mas ainda hoje vemos muitas trocas intermediadas por escambo. Por exemplo, ainda é muito comum no interior do Brasil, no setor primário da economia – a agricultura, esta modalidade de troca, quando o agricultor troca uma quantidade “x” de sacas de milho, ou soja, ou qualquer outra “commoditie” agrícola por bens manufaturados. A moeda não deixa de ser uma mercadoria, por isso a dinâmica de oferta e demanda por esta mercadoria é repre-
PET no pet
Animal de estimação inteligente segue as tendências de seu dono responsável e usa coleiras Eton, feitas com plástico reciclado de garrafa PET. Seu formato ergonômico permite que se ajustem ao corpo do animalzinho e para limpá-las basta colocar na máquina de lavar.
SUSTENTÁVEL LEVEZA Se sua bike é uma companheira inseparável e o meio de transporte mais utilizado para ir ao trabalho, saiba que carregá-la pode se tornar ainda mais fácil. Feita de plástico reciclado, a bicicleta sustentável inventada pelo uruguaio Juan Muzzi é mais leve e resistente. Sua armação é produzida com garrafas PET, embalagens de xampu e peças de geladeira. Caso queira encomendar uma por R$ 3 mil (ou só a armação por R$ 250), entre no site www.muzzicycles.com.br.
REBOBINE E RECICLE
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Você ainda não viu este filme: bolsas produzidas com restos de fita VHS. Já que o videocassete foi aposentado, restou muito material que, nas mãos do designer Alexandre Heberte, torna-se arte e produtos belíssimos como passadeiras, tapetes e cachecóis. Para conhecer mais do trabalho do artesão, acesse www.peixesempeixes.blogspot.com
PINGAM OS MINUTOS Está no banho e quer saber as horas? Simples! Encha este relógio de água e o mostrador digital funcionará. Seu mecanismo é composto por eletrodos que produzem energia quando em contato com a água. À venda no site www.ecologicadesign.com.br
VISÃO ECOLÓGICA Que tal ver o mundo através de lentes sustentáveis? As dos óculos Mormaii Fenix são fabricadas com fibras de garrafa PET e o produto vem com um informativo produzido em papel reciclável, que ainda traz sementes de árvores e plantas ornamentais. Sustentabilidade que salta aos olhos.
BALANÇO ENERGÉTICO Sem dúvida você já ouviu falar em ócio criativo. Agora, em meio à necessidade de preservar o meio ambiente, este tipo de ócio tornou-se sustentável graças à Rocking Chair, cadeira de balanço que gera eletricidade enquanto você descansa. Com o movimento contínuo, a energia armazenada pode ser direcionada à lâmpada de LED presa à cadeira ou ainda carregar pequenos aparelhos como iPods. Agora é relaxar e descansar com a consciência (e a atmosfera) limpa.
MADEIRA NA CARTEIRA A carteira Wood, como o próprio nome diz, é feita com resíduos de madeira e está à venda no site www.greenvana.com. Todo o processo de produção do acessório é consciente, desde os corantes naturais e verniz à base de água até a mão de obra empregada, composta por ateliês de costura e cooperativas de comunidades carentes.
PEIXÁSTICO 23
Após aquele jantar suculento, você pega a bebida no seu copo feito com... escamas de peixe! Essa é a ideia do inglês Erik de Laurens, ao descobrir que materiais como o plástico podem ser produzidos a partir das escamas desses animais, quando submetidas a calor e alta pressão. Tal fato permitiria reaproveitar os milhões de toneladas de escamas que são descartados diariamente pela indústria de pescado. A ideia é ótima, mas falta patrocínio.
Todas as doenças são
CURÁVEIS? Denise Lovisaro
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N
a verdade não sei dizer se todas as doenças são curáveis nesta vida, mas acredito que todas são ocasionadas por algum desequilíbrio de nosso sistema. E o que ocasiona o desequilíbrio? Se o mundo é um reflexo de nosso interior, será preciso explorar e descobrir o que nos angustia e distancia da plenitude e do entusiasmo pelo simples fato de estarmos vivos, para identificar as possíveis causas de nossas doenças. Se pensarmos na vida como uma benção divina, sejam quais forem as circunstâncias em que nos encontramos, saberemos que se trata apenas de mais um estágio para se chegar ao próximo. A forma como encaramos os desafios demonstrará se estamos no início, meio ou final da jornada da evolução humana para atingir o nosso aspecto divino. Como as pessoas lidam com seus desequilíbrios? Para algumas a dor de cabeça isolada pode ser motivo de desespero e preocupação, e o estado emocional alterado afetará e potencializará os efeitos maléficos da dor. Paliativos, queixas e busca por culpados para justificar a dor serão mais importantes do que refletir sobre o que ocorreu ou sentiu antes de começar a sentir a dor. Esta falta de envolvimento e, por vezes, dificuldade para assumir a responsabilidade pela forma como estamos conduzindo nossa vida e cuidados que dispensamos para o nosso sistema integrado corpo mente espírito fará a diferença na maneira como lidamos, aceitamos e entendemos as causas de nossas doenças. Quando procuramos ajuda para aliviarmos as tensões, nos sentimos acolhidos e mais seguros por termos um profissional especializado nos orientando. Mas nenhum doutor, terapeuta , tratamento tradicional ou de ponta poderá ser capaz de mudar o que vai dentro de nós. O que você pensa influencia os seus sentimentos e estes as suas ações. Ninguém, a não sermos nós mesmos, pode controlar ou mudar a forma como pensamos. Imagine que seus pensamentos são o combustível que abastece a usina, a qual sustenta um sistema integrado, que é você. O que esta usina produz é o que irá nos manter vivos com mais ou menos qualidade. Se a usina produz raiva, medo, falsa alegria, ressentimentos, inveja, mágoas e frustrações, o sistema não poderá resistir e adoecerá. Mas
se a usina produzir alegria, gratidão, felicidade, aceitação, esperança e respeito, o seu sistema agradece e viverá melhor porque terá mais condições de enfrentar os desequilíbrios que são próprios da condição humana. Naturalmente, algumas doenças são congênitas e você pode estar se perguntando: quem as criou? Se como eu, você acreditar em várias vidas para um mesmo espírito ou alma, entenderá mais facilmente que você mesma as criou em outra dimensão e nesta terá como desafio superá-las para chegar mais perto da saúde, que é o propósito de todos nós. Se não acreditar, terá a explicação da medicina sobre má formação do feto e fatores hereditários que contribuíram para isso. Em qualquer das hipóteses, e aqui não vem ao caso posições existenciais, a responsabilidade pelo desequilíbrio continua sendo um ônus seu. E quem precisará aprender como lidar com a deficiência ou restrição será você. Alguns tratamentos ajudam a pessoa a se conectar com a sua realidade e a assumir a responsabilidade pelas mudanças que terá de fazer para se curar ou aprender a viver com a limitação de modo mais eficaz. Certa vez eu estava atendendo uma senhora no Hospital das Clínicas como voluntária e pedi a ela que visualizasse a sua cura e me descrevesse. Ela então me disse que sua cura era como se fosse um raio. E eu achei interessante e perguntei: você gosta de raios? Ela respondeu, “não, tenho muito medo de raios”. Então sugeri que ela pensasse na cura como algo que trouxesse uma sensação boa e ela me disse que via a cura era como se fosse uma pipa. Eu perguntei se ela gostava de pipa e ela disse que sim, porque lembrava a infância. Pedi que falasse mais sobre a pipa e ela me disse que estava muito longe e quase não podia vê-la. Pedi que fosse aproximando a pipa bem devagar até enxergar todas as cores e o desenho. Isto levou muito tempo porque ela precisou entender que havia um ganho com a doença. Nunca havia se sentido acolhida pela família, perdeu a mãe muito cedo e agora, quando ficava em crise, o irmão cuidava dela. A vida é o bem mais precioso que um ser humano pode ter e a mãe que está gerando um bebê precisa ter esta consciência para nutrir, desde o momento da concepção, o novo ser que se forma em seu ventre. Bebês,
Ilustração: Mixel Nogueira
superar males antes vistos como incuráveis ou fatais. Hoje é sabido e validado por instituições como Hospital das Clínicas de São Paulo o recurso da meditação para lidar com casos de pacientes com pressão alta, dor crônica, estresse, entre outros. E o mais importante é você acreditar que pode e merece ser curado. Que ser feliz, amado, respeitado e se sentir sadio ou aprender um jeito próprio de lidar com a limitação, sentindo-se bem do jeito que é, um direito seu. Denise Lovisaro é coach e consultora. Fundadora da Tempo Luminar Consultoria e Coaching. Site: www.tempoluminar.com.br
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quando se sentem acolhidos e amados, se sentirão mais fortes quando crescerem para lidar com as adversidades. A boa notícia é que quem é capaz de produzir uma doença será capaz de curá-la, desfazendo o que originou o mal. O nosso poder pessoal de interferir na realidade é muito maior do que supomos. Milagres acontecem? Quem não tem um caso extraordinário para contar que aconteceu consigo, na família ou com alguém próximo? Cuidar do corpo-mente-espírito é dever de todos nós e procurar ajuda, através de profissionais especializados, e tratamentos avançados é uma realidade. A medicina e as descobertas na área da saúde hoje mais integradas a cada dia, nos surpreendem com mais recursos. A pesquisa na área médica avança e traz novidades para o ser humano
moda, beleza e estilo
ESMALTE CAMALEÃO Depois da onda de esmaltes coloridos, a moda da vez são os com efeitos especiais. Há os com brilho furta-cor, 3D e até aromatizados, mas a grande novidade são aqueles que mudam de cor ao longo do dia, como os da marca Top Beauty. Ao entrar em contato com os raios UVB, os pigmentos tornam-se mais claros ou escuros.
JEANS HIDRATANTE
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Bom seria se todas as nossas roupas hidratassem a pele durante o uso. A Planet Girls tornou essa ideia possível ao criar a linha Hydra Jeans. As calças hidratam a pele por conterem moléculas que estimulam a formação de colágeno e elastina, tranquilizam as terminações nervosas e auxiliam na regeneração celular. Tudo isso aliado ao estilo e conforto que as peças proporcionam. Você veste a novidade e sua pele agradece.
LAVAGEM A SECO
CROCHÊ A TIRACOLO
Se você tem cabelos oleosos e sofre toda vez que, na correria do dia a dia, percebe os fios ficando ensebados, já pode contar com um importante aliado nessas horas. O xampu a seco Anytime Volume Refresher, John Frieda, absorve a oleosidade dos fios e dá volume, garantindo a aparência de madeixas limpas. Basta pressionar o spray. R$ 48.
Clássica e casual ao mesmo tempo, esta bolsa da marca Glorinha Paranaguá esbanja estilo e delicadeza em crochê. O tom laranja é a cara da moda verão brasileira. R$ 750.
UMA LUZ NO FIM DA BOLSA Toda mulher sabe como é difícil achar as coisas dentro da bolsa, principalmente à noite, quando não há iluminação suficiente. Para isso é que existe a lanterna de bolsa Lexon, da Dreux. Cabe nas menores bolsas e fornece iluminação necessária para que elas deixem de ser um buraco negro. R$ 49.
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PENDRIVE VIRTUAL Se o seu pendrive é o amigo inseparável de todas as horas, saiba que já pode aposentá-lo e usar o Dropbox. Como um HD virtual, o programa oferece capacidade de 2GB para armazenar arquivos e acessá-los de onde estiver, inclusive via web. O limite pode ser expandido com o pagamento de uma taxa ou se você convidar mais amigos para usar o programa. www.getdropbox.com
SALVE O BOLSO Para quem é louco por descontos, o site Save me (www.saveme.com.br) é um prato cheio para conseguir um abatimento no ingresso do show, da balada e pagar mais barato em diversos produtos. Ele agrega todos os clubes de descontos da rede, separados por cidade. Vai perder essa pechincha?
INFORMAÇÃO NA MEDIDA Na hora de sair, nada como um site prático no qual você encontre as informações que precisa, sem enrolação. O Resenha em Seis (www.resenhaem6.blogspot.com) é um blog com as informações que você procura sobre aquele restaurante, bar, CD, livro e programa de TV, tudo de forma resumida e objetiva, para não perder tempo.
QUEM PROCURA, ACHA Encontrar uma imagem que complemente o seu trabalho sem cair no lugar-comum de procurá-la em sites de busca conhecidos não é tarefa fácil. Por isso o FFFFound (www.ffffound.com) existe: lá você publica e encontra imagens diferentes e personalizadas, sem contar o networking que fará ao entrar em contato com designers e ilustradores.
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PRATO CHEIO DE SOLIDARIEDADE Já que não é possível combater a fome no mundo de um dia para o outro, faça sua parte nessa batalha: entre no We Feedback (www.wefeedback.org) e doe a quantia que gastaria em seu prato favorito. O programa faz uma relação de quantas crianças serão beneficiadas com a doação e é iniciativa da WFP, que apoia a ONU no combate à fome.
coaching
DESCOBRINDO SUA ESTRATÉGIA PESSOAL PARA METAS André Percia A-) Escolha três metas que foram primeiro desejadas e depois alcançadas com congruência (aqui, estamos trabalhando os recursos internos para planejar e construir metas).
B-) Marque três espaços no chão para representálas. Em cada um, reviva o processo que usou para construir aquela meta: o que viu, ouviu e sentiu desde a decisão até o alcance da mesma, no que dependeu exclusivamente de você?
C-) Considere as seguintes perguntas e faça anotações sobre como se sente, expressões e movimentos corporais, linguagem verbal e não verbal etc.
1 - Qual foi a sua motivação para conseguir a meta?
2 - Como você sabia quando estava conseguindo a meta?
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3 - O que você fez para conseguir a sua meta?
4 - Que capacidades pessoais você usou para conseguir a meta?
5 - O que você fez quando encontrou dificuldades?
D-) Vá para um espaço neutro (metaposição), e, olhando para os espaços demarcados no chão para cada uma das metas, avalie semelhanças importantes entre elas.
E -) Crie um quarto espaço mais à frente, o qual vai representar você no futuro, combinando já o que existe de melhor nas três metas, adaptando o que for necessário para uma nova meta desejada. Primeiro veja de fora como se fosse um filme, e vá ajeitando a imagem, o tamanho, as cores, o brilho, o som e tudo que pode impactar a qualquer pessoa assistindo, para que fique mais atraente e desejável, com você lá dentro vivendo plenamente em harmonia o alcance do seu objetivo e colhendo as consequências positivas. Quando gostar do que vê, ouve e sente, entre e experimente ver, ouvir e sentir esse resultado. Identifique no seu corpo onde – especificamente – sente o resultado de forma mais forte e intensa, qual é o movimento e a direção em que parte do corpo (sobe e desce? Gira? Vai de um ponto a outro ou fica num loop em alguma parte?). E amplie bastante. Faça um gesto singular, como apertar os dedos polegar e médio para ANCORAR esse estado de recursos. Após praticar por cerca de vinte e uma vezes essa técnica, nos momentos imediatamente anteriores aos processos para construir a nova meta, DISPARE A ÂNCORA, ou seja, faça o gesto, por exemplo, de apertar o polegar e o dedo médio, e você deverá experimentar os recursos necessários. André Percia é psicólogo clínico e hipnoterapeuta com formação internacional em Coaching. Site: www.youtube.com/Andrepercia E-mail: apercia@terra.com.br
NÃO É O FIM DO MUNDO!
Conheça as diferentes previsões que osastros dos negócios têm para este ano base para as próximas tomadas de decisão. Caso não queira colocar a mão na massa, tudo bem. Não há problema algum. Quem nunca gostou, quis saber ou fez apostas no que poderia acontecer em alguns dias, meses e anos? As páginas seguintes estão recheadas com as previsões nas seguintes áreas: Gestão de Pessoas, Investimentos, Empregos e Carreiras, Marketing, Recursos Humanos, Informática, Empreendedorismo, Educação, Sustentabilidade, Vendas e Liderança. Até James Hunter, escritor do bestseller “O monge o executivo”, está por aqui com suas perspectivas. Aproveite!
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Dilúvios e planetas em chamas com direção ������������������������������� à������������������������������ Terra estão nos planos de supersticiosos ao redor do planeta para este ano. Adepto de crendices, da futurologia, ou não, você poderá ver nos próximos meses um horizonte diferente. Antes mesmo das engrenagens esquentarem e do país começar a trabalhar para valer, dá para se planejar para o tempo que virá. Como? Algumas das respostas podem vir a partir da leitura dos materiais preparados pelos especialistas participantes desta edição especial. São palpites fundamentados e que poderão fazer a diferença no rumo deste 2012. A ideia é oferecer ao leitor a
RETENÇÃO DE TALENTOS: O DESAFIO NA GESTÃO DE PESSOAS PARA 2012 *por Dalmir Santana
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Durante todo o processo de adaptação do setor Pessoal para a transformação em setor de Recursos Humanos, as modificações organizacionais evidenciaram que não foram somente ações estruturais, mas também alcançaram escopos relacionados a mudanças culturais, motivacionais e comportamentais. Nessa direção o gerenciamento de processos, desenvolvimento de competências e o apoio constante no core business, tornaram-se palavras de evidência nos objetivos e resultados no RH. Somado a todas essas qualificações, o desafio na gestão de pessoas é constante e, para o ano de 2012 haverá um direcionamento especial para a retenção de talentos, com ênfase na visão estratégica da organização. Explorar mais o capital intelectual – A rotina pode ser prejudicial para quem almeja novas oportunidades de crescimento na empresa. Algumas pessoas são capazes de produzir e desempenhar muito além do esperado, porém não conquistam resultados coerentes, esbarrando em condutas e normas que a empresa impõe. Conquiste melhor retenção de talentos no ano de 2012, acreditando e valorizando mais o capital intelectual. Realize a prática de incentivo para novas ideias operacionais, invista em estudos, treinamentos e feedback sobre o desempenho de sua equipe. Como as pessoas constituem uma importante vantagem competitiva, as empresas precisam investir nelas, desenvolvê-las e ceder-lhes espaço para expressarem seus talentos.
Pontuar o planejamento com ações práticas – Identificar o foco da insatisfação, que faz com que a competitividade e os objetivos individuais prejudiquem o desempenho e o clima organizacional, serão ações práticas dos profissionais de RH para o ano de 2012. Não adianta adotar medidas para reduzir o turnover e o absenteísmo nos três meses finais do ano. O planejamento estratégico deverá ser pontuado, com o compromisso de estar atento às diversidades, destacando que ter pessoas não significa necessariamente dispor de talentos. Um talento é sempre um tipo especial de pessoa presente na empresa. Para ser talento é preciso dispor de algum diferencial competitivo envolvendo quatro aspectos: conhecimento (saber), habilidade (saber fazer), julgamento (saber analisar) e atitude (saber fazer acontecer). A retenção de talentos será indispensável para o sucesso das organizações no ano de 2012, pois as empresas dos mais diversos segmentos e as equipes de trabalho sofrem um processo contínuo e dinâmico de entropia negativa, para manter sua integridade e sobrevivência. Elabore e aplique uma pesquisa de clima e com os resultados obtidos, implemente mudanças que melhorem as condições de trabalho. Na antiguidade, talento era o nome dado a uma moeda valiosa. Em 2012 será essencial atrair, desenvolver, recompensar e realizar a retenção de talentos, considerando ser um ativo precioso para as organizações. Vamos tentar? *Palestrante comportamental, mestrando em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão de Pessoas, bacharel em Comunicação Social e mágico profissional. Autor do livro “Menos pode ser Mais” e do DVD com o tema “Comprometimento como fator de Diferenciação”.
Dicas para fazer 2012 render financeiramente *por Reinaldo Domingos Para ter dinheiro no bolso e se preparar para realizar os objetivos definidos para 2012, planejamento financeiro ainda é mais garantido do que simpatia. O educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, preparou orientações aos brasileiros que querem passar longe da onda de endividamento. São orientações para quem quer quitar dívidas, presentear, curtir as festas e férias sem comprometer os recursos para as despesas típicas do início do ano – IPVA, IPTU, matrícula e material escolar - e ainda poupar. Para não extrapolar as despesas e garantir recursos para 2012 • Evitar compras por impulso: os consumidores devem se fazer algumas perguntas antes de comprar - Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que acontecerá? Tenho dinheiro para comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas? O acúmulo de parcelas coloca em risco a realização dos sonhos que foram priorizados com a família?
• Planejamento financeiro de 2012: é fundamental evitar parcelamentos das compras de final do ano. Na empolgação do consumismo típico da época, se esquece de que os rendimentos extras, também típicos do período, não persistirão pelo ano seguinte. Porém, se o parcelamento for inevitável, faça uma planilha em que o valor já comprometido esteja previsto nos meses correspondentes. Sem esse controle, é certo o acúmulo de dívidas e o risco da inadimplência. É assim que se inicia o ciclo de endividamento que afasta a realização daquilo que realmente traz satisfação e agrega valor à vida das pessoas. Por isso, reúna-se com a família para definir os desejos de curto (um ano), médio (até cinco anos) e longo (mais de 10 anos) prazos ou aqueles que pretende realizar em 2012 e incorpore o valor mensal necessário para a realização dos mesmos no orçamento mensal do próximo ano. Subtraia o valor desses sonhos da receita. O saldo restante é o orçamento para as demais despesas mensais. Para economizar e poupar sempre • Pesquisar preço e comprar à vista: tudo o que se compra em prestações paga-se mais caro. Já quem pesquisa o melhor preço paga menos e aumenta a chance de comprar à vista e obter desconto. • Pedir desconto: se um produto custa mil reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente à vista custará de 10% a 20% menos.
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• Planejamento: liste os ganhos do período (renda e ganhos extras como 13º, bonificações e férias). Liste todas as despesas – fixas e variáveis. Avalie sua situação financeira. Há margem para novos gastos? Há pendências financeiras? Faça um esforço para identificar excessos, que geralmente representam 30% das despesas das famílias brasileiras. Avalie quanto poderá reservar para comprar presentes, artigos das festas de fim de ano, preferencialmente à vista. Evite a todo custo entrar no limite do cheque especial e pa-
gar a parcela mínima do cartão de crédito. Reserve parte do décimo terceiro para as despesas do início do ano como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar. Cuidado ao parcelar viagens. Pense: será que vale a pena passar dificuldades o ano todo por alguns dias de diversão? Será que uma viagem mais barata e dentro do orçamento não trará satisfação?
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• Reter 10% dos rendimentos: para começar a construir a independência financeira, deve-se guardar 10% do que se ganha. Com o tempo, pode-se partir para um plano de previdência privada para complementar o INSS. Para ficar livre das dívidas Qualquer que seja a dívida, o consumidor deve investigar o que está levando ele a gastar mais do que ganha, somando dívidas que não consegue pagar e que roubam recursos que deveriam ser destinados para a realização de sonhos. Fazer acordos para pagamentos de dívidas sem antes saber qual é a real capacidade de pagamento, sem cortar excessos, sem ajustar o orçamento ao verdadeiro padrão de vida é um grande risco, além de uma medida paliativa que apenas adia a solução da causa do problema. Abaixo, algumas medidas para ajudar a quitar dívidas e reequilibrar as finanças. • Cheque especial – é uma das mais altas taxas de juros praticadas no mundo. Procure o gerente da conta e proponha imediato cancelamento dessa linha de crédito, mesmo que esteja utilizando. Proponha a troca por uma linha de crédito que não ultrapasse 3% de juros mensais. Caso esteja pagando 100 reais de juros ao mês, proponha um parcelamento do mesmo valor, com prazo alongado. Isto fará com que não tenha mais que pagar juros mensais de 10% - o que faz sua dívida dobrar a cada sete meses. Caso o gerente não aceite, o melhor a fazer é poupar para uma futura negociação. • Cartão de crédito – busque negociação com operadora do cartão ou banco. Proponha um parcelamento com juros que não ultrapassem 3% ao mês, e no qual estas prestações caibam no orçamento financeiro mensal. Caso a operadora ou banco não aceitem, não faça acordos que não conseguirá cumprir. Mesmo que o nome seja negativado, guarde dinheiro mensalmente para uma futura negociação. Outra estratégia é buscar crédito com taxas mais baixas como, por exemplo, o crédito consignado. Mas atenção: não resolve trocar um
credor por outro, é preciso resolver e atacar a verdadeira causa do desequilíbrio financeiro. • Financiamento de casa – Para a maioria dos brasileiros, a compra da casa própria é um sonho que só é possível realizar adquirindo uma dívida – o financiamento imobiliário. Em boa parte dos casos, o que impede o pagamento das prestações da casa são os gastos supérfluos. Se está difícil pagar as prestações, o melhor a fazer, além de cortar excessos de gastos, é procurar a financiadora e propor um alongamento da dívida, adequando a prestação à real capacidade de pagamento. Caso não consiga a renegociação, estude a possibilidade de trocar esse imóvel por um de preço inferior. • Carro - um veículo não é investimento e, sim, um bem de consumo. A prestação em si nem sempre é o motivo da dificuldade de custear esse bem - embora ao final do financiamento a pessoa tenha pagado por dois veículos e levado apenas um. O verdadeiro problema está na manutenção do veículo, cujo custo mensal equivale, em média, a 3% do valor do carro. A manutenção de um veículo de 20 mil reais, por exemplo, tem um custo de aproximadamente 600 reais mensais - gasolina, seguro, licenciamento, IPVA, entre outros. Portanto, é importante analisar o custo-benefício da compra do veículo. Se tê-lo é uma necessidade e está difícil pagar é melhor rever o orçamento e tentar renegociar o prazo da dívida com prestações que realmente caibam no bolso, considerando todas as demais despesas já assumidas. Se a renegociação também não for possível, o melhor é buscar um advogado e providenciar a devolução do veículo. *Educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e Editora DSOP, autor dos livros Terapia Financeira, Livre-se das Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país.
Perspectivas para o trabalho em 2.012 *por José Augusto Minarelli
*Presidente da Lens & Minarelli Associados, conselheiro de carreira especializado em outplacement de executivos.
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Fazer previsões de cenário econômico é parecido com fazer previsão do tempo. Quase sempre haverá imprevistos que explicarão porque não ocorreu o “sol ou a chuva” prognosticado para a economia de um país. Os dados da diminuição do crescimento do PIB nos últimos tempos projetam um crescimento menor em 2012. Se isso ocorrer a consequência será menos consumo, mais inadimplência, menor produção, maior concorrência, redução de gastos e de investimentos. Além dos problemas internos, provavelmente, sentiremos alguns dos efeitos da crise europeia e americana, visto que boa parte das grandes empresas é de capital estrangeiro e está sujeita às flutuações do mercado internacional. Os pessimistas e os muito cautelosos acenam com uma redução expressiva do ritmo da economia. Já os otimistas e dirigentes públicos, estes por dever de oficio, dizem que escaparemos ilesos de mais esta crise. De fato, o mercado brasileiro ainda é grande e sedento por bens e serviços. As classes emergentes continuarão aspirando pelo crescimento das oportunidades de trabalho, da renda e de consumo. E isso manterá a demanda interna ampliando mais um pouco o mercado brasileiro. Acredito que ficaremos no meio termo, nem tão bem, nem tão mal. A crise exterior vai nos afetar um pouco, mas seguiremos em frente com crescimento moderado beneficiado pela continuada ascensão das classes menos favorecidas. Há muita demanda reprimida dos novos consumidores. Os novos e os tradicionais consumidores continuarão a desejar mais e melhores serviços e produtos, mas não estarão dispostos a pagar mais por isso. A consequência desse fenômeno para as organizações e para os trabalhadores será sentida pela
necessidade de controlar os custos, aumentar a produtividade e manter a qualidade em alta. Isso afetará as pessoas que trabalham. Elas terão que trabalhar mais, melhor, mais rápido e com menos recursos para produzir produtos e serviços competitivos. A vida de quem estiver trabalhando em 2012 continuará tão estressante quanto tem sido até agora. E a cada trimestre a avaliação será feita e quem não estiver correspondendo correrá o risco de perder o seu posto de trabalho. Como conselheiro de carreira, não sou a pessoa mais adequada para fazer prognósticos econômicos, mas posso dar alguns conselhos para quem deseja cuidar de sua carreira para ter trabalho e renda em 2012. Esses conselhos servem, também, para quem deseja ingressar no mercado de trabalho. Primeiro: produzir os resultados esperados pelo seu empregador. Cada vez mais os profissionais serão avaliados e mantidos ou não pela capacidade de entrega de resultados. A expectativa dos empregadores é que seus empregados produzam mais, melhor e com menos recursos. Segundo: cuidar da atualização de sua capacidade profissional. A manutenção e a melhoria da condição de ser contratável passa por atualização constante e esforço de inovação. Terceiro: como ninguém está livre de ser demitido, seguem dois conselhos para enfrentar possíveis transições: reforçar a reserva financeira e cuidar bem de sua rede de relacionamentos, fazendo networking quando não precisa para ter créditos quando precisar. Quarto: preocupar-se mais com o desenvolvimento de suas competências e com a administração de sua carreira e menos com as “previsões do tempo” da economia, afinal, você não tem controle sobre ela, mas sobre a sua empregabilidade você tem.
A tendência do marketing é ser cada vez mais humano
O relacionamento entre marca e consumidor não é mais um diferencial. É obrigatório
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*por Marcos Henrique Bedendo É difícil discutir tendências de marketing atualmente sem falar dos meios digitais. Mas muitas vezes nos esquecemos de que havia relacionamento entre pessoas antes das redes sociais. E as pessoas já opinavam sobre marcas e produtos antes delas poderem “xingar muito no twitter”. Desta maneira, vou tentar abordar aquilo que faz parte dos princípios da marca, mais do que discorrer sobre novas técnicas de comunicação. Há dois pontos que considero essenciais para a gestão contemporânea de marcas e são também essenciais para o sucesso das estratégias de marketing: o papel social que a marcas desempenham e a abertura do diálogo com os consumidores. Marcas sempre desempenharam papéis. No entanto, estes papéis têm se sofisticado com o passar do tempo, e isso muda a maneira como eles devem ser gerenciados. Uma marca bem gerenciada deve desenvolver uma personalidade forte o suficiente para identificarmos com facilidade a qual grupo ela é direcionada. Se a marca obtiver tal distinção, pode passar a pertencer a este grupo e, mais do que isso, ser defendida por ele. Do mesmo modo do “diga-me com quem andas e te direi quem és”, veja quem te curte nas redes sociais e descubra a qual público sua marca faz parte. Uma vez identificado este grupo, chega o momento de abrir o diálogo com o consumidor. Este é ou-
tro ponto que parece simples, mas demanda dos profissionais de marketing um desprendimento de suas próprias opiniões sobre a marca. Dividir a gestão da marca é muito mais profundo do que pedir para o consumidor escolher o novo sabor do produto ou participar na nova propaganda da marca. É entender que a partir do momento em que a marca faz parte daquele grupo, ela tem que acompanhar suas mudanças, participar do seu dia a dia e aceitar as suas reivindicações para continuar pertencendo. Um tipo de relacionamento bastante humano. Uma campanha que aborda isso de maneira interessante é a do lançamento do novo aparelho de celular Samsung Galaxy no mercado americano – vale a pena conferir no Youtube. Para tentar suplantar a dominância da Apple no mercado, a Samsung faz piada com os “applemaníacos”, mostrando-os como tão apaixonados a ponto de perderem o bom senso, serem pretensiosos quanto à sua criatividade e ignorarem as falhas da companhia. Depois, ela caracteriza quem seria o seu consumidor: uma pessoa centrada, conectada, e conhecedora de tecnologia a ponto de tirar o melhor proveito dela. Ao escolher o seu consumidor e fazer piada com os consumidores de outras marcas, a Samsung dá um passo audacioso e muitas vezes sem volta. Mas no atual contexto de marketing, não escolher a qual turma você pertence me parece um risco muito maior.
* Professor de Gestão de Marcas da ESPM, mestre em administração pela FGV. Desenvolveu e lançou mais de 100 produtos em mercados, como higiene pessoal, alimentos e eletrodomésticos.
Tendências em Recursos Humanos/2012: *por Prof. Edson Schrot O atual cenário econômico mundial e suas consequências, aliado aos problemas de escassez de mão de obra qualificada e à dificuldade de se reter talentos que migram velozmente para a concorrência, fazendo empresas perderem vantagem competitiva, são duas questões na área de Recursos Humanos que se mostram como fundamentais no ano de 2012: 1. A gestão de Recursos Humanos em nossa organização é estratégica? Em outras palavras, conseguimos integrar os processos e atividades de RH às orientações estratégicas definidas, transformando o capital humano em vantagem competitiva? 2. Nossa organização atua em um modelo de gestão de sistemas abertos? Traduzindo, em nossos valores centrais estão presentes a inovação, a flexibilidade de mudança e a capacidade de manter uma base de poder adequada perante todos os interessados?
Aprofundando-se na primeira pergunta, encontramos empresas em três estágios: 1) as que ainda trabalham Recursos Humanos sob a ótica de departamento pessoal – DP (grande maioria), com foco apenas nas transações, procedimentos e processos; 2) algumas outras que timidamente trabalham além do DP, promovendo ações que busquem envolvimento,
*Coordenador da pós-graduação de Gestão Estratégica de Pessoas do Centro Universitário Senac.
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Em nosso país, infelizmente, são poucas as empresas que implementam programas e intervenções capazes de solucionar estas duas questões. Entretanto, percebe-se um movimento claro para que esses assuntos entrem em pauta e sejam tratados de forma responsável pelos gestores de RH e líderes empresariais.
motivação, estabilidade do quadro funcional, assistência ao funcionário e fidelidade do colaborador; 3) as mais raras, cuja estimativa está em torno de mil a três mil empresas no Brasil, que trabalham recursos humanos na ótica da gestão estratégica de pessoas. Neste grupo seleto de empresas (que trabalham gestão estratégica de pessoas), é comum encontrarmos ferramentas como gestão por competências, avaliação de desempenho, remuneração estratégica (variável), plano de treinamento e desenvolvimento mensurável e, principalmente, entregas definidas e exigidas de acordo com a relevância que apresentam ao negócio, servindo como pilar para o desenvolvimento de pessoas em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes. É fundamental que as organizações sejam capazes de atrair e desenvolver profissionais inovadores e flexíveis às mudanças, em virtude do ciclo de vida reduzido dos produtos e da semelhança dos processos de produção existentes entre os concorrentes. No século 21, e principalmente em 2012, as empresas precisam modificar modelos de gestão antigos baseados unicamente em controle, padronização, procedimentos rígidos e burocráticos (sistemas de metas racionais e processos internos). As empresas precisam disponibilizar oportunidades e tempo para que os seus colaboradores pensem sobre o futuro e proponham novidades, não só executando as atribuições prescritas em uma descrição de cargos desatualizada. Para tanto, nos parece que é necessário investir para entender que inovação só acontece através de profissionais capacitados que conseguem ser flexíveis para se adaptarem e proporem novidades. Assim, não restam dúvidas, de que direcionar esforços para implantação destes dois temas - gestão estratégica de pessoas (efetivo) e modelos de sistemas abertos - é o que poderá fazer a diferença em 2012.
Em informática...
O QUE VEM POR AÍ... *por Rogers Neves Enquanto as previsões maias afirmam que no dia 22/12/2012 um raio proveniente do centro da galáxia atingirá o Sol, causando explosões que iniciarão a transformação do planeta Terra, focaremos aqui algo mais palpável, torcendo para que a afirmação acima não seja verdadeira. Afinal, o que podemos esperar de tecnologia para o ano de 2012? Em 1966, a série Jornada nas Estrelas já trazia previsões futurísticas, das quais apenas o teletransporte ainda não teve sua criação fisicamente possível. Portas automáticas, raios laser e o alcance do espaço já foram concebidos pela tecnologia. Hoje temos um altíssimo padrão tecnológico que possibilita, até mesmo, satirizar a frase que Bill Gates proferiu em 1981: “640K de memória devem ser suficientes para qualquer um.”
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E, para quem pensa que não há nada mais para se criar, vamos citar abaixo três projetos interessantes que devem estar acessíveis a nós, pobres mortais, até o fim de 2012. TRADUTORES SIMULTÂNEOS Talvez seja a Google a empresa mais aplicada nessa tecnologia. A ideia é fazer a tradução simultânea de idiomas em seu celular, possibilitando conversas entre pessoas do mundo inteiro, cada um falando sua língua nativa, que é imediatamente traduzida para a língua do receptor. As crianças nunca mais saberão o que foi a Torre de Babel.
INTERNET 3D O conceito de Internet 3D não está longe de ser consolidado, dependendo somente dos recursos de hardware, pois para um navegador interpretar e gerar imagens 3D, é necessária uma quantidade enorme de memória em seu computador. Mas parcerias como Intel + Microsoft já trabalham nisso, a fim de tornar realidade. O mundo tridimensional é muito mais atrativo às pessoas e, como ideia exemplo, a Internet 3D trará a possibilidade de você caminhar por uma cidade e entrar em bancas de jornais, lojas, cinemas, realizar compras e pagar com seu cartão de crédito. Tudo online! DISPOSITIVOS MÓVEIS INTELIGENTES Os celulares, que foram criados para comunicação, hoje já contam com jogos, câmeras fotográficas, GPS, dentre tantos outros recursos. Mas ainda vem mais por aí. Novas tecnologias permitirão até mesmo identificar o local onde se está, utilizando a câmera do aparelho, que buscará informações sobre o que ele “vê” ao seu redor e lhe mostrará na tela. George Pohle, vice-presidente de consultoria corporativa da IBM, já prevê problemas com privacidade neste modelo. Por fim, resta-nos esperar que a invasão da Terra por OVNI´s que viriam com a finalidade de evitar nossa autodestruição, conforme pregam os monges tibetanos, não ocorra, para que possamos usufruir dessas próximas brincadeiras tecnológicas.
*Graduado em Sistemas de Informação pela Sociedade Paranaense de Ensino e Informática (SPEI) e proprietário da empresa Sistemaster de Curitiba/PR.
Empreendedorismo: tendências em 2012 *por Ômar Souki
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Prever tendências é como dirigir um carro olhando pelo retrovisor. Os dados estão no presente e no passado, mas nosso foco é o futuro. O que nos anima é saber que o passado recente tende a se repetir no curto prazo. Por isso, é importante analisar o que está acontecendo agora e o que já passou para se ter uma ideia do que irá acontecer em 2012. Devido aos preparativos para a Copa do Mundo de futebol de 2014, investimentos na construção civil devem crescer bem acima da média dos últimos anos. Essa tendência irá aquecer os outros setores da economia, pois aumentando o número de empregos, irá possibilitar maior consumo em diversas áreas, tais como alimentação, moradia, vestuário e todo tipo de bens duráveis. Essa expectativa otimista se reflete nos dados de uma pesquisa da Serasa Experian realizada com 1020 empresários de todos os setores econômicos em todo o território nacional. A porcentagem de empresários que vão rever para cima sua previsão de faturamento para 2012 passou de 79% no terceiro trimestre deste ano para 82% no quarto trimestre. O comércio em geral está mais otimista com a expectativa de melhora chegando a 88% dos comerciantes entrevistados. Pequenas empresas em diversos setores são as mais otimistas, com 83% dos entrevistados revendo para cima a previsão de faturamento em 2012. Com a redução da taxa Selic, o governo sinalizou para os empreendedores que irá se empenhar para preservar o crescimento econômico. Isso indica que o gover-
no acredita na força do mercado interno para se proteger dos possíveis impactos negativos de uma crise global. Há otimismo com relação à compra de equipamentos, obras de ampliação, aquisições e modernização dos empreendimentos. Vinte e nove por cento dos entrevistados pretendem ampliar os investimentos , 57% vão mantê-los conforme planejado, 5% vão promover cortes e 9% vão adiar os investimentos. Para 45% dos entrevistados nas instituições financeiras, a oferta de crédito para empresas aumentará no último trimestre desde ano. Eu acredito que essa tendência deve continuar em 2012. Para 46% dos entrevistados a oferta de crédito deve permanecer igual e para 9% será reduzida. O otimismo está também presente nas famílias. De acordo com o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), o Brasil vai melhorar em 2012. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), 58,9% das famílias entrevistadas acreditam em melhores momentos para o país em 2012. Pesquisa realizada pela CEPLAN, Consultoria e Planejamento, de Recife, mostra que dois estados do nordeste apresentaram crescimento superior ao do Produto Interno Bruto (PIB): Pernambuco com 5,7% e Ceará com 4,4%. No Brasil o crescimento foi de 3,6%. Isso indica que o crescimento em 2012 não ficará restrito ao Sul e ao Sudeste, mas irá se estender a outras regiões. Pode também estar mostrando que haverá um aumento do turismo no nordeste brasileiro. Dados da pesquisa do CEPLAN mostram que o investimento estrangeiro deverá crescer, apesar da crise internacional. No ano de 2011 o Investimento Estrangeiro Direto (IED) continuou crescendo e somou (janeiro-setembro 2011) 50,4 bilhões de reais. Além disso, estudos do FMI projetam um decréscimo da dívida
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brasileira, que deverá ficar em 33,2% do PIB nos próximos cinco anos. A balança comercial deste ano registrou um superávit de 29 bilhões de reais. Se alguém ainda não encontrou seu nicho de mercado, eu gostaria de sugerir que investisse em produtos e serviços para os idosos. Uma das tendências mais notáveis no Brasil contemporâneo é a do envelhecimento da população. O país conta atualmente com 11% de idosos (pessoas com mais de 60 anos) na população. Esse é um nicho de aproximadamente 20 milhões de consumidores com um estilo de vida característico. As empresas já estabelecidas podem pensar em algum tipo de serviço que seja atrativo para essa faixa etária. E os que desejam investir em algo novo podem criar empreendimentos voltados para as necessidades específicas dessa faixa da população. À medida que amadurecem, as pessoas tendem a se preocupar mais com a sua qualidade de vida e com a saúde física e mental. Pessoas que quando mais jovens não tinham muita paciência para exercícios físicos e retiros espirituais, ao se aproximarem da idade madura, costumam mudar de opinião. Com o passar do tempo, sentimos a necessidade de investir mais em nosso crescimento pessoal. Idosos que se mantêm ativos costumam viajar mais e ler mais, principalmente livros direcionados ao autodesenvolvimento da mente e do espírito. Essa é a minha sugestão de investimento. É um segmento de mercado que deverá continuar crescendo dentro de um contexto geral de fortalecimento do mercado consumidor.
Os dados mostram um Brasil otimista. Durante vários anos de minha vida vi um país que parecia não ter jeito. Era uma nação que, além de pobre, se endividava cada vez mais. A inflação, durante a maior parte de minha vida, era galopante. E para piorar a situação, o Brasil apresentava um triste quadro de concentração de renda acirrada, onde a distância entre ricos e pobres era cada vez maior. Vivi minha infância em um Brasil incerto, mas mesmo assim meu pai conseguiu prosperar devido à sua forte veia empreendedora. Começou com uma loja de atacado, depois abriu duas de móveis, construiu um hotel e um cinema. Ele soube prosperar em tempos difíceis. Era uma pessoa equilibrada e fazia questão de controlar as nossas despesas pessoais. Gastava apenas o necessário e trabalhava muito. Quase tudo que ganhava reinvestia nos seus empreendimentos. Foi assim que, mesmo vivendo em um país que crescia pouco, ele obteve sucesso nos negócios e na vida. Portanto, posso concluir que, se é possível ser bem-sucedido em um país em crise, melhores ainda serão as oportunidades para os empreendedores em 2012. Neste ano, daremos as boas vindas a um tempo que promete crescimento e prosperidade para os brasileiros. * É Ph.D. em comunicação pela Ohio University, nos Estados Unidos, e autor de 25 livros.
GESTÃO EDUCACIONAL: O DESAFIO DE GERMINAR AS POTENCIALIDADES HUMANAS *por Rúbia Carla Santi O conhecimento sempre existiu em todos os estágios das gerações humanas. Noé, em sua época, compartilhou a experiência da gestão competente, usando da sabedoria para aperfeiçoar aquilo que estava no seu entorno, analisando as peculiaridades de cada situação e fomentando possíveis soluções para os devidos problemas expostos. Poderia ser esse o papel da gestão educacional? O educador reflete essas questões em sala de aula? A metodologia praticada nos planos de ensino retrata esse cenário?
Nesses pressupostos, tem-se uma diversidade de questões, respeitando todas as transformações que acontecem diariamente. Em razão das sucessivas interações existentes em sala de aula, da facilidade da difusão da informação e do desejo de preservar o conceito educacional, uma das características prioritárias para o ano de 2012 será incutir na ca-
De maneira fundamental, torna-se necessário preparar o aluno para o mundo do trabalho, bem como para a vida. Inúmeros educadores, nas últimas décadas, buscaram refletir sobre essa contextualização de “educar para a vida”. Mas é preciso ir além. Colocar em ação o compromisso de “educar para o conceito de felicidade nesse projeto de vida”. Conceito amplo, porém algo que pode ser completamente alcançado pelos ensinadores e não apenas educadores, pois as perguntas “quem sou?”, “de onde venho?” e “para onde vou?” devem sempre estar presentes nas discussões pedagógicas. Enquanto ensinadores, há motivação necessária para transmitir a mensagem apropriada aos educandos? Significamos profissionais criativos na transmissão de conteúdos? Somos empreendedores no ato de ensinar? Educadores nos parâmetros analisados não podem ser meros mentores. Com base na minha participação em inúmeros estudos e iniciativas a respeito do desafio de germinar as potencialidades humanas na gestão educacional, não podemos considerar o professor como uma autoridade, mas sim, a autoridade deve ser o argumento do professor. Compete dessa maneira o compromisso de desafiar o aluno a pensar além da sala de aula e faz-se necessário preparar os educandos para o contexto global. Vamos tentar?
*Coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis das Faculdades Secal. Mestre em Educação. Especialista em Administração Gerencial e Metodologia do Ensino Superior.
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A prática docente precisa germinar as potencialidades das pessoas, combinando os meios mais eficientes possíveis. É necessário estimular educadores a romper uma zona de conforto e sair da esfera de comodismo em praticar uma ineficaz educação reprodutiva. É preciso refletir sobre um fazer pedagógico participativo, por meio de ferramentas (técnicas) de ensino, pontuando a capacidade de superação do indivíduo, o empreendedorismo, os avanços da tecnologia e a expansão do conhecimento. Independentemente do seu campo de formação, será preciso inserir no plano de ensino, os conteúdos de forma interligada, para que estes adquiram relevância, significado e aplicabilidade.
pacitação do aluno a percepção da habilidade de síntese, perante a quantidade de informações que o educando recebe. Será preciso considerar que o mundo está em transformação nas questões de sustentabilidade, tecnologia, empreendedorismo e valores humanos.
A EDUCAÇÃO E O FUTURO
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*por Ozires Silva Há quarenta anos a Coreia do Sul era catalogada como uma nação pobre. Sobreviveu a uma severa guerra civil que quase destroçou o País e perdeu muitos de seus habitantes numa luta, vencida pelo bom-senso e pelo progresso. Na atualidade, o país mostra um PIB per capita quase três vezes superior ao brasileiro e seus produtos são conhecidos, distribuídos e vendidos em todo o mundo. No hoje chamado “Milagre Coreano” é impressionante notar o impulso dado para uma ampla presença de marcas coreanas de qualidade no cotidiano das pessoas. Não somente no Brasil, mas nas grandes cidades do mundo. E isso não aconteceu por acaso. Na Coreia, um sério e prioritário programa educacional ganhou prioridade e ênfase, visando à redução do analfabetismo de 70% para 20% a partir dos meados da década dos 70. Logo em seguida aumentou de forma dramática a quantidade de alunos matriculados no ensino médio, enquanto o número de graduados universitários expandiu-se significativamente. Tudo isso realizado sob o apoio e a real cooperação da classe política, dos setores empresariais e da população. No Brasil, no mesmo período, observou-se a progressiva queda da qualidade do ensino fundamental, mantido basicamente pelos poderes públicos, apesar das prioridades colocadas pela Constituição de 1988. Os resultados certamente mostraram e mostram um quadro de causa e efeito tristemente desencorajadores, com predominância da pobreza e da falta de qualificação de milhões de chefes de família. Para concorrer em pé de igualdade com as potências mundiais e com o que aconteceu com a Coreia do Sul, nosso país deveria se lançar sobre um amplo e superior programa educacional, como têm procedido os países emergentes de sucesso, nisso se incluindo a China. Levantamentos feitos pelo especialista em análise de dados educacionais, Er-
nesto Faria em 2008, a partir de relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE, concluíram que o Brasil ocupa o último lugar em um grupo de 36 países, ao avaliar o percentual de graduados na população, entre os países da OCDE, cuja média (28%) é mais do que o dobro da brasileira. O Chile, por exemplo, mostra 24% e a Rússia 54%. Na atualidade, o Brasil integra um conjunto de expectativas mundiais sobre seu possível desenvolvimento e crescimento. Essa crença internacional é importante para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. No entanto, o que se tem de diagnóstico é preocupante e indica que o nosso país já estaria embutido num APAGÃO DE TALENTOS, significando que temos demandas para especialistas que não estão sendo encontrados no mercado de trabalho nacional. Já são várias as empresas que estão tentando satisfazer suas necessidades de recursos humanos específicos e estão realizando recrutamentos no exterior. Temos de reconhecer que tais soluções não podem ser consideradas como definitivas. Podem cobrir condições emergenciais e não dariam aos empregadores a certeza essencial para projetos de longo prazo. Este, sem dúvida, é um elemento a mais que está demandando diagnósticos e ações corretivas da sociedade brasileira, nisso incluindo governo e instituições privadas de um modo geral. É geral a percepção de que nosso país possa estar num período de confiança, com base nas possibilidades de investimentos significativos, tendo como resultado adicional uma tranquilidade para horizontes de crescente empregabilidade. Nossa infraestrutura humana, capaz e competente, precisará existir para que tais previsões para o futuro transformem-se em realidade. Não se pode imaginar que empresas internacionais ou nacionais que projetam incrementos de atividade operacional possam ter de enfrentar escassez na oferta de especialistas essenciais para o sucesso dos seus negócios. E, do mesmo modo, é fundamental trabalhar para que esses promissores horizontes de pro-
gresso possam acontecer. Em Recursos Humanos, como sabemos, quaisquer medidas corretivas não produzem resultados em curto prazo. Com muita urgência o Brasil precisa de um PLANO DE ACELERAÇÃO DA EDUCAÇÃO, ou seja, de um novo PAC que transforme cada brasileiro num vencedor, na real competição global da atualidade. Para tanto, a participação de cada um, individual ou coletivamente, é imperativa. Não
podemos permitir que nossos conterrâneos e descendentes tenham de crescer sob o risco de viver num país mais pobre do que o de hoje.
Sustentabilidade em 2012: da teoria à ação com profissionalismo e conexão
O aumento de vagas na área leva à necessidade do fortalecimento e ao entendimento profundo do que sustentabilidade significa e como pode ser aplicada corretamente. As discussões da Rio+20 podem ser um momento essencial para esse entendimento e para a elaboração de ações condizentes com a teoria. É importante que os profissionais de sustentabilidade saibam colocar os conceitos em prática. O diferencial dessa década será a influência desse profissional nas decisões das instituições para que não só a parte econômica seja levada em consideração. Precisamos ficar atentos também aos empecilhos que podemos enfrentar. A falta de políticas públicas que incentivem ações sustentáveis nas empresas e pela população é um grande problema que deve ser solucionado logo. Essas medidas podem ajudar a diminuir a distância entre os discursos e as ações das instituições e dos cidadãos. De acordo com esses prognósticos, o cenário para 2012 é bastante otimista. Precisamos transformar os discursos em ações mais coerentes e, para isso, precisamos também de políticas públicas que incentivem ações sustentáveis em todas as esferas da sociedade. Com isso poderemos aproveitar ao máximo as oportunidades no campo da sustentabilidade durante os próximos anos.
*por Cláudia Martinelli e Marcus Nakagawa
*É coordenadora de projetos da Abraps - Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade e consultora; e Marcus Nakagawa é presidente da Abraps e consultor em sustentabilidade e estratégia.
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Segundo o relatório da UNEP, a população mundial aumentou em quase 1,5 bilhões de indivíduos nos últimos 20 anos, sendo que mais da metade dessas pessoas vive em áreas urbanas. Algumas das consequências disso são o aumento da utilização de recursos naturais e a necessidade da ampliação da capacidade de cuidado social dos países para que sua população tenha uma qualidade de vida decente. A sustentabilidade trata desses três pilares, ambiental, social e econômico, como estratégia central de governos e corporações e pode ser considerada a linha-mestra para superarmos esses desafios. O ano de 2012 apresenta oportunidades na área de sustentabilidade devido aos grandes eventos que ocorrerão no país. É também o momento para tomarmos providências para neutralizar algumas ameaças que se desenham, como a falta de políticas públicas que fortaleçam ações sustentáveis nas empresas e pelos cidadãos. Segundo um estudo do Banco Mundial, os investimentos para a redução nas emissões de CO2 podem gerar um acréscimo de 1,13% de empregos por ano no Brasil (FSP 24/11/09). Além disso, os grandes eventos que ocorrerão no Brasil nos próximos anos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas “verdes”, abrem oportunidades no mercado para os profissionais de sustentabilidade.
*Esteve na presidência de empresas como Embraer, da qual também participou da criação, Petrobrás e já recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Queen’s University, da Irlanda. Atualmente é reitor da Universidade Unimonte.
Vendas em 2012 *por Marcelo Ortega Este ano não será o fim do mundo, como previsto nas obras de ficção. É tempo de renovação. Em vendas, minha área de especialização e onde vivi minha carreira profissional por mais de 20 anos, as mudanças já estão acontecendo há pelo menos cinco anos. As mais importantes tendências a se consolidarem no ano que se inicia serão: • Era da Informação e do Conhecimento. Diferenciação pela Inovação
• Ascensão do Capital Intelectual , Globalização da Concorrência, Aumento da Informalidade, Virtualização do Mundo, Crescente Desregulamentação
• Descentralização de poder (empowerment), Valorização do Indivíduo e Valorização da Qualidade de Vida.
A rotatividade em vendas deve diminuir nos próximos anos, mas em 2012 é de se esperar ainda um alto turnover entre vendedores e líderes. A informalidade na contratação e o modelo de parceria empreendedora devem ser ainda mais fortes. As empresas estarão muito mais dispostas a oferecer trabalho em vez de emprego. Profissionais de vendas devem sair da zona do conforto de uma vez por todas, buscando ser protagonistas desta mudança nas relações contratuais. Ter sua própria empresa é uma boa demonstração de profissionalismo e ajuda na hora de conquistar um novo trabalho. Mas isso não é tudo. Será preciso investir mais, em fatores cruciais para o bom desempenho do negócio, tal como dedicar-se ao desenvolvimento de canais na internet e mídias sociais, investir no estudo de produtos, tecnologias, economia e mercado. quem vive de vender deve ser intrapeneur (intraempreendedor).
Nunca se falou tanto em pessoas. O ser humano está em evidência na competição, na venda e no relacionamento essencial para o sucesso de qualquer negócio. Produtos parecidos, preços similares, qualidade equiparada só podem resultar numa mudança significativa de posicionamento,
*É vendedor, treinador, palestrante e fundador do Instituto Marcelo Ortega, autor dos bestsellers: Sucesso em Vendas e Inteligência em Vendas.
Este é o ano em que se consolidará ainda mais a importância da informação e do conhecimento entre os profissionais de vendas. O mundo dos negócios passará a ser cada dia mais competitivo e a diferenciação está na relação de confiança, baseada no Know-How do vendedor de cada empresa. Não haverá mais espaço para improvisações, aliás já não há. O consumidor, muito mais bem informado, demanda gente preparada para informá-lo, atendê-lo, bem respondendo a todas as suas dúvidas e o ajudando a conquistar o retorno esperado com sua aquisição. Inovar cada vez mais é preciso, e não custa muito. Atendimento extraordinário, relações humanas, esforços extras pelo cliente contarão cada vez mais.
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para não criarmos commodity. O capital humano é mais importante do que um estoque de produtos maravilhosos e até mesmo do que a marca forte de sua empresa. As pessoas clamam por valorização pessoal e profissional, por treinamento e desenvolvimento. Elas precisam saber de seu importante papel na venda de qualquer produto ou serviço, pois os maiores concorrentes de todos nós são: o Google, o consumidor ou cliente desinformado, ou a falta de preparação do vendedor.
A liderança em 2012, os palpites de *James Hunter
*É consultor, tornou-se também instrutor e palestrante, principalmente na área de liderança funcional e organização de grupos comunitários. Escritor do bestseller “O monge e o executivo”.
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A liderança está mudando gradualmente e em 2012 continuaremos a perceber mais líderes conscientes da efetividade de substituir o estilo comando-controle para o uso da influência. Acredito que todo este movimento venha de baixo para cima, com os jovens que estão no mercado de trabalho exigindo melhores líderes. O fato é que quando não estão satisfeitos com a liderança, eles mudam. Já ficou comprovado através de muitas pesquisas que eles deixam os seus chefes, e não as empresas onde trabalham. Como existe uma política de retenção de talentos, a liderança então se preocupa em agir de maneira diferente, evitando o uso do poder. As potências mundiais estão mudando numa velocidade considerável. Países que antes eram considerados líderes mundiais e forças incontestes, como os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha entre outros, estão perdendo espaço para países antes emergentes, como a China, a Rússia, a Índia e em especial o Brasil. A mudança é tão representativa que já estão pedindo ajuda financeira para o Brasil, que pode colaborar com a crise atual na Europa e nos Estados Unidos. O Brasil hoje, por exemplo, é citado com muita frequência nos EUA, com destaque para a força da
sua economia, que praticamente não sofreu abalo com a crise iniciada em 2008 nos EUA e hoje atinge toda a Europa. A internet e todos os seus aplicativos, como estes citados, tem duplo papel na vida empresarial. Por um lado pode ser um instrumento excelente de divulgação, construção de imagem e marketing de forma geral. Por outro, pode ser um dreno de energia para os colaboradores menos focados, tirando a atenção daquilo que é importante. A minha opinião é que os colaboradores têm que ser cobrados por objetivos e metas em vez de tempo de trabalho. Hoje temos inclusive muitos que trabalham em casa, sem a supervisão direta de ninguém. O fato é que pessoas que sabem claramente os seus objetivos e têm motivação para o trabalho, vão fazer o que tiver que ser feito. Se forem agéis e focadas o suficiente para cumprir o objetivo, terão tempo para tarefas pessoais. Espero que 2012 seja um ano de muitas conquistas e alegrias para todos os brasileiros. Amo este país, que sempre me recebeu tão bem nas mais de 60 palestras que fiz em 20 viagens para o Brasil nestes últimos seis anos.
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Organizações sem pessoas com TALENTO
NÃO TÊM ALMA CRIATIVA O capital humano se destaca cada vez mais como o diferencial competitivo e ativo mais valioso das empresas; cada vez mais as organizações estão buscando gente que se destaque por suas habilidades humanas e pela aptidão de aumentar seus recursos e suas potencialidades Leila Navarro
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os últimos anos, assistimos a pelo menos três grandes guerras por profissionais jovens e talentosos. Na virada da década de 1990, houve uma guerra por talentos financeiros. Entre 1998 e 2000, o foco eram os talentos pontocom. Em função do boom tecnológico que acabou em setembro de 2001, os profissionais eram disputados como em um leilão. Nesta primeira década do século XXI, há uma nova febre por talentos tecnológicos e, sobretudo, talentos comerciais. Com sede em Los Angeles, a Korn/Ferry International - multinacional de soluções de gestão de talentos - revelou que recente pesquisa realizada com 365 executivos de empresas americanas e da América Latina, inclusive do Brasil, aponta que 68% dos entrevistados afirmam que a prioridade é desenvolver e reter talentos na sua empresa. O índice no Brasil foi ainda maior: 74%. Estamos numa era em que o capital humano se destaca cada vez mais como o diferencial competitivo e ativo mais valioso das empresas. As transformações acontecem muito rapidamente em todos os setores e com as regras e filosofias do mundo corporativo não é diferente. As atribuições exigidas a um profissional hoje vão além da qualificação técnica. Cada vez mais as organizações estão buscando gente que se destaque por suas habilidades humanas e pela aptidão de aumentar seus recursos e suas potencialidades de forma contínua e integrada - pessoas harmoniosas e equilibradas, capazes de aliar à competência, à habilidade e à eficiência no trabalho também a alegria e a afetivida-
de com que marcam sua vida. Para sobreviver no competitivo mundo globalizado, as empresas precisam ter gente comprometida com os objetivos organizacionais. O fato é que para as organizações, atrair profissionais talentosos não é tarefa tão simples. Mantê-los é ainda mais difícil. Até alguns anos, as pessoas tinham que se vender às empresas e agora as empresas também precisam colocar a sua marca em evidência para atrair profissionais que correspondam às suas necessidades - empregados e empregadores, contratantes e contratados, estão lado a lado. Os profissionais mais desejados são aqueles que reconhecem e assumem suas habilidades e talentos – quesitos que se tornaram imprescindíveis. O reconhecimento deles é o que inspira o exercício da profissão de maneira diferenciada e com sucesso. Nessas condições, o profissional é capaz de se comprometer verdadeiramente com os projetos e resultados da empresa, mas só o faz desde que se sinta em um ambiente que realmente valorize seus talentos, em que possa ser ele mesmo e se sinta respeitado – ou seja, um ambiente que inspire confiança. Hoje, um patrão pode exigir determinado perfil de um colaborador, mas o profissional que detém as características em alta no mercado também passou a escolher onde deseja trabalhar e, muito mais do que remuneração, leva em consideração a cultura da empresa, seus valores, ambiente de trabalho e chances concretas de desenvolvimento da carreira. Por ter consciência do seu potencial, se dá ao direito de impor algumas exigências. Não aceita que se torne rotina exceder horas de trabalho, quer dispor
de tempo para se dedicar à família, fazer esportes, cuidar de outros interesses e ter qualidade de vida. Se suas condições não forem aceitas, simplesmente não permanece. As organizações que desejam ser atraentes para esse profissional devem ser transparentes, onde o discurso dos dirigentes tem que ser coerente com suas ações. Para mantê-lo comprometido é necessário um ambiente de confiança - uma via de mão dupla. Isso se enquadra no modelo de Gestão por Confiança (GpC), criado pelo professor José María Gasalla, cuja função é servir de alicerce para as modernas práticas de gestão. Se a empresa confia no profissional e o profissional confia na empresa, reter talento é natural porque todos se sentem parte do processo. Quando o projeto faz sentido para os dois lados, o resultado torna-se de interesse comum e todos saem ganhando. Pouco adianta atrair talentos sem ter estratégias para retê-los.
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Leila Navarro é palestrante motivacional com reconhecimento no Brasil e no exterior. Autora de 13 livros, entre eles “Talento para ser Feliz” e “A vida não precisa ser tão complicada”. Site: www.leilanavarro.com.br
A hora da verdade para as
LIDERANÇAS Marcus Vinicius P. Oliveira
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ada vez mais reverenciada no discurso das organizações em tempos de crise, a liderança ganhou um perigoso e quase explícito status de cargo. Este fato exige atenção, pois o exercício da liderança é um momento curto e específico, onde uma pessoa consegue extrair das situações vivenciadas chances de influenciar outras pessoas a seguirem suas ideias para um bem maior. Nesta perspectiva, ninguém é líder em tempo integral, assim como grandes personagens da história também não exerceram esta função a todo instante. Isto é válido para Gandhi, Steve Jobs e até mesmo Jesus Cristo, que é citado por vários autores da área organizacional. Para todos esses personagens destaca-se a capacidade de conceber o momento certo para trazer seus argumentos à tona. Por esse motivo, os estudos sobre a vida destes personagens enfatizam pequenas passagens ou frases cujos significados sintetizam uma profunda forma de ver as coisas do mundo; ou seja, poucos são os momentos verdadeiros de liderança, apesar da inquestionável grandeza de suas existências. Adentrando no contexto das organizações, abordar o assunto liderança significa falar sobre o conjunto de pessoas que, em função do nível hierárquico, é capaz de captar e utilizar os momentos para influenciar seus subordinados a fazerem, espontaneamente, as ações necessárias para o crescimento e a perpetuação do negócio. Não se trata de uma voz de comando, mas de um direcionamento que sintetiza conduta pessoal, postura, comportamento e ideais cuja profundidade de significados leva à aproximação entre pessoas para uma missão maior. Por isso, é importante que as organizações saibam diferenciar duas vertentes de condução de pessoas muito confusas entre si: a) Comando: está a serviço de manter a ordem empresarial, com base em uma relação chefe-subordinado, cuja finalidade é garantir a realização das operações dentro dos padrões estabelecidos.
b) Liderança: está a serviço de elevar a empresa a novos patamares de desempenho ou conduta, com base na relação organização-cliente, incluindo as mudanças de comportamento e das operações para o bem maior. O exercício da liderança está relacionado a três fatores principais: modelo de organização, características dos gestores, ou de suas combinações. Por exemplo, em um time de voleibol já está instituída a figura do técnico como líder em função do seu próprio posicionamento à beira da quadra. Apesar deste elemento facilitador, o técnico pode exercer simplesmente uma voz de comando. Outra possibilidade pode ser o exercício da liderança em função das características pessoais do gestor. Este é o caso típico dos gestores, da primeira geração, em empresas familiares. Em contrapartida, os atuais modelos empresariais exacerbam os relacionamentos virtuais que “protegem” os gestores dos conflitos e os distanciam de seus pares e subordinados. A liderança baseia-se no encontro entre pessoas, no uso de todos os sentidos para se colocar no lugar do outro e promover a opção do melhor caminho. Por vezes a liderança é compreendida como uma cadeia de comando para replicação das mensagens da alta direção. Esta confusão tende a gerar problemas de comunicação e redução do sentimento de pertença. É fácil elucidar a importância da figura do CEO nos lançamentos de produtos ou de estratégias organizacionais, comunicando todos os passos e ações que serão desenvolvidos. Isto traz confiança e credibilidade, como se todos estivessem no mesmo barco. O contrário, delegar esta tarefa a outro escalão pode disseminar o senso de omissão e de baixa importância das pessoas e valores organizacionais. São sintomas importantes da ausência de liderança na hora da verdade:
a) Atrasos indevidos ou até mesmo ausência de feedback dos gestores em relação aos seus subordinados; b) Transferência de responsabilidade nas ações de comunicações relevantes; c)
Omissão diante de situações de conflito;
d) Uso indiscriminado de meios virtuais de comunicação, evitando a presença física. Por isso, as empresas precisam cultivar o exercício da liderança no lugar de estabelecer papéis de salvado-
res da pátria em momentos de crise. A liderança, para se estabelecer como legítima, deve estar a serviço de um bem maior, cuja visão está além das rotinas operacionais e da percepção “restrita” dos colaboradores. A verdadeira liderança transforma objetivos em missão de vida a serviço do maior número possível de pessoas, reconhecendo-se, principalmente, por suas realizações para se evitar as crises. Marcus Vinicius P. Oliveira é psicólogo organizacional com especialização em gestão empresarial. É sócio-diretor da LINER CONSULTORIA. E-mail: marcus@linerconsultoria.com.br .
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Gestão de Pessoas: Adriano Cesar
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a vida, em geral, e no mundo corporativo, em particular, tão importante quanto saber o que se deve fazer é também saber o que não se deve fazer... Seguindo essa mesma linha de raciocínio, aprender com os erros dos outros é tão importante quanto (e melhor do que) aprender com os próprios erros. Assim sendo, nessa edição e nas três que se seguirão, serão observados alguns “equívocos” comumente cometidos pelas áreas de Gestão de Pessoas das organizações na atualidade, a partir de relatos e de vivências de consultoria e contatos com diversos profissionais da área. Nessas edições serão tratados apenas os quatro principais processos (ou subsistemas) da área de Gestão de Pessoas: Recrutamento & Seleção de Pessoal (R&S); Treinamento, Desenvolvimento & Educação (TD&E); Avaliação de Desempenho e, por fim, Carreira e Remuneração. Convém ressaltar que os “equívocos” que serão mencionados são, via de regra, observados tanto em organizações cujas áreas de Gestão de Pessoas estão estruturadas quanto em organizações cuja área é ainda incipiente. Esses “equívocos” se atinam apenas às organizações de pequeno ou médio porte. Mesmo organizações bem estruturadas e de grande porte costumam cometer esses deslizes em suas práticas. Bem verdade, alguns poderíam ser facilmente evitados, conforme se verá. Por meio dessa mini-série de artigos pretende-se, portanto, que as áreas e os profissionais de Gestão de Pessoas possam redirecionar seus esforços para outros caminhos que os elevem a uma atuação efetivamente mais estratégica, menos incongruente no que se refere à lógica de estruturação dos processos da área e, por consequência, adequada à operacionalização do dia a dia. No que tange ao processo de Recrutamento & Seleção
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de Pessoal (R&S), alguns dos principais “equívocos” são os seguintes: 1.
Divulgar editais e/ou anúncios de recrutamento incompletos ou pouco atrativos para os potenciais candidatos: é comum observarmos editais e/ou anúncios com poucas informações (extremamente reduzidas), ou mesmo com ausência de informações relevantes aos candidatos. Além disso, poucos são os editais e/ou anúncios de vagas que ressaltam com veemência as vantagens de se trabalhar na organização. Via de regra, são editais e/ou anúncios burocráticos que em nada despertam a atenção e o interesse dos candidatos à vaga. Como consequência, potenciais candidatos qualificados simplesmente não se sentem atraídos ou sensibilizados a participar do processo seletivo;
2.
Não envolver o gestor imediato do futuro funcionário no processo seletivo: talvez, de todos os “equívocos”, esse se constitua, em minha opinião, em um dos mais graves. Nenhuma área de Gestão de Pessoas recruta e seleciona pessoas para si mesma, salvo quando se trata de um funcionário para a própria área. Portanto, a participação ativa, não meramente demandante (passiva), da área-cliente e em especial a participação do gestor imediato responsável pelo futuro funcionário é de crucial importância para o êxito do processo. Afinal, caberá a ele a palavra e a decisão final quanto ao candidato selecionado. Além dele e do técnico de RH integrando a equipe responsável pelo processo seletivo, recomendo sempre a participação de um profissional
o que NÃO fazer...
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experiente do cargo-objeto da seleção. São visões complementares que conferirão maior profissinalismo, seriedade e precisão ao processo. Dessa forma, e utilizando-se de técnicas adequadas, as chances de erro serão mínimas!; 3.
4.
Elaborar super perfis de competências: a maioria dos processos seletivos requerem dos candidatos um vasto rol de competências, o que acaba por tornar esses processos demasiado longos e extremamente rigorosos. Em tese, isso não se constituiria um problemas se o novo (e super) funcionário não fosse subutilizado ao longo de sua (provavelmente curta) permanência na empresa. Tal “equívoco” acaba por gerar desmotivação e a consequente perda de talentos para outras empresas que saibam mobilizar, de fato, todo o seu potencial;
Não utilizar e/ou acompanhar os indicadores de eficiência e de eficácia dos processos seletivos: a utilização de indicadores na área de Gestão de
6.
Excesso de foco nas técnicas e ferramentas: muitas organizações concentram suas atenções na aplicação das técnicas em detrimento das competências que precisam ser efetivamente observadas em cada candidato ao longo do processo.
Certamente, há muitos outros “equívocos” a serem mencionados. Porém, o propósito inicial é o de apontar os que na minha visão e experiência são mais relevantes e recorrrentes no cotidiano das organizações. Na próxima edição, será a vez de analisarmos os “equívocos” comumente observados no processo de Treinamento, Desenvolvimento & Educação (TD&E) de pessoas nas organizações. Até lá!
Adriano Cesar é CEO, consultor organizacional e palestrante da FATORH Consultoria. Personal & Professional Coach. “Black Belt” em Six Sigma. Professor de cursos de graduação e de pós-graduação. E-mail: adriano@fatorhconsultoria.com.br
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5.
Elaboração de “pseudoperfis” de competências profissionais: em alguns casos, os chamados “perfis de competências” nada mais são do que descrições de cargo revisadas ou reformuladas, ou seja, descrições detalhadas das características operacionais e dos requisitos de acesso ao cargo. Assim, deixam de vincular o perfil de competências ao planejamento estratégico da organização de onde, a priori, devem emanar as primeiras competências que deverão integrar todos os perfis, sejam quais forem as competências essenciais da organização;
Pessoas ainda é inicipiente. Refiro-me tanto a indicadores gerais quanto específicos, como os de R&S. É o mesmo que guiar um automóvel sem a existência de um painel ou computador de bordo;
Você já se viu na situação de ter o produto certo, de ser muito bom em prospecção e abordagem
E NÃO CONSEGUIR FECHAR O NEGÓCIO? Jean Oliveira
É
a NEGOCIAÇÃO a etapa da venda em que vendedores mais têm dificuldade, justamente por não desenvolverem a “escuta ativa” e o poder de persuasão, pois ninguém irá investir em um produto sem que haja uma comunicação convincente. Para isso, comportamentos podem ser estimulados e técnicas podem ser aprendidas. Algumas estão listadas a seguir, faça bom uso e garanta melhores resultados. 1. Tenha certeza do que quer: é diferente o resultado de quem entra em uma negociação para não perder e daquele que entra para ganhar. Antes de ir ao encontro de seu cliente tenha em mente todas as possibilidades de negócio e, na hora que precisar tomar alguma decisão seja rápido transmitindo autonomia e autoconfiança.
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2.
3.
4.
Identifique pontos em comum: pessoas tendem a respeitar apenas quem é parecido com elas, então estabeleça empatia como a “porta de entrada” da sala de negociação, no mínimo seja sensível para compreender a necessidade do outro. A maior dádiva que podemos dar a alguém é nossa atenção. Comunique-se com emoção: cause impacto em suas apresentações, seja apaixonado e faça os olhos deles brilharem como Steve Jobs fazia a cada produto que lançava, com consistência e sem sensacionalismo. É certo que a maioria das pessoas compra por emoção. Comprometa-se: o sucesso do ven-
dedor é proporcional à quantidade de clientes felizes com o seu produto. Colocar o cliente em primeiro lugar é questão de sobrevivência profissional, não se coloque acima deles nem se sinta menor, caminhe ao lado. Demonstre isso! 5.
Informação é tudo: conhecer o mercado, o cliente, o objeto e o objetivo da negociação lhe garante poder. Ainda assim, esteja alerta aos sinais que passam despercebidos aos menos experientes. Uma pergunta sobre o estoque pode demonstrar pressa; neste caso por que focar em desconto?
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Seja adaptável: existem vários perfis de negociadores, e fazer sua apresentação da mesma forma com todos não é inteligente. Enquanto uns se preocupam com o coletivo, outros querem o crédito pra si, uns são tradicionais, outros são ousados e gostam de apostar. Respeite essas diferenças e adapte a maneira de expor as vantagens do produto, isso lhe garantirá mais fechamentos.
E lembre-se, mais do que fechar um negócio, você abre uma relação! Jean Oliveira é vendedor, palestrante de vendas, negociação e atendimento ao cliente, consultor com MBA em Estratégias de Negócios, diretor da Qualidade de Venda Desenvolvimento Humano e Profissional. Site: www.jeanoliveira.net E-mail: contato@jeanoliveira.net
Desperte o melhor líder que você PODE SER Fernando Santi
S
A integração com a equipe através do seu próprio autoconhecimento, do conhecimento mútuo da fase de vida de cada membro, do estabelecimento de empatia, do ato de perceber e ouvir cada um na sua mais profunda essência, da ética e da humanidade, da busca constante da intenção positiva nas ações que não alcançaram seu sucesso pleno, da ressignificação diária de atitudes comportamentais e da busca constante do aprendizado por todos os integrantes da equipe levam a resultados transformadores e à formação de uma equipe forte, concisa e eficaz. A expressão “mude antes que você precise”, dita por Jack Welch, o fantástico líder da GE, ainda é muito válida e presente nos nossos dias. Então, esteja aberto a mudanças, esteja aberto a encontrar e a despertar aí dentro o melhor e maior líder que você possa ser. Vamos juntos descobrir e potencializar os melhores líderes que já estão presentes nesse mundo, alguns, porém, adormecidos, aguardando o momento certo de entrarem em ação para realizar a sua missão de criar outros líderes e fazer um mundo melhor, mais equilibrado e humano. Que sejamos, sempre e constantemente, líderes de outros e principalmente líderes de nós mesmos. Fernando Santi é Master Coach Trainer certificado pelo Instituto Brasileiro de Coaching e pelo Behavioral Coaching Institute. Site: www.liderancatransformadora.com.br
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egundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional) o número de gestores nas empresas é limitado e podem faltar profissionais em um futuro bem próximo. A pesquisa é excelente, mas o que fazer com essa informação? Talvez seja interessante começarmos a pensar qual razão levou à escassez de líderes ou à não formação dos mesmos para atuarem fortemente nas empresas, instituições e organizações diversas. O que de fato determina um líder? Qual é a trajetória que uma pessoa deve fazer para se tornar um líder de sucesso? Ou será que um líder já nasce pronto? Ao longo de 20 anos lidando com pessoas e empresas, sinto-me muito à vontade para falar desse assunto e levar, até mesmo, novos questionamentos para você. O poder não está nas respostas, mas em perguntas poderosas que possam despertar reflexões nos indivíduos de forma a conduzi-los ao melhor líder que possam ser. A Liderança Transformadora é um processo de despertar interior onde o líder encontra o seu mais alto propósito pessoal e profissional para conduzir e orquestrar pessoas sob a sua batuta, em um processo de transformação interna e externa, onde seus liderados passam a ser também líderes, criando dessa forma uma multiplicação contínua e eficaz. O processo de coaching aplicado na liderança surge como uma ferramenta poderosa e facilitadora para romper com os antigos hábitos e padrões da liderança tradicional.
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FUN LEARNING
TREAT EVERYONE AS SPECIAL
A MAN AND A WOMAN AT A RESTAURANT
Beginning today, treat everyone you meet as if they were going to be dead by midnight. Extend to them all the care, kindness, and understanding you can muster, and do it with no thought of any reward. Your life will never be the same again.
A man and a woman at a restaurant: Waiter: Dinner for the gentleman and the lady? Man: No, I’ll have dinner alone and she will be watching me while I’m eating
VOCABULARY HELP • • • • • • • • • • • • • • • • • •
a gain - novamente begin (begin, began, begun) - começar care - cuidado, atenção dead - morto everyone - todos go (go, went, gone) - ir kindness - gentileza, carinho life - vida meet (meet, met, met) - encontrar midnight - meia noite muster - reunir, encontrar never - nunca reward - recompensa same - mesma thought - pensamento today - hoje treat - trate understanding - compreensão
VOCABULARY HELP • • • • •
alone - sozinho dinner - jantar eat (eat, ate, eaten) - comer waiter - garçom watch - assistir, olhar
REDUCING ACCIDENTS The Duke of Gloucester, speaking at a luncheon in London: “A home accidents survey which showed that ninety percent of accidents on staircases involved either the top or the bottom step, was fed into a computer. Asked how accidents could be reduced, the computer answered: “Remove the top and bottom steps.”
VOCABULARY HELP
CAPITAL OF ITALY
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Sonu was saying her bedtime prayers: “Please God, make Naples the capital of Italy. Make Naples the capital of Italy,”..... “Why do you want God to make Naples the capital of Italy?” Sonu’s mother asked. And Sonu replied: “Because, that is what I put in my Geography exam!” VOCABULARY HELP • • • • • • • • •
Because - porque God - Deus Naples - Nápoles ask - perguntar bedtime prayers - oração antes de dormir make (make, made, made) - fazer put (put, put, put) - colocar reply - responder say (say, said, said) – dizer
• • • • • • • • •
bottom step - último degrau either ... or - ou ... ou feed (feed, fed, fed) - alimentar remove - remover show - mostrar speak (speak, spoke, spoken) - falar staircases - escadas survey - pesquisa top step - primeiro degrau
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no alvo
Brasil: segundo lugar em consumo sustentável O Brasil já pode ser considerado um exemplo de país preocupado com os rumos do meio ambiente. O Índice de Comportamento Ambientalmente Sustentável, conduzido pela National Geographic e GlobeScan realizado em 17 países colocou o nosso como segundo no que se refere a hábitos sustentáveis de consumo. Ficando atrás apenas da Índia, o Brasil saiu-se muito bem nos itens de avaliação, exceto no que se refere à alimentação, já que o brasileiro ainda mantém o costume de comer poucas frutas e verduras. O Índice garante ótima repercussão para o País, atraindo o interesse de grandes empresas e multinacionais para investir no país tropical.
Homens, os reis do calote Estudo feito pela proScore - Bureau de Informação e Análise de Crédito comprovou que os homens são mais caloteiros do que as mulheres na hora de emitir cheques. Em um período de cinco anos foram avaliados hábitos de consumo de ambos os sexos e comprovou-se que 56% dos cheques sem fundo no Brasil são provenientes de homens. O que pode explicar este fato é a tendência que a ala masculina tem de adquirir produtos com valor mais alto do que os consumidos pelas mulheres.
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O poder do e-mail marketing Já pensou o quanto sua empresa pode se beneficiar com um sistema de e-mail marketing? Pesquisa realizada pela WBI Brasil em parceria com a Dinamize revelou que 70,80% dos 2.845 entrevistados já fizeram compras online após receberem um e-mail. Isso prova que a internet pode ser o melhor meio para conseguir o lucro que sua empresa tanto almeja.
Classe de marCa A classe C é a que mais consome no Brasil, sendo por isso considerada o motor da economia nacional. De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Nielsen, é também a classe mais exigente, já que 37% de seus membros escolhem as marcas mais caras quando vão às compras. Ao priorizar a qualidade dos produtos em vez do preço, os consumidores deste estrato social mostram que estão conscientes na hora de desembolsar.
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vitrine de sucessos
Oportunidades Neste livro, Dalmir Sant’Anna mostra que é possível, em um cenário competitivo, aproveitar as oportunidades e se tornar uma pessoa apaixonada pelo que faz, com competência, comprometimento, dedicação e satisfação. A obra tem como objetivo evitar que a vida seja conduzida como um barco em alto mar, sem direção e com possibilidade de ir à deriva. Suas páginas estão repletas de ingredientes que levam o ser humano a realizar novas descobertas e vitoriosas conquistas.
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Dalmir Sant’Anna Editora Odorizzi R$ 30
De repente, no comando
Como ingressar no mercado publicitário
Um livro em formato inovador: lendo num sentido, você encontra sugestões e recursos para gerenciar, estabelecendo credibilidade junto à equipe e liderando de forma a criar afinidade e respeito. Ao virar o livro de ponta-cabeça, encontra estratégias eficazes para interagir com êxito em relação aos seus superiores e estabelecer sólidos relacionamentos. Um completo guia de capacitação gerencial necessário à sobrevivência corporativa.
Todo o conhecimento acumulado por anos, do professor Daniel Pimenta, está traduzido na obra. O livro traz informações pessoais e uma pesquisa realizada em 23 agências que, juntas, formam um verdadeiro manual para o estudante. As dicas vão desde a como ir bem em uma entrevista e até o que é preciso para ter sucesso na área. Entre os destaques da publicação estão “como elaborar um portfólio inteligente” e “os softwares indicados para cada tipo de trabalho”.
Roberta Chinsky Matuson Editora Campus/Elsevier R$ 59,90
Daniel Pimenta Editora Senac e Editora Difusão R$ 39,90
Imagens para fins meramente ilustrativos. Os preços podem sofrer ajuste sem aviso prévio. À venda enquanto durar o estoque.
Marketing pessoal no contexto pós-moderno O livro traz uma visão esclarecedora do verdadeiro conceito do marketing pessoal, destacando o equívoco clássico de confundi-lo com etiqueta social ou profissional, que apesar de fazerem parte de sua composição representam apenas áreas distintas e importantes de sua aplicação. A leitura da obra nos mostra que o marketing pessoal não consiste apenas numa técnica para autopromoção, mas numa ferramenta eficaz de estímulo ao conhecimento e empreendedorismo. Claudio Rizzo Editora Trevisan R$ 32,90
HQ ensina o jovem a falar
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do a corrigir as falhas e a se comportar de maneira adequada. Lendo essa história em quadrinhos os jovens terão oportunidade de aprender a conversar e se relacionar na escola, nas baladas, nas reuniões familiares, na casa dos amigos, no clube, enfim, em toldos os lugares em que precisarem manter contato com outras pessoas. O roteiro foi idealizado por um dos mais competentes profissionais do mundo das histórias em quadrinhos, Edson Rossatto. Os desenhos foram produzidos pela arte de um dos ilustradores mais talentosos que conheci, Álvaro Omine. Na supervisão do conteúdo contei com a ajuda da minha filha Roberta, que aplicou sua sensibilidade de romancista para avaliar cada passo do projeto. A iniciativa de lançar essa HQ foi do inquieto e talentoso Roberto Araújo. Espero que você leia e também goste tanto quanto eu.
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odrigo era um garoto araraquarense tímido, com muita dificuldade para se relacionar e fazer amizades. De repente, a surpresa - sua mãe, toda empolgada, avisa que o pai dele foi promovido e, que, por isso, estão arrumando as malas para irem de vez para São Paulo. Rodrigo fica apavorado. Como conseguiria se virar numa cidade grande? Como conseguiria arrumar novos amigos? Agora que já estava mais tranquilo com sua turminha no interior tinham que inventar essa novidade! Não teve jeito, o emprego do pai falou mais alto e foram para a capital. A preocupação de Rodrigo chamou a atenção do seu tio, Roberto. O menino abriu o coração e falou de seus temores. Roberto revelou que também era assim, mas aprendeu a falar melhor e a se desinibir frequentando um curso de Expressão Verbal. Prometeu a Rodrigo que falaria com o professor Polito para que ele desse algumas aulas ao sobrinho. Assim começa a história em que Rodrigo passa a ter aulas particulares com o professor Reinaldo Polito. “Como ser bom de papo e se enturmar” é uma história em quadrinhos que está sendo lançada pela Editora Europa. O autor: Nessa “aventura” dou dicas para o jovem aprimorar a comunicação. Em cada página Rodrigo recebe aulas para se relacionar com outros jovens. Aprende a pronunciar bem as palavras, a iniciar e manter conversas agradáveis e interessantes. Toda vez que comete um erro, ou se sai mal na arte de se relacionar é orienta-
jogo rápido
Rodrigo Cardoso Atitude para mudar a vida Como uma palestra pode alterar o rumo profissional de uma pessoa. Conheça a história de Rodrigo Cardoso, que de engenheiro partiu aos palcos do mundo corporativo para motivar e instruir colaboradores.
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Quando e começou a carreira como palestrante? Teve grandes desafios na vida profissional; trabalhou no setor de serviços? Sou formado em engenharia elétrica na USP. No dia 25 de agosto de 1995 fui assistir uma palestra motivacional pela primeira vez em minha vida. Eu era bem diferente: inseguro, tímido e quebrado financeiramente falando. Eu costumo brincar que eu só andava de Mercedes Benz, com cobrador e motorista! Trabalhava como estagiário numa empresa de construção civil e ganhava menos do que o mestre de obras. O palestrante falava entusiasticamente sobre a importância de escrevermos nossas metas e fez com o público um exercício de visualização muito emocionante, ele nos fez refletir sobre o que faríamos se tivéssemos apenas seis meses de vida. Perguntou sobre quais eram as coisas que gostaríamos de viver, e ainda não vivemos. Lembro-me quando ele disse: enquanto você ficar apenas sonhando com as coisas que deseja ser, fazer e ter, e nunca entrar em ação de verdade, continuará vivendo numa terra de ninguém, onde talvez não seja infeliz, mas também não será feliz de verdade. Você passará pela vida constantemente dando desculpas para si mesmo e para as pessoas que mais ama por não ter conquistado a qualidade de vida que sua inteligência permite e que sua família merece. Aquilo realmente mexeu comigo. Deu-me um sentido de urgência. Escrevi várias metas naquele dia, mas a última delas mudou minha vida. Eu escrevi que gostaria de fazer pelas pessoas exatamente o que ele estava fazendo por mim naquele momento. Minha missão de vida seria fazer uma diferença na vida das pessoas. E assim começou minha carreira de palestrante. Não foi fácil e nem do dia para noite. Fiz pós graduação em Psicologia, estudei em Orlando, na Austrália, estive com Tony Robbins, com Richard Bandler que foi o co-fundador da PNL e também fiz diversos treinamentos para poder falar sobre atitude e comportamento corporativo em diversas organizações pelo Brasil atualmente. O meu maior desafio foi conseguir me manter como palestrante e ter um volume de contratações que permitissem viver profissionalmente dessa atividade.
O que foi fundamental para a superação e crescimento na carreira? Acredito que talento e esforço são fundamentais para quem almeja seguir a carreira de palestrante. Sempre me preocupei em usar a mesma linguagem da empresa, sempre dei muita atenção ao briefing. Talvez, o melhor elogio que possa receber seja, ao final da palestra, o diretor comentar que parece que rabalho em sua organização há anos. Isso demonstra que a linguagem foi alinhada e que os objetivos foram atingidos. O mercado é muito competitivo nesta área. Portanto, o profissional que deseja ter sucesso não pode aparecer com uma palestra enlatada e engessada em todas as empresas. Cada palestra tem um objetivo definido e isso deve ser muito bem elaborado no momento do briefing. Outro ponto importante é o posicionamento. É importante que o mercado saiba qual é a sua especialidade. Há alguma história de transformação; de pessoa que mudou após uma palestra sua e tenha dado o depoimento? Pode contar-nos sua história? Tenho diversos cases. Vou citar os mais impactantes: - Uma vendedora do Bradesco, Rosemary Bevilacqua, que na época trabalhava na sucursal Tatuapé, vendeu mais - em 2 dias - após um treinamento comigo, do que no mês anterior inteirinho! - Eduardo Navarro, após a metáfora da quebra da madeira, em uma de minhas palestras tomou a decisão de parar de fumar e se mantém assim há mais de 11 anos. Que tipo de preparação costuma fazer antes de algum evento; de se apresentar? Sempre faço uma reunião com o cliente. Normalmente ficamos em torno de uma hora em conferência para que eu possa conhecer o produto e/ou serviço da empresa, sua logística, seus clientes, o modo de atuação da área comercial, o dia a dia da liderança e principalmente os objetivos do evento. Qual é a mensagem principal que deve ser passada para os participantes, qual é o resultado esperado após a palestra e qual o perfil das pessoas que vão me assistir para que eu
possa adequar a minha linguagem ao público presente. Isso costuma ser bem assertivo, visto que num mercado em que raramente o mesmo palestrante volta na mesma empresa, temos superado as estatísticas sendo, normalmente, contratado mais de uma vez pela mesma organização. Você tem alguma técnica para falar em público? Gostaria de comentá-la e compartilhá-la com os leitores? A técnica mais poderosa de todas é falar com coração. Claro, você deve ter domínio do assunto, nunca ser prolixo, buscar a objetividade, porém, nenhuma técnica substitui você falar com amor, paixão e com o coração! Naturalmente você se torna carismático e a palestra muito agradável quando pratica isso. Tenho um diferencial que é ser acompanhado por um DJ profissional há mais de 16 anos. Isso aumenta muito a qualidade da palestra. Utilizei meu lado engenheiro para criar um diferencial de palestra com alta tecnologia.
Um dos momentos mais emocionantes foi ver o Claudio, um cadeirante, em Belém do Pará, que pediu para quebrar a madeira. Com pouca força na mão, ele se ajeitou, jogou seu corpo e conseguiu destruí-la. Eu não sabia o que estava escrito lá. Eu nunca sei. É algo pessoal. Porém, três meses depois, quando voltei àquela cidade para ministrar outro treinamento naquela empresa, ele havia se consagrado como o melhor vendedor da região. Estava com carro novo, adaptado, pagava uma pessoa para ajudá-lo nas visitas e surpreendentemente, tornou-se campeão de vendas! Um grande exemplo para aqueles que estão acostumados a reclamar das dificuldades.
Qual o tema a ser tratado mais pedido em suas palestras? A que credita a demanda? O grande desafio das empresas têm sido: o aumento nas vendas, problemas de clima organizacional, fazer com que os colaboradores saiam da zona de conforto, aumentar a produtividade, reduzir os custos, melhorar a excelência no atendimento entre outros. Qualquer que seja o desafio, ele deverá ser vencido por pessoas, por seres humanos, que no fundo têm medos, inseguranças, crenças que muitas vezes são limitadoras e talvez por isso, o tema “Descobrindo sua Força”, tem sido o mais contratado, provavelmente por causa da impactante dinâmica final “A Quebra da Madeira”. Quais carências percebe nos frequentadores de suas palestras, o que em comum as pessoas comentam precisar desenvolver?
Já houve algum fato inusitado em apresentação sua? Algo engraçado ou diferente por parte do público?
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Via de regra as empresas precisam que seus colaboradores saiam da zona de conforto, aumentem suas performances, sejam mais proativos e acreditem em seus potenciais. Com alguns exemplos extraordinários, cases, e uma boa dose de humor, em cerca de duas horas e algumas vezes treinamentos mais longos, 4h, 8h ou até dois dias inteiros, os frequentadores da palestra descobrem que podem fazer muito mais do que vinham fazendo, que podem traçar seus objetivos pessoais e seguir o pensamento de Walt Disney que diz: -Como fazer com que seus sonhos virem realidade? Faça-o por meio do seu trabalho!
SUA PERGUNTA... Desde pequeno tenho o sonho de ser um atleta reconhecido e representar o Brasil no vôlei. Fiz o curso de Educação Física para ter mais conhecimento da profissão, sendo um jogador completo. Já tentei participar de diversos times menores, mas sem sucesso. Não passo nas seletivas e fico muito nervoso ao ser avaliado. Como faço para melhorar? Sei que tenho qualidade técnica e sou um bom jogador. Márcio Ferreira Buzatto.
...GAUDENCIO RESPONDE
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A frase mais importante é: “fico nervoso ao ser avaliado”, porque mostra que seu problema não é físico, é emocional. Por isso não adianta tentar treinando. Você precisa enfrentar o “ficar nervoso quando avaliado”. O nome disso é ansiedade de desempenho. Quando o indivíduo se cobra um ajustamento perfeito, tem medo de não consegui-lo. O medo descarrega adrenalina, que tem como uma de suas funções preparar o animal para a luta ou para a fuga. Para isso, desvia o sangue de onde ele não é tão necessário naquela hora, para o órgão mais importante do
organismo para lutar ou fugir: os músculos. Uma descarga de sangue inadequada vai ser feita nos músculos e uma perda de sangue inadequada nos lugares onde ele não é necessário naquela hora. O que precisa ser trabalhado é a cobrança de perfeição que você se faz. Este trabalho deve ser feito com alguém que o ajude a descobrir e reverter a causa desta cobrança exagerada.
Paulo Gaudencio é psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.
Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br
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O segredo da BOA PALESTRA Reinaldo Polito
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O
que significa fazer uma boa palestra? Se o palestrante se apresentar sem conteúdo, só na base das historinhas, recorrendo a piadas e citações, o público vai rir, e, no final se entusiasmar e até aplaudir de pé. Entretanto, depois que saem dessa espécie de transe e caem em si há um sentimento de frustração quase generalizado. Os ouvintes têm uma sensação de vazio, ficam com aquela impressão de que o momento foi prazeroso, mas que aquela pirotecnia não vai ter nenhuma utilidade. O jeito, então, é contratar palestrante que se preocupa só em transmitir conteúdo, pois assim a empresa e o público ficarão satisfeitos com o resultado. Afinal, pagaram uma grana, mas os funcionários irão assistir a uma palestra que transmite informações para torná-los melhores e mais eficientes. Certo? Errado. Esse é um equívoco. Se a exposição tiver como única finalidade o conteúdo, supondo ser essa a solução para que a contratação seja bem-sucedida, outro erro poderá ser cometido. Não se deve confundir palestra com aula. Uma aula tem por finalidade ensinar determinada matéria que precisa ser aprendida e, por isso, exige concentração total dos alunos. A palestra é diferente, pois embora também possa ter o objetivo de ensinar, geralmente, é proferida diante de um público que não tem obrigação de aprender e que por isso se dispersa com facilidade, por não conseguir se concentrar em muitos detalhes técnicos. Por isso, a palestra deve guardar equilíbrio entre o espetáculo e o conteúdo, pois um recurso depende do outro para que a apresentação propicie resultados positivos. Uma boa palestra, de maneira geral, deve ser planejada
em diversos blocos distintos, que guardem relação, mas onde um não dependa necessariamente do anterior para ser compreendido. O palestrante transmite um conjunto de informações, conta uma história cativante ou uma anedota para ilustrar e arejar a exposição, usa um visual para ajudar os ouvintes a apreender a matéria, promete um conceito novo que irá surpreender ou beneficiar a todos, passa a régua, fecha a conta e parte para o novo bloco. Dessa forma, cumpre as etapas da apresentação entretendo a plateia e transmitindo conteúdo. O bom palestrante também precisa ter o cuidado de organizar a apresentação com apoio de um fio condutor que mostre a ligação desde o primeiro até o último bloco, pois esse recurso dará movimento à exposição, mostrando como o tema está evoluindo em cada um dos segmentos. Outra função desse fio condutor é o de fazer com que as diversas etapas atuem de forma interdependente e inter-relacionada. No final bastará que faça uma recapitulação das principais informações de cada bloco para mostrar como todas participaram da composição da mesma mensagem. Esse é o segredo. Palestras que usem o show para tornar o conteúdo ainda mais atraente. O palestrante que tiver essa competência fará com que o evento seja bem aproveitado. Permitirá que a empresa tenha um benefício bem acima do que investiu na contratação do profissional. Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. Site: www.polito.com.br
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