editorasermais.com.br 1
2 editorasermais.com.br
editorasermais.com.br 3
índice
Expediente A revista Ser Mais é uma publicação mensal. Ano 3 | Nº 41 Diretor Editorial: Mauricio Sita Diretora Executiva: Julyana Rosa Diretora de Operações: Alessandra Ksenhuck Redatora: Gabriela Pancher Gerente de Projetos: Gleide Santos Projeto Gráfico: Henrique Melo Direção de Arte: Estúdio Mulata (www.estudiomulata.com.br) Relacionamento com o cliente: Claudia Lima Serviço ao Assinante: [11] 2659-0964 e [11] 2659-0968 assinaturas@revistasermais.com.br Cartas para a redação: R. Antônio Augusto Covello, 472 São Paulo - CEP 01550-060 redacao@revistasermais.com.br Orientamos para que as cartas com a opinião e crítica do leitor estejam assinadas e contenham nome e endereço completos, telefone e e-mail. A Ser Mais reserva-se o direito de selecionar e editar aquelas que poderão ser publicadas. O pedido de edições anteriores poderá ser feito através de qualquer uma das informações de contato supracitadas (carta, fax, telefone ou e-mail); e será atendido desde que haja disponibilidade de estoque. Central do Anunciante: publicidade@revistasermais.com.br [11] 2691-6706 Representante Comercial – Região Sul: Beth Meger Rua Cândido de Abreu, 140 - 5º andar / Cj. 509 Curitiba – Paraná – CEP: 80.530-901 [41] 7812-2898 Ser Mais é a revista oficial da Associação Brasileira de Desenvolvimento Comportamental (ABDCOM). Distribuição Exclusiva: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A Cadastre-se no site www.revistasermais.com.br para receber nossa newsletter. Impressão e Acabamento: Vox
6 7 9 16 23 24 26 27 28 40 43 44 46
Editorial Feedback: o combustível da motivação Mudanças geram riscos, mas também imensas oportunidades! Up to date Cidadão 21 Estresse como fonte lucrativa e motivacional Moda, Beleza e Estilo 2.0 Construindo metas com sucesso! +otimista - A arte de esperar MANUAL DO SUCESSO Gestão do conhecimento e o desenvolvimento empresarial Geração Y: não é bem assim
48 Quando Preço descobriu que estava sendo traído por Lucro com Valor 50 Os aplicativos na publicidade móvel 52 Venda para não vendedores: Dicas de ouro do treinador Marcelo Ortega 54 Pimenta Malagueta Doce? 56 Fun Learning 60 No alvo 62 +vitrine 64 Gaudencio responde 66 +Expressão – Gentileza
Sigam-nos no twitter:
@EditoraSerMais1
Visitem nossa página no facebook: www.facebook.com/edit.sermais
Especialistas nesta edição Alexandre Santille
4 editorasermais.com.br João Moretti
Ana Rocha
André Percia
Cersi Machado
Christian Barbosa
Cida Montijo
Leila Navarro
Luiz Cláudio Riantash
Marcelo Ortega
Marcos Rabstein
Ômar Souki
Daltro Monteiro
Douglas de Matteu
Jansen de Queiroz
Paulo Gaudencio
Reinaldo Polito
Walber Fujita
12 30 36 18
20
www.revistasermais.com.br
20
12
18
Empreenda, mas tenha tempo para fazer a empresa crescer
O Executivo e o Samurai - Japão: a sabedoria do mestre
30
CAPA É hora de mudar!
36
Jogo Rápido Marcelo Mansfield
Você é prático ou teórico?
editorasermais.com.br 5
EDITORIAL Caro leitor, É com muita alegria e boas notícias que venho para um rápido bate-papo com você. Exatamente nesta edição a Editora Ser Mais comemora a publicação de sua 34ª obra. Boa parte desse time seleto de escritores está aqui, na sua revista! Quero parabenizar a todos pela inestimável colaboração e sabedoria colocadas em cada uma das páginas de nossos títulos. São conteúdos preciosos que nos ajudam a crescer diariamente e inspiram os leitores a serem cidadãos mais conscientes e bem informados! Neste mês em especial, posso citar aqui a participação e o nome de alguns desses escritores, como o nosso querido Jansen de Queiroz, que está conosco desde os primeiros títulos e traz um texto altamente inspirador com o título “Você é prático ou teórico?”. É uma ótima pergunta a ser respondida pelos profissionais, que devem conhecer melhor o próprio perfil para enfrentar o mercado de trabalho. Outro escritor conosco desde o começo é o Walber Fujita, que leva o nome da Ser Mais ao Japão e, agora, escreve sobre “O executivo e o samurai”. O autor faz um paralelo entre as características dos dois, aponta quais são comuns a ambos, como podem e devem portar-se. São apenas dois de nosso grande grupo, também representado pelo coordenador editorial Douglas de Matteu e que vem com um texto bastante interessante sobre PNL. Além de escritor, Douglas é professor e conseguiu reunir em seu artigo os benefícios da aplicação desse método, a Programação Neurolinguística, na educação. Fantástico saber que, mesmo com o aprimoramento das técnicas de ensino, ainda existem outras a serem descobertas e que podem auxiliar no apren-
6 editorasermais.com.br
dizado, inclusive a acelerá-lo. Vale muito a pena a leitura. E se o assunto é conhecimento, o escritor Cersi Machado tem mais dicas para que você o aprimore. Seu artigo fala sobre a “Gestão do conhecimento e o desenvolvimento empresarial”. É de sua importância, além de proteger, gerir as informações do negócio para que cada uma delas esteja disponibilizada corretamente às pessoas-chave e, assim, possa crescer. As ações para alavancar uma empresa ou negócio dependem muito das informações que cada colaborador tem acesso, em posse delas é possível definir os pontos fortes e fracos do posicionamento da companhia e até descobrir falhas na comercialização de produtos e/ou serviços. No mais, gostaria de indicar as leituras dos textos “Estresse como fonte lucrativa e motivacional” do Prof. Daltro Monteiro, “Quando Preço descobriu que estava sendo traído por Lucro com Valor”, de Marcos Rabstein, o “Pimenta malagueta doce?” de Cida Montijo e o “Feedback: o combustível da motivação” de Luiz Cláudio Riantash, todos muito bem escritos por esse time que compõe o nosso círculo editorial. Como não podia deixar de ser, desejo que faça uma boa leitura dos demais textos e aproveite o conteúdo que preparamos especialmente ao seu desenvolvimento! Um forte abraço!
Julyana Rosa Diretora executiva Editora Ser Mais
´ ARTIGO LUIZ CLAUDIO RIANTASH
Feedback:
N
O combustível da Motivação
o dia 21 de Maio de 2011, Roberto Prates, gerente de uma multinacional, dirigia em direção ao Sítio de um colega de trabalho. Roberto dirigia numa estrada repleta de radares e já tinha sido multado nessa região por excesso de velocidade. Para evitar uma nova penalidade, o gestor recebia feedback constante do seu velocímetro, para não passar dos 60 km/h. De repente o aparelho para de funcionar e Roberto fica sem feedback. “E agora, como chegarei ao sítio sem correr o risco de receber uma multa?”, ele pensou. Ele resolve reduzir drasticamente a velocidade pois perdeu a referência que precisava para guiar o veículo na velocidade certa. Seu carro então é ultrapassado por outro automóvel, dirigido por um pai de família, que parece estar na velocidade permi-
tida. O gerente da multinacional resolve segui-lo e finalmente se acalma, pois conseguiu receber novamente um feedback. Não recebeu nenhuma multa dessa vez. Reflita: se até para chegar num sítio é necessário feedback constante, imagine sua importância no mundo corporativo, onde precisamos nos superar constantemente para conquistar os resultados. O feedback é uma das ferramentas mais importantes que o líder pode utilizar para apoiar os liderados a atingir seus objetivos. Essa prática precisa ser utilizada frequentemente. Ela é o combustível que vai dar suporte para que o colaborador avance no caminho certo. Se falarmos da geração Y por exemplo, precisamos dizer que essa prática tem que ser quase que diária. Essa nova geração, composta por pesso-
as nascidas após 1980, é carente de feedback. Eles chegam até a preferir um puxão de orelha sobre um serviço mal-feito do que a ausência de comentários. O que eles não suportam é a falta de retorno sobre como estão desempenhando suas atividades. A ausência de feedback mina a motivação desses profissionais. A Disciplina do Líder Em meus processos de coaching, frequentemente faço a seguinte pergunta para o líder: “Se você tivesse apenas duas horas por dia para trabalhar e só pudesse dedicar a uma única atividade como líder, o que você faria?” A maioria responde: “Dedicaria esse tempo a acompanhar e motivar a equipe.” E aí eu faço a segunda pergunta: “E hoje, trabalhando de 8 a 12 horas por dia, quanto tempo você está dedicando a isso?” A maioria responde a mesma coisa também: “Quase nenhum,
editorasermais.com.br 7
está tudo tão corrido que eu não estou conseguindo parar para acompanhar a minha equipe como eu gostaria.” O gestor precisa se conscientizar do quanto esse acompanhamento é fundamental. É necessário adotar essa disciplina.
•
•
Sentimento: se o emissor está com sentimentos como raiva, ansiedade e decepção, não é a hora correta para dar um feedback. Os sentimentos devem ser positivos como: paz, alegria, entusiasmo e motivação. No momento de comunicar a sua percepção ao colaborador, o líder deve fazê-lo com compaixão, ou seja, com o sentimento de apoio àquela pessoa. Comunicação: sabemos que de tudo que comunicamos, 55% do impacto está na expressão corporal, 38% do impacto está no tom de voz e somente 7% no conteúdo das palavras. Por isso, a forma de falar é mais
“
•
Permissão: o feedback é um presente, mas mesmo assim, deve-se pedir permissão para entregá-lo. Essa é uma atitude de respeito em relação ao receptor. Talvez ele não esteja num bom momento naquela hora e um feedback não teria uma boa absorção.
Feedback Sanduíche Feedback não é só críticas, tampouco somente elogios. O ideal é conjugar o equilíbrio destas duas partes. O feedback sanduíche consiste em falar dos dois aspectos: pontos positivos e pontos a melhorar. O seu uso provoca uma abertura muito maior por parte de quem o recebe. O segredo dessa prática é começar falando de um aspecto positivo, depois falar de um ou dois pontos a melhorar e finalizar falando de outro aspecto positivo. Ex.: “Eduardo, você mostrou um grande comprometimento com a empresa
Feedback não é só críticas, tampouco somente elogios. O ideal é conjugar o equilíbrio destas duas partes.
8 editorasermais.com.br
semana passada, ao cobrir a ausência do Marcelo, trabalhando além do seu horário normal de trabalho. Vejo que você pode ter mais atenção no material enviado para os clientes, pois o orçamento para o cliente JXL chegou para ele com 4 erros de português. O Ronaldo, da empresa FTF, elogiou muito a sua postura ao resolver o problema do envio da mercadoria que estava atrasada.” Note pelo exemplo, que o feedback foi construído baseado em fatos específicos e não em suposições subjetivas como: “eu acho que você está muito desleixado...”. Quando existe a assertividade por parte do gestor existe a boa vontade em se redesenhar por parte do colaborador. Um feedback sanduíche muitas vezes exige uma reflexão por parte do líder. Antes de procurar a pessoa que vai recebê-lo, ele precisa parar e pensar: “quais foram as atitudes positivas dessa pessoa nos últimos dias?” ou “o que ela fez que foi benéfico para a empresa e a equipe?”. A tônica do feedback sanduíche é que ele dá o recado que precisa ser dado, embalado num contexto positivo e motivador. Use o feedback com frequência e assertividade e melhore as relações e os resultados da sua equipe!
“
Como dar feedback Antes de sair distribuindo feedback para todos, é importante seguir algumas dicas:
impactante do que o que se fala. Recomenda-se utilizar uma expressão aberta e tranquila, para criar um clima de confiança e receptividade nesse momento.
Luiz Cláudio Riantash Master Coach. Instrutor do Seminário Líder Coaching Cóndor Blanco. Escritor dos livros Master Coaches e Coaching Grandes Mestres, pela Editora Ser Mais. www.riantash.com.br
ARTIGO LEILA NAVARRO
Mudanças geram riscos, mas também
IMENSAS OPORTUNIDADES!
H
á quanto tempo você está na mesma empresa, ocupando a mesma função? Nos últimos anos você tem aproveitado todas as oportunidades de desenvolvimento profissional que surgiram? Você tem explorado todo o seu potencial na função que exerce hoje? Todo profissional tem um momento crucial na sua carreira e, quando isso acontece, é importante fazer questionamentos que podem conduzi-lo a novos rumos no mesmo lugar ou impulsioná-lo a outras experiências. Está na hora de você mudar de carreira? Perguntas são sempre importantes para o crescimento e as que você acabou de ler podem ser decisivas para grandes mudanças na sua carreira, seja para melhorar o desempenho onde está ou para tomar a decisão de sair em busca de novas oportunidades. A partir de uma reflexão re-
alista você pode chegar à conclusão que mudar os rumos da sua área de atuação é o melhor a fazer, porém, também poderá constatar que ainda tem muita lenha para queimar no cargo que ocupa hoje! De qualquer forma, algumas mudanças podem ser necessárias e sempre haverá algum risco, mas também a chance de enxergar imensas oportunidades. Há quem acredite em coisas do tipo: “Se eu não chegar a diretor até 40 anos, não chegarei mais”. É compreensível que na corrida pelos postos de comando das empresas as pessoas sintam-se pressionadas a ascender rapidamente, mas isso não quer dizer que possam queimar etapas sem ter amadurecido o suficiente em cada uma delas. Na ânsia de fazer as coisas acontecerem tem muitos profissionais que deixam de enxergar grandes desafios, as oportunidades para aperfeiçoar habilidades e o espaço propício para seu crescimento. E, com isso, conside-
ram mais apropriado aventurar-se em outra empresa ou segmento ao invés de analisar sua real condição e se submeter aos investimentos necessários no lugar que está. Digamos que o seu objetivo é chegar à alta direção de uma empresa! Então esqueça o tradicional modelo de ascensão linear, que o profissional faz carreira dentro de uma determinada área – comercial, financeira, técnica, de recursos humanos ou de marketing, por exemplo. O executivo moderno precisa ter uma visão global do negócio, e isso só se adquire com a vivência em vários segmentos da empresa. O diploma de um curso de graduação não obriga um profissional a seguir para sempre a trajetória natural de sua profissão. Nada impede que um engenheiro trabalhe na área comercial e depois migre para a de marketing ou um advogado passe um tempo na área administrativa e depois experimente a de finanças ou a de gestão de editorasermais.com.br 9
pessoas. No mundo corporativo moderno é possível desenhar uma carreira com esse trânsito, desde que se prepare para isso. Talvez o preparo mais lógico seja fazer uma pós-graduação ou curso de especialização na área que almeja. Mas existe também a possibilidade de aproximar-se dela aos poucos, procurando participar de projetos integrados com outras divisões. Caso você trabalhe no setor de marketing, seria interessante acompanhar o planejamento que o pessoal da produção realiza para implantar um processo de fabricação, conhecer os estudos que o setor de meio ambiente desenvolve para tratar adequadamente os resíduos de um processo industrial e entender o impacto que o lançamento do novo produto terá nas finanças da empresa, por exemplo. A tendência das empresas é funcionar de modo cada vez mais integrado e tudo que você puder sugerir e efetivamente fazer nesse sentido agregará muito à sua carreira. As andanças de um profissional por diferentes áreas de uma empresa mostram que ele dá valor ao aprendizado e à tão desejada visão global – uma habilidade fundamental não só para altos executivos, mas para todos os níveis de colaboradores, nesses tempos em que a gestão participativa ganha corpo nas empresas. Só é importante ter o cuidado de planejar bem a trajetória e permanecer em cada área o tempo suficiente para entender dela. Quem não esquen-
ta a cadeira não aprende, só faz turismo e essa é uma questão delicada no currículo de um profissional. A base para a realização profissional e uma carreira bem-sucedida é o autoconhecimento. Um aspecto relevante dessa competência é a identificação de talentos – a capacidade que cada um de nós tem de explorar os frutos da experiência pessoal para alcançar a realização. Pessoas que conquistam o seu espaço e o sustentam são aquelas que identificam e assumem as coisas que gostam e sabem fazer com naturalidade, facilidade e prazer. Então, para facilitar a sua decisão quanto à sua carreira vale a pena fazer quatro importantes perguntas. Você se sente respeitado no papel que exerce em seu trabalho hoje? Você se sente respeitado em sua carreira? Você continua aprendendo em sua carreira? Sua carreira hoje tem a ver com o seu sentido de vida? Se você responder não a pelo menos duas das quatro perguntas certamente deve rever alguns dos seus conceitos e posicionamentos. Agora se você respondeu “não” para mais de duas das perguntas, então é fato que o seu tempo de mudança chegou! Pense a respeito! Mudanças assustam e riscos sempre existirão, mas sem dúvida as chances de galgar novos níveis na sua carreira são imensas desde que você assuma seus talentos e habilidades e arregace as mangas para desbravar seu caminho! Vá em frente!
Leila Navarro
10 editorasermais.com.br
Palestrante motivacional, autora de 14 livros, entre eles, “Talento para ser Feliz”, “Talento à prova de crise” e “O poder da superação” e “Obrigado, equipe”. www. leilanavarro.com.br
editorasermais.com.br 11
ARTIGO CHRISTIAN BARBOSA
Empreenda, mas tenha tempo
para fazer a empresa crescer
M
uitas pessoas costumam dizer que sonham em ter seu próprio negócio para ter uma vida tranquila, com tempo para família, lazer, esporte e passeios. Porém, essa é uma realidade que está longe da maior parte dos empreendedores; o mito do tempo livre é apenas mais uma lenda do mundo corporativo. Uma causa comum desses problemas é um processo invisível e silencioso que acontece no começo de muitos negócios. Chamo esse fenômeno de “Síndrome da Fusão”: quando a vida pessoal se une com a vida empresarial. Empresa e vida pessoal se transformam em uma única coisa e, nesse momento, 12 editorasermais.com.br
começam a aparecer muitos problemas. Um sintoma clássico dessa síndrome é quando o pró-labore se mistura ao caixa da empresa. Existem muitos sintomas da síndrome da fusão, no entanto, o caso se torna grave quando o empreendedor acha que essas ações estão certas! Esse é o momento em que ele descobre ter-se transformado no pior tipo de patrão: o patrão de si próprio. Uma pessoa exigente, que cobra por resultados, sem ter superiores para pedir folga e que precisa trabalhar o máximo possível para a empresa crescer, mantendo todas as pessoas que agora dependem dele. O estresse toma conta, a ansiedade aumenta, os papéis se misturam, os problemas crescem e a empresa começa a quebrar.
Muitas vezes o próprio empreendedor não consegue enxergar esse cenário e só toma consciência da situação quando já é tarde demais. É fundamental que os papéis estejam separados e que apareçam dois perfis essenciais para o negócio: o técnico e o empreendedor. No Brasil, a pesquisa Empreendedores Brasileiros - Perfis e Percepções, realizada pela Endeavor, apontou que 42% dos empreendedores brasileiros começam um negócio por necessidade. Geralmente acontece quando a pessoa é demitida do seu trabalho e pela falta de oportunidades no mercado, acaba utilizando seu conhecimento técnico acumulado para abrir seu negócio. A grande maioria opta por investir no segmento em que tem mais experiência. Há também o empreendedor por
oportunidade, representado por 58% dos donos de negócios. São aqueles que abrem uma empresa em função de uma excelente oportunidade de negócio que surgiu. Eles também absorvem esses papéis, apesar de que, nesse caso, a função de empreendedor ser em geral predominante. O papel de técnico é o executor, que tem o conhecimento técnico acumulado para criar e desenvolver os produtos e serviços da empresa, seu pensamento é o agora e a visão focada no seu ambiente de operação. O papel empreendedor é aquele que busca oportunidades, planeja o negócio a longo prazo, investe no desenvolvimento de estratégias, tem visão e sonhos para a empresa. O problema para a maioria dos empreendedores é que o papel de técnico acaba tomando controle da vida e da empresa. Esse é um grande perigo. O técnico, como todo executor, gosta de acumular o máximo possível de responsabilidades, pois tem como conceito que, devido ao seu conhecimento e experiência, é a pessoa ideal para fazer o trabalho bem feito. Essa atitude acaba tomando um tempo precioso do empreendedor que se vê absorvido pelo dia a dia operacional do negócio e não consegue ter tempo para que o papel de empreendedor apareça. A parte mais difícil nessa história é fazer o empreendedor entender esse conceito. Tenho uma empresa de tecnologia e por amor e formação fui técnico por mais uma década. Quando me dei conta que precisava parar de trabalhar no negócio para começar a empreendê-lo de verdade, as coisas começaram a mudar, a empresa a crescer e eu comecei a ter mais tempo livre.
Especialista em administração de tempo e produtividade, fundador da Triad Consulting. Autor dos livros A Tríade do Tempo; Você, Dona do Seu Tempo e Estou em Reunião; e coautor do Mais Tempo, Mais Dinheiro.
42% dos empreendedores brasileiros começam um negócio por necessidade. 58% abrem uma empresa em função de uma excelente oportunidade que surgiu.
“
Christian Barbosa
“
O papel do técnico é de grande importância para a empresa, mas ele pode e deve ser delegado. Se o empreendedor tiver de ser técnico na empresa, então ele precisa de um sócio empreendedor ou voltar a ser funcionário. Caso contrário ele será escravo do próprio negócio para sempre. A solução existe no equilíbrio desses papéis e afastando a Síndrome da Fusão. Hoje fico feliz quando olho no meu software de planejamento e vejo que meu gráfico de papéis da semana traz o papel de empreendedor bem maior que o papel de técnico. Quando olhamos a empresa pelo papel empreendedor, ela é vista como uma forma de negócio que deve crescer para atingir os objetivos pessoais e não comprometê-los. A empresa não é sua vida e sua vida não é a empresa. Nesse conceito, o empreendedor se foca para a empresa crescer cada vez mais, dependendo cada vez menos dele. Um excelente começo para deixar o papel de empreendedor aflorar é dedicar algumas horas por semana para isso. Talvez para o lado técnico, ele diga que é “impossível se afastar por 1h da empresa”, mas quanto mais o empreendedor aparecer, menos o técnico ficará dando desculpas, pois ele será domado com planejamento, estratégia e delegação. Minha sugestão é que você tire um ½ período por semana para se dedicar ao planejamento do seu negócio. Se possível se afaste do escritório para evitar ser interrompido. Você quer ter uma empresa lucrativa e que funcione bem, mas para isso é preciso dar tempo ao seu empreendedor!
editorasermais.com.br 13
ARTIGO ANA ROCHA
Educação para o Negócio!
O
s números comprovam que o Brasil vem crescendo economicamente de forma acelerada. Entre 2001 a 2010, foram gerados 17.8 milhões de empregos com carteira assinada. O acesso ao crédito aumentou, transformando as classes C e D com maior poder aquisitivo. O crescimento do setor de varejo foi relevante e exigiu consequentemente a sua profissionalização garantindo competitividade. Para suportar este crescimento, em contrapartida, a demanda por mão de obra qualificada passou a causar preocupação para os empresários. O profissional absorvido pelo setor, em geral, é oriundo de um processo de educação pública precária, e com grande déficit de noções básicas de formação escolar, como o uso do português correto e raciocínio lógico. O Jornal Nacional exibiu este ano uma matéria com o tema “Apagão da Mão de obra no Brasil”,
14 editorasermais.com.br
e nela foram divulgados dados da pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, indicando que 40% dos brasileiros não completaram o ensino fundamental e 16% são analfabetos funcionais. Esta massa de mão de obra passou a fazer parte do quadro de funcionários de grandes marcas de varejo. Então, o que fazer? A solução encontrada pelas empresas foi repensar seu papel na formação básica e desenvolvimento de pessoas, e com isso o assunto passou a fazer parte da pauta das reuniões da alta direção. “O mercado no varejo no Brasil tem se profissionalizado bastante, existe um ditado em inglês: varejo é detalhe, não é só preço, não é só produto, é relacionamento, é atendimento”, conta o diretor de RH da Lojas Pernambucanas, Nelson Carvalho (www. g1.com.br de 27/12/2012). O investimento em capacitação como estratégia de negócio deu um salto nos últimos cinco anos e começou-se a ouvir com mais frequência
empresas criando as suas próprias universidades corporativas, conceito já muito evoluído nos EUA. Eu particularmente participei da implantação da universidade corporativa de uma das maiores de redes de restaurantes do Brasil no segmento fast-food. Na época, a estratégia de ter sua universidade própria garantia formar os 18.000 funcionários espalhados pelo Brasil, melhor padrão de atendimento, atrair novos profissionais e diminuir o turnover. Diante desse cenário, a área de “treinamento” tradicional (treinamento operacional) tem sido reformulada para a área que chamamos de Educação Corporativa – ou seja, educação para o negócio! Hoje, à frente da área de educação de uma franquia no setor farmacêutico com mais de 400 lojas, vejo o peso da minha área no negócio. Minha missão desde que cheguei, há dois meses, é implantar o conceito de “organização que aprende”, capacitar a mão de obra operacional, desenvolver os talentos para os de-
safios de novas posições hierárquicas, reter, atrair pessoas e garantir aprendizagem constante. Para isso, vejo como primordial para os profissionais da área: - Entender bem quem é seu cliente interno e como lida com a aprendizagem. No meu caso, como lido com franquia, como “vender“ a ideia da educação para 400 unidades de negócios que tem seus próprios donos? A solução é educá-los a um novo modelo mental conscientizando-os sobre a realidade da economia brasileira e os impactos diretos na lucratividade do negócio. A Educação para o negócio tem que fazer sentido para o empresário! - Entendimento do negócio: conhecer a operação, suas complexidades e suas formas de aprendizagens. Só assim é possível ser assertivo nas escolhas. O profissional de treinamento precisa aprender a linguagem do negócio e garantir transformar o conhecimento organizacional em algo que se materialize e perpetue. - Buscar conhecimento em metodologias de educação para adultos e aplicabilidade ao mundo empresarial. A empresa não é escola e, por isso, modelos tradicionais de ensino não servem mais. Devemos estar atentos, a
tal das gerações X, Y, Z e as próximas. Como aprendem? Como engajamos as pessoas para a aprendizagem acelerada que o mundo pede?
O investimento em capacitação como estratégia de negócio deu um salto nos últimos cinco anos e começou-se a ouvir com mais frequência empresas criando as suas próprias universidades corporativas, conceito já muito evoluído nos EUA. - Escolha criteriosa dos fornecedores. Há muitas empresas e consultores autônomos vendendo serviços, sem metodologia, sem comprovação de resultado e nem muitas vezes sem portfólio. A todo instante recebo propostas de consultorias no mercado, mas tenho percebido muitos profissionais despreparados. Nós que estamos à frente de área
de Educação, não podemos avaliar sem critério, sem entendimento dos pontos citados anteriormente (negócio e cliente interno). Outro ponto relevante: a escolha dos fornecedores de educação deve ser compartilhada com os clientes internos (gerentes das áreas) para fomentar a coparticipação da liderança sobre a gestão do conhecimento. Vejo a área com grande pilar de sustentação das empresas e o grande desafio para os próximos anos é acompanhar a evolução do processo de aprendizagem organizacional principalmente com a dinâmica do varejo. E mais. Garantir novos passos no modelo tradicional de sala de aula. Segundo Marisa Éboli, professora especialista no tema, o próximo passo é difundir a educação corporativa a distância. “Eu não vejo outra forma se não as empresas adotarem de maneira séria as diversas ferramentas de educação a distância para terem ganho de escala, otimizarem custos, poderem atingir os diversos públicos, que é um dos princípios da educação corporativa que a educação a distância pode viabilizar, que é o aprender a qualquer hora e em qualquer lugar”. (www.g1.com.br de 27/12/2012).
Ana Rocha Graduada em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero, especialista em Pedagogia Empresarial pela FMU e Extensão em Mentoring pela FGV. É coach pela Sociedade Brasileira de Coaching. Escritora dos livros Ser+ Inovador em RH, pela Editora Ser Mais.
editorasermais.com.br 15
^ SE ATUALIZAR UP 2 DATE NOVIDADES PARA VOCE
1
2
3
01 - Controle de voz
Com tela imponente de 46 a 75 polegadas, as televisões da Samsung agora ganham mais um atrativo com controle de voz. Além de responder ao movimento das mãos para trocar de canal ou ampliar uma imagem, o aparelho interage com o usuário através de demandas vocais. Se o telespectador perguntar, por exemplo, “quais são as partidas de futebol que serão transmitidas hoje?”, a resposta aparece automaticamente na tela. O modelo já começou a ser vendido na Coreia do Sul por € 4.155.
16 editorasermais.com.br
2 - Chromebook Pixel
Com tela de 12,8 polegadas, sensível ao toque e alta resolução (239 pixels por polegada), o Google lança seu primeiro notebook próprio, com sistema operacional Chrome OS. O Chromebook Pixel vem equipado com Intel Core i5 de 1,8 GHz com dois núcleos, 4 GB de memória RAM e 32 GB de armazenamento interno. A webcam tem capacidade para gravar em até 720p. Segundo o Google, a bateria pode durar até cinco horas. O aparelho está à venda nos Estados Unidos e Reino Unido através da loja virtual Google Play a partir de US$ 1.299. Os clientes ainda ganham 1 TB no serviço de armazenamento Google Drive por três anos.
3 - PS4
Após sete anos sem lançamentos, o esperado PlayStation 4 foi anunciado pela Sony em evento realizado em Nova York. Seu novo controle “DualShock 4” vem com touchpad, sensor de movimentos, 8GB de memória RAM e botão para compartilhar conteúdos. O PS4 terá processador AMD ‘Jaguar’ de oito núcleos e unidade de processamento gráfico AMD Radeon de 1.84 Teraflops. O acesso é compatível com redes Ethernet, Wi-Fi e Bluetooth. Entre os jogos já anunciados estão KillZone: Shadow Fall, Driveclub e InFamous Second Son.
5
4
6
4 - LifeProof
A empresa alemã LifeProof faz jus ao nome com seus dois lançamentos de cases para iPad e iPhone. O primeiro deixa o aparelho completamente vedado, sem comprometimento da sensibilidade da tela ou reflexos extras, protegendo contra quedas, impactos e arranhões. O segundo é um estojo laranja que, acoplado ao aparelho, funciona como uma boia e impede que afunde na água. As capinhas estão à venda no site da LifeProof a partir de US$ 39,99.
5 - Instacâmera
Após muitos rumores, a “câmera fotográfica do Instagram” vai virar realidade, trazendo os populares filtros do aplicativo. Outra novidade é o sistema de impressão instantâneo da Polaroid. O gadget virá com sistema operacional próprio, batizado de InstaOS 1.0, tela touchscreen, armazenamento interno de 16 GB, conexão Wi-Fi e impressora embutida. Com lançamento previsto para o início de 2014, a câmera é fruto da parceria entre a Socialmatic LLC e a Polaroid.
6 - Bracelete MYO
Controle e interação a distância já fazem parte da nossa realidade, mas a Thamic Labs decidiu ir além: a empresa desenvolveu um bracelete que “lê” os movimentos dos braços, mãos ou dedos, através de conexão Bluetooth. Batizado de MYO, o aparelho segue a linha dos controles Kinect e se destaca pela precisão nos comandos e velocidade de resposta, além de eliminar a necessidade de segurar o objeto. É possível controlar o computador e jogos de videogame, por exemplo.
editorasermais.com.br 17
ARTIGO JANSEN DE QUEIROZ
Você é prático ou teórico? “Nada mais prático do que uma boa teoria” – Kurt Lewin
nicio com rápidas considerações sobre alguns conceitos ou entendimentos do que seja teoria. Segundo o Dicionário de Ciências Sociais da FGV: “Na acepção comum, fora dos círculos especializados, teoria é um conhecimento especulativo”. Quem sabe! Aqui se encontra a raiz da citação popular no Brasil? Voltando a descrição do dicionário: “No sentido geral e filosófico a noção de teoria implica várias formas de compreensão da realidade, todas estreitamente relacionadas, como a contemplação, a visão, à contemplação racional e a visão inteligível” – Ferrater Mora, J. Essas formas
de compreensão devem ser entendidas como atividade mental racional, desprovida dentro do possível, de elementos emocionais ou místicos. Há vários entendimentos acerca da natureza da teoria, mas todos estão de acordo, em que teoria é um conjunto de declarações sobre o real. As considerações poderiam ser mais extensas, mas, penso que para o escopo do artigo isto seja suficiente para provocar os teórico-práticos e quem sabe estimular algum questionamento dos que valorizam excessivamente a prática, com algum desprezo pela teoria. Nós, no Brasil, damos ênfase exagerada à prática. Não temos consciência de que nada é mais
no Brasil, damos ênfase exagerada à “ Nós, prática. Não temos consciência de que nada
é mais prático do que uma teoria testada na dura realidade do cotidiano.
18 editorasermais.com.br
“
I
“A teoria na prática é outra coisa” – Citação popular no Brasil
Jansen de Queiroz Pós-graduado em Ciências Econômicas pela FGV. Escritor do Manual Completo de Coaching, Ser+ em Gestão de Pessoas, Gestão do Tempo e Produtividade e Master Coaches, pela Editora Ser Mais.
prático do que uma teoria testada na dura realidade do cotidiano. Daí falarmos que “a teoria na prática é outra coisa”, que pode ter a seguinte leitura: como não aprendi suficientemente bem a teoria, e não quero declarar isso, digo que a teoria na prática é outra coisa. Valemo-nos dos mecanismos de defesa, para evitarmos reconhecer e trabalhar nossas carências cognitivas. A teoria leva o profissional a ser eficaz com menos custos e menor risco. A prática pode levar à eficiência com elevados custos – tentativas e erros – e exagerado risco, porque o indivíduo não conhece todas as implicações e todas as relações que serão desencadeadas com a prática aventureira sem fundamentação teórica consistente. Como falei de profissional e, esta palavra nem sempre tem o mesmo significado para os interlocutores, exponho o que entendo por profissional: é o indivíduo que tem competência técnica, emocional e interpessoal para contribuir, em equipe, com a construção do lucro, da perenidade da organização e do desenvolvimento, com qualidade de vida e respeito aos ecossistemas, com menor tempo, custo e riscos possíveis. Conceituei para evitar ser inespecífico ou fazer uma suposição inadequada, de que todos deem o mesmo significado a palavra profissional. A filosofia, meu caro colega Administrador pragmático, é a mãe de todas as ciências! Sem ela é realizar atividades desprovidas de interesse pela evolução do pensamento humano. Nossos “profissionais” correm atrás de cursos de pós-graduação e de MBA, a maioria, não para aprender, mas com o autoengano de que basta ter um diploma, neste nível, para ganhar um incremento na remuneração. Quanta perda de dinheiro e de tempo! Uma pós-graduação é a busca de mais embasamento teórico para fundamentar a prática consequente. Percebe a incoerência: se a teoria na prática é outra coisa, por
que então buscar formação acadêmica e, mais ainda, uma pós-graduação?! Freud Explica! Somente a combinação equilibrada de teoria e prática gera bons resultados a baixo custo contábil e humano, com menor risco financeiro e humano para o profissional, para a organização e para a comunidade. A prática sem teoria é chute, é aventura irresponsável, é um jogo de azar. Quanta oportunidade têm os responsáveis pela gestão de pessoas para contribuir com o desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional! Não se iludir com modismo, ou pensamentos mágicos, já seria uma grande contribuição. Enfatizo que não estou colocando o que é mais importante: a teoria ou prática? Que é um falso dilema. Mas que devamos dar importância a ambas, pois são complementares, como razão e emoção. A teoria desafia a prática e esta estimula a teoria. Lamento o enfoque que deprecia a teoria e seu relevante papel no desenvolvimento da humanidade. É preconceituoso pensar e agir como se os jovens profissionais só tenham interesse por regras, “receitas de bolo” ou casos práticos, que, na maioria das vezes, não permitem transplante da cultura na qual foram exercitados para outra cultura. As organizações como as pessoas possuem individualidade, isso é, são ímpares. Qualquer aplicação prática exitosa em uma determinada cultura nacional ou organizacional precisa para utilizar-se da redução sociológica, a popular adaptação ou a conhecida tropicalização. Concluo com algumas perguntas: colega gestor/profissional você sabe o que é controlar? Para que as organizações pagam os profissionais? O que vendem os profissionais? Se suas respostas não forem claras e especificas, você pode ser um agente da desmotivação da equipe e responsável pela redução da produtividade, da lucratividade e da sua empregabilidade.
editorasermais.com.br 19
ARTIGO WALBER FUJITA
O Executivo e o Samurai
N
Japão: a sabedoria do mestre
esse exato momento o jovem executivo deu uma pausa nas atividades de trabalho para refletir sobre o dia em que encontrou o mestre Samurai pela primeira vez. Em sua memória ficou registrada a forma ansiosa em que indagou ao mestre a seguinte questão: como devo manter minha disciplina e minha motivação quando os meus resultados não são reconhecidos? O mestre muito tranquilo lhe disse que em primeiro lugar ele deveria ficar muito feliz e agradecido por ter resultados, para depois conseguir entender o poder do valioso significado das palavras: obrigado, percepção e felicidade. O mestre samurai notando que o jovem executivo ainda se encontrava confuso, entregou-lhe uma folha de papel com a seguinte lição: antes de tudo tenha percepção para depois acreditar no amor e temperá-lo com disciplina, empenho, vontade de lutar em direção à autorrealização. Se eu sincronizar meus objetivos e metas dentro de um gerenciamento pessoal bem organizado, nada nesse mundo poderá prejudicar o meu eu interior. A busca pelo equilíbrio me leva a fazer escolhas que devem ser descritas e analisadas nos míni20 editorasermais.com.br
mos detalhes e também um cronograma de crescimento feito através de pesquisa e comparações com o que há de melhor no universo. Se eu tiver consciência da perfeição saberei que o silêncio também fala. Se eu aprender a verdadeira necessidade de dizer não, verei com clareza que a motivação e a disciplina necessariamente só dependem do meu eu interior. Meu estado de espírito pode ser gerenciado pelos meus pensamentos positivos e para um efeito mais prático posso ressignificar minhas emoções sempre que achar conveniente e seguir evoluindo com um passo de cada vez em direção a minha autorrealização. A escola da vida me ensina que posso melhorar sempre e que meu objetivo hoje é superar o ontem e surpreender o amanhã, porque fazer bem feito e ter bons resultados é minha obrigação, ser excelente em busca de ser maravilhoso é o meu grande desafio a cada nascer do sol. O primeiro passo para dizer um grande bom dia para as minhas conquistas é identificar os verdadeiros objetivos de cada conquista e descrevê-los em detalhes, também identificar os verdadeiros desafios e descrevê-los em detalhes e por fim identificar o que significa reconhecimento para mim e descrevê-lo em detalhes. Depois de ter descrito tudo, devo
fazer uma análise minuciosa das habilidades e ferramentas que tenho e também as que terei que adquirir para poder mapear as possíveis soluções e colocá-las em prática com ações eficientes e eficazes. Com o resultado desse mapeamento em mãos irei adquirir consciência para seguir em direção à minha verdadeira paz, conquistando assim a liberdade para o melhor gerenciamento das minhas escolhas e me alertando sempre que no dia a dia vivemos de escolhas. Por isso, tenho que interpretar minha escolha para definir minha atitude com clareza, pois tenho plena consciência de ter concluído que a única pessoa responsável pelo meu reconhecimento ou sofrimento é o meu próprio interior, o resto é consequência das minhas escolhas e do meu processo de execução. Tenho certeza que a partir de hoje vou aproveitar melhor o meu tempo para torná-lo mais produtivo e fazer minhas escolhas de maneira mais consciente (se estiver em casa, foco na casa; se estiver no trabalho, foco no trabalho; e se estiver no lazer, foco no lazer) tudo tem o seu tempo e com isso merece total atenção. Perder o foco é perder a identidade do que está fazendo, (e estar em casa com a cabeça no trabalho; no trabalho com a cabeça em casa; e no
Walber Fujita Empresário, consultor e palestrante. Escritor dos livros Ser+ com Equipes de Alto Desempenho, Master Coaches, Ser+ com Qualidade Total, pela Editora Ser Mais. www.walberfujita.com.br
“
Se eu tiver consciência da perfeição saberei que o silêncio também fala. Se eu aprender a verdadeira necessidade de dizer não, verei com clareza que a motivação e a disciplina necessariamente só dependem do meu eu interior.
“
lazer com a cabeça nos problemas) isso gera bagunça na mente. Observo que se não estou satisfeito com o meu ambiente de trabalho, relacionamento e etc, posso escolher me acomodar ou fazer acontecer. Minha felicidade é fruto das minhas escolhas a curto, médio ou longo prazo, sendo assim ter consciência que preciso aprender a avaliar melhor minhas escolhas é o que faz a diferença entre ganhar e perder. Se não sou feliz devo escolher fazer o que for necessário para ser muito feliz e principalmente agradecer muito por poder ser produtivo, ter talento e com isso obter resultados. Ter consciência que a gratificação dos meus resultados de certa forma está vinculada às minhas próprias escolhas é o primeiro passo para o sucesso. O jovem executivo deu dois passos para trás, sentou-se em sua cadeira e sorriu muito porque tudo o que estava escrito naquele papel, ele conhecia há muito tempo, só não colocava em prática porque a rotina já o deixara no piloto automático, então, depois daquela lição passou a valorizar mais o que fazia com amor e com ações simples conquistou muitas coisas que lhe trouxeram vitórias. A partir de sua autoavaliação defina as suas prioridades, pois é importante estar bem e ter de maneira clara a importância de suas escolhas para atingir sua qualidade de vida pessoal e profissional. Fica aqui uma dica: comprometa-se, tenha percepção e seja muitíssimo feliz.
editorasermais.com.br 21
22 editorasermais.com.br
´ POR UM PLANETA SUSTENTAVEL
Plástico solar Pedaços de plástico transparente, fininho e flexível se tornaram opção para captação de energia solar nas mãos de um grupo de pesquisadores em Belo Horizonte. O “plástico solar” pode ser instalado direto em janelas, fachadas de prédios, estádios de futebol, dando lugar às enormes placas de silício até então utilizadas. A pesquisa foi desenvolvida pelo CSEM, parceria entre o Centre Suisse dÉletronique e Microtechnique e a gestora de investimentos FIR Capital, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do governo do Estado. As primeiras versões dos painés já estão disponíveis com preços sob consulta.
Brasileiros entre os Água no OUTDOOR MAIS SUSTENTÁVEIS
Se o acesso a água potável é escasso nos arredores de Lima, no Perú, nos últimos meses a população vem recorrendo a um outdoor, responsável por gerar mais de 9.000 litros de água própria para consumo. A ideia é na verdade uma campanha publicitária da Universidade de Engenharia e Tecnologia (UTEC) para atrair alunos, mostrando as aplicações da ciência para o desenvolvimento do país: no outdoor está um mecanismo que utliza a umidade do ar, que chega a 98%, para gerar água potável.
Pela quarta vez a Natura aparece no ranking das 100 empresas com as melhores práticas de sustentabildade. A fabricante de cosméticos ficou com o segundo lugar na pesquisa elaborada pelo grupo canadense Corporate Knights. Além da Natura, a CEMIG (43º), a mineradora Vale (49º), a Companhia Brasileira de Distribuição do Grupo Pão de Açúcar (74º) e o Banco do Brasil (100º) também foram mencionados. editorasermais.com.br 23
SAUDE ´ PROF. DALTRO MONTEIRO
ESTRESSE COMO FONTE LUCRATIVA E MOTIVACIONAL
O
estresse é um dos fatores predominante para o desequilíbrio da saúde mental. A grande maioria das pessoas não sabe o que é estresse. Por a consequência, pessoalmente chamo de subproduto do estresse. Esse “lixo do estresse”, que basicamente são as respostas físicas e emocionais que passam por três estágios: psicossomáticos, físico e problemas crônicos. O mais agravante disso tudo é que todo mundo perde: os acionistas perdem, o INSS perde, os lucros das empresas perdem, os RHs perdem, o salário do colaborador perde, e toda, literalmente TODA, a cadeia produtiva perde. Um dos grandes desejos dos nossos clientes é ter uma empresa mais feliz. Claro! Um funcionário feliz TODO MUNDO GANHA. Concorda? Veja: um cliente ganha porque ele é melhor atendido (vende mais).
Você ganha porque está em um ambiente melhor para trabalhar e produzir (relacionamento interpessoal). O fornecedor ganhar porque o relacionamento torna-se melhor (diminuir custos). O dono e/ou acionista também ganha, porque tem uma empresa mais lucrativa. A atitude comportamental em equilíbrio você busca o conhecimento, mas o contrário não é verdadeiro. Quando as empresas nos procuram é exatamente aí que agimos, na gestão do estresse de todo o time da empresa. Quando as pessoas (empresários, RH e colaboradores) descobrem tais segredos, ATITUDES, notam que é esse fator tão ou mais importante do que seu currículo, faz mudar uma história de prejuízos na organização, as pessoas e as empresas galgam com mais facilidade no caminho do sucesso. A International Stress Management Association do Brasil, sediada em Porto Alegre, realizou uma pesquisa com cerca de mil executivos com
idade entre 25 e 60 anos e revelou que os principais motivos desencadeantes de estresse são a falta de tempo, que resulta em sobrecarga nas atividades diárias (62%); medo de perder o emprego (56%) ou uma carga grande de responsabilidade com pouca autonomia para tomar decisões (41%). Nessa mesma pesquisa foi constatado também que 81% dos entrevistados sofrem de ansiedade; 78% demonstram sentimento de angústia e 73% manifestam alto índice de preocupação. Mas a empresa oferece bons salários, condições bacanas de trabalhar, segurança no emprego, tem benefícios atrativos, etc. Mas onde está o estresse? Nas mais de 700 empresas com as quais tive oportunidade de desenvolver trabalhos com palestras e treinamentos, sutilmente questionava todos os envolvidos nos processos da empresa no momento em que realizava meu “briefing”, perguntava: “No seu trabalho, o que
Os principais motivos desencadeantes de estresse entre executivos de 25 a 60 anos são a falta de tempo, que resulta em sobrecarga nas atividades diárias; medo de perder o emprego e uma carga grande de responsabilidade com pouca autonomia para tomar decisões. 24 editorasermais.com.br
mais lhe estressa?” 1) O chefe, coordenador, diretor, supervisor, etc.: 17.07 % 2) Não tenho oportunidade de crescimento: 15.33 % 3) Os colegas 12.80 % 4) O salário 11.47 % 5) A rotina do mesmo trabalho sempre 6.80 % 6) A jornada de trabalho 11.33 % 7) Falta de treinamentos 9.07 % 8) Não existem desafios 3.47 % 9) Não gosto do que faço 2.67 % Então a solução do estresse na empresa está na troca do “chefe”! Às vezes não é uma solução inteligente desprender tanta energia nesse personagem. Explico: existe um consenso no meio corporativo de que
Prof. Daltro Monteiro Graduado em Consultoria Empresarial pela FGV e pós-graduado em Gestão Escolar. É Professor Universitário e especialista em Biopsicologia. Escritor do livro Ser+ com Saúde Emocional, pela Editora Ser Mais.
ter um bom desempenho profissional depende muito da qualidade de vida. Não basta só receber um bom salário (nossa pesquisa confirma isso, aparecendo tal assunto em 4° colocado), ou benefícios vantajosos; é fundamental se sentir bem e feliz no ambiente de trabalho. O lado financeiro há tempos deixou de ser o único atrativo para motivar os talentos nas organizações. Em um trabalho que realizamos para Associação Brasileira de Recursos Humanos, descobrimos que o colaborador com melhor qualidade de vida e com equilíbrio profissional e pessoal apresenta maior rendimento em suas atividades diárias. O estresse nas organizações interfere, de forma negativa, diretamente no clima organizacional. Quando ele é positivo, gerado por pessoas que estão mais felizes com o que fazem, fortalece relações dentro da empresa e propicia maior comprometimento de todos para o crescimento tanto dos negócios quanto dos colaboradores ali inseridos. Vejo cada vez mais o profissional sofrer de estresse por pressões e responsabilidades que acarretam também diversos impactos negativos dentro da empresa, como o presenteísmo (estar no trabalho mas com a
mente desconectada das atividades), absenteísmo (faltar no trabalho), afastamento por doenças e, consequentemente, queda no nível de produtividade e lucratividades como um todo. Os RHs me questionam muito: então vamos fazer o quê? Os melhores cases de sucesso que temos na solução do estresse nas empresas e aumento da qualidade de vida dos seus colaboradores, geralmente aplicamos e utilizamos metodologias com incentivos de equilíbrios em seus orçamentos familiares (financeiros ou não), técnicas de automotivação, melhora da comunicação, desenvolvimento de líderes na sua formação de gestão de pessoas, treinamentos de relacionamentos interpessoais, etc. O que fazer e como gerenciar as atitudes. A gestão das atitudes comportamentais na empresa é retorno garantido. Todos os clientes que investiram em nossos projetos realizando avaliações adequadas, gestão eficiente, comunicação eficaz e que possibilita o acesso dos profissionais, obtiveram retorno importante em controle das faltas ao trabalho, maior motivação, retenção de talentos, redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e maior controle nos custos de assistência médica. editorasermais.com.br 25
MODA, BELEZA E ESTILO
CROCS PARA CHUVA Com a chegada dos dias chuvosos, a Crocs utilizou seu exclusivo material Croliste™ para produzir galochas cheias de estilo. Disponível nas lojas Crocs de todo país, as Wellie Rain Boot custam R$ 129,00. O modelo infantil, Handle It Rain Boot Kids, traz cores alegres e design diferenciado, por R$99,00.
Exclusivo para o Brasil Com ingredientes da Amazônia, a L’oreal traz ao mercado a linha Absolut Control, exclusiva para a mulher brasileira. A manteiga de Muru Muru, extraída de sementes da floresta, é o componente-chave dos produtos e chega com o novo óleo de argan para controlar fios volumosos. O tratamento completo ainda garante hidratação e efeito antifrizz.
Magnético Esmalte magnético é a novidade de O Boticário com a coleção Make B. Black Crystal Collection. O produto vem acompanhado de um ímã especial que, quando aproximado do esmalte ainda molhado, imprime uma estrelinha na unha. São três cores disponíveis: Pink, Indigo e Silver, vendidas nas lojas da rede e pelo www. boticario.com.br por R$ 19,99.
26 editorasermais.com.br
Mimos Corporativos Para fugir do chaveiro e canetas impessoais na hora de distribuir presentes, a Alianzza Gifts Corporativos investe no luxo na hora de criar lembranças personalizadas para homenagens, agradecimentos ou comemorações especiais.
NOVIDADES DO MUNDO DA WEB
Super Sync
Firefox para android
Chrome Super Sync Sports é o novo game lançado pelo Google, que traz interação entre o computador e dispositivos móveis. São três modalidades disponíveis: corrida, natação e bicicleta. Enquanto a ação acontece na tela do PC, até quatro usuários comandam os personagens através de celular ou tablet. Basta acessar chrome.com/supersyncsports, selecionar uma modalidade e aguardar um código no tablet ou celular e acessar o link g.co/. O game roda na versão 15 do Chrome e nos aparelhos com no mínimo Android 4.0 ou iOS 4.3
Ainda em versão beta, a loja de aplicativos para Android, Google Play, disponibilizou o navegador Firefox para download gratuito. Entre as principais novidades está uma redução de requisitos mínimos do sistema, permitindo que smartphones mais simples possam executar o software. Os usuários da raposa conseguem navegar em modo privativo e transformar as páginas mais acessadas em atalhos na tela inicial.
Zello
Zello é o novo nome do Loudtalks Walkie Talkie, que transforma seu Android, BlackBerry, PC e Windows Mobile em um walkie talkie, através de conexão 2G, 3G ou wi-fi. O streaming em tempo
real e de alta qualidade é um dos diferenciais, além de manter um histórico de voz. O usuário ainda tem a possibilidade de criar canais públicos e privados com até 100 contatos.
Backup para Android Com interface simples e intuitiva, o Carbon é uma ótima solução para backup, salvando os aplicativos no próprio Android, no cartão de memória ou no computador (Windows, Mac ou Linux), com ajuda do Carbon Desktop Manager. O app ainda guarda dados de ligações, SMS e contas de e-mails. Na versão paga (R$ 10,13), é possível agendar o backup com a periodicidade desejada, armazenar em nuvem e sincronizar o backup com outro aparelho Android, replicando o conteúdo.
Temporada na Disney Especializada em aluguel de casas em Orlando, a Temporada na Disney criou um aplicativo para iPhone que permite ao usuário o acesso ao portfólio dos 42 imóveis disponíveis para locação. Batizado de TND, o app traz ainda novidades, contratação de serviços personalizados na Disney e descontos em parques, restaurantes, lojas e oferece descontos para usuários.
editorasermais.com.br 27
´ PERCIA COACHING ANDRE
CONSTRUINDO METAS COM SUCESSO!
N
a Programação Neurolinguística, costumamos acessar experiências onde fomos capazes de usar plenamente nossos recursos com sucesso. Mesmo quando esses recursos aparecem num contexto totalmente diferente de onde pretendemos utilizá-los. Se eu desejo ser persistente e focado no meu treinamento esportivo, eu posso identificar qualquer outra situação esportiva onde tive persistência e foco, e buscar nestes recursos as estratégias que utilizei. No caso de não identifi-
carmos nenhuma experiência semelhante na área esportiva, podemos acessar estes recursos que nos autorizam a fazer o que deve ser feito em outra área da vida, por exemplo: quando tive foco e persistência para tirar boas notas nas provas escolares. Logo a seguir faremos um exercício que o ajudará a descobrir sua estratégia pessoal para realizar metas. Escolha três situações em que você conseguiu realizar suas metas e as descreva abaixo. Vamos buscar na nossa memória, situações em que alcançamos ou realizamos metas.
A
Escolha três metas que foram primeiro desejadas e depois alcançadas com congruência (aqui estamos trabalhando os recursos internos para planejar e construir metas).
B
Marque três espaços no chão para representar cada uma das metas. Em cada espaço, imagine-se como que “voltando no tempo” e revivendo o processo que usou para construir aquela meta: o que viu, ouviu e sentiu desde a decisão até o alcance da mesma, no que dependeu exclusivamente de você? Você pode anotar esse e os demais exercícios em seu diário.
C
Ao escrever sobre cada uma das suas metas, considere as seguintes perguntas e faça anotações sobre como se sente, expressões e movimentos corporais, linguagem verbal e não-verbal etc.
28 editorasermais.com.br
1. Qual foi a sua motivação para conseguir a meta?
2. Como você sabia que estava conseguindo a meta?
3. O que você fez para conseguir a sua meta?
4. Que capacidades pessoais você usou para conseguir a meta?
5. O que você fez quando encontrou dificuldades?
D
Vá para um outro espaço neutro (metaposição) e, olhando para os espaços demarcados no chão antes, para cada uma das metas, avalie semelhanças importantes entre elas. Semelhanças:
E
Crie um quarto espaço mais a frente o qual vai representar você no futuro combinando já o que existe de melhor nas três metas, adaptando o que for necessário para a sua meta esportiva.
André Percia Psicólogo clínico e hipnoterapeuta com formação internacional em Coaching. Coordenador de livros da Editora Ser Mais. youtube.com/Andrepercia apercia@terra.com.br
Primeiro veja de fora como se fosse um filme, e vá ajeitando a imagem, tamanho, cores, brilho, som e tudo que pode impactar a qualquer pessoa assistindo para que fique mais atraente e desejável, com você lá dentro vivendo plenamente em harmonia o alcance do seu objetivo e colhendo as consequências positivas. Quando gostar do que ver, ouvir e sentir, entre no espaço e experimente ver, ouvir e sentir esse resultado. Identifique no seu corpo onde – especificamente – sente o resultado de forma mais forte e intensa, qual o movimento e direção em que parte do corpo (sobe e desce? Gira?
Vai de um ponto a outro ou fica num loop naquela parte do corpo?). E amplie bastante. Faça um gesto singular, tipo apertar o polegar e o dedo médio para ANCORAR esse estado de recursos. Após praticar por cerca de 21 vezes essa técnica, nos momentos imediatamente anteriores às práticas esportivas onde quer que os recursos se manifestem, DISPARE A ÂNCORA, ou seja, faça o gesto, por exemplo, de apertar o polegar e o dedo médio, e você deverá experimentar os recursos fluindo por você.
editorasermais.com.br 29
CAPA GABRIELA PANCHER
“Odeio segunda-feira!”
A frase pipoca nas redes sociais na hora de recomeçar a semana de trabalho. O que para muitos é apenas uma brincadeira, para outros a cara emburrada ao longo dos dias revela insatisfação profissional. Não se trata de um mau-humor temporário, mas reflete na falta de motivação para realizar as tarefas diárias e propor novas ideias para a rotina de trabalho. A insatisfação transforma a atividade de trabalho em um sofrimento, cujas consequências vão além do prédio da empresa e afetam negativamente a família e os amigos.
30 editorasermais.com.br
H
á no Brasil ainda a cultura de que muito tempo em uma mesma empresa é sinônimo de acomodação ou de falta de ambição profissional. Mas não existe emprego com prazo de validade pré-indicado. É preciso reconhecer até que ponto o profissional pode e tem interesse de se desenvolver na área e, principalmente, se está satisfeito com o cargo, o salário, a relação com o chefe e colegas de trabalho, o balanço entre a vida pessoal e profissional. Só pensar em mudar de carreira ou até mesmo de emprego já levanta inúmeras questões e inseguranças. Será que estou preparado para essa transição? Será que consigo arcar financeiramente com uma ausência temporária do mercado de trabalho? Estou em uma posição de liderança em meu emprego atual, será que vale a pena recomeçar tudo do zero? Quando os novos resultados vão começar a aparecer? São inúmeras variáveis e as respotas podem ser dadas por apenas uma pessoa: você! A autoanálise constante de carreira é o verdadeiro termômetro sobre a situação profissional. Ter sempre em mente os objetivos da carreira, o que fazer para conseguir os resultados e mantê-los e o que está impedindo essa realização: salário incompatível, problemas de relacionamento com os colegas, ambiente de trabalho desagradável, sobrecarga de funções. A gerente de orientação de carreira da Cia de Talentos, Bruna Tokunaga Dias, aponta que o maior desafio é constatar o motivo de insatisfação. Quando não se sabe diagnosticar a causa certa, todos os fatores incomodam. “As pessoas normalmente procuram a orientação de carreira somente após terem tentado de tudo e não conseguirem resultados, quando, na verdade, o acompanhamento ajuda a enfrentar os obstáculos da carreira”, destaca. “O planejamento ainda auxilia a entender como a insatisfação impacta na vida pessoal como lidar com isso para uma transição mais tranquila”, completa Bruna.
Raio-x do empresariado
Perfil da amostra: gênero, faixa etária e região em que reside
Cargo atual/ último cargo e tempo de atuação
editorasermais.com.br 31
A solução pode estar dentro da empresa, com uma mudança de projeto, transferência de área ou aumento salarial. Uma conversa franca com o gestor ou com o RH pode ser valiosa. Vale ressaltar que, na hora desse feedback, é preciso, antes de qualquer solicitação, estar com suas tarefas em dia. Cobrar ações da empresa quando as suas funções de trabalho não estão sendo cumpridas revela falta de comprometimento, afinal o diretor da área não pode virar um ombro amigo para reclamações sem fundamento. Apresentar soluções facilita o diálogo e dá argumentos a você em uma negociação. “Acredito que renderia mais trabalhando em tal setor específico. Inclusive pensei nos seguintes projetos para a área”, são frases eficazes e que trazem resultados. Mostram que o funcionário está disposto a continuar vestindo a camisa
“
da empresa e que se preocupa com um melhor rendimento de todos. O auxiliar financeiro Anderson Campelo, de 24 anos, percebeu na Máquina da Notícia a oportunidade de trilhar uma carreira, desde que trocasse de função. Contratado em 2006, ele auxiliava a produção de imagens no setor de clipping. “Eu estava há três anos no mesmo cargo e comecei a sentir que era a hora de mudar, mas não queria sair da Máquina pois me sentia valorizado ali”, conta. Após uma conversa com os diretores da área, foi montado um plano de carreira em conjunto: Anderson seria promovido a trainee e a empresa se disponibilizava a oferecer um incentivo financeiro para a conclusão do curso de Administração. “Eu decidi agir antes que ficasse desmotivado. A conversa com meu gestor foi fundamental para entender que não precisava pedir demissão. Ganhei mais energia para continuar
Rodrigo Stocco, fundador da MyGloss
32 editorasermais.com.br
com o trabalho, me senti valorizado e fiquei muito grato com a abertura que a empresa me deu”, finaliza.
O problema sou eu?
“Meus colegas de trabalho têm o mesmo tempo de casa que eu e já foram promovidos, receberam aumento de salário e eu continuo estagnado. O problema sou eu? O que há de errado comigo?” Segundo a gerente de orientação de carreira, Bruna Tokunaga Dias, a resposta para essas perguntas inquietantes muitas vezes é: nada, não há nada de errado com você profissionalmente. O funcionário deve buscar empresas com as quais ele concorde com as políticas internas e de mercado e compartilhe as mesmas visões. Vender um produto em que você não acredita é sinônimo de insucesso. “Cultura e valores não mudam. E é comum o profissional se encontrar em um ambiente que
Sempre fui movido a novos desafios. Havia um desajo enorme de realizar algo maior. Acabei abrindo mão de uma carreira interessante como executivo da Ambev em prol de um projeto maior.
“
Bate-papo com o gestor
Carlos Souza, CEO do Veduca
não tenha o seu perfil”, destaca Bruna. Insistir em uma atividade insatisfatória leva a um mal desempenho e baixo rendimento. “O funcionário acaba desgastando a relação com a empresa, ‘queimando o filme’, simplesmente por insistir em algo que não é o seu perfil” complementa a gerente de orientação de carreira. “É comum ter receio de voltar ao mercado de trabalho e realizar mudanças, mas é preciso estar atento para não deixar essa hora passar”, ressalta. “Era mudar ou ser infeliz profissionalmente”, afirma a analista de operações junior do banco Tokio-Mitsubishi Talita Urge Tonelli, de 26 anos. Formada em Biologia em 2009, a paulistana iniciou a carreira dando aulas no ensino fundamental e médio. Apaixonada pelo curso, ela não encontrou nas atividades diárias o mesmo encanto da faculdade. Apesar do interesse em dar aulas, o baixo retorno financeiro foi um dos primeiros fatores a incentivar a mudança. O campo restrito de atuação no momento também contribuiu para que voltasse a faculdade. Com o apoio da família e de amigos, Talita decidiu
“
“
Muitas pessoas acham que um dia vão estar andando pela rua e, de repente, terão uma grande ideia de negócio. Isso não existe. Pare para pensar no que realmente ama fazer e pesquise exaustivamente os caminhos para atuar na área.
trocar de área e começou a cursar Administração. “No começo senti bastante a diferença, já que em administração as pessoas são mais racionais e menos sentimentais, o oposto dos biólogos. Hoje estou completamente adaptada e me considero realizada profissionalmente.”
De franqueado a franqueador
Conquistar uma posição de destaque e estabilidade, um excelente relacionamento com os colegas de trabalho, um salário satisfatório e reconhecimento pelo trabalho realizado. Pode parecer loucura deixar tudo isso para trás e recomeçar uma nova empreitada do zero. A mudança neste caso não é catalisada pela falta de motivação, mas pelo excesso. Ir em busca de novos desafios ou abrir a empresa dos sonhos é um argumento mais do que válido. “Por ser uma mudança mais radical, é a que mais precisa de planejamento”, ressalta Bruna Tokunaga Dias. “Deixar de ser funcionário para ser o dono do negócio é estar disposto a dar um passo para trás para dar dois para frente. É um processo lento e os resul-
editorasermais.com.br 33
O emprego dos sonhos deve ter
Nível de realização profissonal por cargo
Empresa dos Sonhos dos Executivos – ESE, pesquisa realizada pela NextView People e pelo Grupo DMRH/Cia de Talentos em 2011
tados levam tempo para aparecer”. O planejamento financeiro também é de extrema importância. Analisar os custos com a família e as pessoas que dependem de você evita que o negócio fique no vermelho por mais tempo do que o esperado. Segundo a pesquisa Empresa dos Sonhos dos Executivos – ESE, realizada pela NextView People e pelo Grupo DMRH/Cia de Talentos em 2011, aponta que 50,7% dos executivos têm desejo de empreender. Olhar para dentro da sua bagagem profissional e ver o que conquistou até o momento, analisar suas habilidades adquiridas ao longo dos anos, também pode ajudá-lo a dar o próximo passo com mais segurança. Essas experiências são fundamentais na hora de considerar uma mudança: de quais ferramentas eu disponho para me lançar neste novo desafio? É o caso de Rodrigo Stocco, que deixou de ser franqueado de cinco marcas (acessórios femininos, roupas femininas, moda íntima, calçados e relógios) para se colocar do outro lado do mercado. Em 2009, o empresário abriu a primeira unidade da MyGloss, focada em aces-
34 editorasermais.com.br
sórios femininos, em parceria com a arquiteta e estilista Katia Stocco, que lidera a equipe de estilistas da marca. A loja hoje conta com nove unidades nas cidades de São Paulo, Campo Grande, Aracaju e Belém, além de um canal de vendas online no Facebook. Rodrigo iniciou a carreia na Ambev, onde entrou através do processo de Trainee e saiu como diretor de uma revenda para se dedicar exclusivamente ao projeto MyGloss. “Sempre fui movido a novos desafios. Não havia insatisfação com o trabalho anterior, pelo contrário, eu gostava muito. Mas havia um desejo enorme de realizar algo maior. Acabei abrindo mão de uma carreira interessante como executivo da Ambev em prol de um projeto maior”, conta o empresário. A empreitada foi construída enquanto cursava o MBA em Varejo pela Fundação Instituto de Administração, da Universidade de São Paulo (USP). “As franquias que comandei foram um sucesso, pois consegui aplicar o aprendizado em gestão obtido na Ambev com as técnicas e novidades sobre varejo que aprendi no MBA, além das viagens
de pesquisa sobre este mercado que fazia no exterior”, enfatiza. Com a experiência adquirida, Rodrigo soube trabalhar os novos desafios em sua troca, já que, enquanto o franqueado preocupa-se em operar a loja e trazer bons resultados, o franqueador acrescenta a isso a preocupação com que o novos produtos, novas campanhas e o planejamento das ações a médio e longo prazo. “A MyGloss cresce de maneira consistente é apontada como a segunda melhor franquia de acessórios do Brasil, segundo o Serasa Expererian”, revela. “Para mim, sem dúvida, é uma grande realização profissional ver este projeto se tornar uma realidade de sucesso!”, completa. É hora de por o sonho em ação “Sempre soube que queria construir um negócio próprio, algo que fizesse a diferença na vida das pessoas”, conta Carlos Souza, criador do portal educacional Veduca, que traz gratuitamente aulas completas de grandes universidades do mundo. Formado em Engenharia Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA-SP), o empresário
trabalhou por oito anos como gerente sênior de marketing na Procter & Gamble, onde percebeu que o desejo de empreender era cada vez maior. “Sempre trabalhei em áreas cujo escopo era pouco definido, desenvolvendo projetos desde o zero”, relembra Carlos. “O sucesso nesses casos não dependia de estratégias já comprovadas no passado, uma sensação muito conhecida dos empreendedores em geral, e que sempre me agradou.” Em 2011, o capixaba tirou um período sabático para estudar modelos de negócio de sucesso nos Estados Unidos, como o Open Course Ware, conteúdo preparado pelas universidades e compartilhado gratuitamente na internet. Entre as barreiras que impediam o site de expandir no Brasil está o fato de apenas 2% da nossa população falar inglês. “Olhei para isso, para o grande problema de acesso à educação de qualidade no Brasil, juntei com minha afinida-
de natural com educação e concluí: é isso!”, explica Carlos. Oferecendo o conteúdo totalmente em português, desde que foi ao ar em março de 2012, o Veduca recebeu pouco mais de 1,3 milhão de visitantes, sendo 700 mil visitantes únicos. “Tudo isso com zero de investimento em publicidade, o que demonstra uma grande demanda reprimida no país por educação superior de alta qualidade”, destaca. Assim como Rodrigo Stocco, Carlos Souza não estava infeliz com seu trabalho. O auto nível de motivação o fez ir em busca de um objetivo maior. “Tive uma carreira bastante interessante na P&G e isso, de certa forma, acabou adiando um pouco minha decisão de seguir o sonho de construir um negócio próprio”. Apesar do sucesso do Veduca, Carlos quer mais: “Estou muito feliz com os resultados que já alcançamos até aqui, claro. Mas ainda temos muita coisa para realizar. Meu
sentimento é que estamos apenas começando”, afirma. Todas as mudanças impactam em diversos aspectos da vida. Trocar de carreira, de emprego, de carro, de casa, de plano de previdência, etc. é assumir riscos e não há caminhos definidos. É preciso ter coragem e deixar de adiar decisões importantes apenas por medo. O conselho mais importante é estudar: analisar a realidade, os objetivos e os caminhos a serem trilhados. “Muitas pessoas acham que um dia vão estar andando pela rua e, de repente, terão um momento de revelação, ter uma grande ideia de negócio. Isso não existe. Pare para pensar no que você realmente ama fazer e pesquise exaustivamente os caminhos possíveis para atuar na área. Preocupe-se em resolver um problema grande e real. A segunda coisa é: mãos na massa. Efetivamente acordar e começar a fazer”, aconselha o empresário Carlos Souza.
editorasermais.com.br 35
}
JO GO RÁ PI DO 36 editorasermais.com.br
Marcelo Mansfield
Ator, comediante, escritor e produtor, Marcelo Mansfield soma mais de 35 anos de carreira na TV e nos palcos, com seu humor repleto de recursos e apontado como pioneiro da comédia stand-up no Brasil. Entre os personagens mais lembrados estão o “Seu Banana” (Zorra Total) e participações nas novelas Mulheres de Areia e Desejos de Mulher, da Rede Globo. Na TV Cultura, fez parte dos programas Rá-Tim-Bum e X-Tudo. Atualmente o humorista integra o elenco do Agora é Tarde, ao lado de Danilo Gentili, na Band, e se apresenta há mais de um ano com seu show solo Nocaute. Por Gabriela Pancher
O que o levou a ser comediante? Sempre fui conhecido como o engraçadinho da família, então acho que vem daí. Desde criança já gostava de palco. Tentei ser pianista dos 6 aos 12 anos. Tentei ser bailarino dos 13 aos 19. E até a dança que eu escolhi pra ser minha carreira tinha uma graça: sapateado. Você iniciou a carreira no teatro e na TV e sempre houve pitadas de humor. O humor era mais livre? Desde que Dercy Gonçalves falou seu primeiro palavrão na televisão e Charles Chaplin levou o seu primeiro tombo, já existia a patrulha
do ‘politicamente correto’. Cada comediante tem seu limite, eu tenho o meu. Acho que isso é uma coisa que daqui a pouco acaba para essa gente que hoje nos persegue. Vai surgir um novo público que vai invocar com outras coisas, outras piadas. Tenho muito respeito pelo Rafinha Bastos que mesmo debaixo de processo defendeu sua piada e manteve a sua dignidade como cidadão. Como é fazer humor na TV aberta? O Agora é Tarde dá liberdade para o elenco, mas é preciso controlar o humor? Estou fazendo humor na tv aberta desde 1987, então nunca parei para
pensar como é esse fazer humor. A comédia é comédia em qualquer veículo, o que muda é o público. O telespectador que me via fazendo o Seu Banana no Zorra Total não é o mesmo que assiste ao Agora é Tarde. A comédia brasileira sempre foi marcada pela caracterização, uso de personagens, e hoje o stand-up se fortaleceu. Qual forma o mais agrada? Acho que essa marcação que você diz não é bem verdade, nossa comédia é muito ampla, desde o teatro de revista, um pouco esquecido hoje, até a alta comédia e a comédia de costumes. Todos os formatos de comédia me agradam bastante e me
sinto a vontade em todos eles. Como é ser o diretor, redator e papel principal em um show de stand-up? Como faz o filtro do que entra, deixa de fazer parte ou quando parar com um espetáculo? Eu escrevo e represento somente o que me faz rir. Assim como eu, outras pessoas também pensam que o que eu falo é engraçado. O filtro é automático: piadas que o público não ri, vão para o lixo, ou para alguma pasta para ser revista daqui a um tempo. O que hoje não é engraçado, pode vir a ser daqui a uns 15 anos. Você foi apontado pela revista Bra-
vo! como ‘Pioneiro do stand-up no Brasil’. O que este título representa? Vejo que tem uma nova geração de comediantes brilhantes que me atribuem esse título. Acho que é uma bela homenagem da parte deles. Sinto-me padrinho de alguns, gostaria de ser conselheiro de outros. Quando os egos permitem, até dou meus palpites. Um dos pontos fortes do stand-up é o cotidiano, estar atento aos fatos atuais para escrever. Como é sua rotina para escrever? Faz alguma pesquisa para decidir o que escrever? Ah, esse é o pulo do gato, o meu segredo. Isso eu não posso ensinar! (risos)
editorasermais.com.br 37
38 editorasermais.com.br
editorasermais.com.br 39
OTIMISTA ^ OMAR SOUKI
M
A ARTE DE ESPERAR
inha irmã era muito afoita. Certa vez, não quis esperar um pouco e planejar uma viagem com meus dois filhos mais velhos, que na época, eram adolescentes. Pegou logo a estrada para, ao chegar ao destino, dar-se conta de que os hotéis da cidade estavam todos lotados. Mesmo assim, eu a amava muito. Era uma pessoa extremamente carinhosa com todos da família. Mas não sabia esperar. Irritava-se quando tinha de fazê-lo. Também não era boa na arte de planejar. Ia fazendo as coisas que achava que dariam certo, sem estudo prévio. Confiava demais
40 editorasermais.com.br
em sua intuição e, de menos, em sua razão. Mas era adorável. Sinto falta dela. Hoje é quarta-feira e ela partiu no sábado. Partiu para longe, foi para um lugar onde não se pode ir com o corpo, mas sim, com a alma. Eu achava que eu iria antes dela, pois ela estava com 49 anos, 15 a menos que eu. Antes de partir, ela teve de se aprimorar na arte de esperar. Durante os dois últimos meses, dependia dos outros para tudo. Tinha de esperar para que alguém a levasse ao banheiro, pela troca de roupa, pela comida, pelo seu passeio de cadeira de rodas. Vítima de um câncer que, ao longo de cinco anos, foi tomando quase todos seus órgãos, ela foi, aos poucos, se paralisando. Na última semana
Ômar Souki P.h.D. em comunicação pela Ohio University, nos EUA, e autor de mais de 30 livros. Escritor dos livros Ser+ com Palestrantes Campeões, e Ser+ em Vendas vol.II. www.souki.com.br omarsouki@bol.com.br
“
gam a ter impressões instantâneas que são tão corretas quanto exames cuidadosos. Porém, em outro livro, Outliers (Fora de série), o mesmo autor sugere que é preciso esperar para conseguir ser uma pessoa fora de série em qualquer ramo de atividade. Segundo ele, com menos de dez anos, não se consegue atingir a excelência. Isso equivale a cerca de 10 mil horas de prática na profissão. Mesmo Mozart, o maior gênio da música, só conseguiu a plena forma depois das 10 mil horas de prática. Isso equivale a uma dedicação de três horas por dia (ou 20 horas semanais) durante 10 anos. Com base em vários estudos, Gladwell afirma que a excelência, não só em música, mas em qualquer atividade, somente é conseguida por meio de dedicação e constância. Talento pode ajudar, mas o que vai fazer com que a pessoa se sobressaia é a entrega. Para que haja essa entrega é importante saber esperar o tempo
necessário. Se não souber esperar, a pessoa não vai conseguir atingir a excelência. Apesar de parecerem contraditórias, as teses desses dois livros Blink e Outliers, são complementares. Para se chegar ao nível de excelência daqueles que identificam tendências em um piscar de olhos (blink) é necessário, pelo menos, um total de 10 mil horas de espera ativa. E para se preparar para a outra vida? Quanto tempo teremos de esperar? Não sabemos ainda. Mas uma coisa é certa, enquanto aguardamos, quanto maior for a nossa paciência e quanto mais intensa for a nossa entrega, melhor nos capacitaremos para essa viagem. No devido tempo, deixaremos um legado, seja em nossa área de atuação, seja no coração dos entes queridos. “Debaixo do céu há tempo para tudo, e tempo certo para cada coisa. Tempo para nascer e tempo para morrer.” (Eclesiastes 3, 1-2).
Antes de partir, ela teve de se aprimorar na arte de esperar. Durante os dois últimos meses, dependia dos outros para tudo. Tinha de esperar para que alguém a levasse ao banheiro, pela troca de roupa, pela comida, pelo seu passeio de cadeira de rodas.
“
não conseguia nem levar a comida à boca. No dia anterior à partida, só mexia com os olhos. Esperar não é fácil para ninguém. Mas para ela foi tão difícil que ela chegou a me dizer que estava pedindo a Deus que a levasse logo. Suas preces foram atendidas e ela está agora na outra vida. E eu, por mais que achasse que estava preparado, senti profundamente a perda. Não é fácil nos acostumarmos com a ideia de que um dia daremos adeus às pessoas mais queridas; e que, mais cedo ou mais tarde, também teremos de partir. Mas, enquanto não partimos para lá, precisamos aprender a esperar. Malcolm Gladwell, entretanto, mostra no livro Blink, que não é preciso esperar mais do que dois segundos para que um especialista chegue a uma conclusão correta a respeito de determinada pessoa ou assunto. O especialista bate o olho e, pronto, já sabe do que se trata. Psicólogos e críticos de arte che-
editorasermais.com.br 41
42 editorasermais.com.br
editorasermais.com.br 43
~ GESTAO
CERSI MACHADO
GESTÃO DO CONHECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO
EMPRESARIAL
É indispensável a um homem reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento. (Platão)
A
tualmente, o conhecimento ganhou grande destaque no ambiente organizacional. A velocidade das mudanças, o avanço tecnológico, clientes cada vez mais exigentes, são realidades que fazem com que as organizações tenham que dar respostas inovadoras para se manterem firmes na “crista da onda”. Diante desse cenário, a gestão do conhecimento (GC) se torna um valioso recurso estratégico para o desenvolvimento das empresas, um fator indispensável para a sustentabilidade das organizações. De acordo com Davenport e Prusak, no livro “Conhecimento Empresarial: Como as Organizações Gerenciam o seu Capital Intelec-
tual”, a GC passa por três pilares: criação, disseminação e utilização de conhecimentos. Através da GC, os colaboradores são incentivados a compartilhar aquilo que sabem, mas também, incentivados a buscarem novos conhecimentos para que toda experiência apreendida possa ser acessada por todos a fim de melhorar a produtividade. A gestão do conhecimento teve sua origem no conceito inglês KM (Knowledge Management), que significa a criação de processos que gerem, armazenem e gerenciem os conhecimentos na organização. Aplicar a gestão do conhecimento na empresa vai contribuir para superar qualquer crise. VANTAGENS DA GC - Estar à frente da concorrência; - Melhoria na qualidade dos serviços;
44 editorasermais.com.br
44
~ GESTAO
- Diminuição de “re-serviços”, reduzindo custos e desenvolvendo melhores produtos; - Otimização dos processos internos, agilidade e fluidez; - Antever as mudanças. APLICAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Não existe uma receita para aplicação da GC. Vale lembrar que a GC deve contribuir para que a empresa atinja seus objetivos estratégicos, então pode variar de empresa para empresa. Vejamos a seguir alguns exemplos práticos que algumas empresas desenvolvem em seus projetos de GC: - Juntar as melhores práticas. Recentemente fui convidado para proferir uma palestra em um seminário de uma indústria de alimentos. Essa empresa se preocupou em envolver os colaboradores na criação de algumas soluções, com objetivo de melhorar os produtos e reduzir a reclamação de clientes. Fiquei surpreso, pois no seminário vários grupos apresentaram as soluções, que foram aplicadas por um período dentro da fábrica. Os grupos mensuraram os resultados, usando indicadores e pesquisas. O resultado foi fantástico, houve redução significativa das reclamações dos clientes e diminuição de despesas na produção. E o mais interessante, as soluções foram criadas a partir da experiência e criatividade dos próprios colaboradores.
- Variação de atividades ou job rotation. Isso significa conduzir o colaborador a adquirir novas experiências, atuando por um período em outros setores ou cargos. - Investir em treinamentos continuados que possam ser transformados em conhecimentos, mas a capacitação tem que estar alinhada com os objetivos da empresa. - Programa de desenvolvimento gerencial. Algumas empresas não encontram no mercado um gerente que tenha uma formação específica para o seu modelo de negócio. Veja o exemplo de um de nossos clientes, uma rede de supermercados, que criou um programa para formar futuros gerentes de lojas, conforme os procedimentos de gestão da empresa. Os colaboradores que recebem a formação são selecionados de acordo com alguns critérios, um deles, devem atuar há vários anos na empresa e possuírem experiência dentro do setor supermercadista. A formação é dada por vários colaboradores internos que se tornaram especialistas no que fazem, por exemplo, controle de qualidade e perecíveis, gestão de estoque e etc. Infelizmente existem alguns entraves que impedem a aplicação da GC nas empresas. Um deles é aquele gerente ou empresário que ainda pensa assim: “Não vou treinar meu colaborador, depois ele sai da empresa e leva tudo o que aprendeu
para a concorrência”. Se você é um gestor e pensa assim, mude já. É melhor correr o risco de treinar os colaboradores, mesmo sabendo que podem ir para a concorrência, do que nunca treinar e ter funcionários medíocres trabalhando em sua empresa. Para que a GC seja um fator determinante para o crescimento empresarial, o RH e a área de TI podem atuar como facilitadores. Existem empresas que possuem excelentes gestores de negócios, mas, na maioria das vezes, eles não são bons na disseminação do conhecimento. Nesse caso, o RH pode ajudar a construir o conhecimento dentro da organização. Quanto à área de tecnologia, ela deverá servir de suporte à GC, atuando como coadjuvante, aliando o conhecimento humano e a informatização com a velocidade. Portanto, as empresas de sucesso já sabem que não dá mais para se manterem competitivas sem ações efetivas que criam e integram o conhecimento para todos os níveis da organização. É preciso que os líderes envolvam as pessoas para que ninguém fique guardando o conhecimento na “gaveta”. Conhecimento precisa ser transformado em resultados e, para isso, é preciso definir com clareza quais são os objetivos da organização e utilizar a GC com uma poderosa ferramenta que contribuirá para que a empresa seja melhor a cada dia.
Cersi Machado Palestrante motivacional e treinador empresarial. Especialista em Gestão Estratégica de RH. Escritor dos livros Ser+ Líder, Ser+ com Motivação e Ser+ em Excelência no Atendimento, pela Editora Ser Mais. www.cersimachado.com.br
editorasermais.com.br 45
45
ALEXANDRE SANTILLE
COMPORTAMENTO
Geração Y: não é bem assim
Quando o estereótipo não condiz com a realidade
H
á algum tempo se fala em geração Y, de como as pessoas desse grupo são ambiciosas, exigentes, como questionam tudo e têm pressa em ocupar posições de liderança, exigindo razões e recompensas. É comum ouvir que buscam qualidade de vida acima de tudo, que não têm lealdade pelas empresas e nem o comprometimento necessário para assumir responsabilidades mais complexas. Mas quanto disso tudo é realidade ou apenas mito? Ao tentar encontrar esse típico profissional da geração Y, começamos a perceber que esse era um retrato que não condizia tanto com a realidade. Vimos também que as pesquisas atuais sobre o tema revelam como o senso comum acabou reforçando ideias, até então aceitas
como verdades, sem que fosse feita uma análise mais apurada dos fatos. Estudos recentes mostram que esses profissionais não são tão diferentes assim dos jovens da geração X ou Boomer. A pesquisa “The Generation Myth”, do Australian Institute of Management, perguntou para mais de mil colaboradores: “o que faz um ambiente ser bom de trabalhar?”. De 95 fatores testados, a resposta unânime de todos os colaboradores independentemente da idade foi: “uma gestão capaz” que tem confiança e respeito pela competência do colaborador. Isso demonstra que pessoas de todas as gerações querem ter como líderes pessoas em quem possam confiar e se apoiar. Outra revelação feita pela pesquisa “Generation Y: Realising the Potential”, realizada pela ACCA com mais de 3.200 pessoas de 22 países, é que re-
46 editorasermais.com.br
46
COMPORTAMENTO
muneração e salário, ao contrário do que se pensa, não é o aspecto mais valorizado por esta geração. O principal fator de retenção para essas pessoas são as oportunidades de aprendizagem oferecidas pela empresa. Isso indica como todo mundo quer aprender – mais do que qualquer outra coisa. No fundo, as pessoas querem aprender coisas relacionadas ao seu trabalho, não à sua geração. Esses dados mostram como todas as gerações basicamente querem e valorizam coisas parecidas. A questão é que as prioridades, expectativas e comportamentos variam visivelmente. Com relação a mudanças, por exemplo, pessoas de todas as gerações acreditam que de alguma forma podem ser afetadas negativamente. O que significa que gestores gostam tanto de mudanças quanto estagiários. É claro que existe sim uma diferença entre as gerações. Não se trata de negar isso, mas de constatar um certo exagero na forma como a geração Y vem sendo retratada. Os estereótipos criam expectativas que acabam influenciando a forma de perceber certos comportamentos. Além disso, o jeito de ser das pessoas muitas vezes pode estar mais relacionado à fase de vida do que a
características específicas de uma geração. Ou seja, existem atitudes que são comuns em jovens – seja de que geração for. Nesse sentido, um profissional da geração Y pode demonstrar tanta ansiedade quanto um Boomer quando estava em início de carreira. As circunstâncias, o contexto, também exercem influência no comportamento das pessoas – e esse é um fato que não pode ser subestimado. Atualmente, com tanta informação ao alcance da ponta dos dedos, não é difícil entender que essa geração tenha expectativas tão altas em relação ao que o mundo pode oferecer para suas vidas na esfera pessoal e profissional. Mas isso serve para qualquer geração, porque o ritmo produzido pela tecnologia já afetou a todos. Hoje, qual geração não está conectada acessando a internet e se comunicando via SMS? Ninguém mais trabalha sem e-mail ou sem celular. Então, o rótulo de “interconectados” já não faz mais sentido para caracterizar apenas aqueles que pertencem à geração Y. No fundo, a geração é apenas uma lente, um dos ângulos pelos quais é possível analisar as questões do ambiente de trabalho. O cuidado que se coloca é não tratar jovens como uma classe di-
“
“
A geração é apenas uma lente, um dos ângulos pelos quais é possível analisar as questões do ambiente de trabalho. O cuidado que se coloca é não tratar jovens como uma classe diferente, pois essas são atitudes que não favorecem a diversidade.
ferente, não julgar os outros baseados apenas em idade, pois essas são atitudes que não favorecem a diversidade. É preciso lembrar que todos os colaboradores, jovens e mais velhos, de algum modo competem por reconhecimento e recursos e que a maioria reclama de colegas de outras gerações. Mas quando percebemos que as pessoas no trabalho buscam mais ou menos as mesmas coisas, começamos a entender que o conflito entre gerações é justificativa fácil para não enfrentar outros aspectos que realmente desestabilizam o ambiente de trabalho – como uma liderança despreparada, por exemplo. Para promover um ambiente de trabalho construtivo, temos que entender que é possível trabalhar com (ou fazer a gestão de) pessoas de todas as gerações efetivamente. Basta buscar a conexão e a troca por meio do que há em comum entre os profissionais. O ideal é aproveitar as melhores qualidades de cada geração, aprender continuamente de pares e colegas mais experientes e, ao mesmo tempo, criar oportunidades para que os jovens possam descobrir suas aspirações e limites.
Alexandre Santille CEO da consultoria de educação corporatica, LAB SSJ, é Ph.D. em Psicologia pela USP, fez mestrado em Administração de Empresas pela PUC-SP e se formou em Administração de Empresas pela FGV-SP.
editorasermais.com.br 47
47
MARCOS RABSTEIN
CORPORATIVO
Quando Preço descobriu que estava sendo traído por
LUCRO COM VALOR
P
reço alto já não é mais sinônimo de lucro há muito tempo. Nem tampouco o preço baixo dá garantias de sustentabilidade a nenhuma empresa. Em outras palavras, a relação de lucro e preço está beirando o divórcio. Empresas que se preocupam em estabelecer preços para os seus produtos e serviços estão com lucros cada vez mais minguantes e o divã dos analistas empresariais não tem mais agenda. Andei sabendo que Preço está deprimido, tomando muita “tarja preta”, reclamando para o mundo ser vítima de uma hedionda traição. O problema é que Preço descobriu que estava sendo traído por Lucro com Valor que, na verdade, era o
apelido de um tal de “Cost to satisfy” (ser trocado por um gringo foi uma dura facada). Andou investigando e percebeu que, em algumas empresas, esta relação estava mais para uma relação estável do que para um caso passageiro. Preço sentiu-se ainda mais deprimido quando descobriu que Marketing, seu pai e de seus outros 3 irmãos “P´s” (Produto, Praça e Promoção), andou pulando a cerca e fez outros 4 filhos, os “C´s”, aos quais deu os nomes de “Consumers wants and needs”, “Cost to satisfy” (“Valor”), “Convinience to buy” e “Communication”. Seu irmão por parte de pai era o seu algoz. Quase se suicidou! É que o tal do Valor chegou com um papo mole para Lucro, dizendo que conquistaria muitos clientes e que Preço não tinha mais sex-appeal.
48 editorasermais.com.br
48
Convenceu Lucro de que clientes não compram Produtos e Serviços e sim os Benefícios e Vantagens que eles enxergam na Oferta. Ainda veio com uma história tola de que não se vende sapatos em uma sapataria. Disse que um cliente, quando entra em uma sapataria, vem atrás de conforto para os pés, beleza, status, e até dele mesmo, o “Valor”. Como Lucro pode cair nesta esparrela? Chegou a dizer que Produto e Preço não seriam nada se o cliente não enxergasse Valor junto deles. Como Valor pode ser tão arrogante a ponto de se achar importante em tudo para que Lucro exista? Um absurdo, quanta asneira! O primo Serviço também foi alvo de uma fofoqueira chamada “Precificação”, que andou dizendo por aí que ele era “intangível” e que, por con-
$
CORPORATIVO
ta disso, ele só poderia ser vendido para os clientes que dessem Valor a ele. Mais uma vez Preço era colocado para escanteio, pois é o cliente quem estabelece o Valor do Serviço. Quanto vale Serviço? Um consultor, por exemplo, pode oferecer a mesma taxa por hora de Serviço para dois clientes diferentes, com reações completamente opostas, um considerando o Preço justo e o outro caro. No fim das contas, o que o cliente pensa é se o que ele está pagando retornará em mais Valor para ele. Produto estava tranquilo, pois não é intangível. Existem Materiais e Custos Operacionais que justificam o seu Preço. Produto se esqueceu, no entanto, que não importa o tamanho de seu irmão Preço, pois na equação de decisão de compra mais uma vez se encontra a percepção do Valor para o cliente. Nesta equação outro componente surge: a tal da Concorrência, uma prima que só quer o mal de seus familiares. Uma invejosa que tudo quer dos outros. E se ela resolve ser agressiva, muitos clientes acabam gostando e se bandeando para o lado dela, por mais estranho que isto possa parecer. Em um momento de altruísmo, Valor ainda tentou mostrar para Preço uma significativa mudança na equação empresarial de Preço e
Empresas que se preocupam em estabelecer preços para os seus produtos e serviços estão com lucros cada vez mais minguantes e o divã dos analistas empresariais não tem mais agenda.
Lucro. Lembrou que antigamente a relação entre os dois era baseada na seguinte forma: Preço = Custo + Lucro , ou seja, compute os seus Custos Totais, acrescente uma margem de Lucro e terá o Preço. Acrescentou que, nos dias de hoje, a equação que vale é: Custo = Preço – Lucro . Preço não entendeu nada, pois para ele era a mesma equação com simples inversão de fatores de um lado para outro. Valor, então, explicou que, na antiga equação partia-se do cálculo de Custos, dizia-se o quanto se que-
ria de Lucro, e se definia Preço. Mas nos tempos antigos, a Concorrência não era tão maléfica (para os empresários) e o cliente não detinha tanto poder de decisão em suas mãos. A formação de Preço assim podia ser feita com base na técnica de “mark-up”. Atualmente, isso não funciona mais, pois na segunda equação, onde se vê Preço, na verdade está Valor, disfarçado. O princípio de tudo é o Valor que o cliente dá para o Produto, de onde se tira o Lucro esperado e se define quanto se pode gastar para ter sucesso em vendas. E talvez agora os leitores deste drama estejam se perguntando como termina a história. E ela pode ter dois finais possíveis. No primeiro, Preço ficará indignado por estar sendo des-Valor-izado, se revoltará e tentará lutar contra o mundo. Naturalmente, seu final não será feliz e Lucro acabará morrendo junto com ele, num daqueles piores melodramas mexicanos. No segundo, Preço amadurecerá emocional e financeiramente, entenderá que o amor é lindo e que Lucro e Valor merecem ser felizes para sempre. Com isso ainda restará um importante papel para Preço e Precificação, se juntando a Lucro e Valor e formando uma feliz família de sucesso. Vote e escolha o final que deseja para a sua Empresa.
Marcos Rabstein Sócio-gerente da M2ALL Consultores, especializado em Planejamento e Gestão de Marketing e Recursos Humanos. Escritor do Manual de Múltiplas Inteligências e Ser+ com Palestrantes, pela Editora Ser Mais. www.m2all.com.br
editorasermais.com.br 49
49
~ JOAO MORETTI
O
TECH
Os aplicativos na publicidade móvel
s smartphones fazem parte do nosso dia a dia e as empresas começaram a pensar em maneiras de atingir seu público através destes aparelhos. Por isso, o mobile advertising tem crescido. A receita mundial deve chegar a US$ 11,4 bilhões ainda neste ano. Se este número se confirmar, representará um crescimento de 18% se comparado com US$ 9,6 bilhões registrados em 2012. Uma das maneiras de fazer publicidade em dispositivos móveis é a criação de aplicativos. A interação da empresa com o consumidor através dos apps tem se mostrado a melhor forma de conquistar o cliente. Não é apenas uma propaganda, mas agrega valor à marca e ao produto. Uma das formas mais comuns de propaganda que a gente vê na internet é na hora de assistir um vídeo ou quando entra em um site e aparece uma tela com uma mensagem publicitária. Neste caso, o internauta obrigatoriamente visualiza, mas o mais comum é que logo em seguida feche e esqueça. Mas em contrapartida, se uma loja faz uma promoção, como baixe o vídeo e ganhe desconto, a possibilidade deste tipo de anúncio atrair o consumidor é muito maior.
Sem contar que será uma experiência agradável, o que também faz com que a marca seja bem vista. Um estudo chamado “Mobile Mo-
Uma das maneiras de fazer publicidade em dispositivos móveis é a criação de aplicativos. A interação da empresa com o consumidor através dos apps tem se mostrado a melhor forma de conquistar o cliente. Não é apenas uma propaganda, mas agrega valor à marca e ao produto.
des”, realizado pelo Yahoo! Brasil e o Instituto Ipso, aponta que 65% dos participantes preferem sites que possam ser acessados de qualquer
dispositivo e se colocam receptivos à anúncios desde que tragam uma experiência interativa e de entretenimento. Também é preciso considerar que em um smartphone ou tablet a tela possui um tamanho menor, o que diminui o espaço para publicidade. E é necessário avaliar que se o site, que está sendo visitado, tem muitos anúncios isso pode irritar o usuário e, consequentemente, perder público. Por isso, a publicidade para dispositivos móveis deve ser muito bem pensada. Para criar anúncios que realmente atraiam o público-alvo, além dos publicitários e profissionais de marketing, os desenvolvedores para dispositivos móveis também estão sendo requisitados. Assim, podem auxiliar na hora de criar ações que tragam uma boa experiência para o usuário. A mobilidade tem movimentado o mercado de tecnologia de diversas formas. Tanto com o mobile advertising, como com mobile commerce, mobile payment, mobile banking, mobile ticketing, e na geração de empregos. A mobilidade está aí e não pode passar despercebida pelas empresas. Cada vez mais pessoas possuem os seus dispositivos móveis e as empresas devem acompanhar este movimento para crescer e aproveitar este novo nicho para obter sucesso.
João Moretti Diretor geral da MobilePeople – empresa especializada em soluções móveis corporativas.
50 editorasermais.com.br
50
editorasermais.com.br 51
MARCELO ORTEGA
VENDAS
Venda para NÃO VENDEDORES: Dicas de ouro do treinador Marcelo Ortega
V
ocê já vendeu hoje? Certamente já. Ao acordar, vendeu para você no espelho que o dia pode ser bom. Convence-se que você pode atingir suas metas, que sua família estará protegida, sempre sã e salva, feliz. É assim que se começa um bom dia, não é mesmo? Tenha fé em Deus, tenha fé na vida.... tente outra vez! dizia “Raulzito” na canção maravilhosa. A venda e a vida andam juntas, tudo é uma relação de fé, de pressão, de metas e objetivos. No trabalho estamos vendendo o tempo todo. Nossa imagem, nossas ideias e opiniões e se pensar no contexto familiar, a venda é ainda mais intensa. Quem é casado, vive da arte de vender e negociar, certo?
Eu sou vendedor há 25 anos, orgulhoso de saber fazer isso e sem modéstia, faço com amor, apesar de ter nascido da competição. Dentre 600 milhões de espermatozoides, nós vencemos. Acredito mesmo no mundo competitivo, mas não abro mão do mundo cooperativo. Cooperar é querer chegar junto, e competir significa partir junto. São ambos verbos que se originam no latim e podem servir de inspiração para sua mudança de hábito, especialmente você que não é vendedor, não se considera capaz de vender, não acredita que tudo depende de relacionamento, convencimento, comprometimento. Um advogado, um engenheiro, um médico, um eletricista, um pintor, um empreiteiro e até mesmo uma empregada doméstica, vendem-se o tempo inteiro.
52 editorasermais.com.br
52
VENDAS
Não há mais espaço para os não vendedores, porque a oferta é sempre maior do que a procura. Todos têm concorrência neste novo mundo, afinal, o Google existe. Para vencer é preciso vender, eu acredito. Como treinador de equipes comerciais, há mais de 14 anos, tenho convicção de que muita gente já entende a importância desta habilidade em sua vida. Centenas de profissionais liberais, muitos até avessos a aprender a vender, quando estiveram em minhas palestras ou treinamentos, gostaram do que viram e confessaram que, a partir daquele momento, passariam a praticar a arte da venda. A venda nada mais é do que um teatro que estabelece o valor da confiança e o sentimento de felicidade para os dois lados. Sempre que estamos vendendo, estamos fazendo amigos, porque a amizade se determina nestes dois pilares: confiar e se sentir feliz com que se relaciona. Se um vendedor assume que acorda todo dia para fazer outras pessoas se sentirem mais felizes, tenho a certeza de que se motivam muito mais ao fazer suas tarefas. Ter uma causa dá muito mais sentido ao trabalho. Construir amizades faz qualquer pessoa mais completa e realizada. É bom demais ter pessoas
que confiam em nós, e quem vive de vender como eu, sabe disso. Certamente você tem clientes que reconhecem sua voz quando você liga ou pessoas que pedem opiniões para tomada de decisões em seu negócio. Os maiores vendedores que conheço são cheios de casos assim. Empresas pequenas que crescem muito se valem do apreço que têm por sua carteira de clientes, independentemente do tamanho do faturamento delas ou da carteira, cada cliente é influente e importante. Ao valorizar pequenos clientes, ganhamos os grandes amigos e vendedores de nosso negócio. Cuidar das relações humanas no processo de vendas é essencial, afinal vender é também uma questão de sedução, de paixão, de emoção. Como no relacionamento amoroso, entre homens e mulheres, a venda se dá na confiança, na atração, na admiração, no encantamento, na negociação e na fidelização. Mas tem muito empresário, dirigente, gerente e vendedor que trata o cliente como se estivesse prestes a se divorciar. Se compararmos vendas e casamento, chegamos a diversas verdades: no começo da venda se faz de tudo para conquistar o cliente, mas com o passar dos anos, o entusiasmo cai e o foco se perde, fazendo com que o cliente migre
para a concorrência. Perdoem-me aqueles que vivem casamentos maravilhosos, apenas quis satirizar a vida comum, que acontece entre a grande maioria dos casais. No entanto, divirta-se com esse paralelo, porque certamente se você for bom em vendas, será bom na outro lado também. Quem não se sentia vendedor, que acorde. A venda é uma questão de diferenciação no mercado competitivo. Recomendo que você leia muito sobre a arte de vender e invista tempo em desenvolver habilidades e técnicas avançadas, mesmo não sendo “vendedor(a)” de profissão. Muitos compradores, empresários, gestores e profissionais liberais frequentam meus eventos. Adoro falar de vendas para não vendedores e mostrar o quanto ganhamos quando temos as técnicas desta maravilhosa área, que não se resume mais aos comunicativos e bonachões. Todos somos vendedores. Vá vender algo agora mesmo, não perca tempo. Mais informações sobre meu maior treinamento para não vendedores – formação GOLD – para quem lidera equipes, precisa comunicar-se bem, aprender a vender e treinar pessoas que lidam com clientes em sua empresa. Seja um treinador de vendas, mesmo sem ser vendedor.
Marcelo Ortega Vendedor, Treinador, Palestrante e Fundador do Instituto Marcelo Ortega Autor dos Best-Sellers: Sucesso em Vendas e Inteligência em Vendas – Ed. Saraiva www.institutomarceloortega.com.br - Formando Treinadores e Líderes Educadores www.marceloortega.com.br
editorasermais.com.br 53
53
DESENVOLVIMENTO HUMANO
CIDA MONTIJO
PIMENTA MALEGUETA DOCE? “A mente é precursora de todas as ações.” – Frase de Buda
Q
uando nas suas citações, Buda se referia às grandes transformações que o homem é capaz de realizar quando deseja tornar real, materializar desejos simples ou seus mais difíceis e, aparentemente, impossíveis, sonhos. Acreditar neles, e na possibilidade de executá-los, é o primeiro movimento, que nasce de dentro para fora e que para lográ-los, é necessário uma grande dose de disponibilidade e coragem. Mudar a forma de pensar muda naturalmente a forma de agir, mudam as atitudes e assim, há uma evolução para novos e distintos resultados. Sabe-se, porém, que toda mudança é difícil e vem cercada de resistências por todos os lados. E nas organizações isso não poderia ser diferente. A mudança é tipicamente
lenta e perturbadora. Desestabiliza. O medo pelo desconhecido coloca um tipo de trava e tolhe qualquer possibilidade de ações proativas. Um dos santos da Índia, Swami Nityananda, declarou: “Se você tiver medo de água, não poderá atravessar o rio, mesmo de barco.” Oscar Wilde, em ‘O Retrato de Dorian Gray’, ratifica de forma precisa, essa questão dos medos pessoais que costumam roubar grandes oportunidades e com isso produzir grandes frustrações. Autentica a ideia de que ainda o mais forte dos homens tem medo de si próprio – medo de desconstruir dentro de si aqueles paradigmas que lhe dão sustentação, medo de rompê-los, extirpá-los, pois poderão provocar a mutilação de seus sonhos. “Somos castigados pela renúncia” diz Oscar Wilde. Dessa forma, abdicar-se de tentar alguma coisa nova, um projeto distinto, ou
54 editorasermais.com.br
54
outra maneira de executar um mesmo trabalho, mas com criatividade, pode ser um grande desafio, que se não tentado, deixa uma grande lacuna de dúvida entre o que poderia ter dado certo, se os portais internos para as mudanças estivessem de todo, abertos ou fechados. “A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo”. Oscar Wilde Também no livro “Quem mexeu no meu queijo” de Spencer Johnson, há uma frase nesse sentido: “Se você não tivesse medo, o que mudaria
DESENVOLVIMENTO HUMANO
em sua vida?” ratificando a ideia de que o medo é um grande fator contribuinte para a não adaptabilidade às mudanças, ignorando que esta é uma condição indispensável para a sobrevivência de pessoas, organizações e para o próprio sucesso na economia global atual. Lidar com mudanças ainda é sempre muito difícil. Embora o tema esteja amplamente difundido dentro das organizações, na prática, ainda há muita resistência. As pessoas, normalmente, não percebem que não querem mudar, mesmo quando a forma de execução de um trabalho muda. O medo de novo aparece e o inesperado produz instabilidade e insatisfações. Conta o conto sufi, que ‘Mullah Nasrudin’, indiano, que viveu no Sec XIV, e famoso por suas histórias, uma vez passeando pelo mercado comprou por um preço irrisório, um cesto de pimentas ma-
lagueta, lindas, vermelhas e grandes... Caminhou com elas por uma estrada e sentou-se sob a sombra de uma frondosa árvore. Começou a comê-las, em princípio com calma, depois, ansiosamente. Quanto mais as comia, mais sua boca queimava, levando-o às lágrimas. Vendo isso, um amigo lhe perguntou: - Por que continua a comer pimentas tão picantes? Foi então que lhe respondeu: - Estou esperando encontrar uma pimenta doce! Assim, grande parte das pessoas, dentro (e fora) das organizações, está comendo pimentas. Estão insatisfeitas, infelizes, esperando recompensas externas e motivação para um melhor desempenho. Esperam o milagre da mudança, por dias melhores, por alguém que faça muito por elas. Não se sentem capazes de tomar decisões, a autocon-
fiança fica comprometida e a produtividade em baixa. Comprometem seus trabalhos e dessa forma a própria organização que tem metas a serem cumpridas. O irônico disso tudo é que sempre haverá boas desculpas que justifiquem seu estado de insatisfação e inércia atual. Estão sempre intelectualizando questões óbvias além de sentirem medo de perder a posição hierárquica dentro da organização. Por isso boicotam, protestam, reclamam sempre. Ficam bloqueadas pelo medo e preferem esperar, esperar. E na sua empresa, ainda há pessoas dispostas a comer pimenta malagueta, para terem o privilégio de encontrar uma doce? Estariam elas motivadas? Se não estiverem, saberemos motivá-las! Esta pode ser a diferença!
Cida Montijo Sócia-diretora da Interativa, Assessoria de Projetos e Consultoria Empresarial. Consultora Organizacional. Escritora do livro Coaching – A Solução, pela Editora Ser Mais.
editorasermais.com.br 55
55
Aqui você aprende inglês e se diverte. A cada edição são novas piadinhas e vocabulários diferentes para enriquecer o seu outro idioma.
TAKING RISKS Thomas Stanley has not only found no correlation between success in school and an ability to accumulate wealth, he’s actually found a negative correlation. “It seems that school-related evaluations are poor predictors of economic success,” Stanley concluded. What did predict success was a willingness to take risks. Yet the success-failure standards of most schools penalized risk takers. Most educational systems reward those who play it safe. As a result, those who do well in school find it hard to take risks later on.
VOCABULARY HELP • • • • • • • • • • • • •
do well - ter bom desempenho find (find, found, found) - descobrir, encontrar find it hard - acham difícil, duro later on - mais tarde play it safe - jogar, atuar, de forma segura predict - predizer reward - recompensar risk taker - pessoa que assume riscos seem - parece standard - padrão take risk - assumir risocs wealth - poder, riqueza willingness - desejo
TO ACCOMPLISH GREAT THINGS To accomplish great things, we must not only act, but also dream, not only plan, but also believe. Anatole France
VOCABULARY HELP • • • • •
accomplish - conseguir, realizar act - agir believe - acreditar dream (dream, dreamt, dreamt) - sonhar must - precisar, dever
56 editorasermais.com.br
RUSHING TO WORK Rushing to work, I was driving too fast and as a result was pulled over by the highway patrol. The state trooper noticed that my shirt had the name of a local high school on it. — I teach math there, I explained. The trooper smiled, and said, — Okay, here’s a problem. A teacher is speeding down the highway at 16 m.p.h. over the limit. At $12 for every mile, plus $40 court costs, plus the rise in her insurance, what’s her total cost? I replied: — Taking that total, subtracting the low salary I receive, multiplying by the number of kids who hate math, then adding to that the fact that none of us would be anywhere without teachers, I’d say zero. He handed me back my license. — Math was never my favorite subject, he admitted. -- Please slow down.
VOCABULARY HELP • • • • • • • • • • • • • • • • •
fast - rápido hand back - devolver hate - odiar highway - rodovia insurance - seguro kid - criança low - baixo mile - milha over the limit - acima do limite plus - mais pull over - encostar o carro rise - aumento rushing to work - indo depressa pra o trabalho shirt - camisa slow down - diminua a velocidade state trooper - polícia rodoviária teacher - professor
editorasermais.com.br 57
ARTIGO DOUGLAS DE MATTEU
Aprendizagem
ACELERADA
N
COM A PNL
o contexto atual, um dos maiores desafios dos profissionais é o aprender cada vez mais rápido. Nesse sentido a Programação Neurolinguística (PNL) apresenta-se como uma poderosa possibilidade de aceleração de resultados no processo de ensino-aprendizagem. A PNL considera o funcionamento neurológico e a linguagem e suas interfaces no comportamento humano, a base desta ciência que é denominada por O’Connor e Seymour (1995) como a arte da excelência, ou seja, técnicas que permitem as pessoas alcançar a tão desejada excelência, seja na vida pessoal ou profissional. Tais referências podem ser utilizadas na educação para acelerar o processo de ensino aprendizagem. Como exemplo apresenta-se o modelo ROLE – acrônimo que sintetiza os elementos que podem maximizar o aprendizado, que é constituído por: Sistemas Representacionais, Orientação, Ligação e Efeito. Os Sistemas Representacionais correspondem à maneira como o 58 editorasermais.com.br
ser humano captura a “realidade”, como ele lê o mundo por meio dos seus cinco sentidos. Interpreta os fatos por meio dos canais auditivos (audição), visuais (visão) e cinestésicos, que se referem tanto ao sentir (tato), como o olfato (odores) e o gustativo (paladar). Posto isso temos em sala de aula, alunos que aprendem visualmente, outros que são auditivos e concentram-se no ouvir o professor tendo esse canal como dominante, e os que são cinestésicos, que aprenderão com maior facilidade por meio de dinâmicas e do fazer. Todos nós aprendemos por todos os sentidos, porém sempre existirá a predominância de um dos sentidos. Por isso temos alunos visuais, cinestésicos, auditivos e agora os digitais, portanto, além das características já mencionadas, esse aluno quer saber a fonte da informação, o porquê, a lógica do todo. Para acelerar a aprendizagem o professor deverá estimular todos os sentidos do aluno, possibilitando que ele veja, ouça, sinta e saboreie cada palavra, mais que isso, que ofereça a fonte da informação para os digitais, neste caso, para os interessados no ROLE, sugiro a leitura
do Livro Aprendizagem Dinâmica, de Robert Diltz e Todd Epstein que foram a base deste artigo. A Orientação determina nossa representação sensorial, isto é, como representamos nossas experiências, que podem ser por meio da memória ou da imaginação, utilizando experiências lembradas ou as construindo. Consciente desta informação, o facilitador do processo de ensino e aprendizagem pode estimular através de exemplos o acesso dos alunos às lembranças e à criação de cenários, atingindo desta maneira todos os públicos. Ligação. Para maximizar o resultado da aprendizagem devemos criar ligações, sabemos que o cérebro faz associações, logo para acelerar o aprendizado busque estabelecer ligações entre os conteúdos, preferencialmente usando sistemas representacionais. Os professores de cursinhos geralmente se destacam nesse item ao criar uma música para facilitar o aluno a decorar as fórmulas matemáticas. Contextualizar o conhecimento ligando-o a realidade dos discentes pode contribuir para acelerar a assimilação do conteúdo. O Efeito refere-se ao resultado, é a
fase de verificar se o processo de ensino-aprendizagem aconteceu efetivamente, seja por meio de atividade, comportamento ou depoimento. Além do ROLE podemos também acrescentar aspectos como o “estado”, ou seja, o estado mental, físico e psicológico do professor e do aluno, isto é, qual sensação e/ou sentimento a pessoa está no inicio, durante e no final do processo de ensino-aprendizagem. O estado influencia drasticamente a aceleração do aprendizado. A Linguagem Ericksonina, presente na PNL, também pode acelerar o ensino, pois permite realizar um “conversa” com o subconsciente. Acessar a mente inconsciente possibilita o acesso a recursos extremamente poderosos. Posto que nossa mente consciente pode processar até 4.000 bits de informação por segundo, um volume fantástico, porém, o poder maior está na mente inconsciente, que tem a capacidade prodigiosa de processar até 400.000.000 bits de informação por segundo (REES, 2009). Imagine como seriam os professores utilizando estes referenciais e outros para acelerar o processo de ensino aprendizagem? Como seria se você pudesse aprender mais rápido mobilizando o inconsciente? Este breve artigo sinaliza algumas possibilidades para ampliação da nossa capacidade de nos comunicarmos e, consequentemente, de potencializarmos e acelerarmos nossa capacidade de aprender. A PNL apresenta diversos recursos e possibilidades para acelerar o aprendizado. Aqui mencionamos a ponta de iceberg existe ainda um “mar” de possibilidade e técnicas. Nesse sentido podemos evocar outro referencial presente na PNL. Você leitor talvez tenha saído do nível de incompetência inconsciente, você não sabia que tinha meios de acelerar aprendizagem, agora vamos para nível de incompetência consciente, portanto, agora você sabe que a PNL pode ser um caminho para potencializar os seus resultados. Fica aqui o desafio para você atingir os próximos níveis de competência consciente, ou seja, aprender e ter consciência para utilizar a PNL. E talvez chegar ao nível de competência inconsciente onde você faz uso inconscientemente dos saberes. Nesse momento deixo o seguinte desafio, saber e não fazer é não saber ainda! Qual será sua ação após a leitura desse artigo?
Douglas de Matteu Master Coach, Trainer em PNL, Professor Universitário e Diretor do Instituto Evolutivo que atua com formação em Coaching e PNL – www.institutoevolutivo.com.br
editorasermais.com.br 59
Hambúrguer NO VAPOR
Adeus à chapa e ao hambúrguer pingando óleo. Essa é a proposta do Vapor Burger & Beer, dos sócios Igor Puga e Domênico Massareto em parceria com o chef Breno Berdu. A lanchonete localizada no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, prepara todos os pedidos com o vapor de água, do x-salada ao bolinho quente do petit gateau. Endereço: Rua Fradique Coutinho, 1464, Vila Madalena, São Paulo, SP.
GlobalTravel Company Card A American Express lança no Brasil o American Express GlobalTravel Company Card, cartão pré-pago de viagens internacionais desenvolvido para as empresas com colaboradores que viajam para o exterior. Através de uma ferramenta online, as companhias gerenciam os fundos em dólar, libra esterlina e euro, e podem ter controle do saldo e histórico. O cartão é aceito em estabelecimentos e caixas eletrônicos em mais de 160 países.
IMD lança 5 programas de educação executiva em 2013 A IMD, escola de negócios baseada na Suíça, integrou cinco novos programas em 2013, focados em liderança e designados para as necessidades em constante evolução de executivos seniores, incluindo crescentes demandas por conhecimento sobre o mercado asiático. Os novos programas são: The Leadership Challenge (TLC), The China Strategy Challenge (CSC), Organizational Learning in Action (OLA), Leading the Family Office (LFO) e Orchestrating Winning Performance (OWP).
Acessibilidade
O Google Maps vai ganhar mais um serviço na hora de criar rotas na cidade de São Paulo. Dessa vez os trajetos serão feitos por rotas acessíveis para cadeirantes. O mapeamento será feito nos mesmos moldes do Google Street View, com cadeiras equipadas com câmeras especiais. O Accessibility View foi o projeto vencedor do Creative Sandbox, concurso do Google que reúne ideias e tecnologias inovadoras para facilitar a vida das pessoas. A ideia é do diretor de criação da AgênciaClick Isobar, Eduardo Battiston. Ainda não há data para o serviço entrar no ar. 60 editorasermais.com.br
DANÇA DAS CADEIRAS Novo Nordisk Marcelo Zuculin Júnior, então vice-presidente da fábrica da farmacêutica Novo Nordisk em Montes Claros, Minas Gerais, parte para a China, onde assumirá o mesmo posto na unidade fabril de Tianjin. Lars Arnoldsen, então vice-presidente
em Tianjin, faz o caminho inverso e vem ocupar a posição no Brasil. A mudança dos executivos representa mais um passo estratégico da companhia para atuar de maneira global e com foco no atendimento do mercado.
Shell
Cloud computing
Rodrigo Fara foi nomeado diretor de tesouraria para as Américas na Shell. Na empresa desde 1994, ele passa agora a atuar no escritório em Houston, nos Estados Unidos. Fara também já havia passado pela sede de Londres, onde permaneceu por sete anos, nas áreas de finanças e fusões e aquisições.
Norma Garcia foi anunciada como Diretora Geral da Citrix, líder em cloud computing no Brasil. A executiva tem mais de 20 anos de experiência em cargos de gestão no mercado de tecnologia, tendo passado por HP, IBM e Motorola, e nas consultorias Pricewaterhouse Coopers e Ernest & Young.
FPSB A sócia e CEO do Grupo Taler Multi Family Office, Mari Emmanouilides, foi nomeada para a diretoria do FPSB – Financial Planning Standards Board – entidade internacional que promove a certificação de planejadores financeiros CFP®, estabelecida em 24 países, com mais de 140 mil profissionais certificados. No Brasil, o FPSB é representado pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).
Fonte: assessorias de imprensa das empresas.
editorasermais.com.br 61
VITRINE DE SUCESSOS
Cresça - como ideais potencializam crescimento e lucro nas maiores companhias do mundo O livro é fundamentado em uma pesquisa empírica inédita realizada pelo autor Jim Stengel, identificando a conexão entre o desempenho financeiro e o comprometimento, lealdade e apoio dos clientes. Uma investigação profunda sobre o que está por trás do inconsciente e da mente dos consumidores. Jim Stengel R$ 58,22 Editora Alta Books
Você é criativo sim senhor! Conheça a Inteligência criativa, uma teoria revolucionária que desvenda de maneira simples e divertida todos os mistérios do desbloqueio criativo. Para Szklo, tudo na vida é relativo, mas tudo tem explicação. Não que a Inteligência Criativa seja a pura expressão da verdade, até porque o autor não acredita que tal coisa exista. Porém, a lógica da teoria, de tão óbvia, chega a ser desconcertante. Henrique Szklo RS 39,90 Matrix Editora
*Fonte: assessorias de imprensa das editoras.
62 editorasermais.com.br
O Despertar dos Líderes Integrais - Um Caminho para a Nova Liderança do Século XXI Segundo o autor Wanderlei Passarella , o livro não tem a pretensão de ser um manual de como liderar, apresentando “receitas de bolo”. A obra busca a realização plena do homem, promovendo sua capacidade de transgredir a normalidade durante a liderança. É um livro inovador por trazer uma abordagem transdisciplinar holística. Um misto de depoimento, observação, estudo criterioso e referências de grandes mestres. Wanderlei Passarella R$ 44,91 Qualitymark Editora
Adapte-se - Resiliência: como pessoas, sociedades e organizações podem enfrentar mudanças e adaptar-se a elas Os autores Andrew Zolli e Ann Marie Healy trabalham com um novo conceito do que é ser resiliente, que valoriza a inteligência e a capacidade de reinventar um modelo de negócio antes que a necessidade de mudar sejar obrigatória. Provocativo, otimista e esclarecedor, esta obra elucida por que determinados sistemas, pessoas e comunidades vêm abaixo diante da ruptura e como, no fim das contas, podem aprender a reagir. Andrew Zolli e Ann Marie Healy R$ 69,90 Editora Campus/ Elsevier
Sugestão de Sucesso
As Prioridades
DO LÍDER Michael Useem evidencia que, com as reviravoltas dos mercados financeiros mundiais, depreciações e até ameaças de inadimplência na dívida soberana, os líderes empresariais são obrigados a redobrar o pensamento estratégico estando assim prontos para assumir responsabilidade direta. Para tanto, precisam evoluir a partir de um conjunto tripartite de princípios, composto de pensamento estratégico, responsabilização e ação firme. Useem estabelece 15 princípios essências da liderança, explorados em cenários tão variados, quanto Wall Street, a Guerra Civil e um resgate audacioso realizado sob o foco da atenção internacional. Devido à vasta diversidade das posições de um líder, uma liderança eficaz é resultado de um conjunto de competências aperfeiçoadas pela prática. A premissa animadora deste livro é que a liderança eficaz pode ser ensinada e, na verdade, deve ser aprendida por aqueles que com responsabilidade pelo desempenho de suas empresas e de seus empregados. A outra premissa é que, em conjunto, os benefícios da liderança, considerando-se uma abordagem fundamentada em princípios orientadores específicos, criam um mapa claro para orientação em qualquer situação.
Todo mês, uma escolha para você ampliar seu conhecimento e Ser Mais! editorasermais.com.br 63
COLUNA PAULO GAUDENCIO
SUA PERGUNTA... “Venho adiando o sonho de ter o primeiro filho há algum tempo. Agora, com 35 anos, sinto que não posso mais esperar. Devo comunicar meus planos aos meus superiores ou espero acontecer e faço surpresa?” Daniella Sales
...GAUDENCIO
RESPONDE
A mulher, principalmente nas classes A e B, colocou o seu coração na carreira e na empresa, adiando a maternidade. Quando chega perto dos 40 anos, o conflito se faz presente, o que está acontecendo com você. Chegando perto da idade limite para a maternidade, o conflito se torna mais intenso, porque um dos termos dele se aproxima da data limite. Mas não parece ser a sua dúvida. Esta está mais no seu relacionamento com a empresa. De um lado contar para os superiores que está pensando em engravidar. A desvantagem é que você está planejando uma gravidez que pode não existir, não depende de você. De outro lado fazer a coisa de surpresa. Aqui o que você tem a perder é o fato de não poder ser demitida se engravidar. Me dá a impressão de que seu problema é bem mais em relação à empresa do que engravidar ou não. Isto você parece ter decidido, e se puder é o que fará.
Paulo Gaudencio Psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP). Dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e à pesquisa científica.
Você também procura respostas? pergunteaogaudencio@revistasermais.com.br 64 editorasermais.com.br
A seção de anúncios mágicos da Ser Mais
editorasermais.com.br 65
~
EXPRESSAO REINALDO POLITO
Gentileza
G
entileza está sempre na moda. Para sermos gentis basta tomarmos alguns pequenos cuidados que não nos darão nenhum trabalho, nem nos desviarão dos nossos afazeres. Vamos analisar alguns exemplos de gentilezas que devemos preservar e que podemos incorporar aos nossos hábitos. Segurar a porta de entrada do restaurante ou do elevador para que a pessoa a encontre aberta. Essa atitude tão simples demonstra educação, generosidade e espírito de solidariedade. E gentileza se paga com gentileza. Se alguém segurar a porta para nós, devemos retribuir com um agradecimento. É sinal de civilidade ceder o lugar no transporte coletivo ou numa sala de espera às pessoas mais velhas, ou de qualquer idade que estejam carregando crianças no colo, sacolas, ou objetos que claramente demonstrem algum tipo de desconforto. A gentileza também pede passagem nas reuniões e nos bate papos. Seremos generosos e simpáticos se incluirmos na conversa uma pessoa tímida ou que se sinta deslocada numa reunião. Mesmo que o assunto não tenha nenhuma ligação com ela, podemos pedir sua opinião, perguntar sobre o filho dela, enfim, mostrar que 66 editorasermais.com.br
ela tem importância. É quase certo que essa atitude gentil a sensibilizará e a deixará sempre agradecida. Abrir a porta do carro e puxar a cadeira para uma mulher continua na moda e é uma gentileza do homem sempre vista com bons olhos. Se você for mulher e lhe abrirem a porta do carro, lembre-se de agradecer e se mostrará muito gentil se, em locais movimentados, escuros ou em dia de chuva, retribuir abrindo a porta do motorista por dentro, para facilitar a entrada do seu companheiro. Além das atitudes gentis que acabamos de mencionar, algumas expressões são excepcionais para nos aproximar das pessoas. Se dissermos “por favor” ao iniciarmos ou concluirmos qualquer pedido adicionaremos à frase uma simpatia capaz de afastar barreiras que nem os mais poderosos argumentos conseguiriam suplantar. Esse poder mágico do “por favor” não se restringe à comunicação oral. Se essa expressão gentil for usada ao escrevermos uma carta, um relatório, um e-mail, ou mesmo um simples bilhete, dará à mensagem poderes adicionais que ajudarão a persuadir e afastar as mais resistentes objeções. Para sermos gentis não podemos economizar a palavra mais importante que temos à disposição, “obri-
gado”. Embora o Aurélio estabeleça apenas três conceitos para definir o sentido de obrigado, eles são bastante abrangentes e podem se encaixar facilmente em praticamente todas as circunstâncias: agradecido, grato, reconhecido. Por isso, a regra geral é agradecer a todas as pessoas o tempo todo. Se alguém nos der passagem, vamos dizer “obrigado”, se nos der atenção, vamos dizer “obrigado”, se atender a um pedido nosso, vamos dizer “obrigado”. Não existe nada tão fácil e mais polido do que dizer “obrigado”. Se o que nos fizerem for muito importante, estiquemos um pouco mais e vamos dizer “muito obrigado”, será uma forma simpática de dizer que nós ficamos realmente agradecidos.
Reinaldo Polito Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de expressão verbal e autor consagrado. www.polito.com.br
editorasermais.com.br 67
68 editorasermais.com.br