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SAMUEL H. DIAS | O MONSTRO
O MONSTRO
SAMUEL H. DIAS | Muzambinho, MG.
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Existe um monstro que vive constantemente se alimentando da obscuridade
Ele não possui um nome e nem mesmo um rosto Também não possui uma história e não procura ter uma para ser contada Não existe algo como uma família para ele
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Não existe algo que se aproxime do que possa ser dito como amor Apenas existe uma forma que o defina Uma sombra
A sombra também caminha pelos sonhos e se alimenta dos pesadelos Em dias turbulentos, ao dormir ela pode ser vista, se prestar bastante atenção Ninguém sabe a quanto tempo existe Mas está lá e talvez sempre estivesse Então podemos definir que nós o criamos? Mas quando o criamos? É ruim existir um ser que se alimenta de nossos temores?
Mas o monstro sabe e observa
Ele nos enfraquece Nos mantém reféns da inutilidade Como quer avançar o próximo dia sem os seus temores? Você precisa deles?
O monstro está bem aí basta sentir Continuará se alimentando à medida que recuamos Isto nos quebra e se torna a fraqueza E nada se alimenta da fraqueza a não semos nós mesmos
SAMUEL H. DIAS tem 26 anos, é estudante de ciências biológicas pelo Instituto Federal do Sul de Minas - Campus Muzambinho. Colaborador frequente da Subversa que busca através de seus poemas se expressar de uma maneira completamente honesta.
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A Caligrafia sul-baiana é o tema para o II Festival Literário de Ilhéus com três dias dedicados a debates, oficinas culturais, lançamentos de livros entre outros momentos, que após o sucesso da primeira edição, migra para o Teatro Municipal de Ilhéus.
A concepção do Festival Literário de Ilhéus surgiu em 2015, a partir de reuniões entre atores locais envolvidos com a literatura, sendo a atual edição prevista pelo projeto proposto por Anna Lívia Rosa Ribeiro, aprovado na política de editais do Estado da Bahia. A edição atual conta com Geraldo Lavigne de Lemos como curador e Fabrício Brandão como cocurador, convidados pela Coordenação Geral composta por Anna Lívia, André Rosa, Anarçeide Menezes, Eloah Monteiro e Cabeça Isidoro.
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Os curadores procuraram dinamizar ações com a inclusão de outras atividades de interesse coletivo que contam com apoio do Governo do Estado da Bahia, ficando a realização do evento a cargo da Academia de Letras de Ilhéus. Por ser uma demanda da região, segundo Geraldo “o público, a mídia, os escritores e os artistas afirmam ser uma ação deveras importante para a região, que possui tradição literária consolidada e constantemente apresenta novos escritores e artistas. Os apoios recebidos refletem tal realidade”. A cada edição, o Festival Literário de Ilhéus escolhe um autor para ser homenageado. A primeira edição homenageou Jorge de Souza Araújo. A presente edição homenageia o autor Florisvaldo Mattos, que publicou um livro chamado A caligrafia do soluço & poesia anterior, atraindo a atenção dos organizadores do Festival que assim adotaram o tema Caligrafia sul-baiana. O objetivo é traçar uma intertextualidade entre a obra do autor homenageado e um dos objetivos do festival, que é lançar luz sobre a literatura regional e ainda, observando que caligrafia remete à pessoalidade da escrita.
Quando o festival foi concebido, também foi pensado o concurso literário Prêmio Sosígenes Costa de Poesia. A Universidade Estadual de Santa Cruz e a Academia de Letras de Ilhéus promovem o concurso, que objetiva premiar livro inédito de poesia possuidor de mérito literário. São admitidas inscrições de autores baianos ou residentes na Bahia.
O nome do prêmio homenageia o relevante autor baiano Sosígenes Costa, vinculado à segunda geração do Modernismo e que teve o seu primeiro livro, Obra Poética, laureado com Prêmio Jabuti de Poesia, em 1960.
Programação: www.flios.com.br
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Está patente até o dia 26 de maio de 2017 a exposição “É verdade”, de Sílvia Carreira. A artista que ilustrou a revista em maio de 2015, apresenta ao público o resultado de seu trabalho que consiste em uma brincadeira com a data da inauguração da exposição (01 de abril) isto é, o dia da mentira, para apresentar como verdade quadros com paisagens e elementos de diversas partes do mundo, misturados com desenhos e partes de notícias de jornal.
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Com essa mistura de diversos elementos, surgem cidades artificiais, segundo Sílvia: “criada pelos media que está conjugada com uma cidade real e ainda pela cidade imaginária que trago na memória”. Surgindo ainda dentro como destaque o coração e o cérebro que criam asas, sendo “ora o cérebro que voa, ora o coração”. Informações:
Hotel Eurostars das Artes
Rua do Rosário, 160- Porto, Portugal
Entrada Livre