The President

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Nº 43 ABRIL | MAIO CARLOS ALBERTO MATTOS

ESPECIAL FOTOGRAFIA A NATU RE Z A PEL AS LENTES DE TUCA REINÉS Nº 43 ABRIL | MAIO 2020

CARLOS ALBERTO MATTOS

CEO DA CACHAÇA SEBASTIANA

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E D I TO R I A L

Foi fechado em casa, cumprindo uma quarentena forçada pela epidemia de 1606 numa Londres assustada, que William Shakespeare escreveu as duas peças teatrais consideradas pelos críticos o auge de sua produção literária: Rei Lear e Macbeth. Sim, as crises podem significar também uma injeção de criatividade e de ânimo. Sem esses ingredientes, Frank Delano Roosevelt não teria tirado os Estados Unidos da Grande Depressão nem Winston Churchill conseguiria enfrentar as forças macabras do nazismo, nos dois momentos mais cruciais do século passado. Crises pessoais e profissionais também podem ser encaradas da mesma maneira, por que não? Assim ocorreu, proporcionando resultados louváveis e notáveis, com dois personagens protagonistas desta edição. Marisa Clermann precisava buscar uma saída depois de separar-se do marido, com quem trabalhava em leilões de cavalos. Veio a crise. Brava. Formada em economia, Marisa tinha uma ideia difusa de que gostaria de trabalhar criando joias, sonho ainda da infância. Não conhecia ninguém, todavia, que tivesse esse ofício. Ainda assim, correu atrás, fez cursos aqui e na Itália, empenhou-se e começou reformando joias de amigas. Revelou tamanha determinação e talento que se transformou em uma joalheira cintilante, reverenciada pelas estrelas. Carlos Alberto de Barros Mattos, por seu turno, era publicitário de sucesso no Rio de Janeiro quando perdeu contas que sustentavam o orçamento de sua empresa. Chegou a crise — também penosa. Assim como Marisa, recorreu a recordações da infância para se reinventar. Lembrou-se do avô e de um tio às voltas com um alambique de cachaça. Atirou-se a uma sucessão de cursos e viagens que o prepararam na arte da destilação. Esteve nas Minas Gerais, nos Estados Unidos e na Escócia. Surgiu assim a Cachaça Sebastiana e seus diferentes blends, responsáveis por nada menos que 27 prêmios internacionais. Em um tempo de incertezas, lembremos sempre dos personagens que encararam crises e, na hora do dever e haver, souberam vencê-las. Boa leitura.

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EXPEDIENTE THE PRESIDENT PUBLICAÇÃO DA CUSTOM EDITORA Nº 43

PUBLISHERS André Cheron e Fernando Paiva

REDAÇÃO DIRETOR EDITORIAL Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br DIRETOR EDITORIAL ADJUNTO Mario Ciccone mario@customeditora.com.br REDATOR-CHEFE Walterson Sardenberg So berg@customeditora.com.br EDITORA EXECUTIVA E DIGITAL Marina Lima marinalima@customeditora.com.br ARTE EDIÇÃO Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br PREPRESS E TRATAMENTO DE IMAGENS Daniel Vasques danielvasques@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO TEXTO Dagomir Marquezi, Roberto Sadovski, Silvio Lancellotti e Walter Bacellar FOTOGRAFIA André Ligeiro e Marina Almeida Prado ARTE Daniel das Neves PRODUÇÃO Vivianne Ahumada REVISÃO Goretti Tenorio

THE PRESIDENT facebook.com/revistathepresident @revistathepresident www.customeditora.com.br

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COMERCIAL, PUBLICIDADE E NOVOS NEGÓCIOS DIRETOR EXECUTIVO André Cheron andrecheron@customeditora.com.br DIRETOR COMERCIAL Ricardo Battistini battistini@customeditora.com.br GERENTES DE CONTAS E NOVOS NEGÓCIOS Marcia Gomes marciagomes@customeditora.com.br Mirian Pujol mirianpujol@customeditora.com.br ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO ANALISTA FINANCEIRA Carina Rodarte carina@customeditora.com.br ASSISTENTE Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br REPRESENTANTES REGIONAIS GRP – Grupo de Representação Publicitária PR – TEL. (41) 3023-8238 SC/RS – TEL. (41) 3026-7451 adalberto@grpmidia.com.br Tiragem desta edição: 35.000 exemplares CTP, impressão e acabamento: Gráfica PifferPrint Custom Editora Ltda. Av. Nove de Julho, 5.593, 9º andar – Jardim Paulista São Paulo (SP) – CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br Tel. (11) 3708-9702

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SUMÁRIO ABRIL | MAIO 2020

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36 CONSUMO

54 OLFATO

78 MÍDIA

De quebra-cabeça a purificador de ar: objetos

Quando o cinema priorizou as fragrâncias,

De Flash Gordon a The Archies, momentos

que são muito úteis em tempos de pandemia

seja nos roteiros ou na sala escura

em que os quadrinhos previram o porvir

42 VISÃO

58 TATO

83 GOURMET

Katheryn Winnick, a bela estrela do seriado

As histórias de superação de músicos que se

A gastronomia começa nos ingredientes de

Vikings, é tão boa na telinha quanto de briga

viram às voltas com entraves nas mãos

primeira. Carnes Beef Passion, por exemplo

46 AUDIÇÃO

62 ENTREVISTA

100 ENSAIO

Sozinha, ela se lançou pelo YouTube. E o

Por que Marisa Clermann se tornou a joalheira

O fotógrafo paulista Tuca Reinés comemora

Brasil inteiro se encantou com a carioca Iza

brasileira mais querida entre as estrelas

40 anos de uma carreira sempre luminosa

50 PALADAR

70 MERCADO

108 ESPORTE

Ingredientes asiáticos e técnica francesa:

A cachaça Sebastiana conquistou 27 prêmios

Eles tinham dinheiro e fama. Mas jogaram

a culinária do Vietnã mescla os dois mundos

internacionais. Graças a Carlos Alberto Mattos

para trás, em histórias nada edificantes

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Eficiência Total

M A I S D O QU E PRODU TO S PA R A A C A SA, A PA NA S ON IC A PR E SE N TA S OLUÇ ÕE S

Nova linha tem o recurso AG Antibacteria. Partículas de prata são liberadas durante o último enxágue e eliminam 99,9% da proliferação das bactérias causadoras do mau odor

PA R A O DI A A DI A D O C ONS U M I D OR

A

Panasonic apresentou um novo patamar de produtos para casa. As suas linhas de máquina de lavar e geladeira unem design, tecnologia e eficiência energética. O foco da companhia é sempre atender as necessidades dos consumidores e inovar em seus mercados de atuação. Na área de serviço, a Panasonic apresenta um item de última geração para a sua casa: as novas máquinas de lavar. Destaque para o modelo P6T 17kg. Ele tem o tamanho certo para a sua necessidade. Apresenta o sistema ciclone, que dispensa o agitador central. Não por acaso, tem a melhor lavagem da categoria, porque garante roupas mais limpas sem danificá-las. Entre seus re-

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cursos, um dos mais impressionantes é a AG Antibacteria. Com partículas de prata liberadas durante o último enxágue, o sistema elimina 99,9% da proliferação das bactérias causadoras do mau cheiro – dado comprovado por laboratório independente e testes internos. Precisa de mais cuidado com as roupas? O modelo tem ainda o programa Vanish. O sistema garante até 20% mais desempenho em cada lavagem. A máquina é muito mais eficiente e, claro, econômica. Porque tem o menor consumo de água da categoria.

Na cozinha, o modelo BB71 foi além do conceito de geladeira. Transformou-se em uma verdadeira central tecnológica. Apresenta o exclusivo FreshFreezer. Com quatro temperaturas, essa gaveta especial armazena diferentes tipos de alimento: queijos e laticínios (0 °C), cerveja bem gelada (-2 °C), porções de alimentos armazenados sem congelar (-3 °C) e carnes mantidas por até dez dias (5 °C). Com isso, o seu cotidiano ganha muitas e novas possibilidades. Outra tecnologia da nova geração de geladeiras é o SmartSense. São quatro sensores que monitoram a sua rotina. Eles medem a abertura de portas, luminosidade, temperatura interna e externa. Combinada com o Inverter, possibilita uma economia de mais de 41%. Acredite, essa geladeira também cuida da sua saúde e melhora a qualidade dos alimentos. O recurso Vitamin Power utiliza luzes de LED que potencializam as vitaminas das frutas e verduras – as vitaminas C e D, especialmente.

Preservação ideal para carnes por até dez dias, na temperatura de -5 ºC

Essas linhas mostram como a Panasonic pensa os seus produtos. Eles são criados para atender às pessoas. Com essas novidades, os consumidores terão uma vida melhor e uma casa contemporânea.

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A PR E SENTA

NOVOS TEMPOS

Dicas preciosas para quem vai trabalhar em casa POR PIERANGELLI MORA

Nas últimas semanas, tenho recebido muitas demandas de gestores e empreendedores sobre como se adaptar ao home office. Antes, para sair de casa, a rotina era pautada em horários preestabelecidos. Era algo assim: acordar, organizar a casa, se arrumar, sair de casa, enfrentar o trânsito, chegar ao trabalho, normalmente com horário para a saída já definido. Mas, de repente, acordamos com nossa rotina completamente modificada. Neste novo cenário, além de cumprir as demandas de trabalho, temos espaço para fazer aquele curso de inglês, fazer aulas de yoga, assistir às palestras que estão atrasadas, pôr em dia aquela série favorita, além de interagir com família e amigos. Até porque “conectar faz a diferença”, seja nos negócios, nos estudos, nas relações pessoais ou para você se divertir vendo seus filmes e séries favoritos. E para darmos conta de tudo isso é fundamental: • Organizar nosso tempo • Minimizar as distrações • Ter uma excelente rede de conexão e bons equipamentos que irão facilitar nossa interação com este novo mundo Então, veja aqui algumas dicas básicas para você repensar sua forma de trabalhar em home office. 1. Tenha um horário determinado para seu trabalho – momentos para começar, terminar e hora para almoço e paradas. Procure fazer a rotina que você já tinha. 2. Crie um espaço em sua casa para trabalhar – pode ser aquele canto da mesa na sala de jantar, no seu quarto ou escritório. Enfim, determine “aquele” como seu local de trabalho enquanto estiver trabalhando e utilize com a maior frequência possível. 3. Vista-se para trabalhar: roupas, cabelo, maquiagem adequados. 4. Organize seu tempo para cumprir as tarefas que são prioridades, importantes, urgentes na sua semana e também no seu dia. 5. Lembre-se também de ter bons equipamentos que podem te auxiliar a executar suas tarefas com maior produtividade, além de poder aproveitar seu lazer com muito mais eficiência. Para auxiliar nessa busca,

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existem vários notebooks no mercado. Um exemplo é o Acer Aspire, que é a melhor escolha em relação a desempenho e preço. 6. Converse com sua família - seus filhos especialmente – a respeito das horas que você deverá cumprir na sua rotina de trabalho. 7. Mantenha seus filhos entretidos e, nos momentos de pausa, espie como as coisas estão. Afinal, estar em casa neste momento é um privilégio que pode ser aproveitado com organização do seu tempo. 8. Sim, você provavelmente está com tempo sobrando. No mínimo, aquelas horas ou minutos de deslocamento. Assim, se continuar acordando no mesmo horário de antes, poderá acrescentar aquelas coisas que se predispôs a fazer e não tinha tempo. 9. E, fora do seu tempo de trabalho, aproveite para se conectar com seus amigos e familiares, participar de reuniões virtuais para se divertir, assistir a um filme “juntos” e aproveitar para novas conexões. 10. Estamos todos vivendo novos tempos. Provavelmente, as coisas voltarão diferentes. Mas estamos no agora, e é importante aproveitarmos esta oportunidade para continuar sendo produtivos e manter a conexão com nossa rotina e nossos prazeres. Afinal, novos tempos nos convidam a novos formatos.

Para mais informações: acer.com.br facebook.com/AcerdoBrasil @acerdobrasil @acerdobrasil

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A RTI GO

A UNIÃO DO SETOR Turismo e hotelaria buscam soluções para superar a crise e ganhar fôlego no Brasil POR SÉRGIO SOUZA, PRESIDENTE DA RESORTS BRASIL

O novo coronavírus parou setores inteiros da economia mundial. Porém, é fundamental destacar que o pior momento que já passamos serviu para unificar discursos, reivindicações e ações dos setores de turismo e hotelaria. Essa união é inédita no segmento. Posso falar com conhecimento de causa. Tenho 36 anos de hotelaria, trabalhei em vários resorts. Hoje sou diretor comercial do Casa Grande Hotel e presidente da Resorts Brasil. A associação congrega 57 resorts por todas as regiões do país. Temos representantes em 13 estados brasileiros, somando 28.600 quartos e 37 mil colaboradores (10% dos empregos da hotelaria). Nossos associados chegaram a receber mais de 4 milhões de hóspedes e faturar R$ 5,5 bilhões em 2019. O objetivo da entidade é manter associativismo em seu nível mais elevado. Defende a indústria do turismo e a sua geração de empregos. Até porque o setor sempre foi um dos motores da economia brasileira. Essa representatividade dos resorts e do próprio turismo nacional unifica a voz dos nossos resorts e busca reconhecimento desses empreendimentos inclusive no exterior. Tudo isso está a associado à qualificação dos associados e da própria entidade. É a equação do ganha-ganha para o setor e para o próprio país. Para termos um princípio de união, um setor tão heterogêneo quanto o de turismo necessitou de um cenário caótico de retração econômica. Para se ter uma ideia, a hotelaria chegou a zero de receita, zero de ocupação, zero de atividade econômica. Essa pandemia provocou uma mobilização entre as várias entidades do setor. Então, tivemos de nos unir na dor. Esse grave problema está ameaçando até a continuidade da nossa existência como setor produtivo. Esse congraçamento era um sonho antigo. As associações hoteleiras do Brasil se uniram para lutar pela sua categoria, pelos seus pleitos, pelo seu crescimento e desenvolvimento. Há mais de um mês, começamos uma luta por todos os pleitos que garantissem a nossa sobrevivência junto aos ministérios do Turismo, Desenvolvimento Regional, Justiça e Economia. Tivemos sucesso em dois pleitos muito importantes. O primeiro deles foi a Medida Provisória Trabalhista. A segunda tratava da Medida Provisória a respeito

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das relações com a Defesa do Consumidor, em especial os reembolsos. Estamos agora na terceira frente: as linhas de crédito. Estamos vivendo um momento histórico. Ao término de toda essa crise, nosso segmento não será mais o mesmo. Não só aqui no Brasil, como no mundo inteiro. Deveremos criar uma confederação de associações hoteleiras. Assim, teremos força para trabalhar em conjunto. Toda essa crise está deixando um grande aprendizado. Podemos até pensar além: a atuação de forma coordenada é um legado para as futuras gerações. O setor vai se recuperar desse momento sombrio e se tornar um motor muito mais forte para o progresso do Brasil. resortsbrasil.com.br

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A RTI GO

A VEZ DA TELEMEDICINA Com todos os cuidados, a tecnologia será importante aliada de pacientes e médicos para suporte de tratamentos POR MARIA AUGUSTA BERNARDINI, DIRETORA MÉDICA DA ASTRAZENECA

Com a declaração de pandemia do novo coronavírus, anunciada pela Organização Mundial da Saúde em fevereiro deste ano, alguns recursos, antes inimagináveis, começaram a ser vistos como ferramentas valiosas para o cuidado contínuo do paciente. Uma delas é a telemedicina, regulamentada pelo Ministério da Saúde em caráter excepcional e temporário para o atendimento pré-clínico, suporte assistencial, consulta, monitoramento e diagnóstico a distância. Também conhecida como consulta online, a telemedicina tem o propósito de aperfeiçoar o atendimento médico e a saúde do paciente. A modalidade já vinha sendo usada para possibilitar a troca de informação entre os profissionais da área. Além disso, possibilita o compartilhamento de pareceres e opiniões a distância – tudo em tempo real. Essa ferramenta pode ainda ampliar o acesso aos serviços, evitando as aglomerações e deslocamentos. Neste momento de isolamento social, o mecanismo se torna ainda mais valioso. A importância se dá muito mais pelo acompanhamento e manutenção de tratamento contínuo do que pelo cumprimento de consultas previamente agendadas. Esse bom manejo da saúde é um dos principais desafios da atualidade. Com essa boa administração de recursos, é possível conservar a qualidade de vida do paciente crônico, com diabetes, por exemplo. Vale citar diabetes porque vem se mostrando um fator de risco para casos mais graves do vírus. É importante ressaltar a diferença entre a telemedicina e a telessaúde, que engloba basicamente todos os procedimentos de promoção de saúde, como é o caso de aplicativos que promovem o bem-estar. Contudo, ter acesso ao médico de forma remota pode ter um real impacto na manutenção da vida desse paciente. Precisamos lembrar que, em meio à pandemia, ainda temos os pacientes que estão sob tratamento contra o câncer, seja oral ou infusional, e que não pode ser interrompido. Há ainda pacientes com doenças respiratórias, como a asma, que também devem manter a terapia continuada, não só para estarem mais seguros, mas também para se certificarem do seu bem-estar em um momento pós-Covid-19.

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A novidade ainda está sendo avaliada pelos profissionais de saúde, que buscam pela forma mais eficiente e segura para o trato com o paciente, mas a forma de contato pode ser otimizada. Em um futuro mais próximo do que imaginamos, a telemedicina pode ser uma forma muito válida de minimizar o gargalo de acesso da saúde. Quando feita por meio de parcerias sustentáveis, pode levar a experiência de grandes centros de referência para os mais diferentes cantos do país. Claro, os novos recursos serão ferramentas poderosas para os médicos. Mas o bem-estar do paciente será sempre prioridade. astrazeneca.com.br

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M A R KE TI N G

MESTRES DO CINEMA Rolex reúne time de embaixadores para campanha e apoio a jovens cineastas A Rolex sabe expandir o seu universo muito além dos relógios. O cinema é um desses mundos em que a marca é reconhecida e admirada. É difícil encontrar uma maison que tenha reunido entre seus embaixadores cineastas com obras que venceram (somadas) 57 estatuetas do Oscar. Kathryn Bigelow, James Cameron, Alejandro G. Iñárritu e Martin Scorsese formam esse quarteto fantástico. Eles também estão engajados no projeto Rolex Mentor and Protégé (Mestres e Discípulos) e se tornam inspiração a futuros cineastas. Para a nova edição, já foram definidos os tutores: Spike Lee (cinema), Phyllida Lloyd (teatro), Lin-Manuel Miranda (categoria aberta) e Carrie Mae Weems (artes visuais).

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Scorsese e Iñárritu já participaram do programa como orientadores. Ao lado de Kathryn e Cameron, estrelaram uma campanha veiculada na cerimônia do Oscar. Nela, mostram aquilo que fazem de melhor. Contam histórias. Desta vez, as próprias. Kathryn Bigelow recordou-se do artista plástico Lawrence Weiner como um mentor. Fundador do movimento de arte conceitual, Weiner transmitiu o seu conhecimento como forma de encorajar. “Foi um período muito estimulante e transformador. Tornou-se parte da minha estrutura criativa e intelectual, e se fez eternamente presente em meu trabalho”, disse a vencedora do Oscar em 2010, com Guerra ao Terror – a primeira mulher na categoria de dire-

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Margules. “Os três anos de estudo com ele transformaram a minha percepção do que significava ser um diretor de cinema.” Ele conta que Margules o ensinou a questionar-se sempre e abraçar a incerteza como parte do processo. Martin Scorsese fecha o quarteto sem necessitar de apresentações. Ele é indissociável da história do cinema. Em seu depoimento, falou sobre o seu mestre: Haig Manoogian, professor de cinema no Washington Square College, atual New York University (NYU). Tudo começou no dia da orientação vocacional. “Durante uma hora, Manoogian discursou com muita paixão e energia sobre o cinema. Nunca tinha ouvido alguém falar com tanto fervor. Ele acendeu uma chama em nossos corações e me deu o maior presente do mundo.” OS QUATRO ELEMENTOS Alejandro G. Iñárritu (página ao lado). No sentido horário: Kathryn Bigelow, James Cameron e Martin Scorsese. Eles estrelam campanha da Rolex falando dos seus mestres

ção. “As pessoas que ajudaram na nossa formação nunca saem de nós”. Colecionador de prêmios e com recordes de bilheterias, James Cameron recorda-se com carinho de um professor do ensino médio. O Sr. McKenzie ensinava biologia, mas encorajou os alunos nas artes dramáticas. “Ficávamos após a aula para criar os cenários, instalar a iluminação, criar cenas para as peças. Ele criou a estrutura e nos fez progredir.” O diretor de Titanic e Avatar também recorda-se de outros mestres ao longo da carreira. Trocou informações com Stanley Kubrick e aprendeu a desenhar com Jack Kirby, uma lenda dos quadrinhos. “Crescemos com o conhecimento dos nossos antecessores.” Alejandro Iñárritu é o que se pode chamar de bicampeão do Oscar. Tem estatuetas em anos seguidos: Birdman (2015) e O Regresso (2016). Ele diz que não teve bons professores de cinema, mas sim o diretor de teatro polonês Ludwik

SÉTIMA ARTE A Rolex tem uma longa história de aparições de seus produtos no cinema. Muito além do marketing, a marca era escolhida pelos cineastas para ajudar a contar a história. A Rolex também se tornou founding supporter (mantenedora) do novo Academy Museum of Motion Pictures, em Los Angeles. O museu deverá ser inaugurado em dezembro deste ano. O projeto prevê 4.650 metros quadrados para galerias e um teatro para mil espectadores. A Rolex terá uma galeria dedicada aos filmes nos quais apareceu. Eternizar a história do cinema também é uma das prioridades da marca. rolex.org

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VISÃO Viking feminista A louríssima canadense Katheryn Winnick é uma nova estrela que briga por seus ideais – se precisar, até na mão

POR DAGOMIR MARQUEZI

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ano é 793. O local, uma aldeia chamada Kattegat em algum lugar da Escandinávia. O agricultor (e futuro rei) Ragnar Lothbrok faz amor com sua mulher (e futura rainha) Lagertha. Quando terminam, deitam-se lado a lado suados, apesar do frio nórdico. No dia seguinte, Ragnar vai levar o filho para um ritual de iniciação. “Não durma com muitas mulheres”, diz Lagertha. Ragnar responde: “Posso me segurar por alguns dias”. Lagertha apenas sorri e pergunta, autoconfiante: “Isso é outra forma de dizer que me ama?”. Sem os homens da casa, Lagertha ensina a filha Gyda a tecer. Dois bandidos grosseiros e brutais aparecem e avisam que vão estuprá-la e roubar comida. Lagertha pede à filha que se afaste. Exibe um sorriso maroto e dá uma surra daquelas nos dois invasores, que saem correndo apavorados para nunca mais voltar. Esta é Lagertha, a escudeira. Esposa fiel, mãe dedicada - e mulher letal. “Lagertha deve ser a personagem feminista mais interessante da TV”, celebrou a revista Entertainment Weekly. A diferença dela com tantas outras feministas é que a brava viking não se vitimiza. Ela luta quando é necessário. Encara a morte todos os dias como um processo natural. E quando achou que era o momento, dispensou o marido Ragnar e foi morar em outro canto.

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Lagertha e Ragnar fazem parte da mitologia nórdica e viraram os protagonistas do enorme sucesso alcançado pela série de TV Vikings. Ao mesmo tempo, a personagem Lagertha gerou o mito da atriz que a interpreta. Não há ninguém que se compare a Katheryn Winnick no mundo das estrelas. Katheryn dá risada na cara de quem pergunta sobre o trabalho de dublês nas muitas cenas perigosas de cada episódio. Ela jamais aceitou ter uma substituta e encarou todas as muitas lutas pessoalmente. “Por isso estou sempre com marcas roxas pelo corpo.” Esta mulher frequenta capas de revistas como uma modelo delicada e sexy. Ri fácil, zomba de si própria. Não se acomodou com a penca de prêmios que recebeu com Vikings. Assim que Lagertha morreu na série, Katheryn assumiu a direção do capítulo seguinte (temporada 6, episódio 8). “Sou a única atriz que sobrou do primeiro episódio e conheço muito bem esses personagens todos”, contou ao canal ET Canada. “Foi a coisa mais recompensadora e a mais assustadora que fiz na minha vida.” Katheryn Winnick nasceu Katerena Anna Vinitska em Etobicoke nas cercanias de Toronto, Canadá, no dia 17 de dezembro de 19 7 7. D e fa m í l i a ucra n i a n a, fa lou s omente a língua dos seus ascendentes até os 8 anos de idade. Os pais e os três irmãos a tratam por Katrusia. Hoje, além do inglês e do ucraniano, fala fluentemente francês, russo e italiano.

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Com 1,68 metro de altura, 54 quilos e muito feminina, não assusta ninguém. Mas não se deixe enganar. Certa vez, esmurrou três marmanjos e botou-os pra correr

A Katheryn-atleta veio antes da Katheryn-atriz. Ela treina artes marciais desde os 7 anos. Recebeu sua primeira faixa preta aos 13. Criou sua primeira escola de artes marciais aos 16. Aos 21 anos, já tinha três academias de taekwondo no Canadá. Tem uma faixa preta de terceiro grau em taekwondo e uma faixa preta de segundo grau em caratê. É formada em Cinesiologia (o estudo dos movimentos do corpo) pela York University de Toronto. E ainda conquistou licença para trabalhar como guarda-costas profissional. CHAVE DE BRAÇO Com 1,68 metro de altura, 54 quilos e extremamente feminina, não parece assustar ninguém. Mas não se deixe enganar. Certa vez Katheryn estava num shopping center em uma vizinhança barra-pesada de Toronto depositando cheques no caixa automático. De repente, observou três homens correndo na sua direção. “Acertei o primeiro nas bolas, o segundo no rim e dei uma chave de braço no terceiro. Quando me toquei, eram meus amigos.” Ela frequentou um templo budista na Coreia do Sul, e teve que interromper seus estudos espirituais por causa da sua carreira de atriz. Começou treinando outros atores para filmes de ação e gostou da atividade. Fez um curso de atuação na escola William Esper, em Nova York. A beleza ajudou, claro. Sua carreira em filmes ainda é modesta, mas trabalhou com grandes nomes como Al Pacino, Idris Elba, Matthew McConaughey, Jake Gyllenhaal, Alan Arkin, Christopher Wa-

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lken e Paul Giamatti. Já é uma veterana em séries de TV, tendo participado de Person of Interest, House, The Glades, CSI (incluindo os spin offs NY e Miami), Criminal Minds, Nikita, Law & Order, L&O: Criminal Intent e Bones.

A série Vikings é o seu maior sucesso. Mas ela já estrelou o filme Stripped e contracenou com Al Pacino e Christopher Walken em Amigos Inseparáveis

CHÁ DE HORTELÃ Vikings a conduziu ao estrelato internacional. “Foi muito importante para mim encontrar esse espírito de combate em Lagertha”, diz. “Ela é uma guerreira forte e feroz e definitivamente uma mulher à frente de sua época. Naquele tempo, se permitia que as mulheres lutassem na linha de frente com seus maridos, irmãos e outros homens.” As filmagens foram realizadas em uma região inóspita da Irlanda, onde não havia sinal de internet. “Você tinha a chance de se sentar e visualizar e realmente sentir como era ser uma viking de verdade”, declarou Katheryn num chat para fãs. “A gente ficava coberto de lama, chuva e sangue em algumas cenas de guerra. Este não é um papel bonitinho. É muito autêntico e real. Para mim foi um prazer não usar maquiagem e não ser glamourizada. Quanto mais suja, melhor!” Depois de Vikings, Katheryn já está em uma nova série - Wu Assassins, perfeita para seu conhecimento de artes marciais. Narra uma guerra mística entre gangues de Chinatown (em San Francisco). Ela faz o papel de uma policial que atua disfarçada. (Além de dirigir eventualmente alguns episódios.) Faz ainda parte do elenco principal da série The Big Sky, também como uma policial que investiga o desaparecimento de meninas. É, ainda, estrela do game Call of Duty: WWII. A resposta à pergunta inevitável: Katheryn é solteira e não tem filhos. Seu último namoro conhecido foi com o cineasta Nick Loeb, em 2015. Existem boatos de que ela pode ter tido um caso com Travis Fimmel, que fez o papel de seu marido Ragnar em Vikings. E só. Sabemos que é adepta de uma dieta sem glúten, toma água com limão todos os dias e adora chá de hortelã. Mas sua vida sentimental é um segredo muito bem guardado. TP

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AU DIC ÃO Iza pede passagem A linda cantora carioca, lançada pelo YouTube, é íntima das redes sociais — e do sucesso

POR WALTERSON SARDENBERG Sº

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m um passado nem tão longínquo, a porta de entrada das cantoras era, na prática, uma só: os programas de calouros. Primeiro, no rádio; depois, na tevê. Dessa maneira começaram Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Angela Maria e Elis Regina. Foi assim também com Elza Soares. Ela saiu de casa no bairro de Padre Miguel para cantar no programa de Ary Barroso, na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Entrou no palco tão malvestida que o compositor de “Aquarela do Brasil” fez galhofa, perguntando: “De que planeta você veio?”. Elza foi mordaz: “Do Planeta Fome”. Também carioquíssima e, idem, nascida no subúrbio — no bairro de Olaria, a 24 quilômetros de Padre Miguel —, a cantora Iza não precisou do trampolim radiofônico. Tampouco do televisivo. Na realidade, não precisou precisou sequer sair de casa. Você duvida? Ela comprou um microfone razoável, à disposição nos camelôs, fechou-se no quarto, criou um canal no YouTube, deu trato no visual (não precisou de maiores artefatos) e soltou a bela voz. Simples assim. Era 2015 — e o mundo começava a descobrir Isabela Cristina Correia de Lima Lima. O sobrenome repetido tem fácil explicação. “Meus pais são primos de segundo grau”, esclarece

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a cantora, de 29 anos, filha de um militar da Marinha e de uma professora de música. Não apenas o sobrenome é duplicado. Os predicados, idem. Além de uma voz potente, calorosa, bem colocada, maleável e afinada, treinada nos ritmos brasileiros e no rythm'n'blues americano, Iza é uma mulher de raríssima beleza, disseminada com farta generosidade em um corpo de 1,76 metro e 70 quilos. Não foi por compaixão que os executivos da gravadora Warner Music, ao verem (e ouvirem!) os vídeos no YouTube, correram acenando com um contrato. O disco de estreia, Dona de Mim , saiu em 2018 — e, de cara, recebeu a indicação para o Grammy Latino. Se Elza Soares veio do Planeta Fome, Iza tem origem menos dolorosa. Nada, porém, tão reconfortante. Aos 6 anos, o pai foi destacado para servir em Natal, no Rio Grande do Norte. “Antes de ir para a vila militar, a gente morou em um lugar confortável, mas o chão era de terra batida”, contou a cantora, em entrevista recente. “Um dia choveu para caramba e perdemos tudo numa enchente”. De volta ao Rio de Janeiro, começou a chamar a atenção aos 14 anos, no coro da igreja católica que frequentava. Cantou em um evento aqui, em outro ali, desde que não gravassem em vídeo. “Eu tinha pânico diante das

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câmeras”, confessa. Ainda assim, achava que se daria bem trabalhando com comunicação. Daí ter prestado vestibular para publicidade. Passou. “Bastaram dois semestres na faculdade e percebi que não era nada daquilo que queria fazer”, costuma comentar. Ainda assim, continuou cursando publicidade na Pontifícia Universidade Católica, a PUC, onde estuda parte da elite da sociedade carioca. “Eu era a única negra na faculdade”, contabiliza. Como sói ocorrer no país da mitificada “democracia racial”, sofreu a discriminação na pele. “Minha mãe me ensinou a lidar com o preconceito e com o racismo, vendo nisso ignorância. Acho que acaba deixando a gente um pouco mais paciente na hora de lidar no dia a dia”, avalia. Mais tarde, a fama reforçou esse expediente. “Nunca me paralisei diante do preconceito, mas sei que hoje a visibilidade me poupa de muitos insultos”. Iza não tem pressa. Antes de se profissionalizar como cantora, trabalhou, já formada em publicidade, editando vídeos. Beijou pela primeira vez com 17 anos. Transou, com 21. Não admira ainda não ter lançado o seu segundo álbum. Ansiedade mesmo, só diante de tabletes de chocolate — vício confesso, assim como farofa, que adiciona, sem constrangimento, até ao estrogonofe, para horror dos gourmets. Antes de preparar o segundo álbum, preferiu se dedicar e faixas esparsas, casos de “Pesadão”, “Gira” e “Brisa”, de nomes abreviados e sucessos extensos. A moça que se lançou no YouTube conhece as novas gerações — afinal, é a sua — e a estratégia, muito atual, de trabalhar canção a canção. Em especial, canções em parceria. Assim vem ocorrendo não apenas ao escolher cantores e compositores da novíssima música popular, mas também ao perfilar ao lado de medalhões do quilate de Alcione e Caetano Veloso. Com Caetano, regravou “Divino Maravilhoso”, composição dele em parceria com Gilberto Gil, lançada por Gal Gosta, em 1968. O refrão ganhou uma leitura atualíssima nesses tempos de Coronavírus, embora a nova gravação tenha ocorrido antes da pandemia: “É preciso estar atento e forte/ Não temos tempo de temer a morte”. Mesmo quem tem reservas ao repertório de Iza costuma se render ao talento da cantora ao ouvi-la entoar standards americanos, como a irretocável versão de “I Put a Spell on You”. Pois é, ela está em todas — até mesmo como

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“Feminismo não é ser contra os homens, é lutar por direitos e deveres iguais”, diz a cantora, lembrando que não aguenta mais ter de repetir esse mantra

Internacional apesar da carreira curta, ela já fez parcerias com a cantora americana Ciara e os jamaicanos do Major Lazer

madrinha da bateria da Imperatriz Leopoldinense, escola de samba instalada próxima do bairro de Olaria. Guindada a jurada do programa de televisão The Voice, reconhece a força do veículo, mas parece ainda mais dedicada às redes sociais, onde iniciou a carreira. Suas fotos sensuais no Instagram arrebanham milhões de seguidores. Podem até vir acompanhadas de um discurso feminista. “Não aguento mais explicar isso: feminismo não é ser contra homens, é lutar por direitos e deveres iguais”, declara. “Quando se fala em feminismo, os homens ficam pensando numas mulheres muito loucas. Não é nada disso”, contrapõe. E pergunta: “Desde quando falar de uma coisa tão séria quanto assédio é colocar homem contra mulher?”. As melhores fotos, no entanto, ela reserva para o marido, o produtor musical Sérgio Santos, com que casou em dezembro de 2018, e que, por contingências profissionais, não pode acompanhá-la na maioria das viagens. Quando estão longe um do outro, Iza diminui a saudade também por meio da internet, companheira de todas as horas. “A gente faz bastante Facetime e eu mando umas fotos interessantes”, resume. TP

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PA L A DA R Os franceses do Oriente A cozinha do Vietnã traz a mescla dos métodos europeus com ingredientes asiáticos

POR SILVIO LANCELLOTTI

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panhe um mapa do Sudeste da Ásia e examine a localização do Vietnã. Embora faça fronteiras terrestres com o Laos e com o Camboja, foram as suas relações marítimas que predominaram nas influências culturais. Dois grandes golfos, o de Tonkin junto à China, e o do antigo Sião, junto à Tailândia, cuidaram de estabelecer as transações comerciais e, por extensão, o inexorável intercâmbio de conceitos alimentares. Da China veio a coleção quase infindável de maneiras de tratar legumes e cortar os vegetais. Da Tailândia, o pendor pela combinação infinita dos temperos. Duas crenças religiosas também colaboraram no desenho da gastronomia vietnamita. Uma delas é aquela dos monges budistas e do seu respeito aos animais sagrados, que instaurou um forte apelo botânico no seu receituário. A outra é herança dos franceses, missionários cristãos do princípio do século 19. Para a proteção desses missionários, Napoleão Bonaparte lá instalou, em 1856, tropas esparsas que logo se tornariam uma ocupação de fato até o final da Segunda Guerra

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Mundial, em 1946. Um tempo de humilhação, sim. Mas dos gauleses a culinária do Vietnã absorveu técnicas e modernidade. Existe na gastronomia vietnamita, de todo modo, ao menos uma singularidade especialíssima: o casamento de fragrância, sabor e apresentação fundamentado no chamado conceito dos Cinco Elementos. Vejamos. Cinco sentidos, ou ngũ giác: visão, paladar, tato, olfato, audição. Cinco órgãos (ngũ tang): vesícula, intestino delgado, estômago, intestino grosso, bexiga. Cinco nutrientes (ngũ chãt): hidratos de carbono, gorduras, proteínas, minerais, água. Cinco cores (ngũ sac): verde, rubro, amarelo, branco, preto. E cinco sabores (ngũ vi): ácido, amargo, picante, doce, salgado. Sim, também o tato porque na gastronomia do Vietnã existe uma imensidão de iguarias que se comem com os dedos ou com os tradicionais hashis, os palitos à disposição em qualquer barraquinha de rua em Hanói (a perene capital do Norte) e em Ho Chi Minh (a ex-Saigon, a capital do Sul até a reunificação do país, em 1975).

Pho: o caldo de vegetais vietnamita por excelência

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Parece rolinho primavera? É um similar. Já o ca phe é um café com leite para o calor

Em São Paulo, virou moda recente uma gastronomia vietnamita refinada, chique mesmo, de restaurante e não de rua. Em geral, carece de autenticidade

Embora Hanói tenha sido a sede do segmento socialista nos 20 anos em que perdurou o conflito armado entre os guerrilheiros da Frente Nacional de Libertação (dos vietcongs) e os invasores dos Estados Unidos - desde 1955 até a derrota americana e a sua retirada -, a cidade não perdeu nada do charme e do encantamento que, na primeira metade do século 20, lhe propiciaram o batismo de Paris do Oriente. Já Saigon/Ho Chi Minh padeceu bastante com os combates de rua e bombardeios. Em ambas as cidades, seja como for, so-

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bram guias turísticos especializados em indicar os melhores balcões de calçada em que um visitante sem experiência poderá pedir o seu copo de ca phe. Trata-se de café com leite condensado e cubos de gelo, ideal no alívio do calor quase absurdo pelo teor de umidade. Vale também comprar a cestinha de cha gio, os rolinhos fritos de caranguejo e cogumelos. Ou, ainda, experimentar os lambuzados espetos de can quay. São codorninhas grelhadas, com molho de mel. Curiosidade: em São Paulo, virou moda recente uma gastronomia vietnamita de caráter refinado, chique mesmo, de restaurante e não de rua. São espaços confortáveis, bonitos, cujos menus se empenham em respeitar a história culinária do país asiático mas que, por diversas razões, carecem de uma autenticidade radical. O mais celebrado, inclusive, leva o nome de Miss Saigon. Nada contra, além do fato de esse batismo se inspirar num musical inspirado numa ópera de Giacomo Puccini, a Madame Butterfly, que se passa no Japão. Um musical, aliás, estreado em Londres, em 1989. Sem dizer que, no Vietnã, já faz exatos 45 anos que a cidade formalmente se chama Ho Chi Minh. Também não são pioneiros esses vários lugares de moda recente. No Rio, dos anos 1970 à década de 1990, brilhou no

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bairro do Leblon o Le Vietnam, que fechou quando as mãos de Kim Lam se aposentaram sem deixar herdeiros. A família de Kim Lam se alojou no Brasil em consequência do conflito armado que expurgou, do Sul, milhares de simpatizantes do Norte, e vice-versa. O seu Le Vietnam se orgulhava da farta sofisticação que os franceses tinham imposto à sua simplicidade. Porém, a amigos e a visitantes profissionais que o procuravam nas horas de folga, não hesitava em expor a singeleza basilar de uma cozinha naturalíssima. Kim costumava dizer que, todas as influências à parte, pelo seu equilíbrio fantástico, e quase místico, a gastronomia da sua terra era uma das mais saudáveis do planeta. E apontava, como o principal termo de referência, o seu engenho na utilização do sal, “a conexão entre os mundos dos vivos e dos mortos”. FAZENDAS DE CAMARÃO Por exemplo, em vez do shoyu, o líquido fermentado de soja que vai nas panelas e inclusive na mesa de qualquer restaurante de estilo chinês ou japonês, na gastronomia do Vietnã prevalece, como o seu ingrediente crucial, o nuóc mam, um extraordinário molho à base de peixe. Em geral, é feito com anchovas comprimidas, esmagadas, maceradas em barris de madeira e daí coadas, filtradas, clarificadas exaustivamente

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ao ponto de um sumo leve e translúcido, da cor do chá mate. Garantem as lendas que se contam de Hanói a Ho Chi Minh que um nuóc mam perpetrado com sabedoria resiste 50 anos se conservado em recipientes de vidro esterilizado e em condições ideais de acondicionamento, mesmo em temperatura ambiente. A única recomendação: jamais lançar o nuóc mam numa panela seca e já quente. Deve-se aguardar que suba a transpiração dos outros componentes da formulação para despejá-lo. Paralelamente à gastronomia nacional, da meridional à setentrional, três núcleos se acrescentam à culinária do Vietnam. No Sul, há alquimias mais elaboradas, com ervas e uma personalidade tropical, como a Polinésia. No Centro, preponderam os condimentos picantes e as pastas à base de crustáceos. No Norte, pela proximidade da China, se utilizam também as conservas e a pimenta-do-reino. No geral, porém, o repasto trivial ostenta um caldo, o pho, de vegetais, eventualmente com ossos e aparas de frango, de porco ou de boi, oferecido ao lado de pão. E ostenta uma salada, a xalach dia , de folhas frescas, com brotinhos de soja e de bambu. Cabe a cada comensal temperar a sua, ora com nuóc mam, ou com nuóc leo (um molho de amendoim), ou tuong ot (de pimentas picantes), ou, ainda, mam tom (de camarões). Evidentemente, jamais falta o arroz (com), cozido, sem sal, no vapor ou na pressão. E, embora a carne de aves ou de mamíferos participe dos cardápios, são os pescados, os moluscos e os crustáceos os monarcas de um banquete. Lá se idolatra o peixe (ca), de rio ou de mar, embora o bagre do delta do Mekong seja o mais celebrado. Aliás, depois do soterramento do comunismo e do começo da globalização, os habitantes dos extensos mangues e das margens do Mekong trocaram as plantações de arroz por fazendas de criação de camarões, enormes, e de textura tenra e suavemente adocicada. Velhas fotos das estradas e das ruas daquelas plagas mostravam congestionamentos cruéis de bicicletas. Hoje, há motos e carros importados no asfalto que cobriu a lama. E onde estavam casebres de madeira e palha, que as derramas do napalm atirado pelos helicópteros dos Estados Unidos incendiavam em segundos, agora brotam edificações solidérrimas de concreto. Dá para entender por que a culinária do Vietnã, longe de lá, se transformou tanto – e virou moda recente, aqui. TP

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O L FATO Filmes com cheiro O cinema é feito de som e imagens. Mas as fragrâncias também ocupam um lugar importante

POR ROBERTO SADOVSKI

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m 1981 o diretor John Waters decidiu fazer uma experiência. A protagonista de seu novo filme, Polyester, era a dona de casa Francine (interpretada pela drag queen Divine), detentora de um olfato aguçadíssimo, predicado fundamental da narrativa. Para envolver seu público ainda mais na trama, Waters desenvolveu o Odorama. Era uma cartolina distribuida ao público, que tinha de arranhar a superfície do papel para sentir dez odores desenvolvidos pela 3M especialmente para o filme. Se o primeiro cheiro era o de um buquê de rosas, a seleção posterior seguia o clima levemente escatológico do cinema anárquico do diretor, com flatulência, gambá e chulé. Um luxo. John Waters não estava reinventando a roda, mas “modernizando” um sistema usado no suspense Scent of Mystery (de 1959), que liberava aromas na sala de exibição de acordo com a trama. A geringonça, apelidada Smell-O-Vision, não foi exatamente um sucesso – muito menos o filme, mesmo trazendo no elenco Elizabeth Taylor, Denholm Elliott e Peter Lorre. Ainda assim, era uma tentativa curiosa de ampliar o escopo de sensações para o público. Envolvendo uma trama policial, os odores aspirados pela plateia eram essenciais para desvendar o mistério de um assassinato – inclusive dando pistas para o próprio assassino, identificado pelo cheiro de seu cachimbo.

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Dos cinco sentidos humanos, o cinema satisfaz apenas dois com plenitude. Afinal, aproveitar um filme ainda é uma jornada de imagem e de sons, relegando o trio remanescente à deriva na sala escura. Se tato e paladar podem encontrar uma barreira mais sólida para ser reproduzidos no cinema (já estamos comendo pipocas, ora!), o olfato seria uma direção mais factível. Ainda assim, a reprodução de cheiros é um fracasso histórico - de Scent of Mystery a Polyester, passando por experiências mais recentes como Pequenos Espiões 4 (2011) e Batman vs Superman (2014). Tais filmes foram concebidos para a tecnologia 4DX, oferecendo não só aromas, mas vento, chuva, fumaça e uma poltrona de movimentos bruscos. Sem o estímulo real das narinas, restou ao cinema uma alternativa ainda mais empolgante e eficiente: trazer os cheiros experimentados pelos personagens ao público com o poder de uma boa narrativa. Foi o que experimentamos recentemente com o premiado Parasita (2019), do coreano Bong Joon-Ho. Em seu conto da família pobre que aos poucos se entrelaça na rotina de uma família rica, o diretor foi além do subtexto da desigualdade social e do embate classista. Ele conseguiu, em um trabalho magistral, criar uma obra capaz de estimular os sentidos com a ferramenta de que o cinema dispõe há mais de um século: um bom roteiro, executado à perfeição por um elenco afiado.

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Parasita: quando o cheiro distingue as classes sociais

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Na sala escura, o mais importante não é o que vemos, ouvimos ou cheiramos. O melhor estímulo para os sentidos ainda é o poder de uma boa história

O olfato é fundamental na trama. O casal abastado comenta repetidamente que pessoas pobres “têm cheiro característico” - embora a palavra “pobre” não seja mencionada nem sequer uma única vez. De fato, a família Kim, que mora num porão e tenta viver na suntuosa mansão da família Park, tem sua classe social escancarada pelo odor do corpo. A presença de seus integrantes é constantemente revelada pelo cheiro, um inimigo invisível que ameaça entregar suas ações. Bong usa essa ferramenta narrativa com tamanha habilidade que reconhecemos, do lado de cá, a sutileza de seu retrato da desigualdade social quando odores fortes são tolerados (pelos mais pobres) ou rechaçados (pelos mais ricos). Ou mesmo quando são análogos à raiva, frustração, desconfiança ou desconforto: o olfato definitivamente é o sentido mais poderoso do filme. É difícil fazer com que o cheiro funcione como protagonista de uma narrativa, exatamente pela dificuldade em simular esse sentido para a plateia. Ainda assim, o cinema gerou alguns exemplares que traduzem do lado de cá os aromas surgidos como fio condutor de uma história. O exemplo mais óbvio talvez seja O Perfume: História de um Assassino, dirigido pelo alemão Tom Tykwer em 2006. O filme acompanha um aprendiz de perfumista na França do século 18 capaz de diferenciar com exatidão todos os odores que o cercam. Sua obsessão é a busca alquímica da quintessência dos perfumes, que seria o aroma da feminilidade – mesmo que, para isso, tenha de assassinar mulheres para “capturar” seu cheiro.

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Polyester (1981) e Scent of Mystery (1959): tentativas de atrair pelo cheiro, no sentido literal da palavra

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humana, concentram-se nas fragrâncias divinas que desenvolve como perfumeiro/assassino. O cheiro em sua expressão mais absoluta é protagonista no clímax da história (e aqui cabe um SPOILER ALERT para quem nunca viu o filme!!!!), quando prestes a ser executado em praça pública, ante uma multidão, espalha o perfume perfeito, o odor supremo do corpo de belas mulheres. A massa inebriada mergulha em uma orgia sem limites.

O Perfume (2006) e Perfume de Mulher (1992): o olfato determina parte da ação

Considerado por muitos “infilmável”, o livro Das Parfum, de Patrick Süskind, no qual se baseia a história, traz um protagonista que não se expressa, a não ser por seus atos. Jean-Baptiste Grenouille (o ótimo Ben Whishaw) existe unicamente como objeto simbólico para obter a beleza em meio aos dejetos. Recém-nascido, fora abandonado por sua mãe em um mercado de peixes, entre escamas e vísceras podres. Todas as suas experiências posteriores, e sua apatia em emular qualquer emoção

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RATINHO GOURMET Usar o cheiro como ferramenta dramática é tão raro que filmes assim facilmente destacam-se entre seus pares. No terror Hereditário (2018), estreia de Ari Aster como diretor, o mal é sempre antecipado por um cheiro forte, indicando uma presença maldita – vale ressaltar que não é um filme para os fracos de estômago. Vale lembrar, também, a antológica cena em que Al Pacino, cego, conquista a jovem Gabrielle Anwar ao dançar tango e descreve o aroma de sua pele em Perfume de Mulher (1992). Igualmente cego, o superherói Demolidor usa seus outros sentidos superdesenvolvidos para combater o crime, tanto no cinema (com um filme zoado, com Ben Affleck) quanto na Netflix (a série com Charlie Cox é incrível). Já o doce aroma da Cannabis sativa é o centro de uma dúzia de filmes, a começar pelas das aventuras da dupla cômica californiana Cheech e Chong. Também é essencial no recente Segurando as Pontas (2008). Na história, o estranho Dale Border vive uma policial capaz de “ler” uma pessoa por seu aroma. O filme se revela uma fantasia envolvendo criaturas mitológicas, folclore nórdico e uma queda pelo grotesco. É quase impossível, por fim, desassociar o olfato de outro sentido que dispara uma série de gatilhos ao assistir a um filme: o paladar. Que o diga a animação Ratatouille (2007), ambientada nos restaurantes chiques parisiences. Embora o plot possa sugerir uma situação repulsiva – um rato é capaz de preparar os pratos mais sublimes como um chef condecorado –, a tradução visual do diretor Brad Bird é uma festa. Em especial, nas cenas em que nosso herói, Remy, praticamente flutua pela cozinha, entre panelas, ingredientes e especiarias, cozinhando maravilhas. A imaginação vasculha nossa memória, invade nosso cérebro e salta da tela. É o cinema provando, mais uma vez, que o mais importante não é o que vemos, ou ouvimos, ou cheiramos: na sala escura, o poder de uma boa história ainda é o melhor estímulo aos sentidos. TP

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TATO Na contramão Histórias de superação de João Carlos Martins e outros músicos de talento — e muito pulso

POR WALTERSON SARDENBERG Sº

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esde que participou – e se acidentou – numa prosaica pelada em um parque, há 54 anos, João Carlos Martins teve sua vida profissional transformada, no dia a dia, em uma sinfonia de movimentos inesperados e carentes de sentido. De lá para cá, o pianista paulistano viu-se obrigado, pouco a pouco, a desistir do ofício no teclado e abraçar, como alternativa, a carreira de maestro. Seus dedos, antes exímios, se negavam a obedecê-lo. Foi assim até o mais recente mês de dezembro quando, por intermédio do designer industrial Ubiratan Bizarro Costa, despontou uma engenhoca que lhe caiu em mãos como uma luva – e, neste caso, a expressão não constitui clichê. As luvas biônicas restituíram a João Carlos a autonomia perdida. O maestro pôde, de novo, aos 79 anos, dedilhar com alguma fluência as 98 teclas do seu Fritz Dobert. “Eu só podia tocar com os dois polegares. Agora, tenho de reeducar o cérebro, acho que posso até recuperar a velocidade”, exulta. A história de superação de João Carlos Martins é uma das mais exemplares entre os seus pares - inclusive pelas brutais exigências técnicas da música erudita. Está longe de ser, no entanto, um caso isolado. Dentro do próprio país há outras histórias similares de músicos que, de alguma maneira, deram a volta por cima, embora tolhidos em sua principal ferramenta de trabalho - as mãos.

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Vale lembrar de Rolando Castello Júnior, o Júnior, um dos melhores bateristas de rock do país. Vitimado na infância pela poliomielite, ele tem o braço direito atrofiado. Isso não o impediu de atacar pratos e couros com o vigor de um Gene Krupa ou de um John Bonham. Júnior é o integrante mais longevo da Patrulha do Espaço, grupo formado pelo ex-mutante Arnaldo Baptista ainda nos anos de 1970. Também tocou no Aeroblues, power trio comandado por outra figura traquinas e lendária: o guitarrista argentino Pappo Napolitano. Ainda no terreno do rock, o caso de Herbert Vianna também surpreende. Em fevereiro de 2001, ele sofreu um acidente de ultraleve, que matou sua companheira, a britânica Lucy Dias. Desenganado ao longo de semanas, o líder dos Paralamas do Sucesso ousou recuperar-se. Embora nunca mais tenha andado, voltou a cantar, a tocar guitarra, a compor e a se apresentar em público. Um dos mistérios: o acidente roubou-lhe parte graúda da memória; menos a memória musical. Esta permaneceu intacta. Waldir Azevedo, o carioca que criou ao cavaquinho belezas do quilate de “Brasileirinho” e “Delicado”, é outro da lista de superações. Um de seus casos mitológicos dá conta do dia em que foi a um souk, o mercado árabe, no Marrocos, em busca de um presente para a mulher, Dona Olinda. Mostraram a ele uma singela caixinha de música. Para surpresa do vendedor, o eventual comprador era o autor da melodia, “Pedacinho de Céu”.

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As mĂŁos do pianista JoĂŁo Carlos Martins antes das luvas providenciais

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Ainda mais surpreendente é a história ocorrida em Brasília, em 1973. Waldir, aos 50 anos, foi aparar o jardim de casa. Distraiu-se, e o cortador de grama levou-lhe um naco do dedo anular da mão esquerda. No hospital, o médico perguntou-lhe pela fração perdida. “Veja se você acha, Olinda!”, clamou o músico, aflito. Dona Olinda foi feliz na busca no jardim; e o médico, no reimplante. Waldir, no entanto, teve de se submeter a exaustivas sessões de fisioterapia para recobrar os movimentos. A artista plástica Cléa Novelino ouviu a história e, inspirada nela, pintou o quadro “Minhas Mãos, Meu Cavaquinho”. Waldir compôs e gravou, emotivo, um choro com este nome pouco antes de morrer, de aneurisma, aos 57 anos. SEIS DEDOS EM CADA MÃO Tony Iommi, o guitarrista da banda britânica Black Sabbath, perdeu não apenas a falange do anular. Também ficou sem a do dedo médio. Ele tinha então 17 anos, vagos planos de montar uma banda e, ainda, um modesto emprego de operário em uma fábrica na cinzenta Birmingham, a 200 quilômetros de Londres. Seu trabalho era soldar as chapas produzidas numa máquina por um colega. Certo dia, seu parceiro de ofício faltou e Tony teve de assumir toda a operação. Inexperiente, não tirou a mão direita da prensa em tempo hábil. “Os ossos ficaram projetados para fora. Eu simplesmente não conseguia acreditar”, contou na autobiografia Iron Man, Minha Jornada com o Black Sabbath (Editora Planeta, 2011). Para um guitarrista de rock pesado, a perda de falanges da mão direita pode, em tese, permitir que se continue tocando. Jerry Garcia, líder do Grateful Dead, ficou sem 2/3 do dedo médio ainda criança. Tinha 4 anos quando um machado causou o acidente. Aprendeu a dedilhar já com essa carência. Mas Tony Iommi é canhoto. Ainda em recuperação no hospital, havia abandonado os planos musicais. Estava arrasado. Foi quando Brian, o gerente da fábrica, “um homem mais velho, careca e com um bigodinho”, o visitou e o presenteou com um disco do violonista belga Django Reinhardt. Brian lhe disse: “Esse cara tocava só com dois dedos. Você também pode”. De início desconfiado, Tony ouviu - e deslumbrou-se. A partir daí, começou a testar próteses como prolongamento dos dedos. Assim como Django, tornou-se uma influência para uma miríade de guitarristas. Django Reinhardt era um músico iniciante e autodidata, de ascendência cigana. Morava com a mulher, Bella, numa casa modesta. Em 1928, um incêndio devastador destruiu a residência. O casal conseguiu escapar, mas Django sofreu terríveis queimaduras de primeiro e segundo graus em todo o lado esquerdo do corpo. Esteve ameaçado de ter a perna amputada. Com o tempo, revigorou-se, mas passou a andar com bengala e amargou sequelas aparentemente intransponíveis para um guitarrista. Os dedos mindinho e

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Herbert Vianna, João Carlos Martins, Waldir Azevedo e Django Reinhardt: todos eles deram a volta por cima

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Os guitarristas Django Reinhardt e Tony Iommi têm estilos muito diferentes. Mas foi graças ao primeiro que o segundo voltou a tocar – e se tornou um sucesso

anelar da mão esquerda ficaram para sempre deformados e paralisados, devido ao estrago dos tendões. Django tinha apenas 18 anos. Sua carreira, ao que tudo levava a crer, chegara ao fim. Mas, ao arrepio das limitações físicas, ele insistiu. Com os três dedos sobressalentes imprimiu um estilo vibrante e absolutamente pessoal. Se faltavam-lhe recursos técnicos, sobravam-lhe intensidade e invenção. Às origens ciganas, somou o flamenco e as improvisações jazzísticas. Morreu cedo, aos 43 anos, em virtude de uma hemorragia cerebral. Mas deixou um legado substancioso que, mais de uma década depois, empurrou Tony Iommi para a superação. Se Django Reinhardt conseguia criar solos de arrasadora criatividade com somente três dedos, o problema do guitarrista de blues, de Chicago, Hound Dog Taylor era o inverso: excesso de dedos. Exatamente. O pirulão americano tinha seis dedos em cada mãozorra. Não bastasse, acoplava a um deles um

© AGENCIA O GLOBO; © WIKIMEDIA COMMONS; © RAFAEL MICHALAWSKI

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canudo de metal (o bottleneck) para deslizar sobre as cordas. Morreu aos 60 anos, de câncer no pulmão, quatro anos depois de gravar seu primeiro LP. Também americano e guitarrista, o jazzista Mike Stern viu-se em maus lençóis em julho de 2016 quando, aos 63 anos, correu para apanhar um táxi em Nova York e escorregou. Caiu, quebrou os dois braços e, pior, rompeu um nervo importante do braço direito. Mike, músico de linhagem finíssima – tocou com Jim Hall, Miles Davis e Jaco Pastorius, entre outros –, enfrentou penosas cirurgias e sofreu um bocado até empunhar de novo sua Fender Telecaster. O nome de algumas faixas de seu 17º e vitorioso álbum, Trip, atesta essas dificuldades. “Screws” (“Parafusos”) é uma delas. Mike Stern teve 11 parafusos implantados no braço direito. Já a faixa “Scotch Tape and Glue” (“Fita Adesiva e Cola”) explica sua atual maneira de fixar a palheta entre os dedos. Não teve outro jeito. Em tempo: sua música continua envolvente e de altíssimo nível. O piano exige ainda mais que a guitarra. É um tirano. Pede flexibilidade, requer potência, impõe destreza, exige velocidade. Em virtude disso tudo, pianistas fantásticos como o compositor Robert Schumman (1810-1856) se viram obrigados a abandonar a carreira, casos recentes de Leon Fleisher e Lang Lang, que está em vias de retomá-la. Ao nosso João Carlos Martins ainda falta a velocidade. Mas ele não tem pressa. Basta um pianíssimo, para quem restituiu o prazer de voltar às teclas. TP

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ENTR E V ISTA

Brilho intenso M A R I S A C L E R M A N N É A JOA L H E I R A B R A S I L E I R A QU E S E T R A N S F O R M OU E M Q U E R I D I N H A D A S E S T R E L A S . T E M FA M A I N T E R N A C I O N A L . D E T A L H E : O S H O M E N S T A M B É M E S T Ã O U S A N D O S UA S C R I A Ç Õ E S . E C O M O ! “ E L E S F O R M A M 3 0% D A S M I N H A S V E N D A S ”, R E V E L A

P O R WA L T E R S O N S A R D E N B E R G S º

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R E T R ATO S A N DR É L IGE I RO

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H

H Á M A I S D E U M A D É C A D A O N O M E M A R I S A C L E R M A N N B R I L H A T A N T O Q UA N T O A S J O I A S Q U E D E S E N H A . S UA S C R I A Ç Õ E S E S T Ã O N O S P U L S O S , D E D O S , O R E L H A S E P E S C O Ç O S D E M O D E L O S C O M O A L E S S A N D R A A M B RÓ S I O, C A N T O R A S C O M O C L AU D I A L E I T T E E I V E T E S A N G A L O , A T R I Z E S C O M O F L ÁV I A A L E S S A N D R A E L I Z G I L L I E S ( S E R I A D O D Y N A S T Y ) E A P R E S E N T A D O R A S C O M O A N A M A R I A B R A G A , A D R I A N E G A L I S T E U, E L I A N A E S A B R I N A S A T O .

Daí por que as revistas femininas de moda costumam tratá-la por “joalheira dos artistas”. Até mesmo o tapete vermelho do Oscar recepcionou joias de Marisa, com toda a reverência. Mas seus diamantes, pérolas, safiras, rubis e esmeraldas estão, sobretudo, nos álbuns de casamento das noivas, nos sonhos de moças do Brasil inteiro e nas escolhas de mulheres, famosas ou anônimas, que, assim como essa joalheira paulistana, são despojadas, contemporâneas e cheias de atitude. O segredo de Marisa? Ela adora atender pessoalmente as clientes, conversar com elas e criar objetos segundo o sonho exclusivo de cada uma. Assim, no seu ateliê em São Paulo ou em Presidente Prudente, a 560 quilômetros da capital, Marisa cria peças únicas, personalizadas, individua-

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líssimas, que são a cara de quem está usando. Para produzi-las, costuma prestigiar pedras brasileiras, de esmeraldas a topázios imperiais, de morganitas a opalas do Piauí. Em tempo: os homens também estão incluídos na clientela. Da mesma maneira, eles usam criações Marisa Clermann. “São responsáveis hoje por 30% das minhas vendas”, contabiliza. Para o público masculino, ela desenha joias menos cintilantes e de ângulos mais retos. Um sucesso e tanto. Seja para mulheres ou homens, Marisa inventa peças que transitam da alta joalheria ao low profile, com uma naturalidade assombrosa. Talento, claro – e com muita história. É essa trajetória refulgente e de alto quilate que ela revela na entrevista que se segue.

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THE PRESIDENT _ Conte um pouquinho sobre suas origens. Marisa Clermann – Sou de São Paulo, de uma família judaica. Estudei no Dante Alighieri e fiz faculdade de economia no Mackenzie. Fui por eliminação. Não tinha aptidão para medicina ou direito, aí me decidi por economia. Gosto do assunto. Só mais à frente, iria descobrir a minha real aptidão. Sempre gostei de joias, mas ainda era algo muito difuso. Depois de formada, fiz um ano de estágio na Almap na área de atendimento de produtos. Sempre gostei de marketing, faz a minha cabeça. Depois estagiei mais um ano na administração do Playcenter, uma referência em parques de diversão. Aí me casei e fui trabalhar com o meu marido, que tinha um haras. Eu organizava os grandes leilões aqui em São Paulo, sobretudo de cavalos árabes. Só depois que me separei fui me aproximando da joalheria. Descobri que adorava. Mas meus filhos eram pequenos e eu não conseguia me aprofundar muito. Fui fazer alguns cursos. Que cursos, Marisa? De ourivesaria, de gemologia. Passei a ter mais contato com esse mundo, que para mim era muito distante. Meu pai era engenheiro. Um de meus tios, jornalista. Outro, músico. Os judeus vão muito para esse lado das artes. Enfim, eu não conhecia ninguém joalheiro. Assim que tive a oportunidade, fui para Verona e Vicenza, na Itália. Nessas cidades há pequenas oficinas de joias. Eu admirava demais as joias italianas, eram a minha maior referência. Ali fui descobrir, na prática,

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como eram feitas as joias, de onde vinham as inspirações: renascentista, barroca, e assim por diante. Funcionou também como um breve curso de história. E então você voltou ao Brasil. Já começou a fazer joias? Ainda não. Comecei reformando joias das amigas. Eram peças que ganharam quando pequenas, que herdaram da família e queriam, enfim, verter numa joia atual. Logo descobri meu dom para transformar uma coisa antiga numa peça moderna. E sem investir muito, sem gastar muito dinheiro. E depois disso? Passei a comprar pedras no centro de São Paulo. Minhas amigas começaram a fazer encomendas e passei a ter um caminho, um direcionamento. Eu conversava com a cliente para saber o que queria, se era uma joia para o dia a dia ou para uma noite de festa. Aí descobri um bom ourives, um cravador, um polidor, um banho diferente. Eu ia de oficina em oficina. Passava o dia inteiro na rua. Eram todas peças únicas, individuais, sob encomenda. Não tinha um estoque. Esse contato direto com a cliente ainda é muito importante, não? Muito. Consigo decodificar o que a pessoa quer. Numa rápida conversa, já percebo o estilo. Se é mais clássico, mais moderno, mais arrojado. Se a cliente quer ouro branco, ouro amarelo, menos pedra, mais pedra, mais design. A diferença daquela época é que agora tenho a minha equipe que me ajuda. Estou conectada com todos os setores do meu ateliê. Mas continuo na linha de frente com o cliente para saber qual é o desejo dele.

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“A J O I A N ÃO É S U P É R F L UA . EL A POSICIONA QUEM USA, S A T I S FA Z A L G U É M Q U E T R A B A L H A M U I T O. M A RC A U M M OM E N T O”

O que se deve levar em conta para criar uma joia para os dias de hoje? Uma das minhas grandes inspirações é a mulher contemporânea. Ela trabalha, sai de casa pela manhã, não sabe com quem vai estar durante o dia. Às vezes, surgem reuniões, entrevistas com pessoas que você não imagina. Em qualquer situação, tem de estar arrumada. Do trabalho, muitas vezes essa mulher vai diretamente para um jantar, um coquetel, um lançamento. Penso numa joia que se adéque a todas essas situações. Não pode, claro, ser muito ostensiva. Hoje para mim a referência é a joia do dia a dia. Não posso desenhar joias que a pessoa não pode usar, que chame muito a atenção, com muitos diamantes. Você não trabalha com diamantes? Claro que sim. É a pedra mais importante da joalheira. Seja qual for o tamanho, sempre será muito valorizada. É atemporal, está acima da moda, passa de geração em geração. Você pode dar para a sua filha, que ela dará para a sua neta. E a joia vai ficar na família. De uns três anos para cá só se fala de esmeralda, os clientes só falam em esmeralda, até os homens só falam

em esmeralda. Veio para ficar. Mas nada se compara ao diamante. Por que a esmeralda ganhou tamanha fama? É uma pedra brasileira. E caiu no gosto do brasileiro. É importante valorizar pedras que nos diferenciam do resto do mundo. Adoro usar morganita, opala do Piauí, topázio imperial. Mas é bom lembrar que a esmeralda colombiana é ainda melhor do que a brasileira e, em virtude disso, vale uns 20% a mais. Ela surge em um solo ainda mais rico. Daí o tom mais claro e ainda mais transparente. Quem amava esmeraldas era a atriz Elizabeth Taylor. Sim, e muitas outras pedras. As tanzanitas, por exemplo, combinavam com os olhos dela. Liz Taylor e Hebe Camargo foram mulheres especiais. Estiveram à frente do tempo delas. Eram muito independentes, e isso não era bem visto. O símbolo de poder e independência sempre foi a joia, o glamour. Liz estava sempre coberta de diamantes. Comprava e ganhava dos maridos, e isso fazia com que ela fosse diferente das demais atrizes. Hebe aparecia nos programas populares de TV coberta de joias. Sim, e isso abriu muito o mercado. Antes havia uma joia que você usava num casamento e, além dela, um colar de pérolas para o dia a dia. Liz e Hebe, essas grandes mulheres, mostraram que você pode se enfeitar. Por que não? Elas tinham várias opções: esmeralda, rubi, diamante. Mostraram que joia não é algo supérfluo, porque o glamour não é supérfluo. Você se posiciona, você se enfeita, você se diferencia das

outras mulheres e mostra toda feminilidade da mulher. As joias não são supérfluas? A joia não é supérflua. Ela posiciona quem usa, satisfaz alguém que trabalha muito. Ela marca um momento importante da vida. Por exemplo, quando um marido quer enaltecer tantos anos de casado ou quando nasce um filho. É um símbolo de amor. E claro que a mulher que ganha uma joia fica felicíssima. É um presente que permanece. Uma roupa, por melhor que seja, passa, deixa de ser usada. A moda muda e a mulher abandona. Mas a joia fica. E passa de geração em geração. Joia pode ser um investimento? Sim, há quem veja assim. Foi o que aconteceu no pós-guerra. Se as famílias tinham de sair de onde estavam o mais rápido possível, o que podiam levar? Somente o diamante e o ouro. É o que cabia na bagagem e poderia ser revendido sem problemas. Joias têm um valor intrínseco, além de liquidez. É uma commodity mundial. Em qualquer lugar, você vai conseguir revender, caso necessite. Por isso, há quem veja a joia como investimento, e não apenas como um gosto pessoal. Como você cria? Tenho de estar em contato direto com a cliente, para identificar qual é o anseio dela. Ela quer ser atendida por mim, fazer uma encomenda, desenhar uma joia junto comigo. Há casais que pretendem desenhar uma aliança de casamento que conte a história deles. Antes de lançar uma coleção, preciso de tempo para pesquisar as pedras, qual a tendência mundial. Trabalho com uma

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equipe de dez pessoas em dois ateliês. Um está em São Paulo, onde passo três semanas por mês, e o outro em Presidente Prudente, no interior do estado, onde fico a semana restante. Fiz grandes amizades por lá. A capital demanda mais do meu tempo por causa das oficinas, compras de pedra etc. Você lança coleções todos os anos? Faço dois grandes lançamentos por ano. Um para o Dia das Mães e outro para o Natal. Ao longo do ano, vou lançando pequenas coleções. Faço muito com essas pedras coloridas. São as safiras, que chamo de Rainbow Collection. Já a Royal Collection é a linha de alta joalheria. Durante o ano inteiro vou criando novidades. Quais são as suas maiores influências? Uma delas é o Lawrence Graff, grande joalheiro, que valoriza muito a pedra. Primeiro ele encontra a pedra. Depois, desenha a joia. Isso me inspirou muito, embora o meu mercado não seja de joias com pedras imensas. Também me inspiro em duas casas tradicionais, a Cartier e Van Cleef & Arpels, entre outras. A top model Naomi Campbell foi importante na sua trajetória, não? Sim, ela apareceu numa capa da revista Vogue. Ela preferiu as minhas joias, porque tinham uma identidade brasileira. Até então eu me achava assim muito pequena, num mundo de grandes. Atendia amigas, amigas de amigas, primas de vizinhas, cunhadas. Foi um boca a boca total. Uma amiga via a outra usando um colar ou anel e me indicava. Eu nunca tinha feito propaganda. Quando saiu a capa com a Naomi, comecei a me posicionar. Isso me ajudou demais a alavancar a carreira.

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“N AO M I C A M PB E L L A PA R E C E U N A C A PA DA VO G U E C O M JO I A S M I N H A S . E S C O L H E U P O RQ U E T I N H A M I D E N T I DA D E B R A S I L E I R A”

O Instagram também foi crucial. Fui crescendo muito devagarzinho, estruturando, aprendendo, para entender o que era esse mercado. Aí surgiu essa história do Instagram. Passei a postar e artistas conhecidas começaram a pedir que os estilistas me procurassem, porque queriam usar as minhas criações. Foi maravilhoso. Fiquei muito feliz porque essas artistas eram Ivete Sangalo, Claudia Leitte e outras tantas. Fiquei conhecida como a joalheira dos artistas. Devo isso ao Instagram. Isso culminou no ano passado, quando artistas usaram suas joias no Oscar. Pois é, surgiram pedidos para eu abrir um ateliê em Los Angeles. Outra pessoa queria me representar em Nova York. Ainda não me sinto preparada. Acho que o meu diferencial é estar no contato com o cliente no dia a dia. E não quero me mudar para os Estados Unidos. Meus filhos estão no Brasil. Quem sabe depois de eles casarem e saírem de casa. Quem são as Liz e Hebes de hoje? É bom não esquecer da princesa Diana. Ela gostava muito de joias. Um dos anéis mais copiados se chama Lady Di. É de safira azul e hoje está em mãos da Kate Middleton. Foi tão imitado que você en-

contra cópias até na rua 25 de Março. Entre as artistas, vale lembrar da Lady Gaga. Ela usou na festa do Oscar aquele colar maravilhoso da Tiffany, com o Fancy Yellow Diamond. A partir daí, esse diamante teve uma procura muito grande. Outra grande referência foi o brinco de esmeralda dupla que a Angelina Jolie usou. Todo mundo queria uma cópia. Virou também um marco na joalheria. E entre as blogueiras? A italiana Chiara Ferragni é uma influência decisiva, sobretudo depois de usar um colar de diamante Riviera. Todas as meninas e mulheres querem ter o estilo dela. Sempre me procuram pedindo uma joia igual. A Chiara usa esse colar em casa, de moletom, de tênis. Não precisa ser numa festa ou num jantar de gala. Ela não tira esse colar. Pode estar com o filho dela, no parquinho. Isso traduz as joias para os dias de hoje: a mulher usa no dia a dia. Usa para ela, não para mostrar para alguém. Homem também usa joia? Por que não? Comecei a desenhar umas abotoaduras, com as iniciais. Acho muito sofisticado quem usa abotoadura. Também criei colares bem discretos. Tem toda uma linha de diamante negro, pulseiras. Posso dizer que 30% das minhas vendas hoje são de joia masculina. Acho que isso acontece por eu não ter muita concorrência nesse segmento. Saí muito na frente. Tenho um design com que os homens se identificam. São linhas mais retas. Eu acho que tem uma identificação e o homem também quer se enfeitar. Ele sabe que a mulher gosta de ver um homem arrumado, com algum acessório, mostrando que está conectado com as tendências atuais. TP

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M ERC A D O

Cachaça

campeoníssima

E M A PE N A S S E I S A N O S À F R E N T E DA S E B A S T I A N A , O PAU L I S T A

C A R L O S A L B E R T O M AT T O S

JÁ C O N Q U I S T O U N A D A M E N O S QU E 2 7 PR Ê M IO S I N T E R N AC ION A I S

P O R WA L T E R S O N S A R D E N B E R G S º R E T R A T O S M A R I N A D E A L M E I D A P R A D O, DE A MÉR ICO BR ASILIENSE - SP

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C A R L O S A L B E R T O D E B A R RO S M AT T O S PRO D U Z 10 0 M I L L I T RO S D E C AC H AÇ A P O R A N O. N ÃO É M U I T O . M A S E S Q U E Ç A A Q UA N T I D A D E E M I R E N A Q UA L I D A D E . A C A C H A Ç A S E B A S T I A N A , Q U E E L E P R O D U Z E M O I T O VA R I A Ç Õ E S — B L E N D É A PA L AV R A M A I S I N D I C A D A —, É C O N S I D E R A D A U M A D A S D E Z M E L H O R E S D O PA Í S P E L A C Ú P U L A D A C A C H A Ç A .

Tal entidade promove um concurso em três fases distintas. Primeiro um júri popular escolhe 250 rótulos. Depois, a lista é submetida a 40 especialistas e, mais tarde, a uma criteriosa prova de degustação às cegas. O prêmio tem a chancela do jornal O Estado de S. Paulo. Também no exterior a Sebastiana tem amealhado prêmios. Foram 27 até o momento. Conquistados em Londres, Berlim, Bruxelas e San Francisco, entre outras cidades, eles são a glória de um município, digamos, um pouquinho menor: Américo Brasiliense, a 285 quilômetros de São Paulo. Ali, na área rural da cidadezinha de 28 mil habitantes — e que leva o nome do terceiro governador de São Paulo, que viveu entre 1833 e 1896 —, Carlos Alberto, mais conhecido entre os amigos por Beto, trabalha apenas com barris de 200 litros novos, sejam de carvalho americano ou de brasileiríssima castanheira, que

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podem receber tostas de quatro intensidades diferentes. Sócio-proprietário e master blender da empresa, este palmeirense de 49 anos (com alguma simpatia pelo Flamengo, por ter sido criado no Rio de Janeiro), formado em publicidade pela Universidade de San Diego e pós-graduado em marketing e gestão de negócios pela IBMEC, decidiu incorporar a tradição da família nos alambiques depois de varar uma noite com um tio destilando cachaça. Para isso, pesquisou um bocado nas destilarias de Minas Gerais, do Kentucky e das Highlands escocesas. Só então trouxe a mulher, Adriana, com quem está casado há 24 anos, e os filhos Pedro (24 anos) e Lucca (19), para morar em Ribeirão Preto, a meia hora da fazenda em que produz aquela que — com toda a justiça — é considerada uma das dez melhores cachaças do Brasil.

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THE PRESIDENT _ Você é paulista da capital. Como começou a se interessar por alambiques e pela produção de cachaça? Carlos Alberto de Barros Mattos – Sim, nasci em São Paulo e mudei-me para o Rio de Janeiro com minha mãe quando tinha 5 anos. Mas passei quase todas as férias em Américo Brasiliense, no interior paulista. É onde temos hoje a fazenda em que está nosso alambique. A família por parte da minha mãe tem raízes muito fortes no interior de São Paulo, nas cidades de Ibaté, Dourado e Araraquara. Segundo consta, você se interessou pela produção ao ver seu tio fazendo

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cachaça em um alambique pequeno de 20 litros. Foi isso? Na verdade, meu avô e meu tio Diogo Antônio de Barros produziam cachaça em uma outra fazenda que tínhamos, em Ibaté, a Santa Rufina. Isso foi em meados dos anos 1960. Mas acompanhei o passo a passo de meu tio Diogo destilando cachaça nesse pequeno alambique muito depois disso. Viramos uma noite nesse processo. Foi já na nossa atual fazenda, em 2010. Gostei tanto que resolvi estudar o assunto a fundo e pesquisar as possibilidades de investir nessa área. Veio desse seu tio, também, o nome Sebastiana, não?

A história é curiosa. A cachaça que meu tio Diogo e meu meu avô produziam tinha o nome de Perna de Moça. Esse batismo teve origem na antiga Fazenda Santa Rufina, quando um dos funcionários passou na venda da colônia e perguntou se a cachaça que era vendida ali era tão boa quanto as pernas da moça que estava atrás do balcão. Isso criou uma confusão muito grande. Imagine você que a tal moça era esposa do mestre alambiqueiro da fazenda, e ele estava presente. Deu uma confusão danada. Quando eu soube que o nome da moça era Sebastiana, defini imediatamente o nome de nossa cachaça. Ela trazia consigo a

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Sete das oito cachaças do portfólio. São produzidas em Américo Brasiliense, a 285 quilômetros de São Paulo, e descansam em barris de carvalho ou castanheira

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“G A N H A M O S U M A M E DA L H A JÁ N O PR I M E I RO C O N C U R S O I N T E R N AC I O N A L D E Q U E PA RT I C I PA M O S , E M L O N D R E S”

tradição e history telling necessários para satisfazer alguns dos quesitos para criação de nossa identidade. A Sebastiana original está viva? Infelizmente não. Mas está eternizada no rótulo. O que você fazia antes de criar a Sebastiana? Tive uma agência de publicidade e design no Rio de Janeiro por quase 15 anos. Atendíamos contas como Springer Carrier e Telefônica Celular, mas nosso maior cliente era o Grupo Varig. Trabalhávamos para as nove empresas do grupo, tais como Varig Log, Rio Sul, Nordeste, Amadeus, Hotéis Tropical. Quando a Varig começou a ter problemas, tivemos de demitir diversos funcionários de criação. Foi o estopim para um processo de estresse muito grande e o principal motivo de minha mudança para Ribeirão Preto. É uma cidade bastante moderna, com muita estrutura, mas ainda uma cidade de interior e, melhor, a apenas meia hora de distância da fazenda onde fazemos a Sebastiana. Ao se decidir pela produção de cachaça, quais foram os passos seguintes? Resolvi estudar o assunto a fundo. Viajei até Salinas, em Minas Gerais, berço

da cachaça de alambique no Brasil, e fui descendo até chegar em Paraty. Sempre visitando alambiques e tentando compreender o que de melhor e de pior eu poderia extrair desses maravilhosos produtores de cachaça. Entendi que poderia ser um bom negócio, mas que não era um mercado para amadores. Daí por que fui estudar sobre o tema em escolas como a Esalq (Escola de Agronomia Luiz de Queiroz/ USP), em Piracicaba, e Cana Brasil, em Nova Lima, Minas Gerais. Só então decidi montar nossa fábrica. Quanto tempo demorou para montá-la? Iniciamos as obras em 2011 e terminamos no ano seguinte. Mas ainda demoraria quase quatro anos para conseguirmos comercializar nosso produto. O projeto era inovador em uma região do Brasil que não é tão tradicional na produção de cachaça de alambique. Por isso, a maioria dos fiscais não tinha conhecimento das Instruções normativas ou leis que regiam esse mercado. Nenhum deles queria dar o “aprovado” com medo de estar deixando algo passar. Deve ter sido cansativo. Aproveitamos esse tempo para envelhecer a cachaça, presentear alguns influenciadores do mercado e para enviar unidades para concursos fora do Brasil. Para nossa surpresa, no primeiro concurso de que participamos, em Londres, já retornamos com uma medalha de bronze. A ganhadora foi a nossa Sebastiana Castanheira. Resolvi entender por que bronze e não ouro. Fui para o Kentucky, nos Estados Unidos, onde são produzidos ótimos bourbons, e depois para a Escócia estudar sobre as técnicas de envelhecimento,

sobretudo dos single malts. Nasceu aí o nosso plano de posicionamento de mercado, estratégia de envelhecimento e de produto. E qual é essa estratégia? Primeiro descobri que a concorrência era distinta nas diferentes categorias de cachaça. Para termos um produto de baixo custo, o investimento na planta fabril deveria ser enorme. Além disso, estaríamos concorrendo com os gigantes do mercado. Já nos produtos que chamamos de middle end, onde se encontra a grande massa de produtores, estaríamos chovendo no molhado. Entendemos que fazer uma cachaça comum dá o mesmo trabalho que produzir um produto de qualidade. Assim, decidimos posicionar nossos produtos no mercado high end. A concorrência era muito menor. Um dos problemas, no entanto, seria vencer o preconceito do próprio brasileiro, em geral. Ele estigmatiza e marginaliza a cachaça. Este, portanto, seria um dos nossos maiores desafios. Precisaríamos de uma estratégia assertiva e muito bem elaborada. Como vencer esse preconceito? O principal pilar dessa estratégia é a produção de um líquido de extrema qualidade, utilizando sempre a melhor matéria-prima e os melhores insumos. Iniciamos a importação, diretamente do Kentucky, de barris novos de carvalho americano. Assim, na prática, implantamos no Brasil o envelhecimento de cachaça em barris de primeiro uso. Definimos também que trabalharíamos apenas com duas madeiras para envelhecimento de nossa cachaça. Buscamos então por uma madeira

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brasileira que fosse pouco utilizada por outros produtores. Não aprecio as mais comuns. Considero que a bálsamo deixa um sabor muito adocicado e a umburana, forte demais. Descobrimos a castanheira. O segundo pilar seria fazer o consumidor entender que a cachaça poderia, sim, entrar na mesma área VIP em que desfilam scotchs, gins e bourbons. Por que não? E como conseguir esse reconhecimento? Continuamos enviando nossos produtos para concursos internacionais. Entre 2015 e 2018 acumulamos nada menos que 27 medalhas internacionais. Ganhamos o ouro duplo e o título de melhor produto do evento no San Francisco World Spirits Competition. Fomos também Best in Class e ouro duplo no Miami Rum Festival. Conquistamos o ouro em Berlim, Londres, Bruxelas. A Sebastiana também foi eleita a quarta melhor cachaça do Brasil em 2018. Já em 2020 dois dos nossos rótulos entraram na lista das 10 melhores do Brasil no Ranking da Cúpula da Cachaça, principal concurso do país. Com isso, solidificamos o primeiro e segundo pilares da nossa estratégia. O que ficou faltando? Entrar definitivamente no mercado de luxo e reforçar a identidade da marca. Fui apresentado por uma amiga a Lisandra Coimbra, relações públicas que fez um trabalho maravil hoso com a gente. A idei a era participar de eventos que ajudassem a mudar a percepção que as pessoas do mercado de luxo tinham da cachaça. O primeiro foi da Montblanc. Na sequência fizemos eventos para a Ferrari, TAG Heuer, Lexus, Hotéis

Como está a empresa hoje?

P R O D U T O S D E Q UA L I DA D E ”

Mesmo competindo com gigantes do mercado e milhares de outros produtores de cachaça, estamos nas principais redes de supermercados do país e exportamos para três países, principalmente para o Canadá, onde temos nosso principal foco fora do Brasil. Por que o Canadá?

Accor. Enfim, conseguimos iniciar a solidificação do terceiro pilar da estratégia. O quarto pilar foi a criação de uma identidade de marca que tivesse fácil visualização, compreensão, lembrança e que transmitisse uma imagem moderna e ao mesmo tempo tradicional, robusta e ao mesmo tempo delicada, que demonstrasse força e solidez. Tarefa nada fácil. Quais são as cachaças do portfólio?

Por ser um mercado que valoriza muito o produto de qualidade e por ser um monopólio do governo. Somente o governo pode comprar e revender bebidas alcoólicas. Cada província tem suas regras, mas a grande maioria mantém a venda de destilados somente em lojas como o SAQ em Quebec e LCBO em Ontário. Ali os critérios para aprovação de venda de um destilado no mercado canadense são extremamente rígidos. Outro motivo de escolher o Canadá, claro, é o fato de o canadense adorar e valorizar demais a nossa cachaça. Très exotique. O que fazer daqui para a frente?

“H OJ E , E X P O RTA M O S P R I N C I PA L M E N T E PA R A O C A N A DÁ , PA Í S Q U E VA L O R I Z A M U I T O

Temos hoje oito produtos. Dois são da categoria low end: Sebastiana Cristal e Sebastiana Blend. Três estão no patamar middle end: Sebastiana Castanheira, Sebastiana Carvalho Single Barrel 01 ano e Sebastiana Carvalho Single Barrel 03 anos. Já no segmento high end temos a Sebastiana Duas Barricas 4 anos, Sebastiana Duas Barricas Scotch, envelhecida por três anos em barris de carvalho americano e finalizada por mais dois anos em barris de whisky escocês, e por fim a Sebastiana Duas Barricas Porto. Esta segue a mesma estratégia de envelhecimento da Scotch, mas é finalizada em barris utilizados para envelhecer vinho do Porto.

Temos ainda muito caminho, mas o que fizemos até agora, sozinhos, nesse mercado de gigantes foi surpreendente. Sou muito grato à minha mul her, Ad r ia na, braço d i reito de minhas operações, meus filhos Lucca e Pedro, que me ajudam muito nos eventos e parte comercial, e à minha mãe, que me apoia muito, mesmo sem gostar que eu trabalhe com bebidas alcoólicas. Ah, e é à claro meu padrasto, meu diretor comercial no Rio de Janeiro. Sem eles eu não teria chegado até aqui. O que você bebe quando está de folga? Gosto de vinho, bourbon e single malt. E de uma boa cachaça, é claro. TP

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MÍDIA

Elon Musk em 2019...

Acho que tive um déjà-vu

P ro fe t a s d o s q u a d r i n h o s DI V E R S O S PE R S ONAGE NS DA S HQ s A DI V I N H A R A M O F U T U RO. E AT É I NSPI R A R A M O S C I E N T ISTA S

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m setembro de 2019, Elon Musk divulgou os detalhes de seu plano para levar humanos a Marte na década seguinte. Quando o megaempresário revelou o formato de sua gigantesca nave Starship, a sensação foi de déjà vu. Com suas formas arredondadas, e flaps se projetando na fuselagem, a nave parecia tirada das histórias em quadrinhos que Alex Raymond havia desenhado nas histórias do personagem Flash Gordon na década de 1930. Seria coincidência? Uma homenagem ao herói? Ou Raymond teria previsto aquela nave mais de 80 anos antes? Afinal, sua heroína Dale Arden usou minissaia três décadas antes de esse traje ser “inventado” por Mary Quant na Swinging London dos anos 1960. Aqui vão alguns exemplos dessa capacidade dos artistas de quadrinhos de prever o futuro. A INVENÇÃO DOS SOBRINHOS DE DONALD Em 1965, o dinamarquês Karl Krøyer inventou uma nova forma de resgatar um navio cargueiro do fundo do oceano. Krøyer usou tubos submersíveis para rechear o barco naufragado de bolinhas de isopor. Funcionou perfeitamente. Logo o navio estava na superfície. Seu salvamento teve um preço relativamente barato, sem o uso de guindastes e cabos – e sem qualquer risco para a equipe. Feliz com o sucesso, Krøyer decidiu registrar seu invento. Teve uma amarga surpresa: a patente foi rejeitada. Afinal, os sobrinhos do Pato Donald já haviam usado em 1949 o mesmo procedimento para fazer flutuar um iate afundado. A diferença: na história criada pelo mestre Carl Barks, os sobrinhos Huguinho, Luisinho e Zezinho usaram milhares de bolinhas de pingue-pongue em vez de isopor. ELE USA SMARTWATCH DESDE 1946 Você já tem seu smartwatch? Um dia na próxima década provavelmente vai ter. O smartwatch é uma evolução do smartphone. Ele permite que a gente confira de forma mais confortável o que o celular nos oferece hoje com um permanente tira-e-põe do bolso. Vai ser uma novidade para a maioria de nós. Mas não para o detetive Dick Tracy, criado por Chester Gould em 1931. Ele usa um smartwatch desde 1946. Décadas antes de se falar em internet, Tracy já se comunicava por voz por meio do relógio de

Os sobrinhos de Donald inventaram o método de resgatar barcos afundados. Dick Tracy, o smartwatch

pulso. A partir de 1964, o gadget de ficção passou a transmitir imagens também. Para se ter uma ideia do quanto o detetive de nariz de águia estava à frente de seu tempo, as tentativas iniciais de criar um smartwatch de verdade só aconteceram na década de 1990. O primeiro modelo a atingir algum sucesso comercial, o Pebbles, foi lançado em 2012. Só então gigantes como a Apple e a Sony começaram a sedimentar o mercado de larga escala para o smartwatch. Ao lançar seu modelo Galaxy Gear em 2013, a Samsung usou como garoto-propaganda adivinha quem? Ele mesmo, Dick Tracy

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Stan Lee anteviu 37 anos antes o exoesqueleto e, sete anos antes, a tornozeleira eletrônica. Aliás, foi o inspirador dessa invenção

A MÚSICA DO FUTURO Em 1966 um grupo de produtores (entre eles Don Kirshner) convocou jovens músicos para formarem uma banda pop artificial, gravar discos e estrelar uma série de TV. Nasceram os Monkees, que fizeram um imenso sucesso no mundo todo. Dois anos depois, Kirshner repetiu o processo a fim de formar outra banda de laboratório para um desenho animado chamado The Archies - que também estourou nas paradas do mundo todo com o mega hit “Sugar Sugar”. O grupo também ganhou uma criativa revista em quadrinhos, destinada a adolescentes. Em 1972 uma das edições da revista estampou uma cena imaginando o que seria a música 50 anos depois. O quadrinho mostra uma festa na qual um dos personagens do futuro diz a Archie, líder da banda: “Ninguém toca qualquer instrumento como séculos atrás! Hoje conseguimos novos sons de computadores! Você simplesmente escolhe qualquer som que agrade seus ouvidos!”. Num único balão, o garoto de 2012 descreve em outras palavras o que viria a ser a) um sintetizador; b) a música eletrônica tipo EDM (Eletronic Dance Music) e c) os serviços de streaming. No quadrinho, um dos teens aperta botões num grande mainframe com alto-falantes. Archie observa: “Isso não soa muito divertido! Ninguém está curtindo de verdade!”. STAN LEE, O VISIONÁRIO O Homem de Ferro nasceu em 1963 da cabeça do imortal Stan Lee (com ajuda do seu irmão, o roteirista Larry Lieber). Na sua primeira aparição, Tony Stark era aprisionado pelos inimigos após um atentado a bomba. Para sobreviver, criou uma espécie de armadura que mantinha seu coração (atingido por estilhaços) funcionando, além de servir como transporte (com

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foguetes nas solas dos pés) e arma (lançando raios mortais com as mãos). Em outras palavras: com o Homem de Ferro, Tony Stark inventou o exoesqueleto, definido biologicamente pela Encyclopaedia Britannica como “o envelope rígido ou articulado que apoia e protege os tecidos macios de certos animais”. O conceito existe desde o fim do século 19. O primeiro exoesqueleto artificial real (o Hardiman) foi lançado pela General Electric logo depois de a Marvel ter publicado a primeira história do Homem de Ferro. Mas sua aplicação prática era impossível, principalmente por causa do peso (680 quilos). Foi só a partir do ano 2000 que o conceito projetado por Stan Lee começou a fazer parte da vida real. Uma das suas possibilidades foi testada com sucesso na França em 2017 quando na Universidade de Grenoble um tetraplégico conseguiu andar e mover seus braços, enviando sinais diretamente do cérebro para sua “armadura”. O Exército dos Estados Unidos também está desenvolvendo desde 2011 a versão militar dos exoesqueletos. Mas, por enquanto, nada que voe ou solte raios. A PRIMEIRA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA Mais Stan Lee: ele e o desenhista John Romita produziram uma rara série de tiras para jornais estrelando o Homem Aranha. Até então, quase toda a produção da Marvel era direcionada para revistas. Numa tira publicada no dia 9 de agosto de 1977, Stan criou a seguinte situação: o vilão Kingpin captura o Homem Aranha, que diz a ele que, de um jeito ou de outro, escapará. Kingpin responde: “Mas é claro, Homem-Aranha… Logo que nós completarmos nossa pequena cerimônia!”. E instala uma pulseira

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Os quadrinhos dos Archies previram o streaming. Os do Homem de Ferro, o exoesqueleto. Os do Superman, a impressora 3D. Os do Homem Aranha, a tornozeleira eletrônica

e apontou para duas imagens em três dimensões sendo esculpidas por uma luz. “É uma máquina processadora que cria bustos a partir de foto-imagens!”, disse o Super-Homem no quadrinho profético. “Eu estava produzindo esses bustos de Sylvia e Van-Zee como presentes para o aniversário de casamento dos dois!” A história foi criada por Kurt Schaffenberger para a revista Superman's Girlfriend, Lois Lane número 51.

no braço do herói. “Este bracelete de identificação é um aparelho de radar eletrônico”, informa o vilão, fumando seu inseparável charuto. “Ele vai me permitir achar sua localização sempre que eu quiser!” Corta para pouco menos de sete anos depois. A edição do dia 12 de fevereiro de 1984 do New York Times publicou uma reportagem sobre uma nova invenção ainda experimental, batizada como “tornozeleira de monitoração eletrônica”. A matéria informava que “a tornozeleira foi uma ideia do juiz Jack Love (...), que disse que queria encontrar uma maneira de monitorar prisioneiros em suas casas por causa da superlotação na cadeia local e sua relutância em prender pessoas por crimes de menor gravidade. Jack Love disse que teve a ideia para o aparelho lendo uma tira em quadrinhos do Homem Aranha de 1977”. Mais que uma previsão, foi uma inspiração. É UM PÁSSARO? UM AVIÃO? NÃO, A IMPRESSÃO 3D A ideia de transformar imagens em objetos foi patenteada por cientistas do Massachusetts Institute of Technology em 1993. O método ficou conhecido pelo nome genérico “impressão em 3D”. É uma tecnologia que deverá revolucionar muitos aspectos de nossas vidas, da medicina à construção civil, da indústria de tênis à conquista do espaço. Até hoje esse conceito de 3D printing parece meio exótico. Imagine então em agosto de 1964, quando Superman abriu uma espécie de cofre

A ANTEVISÃO DOS JORNAIS Em 1913, o editor britânico Robert Donald (do jornal London Chronicle) resolveu adivinhar - em forma de quadrinhos - como seria a imprensa do futuro. Claro que naquela época ele não poderia imaginar a revolução trazida pela digitalização. Mas algumas de suas conclusões são surpreendentes para quem viveu há mais de um século. Vejamos. 1 - “A circulação vai cobrir grandes áreas.” Hoje, cobre qualquer ponto do mundo onde houver sinal de internet. 2 - “Edições sairão cada hora do dia e da noite.” Quem assina a versão digital de um grande jornal hoje sabe que ele pode ser atualizado a qualquer momento, em qualquer parte do mundo. 3 - “Jornais do futuro não conterão menos material de leitura, mas as páginas serão menores.” Na ilustração, o leitor parece ler um aplicativo no celular. 4 - “O competidor dos jornais será o gramofone.” (Gramofone era o toca-discos da época). Hoje está popularizada a tecnologia que transforma automaticamente textos impressos em palavras faladas e vice-versa. Isso para não falar de formas em constante evolução de jornalismo falado, como os podcasts. Robert Donald estava lá na frente. TP

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RICARDO SECHIS, DA BEEF PASSION A C ARNE É FORTE

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A CARNE É FORTE A Beef Passion produz os melhores cortes bovinos do país. Ricardo Sechis explica como a empresa chegou a esse invejável patamar POR WALTER BACELLAR

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onquistar o selo de qualidade da Rainforest Alliance não é para qualquer um. Esse organismo internacional acima de qualquer suspeita, imbuído em rígidos princípios de sustentabilidade, só outorga o seu aval a empresas avaliadas em rigorosas 144 normas. É o caso da paulista Beef Passion, especializada no comércio de carnes de altíssima qualidade, que oferece em mais de 50 cortes diferentes. Essa companhia familiar trata com esmero de todo o processo de produção: da criação dos animais em fazendas próprias ao transporte, distribuição e venda final ao consumidor. Uma das etapas decisivas do processo é o cuidado com o rebanho. Tudo feito com atenção a porme-

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nores, para evitar que o boi se estresse. Não há jamais maus-tratos. O animal só é abatido na idade madura. Para avaliar se a carne está no momento ideal para consumo, cada boi passa por um sistema de ultrassonografia. Só assim pode-se avaliar se as fibras estão maduras. Na entrevista que se segue, Ricardo Sechis, 60 anos, conta como é produzir a melhor carne do Brasil. Ele é engenheiro, açougueiro, produtor e idealizador do conceito da Beef Passion.

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As instalações: primorosas em todas as etapas do processo

THE PRESIDENT _ Como começou o envolvimento da família Sechis com a carne bovina? Ricardo Sechis – O abatedouro municipal funcionava perto da propriedade do nosso pai, Amadeu, em Nhandeara (SP). Em 1965, meu irmão mais velho, Noriel, trabalhava como açougueiro e, quatro anos depois, comprou o açougue. Comecei a trabalhar com ele em 1975, com 15 anos Desde o início já existia a ideia de estressar o boi o mínimo possível? Não se usava a expressão estressar animais. Mas meu pai dizia que o boi é animal sagrado. Ele já tinha hábitos de respeito ao comportamento animal. Dizia que as vacas leiteiras bem cuidadas produziam mais leite. Detalhe curioso: todos os dias, na hora da

ordenha, chamava as vacas na mesma sequência. E pessoas estranhas tinham de se manter em silêncio. Como foi desenvolvido o método de trabalho? Em 1988, iniciamos confinamento de gado em Nhandeara. Comprávamos animais, engordávamos e vendíamos. Mas resolvemos nós mesmos criar para ter animais de melhor qualidade. Assim, em 1991 arrendamos terra em Alcinópolis (MS). Compramos matrizes e bons touros reprodutores. Três anos mais tarde, intensificamos o cruzamento industrial, inseminando a matriz Nelore (zebuína) com touros europeus (taurina). Passamos a produzir carne melhor, em tempo menor. Esse processo foi sendo lapidado ao longo dos anos, com a utilização de

raças que produziam animais de melhor qualidade de carcaça e de carne. Por que mesclar essas raças? Estamos em um país tropical. Os zebuínos são mais adaptáveis às condições de clima. Os taurinos, mais suscetíveis a parasitas. A ideia dos blends de raças é proporcionar animais com rusticidade e qualidade de carne. Quanto maior o percentual de sangue europeu, menos rusticidade o animal possui, mas é maior a qualidade da fibra. Quanto mais sangue zebuíno, mais rusticidade e menos qualidade da fibra. Como é feita a mescla dos gados Nelore, Angus e Wagyu? Hoje trabalhamos com meio-sangue Angus, isto é; 50% Nelore e 50% Angus com selo Classic. Também temos o

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"Para degustar as carnes da Beef Passion, bastam uma simples cocção, pouco sal e nenhum tempero. O sabor e a rigidez são inigualáveis"

blend com selo reserva, cuja composição genética é de 25% Nelore, 25% Angus e 50% Wagyu. Estamos testando agora um novo blend com a raça japonesa Akaushi. Que medidas são tomadas para obter o máximo de sustentabilidade? Elas se dividem em medidas de cunho ambiental, social e trabalhista. Na questão ambiental, por exemplo, não pode haver desmatamento nos últimos 15 anos. Já as Áreas de Preservação Permanente e as nascentes devem estar 100% cercadas. Quanto às pastagens, têm de ter curva de nível e não pode haver erosão na fazenda. O lixo separado em orgânico e inorgânico. O primeiro vai para compostagem. O inorgânico é separado em papel, vidro e plástico e entregue para reciclagem. As embalagens de inseticidas e herbicidas passam por processo de trilavagem e são furadas no fundo para devolução. Na parte social, todos os trabalhadores são registrados na CLT. Suas residências têm cercas vivas,

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água encanada, rede de esgoto, fossa séptica, energia, forro e boa ventilação. A água potável é tratada, cristalina e tem análise de cloriformes. Além disso, todo o manejo dos animais é executado com vista ao bem-estar. O que representa conquistar o selo de qualidade da Rainforest Alliance? A importância é certificar que todo processo de produção é feito de forma sustentável e responsável. Dá garantia aos consumidores de que o produto é ético com relação aos métodos, ao meio ambiente e aos animais. Quais são os objetivos principais da Beef Passion? Hoje nosso grande objetivo é elevar o status de abate do animal. Proporcionar o maior nível de bem-estar em vida e insensibilização aos bovinos. Para isso, estamos trabalhando diariamente visando melhorar o comportamento animal, eliminando o estresse de todo o ciclo de vida. Todo animal, seja racional ou irracional, com os sentidos estimulados positiva-

mente, se tornam mais dóceis. Com isso vivem melhor e morrem melhor. Normalmente quem tem qualidade de vida tem também uma morte melhor. É verdade que não existe carne de segunda, mas sim boi de segunda? Sim. Um boi de primeira permite degustar tanto os cortes do dianteiro (tidos como de segunda) como do traseiro (considerados de primeira) com muito prazer. Nós trabalhamos com carne fresca, sem frescura. Sem dry aged ou qualquer outro processo artificial de maturação. Para degustar as carnes da Beef Passion, bastam uma simples cocção, pouco sal e nenhum tempero. O sabor e a rigidez são inigualáveis. Como são feitos o armazenamento, transporte e a distribuição para manter a carne sempre fresca? As normas do SIF (Serviço de Inspeção Federal) no Brasil são muito rigorosas nesses procedimentos. A Beef Passion segue com rigor todas elas, seja para os cortes resfriados ou para os congelados.

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deve ser vermelho vivo e brilhante. A textura, agradável, com bom odor. Carne fresca não cheira. Aliás, a carne boa, quando manipulamos, deixa cheiro e gosto agradável nas mãos. Recomendação importante: sempre ficar de olho do prazo de validade. Outra: verifique sempre se a carne tem o selo SIF. A procedência é um aspecto importante, não é?

Muito espaço e cuidados minuciosos com o rebanho são fundamentais para a qualidade

Carnes Beef Passion custam mais?

Quais são os cortes mais procurados?

O preço da arroba praticado no dia a dia pela oscilação do mercado não serve de referência para valorar a carne da Beef Passion. Nosso produto é conceitual, fruto de pesquisas que resultam em carne nobre de extrema qualidade nutricional. Posso até contabilizar os níveis de minerais a partir da observação da gordura. O benefício com a sua ingestão é imenso. Portanto, o custo/ benefício da carne com conceito da Beef Passion é inigualável. Posso lhe garantir que tem viés nutracêutico ou seja, sua comida é o seu remédio. Olhando por esse aspecto, cabe lembrar: saúde não tem preço.

Os tradicionais: picanha, chorizo, ancho, filé etc. Mas quem conhece conceitualmente uma carne opta por cortes do dianteiro, tais como costilla Passion, shoulder, sete da paleta, acém etc. Na semana passada, o Alex Atala fez churrasco em casa e nos pediu somente cortes do dianteiro. Ainda é possível criar novos cortes? Por ser açougueiro, sempre gostei de brincar com cortes, em uma boa carcaça. Tenho vontade um dia de não separar o traseiro do dianteiro. Desossar e cortar o boi como um todo. Como se reconhece uma boa carne? Tem que ter cor vibrante. O tecido

É preciso dar garantia aos consumidores da carne que o produto é ético e produzido com bons modos. Seguimos todos os critérios necessários de respeito aos funcionários que trabalham na produção, ao meio ambiente e aos animais. Se alguém perguntar: de onde vem o seu bife? Temos a certeza de entregar uma carne de qualidade. As carnes da Argentina e do Uruguai são melhores que as do Brasil? Dificilmente encontraremos no Uruguai e Argentina carnes melhores que a da Beef Passion. Porém, de modo geral, as carnes desses países são melhores que a maioria das oferecidas no Brasil. De qualquer maneira, nosso país está caminhando a passos largos rumo à qualidade. Essa história poderá ser modificada ao longo do tempo. Há outros países que dão tanta importância ao churrasco quanto o Brasil? Americanos e australianos dão impor tâ ncia si m i la r ao chu r rasco. Também para eles a carne se torna importante para o lazer familiar e o encontro de amigos, proporcionando momentos agradáveis para compartilhar com alegria nos dias de descanso ou nas horas vagas. TP

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HAMBÚRGUER TOP Hora de preparar as coisas em casa. Veja essa receita com Gran Angus Burger Seara Gourmet RECEITA

GRAN ANGUS BURGER A CAVALO PREPARO FÁCIL | TEMPO 40 MINUTOS I PORÇÕES 4

GRAN ANGUS BURGER SEARA

PARA O AIOLI:

› 1 gema de ovo caipira › 1 colher (chá) de mostarda de Dijon › 250 ml de azeite de oliva › 1 dente de alho pequeno › 1 colher (chá) de suco de limão

GOURMET é 200g de pura carne Angus. É o máximo em tamanho, textura, suculência e sabor

No liquidificador ou mixer, prepare o aioli batendo a gema com o azeite. Coloque a gema e a mostarda. Depois, acrescente fios de azeite (aos poucos). Quando começar a espessar, adicione o limão e o alho. Ajuste o sal e reserve. PARA A MONTAGEM:

› 4 pães de hambúrguer › 4 Gran Angus Burgers › 4 ovos fritos

› Baby rúcula › A receita de aioli › Sal a gosto

PREPARO

Use uma frigideira antiaderente. Não precisa untar com azeite. Ainda congelado, tempere o Gran Angus Burger Seara Gourmet com sal e pimenta-do-reino a gosto. Aqueça a frigideira por 1 minuto. Reduza a chama para fogo baixo e coloque o hambúrguer. Tampe a frigideira. Frite por 4 minutos de cada lado. Em seguida, prepare o pão com o aioli. Na montagem, acomode os ovos já fritos (preparados no ponto da sua preferência) sobre o Gran Angus Burger Seara Gourmet e complete com a baby rúcula. Aproveite.

HARMONIZAÇÃO

Versáteis, vinhos tintos à base de uva Shiraz combina bem com o lanche. Têm boa acidez e corpo médio. Chile, África do Sul e Austrália apresentam ótimos rótulos.

VOCÊ É FÃ DE HAMBURGUERIAS?

Então só hambúrgueres da Seara Gourmet podem atender o seu paladar exigente. Eles são até 4X MAIS ALTOS DO QUE OS CONVENCIONAIS e a linha conta com diversas opções de HAMBÚRGUERES, COMO CARNE, FRANGO, COGUMELOS E 100% VEGETAL. Quer saber mais? Acesse: SEARAGOURMET.COM.BR

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Gran Angus Burger a cavalo

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LA PASTINA APRESENTA:

RISOTO DE ASPARGOS VERDES LA PASTINA

MESA 5 ESTRELAS

Tudo com La Pastina. Aprenda a fazer risoto de aspargos verdes e polenta ao molho de funghi RECEITA 1

RISOTO DE ASPARGOS VERDES TEMPO 35 MINUTOS | RENDIMENTO 4 PORÇÕES

INGREDIENTES:

› 400g de arroz arborio La Pastina › 2 litros de caldo de legumes › Aspargos Verdes frescos › 1 vidro de bruschetta de aspargos verdes La Pastina › ½ cebola picada › 100g de manteiga gelada sem sal › 100ml de vinho branco seco › 200g de parmesão ralado › Sal marinho Carmencita a gosto › Pimenta Negra Carmencita a gosto › Azeite extravirgem La Pastina a gosto

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MODO DE PREPARO

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1. Faça o caldo de legumes e reserve; 7 2. Em uma panela, refogue a cebola em azeite extravirgem até ficar transparente; 3. Acrescente o arroz arborio e frite por dois minutos; 4. Regue com o vinho branco e deixe evaporar o álcool; 5. Adicione o caldo de legumes quente até cobrir o arroz; 6. Vá adicionando o caldo aos poucos, mexendo sempre e até que chegue ao ponto (al dente, macio por fora, mas firme por dentro); 7. Baixe o fogo e acrescente a bruschetta de aspargos verdes. Misture; 8. Desligue o fogo e adicione o parmesão, a manteiga gelada e mexa bem fazendo a mantecatura*. Ajuste o sal e a pimenta se necessário; 9. Em uma frigideira, saltear os aspargos verdes frescos; 10. Sirva o risoto decorando com os aspargos verdes salteados, um fio de azeite extravirgem e a pimenta negra moída na hora. * Mantecatura: adição de gordura (manteiga) para trazer brilho e cremosidade ao risoto. Importante desligar o fogo, adicionar a manteiga gelada, mexer muito rápido e sem parar até que a manteiga seja totalmente incorporada. Não retornar ao fogo para evitar que a gordura quebre.

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RECEITA 2

POLENTA AO MOLHO DE FUNGHI TEMPO 15 MINUTOS | RENDIMENTO 4 PORÇÕES

INGREDIENTES:

› 200g de polenta Divella › 600ml de caldo de legumes › Sal branco da Sicília Montosco a gosto › 150g de queijo parmesão › 150g de manteiga gelada sem sal › 1 Molho pronto de funghi La Pastina › Azeite extravirgem La Pastina a gosto RECEITA DE CALDO DE LEGUMES

› 1 Litro de água › 1 cenoura cortada em cubos › 1 cebola cortada em 4 partes › 2 talos de salsão › 1 alho poró Levar todos os ingredientes ao fogo baixo e deixar ferver por 30 minutos. Coar para uso. Não adicionar sal. MODO DE PREPARO:

1. Faça o caldo de legumes e coe; 2. Com o caldo fervendo, incorpore a polenta lentamente, sempre mexendo bem e sem parar para não grudar (fogo médio a baixo); DICA: use um fouet 3. Deixe cozinhar por aprox. 2 minutos e acerte o sal (não pare de mexer); 4. Em outra panela aqueça o molho pronto de funghi; 5. Sirva a polenta quente, regue com o molho de funghi e finalize com um fio de azeite extravirgem. DICA LA PASTINA: use os molhos prontos

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RECEITA DE UMA MASSA PERFEITA Aprenda o segredo de Aldo Galloni, dono do ótimo restaurante MezzoGiorno, em São Paulo

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aros restaurantes em São Paulo servem a culinária da cidade italiana de Bolonha, região de Emília-Romanha. Entre eles, se destaca o MezzoGiorno. Há 24 anos, a casa da rua Peruíbe, a uma quadra da avenida Faria Lima e outra da avenida 9 de Julho, no centro financeiro da cidade, acena com massas leves e saborosíssimas. Elas são feitas tal como na Bolonha. Aldo Galloni, o proprietário, aprendeu a receita com a mãe, Monika, que imigrou para o Brasil em 1953 e comandou um restaurante que fez história em São Paulo, o In'Città. Lá as massas são feitas com um mix de farinhas nacionais, semolina e farinhas de grano duro importadas. Sempre levam ovos, ao contrário do que ocorre com aquelas produzidas com grano duro. Nos tempos em que a importação de farinha era proibida ou tão cara que inviabilizava a compra, Monika Galloni e sua sogra, Nonna Mina, desenvolveram a receita com produtos nacionais. Fez um sucesso e tanto no antigo In'Città. É esta receita que Aldo Galloni, herdeiro do segredo, revela: “Escolha um lugar, com uma superfície lisa de madeira, mármore, vidro ou inox. Cerca de 60 cm a 1 m são suficientes. Lave a superfície

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com água e sabão e espere secar. Você precisará de 1/2 kg de farinha de trigo tradicional tipo 1 (da marca Sol, por exemplo), 4 ovos, 1 rolo de macarrão, ou um uma garrafa redonda (vale vinho ou pinga, mas tudo higienizado, por favor). Dá para seis ou mais pessoas. Pegue um punhado de farinha e espalhe na superfície, alisando com a palma da mão. No centro faça um amontoado e no meio um buraco, como um vulcãozinho. Abra os ovos em uma gamelinha e acrescente 60 ml de água filtrada. Jogue os ovos na boca do vulcão. Misture com as mãos, sovando, socando, por uns 25 a 30 minutos. Vá sentindo a textura. Se ainda estiver muito seca, acrescente mais um pouquinho de água, até ficar consistente, mas jamais grudenta. Se ficar grudenta, acrescente mais farinha, aos poucos. Faça uma bola de massa e embrulhe num pano de prato limpinho, umedecido com água filtrada, e ponha de lado por 30 a 60 minutos. Chegou a hora da diversão. Divida a massa em pelo menos seis pedaços iguais. Polvilhe novamente a mesa de trabalho com farinha, pegue um dos pedaços e comece a abrir a massa com o pau de macarrão. Quando grudar, jogue um pouquinho de farinha e espalhe com a mão. Abra, abra, rolo, rolo... até obter uma massa bem fininha. Pegue então uma faca bem afiada, e corte fitas, mais ou menos largas. O charme será ter um formato irregular mesmo. Reincorpore os pedaços muito irregulares que sobrarem. Guarde a massa já cortada em uma assadeira. Pode ser também num varal! Pode-se cozinhar imediatamente ou esperar secar. Dura até um mês, se conservada em lugar fresco e seco. Escolha seu molho, um bom parmesão ralado, e...buon appetito!” Para saborear as massas do MezzoGiorno, pode-se recorrer ao delivery, diretamente – (11) 992663000 —, ou por meio das plataformas Ifood e Rappi. MezzoGiorno - R. Peruíbe, 29, Itaim Bibi, São Paulo, (11) 3071-1993, (11) 3167-6892, (11) 99266-3000

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TEMPO DE REINVENÇÃO Nesta crise, as empresas do setor de alimentos precisam mudar para sobreviver POR CHRISTIANE O NUNES, HEAD OF COMMERCIAL DA VPJ ALIMENTOS

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uem poderia imaginar que um ser microscópico iria bagunçar o mundo inteiro? Hoje, as populações estão lutando pela sobrevivência, enquanto os vários setores da economia traçam planos para não sumir. Hábitos e culturas foram virados do avesso. E a reinvenção é o único caminho certo. Posso citar a empresa onde atuo. A VPJ Alimentos é especializada no segmento de carnes nobres. Ela garante qualidade em toda a cadeia de produção do Farm to table (da Fazenda ao prato). Responsável desde a seleção e melhoramento genético, a empresa atua na engorda dos animais. Vai do rebanho até a entrega nos pontos de venda. Trabalha com as raças Angus no bovino, Duroc no suíno e Dorper no ovino, que produzem carnes de altíssima qualidade. Para buscar a sobrevivência, tivemos que inovar e – este próximo termo você já ouviu – “pensar fora da caixa”. Muitas vezes, precisamos apenas de ações e estratégias relativamente simples. É o que exige a situação atual. Muitos clientes estão fechados, outros inadimplentes e apenas uma pequena parte honrando seus compromissos. Apenas esses poucos ajudam a roda a girar. No curto prazo, é preciso ter medidas pontuais para se manter no mercado e continuar relevante. Um exemplo foi a criação da “Oferta Relâmpago do Dia”, com um produto diferente por dia e grandes descontos que vão até 30%. No ar há menos de um mês, a ação traz para a empresa um incremento de vendas de mais 10% ao dia, além de liberar toneladas do estoque. A “Oferta Relâmpago do Dia” foi a “cenourinha” que a equipe comercial precisava para contatar os clientes todos os dias e, com isso, gerar valor. Como eram descontos com tempo limitado, os clientes acabavam comprando até mais para não perder a oportunidade. Eram como as ofertas que a Fast Shop fazia de madrugada. Só que a nossa era durante o dia: das 8h às 18h. Logo de manhã bem cedo, já mandávamos a arte com a oferta do dia. Nosso produto é artesanal e extremamente fresco. Depois da desossa, já é

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congelado. Dura um ano e mantém o frescor. Outra estratégia é ampliar os canais de venda e incentivar o delivery por parte dos clientes. Observamos que vários deles, até mesmo do segmento de alta gastronomia, estão se reinventando. Eles vêm alterando seus “menus” e buscando a venda com itens fáceis e de preço mais acessível. Foi o caso do Modern Mamma Osteria, tratoria dos chefs Paulo Barros e Salvatore Loi. Eles até criaram um cachorro-quente gourmet, com a nossa linguiça de cordeiro. A nossa linha de linguiças é feita apenas de carnes artesanais. Não tem nada químico. Muitos outros restaurantes estão nos procurando. Eles se interessaram pelos nossos hambúrgueres – de 50 g a 320 g. Temos cortes como brisket (peito), ribeye (filé da costela), costela e picanha. Em outra vertente, as próprias hamburguerias passaram a vender pratos. O cardápio delas começou a oferecer salada, arroz e uma carne. Esse segmento também teve crescimento significativo, porque as casas passaram a funcionar também na hora do almoço (para entrega). No momento, o que importa é reagir. A VPJ Alimentos, assim como o restante do setor, quer se manter no jogo. Isso significa garantir a sobrevivência da empresa e dos colaboradores, o que já é uma grande vitória no contexto atual. vpjalimentos.com.br @vpj_alimentos facebook.com/vpjalimentos

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SAFRA ESPECIAL MATAS DE MINAS Café exclusivo é estrela de receita de Alex Atala para cuca de banana

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Alto Caparaó é conhecido por ser a mais nova fronteira na produção de cafés especiais. Com características particulares na produção dos seus cafés: clima tropical de altitude, temperaturas médias anuais de 20 °C e altitude próxima dos 1.000 metros. Essa região se destaca por ser formada por pequenos produtores familiares, produzindo cafés arábicas de doçura intensa, com notas de amêndoas e nozes, levemente cítrico e corpo marcante, assim é o Espresso Safras Especiais – Matas de Minas da TRES® Para você explorar ao máximo todos os sentidos dessa bebida, o chef Alex Atala (D.O.M, Dalva e Dito e Bio; SP) criou uma receita rápida e prática de cuca de banana, que é perfeita para harmonizar com esse café.

CUCA DE BANANA TEMPO 1H30 | PORÇÕES 8 PEDAÇOS

INGREDIENTES

• 2 xícaras de farinha de trigo • 1 ½ xícara de açúcar • 3 ovos • 6 bananas INGREDIENTES PARA FAROFA

• ¾ xícaras de açúcar • ¾ xícaras de farinha de trigo

• 1 colher (sopa) de manteiga • ¾ xícara de leite • 1 colher (chá) de fermento • Manteiga sem sal e farinha de trigo para untar • 1 colher (sopa) de manteiga gelada • 1 colher (chá) de canela

PREPARO

Em uma batedeira, misture o açúcar e a manteiga até virar uma farofa. Adicione os ovos, um a um, para incorporar, e continue batendo. Adicione leite e farinha alternados, para formar um creme homogêneo. Por último, adicione o fermento. Corte a banana e adicione à massa. Unte a fôrma com farinha de trigo e manteiga e adicione a massa. Em um bowl, misture à mão o açúcar, a farinha, canela e a manteiga gelada. Coloque o farelo por cima da massa e asse a 170 °C por 30 minutos ou até dourar. Lembre-se de fazer o teste do palito.

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EM PARCEIRA COM CACHAÇA SEBASTIANA

SABORES INTENSOS Veja uma seleção de drinques com ingredientes que combinam bem a cachaça Sebastiana

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INGREDIENTES

INGREDIENTES

INGREDIENTES

• 40 ml de purê de manga • 25 ml de xarope de gengibre • 50 ml de Sebastiana Carvalho Single Barrel 3 anos

• Rodelas de laranja, bitter Angostura e canela • 120 ml de água tônica • 60 ml de Sebastiana Castanheira

• Limão siciliano, kiwi, hortelã e carambola • 25 ml de xarope de açúcar • 60 ml de Sebastiana Cristal

A cachaça Sebastiana Carvalho Single Barrel 3 anos é envelhecida em barris novos de carvalho americano por três anos. Bebida aveludada premium, vem em garrafas numeradas.

A cachaça Sebastiana Castanheira passa um ano em barris de castanheira. É cristalina, intensa e com aromas complexos, que lembram caramelo, chocolate e especiarias.

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ENSA I O

Natureza viva T UC A R EIN É S: O PAU L I S T A N O C O M P L E T A 40 A NOS DE FOTOGR A FI A

TRÊS FRONTEIRAS Bolívia, Argentina e Chile vistos durante um sobrevoo da cordilheira dos Andes em um dia de céu de brigadeiro

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rquiteto por formação, fotógrafo por vocação, o paulistano Tuca Reinés soube fundir com esmero essas duas profissões. No Brasil e lá fora, é conhecido por seu trabalho com arquitetura, decoração e natureza. Graças a esta, compôs um sólido portfólio de fine art. Neste 2020, o autor de dois best-sellers pela alemã Taschen, Hotel Book – Great Escapes South America e Living in Bahia, com mais de um milhão de livros vendidos, comemora 40 anos de fotografia.

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A ONDA Neste díptico, a vista aérea de uma praia do litoral fluminense O RIO INTEIRO A panorâmica capta todas as montanhas do Rio. A quatro quilômetros da costa e a cem metros de altitude, feita de um helicóptero

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DECOLAGEM

MOUNTAIN

A pista principal do aeroporto Santos Dumont, recém-

Em um dia de luz excepcional na Patagônia chilena Tuca se deparou

-asfaltada. Imagem feita durante um voo de helicóptero

com essas texturas e contrastes. A alta definição da foto se deve

GLACIAR Tirada de dentro de um bote, a foto, de grandes proporções, é um recorte da geleira de San Raphael, no Chile

também à latitude PEDRA #011 Também na Patagônia chilena, a beleza dessa rocha esplêndida foi parar em diversas galerias e museus do mundo

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MARES E NUVENS Esse tríptico mostra o nascer do sol no oceano Atlântico, envolto por nuvens de formas sensuais

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CONTATO tuca@tucareines.com.br

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E SPO RTE

DA FAMA À INFÂMIA C I NC O AT L E TA S QU E DE S C E R A M D O T OP O D O P Ó D I O PA R A E N C A R A R O B A N C O D O S R É U S

P O R S I LV I O L A N C E L L O T T I | I L U S T R A Ç Ã O R A P H A E L A LV E S

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FR IEDR ICH W IL HEL M N IETZSCHE (1844-1900), U M PRUSSI A NO, COMPOSITOR, ESCR ITOR, POETA, CR ÍTICO C ÁUSTICO DA CU LT U R A EM SEUS IDOS, A DOR AVA FILOSOFA R DE M A RTELO EM PU N HO. M A IS DO QU E CONSTRU IR, N IETZSCHE DIL A PIDAVA. A M AVA R ECON TA R À SUA MODA, POR EX EMPLO, U M A HISTOR IETA DA BÍBLIA, SOBR E U M A ESTÁT UA COM A C A BEÇ A DE OU RO, COR PO DE PR ATA, PER NA S DE FER RO M A S OS PÉS DE A RGIL A. BA STOU QU E U M PEDR EGU L HO ESCOR R EGA SSE DE U M MOR RO PA R A A

BENJAMIN SINCLAIR JOHNSON Atletismo, Falmouth, Jamaica, 30/12/1961

ESTÁT UA SE A R R EBEN TA R. PROV ÉM DESSA FÁ BU L A A TEOR I A QU E N IETZSCHE DESEN VOLV EU SOBR E OS “ÍDOLOS DE PÉS DE BA R RO”, METÁ FOR A COM A QUA L O PENSA DOR SE EMPEN HOU EM DIL ACER A R A S CR ENÇ A S FA BR IC A DA S PEL A S PA I XÕES V ELOZES QU E O TEMPO E A FA L IBIL IDA DE DO SER H U M A NO AC A BA M POR SOTER R A R. NÃO, NÃO CR EI A EM ÍDOLOS, EL E PR EGAVA, POIS ÍDOLOS SÃO AU TOFÁGICOS, ÍDOLOS AC A BA M POR DE VOR A R A SI MESMOS. AQU I, R ECOR DA MOS CINCO ÍDOLOS QU E ER IGIR A M C A R R EIR A S F U LGU R A N TES NO ESPORTE E QU E, TODAV I A, SE DETER IOR A R A M POR SEUS ER ROS, POR SUA S IDIOSSINCR A SI A S.

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Produto de uma família paupérrima, depauperada, seis filhos e pais separados, Ben Johnson tinha 12 anos quando a mãe catou três dos rebentos e fugiu para o Canadá. Charlie Francis, um treinador de velocistas, o descobriu a correr num parque e decidiu adotá-lo como um dos integrantes da sua equipe. O rapaz evoluiu até o ponto de, em 1987, estabelecer um novo recorde mundial para os 100 metros, um tempo incrível, antológico, de 8”83. No dia 24 de setembro de 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, Coreia do Sul, com o absurdo de 9”79, Johnson cruzou a linha de chegada cerca de duas jardas à frente do americano Carl Lewis. Em papos de bastidores, Lewis costumava manifestar a sua desconfiança de que Johnson se dopava. De fato, já na madrugada do dia 25, numa amostra codificada, a comissão encarregada dos exames constatou a presença de esteroides vetados. Um escândalo monumental. Johnson perdeu a medalha e foi suspenso por dois anos. Num discurso lacrimoso, admitiu o delito, conclamou os jovens a não repetirem a sua estupidez, e sumiu do mapa, até 1991, quando tentou retornar ao atletismo, infrutiferamente. Ironia: em 2007, esgotadas as economias dos seus contratos publicitários, ele se tornou o personal trainer de Diego Maradona. No momento, sobrevive com a renda de lojas de roupas.

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FIM DE FESTA

DIEGO ARMANDO MARADONA

O finado

Futebol, Lanús, Argentina, 30/10/1960

Jornal da Tarde, de São Paulo, intitulou: “Ben Dopado”. Dieguito nem esse bom humor mereceu

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Tornou-se um ícone a cena em que, no dia 25 de junho de 1994, durante a Copa do Mundo dos Estados Unidos, o craque albiceleste deixou o campo do Foxboro Stadium de Boston de mãos dadas com uma jovem paramédica, rumo ao exame antidoping. A sua Argentina havia superado a Nigéria por 2 x 1 e assegurado sua vaga na fase das oitavas. Dieguito, no entanto, jamais vestiria novamente aquele uniforme. Um exame polêmico, cheio de falcatruas, o acusou de ingerir substâncias proibidas, a efedrina e suas subvariedades. Ninguém se dopa com efedrina. De fato, existiam as tais substâncias num produto supostamente emagrecedor vendido em supermercados dos EUA e que ele, por insistência de um idiota, Daniel Cerrini, fisioterapeuta de Zulema Menem,

mulher de Carlos Menem, presidente da Argentina, acreditava ser útil. Vincenzo Pincolini, um dos integrantes da comissão técnica da seleção da Itália, ao saber da denúncia, comentou comigo: “Achar que a efedrina, hoje, é um estimulante, me faz rir. Ninguém usa efedrina como estratégia de doping. Existem dezenas de substâncias mais eficientes que os testes não detectam”. Aquela seleção da Argentina era candidatíssima ao título da Copa de 94. Sem Maradona, sucumbiu. E Maradona acabou por receber uma punição de 15 meses e daí, num roteiro crônico de dissolução, se envolveu com pessoas do baixo mundo de sua pátria, da Itália, dos EUA, virou viciado em cocaína, foi detido numa batida policial, foi abandonado pela mulher, Cláudia Villafane, brigou com as filhas, sofreu processos de paternidade, e até mesmo a sua coleção de relógios vendeu, para pagar dívidas. Fim patético para quem se considerou melhor do que Pelé.

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ORENTHAL JAMES SIMPSON FUTEBOL AMERICANO, SAN FRANCISCO, EUA, 9/7/1947

LANCE EDWARD ARMSTRONG Ciclismo, Plano, Texas, EUA, 18/9/1971

Na verdade, nasceu Gunderson mas assumiu o sobrenome do segundo marido de sua mãe. Começou como nadador e, aos 13 anos, decidiu testar o triatlo, modalidade que ainda engloba corridas a pé e de bicicleta. Venceu o Iron Kids do seu estado e se apaixonou pelas duas rodas. O seu crescimento no ciclismo, inacreditável, fez de Lance, já na temporada de 1992, o campeão mundial de estrada, e o compeliu à profissionalização. Mas, em 2 de outubro de 1996, um exame médico constatou que ele padecia de um câncer testicular. Pior, com metástases num pulmão e no cérebro. Parecia o fim de uma carreira promissora. Atravessou cirurgias, a quimioterapia radical, até criou uma instituição que, pela venda de pulseiras amareladas, financiaria o tratamento de moléstias correlatas. E então somou, de 1999 a 2005, sete triunfos na mágica Volta da França. Durante bastante tempo rebateu as acusações de que a sua superioridade seria fruto de uma dopagem. Em 2011, porém, ataques diretos de dois companheiros de equipe abriram brechas fatais na sua defesa. A Usada, organização oficial de investigações dos EUA, desferiu um golpe crucial ao confirmar o delito pelos reexames de amostras congeladas de seu sangue. Em outubro de 2012, a União Internacional do Ciclismo retirou os seus títulos da Volta da França. E, numa entrevista de TV, Lance aceitou a responsabilidade e, cínico, disse que repetiria tudo, inteiramente. Os seus patrocinadores, na Justiça, solicitaram a devolução do dinheiro. Desde então, Lance peregrina pelos tribunais em busca de acordos.

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Celebrado como O.J. ou Orange Juice, um dos maiores running backs da aventura do seu esporte, já como um integrante do time dos Trojans da USC, a Universidade do Sul da Califórnia, em 1969 levou o Heisman Trophy, o mais prestigioso prêmio escolar do país. Então, com os Bills de Buffalo, assinou um contrato de US$ 650 mil, na época o mais vultoso dos EUA. Não dispunha de colegas de time à sua altura e, por isso, os Bills jamais levantaram qualquer título na NFL, a National Football League. O.J., porém, estabeleceu recordes essenciais. Em 1973, se tornou o primeiro da história a percorrer mais de 2 mil jardas numa temporada formal de 14 partidas: 2.003. E também cravou a melhor média de jardas por jogo em temporada regular: 143,1. Sem esquecer de 14 marcas, individuais, de 1972 a 1976. Desafortunadamente, ao se findar a sua vida atlética, não mais encontrou um rumo. Tentou o cinema, com papéis sempre ridículos. Tentou a TV, comentarista de futebol. Nada funcionou. Voltou aos proscênios em 12 de junho de 1994 quando sua mulher, Nicole Brown Simpson, e Ron Goldman, um amigo dela, foram encontrados na mansão do casal, num oceano de sangue, esfaqueados inúmeras vezes. Acusado de matá-los, O.J. protagonizou uma fuga rocambolesca através de freeways de Los Angeles, até se entregar. Num julgamento criminal, exibido ao vivo pela TV, um grupo de advogados de fato brilhantes conseguiu absolvê-lo. A família de Goldman, porém, promoveu outro processo, numa corte cível, em que O.J. perdeu. Não foi preso, mas obrigado a pagar uma indenização de US$ 33,5 milhões. Desnorteado, e de certa maneira perseguido por razões de vingança ou de preconceito, o ex-craque sofreria

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ÍDOLOS DE PÉS DE BARRO Armstrong disse que faria tudo de novo. Simpson se envolveu em inúmeros delitos. Pistorius está preso. Ganhará a liberdade em 2023

sucessivos assédios policiais por brigas de rua, excesso de velocidade, posse de drogas, lavagem de dinheiro, a invasão com jet ski de uma área de proteção de peixes-boi etcetera. Até que, em 13 de setembro de 2007, liderou um bando de picaretas, à mão armada, na tentativa de recuperar recordações dos seus tempos de apogeu na USC e nos Bills. Condenado a nove anos de cadeia, em 2013, retornou à liberdade em 20 de julho de 2017, prêmio de bom comportamento.

cidiu se dedicar a esportes como a luta livre, o rúgbi e o polo aquático. Até optar pelo atletismo, em 2004. Incomparável o seu sucesso. Depressa adotou as próteses laminadas, fibra de carbono, idealizadas na Islândia por uma empresa de nome Ossur. E impactou o planeta, nos Jogos Paralímpicos de Atenas, naquele ano, ao arrebatar o bronze na prova dos 100 metros para amputados. Fulminante a sua evolução. Abiscoitou quatro medalhas de ouro nos Jogos de Pequim/2008. Duas de ouro e uma de prata nos de Londres/2012. Audacioso, chegou a integrar a equipe de um revezamento convencional, a prata no Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, em 2011. E ficou milionário. Na noite de 14 de fevereiro de 2013, na casa que dividia com a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, aconteceu um episódio nebuloso. Segundo Pistorius, assustado com a possibilidade de haver um assaltante em seus aposentos, desferiu com uma pistola Taurus, brasileira, quatro tiros através da porta de um banheiro. Só que matou a garota e acabou acusado de homicídio culposo. Depois de muitas reviravoltas, julgamentos, apelações, hoje cumpre uma sentença que apenas lhe permitirá a liberdade em 2023. TP

OSCAR PISTORIUS PARATLETISMO, JOANESBURGO, ÁFRICA DO SUL, 20/11/1986

Tinha meros 11 meses quando um problema congênito, a ausência de parte das fíbulas, provocou a amputação de seus dois pés. O cristianismo ferrenho dos pais, todavia, o estimulou, desde bebê em idade de andar, a se habituar ao uso de próteses. E, melhor, na adolescência, ele inclusive de-

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O PI N I ÃO P O R A L E X A N D R E V E L I L L A G A RC I A

A resiliência nossa de cada dia

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que seria de nós sem a capacidade de nos recompor e continuar fortalecidos diante dos desafios e obstáculos diários? Ao longo da vida, nos deparamos com uma série de situações, positivas e negativas, e precisamos adquirir força e demonstrar maturidade para delas extrairmos lições. Se, no plano pessoal, isso é muito importante, no ambiente de trabalho torna-se decisivo. A resiliência pode determinar o sucesso ou não de uma trajetória profissional. Faço esse destaque não por acaso. De acordo com um estudo desenvolvido na Grã-Bretanha com funcionários de diferentes empresas, foi constatado que, para 75% deles, as políticas de seus ambientes profissionais e a necessidade de gerenciar pessoas difíceis eram os fatores que mais exigiam resiliência. Ou seja: os desafios do cotidiano corporativo requerem um grande quinhão de nossa inteligência emocional. Sendo assim, o que um líder precisa fazer para acumular altos níveis de resiliência e ser capaz de conduzir o futuro de uma organização? Não é fácil comandar pessoas com diferentes culturas, personalidades e anseios. Tampouco enfrentar as cobranças de diferentes frentes (consumidores, colaboradores, stakeholders). Há ainda as inconstâncias da economia. Ao analisar estudos de especialistas e minha trajetória profissional, cheguei a cinco atitudes que considero indispensáveis. 1 - Entenda seu estilo de liderança e perceba o que é necessário mudar. Conheça-te a ti mesmo. O conselho advindo dos filósofos da Grécia Antiga é válido para o universo gerencial. Para fortalecermos nossos níveis de resiliência precisamos, antes de tudo, compreender nosso perfil de liderança. É importante ter claro que estar aberto a mudanças é tão fundamental quanto nosso movimento inicial de autoanálise. 2 - Construa uma “cultura emocional” positiva na organização. Um estudo divulgado pela Harvard Business Review apontou que a cultura emocional de uma empresa tem influência direta em questões relevantes. Elas vão da satisfação dos colaboradores ao desempenho financeiro geral. Quando pensamos no fortalecimento dos níveis de resiliência, é essencial investir em políticas e práticas de gestão que garantam uma cultura emocional positiva na empresa. 3 - Tanto os sucessos quanto as falhas são fontes ricas de aprendizado. Na vida profissional lidamos, inevitavelmente, com obstáculos e até frustrações. É crucial transformar tais situações em motivação para que nos tornemos melhores líderes e melhores seres humanos. Só com tal senso de maturidade poderemos enfrentar os desafios intrínsecos a qualquer jornada de sucesso. 4 - Humildade em aprender com o outro. Buscar fortalecimento emocional em nossos colegas, amigos e família é desejável e um sinal de humildade. Só evoluímos de verdade quando convivemos de forma harmoniosa e aberta com os demais.

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MAI.2020

Alexandre Velilla Garcia, CEO do Cel.Lep e sócio-fundador da Valor Real Construções, é economista com pós-graduação em management pelo ISE/IESE-University of Navarra velillagarcia@uol.com.br

Encare os diálogos e a convivência – mesmo com pessoas consideradas difíceis – como uma fonte de aprendizado. Busque ampliar seus skills emocionais interagindo com indivíduos de diferentes culturas e backgrounds. Acima de tudo, saiba ouvir. 5 - Seja um inconformado nato. O conformismo é o oposto da resiliência. Sobretudo quando ficamos estagnados em virtude do medo das mudanças ou desafios. Não tenha medo de buscar o novo, de implementar ideias com frescor. Verdadeiros líderes são naturalmente inconformados. Estão sempre em busca de algo que possa melhorar suas empresas e contribuir para a sociedade. TP

© TUCA REINÉS

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