The President

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Nº 44 JUNHO | JULHO FABIANO RUIZ

Nº 44 JUNHO | JULHO 2020

FABIANO RUIZ DIRETOR EXECUTIVO DO GRUPO HENKELL FREIXENET NO BRASIL

JUN | JUL 2020 Nº 44 R$ 28,00

ISSN 2595-8275

UM BRINDE AO SUCESSO

LA PASTINA MOSTRA SUA NOVA MARCA

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A ARTE DO FOTÓGRAFO CÁSSIO VASCONCELLOS

WATCHES & WONDERS: O NOVO SALÃO DE GENEBRA

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SAB E M OS QUE N E S T E MO MEN TO D E GRANDE M OB I LIZ AÇ ÃO N O C O MBATE AO NOVO CORONAV Í R US , PA RCE R IA S SÃO F UN DA M EN TA I S. Estamos comprometidos em trabalhar com você para reduzir quaisquer impactos negativos.

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E D I TO R I A L

Meses de isolamento em um ambiente urbano trazem intensa ansiedade de voltar, o mais rápido possível, a um contato íntimo com a natureza. E bem longe do asfalto. Não só porque ali, com muito menos gente no entorno, a probabilidade de topar com vírus, novos ou velhos, é muito menor. Mas sobretudo porque a natureza passa a ser uma libertação de meses seguidos de restrições. Torna-se assim idealizada, mítica. Nesse sentido, o trabalho do premiado fotógrafo Cássio Vasconcellos pode ser visto como visionário. No vigoroso ensaio com suas imagens, publicado nesta edição de THE PRESIDENT, ele revela, de maneira premonitória, uma natureza imaginada, fantástica, quimérica, onírica. O mundo real ainda não nos permite devaneios dessa natureza. No entanto, e apesar dos tempos bicudos, é preciso recompô-lo. É necessário reinventá-lo com criatividade e otimismo, embora ciente das limitações. Fabiano Ruiz, por exemplo, diretor executivo do Grupo Henkell Freixenet no Brasil, realizou, com pleno sucesso, em meio à pandemia, uma convenção de vendas virtual entre seus colaboradores. Em vez de apenas ralhar contra os entraves econômicos, ele arregaçou as mangas e trabalhou para turbinar ainda mais os resultados da companhia que traz ao Brasil bebidas de primeira qualidade — com especial atenção para os espumantes. No lugar dos queixumes, empreendedorismo. Foi com essa visão de mundo que Ruiz, personagem de capa desta edição, conseguiu, em uma década de dedicação, transformar as vendas da Henkell Freixenet em admirável triunfo. Eram de início 120 mil garrafas ao ano no país. Dez anos depois, o volume subiu para 1 milhão. Melhor: Ruiz acredita que o potencial de consumo no Brasil é ainda maior. Mesmo ao longo da epidemia, os números são promissores. Exatamente. Para isso, a companhia diversificou e incrementou as vendas pela internet. Sonhar com escapadas na natureza não exclui trabalhar com agilidade e foco. Assim, mesmo com a pulverização da equipe em sistema de home office, pode-se tornar o mundo real se não o ideal, ao menos o melhor possível. Boa leitura.

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EXPEDIENTE THE PRESIDENT PUBLICAÇÃO DA CUSTOM EDITORA Nº 44

PUBLISHERS André Cheron e Fernando Paiva

REDAÇÃO DIRETOR EDITORIAL Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br DIRETOR EDITORIAL ADJUNTO Mario Ciccone mario@customeditora.com.br EDITORA EXECUTIVA E DIGITAL Marina Lima marinalima@customeditora.com.br ARTE EDIÇÃO Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO EDITOR CONVIDADO Walterson Sardenberg Sº TEXTO Armando Coelho Borges, Daniel Benevides, Marcos Gouvêa de Souza, Nina Horta, Raphael Calles, Rodrigo Passos Felicíssimo, Silvana Assumpção FOTOGRAFIA Claus Lehmann ARTE Daniel das Neves PRODUÇÃO Vivianne Ahumada REVISÃO Goretti Tenorio

THE PRESIDENT facebook.com/revistathepresident @revistathepresident www.customeditora.com.br

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COMERCIAL, PUBLICIDADE E NOVOS NEGÓCIOS DIRETOR EXECUTIVO André Cheron andrecheron@customeditora.com.br DIRETOR COMERCIAL Ricardo Battistini battistini@customeditora.com.br GERENTES DE CONTAS E NOVOS NEGÓCIOS Marcia Gomes marciagomes@customeditora.com.br Mirian Pujol mirianpujol@customeditora.com.br ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO ANALISTA FINANCEIRA Carina Rodarte carina@customeditora.com.br ASSISTENTE Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br REPRESENTANTES REGIONAIS GRP – Grupo de Representação Publicitária PR – TEL. (41) 3023-8238 SC/RS – TEL. (41) 3026-7451 adalberto@grpmidia.com.br Tiragem desta edição: 35.000 exemplares CTP, impressão e acabamento: Coan Indústria Gráfica Ltda. Custom Editora Ltda. Av. Nove de Julho, 5.593, 9º andar – Jardim Paulista São Paulo (SP) – CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br Tel. (11) 3708-9702

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SUMÁRIO JUNHO | JULHO 2020

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18 MORADIA

52 PALADAR

75 GOURMET

Bravíssima Private Residence é a melhor

Entre mitos e histórias, a feijoada

Liliane La Pastina fala do novo branding

síntese entre arquitetura e natureza

é uma receita completa e multicultural

e estratégias da empresa

20 TEMPO

56 OLFATO

100 ENSAIO

Watches & Wonders: Salão de Genebra

Como nos lembramos dos cheiros?

O fotógrafo Cássio Vasconcellos já expôs

muda de nome e mantém o estilo

Descubra mais sobre memórias olfativas

em 20 países, unindo fantasia e realidade

44 VISÃO

60 TATO

108 MERCADO

Atriz superlativa, Raquel Welch foi

Após vencer muitos preconceitos,

A cotação de imóveis do Itaim Bibi não

o símbolo de beleza de sua geração

a acupuntura chinesa ganha o Ocidente

conhece crise e não para de subir

48 AUDIÇÃO

64 NEGÓCIOS

112 VAREJO

A ausência de som pode gerar melodia.

Fabiano Ruiz conta tudo sobre o novo

A história de Nevaldo Rocha, um dos

Veja como o silêncio tem muito a dizer

portfólio do Grupo Henkell Freixenet

maiores empreendedores do Brasil

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MOR ADIA

ENTRE AS MONTANHAS E O MAR Bravíssima Private Residence é o empreendimento mais exclusivo do litoral sul do Brasil Quanto vale viver em um dos melhores lugares do país? Para algumas pessoas, isso não tem preço. Tal valor fica muito mais evidente no Bravíssima Private Residence. O empreendimento ultrapassa o conceito de alto padrão. É um projeto que, acima de tudo, entrega a sinergia com a natureza. “Cada detalhe do Bravíssima Private Residence foi pensado para que a fauna e a flora locais se perpetuem, em nome da preservação e crescimento da Mata Atlântica”, afirma José Carlos Trossini, CEO da Taroii Investiment Group e idealizador do empreendimento. Sem exagero, Trossini garante: “O Bravíssima Private Residence é o condomínio mais exclusivo de Santa Catarina”. Com 290 mil metros quadrados, está localizado em uma área privilegiada, no maior terreno frente ao mar da Praia Brava Norte em Itajaí. Tem a maior Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) do litoral de Santa Catarina, com 161 mil metros quadrados de fauna e flora preservados. “O projeto foi

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criado com muito estudo e dedicação”, diz Trossini. “É um empreendimento de baixa ocupação aliado a uma reserva particular de patrimônio natural”, complementa Trossini. O condomínio tem duas modalidades: vertical e horizontal. O primeiro apresenta dez torres com duas unidades por andar e total de 90 apartamentos. Instalado na parte do terreno mais próxima ao mar, permite aos prédios receberem muita luz do Sol. Com opções de 360 a 429 metros quadrados, os apartamentos têm uma planta versátil, com 4 suítes, living integrado e sacadas com vista para o mar. As coberturas vão de 650 a 800 metros quadrados. O condomínio horizontal também é primoro-

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so. Os 57 lotes proporcionam espaços arborizados generosos. As opções vão de 850 a 2.166 metros quadrados. Pelo menos 90% das moradias oferecem vista para o mar. Os lotes foram concebidos para proporcionar a melhor experiência em viver integrado à natureza. O Bravíssima apresenta ainda heliponto exclusivo com lounge receptivo, além de piscinas & spas de frente para o mar. Seu clube interno tem estrutura completa. Em quatro pavimentos, reúne cinema, spa, adega, boate, biblioteca, salões de festas, restaurantes, quatro piscinas aquecidas, quadra de tênis coberta com arquibancada, centro fitness e quadra poliesportiva. Vale lembrar, ainda, que o Bravíssima tem tecnologia construtiva avançada e sustentável. A arquitetura das torres traz um conceito orgânico, com a utilização de materiais nobres e naturais. Não por acaso, foi elaborada por mestres da arquitetura e do urbanismo brasileiro, do quilate de Arthur Casas, Benedito Abbud e Frederico Carstens. “Eles souberam integrar design, luxo e sustentabilidade”, comenta Trossini. O MELHOR LUGAR O estado de Santa Catarina é um dos mais premiados nos concursos de turismo pelo Brasil. Recebeu o título de “Melhor estado para viajar no Brasil”, do prêmio O Melhor de Viagem e Turismo 2019/2020, promovido pelo site Viagem e Turismo, do Grupo Abril. Em 18 edições, o estado venceu 12 vezes na categoria principal. Além disso, foi o escolhido em outras três categorias: Melhor Parque Temático: Beto Carrero World (Penha); Melhor Resort: Costão do Santinho (Florianópolis); Melhor hotel-fazenda: Rio do Rastro Eco Resort (Bom Jardim da Serra). O Bravíssima é um projeto de uma vida. Trossini dedicou 20 anos para a elaboração, aprovação e construção dessa iniciativa. “A praia Brava, em Itajaí-SC, ao lado de Balneário Camboriú, revela-se um refúgio em meio ao verde, agraciado pelo frescor da vida marinha. Mantê-la como exemplo é um compromisso com o meio ambiente.” Trossini acreditou em Santa Catarina. Jogou suas fichas no Brasil. Venceu entraves burocráticos e tem um projeto de nível internacional. Em tempos de crise é que se descobre o que mais vale. E o Bravíssima apresenta isso em abundância: qualidade de vida junto com a natureza. Saiba mais em: taroii.com.br facebook.com/taroiigroup @bravissimaprivateresidence Bravíssima Private Residence Av. José Medeiros Vieira, 500 - Brava Norte, Itajaí, Santa Catarina.

Empreendimento tem apartamentos na cobertura de até 800 metros quadrados e heliponto com lounge

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TEM PO POR R APHAEL CALLES

O BRILHO PRECISA CONTINUAR A crise sanitária ocasionada pela pandemia altera o calendário relojoeiro e a apresentação das novidades. Mesmo assim, a indústria não desiste e faz bonito

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s largos corredores repletos de pessoas de todas as partes do mundo ficaram vazios. As estruturas monumentais, as salas de conferência e as dezenas de reuniões foram substituídas. De suas casas, pela internet, com videochamadas e até mesmo simulação de realidade aumentada, membros da mídia e revendedores tiveram, pela primeira vez, a experiência de conhecer as novidades que pautariam o novo ano da alta relojoaria sem o feel and touch geralmente proposto pelo evento de Genebra, na Suíça. O ano de 2020 marcaria um novo formato para a feira, que passou a se chamar Watches and Wonders (WW) e não mais Salon Internacional de la Haute Horlogerie (SIHH). Ela acon-

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teceria em abril, não mais em janeiro. O avanço da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, as restrições impostas pelo governo suíço e a sucessão de cancelamento de eventos alterou também o calendário da alta relojoaria. Baselworld, principal feira do setor, que aconteceria apenas dois dias depois de WW, foi adiada de maio de 2020 para janeiro de 2021 e, pouco depois, cancelada em definitivo. Em meio às tristes notícias e o cenário de incerteza, maisons persistem na apresentação de seu brilho, de seu imortal savoir-faire relojoeiro, e não decepcionam. As próximas páginas apresentam o mais relevante do Watches & Wonders Genève 2020, que aconteceu em versão digital.

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MONTANHA ACIMA

Pautada pelo espírito de exploração de montanhas, a ligação com a natureza e os códigos estéticos vindos de Minerva – lendária manufatura suíça que integra o parque da Montblanc –, a linha 1858 ganha novos traços. O destaque está na trilha de minutos em estilo ferrovia, que ganha tom arenoso para compor com o mostrador escuro. O arranjo é completado por algarismos arábicos, indicadores e ponteiros no mesmo tom. O contraste auxilia na legibilidade, que é reforçada até em ambientes escuros com o revestimento luminescente. Aqui, o cronógrafo é inteiramente controlado por um único botão, o que facilita o uso e evita eventuais erros de operação que possam comprometer o funcionamento. O Montblanc 1858 Monopusher Chronograph Limited Edition tem uma tiragem de apenas 1.858 unidades e apresenta uma caixa feita com uma liga de bronze – que ganha uma pátina personalizada ao longo do tempo de acordo com as condições de uso. A peça é finalizada por uma pulseira em estilo militar NATO feita na França em uma manufatura com 150 anos de expertise. Há uma versão alternativa de aço inoxidável com acabamento em couro de vitelo ou pulseira metálica. montblanc.com

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OLHA A ONDA

A IWC propõe a leitura das marés no pulso. O modelo Portugieser Yacht Club Moon & Tide traz essa indicação em um subdial na posição de 6 horas. Ali, é possível ler as próximas marés alta e baixa. A indicação funciona em conjunto com o mostrador de fases da Lua, que tem as marcações neap e spring, quadratura (quando a Lua está em seu quarto crescente ou minguante e há menor amplitude entre marés alta e baixa) e sizígia (quando há alinhamento entre Terra, Lua e Sol e maior amplitude entre maré alta e baixa). Com caixa de ouro 18 quilates, o modelo apresenta uma janela de data na posição de 3 horas. iwc.com

NOVO, LEVE E RESISTENTE

A Panerai direcionou seu esforço técnico no desenvolvimento de um novo material, que promete ser até 60% mais leve que o aço. Além disso, tem alta resistência mecânica e resistência a corrosões. Ele é composto por fibras de basalto e polímeros e já vem sendo utilizado na indústria aeroespacial. A liga passou por aperfeiçoamento no Laboratorio di Idee, centro de pesquisa e desenvolvimento da maison. Desse avanço resulta o Luminor Marina Fibratech (PAM01663). O material da moldura ao redor do dial, coroa e alavanca do protetor patenteado lateral é outro, o Carbotech. Com 44 mm de diâmetro, o relógio indica horas, minutos, segundos e data sobre um mostrador azul em degradê. A luminescência é feita por meio de uma camada de material branco de emissão luminosa verde. A pulseira emborrachada azul complementa o modelo. panerai.com

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BRINCADEIRA GEOMÉTRICA

Um símbolo da década de 1980 que ficou conhecido por seu apelo gráfico ganha uma versão atualizada em seu aniversário de 35 anos. Pasha de Cartier combina dois opostos geométricos, o quadrado e o círculo, com quatro numerais e elementos estéticos únicos. Dentre eles, acabamento em guilloché no mostrador, detalhes em Clous de Paris no encaixe da pulseira e um protetor de coroa em corrente com um espinélio ou safira. A peça pode ser personalizada com a gravação de iniciais na lateral da caixa, sob a corrente de proteção da coroa. O Pasha está disponível em versões em aço, ouro amarelo, ouro rosa, com inserção de diamantes. Há ainda versão de alta joalheria e em esqueleto. cartier.com

FINO E RARO

Depois de surpreender o mundo com um protótipo conceito de baixíssima espessura em 2019, a Piaget reconquistou o recorde de relógio comercial mais fino do mundo com Altiplano Ultimate Concept. Com nada além do que 2 mm de espessura, o relógio garante completa visão de seu trem de engrenagens logo ali no mostrador. A nova peça, que será vendida apenas sob encomenda, permite a completa personalização dos itens, o que inclui da coloração da ponte ao plano de fundo, num total de 10 mil combinações. A companhia tem capacidade de produção de apenas três unidades deste modelo por ano. piaget.com

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VIAGEM E FUNÇÃO

Jaeger-LeCoultre apresenta sua interpretação de relógio para viajantes de uma forma diferente – mas já bem conhecida por colecionadores. Em vez de trazer apenas a indicação de um segundo fuso horário, a maison oferece uma indicação de dia e noite e uma abertura no mostrador com a cidade de referência àquele fuso horário. Assim, é possível selecionar o segundo fuso horário pela localização, dispensando um cálculo a cada alteração. O equilíbrio estético fica por conta da data e do indicador de reserva de energia na porção superior do mostrador. jaeger-lecoultre.com

CONTRASTANTE

A linha esportiva da Baume & Mercier Capeland recebe uma nova edição para 2020. O modelo investe na combinação de preto e laranja com indicações em branco e revestimento luminescente. No mostrador, horas e minutos centrais e pequenos segundos às 3 horas ganham o complemento da função cronógrafo ativada, pausada e reiniciada tradicionalmente por botões às 2 e 4 horas. Na posição de 6 horas, uma janela de data. baume-et-mercier.com

VELHO NOVO TOM

O modelo Fiftysix, apresentado pela Vacheron Constantin em 2018, acaba de ganhar uma versão em tom marrom. A pegada vintage do modelo é reforçada pela caixa de ouro rosa e a pulseira de couro de vitelo marrom. São duas versões nessa cor. A automática tem indicações simples de horas, minutos, segundos e data. A outra oferece calendário completo. Apresenta data por meio de um ponteiro central e dia da semana e mês por intermédio de duas janelas na parte superior do dial. A peça ainda mostra a fase da Lua na posição das 6 horas. vacheron-constantin.com

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A RTI GO

OS LEGADOS DO CORONAVÍRUS Trabalho remoto, digitalização, novas comunicações e muita criatividade nos ajudaram a lidar e aprender com essa crise MÁRCIO AVÓLIO, GERENTE DE MARKETING DA AUDI DO BRASIL

Praticamente seis meses já se passaram desde que ouvimos falar de um novo vírus que surgia na China. Pessoas, empresas e governos tiveram que se adaptar. Ainda estão se adaptando na verdade. E essa adaptação ocorre na mesma intensidade com que vimos o vírus avançar. Fato é que as relações mudaram e as formas de comunicar também. Não apenas do ponto de vista do formato propriamente dito, mas também do conteúdo. Dentro deste cenário, enxergo dois legados muito claros para as empresas: o primeiro é um processo de mudança de mindset. Da porta para dentro, a liderança teve que se adequar a um novo estilo de gestão ao trabalhar remotamente com seus times. As reuniões presenciais deram espaço às conversas por Skype, Zoom, Hangouts, Webex. E acredito que a maioria percebeu que os resultados chegam do mesmo jeito. Em alguns casos, o fato de economizar tempo de deslocamento no trânsito até aumentou o grau de satisfação dos colaboradores. O segundo legado que esse vírus trouxe é a aceleração do processo de digitalização das empresas. Não apenas dessas ferramentas internas que já citei, mas principalmente da porta para fora. Pelo lado de marketing, a televisão voltou a ganhar relevância como mídia e outros formatos surgiram, como as diversas lives levando entretenimento e informação nos canais digitais. Pelo lado dos negócios, a criatividade foi fundamental para pensar em formas de manter a atividade e, inclusive, no caso da Audi, lançar um carro. Não qualquer um, mas o Audi e-tron, o primeiro veículo 100% elétrico da marca, que carrega toda uma mudança de imagem com ele. O que seria um evento presencial com cerca de 300 participantes, entre clientes, convidados e jornalistas, virou o primeiro lançamento por streaming da nossa história, com quase 1,5 mil pessoas assistindo. Respeitamos todas as recomendações oficiais de distanciamento, quantidade mínima de participantes, uso de máscaras, e o resultado foi um sucesso. Outro exemplo foi a série de conversas entre nossos embaixadores e par-

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ceiros no Instagram da marca. Foram quatro lives com as participações de Alex Atala, Bia Figueiredo, Cassio Reis, Enzo Celulari, Isabelle Drummond, Lucas Di Grassi e Marco Pigossi. Eles debateram temas como sustentabilidade, empreendedorismo, esportes, automobilismo, cultura, carros elétricos e tiveram em média 400 participantes simultâneos. Publicamos também o livro de 25 anos da Audi no Brasil no nosso site e promovemos diversas ações voltadas para o cliente: extensão da garantia dos veículos por três meses e dos prazos de manutenção nas revisões programadas e criação do Audi Service Até Você, um iniciativa para clientes proprietários acima de 60 anos, em que é possível acionar nosso 0800 e programar uma manutenção sem sair de casa – um caminhão-plataforma busca o carro na casa do cliente, leva até a concessionária, realiza o serviço e o devolve. Esses são alguns exemplos da Audi. O que fica de lição é que, precisamos estar atentos ao ambiente externo para exercitar nossa criatividade e capacidade de adaptação. Afinal, nas crises colocamos todo o nosso aprendizado e experiência em prática. E sairemos dessa fase melhores e mais fortes. Saiba mais em: audi.com.br AudiBrasil @audibr @AudiBR

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A PR E SEN TA

JORNADA INTERIOR Como estar perto de quem você ama em período de afastamento. Não isolamento POR PIERANGELLI MORA

Ao viver este momento de quarentena, resolvi parar e prestar um pouco mais de atenção ao que está acontecendo. Percebi algo extraordinário. De alguma forma, passamos a ser mais donos do nosso tempo. Em um cenário no qual o trânsito já não é mais um elemento que justifica não fazer determinadas coisas, o tempo passou a ser totalmente administrado por quem o tem nas mãos. Mas a grande questão é: o que estamos fazendo com ele? Comecei minha pesquisa de campo com todos: amigos, clientes, parentes e até eu mesma. Somos alvos da fatídica pergunta: quais descobertas você tem feito nesses tempos de quarentena? Descobri que a aeróbica, algo que antes era um tormento em minha vida, passou a ser elemento de certo prazer. Ainda não posso dizer que é puro prazer. Ouvi diversas respostas interessantes – “Estou adorando arrumar meus armários”, “Nossa, detestava cozinhar, e agora estou até fazendo bolo”, “Estou preocupado por gostar da preguiça” –, mas uma me tocou profundamente: “Estou descobrindo novas formas de estar cada vez mais perto de quem amo”. Ali parei. E fui mais a fundo. Como assim? Estamos isolados, afastados. “O que você tem feito?”, perguntei. O tempo estava curto e, então, ela me convidou para um café virtual. Aceitei na hora, já que precisava entender mais o que ela estava fazendo. Imaginava o que poderia ser e fiquei ainda mais intrigada quando ouvi “cada vez mais perto”. Fui ao encontro, abri a câmera e me deparei com uma cena incrível. A mesa estava posta. Havia um bolo que tinha acabado de assar e um café quentinho sendo coado na hora (amo de paixão). Lá estavam também duas xícaras. E eu estava apenas com a minha presença.

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Senti-me sendo acolhida. Ali comecei a perceber toda a diferença do estar cada vez mais perto de quem se ama. Ela marcava encontros com queijo e vinho, filme e pipoca. Organizou até balada com as amigas. O empenho e o carinho dela na hora dos encontros, além de todo o capricho com os detalhes, fizeram com que eu percebesse o quanto se conectar faz a diferença. Puxa, que incrível tudo isto! E tudo proporcionado por um computador Acer. Bons equipamentos sempre criam boas experiências. Percebi que do mesmo jeito que não estamos paralisados, mas apenas parados, não estamos isolados, apenas afastados. A partir dessa experiência, procurei aderir a encontros regados a ambientes virtuais com mais charme e elegância, dignos de estar cada vez mais próximo de quem amo. Até a próxima!

Para mais informações: acer.com.br facebook.com/AcerdoBrasil @acerdobrasil @acerdobrasil

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A inovação nunca pareceu tão boa. 26/06/20 17:03


ENTR E V ISTA

DO LADO DO BEM Diretor-executivo da Panasonic do Brasil, Sergei Epof fala sobre a atuação da empresa no combate à pandemia

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esiliência é uma palavra-chave para a Panasonic. A companhia japonesa de 102 anos sabe bem como enfrentar crises. Ainda que a pandemia do novo coronavírus tenha aspectos inéditos, a experiência da empresa serviu para contribuir cada vez mais com a sociedade e melhorar a vida das pessoas. Nas palavras de Sergei Epof, diretor-executivo da Panasonic do Brasil, a companhia está trabalhando para reduzir o impacto da Covid-19 em colaboradores e comunidades mais carentes. “A Panasonic está ajudando a enfrentar a pandemia no Japão, Brasil, China, Índia, Indonésia, América do Norte, Tailândia e Vietnã. Essas ações são pensadas de acordo com as necessidades locais e o compromisso de que as doações cheguem realmente ao destino.” Como a pandemia afetou a Panasonic no Brasil? O nosso maior compromisso é com as pessoas e o impacto que podemos deixar na vida delas. Com os nossos colaboradores, estamos comprometidos em garantir a saúde de cada um. Entre abril e maio, paralisamos as fábricas e alocamos nossos funcionários para trabalho remoto, no caso do time administrativo. Para a continuidade das operações, implementamos medidas preventivas rigorosas. Também orientamos os colaboradores sobre procedimentos de higienização e proibimos as viagens.

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A experiência da Panasonic Japão em outras crises graves (guerra, tsunami, terremoto) serviu para ajudá-los aqui no Brasil a ter protocolos mais eficientes? Desde 1918, quando Konosuke Matsushita fundou a Panasonic, a empresa produz com o objetivo de melhorar a vida das pessoas e superou inúmeros desafios. Entre eles, a Segunda Guerra Mundial e a ocupação por tropas estrangeiras no período pós-guerra. A resiliência do nosso fundador durante essas graves crises e os nossos valores ainda tão atuais norteiam todas as tomadas de decisão. O que imagina ser importante no mundo corporativo daqui para a frente? Do ponto de vista organizacional, visualizo duas competências que todos os profissionais terão que desenvolver: 1) resolução de problemas complexos – com as ferramentas de buscas na Internet, nos acostumamos a encontrar respostas fáceis e, com isso, deixamos de lado a capacidade de refletir sobre um tema e de encontrar soluções. Em um momento como este, em que não encontramos a resposta em nenhum buscador, fica clara a necessidade de aprofundar as discussões e fugir das respostas prontas; 2) Inteligência emocional, ou seja, saber lidar com as emoções mesmo em situações de extrema pressão e estresse. Um grande aliado é o autoconhecimento. E como a Panasonic atuou ao redor do mundo? No Japão, a Panasonic forneceu máscaras N95 e luvas de borracha para comerciários. Doou ainda purificadores de ar às instituições de saúde. Além disso, um robô de entrega autônomo foi implantado em hospitais para transporte e deslocamento de amostras médicas. Na China, as ações são voltadas à doação monetária, equipamentos e soluções tecnológicas. Já na Índia, estamos trabalhando com a disseminação de informação médica, além de doação de máscaras e desinfetantes. Para a América do Norte, estamos atuando com doação monetária e provisão de produtos e soluções para instituições de saúde, além da entrega de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Por fim, Indonésia, Tailândia e Vietnã também estão sendo apoiados com doação monetária e produtos para instituições de saúde. E no Brasil? Foram muitas iniciativas. Doamos kits de prevenção em comunidades de São Paulo e entregamos eletrodomésticos para o espaço de isolamento em uma escola no Jardim Ângela. Fizemos doações de pilhas para o Hospital de Campanha do Pacaembu, 12 unidades do Sancta Maggiore – Prevent Senior e 64 unidades da rede do SUS (Sistema Único de Saúde). Essas UPAs e UBSs serão abastecidas durante 12 meses. Fornecemos também 1,8 tonelada de polipropileno para a fabricação de máscaras face shield. Além disso, doamos 500 cestas básicas para famílias em Manaus. Por fim, a Panasonic se uniu ao

“O nosso maior compromisso é com as pessoas e o impacto que podemos deixar na vida delas. Estamos comprometidos em garantir a saúde de nossos colaboradores”

Amigos do Bem e doou 20 televisões do modelo Smart de 40 e 50 polegadas para famílias da região de Buíque, no Agreste de Pernambuco. O piloto Lucas Di Grassi participou do desenvolvimento de um aparelho de luz ultravioleta para sanitização de vagões do metrô. A Panasonic colaboraria com um projeto desses? Achei o projeto muito bacana e penso que, nesse momento, toda ajuda é bem-vinda para frear a disseminação da doença. A Panasonic está sempre aberta a novas ideias, fomentando a inovação e em busca de contribuir para a sociedade em todas as suas iniciativas, mas um projeto como esse demanda alguns estudos de viabilidade. Teremos uma demanda reprimida de consumo no segundo semestre? Esperamos um crescimento mais moderado. Alguns setores da indústria terão recuperação mais rápida que outros, mas isso não afeta a nossa confiança. Como uma empresa centenária, que atua em mais de 200 países, seguimos preparados para operar. O Brasil segue sendo um mercado estratégico para a Panasonic e vamos continuar crescendo e investindo no país. TP Para saber mais: panasonic.com.br

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PÍLULAS DE EMPATIA Em tempos de isolamento social, a iniciativa Casa Tegra em Casa tornou-se um lugar de convivência digital

Quando um projeto é consistente, ele é vai muito além da arquitetura e da engenharia. Ultrapassa os limites de um lugar físico e torna-se uma ideia. A Casa Tegra é assim. Não tem fronteiras. Inaugurada em 2018, a casa é um hub de convívio e relacionamento localizado na rua Oscar Freire com a rua da Consolação, área nobre da cidade de São Paulo. De forma gratuita, o espaço oferece descanso, wi-fi e um local agradável para as pessoas possam conviver, trocar experiências por meio de talks, palestras e exposições. Ela oferece discussões de temas diversos como arquitetura, urbanismo, tecnologia, inovação, mobilidade, sustentabilidade, arte e design. As pessoas têm a possibilidade de ter contato com o palestrante, nos seus segmentos de atuação. Era possível se inscrever e participar desses talks, quando eram realizados presencialmente. Mesmo nesses tempos de pandemia em que as pessoas não podem mais se encontrar, a iniciativa não parou. Agora, está em operação a Casa Tegra em Casa, que leva conteúdo de qualidade com o intuito de melhorar a vida de quem está em quarentena. Esse projeto apresenta vídeos curtos. São pílulas semanais nos canais da Tegra no IGTV e no YouTube. A programação é bem diversificada. Há um conteúdo muito rico para as mães, por exemplo. É o caso da apresentação de Gabi Menezes, mãe, psicóloga e criadora de conteúdo para o Instagram. Ela apresentou o vídeo “Mãe Superpoderosa” e destacou: “Ser mãe é um processo desafiador. A rotina vira de ponta-cabeça. Precisamos levar todos os processos com leveza. O filho se torna prioridade. Mas eu também tenho de estar bem. É importante ter uma rede de apoio. Isso é fundamental para que eu não me sinta sozinha”. Já atriz Vaneza Oliveira (série 3%, da Netflix) apresentou “Dicas produtivas e culturais para a quarentena”. Suas sugestões são preciosas: “Movimente seu corpo, nem que seja dançando, escreva projetos e aprenda uma nova língua. E aqui vai uma dica de leitura: Becos da Memória, de Conceição Evaristo.” Enquanto isso, a nutricionista Fernanda Imamura abordou a “Alimentação como autocuidado na qua-

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rentena”. Foram palavras preciosas para melhorar a relação das pessoas com a comida. Igualmente relevantes foram as observações de Monique Mayumi, pedagoga e especialista em psicomotricidade, que participou do vídeo “Como estamos educando nossas crianças”. Ela faz um alerta fundamental na relação das crianças com a tecnologia: “Não podemos negar que as telas (celulares, tablets e computadores) têm ocupado um espaço central do nosso cotidiano. Isso afeta o desenvolvimento afetivo, cognitivo, motor, social, linguístico e sensorial das crianças. Sem controle, a imagem virtual esgota o desejo infantil”. Além desses assuntos, a inciativa digital apresentou vídeos sobre técnicas de meditação e como lidar com a ansiedade. A saúde mental das pessoas é um dos assuntos mais importantes nesse período. Esses conteúdos contribuem para melhorar a qualidade de vida. Por isso, discussões a respeito do cotidiano fazem com que as pessoas se sintam mais próximas umas das outras e também da própria Casa Tegra. Trata-se de uma comunidade virtual de empatia. Tem cultura, literatura, psicologia e muita conversa. Esse espírito mantém o projeto em atividade, mesmo que fisicamente esteja de portas fechadas. O seu propósito ultrapassou um endereço. Chegou à casa de todos. Para mais informações: casategra.com.br facebook.com/tegraincorporadora @tegraincorporadora @tegraincorporadora

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Construindo hoje o seu amanhã A Tegra acredita que é no presente que começamos a planejar o amanhã. Por isso, com 42 anos de história e mais de 82 mil clientes, a Tegra constrói empreendimentos com alma para todos os momentos da sua vida. Com presença em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, já desenvolveu mais de 100 mil imóveis, tudo para você viver em um lugar com conforto e personalidade. A gente sabe que, quando um Tegra fica pronto, o seu sonho acaba de nascer. Tegra. Imóveis com personalidade. Para conhecer todos os nossos imóveis, acesse tegraincorporadora.com.br

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A RTI GO

AS LIÇÕES DO FUNDADOR DA PANASONIC Konosuke Matsushita ensinou a liderar com propósito e empatia em tempos de crise POR FABIO RIBEIRO, GERENTE GERAL DA PANASONIC

Há pouco menos de dez anos, comecei minha relação com a Panasonic. Nesta década, pude ver como, mais do que uma empresa que fabrica produtos de excelente qualidade, essa marca japonesa de origens humildes e uma história fascinante de mais de um século é uma organização com propósito. Konosuke Matsushita, fundador da empresa que hoje é a Panasonic, começou a trabalhar aos 9 anos e aos 23 abriu seu próprio negócio. Os primeiros anos foram difíceis, e Konosuke só conseguiu fazer a pequena empresa familiar decolar quando percebeu que precisava ter um propósito maior do que apenas “vender aparelhos elétricos”. Formulou um Objetivo de Gestão e uma Crença Corporativa, deixando claro e registrado o porquê de a Matsushita Electric Manufacturing Works existir: “Visamos nos devotar ao desenvolvimento da indústria nacional, para fomentar o progresso e promover o bem-estar geral da sociedade”. A Matsushita enfrentou desafios como a 2ª Guerra Mundial, e, com o pós-guerra, o boom econômico e a demanda por produtos de consumo eletroeletrônicos transformaram a empresa em uma gigante da emergente indústria japonesa. Em 1964, os lucros caíram pela primeira vez desde 1950. Houve uma grande convenção da rede de distribuição. A reunião foi tensa, com os distribuidores e os executivos trocando acusações sobre a responsabilidade pela crise. Konosuke assumiu o controle. Afirmou que, antes de culpar os distribuidores, a própria empresa deveria reconhecer onde errou. Assumiu pessoalmente e reestruturou o departamento de vendas, dando maior autonomia às diversas divisões, e introduziu um plano de aumento de salários atrelado à produtividade. Com esses dois movimentos, as vendas cresceram vertiginosamente. Em 1968, quando a Matsushita completou 50 anos, Konosuke apresentou a contrapartida a esse investimento da empresa nas pessoas. Os funcionários deveriam, cada um, se sentir como donos do negócio e assumir suas responsabilidades individuais enquanto trabalhavam harmoniosamente em equipe. Assim, ele evitou o que poderia virar uma tendência de “relaxamento” administrativo com o crescimento da empresa. A história do fundador da Panasonic é um exemplo impecável do que eu con-

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sidero uma liderança efetiva. Em 2012, assumi a área de Trade Marketing e, inspirado por algumas leituras sobre liderança e o exemplo de Konosuke, comecei a fazer workshops com os times de promotores. A área tinha um problema de alto turnover, e percebi que, para quebrar esse ciclo, eu teria que me conectar de forma mais profunda com aquelas pessoas. Comecei tentando ajudá-los a encontrar seu propósito, aquilo que os faz sair da cama todas as manhãs – seu Ikigai, antiga expressão da região de Okinawa que significa justamente a “razão de viver” e ajuda explicar por que os habitantes de Okinawa estão no topo da lista de longevidade e felicidade. Quando eles falavam sobre seu propósito, a preocupação com a família, o futuro dos filhos, sempre aparecia. Comecei a usar cada vez mais a família para obter essa conexão e desenvolvi a empatia. Conseguimos reduzir o turnover de 20% para 2% na área e obter resultados cada vez melhores por meio do Trade Marketing. Em abril de 2019, aceitei o desafio de liderar não apenas essa área, mas todo o marketing da Panasonic no Brasil, podendo estender esses workshops a toda a empresa, do chão de fábrica à alta diretoria. HISTÓRIA VIRTUAL Em 5 de maio, a Panasonic completou 102 anos de história. Todos os anos, nesta data, lembramos do Dia da Fundação, com uma cerimônia especial na sede da empresa, em Osaka, no Japão, na qual é distribuído o Prêmio do Presidente para as equipes que mais se destacaram entre as várias subsidiárias da Panasonic espalhadas pelo mundo. Neste ano, devido à situação com o

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Apresentação sobre Konosuke Matsushita, fundador da Panasonic, inspirou todos os times da empresa

novo coronavírus, o evento presencial foi cancelado. Eu estaria no Japão, para receber o Prêmio do Presidente representando o time da Panasonic do Brasil pelo crescimento no segmento de linha branca no mercado brasileiro. Em minha trajetória na Panasonic, sempre pensei em como a conduta do nosso fundador poderia nos trazer resultado na prática. A cada projeto, existe uma sintonia muito especial com nossos valores. Ganhar um prêmio dessa grandeza me faz pensar que estamos no caminho certo e que devemos seguir os pensamentos e princípios dessa filosofia. Isso nos traz o significado para uma única conquista – trabalho em equipe, definição que move os nossos resultados para a gratidão por esse reconhecimento. Quando temos um propósito alinhado aos princípios da companhia, todo o trabalho se torna uma oportunidade de desenvolvimento vivo. Sete anos atrás, quando assumi o projeto de Trade Marketing no Brasil, nosso pensamento era único: “People First”. Desenvolver pessoas antes de produtos foi a nossa base para a evolução do mercado brasileiro em Consumer. Não tínhamos a maior equipe, nem o maior investimento, mas tínhamos vontade e dedicação para focar o desenvolvimento humano. Independentemente da posição ou cargo, nós consideramos que cada colaborador pudesse buscar sua própria essência, a razão pela qual realizava seu trabalho. Os desafios passaram por uma mudança de cultura, na qual o resultado vem depois do reconhecimento e não ao contrário. Assim, não construímos profissionais, mas sim pessoas que puderam encontrar a sua paixão na Panasonic.

Condicionar o futuro a resultados faz parte do nosso contexto como espectadores de nosso trabalho. Saber reconhecer o potencial individual das pessoas, para que possamos somar a uma causa, talvez seja nosso maior desafio como gestores ou seres humanos. Acreditamos que todos possam desenvolver sua capacidade e consciência de contribuição ao próximo, não somente em sua individualidade, mas acima de tudo como um único objetivo comum entre todos nós, todas as áreas, buscando em One Panasonic o sentido real da nossa Filosofia Básica da Administração. Nesta situação de pandemia, com muitas incertezas sobre a duração e profundidade da crise sanitária e das inevitáveis consequências econômicas, estamos vendo claramente a diferença que faz ter lideranças que coordenam os esforços para conter o vírus e aliviar o sofrimento das pessoas guiadas pelo propósito e empatia. Não só nos governos e nas entidades de saúde, mas no setor privado, nas universidades e institutos de pesquisa, nos hospitais, nas ONGs, nas associações comunitárias, novas lideranças estão surgindo e se destacando e, felizmente, muito está sendo feito. Tenho certeza de que teremos em breve motivos para comemorar e estaremos juntos novamente, tendo vencido esse que é o maior desafio da nossa geração, até porque acredito que “Somos todos seres humanos antes de profissionais”. TP Saiba mais em: panasonic.com.br facebook.com/panasonic.br @panasonicbrasil

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G A R AG EM

FUTURO ACELERADO Primeiro carro 100% elétrico da Audi, o e-tron reúne estilo, potência e silêncio. E mais: chegou para fazer história

O futuro pisou no acelerador e chegou mais cedo do que o previsto. É possível colocar na conta do novo coronavírus essa “queima de etapas”. Porém, dez entre dez montadoras já tinham uma convicção muito antes disso: a mobilidade será elétrica. Não por acaso, a Audi manteve o lançamento do e-tron mesmo em um período tão conturbado. O seu primeiro modelo 100% elétrico é histórico e já representa uma nova era para o próprio setor. A Audi cumpriu à risca a promessa feita no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018. O e-tron chegou ao Brasil em abril deste ano, após fazer sua estreia em outros mercados.

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“É um veículo extremamente inovador e incrível de dirigir, que traz todas as características de esportividade, conforto e praticidade de um grande Audi”, afirma Johannes Roscheck, CEO e presidente da Audi do Brasil. O cartão de visitas do Audi e-tron impõe respeito. Este SUV tem dois motores elétricos que geram uma potência de 408 cv e 664 Nm de torque. Com isso, vai de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos. Já sua velocidade máxima é de 200 km/h (limitada eletronicamente). Toda essa potência se revela sem ruído. Escuta-se apenas um baixo ruído dos pneus no chão. Nas palavras do piloto e empreendedor Lucas Di Grassi, o

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NOVO MUNDO Ao lado, câmeras de alta resolução que atuam com a função do retrovisor. Abaixo, compartimento com abertura elétrica para carregamento de energia

e-tron é um carro completo. “Ele é capaz de entregar a esportividade de um carro esportivo de altíssima potência, com o espaço de um SUV”, afirma o campeão da Fórmula E da temporada 2016/17 e embaixador da marca. “Esse é o carro mais completo que eu já tive. É o meu carro favorito. É o máximo que a Audi desenvolveu até hoje em um só carro”. A empolgação do piloto não é sem motivo. Durante a apresentação oficial do e-tron, ele explicou que é grande a emoção de dirigir o SUV 100% elétrico e que ele não deve em nada a nenhum veículo à combustão – mesmo sem o rugido do motor. “Com um torque desses (664 Nm), você vai grudar no banco e suas lágrimas de emoção vão escorrer pelo rosto em direção à traseira do carro”, empolga-se. A tração integral do veículo também está um degrau acima na evolução do tradicional sistema quattro da Audi. Na divisão de forças, a parte dianteira tem 135 kW de potência e 309 Nm, enquanto a traseira gera 165 kW de potência e 355 Nm. Com capacidade de enfrentar qualquer terreno, o carro apresenta distribuição regulada entre os dois eixos. Geralmente, o motor elétrico traseiro é o mais usado. Isso garante a eficiência de que o SUV precisa. Quando necessário, a tração é redistribuída para o eixo dianteiro e possibilita vencer obstáculos.

A alimentação acontece por meio de um sistema de baterias de íons de lítio. Elas são dispostas em 36 módulos de alumínio, localizados no assoalho do veículo. As baterias pesam 700 kg (de um total de 2.490 kg do carro). Com todo esse peso, o centro de gravidade do SUV é semelhante ao de um sedã. Para recarregar, basta plugar em tomada simples de 110V ou aquelas de alta tensão. “É tão fácil e seguro que meu filho de 1 ano e meio já faz isso”, contou Di Grassi. A montadora anunciou um investimento de R$ 10 milhões para instalar 200 pontos de recarga até 2022. Em relação ao design, o veículo é igual a um utilitário convencional. A não ser por um detalhe: o retrovisor. No lugar desse item tradicional, estão câmeras de alta resolução. Esses equipamentos transmitem para telas touchscreen localizadas nas portas dianteiras. O Audi e-tron chega ao Brasil em duas versões: Performance e Performance Black. Esta versão de topo apresenta itens como bancos dianteiros de Alcântara e sistema de som Bang & Olufsen 3D, com 16 alto-falantes. O novo modelo chega em meio à pandemia da covid-19, porém já é uma resposta a outra crise: a climática. A Audi tem o compromisso de neutralizar suas emissões de carbono até 2050. Para isso, o e-tron é um passo decisivo. TP audi.com.br

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NA FRENTE DA FLOTILHA Modelo Oyster Perpetual Yacht-Master II tem alma de velejador

Como um bom relógio esportivo que se preza, o Oyster Perpetual Yacht-Master II, da Rolex, é robusto e impermeável. Permite descer a 100 metros de profundidade, mantendo-se estanque com total segurança. Mas não foi criado exatamente para os mergulhadores, e sim para outra vertente dos amantes dos esportes náuticos: os velejadores. A Rolex, como se sabe, empresa de pulso, tornou-se um braço de apoio ao iatismo ainda nos anos 50 do século passado. Desde aí vem reunindo uma imbatível flotilha de modelos destinados aos skippers e suas tripulações. O primeiro Yacht-Master despontou em 2013. O mais recente acaba de ser lançado, mantendo, como principal atrativo, como seria de supor, um preciso timer. Trata-se de um marcador regressivo, de 10 minutos a 0 minuto, que auxilia o velejador, por exemplo, nas largadas e na aferição do tempo de navegação entre uma boia e outra. O mecanismo, acionável com o posicionamento do bisel de cerâmica ultrarresistente, também tem inúmeras serventias no dia a dia, em terra firme e longe das raias. Até mesmo prosaicas, como estabelecer com rigor o tempo de cozimento de um ovo. Para facilitar ainda mais a leitura na agitação das regatas, o Yacht-Master II tem o mostrador branco. Além disso, é um relógio grande, embora confortável, com caixa em diâmetro de 44 milímetros, produzido com Oystersteel, liga imune à corrosão, derivada daquela utilizada na indústria aeroespacial. No Brasil, o modelo pode ser encontrado na Corsage. TP rolex.com corsage.com.br

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SĂŁo Paulo | Presidente Prudente

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C A LI G R A FI A

POETA DE LETRAS A partir da criação de um diário, o então publicitário Fabio Maca encontrou um novo ofício: a caligrafia POR RAPHAEL CALLES Existem pessoas que preferem dar um tempo nas telas luminosas para se voltar ao papel e à caneta. Isso pode significar até a mudança de uma vida inteira. Assim ocorreu com Fabio Maca. Ele somava 15 anos de carreira como publicitário e nove Leões de Ouro em Cannes na prateleira. Em 2013, largou cargos de destaque em agências do porte de JWT e DPZ para se tornar calígrafo. A folha em branco e uma caneta se tornaram ao mesmo tempo profissão e expressão de uma arte. A nova carreira proporcionou a Maca um outro arsenal de ferramentas de comunicação e abriu diversas possibilidades. Ele trabalha na identidade de marcas, editoriais e lettering para campanhas. Sua atuação atraiu a atenção do

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mercado. Uma das marcas que mais se identificaram com ele foi a Montblanc. Maca se tornou um amigo da maison. Fez trabalhos de caligrafia para a Montblanc e participou do lançamento da primeira edição da caneta Pequeno Príncipe, no Mosteiro de São Bento, em 2018. Na ocasião, escreveu frases em cartões-postais que eram entregues aos convidados. Além disso, deu um workshop de caligrafia no lançamento da caneta Calligraphy, ano passado. Não por acaso tornou-se presença constante nos eventos da marca. Stella Artois, Natura e Salvatore Ferragamo também o procuraram para escrever novas histórias e falar com seus públicos.

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TERAPIA A nova carreira, na realidade, é fruto da criação de um diário. Esse ato simples veio a partir das sessões de terapia e da necessidade de organizar os pensamentos. “Quando eu materializava a informação, ela se organizava em mim também. Eu podia estar em contato comigo mesmo.” Mas a visão crítica sobre a própria letra não tardou a chegar. “Ela não refletia quem eu estava me tornando.” O processo de compreensão de sua personalidade também tomou forma pelas letras. O hábito, o processo de autoconhecimento, a criação do diário e a compreensão da própria letra levaram Maca a uma guinada na carreira. “Parecem a mesma coisa, mas uma é sobre o conteúdo e outra é sobre a forma”, conta da nova atividade, que abraçou com prazer. “Parece que a vida dá um fade-out. E você está simplesmente mexendo a mão.” Como descreve Maca, a sensação de bem-estar vai além da criação de letras. A escrita pode ser uma excelente opção de distração, autoconhecimento e relaxamento. “A gente tem uma baita sorte, porque a letra faz parte de nós. Então facilmente podemos tirar cinco minutos para escrever algo e olhar para a nossa letra”, diz Maca. “É louco, porque começamos a falar de coisas muito emocionais, como é o cheiro da tinta, como ela se esparrama em determinado papel.” Para Maca, o ato de escrever diários tem um significado muito além da carreira. É uma forma de se manter no prumo. Se tiver uma Montblanc em punho, muito melhor. TP Para saber mais: montblanc.com.br | @montblanc

Fábio Maca transformou escrita em arte

Caneta tinteiro Meisterstück com pena de ouro e inscrição “4810”

PARA ESCREVER E SENTIR A Montblanc sempre desenvolve novos instrumentos de escrita. Eles agradam o público em geral e profissionais como Fabio Maca. Os produtos da empresa alemã passam por rigorosíssimos testes de qualidade. Dentre eles, apenas as penas que não arranham ou se prendem ao papel e, portanto, geram um som contínuo na escrita, passam pelo crivo da marca. Um dos instrumentos mais simbólicos da maison é a caneta Meisterstück, de resina preciosa, com três anéis no corpo, um deles com a inscrição “Meisterstück”. A versão tinteiro tem pena de ouro com a inscrição “4810”, em referência à altura do ponto mais alto do pico Montblanc, na fronteira entre França e Itália. Para 2020, a maison apresenta a terceira e última edição especial em homenagem à obra de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe. A obra final celebra o diminuto planeta B-612. O instrumento exibe resina em cor borgonha com detalhes em ouro champanhe.

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A JOALHERIA BRASILEIRA ALÉM DO EIXO RIO-SÃO PAULO A pluralidade regional que está alçando diferentes marcas ao sucesso POR MARCIA CROCE, DIRETORA DA DGNG DESIGN & NEGÓCIOS, CONSULTORIA ESPECIALIZADA NO SETOR JOALHEIRO

O Brasil é o quinto país mais extenso do mundo e essa dimensão territorial é acompanhada por uma pluralidade climática e cultural que faz com que os setores da economia tenham diferentes facetas para atender aos variados estilos e demandas dos consumidores, como é o caso da joalheria. Se considerarmos que na mesma hora podemos ter 12 graus na região Sul e 24 graus no Nordeste, o uso de joias sofre considerável mudança. No frio, como as pessoas estão com seus corpos mais cobertos, peças como brincos e anéis de visual discreto são mais exibidas. Nas regiões mais quentes, onde as pessoas estão mais desnudas, é mais comum o uso de pulseiras e colares maiores. Além disso, os sulistas têm preferência por joias monocromáticas, geralmente de ouro amarelo e diamantes, e de design mais tradicional, enquanto os nordestinos e nortistas priorizam joias de ouro amarelo polido com pedras preciosas coloridas, e design de formas sensuais e com movimento. Já em São Paulo, as joias de ouro branco são as “queridinhas”, consequência da influência internacional que impera na cidade. No Rio de Janeiro a predileção é por joias de ouro amarelo fosco ou acetinado. Diferenças como essas são algumas das muitas que, ao longo de 25 anos de experiência no setor, identifico que ajudaram as joalherias a se posicionarem muito bem regionalmente. Se antes o foco das compras era o eixo Rio-São Paulo, essa centralização do consumo perdeu força com o desenvolvimento do país, favorecendo a abertura de novas empresas e a profissionalização daquelas já estabelecidas. As marcas regionais que estão harmonizando o mix de produtos – definido de acordo com as características locais - com os conceitos de luxo ao seu DNA estão tendo sucesso. A personalização e a exclusividade, principalmente em relação ao atendimento, favorecem os vínculos emocionais com a marca e seus vendedores. Além disso, os consumidores também têm vínculo com suas cidades e se valem de uma facilidade geográfica quando se identificam localmente com as grifes que representam seu lifestyle. Ao acompanhar de perto muitas dessas joalherias por meio das consul-

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torias, posso dizer que elas estão alçando voos mais altos, ganhando inclusive destaque em relação às das capitais paulista e fluminense, e que o upgrade na gestão, principalmente no branding, ainda tem revelado muita criatividade nos produtos. O desenvolvimento de coleções próprias é uma encomenda crescente na minha empresa. Essa preocupação das marcas em ofertarem produtos customizados tem resultado em uma joalheria brasileira muito plural. Um dos produtos que acabou nascendo fruto dessa demanda foi o “DGNG Book: Interpretando Tendências”, pois entendemos que as empresas estão investindo na tradução das macrotendências, nacionais e internacionais, para aplicação no negócio local. E isso tem culminado em um porta-joias cada vez mais “decodificado”, que os consumidores agradecem. Se antes havia uma barreira cultural para aquisição de joias pela internet, com essa pandemia ela diminui bastante e a tendência é deixar de existir. E, com isso, o público está conhecendo novas marcas nacionais, novos produtos regionais, e essa descoberta por aquilo que não está em nosso radar cotidiano já se tornou um “novo normal”. Convido vocês a descobrirem também todas as facetas da joalheria brasileira! Saiba mais em: dgng.com.br DGNGdesignenegocio/ @dgng_designnegocio

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Rachel era chamada de “O Corpo”, com todas as maiúsculas que suas medidas perfeitas mereciam

POR DANIEL BENEVIDES*

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ergunte a um sapo o que é beleza. Ele vai dizer que é sua fêmea, com seus olhos arregalados, o ventre amarelo.” O sapo dessa citação de Voltaire nunca viu Raquel Welch, senão, mesmo sendo sapo, mudaria de ideia. Jo Raquel Tejada é a personificação da beleza. Não à toa, seu apelido em Hollywood era “O Corpo”. Um corpo que tinha as medidas perfeitas – de acordo com qualquer avaliação empírica e também com a ciência: as maçãs do rosto salientes; a cintura fina; os largos quadris; o par de peitos volumosos; os olhos amendoados; a boca carnuda... E foi assim, como Fêmea superlativa, que ela apareceu no filme Um Milhão de Anos Antes de Cristo, aos 26 anos, mal coberta por um biquíni feito de pele, musa suprema das cavernas. Papel mais do que adequado para alguém que desperta os mais salutares instintos primitivos. Diálogo memorável: “Me Loana... you Tumak”. E precisa mais? Alguns brasileiros afortunados tiveram a visão de Raquel ao vivo. Quando morreu seu pai, um engenheiro aeronáutico boliviano, ela ficou tão chocada que veio derreter a tristeza sob o sol de Búzios, seguindo o exemplo de outra antecessora lúbrica, La Bardot. Mas vamos ao começo: 1940, um ano explosivo, sob todos os aspectos. No dia 5 de setembro nasce em Chicago a mulher mais sexy do mundo, como a classificaria, duas décadas depois, a revista Time. Aos 19 anos, aquela estonteante filha de uma descendente de John Quincy Adams (o sexto presidente

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dos Estados Unidos) e sobrinha de Lidia Gueiler Tejada, presidenta da Bolívia (realmente beleza e poder andam juntos...), em 1959/1960, já aparecia em outdoors e peças de teatro. Pouco depois, separada do primeiro marido, que lhe deixara o nome Welch e os dois filhos, ela tentou a sorte como hostess, modelo, mulher do tempo na TV, enquanto batia de porta em porta nos estúdios de Hollywood. VIAGEM FANTÁSTICA Não foi assim tão fácil quanto pode parecer para quem vê suas fotos. Mas quando começou a fazer participações em seriados conhecidos, como A Feiticeira, sua imagem despertou os espectadores da modorra habitual e excitou o faro dos produtores. Em pouco tempo aquele sorriso branco e convidativo – um farol para os náufragos do amor, como diriam os de entusiasmo mais poético – associado ao estonteante conjunto de curvas tornaria Raquel a última de uma linhagem em extinção, o chamado star system, que revelou Marilyn, Ava Gardner, Rita Hayworth e todas aquelas sereias de encanto mortal dos anos 1940 e 50. Viagem Fantástica foi o primeiro veículo na telona. Num papel (literalmente) pequeno, ela faz uma cientista que é reduzida ao tamanho de um átomo, como parte de uma equipe que entra no corpo de um sujeito em coma pela da carótida. Nada palpitante, apesar da artéria. Mesmo assim, quando ela abre o zíper de seu macacão sisudo, revela o porquê do título “fantástica”. Entre os

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Ela foi a mulher mais fotografada da América. Mas nunca posou nua. Nem mesmo quando saiu na revista Playboy. Pode ter sido um diferencial

cenários risíveis e algo kitsch para os padrões de hoje, há alguns momentos de erotismo acanhado, como na cena em que o galã tem de tirar pedaços de glóbulos brancos que haviam se enganchado nos seios de Raquel. No mesmo ano (1966) seguiu-se o mencionado filme na era cenozoica. A essa altura ela já era a mulher mais fotografada da América. Curiosamente, nunca posou nua, nem mesmo quando saiu na Playboy com o epíteto bastante justo de “mulher mais sexy dos anos 70”. Talvez esse tenha sido um diferencial. Ao contrário das mais ousadas, ela fazia de seu generoso decote farto alimento para o mistério e a imaginação. Ou como bem disse certa vez Roland Barthes: “Não é o lugar mais erótico de um corpo o ponto em que o vestuário se entreabre? Em que a pele cintila entre duas margens (a camisa entreaberta)? É essa própria cintilação que seduz, a encenação de um aparecimento-desaparecimento”. ALÉM DO DECOTE Não à toa, aliás, seu insuperável vale, rivalizado apenas por Sophia Loren, dá título ao livro de memórias que lançou em 2010, Além do Decote, no qual se revela romântica, religiosa e discreta, preferindo falar mais de dicas de beleza para a mulher madura – assunto em que se especializou com um best-seller sobre ioga (The Raquel Welch Total Beauty and Fitness Program, 1984), uma inusitada e bem-sucedida linha de perucas com seu nome e de seu rosto nas campanhas da MAC – do que dos filmes ou mesmo da matéria de que são feitas as fofocas. Nesse último quesito, deixa pistas ou sugestões de que, além dos quatro maridos, teria conhecido biblicamente Elvis Presley, Frank Sinatra, Dean Martin e mais alguns de fama estelar. Com Martin contracenou num curioso western melo-

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dramático, chamado O Preço de um Covarde, de 1968, em que vive uma jovem viúva sequestrada pelos ladrões de banco que mataram seu marido. Não é preciso dizer que sua beleza derrete a estupidez dos fora da lei (inclusive um envelhecido James Stewart); e que ela, que havia sido comprada pelo inescrupuloso consorte por meras cinco vacas e um revólver, se deixa também encantar pela sensibilidade que existe debaixo da casca dura e barba cerrada dos criminosos. No ano anterior, Raquel havia feito outro papel pequeno, mas de encher os olhos. Em O Diabo É Meu Sócio ela é a própria Luxúria (“Lilian Lust, the baby with the bust”), uma das assistentes do Diabo. Quando surge no quarto de um atrapalhado Dudley Moore dizendo “trouxe uma coisa para você comer” e depois vai tirando a blusa para “sentir os poros respirando”, por mais ingênuo que hoje pareça, com tanta banalização do sexo, é como se voltássemos a ser meninos e víssemos uma mulher seminua pela primeira vez. Para completar, ela dança sinuosamente em cima do balcão com um biquíni e um longo colar de pérolas – a própria perdição. (Um aparte: o que seria dos biquínis sem Raquel Welch?) A dança, aliás, era outra de suas habilidades. Num multimilionário programa para a TV que gravou em várias cidades do mundo com o cantor Tom Jones (Raquel!, de 1970), ela aparece cantando e movimentando o corpo nos mais diversos trajes e

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Com Jim Brown em 100 Rifles e linda, leve e solta em Um Milhão de Anos Antes de Cristo

ritmos – há até uma sequência de cafonice vintage em que faz uma coreografia cósmica com robôs do espaço. Mais tarde, no final dos anos 1980, iria se pôr à prova em dois dos maiores sucessos da Broadway, substituindo Julie Andrews em Vítor ou Vitória? e Lauren Bacall em Woman of the Year. Ela chegou até a gravar, em 1987, um single de dance music, This Girl Is Back in Town. Mas foi com os filmes 100 Rifles (1969) e Homem e Mulher até Certo Ponto (1970, baseado no livro Myra Breckinridge, de Gore Vidal) que ela testou mesmo os limites de sua enorme popularidade. No primeiro, enfrenta preconceitos ao realizar uma inédita cena de sexo interétnico com o ator negro Jim Brown. Eram ainda tempos de grande violência – física e social – contra os afrodescendentes; tempos também em que os “amarelos”, ou vietnamitas, eram inimigos supremos da nação – a própria Welch foi apresentar-se de shortinho e botas brancas ao lado de Bob Hope para os marines no Vietnã. No segundo, para surpresa e desapontamento dos mais conservadores, faz o papel de uma transexual que decide vingar-se dos homens que usurparam seu poder em Hollywood. O filme foi um tremendo fracasso e parte dele deve-se talvez à cena em que ela cavalga sexualmente um garotão meio estúpido com um maiô de Mulher Maravilha, e depois vai para a cama com uma jovem e ingênua Farrah Fawcett. Era demais para a época. Mas a verdade é que o filme era ruim mesmo e acabou determinando o fim do período áureo de Raquel no cinema. Com uma exceção: o divertidíssimo Os Três Mosqueteiros (1973) e sua sequência Os Quatro Mosqueteiros (1974). No papel de Constance, namorada de

D’Artagnan, ela nunca esteve tão simpática, bonita e sexy. As roupas de costureira da rainha, com aqueles decotes bastante generosos, lhe caíram como luva, assim como a personalidade vibrante, bem-humorada da personagem. O maquiavélico Cardeal Richelieu comenta, num dado momento, “afinal de contas, ela é apenas uma mulher”. Os milhares de espectadores e também os críticos discordaram, evidentemente. Não foi surpresa, portanto, que ela tenha ganhado o Globo de Ouro por esse filme, único prêmio importante em sua carreira. Depois vieram filmes esquecíveis e, mais recentemente, pequenas pontas em blockbusters divertidos, mas sem importância, como Corra Que a Polícia Vem Aí 33 e 1/3 (1994) e Legalmente Loira (2001). Melhor mesmo foi sua aparição antológica no último episódio da oitava temporada de Seinfeld, em que interpreta uma prima donna decadente chamada... Raquel Welch. Hoje, aos 79 anos, ela continua bem bonita, mas reclamou, após o divórcio do último marido, que os homens só querem saber das mulheres bem mais novas. Talvez, mas a prova de que sua beleza marcou para sempre o imaginário coletivo está em uma cena de Um Sonho de Liberdade: para disfarçar a entrada do túnel que estava cavando, o prisioneiro Tim Robbins coloca um pôster de Raquel Welch. Ou seja, simbolicamente ela tem ao mesmo tempo a força de hipnotizar e ludibriar os homens, a ponto de esquecerem suas obrigações, e de abrir as portas para a liberdade, a felicidade, o prazer. Discreta, mas excelente homenagem. TP (*) Daniel Benevides é editor da revista Cult mas já passou pelas redações da Trip, Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Bravo, Rolling Stone, Vida Simples, Criativa e Vogue. Foi VJ e diretor da MTV, TV Cultura e RedeTV.

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The sound of silence Na música a ausência de som tem uma notação, a pausa. John Cage compôs uma obra apenas com ela e Villa-Lobos, ao contrário, extraiu melodia da mudez das montanhas

POR RODRIGO PASSOS FELICÍSSIMO*

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uando recebi o convite da revista THE PRESIDENT para escrever sobre o tema The sound of silence estava praticamente de malas prontas para uma viagem a Nova York, onde faria um curso de regência promovido pela Astoria Symphony Society. Ao entrar no avião, dois dias depois, levava comigo pensamentos insistentes sobre o que escreveria. Ideias errantes se entrecruzavam em minha mente, perseguida pelos primeiros versos da música de de Paul Simon, cantada por Simon & Garfunkel: “Hello darkness, my old friend, I´ve come to talk with you again”… Conheci The Sound of Silence, composta nos anos 60, na regravação feita ao vivo durante o concerto que marcou o reencontro da dupla em 1981, atraindo 500 mil pessoas ao Central Park. A música e a própria viagem coincidiam assim, na geografia de meus estudos, com uma silhueta de Nova York desenhada por Heitor Villa-Lobos sobre uma fotografia da cidade. Como preparação para meu doutorado, dediquei-me na época a pesquisar a New York Skyline Melody, peça composta por Villa no primeiro semestre de 1940 em Paris. Provocado por um jornalista da revista americana Life a demonstrar seu método de composição em Melodia das Montanhas, apresentado pouco antes no pavilhão brasileiro da histórica World Fair de 1939 em Nova York, o maestro demorou exatamente 1 hora e 50 minutos para, sobre a foto estendida pelo próprio jorna-

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lista, criar a peça de 2 minutos e 50 segundos em que interpreta musicalmente a skyline da cidade. Comentarei mais adiante sobre esse método colocado em prática pela primeira vez por Villa-Lobos em 1935, para “ouvir” a melodia guardada há milhões de anos pelo relevo do Pão de Açúcar contra o céu do Rio de Janeiro. Suspensos em minha viagem introspectiva, bailavam também os silêncios fundamentais da obra do grande compositor de vanguarda John Cage, o “filósofo da música”, que nas décadas de 40 e 50 já provocava os ouvintes a escutar o silêncio em suas composições e a sentir os ruídos espontâneos dos ambientes como sendo musicais. Em outro cantinho de minha memória, esvoaçava ainda a poesia de João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas: “o silêncio é a gente mesmo demais.” Muitas vezes, quando buscamos o silêncio, estamos realmente pensando em uma imagem, um cenário interior. O silêncio em si, aquele cujo limite absoluto Cage procurou conhecer ao entrar em uma câmara anecoica (uma sala projetada para anular todos os ruídos, tanto de ondas sonoras quanto eletromagnéticas) da Universidade de Harvard, esse não existe. Uma vez lá dentro, o compositor ainda ouvia dois sons, um agudo e um grave. O primeiro era seu sistema nervoso trabalhando; o segundo, o pulsar de seu coração e do sangue correndo em suas veias.

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John Cage e Villa-Lobos: eles apreciavam ouvir o silĂŞncio

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Mas o silêncio também, como o sertão de Rosa, está em toda parte. Na música ele tem uma notação, a pausa, tão importante numa composição quanto a nota, pausa que Cage também levou aos últimos limites na obra para piano 4’33’’ (4 minutos e 33 segundos), composta apenas de silêncio. Em sua primeira apresentação, o pianista manteve as mãos sobre o instrumento em gesto imóvel, interrompido apenas para abrir e fechar o tampo do teclado nas mudanças de movimento. Primeiro as tosses, os cochichos, as conversas, depois a ira da plateia, vaias, protestos encheram de sons o auditório (essa a composição aleatória que Cage queria fazer ouvir). Está certo Rosa: o silêncio é a gente mesmo, demais... Também quando nos acreditamos mergulhados em silêncio, nos parques ou em plena mata, a natureza (e dependendo do lugar o rugido de pneus contra o asfalto, de motores e estampidos vindos de ruas ou estradas nos arredores) nos entra pelos ouvidos em tonitruante polifonia de água correndo, vento soprando, canto de pássaros, trinado de cigarras e tantos outros sons característicos dessas paisagens. Formei-me em Regência pela Universidade Santa Marcelina, mas fiz mestrado em Geografia, na Universidade de São Paulo, estudando as (paisagens sonoras) do percurso do migrante do sertão de Minas Gerais para São Paulo. Soundscape é um conceito criado pelo músico e pesquisador canadense Murray Schafer, que se dedicou a estudá-lo para a composição musical e se tornou um crítico da poluição sonora da moderna sociedade industrial. Não se trata aqui de desvelar todo o significado dos sons nos domínios da metrópole ou no universo rural. O que importa ressaltar é a mudança drástica pela qual o homem moderno vem passando nos grandes centros urbanos, cuja paisagem sonora nos ensurdece cada dia mais. O sujeito metropolitano desenvolveu um ouvido ‘branco’, alienado, que recalca os sons ao seu redor para se defender do caos em que vive. IN THE QUEST OF SILENCE E foi assim, entre tantas considerações dispersas, que desembarquei em Nova York para dez dias de intensa atividade musical durante os quais, paradoxalmente, me encontrei diversas vezes num estado de espírito que se tornou para mim o signo dessa estadia: in the quest of silence. A cidade fervilhante de ruídos e de movimento ganhou nessa busca uma paisagem sonora particular, crivada de silêncios, algumas vezes uma melodia em tom menor, como a composição de Villa sobre sua skyline: se-

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Nova York: os ruídos urbanos “compõem” a própria música

gundo ele, a silhueta de Nova York lhe sugeria essa tonalidade mais melancólica, intimista, enquanto a cidade mesma soaria em tom maior, mais alegre, extrovertido. Percorrendo diariamente longos trajetos de metrô para ir ao curso, deparei-me “ouvindo” o silêncio da multidão de passageiros, pessoas de todas as nacionalidades que, se falassem, soariam como uma Babel, mas não conversavam. A maioria estava sempre virtualmente em outro lugar do mundo, presa aos seus smartphones mandando mensagens, transformando o espaço real do metrô num impressionante vazio. Outra intensa experiência de silêncio que vivi aconteceu às 9 horas de uma manhã no Lincoln Center, quando fui, com os outros participantes do curso, assistir a um ensaio do maestro italiano Ricardo Muti com a filarmônica de Nova York. Enquanto os músicos afinavam os instrumentos e aqueciam os dedos, criando aquele caos sonoro típico das orquestras antes de começar a execução da música, saí de mansinho por um largo corredor acarpetado e, atravessando salas cobertas de fotografias de grandes instrumentistas, me encontrei num enorme saguão envidraçado. Em contraste com o ambiente sonoro atordoante do qual havia saído, um silêncio majestoso pareceu envolver a visão da Metropolitan Opera, da New York Public Library of Fine Arts e da Juilliard School, descortinadas juntas dali. Depois de já ter ido várias vezes a Nova York e até morado nos Estados Unidos com meus pais, quando adolescente, foi nesse momento que senti toda a inspiração artística e musical da cidade impressa nessas magníficas construções, num insight inesquecível.

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Murray Schafer levantou a possibilidade de a paisagem sonora do mundo ser uma “composição macrocósmica”

O silêncio me rondou ainda nos finais de tarde, quando as atividades do curso nos levavam a uma igreja ao lado da Juilliard. Era lá que nosso professor, o maestro Kirk Trevor, nos fazia reger a orquestra da Astoria Symphony Society, cada aluno por 15 minutos. Durante oito dias eu regi o vibrante 4º movimento da Sinfonia da Primavera, de Schumann, e formando com ele um contraste tremendo, o 2º movimento do Concerto Para Piano nº 4 de Beethoven. Este é o momento mais introspectivo dessa obra, marcado por longas pausas que permeiam o diálogo entre o piano e a orquestra e culminam numa linda “cadenza” do solista, mantendo os demais músicos em silêncio denso e ainda mais expressivo naquele ambiente. MELODIA DAS MONTANHAS Murray Schafer levantou a possibilidade de a paisagem sonora do mundo ser uma “composição macrocósmica” e nós os compositores, responsáveis por sua “orquestração”. Villa-Lobos viu na paisagem silenciosa das montanhas uma melodia escondida, que “orquestrou” por meio de um método curioso. Numa explicação bem simplificada, consistia em desenhar os contornos das montanhas em folha de seda sobre fotografias, e depois transportá-los para um papel milimetrado, convencionando o valor das figuras e a altura dos sons a partir de dois eixos, um horizontal e um vertical. Cada quadradinho valia uma semicolcheia, dois uma colcheia e assim por diante. A melodia surgia dessa forma praticamente pronta, desenhada. Villa chamou a esse método, que usou também como exercício de composição no canto orfeônico, de “gráficos para gravar as melodias das montanhas do Brasil” e, posteriormente, apenas de Melodia das Montanhas. Com ele, quis ultrapassar as criações do folclore ou de ou-

tros compositores para dar ao país uma música realmente nativa, incrustada em suas rochas, inscrita em seus contornos. “Lá está a minha música, minha inspiração”, disse olhando o Pão de Açúcar de sua janela, conforme relata uma reportagem da revista Time em abril de 1940. O maestro brincou com esse método que lhe permitia “escutar” qualquer relevo – como fez com a skyline de Nova York –, de 1935 a 1944. Nesse período compôs a Sinfonia nº 6 – Sobre a Linha das Montanhas do Brasil, da qual, além de Pão de Açúcar, fazem parte músicas de outras elevações como a Serra da Piedade, em Minas Gerais, que Villa considerava uma síntese do Brasil. O método interessou a muitas pessoas como meio de criar melodias imprevistas e foi criticado por outras que deploravam seu uso como uma espécie de “máquina de compor”, que não exigiria inspiração. Mas o maestro nunca se ateve à racionalidade das linhas e diagramas friamente, recorrendo a adaptações nos contornos, quando necessário, para o bem da melodia. Além disso, quem sabe essas músicas não estavam mesmo guardadas há milhões de anos no silêncio de pedra dos morros, esperando por quem soubesse escutá-las? Olavo Bilac ouviu estrelas. Por que Villa-Lobos não ouviria montanhas? TP (*) Rodrigo é pesquisador pós-doc em musicologia pela USP e da Faculdade de Artes da Universidade de Helsinque e PhD em processos de criação musical pela ECA-USP.

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A mais completa Um especialista põe a lume a rica receita multicultural de nossa querida feijoada

POR ARMANDO COELHO BORGES*

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feijoada é a iguaria mais “esparramada” da cozinha do Brasil. Não cabe no prato. Mesmo a chamada “feijoada simples”. Ou a chamada “feijoada completa” – que é, por definição, uma receita “incompleta”, na qual mais ingredientes são bem-vindos. Chama-se “prato”, mas é uma “refeição”. Nós, leigos, “sócios-atletas” do clube dos apreciadores da “feijoada”, só não fazemos a “feijoada” porque já a fazem pra nós. Almas caridosas a doar-se com ingredientes apetecíveis para conquistar o paladar dos outros. Gente boa. Sim, às vezes, a curiosidade faz levantar os olhos do prato fumegante e povoa de indagações a mente. Como começou tudo isso? Quem foi o primeiro a misturar tudo? Mais uma garfada, um gole na bebida. Hoje, a “feijoada” assume o papel de prato nacional. E é aí que os problemas começam. “O paladar”, como diz mestre Luís da Câmara Cascudo, “não é tão universal como a fome. Há distinções, resistências, peculiaridades, imposições misteriosas para o entendimento”. A fauna e a flora comparecem no prato em graduação calorífica sensível. Parece que o brasileiro nasceu para gostar da “feijoada”. Em tudo e em torno, faz parte da paisagem. E da palheta do pintor. Os estrangeiros estão fora do quadro. No entanto, se eles provarem e se tiverem sensibilidade gustativa exploratória – e se a “feijoada” for bem feita –, podem gostar muito e incluírem-se na cena.

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Os exemplos salpicam pelo mundo. A “feijoada”, hoje, é prato bem rodado. Muitos restaurantes no exterior servem “feijoada”. O prato nacional brasileiro entra em livros de receitas no estrangeiro: “stufato di fagioli neri alla brasiliana”, “Brazilian bean-stew’, “fabada brasileña”, “Brasilianischer Bohneneintopf”, “cassoulet brésilien”. E assim por diante. ORIGENS E MITOLOGIA Primeiro, a mitologia. É lenda que os escravos tenham catado restos de comida da mesa e na cozinha da casa-grande (engenhos de açúcar, minas de ouro e fazendas de café) para criar mistura de feijão com farinha, que resultou a “feijoada”. Isso não passa de romantismo deslocado. E falso. O padrão alimentar do escravo, dos séculos 18 e 19, continua sendo farinha de mandioca ou de milho, o angu, às vezes um pouco de feijão e gordura, quando der. Alimentar pouco a mão de obra é garantir que o custo não prejudique o investimento do patrão. Entre os primeiros a rebater o mito, está Luís da Câmara Cascudo, autor da magnífica História da Alimentação no Brasil (Edusp, 1981). O prato não veio da África. Veio da cozinha lusitana por intermédio do “cozido” português. Debret visualiza o prato que comeu no Brasil: “Um monte de diversas espécies de carnes e legumes de gostos muito variados, embora (esse o detalhe) cozidos juntos”. Presentes: carne fresca, carne-seca,

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paio, toucinho, lombo de porco, linguiças, couve, repolho, batatas, cenouras, nabos, vagens, abóbora, cebolas, alhos. E... feijão-branco. Desse cozido português, chega ao lume, quase naturalmente, a ideia (que foi genial, diga-se) de esquentar e incluir os feijões mais populares no Brasil, o “preto” e o “mulatinho” (conforme a preferência da região). Sumiço nos grãos portugueses. Esquecem o feijão-branco (mas ele vai voltar, adiante). Também aparece o arroz, sempre como suplemento. As carnes e verduras já estavam presentes, e nasce aí, finalmente, a “feijoada”! Feita no Brasil, concepção “europeia”, material brasileiro. Nasceu bastardinha, de pai desconhecido, mãe meio incerta, mas cresceu forte e se tornou imperatriz no desfile das cozinhas regionais. É isso, mer’mão. Tios ou primos da “feijoada”: o “bolito misto italiano”, o “puchero sul-americano”, a “pilota catalã”, a “fabada valenciana ou asturiana”, o “cassoulet de Toulouse, de Carcassone” (panela de barro, feijão-branco, porco, carneiro, ganso, pato, toucinho de suíno no couro). E outros parentes distantes. Mestre Cascudo ensina. Só se diz “feijoada” quando há carne e verduras. O feijão com carne, água e sal é apenas “feijão”. “Feijão ralo”, de pobre. “Feijão de todo-dia” (embora mãos talentosas façam milagres para engrossar e ter sustância). De qualquer forma, há muito espaço entre “feijoada” e “feijão”. Aquela subentende carnes de mais de uma espécie, legumes, hortaliças e temperos. A “feijoada completa”, no século 19, foi privilégio das casas particulares. Nos restaurantes, com pequenas exceções, não se fixaram. Ainda. Há registros esparsos em jornais sobre a “feijoada à brasileira” em Pernambuco, em 1833, e no Rio de Janeiro, em 1849. O memorialista Pedro Nava, em Baú de Ossos (Ed. Sabiá, 1972), testemunhou o restaurante carioca da rua General Câmara, chamado G. Lobo, fundado no século 19, mas que fechou as portas no início do século 20. Esse mestre Lobo teria disseminado o hábito de servir feijoada, com “feijão-preto”, muito apreciado pelos cariocas, a outros restaurantes do Rio, de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Um parêntese que pode interessar. Lady Isabel Burton era a esposa católica de Richard Burton, aventureiro, explorador, tradutor (do Kama Sutra, As Mil e Uma Noites), escritor, linguista, etnólogo, poeta, diplomata, espião, soldado. Ele foi cônsul britânico em Santos (SP). O casal (!) traduziu para o inglês Os Lusíadas e ela escreveu uma história de sua vida, publicada em 1897. Isabel traduziu, também, o romance Iracema, de José de Alencar, para o inglês. No seu diário, queixava-se dos mosquitos “borrachutes”, e achava o cão “fela” (fonético, “fila”) parecido com “bulldog”. Ela e Burton falavam bem o português. Isabel era bonita, gostava de feijão e farinha e sonhava com o cheiro da “feijoada”, até depois de dez anos longe do país. Confessou isso. O casal passou no Brasil de 1865 a 1888. Depois, o governo inglês enviou Burton para Damasco.

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Caipirinha? Não é a bebida ideal. Melhor cachaça purinha. Mas também vai bem com cerveja e até vinho Zinfandel

AS VARIEDADES NACIONAIS O domínio do “feijão-preto” na “feijoada” é tal que muitos brasileiros nem imaginam que possam existir outras cores. Talvez seja, mesmo, um domínio carioca, certo, mas há mineiros que pensam que foi inventada no seu estado. São Paulo tem tanta atração gastronômica que a maneira de apresentar a “feijoada”, os detalhes e os maneirismos, ultrapassa as suas fronteiras e dá exemplos aos outros. Em Porto Alegre, é um prato mais servido no inverno. Esse domínio do “feijão-preto” se estende por todo o Sul, Sudeste, Centro-Oeste e tem enclaves na Bahia. Dele, vamo-nos ocupar daqui a pouco. Outra grande região é o Nordeste, onde reina o “feijão-mulatinho”. A “feijoada” é diferente, por exemplo, em Pernambuco. Só usa “feijão-mulatinho”, carnes frescas (no lugar de embutidos) e legumes, como maxixe, quiabo, jerimum (abóbora) verde. Dessa mistura deliciosa, se bem temperada, fica-se logo freguês. Manoel Quirino (1851-1923), citado por Luís da Câmara Cascudo (ob.cit.), documentador da velha Bahia, registra uma “feijoada” praticamente sem vegetais. A condição sine qua non é que o feijão seja novo. Novo. O grão escolhido é o “feijão-mulatinho”. O feijão, a carne de charque, a carne verde e o toucinho são postos no fogo e tudo fica bem fervido. Adicionam-se linguiça, carne de porco, e finalmente moem-se a cebola, a pimenta-do-reino, o tomate e o alho. Com a mistura, tempera-se a panelada. Moacir Japiassu (em Danado de Bom!, ed. Ática)

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Feijão, sempre — é claro. Mas não necessariamente preto

fez um livro saboroso sobre as comidas nordestinas. A Feijoada do Bute (Bute é “diabo” no Nordeste) é um desses pratos. Feijão-branco (como foi anunciado), carne-de-sol, costela salgada, lombo salgado, rabo de porco salgado, pé de porco salgado, paio, linguiça, jerimum (abóbora) verde, maxixe, couve-manteiga, alho amassado, coentro verde picado, pimenta-do-reino. Experimente e tenha bom apetite. Não confunda com o “cassoulet” (ver linhas atrás). Na região dominada pelo feijão-preto, que é maioria, a “feijoada” é uma só, na base. Mas, em comparação, os ingredientes, o modo de fazer e a apresentação do resultado diferenciam as mãos “expertas” de umas e de outras. Além do cuidado nas escolhas das matérias-primas, também o serviço, a temperatura e as reposições pedem capricho e atenção especial. No domínio do “feijão-preto”, a “feijoada brasileira completa” que, já se sabe, por definição será sempre “incompleta”, vai levar, por exemplo, “feijão-preto”, carne de porco salgada, carne-seca, pé de porco salgado, orelha de porco, focinho, carne bovina fresca, linguiça, paio, toucinho, lombo de porco fresco. Da parte vegetal, comparecem: óleo, azeite, cebola, folhas de louro, couve, alho, cheiro-verde, laranja. E ainda: arroz, farinha de mandioca, farofa com ovos, torresmo, mandioca frita, pimenta-malagueta ou pimenta-do-reino preta (moída na hora).

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Na parte das bebidas, comparece, cada vez mais, o caldinho de feijão cozido, bem batido, temperado e grosso, como aperitivo. A caipirinha de cachaça, a meu ver, por conter açúcar ou adoçante, é “menas” indicada para fazer descer a “feijoada” ao comer. Já o “martelinho” de uma boa “branquinha”, sem gelo, é o que se pede a Deus. Pelo menos foi o conselho que o crítico literário Wilson Martins (São Paulo, 1921-Curitiba, 2010) me deu para “desobstruir” os canos. A “feijoada” agradece e pede passagem. Quanto à cerveja, desce bem, mas só se for de malte puro. Sei lá, a grande maioria não se enquadra nessa lei de pureza (alemã). Indico a Heineken e uma artesanal produzida em Pareci Novo, RS, pela Cervejaria Abadessa. Chama-se Cerveja Helles, em garrafas descartáveis de 1 litro (ou em barris). Eles também têm Cerveja Slava e Export Dortmund. Livres e soltas como a brisa. Aproveite a dica, sinta o gosto. Para “harmonizar” (eta palavrinha marota), já tomei “feijoada” com vinho Zinfandel, de Seghesio Vineyards, tinto da Califórnia. Sirva resfriado, saído da adega. Mas não esqueça de servir no sensacional copo Riedel especial para Zinfandel e Chianti Clássico (não é daqueles altos e bojudos), com 370 ml. Serve até para mais provas de vinhos. A diferença desse Zinfandel, nesse copo Riedel, pode ser cotejada com outro copo Riedel para Bordeaux, p.ex. aspire, agite, prove – em um e outro – e confira. Assim caminha a humanidade e lá se vão os segredos... SERVIDA NO BUFÊ São Paulo inventou a “feijoada de bufê”, com cada tipo de mercadoria num caldeirão separado. Segundo Paulo Cotrin, a inovação teria sido lançada no Hotel Hilton, em 1977, por Ricardo Tápia e José Luis Sousa Moreira, gerente na época. Há que considerar os 35 anos da Feijoada do Amaral, no Rio de Janeiro. Mas não tenho elementos para saber se servia em 1977 sua “feijoada” empratada ou recorria a caldeirões separados. No mínimo, empate. Na música “Feijoada Completa”, Chico Buarque resume numa frase o que pode esperar a esposa do feijão: “Mulher / Você vai gostar / Tô levando uns amigos pra conversar” / ... / O resto é silêncio. TP (*) Gaúcho radicado em São Paulo, Armando Coelho Borges (1937-2003) foi crítico de restaurantes de Veja-SP. Advogado, relações-públicas e um gentleman verdadeiro, colaborou com THE PRESIDENT desde o primeiro número.

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À caça do cheiro perdido Cada um de nós tem sua madeleine proustiana, que pode levar à mãe, ao pai, ao trem

POR NINA HORTA *

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ngraçado é que os cheiros que nos fazem relembrar não são geralmente os de todo dia. Principalmente na infância, são aqueles que nos surpreendiam de algum modo, nos agradavam, nos irritavam, eram fortes demais, ou doces, ou acres. Do cheiro da mãe e do pai todo mundo lembra. A mãe que não suava nunca, e tinha cheiro de Bois Dormant, o perfume da época. O pai também, muito urbano, e sabido, usava Cuir de Russie. Este último, um perfume que pode rivalizar com as descrições de vinho. Cheiro de estábulo, de cavalos suados, de cachimbos ingleses, chocolate. Tenho vontade de comprar os dois perfumes, mas o da mãe não se fabrica mais, só reaparece de vez em quando numa essência nova, e o perfume do pai só acho no Ebay, mas fantasticamente caro e tenho medo que ainda por cima não seja o mesmo de antes, o que seria uma decepção terrível. O primeiro cheiro, na cabeça de todo mundo, é o de trem. Aquele monstro preto e brilhante que nos mudava de lugar, era um mistério adulto correndo pela noite adentro, passando por casinhas iluminadas com muitas vidas que não eram as nossas, e os vagões sacolejando, e a incrível benesse do vagão restaurante, bife e batata frita, ovos mexidos, café, leite, torradas. Torradas e geleia. Era então que sabíamos que

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íamos crescer, que aquele cheiro seria nosso sem pudores, num mundo de brilho e segurança adulta. Dos cheiros, este é o mais inexplicável, pois que cheiro terá um trem de ferro, seus trilhos, sua prata? CHEIRO DE LIVRO Com o trem chegava-se a algum lugar. Podia ser a fazenda, roça, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou Santos. Aí o nariz enlouquece, a casa da vó do Rio, ou melhor, só me lembro do apartamento, tinha cheiro de papinhas de frutas, de fechado, de escuro, de velhice cuidada a purês de maçã e leite Ninho, sussurros, poucos convidados ao quarto resguardado. Mas, lá mesmo no Rio, as lixeiras dos prédios, não havia prédios sem lixeira, azeda, permeando toda a área de serviço. E ao meio-dia, na área central dos edifícios fabricava-se uma sinfonia de frituras, de bifes, de costeletas, de peixe, principalmente. Só saindo à rua é que o mar englobava tudo, era bom, saudável, sexy, todos se sentiam meio bonitos à beira-mar plantados. Em Minas, ou nas fazendolas de Minas, era um cheiro limpo, largo, misturado com água de riacho, com lambaris de prata, com lama do fundo, bagres de bigodes, pensativos. E cocô de galinha. Em Minas tem um excesso de cocô de

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galinha, dele não se escapa, seja a pessoa nobre ou a de enxada na mão. Cheiro de pomar, também, não daqueles pomares tratados, com árvores de tronco pintado de branco, mas cheiro de grotões de mangueiras deslizantes de musgo, mangas com manchas pretas ou mangas sapatinho, verdes, fibrosas, enfiadas nos dentes. Mas os cheiros não nos assolam só vindos da natureza. Tem cheiro de fundo de mala de couro, que é uma mistura de borracha velha, de lápis de cor apontado, do próprio couro grosseiro, e dos medos de professora, da saída de casa para aquele ambiente inóspito do colégio. E o cheiro do colégio era de chão encerado, do piano que tocava “cachorrinho está latindo”, do giz da lousa, do quadrado de areia. Em casa não se tinha grande coisa, só a mesa de passar roupa, a empregada debruçada, o linho limpo, a goma, o vapor do ferro, tudo com fundo de novelinha de rádio da Sarita Campos. As roupas das meninas, o algodão Bangu de pintinhas, e o cheiro que atravessou a década, de permanente Tony, feito em casa. Para quem cheirava tudo, há o cheiro de todos os livros, dos velhos, do avô, na estante giratória, capa dura de couro, tudo escrito em outra língua. E os primeiros livros lidos, a Condessa de Ségur, Mark Twain, antes a cartilha meio ensebada de tanto manuseio. Cheiro de livro é inebriante, nunca abro um livro sem cheirar muito. Poços de Caldas tem cheiro de flor, de mel, de tardes ensolaradas, mas amenas, uma paz de estação de águas só rompida pela água sulfurosa que remete ao inferno, a Satã e seus bodes velhos. As compensações, pois não. Paraty assalta com cheiro de manjericão e citronela para evitar os bichos. PALAVRA COM GORDURA Há um livrinho, A Mente e a Memória, do psicólogo Luria, que se tornou um clássico. É o estudo de caso de um sujeito que se lembrava de absolutamente tudo que jamais lhe acontecera, daqueles

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Palavras gostosas. Cores de sons, sons de sabores, cheiro das cores, das texturas

Livro do psicólogo A.R Luria é um clássico sobre memórias extraordinárias

que acabam num circo ou em shows de TV, repetindo páginas inteiras submetidas a ele na hora, de trás para frente, de frente para trás. Foi uma das memórias mais extraordinárias de que já se teve notícia. Transformava sons e cheiros em imagens visuais e não tinha uma linha separando a visão da audição ou o tato do paladar ou do olfato. “Ele sente sons uniformes e finos e cores ásperas. Tonalidades salgadas e cheiros brilhantes, claros ou cortantes.” Todos os sentidos funcionando ao mesmo tempo, e o que caísse ali não era passível de se deletar. Ficava na caixa de saída, ou na de entrada, até na lixeira, mas com a associação apropriada vinha à tona. Reconhecia as palavras não pelas imagens que elas evocavam. Era uma espécie de sentido geral. “Reconheço uma palavra não apenas pelas imagens que ela evoca, mas por todo um complexo de sentimentos que a imagem desperta. É difícil explicar, não é uma questão de visão ou de audição, mas uma espécie de sentido geral que possuo. Geralmente experimento o gosto e o cheiro de uma palavra.” O gosto e o cheiro das palavras. Resolvia o que iria comer em função

do nome da comida, do som. Achava uma bobagem quando lhe diziam que maionese era um molho gostoso. Como poderia ser? Mesmo em português, “maionese” é uma palavra engordurada, besunta os lábios. Um “molho de ovo” já é mais seco, porque foi evitado o “z” do azeite, azeite viscoso. “Óleo” tem menos gordura, mas “oleoso” não escapa do colesterol. Uma vida difícil e complicada. E palavras gostosas. Cores de sons, sons de sabores, cheiro das cores, das texturas. Que gosto teriam as coisas mais estranhas com seus cheiros, a vida permeada de sabores, além de canja de mãe, o cheiro da madrugada, cheiro de lojas de armarinhos, de uma rosa quase preta, cheiro de desfile de moda, mercado de flores, pé de jabuticaba, defesa de tese no Departamento de Filosofia da USP, exposição de cachorros na Água Branca, a Quinta Sinfonia de Mahler, cheiro de caneta Bic? Desafio para todos nós, “os normais”, à caça do cheiro perdido. (*) Nina Horta (1939-2019) foi uma das principais colunistas de gastronomia do Brasil. Escritora, banqueteira e empresária, Nina venceu o prêmio Jabuti em 2016 e escrevia para a Folha de S.Paulo.

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O ponto da cura A acupuntura chinesa venceu preconceitos. Hoje é a segunda prática médica do Ocidente

POR SILVANA ASSUMPÇÃO*

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e há um ponto em torno do qual as medicinas oriental e ocidental se encontram em simbiose perfeita, apesar de seus radicais antagonismos, ele não é um ponto: são centenas ou milhares deles, que os chineses começaram a mapear na superfície de nossos corpos milênios atrás. Espalhados sobre pele e ossos, músculos e nervos, eles são como portais abertos para os caminhos por onde, de acordo com a filosofia natural chinesa, circula nossa energia vital – o Chi. Estamos falando, claro, dos pontos de acupuntura (do latim acuss – agulha, e punctura – picada), cuja cartografia já soma algo entre 1.500 e 2.000 locais determinados – todo ano pesquisadores descobrem mais alguns. Mas na prática terapêutica concreta utilizam-se quase sempre os 365 estabelecidos pela tradição. “As necessidades para além disso são muito raras”, afirma o médico acupunturista chinês radicado em São Paulo Jou Eel Jia, um dos maiores especialistas da técnica no Brasil. Embora os fundamentos da acupuntura – que supõem a circulação de Chi por canais os quais se ramificam para todos os nossos órgãos – passem a léguas do racionalismo científico ocidental, ela já é, segundo Jia, a segunda especialidade mais praticada de toda a medicina ocidental, depois somente da clínica médica.

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A própria denominação “acupuntura” é ocidental e foi dada pelo missionário padroado português no Oriente, Francisco de Jasso Azpilicueta Atondo y Aznares de Javier, o São Francisco Xavier, no século 16. Atribuem-se a ele as primeiras notícias no Ocidente sobre a técnica, que viu ser utilizada com sucesso no tratamento do cólera. O chinês usa outra nomenclatura, que significa “agulha e calor”, uma vez que o tratamento tradicional é sempre associado à moxabustão (que se acredita ser mais antiga que o uso de agulhas), ou estimulação dos pontos pelo calor da moxa – espécie de bastão feito da fibra da artemísia que queima lentamente, como um incenso ou charuto.Outras formas tradicionais de acupuntura são a ativação dos pontos com ventosas e massagem. Suas bases modernas foram estabelecidas na dinastia Ming (1368–1644), com a publicação de O Grande Compêndio de Acupuntura e Moxabustão, de Yang Jizhou, no século 16, que traz detalhadas descrições dos 365 pontos. Note-se que na China as dissecações eram proibidas, não existindo a anatomia como disciplina. Pode-se dizer, portanto, que a técnica da acupuntura foi um impressionante saber médico construído apenas pela observação superficial do corpo por meio dos sentidos, especialmente o tato.

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NIXON NA CHINA Quanto ao uso da técnica na Antiguidade, a datação mais aceita estabelece as origens da acupuntura em torno de 1.000 a.C., sendo que o documento inequívoco mais antigo sobre ela é de cerca de 100 a.C.: O Livro de Acupuntura (ou O Tratado de Acupuntura) do Imperador Amarelo (Huan Ti Nei Su Wen). A obra, apresentada na forma de perguntas feitas pelo imperador amarelo a seu ministro, Ch’i Po, já foi então uma compilação de tradições acumuladas por séculos. A primeira descrição do tratamento feita por um médico ocidental apareceu por volta de 1680, elaborada pelo alemão Willem Ten Rhijne, que era empregado da Companhia das Índias Ocidentais. Uma nova onda de interesse despontou no século 19, com o surgimento de artigos em diversas publicações científicas. Mas foi nos últimos 40 anos que a acupuntura se tornou a mais utilizada forma de tratamento complementar associado à alopatia em todo o mundo, totalizando só nos Estados Unidos, onde essa contabilidade é minuciosa, mais de 10 milhões de atendimentos anuais. Contribuiu largamente para essa difusão o inesperado marketing de um dos acontecimentos políticos mais importantes do século 20: a visita do presidente americano Richard Nixon à China, em 1972, que já virou até ópera. Tendo como pano de fundo esse histórico capítulo da abertura entre as potências em conflito na Guerra Fria, a acupuntura ganhou enorme visibilidade quando Nixon e sua comitiva, como parte de sua programação na terra de Mao Tsé-Tung, assistiram a uma cirurgia de grande porte com o paciente acordado, anestesiado apenas pelo uso das agulhas. Já então, desde o início da década, muitos americanos e europeus começavam a interessar-se por terapias alternativas, acompanhando o interesse que eclodia por tudo que era oriental, em especial entre os jovens, naquele período animado pela contracultura. A própria Organização Mundial da Saúde reconheceu a técnica chinesa como método de “tratamento complementar” em 1970, status que ainda não se modificou, mas está em discussão, segundo Jia. Isso porque a acupuntura, já declarada também Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela Unesco, em 2010, é considerada sem rodeios uma “prática médica” em vários países. O Brasil foi um dos pioneiros (depois apenas da Alemanha e da França) a conceder à técnica esse reconhecimento, primeiro pelo Conselho Federal de Medicina, que a declarou “especialidade médica” em 1993, e depois pela Associação Médica Brasileira, em 1998. Isso aconteceu em grande parte graças ao trabalho de Jia, que imigrou com a família para o Brasil ainda adolescente, aqui se formou pela Escola Paulista de Medicina (EPM), da Unifesp, e depois se especializou em acupuntura na China. Foi ele que organizou o 1º Congresso Médico

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Pontos espalhados sobre pele, ossos, músculos e nervos, são como portais por onde, segundo a filosofia natural chinesa, circula nossa energia vital – o Chi.

de Acupuntura no país, em 1987, sediado pela própria EPM. A partir de 1990, introduziu a disciplina na pós-graduação da escola e no Hospital do Servidor Público Municipal. “Nos anos 1970 acupuntura ainda era vista como coisa meio mística”, diz. “As pessoas se assustavam ao imaginar que a manipulação de algumas agulhas poderia curar uma enxaqueca ou melhorar um quadro de hipertensão. Só nos anos 1980 o mundo acadêmico, aqui no Brasil especialmente a Escola Paulista, começou a estudá-la de modo científico.” Jia também treinou centenas de acupunturistas em programas da Secretaria Estadual de Saúde e da prefeitura, além de atender em sua clínica, famosa pelos clientes notáveis do empresariado, das artes e da política. Entre eles, o ex-governador Geraldo Alckmin, que também é médico. Segundo Jia, a acupuntura é ainda oferecida pelo SUS em todo o território nacional e pode ser encontrada no âmbito dos diversos serviços de saúde estaduais e municipais do país. Mas, se instituições e organismos de saúde convencionais no Brasil e no mundo incluem a acupuntura entre seus tratamentos, algumas antigas discussões persistem. Uma investigação sobre a técnica em publicações médicas internacionais revela inúmeros artigos que põem em xeque seus princípios e eficácia, comparando os eventuais resultados positivos a efeitos placebo.

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O Brasil foi o terceiro país no Ocidente a reconhecer oficialmente a prática da acupuntura

Uma das alegações desses detratores é que a ciência não comprova a existência dos meridianos ou do Chi. Essa não seria, no entanto, a única maneira possível de explicar sua ação terapêutica. Segundo Jia, a base científica da acupuntura está no fato de seus pontos se ligarem às fibras dos nervos e se conectarem diretamente ao cérebro. “Pelo estímulo desses pontos libera-se uma série de substâncias como neuropeptídeos, neuroproteínas, neurotrofinas”, explica. “Elas transmitem mensagens capazes de modificar o circuito cerebral e promover mudanças fisiológicas que levam à cura. Dependendo do estímulo, você chega até a analgesia de cirurgias complexas.” O “DESABROCHAR” DE MAO Os próprios chineses foram buscar os fundamentos científicos da acupuntura e seu grande poder de analgesia, uma das mais populares aplicações da técnica, em meados do século passado, logo após a Revolução Comunista de 1949. Nos anos 1950 desenvolveram-se no país pesquisas demonstrando a liberação de neurotransmissores por meio da estimulação dos pontos de acupuntura, particularmente os peptídeos opioides – ou seja, anestésicos produzidos pelo próprio corpo. Apareceram também nessa época os institutos de pesquisa e departamentos de acupuntura em hospitais de molde ocidental, marcando um retorno às origens depois de um longo período de desprestígio da medicina tradicional no país. Desde fins do século 17 os chineses em contato com a cultura ocidental haviam começado a encarar sua própria medicina como supersticiosa e irracional. Embora a acupuntura persistisse entre a

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população, sobretudo nos meios rurais, sua prática foi sendo abandonada pela camada social mais culta e acabou excluída do Instituto Médico Imperial em 1822. O maior golpe viria em 1929, quando a prática foi considerada ilegal. Agradeça-se o novo impulso da acupuntura ao nacionalismo de Mao Tsé-Tung – e também à sua necessidade de reabilitar a medicina tradicional para poder levar atendimento de saúde à imensa população chinesa depois da revolução. Diga-se, porém, que ele próprio preferia a alopatia quando precisava de cuidados. O famoso “Desabrochar de Cem Flores”, período da história da China em que o Partido Comunista incentivou a expressão das mais variadas escolas de pensamento (e dentre elas as práticas tradicionais de medicina), durou pouco, extinguindo-se ainda na década de 1950. Mas pelo menos a bela e milenar semente da acupuntura frutificou. TP (*) A jornalista Silvana Assumpção já foi diretora de redação de diversas publicações e hoje escreve sobre economia, negócios, cultura e estilo para revistas como Carta Capital, Exame e Forbes.

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N EGÓ CI OS

Um brinde ao

sucesso AO C O M PL E TA R D E Z A N O S À F R E N T E DA F R E I X E N E T N O B R A S I L , O D I R E T O R E X E C U T I VO

FA B I A N O RU I Z

C O M E M O R A 1 M I L H Ã O D E G A R R A FA S V E N D I D A S A O A N O N O PA Í S

P O R WA L T E R S O N S A R D E N B E R G S º R E T R A T O S C L AU S L E H M A N N

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H H Á U M A D É C A D A , Q UA N D O FA B I A N O R U I Z A S S U M I U A D I R E Ç Ã O E X E C U T I VA DA F R E I X E N E T N O B R A S I L , A E M PR E S A E S PA N H O L A D E E S P U M A N T E S V E N D I A P O R A Q U I C E R C A D E 1 2 0 M I L G A R R A FA S A O A N O . E R A P O U C O PA R A U M A C O M PA N H I A I N S T A L A D A H AV I A 2 0 A N O S N O PA Í S , T R A Z E N D O B E B I DA S DE R E C O N H E C I DA R E P U TAÇ ÃO. ÁG I L E O U S A D O, RU I Z , U M PA U L I S T A N O C R I A D O N O B A I R R O DO CA MPO BELO E FORM A DO E M A DM I N I S T R AÇ ÃO DE E M PR E S A S, C O M E Ç O U A C O M A N DA R U M A R E VO L U Ç ÃO.

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Ele conhecia o mercado. Ainda muito jovem, largara uma promissora carreira de jogador de basquete — atuou pelo Sírio, Monte Líbano e Paulistano e foi categoria de base na Seleção Brasileira de Basquete, chegando a formar na mesma equipe do craque Marcel, campeão Pan-Americano de 1987 — para se tornar proprietário de bares e restaurantes. Depois disso, passou para o outro lado do balcão. Primeiro como embaixador da Maxxium, da vodca Absolut. Mais tarde, na área de vendas e marketing da Pernod Ricard. Ao ingressar na Freixenet, já então enfronhado nas nuanças do segmento, de cara tomou para a própria companhia a responsabilidade pela distribuição nacional dos produtos da Freixenet — antes reservada a importadores dispersos. Em seguida, empreendeu uma campanha incisiva para reposicionar a marca. Era urgente. “Logo que entrei identifiquei que a marca vivia um momento de pouca relevância no posicionamento de marketing no Brasil”, revela. Os resultados dessa atuação em duas frentes não demoraram a chegar. Ruiz fez da Freixenet um produto aspiracional no Brasil. Fez, também, a matriz da Espanha reconhecer as peculiaridades do mercado nacional — e ganhou autonomia para continuar a revolução. Hoje, ainda jovem, com 44 anos, casado e pai de um casal de filhos, o diretor executivo pode se gabar de inúmeras conquistas. No Brasil, ele está à frente agora do Grupo Henkell-Freixenet, fusão da espanhola Freixenet com a alemã Henkell, parceria iniciada dois anos atrás, que lhe rendeu um portfólio ainda mais robusto. São 60 produtos, não só da Espanha, mas também da Alemanha, Itália e Argentina. Motivos de sobra, enfim, para comemorar. O principal deles: aquelas 120 mil garrafas por ano que a empresa vendia no Brasil se transformaram, no ano passado, em 1 milhão. Para celebrar um número tão graúdo, nada como um bom espumante Freixenet. Depois, claro, de se exercitar no basquete. O ex-atleta ainda mantém uma tabela em casa e treina três vezes por semana.

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THE PRESIDENT _ Conte um pouco de suas origens. Você é paulistano e estudou administração de empresas, correto? Fabiano Ruiz – Sou paulistano, nascido e criado no bairro do Campo Belo. Formei-me em administração de empresas pela FMU. Como se tornou proprietário de bares e restaurantes? Foi a influência do meu irmão mais velho. Desde muito jovem, ele organizava festas com amigos. Ainda aos 18 anos, abriu casas noturnas em cidades turísticas, como Guarujá (SP) e Campos do Jordão (SP). Depois, aqui em São Paulo também. O negócio prosperou muito nos anos seguintes, houve expansão para outras cidades e também para o ramo de restaurantes. Nas férias do colégio e da faculdade, passei a ajudá-lo. Não parei mais. Ter convivido noites adentro com frequentadores de bares deve ter sido fundamental para conhecer o mercado de bebidas. Que recordações você tem daquele período? Sim, vivenciei in loco desde muito jovem as atividades e ações promocionais que várias marcas de bebidas faziam naquela época para gerar experiência e aumentar o awareness dos produtos perante os consumidores. Isso potencializou o meu interesse em trabalhar nesse segmento — e ajudou a construir a expertise que tenho hoje na área. Como se decidiu a largar a vida de proprietário de bares e restaurantes e ingressar nas multinacionais de bebidas? Aos 22 anos, recebi uma proposta de trabalho da multinacional holandesa Maxxium para o cargo de Brand Ambassador da vodca Absolut. Queriam ampliar a distribuição nos restaurantes, bares e

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“N O S S O O B J E T I VO E R A PO SIC IONA R A FR EIXENET C OMO M A RC A PREMIUM, POIS SEU MÉTODO D E P R O D U Ç ÃO É O M E S M O D O C H A M PA N H E ”

casas noturnas de São Paulo. Percebi que era hora de mudar para o outro lado do balcão. Ou seja, trabalhar na indústria e negociar a introdução dos produtos e ações promocionais com os proprietários da noite paulistana. A vodca Absolut tinha uma campanha que valorizava, sobretudo, a ideia de “experiências”. Os hotéis de gelo, por exemplo. Você trabalhou nesse marketing? A experiência que tive naquela época foi sensacional. A marca estava bem no início do trabalho no Brasil. Desenvolvíamos peças tailor-made, ou seja, feitas sob medida, em bares, restaurantes e boates descoladas de São Paulo. Cada material deveria estar alinhado com o conceito do lugar escolhido. Isso trazia uma personalidade e identificação com a marca. Parece ter sido fundamental na sua carreira a transição da Maxxium para a Pernod Ricard. Afinal, é um dos maiores grupos de bebidas do mundo. Foi lá que você ampliou seu conhecimento sobre vinhos? Com certeza ter trabalhado cinco anos na Pernod Ricard ampliou meu conhecimento nesse universo. Conheci melhor

outras categorias de bebidas, como whisky, gim, vinhos e espumantes. Foi fundamental. Aprendi muito sobre vinhos e espumantes. Uma experiência que me abriu portas. Quando você chegou na Freixenet qual era a situação da empresa no mercado brasileiro e qual foi o seu trabalho de reposicionamento? Em 2009 recebi um convite da Freixenet para uma posição de Area Manager. Na época, a empresa não tinha uma operação de distribuição própria. Tudo era feito por intermediários. Eram os importadores que distribuíam os produtos pelo Brasil. Logo vi que a marca passava por um momento de pouca relevância no posicionamento de marketing. A Freixenet não tinha uma identid ade própr i a no pa í s, p oi s o s importadores não se esforçavam para isso. Resolvi trabalhar para construir a identidade da marca. A ideia inicial foi posicioná-la como um produto premium, já que o método de produção da Freixenet é o champenoise, o mesmo método do champanhe, mais elaborado e sofisticado. Depois de três anos, consegui aprovar com a matriz da Espanha a abertura da filial brasileira. Então começamos, de fato, a desenvolver as estratégias de marketing com foco local. Mas não tínhamos ainda a intenção de sermos o distribuidor exclusivo. Como os espanhóis da matriz lhe deram total autonomia para agir? A autonomia foi conquistada gradativamente. Sempre procurei levar para a matriz estudos de mercado, revelando os hábitos de consumo do brasileiro e as possibilidades reais de crescimento no médio e longo prazo.

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Você direcionou as campanhas diretamente para o mercado brasileiro, que é bem diferente dos demais. Como foi esta estratégia? Cada país tem suas particularidades. As campanhas publicitárias globais muitas vezes não trazem identificação com o consumidor brasileiro. O que funciona bem na Europa não se aplica tão assertivamente aqui. Em 2013, decidimos criar um grupo de trabalho, similar a uma curadoria, incluindo agência de publicidade, assessoria de imprensa e um criativo para o desenvolvimento de materiais promocionais. Essa estratégia foi idealizada para que o conteúdo de marketing e trade marketing da Freixenet fosse bem próximo da realidade do brasileiro. Não adianta usar banco de imagens com fotos na Espanha. O consumidor precisa se identificar. A essa altura, o escritório no Brasil cresceu bastante, não foi? Aproveitamos toda essa mudança estratégica na área de marketing para aplicar na distribuição. Diminuímos gradativamente a importância dos importadores e começamos a absorver pouco a pouco a distribuição e vendas da Freixenet em regiões onde havia um maior consumo de espumantes. Qual era o volume de vendas da Freixenet quando você entrou? E qual é o volume no Brasil hoje? E até que ponto é possível aumentá-lo ainda mais? Quando iniciei na empresa, dez anos atrás, vendíamos perto de 120 mil garrafas. No ano passado atingimos a marca de 1 milhão. Ainda há bastante espaço para o crescimento desse setor no mercado brasileiro. No momento, o consumo de vinhos e espumantes no Brasil é de 2 litros per capita por ano. Em outros paí-

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“A I D E I A É Q U E B R A R O PA R A D I GM A D E Q U E A BR IR UM E SPUM A NTE É A L G O PA R A S E R F E I T O E M U M A O C A S I ÃO E S PE C I A L”

ses da América do Sul, esse número chega a 20 litros. No caso de Portugal, França e Itália bate nos 40 litros. O que nos motiva é que a cada dia o consumo aumenta. Estamos conquistando novos consumidores. O potencial do mercado brasileiro é imenso. O fato de o espumante ser uma bebida que, assim como o vinho branco, adequa-se bem a um país tropical pode ser determinante, não? Com certeza. O espumante se adequa ao nosso país e, por isso, o consumo vem crescendo ano a ano. O espumante sempre foi identificado por aqui como uma bebida de festas e de comemoração. Como fazer para que seja consumido além dessas datas especiais? É bem cultural no Brasil que a grande demanda de consumo aconteça nas festas de final de ano. Durante os outros períodos, o consumo ainda é muito sazonal. Estamos todos os dias, por meio de nossas redes sociais, e também com o trabalho de relações públicas e assessoria de imprensa, incentivando e educando o consumidor. A ideia é mudar esse conceito e quebrar o paradigma de que abrir um espumante é algo para uma ocasião especial. Afinal, o

espumante harmoniza perfeitamente com aperitivos, em almoços, jantares e até mesmo com sobremesas. Qual é o portfólio hoje da empresa e quais os produtos distribuídos no Brasil? Por conta da fusão que tivemos com a empresa alemã Henkell, nosso portfólio está dobrando de 30 para 60 produtos. Na linha de espumantes temos diversas opções espanholas (as cavas) e italianos (os proseccos), além de uma linha de espumantes alemães e argentinos. Em relação aos vinhos, uma das grandes novidades da Henkell Freixenet para 2020, estamos trazendo rótulos espanhóis e italianos. Qual é a temperatura ideal para se beber cava? A garrafa precisa ser retirada do refrigerador quanto tempo antes de ser consumida? Sugerimos que o espumante seja consumido entre 6 ºC e 8 ºC. O ideal é que seja retirado do refrigerador, e acondicionado num um balde com gelo, 20 minutos antes de ser bebido. O espumante é o vinho brasileiro que mais evoluiu. Como você tem acompanhado esse processo? O espumante nacional tem evoluído a cada ano. O Brasil produz excelentes espumantes, principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Há cinco anos fizemos uma experiência com a vinícola Miolo e desenvolvemos um espumante nacional Freixenet. Fui muitas vezes a Bento Gonçalves (RS) para participar do desenvolvimento do produto, que ficou com uma excelente qualidade. Estrategicamente, o projeto desse espumante foi transferido para a nossa vinícola, em Mendoza, na Argentina. Como você vê a concorrência com os espumantes brasileiros?

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O Brasil sendo um país produtor de ótimos espumantes só traz benefícios para a categoria. Os espumantes nacionais são elaborados com uvas francesas, como Chardonnay e Pinot Noir. Já as cavas espanholas são produzidas com as castas Macabeo, Xarel-lo e Parellada, enquanto os proseccos italianos vêm da uva Glera. A variedade oferecida pelos espumantes aos consumidores é incrível. Portanto, acredito que a concorrência é saudável e enriquecedora para todos os apreciadores da bebida. Quais são os planos da empresa para os próximos anos? Há dois anos fizemos uma fusão com o grupo alemão Henkell e, desde então, somos a Henkell Freixenet. Ou seja, fazemos parte do conglomerado de empresas do Grupo Dr. Oetker. Em 2019, a Henkell Freixenet representou 9,7% de market share da categoria no mundo. Com um faturamento superior a 1 bilhão de euros, é líder no segmento de espumantes. A filial brasileira se tornou estratégica para o grupo. Sobretudo pelo potencial de crescimento para os próximos anos. Em 2020 incorporamos parte do portfólio da Henkell no país. Anteriormente era comercializado por importadores. Também aumentamos a nossa linha de vinhos. Enfim, dobramos a linha de produtos, principalmente com a inclusão de vinhos, e crescemos cerca de 35% em faturamento. O plano é continuar crescendo. Durante a pandemia do novo coronavírus você realizou uma convenção de vendas virtual. Como foi o resultado?

criar uma experiência virtual para que nossos colaboradores diretos e indiretos tenham motivação para atingir os resultados, que são mútuos. Nessa convenção lançamos incentivos de vendas e apresentamos os nossos novos produtos. Com o resultado sendo alcançado por esses colaboradores, iremos proporcionar uma viagem de experiência para conhecer a sede da Freixenet e as nossas vinícolas na Espanha. Acredito que, neste momento que estamos vivendo, imaginar uma viagem no futuro seja algo muito motivacional. A Freixenet vende online? Tem e-commerce próprio?

O ano de 2020 está sendo desafiador para muitas empresas e segmentos. As palavras desse novo momento são adaptação e reinvenção. Com o isolamento social e a dificuldade de locomoção, foi necessário

Sim, desenvolvemos um e-commerce (www.freixenet.com.br) não somente para vender garrafas de espumantes e vinhos. Mas também para vender acessórios, kits exclusivos para presentes e tra-

Apresentação do portfolio do Grupo Henkell Freixenet em convenção digital

zer experiências para o consumidor. Entre elas, dicas e receitas para drinques, playlists para ouvir enquanto estiver apreciando os nossos produtos e até mesmo um concierge para indicar como servir e harmonizar rótulos da Freixenet. Vale frisar que, durante este momento de pandemia, aumentamos bastante as vendas por esse canal de compras. Como você se imagina daqui a dez anos? Como executivo e administrador de uma filial em outro país. Gostaria de ter uma experiência profissional fora do Brasil. Um lugar de que gosto muito é a Espanha, tenho ido a trabalho na última década de duas a três vezes por ano. Barcelona é a minha cidade preferida. Seria gratificante proporcionar para a minha família a oportunidade de conhecer outras línguas e culturas. TP

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O design do branco perolado A GE L A DE I R A BB 53 W H I T E GL A S S PA NA S ON IC R E NOVA A S UA C OZ I N H A C OM T E C NOL O GI A E DE SIGN PR E M I U M E M V I DRO

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empre pensando no seu bem-estar, a Panasonic tem tudo o que você precisa para renovar a sua casa. Recursos tecnológicos de última geração e visual moderno são alguns dos atrativos das linhas de produtos da empresa. Para a cozinha, a marca tem os melhores produtos do mercado, com recursos exclusivos. É o caso da linha de geladeiras. A grande novidade do segmento é a BB53 White Glass. Depois das versões Black Glass e de aço escovado, a White Glass chega para atender todos os gostos. Com acabamento em vidro branco perolado, ela se destaca no mercado. Vai além de combinar com o seu ambiente. Transforma a sua cozinha em uma área inteligente para fazer você ganhar tempo e cuidar da sua saúde. Além disso, economiza até 36% de energia* e é fácil de limpar. A porta é de vidro branco perolado e temperado e conta com painel Easy Touch; o consumidor tem à sua disposição uma central de comando O painel que transforma a geladeira em um hub de inteligência da cozinha. Cada Easy Touch função se adapta às demandas do seu dia: drink cooler, férias, compras e tem funções festa (quando você puder voltar a reunir família e amigos). drink cooler, férias, Tudo é fácil e prático. As gavetas têm espaços retráteis e inteligentes. compras O modelo ainda tem recursos que monitoram a rotina de uso da geladeira e festa e facilitam todas as funções da BB53 White Glass. Estamos falando das funções exclusivas Econavi e Inverter. A tecnologia Econavi tem quatro sensores para conhecer o seu dia a dia: luminosidade para saber se é dia ou noite, temperatura externa para saber se está quente ou frio, temperatura interna e de abertura de portas. Com isso, o sistema monitora o cotidiano da família e aumenta a potência nos períodos de uso e reduz durante a inatividade. Junto com o compressor Inverter, o novo modelo economiza mais de 36% de energia. É tudo o que você, sua conta de energia e o meio ambiente precisam.

O painel Easy Touch tem funções drink cooler, férias, compras e festa

*Em relação ao mínimo necessário para a classificação A no Programa de Etiquetagem.

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A função Vitamin Power simula fotossíntese com luzes de LED. Assim, potencializa a vitamina dos alimentos. Testado com pimentão vermelho, alface, tomate e cogumelo com armazenagem de 3 a 7 dias

Como você já sabe, a Panasonic vai além de fabricar eletrodomésticos. Ela soluciona e melhora muitos aspectos da vida dos consumidores. A geladeira BB53 White Glass ajuda a cuidar da saúde também. Além disso, potencializa os nutrientes dos alimentos com a função Vitamin Power, que, por meio de luzes LED verde, azul e branco, simula o efeito da luz solar e reproduz a fotossíntese. Também preserva melhor legumes e frutas pois controla o nível de de umidade dentro do gavetão com a função Climate Control. A BB53 White Glass Panasonic é a geladeira completa para o mundo contemporâneo. Reúne em um só produto design, funcionalidade, economia e recursos para preservar a saúde do usuário. Com ela, a sua cozinha será a porta de entrada para o futuro. Saiba mais em:

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LILIANE LA PASTINA PAIX ÃO E TR ANSFORMAÇ ÃO

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PAIXÃO E TRANSFORMAÇÃO Liliane La Pastina anuncia o novo posicionamento da marca La Pastina, que completa 73 anos de atividades

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uando, em março deste ano, o Brasil se viu obrigado a mudar o ritmo de suas operações em praticamente todos os setores de produção e de serviços em virtude da pandemia do novo coronavírus, a importadora La Pastina se encontrava em pleno processo de reposicionamento de marca. “A pandemia nos obrigou a fazer alguns ajustes no plano estratégico, mas o desejo de reposicionar a marca já era uma realidade àquela altura”, explica Liliane La Pastina, vice-presidente da companhia. O trabalho, baseado em estudos qualitativos iniciados em 2017, ano em que a empresa completou 70 anos de atividades, acabou se revelando muito oportuno, porque foi ao encontro da mudança de hábito de boa parte dos

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consumidores brasileiros. O abastecimento da despensa, por exemplo, passou a priorizar itens de alimentação como massas, alimentos secos, em conserva e outros produtos de vida útil longa, justamente o forte da La Pastina. A suspensão de atividades nos restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos também afetou o consumo de alimentos entre os brasileiros – muitos aumentaram o volume de compras de rotina em supermercados e lojas de produtos gourmet.

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“As pessoas passaram a cozinhar mais em família, conhecer novos sabores e receitas”, avalia Liliane. “Sem dúvida, nossos produtos atendem muito bem a essa nova realidade.” Hoje, dos 830 itens no catálogo, mais de 130 têm a marca própria La Pastina, ao lado de 400 produtos alimentícios de marcas internacionais e 300 rótulos de vinhos de produtores mundialmente reconhecidos. “Para o nosso consumidor, está muito clara a relação entre a qualidade do nosso produto a um custo muito interessante”, orgulha-se Liliane. “Estamos fortalecendo nosso branding justamente para expandir uma comunicação que sempre nos norteou, baseada em

paixão e transformação, mas que não estava explícita até então”, conclui. Liliane Rosa La Pastina tem formação em artes cênicas e alimentava o sonho de ser atriz. Mas se encantou pelo mundo da enogastronomia na La Pastina. Apaixonada pelo trabalho, Liliane iniciou a carreira aos 19 anos como auxiliar de Administração de Vendas na empresa. Anos depois concluiu sua nova formação, marketing, e daí por diante, começa sua trajetória nesta área. Hoje, é vice-presidente da empresa e está à frente das estratégias do novo branding La Pastina. A seguir, Liliane comenta sobre o novo momento da marca La Pastina.

THE PRESIDENT _ O que é possível adiantar sobre a nova estratégia de marketing da La Pastina? Que queremos estar mais próximos dos nossos consumidores. O reposicionamento de marca aconteceu em virtude da pandemia ou coincidiu com o período de distanciamento social? A La Pastina tem 73 anos e esse privilégio de ser uma marca madura traz a necessidade de se atualizar. A transformação sempre esteve presente em nosso DNA – sabemos que o mercado, as pessoas e a forma de se relacionar com as marcas mudam. E buscamos sempre acompanhar essas mudanças. A pandemia nos fez fazer alguns ajustes em nosso plano estratégico, mas o desejo de reposicionar a marca La Pastina já era uma realidade àquela altura. De que forma a súbita mudança de comportamento de consumo entre os brasileiros, devido à pandemia, alterou a estratégia da La Pastina? Não contratamos nenhuma pesquisa específica, mas somos bem antenados ao nosso setor e ao comportamento dos nossos consumidores. Tivemos que antecipar para o primeiro semestre de 2020 algumas estratégias que já estavam em nosso planejamento, como o setor de televendas e o projeto do e-commerce, que logo estará no ar. E com relação às mídias sociais? Podemos dizer que essa parte também passou por adaptações. Nossas mídias sociais estão, agora, ainda

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mais focadas em orientar sobre como usar os produtos, dar sugestões de consumo e de harmonizações, e em ensinar receitas. Eu e o Celso [La Pastina, presidente da empresa e marido de Lili] estamos nos aventurando nas lives, tem sido mu ito d iver t ido. É uma grande surpresa essa interação direta e muito próxima ao consumidor, temos recebido um excelente feedback. Qual é a sua visão sobre o atual mercado de alimentos e de vinhos importados no Brasil? Vejo ambos com grande potencial. Hoje, com o acesso que as novas gerações têm a outras diversas culturas, acredito que logo nosso segmento se tornará algo cotidiano na vida das futuras famílias brasileiras. Enfim estamos começando a ver o vinho ser cada vez mais aceito e mais consumido no país. Que tipo de aprendizado uma empresa com mais de 70 anos de atividades, que sobreviveu a várias crises ao longo das décadas, pode trazer para o período atual? Primeiro, que é fundamental ter responsabilidade e respeito pelo que se conquista em momentos de maré alta. Em segundo lugar, que para superar as crises é necessário muito trabalho, disciplina e muita paixão. Viajamos, visitamos produtores, frequentamos feiras do setor, tudo com um único objetivo: encontrar o produto que irá surpreender nosso consumidor trazendo mais sabor à vida e tornando momentos triviais em algo espetacular. Essa é a paixão que nos move.

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“ Trazer mais sabor à vida das pessoas é a paixão que nos move”

Na sua opinião, o marketing pode atuar como agente transformador de uma empresa? Com certeza, e para isso temos que fazer despertar no consumidor uma necessidade que nem ele sabia que tinha. Esta é a chave para o sucesso. A identidade visual da marca sofrerá grandes alterações? Sim, a marca está ganhando um novo logotipo, novos rótulos, nova identidade visual e, o mais bacana, um novo posicionamento, que define muito bem a relação da marca com seus consumidores nestes 73 anos de história. Fala-se muito em “marcas com propósito”. O grupo La Pastina acena algum movimento nesse sentido? Sim. Acreditamos que uma boa alimentação e uma boa bebida fazem as pessoas viverem mais e mais felizes. Por isso, nosso propósito como grupo é buscar condições que possibilitem a um número cada vez maior de pessoas ter acesso à cultura e sabores da enogastronomia mediterrânea. Qual agência está cuidando do design e do desenvolvimento de branding da La Pastina?

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O casal Liliane e Celso La Pastina em viagens pelo mundo. Em sentido horário, durante a festa da Vindima na vinícola Garzon, no Uruguai; visita a produtores na Espanha; entrega do Prêmio Wine Enthusiast, em Miami; ida ao Grupo LGCF, na sede da Alsácia, na França, e ao Stand Rustichella na feira TuttoFood, Itália

Para o projeto do novo branding, tivemos a assessoria da Claudio Novaes e da Loria Consultoria, que realizaram um trabalho incrível. E agora, para nos assessorar e colocar todo esse lindo trabalho no ar, teremos a Sanz Comunicação, uma agência que nos atende há anos – nos identificamos muito com sua forma de trabalhar. De que forma as novidades serão divulgadas? Tivemos que adaptar nossa estratégia de lançamento devido ao momento que

vivemos. Agora vamos focar a comunicação pelas mídias sociais, vídeos no nosso canal no YouTube, lives no Instagram e materiais de PDVs. Mesmo diante de muitas dificuldades e incertezas, permanecemos otimistas com o país, com a nossa missão, e vamos seguir com o nosso trabalho de mudança e renovação. Nossos consumidores merecem! Qual é o maior desafio da La Pastina hoje? Ampliar e fortalecer a relação direta com nossos consumidores. TP

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NOVA ERA

Produtos La Pastina com novos rótulos

La Pastina transforma a sua marca e exalta paixão por gastronomia e vinho

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ão 73 anos no mercado e muita história como referência na cultura enogastronômica mediterrânea. Assim é La Pastina. Mas a zona de conforto não combina com o seu DNA. Por isso, em 2020, nasce um novo branding. Foi um amplo trabalho que vai desde toda reformulação dos rótulos da marca, um novo logo até um novo posicionamento mais premium. "Acreditamos na paixão pela enogastronomia e no seu poder transformador na vida das pessoas." conta a vice-presidente da companhia, Liliane La Pastina. E foi desta verdade que surgiu o novo posicionamento: paixão e transformação. Duas palavras que orientam toda a maneira de pensar, fazer e agir da empresa. "Esse espírito sempre esteve presente na história da marca, mas agora será comunicado de forma mais clara e enfática". A nova assinatura, "Alimentamos sua paixão", reúne tudo o que a marca faz e acredita. O portfólio com mais de 130 produtos ganhará um novo styling. "O consumidor poderá saborear aos poucos essa mudança chegando nas gôndolas", releva Liliane. Todos os produtos terão um Qr Code que possibilitará uma comunicação direta com os admiradores da marca. Em detalhes sobre o novo logo, ela explica que o retângulo "representa uma metáfora de uma toalha que abraça e acolhe tudo que vai sobre a mesa". O filete dourado transmite delicadeza e sofisticação. O novo vermelho, agora um tom mais quente, simboliza um molho de tomate apurado e preparado com cuidado. O elemento "P", já bastante reconhecido e presente nas embalagens, agora vem apresentado em um selo inspirado na forma circular do prato e reforça a garantia de qualidade e autenticidade dos produtos. Na visão da empresa, o objetivo é ser a melhor curadoria de produtos da cultura enogastronômica mediterrânea. "Tudo isso foi concebido para levar mais sabor à mesa dos consumidores e ter uma relação ainda mais próxima com eles", diz Liliane. A marca conseguiu manter a tradição sendo ao mesmo tempo inovadora. Uma paixão transformadora. TP

Mergulhe nesta história! JUL.2020 |

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Clássico francês

O C O OK TOP E O FOR NO E L É T R IC O DE E M BU T I R, DA PA NA S ON IC , FA Z E M TODA DI F E R E NÇ A N E S TA R E C E I TA DE PATO C ON F I TA D O. B ON A PPÉ T I T

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presentamos aqui uma receita do chef Guga Rocha. É fácil de fazer e o resultado é impressionante. O nome original é Confit de Canard. Para nós, pato confitado. Além de usar os ingredientes corretos que você vai conferir na receita ao lado, é importante ter as ferramentas certas: cooktop e o forno elétrico de embutir. Ambos da Panasonic.

Para iniciar a receita, o Cooktop de Indução Inteligente é uma carta na manga. “Esse cooktop tem uma grande vantagem. Para o confit, você precisa de temperatura completamente estável. Isso é imprescindível”, comenta o chef. O cooktop da Panasonic mede a temperatura exata no fundo da panela. Tem total precisão. O produto também apresenta Painel Easy Touch e permite posicionar as panelas de vários tamanhos nas áreas de cocção com a função Flex Zone, além de identificar a densidade dos líquidos regulando automaticamente a temperatura com a função Sensor+. Um equipamento tão preciso não necessita de um termômetro para controlar a temperatura das coxas de pato na banha (ou no óleo). “Esse cooktop faz isso para você. Fica a 80 graus durante o processo inteiro. É perfeito”, diz o chef. A segunda etapa da receita requer o outro equipamento da linha da Panasonic para sua Casa: o forno elétrico de embutir. Em apenas meia hora, a 200 graus, o pato confitato é assado com perfeição. Isto porque o aparelho tem um ventilador de ar quente que permite que o alimento fique pronto mais rápido e sem precisar virar, também conhecido como convecção; mais calor com menos energia. Nos cinco minutos finais, basta colocar 210 graus no broiler para deixar as coxas mais douradas. Dá para aproveitar e assar batatas junto. É o gran finale.

Confira em nossa loja online

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Painel Easy Touch Tudo ao seu alcance

Genius Sensor Verifica a temperatura do fundo da panela

Sensor+ Identifica a densidade dos alimentos

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PATO CONFITADO PRODUÇÃO NO CANAL DA PANASONIC NO YOUTUBE: CLAPME

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MODO DE PREPARO Baixa Temperatura TEMPO 5 horas TEMPERATURA 80° VARIAÇÃO 80° - 200° INGREDIENTES

INSTRUÇÕES

• 4 coxas gordas de pato

1. Tempere as coxas de pato com o sal grosso, o alho e a pimenta, o louro, o tomilho

• 50 g de sal grosso

e o alecrim a gosto e deixe em repouso por, pelo menos, 2 horas (ideal: de um dia para o outro).

• 2 dentes de alho espremidos

2. Retire as coxas do tempero e limpe todo o sal.

• Pimenta-do-reino quebrada

3. Aqueça a gordura a 80 graus, adicione as coxas e cozinhe por 2 horas e meia.

grosseiramente

Obs: a gordura não pode ferver. Para controlar a temperatura, deixe metade da panela fora

• 2 folhas de louro

do queimador.

• 3 ramos de tomilho

*Para guardar, transfira as coxas para um pote e cubra-as com a gordura do cozimento,

• 3 ramos de alecrim

espere esfriar e guarde na geladeira. Para servir, retire as coxas da gordura,

• 1 litro de gordura de pato (ou banha

coloque em uma assadeira e leve ao forno a 200 graus por 30 minutos.

de porco). Se não tiver, use óleo de

Sirva com batatas assadas ou uma bela salada.

canola ou de milho. Evite óleo de soja. • 2 batatas • 2 alfaces-romanas

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Confira outras receitas Criadas Pra Você Cozinhar

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Harmonização O Fondue de Queijo Parmesão Faixa Azul combina com brancos Sauvignon Blanc e tintos Pinot Noir e Merlot. Bons rótulos não faltam em todos os continentes com produção de vinho.

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para esquentar Como você quer se aquecer neste inverno? A nossa sugestão é uma bela combinação de fondue de queijo e vinho. Este clássico é um sucesso ao redor do mundo e também no friozinho brasileiro. A Faixa Azul tem o seu campeão de inverno. É o Fondue de Queijo Parmesão, único no mercado brasileiro. Esse queijo tradicional é uma receita de 80 anos trazida pelo imigrante italiano Vito Antonio D’April e produzida no Brasil com a mesma qualidade do original de Parma. Tanto isso é verdade que o produto conquistou medalha de ouro no World Cheese Awards. Além de proporcionar um ritual muito prazeroso e aconchegante, o fondue é muito versátil. No caso do produto da Faixa azul, também é possível compor com outros queijos da marca: Gruyère, Emmental, Gouda, Brie, Camembert, entre outros. Aliás, sozinho, o Fondue de Queijo Parmesão já é simplesmente excelente. A harmonização com vinhos vai depender da mistura de queijos no fondue. De modo geral, vinhos brancos à base de Sauvignon Blanc, pelo seu frescor e acidez, celebram uma boa combinação. Se o blend de queijos for mais forte, vale optar por tintos Pinot Noir e Merlot. Então neste inverno, aqueça-se com fondue e vinho. Este clássico tem muitas variações. Todas com ótimo sabor.

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Frango Crispy Burger com parma crocante

FRANGO CRISPY BURGER SEARA GOURMET é a perfeição em forma de hambúrguer de frango: crocante e bem temperado.

PARA HARMONIZAR O vinho ideal para acompanhar os pratos da Seara Gourmet, como massas e carnes temperadas, é de uma uva originária de Bordeaux e que reapareceu no Chile nos anos 1990: a Carménère, que atualmente é responsável por boa parte dos vinhos de qualidade feitos na América do Sul. Prove e comprove! 86

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LASANHA BOLOGNESE SEARA GOURMET é a única com 6 camadas de recheio. É a união de carne moída, molho de tomate e temperos naturais. Para gratinar, mozarela e parmesão.

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Lasanha bolognese

MUITO SABOR Abram alas para esta dupla da Seara Gourmet: Lasanha Bolognese e Frango Crispy Burger. Fáceis de preparar, eles têm camadas cheias de personalidade e são perfeitos para harmonizações JUL.2020 |

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A XÍCARA PERFEITA A busca pelo melhor café é uma jornada sem fronteiras de aromas e sabores POR ANDRÉ CARVALHO, GERENTE SÊNIOR DE MARKETING E INOVAÇÃO NA MITSUI ALIMENTOS

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muito bom falar de café. Quase tão bom quanto tomar uma xícara e sentir aqueles aromas e sabores únicos. Isto é muito melhor hoje, quando estamos vivendo um momento histórico para o produto no Brasil. São tempos de maior exigência do consumidor junto com os benefícios da tecnologia e da inovação. Do lado da indústria, posso falar hoje pela Mitsui Alimentos, uma das maiores empresas de café do Brasil, com mais de 40 anos de operação. Uma das principais torrefadoras do país, a empresa tem seu portfólio marcas tradicionais, como o Café Brasileiro, 3 Fazendas e .br e produtos como Cafés Tradicionais, Superiores, Gourmets, Cappuccinos, Cafés Solúveis e filtros de papel. Essas marcas e produtos são a forma de criar laços com os consumidores e caminharmos juntos nessa jornada deliciosa de aromas e sabores. No ano passado, apresentamos um novo conceito para se consumir café no Brasil: o Drip Coffee. É um monodose sem máquina e coado diretamente na xícara. Se o consumidor gostar de um café mais leve, adiciona até 150 ml de água. Se preferir mais intenso, apenas 100 ml. Fácil de transportar e de preparar, o projeto do Drip Coffee já é um sucesso. Era um pedido do consumidor, identificado em muitas pesquisas. O café em cápsulas, por exemplo, é marco nesse sentido, porque promoveu uma revolução no consumo da bebida. Porém, precisa de uma máquina. O Drip Coffee, não. Para ele, basta uma xícara, água quente e sachê. O Drip Coffee é um conceito bastante difundido no Japão. Fiz uma viagem para lá e cheguei num domingo à noite. Era um país que eu não conhecia. Depois de um voo longo, eu só queria descansar. No hotel, tinha uma chaleira com envelopes de chá. E havia também café para coar na xícara. Segui as ilustrações e achei aquilo incrível. E pensei: “Vou fazer um projeto desses no Brasil”. Quando retornei, procurei uma empresa parceira, que pudesse produzir esse conceito aqui, e comecei o desenvolvimento. O café nesse tipo de apresentação precisa ser trabalhado num padrão de moagem muito especifico. Independentemente do método de extração, o café precisava transmitir a mesma experiência de sabor dos nossos outros produtos da linha superior. A Mitsui Alimentos lançou esse produto em duas versões. Na marca .br Gold, com um blend 100% arábica, aromático e saboroso. No Café Superior, foi priorizado o aroma, o sabor e a delicadeza de um café muito bem preparado. Tem um blend de arábica com conilon para dar corpo, peso, além daquela cor mais escura do café que o brasileiro tanto gosta. O desenvolvimento de produtos na Mitsui encara o mercado de cafés

André Carvalho (foto) fala sobre a busca pelos melhores cafés

como se fosse um menu. Olhamos para as fazendas parceiras e a característica dos seus grãos. Analisamos corpo, acidez, sabores e aromas disponíveis. Em seguida, o trabalho é dentro de casa, em nossos laboratórios. Realizamos testes e procuramos entender o que o consumidor busca numa xícara de café. Chegamos a fazer 20, 25 blends até chegar à “xícara perfeita”. Queremos que o consumidor tenha uma ótima experiência de degustação. Antes, o café ficava numa garrafa e você tirava uma dose num copinho qualquer. Hoje, o consumidor aprendeu a falar de origem, de sabor e de aroma de café. A “xícara perfeita” deve acompanhá-lo em qualquer lugar: na mesa do escritório, na correria do dia a dia ou no fim de semana com a família. Isto porque as novas tecnologias permitem ao consumidor levar o seu café preferido para qualquer lugar. Não há mais fronteiras para este sabor tão brasileiro.

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RÓTULOS ESPANHÓIS Famosa pelas cavas, a Henkell Freixenet aumenta portfólio e traz ao Brasil os vinhos tintos Solar Viejo e Valdubón

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pós a fusão com a Henkell, gigante alemã do ramo de bebidas, a Freixenet dobrou o seu portfólio. Muito atuante nos segmentos de cavas e proseccos, o agora chamado grupo Henkell Freixenet traz boas novidades para o mercado brasileiro. Entre elas, estão vinhos tintos espanhóis à base da uva Tempranillo. O primeiro deles é o Valdubón, produzido na célebre região de D.O. Ribera del Duero. Pode ser consumido de imediato, embora permita algum tempo de guarda. É um tinto jovem que expressa muito bem as características da uva Tempranillo. Essa cepa, aliás, enseja tintos com taninos marcantes e bem estruturados, conforme define o Guía Peñín, referência da vinicultura espanhola. O Valdubón Tempranillo tem cor vermelha intensa e aroma de frutas frescas. “No paladar, os tintos de Ribera são potentes, com corpo e bom equilíbrio entre álcool e acidez”, define o Guia Peñín. O rótulo ganhou a medalha de prata no concurso Mundus Vini Spring Tasting 2020, em Neustadt, na Alemanha. O outro tinto espanhol é o Solar Viejo, também à base de Tempranillo. Produzido na região de D.O. La Rioja, é um vinho brilhante, na coloração e no aspecto geral. Já foi medalha de ouro no prêmio de Neustadt e prata no Concurso Internacional de Vinos Bacchus, na Espanha. É um tinto equilibrado e aromático, além de expressar muito frescor. A uva Tempranillo, seja de D.O. La Rioja ou de D.O. Ribera del Duero, vai muito bem com embutidos, queijos e até pasta, especialmente à bolonhesa. De qualquer forma, um brinde com essa nobre espanhola sempre vai trazer bons momentos. freixenet.com.br

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LA PASTINA APRESENTA:

TRIO SABOROSO PARA AQUECER SEU INVERNO Confira três receitas cheias de sabor, com ingredientes de primeira linha que você encontra na La Pastina RECEITA 1

SOPA DE TOMATE TEMPO 18 MINUTOS | RENDIMENTO 4 PORÇÕES

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800 g de Pomodori Pelati La Pastina 1 cebola picada 150 ml de leite ou creme de leite fresco 3 folhas de manjericão 2 xícaras de chá de água 1 cubo de caldo de galinha Sal e pimenta Montosco a gosto Azeite extravirgem La Pastina a gosto

HARMONIZAÇÃO

INGREDIENTES

VINHO J.P Chenet Espumante Brut

MODO DE PREPARO

RECEITA 2

TORTELLINI DE CARNE E PROSCIUTTO IN BRODO

1. Refogar a cebola no azeite e acrescentar o cubo de caldo de galinha; 2. Acrescentar o Pomodori Pelati, a água e deixar borbulhar em fogo médio; 3. Desligar o fogo e incorporar o manjericão, leite ou creme de leite, pimenta e sal a gosto e bater tudo no liquidificador; 4. Servir com um fio de azeite extravirgem e finalizar com folhas de manjericão fresco.

HARMONIZAÇÃO

TEMPO 50 MINUTOS | RENDIMENTO 2 PORÇÕES

VINHO Sette Spezie Chardonnay

INGREDIENTES

MODO DE PREPARO

› 250 g de Tortellini La Pastina de Carne e Prosciutto › 2 litros de caldo de legumes › Sal branco da Sicilia Montosco a gosto › Pimenta Negra Montosco a gosto › Ceboullete para decorar › Parmesão ralado para polvilhar

1. Preparar o caldo de legumes e coar; 2. Na mesma panela, acrescente o Tortellini La Pastina, deixar ferver por 14 minutos e desligar o fogo. Tampar a panela e deixar por mais 3 minutos; 3. Acertar o sal e a pimenta; 4. Servir com parmesão ralado e decorar com a ceboullete.

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RECEITA DE CALDO DE LEGUMES › 1 cebola cortada em 4 partes › 2 litros de água › 2 talos de salsão › 1 cenoura cortada › 1 alho-poró em cubos grandes

• Levar todos os ingredientes ao fogo baixo e deixar ferver por 30 minutos.

• Coar para uso. • Não adicionar sal.

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RECEITA 3

RISOTO DE FUNGHI INGREDIENTES

MODO DE PREPARO

› 400 g de Arroz Carnaroli La Pastina › 60 g de funghi porcini secchi La Pastina › 100 ml de vinho branco seco › Azeite extravirgem La Pastina a gosto › 100 g de manteiga gelada sem sal › ½ cebola picada › 2 litros de caldo de legumes › 100 g de parmesão ralado › Sal branco da Sicilia Montosco a gosto › Pimenta negra Montosco a gosto › Ceboulette picada a gosto › Azeite trufado La Pastina

1. Lave bem o funghi em água corrente; 2. Hidrate o funghi por 15 minutos em água morna; (pode aproveitar o caldo de legumes preparado) e reserve; 3. Em uma panela, refogue a cebola no azeite extravirgem; 4. Retire o funghi da água e reserve-o. Coe a água em um filtro de tecido e ou pano limpo e reserve; 5. Regue com o vinho branco e deixe evaporar o álcool; 6. Desligue o fogo e adicione o parmesão, a manteiga gelada, e mexa bem fazendo a mantecatura*; 7. Coloque o funghi hidratado picado, a água do funghi hidratado e vá adicionando o caldo aos poucos, mexendo sempre e até que chegue ao ponto (al dente, macio por fora, mas firme por dentro); 8. Ajuste o sal e a pimenta se necessário; 9. Polvilhe ceboulette e sirva com um fio de azeite extravirgem trufado La Pastina.

HARMONIZAÇÃO

TEMPO 35 MINUTOS | RENDIMENTO 4 PORÇÕES

VINHO Cono Sur Reserva Especial Pinot Noir

* Mantecatura: adição de gordura (manteiga) para trazer brilho e cremosidade ao risoto. Importante desligar o fogo, adicionar a manteiga gelada, mexer muito rápido e sem parar até que a manteiga seja totalmente incorporada. Não retornar ao fogo para evitar que a gordura quebre.

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• 100 g de brie em cubos. Use um bem novo e sem a casca. • 100 g de presunto cru picado (metade será usado no início e a outra na finalização). • 40 g de parmesão. • Pimenta-do-reino e noz-moscada a gosto • Tomilho fresco

O MELHOR RISOTO Aprenda a fazer tal como é preparado no ótimo restaurante Mezzogiorno, em São Paulo

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omo preparar um genuíno risotto? Nesses tempos de quarentena — ou no período imediatamente posterior a ela –, boas receitas são cada vez mais bem-vindas. Aqui está uma delas. Veio das mãos de Aldo Galloni, o proprietário do Mezzogiorno, restaurante paulistano que, há 24 anos, serve a culinária da cidade de Bolonha, região de Emilia-Romana. Instalada na rua Peruíbe — a uma quadra da avenida Faria Lima e outra da avenida 9 de Julho —, a casa traz uma herança valiosíssima. O InCittà, restaurante criado pelos pais de Aldo — o italiano Carlo Alberto e a iugoslava Monika, que se conheceram no convés do navio que os trouxe ao Brasil, em 1953 —, fez história em São Paulo. No Mezzogiorno, Aldo utiliza o arroz arbório da La Pastina. Com ele, prepara o Risotto de Brie e Bresaola. “Se não encontrar bresaola, recorra ao presunto cru Seara Gourmet, muito bom”, ressalva. Ingredientes (para 6 porções): • 2 l de caldo, de preferência caseiro. Se não tiver, use um caldo pronto de carne e/ou galinha e agregue alguns talos de legumes. É importante não estar muito salgado. • 3 colheres (sopa) de manteiga sem sal – deixar 2 colheres para a finalização. • 2 colheres (sopa) de óleo de milho ou girassol. • 3 colheres (sopa) de cebola picadinha. • 2 xícaras de arroz arbório. • 1 taça de vinho branco seco.

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“Deixe o caldo em fogo baixo numa panela ao lado de onde será preparado o risoto. Em uma panela espessa e larga, coloque 1 colher de manteiga, 2 colheres de óleo e a cebola. Refogue até ficar transparente e agregue 50 g de presunto cru picado. Dê uma leve fritada e adicione o arroz. Mexa bem até todos os grãos ficarem bem envolvidos neste refogado. Regue com o vinho e reduza, por 1 minuto. Adicione 3 conchas do caldo quase fervente e cozinhe o arroz mexendo com uma colher de pau. Não pare de mexer durante o preparo, para evitar que o arroz grude. Conforme o caldo for secando, adicione mais uma ou duas conchas e continue mexendo, sempre no fogo médio. Depois de 20 minutos, comece a experimentar. O arroz estará bom quando você sentir que ficou macio mas ainda firme. Vá diminuindo a quantidade de caldo conforme for chegando no ponto. Adicione a pimenta-do-reino e a noz-moscada. Quando estiver quase no ponto, acrescente o brie, o restante do presunto cru, as duas colheres de manteiga e o queijo ralado. Misture bem, salpique com bastante tomilho e sirva na própria panela. Dica: reserve um poco do brie e do presunto cru para enfeitar. Repare que recomendamos brie novo, manteiga sem sal e caldo leve. É que presunto cru e parmesão são naturalmente salgados. É mais prudente deixar margem para salgar depois, se necessário. Se estiver com preguiça de cozinhar, peça o risotto no Mezzogiorno. Entregamos na sua casa pronto ou semipronto para finalizar na hora de servir.” Mezzogiorno - R. Peruíbe, 29, Itaim Bibi, São Paulo, (11) 3071-1993, (11) 99266-3000 ou nas plataformas Ifood e Rappi.

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O SEU MELHOR BRINDE

ROSA BORBULHANTE Um cor-de-rosa-dourado, com leves traços de cobre. O Dom Ruinart Rosé é

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uma mescla de uvas, composta por 84%

A Vinha Maria Teresa, cujo nome é uma homenagem à primeira neta de Constantino de

Chardonnay e 16% Pinot Noir, uma

Almeida (fundador da Quinta do Crasto), é uma

bebida perfeita para saborear acompanhada de pratos como lagosta,

centenária e das mais antigas da região do

ovos mexidos com ouriço, torta de

Douro, em Portugal. Com as uvas

ameixa e crème brûlée. Há três séculos,

dessa vinha, os enólogos conseguiram níveis

a maison Ruinart produz um dos

elevadíssimos de concentração que permitiram a

champagnes mais elegantes, suaves e

criação de vinhos muito complexos e, por isso,

encorpados do mundo. A bebida é

raros. O Vinha Maria Teresa é engarrafado apenas

elaborada com as melhores safras das

nos anos em que atinge um alto nível de

uvas de Côte des Blancs, em Reims,

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Petit Clos Bodega Garzón Os lançamentos Petit Clos Tannat 2018 e Albariño 2019 correspondem a parcelas únicas de vinhas, em uma posição topográfica privilegiada, onde se obtêm vinhos elegantes, estruturados e aromáticos, com grande potencial de envelhecimento. Garzón foi eleita a Melhor Vinícola do Novo Mundo (2018) pela Wine Enthusiast 2º lugar na seleção das 100 Melhores Vinícolas para Visitar (2019) da World’s Best Vineyards

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ENSA I O

O real e a fantasia D E S S E E N C O N T R O, O F O T Ó G R A F O C Á S S I O VA S C O N C E L L O S T I R A A E S S Ê N C I A D E S UA O B R A , JÁ E X P O S T A E M 2 0 PA Í S E S

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ássio Vasconcellos é paulistano, tem 54 anos e, precoce, fotografa profissionalmente desde os 16. Trabalhou na Isto É e na Folha de S.Paulo, mas o dia a dia do fotojornalismo lhe pareceu frustrante. Ele sempre quis ir além do aspecto documental. Suas fotos aspiram à pintura e à invenção das artes gráficas. Com suas câmeras Canon, vem criando uma arte que invade o território do sonho e da fantasia. Publicou os livros Aeroporto, Abre-Alas, Aéreas do Brasil e Panorâmicas e já realizou mais de 200 exposições, em 20 países — incluindo Estados Unidos e França, onde morou. A mais recente, Dríades e Faunos, está em cartaz até 10 de setembro na Galeria Noara Roesler, no Rio de Janeiro.

PERTO DAS NUVENS Este clique foi feito durante um voo de helicóptero sobre a cidade de São Paulo. Piscina USP, 2007

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DRÍADES E FAUNOS Ao lado. Em viagem para a Amazônia durante a época de cheias, um dos resultados é a foto da sumaúma, árvore gigantesca. Pode chegar a 50 metros de altura e 2 metros de diâmetro. Foi necessário um dia inteiro de caminhada na mata para encontrá-la. A figura feminina veio da pintura In the Water, de Eugene de Blaas, pintor italiano da segunda metade do século 19. Dríades #17, 2020. Acima. Na companhia do botânico Ricardo Cardim, Cássio fez uma nova jornada pela natureza brasileira. Desta vez foi para a Mata Atlântica. Lá clicou o Legado das Águas, na reserva Votorantim, no estado de São Paulo. A figura feminina vem do quadro After the Bath, do pintor francês William-Adolphe Bouguereau (1825-1905). Dríades #11, 2020.

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NÉVOA Logo após a decolagem, esta foi a visão da janela do helicóptero numa manhã de inverno na cidade de São Paulo. São Paulo #5, 2010.

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CONTATOS CĂĄssio Vasconcellos cassiovasconcellos.com.br

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MUNDO VERDE

Instagram: @cassiovasconcellos

Esta foto, que se assemelha a uma pintura, retrata

Galeria Nara Roesler

trecho da Mata Atlântica que liga Paraty-RJ a

nararoesler.art

Cunha-SP. Viagem Pitoresca pelo Brasil #144, 2010.

Instagram: @galerianararoesler

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A RTI GO

VIVER NA NATUREZA FAZ BEM AO CORPO E À MENTE Cada vez mais a ciência constata uma verdade que já se intuía há milênios POR CARLOS TROSSINI, CEO DA TAROII INVESTIMENT GROUP E IDEALIZADOR DO BRAVÍSSIMA PRIVATE RESIDENCE

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cérebro humano pesa em média apenas 1,4 quilo. Ainda assim, para muitos, é uma máquina perfeita. Seria, claro, não fosse uma óbvia fragilidade: essa máquina se cansa. Ainda pior: ela se estressa. Quando isso ocorre, o funcionamento é comprometido — e muitas vezes de maneira brutal. A grande questão é como não se estressar em um mundo cada vez mais competitivo. Sim, constantes evoluções tecnológicas são sempre uma promessa. Mas também provocam a angústia de se sentir defasado — e, por extensão, geram ainda mais estresse. As soluções podem ser muitas, passando de terapias psicológicas ao auxílio químico dos remédios. Mas a ciência despertou para uma constatação que, embora pareça óbvia, ganha cada vez mais fundamentos sólidos: o contato direto com a natureza recarrega nossa máquina (quase) perfeita. Há 2.500 anos, Ciro, o Grande, comandante do maior império que o planeta já viu, o Império Persa, já intuía essa verdade. Ele mandou abrir vastos parques públicos em Pasárgada, muito arborizados, para os súditos. Presumia que melhorariam cada indivíduo — e, também por isso, a vida em sociedade. Neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília, o dr. Ricardo Teixeira destaca um novo estudo apresentado pela publicação especializada Environmental Research. Conduzido por pesquisadores ingleses, o estudo aponta os benefícios do contato direto com a natureza. “Isso reduz o risco de morte prematura, diabetes, doença vascular e hipertensão arterial”, comentou. “As pessoas que têm mais acesso ao verde, além desses benefícios ao corpo e à saúde, apresentam também menos estresse e uma melhor qualidade do sono.” Uma edição da revista National Geographic, de janeiro de 2016, apresenta muito bem os benefícios desse contato com a natureza. Na matéria “Viva ao ar livre”, a publicação destacou David Strayer, psicólogo cognitivo da Universidade de Utah, também nos Estados Unidos. Mochileiro por convicção, além de pesquisador renomado, ele costuma levar grupos de estudantes para temporadas na natureza.

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Exames minuciosos revelam a reativação cerebral depois do que Strayer chama de “efeito do terceiro dia”. De fato, passadas 72 horas de imersão longe do mundo urbano, “os sentidos passam por recalibração”. Diz ele: “Você começa a sentir aromas e a ouvir sons que antes não era capaz de notar”. Ainda de acordo com Strayer, o contato direto com a natureza permite ao córtex pré-frontal, o centro de comando do cérebro, reduzir o ritmo e descansar, como um músculo exaurido. Em suas pesquisas, o psicólogo cognitivo constatou duas claras evidências: 1) quem mora próximo de áreas verdes reporta menos desgaste mental; 2) regiões arborizadas registram menos incidência de 15 doenças. Samuel Barreto, pesquisador da ONG The Nature Conservancy (TNC), é outro estudioso que sinaliza para a valorização do meio ambiente em favor da disposição física e mental. “É possível criar espaços como parques, praças e revitalizar as marginais dos rios para garantir esses benefícios”, comenta. Pois é, Pasárgada era assim. Ao conceber o Bravíssima Private Residence, todas essas informações científicas foram levadas em conta. Nesse conceito único, os moradores irão usufruir de todos os benefícios de estar entre a montanha e o mar. Não é exagero dizer que o contato direto com a natureza é um tratamento sem contraindicação. Saiba mais em: taroii.com.br facebook.com/taroiigroup @bravissimaprivateresidence

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M ERC A D O

O MOMENTO

DO ITAIM BIBI Bairro paulistano tem valorização expressiva e novos projetos de alto padrão

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rise? Sim, ela existe. Mas não mora no Itaim Bibi, em São Paulo. A retração de todos os mercados e segmentos é uma realidade de que ninguém pode escapar após a pandemia do novo coronavírus. Porém, o valor dos imóveis do bairro paulistano pegou o elevador. E não para de subir. O panorama favorável, claro, antecede qualquer vislumbre das dimensões do que a covid-19 poderia causar. Em dezembro de 2019, a prefeitura de São Paulo movimentou R$ 1,64 bilhão em títulos de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Com isso, a Operação Urbana Consorciada Faria Lima atingiu R$ 17.601 o metro quadrado. O ágio do leilão bateu os 169% em relação ao preço mínimo. Melhor resultado impossível, na avaliação do mercado. Sim, excedeu as expectativas mais otimistas. Na avaliação da Bossa Nova Sotheby’s, o Itaim Bibi já se tornou uma região tão valorizada quanto a Vila Nova Conceição. Com consultoria tailor-made, a Bossa Nova Sotheby’s se especializou em imóveis nas principais regiões de alto padrão de São Paulo, como Itaim Bibi, Alto de Pinheiros e Jardins. “No topo da pirâmide, o mercado imobiliário tem suas particularidades”, comenta Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s. Segundo ele, os valores variam não só de uma região a outra como também até dentro do mesmo bairro. Isso torna o mercado imobiliário muito mais dinâmico. “A proximidade de parques e áreas de lazer, além de ruas arborizadas e vizinhança com condomínios de luxo, pode fazer subir o preço do imóvel.” No caso do Itaim Bibi, tal cenário fica mais claro a partir de uma análise dos imóveis nas ruas Dr. Mário Ferraz e Leopoldo Couto de Magalhães Júnior. “As duas ruas têm excelente localização”, avalia Romero. “No entanto, os imóveis que têm como endereço a Leopoldo alcançam uma valorização maior, em função dessa ideia de ilha de prosperidade que se forma em determinadas microrregiões.” TECNOLOGIA Ainda que leve o nome Sotheby’s, a Bossa Nova mantém a sua origem boutique. Esse modelo de trabalho se revela muito eficiente no atendimento personalizado e no uso da tecnologia imobiliária. “Quem está pensando em vender gostaria de ter uma assessoria para ajudar a precificar de maneira precisa seu ativo”, conta o CEO da empresa. “Nós começamos a pensar como trazer todas essas opções para um único lugar: a nossa plataforma.”

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Plataforma proprietária para consulta e avaliação, a ferramenta funciona como uma “cidade virtual”, que permite mapear bairro a bairro. O comprador tem à sua disposição um conteúdo de consulta com infográficos e dados detalhados (rua, metragem e idade do prédio). “Muitas vezes o próprio cliente não sabe o que quer, e o consultor precisa entender o que ele procura de fato, realizando um trabalho de curadoria”, diz Marcello Romero. No momento, o Itaim Bibi tem 92.570 moradores, com densidade de 9.351 habitantes/km2. Esses dados são obtidos junto à prefeitura de São Paulo. Já a ferramenta utilizada pela Bossa Nova vai muito além. É possível saber, por exemplo, que o bairro tem 452 prédios e 9 lançamentos. Deles, 166 condomínios estão avaliados acima de R$ 1,5 milhão. Isso significa que 37% deles incluem-se no segmento de alto padrão. Também é possível saber que existem cerca de 400 imóveis anunciados. A Sotheby’s consegue, assim, oferecer uma consultoria muito apurada para quem procura imóveis para comprar, vender, alugar ou investir. “Buscamos resolver os problemas de compradores e vendedores”, diz Romero. “O consultor tem conhecimento profundo sobre o bairro. Tem capacidade de dar opinião. Sabe até onde bate o sol em cada prédio.” A ferramenta permite ajudar, por exemplo, um cliente que está procurando um imóvel de 200 metros quadrados no Itaim Bibi com menos de dez anos. Com um clique, aparecem 16 imóveis com essa característica. E 12 deles têm anúncio de venda – não apenas na Bossa Nova. “Trazemos toda a experiência para a tela do consultor. O cliente não precisa rodar a cidade inteira”, conta o executivo. “A ferramenta permite estabelecer o raio a partir de uma escola, por exemplo. Não só. Apresenta opções, mostra imagens e produz o relatório. O cliente só visitaria os imóveis de que realmente gostou.” É uma vantagem e tanto num período de tantas restrições de circulação pela cidade.

NA PRANCHETA O Itaim Bibi terá uma forte transformação nos próximos anos. De acordo com o Brazil Journal, novos projetos de grande porte deverão transformar o eixo da rua Leopoldo Couto de Magalhães. Alguns desses empreendimentos ainda estão na fase da prancheta. Após adquirir o imóvel da Casa Fasano e outros terrenos, a JHSF está trabalhando com o projeto de um novo shopping de alto luxo na região. Já o empresário Carlos Alberto Mansur vai viabilizar um edifício corporativo na rua Prof. Atílio Innocenti. Do outro lado da rua, outro empreendimento já mudou a paisagem. Com previsão de conclusão para o segundo semestre de 2020, o B32 é um complexo com torre de escritórios e espaço cultural, com teatro e restaurante. A construtora Birmann, junto com a Faria Lima Properties, investiu R$ 1,2 bilhão no projeto. Muito perto dali, a GTIS Partners vai utilizar o terreno do supermercado Extra Itaim em um projeto multiúso. A previsão é de construção de edifícios corporativos e um prédio residencial. Vale citar ainda o Casa Lafer e o Casa Leopoldo, empreendimentos da Bolsa de Imóveis. QUATRO BAIRROS Com tantas mudanças na região, é preciso ter em mente que o Itaim Bibi tem quatro áreas bem diferentes. A primeira delas é superpremium: da rua Dr. Leopoldo Couto de Magalhães, entre a avenida Faria Lima e o Parque do Povo, o preço do metro quadrado gira em torno de R$ 30 mil. Na própria Leopoldo Couto de Magalhães, o preço vai variar de acordo com a altura da rua. A segunda delas está a 650 metros de distância. Trata-se do eixo comercial da rua Tabapuã. Lá o preço do metro quadrado cai para R$ 8 mil. As outras duas microrregiões estão divididas pela avenida Juscelino Kubitschek. De um lado, estão as ruas Bandeira Paulista e Jesuíno Arruda, com condomínios homogêneos. Do outro lado da JK, é uma região mais próxima à Vila Nova Conceição. Um comprador desavisado pode se iludir com preço médio de R$ 12 mil por metro quadrado no Itaim. Porém, existem vários bairros dentro dele. “Uma boa consultoria imobiliária oferece um olhar atento para as características daquele bairro, daquela rua”, afirma Romero. No passado, havia uma percepção de bairro sob uma ótica mais homogênea. A dinâmica das microrregiões transformou o mercado imobiliário. E o Itaim Bibi é a melhor vitrine desse novo mundo. TP Para saber mais: bnsir.com.br

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UM BRASILEIRO DE FIBRA A histรณria de Nevaldo Rocha, um dos maiores empreendedores do Brasil POR POR MARCOS GOUVร A DE SOUZA*

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im. Nevaldo Rocha é uma pessoa de muita fibra. Mas também de tecido, malha, couro, algodão, da confecção. E também do carnê, do cartão, do seguro, do financiamento, do transporte e do shopping center. Nascido em Caraúbas, no interior pobre do Rio Grande do Norte, sua visão e determinação ajudaram a criar um benchmarking global na integração vertical de negócios que, como destacava, ia do fio do tecido ao carnê. Mas foi mais além porque chegou também à financeira e ao banco. O início foi como vendedor de uma relojoaria em Natal, para onde tinha mudado, e que mais tarde acabou comprando. Posteriormente abriu uma loja de roupas, A Capital, e mais tarde, em 1951, junto com o irmão Newton Rocha, iniciou uma confecção no Recife, expandindo a atividade industrial pela qual nunca negou a preferência, fazendo que acompanhasse, sempre que possível, visitando plantas no Nordeste, base de sua atividade nesse setor. Evento estratégico marcante ocorreu em 1979, quando foram incorporadas as lojas Riachuelo e Wolens, ampliando e integrando verticalmente as atividades no setor industrial com o varejo que se estendeu pelo Brasil, quando se consideram as operações dos diferentes formatos das mais de 300 lojas e canais digitais Riachuelo, das indústrias Guararapes, a transportadora Casa Verde e das atividades financeiras e do shopping center Midway. De ideias e valores rígidos, forjados nas agruras de um Nordeste menos assistido, foi incansável na busca de novos caminhos no âmbito empresarial, administrando com sua particular visão o grupo Riachuelo-Guararapes, um dos precursores na abertura de capital na década de 1970 no setor de varejo do Brasil, assim como no desenvolvimento e gestão de marcas próprias. Da mesma forma como foi precursor na incorporação de novas frentes de tecnologia e práticas empresariais e de gestão de negócios, migrando do modelo tradicional de negócios nesse setor para a virtuosa integração vertical a partir do varejo, balizado pelas preferências dos consumidores para direcionar a produção de modelos.

Essa particular intuição de considerar a demanda e preferências do mercado para determinar a produção confrontava com a visão empresarial dominante de buscar a máxima eficiência no processo produtivo em vez de valorizar a preferência dos consumidores e do mercado. E nessa migração estratégica, associado com a extensão da integração estratégica vertical, transformou seu grupo num benchmarking global. Com sua maneira peculiar foi firme em permanecer controlador dos negócios financeiros quando muitas organizações do setor optaram por composições com o sistema financeiro tradicional no período do boom do varejo, a década de ouro do setor, no intervalo entre 2004-2013. E definitivamente não se arrependeu quando a crise de 2014-2018 deixou descobertos os varejistas que optaram pela alienação total ou parcial de seus negócios financeiros pelas restrições impostas em termos de crédito ao consumo popular. Criou e cuidou da família cobrando os mesmos valores que se impunha, valorizando o trabalho, a ética e a dedicação, temperados com a visão da construção de um negócio perene, integrado e visionário em suas estratégias, práticas e conceitos, com gestão profissional e controle familiar. Até a fase final de sua vida permaneceu ativo acompanhando todos os negócios e, particularmente, as atividades industriais, pela quais sempre nutriu particular preferência. Mais do que um brasileiro de fibra, a atuação empresarial de Nevaldo Rocha foi um exemplo daquele Brasil que insiste em crescer e desenvolver, pensar e agir grande, apesar das limitações e dificuldades estruturais, pela força das ideias visionárias e do trabalho dedicado. TP (*) Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, membro do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), do Instituto Foodservice Brasil (IFB), presidente do LIDE Comércio e membro do Ebeltoft Group, aliança global de consultorias especializadas em varejo em mais de 25 países. Publisher da plataforma Mercado & Consumo.

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O PI N I ÃO P O R A L E X A N D R E V E L I L L A G A RC I A

É preciso coragem

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comum citar termos técnicos e projetar métricas sistemáticas sobre o funcionamento de uma empresa. De fato, a parte teórica tem suma importância. Sua eficácia, porém, não depende apenas de um plano elaborado com excelência. Deve-se incluir na equação o fator humano, que é o fator chave capaz de construir e conduzir uma trajetória audaciosa e de sucesso. No fim das contas, é por meio de uma política interna inovadora que se pode almejar, na prática, uma mudança total de patamar. Nesse sentido, a figura do CEO é central e determinante. Quando consciente de sua importância para a organização, ele deve estar sempre atento e pronto para agir corajosamente em relação às oportunidades e possibilidades que se apresentam à empresa. Não há espaço para quem se acomoda. Para tudo, os riscos existem e sempre existirão, claro. Mas o que realmente importa é a forma como lidamos com eles. Investir apenas no mais seguro parece bastante prudente. No entanto, pode levar à estagnação. Assim, eis a questão: como lidar com as probabilidades e incertezas, ainda mais diante de uma pandemia? Como se preparar para os riscos que decisões ousadas ocasionam? Ademais, é impossível estabelecer qualquer tipo de reflexão sobre hábitos empresariais sem considerar a influência tecnológica. Soluções digitais não se limitam a aprimorar processos automatizados. Também implicam em transformação cultural e comportamental. Não por acaso, oito entre dez executivos apontam a transformação digital como determinante para seus mercados de atuação, segundo dados apontados pela Business Impact Insights, em pesquisa realizada pela CI&T. Dentro de uma cultura organizacional, uma série de medidas reforçadas pela tecnologia podem fomentar um cenário favorável à prevenção de obstáculos, proporcionando mais tempo e preparação para enfrentá-los. Se realizado com constância e rigor, o mapeamento servirá como um diagnóstico, precedendo a criação de uma matriz de riscos, que apontará as probabilidades de ocorrência. Diante disso, o ato de estruturar um departamento voltado para a gestão de riscos é o primeiro passo para que o CEO tenha a tranquilidade e confiança de tomar suas decisões de acordo com sua intuição, conhecimento e visão. Felizmente, o cenário nacional tem se conscientizado nesse sentido. De acordo com estudo realizado pela consultoria Deloitte, em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), 73% de 165 companhias entrevistadas têm algum tipo de política de contenção de riscos. Sua empresa pode estar equipada com uma infraestrutura tecnológica de última geração e um setor de análise de riscos extremamente assertivo. Nada disso adiantará, no entanto, se o protagonista dessa constelação de funções não cumprir seu papel, com coragem e audácia. O CEO é a referência, o modelo. No contexto de uma equipe de cola-

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Alexandre Velilla Garcia, CEO do Cel.Lep e sócio-fundador da Valor Real Construções, é economista com pós-graduação em management pelo ISE/IESE-University of Navarra velillagarcia@uol.com.br

boradores que atuam em diversas frentes, o epicentro está no líder, cabendo-lhe servir de exemplo do caminho que a empresa deve seguir. Se você está disposto a tornar-se um espelho da mentalidade adotada por toda a organização, demonstre, por meio de atitudes e decisões, que o ambiente está inclinado a medidas inovadoras e até disruptivas. Dito isso, é essencial que se encare com atenção especial o ato de ousar. Lembre-se da célebre frase de Peter Drucker, o pai da administração moderna: “Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de coragem”. TP

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A A RTE DA E XC E L Ê N C I A . Já dominamos a aviação como ciência. Você nos inspira a ir além. Diariamente, buscamos inovações, aplicamos paixão e aperfeiçoamos os detalhes. E transformamos a aviação em uma forma de arte.

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