The President

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Nº53 DEZEMBRO | JANEIRO IVO WOHNRATH

FERROVIAS ENFIM O BRASIL ENTRA NOS TRILHOS POR LUIZ MACIEL

Ivo Wohnrath EDIÇÃO Nº 53 R$ 28,00

ISSN 2595-8275

CEO DA ATHIÉ WOHNRATH

EDUARDO DE CASTRO, O CHEF QUE BONI ESCALOU E VIROU ESTRELA

UM FILME VELOZ, FURIOSO E CULT: 50 ANOS DE VANISHING POINT

COPASTUR LEVA DE ONÇAS A MISSIONÁRIOS PELO MUNDO

POR LUCIANA LANCELLOTTI

POR LUIZ GUERRERO

POR WALTERSON SARDENBERG Sº



bb.com.br/investimentosestilo

Da esquerda para a direita: Adilson Lopes Borges Ana Cristina Polo Totoli Diogo Cassio Pereira Fabíola Miranda Kassagui Especialistas em Investimentos BB Estilo

vem investir com a gente














Mariana Ximenes por Julio Okubo


As melhores pérolas desde 1965

Diz a lenda japonesa que a pessoa que fizer 1000 mil tsurus com um forte desejo no coração, ele se realizará!

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Aponte a câmera do seu celular e surpreenda-se com nossa nova coleção.










UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA DE VOAR.

FRETAMENTO EXECUTIVO

MANUTENÇÃO DE AERONAVES

TRANSPORTE AEROMÉDICO

PEÇAS AERONÁUTICAS

VENDAS DE AERONAVES

AVIONICS E UPGRADE DE PAINÉIS

FBO E HANGARAGEM

PINTURA E INTERIORES

CONGONHAS - SP | BRASÍLIA - DF | BELO HORIZONTE - MG | GOIÂNIA - GO RIO DE JANEIRO - RJ | SOROCABA - SP | UBERLÂNDIA - MG


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editorial Dizem que só há um lugar no mundo em que o sucesso vem antes de trabalho: o dicionário. No mais, convenhamos, é preciso pegar com afinco no batente ao longo de uma boa temporada para alcançar uma posição confortável. Assim ocorre, sobretudo, no mundo corporativo. Por sinal, esta edição de THE PRESIDENT está repleta de casos exemplares nesse sentido. A começar pela multinacional japonesa Panasonic, fundada por Konosuke Matsushita, filho de um pequeno fazendeiro. Seu pai perdeu a propriedade quando ele tinha 9 anos e, apesar da brevíssima idade, o garoto começou a trabalhar. Foi aprendiz num entreposto de carvão e vendedor numa loja de bicicletas, até que os bondes modernos chegaram a Osaka. Matsushita se entusiasmou pela eletricidade, então uma novidade. Deu tanto duro em instalações elétricas que contraiu pneumonia — uma temeridade antes da penicilina. Recuperado, aproveitava os momentos de folga para desenvolver uma tomada elétrica melhorada. Seria a gênese da Panasonic, empresa que fundou em 1918, aos 26 anos. No início, a companhia por duas vezes esteve à beira da falência, mas Matsushita resistiu. Até torná-la um gigante. É neste legado que Kei Minohara, presidente da Panasonic Brasil, se ancora para fazer as operações da companhia crescerem por aqui. O fato de ter assumido o comando em meio à pandemia não o abala. “A Panasonic já passou por outros momentos de crise, guerras e saiu mais forte”, resume. Também foi com muito trabalho que Ivo Wohnrath, sócio da Athié Wohnrath, em parceria com Sérgio Athié, transformou uma pequena empresa no maior escritório de arquitetura do Brasil. De início, os dois eram funcionários de uma mesma companhia. Juntos, montaram uma empresa cujo foco era criar e instalar interiores corporativos. Para conquistar mercado, decidiram abolir entre eles os fins de semana. Hoje, a Athié Wohnrath ergue galpões, fábricas, escolas, hospitais e edifícios. Edmar Bull e seu filho Edmar Mendoza também trabalham em regime extenso em sua agência e operadora de viagens. O patriarca começou a empresa com a cara, a coragem e vívida experiência no mercado. Agora pai e filho podem se orgulhar de uma companhia premiadíssima. Mas jamais se acomodam. “Levamos o passageiro pela mão na ida e na volta”, conta Edmar Bull. “E vamos resolvendo imprevistos, à medida que aparecem. Não temos sábado, nem domingo. Atendemos o tempo todo, direto.” A história do chef Eduardo de Castro, à primeira vista, pode parecer um caso à parte. Ele não tinha maiores ambições quando abriu seu restaurante em Angra dos Reis-RJ. Só se chegava de barco ao Casa do Chef. Quis a sorte que José Bonifácio de Oliveira, o todo-poderoso Boni, experimentasse suas receitas e propagandeasse a descoberta. A Casa do Chef logo se transformou em ponto badalado. Mas, a rigor, o empreendimento só cresceu à custa de muito suor. O restaurante funciona, hoje, no bairro paulistano do Morumbi, e tornou-se ainda mais concorrido. Ao longo da pandemia, Eduardo intensificou atividades paralelas para garantir a receita. Passou a negociar, em um entreposto anexo, a própria cachaça, onde também vende vinhos. Criou também o próprio charuto. O nome disso é empreendedorismo. Sem esta chama não se chega, bem sabemos, a lugar nenhum. Esta tem sido também a regra na área dos commodities, o tão próspero agronegócio, contemplado nesta edição por um caderno inteiro. E permanecerá como diretriz para todos os segmentos em 2022, que se promete ao mesmo tempo um ano alvissareiro (devido à retomada econômica) e preocupante (em virtude do aumento da inflação). Nada, porém, que não se encare de peito aberto – e com muito trabalho. Ficam aqui nossos votos de um ótimo 2022. ANDRÉ CHERON E FERNANDO PAIVA Publishers

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expediente THE PRESIDENT PUBLICAÇÃO DA CUSTOM EDITORA Nº 53

PUBLISHERS André Cheron e Fernando Paiva

REDAÇÃO DIRETOR EDITORIAL Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br DIRETOR EDITORIAL ADJUNTO Mario Ciccone mario@customeditora.com.br EDITOR EXECUTIVO E DIGITAL Raphael Calles raphaelcalles@customeditora.com.br

ARTE DIRETORES Ken Tanaka e Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br

COLABORARAM NESTE NÚMERO TEXTO André Boccato, Françoise Terzian,

COMERCIAL, PUBLICIDADE E NOVOS NEGÓCIOS DIRETOR EXECUTIVO André Cheron andrecheron@customeditora.com.br DIRETOR COMERCIAL Ricardo Battistini +55 11 97401-8565 battistini@customeditora.com.br GERENTES DE CONTAS E NOVOS NEGÓCIOS Fabiano Fernandes +55 11 94924-1262 fabianofernandes@customeditora.com.br Mirian Pujol +55 11 99231-7971 mirianpujol@customeditora.com.br ASSISTENTE COMERCIAL Gabriel Matvyenko gabrielmatvyenko@customeditora.com.br DIGITAL Maria Beatriz Catiari Mariacatirari@customeditora.com.br

Luciana Lancellotti, Luiz Guerrero, Luiz Maciel, Ney Ayres, Ricardo Prado e Walterson Sardenberg Sº FOTOGRAFIA Claus Lehmann,

ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO ANALISTA FINANCEIRO Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br

Germano Lüders e Marcelo Spatafora REVISÃO Goretti Tenorio TRATAMENTO DE IMAGENS Silvio Vailante

THE PRESIDENT facebook.com/revistathepresident @revistathepresident

www.customeditora.com.br

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Circulação: Dezembro/Janeiro Tiragem desta edição: 35.000 exemplares CTP, impressão e acabamento: Coan Indústria Gráfica Ltda. Custom Editora Ltda. Av. Nove de Julho, 5.593, 9º andar – Jardim Paulista São Paulo (SP) – CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br Tel. (11) 3708-9702



sumário

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38 CONSUMO

102 BEBIDA

156 AGRO TIMES

Relógios, joias, perfumes e muito mais

Rótulos exclusivos de whiskies havia muito

Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente,

presentes para quem gosta do melhor

guardados nos barris da Escócia

explica os projetos da pasta

66 ENTREVISTA

106 ROTEIRO

162 LOGÍSTICA

Uma conversa com Kei Minohara, o

Os novos restaurantes de São Paulo abrem

Depois de décadas de descaso, o Brasil

tranquilo presidente da Panasonic Brasil

as portas com várias ousadias

retoma a atenção para com as ferrovias

74 NEGÓCIOS

124 TURISMO

172 CULT

Ivo Wohnrath conta como montou o maior

Por que a Copastur, de Edmar Bull e

Meio século depois, o veloz e furioso

escritório de arquitetura do país

Edmar Mendoza, se tornou premiadíssima

Vanishing Point virou um filme badalado

84 GOURMET

148 VIAGEM

178 OPINIÃO

Conheça Eduardo de Castro, o chef

A bela Madri se preparou para o turismo

Alexandre V. Garcia aborda a cultura

português dono de receitas bem originais

de alto padrão – e se exibe toda

da inovação no mundo corporativo

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co nsumo

ÓT I M A S F E S TA S Gifts para tornar o seu fim de ano ainda mais luminoso Por RaPhael Calles

OMEGA SEAMASTER AQUA TERRA 150M Com caixa de aço e mostrador prateado, este modelo apresenta detalhes em bege. Tem contador de segundos e data – ambos na posição de 6 horas.

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MONTBLANC – GREAT CHARACTERS ENZO FERRARI EDITION O instrumento de escrita é uma homenagem ao legado de Enzo Ferrari – piloto, empresário e fundador da Scuderia Ferrari. Dá para ver o clipe de lançamento na internet, com a canção “You Cannot Describe Passion, You Can Only Live It”. Ou “você não pode descrever a paixão, apenas vivê-la”.

MARISA CLERMANN – ANEL OPALA De ouro amarelo, com diamantes, uma grande opala central e safiras rosas.

montblanc.com.br

marisaclermann.com.br

IWC - BIG PILOT’S WATCH PERPETUAL CALENDAR TOP GUN EDITION MOJAVE DESERT O lendário calendário perpétuo da IWC ganha uma caixa de cerâmica em tom areia. Seu mecanismo oferece até sete JEAN PAUL GAULTIER, SCANDAL POUR HOMME Assinado por Quentin Bisch, Christophe Raynaud e Natalie

dias de reserva de marcha.

iwc.com.br

Cetto, este perfume masculino traz notas de salva e tangerina como entrada, fava-tonca no coração e vetiver como base.

sephora.com.br

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PANERAI – LUMINOR QUARANTA O modelo Luminor, símbolo da Panerai, ganha medidas menores, sem mexer nos recursos que fizeram a CASA LEÃO – BRINCOS GOTA DE TURMALINA PARAÍBA

história do modelo.

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De ouro branco 18 quilates, cintilam com diamantes com lapidações gota e brilhante. No centro, turmalinas paraíba com lapidação gota.

Concierge: (11) 3031-3200, (11) 97150-0665.

CARTIER PURE ROSE A perfumista da marca, Mathilde Laurent, detesta rosas. Assim, decidiu apresentar a fragrância à sua maneira. Pure Rose, como o nome antecipa, tem essência pura de rosas selvagens. O perfume feminino está à venda apenas nas butiques

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FABER CASTELL – ESTOJO POLYCHRONOS Feita de madeira Wengé, a caixa tem 120 cores. A alta concentração de pigmentos oferece intensidade na aplicação.

Cartier. Em breve, pelo

Os lápis com cores mais concorridas podem ser repostos

e-commerce da marca.

com aquisição avulsa.

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TIFFANY & CO. – PULSEIRA HARDWEAR Com 19,7 cm, a peça é elaborada em ouro rosa 18 quilates e tem um dos elos cravejado de diamantes com lapidação brilhante.

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G-SHOCK – GM-2100 Nesta versão, a caixa de metal assume o lugar daquela emborrachada. O modelo está disponível em quatro versões e ainda conta com uma segunda linha, menor e mais feminina. As peças são finalizadas com pulseira de uretano texturizada.

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PRADA – CANDY EAU DE PARFUM A fragrância feminina incorpora almíscares brancos, VINGT CREATIVE FLOWER & CO. – BUQUÊ CREATIVE PINK AND BLUE

benjoim quente e caramelo. Na embalagem, destaque

Com rosas Avalanche, Garden Pink e Spray Pink, o buquê é entregue em uma

para a faixa de couro saffiano. A tampa no formato de

caixa artesanal. A marca é idealizada por Márcia Raposo

uma meia-lua preta com um cinto dourado é inspirada

e as flores e tem a curadoria da floral designer Eliane Frate.

nos botões dos clássicos casacos da marca.

vingtcreativeflower.com

prada.com

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TAG HEUER - CARRERA GREEN SPECIAL EDITION O cronógrafo em edição especial traz um mostrador verde azulado para a apresentação dos dados. É limitado a 500 unidades e finalizado com uma pulseira de couro de crocodilo preto.

tagheuer.com

YVES SAINT LAURENT – Y EAU DE PARFUM Desenvolvida pelo perfumista Dominique Ropion, a versão mais intensa deste perfume masculino traz bergamota, gengibre e maçã verde de topo, sálvia, zimbro e gerânio no coração. Como fundo, lá estão âmbar, fava-tonca, cedro, vetiver e olíbano.

sephora.com.br

MONTECRISTO – ALIANÇA DE ESMERALDAS A estrutura elaborada em ouro branco impressiona. Mais ainda porque é toda trabalhada com esmeraldas.

montecristo.com.br

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ROLEX - COSMOGRAPH DAYTONA EVEROSE MATEORITE Elaborado em ouro Everose 18 quilates, conta com um mostrador em meteorito com detalhes em preto. Tem MARTIN MILLER'S GIN

cronógrafo e escala taquimétrica,

Primeiro gim

que permite a medição

superpremium do mundo,

de velocidade média percorrida

foi responsável pelo

em um quilômetro ou em uma

renascimento da bebida,

milha.

quando lançado, em 1999.

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É duplamente destilado com botânicos na Inglaterra e produzida com água da Islândia.

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MAXIOR – PULSEIRA STAND BY ME A coleção foi idealizada para representar o desejo de conexão, JULIO OKUBO – ANEL

por meio dos elos. A pulseira tem quase 50 gramas de ouro

Confeccionado em ouro branco, apresenta inserção

18 quilates e conta com uma versão com diamantes e esmeraldas.

de diamantes e diamantes negros.

maxior.com.br

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01/12/21 16:17


ESCRITóRIo

Novas teNdêNcias Stella Theodorakis, sócia-diretora de arquitetura da Athié Wohnrath, valoriza o contato com a natureza e a busca pela brasilidade

a paNdemia mudou, por completo, a forma das pessoas interagirem com o ambiente. Depois de muito tempo de home office, o retorno aos escritórios trouxe novas perspectivas para as empresas: levar a sensação de estar em casa (o chamado home feeling) se tornou uma necessidade para o mercado de trabalho. As mudanças foram muito repentinas e nem todas as empresas estavam prontas para essa transformação. Ainda dá tempo de mudar? De acordo com Stella Theodorakis, sócia-diretora de arquitetura da Athié Wohnrath, sim. E ela vai além: “A tendência para o pós-pandemia é o equilíbrio entre o natural e o tecnológico. Com tudo o que passamos na pandemia, as pessoas ficaram voltadas à natureza. Muita gente teve de buscar mais contato com o verde, os espaços ao ar livre. Agora, o grande desafio é equilibrar essa realidade com a tecnologia, tão necessária”. As empresas perceberam que parte do trabalho individual pode ser feito de qualquer lugar. Mas as tarefas em equipe necessitam de espaços capazes de estimular a comunicação e a integração dos colaboradores. Esse tipo de criação é o foco de Stella há anos. Ela se interessou por arquitetura ao conhecer o trabalho de Antoni Gaudí. Quando estava no colegial, se encantou pelos projetos do arquiteto modernista catalão, responsável por colocar Barcelona entre as referências mundiais no segmento. As misturas de cores e texturas, além da visão de futuro de Gaudí, tornaram-se inspiração para Stella. Hoje, ao criar interiores corporativos, ela mistura as referências que a guiaram ao longo da carreira aos conceitos de neuroarquitetura. “O principal objetivo é oferecer experiências e criar sensações”, explica. “As cores, as formas e as texturas são responsáveis por inspirar e refletir na maneira de trabalhar das pessoas. Saber a melhor forma de usar cada uma é essencial.” A atual necessidade de estar mais próximo da natureza ainda

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trouxe um outro conceito da arquitetura: a biofilia. O uso de plantas e vegetação em geral dentro dos escritórios tornou-se tendência. Rooftops e terraços passaram a ser mais buscados, assim como os espaços mais abertos e naturais. Quando não é possível encontrar áreas disponíveis, a arquitetura procura formas de simular a sensação gerada por essa experiência. “Podemos criar um terraço com pisos em deck, paisagismo, redes, balanços e uma série de artifícios que trazem a sensação de estar na varanda de uma casa”, exemplifica Stella. O contato com a natureza gera bem-estar. Portanto maior produtividade no trabalho. Outra constatação: a arquitetura deve criar espaços que permitam às pessoas se locomoverem mais. Circulações verticais como escadas e arquibancadas tornam-se elementos de conexão que vão muito além da questão estética. Passam a ser integradoras de ambientes, refletindo o design ativo nos espaços. Algumas empresas aceitam mudanças ainda maiores, como a substituição de cadeiras por outros assentos que exigem um controle muscular maior do usuário, a exemplo de poltronas ergonômicas, ou esteiras – aquelas de academia - que tenham apoio para notebook. Mais do que ampliar o contato com o natural, houve uma mudança de mindset no cuidado com o meio ambiente. Stella também sentiu o aumento de demandas por conceitos que envolvam a brasilidade. “Talvez seja consequência da pandemia: as pessoas passaram a viajar mais dentro do Brasil, já que muitas fronteiras estavam fechadas, e, com isso, veio essa tendência de trazer os traços da nossa cultura para a arquitetura”, explica a sócia-diretora da Athié Wohnrath. Todas essas transformações mudam, por completo, a forma de nos relacionarmos com os espaços. “Se a ideia é oferecer mais conforto e bem-estar, estamos no caminho certo.” tp


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Artigo

A novA ordem do eSG empresas precisam comunicar de forma eficaz ações ambientais, sociais e de governança. e sem faz de conta Por andre chaves

Andre Chaves, CGO da Futurum Capital, apresentador e cofundador do podcast Future Hacker e especialista em startups e inovação

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ode ser que a sigla ESG (Environmental, Social and Governance) tenha se tornado um modismo. O assunto tornou-se pauta na imprensa e nos spots do mercado. Não por acaso. De acordo com uma pesquisa recente da IBM e da National Retail Federation, 80% dos consumidores indicaram que a sustentabilidade é importante. Outro dado revelador: 57% indicaram que estão dispostos a mudar hábitos de compra para ajudar a reduzir os impactos ambientais negativos. Diante desse cenário, as empresas avançam em iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG). Mas muitas têm dificuldade em compartilhar seus esforços de maneira autêntica e identificável. A questão é como comunicar suas ações sem que pareçam oportunistas ou até mesmo falsas. A empresa precisa expor – de forma clara – todos os seus passos e progressos, de acordo com as suas metas. Em muitos casos, os relatórios ESG não são opcionais. Isso porque investidores têm exigido essa apresentação com base em padrões estabelecidos por organizações de certificação, como a Global Reporting Initiative (GRI). Mas como você pode traduzir programas ESG importantes para sua empresa em histórias que educam e engajam seu público? Vale lembrar que o uso exacerbado de clichês tem mais afastado do que aproximado as pessoas ao tema. Para combater essa forma enviesada de tratar o assunto, consultorias tradicionais estão a cada dia mais mergulhadas no tema. Começaram a surgir boutiques de ESG, concebidas para serem mais ágeis e acessíveis. Vale citar a Sustainable Brands, criada em 2006. Trata-se de uma das principais comunidades globais de inovadores de marca. A meta da companhia é “inspirar, envolver e equipar líderes empresariais”. Outro exemplo é a OAK, lançada em San Diego, na Califórnia, em 2021. A empresa inclui profissionais brasileiros e americanos. Procura ajudar empresas a criarem a uma boa narrativa, assegurando que todos os avanços sejam ações legítimas, relevantes e que consigam engajar acionistas, gestores, equipe e clientes – enfim, todos os agentes do ecossistema. É preciso ter um plano com objetivos claros e mensuráveis vinculados aos pilares ESG e às metas da companhia, identificar seus grupos de interesse e determinar as estratégias. É fundamental ser consistente em todas as mensagens ESG. Além disso, as ações devem ser incorporadas em todos os canais de comunicação, incluindo o site oficial. A liderança precisa também ser clara com diretrizes para funcionários e compromissos para investidores. Também deve ativar apoiadores e ser transparente. Afinal, a comunicação nesta área é longa e eterna. Não tem fim. A narrativa ESG de uma empresa deve ser abrangente e equilibrada, levando em consideração o “E”, “S” e “G” de maneira uniforme, e pode complementar (ou mesmo aprimorar) o processo de relatório anual. Essa pauta precisa ser obrigatória para os gestores. Em especial, do CEO. Dá trabalho. Mas a empresa tem de traduzir seus esforços ESG. Precisa contar a iniciativa para gerar confiança, credibilidade e lealdade. Assim, esse storytelling será poderoso e irá engajar o seu público. TP



artigo

Mais leitura Pesquisa aponta que líderes empresariais brasileiros têm muita resiliência, mas precisam melhorar repertório Por LUIZ VALENTE

L Luiz Valente, CEO do Talenses Group, empresa especializada em recrutamentos de profissionais em posições de liderança

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iderança pressupõe uma série de requisitos. O mais importante é o exemplo. Quem assume o papel de líder inspira os demais. Nesse ponto, cabe questionar: o que nossos líderes têm de especial? E mais: onde eles falham? Vamos começar respondendo à última pergunta da fila, e isso já diz muito sobre todo o resto: um dos atributos que faltam aos nossos líderes é repertório cultural. É o que mostra a pesquisa realizada pelo Talenses Group em parceria com a HSM Management Brasil. Ela ouviu 530 líderes (de gerentes a CEOs) de empresas de diversos perfis, portes e segmentos. Os resultados revelaram que 61% dos entrevistados leem até no máximo cinco livros por ano. Na prática, um terço dos consultados respondeu que lê apenas de um a três livros nesse mesmo período. Ao mesmo tempo que os resultados refletem a falta do hábito de leitura, 92% das pessoas que responderam às perguntas acham importante conhecer livros de história para entendermos melhor nossas origens. Ou seja, reconhecem o valor da leitura. Uma pergunta insiste em rondar meus pensamentos desde que tive a oportunidade de analisar os dados desse levantamento: o que faz com que falte repertório cultural aos líderes no Brasil? Podemos considerar dois os eixos centrais. O primeiro é o que podemos chamar de “contexto Brasil”. Vivemos em um país complexo. Como já foi muito bem evidenciado por Sérgio Buarque de Holanda, a confusão entre o público e o privado tangencia a história da nossa formação como nação. Isso gera consequências. Uma delas é a volatilidade à qual estamos sujeitos no campo dos negócios. Se traçássemos uma linha mensurando o risco de se empreender no Brasil, decerto estaríamos situados no extremo oposto aos países nórdicos, por exemplo. Por diversos motivos, o que insisto em chamar de “contexto Brasil” nos obriga constantemente a desenvolver competências que fogem do universo restrito ao lado intelectual das coisas. Pensar em liderança no Brasil é pensar em coragem, resiliência, capacidade de resolver problemas e tentar soluções fora da caixa. O segundo eixo que nos ajuda a colocar em perspectiva a questão da falta de repertório cultural de nossos líderes é o nosso sistema educacional. No Brasil, há uma forte dicotomia entre o teórico e o prático. Vivemos um embate entre academia/universidade versus mercado/mundo corporativo. Ao mesmo tempo, não valorizamos a carreira acadêmica. Basta dar uma boa olhada para o descaso em relação às bolsas oferecidas a mestrandos e doutorandos. Falta cooperação e sinergia entre os setores público e privado nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Por isso, quando olhamos para pessoas que ocupam cargos de liderança em empresas no Brasil, a prática se sobrepõe – e muito – à teoria. A beleza das pesquisas é nos trazer ao plano da reflexão. Mas não podemos estacionar no questionamento. Precisamos ir além. Estou certo de que ler Yuval Harari ou mesmo Jorge Amado pode nos ajudar a expandir nossos horizontes como líderes. TP


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um dos segredos da BasF: antecIpar o Futuro A segunda edição da Virtual X reuniu especialistas para dialogar sobre o espírito do nosso tempo e as relações entre inovação, negócios e a sustentabilidade do amanhã Por RAPHAEL CALLES Zeitgeist é uma palavra alemã que, em tradução literal, significa “espírito do tempo” e convida a uma reflexão sobre o momento em que estamos vivendo e o que podemos fazer para melhorar no futuro. São inúmeros os exemplos de domínio do Zeitgeist ao longo da história: a força do rock and roll na década de 1960 (quando a música era considerada um ato político), a incorporação da sustentabilidade e da produção responsável em indústrias e empresas, o foco nas pessoas como forma de construir um plano para um futuro melhor e o domínio da tecnologia para a execução de soluções em tempos de adversidade e restrições, como na pandemia, para manutenção da economia e de postos de trabalho. “Já tínhamos tecnologias e ferramentas FOTOS: DIVULGAÇÃO para a realização desse tipo de mudança, mas havia uma resistência na sociedade”, diz a futuróloga Lídia Zuin numa conversa com Antonio Lacerda, vice-presidente sênior de Químicos e Produtos de Performance da BASF para a América do Sul, em podcast gravado para o evento. O tema da série de painéis alinha-se diretamente à visão da companhia para o futuro, que combina sucesso econômico, responsabilidade social e proteção ambiental, com produtos e soluções voltados para conservação de recursos e melhoria na qualidade de vida. Mas nada disso é possível sem um item essencial: as pessoas.

Antonio Lacerda, vice-presidente sênior de Químicos e Produtos de Performance da BASF para a América do Sul

Implementar em poucos meses mudanças que seriam feitas ao longo dos anos. Este foi um dos efeitos da pandemia. Um olhar para o futuro levando em consideração o passado é o primeiro passo para que as mudanças possam ser inseridas de maneira responsável. Com esses princípios, a BASF realizou, pelo segundo ano, seu evento Virtual X, desta vez, com o tema Zeitgeist. O encontro teve como palco híbrido o Centro de Experiências Científicas e Digitais da Companhia na América do Sul, o onono.

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Ao lado, a apresentação de Renata Milanese, diretora de Customer Enabling da BASF. Abaixo, bate-papo com clientes no onono durante o Virtual X. Evento contou com todos os protocolos de saúde e segurança, inclusive com testes para acessar o local

Não por acaso, Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen do Brasil, fez a abertura do evento. Sua palestra foi um convite para a reflexão sobre o protagonismo humano para a transformação do futuro da sociedade e dos negócios. “Temos as pessoas no centro da nossa estratégia, sejam clientes, parceiros ou os consumidores finais. São elas que nos fazem existir como negócio”, comenta Renata Milanese, diretora de Customer Enabling da BASF para a América do Sul, área responsável pela realização do evento. “Dessa forma, para falar de futuro dos negócios ou da sociedade, temos que falar de pessoas.” Renata continua: “A BASF vem buscando trazer para o debate temas que vão além dos negócios e que tocam e movem as pessoas, tanto na sociedade atual quanto para nos preparar para o futuro. Com base no conhecimento sobre elas, queremos fortalecer nosso propósito de criar a química para um futuro sustentável, apoiados no espírito de colaboração para que essa construção de soluções seja produtiva e sólida”. Dez painéis divididos em duas trilhas discutiram assuntos como embalagens, reciclagem, agricultura, soluções de baixo custo, tendências para o mercado cosmético e o novo perfil do consumidor no pós-pandemia. Uma das estratégias foi trazer o cliente para o palco – ainda que virtual. A BASF levou um pouco mais de tecnologia ao onono para conectar pessoas num formato híbrido, usando de realidade virtual e recursos de interação com a plateia, além de

tradução simultânea para o espanhol. Vale destacar alguns desses seminários: “O futuro da embalagem desejável”, “Reciclabilidade e engajamento da cadeia de embalagens”, “O futuro da agricultura é sustentável?”, “Neutralidade do carbono na mobilidade do futuro”, “Soluções de construções de baixo custo”, “Saudabilidade: o novo perfil do consumidor pós-pandemia” e até “Valor compartilhado: um novo caminho para fazer negócios”. Essa troca de ideias permite não apenas o crescimento da empresa, mas estreitar o relacionamento com clientes e parceiros e transformar o seu papel na sociedade. Para Lacerda, o momento requer coragem, inovação, adaptabilidade e celeridade. “Temos que estar flexíveis para fazermos parte da nova realidade. O futuro existe e é em um minuto, uma hora, amanhã. A gente pode ajudar para que seja mais sustentável, mais equânime. Zeitgeist é pegar o hoje e fazer ponte com o futuro.” Para a BASF, o amanhã tem raízes no hoje. E ele vai muito além da tecnologia. É mais humano. tp Acesse o conteúdo público do evento na plataforma onono+ em plus.onono.com.br

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mercado

os desAfios de 2022 Setor imobiliário terá um cenário mais difícil, mas ainda oferecerá boas oportunidades para clientes de alto padrão

A tempestAde está chegAndo. O ano de 2022 aponta para uma tormenta do começo ao fim, especialmente sob a ótica macroeconômica. O Brasil será como um grande transatlântico nessa travessia. Terá de usar todos os recursos possíveis para chegar inteiro ao final do ano. A grande questão é que os indicadores econômicos estão interligados. Quando se favorece um deles, abrem-se flancos em outros. É preciso olhar como um todo as taxas de juros, desemprego, inflação, crédito imobiliário e índices de preços. Ao alterar um desses índices, todos os demais são arrastados junto. Se subir a taxa de juros, o crédito imobiliário aumenta também. A consequência pode ser também elevação da taxa de desemprego, o que causa queda no índice de confiança. Ao ter alta do dólar, os preços de insumos também sobem. Reiterando: tudo está conectado. Pela previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia global deve crescer 5,9%, em 2021, e 4,9%, em 2022. A instituição baixou a estimativa para o PIB brasileiro. No ano que vem, o crescimento deve ser de 1,5% e, em 2023, a previsão atinge 2,1%. O relatoria aponta: “A revisão em baixa das projeções para 2021 reflete um recuo nas previsões para as economias avançadas – em parte devido a rupturas no abastecimento – e para os países em desenvolvimento de baixa renda - em grande medida devido ao agravamento da dinâmica da pandemia”. E OS IMÓVEIS? No geral, o mercado imobiliário residencial pisou fundo no acelerador durante a pandemia. Para se ter uma ideia, o montante de crédito imobiliário concedido a pessoas físicas

dobrou entre setembro de 2019 e setembro de 2021. A mesma proporção se repetiu na demanda por casas grandes e condomínios de luxo desde 2019. A busca por imóveis na faixa dos R$ 2 milhões foi ainda maior do que nos demais segmentos. A demanda continuou em alta até o primeiro semestre de 2021 e só atingiu a estabilidade no terceiro trimestre. Vale lembrar que o distanciamento social impulsionou as famílias a repensarem suas decisões de moradia, movimentando o mercado. Em paralelo, a baixa na taxa de juros estimulou a economia e se refletiu nos financiamentos imobiliários. Isso favoreceu muito a busca das famílias por novos lares. A maré, porém, já começa a mudar. “O mercado imobiliário será muito diferente em 2022”, avalia Marcello Romero, CEO da imobiliária de alto padrão Bossa Nova Sotheby’s. “Teremos uma tempestade com juros mais elevados e eleições. E já estamos vivendo a alta do Índice Nacional da Construção Civil (INPC).” Ainda com certo otimismo, a previsão é compartilhada pelo presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet: “O mercado continuará indo bem, mas não tão bem quanto em 2021. Essa demanda dos consumidores por imóveis ainda vai continuar por algum tempo”. Para Danilo Igliori, VP economista-chefe da OLX Brasil, o mercado de luxo também sofrerá certa desaceleração. “Com o gradual fim do distanciamento social é natural que realocações de moradia movimentem o mercado”, afirma. “No entanto, acreditamos que esse movimento não será tão grande quanto foi durante o período mais severo da pandemia.” Igliori considera que a deterioração do cenário macroeconômico - com menor crescimento do

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PIB e maiores taxas de juros - impeça o setor de repetir o desempenho de 2021. O economista destaca que a desaceleração deverá ser gradual. Diz ele: “Vale notar também que 2021 foi um ano muito bom, de maneira que 2022 ser inferior em termos de atividade a 2021 não significa uma tragédia para o mercado. Mas sim uma acomodação, cujos riscos de pender para um pior cenário acompanham o risco fiscal. Ou seja, o risco de o país não conseguir decidir como estruturar as contas públicas de forma sustentável”. Marcello Romero lembra, no entanto, que o público de alto padrão é menos dependente de crédito imobiliário. “Muita gente aproveitou a oportunidade e comprou à vista”, diz. Já as construtoras tiveram problemas com isso, porque o orçamento das obras subiu cerca de 25% desde 2020. “Uma empresa menos parruda pode não conseguir construir com os recursos que levantou.” OPORTUNIDADES Mesmo com toda a tempestade que se promete em 2022, regiões específicas de São Paulo e Rio de Janeiro ainda oferecem boas oportunidades de negócios para o segmento de alto padrão. “Os bairros de luxo das duas maiores cidades brasileiras são extremamente resilientes aos ciclos do mercado”, comenta Danilo Igliori. “Portanto, acreditamos que Leblon, Ipanema e Lagoa no Rio serão afetados de maneira mais gen-

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til pela acomodação da atividade do setor em 2022. Em São Paulo, destacamos Vila Nova Conceição, Jardim Paulistano e Vila Olímpia.” No mercado paulistano, especificamente, o radar da Bossa Nova Sotheby’s detecta boas oportunidades no Ibirapuera e em Pinheiros. “Esses bairros consagrados têm bom desenvolvimento, mas podem ser complicados para formar uma área de empreendimento”, alerta Romero. Existem, no entanto, opções de valorização no Brooklin Novo, Moema e até nos Jardins (na área mais próxima das ruas Augusta e Lorena). “A região da avenida República do Líbano vai se tornar um paliteiro de prédios. Os futuros compradores encararão um preço de R$ 30 mil por metro quadrado.” A rua Afonso Brás, localizada entre a avenida Santo Amaro e o Parque do Ibirapuera, não era tão valorizada e passou a ter imóveis na casa dos R$ 7 milhões. “Essa é a nossa realidade hoje”, conclui Romero. Com o novo momento, o sarrafo irá subir e terá financiamentos de percentuais menores. “Há pouca oferta e ocorrerão menos lançamentos. E eles serão mais caros”, analisa o CEO da Bossa Nova Sotheby’s. O novo público comprador – a geração millennium, que está chegando ao auge da vida profissional – terá de pagar mais caro ou ainda pesquisar por imóveis usados, que também estão em alta. Mesmo assim, a Bossa Nova Sotheby’s identifica oportunidades de negócio para investimentos, segunda residência


Ambientes do empreendimento Portofino, localizado a pouco mais de uma hora da cidade de São Paulo. Tem centro náutico e campo de golfe

e um upgrade de residência. Vale citar o empreendimento Portofino, que fica no município de Piedade, a apenas 1h20 da cidade de São Paulo. Trata-se de um projeto voltado para náutica e golfe. Tem a represa Itupararanga no centro do empreendimento, arquitetura assinada por Gui Mattos, campo de golfe com a chancela de Dan Blankenship e paisagismo do Escritório Burle Marx. Em mercado tão dinâmico, o Brasil sabe que terá marés mais agitadas a enfrentar. Em tempestades como essa, um farol é fundamental. No caso do setor imobiliário, essa luz tem muito mais a ver com informação precisa e análise certeira. TP

Para mais informações sobre os imóveis da Bossa Nova Sotheby's, acesse este QR Code:

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defensoRes dA onçA Divanildo de Albuquerque, diretor-geral da Jaguar Land Rover do Brasil, fala sobre apoio da montadora ao projeto Onçafari

A LAnd RoveR é identificAdA com questões socioambientais em todo o planeta. Em 2019 tornou-se parceira da Onçafari, ONG criada em 2001 pelo ex-piloto de competição Mario Haberfeld. O objetivo da entidade era trazer para o Brasil um modelo semelhante aos safáris africanos para avistamento de animais selvagens – no caso, as onças-pintadas no Pantanal. De incentivadora do ecoturismo, a Onçafari tornou-se uma das mais im-

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portantes organizações de preservação ambiental do Brasil e atraiu a atenção de empresas como a Jaguar Land Rover, associadas à causa. Nesta entrevista, Divanildo de Albuquerque, diretor-geral da companhia no Brasil, fala sobre a importância de apoiar iniciativas como a instituição e anuncia o lançamento da série especial do Defender em comemoração aos 10 anos da ONG.

THE PRESIDENT _ Qual a importância da parceria com a ONG Onçafari? Divanildo de Albuquerque - Nosso objetivo é oferecer não apenas experiência única de direção, mas levar pessoas a lugares fantásticos e apresentar iniciativas que gerem mais conhecimento e conservação da natureza. A essência da Onçafari vai ao encontro desses objetivos, pois está totalmente alinhada com o


#EspíritoLandRover. Identificamos no projeto o importante trabalho com as onças-pintadas, com a conservação do meio ambiente e com o ecoturismo. É nosso dever como seres humanos, e como marca, apoiar iniciativas como o Onçafari. Quantos modelos Land Rover foram cedidos para a ONG? Hoje são cinco veículos. Este ano, para celebrar os 10 anos da Onçafari, entregamos quatro Defender, dois novos e outros dois antigos restaurados pela nossa Clínica de Restauração, que também foi responsável pela criação da camuflagem que auxilia na aproximação dos animais. Quando uma nova onça é encontrada, ela passa a ser monitorada à distância por biólogos e técnicos dentro do Defender. Após um período, o animal se habitua com a presença do carro e isso permite a aproximação de visitantes sem causar distúrbio algum na rotina das onças. Daí falamos de forma carinhosa que o Defender é “amigo da onça”. A Land Rover está lançando a edição Onçafari do Defender. Como é essa versão? Não poderíamos deixar passar em branco a celebração dos 10 anos da iniciativa socioambiental e assim unimos os times Onçafari e Land Rover e desenvolvemos o Defender Onçafari. A edição limitada a 25 unidades é exclusiva do mercado brasileiro. Cada carro recebeu o nome de uma onça-pintada monitorada

pelo instituto gravado em um badge junto com o logo de 10 anos da ONG e que é fixado na traseira do carro. Esse é mais um detalhe que fortalece a conexão da nova versão do Defender com o trabalho realizado pela ONG e homenageia os seus impactos positivos. Parte da renda arrecadada na venda dessas 25 unidades será revertida para o Onçafari e suas ações de conservação. Qual foi a base para essa edição? O Defender topo de linha na versão HSE P300, com motor Ingenium turbo de 300 cv e todos os opcionais disponíveis. A cor é a nossa clássica Marrom Godwana Stone, com o teto contrastante em preto e estampas formadas por silhuetas do felino sobrepostas em tons de cinza e preto aplicadas no capô, nas laterais, interior do porta-malas, cobertura do estepe e tapetes. Para completar a personalização estética e instigar a percepção do usuário, o Defender Onçafari ainda vem acompanhado de uma cartela de adesivos com ícones sutis de animais típicos do Pantanal e seus nomes científicos. O item permite que os clientes personalizem seus veículos e criem seus próprios easter eggs, o que torna cada unidade ainda mais singular. Já visitou o projeto? Sim e tive a sorte de avistar oito onças no mesmo dia, além de outros animais nativos. Nós, que vivemos na cidade, só nos damos conta do

quão rico e diverso é o nosso país quando passamos por essa experiência. O avistamento de uma onça é uma experiência para a vida, bem como essa imersão na natureza. Nos faz refletir como cada um de nós tem papel importante na preservação e na conservação ambiental. Também pude constatar que o turismo de observação no Pantanal não deixa nada a dever para os safáris africanos. A Land Rover apoia projetos semelhantes no mundo? Buscamos iniciativas que estejam alinhadas ao universo da Land Rover, dentro da estratégia global da marca. Desde 1954, fornecemos veículos Land Rover para a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para ajudar os médicos no trabalho vital nas comunidades remotas. Estamos trabalhando juntos em nível mundial para impactar de forma positiva a vida de 1 milhão de pessoas por meio de projetos transformadores. Além disso, apoiamos há 35 anos a Royal Geographical Society, oferecendo veículos e financiamento a expedições que promovem uma compreensão mais ampla da natureza. Por fim, temos o Tusk Award, premiação que acontece todos os anos em que celebramos as conquistas extraordinárias dos heróis anônimos da conservação na África. TP landrover.com.br oncafari.org

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Evolução Em tEla Nova geração de televisores lG com tecnologia OleD oferece ainda maior definição de imagem e qualidade de som Por RaPhael Calles

os sErviços dE strEaming trouxEram o aparelho de TV de novo para o ambiente principal da casa. Mas ele precisa ser muito melhor do que em outros tempos. Isso porque a alta velocidade de conexão e a constante evolução da resolução das produções requerem que a tecnologia dos televisores se desenvolva na mesma velocidade. Assim acontece com a nova geração da linha OLED TV da LG. Eis a vanguarda na sua sala. A OLED TV é perfeita para cinéfilos. Sua função Filmmaker Mode calibra o aparelho para reproduzir com fidelidade a visão do diretor de cinema no momento da grava-

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ção de cada cena. “As únicas oportunidades de conseguir tal fidelidade são no cinema ou em uma TV OLED LG”, afirma Robert Legato, supervisor de efeitos especiais indicado ao Oscar por Titanic. Esta tecnologia trabalha em conjunto com as soluções Dolby para entregar um som imersivo e multidimensional. Entre as novidades, destaca-se também o recurso Alerta de Esportes. Com ele, você será notificado sobre o horário de início e resultado das partidas dos mais diversos tipos de esportes. Tem mais: o ângulo de visualização ampliado permite a qualquer espectador visibilidade total da tela de


A inovação e o design da linha TV LG OLED. Acima, o modelo TV LG OLED C1. Na página ao lado, a versão TV LG OLED evo

qualquer lugar da sala. Sem esquecer que as cenas são reproduzidas sem rastros e com fidelidade de cores perfeitas e preto puro. Isso ocorre em virtude da tecnologia LG OLED que dispensa sistema de retroiluminação da tela. Afinal as TVs possuem pixels que se autoiluminam. Por conta desta tecnologia, as TVs OLED possibilitam a criação de telas ultrafinas e design sofisticado. Ela pode ser afixada à parede como um quadro, com cabos ocultos. Ou mesmo exibir obras de arte em altíssima definição com o Modo Galeria. A seleção de imagens, por sinal, pode ser feita por meio do comando de voz, que na LG OLED evo podem ser acessados Hands Free - sem a necessidade do uso do Smart Magic, controle remoto da marca que funciona como um cursor na tela. Outra facilidade: os modelos possuem Amazon Alexa e Google Assistente integrados. Já quem ama os games tem agora a melhor experiência tanto em consoles de última geração, quanto para jogos de PC. Eleita a Melhor TV Gamer, a LG OLED C1 possui, com exclusividade, o G-Sync da Nvídia, que junto de outros recursos, como as quatro entradas HDMI 2.1 e o tempo de resposta inferior a 1ms, proporciona a melhor experiência com games. O modelo LG OLED evo está disponível em 65 polegadas e oferece até 20% mais brilho, com mais profundidade nas cenas e melhor aproveitamento em conteúdos HDR. A série LG OLED C1, por sua vez, tem opções de 48 a 83 polegadas. Os dois modelos chegaram ao mercado nacional em 2021 e já estão disponíveis. tP lg.com/br

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sUbindo de patamar A Jeep ganha a quinta colocação no ranking geral de vendas de automóveis no país

Líder em vendas de sUvs há cinco anos, a Jeep atingiu novo marco no fim deste ano ao surgir no ranking geral como a quinta maior fabricante do Brasil, à frente de nomes tradicionais. “Para nós, é motivo de orgulho figurar entre as cinco marcas mais vendidas, até porque não temos modelos de outros segmentos, só produzimos SUVs”, comemora Alexandre Aquino, diretor do brand Jeep para a América do Sul. Mineiro de Belo Horizonte, engenheiro mecatrônico com especialização em marketing, Aquino, 42 anos de idade, fala nesta entrevista sobre o desempenho e os planos da marca. THE PRESIDENT _ A que se deve o bom desempenho da Jeep em um ano de retração? Alexandre Aquino - Mesmo com as dificuldades do setor e a pandemia, não deixamos de trazer inovações. Neste ano, que marcou os 80 anos da marca, lançamos a Adventure Intelligence, plataforma de conectividade mais completa da categoria. Além disso, apresentamos o novo Compass e o Commander, primeiro Jeep desenvolvido no

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Brasil e o mais sofisticado modelo que produzimos por aqui.

pós-vendas são outros atributos que impressionam na compra de um Jeep.

Com o reforço do Commander, a meta é disputar as primeiras posições? O Commander nasceu ao notarmos a necessidade de oferecer um novo modelo para um cliente que quer seguir na Jeep e continuar crescendo na escolha do carro. Ele começa com o Renegade, passa pelo Compass e agora sobe mais um degrau. O Commander é o SUV que introduz o cliente no patamar ainda mais premium da marca e vai ditar uma nova fase da Jeep no Brasil. Nosso objetivo é cada vez mais levar o nosso legado aos brasileiros e aumentar a nação Jeep.

Em que medida as soluções de conectividade, como o Adventure Intelligence, influíram na boa aceitação dos modelos Jeep? O consumidor está mais digital e mais conectado. No cenário da Covid-19, a participação do digital na jornada de compra dos clientes aumentou em mais de 90%. Portanto, a empresa está atenta ao aprimoramento constante da experiência do consumidor por meio do UX (user experience). Nosso papel é procurar antecipar os seus desejos e atendê-los da melhor forma possível.

Marcas tradicionais como a Jeep saem em vantagem em um mercado competitivo ou o comprador não leva isso em conta? O consumidor leva em consideração a tradição da Jeep e seus modelos icônicos, mas esses não são os únicos fatores decisivos em uma compra. A qualidade, eficiência, tecnologia, performance e atendimento no

Até que ponto a falta de componentes eletrônicos afetou a Jeep? A indústria automotiva, assim como outros setores industriais, vem enfrentando o problema global de escassez de componentes, sobretudo componentes eletrônicos. Realizamos trabalho intenso e direto com os fornecedores, de modo a mitigar os problemas de volumes e regularidade de entregas.


Alexandre Aquino, diretor do brand Jeep para a América do Sul

Já há data prevista para as vendas de modelos híbridos plug-in? O Jeep 4xe (híbrido) será lançado no Brasil em 2022. Qual a importância das tecnologias híbrida e 100% elétrica em um país que conta com matriz energética menos poluente como o etanol? Devemos investir mais de €30 bilhões até 2025 em eletrificação, software e direção autônoma, com uma eficiência de investimento 30% melhor do que a média do setor. A empresa está transformando e reforçando sua base industrial para desenvolver a eletrificação. No Brasil, o etanol é uma vantagem competitiva, que permite

uma transição de baixo carbono em direção à mobilidade elétrica. Considerado do campo à roda, o etanol se enquadra nas mais exigentes regras de emissões. Por isso, também estamos assegurando que nossos motores convencionais a etanol sejam cada vez mais eficientes. Como a Jeep tem atuado nas causas ambientais ou sociais? A Jeep realiza ações ligadas à sustentabilidade e responsabilidade social. O Polo Automotivo de Goiana (PE) é Aterro Zero desde a inauguração, em 2015, e este ano se tornou o primeiro complexo industrial multiplantas Carbono Neutro da América Latina.

Mais de 99% da água utilizada na produção é de reúso e, além disso, o Programa de Biodiversidade promove a recuperação da Mata Atlântica. No campo social, a Jeep acaba de lançar parceria com a Roda, iniciativa de economia circular em moda sustentável que utiliza os resíduos da linha de produção, como couro, borracha, cintos de segurança e airbags, para a criação de mochilas, bolsas, sandálias, entre outros itens (veja em www. roda.eco.br/). Por fim, desde 2018 a Jeep é parceira do Projeto Tamar, uma das mais relevantes iniciativas em defesa da vida selvagem do planeta. TP jeep.com.br

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Realidade sustentável BMW é um dos principais players no segmento de carros elétricos no Brasil e no mundo O meRcadO de caRROs elétRicOs mOvimenta a BmW. A empresa alemã aposta no futuro. Sua previsão é de que, no ano de 2030, nada menos que metade de suas vendas globais seja de modelos elétricos. O Brasil terá papel representativo nesse rápido processo. No caso, o segmento premium será o responsável por puxar a escalada da eletrificação. A BMW é líder no segmento premium no país. Mais de um em cada três veículos premium vendidos no Brasil é um BMW. Exatamente. A marca vende mais do que os concorrentes alemães somados. Segundo a companhia, suas molas propulsoras são tecnologia, agilidade e foco no cliente. Ensina a estratégia da BMW: “A conectividade com o cliente também faz parte da nossa estratégia tecnológica”. A montadora acabou de fazer um aporte de R$ 500 milhões na fábrica de Araquari (SC) para a produção dos novos BMW X3 e X4, além de incrementar a engenharia local. Enquanto concorrentes optaram por deixar de produzir no Brasil, a BMW foi

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na direção contrária e reafirmou o compromisso com o país. Fabricou mais de 70 mil carros nos sete anos de história da planta de Araquari. A BMW tem também uma equipe de engenharia local dedicada a apoiar os processos globais do Brasil. Desenvolve localmente o motor flex do BMW X1, está trabalhando em uma versão flex do BMW i3 REX e faz parte do desenvolvimento global dos aplicativos My BMW e MINI App. Muita coisa aconteceu desde que o i3 foi lançado em 2014, o primeiro carro totalmente elétrico a ser vendido no Brasil. O modelo representou a chegada do futuro às nossas ruas. Desde então, o aumento da participação dos elétricos no mercado brasileiro é digno de nota. E não foi diferente com a marca alemã. A BMW vendeu neste ano 118,3% a mais de carros elétricos até o momento do que no mesmo período de 2020. Foram 155 unidades, contra 71 do ano anterior. O ritmo de crescimento será acelerado. A BMW acredita que


o novíssimo iX, que terá autonomia de 575 km. Na página ao lado, o i3, primeiro modelo 100% elétrico da marca vendido no mercado brasileiro

as vendas de elétricos devam chegar a 10% do mercado brasileiro em 2030. Por conta disso, a montadora lançará 12 modelos totalmente elétricos até 2023 e espera que 50% das suas vendas sejam de veículos desse gênero em 2030. A marca atingiu o patamar de 1 milhão de veículos eletrificados. Com vistas a 2022, o novíssimo iX já foi confirmado para o mercado nacional e promete ser um divisor de águas no mundo dos elétricos, com autonomia projetada de até 575 km na versão iX M60, o suficiente para viajar de São Paulo para o Rio de Janeiro com total tranquilidade. Trata-se de um SAV (Sport Activity Vehicle) de estimados 619 cv. Além disso, vale destacar o novo i4, cupê de quatro portas que mostra que design emotivo é algo que faz parte dos elétricos da BMW. Oferecer o Puro Prazer de Dirigir característico da BMW é algo ainda mais fácil em um carro elétrico. Isso porque esse tipo de modelo oferece torque máximo a qualquer pisada forte no acelerador. É necessário apoiar as costas nos bancos para não

ser pego desprevenido. Digamos que aceleram tão rápido quanto o número de vendas deles. De nada adiantaria trazer modelos elétricos se a infraestrutura da fábrica em Araquari não estivesse adaptada para comportá-los. Também nesse ponto a BMW se destaca. Além de implementar carregadores rápidos por vários pontos, a marca também oferece o carregador Wallbox para os consumidores acelerarem o período de recarga em suas casas. Mais do que apenas oferecer carros elétricos, a BMW está repensando o ciclo completo de produção do veículo dentro do conceito de economia circular. Já provou que 90% de um automóvel pode ser reciclado, uma iniciativa de responsabilidade ambiental que começa na hora de certificar que todo o processo de extração de matérias-primas seja feito de maneira responsável. tP bmw.com.br

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entrevista

foco na linha branca CONHEÇA KEI MINOHARA, O NOVO PRESIDENTE DA PANASONIC BRASIL, UMA DAS MAIORES FABRICANTES DE GELADEIRAS E MÁQUINAS DE LAVAR DO PAÍS

Por FRANÇOISE TERZIAN Retratos MARCELLO SPATAFORA

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n e g ó c i o s

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desde 1º de julho, a pa nasoniC Br asil teM uM novo CoM a nda nte. tr ata-se do ja ponês Kei Minoh a r a, na giga nte de ConsuMo desde 1989 e eM seu quinto pa ís dentro da Corpor ação. CoM 70% de seu teMpo foCa do na oper ação Br asileir a e os 30% resta ntes na a MériCa l atina (peru e Bolí v i a), Minoh a r a assuMe o Ca rgo M á xiMo da ja ponesa no Br asil. sua posição é estr atégiCa pa r a a M atriz, que aqui finCou seus pés h á M a is de CinCo déCa das. a pa nasoniC tev e seu noMe forteMente assoCi a do ao uni v erso dos telev isores. este, por sina l, ser á leMBr a do CoMo uM iMporta nte Ca pítulo de sua históri a.

Mas não é de hoje que a empresa mergulha com mais profundidade nos mares da linha branca. No momento, a fabricante japonesa tornou-se uma referência no país tanto em geladeiras quanto em máquinas de lavar. É um player de sucesso em inovação, tecnologia e, também, em volume de vendas. Baseado em São Paulo, Kei Minohara comanda uma operação com mais de 2 mil colaboradores que atuam em três unidades fabris – São José dos Campos (SP), Extrema (MG) e Manaus (AM) –, além do escritório administrativo na capital paulista. “Estou muito feliz em ingressar no time brasileiro. Tenho certeza de que, juntos, teremos grandes conquistas”, afirma o presidente. Referência no país na elaboração de produtos que transformam a vida dos consumidores por meio de sua tecnologia, com itens de linha branca, pilhas e cuidados pessoais,

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a Panasonic também tem uma divisão local de B2B. Ela é composta por Automotive, Câmeras Broadcast, Projetores, Eficiência Energética e Digital Signage. No que se refere ao lado pessoal, Minohara revela que, desde que se mudou para o Brasil, tem buscado experimentar. “Infelizmente, ainda não pude viajar muito pelo país, mas estou aproveitando para estudar a história de várias partes do Brasil, para depois visitar as construções antigas, provar as comidas, vinhos locais e as cervejas artesanais.” Enquanto isso, o executivo tem aproveitado para visitar excelentes restaurantes em São Paulo. Seu hobby? O baseball. Minohara adora a American MLB (Major League Baseball). Um de seus prazeres é assistir a jogos ao vivo. “Já vi 50 partidas no estádio”, contabiliza. “É muito emocionante e divertido. No Brasil, quero muito me programar para ir assistir a um jogo de futebol no estádio.”


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e n t r e v i s t a

THE PRESIDENT _Como foi desembarcar no país em meio a uma das piores pandemias da história e em um período de forte polarização política e economia e inflação em momento altamente desafiante? Kei Minohara - O ano de 2021 tem sido de grandes aprendizados e conquistas. Como empresa, lidamos com o cenário econômico mundial ainda impactado pela pandemia, mas seguimos nossa filosofia de pessoas antes de produtos. Como presidente da empresa, posso afirmar que seguimos otimistas e foi assim que desembarquei no Brasil. Mesmo com as dificuldades enfrentadas pela indústria, de forma geral, nossa expertise e proporção mundial fizeram com que a Panasonic do Brasil conseguisse enfrentar esse desafio. Saímos ainda mais fortes, sem ter demitido colaboradores por causa da pandemia. A Panasonic é uma empresa centenária, que já passou por outros momentos de crise, guerras e saiu mais forte. E dessa vez não foi diferente. Poderia compartilhar conosco qual a posição da Panasonic Brasil frente às outras operações mundiais? Já estamos entre os top 5 ou 10? O Brasil é um país extremamente estratégico para a Panasonic. Desde o ano fiscal de 2018, crescemos dois dígitos. A expectativa é mantermos esse bom resultado também para este ano, e é para isso que estamos olhando. Acreditamos no mercado brasileiro. A Panasonic segue investindo na produção local e na busca por cada vez mais representatividade de nosso

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negócio globalmente. Hoje, somos o terceiro mercado em geladeiras e o sexto em máquinas de lavar. Seguimos buscando essas posições de liderança. Recentemente, a companhia anunciou o fim da produção de televisores e equipamentos de áudio residencial no país. Por outro lado, informou que a operação fabril de Manaus deverá se concentrar na fabricação de micro-ondas, produtos automotivos e componentes eletrônicos. Qual sua missão como comandante da Panasonic Brasil? A marca encerra, no final de dezembro de 2021, a produção de TV e áudio no Brasil, uma decisão que segue uma estratégia global, baseada na sustentabilidade do negócio, e manterá o foco em outras linhas de produtos, que estão ganhando investimentos expressivos. Nos últimos anos, a Panasonic investiu muito para que a Panasonic Brasil fosse referência em linha branca, com inovação em geladeiras, máquinas de lavar e micro-ondas. E é onde temos grande diferencial frente à concorrência. Fazemos os melhores produtos e, reiterando, crescemos dois dígitos. Estamos trabalhando para aumentar a lucratividade com foco na produção de produtos de alto valor agregado. A Panasonic é uma empresa muito estratégica, e o consumidor pode esperar grandes novidades – e muita tecnologia. O que mais o assusta no mercado brasileiro e o que mais o anima? Em outras palavras, quais suas maiores

preocupações em relação ao país e as grandes oportunidades observadas? A economia como um todo, tanto nacional quanto mundial, está em transformação. Estamos atentos aos movimentos de mercado para continuarmos oferecendo soluções para nossos clientes. Estamos otimistas com 2022, mas atentos à nova realidade do mercado. O que mais me anima é a sede dos consumidores em experimentar produtos com tecnologias novas. Como tem sido a comunicação e a venda desses produtos, uma vez que a Panasonic passou décadas associada a televisores? A Black Friday, que tem sido a data de maior venda da empresa no país, foi mais um grande momento para nós. A diferença, neste ano, é que investimos muito na venda de linha branca, além de produtos de cuidados pessoais, já que tiramos o foco de TVs e áudio. Nossa comunicação para a linha branca está muito focada na performance do produto e na sustentabilidade. Temos as geladeiras mais eficientes energeticamente, classificadas como A+++. Nossas máquinas de lavar também focam a economia e oferecem a melhor lavagem. A sustentabilidade de nossos produtos é algo que sempre esteve em nosso DNA e seguimos reforçando essa mensagem. No mundo que respira ESG, qual o olhar da Panasonic para produtos cada vez mais inteligentes e econômicos em termos de consumo? Como vocês observam essas questões e qual


produto hoje é considerado o grande case de sucesso em selos de órgãos de respeito como o Inmetro? A Panasonic segue os pilares de desenvolvimentos dos produtos: economia de tempo, saúde e sustentabilidade, trazendo tecnologias em favor do meio ambiente e da qualidade de vida, garantindo o baixo consumo de energia, desempenho característico da marca, e promovendo economia de tempo para os consumidores. Nossos produtos estão cada vez mais sustentáveis e econômicos. Por exemplo, mesmo antes da nova classificação de selo do Inmetro, já tínhamos modelos de geladeiras no mercado que se enquadravam no selo A+++ de eficiência energética, podendo-se economizar mais de 41% de energia. Nossas máquinas de lavar também são as mais econômicas da categoria. Todos os nossos produtos são pensados para serem os mais eficientes e sustentáveis possíveis. Sabemos que o consumidor está mais exigente, querendo saber mais sobre os benefícios do produto, como esse item irá facilitar a vida dele, a eficiência energética e a sustentabilidade. Estamos bem qualificados nessa área, como já fazemos há muitos anos. Como o conceito de IoT (Internet of Things) se encaixa hoje na linha branca da Panasonic? Vocês têm desenvolvido equipamentos mais inteligentes e conectados em prol do dia a dia do usuário? Desenvolvimento de novas tecnologias e criação de produtos para

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en ne g t ró ec vi oi ss t a

facilitar a vida das pessoas são coisas que estão presentes no dia a dia da marca no mundo todo. É um mercado ainda muito novo no Brasil e estamos estudando os consumidores e suas demandas. Atualmente nossa abordagem está em outras formas de inteligências artificiais, como o SmartSense. Com ele, o uso da geladeira é monitorada no dia a dia a partir desses sensores, fazendo-a funcionar de acordo com a rotina da casa, resultando em uma economia de até 10% no consumo de energia. Como tem sido esses primeiros meses de vivência no Brasil? Onde você mora? Diria que trabalha mais aqui no Brasil do que antes? Moro em São Paulo e, até o momento, já tive a oportunidade de visitar duas das três fábricas no Brasil - em Extrema (MG) e São José dos Campos (SP). Planejo visitar a fábrica de Manaus (AM) o mais rápido possível. Além das fábricas, já fiz diversas viagens de negócios pelo país. Mas o Brasil é um país muito grande e ainda há muitos locais onde temos mercados e clientes importantes que eu gostaria de visitar o quanto antes. Não acredito que meu horário de trabalho tenha mudado muito desde que comecei a atuar aqui. A questão é que também

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tenho contato com outros países da América Latina, e há encontros frequentes com uma grande diferença de fuso horário. É uma característica do meu trabalho, trabalhar com pessoas de diferentes países, a despeito do horário. Já estou acostumado. Trabalho muito, isso é fato, mas não acho que o tempo que passo trabalhando todos os dias seja muito diferente do dos outros brasileiros. Algum hábito/costume brasileiro o surpreendeu a ponto de ser incorporado à sua rotina? Já aprendeu algumas palavras em português? Nos últimos dez anos, tenho trabalhado em vários países da América Latina. O Brasil me parece um país com uma riqueza enorme de diversidade, o que é incrível e eu valorizo muito. Isso traz a possibilidade de praticarmos o respeito por todos os valores, opiniões e cria um ambiente aberto para discussões saudáveis, para encontrar diferentes formas de alcançar o mesmo objetivo, utilizando muito da criatividade. Essa diversidade de ideias é algo que quero manter em minha rotina. O idioma é fantástico também e consigo me comunicar em português. Antes mesmo de assumir o cargo, já me preparei, mas sigo

aprendendo todos os dias e quero melhorar minha fluência. Pode compartilhar conosco três de suas principais metas na operação Brasil? Globalmente, a Panasonic celebra seu 103º aniversário este ano. No Brasil, completamos 54 anos neste mês de dezembro. A Panasonic é uma empresa que faz parte do dia a dia dos consumidores, com produtos de linha branca, como geladeiras, máquinas de lavar, fornos, micro-ondas, e também com pilhas. Mas claro que queremos mais. Por isso, para 2025 queremos estar entre as top 4 marcas de linha branca. Trazendo qualidade de vida e agregando valor à vida dos nossos clientes. O segundo, é ser referência de empresa que inspira e estimula uma sociedade sustentável. O mundo enfrenta problemas ambientais e energéticos e, desde o princípio, trabalhamos com o intuito de contribuir para a solução destes problemas sociais, disponibilizando produtos com várias tecnologias de economia de energia e de água. E, em terceiro lugar, queremos ser uma companhia onde cada um de nós possa trabalhar com orgulho e senso de propósito. tP

Confira o site oficial da Panasonic.

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Ivo

ohnrath De Dentro para fora A Athié WohnrAth – ConstrutorA e ArquiteturA, do sóCio ivo WohnrAth, Começou desenhAndo interiores de esCritórios. hoje, A empresA ergue de fábriCAs A hospitAis

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Ivo Wohnrath descobrIu cedo sua vocação para a admInIstração. aInda jovem, entrou na faculdade de engenharIa, mudou para o curso de admInIstr ação e se encontrou na mIstura destes doIs unIversos. ceo da athIé Wohnrath, no momento ele exerce uma dIfícIl mIssão: pensar no futuro enquanto constróI (lIteralmente) o presente.

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A Athié Wohnrath é o maior escritório de arquitetura da América Latina e uma das 12 maiores construtoras do Brasil. Com mais de 50% de participação do mercado de interiores corporativos, a empresa cresceu e alçou voos maiores: hoje, também constrói galpões, fábricas, escolas, hospitais e edifícios. Chegar a esse patamar envolveu muita determinação, conhecimento e uma pitada de ousadia. Sempre alinhado às principais tendências do exterior, há mais de 25 anos, Ivo se uniu a Sergio Athié e a um time de arquitetos e engenheiros de destaque no mercado para dar vida a uma empresa que tem, como objetivo, criar espaços inovadores.


“sustentabilidade é um valor inegociável. está presente no projeto, na obra e em todas as nossas ações. Desde o consumo de energia até a geração de resíduos”

THE PRESIDENT _Você sempre soube que gostaria de trabalhar na área de arquitetura e engenharia? Ivo Wohnrath - Este mercado sempre me chamou a atenção. Quando ainda criança, decidi que cursaria engenharia. Era meu projeto de vida. Entrei na faculdade, mas, seis meses depois, percebi que não tinha tanta afinidade e desisti. Vi que não era aquilo que eu queria. Foi quando entrei em administração na FGV [Fundação Getulio Vargas]. Aí minha carreira ficou muito mais prazerosa. Como você chegou ao mercado de engenharia e arquitetura? Inicialmente, estagiei no maior banco de investimentos do país. Como a inflação estava alta e a economia passava por uma grande transformação, acreditei que o mercado financeiro ficaria em xeque. Foi quando surgiu a oportunidade de trabalhar na gestão da área comercial de uma indústria de móveis de escritório. Naquela época, o sistema de mobiliá-

rio iniciava um processo de transformação: as empresas não almejavam mais o formato considerado tradicional, com salas fechadas. Foi a ocasião ideal para assumir a gestão de vendas de uma das melhores companhias de design do Brasil. Eu era responsável pelo país todo, menos por São Paulo, região do Sergio Athié. Como era necessário trabalhar em conjunto por diversas vezes, acabamos nos conhecendo e ficando amigos. Percebemos uma afinidade comercial, além de uma complementariedade. O Sergio sempre foi uma pessoa carismática e envolvente; eu tenho um lado mais lógico, racional. Na soma, conseguíamos fazer muitos negócios juntos. E como começou a parceria entre vocês, que deu origem à Athié Wohnrath? Após alguns anos em que havíamos nos conhecido, o Sergio optou por sair e montar seu próprio escritório de arquitetura. Segui por uns dois anos na empresa em que trabalhamos

juntos. Era jovem e ainda não tinha claro o que gostaria de fazer. Pensava em estudar nos Estados Unidos. Em uma conversa, Sergio me convidou para voltarmos a trabalhar juntos. Naquele momento, o mercado passava por mais uma grande transformação: chegavam ao Brasil modelos importados de persianas de alumínio, carpete em placa, piso elevado metálico. Todas essas novidades vinham do exterior; não havia nada nacional. Aliado a isso, com a chegada da internet, a tecnologia passou a assumir um papel muito relevante e isso transformava a dinâmica do escritório. Definimos que o Sergio continuaria encarregado da arquitetura, enquanto eu montaria uma área comercial. Passei a atuar na venda daqueles produtos importados. O escritório, como qualquer outra empresa de arquitetura da época, fazia um pouco de tudo: residencial, indústrias, escritórios. Avaliando o negócio, definimos que deveríamos optar por atuar em apenas um seg-

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Decoração do escritório da Athié Wohnrath, em São Paulo

mento. Era necessário ter um diferencial. Optamos por interiores corporativos, porque já conhecíamos bem o mercado, os concorrentes, os clientes e sabíamos se tratar de um segmento crescente e muito forte. Assim começou a Athié Wohnrath. E como essa empresa cresceu até o ponto que vocês chegaram, de atender mais de 50% dos escritórios de São Paulo? Logo que assumi, passei a fazer todo o backoffice do escritório. Assim, o Sergio e os arquitetos tinham liberdade para se dedicar à criação. Até então, a arquitetura entregava ao cliente apenas um layout, um desenho em 2D de como ocupar o espaço, além de catálogos de produtos e sugestões de amostras. Toda a engenharia, a parte técnica, era feita

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por uma construtora. Concluímos que poderíamos agregar mais valor para o cliente. Decidimos administrar os projetos das áreas técnicas, fazer as planilhas comparativas, auxiliar nas compras e na escolha da construtora. Dessa forma, passamos a entregar um pacote completo. Com isso, os clientes passaram a requisitar que supervisionássemos a obra. Passamos a contratar alguns serviços fora do escopo das empreiteiras. Naquele momento, compreendemos que tínhamos a estrutura de uma construtora nas mãos. Com a época de privatizações e a chegada das empresas pontocom, o mercado passou por um boom muito grande. As empresas solicitavam serviços executados com muita agilidade. Àquela época, éramos o único escritório que oferecia um processo

completo: arquitetura e construção. Isso nos diferenciou e fez com que a nossa demanda crescesse exponencialmente. Desde então, já tínhamos uma determinação - na verdade, uma obstinação - por entregar no prazo, com qualidade e dentro do budget acordado. Trabalhávamos finais de semana e feriados, se fosse preciso, mas a entrega sempre ocorria no prazo. Não era algo habitual. Essas características, que deveriam ser óbvias e cotidianas, surpreenderam as pessoas e nos garantiram 50% de participação no mercado. Hoje a Athié Wohnrath atua em várias outras áreas além da concepção de interiores de escritórios. Como se deu a transformação? Um dia, o dono de uma construtora nos ligou porque havia fechado uma


obra: o maior galpão logístico da América Latina. O cliente exigiu que nossa empresa fizesse o projeto. Nunca havíamos feito um galpão e não tínhamos especialistas na área. Respondemos que não seria possível assumir o projeto. O empresário insistiu e contou que, em uma viagem aos Estados Unidos, havia conhecido uma nova tecnologia para construção de galpões. Ele sugeriu que enviássemos um arquiteto para o exterior para aprender como fazer o tilt up. Deu muito certo. Essa tecnologia, até então inédita no Brasil, nos abriu várias portas. Após aquela experiência, o dono dessa construtora seguiu nos contratando para fazer outros galpões de logística e fábricas também, que têm uma essência semelhante. Como o volume de projetos passou a crescer, optamos por tornar essa a nossa segunda vertical exclusiva: Fábricas e Logística. Existem muitas diferenças entre um projeto de interiores e um projeto de fábrica? São muitas as mudanças: os fornecedores, as tecnologias. O que nós sempre mantivemos foi a nossa metodologia: desenvolvemos uma forma de capturar o briefing, estruturar as ideias internamente, definir o momento que os arquitetos entram em ação, a hora que os engenheiros assumem e como encaixar tudo isso. Este processo, que foi construído para Interiores Corporativos, foi replicado em Fábricas e Logística e, depois, na área de Edificações Residenciais e Corporativas – que se tornou a nossa terceira vertical de negócios.

Após uma experiência com a nossa área de interiores, uma empresa de logística multinacional decidiu que deveríamos fazer o novo prédio deles em Santos. Naquele momento, planejamos a estrutura ideal para atender a esta demanda: passamos a ter times dedicados apenas para edifícios residenciais e corporativos. Foi dessa mesma forma que nasceu a nossa quarta vertical: Signature. Como os clientes estavam muito satisfeitos com os projetos e obras das suas empresas, passaram a solicitar que fizéssemos suas casas e apartamentos. As duas últimas verticais surgiram porque avaliamos o mercado e enxergamos grandes oportunidades nas áreas de educação e saúde. A fim de estarmos prontos para este passo, pesquisamos os mercados, montamos times distintos e dedicados e encontramos os melhores parceiros. A pandemia acelerou muito estes dois setores: enquanto enfrentávamos uma retração nos projetos e obras de interiores corporativos; educação e saúde tiveram um grande crescimento. Hoje, por exemplo, estamos construindo sete hospitais para grandes redes de saúde no país. Agora, estes ambientes têm características totalmente distintas dos espaços de saúde de alguns anos atrás. A humanização do atendimento, que é tendência neste mercado, faz com que o paciente seja o centro do tratamento. Dessa forma, toda a estrutura dos ambientes deve ser repensada para oferecer, não apenas a melhor condição para o paciente, mas para todos os colaboradores que participam do cuidado.

Na educação, também houve uma grande transformação. O aluno passou a ser o protagonista do seu aprendizado. Para se adequar a essa nova realidade, as salas de aula tradicionais deixaram de fazer sentido: não se deve mais oferecer um espaço que crie uma hierarquia. O professor não deve estar o tempo todo em frente à sala. O espaço destinado ao professor é o mesmo dos alunos: a sala inteira. Estes ambientes remetem muito a essa nova demanda dos escritórios por espaços colaborativos. As escolas passaram a oferecer mais possibilidades de interação. Essa transformação foi acelerada pela pandemia – que nos fez perceber a importância do contato físico e da comunicação olho no olho-, mas se trata de uma mudança que já teve início anteriormente. Nós estamos muito motivados com os projetos que assumimos nesta área porque acreditamos que, apenas investindo na educação, no desenvolvimento das crianças a médio prazo, poderemos ter um país melhor. Atualmente somos um dos principais players do segmento, realizando projetos e obras que vão de escolas a universidades. A pandemia acelerou diversos processos na saúde e na educação, mas também impactou outras áreas. Qual foi o balanço para a A|W deste momento? No primeiro ciclo, em março do ano passado – início do confinamento no país –, o mercado decidiu postergar projetos novos porque não se sabia, ao certo, quanto tempo a pandemia demoraria. No segundo semestre,

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sentimos um movimento de retomada, quando voltamos parcialmente para os escritórios. E esse momento, que parecia ir muito bem, trouxe uma aceleração na contratação dos escritórios, até que veio a segunda onda de Covid-19, que trouxe, mais uma vez, uma retração muito forte. Neste segundo semestre, com o maior controle da pandemia, estamos batendo recordes de contratação, projetos e obras. De que forma a pandemia afetou os escritórios? Hoje, há perfis de clientes bem distintos. Um grupo menor quer continuar implantando escritórios exatamente como antes da pandemia. E há aqueles que mudaram um pouco para se adaptar aos ambientes mais colaborativos e os que se transformaram por completo. O nosso maior desafio é apoiar as empresas no entendimento da melhor dinâmica para os colaboradores em função das atividades que realizam, da relação com a empresa e com seus clientes. Os espaços são capazes de transformar a cultura de uma empresa? Com certeza! É fundamental existir uma conexão entre a cultura da empresa e o seu ambiente físico, o escritório. Um bom exemplo é um grande banco de varejo, que sempre foi mais tradicional. Ao assumir sua gestão, o CEO optou por dar início a um processo de transformação. Fomos contratados para fazer o novo escritório com conceitos mais atuais, incluindo postos compartilhados e ambientes de trabalhos colaborativos. O prédio, que

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ficou pronto um ano antes da pandemia, foi um marco de transformação na cultura da empresa: ao mesmo tempo que mantém a sobriedade típica do banco, também é moderno, agradável e acolhedor. E isso mudou a forma de trabalho. Acreditamos que cada empresa tem um DNA diferente. A nossa missão é entender essa essência, alinhar o DNA ao momento da companhia e oferecer uma oportunidade de transformação. Sabemos que os espaços são uma ferramenta poderosa de engajamento, transferência de conhecimento e assimilação da cultura da empresa. Precisamos viver a realidade de cada companhia. Apenas dessa maneira é possível refletir o que a companhia realmente é. Os ambientes transformam tanto que o retrofit que fizemos na B3 foi reconhecido pelo Prêmio Master Imobiliário. Mais do que mudar o interior do edifício, o projeto contribuiu para a revitalização do centro de São Paulo. Instalamos tecnologia de ponta em um edifício repleto de história. A tecnologia não está desconectada do resto da estrutura: ela é uma extensão de uma história centenária que evoluiu e se desenvolveu. Tudo isso mostra que o clássico e o tecnológico podem – e devem - caminhar juntos na criação de um espaço inovador. Essa obra da B3 começou antes da Covid-19. Você vê muitas mudanças nos pedidos dos clientes depois da pandemia? A pandemia acelerou e consolidou o uso de ambientes colaborativos. O trabalho

híbrido se tornou uma realidade e as empresas passaram a querer mais ambientes em que as pessoas trabalhem interagindo. Individualmente, o colaborador pode trabalhar de casa ou de qualquer lugar. Isso faz com que as empresas busquem espaços proporcionalmente mais amplos, já que esses ambientes costumam ocupar uma área maior em relação às estações individuais. Com as transformações que a tecnologia impôs, também passamos a trabalhar de forma distinta as salas de reunião, para que possam acomodar as reuniões híbridas. É muito mais complexo do que parece oferecer a mesma experiência às pessoas que estão na sala de reunião e àquelas que estão acessando remotamente. Outro fato comum é trazermos um clima mais residencial: as áreas externas estão em alta, seja uma varanda, um terraço ou um rooftop. Principalmente se houver biofilia: as empresas desejam que as plantas estejam em todo lugar. O mobiliário se transformou também, com uso de móveis residenciais, que levam a uma experiência mais acolhedora. As novas características estão muito mais referenciadas no home do que no office. E o que todas essas mudanças trazem ao cotidiano das pessoas? Elas propiciarão mais qualidade de vida real para todos os colaboradores. As pessoas entenderam as vantagens do home office. Puderam ficar mais com os filhos, praticar mais atividades físicas, realizar reuniões de sua casa de campo ou


Interior do Espaço B3, área de eventos localizada no centro da capital paulista

praia. No entanto, ao mesmo tempo que é positivo, o virtual deixa tudo mais distante. Os colaboradores sentem falta do relacionamento com os colegas, da troca de experiências, do aprendizado que advém da experiência. Por isso, fica evidente que os escritórios não vão acabar. Apenas serão adaptados ao momento de cada empresa. Um case interessante é o de um grande player de e-commerce que nos encomendou - antes da pandemia - um campus totalmente alinhado com o que as empresas estão buscando no momento. Eles se referenciaram em companhias do Vale do Silício e solicitaram que transformássemos galpões antigos e degradados em um

espaço que proporcionasse o melhor, não só para os colaboradores, mas para o meio ambiente. Esse projeto já nasceu muito sustentável. Entre outros atributos, tem um conjunto de placa solares na cobertura que, além de gerar energia para suprir o site, é capaz de produzir energia excedente, que é devolvida para a rede. Sustentabilidade é um critério da A|W também? Com certeza! É um valor inegociável para nós. Está presente no projeto, na obra e em todas as nossas ações. No projeto, é preciso ter cautela com o consumo de energia e questões como a geração de CO2 na fase de implantação. E, durante a obra,

temos as mesmas preocupações: é fundamental controlar a geração de resíduos, fazer o descarte controlado, focando sempre na reciclagem e no reaproveitamento. Esses são parâmetros tão essenciais para nós que a A|W é a empresa da América Latina que mais gerou projetos com certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Hoje, já são 80 aprovados e mais de 80 em aprovação. Muitas vezes, a empresa nem quer buscar a certificação, mas essa preocupação ambiental já está enraizada em nossas operações. Nos enche de orgulho saber que estamos oferecendo os melhores ambientes sem prejudicar o nosso planeta. tp

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Eduardo dE Castro ProPrietário do Casa do Chef alma lusitana


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um português

difErEntE O lusitano Eduardo de Castro, do restaurante Casa do Chef, prepara, sim, pratos de bacalhau. Mas apenas no vapor — e jamais com o peixe pré-salgado Por LUCIANA LANCELLOTI

Retratos GERMANO LÜDERS

um rEstaurantE simplEs E informal na ilha grandE, em Angra dos Reis-RJ, com só quatro mesas, organizado na própria casa do chef. Servia peixes fresquíssimos, preparados na grelha. Assim o português Eduardo de Castro, 59 anos, mantinha seu pequeno negócio na Praia Vermelha, sem grandes pretensões. “Uma casinha, mesmo, com as mesas em frente.” Só era possível chegar de barco. Ali, em uma véspera de Natal, ele viu sua vida mudar. Batendo à porta, chegou, indicado por moradores da vila, “um senhor José Bonifácio de Oliveira”. Era o Boni, ex-diretor-geral da Rede Globo, cuja fama de gourmet exigente é conhecida. Gostou tanto que recomendou a Casa do Chef nas redes sociais. E a casinha nunca mais seria a mesma. “No dia seguinte, havia dez barcos na frente”, relembra Eduardo. “Minha vida mudou.” A proposta do chef Eduardo de Castro não insinua invencionices e nem se apoia no que, em geral, os brasileiros conhecem por cozinha portuguesa. Ele não abre mão da máxima qualidade dos ingredientes e intervém o mínimo possível para oferecer sugestões com o máximo frescor. Trouxe referências de vários países. Em especial da França, onde se formou jornalista, e da Suíça, onde deu continuidade aos estudos. O grande legado, no entanto, ele guarda na memória afetiva: a infância e a juventude em Alfândega da Fé, no norte de Portugal, com os pratos preparados pela família, que até hoje produz azeites e vinhos em Trás-os-Montes. “Minha avó cozinhava muito bem, minha mãe também e eu gostava de cozinhar”, lembra-se. Da avó, Eduardo guarda uma das maiores lições: “Bacalhau é peixe e tem que ser servido como se fosse uma rosa: tocou, caem as pétalas”. Por isso, quem vai ao restaurante Casa do Chef, hoje no bairro do Morumbi, em São Paulo, esperando a clássica preparação da maior parte dos restaurantes portugueses, surpreende-se. Nada de bacalhau com natas, à lagareiro ou à Brás, mas sim no vapor, para resgatar o estado fresco do peixe, “assim como foi pescado na Noruega”.

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THE PRESIDENT _ Você é formado em jornalismo? Eduardo de Castro - Sim, nunca me imaginei cozinheiro. Aos 14 anos entrei como estagiário em um jornal no Porto. Estudava de manhã e à tarde ia para o jornal. Então fui para Paris aos 16 e me formei lá. Você chegou a trabalhar como jornalista na França? Sim, na Rádio Alfa, em Paris. Na época, conheci um suíço, meu professor em um curso de marketing de hotelaria. Há 30 anos ele dizia que marketing e informática seriam os negócios do futuro. Comecei a trabalhar na área de comunicação de um hotel. Um dia, no meu aniversário de 25 anos, cozinhei na minha casa para os colegas, à volta dos meus amigos e do presidente do hotel, Patrick, que era um cara extraordinário. Qual foi o menu? Fiz um arroz de frutos do mar, uns petiscos portugueses. Dois meses depois, o Patrick me chamou na casa dele para preparar o arroz porque a namorada dele havia gostado muito e eles iriam receber algumas pessoas. Eu disse: “Você tem cinco chefs de cozinha, eu sou do marketing”. Ele me intimou a fazer o arroz, alegando que seria para apenas cinco pessoas. E não parou por aí. Não. Pouco tempo depois, faleceu um chef do hotel e haveria um evento de comida mediterrânea. Dei uma força na cozinha. Até que um dia o Patrick me disse: “Olha, você é ótimo de

comunicação, mas tem um tempero diferente e quero lhe fazer uma proposta. Você vai para Lausanne, faz um curso de gastronomia, eu te pago o salário e você volta para trabalhar com a gente”. E como foi? Eu achei que era uma doideira, mas adorei essa história de chef. Você põe o prato na mesa e a pessoa reage: “Ah, está salgado, está doce, está bom, está ruim”. É maravilhoso, uma resposta muito rápida. A partir daí comecei a sair da área hoteleira e trabalhei em restaurantes pequenos. No meio disso, me pediram para assumir a direção de um hotel na minha cidade, Alfândega da Fé. Depois comecei a trabalhar como consultor dessa companhia suíça de hotéis e passei a rodar: Sevilha, Madri, Glasgow, Argentina – onde acabei por fazer meu único filho. O meu objetivo era um dia conseguir apresentar a minha comida. Qual era a ideia? Gosto muito de mexer pouco no produto. E de fazer comida para quem gosta de comer. Não saio da minha matriz, que é ibérica. E como você chegou ao Brasil? Vim pela primeira vez como jornalista, acompanhando a comitiva do presidente Mário Soares. Cheguei a namorar uma brasileira. Então, uma vez em Buenos Aires, recebi um convite para voltar, fazer um show cooking para uma empresa. Acabei por abrir um restaurante em São José do Rio Preto (SP), o Douro Preto. Então,

fechei o restaurante e achei que não ficaria mais aqui, mas reencontrei aquela namorada brasileira de 14 anos atrás e fiquei. Abri uma empresa de consultoria e passei por vários restaurantes, como o Bacalhoeiro, na zona leste de São Paulo. Restaurantes de outras cidades também? Sim, em Aracaju. Fez bastante sucesso. Aí um grupo português de supermercados me convidou para escrever um livro. Coincidiu com o convite de um argentino para um projeto em Angra dos Reis, na Ilha Grande. Fui para lá e me apaixonei pelo lugar, encontrei uma casinha que eu adorava, na Praia Vermelha. É a minha matriz no país até hoje. Convivendo com os pescadores, comecei a me apaixonar por peixes brasileiros e a perceber coisas de que não fazia nem ideia. E o contrato com o argentino? Acabou, mas eu já tinha a casinha. Como falo meia dúzia de idiomas, virei tradutor da ilha para os turistas. E começou: “Vai ali na casa do chef”. Me disseram: “Por que você não coloca quatro ou cinco mesas e abre um restaurante?”. Foi o que fiz. Casa do Chef porque era na minha casa. Como foi a experiência? Era muito bom, as pessoas gostavam. Eu contava a história da minha comida, sempre com pouca fritura. Aqueles peixes muito frescos, tudo grelhado. Era um serviço que a praia não tinha. Até que um dia quem bateu

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à minha porta? O senhor José Bonifácio de Oliveira, também conhecido como Boni. Veio com a esposa e a família, para comer no restaurante. Depois escreveu nas redes sociais: “Imperdível. Chef Eduardo Castro, o melhor de Angra dos Reis”. No dia seguinte, tinha dez barcos lá na frente. No terceiro dia, eram 15. Minha vida mudou de um momento para o outro. O TripAdvisor me elegeu o melhor chef de Angra. Eu não tinha pretensões, achava que minha vida era voltar a escrever, sobre gastronomia ou sobre minha história de vida. E meus clientes paulistas começaram a pedir para eu ter um restaurante em São Paulo. E você veio. Entrei neste espaço, no bairro do

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Morumbi, em 2018. Não é um restaurante português. Somos um restaurante natural de inspiração ibérica. Não faço o Bacalhau à Brás da mesma forma que outros restaurantes. É uma leitura pessoal dos pratos portugueses. De que formas driblou as dificuldades trazidas pela pandemia? O delivery representa pouco. O que me ajudou muito foram algumas coisas em que a gente já trabalhava, como os produtos da marca Chef Eduardo de Castro. Desenvolvi minha própria cachaça. Queria uma cachaça especial, aquela história do café pingado com aguardente, o cheirinho que está lá no café em Portugal. Quais são os outros produtos?

Tem nossos molhos, que embalamos e vendemos aqui. E mexendo muito com a minha paixão, decidi fazer um charuto. Fumo dois ou três charutos por dia e hoje faço charutos na Costa Rica, com nossa própria anilha, nossa própria marca. Também temos uma lojinha de vinhos no restaurante, começamos a vender muitos charutos e vinhos, isso nos ajudou a aguentar a parada. Que tipo de pratos você propõe para o menu executivo? São sempre duas ou três entradas. O de hoje teve uma salada preparada com rúcula e amêndoas portuguesas ou caldo verde ou creme de feijão branco com jamón ibérico. Como principal, já que é quarta-feira, uma brincadeira: a minha feijoada é de


“não gosto de bacalhau seco. só trabalho com a parte principal, que é o lombo. todo ele sem pele e sem espinhas. minha avó dizia: 'tem que ser servido como se fosse uma rosa: tocou, caem as pétalas'”

frutos do mar com feijão branco, ou um porco preto com um purê de grão-de-bico e couve salteada. Entre as sobremesas, um sorvete de manjericão com azeite. Esse sorvete é famoso Começou com uma brincadeira em uma festa na Suíça. Eles fazem sorvete com gordura graxa, os italianos, espanhóis e franceses gostam muito, ou banha de porco ou manteiga. Mas sou da terra do azeite e apaixonado por manjericão. Faço de 300 a 400 quilos de sorvete por mês. Há clientes que trazem amigos aqui como se fosse algo exótico. Virou a assinatura da minha vida, sem querer. Também foi assim com o bombom de alheira, não? São as duas coisas que as pessoas mais identificam na minha comida. Havia uma portuguesa que se casou com um cara rico na Suíça. Ela era da região de Trás-os-Montes e não abria mão das alheiras como entrada, no jantar do casamento. “Mas senhora,

alheira no casamento?” Não podia ser alheira frita, era um casamento chiquérrimo. Em Portugal, as pessoas preparavam um chouriço doce, que era com sangue do porco, noz, amêndoas e mel. Fazia-se a massinha, pendurava-se para secar como alheira, defumava-se, depois se cortava aquilo aos quadradinhos. Por fim, embrulhava-se em papelzinho de mercearia para dar às crianças. Em um voo, vi um anúncio do Ferrero Rocher. Juntei as duas coisas: “Vou fazer um Ferrero Rocher de alheira”. A noiva adorou, tinha uma portuguesada rica na festa. Uns quatro dias depois, começaram a chover pedidos para fazer bombons de alheira. Vendo mais bombom de alheira do que bolinho de bacalhau. Se você fosse sugerir um menu completo para quem vai pela primeira vez ao Casa do Chef, o que recomendaria? Começaria com bombom de alheira e comeria um Bacalhau da Mena ou um filé-mignon Bife à Moda do Porto, preparado com molho de café, natas e

mostarda Dijon. E a sobremesa seria o sorvete de manjericão. Sabe por que escolhi o bacalhau? Porque só faço cozido e no vapor. Minha avó me falou: “Bacalhau é peixe e tem que ser servido como se fosse uma rosa: tocou nela, caem as pétalas”. Não gosto de bacalhau seco. Só trabalho com a parte principal, que é o lombo. Todo ele sem pele e sem espinhas. Como é o Bacalhau da Mena? Leva batata ao murro, mas uma batata bolinha, delicada. Vão brócolis, azeitonas hidrofilizadas no forno, sequinhas. Também leva ovos cozidos, um ovo ralado e, por baixo, uma espuma de vinho branco e champanhe com ovo cozido. A pessoa quando vê aquele bacalhau caindo todo em pétalas fica meio desesperada. “Por que o bacalhau é úmido?”. Porque tento recuperar a ideia do peixe lá atrás, pescado na Noruega. Não precisa ser aquela coisa seca, dura. Tenho muito respeito por bacalhau à lagareiro, bacalhau com natas. Mas não é a minha praia. TP

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Filé Mignon Suíno com Molho de Melado e Abacaxi Seara Gourmet

Peru Defumado Seara Gourmet


Tender Suíno Seara Gourmet

Ave Fiesta Mediterrâneo Seara


É Época para brindar São tantos os motivos, e há tantas opções! Pensando nisso a Casa Flora preparou uma seleção com boas pedidas de diferentes estilos e preços, mas para todos os gostos e harmonizações

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Santa Carolina Brut 2019, espumante da vinícola chilena número 1 no Ranking Wine Enthusiast. Aromático combina bem com aperitivos, saladas e comida japonesa

Veuve du Vernay Ice Rosé, eleito a melhor compra pela publicação Wine Enthusiast, é produzido pela vinícola francesa que está intimamente ligada à própria história do espumante. Foi ela que em 1907 desenvolveu o método Charmat, reduzindo tempo e custo na produção de deste tipo de vinho. Ideal para servir com pedras de gelo e frutas cítricas.

Cava Don Román Brut Rosé, seguindo o tradicional método espanhol, traz na taça um espumante de cor rosa intenso de aroma frutado, que lembra muito frutas vermelhas. Ideal para acompanhar queijos curados, massas leves e aves.

Deutz Brut Classic é um champanhe de origem, excelência e notável elegância. São quase dois séculos de história e expertise de seis gerações às margens do rio Marne. De aroma floral, coleciona premiações nos principais concursos do mundo. Ótima pedida para quem procura harmonização para queijos azuis.

Messias Bairrada Brut, um espumante proveniente de castas regionais e de estilos emblemáticos de Portugal. A produção segue o método tradicional Champenoise e se apresenta com aroma delicado de frutas cítricas e de incrível cremosidade palatável para acompanhar pescados.

Filipa Pato 3B Blanc de Blancs - o lema “vinhos autênticos, sem maquiagem” resume com perfeição a filosofia deste produtor, considerado uma verdadeira lenda da vitivinicultura portuguesa, localizado em uma das principais regiões DOC de Portugal. Cremoso, fresco e frutado, combina perfeitamente com frutos do mar.

Para mais informações: casaflora.com.br casafloraimportadora


Uma variedade de qUeijos finos para servir e encantar no final de ano especialmente para esta edição da the president, preparamos uma montagem com queijos: •

Brie e Camembert: queijos de massa mole e crosta branca e aveludada, combinam com mel e figo ou também podem ser consumidos sozinhos pelo sabor mais suave; Gorgonzola: de sabor pronunciado e ligeiramente salgado, combina com sabores adocicados como uvas, peras e geleias; Parmesão: queijo de textura firme e sabor intenso, fica ótimo consumido puro com vinagre balsâmico; Reino: textura mais seca e sabor picante e encorpado, traz personalidade à tábua e visual com cores vibrantes

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Uma dica é calcular em média 100 gramas por convidado e não esquecer de retirar os queijos da geladeira meia hora antes de servir, para que fiquem com texturas e sabores mais característicos. Para buscar harmonização com bebidas de sua preferência, em geral, queijos mais fortes combinam com vinhos tintos e encorpados, enquanto os mais suaves pedem vinhos brancos ou champanhes. O mesmo vale para quem aprecia cervejas especiais: quanto mais forte o sabor do queijo, mais potente deve ser a cerveja. Os queijos Polenghi® A Queijaria já foram premiados no concurso mundial de queijos em 2019 e com certeza vão encantar seus convidados e tornar os momentos ainda mais especiais. polenghi.com.br polenghi

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Queijos que encantam

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RAR, umA históRiA de pioneiRismo e excelênciA Empresa começou com maçãs. Hoje produz vinhos, queijos, creme de leite, manteiga e importa produtos europeus "existem duAs coisAs que nuncA vão teRminAR: o transporte e a comida.” A frase é de Raul Anselmo Randon, um homem simples, que, com trabalho duro e uma visão empreendedora única, uniu a paixão pela terra ao prazer de comer e beber bem. Assim, deu início a um negócio com mais de quatro décadas de sucesso. Tudo se iniciou em 1976, com a plantação de mudas de macieiras em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra Gaúcha. Três anos depois eram 200 hectares de pomar. Hoje são mais de mil hectares. Com foco na produção de frutas de alta qualidade e na excelência em todas as etapas do cultivo, a empresa de Raul Anselmo Randon se tornou uma das maiores produtoras e comercializadoras de maçã do Brasil. Na década de 1990, a RAR passou a desenvolver outros produtos alimentícios, mantendo o foco na excelência. Em 1997, mais uma vez demonstrando ousadia e pioneirismo, “seu” Raul importou 72 vacas holandesas dos Estados Unidos, dando início à produção de queijos. Um ano depois chegou ao mercado o Gran Formaggio, o primeiro Tipo Grana produzido fora da Itália. Sua receita foi trazida por Raul Anselmo Randon. Ele uniu tradição à tecnologia, ao utilizar modernos equipamentos e manter a clássica receita italiana. Ainda na década de 90, a empresa iniciou a produção de vinhos a partir de vinhedos na região dos Campos de Cima da Serra. Hoje, a RAR Vinhos produz 15 rótulos de vinhos e espumantes. A RAR Vinhos também traz 13 rótulos da Itália e Argentina, da série RAR MASI Wineproject, uma parceria com a centenária vinícola italiana MASI. Neste ano, com o mote “A grandeza de um homem. A nobreza de um vinho”, a RAR lançou o vinho Don Raul, um dos últimos projetos em vida idealizado por Raul Randon, feito para comemorar o que seria seus 90 anos de idade. Sergio Martins Barbosa, CEO da RAR, afirma que o lançamento do Don Raul é uma forma de homenagear um homem de grande visão, que com simplicidade e muito trabalho, soube conquistar a admiração de tantas pessoas. A dedicação em oferecer produtos de alta qualidade supera fronteiras. Isso se traduz na importação de queijos, itens de char-

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cutaria e azeites de oliva, com o selo RAR Importados. E para agradar os paladares mais exigentes, surgiu a rede de franquias Spaccio RAR, que conta com três unidades em Vacaria, Passo Fundo e Curitiba e chegará a cinco unidades até fevereiro de 2022 com as lojas de Porto Alegre e São José dos Campos. Referência em produtos alimentícios de alta qualidade, a RAR une tradição e inovação para oferecer sempre o prazer de comer e beber bem. “Primamos constantemente pela qualidade. Queremos que o consumidor tenha mais que uma experiência de compra e atuamos para que se desenvolva um relacionamento de fidelidade com a marca”, frisou Sergio. Com mais de 30 anos de atuação em gestão organizacional, Sergio é bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade de Caxias do Sul, especializou-se em STC Executivo - Skills, Tools & Competences pela Fundação Dom Cabral e J.L. Kellogg Graduate School of Management, nos EUA, e no Programa de Gestão Avançada pela Fundação Dom Cabral e Insead na França. Na RANDON atuou como Diretor de Suprimentos, Administração e Finanças, foi Diretor de Operações (pela Randon Argentina Rosário) e Diretor de Desenvolvimento de Projetos Estratégicos. Atualmente é Diretor da RANDONPREV, Diretor de Agronegócios da Holding Familiar Controladora das empresas RANDON e CEO da RAR e RASIP Alimentos Ltda. TP Sergio Martins Barbosa, CEO da RAR


"Com uma culinária rica em tradicionais pratos tipicamente portugueses, o restaurante Marialva trás um clima elegante e sosticado."

@marialvaoficial

Rua Haddock Lobo, 955 - Jardins Reservas: (11) 95956-0546 ou (11) 3061-0261


BEBIDA

Oldie and GOOdie Três whiskies de longuíssima maturação nos barris Por NEY AYRES

THE GLENLIVET 1940 80 YEAR OLD Que tal um escocês envelhecido nada menos que 80 anos? Inacreditável, não? Pois acredite: assim é o 80 Year Old Gordon & Macphail Generations da Glenlivet. Este single malt do Speyside (região do rio Spey) descansou em um barril a partir de 3 de fevereiro de 1940. Ou seja, ainda no início da Segunda Guerra Mundial. Os barris de carvalho onde passou a temporada de quase um século são ainda mais antigos. Datam dos idos em que Abraham Lincoln era apenas um advogado, ainda longe da ideia de uma candidatura presidencial. Em tempo: o lote de 80 Year Old Gordon & Macphail Generations foi arrematado em outubro em um leilão da Sotheby’s. O valor: 140 mil libras. Quando as unidades serão colocadas à venda? Ainda não se sabe. Enquanto isso, para comemorar, a Glencairn lançou uma série de 250 decanters de cristal. theglenlivet.com

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ROYAL SALUTE 62 GUN SALUTE O Chivas Royal Salute foi lançado em 2 de junho de 1953, em homenagem à coroação da rainha Elizabeth 2ª. De lá para cá, a destilaria incumbiu cinco master blenders de cuidar da excelência da marca. As últimas quatro gerações dessa estirpe estão representadas no novo lançamento, um blended scotch que agrega frações especiais da produção das últimas décadas. O whisky mais novo da mescla tem 40 anos de envelhecimento. Daí o preço de cada garrafa do 62 Gun Salute, superior a R$ 18 mil. E que garrafa, por sinal! É produzida em cristal azul, sob medida. O brasão é pintado à mão em ouro líquido. Por que o batismo 62 Gun Salute? A salva de 62 tiros sempre foi considerada a maior honra cerimonial britânica. Disparada apenas da Torre de Londres, é reservada para as datas mais importantes da realeza, como a data da coroação ou ascensão ao trono. pernod-ricard.com.br

MACALLAN REFLEXION Você quer saber quanto tempo o Reflexion descansou na madeira antes de ser colocado na praça? Sentimos muito, Sir, mas a Macallan não divulga. Basta um gole, porém, para notar que se trata de um single malt bastante maturado. Comenta-se que Bob Dalgarno, o master blender da marca, selecionou whiskies destilados entre 1970 e 1990 para o mix. Não é informação oficial, ressalve-se. De concreto, sabe-se que foi envelhecido em pequenas barricas de carvalho espanhol e americano, as hogsheads, de 250 litros. Isso permitiu o máximo de interação entre o destilado e a madeira. A profundidade de cor combina com a complexidade do sabor de Reflexion. Forte e encorpado, ele é uma celebração floral com notas de baunilha, acentuado por maçãs frescas e damascos. aurora.com.br

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ROTEIRO

São Paulo newS O que há de novo na gastronomia da capital paulista Por ANDRÉ BOCCATO

MAZA CHEGOU COM TUDO Em um espaço moderno, sofisticado e acolhedor, o restaurante japonês Maza, inaugurado durante a pandemia, apresenta clássicos da culinária nipônica e exclusividades. Destaque para o carpaccio de Wagyu, o tartare de atum spicy e variados sashimis – de robalo, barriga de salmão e atum com foie gras, por exemplo. De segunda a sexta-feira tem menu executivo que muda diariamente. Os drinques da casa valem algumas linhas a mais. São criativos. Anote dois deles: Saori Spritz (Aperol, vodca com infusão chá de melissa com flor de laranjeira, xarope de cenoura com especiarias, mix cítricos e água com gás) e o Shinobi (gim, Campari em infusão ao chocolate amargo, mix de vermute tinto, Angostura e xarope de carvão ativado). Enfim, atendimento, gastronomia e ambiente dos melhores restaurantes do gênero em São Paulo. Maza Rua Manuel Guedes, 243, Itaim Bibi, (11) 2306-9849 / 99506-2050. Instagram: @mazarestaurant

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NOVOS DRINQUES NO PÉ DE MANGA O Pé de Manga, da Vila Madalena, surgiu há 15 anos e faz sucesso, entre outros motivos, por oferecer área ao ar livre e com muito verde, além da ótima cozinha do chef João Silva. O bar e restaurante conta com lago artificial com queda d'água e três enormes mangueiras centenárias. Durante a noite, o lugar ganha iluminação especial. Outro atrativo decerto será a nova carta de coquetéis assinada pelo bartender Miguel Paes. “Eu me inspirei na variedade de frutas frescas e insumos suculentos e na natureza que cerca o espaço”, diz. Entre as opções, destacam-se o Fresh Collins (cítrico com base de vodca), o Mojito Mule do Verão (tem cachaça, abacaxi e dá para sentir as notas amadeiradas e o dulçor da espuma de coco) e o Pé de Manga GT (um gim tônica com espuma de coco, leve releitura para quem gosta de do Moscow Mule). Pé de Manga Rua Arapiraca, 152, Vila Madalena, (11) 3032-6068 e 3815-6461 Instagram: @pedemanga

MULTIGASTRONOMIA Se há uma casa na capital capaz de mesclar a culinária indiana com a baiana e a tailandesa, este lugar é o Mestiço. Há mais de suas décadas faz sucesso na rua Fernando Albuquerque, no bairro da Consolação. Agora inaugurou um segundo endereço. A casa cosmopolita comemora a filial da Vila Nova Conceição. Comandado pela chef Ina de Abreu (foto acima), o Mestiço traz para a região toda sua cozinha multicultural. O ambiente é, ao mesmo tempo, rústico e moderno. Amplo, oferece jardim, terraço com mesas e salão bem arejado. Tal como na matriz, capricha na exibição de obras de arte. Uma delas mostra pessoas representando as mais variadas etnias. Uma manifestação contra a xenofobia e a favor de uma gastronomia múltipla. Mestiço Vila Nova Conceição Rua Jacques Félix, 694 e 696, Vila Nova Conceição (11) 2645-6863, Instagram: @restaurante_mestico Delivery: Ifood ou take away.

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MINAS GERAIS NA ALAMEDA SANTOS Nascidos em Senador Firmino, os irmãos Fernando e Geraldo Magela Carneiro são os responsáveis por um dos restaurantes mais tradicionais de comida mineira em São Paulo, o Consulado Mineiro. A novidade: eles abriram mais uma unidade na região dos Jardins, a 100 metros da avenida Paulista. A casa de clima informal e acolhedor traz um amplo cardápio com clássicos da gastronomia de Minas Gerais. Incluindo tutu à mineira (lombo, tutu, couve, torresmo e arroz), a famosa carne da fazenda (pernil feito à moda antiga, farofa, couve, tutu e arroz) e o Zona da Mata (carne de sol na manteiga, tutu, couve, mandioca frita e arroz). Sem esquecer o mexidão, uma deliciosa mistura de arroz com carne de sol, lombo, feijão, couve, ovo, torresmo e banana à milanesa. A tradicional feijoada é servida todos os dias e é preparada com carnes nobres. Atenção: os pratos são feitos para compartilhar entre duas ou mais pessoas. E claro que não poderiam faltar as melhores cachaças de Minas Gerais. Consulado Mineiro Alameda Santos, 1107, Jardim Paulista, (11) 3088-6055 Instagram: @consuladomineiro

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COSÌ NOS JARDINS O que era bom ficou ainda melhor. O Così, italiano contemporâneo que reinava havia 11 anos no bairro de Santa Cecília, mudou de endereço. Está agora em um recôndito maior, mais bonito e mais estruturado, na região dos Jardins. São três ambientes: salão interno, salão superior para eventos e, ainda, uma varanda. Ainda bem que o comando da cozinha permanece nas mãos do chef Renato Carioni. Assim como o bar continua sendo tocado por André Caveagana, mixologista há mais de duas décadas. Animado com a troca de endereços, Carioni tomou uma sábia decisão. Manteve no cardápio receitas concorridas no endereço de Santa Cecília. Ao mesmo tempo, a elas agregou outras novíssimas. No primeiro caso está o ovo mollet empanado com mousseline aerada de vichysoise (típico creme francês de batatas e alho-poró) e chantilly de mascarpone trufado. O mesmo vale para o robalo assado na argila, servido com papa al pomodoro e molho de azeitonas pretas. Entre as novidades, destaque para o crudo de carne, o peixe do dia com coração de palmito pupunha e molho de hibisco e, ainda, o risoto de açafrão com vieiras e abacate. Così Rua Haddock Lobo, 1589, Cerqueira César (11) 3061-9543 Instagram: @restaurantecosi



PARA SABOREAR AO AR LIVRE Compartilhar comidinhas acompanhados de drinques ou de um belo vinho é um programa apreciado por grande parte dos amantes da boa mesa. Sobretudo nos meses mais quentes. O Loup é um dos restaurantes mais propícios a esse deleite. Reúne uma infinidade de sugestões gastronômicas das mais variadas regiões do mundo em um ambiente moderno e sofisticado. O principal: as diversas mesas totalmente ao ar livre. Os amantes da cozinha tailandesa, por exemplo, contam com uma das opções de maior sucesso da casa, o tartar à moda thai (filé-mignon picado na ponta da faca, tempero tailandês e crocante de arroz com nori). Ainda para carnívoros tem croquetas de jamon, sanduíche de rosbife na minibaguete e pastéis de calabresa com queijo. Tudo para dividir. Entre os pratos principais, arroz de pato e paleta de cordeiro. Na carta de vinhos, mais de 140 rótulos de mais de dez países, selecionados pela sommelier Mazé Loiola. Loup Rua Dr. Mário Ferraz, 528, Itaim Bibi, (11) 3078-1089, 3078-0484 Instagram: @louprestaurante

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MEMÓRIA AFETIVA DAS MULHERES A gastronomia é uma arte e, na cozinha do Nelita, executada exclusivamente por mulheres. Comandadas pela chef Tássia Magalhães (foto acima), são elas que, como em um espetáculo de balé, se movimentam com delicadeza, em total harmonia, pela cozinha do restaurante sob a vista dos clientes. Inspirada nessa equipe, a renomada chef lança o menu-degustação11 Tempos Memoráveis – Nossa Alma Feminina. Em 11 pratos, Tássia explora os cinco sentidos e brinca de esconde-esconde com a realidade. Nem sempre o que se vê é o que é. Os ingredientes são em sua maioria de pequenos produtores, como no caso da manteiga usada para o bolinho chuva. É a primeira do mundo com mel de abelha nativa, sem ferrão. O espetáculo é baseado na força das mulheres na cozinha, no lúdico, na arte e no trabalho em equipe. Requer reserva com pelo menos 24 horas de antecedência. Nelita Rua Ferreira de Araújo, 330, Pinheiros, (11) 3798-9827, 97890-2757 Instagram: @nelita.restaurant

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Portafogli di Pasta Farciti


UM BAR DE VINHOS Muito apreciado em Paris, o estilo bar à vin tem agora um ótimo representante em Pinheiros. O Vino! já ganhou fama de servir com ótimo custo-benefício. São mais de 500 rótulos. Todos (sem exceção) podem ser consumidos em taças. O valor cobrado por taça é exatamente o proporcional em relação ao preço da garrafa, sem extras. Feitas com massa de fermentação natural, as pizzas são um charme adicional. Entre os sabores mais pedidos está a Caprese. Tem tomates cereja confitados, tapenade de azeitona, mozzarella de búfala e rúcula. Nas quartas-feiras, os clientes podem desfrutar de um menu harmonizado com quatro aperitivos e quatro taças por preço apetitoso. Vino! Rua Fradique Coutinho, 47, Pinheiros, (11) 2614-0145 Recomenda-se fazer reserva. winebarvino.com.br

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MODERNA COZINHA ASIÁTICA O DASIAN está instalado no edifício B32, na esquina da avenida Faria Lima com a rua Leopoldo Couto de Magalhães, em pleno Itaim Bibi. Comandado pelo chef Flavio Miyamura, o restaurante tem como proposta servir pratos para compartilhar, com toda a modernidade da nova gastronomia asiática. A casa é mais uma investida dos restaurateurs Jair Coser e Angelo Coser, sócios do renomado Corrientes 348. Um dos destaques são os vinhos. A adega acolhe 200 rótulos, com opções do Novo e do Velho Mundo. Na carta, preciosidades como o Château Mouton Rothschild 2013 e Château Petrus 1999. Outro destaque é o ambiente. Na área externa, a estátua de um monge, com 2,60 metros, contempla os clientes. Mesas e sofás completam essa área aberta pet friendly, capaz de servir até 160 pessoas. Uma seleção musical descolada deixa o ambiente ainda mais adorável. DASIAN Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.732 , térreo – Itaim Bibi, (11) 5182-4552 dasian.com.br

PÉTALAS DE OURO Sucesso há nove anos no Recife, o Kisu chega a São Paulo com sua cozinha japonesa contemporânea, comandado pelos restaurateurs Ângelo Vieira, Ivo Martins e Beto Mergulhão. A casa está encravada na rua Dr. Melo Alves, no Jardim Paulista, e tem um ambiente minimalista e cosmopolita. O melhor de tudo: todos os ingredientes são fresquíssimos, a começar pelos frutos do mar. O Sashimi Kisu tem finas fatias do melhor peixe do dia, ovas de capelin orange (caviar), pimenta togarashi e — acredite! — pétalas de ouro. O Ebi Sweet Chili, por sua vez, é um delicado tempurá de camarão rosa ao sweet chili de damasco. Quem quer uma maravilhosa seleção de sushis e cortes perfeitos, tanto no almoço quanto no jantar, ficará feliz ao pedir um Omakassê. Kisu Rua Dr. Melo Alves, 506, Jardim Paulista, (11) 3061-1676 instagram: @kisusp

EMILIANO BOCCATO

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boas safras Escolha o seu vinho para a temporada de festas Por NEY AYRES

PENEDO BORGES A vinícola Finca Don Otaviano está fincada em Agrelo, na Argentina, a 1.050 metros de altitude. Mas não se perca pelo nome ou pela localização: os proprietários são brasileiríssimos. A empresa surgiu há 16 anos, a partir da associação de Euclides Penedo Borges a um grupo de ex-diretores da Vale e da Odebrecht. Embora com existência tão breve, a vinícola coleciona diversas premiações: Decanter Wine Awards (Londres, 2021), Argentina Wine Awards (em 2008, 2009 e 2010) e Finger Lakes Wine Competition (Nova York, 2011). Nosso destaque é o Penedo Borges Microvinificação Partida Única Cabernet Franc 2017. A fermentação artesanal em barricas de carvalho francês, ao longo de 12 a 14 meses, aliada a 18 a 24 meses de descanso em garrafa, permitiu a este vinho uma ótima densidade. É fresco e tem taninos macios. penedoborges.com

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COHIBA ATMOSPHERE GRAN RESERVA 2010 A marca de charutos mais conhecida do mundo, a cubana Cohiba, lançou um vinho sob sua égide. Vem com rótulo gravado em ouro de 24 quilates. Uma preciosidade. Evidentemente não é produzido na ilha do Caribe, que não tem latitude para isso, mas na Espanha. O produtor ibérico Oscar Montaña, da tradicional vinícola Marqués de Tomares, desenvolveu, com a supervisão dos cubanos, um tinto feito de encomenda para harmonizar com um puro. Eis a composição: Tempranillo (90%), Graciano (7%) e Viura (3%). O envelhecimento foi feito em 36 meses de barrica de carvalho francês e americano. Somem-se outros 36 meses em garrafa. Aromático, oferece notas de frutas negras com toque de baunilha. Estruturado, tem taninos macios e elegante e, ainda, um final persistente. casaflora.com.br


LUPA MALBEC A vinícola Lupa está encravada na região de Paraje Altamira, nas cercanias de Mendoza, na Argentina, e aos pés da cordilheira dos Andes. No privilegiado terroir, cultivam-se vinhas com mais de 60 anos. A dica vai para a casta mais argentina entre todas. Ou seja, um vinho 100% Malbec. A produção é de 11.700 garrafas de um tinto envelhecido em barricas de carvalho francês por 20 meses. O resultado: uma bebida aromática, complexa, completa e elegante. Vale a pena provar. E aprovar. bocaabocavinhos.com.br GIULIO FERRARI 100% CHARDONNAY O espumante Giulio Ferrari, do produtor Ferrari Trento da região de Trentino, é considerado o melhor da Itália. Recebeu três bicchieri do insuspeito guia Gambero Rosso. A novidade é que agora subiu de vez ao pódio. Tornou-se o espumante oficial da Fórmula 1. Pela primeira vez, um vinho italiano recebe tal honraria. As 35 mil garrafas de Giulio Ferrari 100% Chardonnay são produzidas em método clássico, com vinhas plantadas em 1960. Cada rótulo pode ser mantido na adega por mais de 20 anos. Exatamente: excelência pura. decanter.com.br

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LIVRO & PANETONE Por RAPHAEL CALLES

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O SAL DA TERRA

NOVOS PANETONES DA LA PASTINA

Ele participa há 5 mil anos na história. É o único mineral que o ser

Os panetones La Pastina integram as mais aguardadas

humano come. O sal integra cultura, economia, política, crenças,

especialidades do final do ano. Para 2021, a companhia inseriu

religiões, saúde, financiou guerras e garantiu a economia de

dois novos sabores no portfólio, já famoso pelo Gianduia e pelo

impérios. Hoje, está presente em todos os lares do mundo, em

Prosecco com Uva Passa. As novidades são as opções

todas as gastronomias e pratos do planeta e acaba de virar tema

Tradicional e Creme de Pistache com Gotas de Chocolate. Em

de um livro. O Mundo do Sal é assinado pelo chef Henrique Fogaça

comum, todas as receitas são elaboradas com fermentação

e pelo jornalista Rogerio Ruschel. Em 200 páginas, conta a história

natural – o mesmo fermento desde 1932 –, de maneira

deste alimento e apresenta suas diferentes variedades. De quebra,

totalmente artesanal. Em tempo: os panetones vêm embalados

agrega 44 receitas para as mais diversas ocasiões.

em caixas presenteáveis.

essentialidea.com.br

lapastina.com

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Restaurante

CASA DO CHEF EDUARDO DE CASTRO

COMIDA IBÉRICA, VINHOS & CHARUTOS

11 2528 0175 R. MAL. HASTINFILO DE MOURA, 233 MORUMBI @CASADOCHEFEEDUARDODECASTRO



Turismo edmar Bull e edmar mendoza Copastur Viagens e turismo Viaje Com eles


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agência-modelo A Copastur Viagens e Turismo, de Edmar Bull e Edmar Mendoza, transporta de missionários a onças. Sempre com muita competência, além de métodos de gestão que a tornaram uma empresa premiadíssima Por WALTERSON SARDENBERG Sº Retratos GERMANO LÜDERS

edmar Bull tem 65 anos. É formado em administração de empresas, trabalha no ramo de turismo há 48 anos e foi presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (a ABAV). Desde 1982, comanda a própria empresa, a Copastur Viagens e Turismo. Trata-se de uma agência e operadora com sede em São Paulo especializada em viagens corporativas. Sua área da atuação é extensa. Sobretudo agora, que incorporou Goya, uma marca de viagens personalizadas de alto padrão. É preciso contratar escavadeiras? Edmar Bull cuida disso. Transportar uma onça? Deixe com ele. “Trabalho com viagens desde os 17 anos e nunca tive carteira assinada”, conta o orgulhoso pai de três filhos e avô de sete netos, que gosta de passar o tempo de folga (quando existe, o que é raro) em Jaguariúna, a 120 quilômetros da capital. Edmar Mendoza tem 34 anos e é o único filho homem de Edmar Bull. O único também que trabalha com o pai, de quem é o braço direito. Também graduado em administração de empresas, está há 17 anos na Copastur. “Nasci no turismo”,

resume o pai de dois dos netos de Edmar Bull. Juntos, os dois Edmares fizeram da Copastur uma agência-modelo. Desde 2010 a companhia é certificada com o ISO 14001. Em 2021, entrou para a categoria Silver do rating de sustentabilidade do selo Ecovadis. Entre outros prêmios, conquistou a primeira posição entre as agências de porte médio, no ranking da GPTW. Também ganhou o prêmio Elo Panrotas como melhor agência de viagens corporativas. Sem esquecer o selo BBB quatro estrelas da Pesquisa Humanizadas. As premiações se devem, entre outros muitos motivos, à ousadia de uma empresa que, em plena pandemia, não só manteve todos os funcionários como também os salários integrais. Mais do que isso: contratou novos colaboradores. Pai e filho planejam juntos essas e outras decisões. Se bem que, vá lá, aconteça, vez por outra, algum conflito de gerações. O pai só andava de terno e gravata. O filho preferia roupas esportivas. Por fim, chegaram a um acordo. Os dois agora trajam paletó – mas sem gravata. Um acordo de cavalheiros.

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THE PRESIDENT _ Como começou a empresa? Edmar Bull - A Copastur foi fundada em 1973. Comprei a empresa em 1982 e estou na gestão desde então. Trabalho há 48 anos no turismo e comecei com passageiros individuais, de lazer. Aí entrei no corporativo e fiquei. Era uma área menos afetada pela inflação, que chegou a picos assustadores. Você tinha de pagar o táxi na entrada, porque na saída já era mais caro. Mais tarde incorporamos eventos. Enfim, nosso foco sempre foram as viagens corporativas. Com a vinda do meu filho para a diretoria, ampliamos o foco para viagens de lazer, eventos, incentivo e atendimentos VIPs no corporativo.

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São quantos funcionários? EB – Eram 360 quando começou a pandemia. Optamos por não demitir ou baixar o salário de ninguém. Também não recorremos a plano do governo nem sequer postergamos o pagamento de impostos. Ao contrário do mercado, fizemos diversas contratações. Edmar Mendoza – Quando chegou a pandemia, assinamos o documento Não Demita. Era o nosso compromisso com a sociedade. Entendemos que teríamos de colocar as pessoas em primeiro lugar. Elas eram o nosso maior ativo. Para isso, incentivamos um bom ambiente de trabalho. Não à toa, recebemos o prêmio Great Place to Work, como uma das melhores

empresas do setor para se trabalhar. Com o apoio dos funcionários, decidimos que a crise seria uma boa oportunidade de crescer e ganhar market share, e expandimos nossa atuação. No início da pandemia houve um pânico geral no meio do turismo. Vocês não sentiram o baque? EB – Sim, mas fizemos reuniões diárias e sentimos os funcionários muito mais engajados. Foram mais de 5 mil treinamentos internos, reuniões não só com as lideranças, mas também com todos os funcionários em geral. Ainda hoje, toda sexta-feira temos um meeting. EM – Procuramos exercer um capita-


“Há demanda reprimida em viagens. Voltaremos aos níveis de 2019. estamos preparados. em vez de demitir, contratamos”

lismo consciente. Temos um propósito maior. O lucro é um objetivo, claro. Mas não pode ser o único. É como se fosse o ar que a gente respira. A gente não vive para respirar, mas, se pararmos de respirar, não conseguiremos seguir adiante. Nosso objetivo maior é servir à sociedade, colaborar para que seja mais justa. Nesse sentido, a Copastur tem o objetivo de empregar cada vez mais mulheres, negros, LGBTQI+ e gente com mais de 50 anos, correto? EM – Isso faz parte da estratégia de stakeholders, para atender melhor clientes, entender nossas necessidades e cumprir o papel de acelerar a representatividade da diversidade. A empresa deve ser um retrato da sociedade. Qual é a proporção de homens e mulheres na Copastur? EM – As mulheres são a maioria.

Quando engravidam, têm não só o tempo de resguardo garantido por lei, mas outros dois meses para ficar em casa, trabalhando em home office para se adaptarem ao retorno. E os homens têm, além dos cinco dias, outros 30 para cuidar do bebê, da casa e da esposa. Quer outra peculiaridade? Antes da pandemia, ministrávamos aulas de meditação, ioga e dança. Com a pandemia, passaram a ser online. As exigências para viajar se complicaram demais, não? EB – Hoje a gente faz uma consultoria muito diferente para quem vai embarcar. Primeiro precisamos checar se o destino que o cliente quer está recebendo brasileiros. Depois, se aceita as vacinas aplicadas nos brasileiros e quais são os exames de antes do embarque. Durante a pandemia, para você chegar aos Estados Unidos teria de parar no Panamá. Precisava fazer primeiro o PCR no Brasil. No Panamá, fazia o segundo, além de uma quarentena de cinco dias. Antes de sair rumo aos EUA, fazia um terceiro. Tinha mais. Havia um quarto exame para entrar nos EUA, onde, dos 14 dias de quarentena, cinco tinham de ser em um hotel e nove num outro. E o viajante ainda precisava fazer um quinto PCR para voltar ao Brasil. Nosso papel foi assessorar e fornecer todas as informações e cuidados para as pessoas ou grupos que necessitavam viajar. Hoje damos ainda mais atenção ao passageiro do que antes da pandemia. Ele precisa disso.

Qual é o diferencial da Copastur? EB – Exatamente este. Levamos o passageiro pela mão na ida e na volta. E vamos resolvendo imprevistos, à medida que aparecem. Eu e o Edmar Mendoza não temos sábado, nem domingo. Atendemos o tempo todo, direto. Outra questão que a gente leva muito a sério é a sustentabilidade. Há 11 anos temos a certificação ISO 14001. EM – Um exemplo disso é que não tem lixo aqui no escritório, nem impressora de papel. Também participamos de campanhas em prol de várias ONGs, seja com recurso financeiro ou com engajamento dos colaboradores. Há uma demanda reprimida no setor? EB – Antes da pandemia havia 3 mil voos diários dentro do Brasil. Baixaram para 150 em abril do ano passado. Mas estão voltando, com toda a força. Em dezembro e janeiro, retornaremos aos níveis de 2019. Os voos internacionais também estão sendo retomados. Estamos bem preparados para esse retorno. Em vez de demitir, contratamos. E lançaram a marca Goya de viagens personalizadas de alto padrão. EM – Lançamos a marca em março de 2020, logo no início da pandemia. E ela cresceu. Passou a ser relevante no mercado. Ganhou até um prêmio mundial de generosidade econômica porque, a cada viagem que vendemos, doamos 2 quilos de alimento para ONGs. Já chegamos perto de 1 tonelada.

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A Copastur trabalha com mercados que não podiam parar, mesmo na pandemia. Isso deve ter contribuído para a estabilidade de vocês, não? EM – Sim. Por exemplo, o mercado de óleo e gás. Há trocas de turnos de plataformas de petróleo, trocas de tripulação de navios, e isso não parou. Além disso, por causa da quarentena, as tripulações precisavam ficar em hotéis e fazer quarentenas. Alguns hotéis chegaram a abrir exclusivamente para nos atender. Outro mercado que também cresceu foi o do varejo. Esse setor precisou treinar os protocolos sanitários e isso ocasionou mais viagens. E as viagens de incentivo? EM – Durante a pandemia, criamos uma plataforma de eventos online, mas agora estamos testemunhando o retorno das viagens de incentivo. E elas estão sendo muito mais valorizadas do que antes. Temos uma área que chamamos de Necessidade 360. Engloba tanto a viagem de premiação quanto uma ativação de marca durante essa viagem. Entendemos que viagens e marcas quando juntas se tornam uma experiência única e inesquecível, podemos contribuir para criar “Lovers” para as marcas com o Live Marketing, isso também é uma inovação no nosso segmento. Vocês organizam qualquer viagem para empresas? EB – Oferecemos todos os tipos de transporte. Contratamos desde canoas a ônibus, pequenos aviões,

qualquer veículo. A mobilidade é um dos nossos fortes. Outro dia transportamos uma onça. Tivemos também, em outro trabalho, que contratar caminhões escavadeira para retirar entulho para facilitar um transporte. Nunca havíamos feito. Fizemos durante a pandemia.

segue dando informações sobre o destino e as precauções a serem tomadas. Desenvolvemos também a área de Costumer Experience para melhorar a jornada de uma viagem, evitar eventuais momentos de estresse.

Tem que ter muito jogo de cintura. EB – O cliente confia na nossa experiência. Fizemos vários fretamentos de avião durante a pandemia. Alguns até de uma hora para outra, sem contrato. Isso ocorreu em virtude do nosso relacionamento estreito com as companhias aéreas. Você não freta um avião sem contrato. E a gente conseguiu fretamentos de emergência. Entre outros entraves, você precisa de duas tripulações. Uma para entrar no país e outra para sair.

EM – Não vendemos pacotes para os festivais. Mas participamos com a logística, sim. Por exemplo: cuidaremos do transporte e hospedagem de muitos músicos do próximo Rock in Rio. Tivemos participação ainda mais ativa no Tomorrowland, de música eletrônica. Foram hospedagem e transporte para 6 mil pessoas. Trabalhamos, na ocasião, com 13 hotéis. Foi muito tranquilo para quem já teve de cuidar de 402 mil pessoas, no nosso grande case.

Há uma burocracia enorme.

Como assim?

EB – Houve uma viagem, de avião grande, no Brasil, em que ocorreu um problema insólito. Tivemos de procurar o gerente do aeroporto, que não estava por lá, para abrir o aeroporto para a aeronave. Você acredita nisso? A gente resolveu.

EB – Em 2014 fui chamado em fevereiro para fazer a logística da inauguração do Templo de Salomão, da Igreja Universal Reino de Deus, em São Paulo. Foram 32 dias seguidos, transportando e hospedando 402 mil pessoas. Gente de todo o país e do exterior. Eram 20 mil por dia chegando e saindo do templo. Algo em torno de 750 ônibus, com 1.500 motoristas sob minha gestão. Estou falando em 10 mil pessoas desembarcando todos os dias no terminal de Guarulhos. Fora os milhares chegando em Congonhas. Uma experiência muito trabalhosa, mas enriquecedora. TP

Vocês investem muito em tecnologia? EM – Temos hoje uma área de desenvolvimento muito forte. Foi reforçada na pandemia para gerar mais produtos, mais informações, mais facilidade para colaboradores e clientes. Fazemos hoje muitas vendas digitais, mesmo que seja B2B. Temos também o On the Go, aplicativo que acompanha o viajante e

A Copastur atua nos grandes festivais de música?

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Turismo

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o melHor de mônaco Bares e restaurantes dos hotéis do Principado acenam com paisagem belíssima e culinária extraordinária aH, os HotÉis de mônaco. eles acenam com vistas formidáveis das suítes, serviços de primeira e, muitas vezes, praia privativa. Estão, sem favor nenhum, entre os melhores da Europa – e, por extensão, do mundo. Em especial, por um atributo que compartilham: bares e restaurantes capazes de ganhar eufóricos elogios dos mais exigentes gourmets. Começando, claro, pelo mais suntuoso e tradicional deles, o Hôtel de Paris. Funciona ali o restaurante Le Louis XV. O nome faz jus à decoração no estilo Luís 15 do décor. A cozinha está a cargo do mais premiado chef vivo da França: Alain Ducasse, de 65 anos. No mesmo hotel, brilha o Le Grill, situado no oitavo andar – e com vista deslumbrante –, sob a batuta de Franck Cerutti. A menos de 100 metros dali, o Hôtel Metropole Monte-Carlo, outro clássico do Principado, acena com o único restaurante japonês da Côte d’Azur dotado de estrela Michelin, o Yoshi. E ainda tem o bar Odyssey, decorado por Karl Lagerfeld. Mais um clássico. Um bar também louvado com todos os méritos é o Alang, do hotel Le Méridien Plaza, decorado em estilo balinês. Está

instalado em um lounge ao ar livre e relaxante, numa praia privativa. Uma delícia. Aviso: só funciona em determinadas épocas do ano. O hotel tem também uma série de bares e restaurantes 24 horas – estes abertos ao longo de toda a temporada. Tudo em uma atmosfera típica do Mediterrâneo. O relaxamento faz todo o sentido aqui. E é, também, a sensação oferecida a poucos passos de distância no Monte-Carlo Bay Hotel & Resort. Sobretudo nos amplos jardins, que acolhem dois restaurantes comandados por outro chef incensado, Marcel Ravin, nascido na Martinica. Um deles é o Blue Bay, que cultiva uma gastronomia fusion, mesclando receitas mediterrâneas com sabores caribenhos. Tem uma estrela do Michelin. O Monte-Carlo Bay Hotel & Resort está fincado na península de Larvotto, a apenas 120 metros da fronteira com a França. Tem cachoeiras, solários, duas piscinas e uma lagoa turquesa com fundo de areia onde é fácil caminhar e relaxar totalmente. E já que você está neste trecho aqui vão outras duas dicas gastronômicas: L'Hippocampe & The Lagoon e Cocoon Bay. São lugares feitos à perfeição para bebericar um coquetel. A praia do Larvotto, na verdade, oferece agora o mais novo

Fotos: Monte-Carlo soCiété des Bains de Mer; Bvergely e B.touillon

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5 um giro pelo melhor de mônaco: 1. restaurante le luis XV no Hôtel de paris; 2. Bar odyssey no Hotel metropole monte-Carlo; 3. restaurante Yoshi também no metropole; 4. Fachada do Hôtel Hermitage e 5.piscina do monte-Carlo Beach Hotel

complexo turístico à beira-mar. Os amantes do ócio e do relaxamento podem usufruir, nesta área idílica, de uma grande variedade de restaurantes com os pés na água (ou na areia). Anote: La Rose des Vents, Neptune, La Note Bleue e o Miami. E não se esqueça de degustar um sorvete à sombra de um pinheiro na sorveteria Maison Mullot. Mas voltemos aos hotéis. O Hôtel Hermitage está entre os melhores. É um cinco estrelas. E o restaurante Yannick Alléno a l´Hôtel Hermitage também é prestigiado com uma estrela Michelin. Já o Fairmont Monte Carlo conta com uma filial do restaurante nova-iorquino Nobu. Imperdível. Também esconde segredos na cobertura. A paisagem é inspiradora. Fica ali a piscina aquecida, rodeada pelo bar Nikki Beach, famoso pelo menu gourmet saudável. Atenção: não abre o ano inteiro. É sazonal. O Novotel Monte-Carlo tem, da mesma maneira, seus

segredos, nos terraços, jardins e decoração inspirada pelo estilo da Riviera. Ou na sua piscina espelhada. Mas o Azzura Kitchen Bar, com seus sucos detox e outras delícias, deixou de ser um segredo. Todo mundo comenta seu ambiente gostoso e a excelência da sua culinária. Claro que Mônaco também tem restaurantes de primeiríssima fora dos hotéis. O La Table d’Antonio Salvatore, por exemplo, a poucos metros dos jardins do cassino, onde o jovem chef italiano incrementa sua novíssima cozinha peninsular. Também é assim no resort Monte-Carlo Beach. Aproveite a piscina olímpica de água salgada, aquecida a 27º C. Ah, e saboreie um almoço dos deuses no Elsa, restaurante de gastronomia 100% orgânica e com uma estrela Michelin a cargo da chef Manon Fleury. Prove ali os pescados saídos fresquinhos recém-saídos desse mar maravilhoso que estará à sua frente – o Mediterrâneo. tP

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hospedagem

Veganismo

gourmet No Hotel Serra da Estrela, em Campos do Jordão (SP), funciona o restaurante Alquimia, que propõe alta gastronomia sem proteínas animais Por ANDRÉ BOCCATO

HaVia algum tempo eu escutaVa falar muito bem do Hotel Serra da Estrela e de seu restaurante Alquimia, no bairro de Capivari, coração de Campos do Jordão (SP). Mas fui adiando a visita. Senti que não deveria mais postergar ao ler que o hotel foi considerado um dos melhores do planeta na categoria veganismo. Pois é. O Serra da Estrela, batizado com o nome da mitológica cadeia de montanhas lusitana, conquistou a sétima posição global da votação Traveller’s Choice - The Best of the Best, do site de viagens TripAdvisor. Aí resolvi conhecer um dos hotéis veganos preferidos no mundo, frequentado até por viajantes internacionais. Já era hora. À frente de tudo e da “curadoria gastronômica” está a jovem proprietária Denise Bernardino. É atleta de bike de longa data e adepta do veganismo há 11 invernos. “A transição no cardápio foi uma ousadia”, ela reconhece, admitindo também que não esperava um sucesso tão rápido. “Acabamos atraindo também os não veganos para uma experiência gourmet inédita”, avalia. Denise atribui esse interesse ao fato de que uma culinária vegetariana orgânica e saudável é, no momento, objeto de de-

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Turismo

Dentro do casarão em estilo normando, um restaurante moderno, com pratos de bela apresentação

sejo. Seja como for, preparar os pratos com tanto sabor, capricho e ótima apresentação trouxe enorme destaque para o Alquimia. Embora a maior parte do público ainda seja a dos curiosos. O desafio de se atrever a uma comida vegana em plena cidade turística serrana trouxe criativas soluções para o menu. Entre elas, a foundue vegana, os risotos e o bobó de abóbora com cogumelos. Outras criações concorridas são as pizzas, com sabores variados mas sempre baseadas em queijos veganos. Como sobremesas, indico a torta de banana, a sopa morna de frutas vermelhas e a torta Jack. Na categoria experiência, sugiro fazer um delicioso piquenique na horta orgânica do hotel (um passeio muito legal) e agendar massagens no spa interno (claro que com óleos e cremes sem sofrimento animal). O mais bacana é que aqui no Alquimia da Serra da Estrela ninguém vai reparar se o seu sapato ou casaco são de couro. Não se preocupe. Não há esse purismo. Fique à vontade – e aproveite a experiência gourmet vegana de alta qualidade. TP Hotel Serra da Estrela – Avenida Dr. Mário O. Rezende, 160 Capivari, Campos do Jordão-SP, (12) 3669-8000 hotelserradaestrela.com.br

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destoxificação, revitalização e introdução a hábitos saudáveis No Protocolo Detox estão distribuídas mais de 40 atividades. Após 5 dias renasce um corpo puro e leve uma mente iluminada e feliz.Um pe

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Turismo

KuroteL, um oásis da saúde e bem-estar Prestes a completar 40 anos em março de 2022, o Kur transformou seu centro integrado em Gramado (RS) em um case mundial de sucesso

Luxo é ter saúde e reservar um tempo para cuidar dela como se deve. E o Brasil tem, há quatro décadas, um dos maiores oásis de saúde e bem-estar do mundo. Em operação em Gramado (RS) desde 1982, o Kurotel (também conhecido por Kur) acumula incontáveis histórias, prêmios e clientes interessados em emagrecer, desestressar, preparar-se para uma cirurgia e até mesmo cuidar do corpo e da mente após um agressivo tratamento de câncer ou uma difícil experiência após ter contraído Covid-19. Referência no país, o Kurotel ganhou corpo, de fato, quando o casal Luís Carlos e Neusa Silveira deu início a uma ideia vanguardista. Em Gramado, no arborizado bairro da Bavária,

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eles criaram um destino para cuidar da saúde a partir do olhar da prevenção. “Na época, meu pai estava obstinado em promover a saúde, evitar as doenças e oferecer um olhar integrado em torno da saúde”, recorda-se a filha e diretora clínica do Kurotel, Mariela Silveira. “Ele ficava incomodado ao ver pessoas tratando doenças que poderiam ser evitadas caso cultivassem bons hábitos.” A partir dessa experiência, nasceu o Método Kur, que tem uma metodologia própria com base em medicina preventiva e é sucesso até hoje. Desde então, mantém o fundamento de um olhar 360 graus, focando não só em aspectos físicos, mas também emocionais. Por isso, contempla disciplinas como


O Kurotel (ou Kur) une alimentação saudável, atividades físicas, medicina preditiva e terapias relaxantes

nutrição, desempenho físico, estimulação cognitiva, bem-estar, equilíbrio interior, terapias naturais, dermoestética avançada e genética. “A alimentação não deve ser só saudável, mas gourmet. Ela precisa ser prazerosa”, lembra Mariela. Em março de 2022, o Kur completa 40 anos e reafirma-se pioneiro no país, no cuidado com a saúde por completo. Com acomodações clássicas e contemporâneas para hospedar os clientes adultos, tem mais de uma centena de funcionários. Tradição e inovação são pilares para o próximo capítulo dessa história. Hoje, o centro contemporâneo de saúde e bem-estar cuida de várias necessidades e tem, cada dia mais, atraído clientes por volta de 35 anos. A conscientização em torno do cuidado com a saúde tem levado esse público mais jovem a se cuidar. Eles buscam ajuda para tratar de questões como obesidade, tabagismo, burnout e ansiedade. Há também um público crescente que busca o Kur para cuidar das sequelas de um pós-Covid-19. “Essa experiência de quase morte mexe profundamente com as pessoas e traz questões cognitivas, emocionais e cardiorrespiratórias a serem resolvidas. Cada pessoa tem uma agenda diferente uma da outra”, observa Mariela. Os fundadores do Kurotel seguem firmes no negócio, mas apoiados pelas quatro filhas. A primeira e a segunda geração da família Silveira trabalham unidas. A caçula Mariela, que dirige a área clínica, viu o atendimento à distância dos pacientes crescer muito com a pandemia. Muitos continuam seus tratamentos após deixarem o Kur. “Por vídeo, fazemos acompanhamento de medidas, de exames de laboratório, dentre outras questões.” Enorme, com várias piscinas, quadras e muito verde, o Kur é um destino para quem deseja vivenciar “um lugar para voltar-se a si”. Inclusive na alimentação baseada em ingredientes de cultivo familiar, verduras hidropônicas e muitos orgânicos. A personalização acontece da gastronomia ao tratamento, em que são levadas em consideração as individualidades, de acordo com a indicação e as preferências. TP kurotel.com.br

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Turismo

VIAGEM

O MELHOR DE MADRI Renovada, a capital discute seu novo modelo de turismo, de olho nos viajantes de alto poder aquisitivo Por LUCIANA LANCELLOTTI A pAnDEMIA AInDA nãO tERMInOu. Mas passada o que parece ter sido a pior fase, o mundo desperta para uma etapa de reflexão sobre o que, de fato, passa a ser importante. Quando o assunto é viagem, aproveitar as cidades visitadas sem correria, com um bom tempo para conhecer a essência delas, é uma das tendências. Em outras palavras, viajar devagar e conhecer o que há de mais autêntico tornou-se um dos indicadores do novo luxo, que por sua vez também passa a ser discutido. E isso vale também para as capitais europeias. Como Madri. Sempre em transformação, a capital espanhola aproveita

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esse novo momento para investir pesado em várias atrações voltadas ao público de alto poder aquisitivo. A arquitetura, por exemplo, está entre os temas de interesse desse perfil de viajante. E há mais de meio século a cidade vem sendo o laboratório de experimentação dos estilos moderno e contemporâneo. Sendo assim, sempre há novidades relacionadas ao tema, que engloba também enormes áreas verdes e jardins botânicos deslumbrantes. Dinamizando a oferta, dois dos pontos mais conhecidos de Madri, o boulevard Paseo del Prado e o Parque del Buen Retiro, foram declarados há pouco Patrimônios Mundiais pela Unesco.


Próximo da Gran Via, a principal avenida da cidade, funciona agora o Four Seasons (acima), hotel de altíssimo padrão

E se a cidade abriga em seus museus vários dos acervos artísticos mais valiosos do mundo, as exposições temporárias em cartaz nesses centros de cultura e em vários outros espaços públicos são uma maravilha para os amantes da arte. Um exemplo é o Thyssen-Bornemisza, que abriga Guernica, de Pablo Picasso, e uma parte significativa da coleção de Salvador Dalí. Até 30 de janeiro de 2022, o museu vai abrigar a mostra Máquina Magritte, a primeira na cidade desde 1989 a exibir o trabalho do belga René Magritte. Já Júlia, a enorme escultura de Jaume Plensa (Prêmio Velázquez das Artes de 2013) produzida com resina de poliéster e pó de mármore branco, ficará exposta na Plaza de Colón até dezembro deste ano. ALÉM DOS CLÁSSICOS Na cidade mais populosa da Espanha – são quase 3,3 milhões de habitantes – as obras e inaugurações não param. E incluem novos terraços e lojas, restaurantes, bares e empreendimentos criativos. Mas nenhuma dessas aberturas sinaliza tão bem o ritmo de preparação de Madri para se tornar uma das novas capitais europeias do luxo do que os lançamentos no setor hoteleiro. Três grandes cadeias

internacionais já estão em operação: Four Seasons (abriu na capital sua primeira unidade na Espanha), Rosewood (assumiu a gestão do Villa Magna) e Mandarin Oriental (renovou e acaba de inaugurar o emblemático Ritz). E vem mais por aí: as marcas JW e Edition, da Marriott Internacional, também inaugurarão seus hotéis. Todas de olho no chamado turismo de alto impacto. Tendo em vista esse target, a cidade promoveu em outubro um fórum em parceria com a plataforma Forward_ MAD. Profissionais como Philippe Gombert Simpson, presidente da associação de hotéis e restaurantes de luxo Relais & Châteaux, e Aaron Simpson, cofundador do Quintessentially, maior grupo privativo de serviços de luxo e lifestyle management do mundo, apresentaram ideias e discutiram o que viria a ser o novo luxo em viagens, em um mundo pós-pandemia. “Madri está se tornando um destino premium”, disparou Chris Pomeroy, CEO da agência de marketing de turismo ITG Spain. Ele comentou que, entre as características que definem esse novo cenário, os valores prioritários são saúde, segurança e higiene.

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Turismo

Salamanca: o bairro das lojas de grifes

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O viajante com alto poder aquisitivo, segundo Pomeroy, deseja, por exemplo, combinar, na mesma viagem, experiências de luxo e atividades autênticas que envolvam conexões reais com habitantes e costumes locais. Isso demanda do setor turístico esforços de mobilidade e conectividade, de preferência unindo tecnologia e contato humano. Esse viajante exigente também está mais atento a temas como inclusão e ESG, conjunto de padrões ambientais, sociais e de governança corporativa. Por tudo isso, questões como o meio ambiente e iniciativas de sustentabilidade também passaram a contar muito. Hoje quem investe em viagens quer ter certeza de que ao gastar contribui com as comunidades em nível local e global. No encontro, o secretário de Estado do Turismo, Fernando Valdés, informou que o governo espanhol pretende investir mais de € 3,4 milhões na promoção da sustentabilidade dos destinos do país. O LUXO DE SALAMANCA Quem vai às compras hoje em Madri encontra várias das grifes internacionais mais luxuosas e exclusivas. De moda e acessórios a alta joalheria e perfumaria. A maior parte se concentra na bairro de Salamanca, precisamente nas calles de Serrano – caso de Saint Laurent, Louis Vuitton, Prada, Gucci e Armani – e de José Ortega y Gasset, onde estão instaladas Dior, Hermès, Bvlgari, Valentino, Chanel, entre várias outras. E não são poucas as marcas de luxo espanholas que ajudam a desenhar esse cenário. Parte do conglomerado de luxo LVMH, a madrilena secular LOEWE, que nasceu produzindo artigos luxuosos de couro e hoje é um dos ícones internacionais da moda, é uma delas. A grife inaugurou há pouco tempo seu novo espaço na calle de Serrano. Já a Seseña, na calle de la Cruz, está em atividade desde 1901, com suas capas elegantes e atemporais que já protegeram de Picasso a Bruce Springsteen, ISTOCK

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Turismo

A Galería Canalejas é um novíssimo centro da alta gastronomia. À direita, um detalhe do restaurante DiverXo, três estrelas Michelin

de Ernest Hemingway a Hillary Clinton. Outra referência do luxo madrileno é a joalheria Durán, na calle Goya, fornecedora da Casa Real espanhola desde 1899. E na mesma rua fica a flagship store de outra marca local centenária, a Joyería Yanes, um museu do luxo clássico em Madri. Na calle de Ayala, a alfaiataria Yusti veste aristocratas, empresários e políticos espanhóis desde 1914. E, a poucos passos dali, a sapataria masculina Glent Shoes, na calle de Claudio Coello, é frequentada pelo rei emérito Juan Carlos. Apesar do caráter tradicional, a loja oferece um serviço exclusivo de medição com tecnologia 3D para que os calçados se ajustem à perfeição aos pés. ESTRELAS Outro fator unânime para atrair viajantes de alto poder aquisitivo é a oferta gastronômica. E, nesse aspecto, a Espanha é estelar, com vários dos restaurantes mais inventivos do globo. Madri abriga hoje 20 estrelas Michelin – o único restaurante tri estrelado da cidade é o DiverXO, há pouco anunciado o 20º melhor do mundo na lista The World's 50 Best Restaurants. A experiência consiste em uma

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degustação de 12 pratos esteticamente impecáveis, combinando influências de vários países – das asiáticas às latino-americanas. No comando, Dabiz Muñoz é considerado hoje um dos chefs mais criativos do mundo. Já o reduto gastronômico da moda em Madri é a calle de Ponzano, na região de Chamberí, com direito a site e hashtags próprios. A rua se estende por um quilômetro e concentra mais de 70 estabelecimentos, entre bares, cafés e restaurantes, abertos de domingo a domingo. Mas a fome madrilenha vai além dos bares e restaurantes disputados, ainda que vários já tenham alcançado reconhecimento internacional. Pensando em concentrar em um único lugar o que de melhor a cidade tem a oferecer unindo gastronomia e luxo, em outubro deste ano foi inaugurado o Food Hall da nova Galería Canalejas. Com mais de 4 mil metros quadrados e uma oferta gastronômica de 14 restaurantes, o espaço é um enclave da boa mesa em Madri. Os estabelecimentos têm à frente chefs renomados como Julián Mármol e Rubén Arnanz, ambos estrelados pelo Michelin, além de outras marcas e profissionais estrangeiros, como a celebrada casa de ostras Amélie. Ela ocupa um espaço ex-


Plaza Mayor: desde o século 15 um ponto de encontro

clusivo para degustação dos moluscos com vinhos e champanhes. Também faz parte do Food Hall o espaço MAD Gourmets, instalado em uma área de 650 metros quadrados, com 20 pop-ups que oferecem desde tapas e outros produtos ibéricos, como enchidos e queijos, até as últimas tendências gastronômicas mundiais. HARRODS DE MADRI Se o Food Hall é uma das âncoras da Galería Canalejas, as outras 40 lojas de grife do centro comercial – entre elas as recém-inauguradas Hermès e Rolex – também seduzem quem busca luxo. Essa concentração já rendeu ao empreendimento, que será totalmente entregue em 2022, alcunhas como “Harrods de Madri” e “nova milha de ouro madrilenha”. A galeria integra uma das iniciativas imobiliárias mais ambiciosas: o Centro Canalejas Madrid (CCM). Tratase de um projeto de mais de € 600 milhões promovido pelas empresas OHL Desarrollo e Mohari Hospitality, cada uma com participação de 50% no negócio. A exemplo do que já fizeram capitais como Paris, Londres e Amsterdã, o projeto revitalizou antigas áreas comerciais da cidade. A localização, no centro madrilenho, posiciona o empreendimento a curtas caminhadas dos principais museus e

de pontos como o Teatro Real, o Círculo de Bellas Artes, a Plaza Mayor e a Puerta del Sol. Sete edifícios históricos foram totalmente renovados para abrigar, além da Galería Canalejas, 24 apartamentos de luxo e o hotel Four Seasons, com 200 quartos e suítes, que, além de oferecer o maior spa da cidade, também conta com o restaurante Dani Brasserie, do chef andaluz Dani García. A fórmula: comida tradicional da Andaluzia com toques de sofisticação, servida no terraço panorâmico da cobertura. Os rooftops, aliás, são outra forte tendência na capital espanhola: vários hotéis do centro estão convertendo seus terraços em chill-out estilosos com vista debruçada para a cidade, aliados a bares de coquetéis. Além de todas essas inaugurações, Madri vai entregar a Plaza de España, no centro, totalmente remodelada, assim como o novo estádio Santiago Bernabéu e o Museu das Coleções Reais, que será o principal motor da atividade cultural do Patrimônio Nacional, com a história da monarquia espanhola desde os reinados da Idade Média até a época de Juan Carlos 1º. É muita coisa? Sem dúvida. E assim deve ser. Como disse no fórum Forward_MAD o diretor de turismo da cidade, Héctor Coronel: “Queremos inspirar novas experiências que combinem gastronomia, patrimônio, cultura, tudo o que temos em Madri”. tp

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Joaquim Leite Ministro do Meio AMbiente

de Mãos dAdAs coM A sustentAbilidAde


em defesa do agro sustentáveL Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente, explica os projetos que sua pasta tem colocado em prática em prol do avanço ecológico do país

O

paulistano Joaquim Alvaro Pereira Leite tem 54 anos e desde junho é o ministro do Meio Ambiente do Brasil. Ele tem experiência tanto na área privada quanto na pública. Formado em administração de empresas pela Unimar (Universidade de Marília-SP), traz no currículo um MBA pelo Insper. Foi produtor de café e conselheiro da Sociedade Rural Brasileira. Desde 2019 Leite vem ocupando cargos públicos. Primeiro como diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente. O traquejo tanto como produtor como também administrador nos negócios auxiliou-o a ocupar outros cargos no ministério. Assumiu o comando da pasta em um momento delicado. Desde então vem botando em prática políticas de enfrentamento dos problemas ambientais. É sobre elas que se debruça na entrevista que se segue.

THE PRESIDENT _Do que trata o programa Floresta+? Joaquim Leite - Foi lançado durante a Conferência do Clima e sua platafor-

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ma digital estará no ar ainda em dezembro. Na verdade, chama-se Floresta+ Agro. O programa consiste em reconhecer e remunerar empresários do campo que cuidam das florestas. Ele atrela a atividade agropecuária à floresta nativa das propriedades rurais, que preservam aproximadamente 282 milhões de hectares. Só para você ter ideia do número, a União Europeia como um todo tem 423 milhões de hectares. Essas propriedades rurais têm um custo de R$ 20 bilhões por ano para cuidar dessas áreas e preservá-las. Nossas primeiras atividades foram com frutas e algodão. Nenhum quilo de algodão, de carne, de soja, nada no Brasil é produzido sem conservar floresta. Por isso, será o maior programa de serviços ambientais do mundo.

lançamento desse programa com algodão, diversas empresas aderiram para incentivar o produtor que preserva o meio ambiente. Então, teremos uma plataforma que mostra que aquele produtor produz algodão, mas também protege a vegetação nativa. Quando você tem esse produtor e esse algodão atrelados à vegetação nativa, o que acontece? O comprador desse produto pensa: “Também quero dar um diferencial a ele, porque eu vou levar esse diferencial até o meu consumidor final”. Assim o consumidor entenderá que o algodão brasileiro é mais sustentável, assim como a soja brasileira, a carne brasileira. Nada sairá do Brasil sem estar protegendo floresta. E uma região onde há mais proteção deveria ser mais bem remunerada.

Como funciona na prática? Um fornecedor do agro ou um comprador do agro vai entrar na plataforma do Floresta+ e dar benefício para o produtor que cuida de floresta. No

O programa ajudará na imagem do agronegócio brasileiro perante o mundo? Os fatos e dados ajudarão a esclarecer o Brasil real. O mesmo que levamos



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até a Conferência do Clima (COP26). Esses fatos e esses dados sobre a realidade da atividade econômica brasileira deixarão claro que, por características naturais e econômicas, o Brasil é uma potência ambiental. Em especial em relação à agricultura. Empresas fornecedoras de produtos e serviços ao agricultor, especialmente multinacionais espanholas, alemãs e francesas, reconhecerão os esforços ambientais de um determinado produtor e o remunerarão por isso. O relatório de cada uma dessas companhias mostrará que o Brasil produz muito, mas protegendo as florestas. Também bancos suíços, ingleses, holandeses farão esse reconhecimento. Assim divulgarão a seus pares a qualidade e as boas intenções do agronegócio brasileiro. Entre agosto de 2020 e julho de 2021 o índice de desmatamento cresceu em 22%. Como foi a resposta do Ministério do Meio Ambiente? Esse dado não reflete a atuação do governo federal*. Fizemos uma integração com o Ministério da Justiça em julho deste ano. Os dados de julho para cá são bem melhores. No sistema do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], o alerta mensal de desmatamento do Deter-B entregou um dado de -5% de desmatamento a partir desse período. Este dado dos 22% veio do Prodes [Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal por Satélite]. Sugiro cautela em relação a ele, porque estamos atuando e vamos atuar de forma mais contundente. Monta-

mos, por exemplo, a operação Guardiões do Bioma. Esse projeto, no início de 2021, conseguiu reduzir em 11% os incêndios florestais no Pantanal, parte do Cerrado e sul do Amazonas. Chegamos a ter 8 mil homens trabalhando no combate aos incêndios em uma ação integrada entre Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente e governos estaduais. Em novembro, quando os dados foram divulgados, anunciamos que vamos lançar uma operação exclusiva para desmatamento no mesmo formato, porque deu resultado. As ações conjuntas de ministérios tornam as operações mais eficazes? O crime ambiental muitas vezes está ligado à lavagem de dinheiro e ao tráfico de drogas. Então, a integração das operações dá resultado. Quando você examina os dados mensais nesses últimos meses, tivemos um número melhor, que já começa a refletir essa atuação integrada, agora conduzida pelo Ministério da Justiça, junto com a Força Nacional. Esse organismo público conta com todo o aparato do Estado para enfrentar o desmatamento ilegal. A ideia é ter dez bases fixas com 120 homens em cada uma na Amazônia. Será um volume de homens maior do que a gente vinha tendo até agora para a gente combater todo tipo de crime. Além disso, 739 novos servidores devem começar no ano que vem, como contratação do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais]. Tínhamos um orçamento para fiscalização de R$ 228 milhões. O Ministério da Economia nos repassou mais R$ 270

milhões. São agora quase R$ 500 milhões. Estamos trazendo equipamentos, inovações e vários sistemas para melhorar a fiscalização. Sobretudo contra crimes ambientais. E a respeito da emissão de gás metano na atmosfera? Há uma meta global de redução de 30%. O Brasil pode contribuir com parte disso. Ainda não está definido exatamente qual o percentual absoluto de toneladas de metano a serem reportadas nesse acordo, mas o importante é participar dele para mostrar as políticas que o governo já tem. Contando a atividade de etanol, resíduos de etanol e de aves e suínos, o número de redução no Brasil pode ser ainda maior que esses 30%. Lembrando que o acordo foi feito com 104 países. Quantos deles têm políticas como a nossa de resíduos sólidos, de biogás baseado em metano, de tratamento de resíduos eliminando lixões? Na Conferência do Clima eram 200 países. Fiz mais de 60 reuniões antes desse encontro. Somos referência e muitos países têm desafios muito maiores que o nosso em relação a metano, a combustíveis fósseis e a energia renovável. A energia renovável brasileira é de 84%. Há países com 95% da energia vinda do carvão mineral. Somos exemplo para o mundo. O que é o Plano ABC+? Vem sendo desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, da ministra Tereza Cristina, que faz um fantástico trabalho. O plano reduzirá 1,1 gigatonelada de emissões. O ABC+ agora é “mais”

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porque o ABC já concluiu a primeira fase, que seguiu até 2020 e deu bons resultados. Permitirá uma pecuária ainda mais sustentável, com redução da emissão de metano. Você pode mensurar a fixação de carbono no solo durante o processo produtivo de grãos e de uma pecuária a pasto, como é a brasileira. Quando você faz o manejo de um pasto, tudo que os animais comem vira raiz, fixando carbono no solo e produzindo mais comida. Aquela matéria orgânica protege de erosão, e tudo se torna mais nutritivo. A agricultura de baixo carbono no futuro será positiva em crédito de carbono. Absorverá mais carbono do que emitirá. Isso será uma das soluções. Além de alimentar o mundo, o Brasil absorverá muito carbono da atmosfera por meio de uma agricultura cada dia mais eficiente. O Brasil tem potencial de gerar receitas líquidas de US$ 16 bilhões a US$ 72

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bilhões até 2030 no mercado de carbono. Como incrementará as receitas nessa modalidade? O Brasil emite menos de 3% dos gases de efeito estufa no mundo. Exportaremos mais carbono aos países com dificuldade de diminuição do volume de emissões. Será o carbono de floresta nativa, de energias renováveis, de indústria de baixa emissão, de agricultura de baixa emissão. A nossa redução de emissões representa o crédito de carbono. Quando uma companhia tem um projeto que é inviável economicamente, mas que reduz emissões, o crédito de carbono contribuirá para viabilizá-lo economicamente. O recurso vem de uma empresa privada poluidora para uma empresa de baixa emissão brasileira. Quais os projetos do ministério para a ampliação de matriz energética eólica e solar na próxima década? A eólica e a solar no Brasil geraram

380 mil empregos nos últimos anos. Esse é o emprego verde que o país procura como solução para uma transição para uma nova economia verde. É a passagem de uma economia baseada em combustíveis fósseis para outra estrutura em energias renováveis. A ideia é atingirmos a neutralidade até 2050. A implementação de energia eólica e solar é especialmente importante nas regiões semiáridas. Você pode aproveitar os ventos e o sol de forma produtiva. Além disso, gera empregos. Precisamos fazer a migração da mão de obra que está ou estava na indústria de combustível fóssil para a área de combustíveis renováveis. Estão faltando instaladores de placas solares no Brasil. Como fazer a migração de mão de obra de uma atividade para outra? Estamos cuidando com atenção desse assunto no Comitê de Crescimento Verde, que o governo federal criou agora, dois


meses antes da conferência. O comitê não abrigava gente do Ministério do Trabalho. Agora sim. Ao todo, são dez ministérios atuando de forma conjunta para acelerar projetos verdes. Existe espaço para investimento em projetos de ecoturismo? O Brasil tem um potencial de ecoturismo claro. Todo mundo quer o turismo de natureza, em especial no momento que vivemos, e o Brasil é o destino para isso. Vamos concessionar mais 23 parques ecológicos, que serão anunciados em breve. Junto da concessão de Foz do Iguaçu, que será a maior concessão do Brasil, de R$ 400 ou R$ 500 milhões. O concessio-

nário assume o parque, investe em toda a infraestrutura para o visitante, mas ao mesmo tempo faz proteção ambiental segundo regras rigorosas. Ele treina os brigadistas, treina a equipe e atua em conjunto com o ICMbio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], que é o instituto que cuida, fiscaliza e monitora as atividades dentro dos parques. Teremos mais visitantes e mais proteção da natureza. Fale sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lançamos em 2019 o programa Lixão Zero, que já reduziu em 20% os lixões do Brasil e deve fechar todos os lixões

até 2024 ou 2025. A solução principal é a reciclagem. Sim, reciclar embalagens, eletroeletrônicos, embalagens de remédios e assim por diante. Você tem que começar fechando os lixões e agir para transformar o que era lixo em produto a ser reciclado ou reutilizado. Assim você usa de forma racional aquele recurso natural que está hoje no lixo e pode ser transformado em matéria-prima de volta à indústria. O Brasil já é um exemplo em tratamento de resíduos animais. No momento, 98% dos resíduos animais – aves, suínos e bovinos – são reciclados. Isso também acontece com 94% das embalagens de defensivos agrícolas. Estamos no caminho certo. tP

(*) Nota do Ministério do Meio Ambiente Os resultados do Deter/Prodes sobre alertas de desmatamento em novembro (divulgados após esta entrevista) registraram o menor índice da série histórica para o período. Segundo dados do INPE, houve uma redução de 19,45% no desmatamento, em comparação com o mesmo período do ano passado. Trata-se do menor novembro da série histórica, que teve início em 2016.

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LOGÍSTICA

de voLta aos triLhos Após décadas de esquecimento, as ferrovias finalmente renascem no país, puxadas pelo agronegócio Por Luiz MAcieL

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comboio da rumo, empresa que opera quase a metade das trilhos nacionais

quando se quer chamar aLguma coisa, para o bem ou para o mal, de tipicamente brasileira, costuma-se dizer que se trata de uma jabuticaba, essa saborosa fruta nativa da Mata Atlântica. E não há assunto tão cheio de jabuticabas quanto a trajetória do setor ferroviário brasileiro desde a implantação dos primeiros trilhos pelo Barão de Mauá, em 1854, até os dias de hoje, quando as ferrovias começam a despertar de um sono profundo. A falta de um trem de passageiros ligando duas metrópoles do porte de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, deve ser um caso único no mundo. Por absoluta falta de interesse – e investimento, claro – na modernização da linha, o Trem de Prata, que prestava esse serviço, foi desativado em 1998. Na ocasião, ainda levava dez horas para cumprir um trajeto que os aviões faziam em 50 minutos. Foi perdendo a elegância e os passageiros de outrora, enquanto a rota aérea e a rodovia de 440 km entre as maiores capitais brasileiras transportavam cada vez mais gente. Outra jabuticaba difícil de engolir é a estagnação vivida pelo setor por décadas, ao ponto de termos hoje uma rede ferroviária comparável à de um século atrás, quando o café, que na época respondia por mais de 60% de nossas exportações, era levado de trem aos portos, sobretudo ao de Santos. Enquanto marcamos passo esse tempo todo, a grande maioria dos países continuou investindo em trens. Na comparação com países continentais, o Brasil, com seus modestos 30 mil km de trilhos, hoje é o último da fila. O gelado e despovoado Canadá tem 72 mil km de linhas de trem. A Rússia, 86 mil km, quase três vezes mais do que nós. A China, 127 mil km, mais de quatro vezes. Os Estados Unidos têm a maior rede ferroviária mundial, de 225 mil km – 7,5 vezes maior do que a nossa. Nada foi por acaso, naturalmente. Várias decisões governamentais, uma mais desastrosa que a outra, levaram a esse descompasso. Getúlio Vargas deu início à derrocada ao privilegiar o transporte rodoviário – o que Juscelino Kubitschek, anos depois, tratou de reforçar ainda mais para atrair a indústria automobilística. Nesse meio tempo, muitas linhas de trem se tornaram deficitárias. O governo tentou salvar a situação estatizando-as, mas só piorou o quadro. A decadência persistiu durante os governos militares e a Nova República. Trilhos e vagões viraram sucata e estações ficaram às moscas. “Demoramos demais para começar a corrigir o erro histórico que foi abandonar as ferrovias. Mas agora, pelo menos, estamos na direção certa”, pondera Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura da escola de negócios da Fundação Dom Cabral. Resende faz alusão ao agressivo programa de concessões do governo federal, que desde 2019 transferiu para a iniciativa privada duas ferrovias e acertou a renovação antecipada de outras três, garantindo investimentos de R$ 31 bilhões em obras nos próximos anos. Os novos trechos em construção são da Ferrovia Norte-Sul (1.537 km entre Porto Nacional, no Tocantins, e Estrela d’Oeste, em São Paulo, concedidos à Rumo Logística) e da Fiol, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (537 km entre Caetité e Ilhéus, na Bahia, que serão implantados pela empresa Bahia Mineração). A Rumo, que pertence ao grupo Cosan

FOTOS ISTOCK E RICARDO DO BOTELHO

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Para operar a ferrovia vitóriaminas, a vale se comprometeu a construir outra ferrovia, de 383 km, que poderá ser repassada a outra empresa

tarcísio de Freitas (ao alto), ministro da infraestrutura, e Paulo resende, da Fundação dom cabral: entusiastas das ferrovias

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e opera quase metade dos trilhos nacionais, também conseguiu renovar a concessão da Malha Paulista, bastante estratégica para a empresa por ligar Estrela d’Oeste (e, portanto, a Norte-Sul) a Santos. As outras duas renovações foram acertadas com a mineradora Vale, que opera as ferrovias Vitória-Minas e Carajás. A renovação com a Vale foi particularmente engenhosa, por inaugurar um modelo de contrapartidas nas concessões. A extensão por mais 30 anos do contrato para operar a Vitória-Minas custou à mineradora uma outorga relativamente pequena, de R$ 1,5 bilhão. Mas o governo exigiu da concessionária o compromisso de construir uma ferrovia de 383 km entre Campinorte (GO) e Água Boa (MT), que fará parte da Fico, a futura Ferrovia de Integração Centro-Oeste. “Com isso garantimos mais uma ferrovia, que não será propriedade de quem a construir. Ela voltará às mãos do governo para uma nova concessão”, observa o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas. Outro artifício interessante do ministério foi conseguir deixar numa conta vinculada, à margem do orçamento, os R$ 2,2 bilhões arrecadados com as renovações da Vale (R$ 1,5 bilhão da outorga da Vitória-Minas, mais R$ 700 milhões do lance da Ferrovia de Carajás) para viabilizar a Ferrogrão, prevista para ir a leilão no primeiro trimestre de 2022. Maior projeto ferroviário do país, a Ferrogrão vai ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba, em Itaituba (PA), num trajeto de 933 km que correrá em paralelo à rodovia BR 163/230. De Miritituba, na barranca do rio Tapajós, os produtos brasileiros de boa parte do Centro-Oeste – soja, milho, açúcar, etanol – seguem em embarcações pelo chamado Arco Norte, que já


Ferrovia de integração oeste-leste, em sussuarana, na bahia

rivaliza com Santos no volume de exportações. Aos interessados no leilão da Ferrogrão, o governo promete usar a verba de R$ 2,2 bilhões para cobrir eventuais riscos que estourem o orçamento da obra, que é de R$ 8,4 bilhões – fazem parte dessa lista compensações ambientais, desapropriações que resultem mais caras do que o esperado e até eventuais quebras de safra. Para compensar o alto investimento, a concessão também terá um prazo excepcionalmente longo, de 69 anos, mais que o dobro do usual. “Mas essa é uma ferrovia à prova de prejuízos, porque vai encher os vagões logo no primeiro dia de funcionamento”, sustenta Paulo Resende. O potencial da Ferrogrão é transportar 45 milhões de toneladas/ano e reduzir em até 20% o custo do transporte. A ferrovias respondem hoje por apenas 20% da carga transportada no país, enquanto as rodovias movimentam três vezes mais, cerca de 62% – essa inversão de valores é outra jabuticaba. Esses números são de um estudo recente da consultoria Ilos, segundo o qual o modal aquaviário (hidrovias mais cabotagem) vem em terceiro lugar, com o transporte de 14,3% do volume total de produtos, seguido pelo dutoviário, com 3,6%, e o aéreo, com apenas 0,1%. Vale lembrar que a participação das ferrovias era ainda menor duas décadas

atrás, em torno de 18%. De lá para cá, iniciou-se uma lenta recuperação com a aprovação das concessões pelo Congresso. Impulsionadas nesse primeiro momento pela maior demanda de mineração, as ferrovias hoje são puxadas pelo agronegócio, o setor econômico que mais cresce no país – exatamente como acontecia cem anos atrás, na época de ouro do café, provando que o setor produtivo, quando bem estimulado, responde com investimentos. “Se os próximos governos mantiverem a nossa política de concessões, a participação das ferrovias na matriz de transportes brasileira deve chegar a 30% em 2030”, projeta o ministro Tarcísio de Freitas. Em outubro agora, o país deu outro passo importante na revitalização do transporte por trilhos com a aprovação pelo Senado do novo Marco Legal Ferroviário, cuja maior inovação é voltar aos tempos do Barão de Mauá, quando empreendedores podiam construir as linhas de trem do seu interesse, bastando para isso uma simples autorização governamental, sem enfrentar burocracia nem licitações. Com essa iniciativa, o governo esperava propostas que somassem cerca de R$ 30 bilhões de investimentos, mas teve uma agradável surpresa: recebeu 23 pedidos no primeiro mês, envolvendo obras orçadas em mais de R$ 100 bilhões. Outra jabuticaba? Se for, é do bem. tP

VINICIUS ROSAMINFRA

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hora de decoLar Aviões agrícolas são ferramentas importantes do agronegócio. embraer, Air Tractor e Thrust Aircraft mostram seus trunfos

MOMENTO DOS TURBOÉLICES Balanço do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) aponta que a frota aeroagrícola cresceu 3,1% ano passado, com 2.352 novas aeronaves. A Embraer domina o mercado com seus aviões de motor convencional, mas o relatório do Sindag aponta o crescimento das aeronaves turboélices, tendência verificada desde 2011 (3,39% de participação): em 2020, a participação foi de 20,11%.

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BOA OPÇÃO A Thrust Aircraft, com sede na Georgia (EUA), é outra empresa que oferece linha de aeronaves turboélices. Renovada após passar por recuperação judicial em 2019, a Thrust tem no 510G, de 800 cavalos e capacidade de aspersão de até 1930 litros, um de seus aviões mais vendidos. thrustaircraft.com

MAIS VELOZ A liderança no segmento de turboélices é da Air Tractor, empresa sediada no Texas, EUA, e que tem o entre seus modelos de maior aceitação no Brasil o AT-402B. A principal vantagem desse tipo de aeronave é a maior velocidade de operação. airtractor.com/pt-br

IPANEMA 203, 50 ANOS Com motor a pistão, o Ipanema, da Embraer, lidera todo o segmento agrícola brasileiro – isso inclui também os modelos turboélices. Com 60% de participação, o avião mais longevo da Embraer, o EMB-203 Ipanema ganha inovações que celebram os 50 anos do seu primeiro voo. Entre as mudanças, o capô do motor redesenhado para as novas grades de saída de ar, solução para melhorar a refrigeração do motor – a propósito, o único motor de aeronave no mundo que pode trabalhar com etanol ou gasolina. As asas receberam peças em aço inox para reduzir o desgaste dos componentes e a nova envergadura ampliou a área da faixa de deposição (ou a distância entre uma passada e outra do avião) para até 24 metros. agricultural.embraer.com/br/pt

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aPoio ao agronegócio Setor tem dificuldades de conseguir crédito rural, mas cenário pode mudar Por DougLAS Duek

Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos*

um Levantamento feito em 2021 PeLa Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostrou que 38% dos produtores nunca acessaram o crédito rural. A pesquisa foi realizada com 4.336 produtores rurais de 14 estados brasileiros. Em minha atuação na Quist Investimentos - empresa especializada em recuperação judicial e reestruturação -, já atendemos mais de 100 produtores, usinas e empresas do agronegócio, mas o mercado financeiro voltado para o setor era quase inexistente, com pouquíssimas opções. Isso também reflete os números apurados pelo estudo. Ainda de acordo com a CNA, os pequenos e médios produtores relatam certas dificuldades de acesso ao crédito. Quais seriam? Entre os principais motivos estão excesso de burocracia, demora na liberação do crédito, falta de informação e garantias exigidas. A nossa experiência na Quist revela que, até poucos anos atrás, o crédito agro era feito somente com incentivos do governo. Ou seja, crédito subsidiado porque o governo tinha obrigação de fomentar o setor. Até por não entenderem o mercado e negócio do agro, os investidores se afastaram. Porém, vale destacar que a pandemia desmistificou esses entraves. Estão até acontecendo alguns IPOs (initial public offering) no setor agro em 2020 e 2021. Já as principais motivações para o pedido de financiamento são dívidas anteriores, problemas com documentação e limite individual de crédito. A maior parte dos procedimentos sempre ficou restrita ao Banco do Brasil e outros poucos bancos de fomento para médios produtores e empresas do agro, o que limitava muito o alcance das medidas. No momento, outras soluções passaram a ser oferecidas por diversas empresas, a exemplo da própria Quist. Procedimentos como estruturação de crédito direto, com fundos e investidores com imóvel em garantia, têm sido os mais utilizados. A viabilidade de atuações como essa é justificada pela análise que é feita sob medida para cada produtor, e é importante se atentar às taxas competitivas. Essas mudanças significam que o mercado, enfim, tem enxergado a potência e riqueza do agronegócio. Uma grande parcela do grupo que ainda enfrenta obstáculos para solicitar auxílio financeiro é composta por produtores da agricultura familiar. Nesse sentido, as soluções devem contemplar estratégias que ajudem esse setor mais específico, já que ele tem um peso fundamental nos resultados do agro. Com a facilidade atual de acesso a informação, nossa opinião é que o agricultor e empresas do agro devem procurar acesso a capital diferenciado e não somente nos bancos. Essa opção existe e está disponível. O que falta é acesso de um ao outro para fazer operações que cabem muito melhor no bolso de cada um. quist.com.br (*) A Quist Investimentos é um fundo de investimentos que atua na concessão de crédito e reestruturação para o agronegócio.

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ESTE PRODUTO É DESTINADO A ADULTOS

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Garzón é uma das mais importantes vinícolas do Uruguai, posicionando a América Latina junto aos grandes produtores de vinhos no mundo. Fundada pelo argentino Alejandro Bulgheroni, Bodega Garzón conta com mais de 220 hectares de vinhedos. Seus rótulos são elaborados com a expertise de Alberto Antonini, uma das maiores referências mundiais em produção de vinhos premium, e apresentam as características do terroir único da costa sudeste do Uruguai.

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A AméricA

em choque Lançado há meio século, o filme Vanishing Point anteviu o fim da contracultura e pôs na estrada o veloz Dodge Challenger RT Por Luiz GueRReRo

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VAnishing Point (no BrAsil, corridA contrA o destino) é um dos mais simbólicos filmes já criados em Hollywood. Um dos mais injustiçados também. Meio século depois de lançado, completado este ano, permanece desconhecido do grande público. E a julgar como a Disney, dona da 20th Century Fox, que lançou o road-cult-movie originalmente, ignorou a data, um dos grandes filmes dos anos 1970 deve continuar no ostracismo. Vanishing Point não passa na TV aberta ou fechada, não pode ser baixado na internet e é difícil encontrar no Brasil o DVD lançado nos anos 1980. A alternativa é pagar US$ 27,38 e encomendar pela Amazon o blu-ray colocado à venda em 2009 nos Estados Unidos. O disco inclui os sete minutos cortados da versão distribuída nos EUA e no Brasil e que teve participação da atriz Charlotte Rampling, deslumbrante aos 24 anos de idade. Mas atenção: não perca seu tempo com a péssima refilmagem de 1997 feita para a televisão americana. Mais uma vez atenção: se você pretende assistir ao filme original, fique ciente que terá altas doses de spoilers neste texto. Vanishing Point conta a história de um atormentado entregador de carros chamado Kowalski, vivido por Barry Newman, um ator de pouco prestígio, mas imposto por Richard Zanuck, um dos executivos da 20th Century Fox. A cena de abertura remete ao fim do filme: o cenário bucólico supostamente de Cisco, na Califórnia, o solo de violão de Jimmy Bowen, também responsável pela trilha sonora, e os latidos ao longe são quebrados pela sirene de uma Harley da

polícia e pelo ruído mecânico de duas pesadas retroescavadeiras Caterpillar D8 arrastando suas esteiras pelo asfalto da Interestadual 120 em uma manhã de domingo. Corte para sexta-feira à noite, quando Kowalski (e apenas Kowalski porque o prenome do personagem não é revelado) chega ao Argo’s Car Delivery em Denver, no Colorado, dirigindo um Chrysler Imperial LeBaron preto. Apesar do visível cansaço, ele insiste em levar naquela mesma noite um Dodge Challenger R/T 1970 branco alpino, placas do Colorado AO5599, que deveria ser entregue só na tarde de segunda-feira em San Francisco, a 2 mil quilômetros. Antes de deixar Denver, aposta com Jake (Lee Weaver), seu fornecedor de anfetaminas, que chegaria ao destino final por volta das 3 da tarde seguinte e, com isso, abreviaria em quatro horas um percurso normalmente feito em 19 horas. “Vou apostar a conta dos bennies. Ligo amanhã às 3 de San Francisco e, se não conseguir, dobro a aposta na próxima vez.” E sob efeito dos bennies – as pílulas de benzedrina que o mantêm acordado –, nosso personagem inicia a travessia de quatro estados americanos cercados pelo deserto dirigindo o mais rápido que pode. O que se segue são 90 minutos de cenas fascinantes da região Oeste dos Estados Unidos, intercaladas por espetaculares perseguições policiais. A fotografia, a cargo de John Alonzo (de Chinatown e Scarface, entre outros filmes), é primorosa. Para dirigir Vanishing Point, a produtora escolheu o cineasta Richard Sarafian, um nova-iorquino então com 40 anos e que despontava como talentoso. Em entrevista a um site de

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Punto Zero: o nome do filme do cartaz impresso na Itália

cinema, concedida em 2009, quatro anos antes de sua morte, Sarafian contou que estava considerando os roteiros de Downhill Racer (Os Amantes do Perigo, na tradução para as telas brasileiras), Serpico e Love Story quando foi convidado para dirigir Vanishing Point. “Eu havia me decidido por Downhill Racer, mas minha então mulher, Helen Altman [irmã do diretor Robert Altman], me convenceu de que Vanishing Point seria mais divertido e desafiador.” Sarafian, no entanto, só assinou o contrato ao descobrir que o roteiro havia sido escrito pelo cubano, naturalizado britânico, Guillermo Cabrera Infante, sob o pseudônimo de Guillermo Cain. Considerado um dos grandes escritores de seu país, autor de Três Tristes Tigres, sua obra mais famosa, Infante fez parte do Conselho Nacional de Cultura durante a revolução e trabalhou como adido cultural em Bruxelas, até romper com Fidel Castro em 1965. Para escrever o

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roteiro de Vanishing Point, baseou-se em uma notícia de jornal: a morte de um jovem de 20 anos que dirigia velozmente pelas ruas de San Diego, Califórnia, até se estatelar contra uma barreira montada pela polícia. Sarafian queria Gene Hackman para o papel principal, mas o executivo do estúdio não abriu mão do desconhecido Barry Newman, 33 anos à época e curto currículo cinematográfico. Outra exigência de Zanuck era a de prestigiar os modelos da Chrysler, marca com a qual a 20th Century Fox tinha parceria. Para preparar e cuidar da manutenção dos cinco Challenger cedidos pelo fabricante durante as filmagens, foi contratado o ex-piloto, dublê e mecânico Max Balchowsky que, dois anos antes, havia preparado os dois Mustang 390 GT fast back pilotados por Steve McQueen, e os dois Dodge Charger R/T usados em Bullitt. Seu maior trabalho em Vanishing Point não foi ajustar a suspensão de um dos Challenger para a cena de um salto sobre um riacho, mas eliminar a fina poeira do deserto impregnada nos dutos de refrigeração dos carros. Para sua sorte, Balchowsky foi dispensado de cuidar das viaturas policiais usadas na perseguição, uma variedade que compreendia modelos Coronet e Polara, da Dodge, e Plymouth Belvedere – não por acaso, todos da Chrysler. E quase todos destruídos nas filmagens. Se Sarafian não conseguiu emplacar nem o ator principal e nem o carro, foi sua a escolha de Cleavon Little para interpretar o papel de Super Soul, o disc jockey da estação de rádio KOW (hoje rebatizada de KGFN 89.1), baseada em Goldfield, Nevada, um povoado nascido no começo do século passado durante a corrida do ouro. Little, como a maioria do elenco, era ilustre desconhecido, mas sua interpretação


Barry Newman: perseguido por automóveis e pelas lembranças da namorada morta, Victoria Medlin

de Super Soul merecia ao menos uma indicação ao Oscar. É ele que, por meio da captação da frequência da polícia, guia Kowalski, com o rádio do carro sintonizado na KOW, em sua jornada, indicando ao motorista onde havia barreiras policiais. A sutileza: Super Soul é cego. “O último herói americano, a última alma livre”, bradava ao microfone enquanto selecionava as faixas da bela trilha sonora do filme. Negro e libertário, Super Soul foi espancado por um bando de supremacistas durante uma de suas transmissões. Pouco sobrou dos equipamentos da rádio depois da invasão. Vanishing Point mostrava nesta cena que o sonho americano estava terminando. O filme marca o fim da era da contracultura (e, como você verá no destaque, a era dos grandes esportivos americanos) e do movimento hippie, retratado no filme em duas ocasiões – a mais emblemática delas quando Kowalski estaciona o carro ao lado do casebre de um hippie em busca de anfetaminas e se depara com a bela namorada do jovem pilotando nua uma Honda CL 350 no meio do deserto. Uma cena insólita que acabou levando a atriz Gilda Texter ao estrelato instantâneo. Ela, no entanto, teve mais êxito como figurinista que como atriz. Durante as escapadas das perseguições policiais, Kowalski nos revelava por meio de flashbacks um pouco do seu passado – e nos fazia entender o seu comportamento ao volante do

Challenger. Veterano da Guerra do Vietnã, condecorado com a Medalha de Honra, não se orgulhava de suas cicatrizes de batalhas. Foi policial em San Diego até ser demitido por ter impedido que seu superior seduzisse uma jovem suspeita de portar drogas. Tentou carreira como piloto de automóveis e de moto, sem sucesso. E viu sua namorada Vera Thornton (Victoria Medlin) se afogar no mar. No trecho cortado da versão final, que você pode assistir no blu-ray ou no YouTube, o diretor Sarafian mostra que Kowalski era um homem perseguido pela morte (personificada por Charlotte Rampling). A 20th Century Fox achou que o público americano não iria entender a mensagem e decidiu excluir a cena. Só os europeus, onde o filme foi exibido sem cortes e bem recebido pela crítica, entenderam parte da essência da personalidade de Kowalski. A crítica americana, ao contrário, destruiu Vanishing Point, ao qualificar o filme de tedioso, enjoativo e piegas, entre outros adjetivos nada elogiosos. Roger Greenspun, crítico do The New York Times, foi particularmente cáustico: “Tantos filmes idiotas foram salvos por uma emocionante perseguição de automóveis nos últimos minutos e então por que não fazer outro filme idiota que nada mais é do que uma perseguição de automóveis?” Para o crítico, tudo que Barry Newman precisou para atuar foi sua carteira de motorista.

GETTY IMAGES

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c u l t

O filme custou uS$ 1,58 milhão e arrecadou uS$ 12,4 milhões. Muito? Nem tanto. Operação França , do mesmo ano, por exemplo, custou menos e rendeu uS$ 51,7 milhões Hoje, tornou-se um cult. Mas em sua época Vanishing Point foi até ridicularizado pela crítica

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Apesar da folha de pagamento relativamente baixa do elenco, Sarafian extrapolou o orçamento e fechou a conta em US$ 1,58 milhão. O premiado Operação França, dirigido por William Friedkin e com Gene Hackman no papel principal, custou US$ 1,3 milhão. Vanishing Point arrecadou US$ 12,4 milhões; Operação França, distribuído pela mesma 20th Century Fox, US$ 51,7 milhões. O filme de Sarafian não repetiu, como os produtores esperavam, o sucesso de Easy Rider (Sem Destino), o longa da Columbia lançado em 1969, com o desconhecido Dennis Hopper como diretor e ator ao lado de Peter Fonda. Longe disso. Easy Rider arrecadou US$ 60 milhões. Foi rodado com US$ 400 mil emprestados a Hopper por um banqueiro. Pressionado por Richard Zanuck, que via o orçamento inicial de cerca de US$ 800 mil quase duplicar, Sarafian foi obrigado a abreviar o tempo de filmagem de 60 para 22 dias e, por conta disso, suprimir 20 páginas do roteiro. Também fez várias adaptações no texto original de Cabrera Infante e sugeriu um final alternativo para o filme, no qual Kowalski sairia ileso do cerco policial ao passar simbolicamente através da pequena brecha entre as pás das duas Caterpillar. A alternativa, como se viu, acabou recusada. Para a cena final, o Challenger foi poupado: em seu lugar foi usado um Chevrolet Camaro 1967 sem motor e carregado de explosivos. Pouca gente percebeu. A estreia em 1971 nos EUA não mereceu a mesma pompa de outras produções da época. Enquanto Operação França, lançado no mesmo ano, ocupou as melhores salas do país e arrematou os principais prêmios – incluindo cinco Oscar em 1972 –, Vanishing Point foi relegado aos cinemas da periferia e nem chegou a ser indicado pela Academia. No Brasil, o filme ficou pouco tempo em cartaz, ofuscado por produções como Perseguidor Implacável (Dirty Harry) e Roberto Carlos a 300 km por Hora.

REPRODUÇÃO


A ESTRELA Em 1970, a Chrysler tinha acabado de lançar o Challenger pela divisão Dodge para concorrer com o Ford Mustang, Chevrolet Camaro e com o Pontiac Firebird, os pony cars que atraíam os babies boomers, aquela geração de vorazes consumidores nascida entre 1946 e 1964. Pony cars eram os carros compactos (para os padrões americanos, bem entendido), com linhas esguias e motor potente. A Chrysler fez sua estreia na categoria com o Challenger. Participar de uma produção de Hollywood seria grande vitrine para a marca. Cinco Challenger foram cedidos à 20th Century Fox ao preço simbólico de US$ 1 a diária, quatro deles na versão Magnum 340 de 278 cavalos e câmbio manual e o quinto, um 318 de 233 cavalos e câmbio automático. No fim das filmagens, os carros foram devolvidos ao fabricante, mas como conta Ted Stephens, dono de uma oficina no Alabama especializada em preparação e restauração de esportivos, os Challenger terminaram arrematados em leilão por um ferro-velho e viraram sucata. Os Challenger que participaram do remake de 1977 tiveram melhor destino: Stephens os comprou. Um deles, impecavelmente restaurado, encontra-se em exposição no Floyd Garrett's Muscle Car Museum em Sevierville, no Tennessee. Ter participado como real estrela de um longa-metragem

americano, contudo, não alavancou as vendas do Challenger. No ano de lançamento, foram vendidas 76 mil unidades, número que despencou para 29.800 em 1971 quando Vanishing Point entrou em exibição. Não culpemos o filme: naquele ano entraram em vigor as leis de emissões de poluentes nos Estados Unidos e a eliminação do chumbo tetraetila da gasolina fez a octanagem despencar – junto com o maior apelo dos pony cars, a potência. Em seguida, 1973, veio a crise do petróleo. E o bravo herói de Vanishing Point não resistiu a mais essa perseguição. Saiu de linha no ano seguinte nos EUA, mas continuou sendo produzido entre 1977 e 1983 no Japão sobre a base do Mitsubishi Galant Lambda de primeira geração. Um comportado cupê. O nome Challenger, no entanto, permaneceu no imaginário popular. E em 2006 o carro ganhou seu remake – mais bem-sucedido que o do filme, diga-se – por meio do conceito Challenger Concept, com linhas mais musculosas, mas que ainda assim remetiam ao pioneiro. Deixou de ser pony para virar muscle. Sucesso de público e de crítica, o novo Challenger voltou as ruas em 2008 e, entre as versões, uma endiabrada: a Hellcat, um bólido de arrancadas certificado para andar nas ruas, com seus 717 cavalos que se alimentam de gasolina de competição. tP

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opinião

inovação aberta, o caminho Por ALEXANDRE VELILLA GARCIA

O Alexandre Velilla Garcia, Profissional do ano 2020 é empresário, apresentador do programa Café com CEO na Record News TV e investidor-anjo (BR Angels, FlexInterativa e PetPonto App) velillagarcia@uol.com.br

debate sobre inovação é recorrente numa época em que as empresas se mostram mais interessadas em agregar tecnologia e eficácia a seus processos. Vinte anos atrás, no entanto, introduzir tal temática no universo corporativo ainda era uma novidade com “n” maiúsculo. Em 2003, o professor e pesquisador Henry Chesbrough propôs o conceito de inovação aberta em seu livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology (Inovação aberta: o novo imperativo para criar e se beneficiar a partir de tecnologia). Ali, apresentou uma pioneira visão, que tem ganhado mais e mais relevância com o passar dos anos: acelerar e estabelecer uma cultura de inovação na empresa com a colaboração de agentes externos da organização, como startups, companhias de base tecnológica, universidades, governo, centros de pesquisa e outras instituições. A partir de uma evolução natural e maior maturidade por parte das companhias, pode-se ampliar e muito o escopo desse debate. Em especial, ao analisar o mercado de startups no Brasil e no mundo. Várias delas trouxeram enorme disrupção ao segmento em que estão inseridas. Por aqui, tal cenário se apresenta de maneira muito promissora. De acordo com um levantamento realizado da 100 Open Startups, o número de empresas que estabeleceram contratos de inovação aberta com startups no Brasil cresceu 70% no último ano, saltando de 1.968 em 2020 para 3.334 em 2021. O valor total dos contratos firmados nesse período totalizou R$ 2,2 bilhões. Se, por um lado, o conceito de inovação aberta já se difundiu, por outro ainda há desafios a serem superados. Entre eles, a resistência ainda persistente por parte das empresas, a falta de recursos e tempo e, por fim, funcionários pouco familiarizados com práticas e processos de inovação. A inovação aberta, na realidade, propõe transformações culturais, que demandam líderes que as assumam e as guiem dentro das empresas. Não se trata de simplesmente estabelecer parcerias ou contratar serviços de uma startup. Mas de incorporar a inovação como pilar estratégico da organização, transformando-a em parte essencial de sua cultura. O estabelecimento de parcerias em um ambiente aberto é, antes de mais nada, guiado pela colaboração entre diferentes agentes. Em artigo recente para a revista MIT Technology Review, Leo Monte, da Sinqia, comenta que uma das principais mudanças de paradigma criadas a partir de práticas de inovação aberta é a percepção que se tem sobre o trabalho colaborativo e a combinação de ideias que surgem dentro e fora da empresa. Dessa forma, todo o ecossistema pode se beneficiar: as corporações colhem bons resultados, principalmente em termos de cultura, agilidade e produtividade; as startups ganham maturidade ao trabalhar diretamente com grandes mercados, absorvendo conhecimento sobre diferentes nichos de atuação e, claro, ganhando tração para se desenvolver. Os caminhos da transformação digital no Brasil já estão sendo abertos, dentro de um cenário que pode ser extremamente profícuo. Para isso, é preciso que as lideranças estejam dispostas a adotar uma mentalidade mais aberta, trabalhando novas ideias em conjunto e oxigenando um ambiente que demanda novos ares a todo momento. TP © TUCA REINÉS

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