nem parece artificial

APESAR DE A IA ESTAR

PRESENTE NO DIA A DIA DAS PESSOAS HÁ MUITO TEMPO, HOJE ELA É TÃO DEMOCRÁTICA QUE É PREOCUPANTE COMO OS SEUS AVANÇOS PODEM IMPACTAR A HUMANIDADE

APESAR DE EXTREMAMENTE comentada em 2023, a inteligência artificial não é uma novidade –pelo menos não para os estudiosos da área. Desde 1950, a IA começou a ser desenvolvida e introduzida, aos poucos, no dia a dia das pessoas com ferramentas que se adaptaram tão bem que elas nem perceberam que aquele mecanismo se tratava de uma tecnologia.

Considerado o pai da computação, Alan Turing (1912-1954) foi o responsável por escrever um dos conteúdos mais completos sobre IA em sua época. Publicado em 1950, o especialista escreveu o artigo Computadores e Inteligência , tornando-se a primeira pessoa a mencionar o termo.

Muita coisa mudou de lá para cá. A computação avançou, a robótica se tornou usual e a inteligência artificial é uma realidade muito presente atualmente. Alguns exemplos da IA no dia a dia são os serviços de voz, redes sociais e reconhecimento facial – que é uma ferramenta comum nos smartphones.

Uma inteligência artificial apresentando Eliza: "Eliza foi um dos primeiros programas de processamento de linguagem natural (PLN) e é considerada um dos pioneiros chatbots da história. Desenvolvida por Joseph Weizenbaum na década de 1960 no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, o nome "Eliza" foi inspirado na personagem Eliza Doolittle, da peça de George Bernard Shaw, Pigmalião Sua função era simular uma psicoterapeuta, demonstrando como máquinas poderiam conduzir conversas simples com humanos. Seu funcionamento baseava-se em regras e padrões de palavras-chave, em que analisava a entrada do usuário, buscando palavras específicas e respondendo com frases predefinidas que simulavam uma interação terapêutica. Apesar de sua limitação e ausência de inteligência real ou empatia, surpreendeu muitas pessoas na época, algumas chegando a se envolver emocionalmente com as interações. Eliza teve um impacto significativo no campo da IA e PLN, abrindo caminho para pesquisas e avanços futuros na criação de chatbots e sistemas de conversação. Hoje em dia, chatbots modernos e assistentes virtuais utilizam técnicas mais avançadas, como aprendizado de máquina e redes neurais, oferecendo interações mais sofisticadas e humanas com os usuários."

Além disso, Turin propõe no artigo que fizessem testes para avaliar se as máquinas possuem a capacidade de imitar pensamentos humanos, o que ficou conhecido como “jogo da imitação” – inclusive, o filme The Imitation Game , de 2014, foi lançado em homenagem a Turing.

Esse estudo deu origem à Eliza, o primeiro robô de conversação, criado pelo matemático Joseph Weizenbaum em 1965. Na prática, ele criou uma máquina capaz de identificar 250 tipos de frases e enganar o interlocutor usando trechos das perguntas em suas respostas automáticas.

Desde 1996, o mestre em Informática Aplicada, membro do Conselho de Inovação de Curitiba e coordenador da Escola de Tecnologia da Informação da Universidade Positivo, Kristian Capeline, já estudava essas ferramentas e conta que, na época, havia muitas inovações interessantes. A única diferença, porém, é que essas ferramentas não tinham uma interface como é no caso de hoje.

“O PROFESSOR, QUANDO ABRE A CHAMADA, JÁ ABRE O CHATBOT JUNTO. ELE É QUASE UM MEMBRO DA EQUIPE, UM AMIGO NERD.” – Kristian Capeline

Na opinião dele, uma ferramenta com uma boa interface é o ChatGPT. “Hoje, ele é uma das ferramentas mais faladas, por conta da sua facilidade de uso. É amigável e o seu uso é acessível a pessoas com mais de 60 anos, por exemplo. É um grande avanço no que a gente tem visto no mercado”, avalia Kristian. O uso da ferramenta tem sido tão útil que os professores têm usado o ChatGPT quase como atividade obrigatória dentro da sala de aula. “O professor, quando abre

PERGUNTAMOS

PARA O CHATGPT: QUAIS SÃO

OS 4 MAIORES

ESPECIALISTAS EM INTELIGÊNCIA

ARTIFICAL NO MUNDO?

GEOFFREY HINTON

Considerado um dos "pais" da aprendizagem profunda (" deep learning" ).

YANN LECUN

Diretor de pesquisa em IA no Facebook e professor da Universidade de Nova York.

ANDREW NG

Um dos fundadores do Google Brain, Andrew Ng é um renomado pesquisador em IA e educação.

FEI-FEI LI

Professora de ciência da computação em Stanford e ex-diretora de pesquisa de IA no Google Cloud.

IA PARA FACILITAR O DIA A DIA AHAAPPLE a chamada, já abre o chatbot junto. Ele é quase um membro da equipe, um amigo nerd”, brinca o docente. Para o dia a dia, o especialista dá exemplos de como é possível aplicar a ferramenta nos processos mais operacionais. “Ele consegue automatizar processos simples, como criar a grade de um curso com as disciplinas e conteúdos que precisam ser aborda - dos, planos de aula e, futuramente, até corrigir provas”, adianta. Sobre o futuro na área, o professor vê que ainda há muitas ferramentas a serem criadas que sejam mais acessíveis e democráticas para o público em geral, não apenas para os especialistas da área. “Esse é só o começo de uma corrida com mudanças drásticas em algumas áreas”, prevê o professor.

Ferramenta que ajuda os usuários a gerar ideias e obter inspiração com recursos de brainstorming.

KUBEE Ferramenta que permite criar e interagir facilmente com avatares de IA de socialização.

Enigma, um dos mais complexos geradores de códigos e mensagens criado pelos alemães na Segunda Guerra Mundial.

ARTCHAN

Gerador de imagens baseado em IA especializado em Anime, fantasia e outras formas de arte.

SAGA

Ferramenta de RPG que permite aos usuários criar e jogar aventuras de ficção interativa. x