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a moda é inteligente
MAIS UMA VEZ, A MODA SE TORNA VANGUARDA E ABRAÇA AS NOVAS TECNOLOGIAS, COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
INFLUENCIADORES DIGITAIS FEITOS
POR I A LU DO MAGALU @magazineluiza
ARIA PHENIX @aria.phenix
SATIKO @iamsatiko_
SATIKO @dryandmaryflower
LEMBRA AQUELE DIA em que o Papa Francisco usou uma jaqueta puffer branca? Esse dia foi inesquecível, não é? Só tem um porém: esse dia nunca existiu e a imagem do sacerdote usando essa marcante peça de roupa foi, na verdade, criada por meio de inteligência arti cial.
A imagem, feita por Pablo Xavier na ferramenta MidJourney, foi tão convincente que chegou a enganar até mesmo alguns veículos de imprensa, que publicaram a foto como sendo verdadeira – e não apenas uma criação artística do construtor civil que faz trabalhos artísticos nas horas vagas.
Feita apenas para uma brincadeira, a imagem reforçou uma discussão que crescia sobre a IA e seus impactos também no mundo da moda. Uma roupa criada por essa tecnologia também é uma peça digital – assim como os NFTs e os 3Ds. A diferença, porém, é que essas peças são produzidas, literalmente, por meio de um computador e de uma base de dados.
Para isso, no caso do MidJourney –que vem sendo o mais usado por esses artistas –, é preciso descrever, em uma frase, o que a máquina precisa gerar. A partir disso, é possível gerar editoriais de moda (o que a TOPVIEW fez nesta edição), campanhas com modelos digitais e até criar coleções inteiras de roupas.
Foi nesse mundo que Guilherme Duque, estilista de 37 anos, começou a ter contato com a IA. Designer de moda, ele trabalhou com roupas durante boa parte de sua vida. Desenvolveu seu trabalho no mercado das noivas e chegou até a criar uma marca própria no segmento.
Apesar de bem-sucedido, esta não era mais uma posição que lhe despertava a criatividade. Isso fez com que o estilista fechasse seu ateliê e começasse a trabalhar na marca de luxo Gucci, em São Paulo. Porém, o resultado também não o deixava 100% feliz. “Da mesma forma que eu não trabalhava a criatividade no ateliê, no varejo muito menos. Aprendi muito sobre mercado de luxo, tive experiências maravilhosas com viagens pelo mundo, mas não desenvolver meu lado criativo fez com que eu tivesse um burnout”, relembra.
Foi em um momento de autoconhecimento que o estilista procurou novos rumos dentro da criação e conheceu o Brazil Immersive Fashion Week (BRIFW), uma plataforma de fomento à cultura latino-americana na Web 3.0. Lá, ele fez um curso sobre metaverso e, ao realizar seu projeto de conclusão do curso, desenvolveu uma avatar que fosse diferente das brasileiras Lu, do Magazine Luiza, e Satiko, da in uenciadora Sabrina Sato.
Sua ideia deu tão certo que, junto a uma equipe de desenvolvedores 3D, criou a Aria Phenix, uma avatar in uenciadora digital.
Com a recente visibilidade, a Aria foi convidada pela marca Shop2gether para criar uma coleção digital com peças de jeans “usadas”. Guilherme criou os looks por meio de inteligência arti cial e, depois, uma equipe os transformou em peças 3D, para que pudessem ser provadas digitalmente pelo público. “A marca, que apoia estilistas autorais anualmente, queria colocar um viés mais digital na ação e nos chamou para fazer essa coleção”, explica.
Em uma publicação em seu Instagram, a avatar publicou: “Minha coleção para a @shop2gether foi pensada para transformar peças de jeans em novas criações cheias de estilo e sustentabilidade. Dando vida nova a calças antigas, jaquetas desgastadas e shorts esqueci- dos, cada peça é única e carrega uma história de moda consciente.”
O sucesso da coleção incentivou o estilista a se aventurar cada vez mais nesse universo e, assim, ele e Aria chegaram entre os 10 nalistas da primeira semana de moda de Inteligência Articial do mundo, a AI Fashion Week. “Foram mais de 400 coleções inscritas, criadas por designers do mundo todo.”
Para sua primeira semana de moda digital, Guilherme e Aria criaram uma coleção inspirada no Rio de Janeiro, com muitas peças em algodão e renda. O desa o, no entanto, foi manter a consistência de tantas imagens, já que a IA gera opções diferentes do que foi pedido, o que torna difícil manter o conceito intacto de uma coleção de roupas. “Para criar uma coleção de 12 a 15 looks, eu levei uma semana trabalhando todos os dias, na tentativa e erro. Foram geradas 1,5 mil fotos para sair uma coleção de 15 looks”, revelou.
IA COMO FERRAMENTA DO ESTILISTA Apesar de o trabalho de Guilherme parecer simples, nada teria sido feito caso ele não tivesse conhecimento de moda. Para o futuro, o pro ssional vê que essa tecnologia será uma grande aliada dos designers, que, segundo ele, não perderão espaço para os criadores que não possuem know-how na área.
“PARA CRIAR UMA COLEÇÃO DE 12 A 15 LOOKS, EU LEVEI UMA SEMANA TRABALHANDO TODOS OS DIAS, NA TENTATIVA E ERRO.”
– Guilherme Duque
“Caso as peças criadas pela IA sejam confeccionadas no mundo real, é importante que a pessoa que está construindo aquilo tenha conhecimentos técnicos. É preciso ter cuidado porque a IA gera algumas peças que não funcionam fora do digital e a pessoa precisa ter conhecimento de moda para entender sobre modelagem e caimento de tecidos”, conclui ele. x
NÓS ABRIMOS AS PORTAS PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ELA INVADIU NOSSO MUNDO OU NÓS AINDA TEMOS O CONTROLE DE TUDO? COM ESSE
QUESTIONAMENTO, A TOPVIEW CRIOU UM EDITORIAL DE MODA
TOTALMENTE
DIGITAL, CONCEBIDO POR MEIO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
JUSTAMENTE
POR TER ESSA
LIBERDADE CRIATIVA, GUSTAVO MAGALHÃES
JUNTOU PERÍODOS
HISTÓRICOS DA HUMANIDADE EM DIVERSAS IMAGENS. O RESULTADO, PORÉM, MOSTRA RESULTADOS "ÓBVIOS" EM RELAÇÃO À DIVERSIDADE HUMANA
QUE ERA(?) [ ] DOS DINOSSAUROS?
Somente no universo possível das inteligências artificiais as asiáticas deixariam de desfilar com suas bolsas de grifes pelo mundo e exibiriam seus dinossauros como artigos de luxo? PRÉ(?)
PRÉ(?) HISTÓRIA(?) WHEN? WHY?
Tivesse o "ser" do período paleolítico acesso à televisão, seria ele viciado em conteúdo de violência e acidentes? Ou procuraria assistir a conteúdos mais soft news ? Afinal quem é menos civilizado? O hoje ou o tal pré-histórico? É vício ou evolução da espécie humana?
Uma indígena com traços de branca? Confusa, a IA não é capaz de criar imagens com os reais traços das indígenas brasileiras.
POVOS ORIGINÁRIOS(?)
POVOS ORIGINÁRIOS(?)
1ª PERGUNTA QUE FIZEMOS PARA A INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL
EXISTE UM PADRÃO DE BELEZA?
A EXISTÊNCIA DE um "padrão de beleza" é um conceito complexo e culturalmente influenciado que varia ao longo do tempo e entre diferentes sociedades. Geralmente, um padrão de beleza é uma noção subjetiva e idealizada do que é considerado esteticamente atraente ou desejável em termos de aparência física, características faciais, corpo, moda, entre outros aspectos.
Os padrões de beleza são moldados por uma série de fatores, incluindo:
Cultura: Cada cultura possui suas próprias nor- mas e valores em relação à beleza física. O que é considerado bonito em uma cultura pode ser diferente em outra.
Mídia e Indústria da Moda: A mídia, a publicidade e a indústria da moda desempenham um papel significativo na definição de padrões de beleza, promovendo certos tipos de aparência e corpos como ideais.
Qual seria a representação de Cleópatra para a IA? Falta (muito) para ela - a IA - estar a par das discussões contemporâneas?
PRONTA PARA DISCUTIR O EGITO?
O conteúdo ao lado foi gerado por inteligência artificial e não passou por correção ortográfica e gramatical.
História e Tradição: Padrões de beleza também podem ser influenciados por tradições históricas e aspectos culturais de uma sociedade.
Influenciadores e Celebridades : A popu- laridade e o impacto das celebridades e influenciadores nas mdias sociais também podem afetar os padrões de beleza contemporâneos.
No entanto, é importante ressaltar que os padrões de beleza não são universais ou imutáveis. Eles evoluem ao longo do tempo e podem ser questionados e redefinidos pela sociedade. Felizmente, existe um crescente movimento em direção à valorização da diversidade e da inclusão na definição de beleza, buscando reconhecer e celebrar a beleza em todas as suas formas, cores, tamanhos e características únicas.
Uma mulher contemporânea aceitaria as imposições do período helenístico em relação às mulheres?
O conteúdo abaixo foi gerado por inteligência artificial e não passou por correção ortográfica e gramatical.
2ª PERGUNTA QUE FIZEMOS PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Será que os soldados romanos aprenderiam novas técnicas de combate em vídeos caso vivessem na era da internet?
AS INTELIGÊNCIAS artificiais, incluindo o modelo em que fui baseado (GPT3.5), não têm emoções, crenças ou preconceitos inerentes. No entanto, elas são criadas a partir de dados fornecidos por seres humanos e podem refletir os preconceitos e vieses presentes nesses dados.
Se os dados usados para treinar um modelo contiverem discriminação ou preconceito, a inteligência artificial pode reproduzi-los em suas respostas. Isso acontece porque o modelo aprende com exemplos e padrões existentes nos dados de treinamento. Os desenvolvedores de inteligências artificiais estão cientes desse problema e trabalham para mitigar o viés em seus modelos.
Eles usam técnicas de pré-processamento de dados, modificações nos algoritmos e outras abordagens para reduzir a manifestação de preconceitos.
No entanto, é importante lembrar que as inteligências artificiais não têm intenção consciente e não podem ser "racistas" no sentido hu mano, mas podem refletir ou ampliar preconceitos presentes nos dados com os quais foram treinadas. A responsabilidade recai sobre os desenvolvedores e cientistas de dados para garantir que essas tecno logias sejam projetadas de forma ética e imparcial.
Já imaginou uma mulher ser responsável pela pintura da Capela Sistina? Capacidade, certamente, ela teria!
As Mulheres No Movimento Art Stico
O conteúdo ao lado foi gerado por inteligência artificial e não passou por correção ortográfica e gramatical.
Loira Bonita As Mulheres No Movimento Art Stico
Uma mulher magra, loira e branca. O que é mais óbvio que isso em um editorial de moda?
POR QUE AINTELIGÊNCIA ARTIFICIAL RETRATA MUITO MAIS BRANCOS QUANDO CRIA IMAGENS?
3ª PERGUNTA QUE FIZEMOS PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A REPRESENTAÇÃO desigual de raças em imagens geradas por inteligência artificial pode ser resultado de viés nos dados de treinamento utilizados para treinar os modelos. Quando um modelo de inteligência artificial é alimentado com uma grande quantidade de dados, ele aprende padrões presentes nesses dados e, em seguida, tenta replicá-los ao criar novas imagens.
Se o conjunto de dados usado para treinamento for predominantemente composto por imagens de pessoas brancas, o modelo aprenderá esses padrões com mais facilidade e, consequentemente, tenderá a gerar imagens que se assemelhem mais a esse grupo.
Isso pode ser causado por várias razões:
Viés nos dados de treinamento: Muitos conjuntos de dados disponíveis para treinar modelos de inteligência artificial são coletados a partir da Internet ou de outras fontes existentes, e essas fontes podem conter viés racial, já que a representação online muitas vezes não é igualitária.
Tamanho do conjunto de dados: Se o conjunto de treinamento não incluir uma amostragem diversificada de diferentes raças e etnias, o modelo pode não aprender adequadamente a criar imagens representativas de grupos minoritários. Desbalanceamento de classes: Quando um conjunto de dados possui uma quantidade significativamente maior de amostras de uma raça específica em comparação com outras, o modelo pode ficar mais inclinado a reproduzir imagens da maioria.
Oito bilhões de pessoas no mundo e, caso não haja especificação no texto durante a geração da IA, o resultado é?
MULHERES "COMUNS"(?)
MULHERES "COMUNS"(?)
Escreva "família perfeita" no Google e confira os resultados. Qual é a diversidade dessas imagens?
Para evitar esse tipo de viés, é fundamental que os desenvolvedores de inteligência artificial utilizem conjuntos de treinamento diversificados, que representem de forma justa as diferentes raças e grupos étnicos. Além disso, a aplicação de técnicas de redução de viés e a avaliação constante da equidade das respostas geradas pela IA são passos importantes para garantir que a tecnologia seja imparcial e representativa.
No Brasil, 212,7 milhões de pessoas se autodeclaram pretas, segundo o
Cerca de 8% da população brasileira é periférica, segundo um estudo da Locomotiva de 2021 A FAVELA VIVE (!!!)
As crianças são o segredo para um mundo mais acessível e bom para todos
ELES SÃO O FUTURO
SÃO O FUTURO
PA FAVELA VIVE (!!!)
O mundoem diferentes épocassempre foi diverso – e essa é a maior beleza da humanidade: DI-VER-SI-DADE
MISTURAR FAZ BEM MISTURAR FAZ BEM