Treme Edição Maio

PROFISSﾃグ: ARTE N.03

Editora STORM 25 de Maio de 2015

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MúSICA

FORMAÇÃO

CESUPA CULTURA

PUBLICIDADE comunicação ELETRÔNICO

WEB EVENTOS

EDITORIAL 2

nome no índice

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Quando

estávamos pensando nessa edição, dentre várias outras ideias, surgiu o tópico “arte”, que deu inicio ao que resultou na revista deste mês. Para isso foi necessário que conversássemos com diversos profissionais de diferentes áreas.

E foi o que fizemos! As próximas páginas abordam o tema “arte nas profissões” no qual falamos sobre vários tópicos, todos voltados a oferecer um conteúdo de qualidade para você.

Felipe Beckmann

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editorial

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PROFISSﾃグ: ARTE

TREME 2015

ÍNDICE

ARTE nas profissões....................................................................... 06 a arte das ruas............................................................................... 14 entrevista........................................................................................ 26 escala richTer................................................................................. 32 AGENDA CULTURAL...............................................................................34 agradecimentos............................................................................... 36 quem somos ..................................................................................... 38

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s PROFISS천ES issuu.com/revistatreme

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A ARTE é um campo que agrega muitas formas de expressão capaz de instigar e maravilhar quem as contempla. Sua contribuição se apresenta de diversas formas que acabam por tornarem – se relevantes para a compreensão do ser humano de tal forma que somos rodeados por suas referências, sutis ou não, em nosso cotidiano. Vamos falar um pouco sobre as profissões que apresentam inspirações artísticas, assim como conversar com alguns profissionais sobre as suas respectivas áreas.

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ESCOLhENDO A PROFISSÃO Tudo começa com uma afinidade ou um hobby, desde pequeno as aptidões profissionais são o conjunto de habilidades que coincidem com o seu gosto pessoal. Então nada mais justo do que aprofundar os seus conhecimentos naquilo que gosta.

Normalmente quando nos referimos a alguma área artística caímos no conceito de “ser pobre” ou não atingir o patamar financeiro necessário, mas vamos deixar claro que estamos falando de futuros fotógrafos, urbanistas, arquitetos e ilustradores, o que bate de frente com essa teoria.

INICIANDO

Como todo trabalho, é necessário um domínio técnico e conceitual do que está se propondo a fazer.

Dito isso, é hora de sentar em frente a um livro e absorver todo o conteúdo possível para aprimorar o seu trabalho.

Conversamos com o ilustrador Lucas Cordeiro que diz que deve o seu trabalho as histórias em quadrinho e desenhos que fazem parte da sua vida até hoje. Ele diz que o trabalho de um ilustrador depende muito da demanda de atividades que não está no mercado paraense e que as regras básicas de um bom trabalho são disciplina, determinação e muita paciência.

O mercado paraense procura sempre algo mais voltado para produção gráfica, então a ilustração acaba se diminuindo um pouco. Portanto é um requisito básico, o ilustrador paraense saber fazer outras coisas. issuu.com/revistatreme

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Lucas Cordeiro issuu.com/revistatreme

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MERCADO DE TRABALhO Como já foi falado aqui, as profissões citadas não são sinônimos de fracasso financeiro, no entanto, é necessário bastante disposição para se destacar no mercado. Nesse quesito, as áreas visuais são um bom exemplo da dedicação do artista em fazer um trabalho de destaque entre os concorrentes e fazer com que o público enxergue a realidade de uma forma diferente.

O fotógrafo Rafael Araújo sempre teve afinidade com o meio. Optou por seguir carreira no final do curso de comunicação, tendo como principais referências revistas como National Geographic, os trabalhos de Luiz Braga, Paula Sampaio e as artes conceituais de bandas como Pink e Floyd, Oasis, Foo Fighters e Titãs. Para ele, sem dúvida nenhuma não tem forma melhor de se enga jar no mercado do que a fotografia social. “Nessa área o fotógrafo pode escolher um nicho de mercado e se especializar em fotografar eventos como: Aniversários, Casamentos, Ensaios( casal, infantil, pet ).”

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Atualmente suas referências são dos profissionais: Miguel Rio Branco, Joe L e Bob Wolfenson.

Certamente o trabalho do fotógrafo está deixando cada vez mais de ser do profissional que registra momento e passa a ser daquele que constrói imagens. Percebo atualmente uma mudança de mentalidade no mercado em relação ao papel do fotógrafo em outras funções que antes não tinham tanta relevância. Por consequência disso novas possibilidades tem surgido porém, infelizmente , ainda com pouca expressão.

Isso fica a critério do próprio projetista [inspiração a arte], pois o processo de criação de um projeto arquitetônico pode partir de vários princípios.

A arte está historicamente ligada à arquitetura, e sua subjetividade permite que seja possível associá-la à fatores importantes na criação e desenvolvimento de uma obra arquitetônica, dentre eles sua aparência e até mesmo sua funcionalidade.

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Rafael Araújo Segundo Rafael, existe a conciliação entre um trabalho artístico com um trabalho encomendado dependendo do profissional que irá imprimir o seu estilo no trabalho.

Fora isso, as dicas são as mesmas do que qualquer outra profissão, paixão e dedicação pelo que faz, e características como ética, pontualidade e compromisso com o cliente.

Conversamos também com o arquiteto Ruan Lima sobre sua profissão e o papel da arte no seu processo de criação.

Adepto das técnicas básicas da arquitetura, Ruan explica que sempre houve essa relação intima com a arte, sendo os grandes arquitetos, consideráveis artistas. “A maioria das obras arquitetônicas era idealizada por artistas, que tinham a estética e a monumentalidade como um dos principais fundamentos. Um grande exemplo dessa relação é a arquitetura grega, que foi capaz de desenvolver técnicas construtivas afins de alcançar a harmonia e o equilíbrio entre os elementos arquitetônicos, e dessa maneira difundir a ideia de perfeição estética e visual.”

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Arquitetura para mim surge a partir do momento que foi preciso organizar um espaço para fazer uso dele, de acordo com as necessidades de quem o usaria. Essa concepção expressa diretamente a ideia de que a funcionalidade sempre esteve ligada à arquitetura, muito antes de ela começar a ser pensada como arte.

A arte está em nossa volta, com a modernidade ela encontra novas formas de se fazer presente através de novas formas de expressão que contribui para a nossa história.

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Rafael AraĂşjo issuu.com/revistatreme

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A arte das ruas

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Contemplar obras de arte não é algo exclusivo a exposições e a alta classe, muito menos precisa tirar do bolso uma boa quantia em dinheiro para poder ter acesso a obras artísticas. Já parou para pensar que a arte vai além dos movimentos artísticos tratados em história da arte e muito além de quadros expostos nos famosos museus ao redor do mundo?

Exercitar um olhar diferente para as coisas ao nosso redor pode nos permitir notar as diversas expressões artísticas ao longo da cidade e nos fazer reconhece-las como verdadeiras obras de arte, a arte das ruas. O Grafite pode ser considerado a principal arte das ruas atualmente.

O movimento Hip-hop, que acreditase ter nascido nos Estados Unidos, é um exemplo de arte de rua, através de 4 elementos artísticos, entre eles a musica e o grafite. Com a expansão desse movimento e o reconhecimento que começou a receber, esse meio passou a ser um produto de consumo.

As ruas vão renovando seu repertório com o passar do tempo, e nesse processo surge o grafite.

Há quem não veja diferença entre grafite e pichação. Há quem considere ambas atos criminosos, longe de ser arte. E existem também aqueles que definem diferenças entre cada uma,

classificando o grafite como uma forma artística e a pichação como crime e algo até mesmo feio e desrespeitoso.

Em 2009, OsGemeos, um dos principais representantes brasileiros do grafite e conhecidos mundialmente, disseram que a essência do grafite vem da ilegalidade. Que a partir do momento em que se constrói galerias e liberam locais próprios para se fazer grafite, o movimento perde sua essência e passa a ser obra pública, não mais uma expressão social sobre determinados assuntos.

As definições sobre o grafite dadas por artistas da área são bem diferentes das que pessoas de fora do meio interpretam. De início, porque a primeira coisa que pessoas leigas no assunto argumentam para defender o grafite é dizer que ele é arte e a pichação não, porque esta última é crime. O que não deixa de ser verdade, pois existe uma lei que realmente trata disso.

a partir do momento em que se constrói galerias e liberam locais próprios para se fazer grafite, o movimento perde sua essência e passa a ser obra pública, não mais uma expressão social sobre determinados assuntos.

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Mas se os pró definem que o m ilegalidade e nã da pichação, ent é tão difícil de por pessoas fo

Talvez a explicação para isso seja o fato de a sociedade se negar a considerar arte o ilegal, enquanto o que esses artistas mais querem com seu trabalho é fugir a norma e trazer uma crítica social.

Mas não adianta querer falar de grafite, e concluir que ele é diferente da pichação sem viver esses movimentos, e sem saber a função e objetivo de cada um a partir de alguém do meio. Por isso, batemos um papo com Fabio Graf, um dos principais representantes do grafite no Pará.

Cosp Tinta

Fabio teve seu primeiro contato com o spray na adolescência, através da pichação. Atualmente é integrante do coletivo de grafiteiros “Cosp Tinta”, além de trabalhar em projetos educacionais, compartilhando sua experiência e dividindo seu conhecimento com alunos de escola pública e crianças e adolescentes das periferias de Belém.

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Para ele, o grafite e a pichação andam juntas. Não dá pra separar uma da outra, pois o grafiteiro sempre vai começar através da pichação, pra a partir daí começar a desenvolver seu estilo e sua forma de crítica, usando isso em prol do social. “Acho que a pichação tem seu papel dentro desse processo social, de reivindicar algo que queira conquistar, sendo consciente

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óprios grafiteiros movimento ta na ão se distancia tão por que isso e ser entendido fora do meio?

com palavras de ordem ou apenas um manifesto selvagem a ser notado”, diz.

O grafite abusa das cores, embeleza a cidade e permite uma gama de possibilidades de caráter social, pois tanto o movimento como também o próprio grafiteiro, possuem suas funções sociais enquanto arte e artista. Para, Graf a função social do grafite é mostrar a arte como impacto crítico. Repassando conhecimento e o artista busca também passar seu conhecimento e suas experiências pessoais também, exercendo até mesmo uma influência positiva nos jovens que tem contato com ele.

Esse reconhecimento do grafite enquanto arte é interessante e até mesmo importante para a sociedade como um todo. Ele traz uma crítica, muitas vezes, em seus desenhos ou em suas palavras. Talvez, assim como OsGemeos acreditam, as galerias e painéis próprios e exclusivos para o grafite fazem ele se perder e nada tem a ver com a essência do movimento.

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Cosp Tinta

Mas esse processo de valorização é bem comum na nossa sociedade.

Diversas obras de arte nasceram com caráter crítico e social e muitos nem eram reconhecidos como arte.

Aí o tempo passou e atualmente são produtos de consumo, sendo replicados e contemplados pelas diversas classes sociais.

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Talvez esse seja o processo pelo qual o grafite está passando. Sendo considerado arte para a sociedade.

Mas pensar que essa valorização e reconhecimento acontecem também pelo fato de os que consomem essa arte, não entenderem-na como uma expressão iniciada na pichação e com baseada na ilegalidade também.

Ao lado você confere nossa conversa com Fabio Graf e pode entender melhor sobre o assunto a partir de outra perspectiva.

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REVISTA TREME: Qual a importância do grafite para a nossa sociedade atual?

FABIO GRAF: Bom, o grafite tem um poder de propagar ideias, formar opinião, expressar sentimento e uma infinidade de coisas. Dentro do meio social eu vejo que eu preciso repassar informações do que a TV não mostra, por exemplo, ser um crítico social. Tem muita gente que não tem acesso nem a sua própria história e acho importante esses valores serem repassados, mostrar a visão real de como o sistema manipula esse meio.

RT: Para social e

você, qual o pessoal do

objetivo grafite?

FG: Social é repassar conhecimento, através do diálogo, da palavra, mesmo quando se está pintando e através do grafite de fato, mostrar arte, com impacto crítico ou não, ter acesso a espaços que a sociedade vira as costas como o periférico. Mostrar pra esse povo periférico que o caminho é sempre caminhar pelo certo, se focar na educação, deixar nítido que o jogo dentro da nossa sociedade é injusto, mas que o moleque da quebrada tem possibilidade de seguir uma vida boa com perspectiva e que ele é capaz.

O meu objetivo pessoal sempre tá conectado com o coletivo, pois além de grafiteiro , eu faço parte de uma associação de afro desenvolvimento e tecnologia chamada de Casa Preta, onde moro.

Hoje tenho produzido meus trabalhos com reflexos do que tenho vivido e o que minha vida tem se tornado, mostrar a importância que a

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Fabio Graf

comunicação tem dentro desse meio.

RT: O Grafite já atingiu reconhecimento enquanto arte ao redor do mundo, a exemplo de lugares que realmente valorizam essa expressão artística.

Em suas viagens para outros estados é notável essa diferença no nível de aceitação? E qual estado você considera que recebe melhor seus trabalhos?

FG: O grafite hoje em dia tá em todos os meios sociais, e alcançou todas as classes sociais também, o mundo hoje vê o grafite em comerciais de TV, novelas, mídias impressas, etc.

Isso tem trazido certo respeito ao grafite e vem se projetando de forma profissional no cenário nacional. Tem lugares, como São Paulo, que hoje tem várias galerias especializadas na Fine Arte (pintura para exposição, decorações, etc., além do grafite na rua), tem grafiteiros brasileiros indo pra fora do país mostrar seu trabalho e sendo muito bem remunerados, mas essa realidade de São Paulo foi uma construção. O movimento do grafite no Brasil se inicia por lá e se tem essa projeção é por conta da grande caminhada que os artistas de lá fizeram e fazem. Tem estado como a Bahia que eu passei e vi uma grande aceitação também, Salvador tem uma aceitação e valorização do grafite de uma forma muito boa. Recife foi minha primeira viagem para trabalhar com grafite em 2009 e acho que meu trabalho é mais visto lá, pois tenho essa relação muito cotidiana com eles e sempre estou desenvolvendo algo com o grafite por lá. A diferença entre os estados é notável sim, pois cada estado tem sua cena, sua identidade e seu amadurecimento. Belém, issuu.com/revistatreme

por exemplo, tem crescido em nível técnico e em números, mas ainda tá amadurecendo pra esse universo artístico. Em todos os espaços que passei sempre fui bem recebido, o grafite me abriu portas que nunca imaginei alcançar, e tenho me dedicado para que isso se mantenha.

RT: Qual o posicionamento do grafite no Pará? Ele possui uma boa aceitação ou nossa sociedade ainda possui uma discriminação muito grande com relação a ele?

FG: O grafite aqui no estado tá em um momento de transição, onde os artistas estão saindo das suas zonas de conforto e se dedicando mais ao mundo da arte. Tem muitos grafiteiros dentro dos espaços acadêmicos, por exemplo, e esses escritores tem o respeito da dita sociedade por tá dentro da academia, e os meios de mídia tem mostrado o grafite como uma boa linguagem pra sociedade,

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deixando os espaços abandonados pelo poder público bonitos e coloridos, muitas das vezes as pessoas passam e falam que é melhor que pichação, que no meu ver acho a mesma coisa. O grafite não existe sem a pichação, tudo se inicia com a pichação e vai sofrendo mutação após o tempo e essa mutação vem também nos meios sociais, e hoje a sociedade já aceita como uma coisa boa.

RT: Lendo sobre os conceitos teóricos que encontramos sobre grafite e pichação, é perceptível que o grafite é encarado como algo artístico (ou quase uma arte, de acordo com cada pessoa) e a pichação é encarada como um crime e uma espécie de poluição visual para a cidade. Qual a sua posição sobre isso?

Fabio Graf

FG: A pichação entra no conceito bruto de arte, onde tem forma, cor e expressa sentimento. A humanidade sempre se comunicou através da escrita, e após uma organização dita sociedade, entra em questão a pichação como crime, e o

grafite por consequência também entra como crime se não houver autorização do espaço a ser pintado. Acho que a pichação tem seu papel dentro desse processo social, de reivindicar algo que queira conquistar, sendo consciente com palavras de ordem ou apenas um manifesto selvagem a ser notado, não desmereço o trabalho de ninguém dentro desse processo, fui pichador e tive boas lições de vida, e não se pode ver a pichação como um meio de comunicação marginal, pois temos pichadores que estão também na academia, nos meios empresariais, em grandes cargos social como médicos, sociólogos, etc. Reconheço que ninguém tem o direito de violar o espaço do outro, mas como disse é uma expressão selvagem onde muitas das vezes o objetivo é apenas mostrar que se tá vivo e entre a sociedade corrupta e hipócrita.

RT: Para você, o que faz do grafite uma arte?

FG: A liberdade de produzir sem regras, usar vários suportes, e ter um convívio humano, onde expressar sentimentos, formas, cores e se comunicar-se é possível. Mostrar o que o ser humano sente através desse universo de possibilidades.

RT: Você trabalha com pintura comercial?

FG: Sim, hoje vivo de grafite, sou arte-educador e trabalho com minha linguagem artística, me sinto satisfeito por tá caminhando dessa forma, sei que tem muita coisa pra se conquistar, estudar e se organizar, mas a vida é feita de passos e um RT: Como é seu trabalho como arte-educador? Qual o foco deste trabalho e qual a importância dele para as pessoas das comunidades e alunos da rede pública?

FG: Sou arte-educador desde 2009, passei um tempo parado de ministrar oficinas, mas senti a necessidade de

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repassar conhecimento e a dita arte.

Meu interesse dentro desse processo é sempre propagar conhecimento e aprender também, saber que o grafite tem um respeito dentro dos espaços escolar e comunitários é maravilhoso, viver nesses espaços ministrando para jovens de periferia e colaborar de certa forma para uma boa formação desses jovens é gratificante. Ter orgulho de retorna em espaços periféricos e mostrarem que por mais que eu tivesse alguma dificuldade dentro desse meio social eu não me limitei a que a sociedade me dava de informação e fui em busca, ter dignidade e não me render ao crime, poder mostrar toda minha tra jetória de vida, e deixar nítido para essa galera que sim podem ser vencedores, que tudo só depende de nós mesmos, que mesmo não tendo família por perto se é possível ser alguém na vida, mostrar esse potencial que cada um tem é necessário.. Isso que me move dentro da arte-educação.

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entrevista

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ENTREVISTA: GIDALTI MOURA

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Professor Gidalti Moura Jr. mora em São Paulo, mas teve sua formação praticamente inteira em Belém. Sua graduação em artes e em publicidade resultaram em trabalhos estéticos e orgânicos que diferem do que estamos acostumados a ver. Conversamos com ele e batemos um papo a respeito das suas profissões e da relação entre elas.

entrevista

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REVISTA TREME: Fale um pouco da sua vida acadêmica.

GIDALTI MOURA: Minha vida acadêmica iniciou-se praticamente na graduação, a partir do meu envolvimento em determinadas disciplinas.

Como qualquer aluno, fui bom em alguns aspectos e ruim e outros. Me graduei em publicidade e propaganda e depois em artes visuais. Fiz pós graduação em Historia e critica das Artes e mestrado em Artes. Iniciar na academia foi consequência de anos envolvendo na universidade e pesquisas individuais.

Comecei primeiro lecionando em pós graduação em virtude de atuar como diretor de criação e de arte em publicidade. Logo depois assumi turmas de graduação em cursos de publicidade e propaganda, design de produtos, artes visuais e outros.

RT: Como foi para você escolher seguir a publicidade?

GM: Escolhi publicidade porque esse mercado absorve em mais quantidade e velocidade pessoas criativas e com habilidades artísticas. Minha ideia sempre foi ser artista, pintar, desenhar e fazer quadrinhos. A publicidade me permitiu arrumar trabalho logo e desenvolver habilidades como computação gráfica e direção de arte, o que me agregou muito. Hoje, a publicidade esta em segundo plano, praticamente só atuo como professor e procuro me dedicar a projetos mais autônomos.

RT: Quais são as características de um bom publicitário?

GM: Acredito que um bom publicitário seja aquele disposto a aprender sempre.

Abertura ao conhecimento e a novas experiências devem ser presentes no publicitário, pois as demandas variam muito. Ele deve estar preparado para entrar em universos diversos para obter êxito em seu ofício. Outra característica é não ter medo de errar. Se você é inseguro em relação ao risco, se manterá em um eterna zona de conforto e nunca issuu.com/revistatreme

irá se deparar com o novo, algo tão almejado por nos. Curiosidade também é fundamental. É preciso saber muitas coisas, seja um idioma, a história de um lugar, a vida das pessoas, artes, música, e etc. Excentricidade e autoconfiança se bem administradas com toques de humildade podem ser positivas.

RT: Quais conhecimentos você traz da arte para a publicidade?

GM: A arte dá suporte para diversas disciplinas da publicidade e da propaganda, como o design gráfico, a fotografia entre outros. Procuro valer de soluções artísticas bem utilizadas no cinema, na música ou na pintura para projetos publicitários e editoriais.

Processos criativos e técnicas de grandes artistas também tem valor para criação publicitária.

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Gidalti Moura Jr. RT: Quais referências artísticas você utiliza no seu trabalho?

GM: Faço uso de muitas referências que se torna impossível listar.

Principalmente por ser professor, estou sempre descobrindo novos pintores, quadrinhistas ou desenhistas.

Atualmente tenho ao meu lado livros e figuras de pintores como Jenny Saville, John Singer Sargent, Mark Tennant, Nathan Fowks, Richard Schmid, kent Willians, Keiko Tanabe, Jeremy Lipking, Anders Zorn entre outros. Entre os quadrinhistas, gosto muito de Will Eisner, Louronço Mutarelli, Marcello Quintanilha, Juan Guarnido, Jose Ladronn, Greg Tocchini entre outros.

Logicamente, sou muito influenciado pelos meus professores Marcus Claudio e Alexandre Reider do Plein Air Studio, e pelo meu professor de aquarela, Gonzalo Cárcamo. issuu.com/revistatreme

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Gidalti Moura Jr.

RT: No inicio dos cartazes publicitários era necessário que os diretores de arte desenhassem os anúncios, hoje é cada vez mais comum o uso do Illustrator e do Photoshop, como você vê essas mudanças?

GM: Percebo essas mudanças de maneira positiva. Os diretores de arte usam as ferramentas pertinentes ao seu tempo e conosco não é diferente. O uso de ferramentas como canetinhas, colagens, guache ou softwares gráficos não é determinante na qualidade da obra, e sim a bagagem e técnicas artísticas de quem as usa.

RT: Como você lida com diferencias criativas?

GM: Da melhor forma possível.

Divergência e diferentes perspectiva podem contribuir muito para um projeto,desde que mantenha-se o respeito e a confiança entre os envolvidos. É preciso maturidade para gerenciar isso e perceber o que é algo absolutamente normal. O ego é o grande vilão e deve ser identificado e eliminado.

RT: As ideias ousadas surgem ou é preciso busca-las?

GM: Raramente surgem do nada.

A figura do gênio é um mito na área criativa. Boas ideias surgem a partir de muito envolvimento, pesquisa de dedicação a um projeto.

RT: Você utiliza ferramentas além do Photoshop e Illustrator?

GM: Sim. Trabalho com pintura (óleo, guache, acrílico e aquarela), desenho (carvão, grafite, pastel e nanquim) e gravura (linogravura e xilogravura)

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Gidalti Moura Jr. Gidalti Moura Jr.

RT: Um breve comentário para os estudantes de comunicação?

Façam o trabalho com dedicação, prazer e de maneira leve. O trabalho é uma fonte de prazer, alegria e remuneração. Se esse casamento não estiver perfeito, trabalhe até alcança-lo. Fique atento aos novos mercados que surgem a partir das novas tecnologias. Recuse propostas que não te tragam crescimento ou te desviam de seus objetivos macroscópicos. Pense bem antes de entregar a sua vida a um chefe que quer sugar seu talento e alma. Seja o senhor do seu destino.

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entrevista

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ESCALA RICHtER

arthur lobato NOTA 9

into the woods Into the woods é um musical norte- americano que conta a história de um jovem casal que deseja ter filhos, porém uma bruxa havia jogado um feitiço, o qual ninguem naquela casa poderia ter filhos algum dia. Por causa disso, o casal precisa reunir itens para quebrar a maldição, o que envolve as histórias classicas dos contos de fadas, como Cinderela, João e o pé de feijão, Chapeuzinho vermelho e Rapunzel. Recentemente foi adaptado para o cinema e conta com a participação de atrizes como Meryl Streep e Anna kendrick. issuu.com/revistatreme

luana reichelt NOTA 10

PERDÃO, LEONARD PEACOCK O livro narra o dia em que Leonard Peacock vai matar seu ex-melhor amigo e depois cometer suicidio. No decorrer do dia a história e segredos do personagem são revelados aos poucos, já que ele decide entregar presentes para as poucas pessoas de quem gosta. Um livro extremamente intenso e emocionante, capaz de capturar a atenção logo nas primeiras linhas.

escala richter

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luan parise NOTA 9

ORANGE IS THE NEW BLACK A série se baseia na históia do livro “Orange is the new black: My year in a women’s prision “. Nela, a protagonista tem uma vida quase perfeita, quando é condenada a 15 meses de reclusão por porte de drogas, crime cometido anos atrás , e é ao chegar na cadeia que ela descobre que esse lugar, apesar de aparentemente hostil, contém pessoas e histórias muito interessantes. Cada epsódio é uma mistura complexa de humor e drama muito bem elaborada e divertida.

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maely freire NOTA 9

resurrection A série conta a história de pessoas de Missouri nos EUA, que perderam um membro da família e estes, simplesmente do nada, ressurgem da morte. Essa é uma série muito instigante, que conta uma história interessante desde o início até cada momento em que os mistérios vão sendo desvendados.

O que é mais misterioso ainda e , em minha opinião, triste também, é que a série foi interrompida na terceira temporada e tenho a impressão de que não gerou tanta repercussão, lamentavelmente.

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agenda cultural 24 de maio às 19hrs e 21hrs Peça “Deixa eu te contar” (com Kéfera e Bruna Louise) Hangar: centro de convenções www.hangarcentrodeconvencoes.com.br

30 de maio ás 22hrs

Show Natiruts lançamento: “No filter” Assembleia paraense www.sellcard.com.br issuu.com/revistatreme

agenda cultural 34

29 de maio até 07 de junho

Feira pan-amazônica do livro Hangar: centro de convenções www.hangarcentrodeconvencoes.com.br

05 de junho ás 21hrs

Show Pitty Turnê: Sete vidas Element Club www.sellcard.com.br issuu.com/revistatreme

agenda cultural

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AGRADECIMENTOS

Nossos

agradecimentos vão para os solícitos que fizeram esta edição possível, os nossos artistas profissionais: o Gidalti Moura, Rafael Araújo, Ruan Lima, Lucas Cordeiro e Fabio Graf.

Além deles, o pessoal de costume que nos dão o apoio para continuar com este projeto: Leandro De Paula, Caio Fanha e Renato Malcher.

agradecimentos

quem somos

Esse é o pessoal que trabalha todos os meses para levar o melhor conteúdo para você

COORDENAÇÃO / REVISÃO FELIPE BECKMANN

DIAGRAMAÇÃO GABRIELA MARQUES

REDAÇÃO ADRIANE RAIOL

DIREÇÃO DE ARTE REINALDO MARTINEZ

adriane raiol

felipe beckmann

gabriela marques

reinaldo martinez