Treme Junho/Julho

OS OLHOS Da lente: AUDIOVISUAL N.05

Editora STORM 26 de Junho de 2015

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MúSICa

CeSUPa FORMaÇÃO

CULtURa

PUBLICIDaDe comunicação

WeB eVentOS

eLetRÔnICO

eDItORIaL

Como não se fascinar pelo processo de realização de

um filme? É um trabalho coletivo, que une a experiência dos profissionais envolvidos com a dedicação de to tornar inovador na forma de cativar a atenção dos expectadores conforme a história se desenvolve.

Curtas metragens, longas, séries, videoclipes... Cada formato vem com o seu estilo de apresentar uma experiência nova aos que dedicam de dois minutos a duas horas para entrar em um universo completamente novo para rir, chorar e ser surpreendido.

Nesta edição conversamos com vários profissionais sobre como acontece a realização de uma produção, como está o mercado paraense para essa área e os conhecimentos adquiridos ao longo de anos de experiência.

Felipe Beckmann

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editorial

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OS OLHOS Da Lente: aUDIOVISUaL

tReMe 2015

ÍnDICe

OS CURtaS BRaSILeIROS.................................................................... 06 a eRa DO VIDeOCLIPe nO PaRÁ........................................................ 14 WeB SÉRIe........................................................................................... 20 entReVISta: ROnaLDO SaLaMe........................................................ 26 eSCaLa RICHteR................................................................................. 32 aGenDa CULtURaL...............................................................................34 aGRaDeCIMentOS............................................................................... 36 QUeM SOMOS ..................................................................................... 38

OS CURtaS BRaSILeIROS issuu.com/revistatreme

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O Brasil está em ascensão quando falamos de produções audiovisuais. É cada vez mais comum ouvirmos falar de filmes que tiveram destaques em festivais estrangeiros e isso se dá pelo crescente interesse de profissionais voltados para essa área. No mercado paraense esse crescimento se reflete nas produções de clipes, documentários e curtas metragens que são a nossa maior forma de expressão da sétima arte.

Os curtas, no entanto, são a porta de entrada de muitos profissionais com vocação na área e que ao longo da construção de suas experiências, elevam os níveis de uma boa produção, tornando o mercado cada vez mais profissional e relevante para os novos adeptos.

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COMO COMeÇa?

No início de uma produção, que normalmente carece de incentivos fiscais e uma produção sofisticada, conta-se com a dedicação da produção disponível. É um exercício de colaboração interessante que sempre traz resultados positivos.

Conversamos com o premiado diretor e roteirista Fernando Segtowick sobre o processo de colaboração no roteiro do filme “Matinta” com Adriano Barroso (também presente nesta matéria), “temos uma maneira bem interessante de trabalhar juntos (com Adriano) porque entendemos quais são os pontos fortes e fracos de cada um e estabelecemos uma metodologia de trabalho que funciona sem grandes problemas”.

Fernando Segtowick iniciou sua carreira com o curta “Dias”, que contava com a produção do 1o Edital Prêmio Estímulo da Prefeitura de Belém em 2001, com o qual ficou em terceiro lugar, mas é ainda lembrado como a sua grande escola “a faculdade de cinema que eu nunca fiz...”, alternando entre filmes e documentários dentre eles “Matinta” com Díria Paes e “No Movimento da Fé”. Está entre os mais reconhecidos artistas do norte do Brasil, atualmente dono da produtora Marahu.

Sobre o trabalho como diretor, Fernando diz que não há regras básicas no complexo trabalho de dirigir uma obra. Sua maior motivação é dar sentido a história, sendo sempre verdadeiro com o filme, por menor que ele possa ser.

“Eu sempre penso que não pode ser somente um filme, mas um projeto que envolve desde a concepção, produção e distribuição, além é claro de muita força de vontade”.

Para a maioria das pessoas é difícil se desapegar da “sua ideia” e não usar “a melhor ideia”. Se você pretende ser roteirista e não tiver desprendimento, vai ser difícil conseguir trabalhar em audiovisual em qualquer lugar do mundo. por Segtowick

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FOtO: CISCO VaSQUeS

Que conselhos você dá para os interessados em audiovisual?

Em primeiro lugar, esquecer qualquer ideia de glamour, é um trabalho, de maneira geral, bem pesado e estressante, mas que claro inclui um lado criativo muito bom e prazeroso de se ver quando tudo está pronto. Mas de uma maneira acho que o que mais falta é repertório, ver os filmes clássicos do cinema, os grandes diretores, outras cinematografias, cinema oriental, por exemplo. Sem referências, é difícil se destacar e chegar em algum lugar.

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eXPeRIMentanDO É difícil não relacionar o nome acima com Adriano Barroso. Sua carreira está entre as mais versáteis no cenário audiovisual no norte.

Iniciando como ator, já experimentou os cargos de dramaturgo, diretor e roteirista incluindo curtas, animação e documentários. Apesar do papel que exerce em frente e a atrás das câmeras, é um amante assumido do teatro, com 28 anos atuando, dirigindo e servindo cafezinho, como o mesmo brinca em nossa entrevista.

apesar de flutuar em diversas linguagens sempre me sinto um ator. tudo o que faço parto da minha condição de ator. Fui lá que aprendi a agir a reagir e me firmar.

Seu currículo como roteirista agrega desde o curta “Matinta” no qual também atua ao desenho “A Onda, Festa na Pororoca”, seu primeiro roteiro, feito a partir da proposta do diretor Cássio Tavernard. “... eu topei e aprendemos a roteirizar fazendo. Sou um auto didata.

Aí cada processo é diferente.” Enquanto roteirista, diz que a sua relação com o diretor (em qualquer trabalho) é colaborativa, envolvendo-se até mais na produção do que no roteiro, porém se dedica a condição de ralar para tornar a ideia do diretor crível na página.

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a região norte toda ainda não conseguiu fazer a roda girar a artes cênicas. Somos uma economia criativa também. além de trabalharmos com uma questão singular, que é a alma humana, também fazemos a economia de um estado girar, pagando impostos e investindo em nossa própria cidade.

Quando o assunto é direção, a excelência desse profissional se define com uma palavra: “Prática”. Junto a muito estudo sobre o tema com um tom a mais à veracidade dos profissionais que trabalham dia e noite em estúdios ou convivendo diariamente com o cotidiano de uma produção, o que pode dar resultados positivos, “... já tive em produções nacionais onde via a produção “se bater” com coisas que nós aqui já aprendemos há tempos.” e conclui dizendo que a falta de verba dá mais inventividade aos nossos projetos.

PergunteM a si se vocês podem viver sem isso. Se a resposta for sim, não entreM. Mas se a resposta for não, saibam que precisaram estar pronto para uma estrada árdua, difícil, exigente. estejam prontos para ter disciplina, estudar e estudar sem nunca chegar ao final. Mas também estejam prontos para sentirem o sabor de viver em êxtase puríssimo.

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VISUaL O diretor de fotografia é essencial para um filme, é o responsável pela sua estética e visual. Presente durante a escolha das lentes, os tipos de luz, os movimentos de câmera, além do trabalho em parceria com as equipes do diretor de arte, dos câmeras, os eletricistas e os maquinários, estando presente também no processo de pós produção com o colorista e o logger.

Filho de fotógrafo, e desde a infância perto dos filmes, essa foi a área que Neto Dias escolheu seguir quando se envolveu com o audiovisual. Ele fala que em sua relação com o diretor, está presente desde pré-produção de um filme, trabalhando em sua concepção estética, interpretando as sensações que o diretor deseja passar para o público a partir do roteiro com recursos (planos e movimento de câmera) que auxiliarão no momento de contar a estória e passar a mensagem para o público.

Quando falamos a respeito do mercado em Belém, Neto diz que até alguns anos atrás nem havia o cargo de diretor de fotografia nas produções paraenses, “...Hoje em dia percebo que os próprios câmeras estão tentando estudar e se libertar disso...” além da expansão da mentalidade das produtoras em explorar os departamentos do audiovisual até a chegada das câmeras de cinema no circuito em Belém.

as melhores referÊncias visuais de neto estão nas obras de Caravaggio e Vermeer e nos trabalhos de anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser Um Milionário); Robert Richardson ( Bastardos Inglórios, O aviador, a Ilha do Medo, Platoon) e anette Haellmigk da série de televisão Game Of thrones.

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Neto Dias é diretor de fotografia da Alt Produções, na qual também é sócio. Tem um currículo que envolve curtas, documentários, filmes publicitários, vídeo–arte e já teve exposições em festivais na França e no Egito.

estudem muito, assistam de tudo. sejam caras de pau em bater na porta das produtoras pra pedir estágio, sejam proativos, desenvolvam trabalhos autorais e não tenham medo de produzir, porque hoje em dia está muito mais fácil do que 10 anos atrás. Hoje em dia temos o curso de cinema na UFPa e também uma pós em audiovisual no IeSaM.

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a eRa DO VIDeOCLIPe nO PaRĂ issuu.com/revistatreme

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Acredita-se que o videoclipe começou a ser utilizado nos anos 60, pelos Beatles, que decidiram começar a substituir suas apresentações ao vivo por gravações. Há também quem considere que ele só “nasceu” de verdade nos anos 80, com o surgimento da Mtv americana, que deu o boom da música com imagem. E rolam boatos que o primeiro videoclipe da história é brasileiro, representado pelo curtametragem de Humberto Mauro.

De qualquer forma, o importante é que essa nova mídia apareceu e se tornou peça obrigatória para qualquer cantor que queira divulgar seu trabalho.

Isso porque era, e ainda é, a forma de vender um pacote completo: a música e a imagem do artista.

E tudo começou com uma revolução na forma de sentir a música, que deixou de ser apenas um apelo sonoro e passou a estimular todos os sentidos, começando pela visão.

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a era do videoclipe no Pará

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Se no início as ideias eram pouco originais e acabaram tendo bastante influência da publicidade, aos poucos o videoclipe foi encontrando sua estética própria.

Apesar de ter “explodido” no cenário americano, artistas de outros cantos foram seguindo a tendência, se adaptando e utilizando o produto como uma mídia de apoio para divulgação de seu trabalho.

O boom no Brasil também se deve a Mtv. Ela chegou a televisão brasileira na década de 90, inaugurado por “Garota de Ipanema”, e fez a produção de videoclipes realmente acontecer no cenário brasileiro.

Se o surgimento do videoclipe é algo recente, a expansão dele aqui em Belém é mais recente ainda.

O audiovisual, de uma forma geral, vem ganhando cada vez mais espaço aqui e se aprimorando com o passar do tempo.

O audiovisual paraense está vivendo um momento muito importante e único, pois o número de pessoas trabalhando com isso vem aumentando. Ainda é algo bem recente e despretensioso, mas que está se expandindo.

Se engana quem pensa que as produções locais deixam a desejar. Vários trabalhos de artistas daqui chegaram a ganhar espaço na Mtv nacional e se aventuraram nacionalmente, levando sua música e seus shows para outras partes do país.

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a era do videoclipe no Pará

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Felipe Cordeiro, Gaby Amarantos e Gang do Eletro são alguns dos artistas que levaram e continuam levando a música paraense para além dos limites do nosso estado.

Agora que já te situamos sobre o videoclipe, vamos falar sobre a produção de um.

O Pará ainda está começando a se aventurar pelo caminho do audiovisual, o trabalho com produção de videoclipes ainda é bem recente, mas temos bons profissionais mostrando que é possível fazer coisas boas aqui.

Uma das principais dificuldades é o baixo orçamento para as produções, algo bem frequente quando se trabalha com artistas novos e que ainda estão começando. Até porque fazer um videoclipe não é tão barato assim.

Tem diária da equipe, da locação, dos equipamentos (se forem terceirizados) e etc. Isso só o gasto pra produção, fora a pré e a pós-produção.

Mas isso não impede nossos diretores e redatores de fazerem um trabalho bonito e bem feito. E às vezes as saídas mais simples dão um rsultado realmente bom e um exemplo disso é o clipe “Velocidade do Eletro”, da Gang do Eletro.

Ele é algo bem documental e foi filmado no comércio de Belém, indo por performances bem espontâneas.

Uma das soluções pra contornar o

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baixo orçamento é fazer clipes ao vivo, filmando a performance do artista e mixando com a música de estúdio, ou até mesmo captando o som da apresentação. Mas se limitar a isso pode ser um ponto negativo pra evolução criativa das nossas produções.

Pra todo o processo acontecer, é preciso seguir algumas etapas: concepção do roteiro, definição da equipe de produção, equipamento, da locação, personagens, figurino e tudo o que será preciso para o momento de execução do roteiro.

Apesar de todos os perrengues, não dá pra reclamar dos resultados que temos no nosso cenário atual.

Como aqui na Treme ninguém tem experiência com esse tipo de produção, conversamos com alguém que fale com propriedade sobre o assunto.

Nosso escolhido foi o Brunno Regis, da Muamba, que nos falou um pouco sobre suas experiências e sobre como funciona todo o trabalho com essa mídia.

Sabe o clipe de “Velocidade do Eletro”? Pois é. Foi ele quem dirigiu, em parceria com uma amiga. Mas não só isso. Ele também trabalhou na produção de “Xirley”, da Gaby Amarantos e tá envolvido desde sempre em produções ligadas ao audiovisual.

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Confere aí um pouco do nosso batepapo com ele: Revista Treme: Como funciona a construção do roteiro para videoclipes?

Brunno Regis: Toda vez que começo a fazer um videoclipe, penso em fazer outro método. Mas sempre acabo voltando pro mesmo, que é o de definir a linha do tempo de acordo com a música e estabelecer o roteiro dentro do tempo dela. Quando alguém chega com a gente querendo fazer um videoclipe, essa pessoa tem uma música e, no fundo, a parte audiovisual não é o mais importante. O mais importante é a música.

Então o roteiro precisa ser concebido depois de pegar a música e abri-la em uma linha do tempo, separando os versos e definindo as partes importantes pra saber onde devo ter virada e etc.

RT: A liberdade criativa é maior por parte do diretor ou do artista, que é o dono da música?

BR: Depende. É algo que a gente vai adquirindo com o tempo. Como eu já fiz videoclipes, as pessoas que chegam pra falar comigo já confiam no meu ponto de vista, então antes de falar elas querem escutar as ideias que tenho Eu prefiro quando as pessoas trazem uma ideia e a gente trabalha em cima dela.

Mas é algo que vai sempre mudando.

RT: Como funciona a preparação para a produção dos clipes?

BR: É bem simples. Fazemos a decupagem do roteiro, pra ver o que vai precisar. As locações, os figurinos e etc, pra gente saber o que vai precisar pra cada take.

Não sou de cinema, sou formado em publicidade. Então todos esses processos eu fui adquirindo vendo outras pessoas trabalhando e trabalhando com pessoas do meio.

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web sĂŠries 20

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web sĂŠries

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Web séries são uma série de vídeos, divididos por episódios, lançadas na internet em plataformas como youtube e Vimeo. Esses vídeos podem ter o objetivo de entreter, informar ou esclarecer e geralmente seus episódios, diferentes das séries de televisão, duram até 30 minutos. Isso se deve ao fato de que na internet a atenção do espectador é dividida entre tantas informações.

A primeira websérie nacional de ficção cientifica, “2012 - Onda zero”, foi produzida em 2009, e tem como personagem principal JP, um jovem a beira de um colapso devido aos recentes acontecimentos em sua vida.

Visões, pressentimentos, paranoias e premonições, a sensação de que o mundo está prestes a ser destruido, são os principais pensamentos que rondam a cabeça de JP.

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web séries

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Em meados de 2012 houve uma grande popularização das web séries no Brasil. Produções como a série de ficção “Cápsula”, que aborda o universo da indústria farmacêutica e a veracidade de sua atuação no mercado. É dirigida e produzida apenas por alunos de cursos audiovisuais. Outro projeto de produção independente é a produtora 8KA, que apesar não fazer super produções, foca em abordar questões do público jovem, mas de um jeito irreverente para não infantilizar os adolescentes. Suas produções são as séries de sucesso “Astrolokos”, que mostra as esquisitices de cada signo, “#E_VC?”, cujo enredo gira em torno das angústias e decisões a serem tomadas por jovens no final do ensino médio, além de “Armadilha”, que pode ser chamada de “humor politicamente incorreto para adolescentes” e que aborda situações do cotidiano, com um pouco de exagero.

ramo. Como no caso do canal “A gente faz séries” produtores dos fenômenos “A vida de mel”(conta as aventuras da aspirante a atriz Melissa Berengherem sua busca pela fama), série ganhadora do prêmio máximo do Content talent(concurso promovido pelo youPix Festival, que busca incentivar novos talentos da internet) , em 2012, e “Crises inuteis de um relacionamento qualquer” (Série que mostra como os pequenos problemas nos relacionamentos podem se tornar crises enormes), que acabou sendo transmitida ate pelo canal “Mix tv”. É importante comentar, que “A vida de mel” teve patrocínio dos próprios fãs da série, que fizeram doações para que houvesse a execução da série. Esse tipo de financiamento colaborativo é chamado de crowdfunding, popularizado principalmente pela série americana “Barn Karma”, que além de contar com a a juda dos fãs com as doações, também recebe a juda para escrever os epsódios da série.

Além dessas, existem produtoras que acabaram se especializando no

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Outro fenômeno da internet é a série “3%”, que pode ser considerada uma distopia, além de trazer referências de filmes como ‘1984” e “Admirável mundo novo”.

A série mostra um futuro alternativo de acordo com a perspectiva de 4 jovens, durante o processo de seleção que os dá a chance única de passar para o “lado de lá”, um lugar aparentemente melhor do que o miserável “lado de cá“, onde vivem atualmente. Este processo é uma oportunidade cedida pelos líderes do “lado de lá”, entretanto apenas 3% dos participantes serão aprovados. O piloto da série foi gravado como o incentivo do Ministério da Cultura, porém a produção da série não conseguiu patrocínio ou apoio de nenhum canal de Tv, e assim não puderam dar continuidade ao projeto.

A publicidade também pode ser inserida no contexto das webséries, entretanto sua abordagem precisa ser sutil para que o espectador não se sinta incomodado. Um exemplo é o canal “Teste do sofá” produzido pela e-comerce Mobly, foi anunciado 1 vídeo a cada 15 dias, entretanto apenas 3 epsódios foram postados no canal, porém juntos somam mais de 1 milhão de visualizações. O enredo dos vídeos se trata, de maneira cômica e exagerada, issuu.com/revistatreme

da rotina em uma loja de moveis, desde os clientes ate os vendedores. O roteiro bem escrito, o humor na medida certa e a presença da atriz Tatá Werneck, explica o sucesso do canal.

Já no caso da web série “Viral” conta a história de um homem que se descobre soro-positivo e sai para contar isso para as 8 ultimas mulheres com quem saiu, a fim de descobrir quem lhe passou a doença. Produzida pelo canal Porta dos fundos, que contém mais de 10 milhões de inscritos, o merchandisg de várias marcas como ”Rei do matte” foi inserido cautelosamente na trama, sem ser citado, mas sim como fazendo parte da série.

Em Belém, as web séries estão chegando aos poucos no público, entretanto isso não quer dizer que não ha ja qualidade, como no caso de “A solteirona”, que conta a historia de uma mulher que é abandona no dia em que seria pedida em casamento. A série foi vencedora da bolsa de experimentação artística do IAP e em junho de 2015 foi lançada “Sampleados”, que conta histórias através de músicas de tecno melody.

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Entrevista 26

entReVISta: ROnaLDO SaLaMe

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Ronaldo Salame é um dos nomes mais conhecidos no meio audiovisual. Influenciado pelo cinema, ele entrou no campo da publicidade, onde estagiou em todas as áreas de uma agência e se fixou na produção. Hoje é dono da Imagem Produções, uma das maiores produtoras do campo audiovisual em Belém.

Entrevista

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REVISTA TREME: Fale um pouco sobre a sua carreira.

RONALDO SALAME: Comecei a trabalhar aos dezesseis anos de idade, estagiando na Galvão Propaganda.

Depois de passar pelos vários departamentos de uma agência de propaganda, me fixei na área de produção de RTVC, um departamento que pouco existe em agências, e que é responsável pela produção dos materiais que serão exibidos nas rádios, televisões e cinemas, ou seja: filmes, documentários, spot’s, jingles.

Qualquer material audiovisual. Após um ano e meio, comecei a trabalhar na D Campos Produções, na época a única produtora que existia em Belém.

Fui contratado como coordenador de produção e assistente de direção para os diretores que vinham de São Paulo e Rio de Janeiro para dirigir os comerciais em Belém, prática muito comum na época, já que não existiam profissionais locais capacitados.

Nessa época dirigi um documentário sobre os índios Kayapós e fui convidado para exibi-lo na sede da WWF - World Wild Foundation, em Genebra na Suíça e no Museu de História Natural de Londres. Fiz cursos de produção e direção e estagiou em produtoras do Rio de Janeiro e São Paulo, para me aperfeiçoar na carreira e já ganhei vários prêmios de direção,

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roteiro em festivais de cinema, televisão e propaganda do Brasil e do Mundo.

Hoje, dirijo a Imagem Produções, minha produtora que montei em 1997, com meus sócios Carlos Torres e Alex Esteves.

RT: Como se deu o início da Imagem Produções?

RS: Estava trabalhando em São Paulo e voltei à Belém para o nascimento do meu filho mais velho. Quando souberam que estava em Belém, recebi vários convites para realizar trabalhos e percebi uma lacuna na área de produção publicitária de qualidade em Belém e vi uma possibilidade de criar uma empresa para ocupar essa lacuna.

De lá até hoje, a Imagem se tornou referência em produção publicitária no norte do Brasil. Atendendo não só clientes de Belém, mas de outros estados.

RT: É comum os mais interessados em audiovisual escolherem outros estados, ou até países, para seguir carreira. Como foi para você ver potencial no campo audiovisual em Belém?

RS: Na época em que a Imagem foi montada, existia uma carência muito grande no campo de produção publicitária em Belém. O que fizemos, perceber essa carência e criar uma estrutura profissional para produzir material publicitário com qualidade.

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RT: O seu interesse pela propaganda começou com o cinema? Explique como foi essa transição.

RS: Começou com o cinema sim.

Adorava, como ainda gosto, de assistir todos os tipos de filmes. As linguagens são próximas e muitos profissionais que hoje trabalham no cinema, tiveram seu sustento na publicidade na época em que o cinema nacional teve seu período de estagnação. Não acho que teve uma “transição”, os interesses se completam, hoje a Imagem desenvolve trabalhos e projetos na área de audiovisual produzindo, além da publicidade, curta metragens, programas de televisão, animações, documentários e vários produtos que “convivem” tranquilamente com a publicidade.

RT: Como é o mercado paraense para quem procura exercer uma profissão nessa área?

O mercado de produção no Pará está passando por um momento de adaptação, como em todo o Brasil.

Com a redução dos custos dos equipamentos, está acontecendo uma “criação” de pequenas empresas, mas que não possuem os profissionais com formação e profissionalismo para atender a esse mercado. Esse momento é um pouco complicado, pois uma produção mal realizada, passa uma imagem errada da sua empresa. O que o público vê em um comercial é o que a sua empresa é, então se o filme é ruim, a sua empresa é ruim.

O que você mostra é o que sua empresa é.

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“estude, seja profissional e seja ético. Sem essas três características ninguém chega a lugar algum.”

RT: Há como consolidar um trabalho artístico com o comercial?

RS: Claro que há. Na verdade, na publicidade, um não vive sem o outro.

Temos que ter a pegada artística, que tem que ser muito boa para podermos chamar a atenção e captar o telespectador, mas temos como objetivo final a venda. E aí o lado comercial tem que falar mais forte.

Afinal a propaganda que não vende, não presta.

RT: Em termos de produção, quais são as maiores diferenças entre um filme publicitário e um curta metragem?

RS: Tudo depende do roteiro que você tem nas mãos. Existem curtas que pedem um mínimo de produção e comerciais que são verdadeiras superproduções e vice-versa.

Acho que a grande diferença está na sua intenção quando o produtor estiver pronto e não na produção dele.

RT: Existe um estilo de direção quando se trata de publicidade?

RS: Com certeza. Por mais versátil que o diretor possa ser, tem que ser respeitadas algumas características de um diretor para outro. Como com qualquer profissional.

RT: Qual o conselho para quem pretende seguir a sua área?

RS: Estude, seja profissional e seja ético.

Sem essas três características ninguém chega a lugar algum.

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eSCaLa RICHteR

aDaLBeRtO MULLeR nOta 10

SUPeRnatURaL Supernatural é uma série norte-americana onde contava história de dois irmãos, Dean e Sam Winchester, que perderam sua mãe em um trágico e misterioso acidente envolvendo forças sobrenaturais. A partir daí os irmãos percorrem todo o Estado Americano em seu Impala 67, caçando criaturas obscuras, dentre elas vampiros, Lobisomens, bruxas e principalmente Demônios. A série atingiu grande sucesso e já está na sua 11° Temporada.

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MaRIa HeLOISa nOta 10

DeSPeRate HOUSeWIVeS Essa série conta a história de uma vizinhança, narrada pela voz de Mary Alice, uma mulher que cometeu suicídio e deixou muitos mistérios para serem desvendados. Em meu ponto de vista, Desperate Housewives oferece suspense, comédia e romance no ponto certo, sem exageros. Apesar das perguntas em volta da trama, o lado cômico dos personagens prevalece, tornando a história mais leve e divertida.

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aManDa RaIOL nOta 9

anteS QUe teRMIne O DIa O filme conta a história do casal Sam e Ian, Sam é apaixonada por ele, mas Ian está sempre preocupado com o trabalho, e não da a devida atenção que ela merece. Ela acaba terminando o relacionamento, porém acaba sofrendo um grave acidente que ocasiona sua morte. Entretanto no outro dia, Ian se surpreende, pois encontra Sam viva e ao seu lado outra vez e então ele percebe que o dia anterior esta se repetindo e tem mais uma chance de fazer tudo diferente e evitar com que o acidente ocorra outra vez.

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FeRnanDa CaRVaLHO nOta 9

MaRY e MaX- UMa aMIZaDe DIFeRente Tão forte como suave, “Mary e Max – Uma amizade diferente” traz refl exões diárias de forma madura, exc êntr ic a e sensí ve l.

Contando com a sutileza de uma animação stop-motion para abordar temas como a solidão, amor, amizade e saúde mental, o filme é repleto de críticas e frases inteligentes, que te fazem rir com o humor ácido e até mesmo chorar com o leque de personagens cativantes.

escala richter

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agenda cultural 27 DE JUNHO a partir das 10h

Mostra de Fotografia: “Minha Ilha, uma versão...” (de Octávio Cardoso) Sesc Boulevard sescboulevard.blogspot.com.br

27 e 28 de junho às 19h Festival Belém Dance lançamento: “No filter” Theatro da paz theatrodapaz.com.br issuu.com/revistatreme

agenda cultural

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04 de julho às 20h e 05 de julho às 19h Ópera La Traviatta Theatro da paz theatrodapaz.com.br

17 de julho

Estréia do filme “Homem Formiga cinepolis.com.br moviecom.com.br

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agenda cultural

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aGRaDeCIMentOS

Nossa maior edição só foi possível graças aos

colaboradores desse mês! Muitos agradecimentos para os cineastas que fizeram essa edição possível, os talentosos Fernando Segtowick, Adriano Barroso, Bruno Regis, Neto Dias e Ronaldo Salame que compartilharam suas experiências e abriram os olhos dos aficionados pela sétima arte. Aos nossos coordenadores, Leandro de Paula, Renato Malcher e Caio Fanha pelo apoio de sempre!

agradecimentos

QUeM SOMOS

eSSe É O PeSSOaL QUe tRaBaLHa tODOS OS MeSeS PaRa LeVaR O MeLHOR COnteÚDO PaRa VOCÊ

COORDenaÇÃO / ReVISÃO FeLIPe BeCKMann

DIaGRaMaÇÃO GaBRIeLa MaRQUeS

ReDaÇÃO aDRIane RaIOL

DIReÇÃO De aRte ReInaLDO MaRtIneZ

aDRIane RaIOL

FeLIPe BeCKMann

GaBRIeLa MaRQUeS

ReInaLDO MaRtIneZ