Revista Vamos Brincar?! 1ª edição - Maio 2018

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Distribuição

1ª Edição | 2018

GRATUITA

PSICOMOTRICIDADE, JÁ OUVIU FALAR? Suas contribuições no desenvolvimento infantil

PARTO HUMANIZADO: MODINHA OU REVOLUÇÃO?

MATERNIDADE NÃO É SINÔNIMO DE SANTIDADE O olhar humano do lugar materno

A mulher como protagonista

OS CONTOS DE FADAS E AS ARMAS SECRETAS DO AMADURECIMENTO INFANTIL Soluções para confrontos subjetivos.


EDITORIAL Queremos mais! Mais afeto, mais vínculo, mais humanidade, mais tolerância, mais empatia, mais cultura, mais educação, mais saúde e também outros ventos. Foi assim, depois de tantas inquietações, angústias e quereres que decidimos construir com e para você, um canal parceiro e atrativo para aqueles imersos na infância, que faça diferença no cotidiano e quiçá em um futuro próximo. Integramos Cultura e Desenvolvimento no intuito de informar, orientar, possibilitar trocas e diálogos entre esses universos tão complementares, a partir da escuta ativa e olhares atentos captar as temáticas mais relevantes, abraçando as demandas do desenvolvimento infantil. Sentimos que no olhar empático podemos ser condutores para o encontro de melhores caminhos a partir de simples ações que podem ser adotadas a fim de uma nova realidade. Acreditamos que educação e cultura são agentes transformadores e promovem o desenvolvimento integral do sujeito, que as atividades democráticas proporcionam o contato sensível e promovem respeito e tolerância no cultivo a direito humanos para que o mundo tenha cada vez mais pessoas de bem, humanas e afetivas. Dessa forma seguiremos com o propósito de acolher os corações aflitos, desmistificar dúvidas, trazer novas lentes para a visão distorcida e cansada e mostrar que apesar de tantos desafios é na educação e na cultura que criamos os laços mais fortes na vida e é nesse sentir que acreditamos formar o mundo com mais cor e sentido.

CRÉDITOS Concepção e idealização: Nany Lima (Publicitária, Produtora e Gestora Cultural) e Tainan Guimarães (Psicóloga Clínica - Crianças, adolescentes e adultos) Designer e Diagramação: OutPaper (Mônica Koblinger e Jéssica Taube) Revisão: Ademir Lima Distribuição: Marshmallow Ações Promocionais Agradecemos a todos (as) profissionais que abraçaram a ideia e contribuíram nesta edição e aos demais que direta ou indiretamente colaboraram: Alexandre Magalhães, Ana Paula M. Freitas, Cristiane Lima, Dôra Guimarães, Fernanda Costa, Igor Guimarães, Juarez Andaluz, Kátia Forte e Aurora Forte, Tatiana Guimarães, Tássia Veloso, Thais Guimarães.

Nos acompanhe nas mídias e fale conosco! facebook.com/vamosbrincar @vamosbrincaar revistavamosbrincar@gmail.com

Nany e Tainan ANUNCIE CONOSCO! Além de divulgar o seu negócio, mostre que você também apoia essa iniciativa! Imagem: Juarez Andaluz


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Aprendendo com os mestres A criança e o lúdico! Por João Lima

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Parto humanizado: modinha ou revolução?

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Por Maiana Kokila

Por Lúcia Daiello

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Mindfulness

O que é, e como pode ser útil para pais e filhos? Por Mariana Paz e Ana Martha Lima

Ler pra quê? / Faça você mesmo!

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Você sabe o que é um quarto montessoriano? Maternidade não é sinônimo de santidade

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Psicomotricidade, já ouviu falar?

Para nossas crianças

Por Roberta Lima

Os contos de fadas e as armas secretas do amadurecimento infantil Por Isabela Silveira

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Por Clip Arquitetura

Ubuntu - CECOM

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Nossa vocação é cuidar de gente!

Trocando Figurinhas Quando não resolvi ser mãe (e os mistérios da vida)

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Raízes

RAÍZES - Semeando Cultura

APRENDENDO COM OS MESTRES! A criança e o lúdico Por João Lima - Diretor, Ator e Palhaço

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riança é praticamente sinônimo de ludicidade. Pelo menos até onde nós adultos não estraguemos tudo com nossas atitudes corrompidas por nossa cultura pragmática e produtiva. Se eu pudesse dar um conselho eu diria: Vamos, todos nós adultos, brincar de siga o mestre? Mas deixe que as crianças sejam os mestres. Mas para saber do que estou falando, vamos tentar explicar um pouquinho mais sobre o que é ludicidade. Esse fenômeno que a primeira vista parece apenas coisa do universo infantil.

A CRIANÇA É QUE ESTÁ CERTA A natureza é muito sábia. Tudo nela funciona de acordo com certas “leis” que visam manter um equilíbrio harmônico e favorável à manutenção do ciclo da vida. Inclusive, entrando em colapso quando tem que entrar em colapso, se assim pede o universo. O homem é que, por falta de consciência, atrapalha e se atrapalha com as coisas da natureza. A criança, por estar mais próxima do estado natural das coisas, já que ainda tem pouca idade e não assimilou totalmente os vícios da nossa sociedade totalmente antinatural, deveria servir de exemplo para nós adultos,

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no que diz respeito à integridade, ao envolvimento com que ela faz as coisas, à forma como age e reage no seu dia a dia, ou seja, como ela vive. Uma criança, nos primeiros anos de vida, quando pratica uma ação não pensa nas consequências ou utilidade desse ato. O que ela vai ganhar ou vai perder, se o modo de executá-la é feio ou bonito, certo ou errado. A criança simplesmente o faz. A ação é válida por si só. Ela se basta em si. Não importa o passado ou o futuro, o presente é que vale. A criança não se preocupa em dar um sentido produtivo para suas ações. A esse tipo de ação dá-se o nome de brincadeira. Para nós a brincadeira é uma atitude fundamental e facilmente perdível, pois requer total inocência. Chamamos de brincadeira qualquer atividade humana praticada em inocência, isto é, qualquer atividade realizada no presente e com a atenção voltada para Ela própria e não para seus resultados. Ou, em outros termos, vivida sem propósitos ulteriores e sem outra intenção além de sua própria prática (Maturana, 2004, p. 231).

É no brincar, esse ato necessário, natural e instintivo que se origina, reside e sedimenta o fenômeno Ludicidade. Etimologicamente falando a palavra ludicidade é derivada de “Lúdico” que segundo Friedmann (2006) tem sua raiz no latim “lu-


dus” que quer dizer jogo divertimento, recreação e Gomes (2008) complementa brinquedo, brincadeira. A brincadeira, o espírito de criança, o jogo, a diversão, são elementos e ou atividades que compõe o universo do fenômeno da ludicidade, uma vez que esses são, objetivamente, características de uma atividade lúdica assim como são também, elementos contributivos para a vivência de uma experiência lúdica. Sendo “experiência lúdica” o que vivenciamos quando praticamos uma atividade com total entrega, sem senso de julgamento, preocupação com resultado, ou restrições de qualquer espécie, o que produzirá enorme satisfação e sensação alegria.

DE ONDE VEM A LUDICIDADE Neste mundo, ninguém inventa coisa nenhuma a partir do nada. Tudo já está à disposi-

ção no universo, na natureza, em nós, mesmo que apenas em estado potencial e latente. O que podemos fazer é descobrir, conceituar, esclarecer, explicar, aperfeiçoar, potencializar, etc. Com a ludicidade é a mesma coisa. O homem não a criou, ela é inata, os estudiosos/curiosos simplesmente, o que não é tão simples assim, constataram esse fenômeno que se manifesta, há quem diga, desde o pré-natal até os últimos dias de atividade de uma pessoa. Porém, por conta dos modos de vida e cultura das sociedades, ela vai se perdendo no processo de evolução da infância para a vida adulta, fazendo parecer que ela é algo que só diz respeito ao universo infantil. Portanto viva a criança! Vamos resgatar nossa criança! E que tal começar respeitando as crianças do nosso convívio? Vamos brincar, dar atenção a elas, deixar elas darem as mãos a nossa criança embotada e nos trazer para a luz. Para o playground da vida.

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Cultivo

PARTO HUMANIZADO: MODINHA OU REVOLUÇÃO? Por Maiana Kokila - Doula e Coach para Concepção, Gestação, Parto e Pós-Parto

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uitas pessoas estão com o termo “parto humanizado” em mente, querendo entender do que trata esse “título”, o que faz os outros partos não serem humanizados, se esse tipo de parto só é possível em domicílio e etc. Enfim, tem certa bagunça nas compreensões. Mas tentando trazer à luz esse termo mundialmente falado, seguem algumas palavras. O termo “humanizado” não é novo na medicina. Ele foi usado pela primeira vez na década de 20 do século passado e entrou para a literatura que baseia a prática obstétrica desde os anos 50 (DINIZ, 2005). E surgiu como um

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ato humano, o de fazer o sofrimento da mulher em trabalho de parto ser minimizado ou cessado. E, sem nenhuma evidência científica, certos procedimentos se tornaram padrão com base nesse argumento. Mas, os tempos são outros. Um movimento de revisão dos procedimentos na medicina começou a acontecer e muitos deles perderam a credibilidade por falta de comprovação científica, como a episiotomia (corte feito na musculatura e tecido erétil da vulva e vagina), por exemplo. Percebeu-se que ao mudar a posição de parto, colocando a mulher numa condição mais fisiológica (verticalizada),


CULTIVO - Saúde e Cuidado

tornou-se procedimento obsoleto, sem nenhuma necessidade. No entanto, já foi de rotina, feito em todos os partos há 10 anos. E que ainda continua sendo feito, pois a humanização do parto envolve estudo e atualização por parte dos profissionais que atendem nesse contexto e se isso não ocorre, a repetição de intervenções protocoladas, no passado, permanece. A humanização do parto também requer das mulheres que vão vivenciar o trabalho de parto o esclarecimento sobre a conduta médica baseada em evidências científicas, afinal, nesse movimento ela é vista como a protagonista de todo o processo (sem querer descartar os homens que têm sido cada vez mais presentes, porém é no corpo da mulher que tudo se dá), então, faz-se necessário procurar pelas informações cruciais que vão deixá-la segura para umas das experiências mais marcantes na vida dela.

considerando ainda a vontade daquela mulher (casal). O movimento de humanização do parto pede de todas as pessoas envolvidas uma mudança de postura. Por isso pode incomodar de vez em quando uma ou outra pessoa que está rígida em sua opinião, prática ou vontade. Tanto a assistência, quanto o casal e suas famílias vão precisar se imbricar com a singularidade de quem nasce. Não podemos mais tratar o ser humano que está chegando como apenas mais um – quando pensamos nos procedimentos protocolados – nem como aquele que deve estar livre de qualquer risco. Isso não existe. Como por exemplo, a cirurgia cesariana que aparece no contexto do parto para salvar vidas, ainda tem índices que revelam três vezes mais risco para o binômio mãe-bebê. O que existe é uma assistência que seja capaz e cuidadosa o suficiente para evitar que os riscos se tornem problemas reais.

“o termo não é novo na medicina”

Uma vez que essa mulher (casal) sabe do que se trata um trabalho de parto e parto, ela tem a chance de sair do lugar de vítima em sofrimento – que precisa de auxílio/intervenções – e passa a ser aquela que lida com o processo conforme é o seu desejo e escolhe ao que prefere ser submetida. Salvaguardando, obviamente, as condições de saúde de ambos os envolvidos (mulher e bebê). Ao se colocar nesse lugar e tendo uma equipe atualizada, o parto humanizado tem chance de acontecer. E ele pode ser em qualquer lugar: Hospital, Centro de Parto Normal, Domicílio, dentro ou fora da piscina. A assistência humanizada passa a agir conforme as escolhas feitas pela mulher. Para tanto temos os planos de parto sendo cada vez mais usados como forma de deixar as equipes cientes de suas vontades e preferências. Assim, em caso de real necessidade, as intervenções são importantes ou até mesmo, vitais. Mas dentro do possível, ocorrem

Para encerrar, segue um trecho retirado do Wikipédia (ou seja, não está difícil compreender sobre essa revolução em curso): “Segundo a professora do Instituto de Ciências da Educação (ICED-UFPA) Edna Barreto, militante do Movimento da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, afirma que ‘o parto mais aconselhável é aquele que a mulher pode ter liberdade, pode fazer escolhas, é respeitada e está bem informada. Do ponto de vista da medicina baseada em evidências científicas, das boas práticas de atenção ao parto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos protocolos de humanização do nascimento do Ministério da Saúde, o parto mais saudável para as mães e os bebês é o parto normal, sem intervenções desnecessárias’ “. (Referência para o texto: DINIZ, Carmen S.G. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento, 2005) www.maianakokila.com

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Bússola

PSICOMOTRICIDADE, JÁ OUVIU FALAR? Por Lúcia de Fátima Daiello Fonsêca - Psicomotricista e Psicanalista

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uem tem filhos ou trabalha com crianças na educação infantil sabe o quanto é encantador poder acompanhar cada etapa do desenvolvimento das habilidades desses pequenos. E tudo acontece tão rápido que, muitas vezes, parece que da noite para o dia a criança acordou sabendo algo novo! Porém, isso não ocorre ao acaso. Em muito se deve ao desenvolvimento psicomotor. Mas afinal, a que diz respeito o desenvolvimento psicomotor de uma criança? Apesar de causar dúvidas e estranhamento em muitos por não ser ouvida cotidianamen-

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te, a psicomotricidade é a ciência que estuda a inter-relação entre o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo do ser humano enquanto sujeito de desejos, capacidades, habilidades e inteligência e se faz presente em todas as etapas da infância, inclusive como pré-requisito para o processo de alfabetização, facilitando a aquisição da leitura e da escrita e dos conceitos matemáticos. A psicomotricidade é um agente atuante na aprendizagem, na socialização e na afetividade que promove o desenvolvimento funcional do ser humano e suas trocas com o meio.


BÚSSOLA - Travessias da Educação

Na educação infantil, o desenvolvimento psicomotor será fundamental para a aprendizagem e a socialização através da estruturação e organização da motricidade ampla e fina, da imagem e esquema corporais (eu e meu corpo; o outro e as coisas), das noções de espaço e tempo, do ritmo e da lateralidade. Como a criança precisa interagir com os colegas nesse processo, e isso se dá não só por meio da comunicação oral, mas também por meio de gestos, é extremamente importante que o professor promova atividades que contribuam de modo efetivo para o desenvolvimento psicomotor dos pequenos. Correr, pular, rastejar, desenhar, pintar, modelar, transpor obstáculos, brincar de faz de conta, etc., são atividades que trabalham os elementos psicomotores do desenvolvimento auxiliando as crianças a lidarem com o próprio corpo, o do outro e o espaço em volta. A falta de um bom desenvolvimento psicomotor pode acarretar danos ao desenvolvimento da criança e consequentemente ao seu processo de aprendizagem. A lateralidade mal definida, por exemplo, traz prejuízos de ordem espacial, no reconhecimento da direita e esquerda, podendo impactar negativamente na leitura e escrita, que exigem

direção gráfica. Diferenciar letras como “p”, “b”, “q” e “d”, escrever dentro de um espaço delimitado ou alinhar números nas contas de matemática, podem se tornar um desafio. A falta de controle dos movimentos corporais pode impactar diretamente na manutenção da postura e do ritmo adequados, inclusive respiratório, para a leitura e escrita, assim como no traçado das letras e números. Déficits na construção da imagem de si e no reconhecimento das diversas partes do corpo podem prejudicar muito as relações com os colegas pela falta de limite entre si mesmo e o outro. E esses são só alguns exemplos do quão importante é a psicomotricidade na educação infantil como precursora de um bom processo de alfabetização e de escolarização contínua. Portanto, a psicomotricidade leva em consideração o ato motor aliado às capacidades mentais e implica não somente a educação do movimento, mas diz respeito também às capacidades psíquicas do ser humano desde o período da infância. Lúcia de Fátima Daiello Fonsêca - Psicomotricista Clínica e Educacional pela Universidade Salvador (UNIFACS) em parceria com o Centro Lydia Coriat de Porto Alegre; Psicanalista pela Fundação Visconde de Cairu.

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Cultivo

CULTIVO - Saúde e Cuidado

MINDFULNESS O que é e como pode ser útil para pais e filhos? Por Mariana Paz – Psicóloga Infantil e Ana Martha Lima – Psicóloga Clínica

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indfulness é uma característica ou estado psicológico que expressa a capacidade natural que todos nós temos de estarmos atentos ao momento presente com aceitação e sem julgamentos. Em tempos da multitarefa perdemos o hábito de olhar para a nossa experiência atual, vivendo uma vida mais inundada de passado e futuro. Com as práticas de Mindfulness ancoramos a nossa atenção ao momento presente através das sensações no nosso corpo, afinal, ele sempre acontece no agora. Nossa atenção pode flutuar entre passado, futuro e presente. Mas o nosso corpo não. Jon Kabat Zinn, da Universidade de Massachusetts, o idealizador do Programa de 8 Semanas (MBSR Mindfulness-based Stress Reduction) diz que “onde quer que você vá, lá você está”. Observando nossos estados internos diminuímos a influência de experiências avaliadas como ruins e diminuímos os níveis de estresse. Como o mindfulness pode ser importante para as crianças? Será que é possível? Tem uma idade adequada para isso?

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Ensinar às crianças a desenvolverem atenção ao momento presente, autorregularão (dos pensamentos e emoções) e empatia ajudam-nas a estarem no mundo mais preparadas para lidarem com seus problemas e pode prevenir maiores transtornos na vida adulta. Habilidades mindfulness na infância podem auxiliar na diminuição das sensações de ansiedade, estresse, explosões de raiva e desconcentração/distrações, além de aumentarem o bem-estar, capacidades de gerir a si mesmo a ao outro e aumentar o foco. Viver no presente pode nos trazer benefícios surpreendentes. A presença acontece quando estamos atentos, quando estamos em contato com a nossa experiência. Por que não começar cedo a treinar tal capacidade? A prática envolve brincadeiras, jogos, exercícios lúdicos que promovem o aprendizado de habilidades essenciais de mindfulness. As sessões são curtas e têm uma maneira toda especial de acontecer para os pequenos. Não podemos forçá-los a praticar, precisa ser uma experiência natural, prazerosa e tranquila.


Para facilitar, os pais e mães podem realizar os exercícios mindfulness juntos! Dicas de atividades mindfulness em família: ** Atenção à respiração com bichinhos de pelúcia: Peça para o seu filho escolher um bichinho de pelúcia e escolha um também. Deitem e coloquem-no posicionado em cima da barriga e comecem a prestar atenção no movimento do seu pelúcia enquanto respira, subindo e descendo. Variação: Podem também brincar de soltar bolinhas de sabão ou de girar um cata-vento. ** Body scan adaptado para crianças: Cada um escolhe uma posição confortável e atenta. Comece pedindo que prestem atenção ao seu corpo. Peça para que cada um falar uma parte do corpo e voltamos nossa atenção àquela parte que foi dita. Podemos descrever as sensações nela, dizendo uma palavra que possa definir: está fria, quente, pesada, doendo, coçando, com vontade de se mexer? ** Ativar os superpoderes dos sentidos: Peça para ele escolher um super-herói que ele goste muito. Pergunte o que ele mais gosta dele e qual o superpoder que queria ter também. Podemos falar sobre cada um dos nossos sentidos (tato, olfato, visão e audição) e de como podemos ativar cada um deles, o máximo que pudermos. Pedimos para olharmos uma flor, fruta ou

mesmo um brinquedo em cada um dos seus detalhes, utilizando cada um dos nossos sentidos. Pais e mães, não tem idade para começar as práticas mindfulness e o aprendizado destas habilidades desde pequeninos pode ajudar no desenvolvimento emocional saudável deles. Então, não percam tempo e deem a oportunidade ao seu filho de experienciar momentos importantes e valorosos para a vida. Mariana Paz Psicóloga pela Faculdade Ruy Barbosa (2004) e tem mestrado em Psicologia Experimental pela Universidade Federal do Pará (2007). Formação em psicoterapia analítico comportamental (FAP) e terapia de aceitação e compromisso (ACT) pelo Instituto Continuum (PR- 2015). Atualmente faz atendimentos em clínica psicológica particular, principalmente atendendo o público infantil e juvenil com experiência de 10 anos, ministra aulas na área comportamental em instituições de ensino para graduação e pós-graduação e é supervisora clinica. Ministra palestras e cursos sobre Psicoterapia Infantil e Mindfulness para pais e crianças. Ana Martha Lima Psicóloga pela Ruy Barbosa (2013), Especialista em Terapia Analítico-Comportamental pela Unijorge (2015) e Instrutora de Intervenções Baseadas em Mindfulness pela Unifesp (2017). Ministra cursos, oficinas e palestras.

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Bússola

BÚSSOLA - Travessias da Educação

MATERNIDADE NÃO É SINÔNIMO DE SANTIDADE

Por Roberta Lima - Fonoaudióloga Infantil & Psicopedagoga

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ste é um entendimento que todos precisam trabalhar e aceitar, seja a mulher no seu papel de mãe e/ou filha; seja o homem no seu papel de pai e/ou filho. Isto é, a sociedade como um todo necessita ter essa compreensão para desconstruir qualquer conceito de glamourização, mitificação ou santificação acerca da figura materna. Afinal, só mesmo iniciando com esse reconhecimento e aceitação é que se pode “virar a chave” para dar a “partida” em direção a um caminho de mais vulnerabilidade e menos culpa. Vale reforçar que essa percepção realmente precisa ser trabalhada no coletivo e não apenas na mente daquela que exerce o papel de mãe, pois a mulher necessita também desse suporte social que a enxergue verdadeiramente falível, ou seja, humana e naturalmente sujeita a falhas, tropeços, dúvidas e angústias. É certo que este movimento requer tempo para ganhar espaço e consistência sociocultural. Entretanto, pode-se constatar que o mesmo já está sendo iniciado a partir de

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discussões que trazem à tona a maternidade real, promovendo assim, ainda que a passos curtos, porém mais firmes, certa iluminação nos aspectos até então escondidos nas sombras maternas. E, à medida que trilharmos esse processo de desconstrução do mito materno, iremos testemunhar menos julgamento e mais empatia, conseguindo domar o ego que quer sempre acertar e servir como modelo social de maternidade perfeita para, então, ter mais conexão com a nossa essência que assume um lugar de fazer o melhor que pode e aprender com os desacertos. Por isso, a proposta de dissociar a maternidade do conceito de santidade pode ser libertadora para todos, tanto para a mãe perante a si mesma, como para os filhos perante suas mães, mantendo a figura materna sim num lugar sagrado, mas essencialmente vulnerável e humano. www.terapiadacrianca.com.br

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Raízes

RAÍZES - Semeando Cultura

OS CONTOS DE FADAS E AS ARMAS SECRETAS DO AMADURECIMENTO INFANTIL Por Isabela Silveira - Atriz, performer, produtora e gestora cultural

”Contos de fada não dizem às crianças que dragões existem. Crianças já sabem que dragões existem. Contos de fada dizem às crianças que dragões podem ser mortos”

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(Gilbert Chesterton, escritor e poeta)

ão por acaso os contos de fada são celebrados, citados e referenciados quando se trata de crianças. Diferentemente dos mitos ou das fábulas, nos quais existe uma indicação explícita de qual a forma correta de reagir a determinado dilema, nessa espécie de história o indivíduo pode extrair diferentes significados e interpretações que, em um só tempo, entretém e iluminam distintos aspectos morais em cada um. A partir de certa idade, quando vão conquistando autoconfiança e autonomia, as crianças criam estratégias inclusive para conduzir os adultos para autorizarem os comportamentos de sua preferência. Nesse momento a educação necessariamente deve assumir também seu aspecto moral, explicitando como determinados atos levam a resultados nocivos ou perigosos, e os contos de fada se revelam aí como uma prazerosa ferramenta para orientá-las, transmitindo valores sociais de forma imagética, divertida e de assimilação mais fácil. Importante destacar que através dos séculos alguns desses contos foram sendo alterados

por alguns autores de forma a excluir situações tidas como desagradáveis. Por exemplo, em versões disseminadas na atualidade, João e Maria não foram expulsos de casa, mas se perderam sozinhos, Chapeuzinho Vermelho não chega a ser engolida pelo Lobo ou os ursos não mais devoram a Cachinhos Dourados – que termina furtivamente escapando pela janela. Amenizar esses e outros episódios termina por esvaziar de tal modo a situação original que as histórias passam a representar apenas simples entretenimento, pouco capaz de auxiliar no desenvolvimento psíquico das crianças. Já ao escutarem no conforto de uma cama ou acolhimento de um colo os terríveis desafios vivenciados por aqueles personagens, elas podem encarar o medo nos olhos, resistindo a ele, se fortalecendo e, sobretudo, aprendendo a reconhecer as situações de perigo sem precisar correr riscos reais. É por isso que ao invés de uma fábula moralizante esclarecendo sobre o perigo de falar com estranhos, a vivência humana naturalmente consagrou o conto de uma jovem ingênua que, com capuz vermelho e cesta de guloseimas, desobedece a mãe e termina engolida por um lobo, escapando por

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pouco graças à ajuda de um bravo caçador. Ou nos ensinou que não se deve invadir a propriedade alheia como em Cachinhos Dourados ou podemos ser devorados por feras. Ou que a preguiça precisa ser superada, como em Os Três Porquinhos. Ou que a inveja é um sentimento destrutivo, como em A Branca de Neve. Para aqueles que acham que a violência ou tristeza de alguns contos são em demasia, sugiro fazer um exercício de memória e tentar minimamente lembrar como as situações mais simplórias do cotidiano poderiam soar aterrorizantes ou tragicamente dolorosas. A perda do brinquedo favorito, um cômodo escuro na casa dos avós, a voz grave de adultos numa discussão, a demora da mãe que parece que nunca mais entrará de novo por aquela porta... são angústias vivenciadas com tanta intensidade por nós quando crianças que fazem parecer Lobos vorazes ou Gigantes cruéis muito verossímeis. Acompanhando as peripécias dos meninos, meninas ou animais que conduzem as narrativas, as crianças podem então identificar possíveis soluções para confrontos subjetivos que muitas vezes elas sequer saberiam verbalizar.

dimensão ainda mais significativa pois ali o adulto que narra é sujeito ativo da vivência. A presença e voz de quem conta a história endossam o valor daqueles temores, percepções, decisões, estratégias e, por fim, vitórias dos personagens, autorizando assim os pequenos ouvintes a também tentarem vencer suas mais íntimas e secretas batalhas existenciais. Por mais tranquila que seja a criação de cada família, as crianças percebem as inseguranças e medos que atravessam os adultos até mesmo nos silêncios que pensamos deixar, já que nos observar é estratégia contínua de aprendizado para elas. Num mundo repleto de desafios, onde a violência parece à espreita de todos, a realidade às vezes se transfigura de tal modo que parece um dragão que muda de cara, cor, tamanho e armas a cada dia, e não temos como ignorar o quão desafiadora é essa presença também para os pequenos.

...soluções para confrontos subjetivos...

Esses e outros desafios nascem na psique do sujeito e muito provavelmente não poderiam ser integralmente assimilados pelas crianças se apresentados de forma direta e racional, mas por meio dessas histórias acessam a subjetividade desses ouvintes. Nesse sentido, ler os contos de fadas para as crianças - e não apenas estimular que leiam sozinhas - dá a elas uma

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Mas quanto a nossas mentes adultas, amadurecidas pelas vivências acumuladas ao longo de anos, cabe buscar soluções concretas para mudar esse quadro, às crianças cabe encontrar as armas mais potentes para acertar esses dragões disformes bem no meio do nariz. A nós, mães, pais, educadores e familiares desses pequenos heróis, cabe apenas polir a armadura da imaginação e permitir que eles possam superar até mesmo os nossos temores. Independente de quão feiosa for a cara desse monstro, existe dentro de um conto de fadas a ferramenta perfeita para a criança enfrentá-lo simbolicamente e sair vitoriosa, libertando assim todos nós de qualquer ameaça que possa nos afligir.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BETTELHEIM, Bruno – A Psicanálise dos Contos de Fadas: Trad. de Arlene Caetano.- 33ª ed. – São Paulo: Paz e Terra, 2016. COELHO, N. N.Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2000. APUD: FALCONI, Isabela M.; FARAGO, Alessandra C., Contos de Fadas: origem e contribuições para o desenvolvimento da criança in.: Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-SP, 2 (1): 85-111, 2015. MACHADO, Ana Maria - Como e porque ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

Isabela Silveira - Mestra em Teatro pela UFBA, integrou grupos do Teatro Vila Velha, esteve no VAGAPARA por mais de sete anos, foi da Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB, coordenou o Espaço Xisto Bahia e atualmente está dedicada a levantar os temas da Cultura Infância por onde passa.

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Para nossas crianças

Sessão interativa destinada às crianças.

LER PRA QUÊ? As contribuições da leitura no desenvolvimento infantil Por Beatriz Freitas - Ciranda Contada

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prendi desde cedo que ler é um hábito e é verdade, então quando me tornei mãe, essa foi uma de minhas maiores preocupações! Para os papais e mamães, posso garantir que o exemplo de vocês, será o maior motivador para formação dos pequenos leitores. Existem muitas pesquisas relatando os benefícios da leitura, especialmente quando realizada com os pais: elas aprendem melhor, falam melhor e se comunicam melhor de uma forma geral.

* Usar livros de plástico para o momento do banho; * Criar histórias sobre a criança; * Organizar a rotina da criança, de forma que a leitura esteja contemplada; * Deixar os livros ao alcance das crianças; * Seja o exemplo, leia também; * Permita que ele pegue livros para folhear e criar histórias;

São muitos os benefícios da leitura, veja alguns:

* Tenha um horário de leitura para seu filho e transforme em um momento aconchegante, de prazer;

* Desenvolve o vocabulário das crianças;

* Leve seu filho as livrarias e permita que ele escolha seu livro;

* Auxilia na construção do senso crítico;

* Comente sempre sobre os livros;

* Aumenta nosso conhecimento geral sobre vários temas;

* Crie Clube de Leitura entre os coleguinhas;

* Incita a criatividade;

* Surpreenda com livros novos;

* Auxilia na educação emocional;

* Dê livros de presente;

* Transforma sua vida, porque lhe deixa mais seguro;

* Estimule brincadeiras e atividades que usem a leitura. Ler uma receita, trabalhar com mapas.

* Facilita e acelera a aprendizagem da escrita; Para ajudar os papais e responsáveis, seguem algumas sugestões práticas de como incentivar a leitura para os pequeninos: * Ler desde bebê; * Usar livros sensoriais para os bebês;

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É fundamental o papel dos pais nessa formação dos pequenos leitores, porque hoje existem muitas distrações e a leitura acabou ficando em segundo plano. Nesse sentido, cabe aos responsáveis, tornar a experiência prazerosa. www.cirandacontada.com.br


Dica de leitura:

São João está chegando!

Que tal reunir a família e entrar no clima? “Quando eu era pequenino

Este livro está fora de controle! - de Richard Byrne.

De pé no chão Eu cortava papel fino Pra fazer balão... E o balão ia subindo Para o azul da imensidão..”

Imagem: Blog Organize sua Festa

Faça você mesmo!


OUTROS VENTOS

VOCÊ SABE O QUE É UM QUARTO MONTESSORIANO? Por CLIP Arquitetura – Carolina Costa e Gabriela Markl

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riado por volta de 1907 por Maria Montessori, uma das primeiras mulheres a se formar em medicina na Itália, o quarto montessoriano é um dos pilares da metodologia de ensino que propõe o respeito ao desenvolvimento da criança de forma completa e equilibrada. O quarto tem como objetivo ser completamente adaptado à criança de modo a desenvolver sua autonomia com liberdade e segurança. O espaço deve ser pensado voltado a escala de tamanho da criança, do ponto de vista dela. Permite que ela se movimente com segurança e independência, possa explorar o quarto e ter acesso aos móveis e objetos sozinha. A quantidade de móveis e elementos deve ser mínima, somente a necessária para a aprendizagem. Deverão ter formas simples para facilitar a organização e manutenção do espaço. Confira algumas dicas para adaptar o quarto para os pequenos: - Berço e cama: nesse tipo de quarto o berço deve ser substituído por um colchão no chão, ou um futon sobre estrado, com uma altura que a criança consiga sair sozinha, tanto engatinhando quanto andando, de acordo com a sua idade. Espalhando tatames

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de borracha nas bordas do colchão e pelo ambiente a criança pode descer para brincar e subir de volta livremente. Para evitar que os pequenos rolem enquanto dormem, a cama deve ter almofadas ao redor, principalmente quando forem bebês. - Móveis: devem ter altura compatível com o tamanho da criança, para que ela consiga ter acesso aos objetos. No lugar de armários com portas, prefira nichos abertos, assim a criança conseguirá alcançar os brinquedos sem ajuda de um adulto. Prefira bancadas para estudo ou lazer baixas e fixadas na parede, de maneira que o risco de tombarem ou serem arrastadas seja diminuído. Evite móveis com quinas. - Brinquedos: Devem estar dispostos de forma que a criança consiga pegar quando quiser. Especialistas indicam que fazer um rodízio com os brinquedos a cada 15 dias desperta o interesse e não gera monotonia para a criança. - Espelhos: são indicados para estimular as experiências sensoriais e o reconhecimento da criança. Prefira os de acrílico, bem fixados na parede e na altura da criança. - Tapetes e barras de apoio: Muito indicados


por serem elementos que auxiliam no desenvolvimento da criança e nas experiências sensoriais. As barras de apoio possibilitam que a criança fique em pé facilmente e ande mais rápido. - Armário e cabide baixos: para armazenar poucas roupas e deixar a vista para que a criança possa escolher o que vestir com

facilidade. - Tomadas e objetos pontiagudos: devem estar longe do quarto. No caso de não poder retirar uma tomada, tape e proteja o lugar. - Decoração: deve ser lúdica, com a maioria dos objetos ao nível dos olhos da criança. www.cliparquitetura.com

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UBUNTU - Somos Todos Um

CECOM - Nossa Vocação é Cuidar de Gente!

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undado em 29 de Dezembro de 1974, o CECOM - Centro Comunitário Batista Cleriston Andrade tem como objetivo garantir direitos, fortalecer vínculos e promover cidadania com cultura, arte, esporte, saúde e solução de pendências judiciais familiares para pessoas em vulnerabilidade social, através de projetos como o Cidade do Bem, iniciado este ano, atendendo cerca de trezentas crianças e adolescentes no contraturno escolar.

Com aulas de música, dança, artes plásticas, capoeira, hapkido, futsal, Rugby, inglês e teatro, o mesmo vai constituir espaços de convivência e formação para a participação da cidadania, autoconhecimento e desenvolver o protagonismo e a autonomia de crianças e adolescentes, a partir das demandas de seu interesse. As oficinas têm caráter lúdico, cultural e esportivo como formas de expressão, interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social. Além disso, o projeto contará com uma equipe multidisciplinar com pediatras, clínicos, ginecologistas, dentistas e psicólogos, acompanhando as famílias na saúde física e emocional e assim, corroborar com os princípios e valores, em consonância com à valorização e humanização como critérios norteadores das relações da instituição com seu público interno e externo.

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Imagem: C

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Quer nos visitar? Avenida Anita Garibaldi, 449 Telefone (71) 3194-7777 E-mail: gestaodeprojetos.cecom@gmail.com Quer nos ajudar?

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Bradesco – AG – 3237-9 C/C – 74716-5 Banco do Brasil – AG- 4278-1C/C – 20.168-5 *Essa sessão é destinada exclusivamente para Instituições Sociais. Conhece alguma que precisa de visibilidade? Manda pra gente: revistavamosbrincar@gmail.com.


Trocando Figurinhas Relatos Reais

QUANDO EU NÃO RESOLVI SER MÃE (E OS MISTÉRIOS DA VIDA) Márcia, mãe de Léo, Lu e Xande

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eonardo nasceu no despontar da minha juventude, aos 23 anos. Luísa não demorou a aparecer em minha vida, e com 26 tive uma segunda mulher mandando em mim (a primeira foi a minha mãe). Aos 32, Alexandre veio coroar a minha prole. Sim, sou mãe de três crias e casada há 22 anos (UAU!). E, não. Não fui preparada e não planejei nenhuma das minhas gestações (engravidei de Léo com seis meses de namoro usando anticoncepcional). Não só não sabia como seria ser mãe, como também, esposa, dona de casa, empresária – abri minha empresa com 3 filhos pequenos – além de escolher o melhor (ou mais barato) sabão em pó. Meus planos eram continuar trabalhando, concluir a Faculdade e o Inglês, fazer uma Pós e cair no mundo com uma mochila nas costas. Alma nômade - escorpião com ascendente em aquário - é o que dizem que sou, mesmo hoje, aos 46 e com meus filhos/amigos de 22, 20 e 15 anos. Acredito que não escolhemos a maternidade, ela é quem nos seleciona: um útero em retroversão, ovários policísticos, pílula desde os 18 anos... como explicar? Não há explicação. Da mesma forma que

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não consigo exprimir o sentimento que me inundou quando comecei a sentir uma vida dentro de mim. A menina-moleca, a criadora de sonhos, virou fazedora de gente (e, da melhor estirpe!). Tudo o que faltava – em minha pouca vida de 23 anos – me foi dado: lastro, profundidade, paciência, perseverança, prioridade, leveza, fé e sabedoria para lidar com o que, de fato, é um problema (sim, uma doença de um filho, é um problema... o resto... é resto). Quando não resolvi ser mãe, é que comecei a entender (alguns) dos mistérios da vida (como manter um casamento em meio a crises - de todos os tipos - e não escolher a letra “e: divórcio”, por exemplo). Porque, outros, acredito, somente os terei respondido no meu tête-à-tête com o Pai, quando partir dessa para melhor. Quando não resolvi ser mãe, é que me foi dada a oportunidade para um intensivo Ad infinitum em como (e os porquês) amamos um ser humano. E posso afirmar: tudo passa (o que não é bom, e o que é bom também). Aproveitei minha juventude sendo mãe. E aproveito agora, a minha maturidade, sendo amiga dos meus filhos.

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VOCÊ SABIA?

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ue desde 1991 é comemorado o Dia da Criança Africana? A data (16 de Junho) é em memória às crianças do Soweto (África) que foram massacradas em 1976 por protestarem por melhor educação e aprendizagem das línguas nativas em vez de unicamente o inglês. Apesar da tragédia, foram reconhecidas 11 línguas nacionais e o inglês ficou em 12ª posição oficial. Vamos Brincar?! | Edição 1 | 2018

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BATE-PAPO Olá, Brincantes! Tudo bem?

Escreve pra gente! Anota aí nosso e-mail: revistavamosbrincar@gmail.com Assunto: Bate-Papo / Ouvidoria

Até a próxima edição!

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