Revista Warung #003

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revista warung #003 / verão 2013

10 Sinta Catarina

84 Entrevista: Martha Medeiros

18 Quem fez

88 Moda: Positive Vibrations

22 Here and there

98 Fashion trends

30 Especial 10 Anos Warung

102 Gastronomia

40 Entrevista: Minotauro

104 Dicas do Especialista

44 Entrevista: Seth Troxler

108 Geek in

Feel Santa Catarina Our Team

Warung 10 years special Interview: Minotauro

Interview: Seth Troxler

48 Música: Chico Buarque Music: Madonna

52 Arquitetura: Frank Gehry Architecture: Frank Gehry

56 Design Trends 60 Eu Fui: Ibiza Been There: Ibiza

66 Esporte: Maya Gabeira Sport: Maya Gabeira

72 Arte: Mateus Bailon Art: Mateus Bailon

76 Entrevista: Renato Ratier Interview: Renato Ratier

82 Coluna: Guilherme Krauss Column: Guilherme Krauss

Interview: Martha Medeiros Fashion: Positive Vibrations

Gastronomy

Tips From The Specialist

112 Leia e Escute Read and Listen

114 Entrevista: Hernan Cattaneo Interview: Hernan Cattaneo

118 Say Something! 121 Guia do Verão Summer Guide

138 Dica Local Local Tips

140 Diretório Directory

144 #Instarung 146 Ficha Técnica General Data


Carta da Editora

A word from the Editor

Tudo bem que o verão pede roupas leves, mas nesta terceira edição a Revista Warung foi atrás de um conteúdo de peso! No decorrer das próximas páginas você irá se deparar com figuras premiadas dentro de suas modalidades. No âmbito do esporte, fomos atrás dos campeões Minotauro e Maya Gabeira; na música, dissecamos o emblemático Chico Buarque e para os fãs da literatura, uma entrevista inédita com a gaúcha Martha Medeiros. É claro que não deixamos a música eletrônica, nosso forte, de lado. Escolhemos a dedo figuras interessantíssimas para falarem sobre seus projetos e hobbies – dentre elas Seth Troxler, Hernan Cattaneo e Renato Ratier. E, obviamente, a edição que comemora o décimo aniversário do Warung não poderia ser imaginada sem um especial dedicado a esta década repleta de tantos momentos únicos, não é?

We all know summer is about lightness and flair but in this third edition, Revista Warung focused on bringing you heavy-weight material! Throughout the following pages you will come across true champions within specific categories. In sports, we talked to Minotauro and Maya Gabeira; in music, we have dissected the emblematic Chico Buarque and for literary fans we have an interview with Martha Medeiros. No, we haven’t left our main focus behind, there’s plenty on electronic music to be found. We selectively chose the most interesting characters to talk about their projects and hobbies – amongst them are Seth Troxler, Hernan Cattaneo and Renato Ratier. And of course, the edition that celebrates Warung’s tenth anniversary could not be fathomed without a special piece on this past decade jam-packed with unique moments, right?

Muito tem sido relembrado com a chegada deste décimo aniversário. Mas ao contrário de diversos clubes, o Warung se destaca por se superar a cada noite, sendo que é quase impossível você ouvir da boca de alguém “nossa, mas naquele tempo que era legal!”. O clube se renova, evolui, e mantém impressionando a todos pelo respeito com o público e qualidade. Cada vez mais. Peço licença para dar o meu parabéns especial ao Warung e também a todos nós, que fazemos parte desta história! Boas festas e uma boa leitura.

Bruna Calegari

A lot has been reminisced upon the arrival of this tenth birthday. But contrary to several clubs, Warung stands out for surpassing Warung on every night – and so hearing phrases that involve “the good old days” is close to impossible. The club evolves, renews itself and keeps impressing everyone because of the respect they have towards their public and towards quality. Always. So here are my deeply felt congratulations both to Warung and also to all of us, who have been a part of this decade! I wish you all a great summer and happy reading!

Bruna Calegari

Expediente Coordenador João Anzolin

Colaboradores

Projeto editorial João Anzolin Bruna Calegari

Mateus Bailon, Vicente Frare, Juliano Monteiro, Gio Soifer, Liliane Rassi, Gustavo “Russo”, Dimitri Nakov, Guilherme Krauss, Franco Rodrigues, Adriel Douglas, Daniel Mafra, Manoela Ebert, Diogo Dreyer, Mike Henderson, Melissa Maouris, Mariana Weiss, Mateus Loureiro

Editora

Agradecimentos

Gustavo Marchesi

Gustavo Conti, Renato Ratier, Luiz Gustavo Zagonel, Kisy, Ademir Pavelski, Xande Heinenberg, Dani Kuhnen, Eduardo Rebola, Henrique Marciano, Red Bull, Jazz Spinder, Martin Gontad, Fabricio Wromsk, Samira Rocha, Editora Photos

Diagramação

Impresso no Parque Gráfico Posigraf

Eduardo Ferreira Gustavo Marchesi

Curitiba - Paraná - Revista impressa em papel offset 90 gramas

Editora de Moda

Revista Warung é uma publicação do Warung Beach Club produzida por Hot Content Mídia & Conteúdo e Inkers Design. Todos os direitos reservados. Os artigos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista, da editora ou do Warung Beach Club. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pela editora, com crédito da fonte.

Bruna Calegari

Projeto gráfico

Patrícia Backes

Tradução

Zora Morgenthaler

Revisão

Francielle Boguchesky (Português)


POR QUE A REVISTA WARUNG É UM VEÍCULO ÚNICO EM SEU SEGMENTO E IDEAL PARA DIVULGAR A SUA MARCA:

15 mil exemplares distribuídos gratuitamente (circulação entre quase 50 mil pessoas); Pontos de distribuição estratégicos espalhados por Itajaí, Balneário Camboriú, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo; Versão online e canal de comunicação ativo em mídias sociais; Único veículo impresso com conteúdo bilíngüe destinado aos turistas em todo o litoral de Santa Catarina.

ONDE ENCONTRAR SUA REVISTA WARUNG: Navegantes: Guichê Azul - Aeroporto Itajaí: Warung Beach Club Balneário Camboriú: Quisoque Warung no Balneário Camboriú Shopping Florianópolis: Lojas Santa Lolla (Floripa Shopping e Shopping Beira Mar), Sushi Roots (Lagoa, Centro e Barra da Lagoa), Loja Aesthetic Curitiba: Aurora Bar e Yellow Dj Academy São Paulo: D-Edge Porto Alegre: Leo Zamper Thippos

Anuncie ou seja um ponto de distribuição: revista@warungclub.com.br



10 | SINTA CATARINA


Sinta Catarina Feel Santa Catarina

Praia Brava (ItajaĂ­) | Franco Rodrigues


Ilha de Ratones (Florian贸polis) | Priscilla Pamplona | Editora Photos


Praia de Penha | Keity Palombo | Editora Photos


Sorrisos (Warung) | Franco Rodrigues



Ilha das Cabras (BalneĂĄrio CamboriĂş) | Fernanda Arruda | Editora Photo



18 | QUEM FEZ

nossos colaboradores our team

Franco Rodrigues é fotógrafo profissional e trabalha majoritariamente com eventos corporativos e fotografia publicitária. O gaúcho natural de Porto Alegre é apreciador de uma boa House Music e se amarra em registrar a nightlife eletrônica, que também é uma de suas paixões há mais de 10 anos – e para a qual possui uma visão inovadora, intrínseca da própria cena. Franco Rodrigues is a professional photographer who works mostly with corporate events and advertising photography. Born in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, he enjoys good House Music and loves shooting the electronic nightlife, which is also one of his passions for over 10 years – and towards which he has a very innovative and inherent point of view.

Arquiteto curitibano, com passagem pela Escola Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid e pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Juliano Monteiro tem no seu portfólio trabalhos já publicados na revista Wallpaper e prêmios como o WA Comunity Award, ambos de Londres, realizados com artistas, designers, teóricos e publicitários. Esteve durante os últimos anos à frente do AtelierUM+D junto de outros sócios e atualmente gerencia uma proposta de Archdesign Agency que leva sua assinatura e inaugura um espaço para pensar a arquitetura como agenciadora de diferentes produtos de criação. This architect from Curitiba who studied at the Superior Technical School of Architecture of Madrid and at the Fine Arts and Music School of Paraná, has compiled a portfolio of pieces that have been featured in Wallpaper magazine and been awarded prizes like the WA Community Award – all of which were collaborations with artists, designers, theorists and advertisers. Founder of AtelierUM+D he currently manages an Archdesign Agency proposal that carries his signature and is launching a space where architecture will become the agent for different creative products.

A gaúcha Patrícia Backes é sócia fundadora da Outfit4You, um projeto audacioso que enxerga a moda muito além do simples ato de vestir. Desde 2011 a Outfit, como é chamada pelos íntimos, é um coletivo composto por diversas marcas além da sua própria, e pessoas que buscam transformar as roupas em peças-chave para cada estilo, oferecendo consultoria de moda exclusiva para seus clientes. Localizada em Curitiba, a matriz é um point dos moderninhos, o que torna o ambiente um conglomerado de cultura e tendências. Patrícia Backes is from Rio Grande do Sul and is Outfit4You’s founding partner – a bold project that sees fashion as more than the simple act of getting dressed. Since 2011, Outfit, as it is known in the inner circles, is a collective composed of several different brands apart from its own, as well as people who aim at transforming clothes into key elements for every style, and fashion consultancies. Based in Curitiba, the main office has already become a meeting point for the more modern crowd in the city, which has made it a culture and trends conglomerate.


Liliane Rassi é formada em pâtisserie clássica pelo Le Cordon Bleu, na França, e estagiou em Paris com o chef Laurent Grolleau. No seu currículo também traz uma indicação ao Prêmio da Revista Gula com o trabalho no restaurante do Eon Club, o qual deixou, em 2007, para ter sua primeira filha. Após o nascimento, Liliane assumiu a gerência do Caffé Dell’Arte em Curitiba, que oferece um brunch dos mais concorridos da cidade. Liliane Rassi is formed in patisserie at Le Cordon Bleu Classic, in France, in Paris and interned with Chef Laurent Grolleau. Your resume also brings a Magazine Award nomination Gula with work at the restaurant of Club Eon, who left in 2007 to have her first child. After birth, Liliane took over management of Caffé dell’Arte in Curitiba, offering a brunch of the busiest in the city.

As raízes musicais de Dimitri Nakov remontam ao princípio do movimento House dos anos 90, quando conviveu com dois grandes nomes da cena eletrônica que foram seus mentores: Roger Sanchez e Sasha. Com eles foi descobrindo sua vocação para com a música e seu mercado, sendo que a decisão não poderia ser outra senão investir em uma carreira dentro dele. Hoje Dimitri mora em Ibiza, onde comanda uma das festas mais concorridas da ilha, a Never Say Never no hotel Ushuaia. É ele quem escreve e dá dicas preciosas sobre o destino desta edição na seção “Eu Fui”. The musical roots go back to Dimitri Nakov House principle of movement of the 90s, when he lived with two exponentials names of the electronic scene who were his mentors: Roger Sanchez and Sasha. With them was discovering his vocation for the music and its market, and the decision could not be other than investing in a career within it. Today Dimitri lives in Ibiza, where he runs one of the busiest holidays of the island, Never Say Never in Ushuaia hotel. It is he who writes and gives valuable tips on the fate of this issue in the “Been There” Section.

Gio Soifer começou a fotografar em 2009, quando foi morar em Israel como parte do movimento juvenil socialista que participava desde criança. Voltando de lá, já encantada com a fotografia, iniciou o curso de fotografia da Universidade Positivo em 2012. Apesar de caloura, em 2012 venceu o concurso britânico Renaissance Photography, sendo convidada a expor sua foto na Mall Gallery , em Londres. Para seus projetos, Gio trabalha com temas muito próximos, como seus medos, questionamentos e angústias, pois acredita ser a maneira mais sincera de encarar a arte. Gio Soifer began photographing in 2009, when he moved to Israel as part of the socialist youth movement who attended as a child. Returning from there, as enchanted with photography, he began to study photography at the University Positive in 2012. Although freshman in 2012 won the British Renaissance Photography contest, being invited to exhibit his photo on Mall Gallery in London. For their projects, Gio works with subjects close as your fears, doubts and anxieties, as he believes to be the most honest way of looking at art.




22 | HERE AND THERE

Diversão: o caminho para o futuro

Você é um influenciador? Saber o poder que algumas pessoas têm de influenciar as outras é um grande desafio que intriga - e interessa - muita gente. De marcas globais a partidos políticos, todos querem saber em quem confiar suas estratégias de propagação de ideias e produtos. Uma ferramenta que está se popularizando muito nos Estados Unidos pode ajudar a mensurar a influência, ainda que virtual, das pessoas. Trata-se do Klout. Através de um algoritmo que considera quantidades de amigos, fãs, seguidores, compartilhamentos, opções curtir e demais interações em mídias sociais diversas como Facebook, Twitter, LikedIn e até mesmo Instagram, o Klout calcula um índice do poder de influência dos usuários, que varia de 0 a 100. Por enquanto, o jovem cantor Justin Bieber é o único dono do índice máximo. Para saber o seu poder virtual de influência, basta se cadastrar no site. klout.com

Como tentar prever as próximas inovações? Pode ser mais fácil do que parece. Segundo o irlandês radicado nos Estados Unidos, Tim O’Reilly, responsável pelo grupo de mídia O’Reilly, o melhor caminho para antecipar o futuro é observar, no presente, o que os jovens estão fazendo e como eles estão se divertindo: “O mito da inovação é que ela começa com os empreendedores, quando ela realmente começa com pessoas se divertindo. Os irmãos Wright não estavam querendo inventar uma companhia aérea, eles estavam apenas dizendo ‘Caramba, será que nós realmente podemos voar?’”. Segundo Tim, a própria internet cresceu porque as pessoas começaram a se divertir cada vez mais com ela, e o futuro encontra-se nas mãos de pessoas que se divertem fazendo experiências, muito mais do que em grandes corporações.

Fun: the road to the future How can you guess what people will come up with next? It might be easier than you think. According to the Irish founder and CEO of O’Reilly Media based in the States, Tim O’Reilly, the best way to guess the future is to observe the young generation of today and learn how they have fun: “The myth of innovation is that it starts with entrepreneurs, but it really starts with people having fun. The Wright Brothers weren’t trying to build an airline. They were saying “Holy shit, do you think we could fly?” According to Tim, the Internet itself exploded because people started to have more and more fun with it and the future lies in the hands of those who have fun experimenting, much more than in large corporations.

Are you influential? Finding out the power some people have to influence others is a challenge that intrigues and interests quite a few people. From global brands to political parties, everyone is looking for that person to trust with their strategies for spreading ideas and products. In the United States a tool that claims to measure influence, even if only virtually, is gaining popularity- and fast. It’s called Klout. Using an algorithm that considers the amount of friends, fans, followers, shares, likes and other social media interactions found on Facbook, Twitter, LinkedIn and even Instagram, Klout calculates a power index for its users, grading them from 0 to 100. Currently, the young Justin Bieber stands alone at the 100 mark. To find out your virtual influencing power sign-in at the website.


Oliver Peoples Sunglasses

Instagram em números Os fãs do aplicativo Instagram, disponível gratuitamente para iOS e Android, possuem mais um recurso para acompanhar sua rede social favorita, agora on-line: o Statigram. O site pode ser acessado através do mesmo log-in utilizado no celular e permite diversas ações, como visualizar suas fotos favoritas em tamanho maior, baixa-las, além de checar os concursos que estão rolando na rede social. Outro recurso bacana do Statigram é o “print”, que permite ao usuário criar objetos reais com suas fotos favoritas no Instagram como almofadas, calendários, capinhas e skins para celular etc. Do celular para o computador: é o mundo móvel retornando às origens!

Fã de óculos escuros: já ouviu falar na Oliver Peoples? A marca que se destaca em rostos de celebridades como Brad Pitt, Angelina Jolie e Kanye West (seja na telona, no videotape ou nos flagras dos paparazzi) é uma das mais legais no momento. Em seus vídeos já estrelaram os atores Zooey Deschanel e Elijah Wood, além da rockstar Shirley Manson, da banda Garbage. A coleção 2012 é apresentada no melhor estilo “campus do sul da Califórnia”, onde rola um clima entre os atores Dakota Johnson (filha de Melanie Griffith) e Thomas McDonell, novo queridinho americano que atua no filme de Tim Burton “Sombras da Noite”. Como se não bastassem os ótimos vídeos e o produto, que é excelente, a Oliver Peoples também disponibiliza mixes compostos pelo que há de melhor da música eletrônica chill-out, contando com a participação de nomes como Junkie XL, Ian Pooley e da label Quango Music. Para os mais moderninhos, apostar na linha vintage é uma boa pedida. oliverpeoples.com oliverpeoplesvintage.com Sunglasses fans: have you heard of Oliver Peoples? This is the brand celebs like Brad Pitt, Angelina Jolie and Kanye West have been seen in lately (be it on the big screen, small screens or on paparazzi lenses) and they’re pretty cool in our books. Their videos have starred actors like Zooey Deschanel and Elijah Wood, as well as the rock star Shirley Manson, from Garbage. The 2012 collection is presented with a Southern California campus feel where sparks fly between the actors Dakota Johnson (Melanie Griffith’s daughter) and Thomas McDonell, America’s new golden boy last seen on Tim Burton’s “Dark Shadows”. As if great videos and an excellent product weren’t enough, Oliver Peoples also dishes out mixes composed by top tier chill-out artists like Junkie XL, Ian Pooley to name a few and as well as collaborations with Quango Music. If you like up-to-date, the vintage look was made for you.

Instagram in numbers Instagram fans have now got another resource to use when keeping up with their favorite social network, this time online: Statigram. The website can be accessed with the same log in used on your phone and allows several interactions such as visualizing your favorite pics in different sizes, downloading them and even organizing the competitions happening on Instagram at the time. Another cool resource on Statigram is its “print” option, allowing the user to make real objects out of their favorite shots – making cushion covers, calendars, phone covers and skins. From your cellphone to your computer: it’s the mobile world returning to its origins. Note: Instagram can be downloaded for free on iOS and Android.


Qual é mais verde: MP3 ou CD? Logo agora que você imaginava que uma qualidade da música digital é ser menos agressiva ao meio ambiente, um novo estudo revela que o consumo de energia envolvido no compartilhamento e download de músicas é tão maléfico para o planeta, se não mais, do que a produção e distribuição de um CD. O estudo, intitulado “The Dark Side Of The Tune: O custo Energético Oculto do Consumo de Música Digital” feito pelo instituto Bach de Tecnologia, mostra um lado diferente. O estudo se apoia no movimento mais voltado a um sistema de armazenamento na “nuvem”, que é sustentado por servidores enormes cuja construção e gasto de energia são imensos. Porém o estudo não considera o que acontece depois do consumo em relação, por exemplo, ao lixo produzido pela cópia física do CD. Resumindo: em teoria, se você comprar e guardar seus CDs para sempre, talvez seja melhor para o meio ambiente do que baixar músicas!

Oldschool high-tech Tudo que já foi moda está voltando com força total, e isso não é nenhuma novidade. Mas não só nas roupas e acessórios encontramos clássicos revisitados: a última linha de soundsystems da marca Classic mostra isso de forma divertida com seus produtos baseados em gramofones e rádios antigos. Os toca-discos com um design bem reconhecível para qualquer vovô não são somente bonitos, mas também funcionais, suportando praticamente todos os formatos conhecidos: discos de vinil de até 12”, fitas k7, MP3, cartões de memória e CD. O modelo abaixo é o Texas, que custa em média R$1.159,00 e está à venda na internet e em lojas especializadas. Não é demais? Everything that has once been something is coming back full force, no news there. But clothes and accessories aren’t the only places we can find revisited classics: Classic’s latest line of sound systems shows us that in its fun products based on gramophones and old radios. The record players recognized by grandparents far and wide aren’t only beautiful but also functional, supporting practically all known formats: vinyl, cassette tapes, MP3, memory sticks and CDs. The Texax model costs R$1159 and you can find it online and in specialized stores. Isn’t it great?

MP3 or CD: which one is greener? Just as you were thinking that the one redeeming feature of the digital music age was its kindness to the environment, a new report has revealed that the energy consumption involved in the online sharing and streaming of music is just as harmful, if not actually more harmful, to the environment than the physical production and distribution of CDs. The report, titled ‘The Dark Side of the Tune: The hidden Energy Cost of Digital Music Consumption’ endorsed by the Bach Technology institute, shows us all a different side. The report stresses the movement towards a more “cloud-based” system, which are powered by environment-slaying server-farms. However the study doesn’t consider what happens with the carbon footprints generated by the CDs when they turn into trash. In theory, if you keep a CD forever, it is better for the environment than downloading tracks.


All Work and All Play mostra o perfil da nova geração E a mobilidade encontra o estilo

O grande dilema da geração atual é conciliar trabalho com prazer. “Você está fazendo o que gosta?” é a pergunta feita pelo Box1824, um instituto de tendências brasileiro que se mantém em sintonia com as inovações e busca prever acontecimentos na esfera social. Através do filme intitulado All Work and All Play, traduzido do inglês como “muito trabalho e muita diversão”, a Box1824 analisa a evolução das gerações em sintonia com o mercado de trabalho e as estratégias criativas que formam o panorama profissional atual, onde se destacam os Millenials (ou Geração Y) – que buscam reinventar tudo que foi estabelecido pelo mercado de trabalho até hoje. All Work and All Play utiliza recortes de grandes filmes de Hollywood e imagens emocionantes para ilustrar esta nova perspectiva. Voltando ao início, você já se fez esta inquietante pergunta? Então, com seu smartphone em mãos: play! vimeo.com/44130258 box1842.com.br

All Work And All Play gives us an outline of the new generation

Basta comparar o trânsito de alguns anos atrás ao de hoje para constatar: as bikes são o meio de transporte do futuro. Antes usadas por quem não tinha carro, hoje são a opção de muitos para fugir ao caos dos engarrafamentos e locomover-se com mais liberdade, além de fazer a sua parte por um planeta menos poluído. Atentas a este fato, montadoras de renome estão lançando suas próprias linhas de bicicletas; a Volkswagen, a Porsche e a Mini já lançaram seus modelos de magrelas. Uma das últimas companhias a integrar o time da mobilidade sustentável é a Audi, que após a compra da marca italiana Ducatti, apresentou a estilosíssima bicicleta elétrica (ou e-bike) Wörthersee. Feita de fibra de carbono, alcança até 80km/h e possui computador de bordo.

Mobility meets style A fast comparison of the amount of cars on the streets a few years back and today make it seem obvious: bikes are the future. Once used by those who did not actually own a car, they are now an option for many who wish to escape traffic jams and have greater freedom when on the move – as well as for those who wish to see a less polluted world. Aware of this change, renowned car manufacturers have started to release their own bicycle lines; Volkswagen, Porsche and Mini have all presented their own bike models. One of the latest companies to get on the sustainable mobility wagon was Audi, which introduced their very stylish electric bike, Wörthersee, right after they bought Ducatti. Made of carbon-fiber-reinforced polymer (CFRP) and reaching a top speed of 80km/hr., the model has even got an on-board computer.

The new generation’s biggest dilemma is balancing work and pleasure. “Are you doing what you love?” is the question posed by Box1824, a trend institute that keeps in synch with innovations and tries to anticipate behaviours in the social sphere. In the movie All Work And All Play, Box1824 analyses the evolution made by the generations tuned into the working world and the creative strategies used in the current professional scenery, where the Millennials (or Generation Y) rule – those attempting to reinvent everything that has already been established in the labour market to this day. All Work and All Play uses legendary snippets from great Hollywood hits and touching images to illustrate this new perspective. Looking back: have you asked yourself that disturbing question? So pick up your smartphone and press play!


Projetor de bolso para iPhone 4

Home City Home: Porque cidades são pessoas

Quem viaja sabe: ninguém melhor do que um morador local para indicar lugares curiosos e realmente interessantes. Essa é a ideia do Home City Home - um guia diferente daqueles que se encontram por aí. A cada edição, colaboradores escolhidos a dedo recomendam seus endereços preferidos na cidade, que vão de bares e restaurantes a lojas e atrações culturais. O resultado é uma publicação independente, sem vínculos com os estabelecimentos indicados e com um olhar completamente voltado para experiências de vida local. Atualmente o guia existe para a cidade de Curitiba e, em breve, para o Rio de Janeiro, São Paulo e Buenos Aires – mas a ideia, segundo o responsável pelo projeto, o publicitário Eduardo Rebola, é que se expanda globalmente. homecityhome.com.br

Home City Home: why cities are people Anyone who travels knows: no one better than a local to point you towards intriguing and interesting places. This is the idea behind Home City Home-a different guide to the ones out there. Every year, handpicked employees recommend their favorite spots in the city, ranging from bars and restaurants to shops and cultural attractions. The result is an independent publication, with no links to the featured establishments and an outlook geared completely towards local life experiences. Currently the guide exists for Curitiba and will soon be available for Rio de Janeiro, Sao Paulo and Buenos Aires – but the idea, according to the man responsible for the project, the (m) adman Edward Raheb, is the project expands globally. www.homecityhome.com.br

Como a cada dia surgem novidades para os aficionados por tecnologia, este projetor de bolso é mais um gadget criado para transformar o seu iPhone 4 em um verdadeiro mini-cinema. Fez um vídeo legal da balada e quer mostrar para os amigos? É só plugar o seu aparelho no Pocket Projector e pronto! É também uma boa alternativa para realizar apresentações de trabalho e até para entreter o seu sobrinho hiperativo. O dispositivo é equipado com uma lâmpada de LED de 15-lum especial para projetores, e pode ser adquirido por U$230,00 em sites como o Amazon. amazon.com

iPhone4 Pocket Projector A new day means a new invention for tech-aficionados and this pocket projector is another gadget created to transform your iPhone4 into a real mini-movie theater. Did you record a great video at the party and now want to show your friends? Just connect your phone to a Pocket Projector and there it is! It’s also a great way to present material at work and also to entertain your hyperactive nephew. The gadget is equipped with a special 15-lum LED lamp made for projectors and can be bought U$230 on websites like Amazon. www.amazon.com


Hitchcock documentado

Guarde tudo sempre ao pé Você decide dar uma volta na praia ao entardecer e pensa: “não vou levar dinheiro, documento, chave... Já volto”. O que acontece? Acaba morrendo de sede ou deixando passar o vendedor de açaí que ficou esperando o dia todo. Pior: ficou trancado pra fora do apartamento! Todo mundo já passou por uma situação destas, e para resolver este simples problema, a marca de surf Reef apresenta sua mais nova criação: as Stash Sandals. Totalmente à prova d’água, as sandálias possuem um compartimento para chaves, cartão de crédito e dinheiro – tudo isso no solado. O conforto das sandálias é garantido por sua constituição em EVA e fibras de Cannabis sativa, além do acabamento impermeável em nobuck. As cores são bem leves e divertidas, com a cara do verão. reef.com

Hitchcock, filme biográfico sobre o Mestre do Suspense com Anthony Hopkins, Helen Mirren e Scarlett Johansson tem tudo para ser o filme mais comentado deste verão. Baseado na obra literária “Alfred Hitchcock and the Making of Psycho”, o filme se concentra no período em que o diretor produziu Psicose, seu filme mais aterrorizante e emblemático, mostrando todos os problemas e obstáculos sociais que o diretor passou para a realização da película. Além da história e elenco serem fantásticos, é esperado que o diretor entregue um trabalho espetacular para a Fox Searchlight, expectativa baseada em seus recentes trabalhos como roteirista de “O Terminal” (com Tom Hanks) e diretor do documentário sobe a banda de heavy metal Anvil, que é referencial para toda a comunidade do rock. O filme estreou no fim de novembro nos EUA.

Keep everything at your feet

Documented Hitchcock

Whenever you decide to go for an afternoon stroll on the beach you think to yourself: “I’m not taking money, ID or my keys…I’ll be right back”. And what happens? You end up dying of thirst or having to watch the Açai vendor walk by after spending all day waiting for him. Worse: you are now locked outside your home! Everyone has gone through at least one of those situations before and to solve those problems, the surf brand Reef introduces its newest creation: the Stash Sandals. Completely waterproof, the sandals have a compartment for keeping your keys, credit card and money – tucked away in the heels. Comfort is guaranteed by its EVA and cannabis sativa fiber composition, as well as the impermeable finishing touches in nobuck leather. The colors are light and fun, just like summer! www.reef.com

Hitchcock, a biographical movie about the Master of Suspense with Antony Hopkins, Helen Mirren and Scarlet Johansson has all the tools to become the hit movie of the summer. Based on the non-fiction book “Alfred Hitchcock and the Making of Psycho”, the movie focuses on the period when the director produced Psycho, his most emblematic and scariest movie, depicting all of the problems and social barriers the director overcame to complete the piece. Besides the fantastic story and cast, Sacha Gervasi’s work as the director for Fox Searchlight’s project, is also greatly anticipated. Expectations based on his recent work as screenwriter for “The Terminal” and as director for the documentary about Anvil, an iconic heavy metal band in the eyes of any rock fan. The film will be released in the end of November in USA.


Um jeans para chamar de seu

Paris vista de ponta cabeça Há muitas maneiras de se cruzar o rio Sena, mas o trampolim inflável projetado pelo escritório de arquitetura parisiense AZC seria definitivamente a mais divertida. Formada por três módulos infláveis no formato de boias, presos no centro por uma tela elástica, a ponte é projetada para ficar estrategicamente posicionada em relação à Torre Eiffel, o que proporcionaria aos seus usuários uma vista única da cidade. Problemas de segurança à parte, a ponte com certeza excluiria a rotina – e adicionaria uma boa dose de adrenalina anti-gravitacional – da vida de milhões de pedestres.

A Levi’s lançou o seu primeiro jeans “sob-encomenda”, em sua flagship no Meatpacking District de Nova York. Lá os clientes podem criar e personalizar seu próprio par de jeans, envolvidos em todo o processo de criação de sua calça: da seleção dos materiais ao tipo de corte. Até os detalhes são exclusivos, visto que é disponibilizada uma variedade de materiais diferentes, rebites e padrões de costura. O alfaiate Ryan Grant-Hays é o encarregado de criar sua calça dos sonhos na sala de costura localizada no piso de baixo da própria loja. O produto final leva de um a dois meses para ser concluído e custa uma média de US$ 750. O preço equivale à exclusividade: quantas vezes você pode ter um par de jeans projetado por e para você?

A jeans to call your own Levi’s has launched its first ever ‘made-to-order’ jeans project, at its New York City’s Meatpacking District Store, that allows customers to design and customize their very own pair of denim. There, customers will be involved in the entire jeans-making process—from selecting the materials and customizing the fit. They can even create their own signature design using a variety of different threads, rivets and stitching patterns. Master tailor Ryan Grant-Hays, will be in-charge of putting together your dream denim—making each pair from scratch in the store’s basement sewing room. The final product will take one to two months to complete and will probably set you back by at least US$750. But hey, how often do you own a pair of denim designed for you and by you?

Paris seen upside-down There are many ways to cross the River Seine, but the inflatable trampoline bridge envisioned by Paris-based agency AZC must surely be one of the most enjoyable ones. Formed by three giant lifebuoy-like inflatable modules—30 meters in diameter—strung together by cord, the bridge is set to be located strategically in relation to the Eiffel Tower, so as to provide users with a unique view of the city. Security and safety concerns aside, this bridge will definitely take the mundane out of—and add a dose of anti-gravity thrill to—the daily commute for millions of pedestrians.



30 | ESPECIAL 10 ANOS

Até os mais céticos se rendem à força do número 10. Interpretações místicas ou numerológicas deixadas de lado, o dez é um número que traz consigo uma ideia muito forte de totalidade, de uma etapa cumprida e acabada. E, de fato, o Warung atinge seu décimo aniversário com uma certeza: de ter cumprido com méritos a missão de propagar os valores da boa música ao longo de uma década. Em 2002, quando o clube abriu suas portas pela primeira vez, Santa Catarina, o Brasil e o mundo eram muito diferentes. O Brasil possuía um cenário de música eletrônica crescente, mas difuso. Santa Catarina, que hoje recebe centenas de DJs internacionais a cada ano, não possuía sequer um clube que trabalhasse a música eletrônica com a seriedade que ela merece. Se hoje todo o litoral catarinense se transformou em um dos principais roteiros mundiais para os fãs do gênero eletrônico, o Warung tem o orgulho de ter sido o pioneiro. O tempo passou, o clube se transformou ao mesmo tempo em “casa” e “templo”, e 10 anos repletos de tantos momentos especiais não poderiam ser justamente retratados em poucas páginas. Nossa maneira de ilustrar a grandeza desta história foi tentar voltar no tempo e ver o quanto você, leitor, e o mundo estão diferentes, em demonstrar detalhes que ajudaram a fazer do Warung este espaço tão único.

Após dez anos de muita história, nenhum presente poderia ser melhor do que poder seguir olhando para o futuro com a certeza de que momentos ainda melhores virão. Através do trabalho contínuo do clube – que agora conta com um selo e uma publicação próprios e uma agenda cada vez mais vanguardista – e desta relação de amor incondicional com seu público, o Warung celebra uma década honrado pela missão cumprida e pronto paras as próximas transformações, mas com os mesmos compromisso e valores que nos guiaram até aqui.


Even the most skeptical surrender to the power of number 10. Mystical numerological interpretations or set aside, the ten is a number that brings a very strong idea of totality, an accomplished stage and finished. And indeed, the Warung reaches its tenth anniversary with a certainty of having complied with the merits mission to propagate the values of ​​ good music over a decade. In 2002, when the club opened its doors for the first time, Santa Catarina, Brazil and the world were very different. Brazil has had a growing electronic music scene, but diffuse. Santa Catarina, which today receives hundreds of international DJs every year, did not have even a club that works electronic music with the seriousness it deserves. If today around the coast of Santa Catarina became a major world tours for fans of the genre electronic, Warung is proud to have been the pioneer.

Time passed, the club became while “Home” and “temple”, and 10 years filled with many special moments could not be portrayed in just a few pages. Our way of illustrating the greatness of this story was trying to go back in time and see how you, the reader, and the world are different in detail to demonstrate that helped make this place so unique Warung. After ten years of great history, no gift could be better than to be able to continue looking to the future with certainty that even better times ahead. Through the ongoing work of the club - which now has a seal and a publication own agenda and increasingly avant-garde - and this unconditional love relationship with your audience, Warung celebrates a decade honored by the mission accomplished and ready paras upcoming changes but with the same values ​​and commitment that led us here.




2002 “O ano em que o dólar chegou a R$ 4,00”

“The year the dollar hit R$ 4,00“

“Brasil chega ao inédito pentacampeonato” Seleção brasileira curtia a ressaca do Penta e era primeira no ranking da FIFA.

“Brazil conquers an unprecedented fifth world title “

“EUA insistem em uma guerra contra o Iraque” Saddam Hussein governava o Iraque e os Estados Unidos ameaçavam uma invasão.

“USA insists on war against Iraq”

“O celular vai se tornar um computador de mão?” Um iPod custava de 300 a 500 dólares e armazenava, no máximo, 20GB de músicas. O primeiro celular com câmera fotográfica - de 1,3 megapixels - acabava de ser lançado, pela Sanyo. Celular com câmera e mp3 player ainda não existia.

“Will mobile phones become hand-held computers?”


2012 “Dólar estabiliza em R$ 2,00” “Dollar stable at R$ 2,00”

“CBF garante Mano Menezes para 2014” Seleção brasileira figura na 14a colocação no ranking da FIFA e se prepara para a Copa no Brasil

“CBF guarantees Mano Menezes in 2014”

“Obama acusa Romney de ter apoiado Guerra do Iraque” Os EUA invadiram o Iraque, Saddam Hussein foi morto e o as tropas já deixaram o país.

“Obama accuses Romney of having supported the war on Iraq”

“Galaxy S3 e iPhone 5 disputam mercado de smartphones” Um iPhone 5 custa de 200 a 850 dólares nos EUA, com 16 a 64GB de armazenamento, toca músicas e exibe videos, além de ter uma câmera embutida de 8 megapixels.

“Galaxy S3 and iPhone 5 fight over smartphone market share”



No ano de 2002, o Warung nasceu com o intuito de trazer ao Brasil o melhor da música eletrônica mundial. Hoje, 10 anos depois deste começo, é lançado um projeto com objetivo inverso: ser um canal de expressão artística que leve o Warung para além das fronteiras físicas de clube, e sirva de vitrine tanto para artistas brasileiros como internacionais - de nomes consagrados a novíssimos talentos. Trata-se do selo Warung Recordings, criado em comemoração ao décimo ano do clube. O Warung Recordings nasce da união de talento, muito trabalho e uma curadoria impecável, almejando expressar ao mundo a energia e unicidade que só o Warung tem. Em sua edição de estreia, o selo já entregou um belo trabalho pelas mãos do produtor belga Kolombo e do curitibano Ricardo Albuquerque no EP “Get So Hot”, que atingiu o 50º lugar no chart do gênero Deep House do site Beatport. Trabalhos do produtor Tapesh e uma coletânea com vários artistas nacionais são os próximos trabalhos garantidos do selo. Ser uma ponte entre os novos talentos que despontam mundo afora e as cabines do clube também é uma das diretrizes do selo. Para falar um pouco sobre esta iniciativa, ninguém mais indicado do que um dos membros da cúpula que realiza a curadoria artística do selo: o DJ e um dos residentes residente do Warung Leo Janeiro.

In 2002, Warung was born with the mission of bringing to Brazil the best of global electronic music. Today, 10 years down the line, a project with the opposite goal is launched: to be a channel for artistic expression that takes Warung beyond the club’s physical boundaries and serve as a showcase for Brazilian and International artists – both renowned names as well as new talents. This is Warung Recordings, a creation that celebrates the club’s 10th year. Warung Recordings is a result of the union between talent, hard work and an impeccable curatorship – aiming at showing the world the energy and unity only found at Warung. For its debut edition the label launched an incredible piece by Belgian producer Kolombo and an exclusive remix by Brazilian producer Ricardo Albuquerque with the EP “Get So Hot”, which made it to the 50th position in the Beatport Deep House chart. To tell us a little more about the initiative, none better than one of the members of the project who is responsible for the label’s artistic: the talented Warung resident Leo Janeiro.

Qual é sua função dentro do Warung Recordings?

What is your role at Warung Recordings?

Organizar as ações e ao mesmo tempo estar em contato com os artistas. Também divido a função de label manager com o Daniel Kunhen e o Ricardo Albuquerque.

To organize actions while being in touch with the artists. Also, I divide the function of label manager with Daniel Kuhnen and Ricardo Albuquerque

Por que criá-lo?

Why a label?

Na verdade o Warung é um clube mundialmente conhecido e nos últimos anos já existia a vontade de ter este braço dentro da estrutura, incentivando novos produtores e artistas . Começamos a conversar e demos um start, passo a passo vamos encontrando nosso espaço. Qual é o diferencial do Warung Recordings?

Warung is a world renowned club and the desire to have this label has always existed, specially to encourage new producers and artists. We started talking and started it out, now step by step we will find our space. What is unique about Warung Recordings?

Eu acredito que seja ideologia de trabalho. Estamos recebendo muito material bacana de diversos estilos e isto mostra que a proposta do Warung é boa musica antes de qualquer coisa.

I believe it is ideology at work. We are getting a lot of cool stuff from different styles and it shows that the purpose of Warung is good music before anything else.

E quais são as influencias e inspirações do selo?

Which other labels served as inspiration?

Talvez a maior inspiração seja a maneira de trabalhar e as propostas que o Warung acredita até hoje, um clube que tem 10 anos com uma historia única é um motivo mais do que suficiente para fazermos o melhor. Sabemos o caminho e estamos trabalhando para consolidar esta aposta.

Perhaps the biggest inspiration is the way Warung works and its beliefs, after all a club that has 10 years of a unique story has more than enough reasons to do the best. We know the way and are working to consolidate this project.


na mĂ­dia...

na mĂşsica...

na pele...



40 | ENTREVISTA

Por Bruna Calegari

Sabe-se que o Minotauro foi uma figura da mitologia grega, formada pelo corpo de um homem e a cabeça de um touro. De acordo com as lendas gregas, era um monstro que vivia em um labirinto em Creta, que foi morto pelo herói ateniense Teseu durante uma guerra entre as cidades. Nem monstro nem criatura, hoje Minotauro é sinônimo de um dos maiores nomes do MMA (Mixed Martial Arts), sendo precursor de um esporte com alto grau de envolvimento do público, além de um exemplo a ser seguido por todos. Antônio Rodrigo Nogueira luta desde muito jovem, quando começou a praticar jiu-jitsu e boxe para recuperar-se de um acidente que sofreu aos onze anos, no qual foi atropelado por um caminhão. A partir daí, a luta tornou-se parte de sua vida e também da de seu irmão Rogério, conheci-

do como Minotouro. Juntos eles fazem parte da elite do MMA e comandam uma academia no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro: a Team Nogueira. Lutador peso-pesado em força e atitude, Minotauro é um dos principais nomes do UFC (Ultimate Fighting Championship), campeonato em que possui mais de 30 vitórias, sendo 22 por finalização. No fim de 2012 o lutador deu mais um exemplo de superação: ainda se recuperando de uma fratura e com nada mais nada menos do que 16 parafusos em seu braço, conseguiu finalizar o norte americano Dave Herman no UFC Rio. No auge de sua carreira, defende a popularidade recente que o MMA vem adquirindo com a mídia e deixa claro que, nos dias de hoje, vai ser difícil um Teseu qualquer voltar a derrotar o mítico Minotauro.

Sempre brinco: se aguentei um caminhão passando por cima, não vai ser uma luta que vai me desanimar!


2012 foi o ano em que o MMA se consolidou definitivamente como o esporte de lutas mais popular no mundo, desbancando o Boxe. A que você acredita que se deve este fenômeno? Eu acho que o MMA trouxe novos ídolos para o público, além de lutas mais dinâmicas e emocionantes. Os meios de comunicação ajudaram muito também, com seu apoio e transmissões passou a ser desmistificada aquela imagem violenta que o esporte tinha no passado. Isso tudo sem mencionar o próprio torneio UFC, que foi fundamental para que tudo isso acontecesse. Hoje UFC é um sucesso absoluto no Brasil, diferente de quando vocês começaram a lutar. Uma grande prova disso é o reality show que a Globo apresenta aos domingos, “The Ultimate Fighter Brasil”. Esta popularidade afetou muito a rotina e o dia a dia dos lutadores? Afetou nossa rotina, mas tudo mudou para melhor! Hoje somos reconhecidos na rua, o carinho e também o assédio do público aumentaram – o que só fez melhorar o fato de ser um representante do esporte. Temos mais oportunidades de mostrar nosso trabalho, damos mais visibilidade e retorno para os patrocinadores, que estão cada vez maiores. Estou satisfeito em relação a isso.

Qual foi o momento mais marcante na carreira dos irmãos Nogueira? Tiveram muitos momentos marcantes, como as conquistas de cinturões do Pride e UFC. A medalha de bronze nos jogos Pan-Americanos do Rio, conquistada em 2007 pelo Rogério (Minotouro), também foi merecida, uma lembrança bem emocionante. Como a família Nogueira se comporta com dois de seus integrantes sempre atuando nos ringues? É, não dá pra fazer de conta que temos empregos normais, não é (risos)? O pessoal fica apreensivo, preocupado, acho que é normal. Mas todo mundo sempre acompanha e torce por mim e pelo Rogério. O coração aperta, mas o pessoal é forte! A família sempre nos apoia e devemos tudo a ela. Pode-se dizer que o acidente que você, Minotauro, sofreu quando criança, foi decisivo para moldar a sua determinação e força de vontade como lutador?

Com certeza, o que aconteceu me deu ainda mais força para enfrentar os adversários. Sempre brinco: se aguentei um caminhão passando por cima, não vai ser uma luta que vai me desanimar! Com o crescimento do esporte, ele pode ser uma ferramenta importante na questão da violência. As academias fazem um trabalho específico de conscientização dos seus alunos neste sentido? Sim e acredito que esta seja a parte mais importante da popularização do MMA como esporte. Lá no Team Nogueira (academia dos irmãos com 1000m² de área, localizada no Rio de Janeiro) além de formarmos lutadores, tentamos formar bons cidadãos e mostrar que para isso a luta é uma ótima ferramenta. E na hora de relaxar, sabemos que vocês eventualmente vêm para o Warung. O que mais gostam no clube? Estar no Warung é muito bom. Desde o clima, o lugar, as pessoas, sem falar que sempre somos muito bem recebidos! É sempre bom voltar!


It is fairly common knowledge that the Minotaur is a Greek mythological character with the head of a bull on the body of a man. According to Greek legends this monster dwelt in the Cretan Labyrinth and was killed by the Athenian hero, Theseus, during a war between both cities. Neither monster nor creature, Minotauro (the Brazilian way of spelling Minotaur) is today synonymous with one of the greatest names of MMA (Mixed Martial Arts); a pioneer in a sport which greatly involves the audience, as well as an example to be followed by all. Antônio Rodrigo Nogueira has been fighting from a very early age, since he began practicing jiu-jitsu and boxing to recover from an accident he suffered at age eleven, where he got hit by a truck. After that, fighting became part of his life. The same happened to his brother Rogério, known as Minotouro (a play on words mixing the mythical name and the Brazilian word for a bull). Together they are a part of the elite group of MMA fighters and run the family gym in Rio de Janeiro’s Recreio: Team Nogueira. A heavyweight fighter both in strength and personality, Minotauro is one of the top names in the UFC (Ultimate Fighting Championship), where he’s won over 30 fights, 21 of those by submission. In the end of 2012 the fighter has given one more proof of overcoming himself: still recovering from a fracture and holding no less than 16 nails in his arm, he finished American fighter Dave Herman in UFC Rio. At the peak of his game, he defends the recent attention MMA has been getting from the media and makes it clear that in today’s day and age it would be quite tough to find a Theseus capable of destroying the mythical Minotauro. 2012 was the year MMA truly solidified its position as the world’s most popular wrestling sport, leaving Boxing far behind. Why do you think this has happened? I think MMA has given the audience new idols as well as more dynamic and exciting fights. The media has also helped a lot, not only in support but also through its growing transmission; the image of violence that surrounded the sport in the past has been put to sleep. And of course there’s the UFC championship itself, which played a fundamental role in making all of this happen. UFC is now a total hit in Brazil, different to when you began fighting. Proof of this is the reality show that airs on Globo every Sunday, “The Ultimate Fighter Brasil”. Has this sudden popularity changed the fighters’ daily routines? It’s affected our routines, but everything has changed for the better! Nowadays we’re recognized on the streets, the love and attention we get from the audience has grown – which only improves the fact that we are representatives of the sport. We have greater opportunities to

show our work, our sponsors get greater visibility and an increased return on their investments. I’m very pleased about all of that. What was the greatest moment in the Nogueira Brothers’ career? There were several landmarks, such as the Pride and UFC belts. The bronze medal at Rio’s Pan American Games, won in 2007 by Rogério (Minotouro), was also well deserved and a very thrilling memory. How does the Nogueira family handle having two of their members in the ring? Well, you can’t really pretend we have normal jobs, right (laughs)? the family gets worried, apprehensive; I guess it’s expected. But everyone is always watching and cheering for Rogério and I. It’s tough on the heart, but they’re strong! the family has always backed us and we owe them everything. Is it right to assume that the accident you, Minotauro, suffered as a child was decisive in shaping your determination and strong will as a fighter?

For sure. What happened then gave me even more strength to face adversaries. I always joke around: if I could handle a truck running over me, it won’t be a fight that will bring me down! The growth of the sport can act as a fundamental tool in terms of dealing with violence. Do the gyms specifically work on awareness in this sense with their students? Yes, and I believe that’s the most important aspect of MMA’s popularization as a sport. At Team Nogueira (the brother’s 1000m²-gym in Rio de Janeiro) we don’t only train fighters, we try to mould good citizens and want to show that the sport is a great tool in that aspect. And on your time off I know you guys like to visit Warung to kick back a little. What is it you most like about the club? Warung is a great place. From the atmosphere to the location, the people, not to mention the fact that we’re always very well taken care of! It’s always great to be back!



44 | ENTREVISTA

Por Bruna Calegari

O estranho hábito de mexer nos cabelos, disformes e eriçados, faz parecer com que Seth não esteja acostumado à sua própria imagem refletida através da videoconferência no Skype. Também era de se esperar, pois vaidade não seria uma das qualidades mais proeminentes desta figura tão celebrada na música eletrônica hoje. O estilo despojado e ar de “pouco me importa” dão a Troxler uma atitude na medida: não muito hipster e ainda assim demonstrando estar a par e fazer parte das coisas mais legais que acontecem. A educação e escolha das palavras mostram que é uma pessoa distinta, que teve oportunidades – e Seth soube, melhor do que ninguém, como agarrá-las, usando talento e conhecimento para conseguir transformar música em sua profissão. Mas provavelmente nada teria acontecido sem duas coisas muito importantes: um grupo de amigos e a atitude. Sim, a atitude diz muito mais sobre o sucesso de uma pessoa como Seth Troxler do que se possa imaginar.

Quando foi que você percebeu que o seu trabalho estava de fato sendo algo notável para a cena musical? Acho que eu nunca percebi de fato. Na verdade eu tento não pensar muito em quão “grande” o que eu faço se tornou. É claro, as coisas foram mudando conforme as músicas que eu fazia começaram a ser reconhecidas e o lance do RA [seleção do site Resident Advisor onde Seth ficou em 2º lugar como o melhor DJ do mundo] definitivamente mudou muita coisa. Comecei a tocar em gigs maiores e a ser colocado como atração principal. Mas procuro não pensar muito no sucesso, até porque talvez só perceba que estou pronto pra ele depois que eu já tiver parado. Talvez não esteja pronto nunca! Festas, fama, fazer o que você ama...

A questão é: “are you living the life”*? Veja só, que engraçado você perguntar – porque eu já fiz uma música falando sobre isto! [Penso que ele não entendeu o trocadilho] Existem muitos altos e baixos. Há momentos em que tudo parece ter saído de um filme e a vida não poderia ser melhor, mas também há outros em que eu me questiono sobre tudo, até porque o estilo de vida que levo praticamente acabou com a minha vida social. Mas eu tento aproveitar o máximo a minha notoriedade e a atenção que ganho para investir no meu selo Visionquest e também em outros projetos pessoais.

um restaurante no formato pop-up, para que eu possa levá-lo para vários lugares do mundo. Inclusive para o Brasil, quem sabe? Também adoro fazer churrascos... Churrascos!? Sim! Eu tenho certa fama de churrasqueiro. Churrasco americano é claro, com molho Barbecue, cuja receita é segredo. Ganhei um concurso no ano passado, no lounge da vodca Belvedere dentro da Winter Music Conference, em Miami: fiz sozinho churrasco para 150 pessoas. Só eu e a grelha: “tsh, tsh, tsh”...

Quais seriam estes projetos pessoais?

E a música, também era um hobby para você no começo?

Na verdade tenho cozinhado muito, é meu hobby favorito. Meu novo projeto é

É claro. Só depois que ela acabou me surpreendendo e se tornando o meu

*Trocadilho feito com a música de autoria de Seth e da dupla Art Department intitulada “Living The Life”, um dos primeiros sucessos de Troxler como produtor.


trabalho. Não ficava em casa maquinando “vou fazer isto, isto e isto para ficar famoso”. Era um hobby, eu adorava tocar e produzir música e precisei parar para reconhecer que estava fazendo isso como um trabalho propriamente dito: organizar as coisas, tratar com seriedade, tocar cerca de 5 vezes por semana com o mesmo afinco, conseguir dormir o suficiente. Você precisa ser profissional, afinal as pessoas vão até um lugar para te ver tocar, você precisa entregar a elas o seu melhor, sempre. Você nasceu e cresceu em Detroit, como muitos grandes nomes da música eletrônica hoje. Falando bem sério: o que acontece com Detroit? Por que sempre surgem tantos talentos por lá? Colocam alguma coisa na água? (risos) Pois é, sabia que Detroit foi construída sobre uma enorme rocha de cristal [de silício]? Talvez coisas mágicas aconteçam lá por motivos sobrenaturais! Mas na verdade acho que a cidade possui tantos artistas e músicos porque passou por períodos difíceis e as pessoas precisavam de alguma forma de fuga, de escape. Lá começou um tipo de legado musical com o techno, então o padrão

de conhecimento e envolvimento musical foi estabelecido a níveis muito mais altos que o normal: você quer e precisa se tornar parte disso. Então a música eletrônica deixou de ser uma forma de escape pare se tornar um estilo de vida. Em Detroit e em outros lugares do mundo, todo jovem que domina um tipo de assunto se torna cool. E eu era um desses jovens: lia livros, ia atrás de discos antigos, tentava ultrapassar meus amigos, saber mais que eles. Mas era tudo na brincadeira, não havia a pretensão de que isto se tornasse sério. Ou tão sério (risos)! Então depois que você terminou seus estudos, levou a brincadeira para Berlim? Ou você, Ryan Crosson, Lee Curtiss e Shaun Reeves já tinham planos de se profissionalizar na cena musical? Shaun já morava lá. Eu tinha acabado de me formar. Ryan, Lee e eu já íamos pra Berlim ocasionalmente, tínhamos muitos amigos por lá. Na época estávamos nos EUA trabalhando em empregos do tipo: loja de carros usados, empresa do pai... Não tínhamos nada a perder, então decidimos ir – na loucura mesmo. A

verdade é que não havia motivos suficientes para ficar. Então tudo começou a acontecer com nossas carreiras, foi bem surpreendente. E aí surgiu o Visionquest, certo? Por que criar seu próprio selo? Bom, basicamente somos amigos há mais de dez anos e criamos o label porque havia muita música que a gente gostava e não era lançada por nenhum selo. Também para dar vazão a projetos como, por exemplo, uma gig que fizemos no DC-10, em Ibiza: procuramos fazer uma ambientação completamente diferente, criar uma imersão num universo Visionquest. As artes foram também fundamentais, já que gostamos de investir em pôsteres, capas diferentes feitas por um designer exclusivo com todo cuidado. As artes do Visionquest, de fato, têm uma personalidade forte. E qual é o significado do triângulo e do olho na logo de vocês? É algo místico? É místico sim, algo que nós quatro acreditamos. O símbolo tem origem na ideia de rituais de passagem, como experiên-

“O símbolo do Visionquest tem origem na ideia de rituais de passagem, como experiências além da vida e a ação do subconsciente humano. É basicamente esta a ideologia por trás do label e da música que fazemos”.


cias além da vida e a ação do subconsciente humano. É basicamente esta a ideologia por trás do label e da música que fazemos. Profundo. E além de música eletrônica, o que mais você tem ouvido? Minha namorada me passa muita musica folk e tenho adorado ouvir Julee Cruise ultimamente. Também gosto muito da canadense Grimes, inclusive estou

trabalhando em um remix de uma música dela! E algo que você ouve, mas tem vergonha de contar? É, ok, todos temos nossos guilty pleasures... O maior dos meus é uma música da Sheryl Crow chamada “All I Wanna Do”. Adoro. Não sei explicar. “Until the sun comes up over Santa Monica Boulevard...” [cantando]. É demais!

Pra finalizar: Um DJ na sua posição conhece os melhores clubes do mundo todo. O que você acha do Warung? Sinceramente, o clube se tornou um dos meus favoritos. O clube e as pessoas formam uma energia sem igual. Foi tudo tão incrível da última vez que eu fui que mal posso esperar para voltar!


The strange habit of fiddling with his bristled and disheveled hair gives me the impression Seth isn’t very comfortable looking at his own image on Skype’s videoconference screen. It’s to be expected though as vanity is definitely not one of the prominent qualities of this very celebrated e-music artist. The laid-back style and “I don’t give a damn” vibe give Troxler the perfectly balanced attitude: not too much on the hipster side and yet completely in the loop of everything cool that’s happening. His politeness and choice of words make it clear he is a man of distinction, who’s had opportunities – and Seth knew how to grab them by the ears like no one, using talent and knowledge to make music his profession. But none of this would have happened without two very important elements: a group of friends and attitude. Yes, attitude is a much bigger factor in the success story of someone like Seth Troxler than one would imagine.

“Even close to death experiences or hallucinogenic experiences... tied to the ideas of the subconscious. That’s all very linked to the initial idea behind the label, the aesthetics and the music we make”. When did you realize your work was indeed being noticed in the e-music scene? Were you prepared for it when it happened? I never really realized. I guess in a way I’m trying not to realize so much. It kind of just comes slowly. I obviously noticed last year after the RA thing (Resident Advisors ranking, where Seth came in 2nd place as best DJ in the world) and things changed a lot, my schedule picked up and I’ve been playing a lot more at bigger gigs and it’s become more serious in that sense. But generally I try not to think about it too much because it keeps me much more grounded. I’ve probably never been prepared and maybe I’ll be ready for it when it’s over. Parties, fame, doing what you love... Could we say you’re “living the life”*? That’s funny because I have a song talking about that! [I’m thinking he didn’t get the joke] There’s a lot of ups and downs. I’ve had some times in my life where it’s just been amazing, crazy and I’ve had some times where I’m questioning the whole thing and if it’s something I really wanted to do because it’s messed up my social life in some ways. But I’m extremely happy at the moment. I’ve been taking the opportunity to use this hype, this notoriety to invest on my label Visionquest and to do other projects. What are these other projects? I’ve been cooking a lot, it’s my favorite hobby. My new project is a pop-up restaurant, that I can take to several places in the world. Including Brazil, who knows? I also love making barbecues… Barbecues!? Yes! I’m really good. American barbecue of course, with Barbecue sauce…my secret recipe. I won a competition last year actually, at the Winter Music Conference in Miami at the Belvedere vodka lounge: I cooked a barbecue for 150 people on my own. Just me on the grill: tss, tss, tss… Was music also a hobby first? Oh yes, it was always my hobby and then out of nowhere it became my job. It wasn’t thinking, “I’m going to do this and that to become famous”. It was a hobby, I loved the music I loved producing and at one point I had to stop and

realize that I was in fact doing this as a job. I had to organize things, treat it more like a job; I mean if I’m playing five times a week I have to be really mindful of how much time I have, check how much sleep I’m going to have…you have to be professional because people are coming to see you so you have to give them the performance that they deserve. You were born and raised in Detroit, as were many of the big names in e-music today. What’s the secret of Detroit? Why is there so much talents born there? Is it something they put in the water? (laughs) Well there is a huge rock of quartz underneath the city, it used to be a big quartz mine. So basically there’s a big crystal under the city. It breeds a lot of artists and musicians mainly because the city has seen so many tough times. So in some sort of escapism people turn to arts and music. There’s also such a legacy with the music, so to be involved with it you have to work a lot more and a lot harder. It raises the bar on what is exported from the city, because just to be successful within the city you have to be really talented. In Detroit, as in other places in the world, being cool means being knowledgeable about something. I was just one of those kids hanging out with my friends: we were all ready studious about the music, reading books and going after classic records, always trying to outsmart each other, know more than the other. But it was all a big game back then, we didn’t really have any serious plans to go somewhere with it. So after you finished your studies, you took the game to Berlin? Or did Ryan Crosson, Lee Curtiss, Shaun Reeves and yourself already have plans to become professionals in the e-music scene? Shaun already lived there. I had just graduated. Ryan, Lee and I would visit Berlin occasionally to visit friends out there. At the time we were working in the US in jobs like: used car salesman, dad’s company…We had nothing to lose, so we decided to go for it – just wing it. The fact is that there weren’t many things holding us back. And then it all started to happen for our careers, it was amazing. And then came Visionquest, right? Why start your own label? Well, we’ve been friends for over ten years and created the label because there was so much

music we loved that wasn’t getting released. And also to give us room to work on different projects like, for example, the gig we played at DC-10 in Ibiza: we wanted to create a completely different environment, an immersion into the Visionquest universe. The art was also essential, we liked to invest on posters and different covers made especially for the occasion by exclusive designers. The artistic side of Visionquest is indeed very strong. What is the meaning behind the triangle and eye? Is it mystical? Yes, we’re all into spiritual rights of passage. The ideology behind the label has a lot to do with that. Even close to death experiences or hallucinogenic experiences... tied to the ideas of the subconscious. That’s all very linked to the initial idea behind the label, the aesthetics and the music we make. Very deep. Apart from dance music what have you been listening to? My girlfriend’s been sends me a lot of folk music and I’ve been listening to a lot of Julee Cruise lately. I like Grimes a lot right now, and I’m doing a remix of her’s right now as well! So let’s talk guilty pleasures then, what are some of yours? Yes, OK, we all have our guilty pleasures... My all time guilty pleasure is Sheryl Crow’s “All I Wanna Do”. I can’t explain, I love that song. “Until the sun comes up over Santa Monica Boulevard...” [singing]. It’s so good! To wrap up: a DJ in your position plays the best clubs in the world. What did you think of Warung when you played there? It’s become one of my favorite clubs in the world truly. The people and the sound really blew me away. It just made it an experience for me that I’ll never forget. I can’t wait to go back! *Play on words with Seth Troxler’s song written with Art Department entitled “Living The Life”, one of Troxler’s first hits as a producer.


48 | MÚSICA

Por Vitória Marchetti

O poeta da MPB por suas próprias palavras O nome dele é Francisco. Mas o chamamos simplesmente de Chico. De origem pomposa – filho de um respeitado sociólogo e uma pianista – sua compreensão de mundo e a maneira como expressou suas ideias não poderiam ter sido mais populares, seja como um compositor, um cidadão, um autor, um malandro. Um mestre, um exemplo único da dualidade de ser ao mesmo tempo paulista e carioca, apaixonado por futebol e samba, criador e criatura. Chico é um personagem em carne e osso que somente o Brasil poderia criar, e que observou e cantou sobre o seu Brasil como ninguém ousou fazer até hoje. Considerado uma das figuras mais honrosas que a Música Popular Brasileira já possuiu, Chico Buarque de Hollanda é compositor, escritor e socialista convicto e apesar de não ter lançado

obras recentemente, permanece como um dos mais prolíficos músicos deste país. Como se uma discografia composta por oitenta obras musicais não bastasse, Chico ainda encontrou tempo e talento para assinar peças de teatro como a Ópera do Malandro, lutar pela democracia na época da ditadura militar, no movimento Diretas Já e na Campanha Nacional Contra a Fome. Além disso, escreveu diversos contos e também livros, que lhe garantiram nada menos do que três prêmios Jabuti*. São tantos feitos que seria injusta a tentativa de acomodá-los em algumas páginas. Portanto esta é uma matéria diferente, onde o leitor pode passear pela obra de Chico com liberdade e apreciar seu trabalho através de suas próprias palavras.

*premiação literária mais importante do Brasil



Cálice, 1973 “Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta” “How does one swallow this bitter drink? Inhale the pain, eat the drudgery Mouth silencing yet chest screaming Silence is mute in the city Where is the merit of being son to a saint Better to be born of another Another less paralyzed So much lying and violence”

Malandro Quando Morre, 1965 “Menino quando morre vira anjo Mulher vira uma flor no céu Pinhos chorando Malandro quando morre Vira samba” “Death turns boys into angels Women into flowers in the sky Weeping pines Yet dead scoundrels Become sambas”

Apesar de Você, 1970 “Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda Falando de lado e olhando pro chão. Viu? Você que inventou esse Estado Inventou de inventar Toda escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar o perdão.” “You’re the boss today You name it, you got it Not a word out of me. My people today Are talking sideways and looking down See? You, who invented the State And decided to invent All of darkness You, have invented sinning, But forgot to invent forgiving.”

His name is Francisco. But we call him Chico. Of stately origin – son to a respected sociologist and a pianist – his take on the world and the way he has expressed his ideas couldn´t have been more widely-accepted, be it as a composer, a citizen, an author or a scoundrel. A true master and a unique example of the duality inherent in being both from São Paulo and from Rio, passionate about football and samba, creator and creature. Chico é um personified fictional character that Brazil alone is capable of producing and as such has observed and sang about his beloved Brazil like no other has dared to, to this day. Considered one of the most honorable symbols of Brazilian Music (MPB), Chico Buarque de Hollanda is a composer, a writer and a die-hard socialist and despite not having released any new material recently, he remains one of the most prolific musicians in the country.

As if a discography composed of eighty records wasn’t enough, Chico still found the time and talent to write plays like “Ópera do Malandro”, fight for democracy amidst a full-fledged dictatorship, during the “Diretas Já” movement in 1984 demanding direct presidential elections and in the National Fight Against Hunger Campaign. He also wrote several short stories and books, which were awarded with not one but three Jabuti . There are so many accomplishments that it would be unfair to try and accommodate all of them on a few pages. Therefore this is a different article, where the reader can browse through pieces of Chico’s work freely and appreciate his work in his own words. *most important literary ward in Brazil .


O Meu Guri, 1981

Construção, 1971

“Quando, seu moço, nasceu meu rebento Não era o momento dele rebentar Já foi nascendo com cara de fome E eu não tinha nem nome pra lhe dar Como fui levando, não sei lhe explicar Fui assim levando ele a me levar E na sua meninice ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí Olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri”

“Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado”

“When my offspring decided to come It wasn’t yet time for him to sprout His face was already filled with hunger And I had yet to come up with a name Taking life as it came I let my son guide me And at the peak of his boyhood he once told me He would make it Imagine that Imagine that Imagine that…that’s my boy, imagine that”

“He loved then as a machine And kissed his wife with logic Raised four flaccid walls on the landing And sat to rest like a bird He floated on air like a prince And landed on the floor like a drunk parcel Then died in traffic, disturbing Saturday.”


52 | ARQUITETURA

Arte e arquitetura não são sinônimos, mas é inegável que quando alguns arquitetos são capazes de, em um determinado tempo, conferir aos seus trabalhos características que assumam um estilo único e peculiarmente estético, eles são alçados à condição de artistas – e as suas criações, obras de arte. A discussão ao redor deste tema remete, na verdade, à própria ideia da arquitetura, afinal o planejamento do ambiente ocupado pelo homem sempre teve, em algum grau, o componente artístico como um elemento determinante. E se períodos históricos como o antigo Egito ou o Greco-Romano deixaram legados arquitetônicos que hoje são referências e objetos de estudo artístico, a modernidade trouxe consigo a massificação da ocupação do espaço pelo homem, e consequentemente mudanças no modo de se estudar e trabalhar a arquitetura - que ganhou contornos científicos e como tal passou a conviver com a proliferação das fórmulas. Hoje, a arquitetura mescla ciência e arte como nunca, mas seu caráter artístico parece cada vez mais raro – e exatamente por isso, valorizado. Arquitetos “artistas” são poucos, e ganharam uma característica quase obrigatória: a de serem polêmicos. Nesta lista, Frank Gehry provavelmente é o arquiteto vivo que reúne estas facetas de modo mais marcante. O posto se deve, em grande parte, ao trabalho mais notável de Frank e que é uma das mais polêmicas obras do

século XX: o Museu Guggenheim, em Bilbao, na Espanha. O formato do prédio remete a um barco flutuando sobre o rio que o circunda, e sua fachada revestida de titânio é composta por uma série de lâminas (ou folhas) formando um conjunto realmente único que foi festejado por críticos e especialistas em arquitetura como uma das mais belas construções já feitas pelo homem. Os críticos da obra, entretanto, não são poucos, e se apoiam principalmente no fato de que o museu é pouco funcional, não privilegiando os espaços internos para exposição e se convertendo em uma obra mais chamativa do que as que recebe – algo contraditório em se tratando de um espaço destinado a expor arte. Polêmicas à parte, a verdade é que a obra conseguiu transformar brutalmente a realidade de uma até então pacata cidade, transformando-a em um dos principais pontos turísticos da Espanha. Canadense e vivendo nos Estados Unidos desde o fim da década de 40, Frank foi motorista de caminhão, chegou a trabalhar no rádio e tentou cursar Engenharia Química até finalmente ingressar no curso de Arquitetura na Universidade do Sul da Califórnia, onde se formou em 1954. Os primeiros anos após a faculdade foram conturbados: ele trabalhou no Exército norte-americano, abandonou um curso de urbanismo em Harvard e trabalhou em diversos escritórios até abrir o seu próprio, em 1962. Seu primeiro projeto de destaque foi o da reforma de sua


própria casa, em Los Angeles, 1978, e foi tão polêmico que chegou a gerar protestos da vizinhança, chocada com as formas pouco comuns. As placas de formas assimétricas compostas de metal e vidro cravadas ao redor de uma antiga residência rosa chamaram a atenção da comunidade arquitetônica e pressionaram o arquiteto a assumir os riscos de seu caráter vanguardista. Foi neste momento que Gehry tomou uma decisão: reduziu a equipe de seu escritório de trinta para três pessoas, e passou então a se dedicar apenas a projetos desafiadores e que valorizassem sua criatividade.

Na década seguinte, o arquiteto experimentou os resultados de sua escolha: recebeu convites para inúmeras obras que ao mesmo tempo extravasaram o seu talento e foram capazes de provar que ele não era apenas um excêntrico, mas um convicto representante do pós-modernismo. O enfoque desconstrutivista e a presença constante de formas que remetem à natureza e até mesmo a utilização de um software para auxiliar nos complexos cálculos para a viabilização de seus projetos renderam à Gehry o respeito da comunidade arquitetônica mundial, culminado com a premiação do Pritzker, em 1989.


Mas nada disso pareceu suficiente para aplacar os ânimos dos críticos. Além dos já mencionados ataques ao Guggenheim, obras como o Walt Disney Concert Hall e as torres Beekman Tower fizeram com que muitos argumentassem que o talento de Gehry serve mais a in-

Frank Gehry

teresses comerciais e de marcas do que à arquitetura em si, dada a exploração econômica de ambos. Projetos em fase de conclusão como o de um complexo cultural em Toronto – que prevê a demolição de um teatro para abrigar a coleção de arte de um milionário canadense – e

do memorial Eisenhower – alvo de críticas severas até mesmo dos familiares do ex-presidente homenageado – mantêm uma espécie de sina de Gehry: suas obras encantam o imaginário de alguns com a mesma facilidade – e poder – de contrariar a opinião de outros.

Architecture, art and polemic

Art and architecture are not synonymous, but it is undeniable that when some architects are capable of at a given time to check their work characteristics that take a unique and uniquely aesthetic, they are raised to the status of artists - and their creations, works art. The discussion around this theme refers, in fact, the very idea of ​​architecture, after all the planning environment has always been occupied by man, to some degree, the artistic component as a determining factor. And if historical periods such as ancient Egypt or the Greco-Roman architectural legacy left today are references and objects of artistic study, modernity brought with it the mass of space occupation by man, and therefore changes in the mode of studying and working architecture - that earned outlines scientific and as such has to live with the proliferation of formulas. Today, the architecture blends science and art as ever, but his artistic character seems increasingly rare - and accurately so valued. Architects “artists” are few, and gained an almost obligatory: to be controversial. In this list, Frank Gehry is probably the living architect who meets these facets of a more marked way. The post is due in large part to the work of Frank and most notable is that one of the most controversial works of the twentieth century: the Guggenheim Museum in Bilbao, Spain. The shape of the building refers to a boat floating on the river that surrounds it, and its titanium façade is composed of a series of blades (or leaves) for-

ming a truly unique set that was celebrated by critics and experts as one of architecture most beautiful buildings ever made by man. Critics of the work, however, there are few, and rely mainly the fact that the museum is barely functional, not privileging internal spaces for exhibition and becoming a work more striking than it receives something contradictory when dealing a space for exhibiting art. Controversy aside, the truth is that the work could transform the brutal reality of a then quiet town, transforming it into a major tourist destination in Spain. Canadian and living in the United States since the late 40s, Frank was a truck driver, had worked in radio and tried to attend until finally joining Chemical Engineering course in Architecture at the University of Southern California, where he graduated in 1954. The first years after college were troubled: he worked in the U.S. Army, abandoned a course of urbanism at Harvard and worked in various offices until opening his own in 1962. His first important project was the renovation of his own home in Los Angeles in 1978 and was so controversial that generate protests reached the neighborhood, shocked with unusual shapes. Plates asymmetrical shapes composed of metal and glass embedded around an old pink house caught the attention of the community architectural and pressured the architect to take the risks of its avant-garde character. It was at this time that Gehry has made a decision: reduced staff from his office for thirty three peo-

ple, and then began to devote only challenging projects that valued and your creativity. In the following decade the architect experienced the results of your choice: received invitations to numerous works that while extravasated his talent and were able to prove he was not just an eccentric, but a convinced representative of postmodernism. The deconstructive approach and the constant presence of ways that address the nature and even the use of software to aid in the complex calculations for the viability of their projects earned the respect of the community Gehry architectural world, culminating in the award of the Pritzker in 1989 . But none of that seemed sufficient to placate the spirits of the critics. Besides those already mentioned attacks the Guggenheim, works as the Walt Disney Concert Hall Beekman Tower and the towers caused many argue that Gehry’s talent serves the commercial interests and more brands than the architecture itself, given the economic exploitation of both. Projects nearing completion as a cultural complex in Toronto which provides for the demolition of a theater to house the art collection of a Canadian millionaire - and Eisenhower Memorial - the target of severe criticism even from the family of former president honored - maintain a kind of Gehry’s fate: their deeds enchant the imagination of some with the same ease - and power - to counter the opinion of others.



56 | DESIGN TRENDS

Por Juliano Monteiro

Arquitetura open source

Open Source architecture A arquitetura livre, ou open source, é um processo colaborativo, que une arquitetura e design a um dispositivo inteligente: um software ou computador. Geralmente ela é influenciada por várias áreas dentro da arquitetura tradicional e definida por um coletivo. Como exemplo deste ramo que ainda é novidade no Brasil, pode-se citar um projeto muito interessante do italiano Carlo Ratti, que utilizou uma queda d’água controlada por computador ao invés de paredes na construção do DWP (Digital Water Pavillion) em Zaragoza, na Espanha. Assim que uma pessoa se aproxima, um sensor faz com que a parede de água cesse e o caminho fique livre para entrar ou sair. Open source architecture is a collaborative process that unites architecture and design to an intelligent device: a software or computer. It is normally influenced by several areas within traditional architecture and defined by a collective. A good example of this segment which is still a novelty in Brazil, is the Italian Carlo Ratti’s project in Zaragoza, Spain - where he used a computer-controlled waterfall instead of walls to build the Digital Water Pavillion (DWP). As soon as someone comes close to the wall, a sensor stops the water from falling and creates an opening for the person to walk in or out of the building.

Outro projeto, desta vez de design, foi criado pelo escritório brasileiro Estudio Guto Requena. A linha de cadeiras Nóize foi modelada em plataforma digital 3D reproduzindo fielmente seu modelo físico inicial. A partir de uma programação computacional feita pelo Estudio, com uso da linguagem Processing, deformou-se esse modelo digital através da sua fusão com o arquivo de áudio coletado em três locais diferentes em São Paulo: Grajaú, Cidade Tiradentes e Santa Ifigênia. O resultado foram as cadeiras Girafa, de Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki; a cadeira Oscar, de Sérgio Rodrigues e a cadeira São Paulo, de Carlos Motta. In the design world, the Brazilian studio Estudio Guto Requena and its chair project caught our attention. The Nóize line of chairs was modeled on a 3D digital platform faithfully reproducing its initial physical model. Based on a computer program generated by the Studio, using Processing language, the digital model was formed by mixing it to the audio file collected at three different locations in São Paulo: Grajaú, Cidade Tiradentes and Santa Ifigênia. The results were the Girafa chair, by Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz and Marcelo Suzuki; the Oscar chair, by Sérgio Rodrigues and the São Paulo chair, by Carlos Motta.


Hand made O suprassumo definido nas últimas décadas – de se alcançar o luxo – tem se tornado obsoleto e se transformado em outro conceito: obter qualidade de vida. Gozar dos pequenos prazeres que a coletividade e a convivência em grupo podem proporcionar. O retorno a momentos de lazer como tomar uma taça de vinho, compartilhar uma música e andar de bicicleta têm passado de simples momentos casuais para se tornarem lifestyles. Dentro do estilo de vida coletivo, o título hand made pode ser ilustrado por diversas bikes fixas feitas pelo artesão Seiko Matsuda – que assina seus projetos como LEVEL. São objetos que colocam a qualidade e o espirito original acima de tudo. The ultimate goal defined in the past few decades – surrounding oneself in luxury – has become obsolete and transformed itself into a different concept: quality of life. The ability to enjoy the simple pleasures that collectivity and living in groups can provide. The return to leisurely moments like drinking a glass of wine, sharing music and going on a bike ride have gone from being fleeting moments to becoming actual lifestyles. Within the collective lifestyle, the hand-made title can be given to several fixed bikes made by the craftsman Shiko Matsuda – AKA Level. These are objects that place quality and originality above all else.

Tecnologia na sua mão No “contra-pé” do lançamento do novo iPhone 5 vem a Lytro, máquina fotográfica em tamanho de bolso que reúne a facilidade e a diversão de uma Polaroid com a febre hi-tech. Equipada com uma mini tela touchscreen, possibilita a edição de foco após a foto ter sido tirada e possui a vantagem de captar toda a luz ambiente, diferente das câmeras de celular. Após tirada, a foto pode ser compartilhada em suas redes sociais. Fato: se a Lytro tivesse uma maçã serigrafada nela, seria chamada de “Pura Mágica”! À venda na Amazon.com, Target.com e Bestbuy. com.

Technology in your hands Hitching a ride on the iPhone 5 launch and the hi-tech fever, Lytro launches its pocket-sized cameras that rely on the Polaroid’s usability and fun. Equipped with a mini touchscreen, focus can be edited after the shot has been taken with the added advantage of being able to use all of the environment’s natural light, different to phone cameras. After it has been taken, the photo can be shared on your social networks. Fact: if Lytro had a bitten apple stamped on it, it would be called “Pure Magic”! For sale at Amazon.com, Target.com and Bestbuy.com.




60 | EU FUI

Por Dimitri Nakov

Descubra a ilha branca de ponta a ponta e prepare-se para um verão inesquecível. Unveil the white island and get ready for a remarkable summer.

Todos os anos a ilha espanhola de Ibiza recebe milhares de turistas na temporada de verão, que vai de maio a setembro, em busca de suas festas incomparáveis e visuais paradisíacos. Ibiza é um destino incrível, que mescla como nenhum lugar no mundo diversão e ócio. Ao ter a oportunidade de escrever sobre a ilha, de cara imaginei que o melhor modo seria fazer um roteiro para uma semana de estadia. É bom frisar que para aproveitar Ibiza é melhor investir nos dias de semana: os finais de semana são para descansar. E ninguém vai para Ibiza simplesmente para descansar, não é? Então vamos começar pela segunda-feira.

Foto: João Anzolin

Ibiza is an amazing destination that mixes fun and relaxation like no other. When faced with the opportunity of writing about the island, I immediately thought the best way around the task would be to compile a week-long guide. It’s important to remember that to make the most of Ibiza, the best time to visit are the weekdays, weekends are for chilling-out. And I don’t know of many people who go to Ibiza only to rest.


Numa segunda-feira é indispensável almoçar no El Chiringuito, na praia de Es Cavallet, cercada por dunas de areia e salinas (lagos de água salgada feitos para extração de sal). Nos baleares, quiosques de praia são chamados de “chiringuitos”. Um casal Inglês abriu o El Chiringuito há alguns anos e hoje é um enorme sucesso, servindo uma mistura de pratos locais e mediterrâneos de alto padrão. Já no início da noite (visto que em Ibiza anoitece às 21h) a dica é ir ao clube DC-10 na festa Circoloco, onde os line-ups não deixam a desejar a nenhum grande festival: Jamie Jones, Seth Troxler, Maceo Plex, Art Department, Dubfire, Ricardo Villalobos, Tania Vulcano – a lista continua. Todos eles tocam no clube com estrutura aconchegante, duas pistas e uma vasta área externa onde é construído um palco para celebrar as festas de opening e closing (geralmente em maio e setembro, respectivamente). Na madrugada, um café reforçado no La Paloma, que fica escondido na praia de San Lorenc. Comida saudável com ingredientes orgânicos para renovar o corpo são necessários, pois ainda há o after-hour da Cocoon, geralmente realizado no The Kave – talvez um dos lugares mais legais para receber uma festa que eu já vi. O The Kave é uma caverna com sistema de som VOID, localizada no jardim de uma mansão ao norte da ilha. Há também a opção do La Plage, um clube de praia / restaurante selecionado que fica no lugar do antigo Ushuaia, onde você pode ficar cara a cara com Richie, Sven, Dice, Marco etc. E com os pés na areia.

Foto: Kimberly Knott

On a Monday you need to have lunch at El Chiringuito at Es Cavallet, surrounded by sand dunes and Salinas (salt-water lakes produced from extracting salt). The Balearic name for beach kiosks is “chiringuitos”. A British couple opened El Chiringuito a few years ago and it has become a huge hit, serving a mixture of local and Mediterranean, high-end dishes. At nightfall (which happens around 9 PM on the Island) the best tip is to head over to DC-10, where the line-up is sure to please even the most assiduous festival goers: Jamie Jones, Seth Troxler, Maceo Plex, Art Department, Dubfire, Ricardo Villalobos, Tania Vulcano – the list goes on. They all play at this cosy club, spread out on two floors and a vast external area where a stage is built to celebrate the opening and closing parties (normally in May and September, respectively). In the early hours of the morning try a hearty breakfast at La Paloma, hidden away on San Lorenc beach. Healthy, organic food sorely needed to renew your energies because you still have to make it to Cocoon’s After Party at The Kave – possibly one of the best places I have ever seen to throw a party. The Kave is a hole in the floor, a cave pimped with a VOID sound system within the gardens of a mansion up in the northern part of the island. You can also opt for La Plage, a beach club / restaurant found where the old Ushuaia used to be, a place where you can get up close and personal with Richie, Sven, Dice, Marco... and keep your feet in the sand.

Depois deste dia (e noite) cheio(s), a terça-feira é perfeita para acordar tarde e se aventurar pelas praias espetaculares de águas cristalinas de Es Xuclar. E para um pôr-do-sol inesquecível as praias de S’ilot e Benirras são imbatíveis. À noite, um jantar no Macao: de entrada peça uma Buratta e como prato principal um Scaloppine al limone, tudo feito pela “mamma” em um terraço iluminado próximo à igreja Santa Gertrudis. After this long day (and night), Tuesday is the perfect day to sleep in and then venture out in the spectacular crystal clear water of Es Xuclar. And for an unforgettable sunset, the beaches at S’ilot and Benirras can’t be beat. At night, head out for dinner at Macao: order the as a starter and Scaloppine al limone to follow, all made by “mamma” on a beautifully lit terrace next to the Santa Gertrudis church.


Wednesday is fresh market day: fish, meat and wholesome ingredients pour into the city’s market and beckons a home-made meal - because when staying in Ibiza the best bet is to rent a villa with friends and experience the island as the locals! If cooking isn’t your cup of tea, I recommend a lazy lunch at the Fish Shack, a pop-up restaurant on Sa Punta, next to Talamanca and downtown Ibiza – a hidden treasure, known by few. Quite often renowned DJs and their friends occupy the tables next to yours. Apart from the unbeatable view, the grilled fish and lamb chops are a spectacle not to be missed.

Quinta-feira. Que tal passar o dia na parte austral da ilha, ao leste de San Antoni? Se tiver tempo de sobra, visite a praia de Atlantis, onde há cavernas ocultas nos arrecifes costeiros e enormes pedaços de rochas cortadas por fenícios há cerca de 2000 anos – era uma pedreira utilizada por eles para construir Dalt Vila, a cidade velha de Ibiza. Fenícios, cartaginenses e romanos, todos já governaram Ibiza em algum momento da história e deixaram em Atlantis uma enorme fortaleza para defender a ilha de ataques de piratas e vândalos. À tardinha, uma boa pedida é tomar um drink em Cala Comte com a luz da lua e a belíssima vista do mediterrâneo como companhia. Thursday. How about spending the day in the Southern part of the Island, east of San Antoni? If you have time to spear visit Atlantis, a beach with hidden caves in the coastal reefs and huge pieces of rocks cut by Phoenicians over 2000 years ago – it used to be a quarry used by them to build Dalt Vila, Ibiza’s old town. Phoenicians, Carthaginians and Romans have all governed Ibiza at some point in history and left behind an enormous fortress at Atlantis to defend the Island from pirates and vandals. Later in the afternoon stop by the Cala Comte for a drink with the moonlight and the breath-taking view of the Mediterranean as your dates.

Foto: João Anzolin

Quarta é dia de feira, quando chegam peixes, carnes e ingredientes frescos ao mercado da cidade, o que pede uma refeição feita em casa. Claro, em Ibiza nada melhor que alugar uma villa com amigos e aproveitar a ilha como um legítimo balear! Se cozinhar não é seu forte, recomendo um almoço sem pressa no Fish Shack, um pop-up restaurant na praia de Sa Punta, próximo a Talamanca e ao centro de Ibiza – um tesouro escondido, conhecido por poucos. Não raramente as mesas próximas estão ocupadas por famosos e seus amigos. Além da vista incomparável, o peixe grelhado e as costeletas de carneiro são uma sensação à parte.


Sexta-feira é dia de Ushuaia, o luxuoso hotel que apresenta a festa Never Say Never, tendo Sasha como atração principal. É onde me apresento ao lado do meu grande amigo restauranter e recebemos convidados como Guy Gerber, Adam Beyer, Art Department, MANDY, Booka Shade, entre outros. A festa dura geralmente até 1h da manhã e é sempre seguida por after-parties lendárias sem hora pra acabar!

Foto: Anibal Amaro

Friday is for Ushuaia, the luxurious hotel that hosts Never Say Never with Sasha as the main attraction. It’s where I play next to my great restauranter friend and we have guests like Guy Gerber, Adam Beyer, Art Department, MANDY, Booka Shade, over for a party as well. The party usually lasts until 1AM and is always followed by legendary after parties with no time limit.

Aos sábados, para um almoço reabilitador, indico meu restaurante favorito: Es Torrent. Tem a melhor vista, serviço e também o melhor peixe galo do mediterrâneo. Mais um lugar exclusivo, que fornece verdadeiras experiências gastronômicas com carta de vinhos fantástica em uma baía particular. On Saturdays, for a reviving lunch, I suggest my favourite restaurant: Es Torrent. It has the best view, as well as impeccable service and also the most amazing John Dory’s in the Mediterranean. Another exclusive place that offers great gastronomic experiences and a fantastic selection of wines, all on a private bay.


Sunday is a beach, followed by dinner, followed by club day. The hottest tip is Formentera, an island with enormous cliffs that make for an unforgettable view. The ferry ride is well worth the trip. For dinner, La Paloma is perfect, a unique and picturesque restaurant right in the middle of the island at San Lorenc. The place is visited by rock stars, fashion icons and Hollywood celebs. Later that night? Vagabundos at Pacha: Luciano and his friends transform the club into a unique experience, different to anything you might have seen before, especially at a Pacha venue.

Finalizando, gostaria de deixar um breve adendo. Se for sua primeira visita à ilha, recomendaria alguns roteiros de clubbing indispensáveis: Ushuaia com Luciano; Paradise, a nova residência de Jamie Jones no DC-10; Enter, de Richie Hawtin e os restaurantes Blue Marlin e Yemanja. Isso, enquanto sintoniza as rádios exclusivas da ilha, Ibiza Sonica ou Ibiza Global Radio e surpreende-se com uma trilha sonora de primeira! Last but not least, I’d like to add a quick note. If it’s your first visit to the island, I would recommend a few essential clubbing itineraries: Ushuaia with Luciano; Paradise, Jamie Jones’ new residence at DC-10; Richie Hawtin’s Enter and the restaurants Blue Marlin and Yemanja. All of this while tuning in to the exclusive island radios, Ibiza Sonica or Ibiza Global Radio and surrendering to a top-notch soundtrack!

Foto: Le Voyage de Zanzibar

Domingo segue o roteiro praia/jantar/club. A dica é passar o dia na Formentera, ilha com rochedos enormes que criam um visual único. O passeio de barco oferecido aos turistas vale muito a pena. Para jantar o La Paloma é perfeito, um restaurante original e bastante pitoresco localizado no centro da ilha, em . O local é frequentado por astros do rock, ícones da moda e famosos de Hollywood. À noite? Vagabundos na Pacha: a festa de Luciano e amigos transforma o clube em uma experiência única, diferente de tudo que você já possa ter visto, especialmente em uma Pacha.



66 | ESPORTE


A mulher que conquistou o universo masculino dos big riders Por Bruna Calegari

Não se pode ignorar que Gabeira é um sobrenome de considerável peso no Brasil. Em boa parte graças ao jornalista, escritor e ex-deputado federal Fernando Gabeira, famoso por sua trajetória política que teve raízes na época da ditadura e que hoje sustenta opiniões sobre temas polêmicos, como a descriminalização da maconha e o aborto. A filha de Fernando, Maya, entretanto, se notabilizou por outro peso: o da água das ondas que já teve de aguentar em suas incontáveis quedas (também chamadas de vacas) no surfe de ondas gigantes – resultando em algumas costelas quebradas e o nariz fraturado em diversos pontos, mais de dez vezes. Maya Gabeira é a prova viva de que o surfe não é esporte de menininha, e se destaca no universo altamente masculinizado dos surfistas de ondas grandes, ou Big Riders, mostrando braveza para encarar paredões de até 17 metros de altura. Um exemplo de talento e profissionalismo, a carioca de apenas 25 anos já ganhou o maior prêmio do esporte mundial, o ESPY, em 2009 na categoria “Melhor Atleta Feminino de Esportes Radicais”. Como se não fosse o suficiente, nada menos que cinco títulos mundiais no prêmio Billabong XXL são dela, uma honra conferida aos maiores surfistas de ondas grandes do mundo. Mais do que dedicação e talento, o ingrediente principal para uma carreira já tão sólida dentro de um esporte radical não poderia ser outro senão a adrenalina. Segundo Maya, em entrevista exclusiva para a Revista Warung #003, o medo é o que a mantém concentrada, ciente de que não há espaço para erros e que na menor brecha, ao menor vacilo, o resultado pode ser a morte – visto que não é segredo algum que muitos surfistas já perderam a vida ao aventurar-se em alto mar em busca das gigantes. “A adrenalina ajuda a me concentrar. Quando estou numa situação de perigo me sinto mais calma, pois sei que para me sair bem preciso pensar friamente e agir com rapidez”.


É bom esclarecer que os Big Riders não são surfistas comuns, a começar pelo equipamento. Para surfar ondas grandes, Maya utiliza uma roupa chamada VH1 da Billabong, composta por um sistema de cilindro de oxigênio (ou O2 cartridge) que infla a roupa, tornando a subida à superfície muito mais rápida com o simples puxar de um gatilho. É, não é fácil subir à superfície quando se está abaixo de uma onda de 10 ou 12 metros de altura. O método do surfe em si também é muito diferente quando se trata de ondas grandes: para poder pegar uma destas, o surfista não rema até a onda, ele é rebocado por um parceiro de jet-ski a vários metros da praia – que é de onde as gigantes surgem. O processo, chamado de tow-in, se repete para Maya em diferentes locais do mundo como o Havaí, o México e o Taiti. A tiracolo, Maya sempre conta com o auxílio de seu grande amigo, o experiente surfista brasilei-

ro Carlos Burle, de 45 anos. “Ele me ajuda nas viagens e me auxilia muito dentro da água, me conhece muito bem. Ninguém melhor para me aconselhar nas horas de grandes decisões do que ele”. Quando a onda é a certa, Carlos analisa bem a oportunidade e também o estado emocional de Maya para então guiá-la. “Acho que minha parceria com o Burle foi essencial para eu conseguir realizar os meus sonhos como surfista de ondas grandes. Ele me ensina muito e despertou em mim a confiança necessária para que eu me superasse”, completa a surfista. O rabo de cavalo, que orgulhosamente a destaca dos demais companheiros surfistas toda vez que sobe em sua prancha rosa e pega ondas monstruosas, trouxe um reconhecimento até então inédito para as mulheres, e Maya não finge desconhecer a importância que isso tem. Diz que “uma das vantagens é que não existem muitas

expectativas, pois partem do princípio que mulher não surfa bem ondas grandes. Com isso, eu tenho sempre a oportunidade de surpreender muita gente (risos)”. Mas se arriscar num esporte radical também tem suas desvantagens. Em 2011, Maya sofreu uma “vaca” histórica quando surfava em Teahupoo, no Taiti, no que foi considerado o mar mais perigoso da década por especialistas no esporte. Ela permaneceu muito tem-


po submersa em um local de difícil acesso e raso, correndo o risco não somente de se afogar, como também de ser jogada contra o fundo por uma onda forte. O acidente, que aconteceu em uma final de campeonato, acabou desesperando todos os companheiros surfistas e os espectadores que estavam à sua volta. A represália veio do maior ícone do esporte, o surfista Kelly Slater, via Twitter. Slater dizia que Maya era louca por colocar todos em sua volta em risco como fez, crítica que deixou marcas profundas na surfista, mais do que a experiência assustadora que teve. Mitos de que este episódio seria responsável por afastar a carioca definitivamente do esporte começaram a surgir e, sem sombra de dúvidas, o fato de ser mulher contribuiu muito para a indignação dos surfistas e especialistas. Apesar do susto, questionada sobre se este foi um motivo realmente forte para lhe fazer abandonar seu sonho de surfar ondas grandes, ela afirma, decidida: “É

sempre difícil ser criticado, ainda mais por pessoas de peso no meu meio, mas nunca pensei em desistir. Sempre fui criticada desde o início da minha carreira. O tempo é meu maior aliado, pois só com o tempo posso provar que essas pessoas estão erradas através de superação e evolução”. Maya tanto se superou e evoluiu que conseguiu o quinto título de melhor surfista em ondas grandes em 2012, meses após o acontecimento. Força e dedicação são essenciais para se construir uma carreira no mundo do surfe. Maya sobrevive de sua paixão graças a muito treino e patrocínios de marcas como Billabong e Red Bull. São os “padrinhos” da atleta e também seus maiores incentivadores para continuar seguindo seu sonho: “as dificuldades sempre existiram, mas sempre valem a pena, pois eu não me imagino fazendo outra coisa. Faço o que eu amo”. Acima de tudo, uma palavra que Maya gosta de reiterar é “evolução”, talvez algo que a fi-

losofia do Yoga, que pratica diariamente em sua casa no Havaí, tenha lhe ensinado. Ou talvez tenha vindo de berço, o que parece ser mais provável quando se apresenta o momento de falar sobre as influências que seu pai, o polêmico ex-deputado Fernando, possui na sua vida. “Cresci com um pai intelectual, ele é muito inteligente e vive para evoluir. Está sempre buscando melhorar através de mais conhecimento e trabalho. Isso sempre me inspirou muito”. Numa ironia do destino, Maya não pode ser visitada pelo pai, impedido de entrar nos Estados Unidos (por ter sido um dos mentores do sequestro do embaixador americano Charles B. Elbrick em uma tentativa de forçar o governo brasileiro a libertar quinze guerrilheiros presos, durante a ditadura militar). Analisando friamente, este simples fato na trajetória de Fernando Gabeira talvez demonstre um pouco da força e coragem herdadas pela filha. Características que hoje são utilizadas para aplacar a fúria de gigantes, quase que diariamente. A guerreira Gabeira completa: “Tenho sorte de ter um pai como ele.”

“Sempre fui criticada desde o início da minha carreira. O tempo é meu maior aliado, pois só com ele posso provar que essas pessoas estão erradas através de superação e evolução”.


Maya Gabeira The woman who conquered the male universe of big riders One cannot ignore the considerable weight linked to a surname like Gabeira in Brazil. Mostly thanks to the journalist, writer and former Congressman Fernando Gabeira, famous for his political career that began during the dictatorship and which currently defends controversial opinions such as the decriminalization of marijuana and abortion. Fernando’s daughter, Maya, however, has a weight of her own: the weight of the water she has had to overcome after being pummeled (or dogged, wiped-out) by countless giant waves when surfing – resulting in a few broken ribs and a multi-fractured nose, over ten times! Maya Gabeira is living proof that surfing isn’t for girly-girls as she stands out in the very masculine universe of big-wave surfers, or Big Riders, showing bravery to face walls of up to 17 meters. An example of talent and professionalism, the 25 year old woman from Rio has already won the greatest worldwide sports award- the ESPY- in 2009 as “Best Female Performance in Action Sports”. As if that weren’t enough, she’s swiped five world titles at the Billabong XXL, am honor bestowed only to the greatest Big Riders in the world. More than dedication and talent, the main ingredient for a career this solid within an extreme sport could be no other than adrenalin. According to Maya, in an exclusive interview for the Revista Warung # 003, fear is what keeps her focused. She is aware that there is no room for error and that a second of carelessness, or the slightest misstep, could result in death-since it is no secret that many surfers have already lost their lives venturing out in open waters tracking down ‘the giants’. “The adrenaline helps me focus. When I’m in a situation of danger I feel calmer because I know that for me to get out of there in one I need

to keep a cool head and act quickly. “ It’s worth clarifying that Big Riders are not ordinary surfers, starting with their equipment. To surf big waves, Maya uses the Billabong’s VH1 suit that has an oxygen cylinder system (or O2 cartridge) that inflates the suit, making an ascent to the surface much faster simply by pulling a trigger. Getting to the surface when you’re under 10 or 12-meter high waves is not an easy feat. Surfing itself is also much different when it comes to big waves: to actually get on one of these, the surfer doesn’t paddle out to the wave; he/she is towed in by a jet-ski several feet away from the shore where the Giants emerge. The tow-in process repeats itself for Maya at several different locations around the world such as Hawaii, Mexico and Tahiti. Maya also relies on the help of her close friend, the experienced Brazilian 45year-old surfer Carlos Burle. “He helps me on the trips and in the water; he knows me very well. There’s no one better than him to counsel me when I need to make big decisions”. When it’s the right wave, Carlos analyses the opportunity and also Maya’s emotional state to be able to guide her. “I think my partnership with Burle was essential for being able to achieve my dreams as big-wave surfer. He teaches me a lot and he awakened the confidence I needed to overcome myself “says the surfer. The ponytail, which proudly make her stand out amongst her fellow surfers every time she stands on her pink board and rides monstrous waves, has brought unheard of recognition to women, and Maya does not pretend to overlook the importance this has. She says that “one of the advantages is the lack of ex-


“I’ve always been criticized from the very start of my career. Time is my biggest ally, because time will help me show these people they are wrong through resilience and evolution.”

Foto: ESPN pectations, as most people presume women are not good Big Riders. Because of that, I always have the chance to surprise a lot of people (laughs)”. But taking risks in an extreme sport also has its disadvantages. In 2011, Maya got seriously ‘wiped out’ surfing Teahupoo, in Taiti, in what was considered the most dangerous water of the decade by the sport’s specialists. She went under for a very long time in a very shallow and difficult to reach point, facing a big risk of drowning and also of getting thrust against the seabed by a strong wave. The accident happened at the end of a championship and left all of her surfing colleagues and the spectators in despair. Retaliation came for the sport’s greatest icon, Kelly Slater, on Twitter. Slater said that Maya was crazy for putting everyone around her at risk like she did – the criticism left deeper wounds on Maya than the scary experience itself. Stories on the fact that this was the definitive episode responsible for getting Maya off of her board for good began to surface – and of course the fact she is a woman greatly contributed to surfers’ and specialists’ resentments alike. Despite the scare, when questioned on whether this was really a strong enough reason for making her want to abandon her dream of being a big-rider, she decidedly answers: “Being criticized is always hard, especially by important people within my area, but I never thought about quitting. I’ve always been criticized from the very start of my career. Time is my biggest ally, because time will help me show these people they are wrong through resilience and evolution.” And Maya’s resilience and evolution has taken her to the 5th position on the 2012 ranking for best big wave surfers, only months after the episode.

Strength and dedication are essential to build a career in the surfing world. Maya can live off of her passion thanks to a lot of training and sponsors like Billabong and Red Bull. These are the athletes ‘godfathers’ and the stimulators she needs to keep chasing her dreams: “the barriers will always be there, but they’re always worth hurdling over, because I can’t see myself doing anything else. I do what I love”. A word Maya likes to reiterate more than others is “evolution”; perhaps something that she has learned from the Yoga philosophy – which she practices daily at home in Hawaii. Or maybe it came from her upbringing, which seems more probable when the moment to talk about the influence her father, the controversial former Congressman Fernando, has had in her life. “I grew up with an intellectual father; he is extremely intelligent and lives to evolve. He’s always trying to become a better person be it through more knowledge or more work. That has always been a great inspiration”. In a twist of fate, Maya’s father cannot visit her as he is banned from the United States (for being one of the mentors behind the American ambassador Charles B. Elbrick’s k kidnapping as an attempt to force the Brazilian government to release fifteen imprisoned guerillas, during the military dictatorship). On cold analysis, this isolated fact in Fernando Gabeira’s story might be a demonstration of the strength and courage inherited by his daughter. Qualities she uses today to appease the fury of the ‘Giants’, almost daily. Warrior Gabeira adds: “I’m lucky to have a father like him.”


72 | ARTE

Por Bruna Calegari


O interesse de Mateus Bailon pela arte começou naturalmente. Foi um modo encontrado pelo catarinense de 28 anos, natural de Balneário Camboriú, para expressar de maneira sincera e pessoal suas ideias e emoções, bem como comunicar-se com os outros seres que o cercam. Segundo o artista, que embarcou em dezembro para mais uma temporada de exibições em galerias da Europa, cada um de seus trabalhos é um pedaço de sua alma nua diante dos que parem para observar.

Além da natureza e a arte em outros formatos como poesia e escultura, o que mais chama a atenção de Mateus para compor suas ilustrações são as pessoas, com seus conflitos e dualidades, suas personalidades e mistérios. Gravuras japonesas, impressionismo e arte urbana fazem de suas gravuras um inédito ponto de encontro, que já resultou na estampa de telas, grandes murais ou até as mais singelas páginas de um moleskine, que carrega sempre consigo – afinal, “a inspiração não tem hora pra chegar”. Cada formato permite ao autor uma nova abordagem de materiais, o que resulta na evolução natural do seu trabalho.

Mateus Bailon’s interest for art began naturally. It became the way this 28 year old from Santa Catarina found to sincerely and personally express his ideas, emotions and to communicate with the beings around him. According to the artist, who begins his exhibit tour in Europe this December, every one of his pieces is a part of his naked soul displayed for anyone who takes the time to stop and observe it. Apart from nature and all forms of art such as poetry and sculptures, Mateus finds inspiration to compose his illustrations in people and their conflicts and dualities, their personalities and mysteries. Japanese illustrations, impressionism and urban art make his work a unique meeting point, which has seen its way to prints on paintings, large murals and also the discrete pages of a moleskine – always with him. After all, “inspiration doesn’t book an appointment”. Every format allows the artist to use a different approach with materials, resulting in the natural evolution of his/her work.

Residindo hoje em São Paulo, onde acaba de finalizar seu tímido ateliê, o artista não pede muito além de mostrar ao mundo sua arte. Mateus sabe que sua atividade tem um fim que muitos desconhecem e outros tantos fazem de conta não ver, buscando o escapismo de outras formas. Para ele, “O ser humano tem a arte para não morrer da verdade” e assim prossegue desenhando, criando e encantando.

Based São Paulo, where he has just added the final touches to his humble studio, the artist doesn’t want for much other than to show his art to the world. Mateus knows that his profession of choice has an unknown ending and that others pretend not to realize this, escaping in other ways. To him, “The human being has art so he doesn’t actually die”, so he keeps on drawing, creating and delighting.




76 | ENTREVISTA

Por João Anzolin

Empresário, DJ(sozinho ou como metade do projeto Kings Of Swingers, ao lado de Mau Mau), agitador cultural, party people, o nome por trás do D-Edge. Renato Ratier pode ser lembrado como cada uma dessas coisas ou como todas elas juntas, mas na verdade é outra denominação que o classifica melhor: um apaixonado pela música. Afinal de contas, pra se conseguir tocar toda semana pelo Brasil afora, estar à frente de clubes como D-Edge - e mais recentemente, o Warung - e mais quase uma dezena de projetos, é preciso, antes de tudo, gostar muito da música, o elemento comum a tudo isso. E Renato gosta tanto que hoje está imerso em uma série de novos desafios: um novo espaço - chamado Bossa - em São Paulo, uma unidade do D-Edge no Rio de Janeiro, um impressionante complexo cultural em Berlim, e até mesmo uma construtora e uma agência de turismo. Na entrevista a seguir, um pouco da trajetória e do universo de um dos residentes e sócios do Warung, e uma das figuras mais emblemáticas da cena eletrônica nacional. Você tem uma história muito ligada à música, seja como DJ ou empresário. Como entrou nesse universo? A música sempre esteve presente na minha vida. Desde criança minha mãe que tem uma alma de artista – sempre tocou piano e órgão em casa, e eu gostava muito. Passei minha infância e adolescência em Campo Grande e frequentava muito as lojas de disco da cidade, ouvindo simplesmente de tudo, de música clássica a punk-rock. Quando mudei para os Estados Unidos para estudar, em 1992, tive meu primeiro contato com a música eletrônica, o que me fascinou. Voltei a Campo Grande, montei uma loja de roupas, a Subculture, e ao mesmo tempo comecei a fazer algumas festas. Essa marca tinha um programa de rá-

dio, fazíamos uma fanzine, e na verdade havia um movimento cultural ao redor dela. Não vejo a música como algo isolado, é uma linguagem que se comunica com moda, design, arte e sempre acreditei nessa comunicação entre tudo isso. E o D-Edge, como nasceu? Foi difícil fazer um clube de música eletrônica em Campo Grande? Eu estava em Campo Grande com a loja e muitas coisas acontecendo: ao mesmo tempo eu fazia algumas festas e tocava no clube de uns amigos também. Decidi então abrir um clube meu! Já conhecia o Muti Randolph (designer carioca), expliquei pra ele o projeto e tocamos a conclusão dele juntos – eu já tinha a concepção do projeto e ele, que é um

cara super talentoso, deu vazão. Inauguramos o clube em 2000, numa época em que o Techno era muito forte no Brasil. Eu gostava do estilo, mas foi ouvindo House que eu me identifiquei mesmo. Nessa época os caras do Tech-House inglês vinham muito pra São Paulo, então eu comecei a levar eles pra Campo Grande também. O tempo foi passando e ali por 2002 o House de Chicago já estava menos “gueto”, mais acessível, e começamos a trazer os caras dessa linha pro D-Edge. A receptividade do público foi muito boa, acredito que já havia sido construída uma boa base em Campo Grande com as festas que organizávamos antes do D-Edge abrir. E de Campo Grande a São Paulo, como foi essa transição?


Sempre fui muito a São Paulo, minha família tem negócios lá, então desde pequeno fiquei entre a cidade e Campo Grande. Numa destas idas, quando já tinha o D-Edge Campo Grande, fui ao Stereo (clube que ocupava o local onde hoje funciona o D-Edge) e fiquei sabendo que um dos donos do local, que era meu amigo e ia me visitar em Campo Grande, queria vender o clube. Muita gente de São Paulo já ia até Campo Grande no D-Edge e nas festas que fazíamos por lá, então conhecia muitas pessoas envolvidas com a noite. Acabei comprando o espaço, falei com o Muti e começamos a pensar nas ideias do D-Edge, que abriu em 2003. Com dois clubes eu conseguia trazer vários DJs e levá-los para os dois espaços, e isso acabou ajudando a difundir mais a House music no Brasil. Enquanto tudo isso acontecia, você sempre continuou tocando. Você se enxerga como um empresário que também é DJ ou vice-versa? É difícil pra mim diferenciar as duas coisas, porque faço elas há muito tempo.

Abri um clube porque eu gostava muito de música, já estava tocando nessa época e queria muito tudo aquilo – tocar e poder levar o clube –, então as coisas foram caminhando naturalmente e eu faço as duas coisas hoje com muita dedicação. Antigamente havia certo preconceito em relação aos donos de clube tocar e eu acho que consegui tirar um pouco desse estigma, mostrar que você pode ser profissional nas duas atividades. Tanto o D-Edge de Campo Grande como o de São Paulo sempre tiveram um viés muito tecnológico. De onde essa sua inspiração? Você não teme que isto se torne datado muito rapidamente? O D-Edge de Campo Grande tinha uma coisa psicodélica dos anos 60, inspirada no Verner Panton, todos os desenhos e as cores eram ligados. Eu gosto muito disso, são dois lados meus. O futurista é outro, que me faz gostar de uma concepção de um projeto fechado, que não é uma colagem de ideias, mas sim um projeto único com uma ideia só nele.

Isso casa bem com o trabalho do Muti, então conseguimos trabalhar bem juntos. Toda a criação é um processo que nós vamos trabalhando, mas o Muti tem muito essa coisa de máquina, de deixar o projeto todo como uma grande máquina. Estes clubes (D-Edge Campo Grande e São Paulo) na verdade são máquinas! Se você “abrir” o D-Edge Campo Grande e olhar ele de fora, ele é um hardware! E acho que eles não ficam datados porque quando o desenho é bom ele se torna um clássico, e até hoje quem vai na pista antiga do D-Edge São Paulo (que não foi modificada com a reforma de 2010) ainda se impressiona com o que vê. E sua história com o Warung, como as coisas aconteceram? Como você vê esta febre da música eletrônica em Santa Catarina? Eu já havia tocado no Warung há muitos anos, e sempre tocava nos clubes das redondezas também. Por uma questão de afinidade com o Gustavo Conti, acabamos nos aproximando, comecei a tocar mais no clube, acabei virando residente e posteriormente entrei como sócio. In-


“O projeto de Berlim é algo absolutamente novo. Não tem nada, no mundo, que seja parecido com isso.” dependente de dinheiro ou qualquer outra coisa, nos meus negócios eu gosto de estar com pessoas que eu me relaciono bem, e com o Warung foi assim. O clube é um desafio muito grande pra mim, porque o público se mostra muito receptivo a coisas novas. O Warung como um todo é incrível, é um pessoal “do bem”, que quer se divertir, a pista se entrega, as coisas acontecem muito naturalmente. Santa Catarina tem muito potencial, é um público que está amadurecendo cada vez mais, a qualidade da pista é sensacional.

estamos criando a D-Dreamakers: uma espécie de agência de viagens, só que especializada em roteiros especiais de eventos de gastronomia, arte, moda, festivais, festas e conferências de música eletrônica. Além disso, tem a construtora, sobre a qual ainda não posso dar muitos detalhes, e o Bossa, um espaço em São Paulo que alia um lounge com estúdio de produção, que será um ponto de encontro pra músicos.

E os novos projetos, como estão?

Eu adoro o Rio, tenho vários amigos lá! Muita gente acha que o Rio se resume a Funk, mas a verdade é que a cidade é um reduto cultural muito bacana, tem muitos artistas talentosos das mais diversas áreas, em moda, design, artistas plásticos, artistas, enfim, é um cenário

São muitos projetos novos em andamento, na verdade. A D-Edge Agency está com novos serviços, oferecendo hostess, modelos, dançarinas, design gráfico, entre outras coisas, e também

O D-Edge será expandido para o Rio de Janeiro em 2013?

muito rico – afinal já foi a capital do Brasil. Sempre tive a vontade de fazer alguma coisa lá, faz muito tempo que está pra sair essa ideia e agora finalmente ela vai acontecer. O D-Edge Rio vai ser um complexo ocupando um prédio inteiro, um centro cultural com lugar pra exposições, livraria, restaurante, lounge e, é claro, um clube – que será modulável, mas ainda assim, não muito grande. Acredito muito neste projeto, a classe artística local vai ser muito importante nele e o próprio Governo do Estado e da Cidade estão ajudando muito e incentivando. Deve ficar pronto no primeiro semestre de 2013. E Berlim, também há um projeto em andamento de um D-Edge na capital alemã? É um projeto absolutamente novo. Não

Bossa


D-Edge Rio

tem nada, no mundo, que seja parecido com isso. A ideia é criar uma verdadeira comunidade que tenha todos os tipos de serviços. Desde 1996, lá em Campo Grande, tenho esse sonho de fazer algo grande, um complexo que reúna várias coisas culturais ao mesmo tempo. Já procurei muitas vezes lugares em São Paulo pra esse projeto, mas nunca achei, e no começo de 2012 o Tonio Barrientos e o Red Robin (artistas alemães) vieram pro Brasil e ficaram um tempo comigo. Nos aproximamos, viajamos juntos e trocamos várias ideias, e eles me falaram que haviam alguns projetos parecidos com esse em planejamento lá em Berlim pelo pessoal do Bar 25, que hoje toca o Kater Holzig. Fui pra Berlim várias vezes este ano, nos reunimos e constituímos um grupo pra fazer os estudos e coordenar a incorporação disso tudo. Serão três torres em 18 mil metros quadrados, com arquitetura moderna, um trabalho enorme de paisagismo, jardins, um hotel, uma torre de escritórios e outra de lofts e apartamentos. O projeto inclui restaurantes, livrarias, pequenos cinemas, escolas de teatro, estúdios de música, espaços pra shows, lojas e um espaço para

clubes, que não sabemos ainda como será exatamente – mas espero que seja um D-Edge. A ideia é reunir a classe artística em torno disso tudo, fazer uma movimentação de arte muito grande e também incentivar um intercâmbio com o que acontece aqui no Brasil, ligar mais as coisas. E com tanta coisa acontecendo, não é difícil conciliar tudo ao mesmo tempo? Porque você também tem produzido algumas músicas, não? Tenho que equilibrar muito o meu lado artístico com o lado empresarial, um nunca pode ser maior que o outro. Me proponho a ser DJ, empresário e produtor, e é uma responsabilidade e um desafio conseguir tocar tudo na mesma medida. Pra se produzir é necessário muita pesquisa e tempo, então fica ainda mais complicado, mas tenho tentado me concentrar muito nas produções e acredito que estou conseguindo. Estou com um estúdio em casa e o André Torquato, que é um cara super profissional, está me ajudando muito. Toda semana nos encontramos e vamos fazendo al-

gumas coisas, já temos umas 10 músicas quase prontas, está fluindo muito bem nossa parceria neste ponto. Até o fim do ano devem sair as primeiras faixas, e quero aproveitar pra lançar pelos selos do D-Edge e Warung. Você convive com muitos artistas diferentes do mundo todo, seja pelo clube, seja pelas suas gigs. O que você aprende com eles? Eu procuro ver e pegar um pouco do que acho bom de cada um destes artistas. O clube me permitiu, e ainda permite ver coisas de muita qualidade musical. Um dia eu estou ali tocando com o Jamie Jones, e no outro, por exemplo, estou junto com o Apparat. Ou seja: são duas coisas completamente diferentes, mas sensacionais. Converso com os artistas que vão tocar no clube, convivo com eles, vamos jantar, passamos no estúdio, vejo eles tocar, toco depois, ou seja, é muito bom poder passear por tudo isso, absorver o que cada um pode oferecer. É um privilégio mesmo, porque me permite nunca me limitar.


Entrepreneur, DJ (alone or as half of the Kings of Swingers, with DJ Mau Mau), cultural agitator, party people, and the name behind D-Edge. Renato Ratier can be remembered as any of the above or as all of them together, but in reality it’s a different term that best defines him: a music aficionado. Yes, because in order to play all over Brazil every week, to be at the forefront of clubs like D-Edge – and recently, Warung – as well as almost a dozen different projects, it is essential to be in love with music, the common denominator that holds them all together. And in love with music he is – so much so that he has immersed himself in numerous new challenges: a new venue, called Bossa, in São Paulo, a second D-edge in Rio de Janeiro, an impressive cultural complex in Berlin and even a construction company and travel agency. In the interview below we take a look at the universe of one of the residents and partners of Warung and one of the most symbolic names in the national electronic music scene

Your story is intrinsically linked to music, be it as a DJ or as an entrepreneur. How did your journey in this universe begin? Renato Ratier: Music has always been a part of my life. When I was a child my mother – who has the soul of an artist – used to play the piano and the organ at home, and I loved it. I spent my childhood and teenage years in Campo Grande where I would constantly visit the city’s record stores, listening to absolutely everything, from classical music to punk-rock. When I moved to the US to study in 1992, I had my first encounter with electronic music – which completely fascinated me. I returned to Campo Grande and opened a clothes store, Subculture, and began to throw a few parties at the same time. The brand had a radio program, a fanzine and there was an entire cultural movement around it. I don’t see music as an isolated factor, it’s a language that communicates with fashion, design, art and I have always believed in this varied communication. What about D-Edge – how did it begin? Was it difficult to open an electronic music club in Campo Grande? I had the store and several other things going on in Campo Grande: I threw some parties and played at friends’ clubs as well. I then decided to open a club of my own! I already knew Muti Randolph (designer from Rio), so I explained the project to him and we saw it through together – I had the project’s draft in my head and his incredible talent made it all possible. We opened the club in 2000, when Techno was going strong in Brazil. I liked Techno but I really found my ground after listening to House. The English Tech-House boys used to come to São Paulo quite a lot at the time, so I began to take them to Campo Grande as well. It was more or less 2002

when Chicago House left the ghetto and became more accessible, making it possible to bring the guys who played the style to D-Edge. The audience’s acceptance was great; I think that the parties we had thrown in Campo Grande before D-edge had given us a solid foundation. From Campo Grande to São Paulo, how did the transition happen? I always had a foot in São Paulo; my family has business there, so from an early age I was always between both cities. During one of my visits, after D-Edge Campo Grande was already open, I went to Stereo (the club that used to be where D-Edge is today) and found out that one of the owners of the place, who was also a friend and visited me often in Campo Grande, wanted to sell the club. Many people from São Paulo would go to the D-Edge in Campo Grande and the parties we threw over there, so I knew quite a few people from the city’s e-music scene. Long story short, I bought the venue, spoke to Muti and we began to work on the ideas for D-Edge, which opened in 2003. With two clubs I could showcase several Djs and have them play both venues, and that ended up helping House music’s dissemination in Brazil. While all of this was going on you could always be found behind the decks. Do you see yourself as an entrepreneur who is also a DJ or vice-versa? It’s tough for me to separate one from the other, because I’ve been doing both for a long time. I opened up a club because I loved the music; I was already playing at the time and wanted all of that profoundly – djing and leading the club. It has always been a natural progression and I do both with great dedication. There used to be a certain amount of prejudice against club-

-owners who also played at their venues and I think I managed to break that a little and show that you can be professional in both areas. Both of your clubs, D-Edge Campo Grande and D-Edge São Paulo were very tech-savvy. Where did the inspiration come from? Aren’t you concerned it might become outdated very quickly? D-Edge Campo Grande had a 60s psychedelic vibe to it, inspired by Verner Panton, all the designs and colors were connected. I like that a lot, there are two sides to me, the futurist and the one that enjoys the concept of a closed project, one that is not s collage of ideas but in fact a unique project with a single idea to it. That fits in with Muti’s work, so we worked well together. All creation is a process that needs work, but Muti has this connection with machines, turning the entire project into a big machine. These clubs (D-Edge São Paulo and Campo Grande) are actually machines! If you “open” D-Edge Campo Grande and look at it from the outside, it’s hardware! And I think they don’t become outdated because when the design is good it becomes a classic, and to this day, people who go to D-Edge São Paulo’s original dance floor (which was not modified in the club’s refurbishment in 2010) are still impressed with what they see. What about the story with Warung, how did that happen? What’s your take on the electronic music boom of Santa Catarina? I had played at Warung several years before and always played at other clubs in the area as well. Due to a certain kinship with Gustavo Conti we became friends, I started to play at the club more often, became a resident and then a partner. Irrespective of money or any other factor, I like to do business with people I have a good


relationship with, and that was the case with Warung. The club is a tremendous challenge because the audience is very receptive to new things. Warung as a whole is incredible, these are good people, who want to have a good time, the dance floor doesn’t hold back and things happen naturally. Santa Catarina has great potential, the audience matures exponentially and the quality found on the dance floor is sensational. Tell us about your new projects. There are several projects in the air at the moment. D-Edge Agency now offers new services, including hostesses, models, dancers, graphic design amongst others and we’re also working D-Dreamakers: a travel agency of sorts, specializing in special itineraries that include gastronomy, art and fashion events as well as festivals and parties. There’s also the construction company, of which I can’t go into details, and Bossa, a venue in São Paulo that combines a lounge with a production studio and will become a meeting point for musicians. D-Edge is expanding to Rio de Janeiro in 2013? I love Rio, I have several friends there! Many people think Rio is all about Funk, but the truth of the matter is that the city is an incredible cultural hotspot. There are several talented artists in very diverse areas like fashion, design, visual arts- it’s a very rich cultural environment –after all, it was once the capital of Brazil. I’ve always wanted to do something there, this idea has been a long time coming and now it’s finally going to happen. D-Edge Rio will be a complex occupying an entire building; a cultural center with a space for exhibitions, a bookstore, a restaurant, a lounge and of course a club – a modular club but not a very big one. I have a lot of faith in this project, the local artists will be very important for it and the State and City Gover-

Projeto Berlim

nments are really supporting us. It should be ready in the first half of 2013. What about Berlin? There’s also an ongoing project for D-Edge in the German Capital right? This is a completely innovative project. There’s nothing like it in the world. The idea is to create a real community that offers all types of services. Since 1996, when I was still in Campo Grande, I’ve had the dream of creating something really big, a complex that offers several different cultural options in one place. I’ve looked everywhere in São Paulo for a place to build this project, but never found one, then in the beginning of 2012, Tonio Barrientos and Red Robin (German artists) came to Brazil and spent some time with me. We got close, travelled quite a bit together and exchanged several ideas. They told me about a few similar projects that the Bar 25 crew had been keeping in the books for Berlin, the same crew who runs Kater Holzig today. I went to Berlin several times this year, we had quite a few meetings and set up a group to begin studying and coordinating the entire concept. There will be 3 towers covering around 18 square meters, with very modern architecture, a huge landscaping project, gardens, a hotel, a business tower for offices and another one for lofts and apartments. The project includes restaurants, bookstores, small movie theaters, theater studios, music studios, a concert hall, stores and a space for clubs – which we haven’t worked out all the details for yet but I’m hoping it will be another D-Edge. The idea is to bring the local artists in on the project and generate a big artistic movement as well as boost the exchange between Europe and Brazil, connect both continents. And with so much going on, isn’t it tough to keep it all going at the same time? You’ve also been in the studio quite a bit this year too, haven’t you?

I really have to work hard on balancing my artistic and entrepreneurial sides – one can never occupy more space than the other. I have a commitment towards being a DJ, a businessman and music producer and it’s my responsibility as well as a great challenge to keep all the balls rolling at the same speed. Producing requires a lot of research and time, which makes it even more challenging, but I’ve been trying to focus on my productions and believe I’ve been quite successful. I have a home studio and André Torquato, a very professional guy, has been helping me out a lot. We meet every week to get some work done in the studio and currently have around 10 tracks which are almost ready; our partnership works very well in this sense. The first tracks should be released by the end of the year and I want to get them released on D-Edge and Warung record labels. You spend quite a lot of time with artists from all over the world, be it because of the club or because of your gigs. What do you learn from them? I try to observe and take a little of what I find to be good about each one of those artists. The club has allowed me and still allows me to witness a variety of great quality music. On one day I’m playing with Jamie Jones and on the next, for example, I’m with Apparat. In other words: two completely different things but both incredible. I talk to artist who come play at the club, hang out with them, take them out to dinner, swing by the studio, watch them play, play after them…on other words, being able to experience all of these stages and take in what each one can offer is very special. It’s a real privilege because it allows me to never limit myself.


82 | COLUNA

O mundo anda chato. Já não consegue rotacionar 1 cm sem que se ouça uma reclamação. Eu mesmo faço a minha parte, reclamando para o mundo que o mundo anda chato por ter tanta gente reclamando – inclusive eu. A falta de grandes shows, a falta de educação, as filas, o excesso de carros que me deixa preso no trânsito, a corrupção, a política, a música alta, a falta de música, o preço da passagem aérea, às vezes abusiva e às vezes baixa demais, o tamanho do sanduiche, a falta de recheio na pizza. O que tem acontecido com o mundo? Em qual momento a normalidade perdeu seu compasso? Será que perdeu? Sinto o mundo hoje em dia como um restaurante lotado. Um vozerio interminável. As pessoas ganharam voz nos últimos anos. E resolveram falar. As redes sociais, as câmeras, a conexão fácil e os celulares amplificaram nossa voz. Se o microfone foi aberto, vamos falar. Se o microfone está aberto, é porque provavelmente alguém está disposto a nos escutar. Os ouvidos e plateias imaginários parecem ter despertado na gente uma necessidade de opinião. Como se compartilhar fosse criticar. E como se criticar fosse sinônimo de falar mal. A crítica, para ser boa, não precisa julgar a obra como incompleta. E todo mundo critica, fala. Fala mal das empresas. De músicas. De pessoas. Do governo. Manda recados sem endereços. “Fica a dica”. A essa altura, imagino que meu discurso esteja soando como papo de aposentado que gasta seu tempo mostrando sua preocupação com os rumos da sociedade atual. Mas calma, ainda faltam algumas centenas de milhares de reais para eu chegar na aposentadoria. Então, ainda não é hora de desacreditar. Particularmente, acho que as pessoas sempre tiveram esse perfil reclamão e a vontade de botar a boca no trombone para falar mal das pequenices do mundo, só não tinham o trombone. Afinal, cá entre nós, quem aí está convicto do

sentido da sua vida? Quem está totalmente satisfeito com as coisas como elas são? É natural que qualquer pessoa do planeta discorde do planeta. E isso nos deixa mal por alguns minutos, com aquela sensação de peixe fora da água. Como se o mundo tivesse uma cultura particular, não compatível com a nossa, e nós simplesmente não fizéssemos parte dela e dele. Não fazendo parte, a gente reclama, esperando que alguém ouça e mude o mundo. Muitas vezes, esquecendo que nós somos o mundo. E que nós precisamos mudar para mudá-lo. Nós somos a falta de shows, nós somos a falta de educação, nós somos o trânsito, nós somos a corrupção, nós somos a política. E isso é horrivelmente lindo. Nós temos a capacidade de mudar. Temos poder para entrar na cozinha da pizzaria e dobrar a quantidade de catupiry. O mesmo trombone que nos permite reclamar, também nos dá recursos para articular mudanças. E não estou falando de marchas e protestos. Ok, estou falando um pouco disso. Mas isso também é coisa de reclamão. O ponto que quero chegar é como podemos nos tornar criadores de mundo. Ao invés de utilizarmos ou criticarmos a cultura, nós a criamos e saímos da zona de conforto dos utentes. É contra o consumo de carne de animais lindinhos e indefesos? Feche a boca e influencie o mundo a fazer o contrário. Não faça protestos, faça receitas. Não abra uma ONG, abra o restaurante mais espetacular da sua cidade (sem carne no cardápio). Ou apenas promova jantares sem carne na sua casa. Isso vale para festas, meio de transporte, política, caridade, liberdade sexual, música. As rádios só tocam jabá? Monte uma playlist online e envie para seus amigos. Crie! Entenda que como reclamão, você tem o poder de ser um grande chato e tornar o mundo ainda mais chato. Mas, como criador, você pode moldar o ambiente e transformá-lo exatamente naquele onde você sonha em viver. É possível que nada disso dê certo, mas ao menos você deixará de ser um simples reclamão e se transformará no tipo de pessoa que todo mundo realmente quer escutar.


“Podemos nos tornar criadores de mundo. Ao invés de utilizarmos ou criticarmos a cultura, nós a criamos e saímos da zona de conforto dos utentes.”

Complainers and creators of the world. The world has become boring. Earth no longer rotates a single inch without some sort of complaint being voiced. I do my part, complaining to the world that the world is boring because of so many people complaining – including me. The lack of great concerts, the lack of education, the lines, the excessive amount of cars locking me up in traffic, the corruption, the politics, the loud music, the lack of music, the prices for plane tickets – sometimes abusive and others too low – the size of sandwiches and the lack of pizza toppings. What’s going on in the world? When did normality lose its beat? Did it really? The world feels like a packed restaurant to me. An endless rumble of voices. Peoplehave found their voice over the last few years – and they’ve decided to use it. Social networks, cameras, easy connection and cell phones have amplified our voices. If the microphone is on, let’s talk. If it’s on, that probably mean someone is willing to listen. The imaginary ears and audiences seem to have awoken our need for opinions. As if sharing were criticizing. And as if criticizing were synonymous with bad-mouthing. For criticism to be any good, the piece doesn’t have to be considered incomplete. And everyone mouths his or her criticisms. They bad-mouth companies. Songs. People. The government. They send unaddressed messages. “#message” “#alwaysremember” At this point, I’m sure you think my discourse sounds like that of a retired old man who spends his time worrying about the road current society has chosen. But wait, there are still a few hundred million Reais needed before I retire. So it’s not time to lose faith yet. I personally believe people have always had a complaining personality and the need to voice their opinions in order to bad-mouth the “little things” - they just needed the voice. I mean, between you and me, who out there actually has a handle on the meaning of life? Who is 100% satisfied with things the way they are? It’s only natural that any person on the planet disagrees with the planet. And that makes us feel bad for a few minutes, it gives is that fish-out-of-water feeling. As if the world had a specific culture, not compatible with ours, and we’re simply not a part of either. As outcasts we complain, hoping that someone will listen to us and change the world. Constantly forgetting that, in fact, we are the world and before we can change that world, we need to change ourselves. We are the lack of concerts, the lack of education, we are traffic and corruption, and we are politics. And that is horribly beautiful. We are capable of change. We can walk into the kitchen at the pizza place and get double the cheese on our order. The same microphone we use to complain can also be used to voice changes. And I’m not talking about marches or protests. OK, maybe a little. But that’s also a complainer stance. The point I’m trying to make is how we can become the world’s creators.

Guilherme de Souza Krauss

Instead of using or criticizing culture, we create it and step out of our user comfort zone. Are you against consuming meat from cute and defenceless animals? Close your mouth and influence the world to do the opposite. Don’t protest, offer solutions. Don’t start an NGO, open the most spectacular restaurant in your city (not a single meat to be found on the menu). Or just throw meatless dinner parties at your house. That goes for parties, transportation, politics, charity, sexual orientation and music. Radio stations seem to play the same commercial stuff all day? Post a playlist online and send it to your friends. Create! Understand that as a complainer you are capable of becoming a huge pain in the neck and making the world even more boring. But as a creator you can shape your environment and transform it into exactly the one you dream of.

Ranzinza aos 25 anos e fundador d’ A Grande Escola. / Grumpy at the age of 25 and founder of A Grande Escola.

None of this might work, that’s a possibility – but at least you’ll stop being another complainer and become the kind of person everyone really wants to listen to.

guilherme@agrandeescola.de


84 | ENTREVISTA

Por Bruna Calegari

Seus livros são primeiros passos de muitas pessoas, principalmente mulheres, em direção ao hábito pela leitura por tratar de temas que instigam a alma feminina. E você, como aflorou a sua paixão pelos livros e pela escrita? Foi uma forma de expressão encontrada desde cedo ou surgiu mais tarde na sua vida? Sempre gostei de ler, desde menina, mas não era uma fissura desmedida – preferia ouvir música, e tenho certeza de que ter escutado muita MPB de qualidade (Caetano, Gil, Gal Costa, Milton Nascimento, Secos e Molhados, Jorge Ben, Rita Lee, Tim Maia, Chico Buarque) me fez amar as palavras e seus ritmos.

Mas como não sei tocar nenhum instrumento e nem cantar, foi através da escrita que passei a expor meus sentimentos e ideias. Inicialmente escrevia apenas para mim mesma (diários e poemas). Não havia pretensão de ir além. Só mais adiante é que tive a sorte de publicar meus textos e transformar meu hobby em profissão. Até hoje tenho a sensação de que não trabalho, não no sentido formal do termo. Escrever segue sendo um grande prazer e uma grande paixão – é uma sorte conseguir me sustentar dignamente com meu lazer. Como você tem provado, existem infinitas formas de se abordar sentimentos compartilhados por tantas mulhe-

res, cada uma tão diferente da outra. Ao mesmo tempo há uma essência, que é o que você trabalha tão bem. Em que ponto você acha que todas as mulheres são iguais? Na importância que damos ao amor. Não me atreveria a julgar se isso nos fragiliza ou nos fortalece, provavelmente ambos. Só sei que a vida parece incompleta se não estamos amando e sendo amadas, independentemente das nossas conquistas profissionais. Aliás, tenho a impressão de que os homens não diferem de nós nesse aspecto, apenas não externizam essa necessidade, parecem se virar melhor sozinhos. Mulheres também se viram sozinhas e muito bem, porém


sigo, sem me tiranizar, sem me cobrar desumanamente e sem me levar tão a sério. Faço o que posso, apenas isso. Quais são suas influências fora da literatura? Soube que você é fã de rock desde jovem... Ouvi muita MPB quando criança, como disse antes, mas o rock me ganhou na adolescência. Acho que é um ritmo que se comunica mais com o corpo do que com a mente, e isso também é vital. Ele entrou na minha vida através de Janis Joplin e Beatles, logo depois Creedence, Rolling Stones, Deep Purple, Jethro Tull e tantos outros. E aí veio o blues, o jazz... Gosto do que é unplugged. O teatro também sempre me cativou, assisti Paulo Autran, Tonia Carrero, Fernanda mais por força das circunstâncias do que por escolha. Nunca escondemos que a vida a dois nos parece mais intensa. Seu último livro fala sobre uma mulher descontente, que não consegue conciliar amor e sexo na mesma relação afetiva. Seria este um dilema enfrentado pelo homem de décadas passadas, com o qual a mulher de hoje apenas começa a se deparar? É possível. Eu só percebo os reflexos da sociedade nos meus livros quando eles já estão publicados. Na hora de escrever não me conduzo por nada disso, é tudo muito intuitivo. Mas não discordo de que a sociedade se tornou mais unissex e que nosso romantismo ficou mais comprometido, com menos espaço para aflorar. É mais fácil ter sexo que amor. Pessoalmente, não vejo muito graça em eles andarem separados – prefiro os dois juntos. “Quem tem medo de Martha Medeiros”: como é ser uma das maiores escritoras do país, mãe e mulher? Olha, acho até engraçado merecer essa distinção toda. Não me sinto uma das maiores escritoras do país. Posso ser uma das que mais vende, pelo aspecto comunicativo do meu texto, mas meu critério de qualidade é outro. Seria ótimo ser uma das maiores, talvez um dia eu chegue lá. Pra quem vê de fora, cheguei. Em termos de visibilidade, concordo, mas visibilidade não é tudo. Então não há nenhum tipo de soberba de minha parte, sou uma mulher absolutamente comum, cumprindo meus papéis na sociedade da melhor forma que con-

“É mais fácil ter sexo que amor. Mas pessoalmente, não vejo muito graça neles andarem separados.”

solene demais. Relacionamentos é que marcaram minha vida; livros me encantaram, apenas. Na infância, Monteiro Lobato, sem dúvida. Na adolescência, Mario Quintana e J.D. Salinger. No início dos anos 80, os livros de crônicas da Marina Colasanti me situaram no novo universo feminino que se inaugurava. Hoje em dia, degusto os livros de Paul Auster, Philip Roth e Ian McEwan como se fossem iguarias. E considero Cristóvão Tezza* o melhor escritor brasileiro vivo. Quanto a um personagem meu, inevitável: a Mercedes, do livro Divã (protagonizada no cinema por Lília Cabral). Finalizando, o que você prefere conhecer: lugares ou pessoas? Por quê? Correndo todos os riscos de soar antipática: lugares. Tenho a sorte de contar com amigos variados e maravilhosos (não são amigos de facebook, mas de uma vida inteira) e não sou tão ansiosa assim por aumentar a quantidade de nomes na minha agenda, já estou bem saciada de afeto. Quero, sim, conhecer mais uma ou duas pessoas que sejam realmente especiais e significativas na minha vida, há espaço e desejo pra isso, mas quanto aos lugares do mundo, ah, pra eles sempre estarei aberta. Patagônia, Canadá, praias do Caribe, países escandinavos, savanas africanas, paraísos asiáticos, o interior europeu, o norte do Brasil... Haja tempo e saúde pra trilhar por grande parte desse mundão que ainda não conheço e que tanto me atrai. *Escritor entrevistado pela Revista Warung na edição #002.

Montenegro e Marilia Pêra quando eu era ainda uma piá (gíria gaúcha pra pirralha), e depois conheci o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone (cuja peça mais famosa é Trate-me Leão) e aí nunca mais deixei de amar o teatro. Até hoje assisto a muitas peças, e vocês podem imaginar a alegria que foi para mim ter textos meus adaptados para o palco (Divã, Doidas e Santas, Tudo que eu queria te dizer). Sobre cinema, nunca escondi que arrasto um trem pelo Woody Allen, mas curto demais também os filmes de Almodóvar, Scorcese, Sam Mendes, irmãos Coen e mais uns 178 cineastas... Qual foi um livro que marcou sua vida. E uma personagem favorita – sua, é claro. “Marcar a minha vida” me parece meio


In an exclusive interview for Warung Magazine, one of the country’s bestselling authors, passionate about the feminine soul, tells us how she fell in love with words through music, talks about her cultural influences and surprisingly reveals that, in a world where having millions of friends is possible, she rather know the diversity of places than venture into people’s small universes.

“It’s easier to have sex than love. But, personally, I don’t see much fun on them working separately” just don’t externalize that need, they seem to handle themselves better alone. Women can also handle being alone and they’re quite good at it, but it’s more a consequential than by choice. We never hide the fact that we believe life is more intense when lived with someone else. In your latest book you talk about an unhappy woman who can’t find balance between love and sex within the same relationship. Would this be a dilemma men used to face in past decades which women are only now getting acquainted to? Your books are many people’s first steps, especially women’s, towards a reading habit due to the fact that it entices the feminine soul. How about you, what awakened your passion for books and writing? Was it a form of expression found early on or did it happen later in your life? I’ve always liked reading, since I was a little girl, but it was never an unbridled passion – I preferred listening to music, and I’m sure that the fact that I listened to so much high quality Brazilian Music (Caetano, Gil, Gal Costa, Milton Nascimento, Secos e Molhados, Jorge Ben, Rita Lee, Tim Maia, Chico Buarque) made me fall in love with words and their rhythms. But the fact that I couldn’t play any instruments or sing made me turn to writing to express my feelings and ideas. Initially, I wrote for myself (diaries and poems). I had no intention of taking it any further. It was only later on that I was lucky enough to publish my texts and make my hobby a profession. To this day I have the feeling I don’t work, not in the formal sense of the word. Writing is still an enormous pleasure and a great passion – I am very lucky to be able to maintain myself with what I consider leisure. You are proof that there are infinite ways to approach feelings shared by so many women, all very different to one another. At the same time there is an essence, something you deal with very well. In what aspect do you think every woman is the same? In the importance we give to love. I wouldn’t dare judge if that makes us more fragile or stronger- probably both. All I know is that life seems incomplete if we do not love and are not loved, irrespective of our professional victories. As a matter of fact I have the feeling that men are not that different to us in that respect, they

It’s possible. I only notice a reflexion of society in my books when they are already published. When I write them I’m not guided by any of that, it’s all very intuitive. But I don’t disagree with the fact that society has become more unisex and that our romantic side has been compromised and has less space to flourish. It’s easier to have sex than love. Personally, I don’t really see the point in having one without the other – I rather have both at the same time. “Who is afraid of Martha Medeiros”: what does it feel like to be one of the country’s greatest writers, a mother and a woman? You know, I find such honour almost funny. I don’t consider myself to be one of the country’s greatest writers. I might be among the bestselling authors, because of the communicative aspect of my writing, but my criteria for quality are different. It would be great to be one of the best, maybe one day. For someone looking in from the outside, that day has come. In terms of visibility, I agree, but visibility isn’t everything. So there really is no haughtiness on my part, I am an absolutely common woman, abiding to my roles in society in the best way I can, without being a tyrant or inhumanely demanding too much from myself and without talking myself too seriously. I do what I can- it stops there. What are your non-literary influences? I heard you’ve a rock since you were a young woman... As I mentioned earlier, I heard a lot of Brazilian Music when I was a child, but rock took over when I reached my teens. I think it’s a rhythm that communicates better with the body than with the mind, and that is vital. It came into my life through Janis Joplin and the Beatles, then soon after Credence, Rolling Stones, Deep Purple, Jethro Tull and many others. Then came

blues, and jazz... I really enjoy the unplugged. The theatre always caught my attention as well, I watched Paulo Autran, Tonia Carrero, Fernanda Montenegro and Marilia Pêra when I was still young, and later I was introduced to Asdrúbal Trouxe o Trombone (a Brazilian theatre company) and I never let go of the theatre again. To this day I watch quite a lot of plays, so you can imagine the joy brought me when my writing was adapted for the stage (Divã, Doidas e Santas, Tudo que eu queria te dizer). On the topic of movies, I have never hidden my admiration for Woody Allen, but I also love Almodóvar, Scorcese, Sam Mendes, the Coen brothers and another 178 filmmakers... Tell us about a book that changed your life. And one of your favourite characters – from your books of course. “Changed my life” seems too serious for me. Relationships change my life; books only fascinated me. When I was a little girl I’d have to say Monteiro Lobato, without a doubt. As a teenager: Mario Quintana and J.D. Salinger. In the beginning of the 80s, Marina Colasanti chronicles introduced me and situated me in the new feminine universe that was beginning. And I think Cristóvão Tezza* is the best Brazilian author alive. As for one of my characters, it’s inevitable: Mercedes, from Divã (played by the actress Lília Cabral in the movie). Wrapping up, what do you prefer getting to know: places or people? Why? At the risk of sounding obnoxious: places. I am lucky to have an assortment of very different and marvellous friends (they are not Facebook friends, but life-long friends) and I’m not that anxious to increase the names on my list, I’m really quite affectionately satiated. I do want to meet another person or two who are special and meaningful in my life, there’s space and a desire for that, but as for places in the world…I will always be open to them. Patagonia, Canada, the Caribbean beaches, the Scandinavian countries, the African savannah, Asian paradises, the European countryside, Northern Brazil...May I have the health and time to roam the parts of vast world I still haven’t been to and which still attract me so. *Author interviewed by Warung Magazine in the Second Edition.



88 | MODA

Produtora de moda / Fashion producer: Patricia Backes Modelo / Model: Mariana Weiss Cabelo e maquiagem / Hair & make-up: Mateus Loureiro Fotografia / Photography: Gio Soifer Agradecimentos / Acknowledgements: Guita Soifer Apresentando / Featuring: Reptilia, Outfit4You











98 | FASHION TRENDS

Tendências fresquinhas direto das semanas de moda e das ruas do mundo. Pode apostar nestas dicas, elas vão bombar na próxima estação. To use now Trends baked straight from the fashion weeks and the streets of the world. You can bet these tips, they will in the next pumping station. Por Manoela Ebert

Depois da enxurrada de batons com efeito mate, os batons com efeito gloss estão voltando a reinar. O batom gloss, aquele que deixa os lábios bem molhados, sempre fizeram sucesso e se foram ofuscados pelo boom dos batons foscos, mas agora chegaram com tudo nas semanas de moda. Quem teve os lábios danificados pelo inverno já pode comemorar, pois os batons com efeito molhado costumam disfarçar a secura dos lábios mais ressecados. Colorido ou transparente, o batom molhado está de volta... E mais sexy do que nunca! After an avalanche of matte lipsticks, the gloss effect is making its comeback. Gloss-effect lipsticks, the kind that makes your lips look wet, have always been a hit – if they were a little upstaged by the matte effect boom they have returned full force in the fashion weeks worldwide. If your lips are the kind that suffer in the winter you can start celebrating because the gloss-style lipstick tends to hide the dryness on chapped lips. Colorful or clear, glossy is back…and sexier than ever!


O neon vai e volta: sempre tem um lugarzinho para ele no mundo da moda. O tom de neon da vez é o amarelo. Bem forte e agitado, o amarelão que já ia bem no inverno, continua no verão. No frio fica ótimo para animar os looks mais sóbrios, quebrar a monotonia do preto, cinza e marrom. No verão faz um bom mix com estampas na beira da praia. Se você tá a fim de entrar nessa onda neon, mas não quer arriscar um look completo ou peça de roupa, se joga nos acessórios. Bolsas, sapatos, bijuterias e até esmaltes são maneiras mais simples (e baratas) de curtir essa moda. Neon comes and goes: there’s always a place for it in fashion. This time it’s yellow’s turn; very bright and strong yellows that can be worn in the winter and in the summer. On colder days it’s a good way to break the more sober looks, bring some colour to all that black, grey and brown. In the summer it’s great with prints on beachwear. If you’re not quite ready to go full-on neon in an outfit then place your bets on accessorizing. Bags, shoes, jewellery and even nail polish are simpler ways (and cheaper too) to dive into this trend.

Lançado lá nos anos 40 para compor o uniforme dos marinheiros, os docksides ganharam novas versões e com o tempo se tornaram parte do guarda-roupa dos homens. Hoje a novidade é que os sapatos voltaram repaginados e com uma cara totalmente cool. Lá na gringa os meninos não tiram do pé, com bermudas ou calças com a barra dobrada no verão. Para o inverno tem modelos de cano alto. Aqui no Brasil, as lojas mais antenadas já colocaram à venda modelos mais moderninhos, coloridos, estampados ou feitos com materiais diferenciados. Além disso, algumas famosas marcas de sportwear como a Nike e a Adidas já se arriscaram em modelos híbridos, um mix de dockside com tênis! First launched in the 40s as part of the marines’ uniforms, the Docksides have evolved into several different versions and over time have become a constant in men’s wardrobes. They’re back again – this time revamped and totally cool. Out of Brazil guys can’t seem to get enough of them; with knee-length shorts or folded hemline pants in the summer. During the winter months the ankle-boot docksides are a better bet. In Brazil, the hippest stores have already started selling the more up-to-date, colourful, printed versions as well as those made with different materials. A few famous sportswear brands like Nike and Adidas have also tried the hybrid models, a mixture between docksides and sneakers!




102 | GASTRONOMIA

Gastronomia Por Liliane Rassi

Gastronomy

Cuines Santa Caterina Essa dica de restaurante em Barcelona veio de uma amiga que morou lá por vários anos. Fica dentro do Mercado com o mesmo nome, um ponto turístico da cidade. É um dos restaurantes do Grupo Tragaluz, dono de alguns dos melhores de Barcelona e Madrid. Tanto o cardápio de tapas servido no bar, como o cardápio principal servido nas mesas, são fantásticos. Frutos do mar grelhados, muito azeite, ervas e vegetais. Ambiente moderno e descolado. Preços módicos.

This restaurant tip in Barcelona came from a friend of mine who lived there several years. It is located inside a Market with the same name, one of the city’s tourist points. It is part of the Traga Luz Group owners to several of the best restaurants in Barcelona and Madrid. Both the tapas menu served at the bar and the main menu served at the tables are fantastic. Grilled seafood, lots of olive oil, herbs and vegetables served in a modern and hip environment. Reasonable prices. cuinessantacaterina.com / grupotragaluz.com

Shake Shack O melhor hambúrguer de Nova York agora está também em South Beach, na Flórida. A rede de fast food criada por Danny Meyer, um dos principais restauranteurs de Manhattan, é especialista em hambúrgueres deliciosos, feitos com carne orgânica. Vale a fila e o preço elevado para um fast food. New York’s best hamburger has now landed in South Beach, Florida. The fast-food chain created by Danny Meyer, one of Manhattan’s main restaurateurs, specializes in delicious hamburgers made with organic meat. The lines and slightly exaggerated prices are worth the experience.

shakeshack.com


Clericot de frutas vermelhas

Saladinha fora do comum

Uma bebida refrescante para receber os convidados em casa. As meninas adoram!

Um jeito de recepcionar bem o calor que está por vir é com a Salada de Riso Nero com Brunoise de Legumes e Camarões.

Red fruit clericot

Ingredientes • 200g Morangos frescos • 200g Amora* • 200g Framboesa* • 2 doses de Cointreau (100ml) • 150ml de suco de laranja • 350ml de Schwepps Citrus • Gelo a gosto • 1 garrafa de 750ml de vinho Sauvignon Blanc • 1 garrafa de 750ml de espumante seco *Pode ser a fruta congelada. Modo de fazer: Corte os morangos ao meio, junto as amoras e framboesas; coloque-as em uma jarra transparente grande. Adicione em seguida os líquidos. Complete com o gelo. Sirva em seguida. A refreshing beverage perfect for when friends come over. A hit with the girls! Ingredients • 200g Fresh strawberries • 200g Blackberries* • 200g Raspberries* • 2 Portions of Cointreau (100ml) • 150ml orange juice • 350ml Schweppes Citrus Zero • Ice • 1.750 ml bottle of Sauvignon Blanc • 1.750 ml bottle of dry sparkling wine *Can be frozen Preparation: Cut the strawberries in half and mix them with the blackberries and raspberries in a large transparent jar. Add the liquids and finally the ice. Serve immediately.

The unusual salad

Ingredientes • 250g de riso nero (arroz negro) • 80g de ervilhas frescas • 1 Cenoura em cubinhos • 1 Cebola picada • 6 Camarões grandes • 150ml de azeite de oliva extra virgem • 2 Talos de alho poró em cubos • Sal e pimenta a gosto Modo de fazer: Refogue a cebola, o alho poró e a cenoura em 50 ml de azeite. Acrescente as ervilhas, cozinhe mais um pouco, tempere e reserve. Cozinhe o arroz em água abundante até que fique al dente; escorra e reserve. Esquente a frigideira, bote um fio de azeite e jogue os camarões. Tempere com sal e pimenta, salteando-os. Flambe com conhaque (ou outro destilado) e reserve. Misture o riso com a cenoura e o alho poró; acerte o tempero, coloque em taças e decore com os camarões. A great way to welcome the heat heading our way is by preparing a lovely Riso Nero Salad accompanied by Vegetable and Shrimp Brunoise Ingredientes. Ingredients • 250g riso nero (black rice) • 80g fresh peas • 1 Diced carrot • 1 Chopped onion • 6 Large shrimp • 150ml extra virgin olive oil • 2 Stems of leek cut into cubes • Salt and pepper to taste Preparation: Simmer the onion, the leek and the carrots in 50 ml of olive oil. Add the peas, cook for a while longer, season and store. Cook the rice in abundant water until it is al dente; drain and reserve. Heat the frying pan, drizzle a little olive oil and throw in the shrimp. Season with salt and pepper sautéing and flambé with cognac or a different choice of distilled beverage and store. Mix in the rice with the carrots and leeks; tweak the seasoning, place in goblet-like glasses and decorate with the shrimp.


104 | DICAS DO ESPECIALISTA

Tips from the specialist

Melissa Maouris Fundadora da Maouris.co.uk, é uma das maiores especialistas em relações públicas da música eletrônica mundial, sendo presença obrigatória nos mais importantes festivais e conferências de todo o mundo. É responsável pela mídia de nomes como Nicolas Jaar, a família Wolf+Lamb, Agoria, Damian Lazarus e Soul Clap. Founder of Maouris.co.uk, she is one of the biggest specialists in electronic music PR worldwide, always present at the most important festivals and conferences around the globe. Melissa is the name behind the media of artists like Nicolas Jaar, the Wolf+Lamb family, Agoria, Damian Lazarus and Soul Clap.

Mike Henderson Mike Henderson viaja o mundo com seu codinome, DJ Endo. Ele é especialista na criação do mapeamento do Traktor, um dos principais instrumentos para discotecagem usados no mundo. Além disso, é o encarregado de acompanhar turnês de DJs como Sharam, Dubfire, Felix da Housecat e Pete Tong. Mike Henderson travels the world with his DJ Endo alias. He is an expert on mapping one of the most used instruments for DJing around the globe, Traktor. Besides, he is responsible for the tour managing of DJs like Sharam, Dubfire, Felix da Housecat and Pete Tong.

Vicente Frare Vicente Frare é viajante profissional e editor-chefe da Pulp Edições. Conseguiu juntar sua paixão pela estrada com o trabalho de escrever, editar e distribuir guias de viagens para viajantes descolados. Sua editora já vendeu mais de 25.000 guias de destinos tão variados como Nova York, Miami, Buenos Aires e Brasil. Vicente já esteve em mais de 90 países e acaba de lançar o último título, de Paris. Vicente Frare is a professional traveller and chief editor of Pulp Edições. He’s managed to join his passion for the road with the writing, editing and distribution of travel guides for hip travellers. His publishing house has sold over 25,000 guides to the most diversified destinations covering places like New York, Miami, Buenos Aires and Brazil. Vicente has been to over 90 countries and is currently working on his next destination, Paris.


Burning Man É uma escolha difícil entre minha praia favorita em Ibiza e o Burning Man, mas o último acaba levando. Simplesmente porque enxergar a justaposição entre a civilização e a grande expansão de um deserto é tão raro e incomum que parece uma visão futurística. It’s a hard choice between my favorite beach in Ibiza and Burning Man but the latter wins. Simply because seeing the juxtaposition between civilization against the great expanse of the desert is so rare and alien it seems like it’s a fantasy from the future.

Ibiza O melhor pôr-do-sol que eu me lembro de ter visto foi em Burlington, Vermont. O lago e as montanhas sob a luz do sol se pondo são lindos, com os pássaros sobrevoando a minha cabeça. Foi um momento mágico. Mas os melhores sunsets definitivamente são vistos no Cafe Mambo em Ibiza. Não há nada como um pôr-so-sol no mediterrâneo ao som de Pete Tong! The best sunset I can recall was in Burlington, Vermont (Canada). The lake and mountains were probably the most beautiful view I’ve seen and the birds were flying by my head. It was truly a moment. Also some of the best sunsets can be seen at Cafe Mambo in Ibiza. There is nothing like watching a Mediterranean sunset while listening to the sounds of Pete Tong!

Istambul Sempre sinto uma emoção diferente quando vejo o pôr-do-sol do terraço do Konak Café, no coração do descolado Beyoglu de Istambul. A cacofonia dos cantos das mesquitas, a arquitetura milenar da cidade e a animação do bairro transformam o fim do dia em um show. i always feel something unique when I watch the sunset from the Konak Café terrace, in the heart of Beyoglu in Istambul. The mosque’s cacophonic chants, the city’s millennial architecture and the neighbourhood’s liveliness make the end of the day a spectacle no to be missed.


Nova York Nova York vista pela ponte do Brooklyn é definitivamente um dos skylines mais icônicos. Passei um mês vendo isso todos os dias e nunca cansei de ver a cidade em toda sua glória debruçada sobre a água. New York City from Brooklyn bridge is one of the most iconic skylines. I spent a month there and never tired of seeing the city from across the water in all its glory.

Nova York Em Nova York eu costumava morar em Long Island em um apartamento no 33º andar. A cidade parecia ter um aspecto diferente a cada dia; algo nas cores do Empire State sempre era diferente e fazia o humor da cidade se comunicar com o meu. Era difícil ter um dia ruim acordando com aquela vista! In NYC I used to live in Long Island City in a 33rd floor apartment overlooking the city. I’d wake up and the city always seemed to have a different look every day; something about the colors of the Empire State building always seemed to sum up how I felt and how the city felt at that moment. It was hard to have a bad day waking up to that view!

Dubai No melhor estilo “bem-vindo ao futuro”, o skyline de Dubai, com o imenso Burj Khalifa e em constante mutação, é a prova de que dá para viajar no tempo. Veja tudo de camarote no Neos Bar, no 63º andar do hotel The Address Downtown. With a very “welcome to the future” feel to it, the skyline in Dubai, with the enormous Burj Khalifa and under constant change, is proof that we can indeed travel in time. Watch it all happen from Neos Bar, on the 63rd floor of The Address Downtown Hotel.


Castro, San Francisco Tenho tantos favoritos – Santa Teresa no Rio, Kreuzberg em Berlim, Marais em Paris. Mas meu favorito é o Castro, em São Francisco: é tão boêmio e colorido. Tanto ricos quanto moradores de rua confraternizam juntos, é uma demonstração de humanidade. I have so many - Santa Theresa in Rio, Kreuzberg in Berlin, Marais in Paris but my top is The Castro in San Francisco because it’s so bohemian and colorful. Homeless and rich come together to party and unite, it is very human.

Old Montreal, Montreal Como um bom Canadense, devo dizer que meu bairro favorito é Old Montreal. Amo a energia daquele lugar. Os restaurantes são ótimos e adoro os prédios, as lojinhas e hotéis, todos têm uma aura “classuda” – além do que todo mundo fala francês, que é um idioma lindo. As a good Canadian I must say my favorite “hood” has to be Old Montreal. I love the vibe there. The restaurants are amazing and I love all of the old buildings, the little shops and the hotels, all have this old classy feel to them – plus everyone speaks French, which is a beautiful language.

Lower East Side, Nova York Adoro a mistura high-low do Lower East Side nova-iorquino, com seus bares undergroud, hotéis bacanudos e gente de todas as tribos. Recomendo o hotel Rivington e o restaurante Beauty & Essex. I love the high-low mix of New York’s Lower East Side, with its underground bars, snazzy hotels and people from all walks of life. I recommend the Rivington Hotel and Beauty & Essex restaurant.


108 | GEEK IN

Por Diogo Dreyer

Flightradar 24 Pro Ouviu um avião passando sobre sua casa e ficou curioso em saber pra onde ele vai? Este app mostra a posição de milhares de aviões em voo em tempo real. Pode-se visualizar a rota sobre um mapa, ver as características da aeronave e até verificar quanto tempo falta para ela chegar ao destino! O aplicativo recebe informações do sistema ADS-B, que transmite a posição e a identificação das aeronaves para os serviços de controle de tráfego aéreo. A cobertura inclui 100% dos EUA e do Canadá, 95% da Europa e partes de outros continentes. No Brasil, são visíveis voos nas regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Mas só os aviões que têm ADS-B. O app tem versão gratuita, mas ela só mostra a posição dos aviões, sem as rotas ou outras informações. Em inglês, para iPhone/iPad (U$0,99) e Android (R$2,17). Spot an airplane zooming past you in the sky and wondered where it was going? This app shows you the position of thousands of airplanes in-flight and in real time. You can view their routes on a map, check the airplanes’ specs and even find out how much time it will take for them to reach their destination! The app receives information from the ADS-B system that transmits the airplane’s position and ID for air traffic control services. It covers 100% of American and Canadian airspace, 95% of Europe and parts of other continents. In Brazil, flights in the Southeastern, Northeastern, Southern and Mid-Western regions can be seen. But only for airplanes using the ADS-B system. The app has a free version but it only shows the airplane’s position, without the routes and other pieces of information. In English for the iPhone/iPad (0.99 cents) and Android (2.17 Reais)

Google Nexus 7 Outro que adere de vez ao mundo dos tablets é o Google, que quer finalmente fazer os tablets Android emplacarem. Com o Nexus 7 (que tem especificações fortes, software bem preparado, e preço a partir de US$199) a companhia quer bater de frente com o iPad e, principalmente, corre o risco de aniquilar o tablet da loja online Amazon, o Kindle Fire. Fabricado pela Asus, o Nexus 7 tem a nova versão Jelly Bean do Android, tem processador Tegra 3 quad-core de 1,3GHz, 1GB de RAM, câmera frontal e 8h de bateria. Vem em duas opções: 16GB (US$199) e 32GB (US$249). Tudo fica em um aparelho com tela de 7 polegadas e resolução 1280×800. Another giant to zone in on the tablet world is Google, who wants to finally get a win on their Android tablet scoreboard. With Nexus 7 (which has strong specs, well-prepared and cheap software: prices start at US$199) the company wants to hit the iPad full on and while its at it annihilate the Amazon and Kindle Fire tablet models out there. Manufactured by Asus, Nexus 7 carries the new version of Android’s Jelly Bean, 1.3GHz quad-core Tegra 3 processor, 1GB RAM, frontal camera and 8 hours of battery life. There are two available options– 8GB (US$199) and 16GB (US$249). It’s all under a 7” screen with a 1280×800 pixel display.


Iphone 5 Sucessor do 4S, o iPhone 5 é o mais novo smartphone da Apple. O aparelho tem design renovado e pega carona na onda de telas grandes: 4 polegadas (Retina Display), contra 3,5 polegadas do seu antecessor, 20% mais leve, novo conector e fones de ouvido. O iPhone 5 combina atualizações há muito desejadas, como uma tela maior e conexão 4G LTE, mais rápida, e um novo design. Uma das principais preocupações de quem pretende comprar o aparelho no Brasil é o suporte à rede 4G que o aparelho oferece. O problema é que o sinal usado nos EUA é diferente daquele que estará disponível por aqui. No entanto, a Apple anunciou que seu smartphone será adaptado às frequências de rádio de cada região onde ele for lançado. Desse modo, ele chegará ao nosso país já compatível com os 2,5 GHz disponíveis para o sinal 4G. The iPhone 5 is Apple’s shiny new smartphone. The revamped design rides the big screen wave that has taken over: 4-inch Retina Display as opposed to its predecessor’s 3.5 inches, 20% lighter, new connection and earphones. The iPhone5 combines very awaited upgrades like the bigger screen and a faster 4G LTE connection with a new and sharper design. One of the main preoccupations for those in Brazil who want to buy the phone is the 4G-network support. It’s not that it doesn’t work, the issue here is that the signal used in the USA is different to the one available here. However, Apple has announced that the smartphone will be adaptable to radio frequencies in every region where it is launched. That way, it’ll arrive in Brazil with the 2.5 GHz compatibility available for the 4G signal.

Pinterest A rede social Pinterest foi criada em 2010 como uma rede social baseada na publicação, organização e compartilhamento de imagens pelos usuários. No site as fotos aparecem como se fossem colocadas em um grande mural. Se destacou ao ser largamente utilizada por lojas de vestidos, sapatos, bolsas e maquiagem. E caiu no gosto da mulherada. Com grande sucesso, vem crescendo muito em 2012, ao ponto de já ter ultrapassado em números de acesso os grandes Linkedin, Google+ e Tumblr. No meio dessa escalada de popularidade, como sempre, os brasileiros estão entre os usuários mais empolgados. Pinterest was created in 2010 as a social network based on the publication, organization and sharing of user’s images. The images appear as if they were pinned on a large pin board. It gained visibility for being largely used by stores selling dresses, shoes, bags and makeup. And women everywhere quickly followed suit. Its success is responsible for its recent growth spurt; in 2012 the number of visits has topped those for Linkedin, Google+ and Tumblr. And amidst this popularity hike, as always, Brazilians are right up there amongst the most avid users.

Microsoft Surface Este está sendo um ano intenso para a tecnologia. A impressão é de que o PC está no fim de seus dias, sendo a internet móvel quem dará as cartas no futuro. O termômetro mais evidente dessa tendência é a Microsoft, que começou a amarrar as pontas de seu próprio ambiente eletrônico – talvez o mais esparso entre os grandes – ao redor de um novo tablet de 10,6 polegadas, o Surface. Tem chassi em magnésio, bordas afiadas, revestimento que inibe o acúmulo de sujeira e tela HD com suporte à tecnologia ClearType. Roda o esperado Windows 8 e além da tela sensível ao toque, oferece um teclado (que faz às vezes de capa, também). Sai em duas versões: a versão RT custa U$499 ou U$599 com o teclado (para concorrer com iPad e Nexus 7), enquanto a Pro (ainda não lançada), deve sair por volta de U$800, para concorrer com os Ultrabooks. This has been an active year for technology. We get the impression the PC is reaching its final days and mobile Internet will be dealing the cards in the future. The most evident measurement for this trend is Microsoft, when it started to tie up loose ends in its own electronic environment – maybe the greatest amongst the big names – by investing its energies in its new 10.6-inch tablet, Surface. It has a magnesium chassis, sharp borders; precision crafted casing that protects it from dust and a ClearType HD Display technology screen. It runs the expected Windows 8 and apart from the touchscreen it also offers a Touch Cover – both a keyboard and a cover. Its two version will be available in the second semester: US$599 for the RT version and US$799 for the Pro version.




112 | LEIA E ESCUTE

Read and Listen

Por João Anzolin

Trilhas sonoras que se encaixam perfeitamente à leitura de clássicos da literatura mundial. Soundtracks that perfectly suit the reading of classics of world literature


Nicolas Jaar surpreendeu o mundo nos últimos anos com trabalhos que alternam música eletrônica de ponta com a influências étnicas e clássicas. “Istambul”, do escritor turco Orhan Pamuk, premiado com o Nobel de literatura, é um relato íntimo e emocional sobre o autor do livro e a sua cidade. Nestas duas obras, o contraste entre “novo e velho” - tema recorrente tanto na música como na literatura - se aproxima por um raro traço comum: a presença constante de uma atmosfera melancólica e quase minimalista, que faz do livro e do trabalho de Jaar verdadeiras obras primas contemporâneas. Nicolas Jaar surprised the world in recent years by releasing music that uses cutting edge electronic music with ethnic and classical influences. “Istanbul”, written by the Turkish author Orhan Pamuk, awarded the Nobel literature prize, is an intimate and emotional account of the author and his city. In both these pieces, the contrast between the old and the new – recurring theme both in music and in literature – is blurred by a rare common trait: the constant presence of a melancholic and almost minimalistic atmosphere, that make both the book and Jaar tracks true contemporary masterpieces.

“Notícia de um Sequestro” é um relato aterrador de uma onda de sequestros que mobilizou a Colômbia na década de 1990, época em que o país se via em meio a uma verdadeira guerra interna envolvendo os cartéis de traficantes, o Governo e a sociedade civil. O vigoroso e pesado rap cantado em espanhol pela banda Orishas - que, em muitas de suas letras, denuncia a violência que assola a América Latina - cai muito bem à densa narrativa de Garcia Márquez. “News of a Kidnapping” (Noticia de un Secuestro) is a terrifying account of the wave of abductions that brought Columbia to a halt in the 90s, a time when the country was immersed in an internal war involving the drug cartels, the Government and civilians. The vigorous and heavy rap sung by the Spanish band Orishas – which in several of its lyrics exposes the violence that ravages Latin America – nicely mirrors the dense narrative originally offered by Garcia Márquez.


114 | ENTREVISTA

Por Bruna Calegari

Criando uma atmosfera soturna e repleta de melodia até que a força da batida consiga, por si, induzir ao delírio, Hernan Cattaneo foi definindo seu estilo inimitável. Introspectivo, Hernan não faz o estereótipo do DJ “mãos pra cima”, mas sua presença é facilmente reconhecida pela maneira que conduz a pista de dança. Inquestionavelmente um dos DJs mais respeitados da América Latina, o Argentino criou-se em um berço pouco popular dentro da música eletrônica, mas através de sua consistência e talento, hoje figura também entre os maiores DJs de todo o mundo. Nesta entrevista concedida com exclusividade para a Revista Warung, o maestro fala sobre sua última compilação Master Series, sua opção por não seguir tendências musicais e encerra com uma teoria sobre a alma Latina que, segundo ele, é a verdadeira responsável pela energia única do Warung. Como foi crescer como DJ e produtor em um país que não é conhecido como um dos maiores centros da música eletrônica? Eu acredito que tanto minha carreira internacional quanto a cena Argentina se desenvolveram juntas do fim dos anos 90 até os anos 2000. A Argentina recebeu DJs do primeiro escalão desde 1991, quando o Martin Gontad (um dos maiores nomes da cena eletrônica na América Latina) produziu seu primeiro show, e então nos dez anos seguintes ela lentamente se tornou parada obrigatória para muitos dos grandes DJs, que começaram a mencionar Buenos Aires como um de seus destinos favoritos no mundo. Quanto à minha carreira, seguiu um ritmo semelhante: toquei em muitos clubes em Buenos Aires e em 1993 comecei minha residência na Pacha, o que durante os anos me proporcionou gigs ao lado de muitos grandes DJs. Depois, entre 1998 e 2000 fiz minhas primeiras apresentações internacionais e me mudei para Londres para começar com afinco minha carreira mundial.

Quais pessoas foram fundamentais no início da sua carreira? Meu empresário, Martin Gontad, foi fundamental na minha carreira, pois foi quem acreditou no meu potencial em ser um DJ famoso mundialmente, mesmo quando nenhum Sul-Americano tinha atingido este posto. Ele também fez a ponte entre mim e a indústria musical do Reino Unido. Paul Oakenfold foi quem me tirou de Buenos Aires, me levando para tocar pelo mundo junto dele em sua turnê mundial em 99, e isso foi com certeza uma oportunidade única. Ele também assinou comigo para lançar por sua label Perfecto, onde estreei com a minha primeira compilação internacional, “Southamerica”. Também devo agradecer ao Cream, que na época era a marca mais respeitada de música eletrônica do mundo, que me convidou a ser residente do seu clube em Ibiza e na matriz em Liverpool, além de ter me concedido horários nobres no festival Creamfields, o que foi de imensa importância perante a comunidade musical.

As compilações que você produziu para o tradicional selo Renaissance foram muito importantes na sua carreira, certo? Inclusive, você foi o único DJ a já produzir cinco Master Series, a produção mais importante dentro do selo. O que significou o curto período de hiato no selo durante o ano de 2011 para você? É um privilegio sem tamanho ter feito tantas compilações como esta, e o melhor de tudo é poder ouvir todos os álbuns e sentir, ainda hoje, que escolhi as músicas certas e elas ainda soam muito boas! O que aconteceu foi que nos últimos cinco anos muitos selos passaram por dificuldades em se ajustar do antigo modo de produção em formatos físicos (vinil e CD) para a era digital. Por sorte a Renaissance só ficou parada por 8 meses e agora retornou com coisas muito boas. E como foi construir a quinta compilação Master Series, sua sétima contribuição com o Renaissance (lançada em outubro/12)? O que você buscava mostrar com esta obra?


“É um consenso geral, este da força da alma latina, quente e emocional, compartilhada pelos Sul-Americanos. No Warung esta alma atinge o seu pico – um dos motivos pelos quais o Warung é mencionado com tanta estima por todos os DJs que tocam no clube.” Fiquei muitíssimo satisfeito com a última Master Series. Dando continuidade ao caminho que escolhi na última, Parallel, a ideia continuou sendo fazer um álbum mais lento, muito melódico e atmosférico, e outro com as músicas que costumo tocar em meus sets em clubes ao redor do mundo. Ano após ano você ganha experiência para aprimorar suas habilidades, criar coisas de uma maneira melhor, elaborar mixagens mais meticulosamente. Além disso, a tecnologia me proporcionou trabalhar de uma maneira completamente diferente de como fazia nas primeiras compilações, quando só utilizava discos de vinil – o que definitivamente faz uma grande diferença.

maravilhosos! Há muitos que ficam guardados na memória, alguns pela intensidade, outros pela emoção, outros pela vibração do público e, claro, alguns bem curiosos. Tocar em uma caverna no México repleta de estalagmites e estalactites “vivas” foi um desses momentos, com certeza.

Uma pergunta que todos gostariam de saber a sua opinião: como, em um mundo repleto de novas tendências, continuar tocando o que você gosta sem que se torne “ultrapassado”? Na sua opinião, consistência sempre supera tendência na música?

O Warung é um daqueles clubes no mundo que você sempre aguarda ansiosamente para tocar. Sem sombra de dúvidas é um dos principais eventos no meu calendário anual. Além de estar localizado em um lugar fantástico, o público é um dos mais consistentes e inspiradores no mundo. É um consenso

Há, é claro, DJs que se ligam nas tendências e mudam sua linha de som a cada dois anos ou menos; e também há outros, como eu, que tocam o seu estilo particular. É tudo uma questão de personalidade, na verdade. Eu sei do que gosto e não sigo os outros em nenhuma direção. Gosto de música com balanço, melodia, e encontro estes elementos em estilos variados. Acredito que o set deve ser coerente, assim como o seu estilo, sua carreira e você mesmo. Se pensarmos nos grandes DJs, todos eles têm seu estilo característico; eles podem mudar o tipo de música que tocam, mas o estilo? Nunca. É legal, porque mesmo que demore anos para que você o assista tocando de novo, sabe o que esperar do seu set. Por outro lado você vê os que já tocaram Progressive, depois Electro, depois Minimal, depois Tech-House e agora tocam Deep House. Ao que eu observo, isto não parece sério – não conquistam o respeito de ninguém fazendo isso. Você está acostumado a viajar o mundo. Conte-nos qual foi um momento inesquecível. Viajar pelo mundo durante anos e anos me forneceu oportunidades extraordinárias de tocar em tantos lugares

Não é segredo que você gosta de ter mais do que duas horas (o horário típico de duração de um DJ-set) para construir um set satisfatório, correto? Considerando isto, seria o Warung o lugar perfeito para tocar, onde você é livre para criar e mixar por horas e horas?

geral, este da força da alma latina, quente e emocional, compartilhada pelos Sul-Americanos. No Warung esta alma atinge o seu pico – um dos motivos pelos quais o Warung é mencionado com tanta estima por todos os DJs que tocam no clube. Gustavo (Conti) e a sua equipe fizeram um ótimo trabalho de curadoria, contratando artistas de qualidade ao longo dos anos, o que faz com que hoje o público que frequenta o clube possua uma educação musical superior. Para tocar um long set, como muitos DJs fazem no Warung (inclusive eu), é necessário estar diante de uma pista paciente, que confia em você e sabe que das suas mãos surgirá, pouco a pouco, aquilo que tanto espera. Eu gosto muito de começar um set bem devagar e ir aumentando o ritmo ao longo da noite, e o Warung me proporciona fazer isto e criar meus sets de uma maneira muito bonita, me deixando sempre mais do que satisfeito e ansioso para voltar.



By creating a cloudy melodic atmosphere until the strength of the beat leads everyone to a state of delirium, Hernan Cattaneo has defined his inimitable style. Introspective, Hernan can’t be fit into the “hands up” DJ stereotype, but his presence is easily noticed by the way he leads the dance floor. Unquestionably one of the most respected DJs in Latin America, the Argentinian started his career in a country which was pretty unpopular regarding dance music, but by showing consistency and talent he now stands as one of the biggest DJs of the entire world. In this exclusive interview for Revista Warung, the “maestro” talks his latest Master Series compilation, besides his personal option for not following music trends and wraps up with a teory about the Latin soul, which according to him is the true force behind Warung’s unique vibe.

How was it to become a DJ and producer in a country that isn’t one of the biggest centers of dance music? I think both my international career and the Argentinean scene grew up together from the end of the 90´s and along de 00´s. Argentina has hosted world class DJs since 1991, when Martin Gontad (one of the major names of the electronic music scene in Argentina) produced his first show, and then in the next ten years it slowly became an interesting pit-stop for many others until it reached a high point in 2001, when the first Creamfields happened and most of the greatest DJs came to play and mentioned Buenos Aires between their favorite cities worldwide. So for me it was a bit similar timing: I’ve been playing many clubs in Buenos Aires and in 1993 started my residency at Pacha, where along the years led me to play with most top class DJs. Then, between ‘98 and 2000 I got my first international shows and after that I moved to London for a full on world class career. Which people were fundamental for you on the beginning of your career? Martin Gontad was crucial because he was the first person thinking about me in potentially becoming a top ten worldwide DJ, even when at that time no other South American DJ had reached such a level, and also he was the one who built the bridge between myself and the UK industry. Paul Oakenfold was the one who took me out of Buenos Aires and exposed me to the world; after hearing me play in BA, he offered me to open his world tour in 99 and that, of course, was a tremendous opportunity. He also signed me to his Perfecto label were I released my first international compilation called “Southamerica”. I also have to thank Cream, which at that time was the most famous club brand in the world, which offered me to be their resident DJ in Ibiza and at their headquarters in Liverpool, and gave me as well high profile set times at Creamfields Liverpool festival, and that was an immense exposure to the whole club music community for me. The compilations you’ve made for the tra-

ditional label Renaissance were very important for your career, right? In fact, you were the only DJ to ever release five Master Series. What did the short closure of Renaissance in 2011 meant to you? It is such a big privilege to have a large collection of compilations like that, and the best thing about all of those albums is that I can hear them today and feel that I chose the right tracks and they still sound very good! The thing is, in the last five years many labels went through difficult periods while adjusting from the old criteria of physical music (vinyl and CDs) to the digital age. Luckily, Renaissance had only stopped working for 8 months and now is back with amazing new stuff. And how was it to build the fifth Master Series and seventh overall Renaissance compilation? What were you hoping to show in this masterpiece? I’m extremely happy about this new Master Series. Giving continuity to the path I chose on Parallel, the idea is still to make a slower-paced album, very melodic and atmospheric, and another with the sounds I play in club sets all over the world ever weekend of the year. Year after year, you get to improve your abilities, craft things in a better way, elaborate things even more meticulously than before. Also, technology allowed me to work things in a completely different way compared to the first albums where I could only mix vinyl discs, and that makes a big difference as well. A question everybody wants to know: how to keep playing the kind of music you play and still not letting it become “outdated”? In your opinion, consistency will always overcome trend, even in this fast-paced world we live in? There are, of course, DJs that play trendy music and change their sound every two years or so; and there are others, like me, who play their own particular music. It’s all about personality really, I know what I like and I don’t follow any others in any direction. I like groovy, melodic

music and I find those elements in many different styles. I believe your sets must be coherent, as well as your style, you career and yourself. If you think about the greatest DJs, they all have their own style, they may change the music, but talking style? It’s cool because even if it takes years to see them play again, you know what you’re going to get from them. And then you see the ones that some years ago were playing progressive, then electro, then minimal, then techno and now deep house. That is not very serious in my opinion – nobody will respect you for doing that. You travel around the entire world. What was the most curios gig you’ve ever played? Traveling around the world for many years gave me the extraordinary opportunity to play at so many wonderful shows! There are many many highly memorable ones, some more intense, some more emotional, some highly electric ones and of course some curios ones. Playing at a cave in Mexico full of “alive” stalagmites and stalactites was one of them. It’s not a secret that you need more than two hours to build a set the way you like it, right? Considering this, would Warung be the perfect place to play, leaving DJs free to create and play for endless hours? Warung is one of those clubs around the world that you always look forward to play and one of the highlights in my calendar every year! Not only it’s a great place in a fantastic location, but also the crowd is one of the most consistently inspiring worldwide. We all know about the South American spirit, and at Warung it reaches one of its peaks, so that’s the reason it’s regarded so highly by all the DJs who play there. Gustavo (Conti) and their crew did a great job by always booking quality DJs, so now the crowd is very well educated. To play a long set like most top DJs do at Warung, you need a patient crowd that trusts you and know that you will deliver it for them. I really enjoy starting slow and fastening up throughout the night and Warung lets me do it in the most beautiful way, so that I am always pleased with the result of the night.


118 | SAY SOMETHING




121 | GUIA DO VERテグ

CAPA GUIA VERテグ

Summer Guide


Aproveite ao máximo o verão do Warung! Chegue cedo Chegar o mais cedo possível ao Warung é garantir uma festa melhor e mais longa! Além de você não perder tempo nas filas de carro que costumam se formar no acesso à Praia Brava, você também não corre o risco de enfrentar mais filas na entrada do clube. Chegue cedo, garanta seu espaço nos melhores lugares do Warung e aproveite as festas por mais tempo.

Arrive early Getting to Warung as early as possible is a guaranteed better and longer party! Apart from the fact that you’ll not be stuck in the traffic that tends to pile on when trying to get to Praia Brava, you’ll also avoid lines to get into the club! Get there early, get the best spots in the club and enjoy the party for longer!

Programação e ingressos antecipados O Warung seleciona criteriosamente os artistas que se apresentam no clube, então você sempre vai encontrar os melhores nomes da música eletrônica brasileira e mundial tocando na pista principal e no Garden. Entretanto, conferir com antecedência quais são os DJs que irão se apresentar pode fazer com que você escute sets, descubra músicas e se informe melhor sobre os artistas. Isto pode ser feito através da Revista Warung ou da página do Facebook do clube (facebook.com/ warung). Compre os ingressos antecipadamente para evitar que eles esgotem e que você fique de fora das melhores festas do verão.

Check the night’s line up in advance and get tickets in advance Warung carefully selects the artists who will play the club, so you will always find the best Brazilian and International e-music artists playing the main floor and the Garden. However, checking which DJs will be playing will help you listen to sets, discover new music and find out more about the artists! You can do that by checking the club’s Facebook page (facebook.com/warung) or Revista Warung. Buy your tickets in advance to make sure you’re not left out of this summer’s best parties.

Conforto e bem estar É verão e o clube recebe um grande público em seus eventos. Use roupas leves e sapatos confortáveis, beba bastante água durante a noite para não se desidratar e, em caso de emergência médica, procure o pessoal do clube que eles irão lhe indicar o ambulatório. Se for dirigir, não beba!

For your well-being... Warung cares about its client’s comfort. Girls have a special restroom at the Garden – equipped with flat irons so that towards the end of the night your hair still looks as good as it did when you walked in. The club has a Japanese restaurant (Sushi bar) right at the entrance, a cloakroom and a free Wi-Fi connection! When you leave, don’t forget to get your issue of Revista Warung!


Enjoy the most of Warung summer

Conheça melhor o clube A pista principal do Warung possui seis escadas de acesso: uma pela varanda, quatro pelo hall principal e uma pelo Garden. A escada que dá acesso à varanda está localizada atrás do Sushi Bar, situado na entrada do clube, e é um ótimo atalho para a pista. Já o Garden está ainda mais amplo e conta com dois bares, proporcionando ainda mais conforto para o público. Uma dica é marcar pontos de encontro com os amigos para evitar confusões nos eventos de maior movimento.

Explore the club Warung’s main floor has six access stairs: one on the terrace, four in the main hall and one from the Garden. The stairs that lead to the terrace can be found behind the Sushi Bar at the club’s entrance and is a great shortcut to the dance floor! The Garden has expanded and has now got two bars, offering the crowd even more space. A good tip is to agree on meeting points with your friends to avoid confusion when the club is packed.

Stand no Balneário Camboriú Shopping O Warung disponibiliza um espaço exclusivo no Balneário Camboriú Shopping. Situado entre a Praça de Alimentação e os Cinemas, o stand possui produtos personalizados à venda, além de flyers, brindes, revistas e pulseiras. Também fique atento para promoções relâmpago que acontecem no local.

Visit our stand at Balneário Camboriú Shopping Warung has an exclusive stand inside Balneário Camboriú Shopping Center. Located between the Food Court and the Cinemas, the stand sells customized items and also has flyers, gifts, magazines and bracelets. Keep your eyes open for the surprise-promotions that take place there as well.

Banheiro especial, chapelaria, restaurante, wi-fi O Warung se preocupa com o conforto de seus clientes. As meninas dispõem de um banheiro especial no Garden – equipado com chapinhas pra não deixar o penteado estragar durante a noite. O clube possui um restaurante japonês (Sushi Bar) logo na entrada e disponibiliza uma chapelaria, além de internet wi-fi gratuita! Na saída das festas, não esqueça de retirar seu exemplar da Revista Warung!

Special restroom, cloakroom, restaurant, Wi-Fi Warung cares about its client’s comfort. Girls have a special restroom at the Garden – equipped with flat irons so that towards the end of the night your hair still looks as good as it did when you walked in. The club has a Japanese restaurant (Sushi bar) right at the entrance, a cloakroom and a free Wi-Fi connection! When you leave, don’t forget to get your issue of Revista Warung!


01 DEZEMBRO . Abertura do Verão A noite que abre oficialmente o verão 2013 no Warung será emblemática para a temporada que está por vir: grandes revelações ao lado de clássicos da música eletrônica. Na pista principal o talentoso brasileiro Gabe prepara o terreno para a lenda viva Sasha, nome sempre muito celebrado pelo público no templo. No Garden, Adnan Sharif, o mexicano Betoko - autor de grandes hits de 2012 como “Its Raining Again” - e Dimitri Nakov se alternam no comando da pista.

The night that officially opens the summer of 2013 is emblematic for the season to come: big revelations alongside classics of electronic music. In the main floor, talented Brazilian Gabe prepares the ground for the living legend Sasha, a name always celebrated by the public in the temple. In the Garden, Adnan Sharif, Betoko - author of the 2012 big hits like “It’s Raining Again” – and Dimitri Nakov take turns at the command of the dance floor.

Sasha

Betoko

Gabe

Adnam Sharif

Dimitri Nakov

Programação sujeita a alterações sem aviso prévio.


26 DEZEMBRO No intervalo entre o Natal e o Ano Novo o Warung recebe uma série de noites especiais. A primeira delas marca duas estreias no clube: a primeira de Thomas Koch, mais conhecido como DJ T. O artista alemão é DJ, produtor e um dos responsáveis pelo selo Get Physical, e um dos grandes nomes da House Music mundial. A outra estreia é do curitibano Fabo, uma das revelações da nova leva de produtores nacionais. O inglês Miguel Campbell retorna ao Warung pra encerrar um ano brilhante - no qual lançou muitos hits e participou do notável Essential Mix - e o residente Leo Janeiro é outra grande atração da noite!

Between Christmas and the New Year, Warung receives a series of special nights. The first one marks two first acts in the club: the first is Thomas Koch, aka DJ T. The German is a DJ, producer and responsible for the Get Physical label, and is one of the big names in the house music world. The other debut is from Fabo, one of the revelations of the new wave of Brazilian producers. Michael Campbell returns to Warung to end a brilliant year - he launched many notable hits and participated in the Essential Mix – resident Leo Janeiro is another major attraction of the night!

Dj T.

Miguel Campbell

Fabo

Leo Janeiro

Renato Ratier

Cupcake Project

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28 DEZEMBRO . Preview Já é uma tradição no fim de ano a passagem do mestre argentino Hernan Cattaneo pela cabine da pista principal do Warung. Em 2012 não é diferente e Hernan retorna ao clube embalado pelo recente lançamento de sua compilação Master Series vol. 17 (mais detalhes você lê na entrevista de página ). Outro clássico do templo, Phonique, o residente Dani Kuhnen e Diogo Accioly completam a noite.

Hernan Cattaneo’s visit to Warung’s main floor at the end of the year has become a tradition of sorts. 2012 could not be any different and Hernan is back after the recent release of his Master Series vol. 17 compilation (more details on in his interview on page ).Another classic at the Temple, Phonique, will also be playing alongside resident Dani Kuhnen and Diogo Accioly.

Hernan Cattaneo

Phonique

Diogo Accioly

Thiago Schlemper

Daniel Kuhnen

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30 DEZEMBRO . Lançamento A ultima noite do ano no Warung traz na pista principal os talentos da residente Aninha e do holandês Ariaan Orielook, integrante do duo 16 Bit Lolitas e que tem uma trajetória de passagens marcantes no templo. O destacado núcleo Radiola e o trio norte-americano Wildkats – destaque no cenário do Deep House atual – comandam o Garden!

Warung’s last night of the year brings us resident Aninha and Dutchman Ariaan Orielook, half of 16 Bit Lolitas and owner of quite an impressive track history at the temple. The duo Radiola and American trio Wildkats – highlight in the current Deep House scene – take over the Garden!

16Bit Lolitas

Wildkats

Radiola

Albuquerque

Aninha

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01 JANEIRO . Kompakt O selo alemão Kompakt, de propriedade do DJ e produtor Michael Mayer, chega ao Warung trazendo grandes nomes do seu casting. O alemão Martin Scharrenbroich se reveza com os brasileiros Gui Boratto, Marco Boragina, Rafael Pigozzi e Dani Kuhnen na primeira noite de 2013 no templo.

The German label Kompakt, owned by DJ and producer Michael Mayer, lands at Warung bringing big names from its roster. The German DJ Martin Scharrenbroich shares the stage with Brazilians Gui Boratto, Marco Boragina, Rafael Pigozzi and Dani Kuhnen at the Temple’s first night of 2013.

Gui Boratto

Daniel Kuhnen

Marco Boragina

Rafael Pigozzi

Martin Scharrenbrolch

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04 JANEIRO John Digweed é uma das grandes estrelas do Warung. Tendo batizado uma de suas músicas com o nome “Warung Beach” a presença do inglês é sempre festejada pelo público, o que o torna uma figura presente em todos os verões do clube! Ao lado do ícone, Mario Basanov, autor da música “Changes”, é uma das aguardadas atrações desta noite. Finalizando este belo line-up, a boa música é garantida por André Marques, além de Junior C e a dupla carioca Flow & Zeo, que se apresentaram no evento do Warung em Amsterdam em outubro de 2012 e chegam ao templo com a bagagem repleta de novidades.

John Digweed is one of Warung’s big stars. Naming one of his songs “Warung Beach” the Englishman’s presence at the club is always a reason to celebrate, which makes him indispensable every summer! Next to the iconic Mario Basanov, responsible for the hit “Changes”, who is also greatly awaited at Warung. And for the cherry (ies) on top, the night will have plenty more good music played by André Marques, Junior C and the duo from Rio Flow & Zeo, who were also part of Warung’s line-up at the club’s party in Amsterdam earlier in October 2012 and return to the temple’s original home with a record bag full of goodies.

John Digweed

Mario Basanov

Flow & Zeo

André Marques

Junior C.

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11 JANEIRO . Diynamic O selo que é sensação do deep house internacional, Diynamic, aterrissa no Warung para uma label party com participações inéditas. Dono do selo ao lado de Solomun, a grande atração da noite é o alemão H.O.S.H., que tem mais de 20 anos de experiência por trás das pick-ups para mostrar ao público. Acompanhando o mestre, nomes que têm se destacado na cena eletrônica mundial como o holandês Karmon e uma dupla há tempos aguardada no Warung: o Blond:ish, formado pelas DJs Anstascia e Vivie-Ann. Paulo Boghosian, Mandy Hafez e Leozinho com seu projeto Teco-Teco completam o line-up com maestria.

The it-label of the moment for international deep house, Diynamic, stops by Warung for a label party with an unheard of line-up. The night’s great attraction, H.O.S.H. is Solomun’s partner at the label. The German DJ will be sharing over 20 years of experience behind the decks on the main floor. To accompany the master, big names that have been in the limelight of worldwide dance music scenes such as the Dutchman Karmon and an eagerly awaited duo at Warung: Blond:ish, composed of the blonde-belles Anstascia and Vivie-Ann. Paulo Boghosian, Mandy Hafez and Leozinho’s Teco-Teco project complete the night’s line-up with an extra sprinkle of gold.

H.O.S.H.

Karmon

Blond:ish

Paulo Boaghosian

Teco Teco

Mandy Hafez

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18 JANEIRO Uma das atrações mais aguardadas do verão, a rainha do techno chega ao Warung no dia 18 para agraciar o público com toda sua majestade. Senhoras e senhores, a dona da noite: Magda. DJ e produtora de respeito, Magda faz parte do time da label M-nus, de Richie Hawtin. Acompanhando a dama, um cavalheiro cuja estreia no Warung é aguardada por muitos, o DJ e produtor canadense Amirali. Tendo lançado seu último álbum que foi largamente elogiado por público e crítica pela Crosstown Rebels, faz o seu “debut” no templo nesta noite que promete marcar história. Completando a noite estão a residente Aninha, Renato Ratier, Spavieri e Renée Mussi.

And the Queen of techno finally makes it to Warung on the 18th ! Ladies and gentlemen, the day has arrived and it is with great honor that we give you: Magda. Respected DJ and producer, is part of Richie Hawtin’s M-nus crew. Accompanying the lady of the night, a gentleman that has been eagerly awaited by many at Warung, the Canadian DJ and producer Amirali. His latest album, released on Crosstown Rebels, was widely complemented by audience and critics alike and his debut at the temple promises a night to remember. Rounding off yet another memorable line-up are Aninha, Renato Ratier, Spavieri and Renée Mussi.

Magda

Aninha

Renée Mussi

Spavieri

Renato Ratier

Amirali

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25 JANEIRO Tendo chacoalhado a casa como ninguém em sua última apresentação em 2012, chega a hora de Kolombo retornar ao Warung para mais uma noite especial. O DJ e produtor foi o primeiro a assinar um lançamento do Warung Recordings, em outubro de 2012, mostrando seu carinho todo especial pelo clube. Ao seu lado também retorna ao templo o carismático e talentoso Fabrício Peçanha, desta vez apresentando músicas de seu mais novo álbum que estreia em janeiro! Para encerrar a noite, Ali Love e Luca C conferem uma dose extra de boa música em sua primeira apresentação com o projeto Infinity Ink. O residente da festa Never Say Never no Ushuaia Hotel (Ibiza), Dimitri Nakov, finaliza este line-up de peso, ao lado do paulistano Davis e do gaúcho Fran Bortolossi.

After bringing down the house in his last visit to the club in 2012, it’s time for Kolombo to visit Warung for another memorable night. The DJ and Producer was the first to sign a release on Warung Recordings in October 2012, in what we consider a demonstration of his love for the club. And presenting new songs from his latest album (to be released in January), the charismatic and talented Fabricio Peçanha also returns to the temple. Ali Love and Luca C will be introducing their project Infinity Ink on Warung’s dance floor. And to top off the night, Ushuaia Hotel’s (Ibiza) Never Say Never resident, Dimitri Nakov, will be playing alongside the Brazilians Davis and Fran Bortolossi.

Kolombo

Fabricio Peçanha

Infinity Ink

Dimitri Nakov

Davis

Fran Bortolossi

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02 FEVEREIRO . Noite dos Residentes Durante todo o ano eles estão presentes nos eventos do clube preparando e encerrando as pistas – são conhecedores do público e do Warung como poucos! Nada mais justo, então, que dedicar uma noite na temporada de verão para nossos residentes – que estão entre os melhores DJs do Brasil.

Leo Janeiro

All year round they are at the club, warming up and closing down dance floors – these are the DJs that know Warung’s audience from head to toe! It seems only fair that one of the season’s nights be dedicated to our residents – who are amongst the best DJs in Brazil.

Daniel Kuhnen

Renato Ratier

Leozinho

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Carnaval 2013

Aguarde! O maior carnaval de todos os tempos vem aí! Atrações a confirmar.


09 MARÇO . Neon Nights Neon Nights é como foi batizada a noite da residência em Ibiza de um dos mais adorados DJs que o Warung tem orgulho de apresentar em todas suas temporadas: Solomun. O DJ que ganhou o honrável prêmio de “produtor do ano” em 2012 retorna para um de seus clubes favoritos no mundo para mais uma apresentação festejada do início ao fim. Ao seu lado e estreando no clube estará David August, prodígio do selo Diynamic que vem conquistando o público por onde toca.

Solomun

Neon Nights was the name given to the Ibizan night where one of Warung’s most adored DJs is resident: Solomun. The DJ who received the honorable prize of “producer of the year” in 2012 returns to one of his favorite clubs in the world for yet another celebrated presentation. Next to him and playing at Warung for the first time, is David August, Diynamic’s boy-wonder who has been winning over fans wherever he plays.

David August

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138 | DICA LOCAL

Daniel Mafra Relações públicas da marca Colcci, Daniel Mafra é natural de Brusque, cidade catarinense que adora de paixão. Entre seus hobbies o que mais se destaca é viajar para lugares exóticos, além de jantar com os amigos e frequentar o teatro quando possível. Daniel fugiu do óbvio em suas dicas, oferecendo opções em cidades low-profile em Santa Catarina, mas não menos interessantes e charmosas Public relations for Colcci, Daniel Mafra was born in Brusque, a city in Santa Catarina that has kept his undying love. Of his many hobbies, travelling to exotic places is his favorite, right along with having dinner with friends and going to the theater every chance he gets. Daniel has steered clear from the obvious locations in his tips, offering options in low-profile cities of the southern state that are just as interesting and charming.

Café da Corte . São José Um local que concilia a arte com o melhor da gastronomia é o Café da Corte localizado em São José (município vizinho de Florianópolis). Tem o conceito de café-bar, surpreende por misturar literatura, arte e música em um espaço decorado com muita cor e nenhuma regra. O Solar dos Neves, um imponente casarão do século XIX tombado e cheio de história (até o Imperador Dom Pedro II passou por lá) é o cenário de tudo isso. O cardápio possui desde pratos da culinária típica açoriana até gastronomia sofisticada. Com um calendário de MPB mensal, o point é uma ótima pedida para um simples café ou um grande jantar. Info / Reservas: 48.3259-9915 If there’s a place that mixes art and excellent food in our State it’s Café da Corte in São José (a district neighbouring Florianópolis). It has a café-bar layout, and its surprising décor is a literature, art and music mélange in a colourfully decorated space that can’t really be labelled. The imposing XIX Century mansion, Solar dos Neves, is a government trust construction filled with history (even the Emperor Dom Pedro II has paid a visit) and also the Café’s home. The menu includes typical Azorian dishes as well as superb examples of sophisticated cuisine. With a monthly live Brazilian Music programme, it’s a great choice for a cup of coffee or a grand dinner.

Restaurante do Nido . Botuverá Simplicidade: esse é o tom do Restaurante do Nido, localizado em Botuverá, vizinha da minha cidade natal Brusque. Por ter o menu com as mais tradicionais comidas típicas Italiana e Alemã, costumo ir almoçar por lá com a minha família e lá encontro meus pratos favoritos como polenta com galinha, purê de aipim com bacon, macarrão caseiro e a famosa carne assada de panela, tudo feito no fogão a lenha. Esqueça a dieta, pois lá controlar o “olho gordo” é praticamente impossível. Uma boa pedida para aproveitar a visita é ir ao parque das grutas, uma impressionante caverna com várias salas que podem ser conhecidas com uma visita guiada. Simplicity: that is the underscore to Restaurante do Nido, found in Botuverá, neighbouring city to my hometown, Brusque. As it has the most traditional and typical Italian and German dishes on its menu, I frequently have lunch there with my family and choose amongst my favourite dishes like chicken and polenta, cassava purée with bacon, homemade pasta and the famous meat stew; all prepared on a wood-burning stove. Forget you diet; trying to control your gluttony is practically impossible. A great way to compliment your visit is by visiting the grotto park, an impressive cave with several “rooms” that can be visited on a guided tour.


Local Tips Gustavo (Russo) Russo é, na verdade, curitibano. Diretor e editor com 15 anos de carreira, é sócio-fundador da Lments Films, produtora de audiovisual. Russo desenvolve vídeos para o Warung Beach Club desde sua inauguração, em 2002. A música eletrônica é uma de suas paixões.Entre um trabalho e outro, gosta de escapar para praticar seu esporte preferido, o surfe. Russo is from Curitiba. He’s the co-founder of Lments Films, an audio-visual production company. Boasting a fifteen-year career as a director and editor, he develops videos for Warung Beach Club since the club opened its doors in 2002. Electronic music lover, he likes to escape, between one job and the next, to practice his hobby: surfing.

Praia da Silveira O visual da Praia do Silveira é inacreditável. Muito sol e vida. Ao redor da areia, apenas fazendas são encontradas. O lugar se mantém intocado. Para mim, não existe nada igual em Santa Catarina. Fora do agito, é uma praia tranquila e pequena, perfeita para surfar e relaxar. E o açaí do Ervin, que é vendido na praia, deve ser o melhor do mundo! The view at Silveira Beach is unbelievable. Filled with sun and life. The beach’s neighbours are farms, which keep the place untouched. In my opinion, nothing beats this place in Santa Catarina. Away from the hustle and bustle, perfect for surfing and relaxing. And Ervin’s açai sold on the beach is probably the best in the world!

Goen Temaki

Melhor restaurante de Garopaba, o Goen Temaki tem duas lojas, uma na entrada da Praia do Silveira e outra na Praia do Rosa. Conta com um ótimo cardápio, além do ambiente aconchegante e boa música. Um prato imperdível é o Temaki com shimeji e amêndoas. Tem que ir e provar! goentemaki.com.br The best restaurant in Garopaba, Goen Temaki has two branches, one at the entrance to Silveira Beach and the other at Praia do Rosa (Rosa Beach). It has an excellent menu, cozy atmosphere and good music. A must-try is the Temaki with shimeji mushrooms and almonds. It’s unmissable!


140 | DIRETÓRIO

Itajaí / Balneário Camboriú Telefones Úteis / Emergency Phone Numbers Corpo de Bombeiros / Firemen: 193 Ambulância / Emergency: 192 Polícia Militar / Police: 190 Polícia Rodoviária Federal / Federal Road Police: 1527 Hospital Marieta K. Bornhausen: 47 3249 9400

Itajaí Distâncias / Coming from São Paulo: 608 km Curitiba: 200 km Florianópolis: 95 km Porto Alegre: 544 km Hotéis / Hotels Pousada Felissimo (Inn) Rua Alles Blau, 201 - Praia dos Amores 47 3360 6291 pousadafelissimo.com.br Hotel Marambaia Cabeçudas Praça. Marcos Konder, 46 - Praia de Cabeçudas 47 3348 7373 marambaiahotel.com.br Pousada Ondas da Brava (Inn) Av. José Medeiros Vieira, 2470 - Praia Brava 47 3366 1770 pousadaondasdabrava.com.br Ibis Rua Vereador Abrahão J F 587 – Centro 47 3249 6800 accorhotels.com Restaurantes / Restaurants Chez Raymond Rua Mal. Floriano Peixoto, 610 - Praia de Cabeçudas 47 3348 7032 Porto Da Sereia Av. Ministro Victor Konder, 592 - Beira Rio 47 3348 5365 recantodasereiaitajai.com.br Bares / Bars Galera’s Avenida José Medeiros Vieira, 1 47 3349 1662 galerasbar.com.br Greenwich Pub Av. Ministro Victor Konder, Nº 400 – Centro 47 3349 1336 greenwichpub.com.br


Clubes / Clubbing Warung Beach Club Rua José Medeiros Vieira, 1 - Praia Brava 47 3349 2957 warungclub.com.br Pontos turísticos / Sightseeing Canto do Morcego Praia de Cabeçudas Praia Brava

Balneário Camboriú Distâncias / Coming from São Paulo: 616 km Curitiba: 220 km Florianópolis: 80 km Porto Alegre: 530 km Hotéis / Hotels Bhally Hotel Av. Atlântica, 3250 47 3261 0500 / Reservas (toll free): 0800-643-6006 hotelbhally.com.br Hotel D’Sintra Av. Atlântica, 1040 47 2104 4080 / 47 2104 4000 hoteldsintra.com.br Mercure Av. Atlântica, 2010 47 3056 9500 hoteispires.com.br Reserva Praia Hotel Rod. Lap Rodesindo Pavan - 4480 Interpraias - Taquaras 47 3169 1111 reservapraiahotel.com.br Pousada do Marquês (Inn) Al. das Acácias, 270 - Praia de Taquaras 47 3263 0104 pousadadomarques.com.br Restaurantes / Restaurants Japa Temakeria Av Atlantica, 3200 – Centro 47 3056 6878 japatemakeria.com.br Mundo Selvagem Pizzaria Terceira Avenida, 1115 - Centro 47 3367 0103 mundoselvagemcafe.com.br


Sabores Do Mar Avenida Atlântica, 2530 47 3268 0576 Sapore Speciale Av. Brasil, 2680 47 3361 6671 saporespeciale.com.br Schneka’s Av. Atlântica, 4040 Sala, 01 47 3361 5505 schneckas.com.br Madero Av. Atlântica, 3180 - Centro 47 3367 8009 restaurantemadero.com.br Bistrot La Table Av. Atlântica, 5020 - Barra Sul 47 3366 0027 bistrotlatable.com.br Bares / Bars Taj Av. Atlântica, 5710 - Barra Sul 47 3264 0464 tajbar.com.br Didge Rua 4.450, nº 143 - Barra Sul 47 3361 6414 didge.com.br Guacamole Avenida Normando Tedesco, 1122 - Barra Sul 47 3366 0311 guacamolemex.com.br Chaplin Avenida Atlântica, 2200 – Centro 47 3367 0250 grupochaplin.com.br Clubes / Clubbing Woods Bar Av. Atlântica, 4450 47 3367 7739 woodsbar.com.br Pontos turísticos/ Sightseeing Praia de Taquaras Praia do Estaleiro Praia do Estaleirinho Unipraias

Itapema Telefones Úteis / Emergency Phone Numbers Corpo de Bombeiros / Firemen: 193 Ambulância / Emergency: 192 Polícia Militar / Police: 190 Polícia Rodoviária / Road Police: 191 Posto de Saúde Itapema / Health Care Center: 47 3368 2855 Distâncias / Coming from


São Paulo: 627 km Curitiba: 244 km Florianópolis: 67 km Porto Alegre: 517 km Hotéis / Hotels Resort Residencial Itapema Av. Gov. Celso Ramos, 707 - Centro 47 3368 2266 / Reservas (toll free): 0800 645 4000 hotelresidencialitapema.com.br Plaza Itapema Hotel BR-101, km 144 - Praia da Ilhota 47 3261 7000 / Reservas (toll free): 0800 70 75292 plazahoteis.com.br Pousada Las Brisas (Inn) Rua 109 M, 200 - Canto da Praia 47 3368 0929 itapemalasbrisas.com.br Restaurantes / Restaurants Alberto’s Av. Nereu Ramos, 3910 - Meia Praia 47 3368 4407 albertos.com.br Recanto da Sereia R. 1202 A, 38 – Praia de Ilhota 47 3368 2814 Vieira’s Rua 1106, 100 – Praia de Ilhota 47 3368 2675 Cabral Avenida Nereu Ramos, 3313 – Meia Praia 47 3368 0365 Kawaii Av. Nereu Ramos, 5175 - Meia Praia 47 3268 2011 kawaiisushi.com.br Bares / Bars Hangar Music Bar Av. Nereu Ramos, 4734 - Meia Praia 47 8487 4161 Kabaak Deck & Bar Av. Nereu Ramos, 4545 – Meia Praia 47 3368 6100 Pontos Turísticos/ Sightseeing Praia de Ilhota Meia-Praia Praia do Costão


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