\IDEALIZADORES MARCELO FEITOSA DIRETOR CRIATIVO
BRUNNO RANGEL FOTÓGRAFO
CARTA DO EDITOR Marcelo Feitosa
Enquanto você ainda dormia nesse dia 27 de março do ano de 2023 eu estava pensando o que ainda falar sobre você depois desses anos todos que eu te admiro ainda mais. Eu te admiro ainda mais pela sua sinceridade no sentir, quando você realmente gosta, ou desgosta, isso se torna algo nítido, mas todas as vezes que senti ou presenciei isso, nunca foi de forma mal educada, até porque sua mãe não iria gostar nenhum pouco, e você sempre pensar no que desapontaria ela faz você ser uma grande parte dela. E muito obrigado por me ensinar tanto nesse lugar de filho olhando pros pais com respeito e com admiração. Eu não conheci dona Alda, mas com toda certeza conheço ela através das suas atitudes, conheço através do seu instinto materno, conheço através da sua bondade e da seu amor que é latente como o dela com certeza era. E são 60 anos de um aprendizado que só te tornou maior e mais forte do que você imagina. Todas as pessoas que te magoaram, machucaram ou sacanearam, é mais sobre elas do que sobre você. Hoje sendo amigo da Maria da Graça eu vejo o quanto eu aprendo, o quanto já aprendi e o quando ainda vou aprender com a pessoa e com o ícone. Eu continuo achando tudo que conheci em 2017, tudo que falei naquela primeira carta, e o quanto senti no nosso reencontro, porque sentimos e sabemos que não é dessa vida. Sua felicidade, sua coragem, sua saúde, seu envelhecer, seus erros, acertos, seus valores sua existência e sua história, fazem parte de mim, e a gente se sente bem perto sem nem falar nada, a gente entende nosso silêncio de ariano, que é necessário. Todas as vezes que eu precisar te defender por alguma injustiça dita eu irei, porque amigos fazem e são assim. Mais uma edição nossa, mais uma parte da minha história, da história da minha filha WOW, parte da minha história com meu marido Brunno, mais uma peça do nosso quebra cabeça para ser visto por gerações, as nossas e a dos outros que virão. E você tem parte nisso, por nos incentivar sempre a nos levantar e jamais desistir. Poder celebrar você nesses seus 60 anos é meu maior presente, não como aquela criança que era fã e se sentia acolhido pela única referência de acolhimento que tinha por ser uma criança “diferente”, mas ser fã da mulher que você se torna todos os dias, com todos os seus desejos, defeitos, qualidades, medos, inseguranças, pensamentos e amores. Admiração, respeito, ombro, colo, sorriso, lágrimas, amizade, cuidado, críticas e muito mais, são só parte do que tenho que agradecer. Mas a sua generosidade com a nossa história, com nossos projetos, com essa disposição que você tem comigo e com o Brunno na WOW, não tem nada que pague e que se apague. Se depender de mim, jamais irá se apagar. Feliz seus 60, que venham os 70, 80, 90 e 120 ... te amo! Marcelo Feitosa @ma.feitosa
QUEEN60 FOTO BRUNNO RANGEL DIREÇÃO CRIATIVA MARCELO FEITOSA
EDIÇÃO DE MODA RODRIGO POLACK ASS. MODA ANA LUIZA BALLESTEROS PRODUÇÃO DE MODA JR MENDES ASS. PRODUÇÃO IGOR BIBIANO CAMAREIRA LITA ASSIS BEAUTY EDDUH MORAES ASS. FOTOGRAFIA ANDRESSA GUERRA SPECIAL TKS TATIANA MARANHÃO TXIELO SOLANGE MENEGHEL LAURINHA RODRIGO
XUXA
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Seu nariz foi uma exigência também de modelo? Essa história é bacana, nunca contei para vocês. Quando eu era modelo, eu tinha um apartamento em Nova York na frente do prédio do Pelé, e quando eu fui vê-lo, no elevador veio um cirurgião plástico, olhou para mim e falou: “brasileira?” Eu falei: “sou”. Aí ele falou: “Você não é namorada do Pelé?” Eu falei: “sou”. Ele falou: “ele é meu amigo!” e disse : “Você pode dar uma levantadinha na ponta do seu nariz, quando você ri, abaixa!” Respondi: “ah é?” Aí eu fiquei rindo, olhando pro espelho. Ele falou: “Passa lá, eu faço rapidinho para você!” Eu respondi que tinha foto no dia seguinte. Ele falou: “Depois da foto, você passa lá, eu faço rápido”. Aí eu falei: “Tá bom” Muita gente acha que o meu nariz foi pensado na Barbie, já ouvi isso várias vezes. Se soubessem que foi sem querer no elevador.
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A XUXA DOS PRÓXIMOS 60 ANOS Pedro Buzzatto
Xuxa chega aos 60 anos com uma vida trilhada por superação e marcada pelo amor, magnetismo e muita generosidade. Sobrevivente de tudo de bom e de ruim que a fama exacerbada pode oferecer, a eterna “Rainha dos Baixinhos” sempre seguiu seu caminho sendo fiel aos seus valores, mesmo que em alguns momentos e fases eles estivessem aprisionados. Tudo - ou quase tudo - sobre ela já foi falado, esmiuçado e revelado. Não é preciso descrever sobre seus feitos, momentos disruptivos, amores e polêmicas para afirmar que, amando ou não, como um de seus baixinhos ou não, Xuxa foi, é e sempre será uma das grandes estrelas do Brasil. Xuxa já está consagrada na história e no imaginário, porém são para os seus próximos 60 anos que eu quero olhar e emanar (ainda mais) luz. Nos últimos anos, é inegável a potência da sua vitalidade, sensibilidade e humanismo. A imagem de “diva inacessível”, construída contra a sua vontade, foi dando cada vez mais lugar à de uma mulher interligada com a massa e, mesmo “longe” dos holofotes constantes dos anos 90, ela restabeleceu rapidamente seu magnetismo. Com coragem e voracidade, defende publicamente tudo o que pensa e acredita. Atualmente, sem medos e amarras. Xuxa é essencialmente verdadeira e humana - pilares simples, mas profundos e raros em grandes personalidades. A mulher que vendeu mais de 45 milhões de discos - sem cantar - e atraiu um dos maiores números já vistos de espectadores na história do cinema - mesmo sem ser atriz - pode não ter agradado a todos no passado, mas posso ser sincero? Só tendo um desvio de caráter para não admirar a atual. Xuxa e seus posicionamentos corajosos sobre democracia, política, minorias, etarismo e o tão delicado e sombrio mercado do consumo de produtos de origem animal se torna ainda mais apaixonante, íntegra e grandiosa. Diferente do que alguns dizem por aí, ninguém é substituível! Xuxa e seu brilhantismo são únicos e, sem dúvida, ela irá rumo a mais 60 anos de glórias, liberdade, amor e muitas vitórias. Afinal, seria tristíssimo a turma dos anos 2083 não terem Xuxa por aqui.
Pedro Buzzatto @pedrobuzzatto
CRIANÇA INTERIOR
Betina Roxo
Cabelos soltos, pé no chão, roupas confortáveis e muita, muita criatividade. Quando eu penso na minha infância, essa é a imagem que me vem em mente. Sempre fui uma criança daquelas “perguntadeiras”, muito curiosa e com bem pouca vergonha. Morei muitos anos em um sítio dentro da cidade, algo peculiar, mas que alimentou minha mente com muitas brincadeiras no quintal, na grama, e ao lado de vários animais. Lembro nitidamente do cheiro do pomar, do vento batendo no meu rosto enquanto andava de bicicleta, dos cavalos relinchando, dos cachorros latindo e as galinhas desesperadas no fim da tarde para ganharem comida. É interessante pensar que mesmo muito criança, eu me sentia livre. De fato, meus pais me deixavam tomar decisões, brincar à vontade, sempre com a responsabilidade caminhando ao lado. Essa liberdade me moldou muito ao longo da vida. Apesar das incertezas e inseguranças pontuais, acredito que eu tenha sido uma adolescente confiante, que sempre acreditou muito no futuro e na possibilidade de quebrar barreiras. Porém, quando a vida adulta chegou, algo parece que falou mais alto. Aquela Betina, de cabelos soltos voando ao vento, prendeu o cabelo. É doido pensar como os julgamentos, os padrões da sociedade nos impactam. O que está acontecendo comigo? Por que quero ser alguém que não sou? Me questionava. Com o trabalho, as cobranças, os incentivos para nos colocarmos em uma caixinha, a Betina colorida, estampada, foi ficando cinza. Acredito que são vários os fatores que impactam muitos de nós: vergonha de parecer “boba” quando viramos adolescentes, objetivos muitos quadrados como “passar no vestibular e ponto final”, a ideia de que existem respostas “certas”, entre outros, que vão nos moldando do jeito convencional. No trabalho, dependendo da instituição, área, cultura, geração, isso pode ser muito reforçado, que foi o que aconteceu comigo. Por muitos anos no começo da minha carreira, existia um enquadramento e aquela pensamento “não tenho tempo pra mais nada, só para o trabalho”. E esse, na minha opinião, é o maior erro que mina a criatividade e consequentemente, nossa criança interior que nos faz conquistar tantas coisas (entre elas, a liberdade): não ler livros diferentes, não conversar com pessoas de diferentes áreas e trajetórias, não abrir a mente para o novo, não fazer atividades além do trabalho e ter vergonha de falar ideias que muitas vezes nossa própria mente taxa de “malucas”. O lado bom é que nada na vida é definitivo, mas é preciso querer mudar, ter coragem de assumir quem realmente somos, e quebrar os ciclos viciosos que nos fazem nos perder de nós mesmos, da nossa essência. A criatividade e a liberdade são como uma bola de neve: quanto mais você as exercita, mais elas crescem. E ter coragem de assumir a nossa criança interior é o primeiro passo. Betina Roxo @betinaroxo
BOTTLETOP Cameron Saul
Cameron Saul é designer, empreendedor social, ativista e co-fundador da BOTTLETOP, marca de bolsas de luxo sustentáveis. Ele co-fundou a BOTTLETOP em 2002 com seu pai, Roger Saul, fundador da Mulberry. Sua principal missão é usar moda de luxo sustentável para aliviar a pobreza em áreas que agora incluem a África Subsaariana, Brasil e Nepal, capacitando os artesãos locais. A BOTTLETOP tem laços estreitos com as áreas de arte, música, criatividade e cultura. Em 2005, Cameron lançou a primeira colaboração musical da BOTTLETOP por meio da série de álbuns nacional “Sound Affects”, seguida pelo programa de arte contemporânea “Full Circle” em 2009. Em 2017, a BOTTLETOP abriu sua principal loja em Londres na Regent Street, a primeira loja de impressão 3D do mundo, a loja impressa foi feita de resíduos e plástico do oceano. A BOTTLETOP já fez parcerias com marcas, designers e artistas contemporâneos, incluindo Narciso Rodriguez, Prabal Gurung, DKNY, Wangechi Mutu, Idris Khan e Humberto Campana. Atualmente no Brasil, a marca possui um ateliê em Salvador, que emprega mulheres em situação de vulnerabilidade, e trabalha também em parceria com a tribo Yawanawá, no Acre. A BOTTLETOP lançou a campanha #TOGETHERBAND em 2019 em parceria com a Fundação das Nações Unidas para engajar o mundo nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e inspirar ações para alcançá-los. Até agora, o movimento alcançou mais de 9 bilhões de pessoas e arrecadou mais de US$ 2 milhões para projetos de impacto que promovem os 17 ODS em todo o mundo. #TOGETHERBAND recebeu o apoio de mais de 800 embaixadores de alto nível, de David Beckham, Naomi Campbell e Lewis Hamilton a Ban Ki-moon, Dra. Sylvia Earle e Mary Robinson.
SOBRE BOTTLETOP A BOTTLETOP é uma marca britânica de moda regenerativa que se dedica a apoiar mulheres economicamente desfavorecidas e povos indígenas por meio da criação de designs ecologicamente corretos e da entrega de um planeta saudável por meio de sua campanha de defesa global #TOGETHER. A BOTTLETOP foi fundada em 2002 por Cameron e Roger Saul por meio de uma colaboração de design de bolsas com a icônica casa de moda britânica Mulberry, apoiando artesãos na África e projetos locais de educação em saúde. Oliver Wayman ingressou como co-fundador em 2005. Com ateliês BOTTLETOP em Salvador, Kathmandu e na floresta amazônica, a marca fornece habilidades e meios de subsistência para artesãos em partes desfavorecidas do mundo. A BOTTLETOP também é uma inovadora técnica, trabalhando para desenvolver e aplicar os resíduos mais inovadores e materiais de origem sustentável à sua coleção, incluindo metal reciclado, detritos de plástico marinho, metal Humanium (armas de fogo desativadas recicladas), couro de desmatamento zero e borracha selvagem. Em novembro de 2017, a BOTTLETOP abriu na Regent Street com a primeira loja impressa em 3D criada a partir de resíduos de plástico e lançou sua campanha #TOGETHER no Dia da Terra de 2019. A BOTTLETOP lançou os primeiros designs de lixo zero de seu ateliê na floresta amazônica em parceria com os Yawanawá Comunidade indígena em setembro de 2022.
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